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Tributos Municipais, Estaduais e Federais

Tributos Federais

É obrigação da distribuidora levar a energia elétrica aos seus consumidores.


Para cumprir esse compromisso, a empresa tem custos que devem ser cobertos pela tarifa de
energia.
De modo geral, a conta de luz inclui o ressarcimento dos custos com:

 Geração de energia;
 Transmissão + distribuição (Transporte de energia até as casas / Fio)
 Encargos e TRIBUTOS

O objetivo aqui é levar informações sobre a cobrança dos tributos.

 PIS - Programa de Integração Social.


 COFINS - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social.

Estas contribuições são exigidas pela União por meio de lei e asseguram recursos para que o
Governo desenvolva atividades voltadas ao trabalhador e sociais do Governo Federal.
À CPFL, mediante as atividades prestadas em sua área de concessão, lhe cumpre a tarefa de
arrecadar as quantias incidentes sobre o faturamento das Notas Fiscais/Conta de Energia Elétrica
e repassá-las ao cofre Estadual e Federal.
O PIS/COFINS estavam embutidos nas tarifas de energia elétrica e eram reajustadas quando dos
reajustes periódicos das tarifas.
A partir da edição das Leis nº 10.637/2002, 10.833/2003 e 10.865/2004, o PIS/COFINS tiveram
suas alíquotas fixadas em 1,65% e 7,6%, respectivamente, passando a ser apuradas de forma
não cumulativa.
O regime anterior, denominado "cumulativo", define-se pela aplicação das alíquotas de 0,65%
para PIS e de 3,00% para COFINS sobre o total de receita bruta auferida e o novo regime,
denominado ?não cumulativo?, define-se pela aplicação das alíquotas de 1,65% para PIS e de
7,6% para COFINS sobre o total líquido entre a receita bruta e determinados abatimentos
permitidos nas bases legais citadas.
O Setor Elétrico, de um modo geral, a exemplo de outros segmentos da economia, enquadra-se
no regime não cumulativo.
As alterações na forma de cálculo e de recolhimento destas contribuições implicaram em retirar
da tarifa de energia o PIS e COFINS quando da homologação pela ANEEL das tarifas a serem
praticadas, e sendo transferida a responsabilidade pelo cálculo e repasse diretamente às
distribuidoras de Energia Elétrica.
Por conta desse novo critério de cálculo as alíquotas de PIS/COFINS apuradas a serem
repassadas via faturamento na conta de luz variam de um mês para o outro, são apresentadas na
própria conta de energia elétrica e calculadas com base no conceito universal de formação de
preço: ?cálculo por dentro?.
A variação deve-se ao fato de estar diretamente relacionado ao volume de créditos (custos) e
débitos (vendas) apurados mensalmente pelas distribuidoras.
A metodologia de cálculo do repasse dessas contribuições está em conformidade com as
especificações da Nota Técnica nº 115/2005-SFF/SER/ANELL de 18/04/05, em substituição ao
modelo de repasse de custos de PIS e COFINS até então praticado.
Em suma, as Concessionárias de Energia Elétrica do Grupo CPFL Energia adotam a aplicação
das normas estabelecidas pela Agencia Nacional de Energia Elétrica ? ANEEL, observando-se
estritamente a sistemática de cálculo estabelecida.
Vide exemplos de cálculos no item 4 - EXEMPLO DE CÁLCULO DOS TRIBUTOS COBRADOS
NA SUA CONTA DE ENERGIA ELÉTRICA.
Deve ser observado que o PIS/COFINS compõem o valor do ICMS, não incidindo sobre a CIP -
Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública.

Tributo Estadual

ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, regulamento aprovado pelo Decreto
45.490/00.
Para fins tributários, a energia elétrica é considerada mercadoria, sendo o imposto instituído no
âmbito do Estado do SP através da Lei 6.374/89, e que posteriormente foi substituída pela atual
Lei 13.918/09.
Previsto no artigo 155 da Constituição Federal de 1988, o ICMS incide sobre as operações
relativas à circulação de mercadorias e serviços e é de competência dos governos Estaduais e do
Distrito Federal.
É regulamentado pelo Código Tributário Nacional- CTN, ou seja, é um conjunto de leis que
instituiu as principais normas de direito tributário exigidas pela Constituição Federal.
A distribuidora tem a obrigação de realizar a cobrança do ICMS direto na fatura e repassá-lo
integralmente ao Governo Estadual.
É um imposto calculado "por dentro", conforme prevê o artigo 33 do Convênio ICM66/88.
O montante do imposto integra sua própria base de cálculo, constituindo o destaque mera
indicação para fins de controle. Tal dispositivo refletido na lei estadual não é inovação, pois o
próprio CTN - Código Tributário Nacional, na redação dada pelo artigo 1º do Ato Complementar nº
27, de 08.12.66, já definia dessa forma o cálculo do ICMS, em seu artigo 53, parágrafo 4º.
Para operacionalizar o cálculo conforme disposto no artigo nº 33 é adotada a fórmula a seguir:
ICMS = [R$ valor da Energia fornecida (consumo/demanda)] X [1/(1 - Alíquota)] - 1
Portanto, no cálculo da energia, como no de qualquer produto, o valor do ICMS faz parte do valor
da operação, que é a base de cálculo.
Segue tabela com os percentuais de cobrança por faixa de consumo em kW/h, conforme a classe
da unidade consumidora:

