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ISSN:2011799x

Carlo Belloli no Brasil: um brilhante precursor da poesia


concreta1

Maria Gloria Vinci


Universidade de São Paulo
gloriabrasil@hotmail.it

Resumo:
O objetivo desta palestra é chamar a atenção para a experiência artística do poeta, filósofo e
crítico literário italiano Carlo Belloli.
‗40 intitulado Words for War and Wall Texts-poems', Belloli antecipou em cerca de dez anos os
experimentos poéticos do suíço Gomringer e dos brasileiros de Campos e Pignatari. A visão
historiográfica, segundo a qual as três principais linhas de experimentação da nova vanguarda
poética concreta - a brasileira, a suíço-alemã e a italiana - tiveram origens independentes em cada
área, deve ser revisada, assim como a função propulsora e inspiradora d a obra de Carlo Belloli
deve ser melhor avaliada.

Palavras-chave: poesia concreta, vanguarda, Brasil, Itália.

Carlo Belloli no Brasil: um genial precursor da poesia concreta

Resumo:
O objetivo deste trabalho é ressaltar a experiência artística do poeta, filósofo e crítico literário
italiano Carlo Belloli. Com as duas coletâneas de poesias, Parole per la guerra e Testi- poemi
murali, publicadas no começo dos anos 40, Belloli antecipava de quase dez anos as
experimentações poéticas do suiço Gomringer e dos brasileiros De Campos e Pignatari. A
visão historiográfica que afirma que as três principais vertentes de experimentação da nova
vanguarda poética concreta - brasileira, suíço-alemã e italiana - têm uma origem
independente em cada área, deve ser reconsiderada, assim como deve-se reavaliar a obra
impulsionadora e inspiradora de Carlo Belloli.

Palavras-chave: poesia concreta, vanguarda Brasil, Itália.

Carlo Belloli en Brasil: un genial pionero de la poesía concreta

Resumen:
O objetivo deste artigo é destacar a experiência artística do poeta, filósofo e crítico
O literato italiano Carlo Belloli. Com suas coleções de poesias publicadas a partir dos anos 40,
Parole per la guerra e Testi-poemi murali, Belloli se juntou há dez anos às experimentações
poéticas do poeta sueco Gomringer e dos poetas brasileiros De Campos e Pignatari.
A visão historiográfica que diz que as três principais correntes de experimentação da nova
vanguarda poética concreta - a brasileira, a suizo-alemã e a italiana - têm uma origem
independente em cada área, precisa ser revisada, assim como precisa ser mais valorizada a
função propulsora e inspiradora da obra de Carlo Belloli.

Palabras clave: poesía concreta, vanguardia, Brasil, Italia.

1 Este artigo é produto do projeto de pesquisa intitulado A Literatura Italiana Traduzida no Brasil,
realizado numa parceria entre pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC/Brasil) e
da Universidade de São Paulo (USP/Brasil).
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Vinci, M. G. / Carlo Belloli no Brasil: um brilhante precursor da poesia concreta

Carlo Belloli no Brasil: um brilhante precursor da poesia concreta

Resumo:
O objetivo do presente artigo é chamar a atenção para o poeta, filósofo e crítico literário Carlo
Belloli e para sua experiência artística. Com as duas coleções de poemas publicadas no início dos
anos 40, Parole per la guerra e Testi-poemi murali, Belloli antecipou em quase dez anos os
experimentos poéticos do autor suíço Gomringer e dos brasileiros De Campos e Pignatari. A
posição historiográfica, segundo a qual as três principais linhas de experimentação da nova
vanguarda poética concreta, ou seja, aquelas originadas no Brasil, na Suíça e na Itália, tiveram
origens independentes em cada área, deve ser reconsiderada e, ao mesmo tempo, o papel
propulsor e inspirador da obra de Carlo Belloli deve ser reavaliado.

Palavras-chave: poesia concreta, poesia visual, vanguarda, Brasil, Itália.

1. Introdução
Haroldo de Campos, na coletânea de ensaios publicada em 1969 sob o título A arte
no horizonte do provável, afirma que as letras brasileiras sempre foram tributárias da
cultura europeia, principalmente da cultura francesa. Mesmo o movimento
modernista de ʻ22, com sua tomada de consciência ʻem termos universaisʼ e sua
reivindicação de uma identidade cultural nacional, situa-se, para Haroldo, no
horizonte das vanguardas francesas e do futurismo italiano (CAMPOS DE H., 1969).

