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Fluido Envirotemp™ FR3™

Guia de Armazenamento, Instalação,


Comissionamento e Manutenção de
Transformadores com Fluido FR3
G2300P
Junho, 2017

Cargill Industrial Specialties


P.O. Box 5700, MS66
Minneapolis, MN 55440-5700
1-800-842-3631
envirotempfluids.com

Envirotemp™ and FR3™ are valuable trademarks of Cargill, Incorporated.


IEEE Standard C57.104™ and IEEE Standard C57.147™ are trademarks of the Institute of Electrical and Electronics Engineers, Inc.
IEC® is a registered trademark of the International Electrotechnical Commission
©2016 Cargill, Incorporated. All Rights Reserved.
IMPORTANTE:
Este guia aplica-se a transformadores imersos
em fluido Envirotemp™ FR3™ em geral, e tem por
objetivo prover informação e orientação para a
correta aplicação do fluido FR3 em
transformadores. Este guia não substitui o
manual de Operação e Manutenção do fabricante
do equipamento original (OEM). Cada instalação
ou transformador imerso em fluido FR3 pode ter
características particulares que exijam passos
adicionais ou distintos dos descritos nesse guia.
Em todos os casos, consultar e seguir os
procedimentos, passos e orientações
específicas do manual de Operação e
Manutenção do fabricante do equipamento.
Procedimentos, passos e ações de mitigação de Figura 1
O fluido FR3 tem sido aplicado em transformadores de
riscos diferentes, adicionais ou mais rígidas distribuição e potência até 420kV.
podem ser exigidos pelo fabricante do
equipamento para assegurar que a garantia do
produto não seja anulada. Requisitos adicionais CONTEÚDO
podem ainda ser determinados por normas de Introdução .................................................................... 1
operação e manutenção industrial, restrições de Conteúdo ...................................................................... 1
campo ou por requisitos legais,
regulamentações e códigos locais aplicáveis. Informações de Segurança ........................................ 2
Fluido Envirotemp™ FR3™ .......................................... 3
INTRODUÇÃO Preparação do Transformador para Despacho e
Transformadores são projetados, fabricados e Transporte .................................................................... 7
ensaiados dentro de elevados padrões industriais. Esse Recebimento do Transformador ................................. 8
documento assume como premissa que os Ensaio do Fluido ....................................................... 11
transformadores atendem aos níveis de qualidade e Instalação do Transformador ................................... 12
confiabilidade requeridos para uma operação
apropriada e bom desempenho de longo prazo em Ensaios / Comissionamento .................................... 13
serviço. Manutenção ............................................................... 17
Devido às similaridades entre o fluido Envirotemp™ Ensaios de Diagnóstico ............................................ 20
FR3™ e o óleo mineral convencional, muitos dos Análise de Gases Dissolvidos ................................. 23
procedimentos tradicionais são aceitáveis para Tratamento do Fluido................................................ 26
transformadores imersos em fluido FR3.
Compatibilidade de Material .................................... 26
Este guia pretende apoiar as atividades de manutenção Reparação de Transformadores Imersos em Fluido
com ensaios e procedimentos de avaliação específicos, FR3 .............................................................................. 28
assim como critérios e métodos de manutenção para
Vazamentos ............................................................... 31
transformadores imersos em fluido FR3, os quais podem
ser diferentes dos tradicionalmente aplicados para óleo Métodos de Descarte do Fluido ............................... 32
mineral ou outros fluidos à base de éster natural. Passos Referências ................................................................ 33
adicionais podem ser exigidos para transformadores
específicos ou condições locais específicas.
Mais de 100 fabricantes de transformadores fabricaram
com sucesso transformadores imersos em fluido FR3.
Transformadores imersos em fluido FR3 estão em
operação nos seis (6) continentes, em mais de 35
países.

1
INFORMAÇÕES DE SEGURANÇA

Os produtos da Cargill atendem ou superam todas as normas industriais aplicáveis relativas à segurança dos
produtos. Promovemos ativamente a prática da segurança na utilização e manutenção dos nossos produtos através
da nossa literatura de serviço, programas de treinamento educativos e os contínuos esforços de todos os
colaboradores da Cargill envolvidos no projeto, produção, vendas, marketing e assistência técnica.

Este Guia não cobre procedimentos e ações


necessários para garantir a segurança do trabalhador no Definição Indicação Atenção Especial
manuseio do fluido FR3. Os leitores devem buscar
informações adicionais para assegurar que todas as Este manual tem importantes indicações:
práticas e procedimentos industriais legais, regulatórios IMPORTANTE: Indica uma informação para
e de segurança sejam compreendidos e seguidos. ! ajudar a evitar a degradação desnecessária
As instruções deste manual não pretendem ser um do produto, danos ao equipamento ou
substituto do correto treinamento ou da experiência aplicação imprópria, particularmente se a prática
adequada na operação segura do equipamento aqui diferir das práticas comuns de armazenamento e
descrito. Somente técnicos competentes e manuseio de óleo mineral convencional de
familiarizados com este equipamento devem instalar, transformador.
operar e realizar manutenção no mesmo. Um técnico
deverá possuir as seguintes qualificações:
 Estar completamente familiarizado com estas
instruções.
 Estar treinado em práticas e procedimentos de
segurança de operação de alta e baixa tensão
aceitos pela indústria.
 Estar treinado e habilitado para energizar,
desenergizar, liberar e efetuar aterramento de
equipamentos de distribuição de energia.
 Estar treinado no cuidado e utilização de
equipamentos de proteção, tais como roupas
antichama, óculos de segurança, protetor facial,
capacete, luvas de borracha, hotstick, etc.

2
FLUIDO ENVIROTEMP™ FR3™ [4] no meio ambiente, e determinado como não tóxico,
conforme ensaios de toxidez oral [5] e aguda em
O fluido FR3 é um refrigerante dielétrico facilmente ambiente aquático [6]. A tonalidade verde do fluido FR3
biodegradável, renovável, à base de éster natural (óleo reflete seu perfil ambiental favorável (Tabela 2) e
vegetal), para uso em transformadores de distribuição e claramente o distingue dos óleos à base de petróleo.
potência, onde suas exclusivas propriedades
ambientais, químicas, elétricas e de segurança contra O fluido FR3 possui pontos de fulgor/combustão
incêndio são vantajosas. Os limites de especificação excepcionalmente altos, de aproximadamente
para fluido novo conforme ASTM D6871 [1], IEEE 330/360°C – a mais alta resistência à ignição de
C57.147 [2] e IEC 62770 [3] são apresentados na qualquer fluido dielétrico de alto ponto de combustão
Tabela 1. Perto de vinte anos de experiência em campo disponível atualmente – sendo classificado como fluido
e mais de 1.000.000 de transformadores em serviço, de “alto ponto de combustão”, “resistente ao fogo”, “IEC
confirmam seu excelente desempenho. classe K”, fluido “não propagante”, aprovado pela FM
Global [7] e classificado pela Underwriters Laboratories
O fluido FR3 é formulado à base de óleo de sementes e [8] como Líquido Dielétrico Resistente ao Fogo para uso
aditivos de melhoria de desempenho, não contendo conforme NEC (USA National Electric Code) [9] e
petróleo, halogênios, silicones ou enxofre corrosivo. O normas industriais de segurança [10].
fluido FR3 se biodegrada rapidamente e completamente
Tabela 1
Limites de Especificação Recomendados para Fluido Envirotemp FR3
Método de Ensaio Limites de Especificação
Propriedade ASTM ISO/IEC ASTM D6871 / IEEE C57.147 IEC 62770
Elétrica
Rigidez Dielétrica (kV) D877 ≥ 30
1 mm gap D1816 ≥ 20
2 mm gap D1816 ≥ 35
2,5 mm gap IEC 60156 ≥ 35
Fator de Dissipação 25°C (%) D924 ≤ 0,20
90°C (tan ) IEC 60247 ≤ 0,05
100°C (%) D924 ≤ 4,0
Tendência a Gases (mm/min) D2300 ≤0
Física
Cor D1500 ISO 2211 ≤ 1,0
IEC 62770 claro, livre de sedimentos e
Visual D1524 límpido & claro
4.2.1 material em suspensão
Viscosidade (mm2/sec) 100°C D445 ISO 3104 ≤ 15 ≤ 15
40°C ≤ 50 ≤ 50
-20°C ≤ 500
Ponto de Fluidez (°C) D97 ISO 3016 ≤ -10 ≤ -10
Densidade a 20°C (g/cm3) ISO 3675 ≤ 1,0
Densidade Relativa 15°C/15°C D1298 ≤ 0,96
Saúde, segurança e ambiente
Ponto de Combustão (°C) D92 ISO 2592 ≥ 300 > 300
Ponto de Fulgor (°C)
Copo Aberto Cleveland D92 ISO 2592 ≥ 275
Copo Fechado Pensky-Martens D93 ISO 2719 ≥ 250
Biodegradação OECD 301 rapidamente biodegradável rapidamente biodegradável
Química
Conteúdo de Umidade (mg/kg) D1533 IEC 60814 ≤200 ≤ 200
Índice de Neutralização (mg KOH/g) D974 IEC 62021.3 ≤ 0,06 ≤ 0,06
Enxofre Corrosivo D1275 IEC 62697 não corrosivo não corrosivo
Conteúdo de PCB (mg/kg) D4059 não detectável livre de PCBs
Aditivos totais IEC 60666 max. fração mássica 5 %
Estabilidade Oxidação (48 hrs, 120°C)a IEC 61125C
Acidez Total (mg KOH/g) IEC 62021.3 ≤ 0,6
Viscosidade a 40°C (mm2/sec) ISO 3104 ≤ 30% aumento
Fator de Dissipação a 90°C (tan δ) IEC 60247 ≤ 0,5
NOTAS: a) Veja IEC 62770 Anexo A, para detalhes sobre parâmetros de estabilidade a oxidação da IEC 61125 método C modificado.

