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Seminário de Português

Análise de sintaxe
Aluno: Lucas de oliveira rocha
O que é a análise sintática?

A análise sintática é a parte da gramática que estuda e classifica cada um dos


elementos que integram o período de uma frase. Também é a parte da gramática
encarregada de analisar a função das palavras em uma frase.
Na gramática, o conjunto de palavras que estabelecem sentido completo forma
uma frase, que pode ou não ter verbo. Na análise sintática, o verbo é a palavra
mais importante para a identificação dos demais elementos. Por isso, só ocorre
em frase verbal.
Frase, oração e período

Uma frase é o conjunto de palavras que, juntas, desencadeiam sentido lógico e


completo. Nela, a presença do verbo não é obrigatória. No entanto, vale lembrar que
para a análise sintática a presença do verbo é necessária.

Em uma frase pode haver uma ou mais orações. A oração é toda frase que
contém um verbo ou uma locução verbal e, geralmente, depende de outros
elementos que encontram-se na frase. As orações podem ser ligadas por
vírgulas ou conjunções. Dividem-se de acordo com a função que exercem. Essa
divisão é feita por meio de termos, que podem ser essenciais,
integrantes ou acessórios.

O conjunto de orações forma um período, que pode ser simples (com uma
oração) ou composto (com duas ou mais orações), conforme a quantidade de
verbos que apresentar.
Como fazer a análise sintática

Antes de fazer a classificação dos termos de uma oração, deve-se observar se ela é
verbal ou nominal, pois a análise sintática é feita apenas em frases verbais.

Tendo certeza de que trata-se de uma frase verbal, deve-se iniciar o raciocínio lógico
pelo período simples. Assim, precisa-se encontrar o verbo para descobrir qual é o tipo
de período em questão.

Após encontrar o verbo, deve-se classificar o sujeito e procurar por complementos para,
depois, localizar os predicativos que podem estar ou não presentes no contexto. Por fim,
depois de encontrar o verbo, sujeito e complementos, deve-se procurar os adjuntos
adverbiais ou nominais.
Termos essenciais da oração

São considerados termos essenciais de uma oração o sujeito e predicado. No


entanto, deve-se atentar para o fato de que nem toda oração tem sujeito.
Tipos de Sujeito

1. Sujeito
É o elemento (alguém ou alguma coisa) sobre a qual é dada a informação. À palavra que possui mais importância,
dentro do contexto, classifica-se como núcleo do sujeito.
Exemplos:
• Sua tia ligou, mas não quis deixar recado. (tia é o núcleo do sujeito).
• O casal comprou uma cama. (casal é o núcleo do sujeito).

Sujeito Determinado: quando é possível identificar o sujeito na frase.

Os sujeitos determinados podem ser classificados como simples, quando houver apenas um núcleo, e compostos,
quando houver dois ou mais núcleos.
Exemplos de sujeito simples: A Ana vai à festa sozinha (sujeito: “a Ana”, cujo núcleo é “Ana”).
• Exemplos de sujeito composto: Eu, você e o nosso cão estamos perdidos mais uma vez. (núcleos: Eu, você, cão)
Sujeito Indeterminado: quando a frase possuir um verbo que não faz referência a alguém, tornando impossível de
identificar o sujeito, tem-se um caso de sujeito indeterminado.

Há três casos em que podemos encontrar o sujeito indeterminado:

1) Verbo flexionado na 3ª pessoa do plural


Falaram que a prova será muito difícil.

2) Verbo seguido do pronome se


Ex: Necessita-se de uma ajuda do professor para a resolução do exercício.

3) Verbo impessoal no modo infinitivo


Era muito difícil passar os finais de semana estudando

Oculto ou elíptico ou desinencial: classifica-se como sujeito oculto a frase que o sujeito for um dos pronomes: eu, tu, ele, ela, você,
nós ou vós. Exemplo: Gosto de comer. (sujeito: eu)
Predicado

O predicado é a parte da oração que contém o verbo e que traz informações sobre o
sujeito, podendo ser classificado como: verbal, nominal ou verbo-nominal. Também é
essencial para a oração, pois é esse termo que traz todas as informações
sobre o sujeito.
O predicado também possui um núcleo que pode ser um verbo (predicado
verbal), nome (predicado nominal) ou um verbo e um nome (predicado verbo-
nominal)
Predicado verbal

Predicado verbal é aquele em que seu núcleo é constituído por um verbo; ou


seja, o verbo é a parte principal do predicado. Esse verbo pode ser
classificado em: verbo transitivo direto, verbo transitivo indireto, verbo
transitivo direto e indireto e verbo intransitivo.
Predicado nominal e verbo-nominal

Predicado nominal é aquele em que seu núcleo é constituído por um nome;


ou seja, o nome é a parte principal do predicado. Esse nome é o predicativo
do sujeito. O verbo utilizado no predicado nominal é o verbo de ligação. O
verbo de ligação junta o sujeito ao predicativo. Exemplo: As meninas estavam
muito alegres. Nesse caso, o núcleo do predicado é “muito alegres”, que
chamamos de predicativo do sujeito, ou seja, é o estado das meninas.

