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PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR No. 13 , DE 14 DE SETEMBRO DE 2023.

Institui no Município de Lagoinha a Contribuição para


custeio de Iluminação Pública CIP, prevista no artigo
149-A da Constituição Federal de 1988 e dá outras
providências.

Tiago Magno de Oliveira, Prefeito Municipal de Lagoinha, Estado de São


Paulo, no uso de suas atribuições legais e nos termos da Lei Orgânica do Município de
Lagoinha, Faz saber que Câmara Municipal aprovou, e ele sanciona e promulga a
seguinte Lei:

Art. 1º - Fica instituída no Município de Lagoinha a Contribuição de


iluminação Pública - CIP -, conforme previsão contida no artigo 149-A da Constituição
Federal de 1988, destinada a custear os serviços de iluminação pública de vias,
logradouros, praças, jardins, monumentos e assemelhados, e à administração,
instalação, manutenção, melhoramento e expansão da rede de iluminação pública.

Art. 2º - O Fato Gerador da Contribuição de iluminação Pública - CIP – para


imóveis edificados ou não situados nos limites do território do Município de Lagoinha,
cadastrados junto a Concessionária de Distribuição de Energia Elétrica, é o custo dos
serviços de iluminação pública, mediante ligação regular de energia feita à pessoa
física ou jurídica.

Art. 3º - São Contribuintes da Contribuição de iluminação Pública - CIP –


todos os proprietários ou possuidores, a qualquer título, de imóveis situados nas zonas
urbana e rural do Município de Lagoinha.

Art. 4º - A base de cálculo da Contribuição de iluminação Pública - CIP – é


o valor total dos serviços a que alude o artigo 1º desta Lei.

Art. 5º - A Contribuição de iluminação Pública - CIP – será calculada


considerando o estabelecido nos artigos anteriores, de acordo com os níveis de
consumo e seguirão a tabela do Anexo I.

Art. 6º - Os valores dispostos no Anexo I serão reajustados anualmente, nos


termos do índice IPCA da Fundação Getúlio Vargas, ou outro que venha a substituí-lo
mediante ato do Poder Executivo.

Parágrafo Único: Os valores dispostos no Anexo I poderão ser reajustados


e revistos, também, na hipótese de aumento excessivo do valor dos serviços dispostos
no artigo 1º desta Lei, desde que não suportados pelo reajuste previsto no caput deste
artigo.
Art. 7º - A Contribuição de iluminação Pública - CIP – será lançada para
pagamento junto com a fatura mensal de consumo de energia elétrica de cada unidade
consumidora regularmente instalada no Município de Lagoinha.

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Parágrafo Primeiro – O Município celebrará Convênio Público ou Contrato
Público com a Concessionária de Energia Elétrica para estabelecer a forma de
cobrança disposta no caput deste artigo, bem como o repasse do valor arrecadado com
o pagamento da Contribuição de iluminação Pública - CIP – pelos contribuintes.

Parágrafo Segundo – O Convênio ou Contrato a que alude o parágrafo


anterior preverá, obrigatoriamente, o repasse imediato do valor arrecadado pela
Concessionária de Energia Elétrica ao Município, com a retenção dos valores
necessários ao pagamento da energia fornecida para a iluminação pública, bem como
os valores fixados para os serviços de arrecadação e débitos que, eventualmente, o
Município tenha ou venha a ter junto à referida Concessionária em razão dos serviços
dispostos nesta Lei.

Art. 8º - Fica criado o Fundo de Municipal de Iluminação Pública, de natureza


contábil, que será administrado pela Secretaria Municipal de Finanças, para o qual
serão destinados todos os recursos arrecadados com a Contribuição de iluminação
Pública - CIP – para custeio dos serviços previstos nesta Lei.

Parágrafo Único – O Poder Executivo Municipal encaminhará à Câmara


Municipal de Lagoinha um programa de gastos e investimentos, bem como um balanço
anual do Fundo Municipal a que alude o caput deste artigo.