3
Ambiental e Saúde Tabela 2
Atributos Ambientais do Fluido FR3
O fluido FR3 é especificamente formulado para Atributos Resultados Métodos
minimizar riscos ambientais e de saúde. O óleo base
Biodegradação Aquática >99% EPA OPPTS 835.3100
vem de fontes renováveis – sementes – e pode ser
EPA OPPTS 835.3110
reciclado e reutilizado. Fácil Biodegradação >99%
ou OECD 301B, C ou F
As Agências de Proteção Ambiental dos EUA [11] e Toxidez Aquática Aguda Não Tóxico OECD 203
Califórnia publicaram um Relatório de Verificação de Toxidez Oral Aguda Não Tóxico OECD 420
Tecnologia Ambiental do fluido FR3 [12]. O processo de
Conteúdo de Material USDA Biopreferred
verificação inclui ensaios de biodegradabilidade e Biológico
>98.5%
program
toxidez e os resultados dos ensaios de
Emissão de Carbono no Carbono Departamento de Comércio
biodegradabilidade aquática confirmaram que a taxa de Ciclo de Vida Total neutro NIST BEES V4.0
biodegradação do fluido FR3 é tão boa quanto o material
1/4 do Impacto Departamento de Comércio
de referência da norma (Figura 2). O fluido FR3 não é Impacto Ambiental Total
do óleo mineral NIST BEES V4.0
toxico, conforme ensaio de toxidez oral aguda.
O Ato de Regulamentação de Óleos Comestíveis (Lei 100
Pública USA 104-55, 1995) torna o fluido FR3 elegível
para resoluções atuais e futuras. A opção de 80

Evolução CO2 (% max teórico)


procedimentos alternativos à resposta e remediação de Fluido FR3
vazamentos, tais como biorremediação natural, são óleo mineral convencional
agora mais viáveis. A inerente viscosidade do fluido FR3 60 Material de Referência Citrato de Sódio
(EPA “Biodegradabilidade Máxima”)
e tendência à polimerização de suas camadas finas num
ambiente externo, ajudam a prevenir a infiltração do
fluido da superfície para o subsolo. 40

O fluido FR3 não é listado como perigoso pela EPA,


OSHA [13] ou DOT [14], e sua classificação pelo 20
Sistema de Informação de Material Perigoso (HMIS) é
zero tanto para saúde quanto para reatividade. O fluido
0
FR3 não é classificado como bio-acumulativo ou 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
mutagênico, e não é listado como cancerígeno pelo Tempo Decorrido (dias)
National Toxicology Program (NTP), monógrafos da
International Agency for Research on Cancer (IARC) Figura 2
[15] e Regulamento OSHA. Os subprodutos de sua Gráfico de biodegradação aquática aeróbia ensaio EPA
combustão completa são essencialmente dióxido de OPPTS 835.3100
carbono e água.
Tabela 3
O software BEES [16] (Edificando para Sustentabilidade Gases de Efeito Estufaa Atribuídos ao Fluido do
Econômica e Ambiental) utiliza uma abordagem de Transformador em seu Ciclo de Vida Completo
avaliação de ciclo de vida, analisando a aquisição de Toneladas por 1000
Gramas por Unidadeb
Galões (3785 litros)
matérias primas, fabricação, transporte, instalação,
Óleo Fluido Óleo Fluido
utilização, reciclagem e gestão de resíduos para Categoria
Mineral FR3 Mineral FR3
determinar o potencial de aquecimento global de um Matéria Prima 1.048.184 -381.590 2,306 -0,839
produto. Produção 544.363 160.212 1,198 0,352
A Tabela 3 apresenta as quantidades BEES de gases Transporte 122.478 71.498 0,269 0,157
de efeito estufa gerados desde a matéria prima até o Utilização 154.124 153.450 0,339 0,338
final de vida para óleo mineral e fluido FR3. O óleo Final de Vida 30.825 30.690 0,068 0,068
mineral, tem custo alto em termos de emissão de Total 1.899.973 34.260 4,180 0,075
carbono, enquanto o fluido FR3 tem custo relativamente a Dióxido de carbono equivalente
baixo, cerca de 0,98 ton/m3 (8.2 lbs/gal) menos gás de b Na BEES 4.0e, uma unidade é um transformador de 1000kVA contendo
1892 litros de fluido
efeito estufa são emitidos para produzi-lo. Além disso, o
estudo reporta que o impacto ambiental total do fluido fósseis, eutrofização, toxicidade ecológica, poluentes
FR3 é 1/4 do impacto reportado para óleo mineral (sem críticos de ar e acidificação.
considerar as propriedades do fluido FR3 de extensão
O fluido FR3, e transformadores imersos em fluido FR3,
de vida útil do isolamento do transformador). Esta
são listados no Programa Federal USDA BioPreferredSM
pontuação cumulativa resulta da soma dos impactos do
[17], tornando-os facilmente identificáveis como
consumo de água, poluição atmosférica, redução de
“Produtos Preferenciais” para todas agências federais
ozônio, ar ambiente, saúde humana, alteração de
dos EUA. O fluido FR3 é uma excelente opção para ISO
habitat, aquecimento global, redução de combustíveis

4
14000 e outros programas ambientais similares que reconheceu o fluido FR3 como meio de segurança
promovam o uso de materiais e processos equivalente às distâncias de separação, paredes corta-
ambientalmente amigáveis e sustentáveis. fogo e sistemas de extinção de incêndios aplicados na
maioria das instalações.
Segurança Contra Fogo
A FM Global reconhece o fluido FR3 como um
O fluido FR3 tem um ponto de combustão típico de componente de transformadores Aprovados pela norma
aproximadamente 360°C, bem acima do mínimo de FM Global Standard 3990 [18]. Quando usado em
300°C exigido para classificação como fluido de “alto transformadores contendo até 38 mil litros de fluido, a
ponto de combustão”, “resistente ao fogo” ou “IEC distância de separação entre transformadores,
classe K”. Seu ponto de fulgor (330°C) é maior que o edificações e outros equipamentos podem ser de até
ponto de combustão da maioria dos fluidos resistentes 1/10 da distância requerida para transformadores com
ao fogo em uso atualmente (Figura 3). óleo mineral, sem necessidade de paredes corta-fogo
Em ensaios de ignição de laboratório e de larga escala, ou sistemas de extinção de incêndio.
o fluido FR3 tem demonstrado resistência ao fogo maior A OSHA[9] reconhece o padrão FM Global como
que outros tipos de fluidos dielétricos. Com base no apropriado à definição de produto Listado e Classificado
ensaio de ignição de arco em larga escala, a FM Global pela NEC seção 110-3(b). A norma permite que
concluiu que a probabilidade de um incêndio evoluir a transformadores com fluido FR3 sejam aplicados em
partir do fluido FR3 era tão baixa que a taxa de liberação instalações internas, tipicamente sem sistemas de
de calor não precisou ser determinada ou considerada extinção de incêndio ou bacias de contenção, com
para aprovação de uso pela FM Global. distância mínima de apenas 0,9m para as paredes.
Baseado nos ensaios de larga escala de ignição de arco A Norma UL 340 compara as classificações de risco de
e de imersão de metal incandescente, a FM Global incêndio de vários fluidos. A Figura 4 mostra a avaliação
favorável atribuída ao fluido FR3. Não há reporte de
Ponto Fulgor incêndios envolvendo equipamentos elétricos com fluido
360
FR3.
Ponto de Combustão 322 330
Sistema Isolante Fluido/Papel
308
270 275
A exclusiva estrutura química do fluido FR3 provê um
desempenho superior do sistema de isolação
comparado a outros fluidos dielétricos. As propriedades
térmicas do fluido FR3 o tornam um refrigerante mais
165 eficiente do que refrigerantes dielétricos de alto peso
155 molecular à base de hidrocarbonetos e silicone.
O fluido FR3 possui excelente habilidade de extrair a
Óleo Mineral Envirotemp Midel 7131 Envirotemp umidade gerada pelo envelhecimento do papel. Isso
200 FR3 permite ao fluido reduzir significativamente a taxa de
envelhecimento do papel isolante do transformador.
Figura 3 Ensaios de envelhecimento acelerado, conforme norma
Pontos de fulgor e combustão de fluidos dielétricos (°C). IEEE C57.100 [19], mostram que o papel Kraft termo
estabilizado (TUK) envelhecido no fluido FR3 leva de 5
90 a 8 vezes mais tempo para alcançar a mesma
degradação definida como final de vida do papel TUK
envelhecido com óleo mineral convencional.
A Tabela 4 compara o tempo para alcançar o final de
vida da isolação de papel TUK envelhecido no fluido
FR3 e óleo mineral convencional. O tempo para o final
30-40
de vida da isolação, calculado conforme guia de
carregamento para transformador IEEE C57.91 [20],
10-20 está incluído para comparação. Ensaios de
envelhecimento acelerado mostraram melhorias
2-3
4-5 similares no envelhecimento térmico do papel Kraft
0
regular.
Água Ascarel Envirotemp Óleo Querosene Gasolina Com base em extensivos estudos avaliando a interação
FR3 Mineral
entre papel e fluido FR3, duas normas foram publicadas
Figura 4 para “Transformadores de Alta Temperatura”, a IEC
Taxa de perigo ao fogo conforme norma UL 340. 60076-14 [21] e a IEEE C57.154 [22]. As duas normas

5
Tabela 4 As vantagens incluem:
Final de Vida do Papel Isolante de Transformador (Horas)
150C 170C  Menor nível de ruído
Base Final de Óleo Base Óleo Base  Maior capacidade de sobrecarga
Vida Mineral FR3 IEEE Mineral FR3 IEEE
Resistência à  Resistência à contaminação
Tração 50% 3100 >4000* 1602 240 1300 323
25% 400 >4000* 3327 490 4000 671
 Nível Básico de Impulso (NBI) superior
Grau de  Plena capacidade de diagnóstico
Polimerização
200 3200 >4000* 3697 480 3400 746  Menor temperatura
* O papel não alcançou o final de vida durante o tempo de ensaio.  Maior eficiência
Para ser conservador, não foi empregada extrapolação.  Extensão de vida
apresentam um extenso material para apoiar a adoção  Segurança ao fogo.
de classes térmicas mais altas para materiais isolantes Vários tipos de transformadores imersos em fluido FR3
celulósicos imersos em fluidos à base de éster natural estão em serviço: linha aérea (poste), pedestal,
(óleo vegetal isolante). reticulado, reatores, subestações pequenas, médias e
grandes, subestações de transmissão e geradores
O Papel Kraft Regular tem incremento de temperatura
elevadores. Os transformadores imersos em fluido FR3
de 15 graus, elevando sua classe térmica de 105 (em
são aceitos na indústria privada e estatal.
óleo mineral) para 120 (em éster natural), resultando
assim num limite de elevação de temperatura no ponto Contate o time local da Cargill Dielectric Fluids para
mais quente (hotspot) de 80°C para uma temperatura obter cópia da L10 lista de usuários do fluido FR3 ou
ambiente média de 30°C (segundo IEEE C57.12.00 [23]) envie um e-mail para fr3fluid@cargill.com.
ou 90°C para uma temperatura ambiente média de 20°C
Os limites de temperatura maiores, aplicáveis para
(segundo IEC 60076-2 [24]).
transformadores imersos em éster natural, utilizando
O Papel Termo Estabilizado (TUK ou TUP) tem sua papel Kraft e/ou termo estabilizado, tem permitido novas
classe térmica incrementada de 120 (em óleo mineral) possibilidades no projeto de transformadores. Limites de
para 140 (em éster natural), resultando num limite de temperatura mais altos permitem a otimização dos
elevação de temperatura no ponto mais quente (hotspot) enrolamentos, gerando grande economia de materiais.
de 100°C para uma temperatura ambiente média de Enrolamentos otimizados ou mais compactos resultam
30°C (IEEE C57.12.00) ou 110°C para uma temperatura numa “janela” de núcleo reduzida e, consequentemente,
ambiente média de 20°C (IEC 60076-2). O conjunto na redução das dimensões do transformador. O
completo de novos limites de elevação de temperatura resultado final é uma redução geral dos materiais
para materiais isolantes celulósicos imersos em fluidos utilizados no transformador e potenciais economias no
a base de éster natural (óleo vegetal isolante) pode ser custo total do transformador.
encontrado nas referidas normas.
Reenchimento de Transformadores
Aplicações O fluido FR3 é especialmente adequado para aplicações
NOTA: A adequação de cada aplicação do fluido FR3 é de reenchimento, pois melhora a segurança contra
de responsabilidade do usuário. incêndio, minimiza o impacto sobre o meio ambiente e
ajuda a retardar o envelhecimento de transformadores
Contate o time local da Cargill Dielectric Fluids para
imersos em óleo mineral. O fluido FR3 é miscível com
orientações em relação à aplicação ou envie um e-mail óleo mineral convencional, hidrocarbonetos de alto peso
para fr3fluid@cargill.com. molecular, PCB (Ascarel) e com a maioria dos
Transformadores Novos substitutos de PCB, exceto silicone. O fluido FR3 não é
miscível com silicone e não deve ser aplicado em
Transformadores de distribuição e potência imersos em transformador contendo silicone anteriormente.
fluido FR3, para instalações internas, submersíveis ou Entretanto, este guia não trata dos requisitos para
externas estão disponíveis por diversos fabricantes ao manejo ou disposição de PCB’s (Ascarel) ou outros
redor do mundo. materiais classificados como perigosos.
Para aplicações em instalações internas, equipamentos Diferentemente da maioria dos outros tipos de fluidos, o
imersos em fluido FR3 proveem as comprovadas óleo residual de um transformador reenchido
vantagens técnicas e de desempenho dos projetos a corretamente não reduzirá o ponto de combustão do
óleo sobre os de tipo seco, assim como um custo de fluido FR3 abaixo do mínimo de 300°C (Figura 5) exigido
ciclo de vida total menor quando comparado a todos pela NEC, desde que o residual de óleo mineral
demais tipos de transformadores. permaneça abaixo de 7%. Isto é verdadeiro mesmo
depois de alcançado o completo equilíbrio entre o fluido
de reposição e o óleo mineral residual no papel isolante.