Somente na década de 1950, com o advento da poesia concreta, cuja elaboração se


deveu ao grupo de poetas reunidos em 1952 em torno da revista Noigandres,
ʼcriou-se no Brasil pela primeira vez em têrmos históricos um movimento de
vanguarda de trânsito nacional e internacional, não subsequente a movimentos
europeus análogos‖ (CAMPOS DE H.,1969, p. 156).

Em sintonia com o desenvolviemnto brasileiro da década de 50 e com a política de


modernização do governo de Juscelino Kubitschek, "desejoso de mostrar ao
mundo a imagem de um novo Brasil plenamente capaz de desempenhar um papel
autônomo e de liderança entre as nações capitalistas mais avançadas" (FABI, 2008,
p. 76), a Poesia Concreta se apresenta, segundo a teorização de seus fundadores,
como um movimento de vanguarda genuinamente brasileiro e, ao mesmo tempo,
como um fenômeno artístico-literário de cunho internacional que rompe com as
teorias dos poetas brasileiros. 76), a Poesia Concreta se apresentava, segundo a
teorização de seus fundadores, como um movimento de vanguarda genuinamente
brasileiro e, ao mesmo tempo, como um fenômeno artístico-literário com afluxo
internacional que rompia com o isolamento cultural do Brasil e o projetava no
meio neovanguardista europeu e norte-americano com um papel de liderança e
um poema de exportação2 .

Mais recentemente, Paulo Franchetti retornou ao caráter autenticamente nacional e à


origem independente da poesia concreta, escrevendo:

[...]não se demonstrou até agora a dependência da poesia concreta brasileira em relação a algum
outro movimento semelhante havido no exterior (muito pelo contrário), e deve-se crer que
Alfredo Bosi e Otto Maria Carpeaux, entre outros, ao citarem Gomringer para esclarecer algo a
respeito da poesia concreta, nada mais estejam fazendo do que seguir o

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2 Veja, a esse respeito, as reflexões de Herba Carvalho (2002) sobre a consonância entre o plano de

nacionalização e desenvolvimento promovido por Kubitschek e a insistência de Haroldo de Campos


na necessidade de realizar uma poesia concreta que fosse uma ‗poesia de exportação'.

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velho figurino de encarar as manifestações literárias nacionais a partir da ideia de uma literatura
metropolitana (FRANCHETTI, 2012, p. 158).

Evidentemente, o próprio Haroldo, ao enfatizar o papel de liderança


desempenhado pelo grupo Noigandres, não deixa de mencionar as experiências
poéticas do suíço-boliviano Eugen Gomringer, que, naqueles mesmos anos e de
forma independente, dirigia seus esforços de pesquisa para um tipo de poesia que,
em suas intenções e resultados, apresentava surpreendentes consonâncias com o
que os poetas brasileiros estavam elaborando.

Em novembro de 1955, Pignatari fêz uma visita à Escola de Ulm. Por acaso, sem que houvesse
qualquer contato ou notícia prévios, encontrou-se, então, com Gomringer. Após cerca de 2
anos de permanência na Europa, sobretudo em Paris, Gomringer foi o primeiro poeta com
que Pignatari se deparava desenvolvendo pesquisas num sentido análogo às do grupo
brasileiro Noigandres (CAMPOS DE H., 1969, p. 158,159).

Geralmente aceita pela maioria dos críticos, essa reconstrução historiográfica tem
o defeito de ofuscar uma rede complexa e, em nossa opinião, até agora mal
compreendida de relacionamentos, c o n t a t o s e encontros insuspeitados entre
os protagonistas da arte e da poesia concreta internacional e, acima de tudo, de
não avaliar totalmente o papel propulsor e inspirador do poeta italiano Carlo
Belloli que, nos anos ‗40', com suas duas coleções poéticas Parole per la guerra e
Testi- poe, acima de tudo, d e não avaliar totalmente o papel propulsor e
inspirador do poeta italiano Carlo Belloli que, nos anos ‗40, com suas duas coleções
poéticas Parole per la guerra e Testi- poemi murali, antecipou os experimentos
poéticos de Gomringer e do grupo Noigandres em cerca de dez anos.

