Você está na página 1de 28

Manual para Recolhimento do

IRRF ao Tesouro Estadual

Sistema Integrado de Planejamento e


Administração Financeira do Estado do Ceará
<SiafeCE>

Versão 2.0

Descrição de procedimentos sobre o recolhimento do IRRF ao


Tesouro Estadual.

Fortaleza, 10 de novembro de 2023.


Manual sobre Recolhimento do IRRF ao Tesouro Estadual
SiafeCE

Sumário

Sumário................................................................................................................................2
Fundamentação Legal........................................................................................................ 3
Retenção do IRRF no SiafeCE........................................................................................... 4
Informações Gerais do IRRF..............................................................................................8
Hipóteses de NÃO Retenção.......................................................................................... 8
Casos específicos do IRRF.............................................................................................. 11
Cooperativas - Retenção 1,5% IR................................................................................. 11
Correios......................................................................................................................... 12
Diárias........................................................................................................................... 12
Empresas Optantes do Simples Nacional..................................................................... 12
Órgãos que executam pelo SiafeCE não podem emitir DAE para casos em que o
fornecedor não quer destacar na nota fiscal/fatura o valor a ser retido do IRRF.......... 13
Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sobral........................................................... 13
Serviço de fornecimento de refeições prontas.............................................................. 14
Dúvidas se o bem fornecido ou serviço prestado é um caso de isenção ou imunidade
que impeça a retenção do IRRF....................................................................................14
Caso o fornecedor ou prestador não destaque o IR na Nota Fiscal............................. 15
Lei Perse....................................................................................................................... 15
Locação de bens imóveis - Proprietário(a) Pessoa Física............................................ 16
Locação ou cessão de bens imóveis - Proprietário Pessoa Jurídica............................ 16
Seguros......................................................................................................................... 17
Pagamento publicidade para a Casa Civil.....................................................................17
Valor mínimo para fazer a retenção.............................................................................. 17
Energia Elétrica............................................................................................................. 17
Aquisição de Bens/Materiais......................................................................................... 18
Glosa e Pagamentos com Juros/Multa..........................................................................18
Empresas Intermediadoras........................................................................................... 19
Anexos............................................................................................................................... 25
Alíquota/Base de Cálculo.............................................................................................. 25
Declaração a ser apresentada pela Pessoa Jurídica constante do Inciso III do Art. 4º 27
Declaração a ser apresentada pela Pessoa Jurídica constante do Inciso IV do Art. 4º28

Página 2 de 28
Manual sobre Recolhimento do IRRF ao Tesouro Estadual
SiafeCE

Fundamentação Legal

CONSIDERANDO o disposto no art. 157, I, da Constituição da República Federativa do


Brasil que impõe que pertencem aos Estados o produto da arrecadação do imposto da
União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre
rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que
instituírem e mantiverem;

CONSIDERANDO que o Supremo Tribunal Federal - STF, no julgamento do recurso


extraordinário 1.293.453, fixou em tese com repercussão geral (tema 1.130) que
“pertence ao Município, aos Estados e ao Distrito Federal a titularidade das receitas
arrecadadas a título de imposto de renda retido na fonte incidente sobre valores pagos
por eles, suas autarquias e fundações a pessoas físicas ou jurídicas contratadas para a
prestação de bens ou serviços, conforme disposto nos arts. 158, I, e 157, I, da
Constituição Federal”;

CONSIDERANDO o disposto no art. 64 da Lei Federal nº 9.430, de 27 de dezembro de


1996; no art. 720 do Decreto Federal nº 9.580, de 22 de novembro de 2018; e nas
Instruções Normativas nº 1.234, de 11 de janeiro de 2012; nº 2.005, de 29 de janeiro de
2021; nº 2.094, de 15 de julho de 2022; e nº 2.145, de 26 de junho de 2023, expedidas
pela Receita Federal do Brasil;

CONSIDERANDO a publicação pela Receita Federal do Brasil do Manual do Imposto de


Renda Retido na Fonte - MAFON 2023, em 24 de fevereiro de 2023, normatizando a
retenção do IR sobre rendimentos pagos por Órgãos e Entidades da Administração
Pública Estadual, Distrital ou Municipal, especialmente nos aspectos referentes à
Retenção e Titularidade do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte, Responsabilidade /
Recolhimento e Alíquota / Base de Cálculo;

A Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará informa que:

Deverá ser realizado o devido recolhimento do IRRF ao Tesouro Estadual referente aos
pagamentos a pessoas físicas e jurídicas sobre a prestação de bens e serviços em
observância às regras contidas na Instrução Normativa RFB nº 1.234, de 11 de janeiro de
2012, no Manual do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (Mafon) 2023 e na Instrução
Normativa RFB nº 2.145, de 26 de junho de 2023.

Os fornecedores e as concessionárias de serviços públicos que prestam serviços ou


forneçam mercadorias aos órgãos e entidades da Administração Pública Direta, incluindo

Página 3 de 28
Manual sobre Recolhimento do IRRF ao Tesouro Estadual
SiafeCE

os seus fundos, às autarquias e às fundações públicas, inclusive aquelas de direito


privado, além dos consórcios públicos de que o Estado do Ceará faz parte, pois esses
consórcios são equiparados juridicamente às autarquias, devem destacar na nota fiscal
ou fatura o valor retido do Imposto de Renda em observância às regras contidas na IN
RFB nº 1.234 e no Mafon 2023. Se o fornecedor ou a concessionária não informar o valor
da retenção do IRRF, o usuário deve solicitar a reemissão da nota fiscal ou fatura e se
caso não for reemitida, o usuário deve realizar a retenção do IRRF de acordo com a
alíquota/base de cálculo do serviço/bem.

As fundações e consórcios públicos que não operacionalizam no SiafeCE devem realizar


o devido recolhimento do IRRF ao Tesouro Estadual referente aos pagamentos a pessoas
físicas e jurídicas sobre a prestação de bens e serviços. Para tanto, deverá ser utilizado o
documento de arrecadação estadual - DAE correspondente ao serviço/bem. O DAE
deverá ser quitado até o dia 10 do mês subsequente ao mês de pagamento do
fornecedor/prestador de serviço do qual foi retido o imposto de Renda.