6
400
levando vários anos para afetar o desempenho do
fluido. A exposição eventual ao ar ambiente não deve
ponto de combustão ser motivo de preocupação.
350 ponto de fulgor
 Minimizar a exposição do fluido FR3 ao ar ambiente
300
durante o processamento e manuseio, para manter
Temperatura (°C)

as propriedades do fluido o mais próximo possível do


original. Durante períodos curtos de exposição, a
250
taxa de absorção de umidade é mais preocupante
que a oxidação, uma vez que a umidade afeta
200
diretamente a rigidez dielétrica.
 Filmes finos de ésteres naturais tendem a se
150
polimerizar muito mais rápido que o óleo mineral
convencional, especialmente em superfícies não
100
0 2 4 6 8 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 porosas. Isto deve ser causa de preocupação
Conteúdo de Óleo Mineral (%) durante o transporte de transformadores sem fluido
ou com nível de fluido reduzido. O uso de gás inerte,
Figura 5 como o nitrogênio, é recomendado em ambos os
Variação do ponto de combustão e fulgor do fluido FR3 casos. Para informações adicionais, consulte o Guia
versus conteúdo de óleo mineral. Cargill R2080, Oxidação de Filmes Finos.
NOTA: A oxidação de filmes finos não é uma
Vantagens adicionais do reenchimento com fluido FR3
preocupação num transformador em serviço.
incluem alta rigidez dielétrica, melhor combinação da
As etapas acima se referem aos
constante dielétrica com isolação Kraft, excelente
procedimentos de transporte, manutenção,
lubricidade, compatibilidade de material e coeficiente de
processamento e manuseio do fluido FR3.
expansão similar ao óleo mineral convencional,
possuindo ainda maior resistência à formação de borra. Dessa maneira, recomenda-se o transporte de
Além de passar no ensaio de Oxidação em Função do transformadores imersos em fluidos a base de éster
Fator de Potência (PFVO), os ensaios de formação de natural utilizando uma das seguintes opções:
borra da Doble Engineering [25] resultaram em
 Completamente preenchidos com fluido, prontos
nenhuma borra mensurável. O fluido também atua como
para o serviço.
um agente de secagem da isolação do transformador,
que se tornou úmida devido ao envelhecimento,  Parcialmente preenchidos, com o fluido cobrindo
prolongando a vida útil do sistema de isolação do núcleo e enrolamentos. O volume restante deve ser
transformador. preenchido com nitrogênio ou outro gás inerte a uma
pressão ligeiramente positiva. Ar seco também é
Consulte o Guia Cargill G2040P, “Guia para aceitável em alguns casos. O fluido restante deve ser
Reenchimento de Transformadores de Potência transportado separadamente em tambores ou IBC’s.
>7500kVA” e G2010P, “Guia para Reenchimento de
 Sem fluido no tanque. Todo o transformador
Transformadores de Distribuição ≤ 7500kVA”.
preenchido com nitrogênio ou outro gás inerte a uma
PREPARAÇÃO DO TRANSFORMADOR pressão ligeiramente positiva. Ar seco pode ser
aceitável em alguns casos. Todo o volume de fluido
PARA DESPACHO E TRANSPORTE sendo enviado separadamente.
Transformadores projetados para o fluido FR3 devem Ao transportar um transformador sem fluido, a decisão
observar as seguintes recomendações em relação ao de aplicar ar seco ou gás nitrogênio deve levar em
transporte e sistema de preservação do óleo: consideração o tempo de exposição total das partes do
 O fluido FR3 não é recomendado para transformador. Tipicamente, ar seco pode ser aplicado
transformadores de respiração livre, mas é para períodos sem fluido não superiores a 14 dias, à
adequado para todas as construções onde o fluido temperatura ambiente de 40°C. Por outro lado, o gás
não permanece em contato contínuo com ar nitrogênio pode ser aplicado por períodos de até 6
ambiente (incluindo, mas não limitado aos meses (incluindo eventualmente algum período de
transformadores com conservadores equipados com armazenagem). Ambas alternativas devem manter uma
bolsa de borracha, colchão de ar e tanques pressão ligeiramente positiva dentro do tanque.
corrugados). A exposição contínua do fluido FR3 ao Como exemplo, o gás nitrogênio recomendado deve
ar ambiente pode reduzir a expectativa de vida do possuir um conteúdo de água ≤ 3 ppm, conteúdo de
fluido. Apesar da limitação da aplicação, ensaios de oxigênio ≤ 5 ppm por volume à pressão ambiente e nível
laboratório e de campo tem mostrado que a oxidação de pureza > 99,95%. A pressão positiva recomendada
significativa do fluido FR3 é um processo de longo deve estar entre 0,15 kgf/cm 2 e 0,30 kgf/cm2, a 25°C.
prazo num transformador com respiração livre,

7
Componentes externos de transformadores de potência
!
IMPORTANTE: Evite temperaturas
tais como tanque conservador de óleo, radiadores,
extremas no armazenamento. Armazene o
buchas, tubulações, válvulas, Relé Buchholz etc., são
fluido FR3 em contêineres etiquetados e
geralmente removidos e transportados separadamente.
firmemente fechados a 10~40°C, em áreas secas,
Nesses casos, a Cargill recomenda remover o residual
isoladas e bem ventiladas, longe de fontes de
de éster natural, para evitar situações críticas de
ignição ou calor.
polimerização de filmes finos nos componentes.

RECEBIMENTO DO TRANSFORMADOR FR3 recebido não atender os limites de especificação


O recebimento de um transformador imerso em fluido apresentados na Tabela 1, favor contatar seu
FR3 deve seguir os mesmos procedimentos aplicados fornecedor imediatamente.
para um transformador imerso em óleo mineral Após amostragem, a armazenagem do fluido em
convencional: inspeção visual, verificação da pressão contêineres pode ser melhorada aplicando um colchão
interna, registradores de impacto, documentação, etc. de gás inerte antes do fechamento do contêiner.
Recomenda-se atenção especial à pressão interna do Quando as análises do fluido indicarem alterações
tanque. Uma pressão positiva indica que o gás inerte significativas em suas propriedades, ações corretivas
interno foi preservado durante todo o período de devem ser seguidas conforme descrito na seção
transporte, mantendo níveis baixos de umidade e Tratamento do Fluido.
oxigênio. Alguns fabricantes exigem que a Apesar dos ensaios de laboratório do fluido FR3 serem
transportadora registre diariamente a pressão, como realizados de maneira muito próxima ao óleo mineral,
forma de garantir que não houve admissão de ar pequenas modificações são necessárias a certos
atmosférico ao tanque. procedimentos de ensaios, a fim de se obter
Quando o transformador for transportador parcialmente repetibilidade e resultados confiáveis. Consulte a seção
preenchido ou sem fluido, recomenda-se a inspeção das Ensaio do Fluido e informações adicionais no Guia
embalagens, tambores ou IBC’s. Cargill G2090P “Guia de Ensaios do Fluido FR3”.
Caso seu laboratório não possua experiência nos
Inspeção e Ensaios de Recebimento ensaios com o fluido FR3, favor contatar o time local da
do Fluido Cargill Dielectric Fluids ou envie um e-mail para
A inspeção de recebimento do fluido FR3 deve ser fr3fluid@cargill.com.
realizada de modo similar à inspeção de óleo mineral
Manuseio do Contêiner
convencional. Inspeção e ensaios devem ser realizados
antes da descarga. Cada lote do fluido FR3 recebido Armazenamento
deve ser inspecionado para verificar a integridade do
Os mesmos procedimentos meticulosos de
contêiner. Verifique se os selos do bujão da tampa estão
armazenamento e manuseio utilizados para o óleo
intactos.
mineral devem ser seguidos para o fluido FR3.
Um certificado de análise é incluído em cada embarque
Os tambores e IBCs do fluido FR3 são selados em
do fluido. Se exigidos ensaios de recebimento
fábrica para protegê-los contra contaminação por
independentes, as amostras devem ser tomadas
umidade e ingresso de materiais estranhos durante o
conforme IEC 60475 [26], IEC 60567 [27] ou ASTM
transporte. Selos à prova de violação no bujão da tampa
D923 [28]. Caso o material a ser utilizado seja
indicam se o contêiner foi aberto ou não. Para ajudar a
constituído por mais de um lote de produção, as
manter a saturação de umidade percentual
amostras podem ser misturadas para obter uma
extremamente baixa do momento da fabricação do
amostra composta.
fluido, o tempo de exposição ao ar úmido deve ser
Ensaios recomendados e valores de aceitação são minimizado.
apresentados na Tabela 1. Os valores indicados na
A Cargill recomenda o armazenamento de tambores e
Tabela 1 são especificados para todos os fluidos à base
IBCs em local interno, seco, fora de luz solar direta e
de éster natural, na embalagem original e antes do
com temperatura ambiente acima de 10°C. Se não
enchimento do transformador. Os ensaios mínimos
puder ser evitado o armazenamento por longos períodos
recomendados são rigidez dielétrica, inspeção visual,
em local externo, armazenar os tambores na horizontal
fator de dissipação e conteúdo de umidade. Se o fluido
com o bujão da tampa posicionado abaixo do nível do
fluido. Contêineres devem ser colocados em áreas
!
IMPORTANTE: O armazenamento abrigadas para evitar a exposição ao sol e chuva.
prolongado em temperaturas baixas irá Consulte o Guia Cargill S10P “Guia de Armazenamento
causar aumento significativo na viscosidade e Manuseio do Fluido FR3”.
do fluido FR3. Aqueça o fluido a uma temperatura
>10°C para uma eficiente transferência por bomba.