Em 1967, Mary Ellen Solt, ao destacar o papel fundamental de Carlo Belloli como
precursor da poesia concreta, enfatizou que o poeta italiano permaneceu isolado e
que o grupo de brasileiros, assim como o suíço Gomringer, não pôde conhecer sua
obra.

Belloli escreveu uma introdução a Testi poemi-murali explicando suas novas teorias e
relacionando-as a necessidades específicas da linguagem [...]. Essa famosa explicação
antecipou o que foi publicado muito mais tarde no Manifesto da Poesia Concreta, mas
certamente nem Gomringer nem o Grupo Noigandres poderiam estar cientes do trabalho de
Belloli (SOLT, 1969, p. 5, tradução livre).

Em 1994, Paola Rolli rompeu com esse padrão historiográfico e, com base em uma
pesquisa cuidadosa e em uma entrevista pessoal com Carlo Belloli, escreveu:

Gostaríamos de enfatizar imediatamente que uma leitura inicial do corpus revelou uma autoria do
Movimento Concreto que difere daquela atestada pela historiografia oficial. [...] Belloli, em 1943,
uns dez anos antes dos Pignatari, dos irmãos De Campos e dos Gomringer, propôs
engenhosamente a nova concepção espacial da palavra, estruturando semioticamente -
fisicamente - seu semantema (ROLLI, 1994, p. 14, 118).

O que é mais interessante na tese de Rolli é o fato de que Belloli, já nos anos 40,
estabeleceu relações e contatos com aqueles que mais tarde seriam considerados
os protagonistas da arte e da poesia concretas, solicitando, com seu trabalho
brilhantemente antecipatório, novas formas de fazer poesia:

Com base no material examinado até o momento e arquivado cronologicamente, são


evidentes três direções principais de expansão, correspondentes a duas áreas geográficas, da
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publicados por Carlo Belloli desde ‗43: o suíço-alemão (Belloli-Gomringer), o brasileiro


(Belloli-Cordeiro-Villa) e o referente às exposições de Belloli em São Paulo (Belloli-Gullar)
(ROLLI, 1994, p. 127).

Essa intervenção está de acordo com a perspectiva aberta por Rolli, com a
intenção de mostrar não apenas o trabalho precursor de Carlo Belloli, mas, acima
de tudo, de destacar o caráter internacional da experiência neovanguardista após
a Segunda Guerra Mundial e de traçar a natureza inter-relacionada dessas
experiências poéticas.

2. Poesia concreta, ou a materialidade da palavra: do lado do


significante

Este não é o lugar para discutir a novidade da vanguarda concretista no cenário


poético do século XX, nem para discutir as distinções entre poesia concreta, poesia
visual e poesia performática.

Basta mencionar que o nome "poesia concreta" - que em 1956 ganhou


repercussão internacional com a Exposição Nacional de Arte Concreta realizada em
São Paulo - pretendia indicar uma característica essencial dessa nova forma de
poesia, a dimensão material, física e concreta da linguagem: as palavras não são
mais usadas por sua semanticidade, seu significado, mas por seus valores gráfico-
visuais e sonoros, que assumem uma nova centralidade e valor autônomo.

[...] diria eu que há uma poesia concreta. Concreta no sentido em que, postas de lado as
pretensões figurativas da expressão [...], as palavras nessa poesia atuam como objetos
autônomos. [......] eis que os poemas concretos caracterizar-se-iam por uma estruturação
ótico-sonora irreversível e funcional, e, por assim dizer, geradora da ideia, criando uma
entidade toda - dinâmica, -verbivocovisual‖ - é o termo de Joyce - de palavras dúcteis,
moldáveis, amalgamáveis, à disposição do poema (CAMPOS DE. A., 1987, p. 40).

Na base do que tem sido chamado de "poesia concreta" estão várias experiências,
mas o ponto de partida ideal é identificado em Un coup de dés jamais n'abolira le
hasard (1897), de Stéphane Mallarmé, em que a versificação não consiste na
forma linear canônica de configuração e leitura, mas é deslocada em gradientes
espaciais, esquerda/direita ou no centro da página. Os concretistas consideram
essa obra como um salto qualitativo no mundo da poesia e como a inauguração de
uma poesia física e palpável.

A estrutura lógico-discursiva d a literatura representativa realista perde sua


importância, assim como o aspecto cronológico e de verossimilhança das ações e
concatenações de ideias em favor de uma poésie-papier ou poésie-espace.

