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UNIVERSIADE DE TAUBATÉ

LAISSA ZAMBONI, LARISSA CAMPOS, NATHÁLIA ANDRADE, RODRIGO DIAS

Área CAPES de Arquitetura e Urbanismo - Técnicas de Análise e Avaliação Urbana e


Regional

Problema de pesquisa:
Hostilidade do espaço urbano a partir de uma expansão desorganizada, seria um
urbanismo hostil?

TAUBATÉ
2023
1) INTRODUÇÃO

Urbanismo hostil refere-se a abordagens de planejamento urbano que resultam


em ambientes urbanos pouco acolhedores, inseguros, inconvenientes e
desfavoráveis para os habitantes. Esse conceito está relacionado às decisões de
design urbano que atendem às necessidades e à qualidade de vida das pessoas,
muitas vezes em detrimento do tráfego de veículos, da funcionalidade pura e da
maximização do espaço construído. Alguns elementos e características de um
urbanismo hostil incluem: Dominância do automóvel: Ruas largas, projetadas
principalmente para veículos, em vez de consideradas como necessidades dos
pedestres e ciclistas. Isso pode resultar em áreas inseguras para os
não motorizados. exultam em ambientes urbanos pouco acolhedores, inseguros,
inconvenientes e desfavoráveis para os habitantes. Esse conceito está
relacionado às decisões de design urbano que atendem às necessidades e à
qualidade de vida das pessoas, muitas vezes em detrimento do tráfego de
veículos, da funcionalidade pura e da maximização do espaço construído.

1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA

Uma expansão desorganizada do espaço urbano pode ser considerada uma forma
de urbanismo hostil. A hostilidade do espaço urbano pode resultar de um
planejamento urbano inadequado ou inexistente, que leva a uma série de
problemas que tornam uma cidade menos habitável e desafiadora para seus
habitantes. Isso pode incluir: 1. Congestionamento de tráfego: A expansão
desordenada muitas vezes resulta em um aumento no número de veículos nas
ruas, causando congestionamentos de tráfego, atrasos e aumento
da poluição do ar. Como parte do nosso cotidiano, arquitetos e urbanistas têm
influência direta nas relações que o indivíduo vivencia com o ambiente urbano,
o que afeta diferentes percepções do espaço como físicas, psicológicas e até
mesmo culturais, evidenciando a importância de um espaço urbano bem
planejado, algo que o desenvolvimento urbano capitalista escolhe ignorar. Áreas
verdes são cada vez menos presentes na paisagem, atribuindo um aspecto
desvantajoso para o desenvolvimento e a saúde psicológica dos habitantes de um
ambiente urbanizado.

1.2 RELEVÂNCIA

Um urbanismo hostil, nesse contexto, refere-se a um ambiente urbano que não é


acolhedor nem seguro para os seus habitantes. Isso pode criar uma sensação de
desconforto, insegurança e isolamento nas pessoas que vivem ou visitam essas
áreas. Além disso, a falta de planejamento urbano adequado pode levar a
disparidades socioeconômicas, onde certos grupos têm acesso a melhores
serviços e qualidade de vida do que outros.
Abordar esse tema é crucial para os urbanistas, planejadores urbanos, arquitetos
e governantes, pois eles desempenham um papel fundamental na criação de
cidades mais habitáveis, sustentáveis e inclusivas. Compreender as causas da
hostilidade do espaço urbano devido à expansão desorganizada é o primeiro
passo para desenvolver estratégias eficazes de planejamento urbano,
promovendo o crescimento ordenado das cidades e melhorando a qualidade de
vida de seus habitantes.