8
Os IBCs são projetados para serem empilhados durante poeira devem ser utilizados toda vez que as mangueiras
o armazenamento, entretanto, não devem ser não estiverem em uso. Se a viscosidade do fluido frio
empilhados durante o transporte. Um sistema de dificultar a descarga, mangueiras e linhas de
contenção é sempre recomendado no armazenamento transferência deverão ser aquecidas.
de tambores/IBCs, e pode ser exigido pelos códigos
locais. Favor consultar as autoridades locais
!
IMPORTANTE: Recomenda-se equipamento
competentes para obter regras definitivas. dedicado ao armazenamento, manuseio e
processamento do fluido FR3. Entretanto, se
Aquecimento o equipamento existente for usado tanto para óleo
Caso os tambores tenham sido armazenados num mineral quanto para fluido FR3, o mesmo deve ter o
ambiente muito frio, ou se necessário utilizar o fluido óleo mineral drenado e ser lavado com fluido FR3
FR3 frio logo que for recebido, o aquecimento do tambor para minimizar o conteúdo de óleo mineral. Após o
pode ser necessário para reduzir a viscosidade. Se uso, o equipamento deve ser drenado e lavado com
necessário aquecimento rápido, fornos de aquecimento óleo mineral.
poderão ser utilizados.
A Cargill recomenda a abertura da válvula de respiro Bombas
para prover alívio de pressão durante o ciclo de Capacidade
aquecimento. Para tambores, aquecedores elétricos
podem ser utilizados. O fluido FR3 possui viscosidade maior do que óleo
mineral convencional. Selecione o tamanho de bomba
Retirada do Fluido dos Contêineres apropriado baseado na taxa de vazão exigida, coluna de
Bombas com capacidade de sucção positiva são pressão e temperatura do fluido (viscosidade, ver Figura
recomendadas para retirar o fluido FR3 do tambor/IBC. 6). Determine a vazão máxima exigida e selecione a
Bombas de deslocamento positivo, diafragma ou bomba e motor para uso na temperatura de operação
bombas operadas a ar também são satisfatórias. mais baixa (viscosidade mais alta).
Bombas centrífugas podem ser utilizadas se o fluido for Tipo
aquecido para obter uma viscosidade adequada. Esta
temperatura irá variar conforme o tamanho e marca da Bombas de deslocamento positivo são comumente
bomba. Contate o fornecedor da bomba para assegurar utilizadas no bombeamento do fluido FR3. Uma bomba
que a bomba esteja corretamente dimensionada para a de aço normal com selo mecânico ou gaxeta é
viscosidade (temperatura) do fluido. satisfatória. Ao especificar o tamanho correto da bomba
e motor, o fornecedor da bomba deve estar ciente da
Os IBCs possuem válvulas de drenagem que permitem viscosidade, vazão, altura de sucção e diâmetro de
o enchimento por gravidade. Os IBCs podem ser descarga exigido. Bombas de acionamento direto têm
movidos por empilhadeiras pelos quatro lados e içados sido satisfatórias para vazões até 75 l/min (20 GPM).
à altura desejada. O enchimento por gravidade através Vazões maiores podem exigir bombas com redutor ou
dos tambores pode ser realizado desde que seja acionamento por correia. Outros tipos de bombas
aparelhado de forma adequada. utilizadas com sucesso são as bombas de diafragma
Descarga a Granel pneumáticas, deslocamento positivo e de rotor flexível.

Quando recebido a granel, o fluido FR3 pode ser 10000


descarregado através de bomba ou por gravidade.
Recomenda-se a filtragem de partículas durante o 1000
Viscosidade Cinemática (mm2/s)

Fluido FR3
processo de descarga num tanque a granel. 7-day hold

Mangueiras e Acessórios
100

A mangueira de descarga deve ser de boa qualidade,


resistente ao óleo e projetada para serviços de sucção.
10
O comprimento da mangueira deve ser o mínimo
possível. Para minimizar a possibilidade de
contaminação, utilize mangueiras de uso dedicado ao
fluido FR3. Mangueiras usadas anteriormente com óleo
mineral de classe elétrica podem ser utilizadas se
2
primeiramente lavadas com fluido FR3. A bitola mínima -20 0 20 40 60 80 100 120 140
recomendada é de 3 polegadas ( interno). Acessórios Temperatura (ºC)
e conexões devem ser de alumínio ou latão, fixados
firmemente à mangueira. Conexões de encaixe rápido Figura 6
são recomendadas para reduzir riscos de vazamento e Viscosidade cinemática do fluido FR3 medida conforme
contaminação do fluido FR3. Bujões e capas contra ISO 3104 [29] ou ASTM D445 [30].

9
Potência Filtros para Remoção de Umidade
Se bombas utilizadas para óleo mineral convencional O fluido FR3 tolera muito mais água que o óleo mineral
forem utilizadas num sistema com fluido FR3, a potência convencional, antes de comprometer suas
do motor necessita ser verificada para assegurar de que características elétricas. Um tratamento adicional do
possui capacidade suficiente. Geralmente, a bomba fluido FR3 deve ser realizado caso haja um aumento do
existente será totalmente satisfatória, ou pode ser teor de água acima dos limites aceitáveis. A umidade
satisfatória alterando-se a potência do motor ou usando pode se apresentar de duas formas no óleo: água livre
uma velocidade de bombeamento mais lenta. e umidade dissolvida.
NOTA: Se um motor maior for utilizado, assegure-se de Remoção de Água Livre
que a bomba e o acoplamento suportarão o  Se a umidade for em forma de água livre, filtros
aumento de potência. Se for usado um RPM cartucho como AMF CUNO Zeta-Plus™ e HILCO™
menor, assegure-se de que a vazão exigida podem ser usados efetivamente. Devem-se
será obtida no RPM utilizado. especificar cartuchos com dissecantes, para
Válvulas assegurar a secura do meio filtrante.
 Água livre acumulada no fundo do contêiner deve ser
Válvulas adequadas ao uso em óleo mineral bombeada ou drenada e o FR3 deve passar por um
convencional têm sido utilizadas com sucesso no fluido processo de secagem. Veja seção Redução de
FR3. Umidade Dissolvida para requisitos adicionais.
NOTA: Sistemas de remoção e desgaseificação a Redução de Umidade Dissolvida
vácuo exigem temperaturas de 60-80°C.  Se necessário reduzir o teor de umidade dissolvida,
Assegure-se de selecionar componentes um sistema de remoção de umidade por termo vácuo
compatíveis com as temperaturas do processo pode ser exigido. Uma vantagem desse sistema é de
e do fluido. Consulte o fabricante do que os gases dissolvidos também são removidos.
componente para uma seleção apropriada. (detalhes adicionais favor consultar a seção
Filtros Enchimento a Vácuo).
 Filtros por peneira molecular também são
A maioria dos tipos de filtros utilizados no serviço com
satisfatórios se a quantidade de umidade a ser
óleo mineral convencional podem ser utilizados no fluido
removida não for excessiva. Peneira molecular tipo
FR3. O filtro tipo cartucho é o mais adequado a esse
3A ou 4A são recomendadas para a remoção de
serviço, consulte o fabricante para os valores de vazão
umidade do fluido FR3, e são eficientes numa ampla
apropriados. Colunas de adsorção, como terra Fuller
faixa de temperatura, desde que o filtro seja
ativado, podem ser utilizados com temperaturas de
selecionado corretamente, para assegurar um tempo
processo de até 75-80°C, porém os aditivos podem ser
de passagem suficiente pelo filtro.
removidos.
Os filtros de remoção de umidade devem ser colocados
Contate o time local Cargill Dielectric Fluids sobre à montante do filtro de partícula final no sistema de
recondicionamento / regeneração do fluido FR3 ou envie manuseio do fluido.
um e-mail para fr3fluid@cargill.com.
Equipamentos Termo Vácuo
Tipos de Aquecedores
Equipamentos termo vácuo ou unidades desgaseificadoras
Os tipos recomendados de aquecedores são: são frequentemente utilizadas durante o processamento
 Aquecedores indiretos, tais como um tanque de de líquidos isolantes em campo, antes do enchimento
armazenamento com camisa de vapor, é ideal. A do transformador ou mesmo como uma etapa de
densidade de watt-dos sistemas de aquecimento manutenção. De forma geral, os equipamentos
deve ser 1,55 W/cm2 (10 W/in2) ou menos. utilizados para fluido FR3 são os mesmos utilizados
para óleo mineral, precedido porém de uma
 Um aquecedor por imersão pode ser utilizado, desde
descontaminação (drenagem interna e troca de filtro).
que a densidade de potência seja inferior a
1,55 W/cm2 (10 W/in2). Isto limita o Ensaios demonstraram que o fluido FR3 pode ser
sobreaquecimento da camada de líquido em contato processado em temperaturas na faixa de 60-80°C,
direto com o aquecedor. desde que o valor máximo de densidade de potência do
aquecedor seja inferior a 1.55 W/cm 2 (10W/in2). Os
Grau de Filtragem
equipamentos termo vácuo incluem, tipicamente, os
Para obter rigidez dielétrica máxima, o fluido FR3 deverá seguintes tratamentos:
ser filtrado momentos antes de sua aplicação no
equipamento elétrico. Recomenda-se filtro de partículas  Filtragem;
com poro não inferior a 0,5 mícron (grau comercial).  Redução de umidade dissolvida;
 Desgaseificação.

10
ENSAIO DO FLUIDO Rigidez Dielétrica
Diferenças nas Propriedades do Fluido IEC 60156 [31] ou ASTM D1816 [32]: A única
modificação nesses métodos é o tempo de repouso
As propriedades físicas, químicas e elétricas são usadas antes do ensaio. O método exige um tempo de repouso
para especificar e avaliar fluidos isolantes elétricos de 3-5 minutos. Devido à maior viscosidade do fluido
novos e monitorar fluidos em serviço. Alguns FR3 em relação ao óleo mineral, recomenda-se um
indicadores tradicionais, aceitáveis ao desempenho de tempo de repouso de 30 minutos entre o enchimento da
óleo mineral, não devem ser aplicados ou podem ter amostra equilibrada à temperatura ambiente e o início
valores diferentes para o fluido FR3. do ensaio. Isto permite tempo suficiente para eliminar as
A composição química do fluido FR3 é uma mistura de bolhas da amostra.
triglicerídeos relativamente polares (moléculas de éster ASTM D877 [33]: O tempo de repouso especificado
ácido graxos de cadeia longa) que possuem alguma neste método é de 2-3 minutos. Da mesma forma,
insaturação e habilidade para formar ligações com recomenda-se um tempo de repouso de 30 minutos para
hidrogênio. Óleo mineral convencional consiste de o fluido FR3. Apesar do método ASTM D877 funcionar
naftênicos cíclicos, alcalinos ramificados e moléculas bem na medição de rigidez dielétrica do fluido FR3, o
aromáticas. Esses compostos com pontos de ebulição método IEC 60156 e ASTM D1816 são preferíveis para
relativamente baixos são não polares e hidrófobos. A todos os fluidos. O método ASTM D877 é menos
diferença na química básica entre óleo vegetal e mineral sensível aos gases dissolvidos, umidade e partículas.
é responsável pelos valores diferentes em vários
ensaios de avaliação das características do fluido. A Efeito do Conteúdo de Umidade
Tabela 1 apresenta os limites de especificação para o
A rigidez dielétrica de qualquer fluido dielétrico começa
fluido FR3 e outros fluidos à base de éster natural.
a diminuir quando o conteúdo de umidade aumenta para
Ensaios de Desempenho cerca de 40% da saturação relativa. À temperatura
ambiente, 40% de saturação relativa em óleo mineral
Fluidos isolantes proporcionam isolamento elétrico e ocorre num conteúdo de umidade absoluto de cerca de
capacidade de refrigeração, assim duas propriedades 25 mg/kg (ou ppm), e cerca de 400 mg/kg no fluido FR3.
importantes que afetam o funcionamento e o
desempenho de um fluido isolante são a rigidez Para obter uma comparação significativa do conteúdo
dielétrica e viscosidade. A rigidez dielétrica mede a de umidade em diferentes tipos de fluidos dielétricos,
efetividade como isolante elétrico. A viscosidade deve-se utilizar a saturação relativa, em vez do
influencia no desempenho de refrigeração. conteúdo de umidade absoluto em mg/kg.

Viscosidade A Figura 7 e a Figura 8 compara a rigidez dielétrica


D1816 versus conteúdo de umidade absoluto e relativo
A viscosidade cinemática do fluido FR3 é um pouco para fluido FR3 e óleo mineral.
maior do que a do óleo mineral. Utilize ISO 3104 [29] ou
ASTM D445 [30] sem modificações.