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Figura 1.Un coup de dés jamais n'abolira le hasard é um poema de Stéphane Mallarmé publicado em
1897 na revista Cosmopolis3

Além de Mallarmé, os precursores e as experiências poéticas anteriores que


inspirariam a poesia concreta são, antes de mais nada, Ezra Pound, os caligramas
de Apollinaire e, é claro, também os experimentos das vanguardas dadaísta e
futurista.

Além disso, os estudos em teoria da comunicação e semiótica e a importância da


mídia de massa, em especial a linguagem da publicidade, não podem ser
ignorados.

De fato, um dos objetivos mais ambiciosos desse tipo de vanguarda era criar uma
poesia que fosse, ao mesmo tempo, altamente experimental, mas também acessível
ao chamado público de massa: uma verdadeira v a n g u a r d a popular, "uma
vanguarda para todos" (FABI, 2008).

Para muitos dos poetas concretistas, a poesia, muito mais do que a prosa,
continuou a atrair um público elitista e erudito, permanecendo cada vez mais
distante e incompreensível para as massas: ela não conseguiu se adaptar aos
desenvolvimentos tecnológicos e econômicos das sociedades industrializadas,
colocando-se à margem,

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3 Figura extraída de La Nouvelle Revue française (1914) disponível
em: https://it.wikipedia.org/wiki/Portable_Document_Format

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como um nicho cultural fechado em si mesmo e efetivamente incapaz de


desempenhar um papel ativo e uma capacidade comunicativa nessas mesmas
sociedades.

A fim de superar o que Haroldo de Campos define como ‗o abismo entre poeta e público', os
Noigandres, como Gomringer, propuseram uma poesia purificada da aura mística e autoral que
cercava as composições poéticas tradicionais, a fim de chegar, construtivamente, à criação de
textos objetivados que eram capazes de esculpir um papel funcional e, portanto, comunicativo,
dentro da comunidade (FABI, 2008, p. 77).

Para isso, acreditam que a poesia concreta, para se fazer entender por um público
não acostumado com os versos da poesia tradicional, deve fazer uso de
procedimentos semelhantes aos utilizados na mídia de massa, tornando as
estruturas ideogramáticas, típicas desse tipo de poesia, facilmente utilizáveis pelas
massas, como um programa de TV ou uma novela.
[...] uma arte geral da linguagem. Propaganda, imprensa, rádio, televisão, cinema, uma
arte popular. A importância do olho na comunicação mais rápida: desde os anúncios luminosos
até às histórias em quadrinhos. A necessidade do movimento. A estrutura dinâmica. O ideograma
como ideia básica (CAMPOS DE, A.; PIGNATARI, D.; CAMPOS DE, H., 1987, p. 63).

No entanto, isso não exclui o poeta concreto de exercer uma crítica interna e solicitar
ao espectador/espectador uma reflexão ativa sobre os mecanismos de alienação das
sociedades consumistas do capitalismo tardio e o poder de manipulação desses
mesmos meios e técnicas de propaganda icônica usados pela mídia de massa.

Figura 2. Beba Coca-Cola (1957), de Décio Pignatari4

4Figura de Tapscott, S.(1997). Twentieth-century Latin American Poetry (Poesia latino-americana do


século XX). A Bilingual anthology. Austin: Universidade do Texas.

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Veja um dos textos mais famosos do movimento concretista brasileiro e seu uso
do meio publicitário em uma chave poética e crítica: beba coca cola, de Decio
Pignatari. Para transmitir sua mensagem, Pignatari parte do slogan da famosa
bebida, destacando inclusive suas cores típicas, e depois o desmonta e remonta
por meio da desconstrução de palavras e permutação de fonemas, até revelar seu
caráter oculto e ‗sabotar sua carga persuasiva original' (FABI, 2008, p. 82). Mesmo
dentro do texto, significados metafóricos ocultos sob o mero significante são
metaforizados, revelando uma mensagem antipropaganda precisa por parte do
autor: na passagem metateísta de -beba‖ (beber = beber) para -babe (babar =
babar, manchar), está aninhada uma alusão à perda da identidade cultural de
alguém e à sujeição do Brasil ao processo de dominação econômica e ideológica de
uma grande empresa multinacional como a Coca-Cola. O verbo -babar‖, de fato,
em português também se refere a um tipo de discurso enganoso e mistificador, que
também pode ser o -da propaganda e do domínio cultural que se impõe aos povos
subdesenvolvidos‖ (FERNANDES,1996, p. 125). Assim, por meio de um jogo
combinatório baseado em uma troca de letras e palavras, a frase inicial sofre uma
série de mutações morfêmicas e semânticas, sendo que -coca‖ e
-cola‖ são deslocados no espaço do texto de modo a assumir os significados
negativos
de cocaína e cola. Por fim, o poema termina com a palavra -cloaca‖, que é
composta pelos fonemas presentes em -coca cola‖, com a provável intenção de
inverter ironicamente e zombar da famosa marca corporativa.

