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INSTITUTO FEDERAL SUL-RIO-GRANDENSE

CURSO TÉCNICO DE ELETROTÉCNICA


1

DISCIPLINA DE ELETROMAGNETISMO

UNIDADE 03 – FORÇA E TORQUE


ELETROMAGNÉTICOS

PROFESSOR WAGNER ISHIZAKA PENNY


wagnerpenny@ifsul.edu.br

2021
3.3 FORÇA DE ATRAÇÃO DE UM ELETROÍMÃ
2

 Eletroímãs  Equacionamento analítico é bastante limitado


 As equações disponíveis sempre fazem uma série de restrições para
que permaneçam confiáveis
 A seguir será apresentada a força de atração cuja dedução é
baseada na variação da energia magnética armazenada em função
do comprimento do entreferro (termo utilizado para chamar o espaço
de ar entre duas extremidades de material ferromagnético)
3.3 FORÇA DE ATRAÇÃO DE UM ELETROÍMÃ
3

𝐵². 𝑆
𝑓=
2. 𝜇0

Entreferro
f = força numa face polar com
área S e indução B (N);
S = área de uma face polar (m²);
B = indução no entreferro (T);
µ0 = permeabilidade magnética
do vácuo (4π.10-7 T.m/A)
3.3 FORÇA DE ATRAÇÃO DE UM ELETROÍMÃ
4

Dispersão Algumas simplificações são consideradas:


B u C
I

+  A relutância do ferro desprezível em comparação com a


V
-
d do ar (entreferro) (veremos no capítulo 4 que relutância é
a oposição à passagem de linhas de força)
I
A D  Indução constante no entreferro (espraiamento e a
dispersão magnética desprezíveis)
 Dispersão Magnética – Linhas de força que se fecham por um
caminho externo ao núcleo, como na figura 2.5. A presença da
dispersão faz com que o valor do fluxo obtido seja menor (e da
indução também).
 Espraiamento – Situação em que a seção do entreferro é um pouco
maior do que a seção das faces do ferro, com o aumento de área
há a diminuição da indução.
Espraiamento
3.4 REVISÃO: TORQUE OU CONJUGADO
5

 O torque (também chamado de conjugado,


momento ou binário) é a medida do
esforço necessário para girar um eixo
 É sabido, pela experiência prática, que
para levantar um peso por um processo
semelhante ao usado em poços de água, a
força F que é preciso aplicar à manivela
depende do comprimento r da manivela.
Quanto maior for a manivela, menor será a
força necessária.
3.4 REVISÃO: TORQUE OU CONJUGADO
6

 Se dobrarmos o comprimento r da manivela, a força F necessária


será diminuída à metade. Ex.: se o balde pesa 20 N e o diâmetro do
tambor é 20 cm (0,20 m), a corda transmitirá uma força de 20 N na
superfície do tambor, isto é, a 0,10 m do centro do eixo.
 Para contrabalançar esta força, precisam de 10N na manivela se o
comprimento r for 20 cm (0,20 m)  Se r for o dobro, isto é, 0,40m,
a força F será a metade, ou seja, 5N.
3.4 REVISÃO: TORQUE OU CONJUGADO
7

 Para medir o “esforço” necessário para fazer girar o eixo não basta
definir a força empregada. É preciso também dizer a que distância do
eixo a força é aplicada. O “esforço” é medido pelo torque (T), que é o
produto da força (F) pela distância (r):

𝑇 = 𝐹. 𝑟
No exemplo citado, o torque vale:
 T = 20N . 0,10m = 10N . 0,20m = 5N . 0,40m = 2 Nm

 As unidades aqui utilizadas são do Sistema Internacional (SI). Outra


unidade usual para torque é o quilogramaforça-metro (kgfm) (1Kgf =
9,8N).
3.4 REVISÃO: TORQUE OU CONJUGADO
8

