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7ª aula

SINTAXE: TERMOS ESSENCIAIS, TERMOS INTEGRANTES E TERMOS


ACESSÓRIOS

Sintaxe é o ramo da gramática que estuda a disposição das palavras na frase,


bem como as relações entre elas para formar estruturas gramaticais corretas. Para
entender a sintaxe, você precisa conhecer muito bem a morfologia da língua para depois
entender como as classes morfológicas – substantivo, advérbio, adjetivo, verbo,
preposição – transformam-se em funções sintáticas – sujeito, adjunto adverbial,
predicativo do sujeito, predicado, objeto indireto, dentre outros.
Essa análise inclui a identificação dos termos essenciais, integrantes e acessórios
nas orações. Mas, antes de entrar nesse assunto, especificamente, vamos pensar a
respeito da organização da nossa língua portuguesa...
Não existe apenas uma forma de organização das sentenças linguísticas, no
entanto, o fato da língua portuguesa ter a sua sintaxe própria nos impede de realizar
combinações aleatórias das palavras. Observe:
 Ano passado, Maria comprou uma moto nova.
 Maria comprou, ano passado, uma moto nova.
 Maria comprou uma moto nova ano passado.
 Uma moto nova Maria comprou ano passado.
 Ano passado, uma moto nova Maria comprou.
 Uma moto nova Maria comprou ano passado.
As frases acima conseguem nos transmitir uma mensagem adequada, mesmo
soando de modo estranho aos nossos ouvidos, pois preservam a estrutura sintática das
sentenças. No entanto, se eu escrevesse: “Ano passado moto uma Maria comprou”, seria
mais difícil compreender a mensagem, não é mesmo? Isso acontece, pois a sintaxe
determina as (im)possibilidades de associação das palavras da língua portuguesa para a
formação de enunciados claros e precisos.
Os elementos que compõe uma sentença na sintaxe são: a frase, oração e período
e são nesses elementos que encontramos os termos essenciais, integrantes e acessórios.
Aqui, veremos um pouco mais sobre eles.
1 Termos essenciais
São termos indispensáveis para formação da oração, mesmo que o sujeito esteja
indeterminado, oculto... São dois os termos essenciais:

Termos Essenciais Sujeito

Predicado

• Sujeito:
• “Maria foi à escola.” Neste caso, "Maria" é o sujeito da oração.
• “Minha primeira lágrima caiu dentro dos teus olhos”. Núcleo do sujeito:
lágrima. O núcleo do sujeito se relaciona com o verbo.
Podemos entender que o sujeito, na língua portuguesa, adota alguns formatos,
podendo ser determinado, indeterminado ou estar oculto.

A) Sujeito determinado
Assim é classificado quando se pode determinar o elemento ao qual o predicado
se refere, por exemplo, Maria, que foi à escola. O sujeito determinado pode sem simples
ou composto, por exemplo;
 Maria foi à escola (simples);
 Maria e sua amiga foram à escola (composto, pois quem foi à escola foi
Maria e sua amiga).
O sujeito composto, portanto, é formado por dois ou mais núcleos e o sujeito
simples apenas por um.

B) Sujeito indeterminado
Ocorre quando existe um elemento, mas, na oração, não se quis ou se pode
representá-lo. Vejamos:
 Chegaram bem cedo ontem.
Não se sabe, nesse exemplo, “quem chegaram”.
A gramática nos possibilita entender que há duas maneiras de tornar o sujeito
indeterminado:
- com verbos na 3ª pessoa do plural, sem sujeito expresso: Roubaram mina casa.
- com verbos na 3ª pessoa do singular, seguido do elemento SE, denominado
índice de indeterminação do sujeito: Vive-se mal nesta comunidade. Fala-se em
políticas públicas.

Agora, antes de entrarmos nos pormenores do predicado, leia uma curiosidade:


temos um sujeito simples oculto quando o contexto permite definir o agente da ação . Atente-
se:
- Umas pessoas malvadas estiveram lá e roubaram a minha casa.
- Aqueles vândalos presos pela manhã destruíram patrimônios públicos do país.