3. O grupo Noigandres e a poesia concreta brasileira

Como mencionado acima, a poesia concreta brasileira está ligada à fundação do


grupo Noigandres e à criação, em 1952, da revista homônima pelos irmãos
Augusto e Haroldo de Campos e Décio Pignatari, aos quais se juntaram mais tarde
Ferreira Gullar, Ronaldo Azeredo e José Lino Grunewald.

Como lembra Paulo Franchetti, no entanto, a primeira edição de Noigandres não


contém nenhum poema que se aproxime daquelas formas experimentais de poesia
que, alguns anos depois, seriam chamadas de poesia concreta: -Se esses poetas,
alguns anos mais tarde, se pretenderem sucintos, econômicos, nesse momento
ainda ostentam uma roupagem brilhante, hiperbólica e prolixa, mas dentro da
moda do seu tempo‖ (FRANCHETTI, 2012, p. 165).

Em tempos,
Decius infante, em nua carne
e amor, distingue-se no mundo o mundo
que imprimia, e seu pólen de sopro, insuflado
no solo, sob as leivas do amaino, em terra própria
semeava [...] (PIGNATARI, 2004, p. 57)

Não sabemos do Mar,


O Mar varonil com seus testículos de ouro
O Mar com seu coração cordial de folhas verdes
E suas imensas brânquias de peixe aprisionado [...]
(CAMPOS DE H., 1952, p. 72)

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Foi somente a partir do segundo número da revista Noigandres, em 1955, que a série
de Poetamenos, ‗o primeiro conjunto sistêmico de poemas concretos', que Augusto de
Campos havia começado a escrever em 1953, foi publicada.

Figura 3. Eis os amantes da série Poetamenos 5

A partir de 1955, os primeiros artigos teóricos d e certa relevância sobre a constituição


e as características da poesia concreta começaram a aparecer em periódicos brasileiros
(-Poesia, estrutura‖ e -Poema e ideograma‖ de Augusto de Campos publicados no
Diário de São P a u l o ; -A obra de arte aberta‖ de Haroldo de Campos, para citar
apenas alguns), muitos dos quais têm como objetivo traçar uma linha evolutiva da
poesia concreta a partir dos precedentes da poesia visual no mundo antigo, passando
por Mallarmé, Pound, Cummings, Apollinaire e, finalmente, pelos poetas concretos
brasileiros.

O fato de Gomringer, que em 1953 havia publicado sua primeira coletânea de


poemas e, ao mesmo tempo, a primeira obra de poesia concreta em alemão,
intitulada Konstellationen, Constellations, Constelaciones, ter começado a colaborar
com poetas brasileiros a partir de 1955 e a compartilhar os mesmos caminhos de
pesquisa, significou que a obra poética dos Noigandres teve um grande impacto
nos círculos internacionais de vanguarda.

-Relação ampliada, localmente, também por um entrelaçamento muito peculiar


entre as trajetórias poéticas do movimento e as trajetórias políticas do governo
brasileiro‖ (FABI, 2008, p. 75). O projeto desenvolucionista de Kubitschek, sua
política de modernização e progresso, encontrou profundas consonâncias com os
princípios da arte construtivista e o funcionalismo arquitetônico de Le

5 Figura extraída de Campos, A. de; Pignatari, D; Campos, H. de (1987). Teoria da Poesia Concreta.

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Cotia: Ateliê Editorial, p. 19.

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Corbusier, cujas características de racionalidade e rigor geométrico


consubstanciavam muitos dos poemas dos concretistas brasileiros.