Os órgãos e entidades da Administração Pública Direta, incluindo os seus fundos, às


autarquias e às fundações públicas que operacionalizam no Sistema Integrado de
Planejamento e Administração Financeira do Estado do Ceará (SiafeCE), devem fazer o
recolhimento do IRRF conforme abaixo:

Retenção do IRRF no SiafeCE

1- Processo para a retenção do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF) ao


Tesouro Estadual no SiafeCE.
1.1- O usuário deve reter na liquidação o valor correspondente ao IRRF do serviço/bem
para o Tesouro Estadual.

1.2- Caminho: Execução > Execução Orçamentária > Nota de Liquidação.

1.3- Insira uma NOTA DE LIQUIDAÇÃO.

Página 4 de 28
Manual sobre Recolhimento do IRRF ao Tesouro Estadual
SiafeCE

1.4- Informe a Unidade Gestora e selecione a nota de empenho que será liquidada.

Página 5 de 28
Manual sobre Recolhimento do IRRF ao Tesouro Estadual
SiafeCE

1.5- Na Aba RETENÇÃO:

1.5.1- No SiafeCE existem as seguintes opções para realizar a retenção do IRRF para o
Tesouro Estadual:

Página 6 de 28
Manual sobre Recolhimento do IRRF ao Tesouro Estadual
SiafeCE

1.6- No item “Credor da Retenção” selecione o CNPJ: 07954597000152 -


SECRETARIA DA FAZENDA DO EST DO CEARA.

1.7- O Siafe foi configurado para apresentar o tipo de retenção (alíquota do imposto que
deve ser retido do IRRF) de acordo com a natureza da despesa que foi informada no
empenho.

A opção para calcular o valor do IRRF de acordo com a base de cálculo informada está
disponível nas seguintes retenções: IRRF PJ 0,24% - Tesouro Estadual, IRRF PJ 1,2% -
Tesouro Estadual, IRRF PJ 1,5% - Tesouro Estadual, IRRF PJ 2,4% - Tesouro Estadual e
IRRF PJ 4,8% - Tesouro Estadual.

Nos casos em que o valor retido na Nota Fiscal estiver diferente do que foi calculado
automaticamente pelo SiafeCe (casos em que o sistema arredondou o valor, ficando
diferente do informado pelo fornecedor na nota fiscal), o usuário pode fazer a alteração
manualmente e justificar o motivo da diferença do valor.

Página 7 de 28
Manual sobre Recolhimento do IRRF ao Tesouro Estadual
SiafeCE

1.8- Após a seleção do código de retenção pelo usuário e a informação do valor do IRRF
retido, o processo de liquidação ocorrerá normalmente.

Informações Gerais do IRRF

Hipóteses de NÃO Retenção

De acordo com a IN RFB nº 1.234/2012:

Art. 4º Não serão retidos os valores correspondentes ao IR e às contribuições de que


trata esta Instrução Normativa, nos pagamentos efetuados a:
I - templos de qualquer culto;
II - partidos políticos;
III - instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, a
que se refere o art. 12 da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997;
IV - instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e às
associações civis, a que se refere o art. 15 da Lei nº 9.532, de 1997;
V - sindicatos, federações e confederações de empregados;
VI - serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei;
VII - conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas;
VIII - fundações de direito privado e a fundações públicas instituídas ou
mantidas pelo Poder Público;
IX - condomínios edilícios;
X - Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e as Organizações
Estaduais de Cooperativas previstas no caput e no § 1º do art. 105 da Lei
nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971;
XI - pessoas jurídicas optantes pelo Regime Especial Unificado de
Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e
Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), de que trata o art. 12 da
Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, em relação às
suas receitas próprias;
XII - pessoas jurídicas exclusivamente distribuidoras de jornais e revistas;
XIII - Itaipu binacional;

Página 8 de 28
Manual sobre Recolhimento do IRRF ao Tesouro Estadual
SiafeCE

XIV - empresas estrangeiras de transportes marítimos, aéreos e terrestres,


relativos ao transporte internacional de cargas ou passageiros, nos termos
do disposto no art. 176 do Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 -
Regulamento do Imposto de Renda (RIR/1999), e no inciso V do art. 14 da
Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001;
XV - órgãos da administração direta, autarquias e fundações do Governo
Federal, Estadual ou Municipal, observado, no que se refere às autarquias
e fundações, os termos dos §§ 2º e 3º do art. 150 da Constituição Federal;
XVI - no caso das entidades previstas no art. 34 da Lei nº 10.833, de 29 de
dezembro de 2003, a título de adiantamentos efetuados a empregados
para despesas miúdas de pronto pagamento, até o limite de 5 (cinco)
salários mínimos;
XVII - título de prestações relativas à aquisição de bem financiado por
instituição financeira;
XVIII - entidades fechadas de previdência complementar, nos termos do
art. 32 da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002;
XIX - título de aquisição de petróleo, gasolina, gás natural, óleo diesel, gás
liquefeito de petróleo, querosene de aviação, demais derivados de
petróleo, gás natural, álcool, biodiesel e demais biocombustíveis efetuados
pelas pessoas jurídicas dispostas nos incisos IV a VI do caput do art. 2º,
conforme disposto no parágrafo único do art. 34 da Lei nº 10.833, de 2003;
(Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1244, de 30 de janeiro
de 2012) (Vide Instrução Normativa RFB nº 1244, de 30 de janeiro de
2012)
XX - título de seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos
automotores; e (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1244,
de 30 de janeiro de 2012) (Vide Instrução Normativa RFB nº 1244, de 30
de janeiro de 2012)
XXI - título de suprimentos de fundos de que tratam os arts. 45 a 47 do
Decreto nº 93.872, de 23 de dezembro de 1986. (Incluído(a) pelo(a)
Instrução Normativa RFB nº 1244, de 30 de janeiro de 2012) (Vide
Instrução Normativa RFB nº 1244, de 30 de janeiro de 2012)
XXII - título de Contribuição para o Custeio da Iluminação Pública cobrada
nas faturas de consumo de energia elétrica emitidas por distribuidoras de
energia elétrica com base em convênios firmados com os Municípios ou

