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+02
n Editorial 56
1º trimestre
2017
Mobilidade Elétrica
+03
n

Desafios apresentados
em conferência

Nova Diretiva Baixa Tensão


+07
n

Qualidade de serviço
+09
n

Adotado novo modelo de avaliação

Perguntas Técnicas + frequentes


+10
n 

+11
n Acidentes de origem elétrica

Legislação relevante no sector


+13
n

elétrico em 2016 newsletter


Associação
Certificadora
de Instalações
Eléctricas
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editorial

O
s tempos de incerteza Daí podermos afirmar com forte
que o mundo atraves- convicção, como a CERTIEL o faz
sa têm vindo a colo- na divulgação da formação, que
car, aos profissionais “o Futuro está no conhecimento
de qualquer área de intervenção, – aposte na sua formação”, pois
enormes desafios para os quais só essa aposta nos permitirá vi-
talvez nem sempre se sentirão de- ver e trabalhar com o sentimento
vidamente preparados. Contudo o de que estamos preparados para
reforço do saber e do saber-fazer enfrentar a mudança.
do conhecimento continua a ser o Nesse sentido, sendo um esforço
meio que nos dará melhores ferra- de sempre, nos últimos três anos
mentas para enfrentar um futuro a CERTIEL tem vindo a desenvol-
tão incerto como aquele que todos ver um significativo número de
atravessamos e, nesse sentido, po- conteúdos formativos, que colo-
derá transmitir-nos uma maior se- cámos à disposição dos profis-
gurança e melhores perspetivas de sionais e que julgamos serem um
sucesso. elemento importante na prepa-
Esta certeza e a compreensão de ração teórica e técnica dos mes-
que o conhecimento que adquiri- mos para o futuro que é já hoje.
mos há dez, vinte ou trinta anos, Não podemos deixar de alertar
sendo muito importante, não nos para a importância da clarifica-
permitirá na maioria das situações ção por parte do Estado, quer do
vencer os desafios que diariamen- modelo de certificação das en-
te nos são colocados face à celeri- tidades que desenvolvem ativi-
dade do desenvolvimento tecnoló- dade de formação neste sector, da formação que têm vindo a mos ser por certo sua expetati-
gico que as sociedades enfrentam quer do modelo de qualificação realizar nos últimas anos, por va que venha a ser considerado
e que tornam a importância da for- das centenas de profissionais, iniciativa própria e com grande no âmbito da sua valorização Fernando Manuel Teixeira Mendes
mação contínua mais evidente. que permita o enquadramento esforço individual, e que julga- profissional. Presidente da CERTIEL
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Mobilidade Elétrica
Desafios apresentados em conferência