Acusados pelos seus opositores, os poetas e artistas concretos do Rio, de adotarem um


racionalismo excessivo e ignorarem os problemas sociais, os poetas concretos de São Paulo
procuraram fazer do concretismo uma imitação do modelo nacionalista-desenvolvimentista
de Kubitschek [...]. A poesia concreta, em estreito convívio com a arte concreta, torna-se
também uma vertente do projeto construtivo. Pode-se, por exemplo, comparar o plano-piloto
da poesia concreta com o de Brasília: o esforço de produzir uma obra de arte total,
ultramoderna, funcional, artificial, com o rigor matemático da nova arquitetura de Lúcio Costa
e Niemeyer, trazida por Le Corbusier, e a produção esquemática da poesia concreta com sua
valorização do espaço (CARVALHO, 2002, p. 18).

Esse clima particular de harmonia e ocasião auspiciosa para a colaboração entre a


arte/poesia concreta e o poder político parece de alguma forma justificar o fato de
que a 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta - na qual as obras poéticas dos
Noigandres foram apresentadas ao público pela primeira vez - foi inaugurada em
dezembro de 1956 em São Paulo, no MAM, e novamente apenas um mês depois
no prédio do Ministério da Educação e Cultura no Rio de Janeiro. E foi a partir
desse último evento que a Poesia Concreta causou alvoroço e também alcançou
certa ressonância em nível internacional.

4. Carlo Belloli no Brasil

Em 1943/44, o poeta Carlo Belloli, de 21 anos, nascido em Milão e filho do Conde


de Seriate, publicou duas coleções de poesia intituladas Testi-poemi murali e
Parole per la guerra. Esses são textos poéticos que, embora estejam ligados à
tradição futurista, vão além da poética paroliberal típica de Tommaso Marinetti,
professor e mentor de Belloli, e, por meio de uma operação de desmontagem e
remontagem de palavras, da atenção à disposição espacial das palavras e d o uso
da paranomásia, antecipam as modalidades da nova poética concretista e
visualista.

Figura 4: Poema War/land, de Carlo Belloli 6

6Figura extraída de Belloli, C. (1943). Words for war (Palavras para a guerra). Milão: Edizioni di
futuristi in armi.
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Machado de Almeida escreve:

A revolução provocada por Carlo Belloli muda a própria noção de poesia, estabelecendo
um novo lirismo sem armadura oratória. Com Belloli nasceu o verso branco, a poesia pura
foi estabelecida (mas não no sentido valeryano) como um espetáculo semântico-semiológico,
como uma nova civilização da imagem. Belloli foi o primeiro a propor uma poesia que não é
mais uma canção, mas um ato de fala [...] a pureza linear da letra, considerada como um
ideograma, em um sistema de relações semânticas que é continuamente definido. Belloli é
o verdadeiro iniciador da poesia concreta, assim como é o precursor da visualidade
poética (MACHADO DE ALMEIDA, 1977, p. 3).

Mas quem foi Carlo Belloli? Como as trajetórias artísticas e críticas desse vulcânico
poeta futurista italiano estão ligadas ao Brasil e aos caminhos de pesquisa
semelhantes que Pignatari, de Campos, mas também Gullar e outros estavam
seguindo no campo da poesia naqueles anos? Vamos reconstituir, ainda que
superficialmente, as principais etapas.

Em 1945, Belloli se formou em Roma, que havia se tornado "um polo de atração
para os artistas jovens" após a libertação do regime fascista7 (MEDEIROS, 2007,
p. 66). E foi em Roma, nesse mesmo ano, que ele entrou em contato com
Gomringer, que estava na cidade italiana para fins de estudo8 (ROLLI, 1994, p.
162).

Nos círculos artísticos romanos, o jovem poeta milanês também conheceu Waldemar
Cordeiro, um artista italiano nascido em Roma que, em 1946, mudou-se para São
P a u l o , onde logo entrou em contato com os irmãos de Campos e Pignatari e onde
fundou, junto com outros artistas de vanguarda, o Grupo Ruptura em 1952, lançando
no mesmo ano o manifesto homônimo, considerado a expressão da poética concreta
no campo das artes plásticas e figurativas.