Página 9 de 28
Manual sobre Recolhimento do IRRF ao Tesouro Estadual
SiafeCE

com o Distrito Federal. (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº


1540, de 05 de janeiro de 2015)
§ 1º. A imunidade ou a isenção das entidades previstas nos incisos III e IV
é restrita aos serviços para os quais tenham sido instituídas, observado o
disposto nos arts. 12 e 15 da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997.
(Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1663, de 07 de
outubro de 2016)
§ 2º. A condição de imunidade e isenção de que trata o §1º será declarada
pela entidade nos anexos II e III. (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa
RFB nº 1663, de 07 de outubro de 2016)

Página 10 de 28
Manual sobre Recolhimento do IRRF ao Tesouro Estadual
SiafeCE

Casos específicos do IRRF

Declarações que devem ser apresentadas para o pagamento da Nota Fiscal ou


Fatura - Art. 4º, incisos III e IV - IN RFB 1.234/12

De acordo com o Art. 6º da IN RFB nº 1.234/12,

Para efeito do disposto nos incisos III (instituições de educação e assistência social, sem
fins lucrativos), e IV (instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e às
associações civis) do caput do Artigo 4º, a Pessoa Jurídica deverá, no ato da assinatura
do contrato, apresentar ao órgão ou à entidade declaração de acordo com os modelos
constantes dos Anexos II ou III da Instrução Normativa RFB nº 1.234/12 e deste
Manual, conforme o caso, em 2 (duas) vias, assinadas pelo seu representante legal.

Sem prejuízo do disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 4º, as entidades beneficentes


de assistência social, previstas nos incisos III e IV do caput do Artigo 4º que atuam nas
áreas da saúde, da educação e da assistência social deverão apresentar, juntamente
com a declaração de que trata o caput, o Certificado de Entidade Beneficente de
Assistência Social (CEBAS), expedido pelos Ministérios das respectivas áreas de
atuação da entidade, na forma estabelecida pelo Decreto no 8.242, de 23 de maio de
2014.

No caso de não apresentação do CEBAS, na forma prevista no § 6º, o órgão ou a


entidade pagadora obriga-se a efetuar a retenção do IRPJ sobre o valor total do
documento fiscal ou fatura apresentada pela entidade, no percentual de 4,8% (demais
serviços).

Cooperativas - Retenção 1,5% IR


Comunicamos que a retenção para as cooperativas deve ser de 1,5% de IR.
A IN RFB nº 1.234/2012 isentou a Cooperativa na condição de Pessoa Jurídica, mas não
os seus profissionais cooperados.
Conforme podemos observar no art. 5º-A, §1º da Instrução Normativa RFB nº 1.234/2012:

§ 1º A dispensa de retenção prevista no caput se dará sem prejuízo da


retenção do IR na fonte à alíquota de 1,5% (um inteiro e cinco décimos por
cento) sobre as importâncias relativas aos serviços pessoais prestados por
seus cooperados ou associados, cujo prazo para o recolhimento será até o
último dia do primeiro decêndio do mês subsequente ao mês da ocorrência
do fato gerador.

Página 11 de 28
Manual sobre Recolhimento do IRRF ao Tesouro Estadual
SiafeCE

E na alínea “a” do inciso I do Art. 27 da Instrução Normativa RFB nº 1.234/2012:


Art. 27. Nos pagamentos efetuados às associações e às cooperativas de
médicos e de odontólogos, as quais para atender aos beneficiários dos
seus contratos de plano privado de assistência à saúde ou odontológica
subcontratam ou mantêm convênios para a prestação de serviços de
terceiros não associados e não cooperados, tais como: profissionais
médicos, de odontologia e de enfermagem (pessoas físicas); hospitais,
clínicas médicas e odontológicas, casas de saúde, prontos socorros,
ambulatórios e laboratórios, (pessoas jurídicas), por conta de internações,
diárias hospitalares, medicamentos, fornecimento de exames laboratoriais
e complementares de diagnose e terapia, e outros serviços médicos, serão
apresentadas 3 (três) faturas, observando-se o seguinte:

I - fatura segregando as importâncias recebidas por conta de serviços


pessoais prestados por pessoas físicas associadas e cooperadas (serviços
médicos, de odontologia e de enfermagem), cabendo a retenção da
associação ou da cooperativa: (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa
RFB nº 1540, de 05 de janeiro de 2015)

a) de 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento) de IR sobre a quantia


relativa aos serviços pessoais prestados por seus associados e
cooperados, pessoas físicas, conforme o caput do art. 26; e

Correios

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é imune para a retenção do IRRF.

A Imunidade Tributária é reconhecida pelo STF, por meio do Recurso Extraordinário nº


601.392.

Diárias

Não deve ser retido o IRRF nas diárias, pois são verbas de natureza indenizatória.

Empresas Optantes do Simples Nacional


Não deve ocorrer retenção de IR para as pessoas jurídicas optantes do Simples Nacional,
conforme inciso XI do art. 4º da Instrução Normativa RFB nº 1.234/2012:
Art. 4º Não serão retidos os valores correspondentes ao IR e às
contribuições de que trata esta Instrução Normativa, nos pagamentos
efetuados a:

(...)

Página 12 de 28
Manual sobre Recolhimento do IRRF ao Tesouro Estadual
SiafeCE

XI - pessoas jurídicas optantes pelo Regime Especial Unificado de


Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e
Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), de que trata o art. 12 da
Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, em relação às
suas receitas próprias.

O órgão deve verificar a permanência do fornecedor ou prestador nesse regime tributário


mediante consulta ao Portal do Simples Nacional ou solicitar apresentação de declaração,
conforme o Anexo IV da IN RFB nº 1.234/2012; e anexar ao processo do pagamento.

Órgãos que executam pelo SiafeCE não podem emitir DAE para casos em que o
fornecedor não quer destacar na nota fiscal/fatura o valor a ser retido do IRRF.
A emissão de DAE não se aplica às Unidades Gestoras que executam pelo SiafeCE.