Sessão de Lisboa
A CERTIEL promoveu, em novembro na capital
e em fevereiro deste ano na cidade do Porto, E m Lisboa o debate contou com a pre-
sença do Diretor-Geral de Energia e
Geologia. Carlos Almeida aproveitou a oca-
duas conferências subordinadas ao tema “Os
desafios da mobilidade elétrica”, abertas aos sião para destacar os objetivos e as razões
profissionais utilizadores dos seus serviços. da aposta do Estado no desenvolvimento
da mobilidade elétrica em Portugal.
Teve depois lugar um conjunto de inter-
A realização destas conferências teve como
venções a cargo da BMW, por Rui Bica,
objetivo a discussão de várias questões atuais da UVE – Associação de Utilizadores de
e pertinentes relativas ao tema, entre elas, as Veículos Elétricos, pela voz do seu pre-
condições técnicas de carregamento de veí- sidente Henrique Sanchez, e da EDP Dis-
culos elétricos no âmbito da perspetiva da sua tribuição, através de Paulo Lúcio e Alcino
utilização, que se pretende cada vez mais ge- Monteiro.
neralizada. De relevar a presença também da Câ-
mara Municipal de Lisboa, representada
Foi preocupação da CERTIEL, ao organizar es- pela Diretora de Mobilidade e Transpor-
tes eventos, que os mesmos contassem com tes, Fátima Madureira.
a participação de um conjunto de entidades O painel de oradores ficou fechado com
as participações da Legrand Eléctrica,
com relevo nesta área inovadora, que pudes-
Schneider, Elergone e CERTIEL.
sem transmitir o conhecimento sobre esta te-
mática segundo diferentes pontos de vista.
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IDEIAS A REGISTAR
Sessão do Porto
DGEG
N a cidade do Porto estiveram presentes a respetiva Câmara Mu-
nicipal, a MOBI.E, enquanto entidade gestora da rede de mobi-
lidade elétrica do país, e a EFACEC.
Direção-Geral de
Energia e Geologia
“Num futuro próximo será possível instalar uma energy box num
condomínio para fazer o carregamento de um veículo elétrico e as-
sociar um cartão à fatura da eletricidade, assumindo o custo desse
A exemplo da sessão ocorrida em Lisboa, a conferência do Porto con- Carlos Almeida carregamento específico, sem prejudicar outros condóminos”.
tou também com as participações da UVE – Associação de Utilizado-
res de Veículos Elétricos, BMW, EDP Distribuição, Legrand Eléctrica e Este foi um dos exemplos apontados pelo Diretor-Geral de Ener-
Elergone. A sessão encerrou com a intervenção da CERTIEL. gia e Geologia a propósito das vantagens associadas ao novo mo-
delo para comercialização de eletricidade, no âmbito da mobili-
dade elétrica. Este novo modelo só é possível com a evolução dos
contadores eletromecânicos para os contadores inteligentes, que
permitirão assegurar vários serviços de forma remota.

UVE
Associação de “Vamos todos ser obrigados a mudar para o veículo elétrico”.
Utilizadores de
Veículos Elétricos Ponto de vista que Henrique Sanchez sustentou com as alterações
climáticas e as limitações exigidas pelas cidades no que respeita
Henrique Sanchez aos níveis de ruído e de poluição. Londres foi um dos exemplos
que deu como uma das cidades que atualmente cobra “taxas al-
tíssimas” à circulação de veículos movidos a combustível fóssil,
recordando que os veículos elétricos (VE) podem circular nessas
zonas restritas aos restantes automóveis.

Manuel Reis
Na intervenção na cidade do Porto, Manuel Reis reforçou a missão
da UVE na divulgação e fomento da mobilidade elétrica, realçando
que os principais desafios são o aumento da confiança na infraes-
trutura de carga dos VE, a possibilidade de viajar com VE entre
países e o aumento da autonomia real para um mínimo de 300 km,
assim como o de chegar à paridade de preço de aquisição com os
veículos com MCI (motor de combustão interna).
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IDEIAS A REGISTAR

EDP CERTIEL
DISTRIBUIÇÃO A EDP, enquanto operador de rede de distribuição, ao apresentar “A mobilidade elétrica não vai parar, já
a evolução ao longo do tempo dos sistemas de contagem de ener- Sílvia Antunes que as necessidades do mercado têm
Paulo Lúcio gia, alertou para a importância que neste domínio terá a opção pressionado as várias entidades a cria-
já efetuada, pela EDP Distribuição, de generalizar a contagem de rem soluções para o carregamento de ba-
energia através de Ebox, elemento que será determinante para o terias em vias públicas e essencialmente
controlo dos consumos e faturação associados à rede da MOBI.E, em espaços privados”, rematou Sílvia
ao permitir um conhecimento muito mais aprofundado dos dia- Antunes, engenheira eletrotécnica da
gramas de carga por ponto de entrega, tornando inteligente a ges- CERTIEL.
tão de consumos de toda a rede e em especial da rede da MOBI.E.