1.3 PROBLEMA DE PESQUISA

Como a expansão desorganizada das cidades contribui para a hostilidade do


espaço urbano e quais são os impactos sociais, ambientais e econômicos
associados a essa hostilidade? Este problema de pesquisa foca na relação entre a
expansão urbana desordenada e a criação de espaços urbanos hostis. Ele também
abre espaço para investigar as várias dimensões dessa hostilidade, incluindo a
segurança dos habitantes, a acessibilidade a serviços básicos, a qualidade
ambiental, a coesão social e as disparidades socioeconômicas. Ao abordar essa
questão, os pesquisadores podem analisar padrões de crescimento urbano,
políticas de planejamento, uso do solo, impactos na comunidade e as percepções
dos residentes para entender melhor os problemas causados pela expansão
desorganizada e explorar soluções para criar espaços urbanos mais acolhedores e
inclusivos.

1.4 OBJETIVOS: GERAL E ESPECÍFICOS

Objetivos Gerais:

Essa pesquisa tem como objetivo, aprofundar nossa compreensão das complexas
questões que afligem o espaço urbano em que vivemos. Um olhar mais
minucioso revela uma série de desafios referentes à urbanização, que impactam
diretamente a qualidade de vida dos cidadãos. A seguir, destaca-se algumas
características específicas desses problemas:

Objetivos específicos:

1.4.1 Problemas de mobilidade urbana: Os problemas relacionados aos


pedestres e ao planejamento urbano viário inadequado são uma característica
marcante. O aumento do tráfego, a falta de calçadas acessíveis e o insuficiente
planejamento de transporte público tornam a locomoção urbana um desafio
diário.
1.4.2 Poluição Ambiental: O estresse constante é provocado por uma variedade
de poluições - sonora, visual e respiratória. Ruídos constantes, uma paisagem
urbana saturada de anúncios e polução do ar resultante de emissões industriais e
veiculares afetam a saúde e o bem-estar dos habitantes urbanos.

1.4.3 Degradação do Meio Ambiente: O crescimento urbano muitas vezes


ocorre à custa do meio ambiente natural. A expansão desordenada de edifícios e
infraestruturas pode comprometer ecossistemas locais e a biodiversidade.

1.4.4 Desafios de Acessibilidade e Inclusão: A acessibilidade para pessoas com


deficiência é muitas vezes negligenciada, tornando difícil a participação plena na
vida urbana. Rampas inadequadas, ausência de sinalização adequada e transporte
público inacessível são apenas alguns exemplos.