 Você usa noções sobre torque em diversas tarefas diárias do dia-a-


dia
3.4 REVISÃO: TORQUE OU CONJUGADO
9

Exemplo 3.5: Se o cilindro da figura tiver 25 cm de diâmetro, r for


igual a 25 cm, e a massa do balde valer 30 kg, considerando
g=10m/s². Determine a força que deve ser aplicada à manivela para
elevar o balde com velocidade constante. R: 150N
25cm
3.4 REVISÃO: TORQUE OU CONJUGADO
10

Exemplo 3.5: Se o cilindro da figura tiver 25 cm de diâmetro, r for


igual a 25 cm, e a massa do balde valer 30 kg, considerando
g=10m/s². Determine a força que deve ser aplicada à manivela para
elevar o balde com velocidade constante. R: 150N
25cm
𝑃 = 𝑚. 𝑔 = 30.10 = 300𝑁
𝑇 = 𝑃. 𝑟𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜 = 𝐹. 𝑟
𝑇 = 300.0,125 = 37,5𝑁𝑚
𝑇 37,5
𝐹= = = 150𝑁
𝑟 0,25
3.5 TORQUE DE UM ÍMÃ PERMANENTE
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 Um ímã permanente colocado sob a ação S


de um campo magnético externo sofre a
ação de forças magnéticas e produz  F B
torque no sentido de alinhar o seu eixo n
magnético (vetor n) com o campo externo
(vetor B) N

 Neste caso, o torque depende, dentre


outros fatores, do ângulo () entre o eixo S
S
magnético do ímã (vetor n) e o campo
externo. Observa-se, experimentalmente, F
que se =0° não existe torque e se
=90° o torque é máximo. NN
3.6 TORQUE ELETROMAGNÉTICO DE UMA
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BOBINA
 Sempre que houver um condutor percorrido por corrente imerso em
um campo magnético haverá uma força eletromagnética agindo
sobre este condutor
 Quando se tiver uma espira ou uma bobina de N espiras, dentro
de um campo magnético, fixa a um eixo de rotação, ela sofrerá
uma torção ao ser percorrida por uma corrente elétrica
 O torque atua no sentido de alinhar o eixo magnético da bobina n
com o vetor indução magnética B
 O ângulo entre os vetores n e B é designado por  (ângulo de
torque)
3.6 TORQUE ELETROMAGNÉTICO DE UMA
13
BOBINA
Sobre cada um dos lados ativos
S S

F

da bobina (lados perpendiculares


I I
B
r
n 
às linhas de força) surge uma
2r

força, cujo sentido é dado pela F


I I

regra de Fleming da mão N


(a)
N

esquerda e cujo módulo é n


B
FR
l

calculado por:  I

F n

FT  
FT B
(c)
F
𝐹 = 𝑁. 𝐵. 𝐼. 𝑙. 𝑠𝑒𝑛𝛼 I
I I
FR
(b) F F
3.6 TORQUE ELETROMAGNÉTICO DE UMA
14
BOBINA
 Percebe-se que estas forças S

F
S

podem ser decompostas em duas B


I I

componentes n 
r
2r

A componente radial FR tem sua I

reta suporte passando pelo eixo da


I
F
(a)

espira. As componentes radiais N N

cancelam-se mutuamente e não n


B
FR
l

produzem torque.  I

F n

 A componente tangencial FT tem a FT


FT
 
B

sua direção perpendicular ao raio.


(c)
F
I
As duas componentes tangenciais FR
I I

são as responsáveis pela (b) F F

produção do torque.
3.6 TORQUE ELETROMAGNÉTICO DE UMA
15
BOBINA
O torque é expresso pelo
S S