CMP
BMW Município do Porto O vereador da Câmara Municipal do Por-
Face aos novos limites associados às emissões de dióxido de car- to enquadrou a aposta do município na
Rui Bica bono, o responsável da BMWi alertou que “há marcas de automó- Filipe Araújo mobilidade elétrica como uma aposta de
veis que podem desaparecer, se não se adaptarem ao futuro”, re- futuro face às vantagens ambientais que
forçando a aposta da BMW neste domínio concretizada através, a mesma comporta, designadamente a
nomeadamente, do BMW I3, 100% elétrico. redução do ruído e da poluição.
Não deixou ainda de referir que essa
aposta deve ser feita em simultâneo com
um aumento da utilização do transpor-
te público, reduzindo-se assim o núme-
CML ro de veículos em circulação na cidade,
Município de Lisboa O Município de Lisboa destacou o empenho da autarquia na pro-
com especial relevância nas zonas anti-
moção da utilização de transportes públicos e de veículos elétri-
gas. Nesse sentido, o Município do Porto,
Fátima Madureira cos, tendo referido estar a decorrer um concurso para a imple-
após um estudo de viabilidade, irá pro-
mentação de um programa de bicicletas elétricas partilhadas para
mover para muito em breve a substitui-
a cidade. Fátima Madureira referiu igualmente a necessidade de
ção de uma significativa percentagem da
renovação da frota da Carris, que poderá passar pela via elétrica,
sua frota de cerca de 300 veículos para
bem como de renovação da rede piloto de mobilidade elétrica,
veículos elétricos.
que se encontra em curso.
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IDEIAS A REGISTAR

EFACEC LEGRAND
A Efacec fez jus à sua já longa experiência neste domínio e apre- ELÉTRICA A Legrand reforçou a importância de, na
Jorge Rodrigues sentou, como um dos principais participantes na rede de mobili- instalação de soluções de carregamento,
dade elétrica existente em Portugal, a sua gama de soluções de Luis Pacheco ter-se em consideração a instalação de
carregamento em corrente alterna e corrente contínua para este produtos normalizados, por forma a que
mercado inovador. A sua aposta é muito abrangente e apresenta o carregamento dos veículos elétricos
soluções de carregamento rápido, carregamento em zonas públi- em ambiente doméstico não comporte
cas e carregamento doméstico. riscos de segurança. Alertou ainda para
ensaios que comprovam que vulgares
tomadas do tipo schuco utilizadas não
estão adaptadas ao carregamento de
VE, visto haver significativos riscos de
SCHNEIDER sobreaquecimento face ao número de
ELECTRIC A Schneider reforçou a ideia da inevitabilidade de se avançar para horas de funcionamento contínuo que o
a mobilidade elétrica face aos objetivos de redução das emissões carregamento de VE exige.
Carlos Duarte de CO2 para metade até 2050.
Foi igualmente apresentado um conjunto de dados técnicos sobre
as condições de carga dos VE e distribuição das potências unitá-
rias de carga por VE existentes no mercado, atualmente necessá-
rias. Paralelamente, a Schneider reforçou a importância que terá
neste domínio para o cliente a opção por soluções de qualidade MOBI.E
no projeto das instalações de carregamento do VE, pela garantia A visão do programa MOBI.E teve por
António Monteiro
de segurança e fiabilidade que as mesmas comportam. base o facto de se encarar “Portugal
como um espaço natural para o desenho,
desenvolvimento, engenharia, produção e
teste em ambiente real de novas tecnolo-
gias, produtos e serviços para a mobilida-
ELERGONE de elétrica”.
ENERGIAS Como operador e promotor da rede de mobilidade elétrica, a Eler- O projeto teve grande impulso em 2009
gone fez referência a um conjunto de preocupações que se colo- e prevê-se que a fase piloto fique con-
Carlos Sampaio cam enquanto operador da rede da mobilidade elétrica e para as cluída no primeiro semestre de 2017
quais não há resposta. Foi salientada, designadamente, a preocu- para os postos de carregamento rápidos
pação quanto à competitividade ao nível de preços entre postos e no último semestre para os postos de
de carregamento interligados e não interligados à rede MOBI.E. carregamento normais, altura em que
Como reflexão final, ficou a ideia de que o modelo de negócio deverá ter início o mercado.
carece de simplificação e liberdade.
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Nova Diretiva Baixa Tensão