80
80

70
70 FR3
Óleo mineral
D1816 Rigidez Dielétrica (kV)

60
D1816 Rigidez Dielétrica (kV)

60

50
50

40
40

30
30

20
20
FR3
10
Óleo mineral 10

0
0 100 200 300 400 500 600 700 0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
Conteúdo de Umidade (mg/kg) Umidade Relativa (% da saturação a 20°C)

Figura 7 Figura 8
Rigidez dielétrica versus conteúdo total de umidade para Rigidez dielétrica versus umidade relativa para óleo
óleo mineral e fluido FR3. mineral e fluido FR3.

11
!
IMPORTANTE: Todas atividades devem IMPORTANTE: Para evitar o ingresso de
cumprir com os regulamentos locais em
relação às condições de trabalho e
! umidade, o tanque principal
transformador não deve ser aberto se a
do

segurança. Este documento não substitui ou supera umidade relativa do ambiente estiver acima de 70%,
o manual de instruções do fabricante. Somente ou temperatura ambiente menor que 0°C ou sob
profissionais qualificados, com proteção e condições de vento forte.
equipamento apropriado devem ser permitidos de
desempenhar essas atividades. Montagem do Transformador
Geralmente, transformadores de potência são
INSTALAÇÃO DO TRANSFORMADOR parcialmente desmontados para transporte, assim, os
seguintes procedimentos são recomendados para as
As seguintes medidas devem ser verificadas na
unidades imersas em fluido FR3:
instalação de um transformador:
 Conferir acessórios e lista de materiais.
 Confirmar dados da placa de identificação do
equipamento a ser instalado.  Medir o fator de potência e capacitância de buchas
capacitivas.
 Inspeção visual da área de instalação,
especialmente em relação à preparação do terreno,  Conferir disponibilidade de pontos de acesso, janelas
nivelamento, alinhamento das bases e de inspeção, válvulas e conexões.
posicionamento do equipamento.  Verificar sistema de preservação de óleo,
 Inspeção visual do equipamento, buscando por principalmente a tubulação de equalização de vácuo
danos causados durante o transporte. para o transformador com bolsa de borracha ou
membrana (diafragma).
 Verificar se a instalação atende aos requisitos locais
aplicáveis, tais como requisitos de instalações  Evitar a abertura de mais de um ponto de acesso do
elétricas e segurança contra incêndio. tanque principal, para minimizar fluxo de ar através
do tanque.
A temperatura do equipamento deve ser igual ou
superior à temperatura ambiente. Quando inferior a Enchimento do Transformador
ambiente, qualquer eventual penetração de umidade Para transformadores parcialmente preenchidos, o
pode resultar em condensação. sistema de preservação de óleo e tipo do transformador
As seguintes ações são altamente recomendadas antes definirá se a operação de enchimento deve ser realizada
do início da montagem de um transformador: sob vácuo ou à pressão ambiente.
 Instalar e verificar todas conexões de aterramento do Para transformadores transportados sem líquido
transformador à subestação. isolante, recomenda-se o enchimento sob vácuo.
 Verificar a pressão interna dos transformadores Enchimento a Vácuo
transportados ou armazenados sem líquido isolante.
Em caso de perda da pressão positiva, recomenda- Quando possível, encher o tanque com fluido quente
se buscar possível pontos de vazamentos e avaliar a desgaseificado a um ritmo que mantenha o vácuo
umidade relativa dos materiais isolantes (URSI, (parcial) exigido. Se ocorrer formação de espumas
medição do ponto de orvalho). quando enchendo sob condições de vácuo, deve-se
desgaseificar o fluido FR3.
 Para transformadores transportados ou
armazenados com fluido isolante, tomar amostra do A desgaseificação do fluido pode ser realizada até 80°C,
fluido para análise laboratorial. à pressão mais baixa possível, tipicamente inferior a
100Pa, antes de sua introdução no equipamento.
Práticas Gerais Importantes Unidades de desgaseificação e remoção de umidade a
 Extremo cuidado deve ser tomado para evitar que vácuo estão disponíveis para tratamento do óleo a
qualquer material estranho caia dentro do transformador. níveis aceitáveis de umidade dissolvida e ar dissolvido.
Todas chaves e ferramentas devem ser amarradas
Após sua desgaseificação, o fluido FR3 deve ser
de forma segura, para que possam ser facilmente
introduzido sob vácuo diretamente no tanque. Caso não
recuperadas em caso de uma queda acidental;
seja possível, deve-se utilizar um tanque de
 Materiais de limpeza fibrosos não devem ser armazenamento que possa ser mantido sob um vácuo,
utilizados. A presença de fibras soltas em suspensão no mínimo, maior ou igual ao vácuo mantido no
no líquido isolante pode reduzir suas propriedades equipamento. Do contrário, o fluido FR3 pode absorver
de rigidez dielétrica; gases e formar espuma durante o enchimento.
 Todos componentes despachados separadamente
O uso de equipamento dedicado para o processamento
devem ser limpos internamente e externamente
do fluido FR3 é recomendado, mas não exigido. Se o
antes de serem montados.

12
equipamento existente for utilizado tanto para óleo à polimerização quando expostos ao ar ambiente por
mineral quanto para fluido FR3, o mesmo deve ser períodos superiores a duas semanas a 40°C. Na maioria
drenado e lavado com fluido FR3 para minimizar o dos casos a polimerização de filmes finos não é um
conteúdo de óleo mineral. Após o processamento do problema, já que se assemelha com uma camada de
fluido FR3, o equipamento deve ser drenado e lavado verniz de alguns microns, entretanto, uma avaliação
com óleo mineral. deve ser realizada para verificar a necessidade de
limpeza. Por exemplo, o efeito da polimerização sobre o
Enchimento Atmosférico relé Buchholz é crítico, uma vez que o movimento do
Enchimento a vácuo, mesmo com vácuo parcial, é flutuador pode ser bloqueado pela aderência ao verniz.
preferível ao enchimento atmosférico. Para maximizar o

!
desempenho, é extremamente recomendado o IMPORTANTE: Se a temperatura ambiente
aquecimento e desgaseificação do fluido FR3 quando estiver menor que -10°C, é extremamente
for utilizado o enchimento à pressão atmosférica. recomendado manter o transformador numa
condição “sem carga”, apenas energizado com
Se necessário encher um transformador novo sob tensão, até que as perdas em vazio aqueçam o fluido
condições atmosféricas, recomenda-se aquecer o a temperaturas positivas. A operação de
transformador e o fluido FR3 a 75-80°C sob uma manta
comutadores pode resultar em danos, já que a
de gás nitrogênio, para obter uma impregnação mais
viscosidade do fluido é alta nessas condições.
completa. A taxa de impregnação é muito mais lenta que
a do óleo mineral. Unidades com tensão nominal mais
altas exigirão tempos de impregnação mais longos. ENSAIOS / COMISSIONAMENTO
Quanto mais espessos os cartões de papel, mais longos
Ensaios de Pré-Comissionamento
serão os tempos de impregnação exigidos.
Os seguintes ensaios podem ser aplicados para
Também para o reenchimento de transformadores sob transformadores de potência ou conforme especificação
condições atmosféricas, recomendamos que o fluido do cliente:
FR3 seja desgaseificado e aquecido a 75-80°C sob uma
manta de gás nitrogênio para proteger contra oxidação  Análises do Fluido:
a isolação sólida e líquida. A análise do fluido é comumente exigida antes da
NOTA: Após o enchimento do equipamento, assegure- energização. Após o enchimento do tanque, e após
se de não haver nenhum residual do fluido FR3 entrar em contato com núcleo e bobinas, as
nas superfícies dos isoladores. Seque os propriedades do fluido FR3 não mais atendem aos
isoladores com um limpador adequado. limites estabelecidos para fluido FR3 novo.
Os valores de aceitação para as propriedades
Procedimentos de Armazenamento relevantes do fluido são apresentados na Tabela 5,
do Transformador baseados nos valores da IEEE C57.147 e nos
Transformadores que exigem armazenamento por trabalhos da IEC PT 62975 [34].
longos períodos devem ser armazenados, de  Relação de Transformação, Polaridade e Fase:
preferência, parcialmente preenchidos com liquido
isolante, mantendo um colchão de nitrogênio seco de A relação de transformação deve ser verificada em
aproximadamente 5% da altura do tanque do todas as posições e enrolamentos. Os resultados
transformador, sob uma pressão ligeiramente positiva. devem ser comparados com os valores indicados no
relatório de ensaio de fábrica. Polaridade e fase
Transformadores imersos em fluido FR3 podem ser também devem ser comparados com os valores
armazenados sem o fluido e sob ar seco por períodos garantidos e especificados.
de até duas semanas (tomando como referência
 Medição da Resistência dos Isolamentos:
temperatura ambiente de 40°C). Para períodos não
maiores que seis meses, o equipamento deve ser Deve ser medida em todas as posições utilizando um
armazenado utilizando nitrogênio ou outro gás inerte, ou instrumento de Ponte Kelvin. Os resultados devem
parcialmente preenchido com um nível mínimo de ser comparados com os valores obtidos nos ensaios
líquido isolante cobrindo a parte ativa e mantendo ainda de fábrica.
um colchão de nitrogênio. Para períodos superiores há  Medição do Fator de Potência dos Enrolamentos:
seis meses não se recomenda o armazenamento sem o
líquido isolante. Deve ser medido conforme normas locais. Os
resultados devem ser corrigidos para 20°C e
O armazenamento dos acessórios deve seguir os comparados com os valores obtidos nos ensaios de
mesmos procedimentos aplicados para transformadores fábrica. Uma tolerância de 50% é tipicamente aceita.
imersos em óleo mineral. Atenção especial deve ser
dada aos acessórios cobertos com películas residuais
do fluido FR3. Filmes finos de ésteres naturais tendem

13
 Medição da Capacitância dos Enrolamentos: Transformadores com comutador sob carga, devem
Deve ser medida conforme normas locais. Os ter sua operação verificada desde o tap mínimo até
resultados devem ser comparados com os valores o máximo. Verifique se o comutador está preenchido
obtidos nos ensaios de fábrica. Uma tolerância de com o fluido isolante apropriado, no nível exigido e
20% é tipicamente aceita. também se está atendendo aos requisitos de norma.