Uma outra possibilidade de análise acontece quando não há sujeito na oração,


mesmo ele sendo termo essencial. Nessas frases temos verbos que não precisam de
sujeito, sendo chamados de impessoal. Vamos analisar quando ocorrem?
a) com os verbos que indicam fenômeno da natureza: Choveu muito no verão de 2022.
b) com o verbo haver indicando “existência” ou “acontecimento”: Na
comemoração havia muitas crianças.
c) com os verbos ser e estar, indicando tempo: Já são onze horas.
d) com o verbo fazer indicando tempo ou fenômeno da natureza: Faz três horas que
João saiu.
e) com os verbos bastar e chegar seguidos da preposição de: Chega de mimimi!

• Predicado:
Esse elemento, essencial à oração ou ao período, é a informação que se transmite
a respeito de alguém ou algo. Vimos, anteriormente, que pode haver sentença sem
sujeito. Todavia, não existirá uma sentença sem predicado.
A classificação do predicado depende do verbo, que pode ser: de ligação e
nocional (que transmite a ideia de ação), subdividido em transitivo direto, transitivo
indireto, transitivo direto e indireto e intransitivo.

2 Termos integrantes
Fazem parte o complemento verbal, o complemento nominal e o agente da
passiva. Vamos ver cada um deles?

• Complemento Verbal: é um termo integrante da oração que completa o sentido


de um verbo transitivo. Ele responde à pergunta "o quê?" ou "quem?" em
relação à ação expressa pelo verbo. Pode ser dividido em objeto direto e objeto
indireto, a depender do verbo que o predicado carrega.
• Exemplo: "Ela gosta de estudar." "De estudar" é o complemento verbal
que integra o verbo "gosta". Está relacionado ao verbo: se o verbo é
transitivo direto, ele precisa de um complemento chamado objeto direto.
• Exemplo: "Eu comprei um livro." O verbo "comprar" exige um
complemento que responde à pergunta "o quê?".

• Complemento Nominal: é um termo integrante da oração que completa o sentido


de um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio), indicando características,
propriedades ou circunstâncias.
• Exemplo: "Ela está cheia de alegria.". O substantivo "alegria" é
complementado pelo termo "de alegria."

• Agente da Passiva: é um termo que indica quem pratica a ação expressa pelo
verbo na voz passiva. A voz passiva ocorre quando o sujeito sofre a ação do
verbo.
• Exemplo: "O livro foi escrito pelo autor." O autor é quem pratica a ação
de escrever na voz passiva.
• Exemplo: "Ela estava com medo do escuro." "Do escuro" é o
complemento nominal do substantivo "medo".

3 Termos acessórios
Os termos acessórios são termos que não são essenciais para a estrutura básica
da oração, mas adicionam informações ou detalhes ao enunciado. Na análise sintética,
os termos acessórios incluem:

 Adjunto Adnominal:
Exemplo: "O livro interessante estava na estante."
"Interessante" é um adjunto adnominal, pois modifica o substantivo "livro".

 Adjunto Adverbial:
Exemplo: "Ela estudou muito para a prova."
"Muito" é um adjunto adverbial, indicando intensidade da ação "estudou".

 Aposto
Exemplo: Roberto Carlos, rei da música brasileira, não é aclamado por todos os
cidadãos.
“Rei da música brasileira” é um aposto, pois esclarece, explica, identifica ou discrimina
um outro termo da oração.

 Vocativo
Exemplo: Queridos alunos, estudem para a prova.
“Queridos alunos” é um vocativo, isto é, um chamamento, que serve para atrair a
atenção do receptor da mensagem para aquilo que se vai dizer.

Atenção!!! Um erro comum ocorre com a regência Verbal:


● Exemplo de erro: "Ele assistiu o filme no cinema.”
● Correção: "Ele assistiu ao filme no cinema.”
● Explicação: O verbo "assistir" exige a preposição "a" antes do objeto direto, que
deve ser um filme.

Quer aprender mais sobre sintaxe. Leia:

BARBOSA, Cláudia S. Sintaxe do português. [Digite o Local da Editora]: Grupo A,


2016. E-book. ISBN 9788569726333. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788569726333/. Acesso em: 30 jan.
2024.

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