proporcionam um elevado nível de proteção da saúde e DEVERES DOS FABRICANTES


da segurança das pessoas e dos animais domésticos e
dos bens”, e mantém-se igualmente o âmbito de apli- n  evem garantir que o material elétrico que
D
cação correspondente ao “material elétrico destinado colocam no mercado foi concebido e fabri-
a ser utilizado sob uma tensão nominal compreendida cado em conformidade com os objetivos de
entre 50 V e 1000 V para a corrente alterna e entre 75 V segurança;
e 1500 V para a corrente contínua”, com as exclusões n D evem elaborar uma declaração UE de con-

previstas na anterior Diretiva. formidade e apor a marcação CE no material


Porém, pretende-se com as alterações agora introdu- com conformidade demonstrada;
zidas reforçar os mecanismos que permitem assegu- n D evem conservar a documentação técnica

rar que o equipamento elétrico, disponibilizado no referida no anexo III e a declaração UE de


mercado em qualquer país da União Europeia, garan- conformidade durante 10 anos a contar da
te o cumprimento das regras de arte em matéria de data de colocação do material elétrico no
segurança e simultaneamente o funcionamento do mercado;
mercado interno. n D evem assegurar que no material elétrico

Do ponto de vista dos técnicos, será importante reter que colocaram no mercado figura o tipo,
No passado dia 21 de fevereiro foi transposta para o quais são as obrigações dos operadores económicos, o número do lote ou da série, ou outros
direito nacional, através do Decreto-Lei n.º 21/2017, entendendo-se estes como o fabricante, o mandatá- elementos que permitam a sua identifica-
a Diretiva 2014/35/EU, de 26 de fevereiro de 2014. rio, o importador e o distribuidor de material elétrico, ção, ou, se as dimensões ou a natureza do
Esta Diretiva, que entrou em vigor a 20 de abril de entidades que os técnicos contactam direta e indire- material elétrico não o permitirem, que as
2016, revogou a Diretiva 2006/95/CE comummente tamente no exercício da sua profissão e que com esta informações exigidas constem da sua emba-
designada como Diretiva de Baixa Tensão, introduzin- Diretiva têm responsabilidade acrescida na garantia lagem ou de um documento que acompanhe
do um conjunto de alterações que serão de aplicação de que o equipamento elétrico que disponibilizam é o material elétrico;
obrigatória com a sua transposição para o direito na- seguro, seja este de origem de um país da UE ou de n D evem indicar o seu nome, o nome comercial

cional agora ocorrida. um país terceiro. registado ou a marca registada e o endereço


Salientamos aqui algumas das responsabilidades mais postal de contacto no material elétrico ou,
A Diretiva 2014/35/EU mantém os mesmos objetivos da significativas para fabricantes, importadores e distri- se tal não for possível, na embalagem ou
anterior, nomeadamente o de assegurar “que o material buidores, que não dispensam a consulta do texto do num documento que o acompanhe.
elétrico presente no mercado cumpra os requisitos que Decreto-Lei (que poderá consultar na íntegra+).
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A Declaração CE de conformidade anterior passa a designar-se por Declaração UE de