De acordo com a IN SEFAZ nº 39/2023,


Art. 1º Os ordenadores de despesa dos órgãos da administração pública
direta, autarquias e fundações públicas, inclusive aquelas de direito
privado, de todos os poderes, do Ministério Público e do Tribunal de
Contas do Estado, incluindo seus fundos, e os consórcios públicos que o
Estado faz parte estão obrigados a reter e recolher ao Tesouro Estadual o
imposto de renda incidente na fonte (IRRF) sobre os valores pagos por
eles a pessoas físicas ou jurídicas contratadas para a prestação de bens
ou serviços.

§1º Os valores retidos deverão ser recolhidos imediatamente ao Tesouro


Estadual mediante procedimentos adotados no sistema integrado de
planejamento e administração financeira utilizado pelo Estado do Ceará.

Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sobral


É hipótese de NÃO incidência da retenção do IRRF conforme inciso XV do art. 4º da
Instrução Normativa RFB nº 1.234/2012:
DAS HIPÓTESES EM QUE NÃO HAVERÁ RETENÇÃO

Art. 4º Não serão retidos os valores correspondentes ao IR e às


contribuições de que trata esta Instrução Normativa, nos pagamentos
efetuados a:

“XV - órgãos da administração direta, autarquias e fundações do Governo


Federal,Estadual ou Municipal, observado, no que se refere às autarquias
e fundações, os termos dos §§ 2ºe 3º do art. 150 da Constituição Federal;

Página 13 de 28
Manual sobre Recolhimento do IRRF ao Tesouro Estadual
SiafeCE

Serviço de fornecimento de refeições prontas


A alíquota deve ser 1,2% de acordo com o Anexo I da Instrução Normativa RFB Nº 1234,
de 11 de janeiro de 2012, e o Manual do Imposto de Renda Retido na Fonte - MAFON
2023.

Dúvidas se o bem fornecido ou serviço prestado é um caso de isenção ou


imunidade que impeça a retenção do IRRF

A documentação comprobatória de uma condição de isenção / imunidade que impeça a


retenção do IRRF em relação ao fornecimento de bens ou serviços prestados por parte do
fornecedor deve ser avaliada e validada pela Unidade Gestora, em estrita atenção à
legislação tributária.

Sobre essa questão, destacamos os seguintes artigos da IN SEFAZ nº 39/2023:

Art. 1º Os ordenadores de despesa dos órgãos da administração pública


direta, autarquias e fundações públicas, inclusive aquelas de direito
privado, de todos os poderes, do Ministério Público e do Tribunal de
Contas do Estado, incluindo seus fundos, e os consórcios públicos que o
Estado faz parte estão obrigados a reter e recolher ao Tesouro Estadual o
imposto de renda incidente na fonte (IRRF) sobre os valores pagos por
eles a pessoas físicas ou jurídicas contratadas para a prestação de bens
ou serviços.

(...)

Art. 3º Os ordenadores de despesa deverão adotar providências para o fiel


cumprimento desta instrução normativa.

Art. 4º Os prestadores de serviços e fornecedores de bens devem emitir


suas notas fiscais, faturas e demais documentos fiscais em observância às
regras de retenção dispostas na Instrução Normativa RFB nº 1.234, de 11
de janeiro de 2012, ou outra que venha a substituí-la, e no Manual do
Imposto de Renda Retido na Fonte - MAFON 2023 e alterações
posteriores.

(...)

§2º Credores dos quais o imposto não deve ser retido devem apresentar a
documentação comprobatória de sua condição, nos termos da Instrução
Normativa RFB nº 1.234, de 11 de janeiro de 2012, ou outra que venha a
substituí-la, e no Manual do Imposto de Renda Retido na Fonte - MAFON
2023 e alterações posteriores.

Página 14 de 28
Manual sobre Recolhimento do IRRF ao Tesouro Estadual
SiafeCE

Caso seja necessário, sugerimos a realização de consulta à Receita Federal:

https://www.gov.br/pt-br/servicos/formalizar-consulta-sobre-interpretacao-da-legislacao-trib
utaria#

Caso o fornecedor ou prestador não destaque o IR na Nota Fiscal

A Unidade Gestora deve realizar a retenção no Sistema Integrado de Planejamento e


Administração Financeira do Estado do Ceará (SiafeCE) do IRRF mesmo que o
fornecedor ou prestador não tenha destacado o imposto, pois é devido seu recolhimento.

Indicamos que o gestor do contrato solicite a reemissão da nota fiscal/fatura com o


destaque da alíquota do IRRF, de acordo com a natureza do bem fornecido ou serviço
prestado.

Lei Perse

A Lei nº 14.148, de 3 de maio de 2021, instituiu o Programa Emergencial de Retomada


do Setor de Eventos (Perse) - aplicação do benefício fiscal.

"Art. 2º O benefício fiscal a que se refere o art. 1º consiste na aplicação da


alíquota de 0% (zero por cento) sobre as receitas e os resultados das
atividades econômicas de que tratam os Anexos I e II da Portaria ME nº
7.163, de 21 de junho de 2021, desde que eles estejam relacionados à:

I - realização ou comercialização de congressos, feiras, eventos esportivos,


sociais, promocionais ou culturais, feiras de negócios, shows, festas,
festivais, simpósios ou espetáculos em geral, casas de eventos, buffets
sociais e infantis, casas noturnas e casas de espetáculos;

II - hotelaria em geral;

III - administração de salas de exibição cinematográfica; e

IV - prestação de serviços turísticos, conforme disciplinado pelo art. 21 da


Lei nº 11.771, de 17 de setembro de 2008.

....

Art. 4º Ficam reduzidas a 0% (zero por cento) pelo prazo de 60 (sessenta)


meses, contado do início da produção de efeitos desta Lei, as alíquotas
dos seguintes tributos, incidentes sobre o resultado auferido pelas pessoas
jurídicas pertencentes ao setor de eventos nas atividades relacionadas em
ato do Ministério da Economia: (Redação dada pela Medida Provisória nº
1.147, de 2022)
Página 15 de 28
Manual sobre Recolhimento do IRRF ao Tesouro Estadual
SiafeCE

(...)