Mas as coincidências não terminam aí. Também em Roma, Belloli entrou em


contato com Emilio Villa (ROLLI, 1994, p. 129), linguista, especialista em idiomas
pré-grego, tradutor, biblista, artista, crítico de arte e, acima de tudo, poeta de
vanguarda e ousado experimentador de novas formas poéticas e linguísticas, que
foi convidado por Pietro Maria Bardi para vir ao Brasil organizar o Museu de Arte
de São Paulo, fundado naqueles mesmos anos.

Pietro Maria Bardi, crítico de arte e comerciante italiano, conheceu a arquiteta Lina
Bo, que se tornaria sua esposa em Roma n o início de 1946 e com quem decidiu se
mudar para o Brasil, onde fundou o Masp em 1947.

Sua partida para o Brasil parece estar ligada ao projeto Studio d'arte Palma, uma
organização artística que ele criou em Roma em maio de 1944,

8Em 1945, Gomringer residiu em Roma, onde estudou arte medieval com Curtius e arte barroca com
Bruhns.
Em 1955, na Basiléia, as obras de Belloli foram publicadas no número 5 da revista -Spirale‖, que lhe
dedicou uma edição monográfica. A revista fundada por Gomringer, juntamente com Marcell Wyss
e Diter Rot, tornou-se um dos órgãos mais importantes para a disseminação da nova vanguarda
concreta.
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-visava exportar e promover a arte e o gosto italianos em países com forte imigração e
importantes oportunidades de mercado‖ (POZZOLI, 2014, p. 2).

No entanto, como enfatiza Pozzoli, a criação do Studio Palma "foi muito além de
meras razões de mercado, encontrando ímpeto em uma ideia coerente da arte e
da cultura italianas e das possibilidades de sua comunicação que se traduziram em
uma necessidade substancial de divulgação" (POZZOLI, 2014, p. 7).

Assim, mesmo quando o Studio, juntamente com o projeto, foi liquidado em 1950,
Bardi continuou com sua ideia de divulgar a arte e a cultura, promovendo, por meio
da organização do MASP, um novo conceito de museu e museologia: -um museu-
vivo, como Bardi chamou depois, um centro cultural, em que as pessoas pudessem
ver obras expostas, mas também aprender sobre a história da arte e tentar produzir as
suas próprias obras, unindo todas as diversas artes‖ (LOBÃO, 2011, p. 260).

O crítico italiano Aldo Tagliaferri escreve:

Se Chateaubriand se mostrou tão audacioso quanto previdente ao confiar a Bardi o ambicioso


projeto de uma galeria de arte de nível internacional em São Paulo [...], este último se
mostrou igualmente lúcido [...] ao convencer Emilio a se juntar a ele no Brasil para estabelecer
os programas culturais da nova instituição, que foi lançada com estrondo em outubro de
1947.
[...] Villa aproveitou a oportunidade oferecida por Pietro Maria Bardi, com quem já se
conhecia há vários anos, e foi morar em San Paolo por cerca de um ano e meio
(TAGLIAFERRI, 2005, p. 51).

Aqui, entre 1951 e 1952, Villa organizou uma exposição sobre a história da arte
(desde os primórdios até a arte contemporânea), e não é mera coincidência o fato
de que foi durante esses anos que as obras de Carlo Belloli chegaram ao Brasil e
foram apresentadas ao público em São Paulo.

Em 1951, algumas amostras de Corpi di poesia de Belloli, uma importante coleção de


poesia p u b l i c a d a no mesmo ano pela Mediterranean Publishing Company
of Rome-New York, uma editora também distribuída na América Latina, foram exibidas
no Círculo Cultural Paulista.

São textos poéticos impressos em materiais novos e incomuns, como rodoide, resinas
fenólicas, Plexiglas, -em que a perfeita correspondência entre sentido e signo é
realizada em estruturas significantes até então inexploradas‖ (ROLLI, 1994, p.
122).

Lúcia Machado de Almeida escreve:

[...] os corpos de poesia de Carlo Belloli, feitos de plexiglas e materiais plásticos


transparentes, publicados em séries numeradas por uma casa americana, eram vendidos a
preços altíssimos para a época pelo livreiro galerista Francisco Pignatari, destinados às
bibliotecas e salões da alta sociedade paulista, aos fazendeiros do sul de Minas, mas
também ao número não desprezível de intelectuais que, como eu, economizavam
dinheiro para comprá-los (MACHADO DE ALMEIDA, 1977, p. 2).