2) REFERÊNCIAL TEÓRICO

A industrialização urbana, uma faceta do desenvolvimento moderno, trouxe


consigo um amplo leque de transformações, desafios e oportunidades para as
áreas urbanas. À medida que as indústrias e a produção em massa se tornaram
motores da economia, as cidades ao redor do mundo se expandiram rapidamente,
abraçando as promessas da revolução industrial. No entanto, essa aceleração
industrial também gerou uma série de problemas complexos que afetam diversos
setores na vida urbana, coesão social, além do caos referente ao meio-ambiente.
Segundo o parágrafo do artigo publicado por Tânia Franco “Os principais
problemas ambientais globais surgidos em virtude das poluições químicas -
emissões de gás carbônico e de milhares de outros poluentes, acúmulo de lixo
tóxico - que resultam em alterações no efeito estufa, destruição da camada de
ozônio, chuvas ácidas, dentre outros (Capra, 1982; Beaud e Bouguerra, 1993;
Passet,1995; Sachs, 1994; Martine, 1993) decorrem dos padrões de
industrialização vigentes sobretudo nos países avançados, assim como o
esgotamento de recursos não-renováveis. Maimon (1995) elabora uma análise do
fenômeno: "Estimativas recentes indicam que apenas 12% dos estabelecimentos
industriais dos países desenvolvidos, concentrando 20% do valor adicionado, são
responsáveis por 2/3 do total da poluição industrial". É uma realidade paradoxal
e contrastante, tendo-se em mente que "atualmente menos de 1/4 da população
mundial consome 80% dos bens e mercadorias produzidos pelo homem"
(Martine,1993). Ela decorre de como a industrialização se faz presente no
cotidiano e em como ela faz uma realidade paralela com os pactos no meio
biológico.
A industrialização intensificada e a urbanização geram condições insalubres,
com a intensão de modernizá-las e ampliarem os fatores atrativos da cidade, de
forma que o meio urbano atraia uma maior concentração de pessoas por conta de
sua oferta de bens de consumo e serviços em relação aos espaços rurais. Graças
a ela, novos elementos foram introduzidos ao consumo da população, como por
exemplo, o automóvel, onde cada vez mais diminui os espaços para vivência dos
pedestres e a retirada de áreas verdes naturais no meio urbano. A Biofilia
defende que, quanto mais contato com elementos da natureza no dia a dia, maior
o índice de imunidade, menor probabilidade do indivíduo adquirir problemas de
saúde, como exemplo doenças pulmonares por conta da poluição do ambiente;
sedentarismo, por conta do prazer de passar por um ambiente que não afete a
vontade das pessoas por escolher o ato de caminhar ao invés de adicionar mais à
imensa concentração de veículos circulando pelo espaço urbano, emitindo
poluentes e agravando efeitos climáticos, o que melhora as condições para
pedestres no espaço urbano, induzindo as pessoas a escolherem meios mais
sustentáveis de locomoção. (SALINGAROS, 2015).
Nesse artigo é subentendido a relação do cidadão com seu entorno, destacando
assuntos como a desigualdade social sendo uma consequência relevante da
sociedade atual, pois, por conta desse fator milhares de cidadãos vivem seu
cotidiano em condições insalubres, totalmente fora do padrão de necessidades
humanas, trazendo à tona, a vontade contínua da conquista individual, como por
exemplo, um veículo automotivo, que traz conforto, segurança e facilidade de
locomoção, porém, ao mesmo tempo agrava situações de poluição como
poluição atmosférica, sonora e visual, acrescenta mais números a imensa frota de
veículos do espaço urbano e agravam fatores climáticos desfavoráveis ao interior
da cidade, como exemplo as ilhas de calor. Nesse estudo é destacado como o
ambiente privado e de alto padrão é mais bem cuidado e preservado, enquanto o
público, malcuidado e com negligencias de manutenção, submetendo os
cidadãos a situações de grande estresse e desconforto. Isso gera uma excessiva
competitividade e preservação da vida social, sendo o cidadão substituído pelo
consumidor, e o resultado é que “[…] reduz a possibilidade dos encontros
interpessoais diretos e enriquecedores […]” (SANTOS, 2011).
Como parte do nosso cotidiano, urbanistas e arquitetos têm influência direta nas
relações que o indivíduo vivencia com o ambiente urbano, o que afeta diferentes
percepções do espaço como físicas, psicológicas e até mesmo culturais,
evidenciando a importância de um espaço urbano bem planejado, algo que o
desenvolvimento urbano capitalista escolhe ignorar. Áreas verdes são cada vez
menos presentes na paisagem, atribuindo um aspecto desvantajoso para o
desenvolvimento e a saúde psicológica dos habitantes de um ambiente
urbanizado. Sendo assim, habitações, locais de trabalho e espaços públicos são
exemplos de espaços que tendem a ser ocupados por muitas horas
frequentemente ao longo de anos e, portanto, têm maior potencial de gerar
efeitos mais duradouros em seus usuários (JEDON e PAIVA, 2019).