DEVERES DOS IMPORTADORES conformidade e o seu conteúdo foi reformulado, sendo agora a informação disponi-
bilizada de forma mais exaustiva, reforçando-se o princípio de que o seu teor é da
n Antes de colocarem material elétrico no mercado, os importadores devem responsabilidade exclusiva do fabricante.
assegurar que o fabricante aplicou o procedimento de avaliação da con-
formidade adequado;
Declaração CE Declaração UE de conformidade,
n Os importadores devem indicar o seu nome, o nome comercial registado ou
de conformidade: da qual deve constar a seguinte informação:
a marca registada e o endereço postal de contacto no material elétrico ou,
se tal não for possível, na embalagem ou num documento que o acompanhe n Nome e morada do fabricante 1. Modelo do produto/produto (número do produto, do tipo do lote ou
em língua facilmente compreensível; ou do seu mandatário estabe- da série);
n Os importadores devem assegurar que o material elétrico seja acompa-
lecido na Comunidade; 2. Nome e endereço do fabricante ou do respetivo mandatário;
nhado de instruções e informações de segurança numa língua facilmente n Descrição do material elétrico; 3. A presente declaração de conformidade é emitida sob a exclusiva
compreensível pelos consumidores e por outros utilizadores finais; n Referência às normas harmo- responsabilidade do fabricante;
n D evem assegurar que, enquanto um material elétrico estiver sob a sua
nizadas; 4. Objeto da declaração (identificação do material elétrico que permita
responsabilidade, as suas condições de armazenamento ou de transporte n Se aplicável, referência às espe- rastreá-lo; se for necessário para a identificação do material elétrico,
não prejudiquem a sua conformidade com os objetivos de segurança; cificações em relação às quais pode incluir uma imagem a cores suficientemente clara);
n D urante 10 anos a contar da data de colocação do material elétrico no
a conformidade é declarada; 5. O objeto da declaração acima descrito está em conformidade com a
mercado, os importadores devem manter um exemplar da declaração UE n Identificação do signatário com legislação de harmonização da União Europeia aplicável;
de conformidade. competência para vincular o 6. Referências às normas harmonizadas aplicáveis utilizadas ou a outras
fabricante ou o seu mandatário especificações técnicas em relação às quais é declarada a conformidade;
estabelecido na Comunidade; 7. Informações complementares:
n Os dois últimos algarismos do Assinado por e em nome de:
DEVERES DOS DISTRIBUIDORES ano de aposição da marcação (local e data de emissão)
«CE». (nome, cargo) (assinatura)
n  o disponibilizarem material elétrico no mercado, os distribuidores
A
devem agir com a devida diligência em relação aos requisitos da
presente Diretiva; MATERIAL E FENÓMENOS EXCLUÍDOS DO CAMPO DE APLICAÇÃO DA PRESENTE DIRETIVA
n A ntes de disponibilizarem material elétrico no mercado, os distri-
n Equipamento elétrico destinado a ser utilizado navios ou aeronaves e nos caminhos-de-ferro, que
buidores devem verificar se o mesmo ostenta a marcação CE, se vem
numa atmosfera explosiva; satisfaça as regras de segurança estabelecidas
acompanhado dos documentos exigidos pela presente Diretiva e
n Equipamento elétrico para radiologia e para medicina; pelos organismos internacionais de que os Estados-
das instruções e informações respeitantes à segurança, numa língua
n Partes elétricas dos elevadores e monta-cargas; -membros façam parte;
facilmente compreensível;
n Contadores elétricos; n Kits de avaliação fabricados por medida destinados
n O s distribuidores devem assegurar que, enquanto o material elétrico
n Fichas e tomadas para uso doméstico; a profissionais, para uso exclusivo em instalações
estiver sob a sua responsabilidade, as suas condições de armazena-
n Dispositivos de alimentação de vedações eletrificadas; de investigação e desenvolvimento*.
mento ou de transporte não prejudiquem a sua conformidade com os
n Perturbações radioelétricas;
objetivos de segurança.
n Material elétrico especializado para utilização em * Incluído na nova Diretiva
n …
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Qualidade de serviço
Adotado novo modelo de avaliação

