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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo


LAISSA ZAMBONI, LARISSA CAMPOS, NATHÁLIA ANDRADE, RODRIGO DIAS

Urbanismo hostil: hostilidade do espaço urbano a partir de uma expansão desorganizada.

TAUBATÉ
2023
UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ
LAISSA ZAMBONI, LARISSA CAMPOS, NATHÁLIA ANDRADE, RODRIGO DIAS

Urbanismo Hostil: hostilidade do espaço urbano a partir de uma expansão desorganizada.

Trabalho apresentado no curso de


graduação de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade de
Taubaté.

Orientador: Prof. Edson Trajano

TAUBATÉ
2023
RESUMO

O conceito de urbanismo hostil destaca a importância de abordar questões no


planejamento urbano, visando criar ambientes mais inclusivos, seguros e agradáveis para
todos. Estratégias como promoção de transporte público eficiente, o design de ruas amigáveis
para pedestres e ciclistas, e o investimento em espaços públicos e áreas verdes para contribuir
para a redução da hostilidade percebida nos ambientes urbanos.
INTRODUÇÃO

Urbanismo hostil refere-se a abordagens de planejamento urbano que resultam em


ambientes urbanos pouco acolhedores, inseguros, inconvenientes e desfavoráveis para os
habitantes. Esse conceito está relacionado às decisões de design urbano que atendem às
necessidades e à qualidade de vida das pessoas, muitas vezes em detrimento do tráfego de
veículos, da funcionalidade pura e da maximização do espaço construído. Alguns elementos e
características de um urbanismo hostil incluem: dominância do automóvel: ruas largas,
projetadas principalmente para veículos, em vez de consideradas como necessidades dos
pedestres e ciclistas. Isso pode resultar em áreas inseguras para os não motorizados. Em 2021,
o percentual de pessoas que se sentiam seguras no domicílio (89,5%) era maior do que o
daquelas que se sentiam seguras em seu bairro (72,1%). Informações divulgadas pelo IBGE
(7.dez.2022)

Exultam em ambientes urbanos pouco acolhedores, inseguros, inconvenientes e


desfavoráveis para os habitantes. Esse conceito está relacionado às decisões de design urbano
que atendem às necessidades e à qualidade de vida das pessoas, muitas vezes em detrimento
do tráfego de veículos, da funcionalidade pura e da maximização do espaço construído.
APRESENTAÇÃO DO TEMA

Uma expansão desorganizada do espaço urbano pode ser considerada uma forma de
urbanismo hostil. A hostilidade do espaço urbano pode resultar de um planejamento urbano
inadequado ou inexistente, que leva a uma série de problemas que tornam uma cidade menos
habitável e desafiadora para seus habitantes. Isso pode incluir: 1. Congestionamento de
tráfego: a expansão desordenada muitas vezes resulta em um aumento no número de veículos
nas ruas, causando congestionamentos de tráfego, atrasos e aumento da poluição do ar.
Como parte do nosso cotidiano, arquitetos e urbanistas têm influência direta nas
relações que o indivíduo vivencia com o ambiente urbano, o que afeta diferentes percepções
do espaço como físicas, psicológicas e até mesmo culturais, evidenciando a importância de
um espaço urbano bem planejado, algo que o desenvolvimento urbano capitalista escolhe
ignorar. Áreas verdes são cada vez menos presentes na paisagem, atribuindo um aspecto
desvantajoso para o desenvolvimento e a saúde psicológica dos habitantes de um ambiente
urbanizado.
RELEVÂNCIA

Um urbanismo hostil, nesse contexto, refere-se a um ambiente urbano que não é


acolhedor nem seguro para os seus habitantes. Isso pode criar uma sensação de desconforto,
insegurança e isolamento nas pessoas que vivem ou visitam essas áreas. Além disso, a falta de
planejamento urbano adequado pode levar a disparidades socioeconômicas, onde certos
grupos têm acesso a melhores serviços e qualidade de vida do que outros.

Abordar esse tema é crucial para os urbanistas, planejadores urbanos, arquitetos e


governantes, pois eles desempenham um papel fundamental na criação de cidades mais
habitáveis, sustentáveis e inclusivas. Compreender as causas da hostilidade do espaço urbano
devido à expansão desorganizada é o primeiro passo para desenvolver estratégias eficazes de
planejamento urbano, promovendo o crescimento ordenado das cidades e melhorando a
qualidade de vida de seus habitantes.
PROBLEMA DE PESQUISA

Como a expansão desorganizada das cidades contribui para a hostilidade do espaço


urbano e quais são os impactos sociais, ambientais e econômicos associados a essa
hostilidade? Este problema de pesquisa foca na relação entre a expansão urbana desordenada
e a criação de espaços urbanos hostis. Ele também abre espaço para investigar as várias
dimensões dessa hostilidade, incluindo a segurança dos habitantes, a acessibilidade a serviços
básicos, a qualidade ambiental, a coesão social e as disparidades socioeconômicas.