IV - Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ).

Verifique se a empresa possui o CNAE cadastrado para obter o benefício:

http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=118592

Verifique se o órgão possui cadastro no CADASTUR (Cadastro de Prestadores de


Serviços Turísticos), o qual deve ser anterior à entrada em vigor desta lei.

O órgão deve verificar a permanência do fornecedor no período do benefício e anexar


comprovante no processo do pagamento.

Caso seja necessário, sugerimos a realização de consulta à Receita Federal:

https://www.gov.br/pt-br/servicos/formalizar-consulta-sobre-interpretacao-da-legislacao-trib
utaria#

Locação de bens imóveis - Proprietário(a) Pessoa Física

Deve-se realizar a retenção do IRRF, de acordo com Tabela Progressiva de Imposto de


Renda conforme art. 122 do Decreto nº 9.580, de 22 de novembro de 2018 - Regulamento
do Imposto de Renda (RIR).

Locação ou cessão de bens imóveis - Proprietário Pessoa Jurídica

Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer


natureza: Alíquota: 4,8%.

De acordo com o art. 34 da Instrução Normativa RFB Nº 1.234/12:

Art. 34. Nos pagamentos de aluguel de imóvel, quando o proprietário for


pessoa jurídica, será feita retenção do IR e das contribuições sobre o
total a ser pago.

§ 1º Se os pagamentos forem efetuados por intermédio de


administradora de imóveis, esta deverá fornecer à unidade pagadora o
nome da pessoa jurídica beneficiária e o respectivo número de
inscrição no CNPJ.

§ 2º Se os pagamentos forem efetuados à entidade aberta de previdência


complementar sem fins lucrativos, não haverá retenção em relação ao IR

Página 16 de 28
Manual sobre Recolhimento do IRRF ao Tesouro Estadual
SiafeCE

Seguros

De acordo com o art.13 da Instrução Normativa RFB Nº 1234:

Dos Seguros

Art. 13. Nos pagamentos de seguros, ainda que por intermédio de


corretora, a retenção será feita sobre o valor do prêmio que estiver
sendo pago à seguradora, não deduzida qualquer parcela correspondente
à corretagem.

Parágrafo único. O direito à dedução, prevista no art. 9º, do imposto e das


contribuições retidos é da companhia seguradora, em nome da qual será
emitido o comprovante de retenção.

Alíquota: 2,4% (ANEXO I, da IN RFB Nº 1.234/2012).

Pagamento publicidade para a Casa Civil

A Casa Civil é órgão da Administração Direta, portanto, é isento da retenção do IRRF.

De acordo com a IN 1234 da RFB:

DAS HIPÓTESES EM QUE NÃO HAVERÁ RETENÇÃO

"Art. 4º....

XV - órgãos da administração direta, autarquias e fundações do Governo


Federal, Estadual ou Municipal, observado, no que se refere às autarquias
e fundações, os termos dos §§ 2º e 3º do art. 150 da Constituição Federal;"

Valor mínimo para fazer a retenção

A retenção do IRRF é feita diretamente no SiafeCe na etapa da liquidação, sem nenhum


tipo de Documento de Arrecadação para autenticação, portanto não possui valor
mínimo.

Energia Elétrica

O cálculo do valor da retenção do IRRF tem como alíquota de 1,2% sobre o consumo, de
4,8% sobre outros serviços e o valor da contribuição (COSIP) é isento.

Página 17 de 28
Manual sobre Recolhimento do IRRF ao Tesouro Estadual
SiafeCE

Aquisição de Bens/Materiais

O Imposto de Renda deve ser retido de acordo com o Anexo Tabela de Retenção - Anexo
I da Instrução Normativa RFB nº 1.234/2012, isto é, a alíquota aplicável é 1,2%.

Os gestores do contrato devem entrar em contato com seus fornecedores e solicitar o


destaque do IR na fatura ou nota fiscal no campo da observação/informações
complementares.

Glosa e Pagamentos com Juros/Multa

Nos casos de pagamentos com glosa (desconto) de valores constantes no documento


fiscal, efetuar a retenção sobre o valor original (bruto) do documento fiscal. Ocorrerá o
mesmo, nos casos de pagamentos com acréscimos de juros e multa por atraso no
pagamento, onde a retenção deverá incidir sobre o valor total do documento fiscal,
incluídos os acréscimos (juros e multa).

Serviços prestados com emprego de materiais

Conforme Inciso I, §7º do Artigo 2º, da IN RFB nº 1.234/12,

Serviços prestados com emprego de materiais são os serviços prestados com


fornecimento de materiais pelo contratado, desde que tais materiais estejam
discriminados (listados, detalhados) no contrato, ou em planilha à parte integrante
do contrato, E no documento fiscal de prestação de serviços. Atendidos esses
requisitos a retenção será de 1,2%.

OBS: A não discriminação dos materiais, conforme acima, enseja a aplicação da alíquota
de 4,8% (demais serviços) sobre o total do documento fiscal.

Retenção de Tributos Quando o Contrato Envolve Locação de Mão de Obra E


Prestação de Serviços com Emprego de Materiais

De acordo com o item 17 da Solução de Consulta nº 55 de 30 de dezembro de 2013 (SC


COSIT nº 55/2013) da RFB, a alíquota que deve ser utilizada na retenção do IRPJ,
quando o contrato é com locação de mão de obra e prestação de serviços com emprego
de materiais, ao mesmo tempo, é de 4,8%.

Página 18 de 28
Manual sobre Recolhimento do IRRF ao Tesouro Estadual
SiafeCE

Empresas Intermediadoras

Para realizar as retenções de serviços de intermediação de acordo com a Instrução


Normativa RFB n° 1.234/12, o SiafeCE foi atualizado para informar a retenção do IRRF
das empresas que efetivamente prestaram os serviços, com utilização do novo tipo de
retenção “118 - IRRF PJ - Intermediação - Tesouro Estadual” e a criação do credor
secundário.