N o final do ano passado, durante cerca de dois meses,


a CERTIEL inquiriu os profissionais que consigo traba-
lham sobre a utilidade, o interesse e a qualidade do ser-
Esta nova modalidade de inquérito mostrou ser bem-suce-
dida, não só porque excedeu as melhores expetativas da
CERTIEL em termos de participação, mas também porque
viço que presta. permitiu obter uma apreciação global aos serviços que
Desta vez a CERTIEL optou por um modelo de auscultação disponibiliza.
inovador, que passou pela colocação das questões via email Mais uma vez a CERTIEL agradece a todos os que aceitaram
acedidas através de um simples link, enviado a uma amos- dispor de um pouco do seu tempo para colaborar com a sua
tra variada de profissionais, com a garantia de anonimato. opinião, fundamental para que a CERTIEL possa aferir com
Os temas abordados passaram por: alguma regularidade a qualidade dos seus serviços.
Os gráficos levam-nos a concluir que, apesar de ter havido
n Certificação de projetos algumas alterações em 2016, quer ao nível da análise de
projetos quer ao nível da certificação das instalações, os re-
sultados obtidos são bastante positivos e revelam confiança
n CERTIEL mobile na forma como a CERTIEL tem desenvolvido a atividade.

n Atendimento telefónico geral

n Atendimento técnico

n Qualidade portal

n Atendimento online (chat)

n Qualidade do serviço de inspeção/certificação

n As instalações elétricas em Portugal CONSULTAR AQUI


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Perguntas Técnicas + frequentes


TRABALHOS EM TENSÃO
O QUE REFEREM AS RTIEBT SOBRE SEGURANÇA DOS TÉCNICOS RESPONSÁVEIS NA EXECUÇÃO?

PODEM SER REALIZADOS TRABALHOS NAS INSTA- b) realização dos trabalhos apenas por pes- SÃO CONSIDERADOS TRABALHOS EM TENSÃO AS
LAÇÕES EM TENSÃO? soas qualificadas para este tipo de trabalhos; SIMPLES MANIPULAÇÕES DE APARELHOS?

c) utilização de equipamentos e de ferramen-



Os trabalhos nas instalações podem ser tas apropriados a cada trabalho, os quais de- Não são considerados trabalhos em tensão as
realizados em tensão quando, por motivos de vem ser verificados antes da sua utilização e simples manipulações de aparelhos construí-
serviço, não for conveniente eliminar a ten- controlados periodicamente, de acordo com dos especialmente para serem manobrados
são (RTIEBT 642.2.1). as regras relativas aos trabalhos em tensão. em tensão (RTIEBT 642.2.3).

DEVERÃO EXISTIR MEDIDAS DE SEGURANÇA ADI- QUE EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS SÃO ADE-
CIONAIS? QUADOS PARA TRABALHOS EM TENSÃO?


Quando forem realizados trabalhos em ten- De entre os equipamentos e ferramentas pró-
são, devem ser verificadas, simultaneamente, prios para os trabalhos em tensão, a utilizar
as condições seguintes (RTIEBT 642.2.2): consoante o tipo de trabalho, referem-se (RTIE-
BT 642.2.2):

a) rigoroso cumprimento das regras e das
condições próprias para este tipo de traba- a) luvas isolantes;
lhos, as quais devem ter sido elaboradas por b) óculos e viseiras protetoras;
forma a prevenir os riscos daí resultantes c) calçado isolante;
para a segurança das pessoas e dos bens (in- d) ferramentas isoladas;
cluindo a própria instalação); e) protetores isolantes.
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Acidentes de origem elétrica


ambos os valores ligeiramente acima dos verificados no ano de 2015. Tomando por base
as estatísticas internacionais atrás referidas, haveria a considerar um total de 160 ocor-
rências de origem elétrica.
Apresentamos alguns exemplos de gráficos representativos, que nos permitem tirar algu-
mas conclusões acerca do fenómeno em estudo.
Como exemplo, a incidência dos acidentes durante os meses do ano, onde se verifica a
maior tendência de ocorrências para os meses mais frios, o que poderá estar relacionado
com a utilização dos equipamentos caloríferos e o consequente acréscimo do consumo
de energia elétrica nas habitações, com reflexo na carga aplicada às canalizações.