Ao abordar essa questão, os pesquisadores podem analisar padrões de crescimento


urbano, políticas de planejamento, uso do solo, impactos na comunidade e as percepções dos
residentes para entender melhor os problemas causados pela expansão desorganizada e
explorar soluções para criar espaços urbanos mais acolhedores e inclusivos.
OBJETIVOS

Objetivo geral:

Um olhar mais minucioso revela uma série de desafios referentes à urbanização, que
impactam diretamente a qualidade de vida dos cidadãos. A seguir, destaca-se algumas
características específicas desses problemas:

Objetivos específicos:

Melhoria nos problemas de mobilidade urbana: O aumento do tráfego, a falta de


calçadas acessíveis e o insuficiente planejamento de transporte público são prejudiciais.

Diminuição da degradação do Meio Ambiente: A expansão desordenada de edifícios e


infraestruturas pode comprometer ecossistemas locais e a biodiversidade.
REFERENCIAL TEÓRICO

A industrialização urbana, uma faceta do desenvolvimento moderno, trouxe consigo


um amplo leque de transformações, desafios e oportunidades para as áreas urbanas. À medida
que as indústrias e a produção em massa se tornaram motores da economia, as cidades ao
redor do mundo se expandiram rapidamente, abraçando as promessas da revolução industrial.
No entanto, essa aceleração industrial também gerou uma série de problemas complexos que
afetam diversos setores na vida urbana, coesão social, além do caos referente ao meio-
ambiente.
Segundo o parágrafo do artigo publicado por Tânia Franco “Os principais problemas
ambientais globais surgidos em virtude das poluições químicas - emissões de gás carbônico e
de milhares de outros poluentes, acúmulo de lixo tóxico - que resultam em alterações no
efeito estufa, destruição da camada de ozônio, chuvas ácidas, dentre outros (Capra, 1982;
Beaud e Bouguerra, 1993; Passet,1995; Sachs, 1994; Martine, 1993) decorrem dos padrões de
industrialização vigentes sobretudo nos países avançados, assim como o esgotamento de
recursos não-renováveis. Maimon (1995) elabora uma análise do fenômeno: "Estimativas
recentes indicam que apenas 12% dos estabelecimentos industriais dos países desenvolvidos,
concentrando 20% do valor adicionado, são responsáveis por 2/3 do total da poluição
industrial". É uma realidade paradoxal e contrastante, tendo-se em mente que "atualmente
menos de 1/4 da população mundial consome 80% dos bens e mercadorias produzidos pelo
homem" (Martine,1993). Ela decorre de como a industrialização se faz presente no cotidiano
e em como ela faz uma realidade paralela com os pactos no meio biológico.
A industrialização intensificada e a urbanização geram condições insalubres, com a
intenção de modernizá-las e ampliarem os fatores atrativos da cidade, de forma que o meio
urbano atrai uma maior concentração de pessoas por conta de sua oferta de bens de consumo e
serviços em relação aos espaços rurais. Graças a ela, novos elementos foram introduzidos ao
consumo da população, como por exemplo, o automóvel, onde cada vez mais diminui os
espaços para vivência dos pedestres e a retirada de áreas verdes naturais no meio urbano. A
Biofilia defende que, quanto mais contato com elementos da natureza no dia a dia, maior o
índice de imunidade, menor probabilidade do indivíduo adquirir problemas de saúde, como
exemplo doenças pulmonares por conta da poluição do ambiente; sedentarismo, por conta do
prazer de passar por um ambiente que não afete a vontade das pessoas por escolher o ato de
caminhar ao invés de adicionar mais à imensa concentração de veículos circulando pelo
espaço urbano, emitindo poluentes e agravando efeitos climáticos, o que melhora as
condições para pedestres no espaço urbano, induzindo as pessoas a escolherem meios mais
sustentáveis de locomoção. (SALINGAROS, 2015).

Nesse artigo é subentendido a relação do cidadão com seu entorno, destacando


assuntos como a desigualdade social sendo uma consequência relevante da sociedade atual,
pois, por conta desse fator milhares de cidadãos vivem seu cotidiano em condições insalubres,
totalmente fora do padrão de necessidades humanas, trazendo à tona, a vontade contínua da
conquista individual, como por exemplo, um veículo automotivo, que traz conforto, segurança
e facilidade de locomoção, porém, ao mesmo tempo agrava situações de poluição como
poluição atmosférica, sonora e visual, acrescenta mais números a imensa frota de veículos do
espaço urbano e agravam fatores climáticos desfavoráveis ao interior da cidade, como
exemplo as ilhas de calor. Neste estudo é destacado como o ambiente privado e de alto padrão
é mais bem cuidado e preservado, enquanto o público, malcuidado e com negligências de
manutenção, submetendo os cidadãos a situações de grande estresse e desconforto. Isso gera
uma excessiva competitividade e preservação da vida social, sendo o cidadão substituído pelo
consumidor, e o resultado é que “[…] reduz a possibilidade dos encontros interpessoais
diretos e enriquecedores […]” (SANTOS, 2011).
Como parte do nosso cotidiano, urbanistas e arquitetos têm influência direta nas
relações que o indivíduo vivencia com o ambiente urbano, o que afeta diferentes percepções
do espaço como físicas, psicológicas e até mesmo culturais, evidenciando a importância de
um espaço urbano bem planejado, algo que o desenvolvimento urbano capitalista escolhe
ignorar. Áreas verdes são cada vez menos presentes na paisagem, atribuindo um aspecto
desvantajoso para o desenvolvimento e a saúde psicológica dos habitantes de um ambiente
urbanizado. Sendo assim, habitações, locais de trabalho e espaços públicos são exemplos de
espaços que tendem a ser ocupados por muitas horas frequentemente ao longo de anos e,
portanto, têm maior potencial de gerar efeitos mais duradouros em seus usuários (JEDON e
PAIVA, 2019).
METODOLOGIA