O predicado é verbo-nominal quando possui dois núcleos, sendo um


verbo e outro o nome (predicativo do sujeito ou do objeto).
Termos integrantes

Além dos termos essenciais, as frases podem ter termos integrantes, que
ajudam a dar sentido mas não são essenciais, ou seja, sem eles a frase
continua sendo compreensível. Dividem-se em:
Complemento verbal (objeto direto e indireto) e nominal
Agente da passiva
Verbos transitivos

Verbos transitivos são verbos que, tendo sentido incompleto, necessitam de


um complemento verbal para completar o seu sentido, ou seja, necessitam de
um objeto direto e/ou objeto indireto.
Conforme o complemento verbal com o qual estabelecem transitividade, podem
ser classificados em:
• verbos transitivos diretos;
• verbos transitivos indiretos;
• verbos transitivos diretos e indiretos.
Verbos transitivos diretos

Verbos transitivos diretos estabelecem regência verbal com o objeto direto sem o
auxílio de uma preposição, de modo a responder, principalmente, às perguntas o
quê? e quem?
Exemplos com verbos transitivos diretos:
• (Fazer:) A Paula fez o bolo.
• (Ver:) Vocês já viram este filme?
• (Visitar:) Ontem eu visitei minha avó.
• (Atropelar:) Aquele carro atropelou o cachorro.
Verbos transitivos indiretos

Verbos transitivos indiretos estabelecem regência verbal através de uma


preposição com o objeto indireto de modo a responder, principalmente, às
perguntas: de quê? para quê? de quem? para quem? em quem?.
Exemplos com verbos transitivos indiretos:
• Precisar: Estou precisando de ajuda.
• Acreditar: Eu ainda acredito na humanidade.
• Simpatizar: Não consigo simpatizar com ele.
• Saber: Eu já sei de tudo.
Verbos transitivos diretos e indiretos

Verbos transitivos diretos e indiretos estabelecem regência verbal tanto com o


objeto direto como com o objeto indireto. Antigamente eram chamados de
verbos bitransitivos. Habitualmente, o objeto direto é utilizado na indicação de
coisas (o quê?) e o objeto indireto é utilizado na indicação de pessoas (a quem?
de quem? para quem?).
Exemplos com verbos transitivos diretos e indiretos:
• Emprestar: Emprestei meu livro à minha amiga.
• Dar: A mãe deu um presente ao filho.
• Agradecer: O convidado agradeceu o convite ao aniversariante.
• Pagar: Meu pai já pagou a conta ao funcionário.
Verbos intransitivos

Ao contrário dos verbos transitivos, que não apresentam sentido completo, os


verbos intransitivos apresentam sentido completo, não necessitando de
complementos, como o objeto direto e objeto indireto.
Exemplos com verbos intransitivos:
• Morrer: Meu avô já morreu.
• Nascer: Minha neta nasceu ontem.
• Casar: Quando vocês casam?
• Proceder: Isto procede?
Complemento verbal

Os complementos verbais, como o nome indica, são os termos integrantes que


complementam o sentido dos verbos transitivos.
Exemplos:

• Ganhei livros.
• Comi salada.
• Bebi água.
Complemento nominal

O complemento nominal acrescenta informação a um nome (substantivo,


adjetivo ou advérbio) por meio de preposição.
Exemplos: Ele é perito (adjetivo) em cirurgia (complemento nominal).
Ela está longe (advérbio) da verdade (complemento nominal).
Agente da passiva

Na voz passiva, o agente indica quem executa a ação. O termo aparece


seguido de preposição.
Exemplos:
• O cuscuz foi feito por Alana.
• Os índios foram catequizados pelos jesuítas.
Termos acessórios

Dão uma nova informação à frase. Contudo, não tiram o sentido dela
caso estejam ausentes.
Adjunto adnominal

O adjunto adnominal é o termo acessório capaz de especificar um


núcleo nominal e caracterizar um substantivo por meio de adjetivos,
artigos, numerais, pronomes ou locuções adjetivas.
Exemplos:

• O menino educado deu o seu brinquedo à criança de rua. (educado, sua, de


idade = adjunto adnominal)
• A fome de Elaine só aumenta. (de Elaine = adjunto adnominal)
Adjunto adverbial