GRÁFICO 1 Distribuição mensal das ocorrências


30
Em Portugal continuamos sem ter uma avaliação ou estudos com um
tratamento estatístico oficial dos incidentes com origem nas instalações
de utilização de energia elétrica, ao contrário do que se passa com 25

outro tipo de ocorrências, como sejam as criminais ou rodoviárias, razão


pela qual a CERTIEL tem vindo a efetuar, desde há alguns anos, a aná- 20
lise e algum tratamento estatístico das notícias sobre incidentes desse
tipo ocorridos em edifícios. 15

A ssim, estará disponível no portal da CERTIEL o relatório referente ao resultado do re-


gisto dos acidentes e incidentes de origem elétrica que foram noticiados pela impren-
sa nos serviços online a nível nacional, no decurso do ano 2016, integrando ainda os in-
10

cêndios cujas causas são dadas como desconhecidas pelos órgãos de comunicação social, 5
mas que, à semelhança de estudos internacionais, se devem em cerca de 30% dos casos
a causas elétricas. 0
Da informação recolhida no ano de 2016, resultaram 88 registos de acidentes relacio- JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
nados com a utilização de energia elétrica. Por sua vez, os incêndios noticiados em igual Elétricas 17 8 10 7 10 2 5 6 6 4 7 6
Desconhecidas 21 21 27 18 24 21 14 13 18 15 19 28
período sem que tenham sido definidas as suas origens totalizam 239 ocorrências, sendo
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A maioria dos registos de causas elétricas é reportado como uso indevido de equipamen- A importância deste estudo, como não poderia deixar de ser, é a de alertar para a necessi-
tos elétricos, mas os CD (Contacto Direto) ou falhas de isolamento continuam a estar rela- dade de haver uma maior responsabilidade por parte dos agentes em matéria de seguran-
cionados com as ocorrências, geralmente, mais gravosas. De realçar que o curto-circuito, ça de pessoas.
até 2014 tido como o responsável maioritário para este tipo de ocorrências, é desde 2015 Quando olhamos para os dados relacionados com óbitos, feridos e desalojados, não podere-
relegado para segundo lugar. Na verdade, o que estará por detrás da origem do foco de mos deixar de ficar preocupados com o que ainda não se faz neste sector para contrariar esta
incêndio será sempre a incapacidade da instalação, por falta de proteções adequadas, de realidade, principalmente no que diz respeito ao parque habitacional e ao pequeno comércio.
responder com eficácia à franca deterioração dos condutores dos circuitos e dos equipa- Pese embora terem sido registados menos óbitos em 2016 face a 2015, os registos de
mentos por eles alimentados. feridos graves e ligeiros noticiados sofreu um aumento significativo.
Constata-se que a grande maioria dos acidentes está relacionada com o parque habitacio-
nal, o que neste caso representa cerca de 2/3 dos casos noticiados, tanto nos considerados Verifica-se que a relação das ocorrências com causas desconhecidas e causas elétricas é
como sendo de causas elétricas, como nos de causas desconhecidas. Esta realidade con- inequívoca. Pela análise da informação recolhida das variáveis conhecidas, observamos
tinua uma constante em todos os estudos efetuados pela CERTIEL, desde o ano de 2011. um padrão equivalente na grande maioria das vertentes estudadas.