No processo de liquidação do SiafeCE, o usuário deve informar a base de cálculo


correspondente ao valor do fornecimento do bem ou da prestação do serviço e o valor do
IRRF que pertence ao credor secundário, de acordo com a natureza do bem adquirido ou
serviço tomado.

Após selecionar o tipo de retenção, o usuário deve inserir os dados no campo Credor
Secundário e Base de Cálculo (deve informar o valor relativo à base de cálculo do IRRF).

No caso da retenção do tipo 118 (Intermediação) não foi fixada a alíquota do IRRF pois
varia de acordo com o serviço/bem prestado ou fornecido.

Será possível importar os dados da retenção clicando no botão “Importar Retenções”, na


tela de Retenções da Nota de Liquidação.

Página 19 de 28
Manual sobre Recolhimento do IRRF ao Tesouro Estadual
SiafeCE

Deve ser informado os seguinte dados, de acordo com o layout do arquivo abaixo:

Credor da retenção – Sempre será o CNPJ da SEFAZ (07954597000152);

Tipo patrimonial – utilizar o mesmo que está na ABA ITENS;

Item patrimonial - utilizar o mesmo que está na ABA ITENS;

Item da parcela - utilizar o mesmo que está na ABA ITENS;

Operação patrimonial - utilizar o mesmo que está na ABA ITENS;

Classificação complementar – será o número do CNPJ do credor secundário, e uma


sequência de 8 zeros (00000000) com exceção de casos de DEA, o usuário deve
informar o código de 8 dígitos, que é gerado quando reconhece a despesa de exercício
anterior;

Base de cálculo – Será o valor que o credor secundário terá direito de receber do
intermediador;

Valor – esse campo deverá ser preenchido com o valor da retenção devida;

Justificativa – informar que se trata de retenção de IRRF de credor final.

Página 20 de 28
Manual sobre Recolhimento do IRRF ao Tesouro Estadual
SiafeCE

Após o preenchimento é só salvar as alterações, retornar para tela de retenções e clicar


em escolher arquivo e depois clicar em ok.

Retenções em Situações Específicas (Intermediadores) - IN RFB Nº 1.234/2012

Abaixo elucida-se exemplos para o usuário reter corretamente o IRRF dos


intermediadores de negócios:

● Agências de Viagens e Turismo - Artigo 12


Aquisição de Passagens (Artigo 12)

A empresa intermediadora envia uma nota fiscal (quando cobra corretagem ou


comissão), referente à comissão, no valor de R$ 1.000,00, e uma fatura, no valor
de R$ 10.000,00, sendo R$ 9.000,00, referente às passagens, e R$ 1.000,00,
referente à tarifa de embarque.

A retenção do IRPJ deverá ocorrer no CNPJ da intermediadora e no CNPJ de cada


companhia aérea e terrestre e de administrador de aeroporto e de rodoviária, da
seguinte forma:

a) no CNPJ da empresa intermediadora: R$ 1.000,00 (corretagem ou comissão) X


4,8% (alíquota do IRPJ que consta na coluna 02, Anexo I da IN 1.234, para
intermediação de negócios) = R$ 48,00;

b) no CNPJ de cada companhia aérea e terrestre, mencionado na fatura enviada


pela empresa intermediadora: R$ 9.000,00 (distribuídos em cada CNPJ) X 2,4%
(alíquota do IRPJ que consta na coluna 02, Anexo I da IN 1.234, para passagens
aéreas e terrestres) = R$ 216,00; e,

c) no CNPJ de cada administrador de aeroporto e de rodoviária, mencionado na


fatura enviada pela empresa intermediadora: R$ 1.000,00 (distribuídos em cada

Página 21 de 28
Manual sobre Recolhimento do IRRF ao Tesouro Estadual
SiafeCE

CNPJ) X 2,4% (alíquota do IRPJ que consta na coluna 02, Anexo I da IN 1.234,
para tarifa de embarque) = R$ 24,00.

● Propaganda e Publicidade - Artigo 16

A empresa intermediadora envia uma nota fiscal (quando cobra corretagem ou


comissão), referente à comissão, no valor de R$ 1.000,00, e uma fatura, no valor
de R$ 10.000,00, referente aos serviços de propaganda e publicidade difundidos
pelos veículos de comunicação (jornal, revista, TV, rádio, internet, outdoor, etc).

A retenção do IRPJ deverá ocorrer no CNPJ da empresa de propaganda e


publicidade (intermediadora) e no CNPJ de cada veículo de comunicação (jornal,
revista, TV, rádio, internet, outdoor, etc), da seguinte forma:

a) no CNPJ da empresa de propaganda e publicidade (intermediadora): R$


1.000,00 (corretagem ou comissão) X 4,8% (alíquota do IRPJ que consta na coluna
02, Anexo I da IN 1.234, para intermediação de negócios) = R$ 48,00; e,

b) no CNPJ de cada veículo de comunicação (jornal, revista, TV, rádio, internet,


outdoor, etc), mencionado na fatura enviada pela empresa intermediadora: R$
10.000,00 (distribuídos em cada CNPJ) X 4,8% (alíquota do IRPJ que consta na
coluna 02, Anexo I da IN 1.234, para demais serviços) = R$ 480,00.

● Fornecimento de Combustíveis e Manutenção de Veículos - (Artigo 18)


Gerenciamento de Frota

A intermediadora, contratada para a gestão da frota de veículos, envia nota fiscal


(quando cobra comissão) de R$ 1.000,00, e uma fatura no valor de R$ 10.000,00,
sendo R$ 6.000,00 referente a combustíveis, R$ 3.000,00 referente a reparos de
veículos, e R$ 1.000,00 referente à higienização automotiva.