 Resistência de Isolamento: Verificações Gerais


Os valores de resistência de isolamento entre  Confirmar se todas as válvulas estão na posição
enrolamentos e entre enrolamentos à massa devem correta, fechada ou aberta conforme exigido.
ser verificados. Durante a medição, nenhuma linha  Confirmar a purga de todos os compartimentos e
externa, para-raios, etc., devem estar conectados ao acessórios do tanque.
circuito. Antes da medição os contatos das buchas
 Verificar se todos os poços de temperatura estão
devem ser totalmente limpos usando
preferencialmente solvente dielétrico ou álcool preenchidos com óleo.
isopropílico. Recomenda-se utilizar medidor de  Verificar nível de óleo no conservador, comutador,
2500V ou 1000V (para evitar desvios, utilizar mesma buchas, etc.
tensão dos ensaios de fábrica), preferencialmente  Verificar todas as conexões de aterramentos.
automático e fixar os contatos firmemente. Veja  Verificar a operação dos sistemas supervisórios,
seção Comissionamento para detalhes sobre ventiladores, aquecedores, bombas, etc.
diferenças nas medições de resistência de
isolamento entre éster natural e óleo mineral. Comissionamento
 Operação de Comutadores: Se aprovado em todas as verificações e ensaios de pré-
comissionamento, aguardar um tempo de repouso de no
Transformadores com comutador de operação “sem
mínimo 24 horas para transformadores de potência ou
carga” devem estar totalmente desligados do
utilizar duas vezes o tempo normalmente aplicado para
fornecimento de energia antes da operação do
transformadores imersos em óleo mineral, para
comutador. Não é recomendada a operação do
assegurar a dissipação de todas eventuais micro bolhas
comutador se a temperatura do liquido isolante for
provenientes do núcleo e da bobina. Após configurar
inferior a 0°C. A chave comutadora deve estar
todos os sistemas de supervisão e proteção, como relés
travada com cadeado na posição de trabalho,
de sobrecorrente ou relés diferenciais, o transformador
assegurando de que os contatos estejam
estará preparado para ser energizado em vazio (sem
corretamente e totalmente fechados. Para evitar
carga), e com o comutador na posição normal. Sempre
sérios danos ao transformador, a alavanca da chave
que possível, a tensão deve ser aumentada
comutadora não pode ser deixada numa posição
gradualmente. Verificar se tensões e correntes primárias
intermediária ou desbloqueada.
estão balanceadas e se há ruídos ou vibrações
indevidas durante o comissionamento.
Tabela 5
Valores de Aceitação para Fluido FR3 e outros Fluidos à Base de Éster Natural Após Contato e Antes da Energização
Método de Ensaio Classe de Tensão
Propriedade ASTM ISO/IEC ≤ 36kV > 36kV ≤ 69kV > 69kV ≤ 230kV > 230kV
Elétricas
Rigidez Dielétrica (kV) 1 mm gap D1816 ≥ 20 ≥ 25 ≥ 30 ≥ 32
2 mm gap D1816 ≥ 30 ≥ 45 ≥ 52 ≥ 55
2.5 mm gap IEC 60156 ≥ 32 ≥ 47 ≥ 55 ≥ 60
Fator de Dissipação 25°C (%) D924 ≤ 0,5 ≤ 0,5 ≤ 0,5 ≤ 0,5
90°C (tan ) IEC 60247 ≤ 0,072 ≤ 0,072 ≤ 0,072 ≤ 0,072
Físicas
Exame Visual D1524 IEC 62770 4.2.1 Límpido, livre de sedimentos e materiais em suspensão
Viscosidade a 40°C (mm2/sec) D445 ISO 3104 ≤ 50 ≤ 50 ≤ 50 ≤ 50
Segurança e Meio Ambiente
Ponto de Combustão (°C) D92 ISO 2592 ≥ 300 > 300 > 300 > 300
Ponto de Fulgor (°C)
Copo Aberto Cleveland D92 ISO 2592 ≥ 275 ≥ 275 ≥ 275 ≥ 275
Copo Fechado Pensky-Martens D93 ISO 2719 ≥ 250 ≥ 250 ≥ 250 ≥ 250
Químicas
Conteúdo de água (mg/kg) D1533 IEC 60814 ≤ 350 ≤ 300 ≤ 150 ≤ 100
Índice de Neutralização (mg KOH/g) D974 IEC 62021.3 ≤ 0.06 ≤ 0.06 ≤ 0.06 ≤ 0.06

14
Se possível, observe a operação por um tempo. Se a Para transformadores imersos em líquido isolante, o
operação estiver satisfatória, seguir com a aplicação de sistema de isolamento é composto por materiais sólidos
carga e verificar as leituras de tensões e correntes em à base de celulose e um líquido refrigerante dielétrico. A
todas as fases do primário e secundário. Verificar proporção entre isolamento sólido e líquido varia
temperatura do topo do óleo em intervalos regulares e conforme o projeto do transformador. As propriedades
tomar amostras conforme procedimentos normalizados. dielétricas dos isolantes sólidos e líquidos são distintas.
Materiais isolantes de tipos diferentes também terão
Resistência de Isolamento propriedades dielétricas distintas. Finalmente, a
O procedimento tradicional para medição de resistência variação de temperatura também afeta o fator de
de isolamento (RI) em transformadores imersos em óleo potência.
mineral também pode ser aplicado para Para avaliar adequadamente as medições do fator de
transformadores imersos em éster natural. Importante potência é essencial compreender as variáveis e seus
notar que os valores usuais de RI de transformadores impactos relativos. Propriedades do fluido corretas e
imersos em éster natural são mais baixos que óleo valores medidos de fator de potência maiores que o
mineral. Ainda assim, a medição de RI é aplicável na esperado são indicações de umidade na isolação sólida.
comparação com: Um procedimento de secagem é recomendado.
 medições dos valores originais de fábrica, como
Diferenças nos Componentes dos Sistemas de
referência para detecção de desvios de fabricação Isolação: Diferenças nas Perdas Dielétricas do
antes dos ensaios dielétricos. Fluido FR3 e Óleo Mineral
 medição entre fases para rastrear eventual
A estrutura química dos ésteres naturais tem uma
degradação da isolação. característica ligeiramente mais polar que o óleo
 valor mínimo típico (mas não utilizado como critério mineral. Essa diferença resulta num maior fator de
de aceitação) de 500MΩ, medido com instrumento dissipação do fluido, todas as outras variáveis
de 1000VDC/10G). permanecem iguais. O fator de dissipação dos fluidos e
Se esses critérios não forem atendidos, o fabricante isolação sólida aumenta com a temperatura, resultando
deve ser consultado sobre a necessidade de com que o fator de potência do transformador também
procedimentos adicionais. aumente com a temperatura. Fatores de correção de
temperatura podem ser usados para corrigir a medição
Medição do Fator de Potência a uma referência de 20°C, permitindo a comparação de
O fator de potência de transformadores imersos em resultados. A correção para 20°C não é exata e pode
fluido FR3 é tipicamente superior ao de um apresentar variações mesmo entre medições num
transformador similar imerso em óleo mineral. A Cargill mesmo transformador. A Figura 9 mostra a faixa
recomenda que os valores limites de aceitação sejam aproximada do fator de dissipação em função da
dobrados para transformadores imersos em fluido FR3. temperatura do óleo mineral e fluido FR3.

Ensaios de fator de potência são mais comuns para Isolação Solida Impregnada em Fluido FR3 ou Óleo
transformadores de potência do que distribuição (a IEC Mineral
60076-1 [35] e a IEEE C57.12.00 [23] não estabelecem Uma isolação sólida impregnada apresenta um fator de
critérios de aceitação para o ensaio de fator de dissipação mais alto em fluido FR3 em comparação ao
potência). Alguns clientes solicitam a medição do fator óleo mineral. A EHV Weidmann [36] avaliou o fator de
de potência como critério de avaliação da qualidade do dissipação de três tipos de isolação sólida impregnadas
produto original e como uma referência para análise de em óleo mineral ou fluido FR3.
manutenção preventiva.
Papel isolante “diamantado” (DDP ou DPP), pressboard
O fator de potência é a razão entre a corrente resistiva de média densidade e pressboard de alta densidade
e capacitiva num sistema isolante. O valor do fator de tiveram todos resultados relativos similares, com
potência depende, entre outras coisas, do nível de incremento de aproximadamente 50% no fator de
secagem dos materiais isolantes em transformadores dissipação quando impregnados com fluido FR3 em
novos. Para transformadores em operação, alterações relação ao óleo mineral. A Figura 10 mostra as
no fator de potência são indicativos de aumento de diferenças relativas do fator de dissipação em função da
umidade ou outros contaminantes nos materiais temperatura.
isolantes. O fator de potência é uma medição muito
Sistema Isolante com Fluido FR3 ou Óleo Mineral
efetiva para monitorar tendências ao longo do tempo.
Modelos de sistemas isolantes foram construídos
Há muitas variáveis que impactam as medições do fator usando proporções relativas de isolamento líquido e
de potência, mesmo em equipamentos novos, sólido para simular a região entre enrolamentos de baixa
essencialmente secos e sem contaminação. e alta tensão em transformadores de distribuição e
potência. Os modelos de distribuição consideraram
isolação sólida impregnada entre os enrolamentos,

15
Fluido FR3
Óleo mineral
Fator de Dissipação (%)

Fator de Dissipação (%)


Papel Diamantado
Óleo mineral
Fluido FR3

Temperatura (°C) Temperatura (°C)

Figura 9 Figura 10
Fator de dissipação versus temperatura do óleo mineral Fator de dissipação versus temperatura papel
e fluido FR3. diamantado impregnado em óleo mineral e fluido FR3.

enquanto o modelo para transformadores de potência Medição de Umidade na Isolação Sólida


considerou aproximadamente 85% de fluido entre os Também conhecido como “Umidade Relativa na
enrolamentos. Superfície da Isolação - URSI”, o procedimento de
As medições do fator de potência nos modelos de avaliação do ponto de orvalho de um volume de ar
sistemas de distribuição utilizando fluido FR3 foram inicialmente seco, inserido num tanque drenado e
aproximadamente 50% maiores do que os mesmos depois de alcançado as condições de equilíbrio com o
modelos utilizando óleo mineral. Essas medições, em isolamento sólido, também pode ser aplicado em
conjunto com dados de produção de transformadores de unidades imersas em fluido FR3.
distribuição, indicam que o fator de potência de um O procedimento começa mantendo o transformador sob
transformador de distribuição novo impregnado com vácuo por um certo período de tempo, na sequência o
fluido FR3 seria ao redor de 0,75%, contra 0,50% de vácuo é quebrado com ar super seco para alcançar um
uma unidade idêntica impregnada com óleo mineral. ponto de orvalho muito baixo (tipicamente em torno de -
As medições do fator potência nos modelos de 60°C). Após 12h ou 24h, haverá equilíbrio entre o ar
transformadores de potência utilizando fluido FR3 foram seco dentro do tanque e a superfície dos materiais
aproximadamente 100% maiores do que os mesmos isolantes. A alteração do ponto de orvalho do ar será
modelos utilizando óleo mineral. Este valor relativo mais utilizada para estimar a umidade dos isolamentos
alto para os modelos de potência é devido à maior sólidos.
proporção óleo/papel no sistema isolante em avaliação. Também é possível estimar o conteúdo de umidade na
Essas medições, em conjunto com dados de produção, isolação sólida através da umidade no líquido isolante,
indicam que o fator de potência de um transformador de utilizando o gráfico da Figura 11.
potência impregnado com fluido FR3 seria em torno de
0,40%, contra 0,20% de uma unidade idêntica O valor medido pode ser comparado com o valor obtido
impregnada com óleo mineral (veja Figura 9). em fábrica antes do despacho. O fabricante do
transformador deve ser contatado para informação
As diferenças relativas descritas acima também se sobre critérios de aceitação.
aplicam para transformadores reenchidos, inicialmente
impregnados e preenchidos com óleo mineral.
Entretanto, a alteração inicial no fator de potência será
menor do que aquela de um sistema novo imerso em
!
fluido FR3 devido ao tempo necessário para que o óleo IMPORTANTE: Diferentemente dos
mineral impregnado nos materiais isolantes sólidos seja conjuntos impregnados com óleo mineral, a
substituído e equalizado com o fluido FR3. Em geral, o secagem com ar quente é um processo
tempo necessário para alcançar um equilíbrio no fator inaceitável para redução de fator de potência de
de potência será menor em transformadores de conjuntos já impregnados com fluido à base de éster
distribuição reenchidos, novamente em função da maior natural. Quando exigido secagem adicional, utilizar
proporção papel/óleo nos sistemas isolantes. um método que não expõe ao ar o isolamento
impregnado, para evitar a polimerização do fluido
dielétrico.