Classes Faixa de consumo (kWh) Alíquota

0 a 90 Isenta
Residencial 91 a 200 12%
Acima de 200 25%

Poder Público e Autarquias Estaduais Isento

MG(18%)
PR(29%)
Poder Público e Autarquias Municipais
RS(30%)
SP(18%)
Demais classes Qualquer consumo 18%

OBSERVAÇÕES RELEVANTES
Consumidor da classe rural e inscrito no Cadastro de Contribuintes do ICMS junto à SEFAZ ?
Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, que comprovar à CPFL, por meio do documento
CADESP (vide site da SEFAZ www.fazenda.sp.gov.br), que explora atividade produtiva rural (Ex:
Agropecuária, agricultura, aquicultura, entre outras), poderá ter a isenção da cobrança do
imposto. Bastando para tanto que formalize a solicitação junto à empresa por meio dos canais de
atendimento disponibilizados e faça as devidas comprovações.

Tributo Municipal

CIP - Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública


Além dos tributos mencionados acima, a conta de energia elétrica é utilizada para arrecadação da
contribuição para custeio do serviço de iluminação pública (prevista em lei municipal) para as
Prefeituras que efetuam essa cobrança e mantém convênio com a CPFL.
Contribuição Municipal (Contribuição de Iluminação Pública - variável de acordo com o
município).
Previsto no artigo 149-A da Constituição Federal do Brasil de 1988 que estabelece, entre as
competências dos municípios, dispor, conforme lei específica aprovada pela Câmara Municipal, a
forma de cobrança e a base de cálculo da Contribuição.
É atribuída ao Poder Público Municipal toda e qualquer responsabilidade pela operacionalização
e manutenção das instalações de iluminação pública.
A concessionária apenas arrecada a referida contribuição de iluminação pública e repassa para
os respectivos municípios.
A CIP é a principal fonte de recursos para a ampliação dos pontos de iluminação pública,
aumento do potencial de Iluminação já instalado, manutenção e pagamento do consumo da
Iluminação Pública.

Exemplo de Cálculo

EXEMPLO DE CÁLCULO DOS TRIBUTOS COBRADOS NA SUA CONTA DE ENERGIA


ELÉTRICA
Importante ressaltar que, todos os dados necessários para a simulação dos cálculos
constam na própria conta de energia elétrica.
Para este exemplo, considerar-se-á os dados abaixo:

 Unidade consumidora classe Residencial;


 Consumo 210 kW/h;
 Alíquota de ICMS = 25% (Conforme tabela disponibilizada no ítem 2. Tributo Estadual);
 Alíquota do PIS aplicado: 0,86%;
 Alíquota do COFINS aplicado: 3,97%;
 Tarifa/preço (valor de cada kW/h) referente hipoteticamente ao mês de Agosto/2011,
estabelecida pela ANEEL ? Agência Nacional de Energia Elétrica: R$ 0,17759000 ;
 Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública - CIP: R$ 2,80 (essa
contribuição e a fórmula de cálculo são disciplinadas por Lei Municipal e deve ser somada ao
valor total dos insumos cobrados na conta de energia).
PRIMEIRO PASSO: Incluir na tarifa fixada por kWh, os tributos PIS, COFINS e ICMS.

Valor da tarifa publicada pela ANEEL


1- (PIS + COFINS + ICMS)

0,17759000 R$/kWh
1- (0,86% + 3,97% + 25%)

0,17759000
1- (0,0086 + 0,0397 + 0,25)

= 0,253085
R$/kWh

SEGUNDO PASSO: Multiplicar o valor do kWh com tributos inclusos (PIS, COFINS e ICMS) pela
quantidade kWh consumida.
R$ 0,253085 X 210
kWh = R$ 53,15
TERCEIRO PASSO: Incluir ao valor acima calculado a Contribuição de Iluminação Pública (CIP).
Total da Conta a ser paga pelo Consumidor:
R$ 53,15 + R$ 2,80 =
R$ 55,95
OBSERVAÇOES RELEVANTES:
No exemplo acima, o valor da conta de energia sem a incidência dos tributos seria de R$ 37,29,
ou seja, Tarifa (0,17759000) multiplicado pelo total de kWh consumido (210kWh).
Sendo assim, a participação dos tributos neste exemplo, sobre o valor total da conta de energia
elétrica foi de R$ 18,66, ou seja, valor total da conta (R$ 55,95) menos o valor da conta sem
tributos (R$ 37,29).

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