Art. 9º - O Poder Executivo Municipal regulamentará a aplicação da presente


Lei no prazo de 30 (trinta) dias a contar da sua publicação.

Art. 10 – Fica o Poder Executivo autorizado a firmar o Convênio ou o


Contrato Públicos a que se refere o artigo 7º, parágrafo primeiro, desta Lei.

Art. 11 – Para os consumidores enquadrados na Subclasse Residencial


Baixa Renda, devidamente cadastrados no Município a esse título, não incidirá a
cobrança da CIP.

Art. 12 – Aplicam-se à CIP, no que couber, as normas do Código Tributário


Nacional e Legislação Tributária Municipal, inclusive aquelas relativas às infrações e
penalidades.

Art. 13 – Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação, revogadas as


disposições em contrário.

Lagoinha, aos 14 de Setembro de 2023.

Tiago Magno de Oliveira


Prefeito de Lagoinh

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ANEXO I

IMOVEIS RESIDENCIAIS
Consumo mensal de energia elétrica Valor da CIP (mensal)
0 – 30 kwh ISENTO
31 – 80 kwh 7,00
81 – 100 kwh 9,00
101 – 200 kwh 12,00
201 – 300 kwh 15,00
Acima de 300 kwh 18,00

Imóveis Não Residencial (Comercio, Industria, Poder Público, Serviços Públicos


Consumo mensal de energia elétrica Valor da CIP (mensal)
0 – 100 kwh 12,00
101 – 200 kwh 18,00
201 – 400 kwh 24,00
401 – 800 kwh 30,00
801 – 1000 kwh 36,00
Acima de 1000 kwh 48,00

IMOVEIS RURAIS
Consumo mensal de energia elétrica Valor da CIP (mensal)
Independente 8,00

Tiago Magno de Oliveira


Prefeito de Lagoinha

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JUSTIFICATIVA

Excelentíssimos Senhores Vereadores

A presente propositura que ora se encaminha à esta Augusta Casa de Leis tem por
finalidade cumprir a obrigação constitucional imposta a todos os Municípios brasileiros nos
termos do artigo 149-A da Constituição Federal, o qual lhes remete a responsabilidade pelos
serviços de iluminação pública:

Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir


contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de
iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)

Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere


o caput, na fatura de consumo de energia elétrica. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 39, de 2002)

Tal obrigação constitucional veio a ser regulamentada pela ANEEL, que, em data de 09
de setembro de 2010, editou e publicou a Resolução Normativa n° 414, que regulamenta as
Condições Gerais de Fornecimento de Energia Elétrica, estabelecendo, em seu art. 218, que as
Distribuidoras de Energia Elétrica, no caso do Município de Lagoinha, a empresa ELEKTRO –
Eletricidade e Serviços S.A., a partir de 1º de janeiro de 2024 “deve transferir o sistema de
iluminação pública registrado como Ativo imobilizado em Serviço - AIS à pessoa jurídica de
direito público competente”.

Assim, a instituição do presente tributo visa o custeio dos serviços de iluminação pública
de vias, logradouros, praças, jardins, monumentos e assemelhados, e à administração,
instalação, manutenção, melhoramento e expansão da rede de iluminação pública, agora, do
cabedal e responsabilidade do Município de Lagoinha.

E o Município, sob pena de infringir os comandos normativos da Lei de Responsabilidade


Fiscal, notadamente os que punem qualquer espécie de renúncia de receita, tem o dever legal
de instituir a referida contribuição, na medida em que seu orçamento necessita ser ampliado
para fazer frente à essa nova despesa que, antes, era de responsabilidade da Concessionária
de Energia Elétrica.

Certo da compreensão, e pedindo que o presente Projeto de Lei seja deliberado e votado
em regime de urgência, aproveita-se o ensejo para renovar os votos de estima e consideração.

Lagoinha, aos 14 de Setembro de 2023.

Tiago Magno de Oliveira


Prefeito de Lagoinha

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