F

somatório dos momentos das


I I
B
r
n 
forças que agem sobre cada lado
2r

ativo da bobina. Só as forças F


I I

tangenciais causam conjugado, N


(a)
N

portanto: n
B
FR
l

 I

F n

FT  
𝑇 = ෍ 𝐹𝑇 . 𝑟 = 2. 𝐹𝑇 . 𝑟 FT B
(c)
F
I
I I
FR
(b) F F
3.6 TORQUE ELETROMAGNÉTICO DE UMA
16
BOBINA
Mas
S S

F
I I
B

𝐹𝑇 = 𝐹. 𝑠𝑒𝑛𝛼 𝐹𝑇 = 𝑁. 𝐵. 𝐼. 𝑙. 𝑠𝑒𝑛𝛼 n 
r
2r

I I

 Logo F
N
(a)
N

𝑇 = ෍ 𝐹𝑇 . 𝑟 = 2. 𝐹𝑇 . 𝑟 n
B
FR
l

 I

F n

𝑇 = 2. 𝑟. 𝑁. 𝐵. 𝐼. 𝑙. 𝑠𝑒𝑛𝛼 FT
FT
 
B
(c)
F
 Mas a área da bobina é S=2r.L FR
I
I I

Dessa forma
(b) F F

𝑇 = 𝑁. 𝐵. 𝐼. 𝑆. 𝑠𝑒𝑛𝛼
3.6 TORQUE ELETROMAGNÉTICO DE UMA
17
BOBINA
S S

𝑇 = 𝑁. 𝐵. 𝐼. 𝑆. 𝑠𝑒𝑛𝛼 I
F
I
B
r
n  2r
 Nesta equação:
T = torque eletromagnético (Nm); F
I I

 B = indução magnética (T);


(a)
N N

 I = intensidade de corrente (A); n


B
FR
l

 S = área da bobina (m2);


 I

F n

  = ângulo entre o eixo magnético


FT  
FT B
(c)
da bobina (vetor n) e o vetor F
I

indução magnética; FR
I I

(b)
 N = número de espiras da bobina.
F F
3.6 TORQUE ELETROMAGNÉTICO DE UMA
18
BOBINA
Exemplo 3.6: Uma bobina com 500 espiras está imersa num campo
magnético com indução de 0,5 T. A bobina possui área de 200 cm² e
é percorrida por uma corrente de 2A. No instante em que o eixo
magnético da bobina forma um ângulo de 60º com o vetor indução
qual é o valor do torque que atua na espira? R: 8,67N.m
3.6 TORQUE ELETROMAGNÉTICO DE UMA
19
BOBINA
Exemplo 3.7: Uma bobina possui área de 50 mm², 1000 espiras e é
percorrida por uma corrente de 3 A. Se esta bobina estiver imersa
em um campo magnético com indução de 0,2 T qual será o torque
que atua na bobina se o plano paralelo à superfície da bobina
forma um ângulo de 60° com as linhas de força? R: 0,015N.m
3.7 APLICAÇÕES PRÁTICAS
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MOTOR DE CORRENTE CONTÍNUA (CC)


 Um motor elétrico de corrente contínua é uma máquina elétrica a

qual aproveita as forças já estudadas para produzir trabalho.


Dessa forma, o motor elétrico, de maneira geral (tanto CC quanto
CA) converte energia elétrica em energia mecânica.
3.7 APLICAÇÕES PRÁTICAS
21

 Partes Construtivas:
 Estator (Indutor) – Parte que é fixa à
carcaça, pode ser formada por ímãs
permanentes ou eletroímãs.
 Rotor (Induzido) – Também chamado de
armadura, é a parte móvel a qual é
constituída de condutores de cobre
dispostos em ranhuras existentes em um
núcleo cilíndrico, também é constituída de
um conjunto denominado comutador ou
coletor e das escovas, as quais são
fabricadas em carvão e possuem a
função de transmitir a corrente elétrica,
através dos anéis coletores, ao rotor.
3.7 APLICAÇÕES PRÁTICAS
22