A retenção do IRPJ deverá ocorrer no CNPJ da empresa que gerencia a frota de


veículos (intermediadora) e no CNPJ de cada posto de combustível, oficina
mecânica e lava-rápido, da seguinte forma:

a) no CNPJ da empresa que gerencia a frota de veículos (intermediadora): R$


1.000,00 (corretagem ou comissão) X 4,8% (alíquota do IRPJ que consta na coluna
02, Anexo I da IN 1.234, para intermediação de negócios) = R$ 48,00;
Página 22 de 28
Manual sobre Recolhimento do IRRF ao Tesouro Estadual
SiafeCE

b) no CNPJ de cada posto de combustível, mencionado na fatura enviada pela


empresa intermediadora: R$ 6.000,00 (distribuídos em cada CNPJ) X 0,24%
(alíquota de IRPJ que consta na coluna 02, Anexo I da IN 1.234 para aquisição de
combustíveis de comerciantes varejistas) = R$ 14,40;

c) no CNPJ de cada oficina mecânica, mencionado na fatura enviada pela empresa


intermediadora: R$ 3.000,00 (distribuídos em cada CNPJ) X 4,8% (alíquota do
IRPJ que consta na coluna 02, Anexo I da IN 1.234 para demais serviços) = R$
144,00; e,

d) no CNPJ de cada lava-rápido, mencionado na fatura enviada pela empresa


intermediadora: R$ 1.000,00 (distribuídos em cada CNPJ) X 4,8% (alíquota do
IRPJ que consta na coluna 02, Anexo I da IN 1.234 para demais serviços) = R$
48,00.

● Refeição-Convênio - Art. 18

Na aquisição de Refeição-Convênio (tíquete-alimentação e tíquete-refeição),


inclusive mediante créditos ou cartões eletrônicos, a intermediadora envia nota
fiscal (quando cobra comissão) de R$ 1.000,00, e uma fatura no valor de R$
10.000,00 referente a fornecimento de alimentação ou refeição.

A retenção do IRPJ deverá ocorrer no CNPJ da empresa que fornece


tíquete-alimentação ou tíquete-refeição (intermediadora) e no CNPJ de cada
fornecedor de alimentação ou refeição, da seguinte forma:

a) no CNPJ da empresa que fornece tíquete-alimentação ou tíquete-refeição


(intermediadora): R$ 1.000,00 (corretagem ou comissão) X 4,8% (alíquota do IRPJ
que consta na coluna 02, Anexo I da IN 1.234, para intermediação de negócios) =
R$ 48,00;

b) no CNPJ de cada fornecedor de alimentação ou refeição, mencionado na fatura


enviada pela empresa intermediadora: R$ 10.000,00 (distribuídos em cada CNPJ)
X 1,20% (alíquota de IRPJ que consta na coluna 02, Anexo I da IN 1.234 para
fornecimento de alimentação) = R$ 120,00.

NOTA EXPLICATIVA: Os valores referentes à corretagem ou comissão


supramencionados deverão ser destacados na nota fiscal de serviços. Não havendo
cobrança dos encargos, a empresa deve informar na NF a expressão “valor da
Página 23 de 28
Manual sobre Recolhimento do IRRF ao Tesouro Estadual
SiafeCE

corretagem ou comissão zero” (neste caso não haverá retenção no CNPJ da


Intermediadora, somente nos CNPJs dos prestadores ou fornecedores constantes nas
faturas). Na inobservância destas exigências, a retenção será efetuada sobre o total
a pagar. (Art. 18, §§ 1º, 2º e 3º, IN RFB 1.234/2012).

Obs: As dúvidas não contempladas neste manual podem ser objeto de consulta à SEFAZ,
via ferramenta ASSYST.

Página 24 de 28
Manual sobre Recolhimento do IRRF ao Tesouro Estadual
SiafeCE

Anexos

Alíquota/Base de Cálculo

De acordo com a Instrução Normativa RFB Nº 1234, de 11 de janeiro de 2012, e o Manual


do Imposto de Renda Retido na Fonte - MAFON 2023, as alíquotas aplicáveis na retenção
do imposto sobre a renda variam de acordo natureza do bem fornecido ou do serviço
prestado, conforme abaixo:

NATUREZA DO BEM FORNECIDO OU DO SERVIÇO PRESTADO ALÍQUOTA


IR
● Alimentação; 1,2
● Energia elétrica;
● Serviços prestados com emprego de materiais;
● Construção Civil por empreitada com emprego de materiais;
● Serviços hospitalares de que trata o art. 30;
● Serviços de auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia,
anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e análises e
patologias clínicas de que trata o art. 31.
● Transporte de cargas, exceto os relacionados no código 8767;
● Produtos farmacêuticos, de perfumaria, de toucador ou de higiene
pessoal adquiridos de produtor, importador, distribuidor ou varejista, exceto
os relacionados no código 8767; e
● Mercadorias e bens em geral.
● Gasolina, inclusive de aviação, óleo diesel, gás liquefeito de petróleo 0,24
(GLP), combustíveis derivados de petróleo ou de gás natural, querosene
de aviação (QAV), e demais produtos derivados de petróleo, adquiridos de
refinarias de petróleo, de demais produtores, de importadores, de
distribuidor ou varejista, pelos órgãos da administração pública de que trata
o caput do art. 19;
● Álcool etílico hidratado, inclusive para fins carburantes, adquirido
diretamente de produtor, importador ou distribuidor de que trata o art. 20;
● Biodiesel adquirido de produtor ou importador, de que trata o art. 21.
● Gasolina, exceto gasolina de aviação, óleo diesel, gás liquefeito de 0,24
petróleo (GLP), derivados de petróleo ou de gás natural e querosene de
aviação adquiridos de distribuidores e comerciantes varejistas;
● Álcool etílico hidratado nacional, inclusive para fins carburantes adquirido
de comerciante varejista;
● Biodiesel adquirido de distribuidores e comerciantes varejistas;
● Biodiesel adquirido de produtor detentor regular do selo "Combustível
Social", fabricado a partir de mamona ou fruto, caroço ou amêndoa de
palma produzidos nas regiões norte e nordeste e no semiárido, por
agricultor familiar enquadrado no Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar (Pronaf).