A primeira viagem de Belloli ao Brasil é atestada em 1953. O poeta chegou a São Paulo
com a delegação do Ministério das Relações Exteriores da Itália, do qual era secretário-
geral, para o 4º centenário da fundação da cidade (ROLLI, 1994, p. 130).
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No mesmo ano, no Clube Ipitiranga, em São Paulo, foram apresentadas as obras de


Belloli de 43 a 51: Palavras para a Guerra, Textos Poema-Murais, Quadros Visuais,
Corpos Poéticos, bem como a recitação oral de alguns "textos-poema", no Instituto
Cultural Ítalo-Brasileiro de São Paulo.

A poesia de Belloli constituiu uma presença completamente nova e revolucionária


no Brasil daqueles anos, a primeira revelação profunda das diferentes
possibilidades de uma poesia de vanguarda, -destinada a influenciar toda uma
geração de poetas brasileiros que, no final da década de 1950, subscreveriam
aquele Plano Piloto da poesia concreta, com o qual se deu o nascimento do
concretismo e da visualidade poética na América Latina (MACHADO DE ALMEIDA,
1977, p. 2).

O impacto da obra de Belloli e de suas performances poéticas deve ter sido


profundo e incisivo, se mesmo "no início dos anos 1960, os meninos chamavam de
um branco no branco as torradinhas de queijo quente de seu almoço matinal"
(MACHADO DE ALMEIDA, 1977, p. 2).

Assim, em 1951, a obra de Belloli já era conhecida em São P a u l o , cerca de um ano


antes da fundação da Noigandres e dos primeiros experimentos em poesia concreta de
Campos e Pignatari. É, portanto, no mínimo surpreendente que este último não tenha
feito nenhuma menção a ela.

Durante sua estada no Brasil, Belloli também afirmou ter conhecido, entre
outros, Ferreira Gullar, que ele descreve como um "poeta neoconcretista"
(ROLLI, 1994, p. 130).

Nos anos seguintes, ele conheceu a escultora brasileira Mary Vieira, que conseguiu
fundir arte concreta com movimento e luz, tornando-se uma das mais importantes
representantes da arte cinética. Em 1957, ela se tornou sua esposa e Belloli viveu
com ela, mudando-se entre a Itália, a Suíça e o Brasil.

Protagonista da cena de vanguarda italiana e internacional, em 1961, em Roma, a


convite do editor Vanni Scheiwiller, Belloli lançou a publicação de seu livro de
poemas Stenogrammi della geometria elementare (Estenogramas da geometria
elementar) na livraria Ferro di cavallo (Ferradura), publicada no ano anterior pelo
próprio Scheiwiller. A apresentação contou com a presença de Ezra Pound e
Murilo Mendes9 .

Realizando em meio à guerra "um gesto poético revolucionário", cujas


consequências nem mesmo seu mestre Marinetti, que o definiu em 1944 como "o
futuro do futurismo", poderia ter imaginado, Belloli se destaca como o autêntico
precursor e o brilhante precursor de linguagens e códigos artísticos que
contribuirão para subverter o horizonte da poesia na segunda metade do século
XX.

A visão historiográfica, segundo a qual as três principais direções de experimentação


da nova vanguarda poética concreta e visual - a brasileira, a suíço-alemã e a italiana -
tiveram origem

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9 Além do livro de Belloli, uma série de textos de poetas concretos brasileiros é apresentada pela

primeira vez na livraria romana. Essa é a primeira exposição organizada na Itália sobre poesia
concreta e visual.

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independentes em cada área, sem que seus promotores e protagonistas conheçam


as pesquisas uns dos outros, deve ser revisada, assim como a função de estímulo e
inspiração do trabalho de Carlo Belloli deve ser melhor avaliada.

Por enquanto, a impossibilidade de um reconhecimento exaustivo de sua obra, que só é


fácil para os colecionadores que a adquiriram em sua totalidade, choca-se com a urgência
de identificar as origens e os desenvolvimentos da "poesia concreta", cujo esclarecimento
histórico-crítico é sugerido pelo próprio autor em um ensaio escrito para uma exposição não
realizada na Biblioteca Nacional de Florença, programada para março-abril de 1975: "À espera de
um historiador da literatura que sistematizasse o estudo das origens dessa tendência decisiva
com um espírito crítico severo e um método logístico de linguagem" (PAVANELLO, 2002, p. 6).

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