 Princípio de Funcionamento: Estator


 Quando se liga o motor, a corrente chega
à bobina de campo, determinando os
polos norte e sul (ou estes polos já estão
determinados caso utilize ímãs
permanentes).
 Há o fornecimento de corrente à
armadura, o que determina polos norte e
sul na armadura.
 Partindo do princípio que polos opostos se
atraem e polos iguais se repelem, o ímã
da armadura, tendo movimento livre, gira,
a fim de que seu polo norte encontre o
polo sul do estator e que seu polo sul
encontre o polo norte do estator.
3.7 APLICAÇÕES PRÁTICAS
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 Princípio de Funcionamento: Armadura


 Quando se liga o motor, a corrente chega (rotor)
à bobina de campo, determinando os
polos norte e sul (ou estes polos já estão
determinados caso utilize ímãs I
permanentes).
 Há o fornecimento de corrente à
armadura, o que determina polos norte e N S
sul na armadura.
 Partindo do princípio que polos opostos se
atraem e polos iguais se repelem, o ímã
da armadura, tendo movimento livre, gira, I
a fim de que seu polo norte encontre o
polo sul do estator e que seu polo sul
encontre o polo norte do estator.
3.7 APLICAÇÕES PRÁTICAS
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 Princípio de Funcionamento:
 Quando se liga o motor, a corrente chega
à bobina de campo, determinando os
polos norte e sul (ou estes polos já estão
determinados caso utilize ímãs I
permanentes).
 Há o fornecimento de corrente à
armadura, o que determina polos norte e N S
sul na armadura.
 Partindo do princípio que polos opostos se
atraem e polos iguais se repelem, o ímã
da armadura, tendo movimento livre, gira, I
a fim de que seu polo norte encontre o
polo sul do estator e que seu polo sul
encontre o polo norte do estator.
3.7 APLICAÇÕES PRÁTICAS
25

 Princípio de Funcionamento:
 Se nada mais acontecesse o motor
pararia, pois uma situação de equilíbrio
seria alcançada (vejam que nesse ponto
chega-se na chamada zona neutra, I
quando por um instante não existem polos
na armadura).
 Por inércia o rotor segue girando, e a
corrente na armadura é invertida (através
do uso do comutador), invertendo, assim,
a posição de seus polos, o norte passa a
ser o polo próximo ao polo norte do
estator e o polo sul passa a ser o polo I
próximo ao polo sul do estator, dessa
forma acontece nova repulsão e o motor
continua em movimento.
3.7 APLICAÇÕES PRÁTICAS
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 Princípio de Funcionamento:
 Se nada mais acontecesse o motor
pararia, pois uma situação de equilíbrio
seria alcançada (vejam que nesse ponto S
chega-se na chamada zona neutra, I
quando por um instante não existem polos
na armadura).
 Por inércia o rotor segue girando, e a
corrente na armadura é invertida (através
do uso do comutador), invertendo, assim,
a posição de seus polos, o norte passa a
ser o polo próximo ao polo norte do
estator e o polo sul passa a ser o polo N I
próximo ao polo sul do estator, dessa
forma acontece nova repulsão e o motor
continua em movimento.
3.7 APLICAÇÕES PRÁTICAS
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MOTOR DE CORRENTE CONTÍNUA (CC)

Este vídeo animado do Motor CC está disponível no Moodle da disciplina.


3.7 APLICAÇÕES PRÁTICAS
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INSTRUMENTO DE BOBINA MÓVEL E ÍMÃ


PERMANENTE (BMIP)
 Possui uma bobina móvel que é percorrida por
corrente elétrica e ímãs permanentes fixos (campo
indutor); os lados da bobina, ao serem percorridos
por corrente ficam sujeitos a um par de forças, as
quais formam um binário e imprimem movimento à
bobina, tem-se fixo à bobina um ponteiro, o qual
se desloca sobre uma escala graduada,
mostrando o valor medido. Maiores detalhes do
funcionamento do instrumento de bobina móvel e
ímã permanente serão estudados na disciplina de
Medidas Elétricas.
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DISCIPLINA DE ELETROMAGNETISMO

OBRIGADO!

PROFESSOR WAGNER ISHIZAKA PENNY


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