Página 25 de 28
Manual sobre Recolhimento do IRRF ao Tesouro Estadual
SiafeCE

● Transporte internacional de cargas efetuado por empresas nacionais; 1,2


● Estaleiros navais brasileiros nas atividades de construção, conservação,
modernização, conversão e reparo de embarcações pre-registradas ou
registradas no Registro Especial Brasileiro (REB), instituído pela Lei no
9.432, de 8 de janeiro de 1997;
● Produtos farmacêuticos, de perfumaria, de toucador e de higiene pessoal
a que se refere o § 1o do art. 22, adquiridos de distribuidores e de
comerciantes varejistas;
● Produtos a que se refere o § 2o do art. 22;
● Produtos de que tratam as alíneas "c" a "k" do inciso I do art. 5o;
● Outros produtos ou serviços beneficiados com isenção, não incidência ou
alíquotas zero da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep, observado o
disposto no § 5o do art. 2o.
● Passagens aéreas, rodoviárias e demais serviços de transporte de 2,40
passageiros, inclusive, tarifa de embarque, exceto as relacionadas no
código 8850.
● Transporte internacional de passageiros efetuado por empresas 2,40
nacionais.
● Serviços prestados por bancos comerciais, bancos de investimento, 2,40
bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito,
financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, e cambio,
distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento
mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de
capitalização e entidades abertas de previdência complementar;
● Seguro saúde.
● Serviços de abastecimento de água; 4,80
● Telefone;
● Correio e telégrafos;
● Vigilância;
● Limpeza;
● Locação de mão de obra;
● Intermediação de negócios;
● Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de
qualquer natureza;
● Factoring;
● Plano de saúde humano, veterinário ou odontológico com valores fixos
por servidor, por empregado ou por animal;
● Demais serviços.

Página 26 de 28
Manual sobre Recolhimento do IRRF ao Tesouro Estadual
SiafeCE

Declaração a ser apresentada pela Pessoa Jurídica constante do Inciso III do Art. 4º

Ilmo. Sr. (autoridade a quem se dirige)

(Nome da entidade), com sede (endereço completo), inscrita no CNPJ sob o nº....... DECLARA à
(nome da entidade pagadora), que não está sujeita à retenção, na fonte, do IRPJ, da CSLL, da
Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep, a que se refere o art. 64 da Lei nº 9.430, de 27 de
dezembro de 1996, por se enquadrar em uma das situações abaixo:

I - INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO:

1. ( ) Entidade em gozo regular da imunidade prevista no art. 150, inciso VI, alínea "c" da
Constituição Federal, por cumprir os requisitos previstos no art. 12 da Lei nº 9.532, de 10 de
dezembro de 1997.

2. ( ) Entidade de ensino superior, em gozo regular da isenção prevista no art. 8º da Lei nº 11.096,
de 13 de janeiro de 2005, por ter aderido ao Programa Universidade para Todos (Prouni),
instituído pela Lei nº 11.096, de 13 de janeiro de 2005, conforme Termo de Adesão vigente no
período da prestação do serviço ou do fornecimento do bem (doc. Anexo).

II - ENTIDADE BENEFICENTE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL:

1. ( ) Instituição educacional em gozo regular da imunidade prevista no art. 195, § 7º da


Constituição Federal, por ter sido certificada como beneficente de assistência social pelo
Ministério da Educação e por cumprir os requisitos previstos no art. 29 da Lei nº 12.101, de 27 de
novembro de 2009.

2. ( ) Entidade em gozo regular da imunidade prevista no art. 195, § 7º da Constituição Federal,


por ter sido certificada como beneficente de assistência social pelo Ministério de sua área de
atuação e por cumprir os requisitos previstos no art. 29 da Lei nº 12.101, de 2009.

O signatário declara neste ato, sob as penas do art. 299 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 - Código Penal; do art. 1º da Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e para
fins do art. 32 da Lei nº 9.430, de 1996, que:

Local e data.....................................................
Assinatura do Responsável

Página 27 de 28
Manual sobre Recolhimento do IRRF ao Tesouro Estadual
SiafeCE

Declaração a ser apresentada pela Pessoa Jurídica constante do Inciso IV do Art. 4º

Ilmo. Sr. (autoridade a quem se dirige)

(Nome da entidade), com sede (endereço completo), inscrita no CNPJ sob o nº..... DECLARA à
(nome da entidade pagadora), para fins de não incidência na fonte do IR, da CSLL, da Cofins, e
da Contribuição para o PIS/Pasep, a que se refere o art. 64 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro
de 1996, que é entidade sem fins lucrativos de caráter ..............................., a que se refere o art
15 da Lei nº9.532, de 10 de dezembro de 1997.

Para esse efeito, a declarante informa que:

I - preenche os seguintes requisitos, cumulativamente:

a) é entidade sem fins lucrativos;


b) presta serviços para os quais foi instituída e os coloca à disposição do grupo de pessoas a que
se destinam;
c) não remunera, por qualquer forma, seus dirigentes por serviços prestados;
d) aplica integralmente seus recursos na manutenção e desenvolvimento de seus objetivos
sociais;
e) mantém escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos das
formalidades que assegurem a respectiva exatidão;
f) conserva em boa ordem, pelo prazo de 5 (cinco) anos, contado da data da emissão, os
documentos que comprovam a origem de suas receitas e a efetivação de suas despesas, bem
como a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham a modificar sua situação
patrimonial;
g) apresenta anualmente a Escrituração Contábil Fiscal (ECF), quando se encontra na condição
de obrigado e em conformidade com o disposto em ato da Secretaria da Receita Federal do Brasil
(RFB); e
h) os valores recebidos referem-se a receitas relacionadas com as finalidades para as quais foram
instituídas.

II - o signatário é representante legal desta entidade, assumindo o compromisso de informar à


RFB e à unidade pagadora, imediatamente, eventual desenquadramento da presente situação e
está ciente de que a falsidade na prestação dessas informações, sem prejuízo do disposto no art.
32 da Lei nº 9.430, de 1996, o sujeitará, com as demais pessoas que para ela concorrem, às
penalidades previstas na legislação criminal e tributária, relativas à falsidade ideológica (art. 299
do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal) e ao crime contra a ordem
tributária (art. 1º da Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990).

Local e data.....................................................

Assinatura do Responsável
Página 28 de 28

Você também pode gostar