16
Secagem de Isolamentos Impregnados ferramentas e equipamentos necessários para garantir
um ambiente de trabalho seguro. Somente pessoal
Para a secagem de isolamentos sólidos impregnados qualificado pode ser designado para essas atividades,
com óleo, é aceitável a utilização do fluido FR3 seguindo todas as normas e regulamentações locais.
aquecido, vapor de querosene ou nitrogênio. A secagem
do isolamento impregnado com fluido FR3, usando Antes de iniciar qualquer atividade de manutenção, os
fluido FR3 aquecido, deve seguir os seguintes passos: transformadores devem estar isolados da rede e
terminais aterrados. O nível do fluido isolante deve ser
 Para desabilitar a refrigeração do radiador, reduza o
verificado antes de remover porcas, parafusos e antes
nível do fluido para bem abaixo da entrada do de retirar a selagem do tanque.
radiador, porém acima de todas as partes condutoras
de corrente. Procedimento Geral
 Selar o tanque mantendo um colchão de nitrogênio O procedimento de manutenção preditiva mais
sobre o fluido. Usar a válvula de alívio para evitar o importante para transformadores de potência é a análise
risco de sobrepressão. do líquido isolante. De maneira similar a um exame de
 Aqueça o transformador até que a temperatura do sangue no ser humano, o liquido isolante fornece
fluido atinja cerca de 110°C, usando aquecedor ou informações sobre o que está ocorrendo dentro do
gerando perdas nos enrolamentos em curto-circuito. transformador. Cada empresa deve definir o intervalo de
 Drenar o fluido do tanque injetando nitrogênio. amostragem de acordo com o tipo e tamanho do
Aplique vácuo para secar o isolamento, sem exceder transformador. Intervalos usuais são:
a resistência mecânica do tanque. Sistemas de  Análise físico-química do fluido: a cada 1 ano.
condensação de vapor tornam o processo mais
 Análise de Gases Dissolvidos: a cada 6 meses.
eficiente.
 Encher sob vácuo com fluido FR3 seco ou, caso a Importância do Sistema de Selagem
unidade seja armazenada antes do enchimento, O sistema de selagem de transformadores é
quebrar o vácuo com nitrogênio seco. responsável por formar uma barreira de separação entre
Conforme necessário, repetir o procedimento acima até o ambiente externo e o sistema isolante do
obter o nível de secagem requerido. A secagem por transformador, formado principalmente por materiais
vapor phase em conjuntos impregnados com fluido FR3 isolantes sólidos e líquidos.
pode ser realizada. Remova os resíduos de fluido FR3 Transformadores de “Respiro Livre” têm sido
da câmara de condensação de vapor. O usuário é amplamente utilizados. Nos anos 60, vários estudos
responsável por desenvolver procedimentos como Fabre e Pichon [37] revelaram que quando o fluido
compatíveis com seu processo de reparo ou fabricação. é rico em oxigênio dissolvido, a degradação do
MANUTENÇÃO isolamento celulósico sólido devido à oxidação é muito
maior do que a degradação termo-hidrolítica. A
Um sistema rigoroso de inspeção e manutenção absorção de umidade do ambiente também é uma
preventiva irá assegurar uma vida útil longa, operação preocupação, pois impacta a degradação do papel e
livre de problemas e ainda minimizar custos de pode exigir o recondicionamento do fluido,
manutenção. A manutenção inclui inspeções regulares, especialmente em regiões úmidas. Estes ensaios foram
ensaios e recondicionamento. Devem ser mantidos realizados usando óleo mineral e apontaram as
registros históricos do transformador com detalhes de vantagens do uso de sistemas de selagem. O principal
todas as inspeções, ensaios realizados e ocorrências benefício esperado dos sistemas de selagem é o
anormais. O objetivo principal da manutenção é manter aumento da vida útil do papel isolante.
o material isolante em boas condições. Umidade,
partículas contaminantes e aquecimento excessivo são Construções de “respiro livre” não são recomendadas
as causas mais frequentes de deterioração da isolação, para transformadores imersos em fluido FR3. Além dos
que as evitando manterá o isolamento em boa condição. benefícios quanto à degradação do papel, um sistema
de selagem ou projeto construtivo “sem respiro livre” irá
Precauções Gerais de Segurança prevenir o contato do fluido dielétrico com o ar ambiente,
Um bom planejamento é essencial antes de realizar assegurando uma estabilidade de longo prazo do fluido
qualquer intervenção em transformadores. Um à base de éster natural.
planejamento adequado inclui avaliação da estrutura, Uma grande quantidade de ensaios foram realizadas
assegurando a robustez do fluido FR3 para todas
IMPORTANTE: Para prevenir o ingresso de aplicações, exceto transformadores de “respiro livre”. O
! umidade e manter as propriedades ótimas
do fluido para uso como fluido isolante
fluido FR3 tem comprovada estabilidade em
transformadores selados e alguma eventual exposição
elétrico, a exposição ao oxigênio, umidade e outros ao ambiente não é uma preocupação para a
contaminantes deve ser minimizada. estabilidade à oxidação do fluido FR3.

17
Como exemplo, um tanque de ensaio grande foi Registros de todos os ensaios devem ser mantidos
preenchido com fluido FR3 e mantido sem tampa juntamente com os registros das condições de operação
durante 5 anos num armazém. Após esse período o e carregamento. A degradação excessiva e crescente
fluido apresentou fator de dissipação e conteúdo de pode então ser avaliada, evitando danos ao fluido e
umidade elevado e pequeno aumento na viscosidade, mantendo o desempenho do transformador.
mas ainda mantinha uma condição relativamente boa.
Os limites sugeridos para iniciar uma investigação de
Não havia qualquer camada polimerizada na superfície
transformadores imersos em fluido FR3 e outros fluidos
do fluido causado pela oxidação livre. Em outro ensaio,
à base de éster natural são apresentados na Tabela 6 e
transformadores foram mantidos em condição de respiro
Tabela 7. Como o histórico de operação de
totalmente livre durante 11 anos e submetidos a um
transformadores imersos em fluidos à base de éster
carregamento cíclico de maneira a forçar sua
natural é relativamente recente, a coleta de dados ainda
“respiração”. Duas vezes ao ano os transformadores
pode causar ajustes finos em alguns parâmetros.
eram submetidos a ensaios dielétricos (tensão aplicada,
induzida e 3x impulso atmosférico), sem apresentar Efeitos do Oxigênio e Umidade na
nenhuma falha. Após 7 anos, a viscosidade dos fluidos
Isolação Sólida e Líquida
havia aumentado em cerca de 10%, o limite máximo de
aceitação para provocar uma investigação no O ingresso de umidade é a principal preocupação
equipamento conforme a norma IEEE C57.147. durante curtos períodos de exposição ao ambiente dos
componentes internos do transformador. Dependendo
Deterioração de Líquidos Isolantes do conteúdo de umidade do ambiente e carregamento
Líquidos isolante em geral estão sujeitos à deterioração do transformador, pode haver risco de migração da
ou contaminação durante o armazenamento, manuseio umidade para a isolação sólida. O aumento de umidade
ou serviço. Consequentemente, tratamentos periódicos e oxigênio na isolação sólida não é desejável, pois
são indicados para manter o fluido na sua condição acelera a taxa de envelhecimento da isolação sólida
original/novo. Quando em serviço, líquidos isolantes (degradação oxidativa e termo-hidrolítica) e pode afetar
estão sujeitos à deterioração devido às condições a rigidez dielétrica.
normais de uso, e a deterioração mais comum de um A solubilidade de água do fluido FR3 é maior que a do
fluido é a oxidação, um processo de longo prazo. A óleo mineral, deslocando o equilíbrio sólido-líquido e
principal indicação de uma oxidação significativa do causando uma migração de água significativa do papel
fluido FR3 e de outros fluidos à base de éster natural é em direção ao fluido FR3. A Figura 11 mostra o efeito
um aumento de sua viscosidade cinemática. desse deslocamento do equilíbrio e o processo de
Igual ao óleo mineral, a degradação térmica do fluido secagem da isolação sólida. A influência da extração de
FR3 ocorre ao longo da vida útil do transformador. Como água é discutida nas referências [38] [39].
sempre existe algum conteúdo de oxigênio dissolvido no Experiências de campo confirmaram que a umidade,
fluido, as reações são aceleradas pela temperatura e a eventualmente absorvida pelo fluido do contato com ar
presença de metais catalisadores como ferro, cobre e ambiente, também pode ser consumida pela reação de
outros compostos metálicos dissolvidos, fazendo com hidrólise do fluido, evitando a migração de umidade para
que o líquido isolante seja submetido a um processo o isolamento sólido.
lento de degradação térmica. Como resultado, a cor do
óleo escurece e a acidez aumenta, ao mesmo tempo em
que características elétricas sofrem alterações como
redução na rigidez dielétrica e/ou aumento do fator de
dissipação (tan δ) e, no longo prazo, um aumento da
viscosidade. A principal diferença para o óleo mineral
está na ausência de formação de borra.
O líquido isolante num transformador operando em
condições normais de carregamento, adequadamente
selado e livre de umidade e partículas, apresentará
pouquíssima degradação após muitos anos em serviço.
Ensaios periódicos do fluido FR3 são recomendados
usando mesmos procedimentos para óleo mineral ou, se
não definidos, em intervalos de 12 meses, para análises
de umidade, rigidez dielétrica, acidez, viscosidade,
ponto de fulgor e fator de dissipação. Análises de gases
dissolvidos também podem ser aplicadas de maneira Figura 11
similar aos transformadores imersos em óleo mineral. Conteúdo de água no fluido FR3 em equilíbrio com
conteúdo de água no papel termo estabilizado, baseado
na pressão de vapor da água (Gráfico de “Piper”)

18
Tabela 6
Valores Limites para Provocar Investigação de Transformadores Imersos em Fluido FR3 e outros Fluidos à Base de
Éster Natural em Serviço
Método de Ensaio Classe de Tensão
Propriedadea ASTM ISO/IEC ≤36kV > 36kV ≤ 69kV > 69kV ≤ 230kV > 230 kV
Elétrica
Rigidez Dielétrica (kV)
1 mm gap D1816 < 23 < 23 < 28 < 30
2 mm gap D1816 < 40 < 40 < 47 < 50
2.5 mm gap IEC 60156 < 40 < 40 < 50 < 60
Fator de Dissipação
25°C (%) D924 IEC 60247 > 3% > 3% > 3% > 3%
90°C (tan ) b b b b
Física
Cor D1500 ISO 2211 > 1.5 > 1.5 > 1.5 > 1.5
Aumento percentual da
D445 ISO 3104 > 15% > 15% > 15% > 15%
viscosidade a 40°C (%) a

Segurança e Meio Ambiente


Ponto de Fulgor (°C)
Copo Aberto Cleveland D92 ISO 2592 < 275 < 275 < 275 < 275
Copo Fechado Pensky-Martens D93 ISO 2719 < 250 < 250 < 250 < 250
Química
Umidade Relativa (%) D1298 > 45% > 40% > 25% > 20%
Conteúdo de Água (mg/kg) D1533 IEC 60814 > 435 > 385 > 240 > 200
Acidez (mg KOH/g) D974 IEC 62021.3 > 0.3 > 0.3 > 0.3 > 0.3

NOTA: a) A tendência ao longo do tempo é mais relevante, especialmente por serem valores ainda provisórios.
b) Estes valores ainda não estão disponíveis. Maiores investigações / histórico são necessários.