Para investigar as percepções dos moradores sobre a hostilidade do espaço urbano


resultante da expansão desorganizada, este estudo empregou uma abordagem qualitativa
centrada em entrevistas em profundidade e grupos de discussão.

As entrevistas foram conduzidas com uma amostra diversificada de residentes das


áreas afetadas, incluindo diferentes faixas etárias, ocupações e origens étnicas, visando
capturar uma gama abrangente de experiências. Os participantes foram convidados a
compartilhar suas experiências e percepções sobre a hostilidade do ambiente urbano,
destacando áreas problemáticas, preocupações de segurança e impactos na qualidade de vida.

Paralelamente, grupos focais foram organizados com membros da comunidade,


ativistas sociais e urbanistas para explorar questões mais amplas relacionadas à expansão
desorganizada e suas implicações para o tecido social. Além das interações diretas com os
participantes, a observação participante foi realizada em locais estratégicos durante diferentes
períodos do dia para capturar o uso dos espaços públicos, dinâmicas sociais e
comportamentos dos residentes.

A análise dos dados qualitativos envolveu a codificação temática, permitindo a


identificação de padrões significativos, temas emergentes e discrepâncias nas experiências
relatadas. A triangulação dos dados foi realizada comparando as informações obtidas por
meio das entrevistas, grupos focais e observações, proporcionando uma compreensão
aprofundada e contextualizada da hostilidade do espaço urbano nas áreas afetadas pela
expansão desorganizada.
RESULTADOS ESPERADOS

Com o intuito de melhorar a comunicação do ser humano com o espaço urbano, essa
pesquisa tem por fim o incentivo de um desenvolvimento de novas técnicas e regras de
planejamento urbano-regional com a intenção de criar espaços urbanos que respeitem as
diretrizes e necessidades de ambientes urbanos sustentáveis, sem agravar problemas
ambientais e que sejam adequados para vivência do indivíduo. Outro objetivo desta pesquisa
seria a educação da pessoa a respeitar e zelar pelo espaço da cidade em que convive, a fim de
evitar essa hostilização do ambiente. Algumas das consequências esperadas de tal intervenção
seriam:

● Redução de aflições climáticas, com o aumento de áreas verdes e arborizadas,

influenciando diretamente e amenizando os efeitos das Ilhas de Calor. Arborização de


ruas a fim de evitar as superfícies de concreto banhadas pelo sol, gerando um controle
térmico da região.

● Incentivo a utilização de meios de locomoção não poluentes, como ciclovias, as

próprias calçadas e transporte público com o intuito de reduzir a frota de veículos


circulando pelas ruas e subsequentemente a emissão de gases agravadores do efeito
estufa

● Aumento dos espaços caminháveis para o pedestre e diminuição das vias para

automóveis, com a intenção de incentivar o habitante a escolher a caminhada como


meio de locomoção. Isso de uma maneira planejada que não afete drasticamente
qualquer espaço comercial ou residencial na região.

● Redução de problemas psicológicos da população, pois a interação com o ambiente

influencia diretamente na percepção, astral e condição de saúde mental do indivíduo,


pois um espaço urbano em condições favoráveis fortalece o humor da pessoa e ajuda a
evitar aflições e subsequentemente problemas que possam vir a causar mal ao
indivíduo ou a quem estiver ao seu redor.
CRONOGRAMAS

C Trat Ent Elab


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literatur
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Dez X
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

(ALMEIDA, Karla Carvalho de. SOUZA, Rosiane de Oliveira. COSTA, Naiara


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saúde do usuário. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 07, Ed.
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Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal da Bahia - CRH/
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(CAPRA F 1982). O Ponto de Mutação Ed. Cultrix, São Paulo.

(IBGE, 7.dez.2022)

(JEDON, RICHARD; PAIVA, ANDREA). Short and long-term effects of architecture


on the brain: toward theoretical formalization. Science Direct. Frontiers of Architectural
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(MARTINE G 1993). População, meio ambiente e desenvolvimento: o cenário global


e nacional. p. 21-39. In População, Meio Ambiente e Desenvolvimento: Verdades e
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(MAIMON D 1995). Responsabilidade ambiental das empresas brasileiras: realidade


ou discurso? p. 399-416. In C Cavalcanti (org.) - Desenvolvimento e Natureza: Estudos para
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(SANTOS, MILTON). O espaço da cidadania e outras reflexões. 2ª. ed. Porto Alegre:
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(SALINGAROS, Nikos). A. Biophilia & healing environments healthy principles for
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