3) METODOLOGIA
Para investigar as percepções dos moradores sobre a hostilidade do espaço
urbano resultante da expansão desorganizada, este estudo empregou uma
abordagem qualitativa centrada em entrevistas em profundidade e grupos de
discussão. As entrevistas foram conduzidas com uma amostra diversificada de
residentes das áreas afetadas, incluindo diferentes faixas etárias, ocupações e
origens étnicas, visando capturar uma gama abrangente de experiências. Os
participantes foram convidados a compartilhar suas experiências e percepções
sobre a hostilidade do ambiente urbano, destacando áreas problemáticas,
preocupações de segurança e impactos na qualidade de vida. Paralelamente,
grupos focais foram organizados com membros da comunidade, ativistas sociais
e urbanistas para explorar questões mais amplas relacionadas à expansão
desorganizada e suas implicações para o tecido social. Além das interações
diretas com os participantes, a observação participante foi realizada em locais
estratégicos durante diferentes períodos do dia para capturar o uso dos espaços
públicos, dinâmicas sociais e comportamentos dos residentes. A análise dos
dados qualitativos envolveu a codificação temática, permitindo a identificação
de padrões significativos, temas emergentes e discrepâncias nas experiências
relatadas. A triangulação dos dados foi realizada comparando as informações
obtidas por meio das entrevistas, grupos focais e observações, proporcionando
uma compreensão aprofundada e contextualizada da hostilidade do espaço
urbano nas áreas afetadas pela expansão desorganizada.

4) RESULTADOS ESPERADOS

Com o intuito de melhorar a comunicação do ser humano com o espaço urbano,


essa pesquisa tem por fim o incentivo de um desenvolvimento de novas técnicas
e regras de planejamento urbano-regional com a intenção de criar espaços
urbanos que respeitem as diretrizes e necessidades de ambientes urbanos
sustentáveis, sem agravar problemas ambientais e que sejam adequados para
vivência do indivíduo. Outro objetivo desta pesquisa seria a educação da persona
a respeitar e zelar pelo espaço da cidade em que convive, a fim de evitar essa
hostilização do ambiente. Algumas das consequências esperadas de tal
intervenção seriam:

4.1 Redução de aflições climáticas, com o aumento de áreas verdes e


arborizadas, influenciando direto e amenizando os efeitos das Ilhas de Calor.
Arborização de ruas a fim de evitar as superfícies de concreto banhadas pelo sol,
gerando um controle térmico da região.

4.2 Incentivo a utilização de meios de locomoção não poluentes, como ciclovias,


as próprias calçadas e transporte público com o intuito de reduzir a frota de
veículos circulando pelas ruas e subsequentemente a emissão de gases
agravadores do efeito estufa

4.3 Aumento dos espaços caminháveis para o pedestre e diminuição das vias
para automóveis, com a intenção de incentivar o habitante a escolher a
caminhada como meio de locomoção. Isso de uma maneira planejada que não
afete drasticamente qualquer espaço comercial ou residencial na região.

4.4 Redução de problemas psicológicos da população, pois a interação com o


ambiente influencia diretamente na percepção, astral e condição de saúde mental
do indivíduo, pois um espaço urbano em condições favoráveis fortalece o humor
da pessoa e ajuda a evitar aflições e subsequentemente problemas que possam
vir a causar mal ao individuo ou a quem estiver ao seu redor.

5) CRONOGRAMAS
Coleta de Tratament Entrega Elaboração Entrega
dados e o dos dados relatório relatório relatório
revisão parcial final final
de
literatur
a
Agosto X
Setembro X X
Outubro X X X
Novembr
o
Dezembro

6) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

https://www.scielo.br/j/csc/a/xpjStHyz9MQfrvmLx4mzStR/
https://periodicos.ufmg.br/index.php/geografias/article/download/
19738/30266/125457
https://blog.archtrends.com/arquitetura-hostil/
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/arquitetura/neurociencia-e-
design
ALMEIDA, Karla Carvalho de. SOUZA, Rosiane de Oliveira. COSTA, Naiara
Vilela. Neurociência e design biofílico aplicados ao urbanismo: a relação entre a
cidade e a saúde do usuário. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do
Conhecimento. Ano. 07, Ed. 01, Vol. 02, pp. 65-79. Janeiro de 2022. ISSN:
2448-0959, Link de acesso:
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/arquitetura/neurociencia-e-design,
DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/arquitetura/neurociencia-e-design
Centro de Recursos Humanos, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas,
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ss, Federação, Salvador, Bahia, 40.210-340, Brasil. tf@ufba.br Tel: 071-
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