O adjunto adverbial tem com função indicar uma circunstância: lugar, tempo, modo, meio, causa,
finalidade, intensidade, frequência, companhia
Adjunto adverbial indicando lugar: Eu estudei na sala.
Adjunto adverbial indicando tempo: Eu estudei ontem.
Adjunto adverbial indicando modo: Eu estudei concentradamente.
Adjunto adverbial indicando intensidade: Eu estudei pouco.
Adjunto adverbial indicando companhia: Eu estudei com a Milena.
Adjunto adverbial indicando frequência: Eu estudei todos os dias.
Adjunto adverbial indicando finalidade: Eu estudei para o teste.
Nos exemplos acima, o adjunto adverbial acompanha e modifica um verbo, mas pode
acompanhar e modificar também um adjetivo ou um advérbio.
Os adjuntos adverbiais podem ser ou não destacados por vírgulas, conforme a posição que
ocupam na oração e a extensão do próprio adjunto adverbial.
No fim da oração: O diretor pediu a ajuda dos funcionários educadamente.
No início da oração: Educadamente, o diretor pediu a ajuda dos funcionários.
No meio da oração: O diretor, educadamente, pediu a ajuda dos funcionários.
Adjunto adnominal

O adjunto adnominal é o termo acessório capaz de especificar um


núcleo nominal e caracterizar um substantivo por meio de adjetivos,
artigos, numerais, pronomes ou locuções adjetivas.
• O menino educado deu o seu brinquedo à criança de rua. (educado, sua, de
idade = adjunto adnominal)
• A fome de Elaine só aumenta. (de Elaine = adjunto adnominal)
Aposto

O aposto é a pausa entre um termo e outro para explicar ou exemplificar


uma ideia que aparece na frase. Geralmente aparece separado por
pontuação, que pode ser vírgula, dois pontos, parêntese ou travessão.
Existem 7 tipos de aposto.
1 – Aposto resumidor ou recapitulativo
Aposto resumidor ou recapitulativo e
enumerativo

Resumidor: Resume uma sequência de termos, usando os pronomes indefinidos


“tudo”, “nada”, “nenhum”.
Ex1: Falei com Márcia, Rafaela e Daniel, todos estavam bem.
Ex2: Bebida, festas, viagens, nada me alegrava.

Enumerativo: Apresenta pontuação, em especial, o sinal de dois pontos. Em regra,


enumera dois ou mais itens.
Ex1: Ela me deu dois presentes: um sapato e uma camisa.
Ex2: Na feira, Marcos encontrou tudo que procurava: queijo, alface, maça e carne
de frango.
Aposto explicativo e Distributivo

Aposto explicativo: Apresenta pontuação (vírgula, duas vírgulas, dois pontos e travessões).
Ex1: Encontrei com Marcos ontem – rapaz educado.
Ex2: Encontrei com Marcos ontem: rapaz educado.
Ex3: Encontrei com Marcos ontem, rapaz educado.

Aposto distributivo
Apresenta pontuação e faz uso dos pronomes demonstrativos “este”, “esse”, “aquele”, “outra”,
“aquilo”, etc.
Utiliza-se esse tipo de aposto para retomar elementos do texto.
Ex1: Pedro e Maria são meus amigos: aquele conheci na escola, já esta na faculdade.
Ex2: Ambos trabalham na empresa, um na área de tecnologia e o outro na área comercial.
Aposto especificativo e oracional

Aposto especificativo
Em geral, é um nome próprio e é usado para individualizar um termo. Ele não é separado do nome
que especifica por pontuação.
Ex1: Admiro o escritor Graciliano Ramos.
Ex2: O presidente Donald Trump tem causado muitas polêmicas.

Aposto oracional
Apresenta pontuação, geralmente os dois pontos. Há um verbo dentro do aposto. Por essa razão, é
chamado de oracional.
Em regra, é introduzido pela conjunção integrante “que”, mas também pode aparecer sem o
conectivo.
Ex1: Tenho uma meta: que minhas dificuldades com a língua portuguesa acabem de vez.
Ex2: Juca não tinha feito suas tarefas escolares, fato que aborreceu bastante sua mãe.
Aposto comparativo

Serve, como o nome indica, para comparar um termo da frase com alguma coisa.
Deve ser separado por algum sinal de pontução.
Ex1: A noite, esse oceano que banha de sombra um mundo de sol, é muito fria nos
meses de inverno.
Ex2: A criança, um adulto em formação, deve ser educada para a cidadania
Vocativo

Vocativo vem de “vocação”, ato de chamar alguém. Assim, na gramática é o


termo que serve para chamar alguém. Normalmente, indica com quem se fala.
Esse grupo não possui relação sintática com o sujeito ou predicado da oração.

Exemplos:
• Vá devagar, João!
• Pedro, meu filho, obedeça seu pai.

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