GRÁFICO 2 Ocorrências por tipo de utilização do edifício GRÁFICO 3 Vítimas das ocorrências registadas
250 350

300
200
250

150
200

150
100

100
50
50

0 0
Agrícolas Habitação ERP Indústria Escolar/Hospitalar Óbitos Feridos graves Feridos ligeiros Desalojados
Elétricas 0 45 27 8 8 Elétricas 7 17 64 77
Desconhecidas 11 161 34 33 0 Desconhecidas 18 26 131 228
Global 11 206 61 41 8 Global 25 43 195 305
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Legislação relevante no sector elétrico em 2016

O ano de 2016 foi um ano menos intenso no


que toca a legislação associada ao sector das
instalações elétricas, ainda assim foi publicada privativa do domínio público, para a instalação de pontos LEGISLAÇÃO DIVERSA
alguma legislação relevante. De forma resu- de carregamento de baterias de veículos elétricos em lo-
mida, 2016 fica marcado pela publicação da cal público de acesso público no domínio público. Diretiva n.º 5/2016, de 26 de fevereiro
n 

seguinte legislação: Guia de Medição, Leitura e Disponibilização de Dados de


Portaria n.º 231/2016, de 29 de agosto
n  energia elétrica em Portugal continental.
Estabelece a cobertura, as condições e o capital míni-
LEGISLAÇÃO ANIIE mo do seguro obrigatório de responsabilidade civil por Despacho n.º 4857/2016, de 11 de abril
n 

danos causados no exercício das atividades de comer- Por determinação do Diretor-Geral de Energia e Geologia,
Portaria n.º 97-A/2016, de 20 de abril
n  cialização de eletricidade para a mobilidade elétrica e e na sequência da reorganização das entidades públicas
Fixa o prazo para ser promovido o concurso público desti- de operação de pontos de carregamento para a mobili- que atuam no sector da energia e geologia, foi criado um
nado a selecionar a entidade que exercerá as competên- dade elétrica, e revoga a Portaria n.º 173/2011, de 28 conselho científico, competindo-lhe prestar apoio na defi-
cias cometidas à associação nacional inspetora de insta- de abril. nição das linhas gerais de atuação e tomada de decisão do
lações elétricas (ANIIE). Diretor-Geral.
Resolução do Conselho de Ministros n.º 49/2016, de 1
n 

MOBILIDADE ELÉTRICA de setembro Diretiva n.º 11/2016, de 9 de junho


n 

Estabelece as 1.ª e 2.ª Fases da Rede Piloto MOBI.E. Procedimentos previstos no Guia de Medição, Leitura e
Portaria n.º 220/2016, de 10 de agosto
n  Disponibilização de Dados do Sector Elétrico.
Estabelece as potências mínimas e as regras técnicas a que ANIIE
devem satisfazer as instalações de carregamento de veícu- Resolução da Assembleia da República n.º 210/2016, de
n 

los elétricos em edifícios e outras operações urbanísticas. Portaria n.º 27-B/2016, de 16 de fevereiro
n  28 de outubro
Terceira alteração à Portaria n.º 662/96, de 14 de no- Recomenda ao Governo a regulamentação da Lei n.º 30/
Portaria n.º 221/2016, de 10 de agosto
n  vembro, que aprova o Regulamento da Atividade e /2010, de 2 de setembro, sobre a proteção contra expo-
Estabelece as regras, em matéria técnica e de segurança, Reconhecimento da Associação Nacional Inspetora de sição aos campos elétricos e magnéticos derivados de li-
aplicáveis à instalação e ao funcionamento dos pontos de Instalações Elétricas, o Regulamento da Atividade das nhas, de instalações e de equipamentos eléctricos.
carregamento de baterias de veículos elétricos. Entidades Regionais Inspetoras de Instalações Elétri-
cas e o Regulamento para a Seleção e Reconhecimen- Despacho n.º 14656/2016, de 5 de dezembro
n 

Portaria n.º 222/2016, de 11 de agosto


n  to das Entidades Regionais Inspetoras de Instalações Alteração do Despacho de delegação de competências do
Estabelece os termos aplicáveis às licenças de utilização Elétricas. Ministro da Economia no Secretário de Estado da Energia.
56 janeiro
2017

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