Tabela 7
Matriz de decisão c/ ações recomendadas p/ fluido FR3 fora dos limites de serviço contínuo ou conf. análise específica

Tg (%) ou Conteúdo Índice de


Viscosidade BDV Recomendação
DDF (%) de Água Neutralização
OK Sem ação
OK OK
Não OK Regeneração do liquido isolante
OK Recondicionamento do liquido isolante
OK
Não OK Regeneração ou substituição do liquido isolante
OK
OK Recondicionamento do liquido isolante. Se o fator
Não OK OK de potência do transformador estiver alterado,
Não OK considerar secagem da parte ativa
Recondicionamento e regeneração do liquido
Não OK
isolante ou substituição
Recondicionamento e regeneração do liquido
Não OK
isolante ou substituição
Não OK Considerar substituição do liquido isolante
NOTA: a) Regeneração do liquido isolante = tratamento de percolação usando Bauxita ou Terra Fuller
b) Recondicionamento do liquido isolante = tratamento usando termo vácuo e filtragem
c) Secagem da parte ativa = tratamento da parte ativa para extração de umidade dos materiais isolantes sólidos.
d) OK ou Não OK refere-se aos limites sugeridos na Tabela 6 ou conforme critério de cada usuário.

19
600
100

Fluido FR3
(% saturação a temp ambiente)

Óleo mineral 500


80

Conteúdo de Água (mg/kg)


Umidade Relativa

400
60

300

40
Fluido FR3
200
Óleo mineral

20
100

0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
Tempo de Exposição (horas)
Tempo de Exposição (horas)

Figura 12 Figura 13
Absorção de água no óleo mineral e fluido FR3 expostos Absorção de água no óleo mineral e fluido FR3 expostos
ao ar ambiente, em umidade relativa. ao ar ambiente, em umidade absoluta total.

Absorção de Água Durante O risco de exposição do fluido FR3 ao ar ambiente e


Manutenção e Secagem em Campo potencialmente causar polimerização de filmes finos é
maior durante atividades de manutenção e reparo.
A absorção de água do ambiente é mostrada na Figura Componentes impregnados com fluido FR3, ou
12 e na Figura 13. Em termos de conteúdo de umidade suscetíveis a polimerização de filmes finos, devem ser
absoluta, o fluido FR3 absorve água muito mais mantidos imersos em fluido FR3. Se imersão não for
rapidamente que óleo mineral. Em termos de umidade possível, os componentes podem ser lavados
relativa, o óleo mineral absorve água mais rapidamente. preferencialmente com solvente dielétrico ou álcool
As mesmas precauções tomadas para minimizar a isopropílico e mantidos em bolsas plásticas de baixa
absorção de umidade durante eventos de manutenção permeabilidade ao oxigênio. Não secar componentes
em transformadores com óleo mineral devem ser impregnados com fluido FR3 em fornos de ar quente.
tomadas para o fluido FR3. Para recomendações adicionais, consulte o Guia Cargill
O conteúdo de umidade no fluido FR3 pode ser reduzido R2080, “Oxidação de Filmes Finos”.
através de processos de tratamento/filtragem da mesma
maneira que óleo mineral. Conteúdos de umidade
ENSAIOS DE DIAGNÓSTICO
abaixo de 50 mg/kg são alcançados facilmente. As propriedades nesta categoria não afetam
diretamente o desempenho do transformador, mas sim
Ações para Evitar a Polimerização são usadas como indicadores de alterações no fluido ao
Durante a Manutenção longo do tempo devido ao funcionamento do
transformador. As curvas de tendências são tão úteis
A oxidação dos ésteres naturais leva a formação de quanto os valores em si. A qualidade do fluido FR3 é
oligômeros, aumentando sua viscosidade e medida usando os mesmos métodos de ensaios
eventualmente formando polímeros (polimerização de utilizados para óleo mineral convencional. Entretanto,
filmes finos). devido às diferenças químicas entre os fluidos, os
O aumento da viscosidade é a indicação definitiva de valores de referência são diferentes para algumas
que está ocorrendo oxidação. A polimerização é mais propriedades.
provável de ocorrer quando filmes finos do fluido FR3 A polaridade e estrutura molecular dos ésteres
sobre superfícies metálicas são expostas ao ar e à luz influenciam os resultados obtidos dos ensaios padrões.
solar (radiação UV). Conteúdo de umidade, fator de dissipação, ponto de
O fluido FR3 em um transformador sob condição não fluidez e índice de neutralização são tipicamente mais
intencional de respiro livre levará anos para apresentar elevados que os do óleo mineral. Tensão interfacial,
um aumento na viscosidade. Entretanto, muito antes do tendência à formação de gás e resistividade são
aumento da viscosidade, haverá um aumento normalmente mais baixos. Outros ensaios, tais como
significativo do fator de dissipação, alertando a conteúdo de compostos furânico requerem métodos de
anormalidade ao usuário com bastante antecedência se ensaio específicos para obter resultados confiáveis.
o fluido for amostrado de forma rotineira.

20
medida que o fluido FR3 envelhece, ele reage com a
5000
B
água (hidrólise), gerando ácidos graxos de cadeia longa
A
273  T
adicionais. Os ácidos graxos de cadeias longas são
Ponto de Saturação de Umidade (mg/kg)

Saturação(T) = 10

4000 ester natural: A = 5.3318, B = 684 neutros e não corrosivos em comparação aos ácidos
Doble Engineering
Óleo mineral: A = 7.0895, B = 1567
orgânicos de cadeia curta encontrados no óleo mineral.
(IEEE C57.106) Apesar do método de acidez determinar a quantidade
3000 de componentes ácidos presentes, ele não indica o tipo
ou a reatividade do ácido.
2000
Tensão Interfacial
Utilizar ISO 6295 [46] ou ASTM D971 [47] sem
1000 modificação. Devido à característica ligeiramente polar
do fluido FR3, em geral a tensão interfacial não é
0
afetada pela deterioração do fluido, sendo pouco útil
20 40 60 80 100 120 para esse objetivo. Entretanto, mais dados históricos de
Temperatura (°C) serviço são requeridos para se estabelecerem limites. O
fluido FR3 novo possui valores de tensão interfacial
Figura 14 inerentemente mais baixos do que o óleo mineral.
Saturação de umidade versus temperatura para óleo
mineral e fluido FR3. Resistividade
Conteúdo de Umidade Utilizar IEC 60247 ou ASTM D1169 [48] sem
modificação. Pelas mesmas razões que o fator de
Utilizar IEC 60814 [40] ou ASTM D1533 [41] sem dissipação do fluido FR3 é maior que o do óleo mineral,
modificações. A saturação de umidade em função da a resistividade é menor.
temperatura é mostrada na Figura 14. Na temperatura
ambiente a saturação de umidade no fluido FR3 é de Ponto de Fluidez
aproximadamente 1000 mg/kg, e 55 mg/kg para óleo O ponto de fluidez do fluido FR3 está tipicamente na
mineral. Esta alta capacidade de absorver água é um faixa de -24°C a -21°C, sendo maior que o do óleo
dos principais atributos do fluido FR3 e fator essencial mineral. Seguir cuidadosamente ISO 3016 [49] ou
na extensão de vida útil do papel Kraft em comparação ASTM D97 [50] para obter resultados precisos. Aqueça
ao óleo mineral. as amostras de fluido a 130°C e resfrie a temperatura
O fluido FR3 novo contém tipicamente 20–50 mg/kg de ambiente antes de iniciar a determinação do ponto de
água. As normas IEC 62770 e ASTM D6871 de Ésteres fluidez. As taxas de resfriamento e os intervalos de
Naturais para Equipamentos Elétricos permitem um monitoramento do ponto de fluidez precisam estar
máximo de 200 mg/kg. exatamente de acordo ao método de ensaio para obter
valores exatos de ponto de fluidez.
Fator de Dissipação
O método ASTM D5950 [51] também pode ser utilizado
Utilizar IEC 60247 [42] ou ASTM D924 [43] sem para determinar o ponto de fluidez do fluido FR3. Notar
modificação. Ao utilizar uma única célula de ensaio para que o método D5950 provê consistentemente um ponto
medições de fator de dissipação de óleo mineral e fluido de fluidez de aproximadamente 3°C mais baixo do que
FR3, a célula deve estar meticulosamente limpa ao o método D97. A principal razão é a diferença na
mudar de um tipo de fluido para outro. Isto é sensibilidade ótica do detector versus olho humano na
particularmente válido ao medir o fluido FR3 depois do luz refratada.
óleo mineral. Valores artificiais elevados podem ser
obtidos se a célula não estiver suficientemente limpa. NOTA: O ponto de fluidez é um ensaio de diagnóstico
que simplesmente compara as propriedades
O fator de dissipação de um fluido FR3 novo é relativas de vazão a frio de diferentes óleos,
naturalmente mais elevado do que de um óleo mineral mas não determina o desempenho do fluido
novo. A composição química do fluido a base de éster é abaixo do seu ponto de fluidez.
relativamente polar comparada ao óleo mineral. Esta
característica, juntamente com uma maior acidez, Tendência a Absorção de Gás
explica os fatores de dissipação mais elevados. IEC 60628 [52] ou ASTM D2300 [53] podem ser
Índice de Neutralização utilizadas. A tendência à formação de gás do fluido FR3
pela ASTM D2300 é -79 µl/min, significativamente
Utilizar IEC 62021-3 [44] ou ASTM D974 [45] sem menor que a do óleo mineral. O elevado grau de poli-
modificação. O fluido FR3 novo contém, naturalmente, insaturação tem uma maior tendência e capacidade de
pequenas quantidades de ácidos graxos livres que absorver hidrogênio sob condições de descarga parcial.
resultam em índices de neutralização mais elevado do
que os habitualmente observados em óleos minerais. À

21
Inibidor de Oxidação Pontos de Fulgor e Combustão
O teor de inibidor de oxidação pode ser medido Utilizar ISO 2592 [59] ou ASTM D92 [60] sem
utilizando as condições gerais para os tipos de aditivos modificação para pontos de fulgor e combustão em copo
encontrados nos métodos de ensaios IEC 60666 [54] e aberto. Utilizar ISO 2719 [61] ou ASTM D93-16a [62]
ASTM D4768 [55]. O método GC ou HPLC são para a medição de ponto de fulgor em copo fechado.
preferíveis à técnica de infravermelho (IR) porque os
ésteres e subprodutos de ésteres absorvem o A contaminação por fluidos mais voláteis diminui o ponto
infravermelho nas mesmas regiões que os aditivos de fulgor, e pode diminuir o ponto de combustão. Os
inibidores. valores do ponto de fulgor podem ser usados para
estimar a quantidade residual de óleo mineral num
Considere readitivar o inibidor se o teor de inibidor cair transformador reenchido com fluido FR3. A Figura 5
abaixo de 0,12%. Notar que os ensaios de estabilidade mostra os pontos de fulgor e combustão em função do
a oxidação de óleo mineral não são adequados para uso conteúdo de óleo mineral no fluido FR3.
em fluidos à base de éster natural. A Cargill recomenda
o uso do método de tempo de indução de oxidação Enxofre Corrosivo
empregando Calorimetria Diferencial de Varredura
O método da ASTM D1275 [63] e/ou IEC 62535 [64]
(DSC) usando oxigênio para comparar fluidos à base de
e/ou IEC 62697-1 [65] podem ser usados para detecção
éster natural e avaliar aditivos inibidores.
de enxofre corrosivo no fluido FR3 sem modificações.
Estabilidade a Oxidação Note que o método ASTM D1275 utiliza a intensidade
de descoloração observada numa tira de cobre para
A IEC 62770 publicou um método de avaliação da determinar a presença de enxofre corrosivo. A
estabilidade a oxidação para fluidos à base de éster descoloração de uma tira, especialmente em altas
natural. Após várias rodadas de comparação temperaturas ou longos períodos de envelhecimento,
interlaboratorial em todo o mundo, foi desenvolvida uma pode também ser resultado de outras fontes diferentes
versão modificada da IEC 61125C e definidos os do enxofre que atua como falsos positivos. Análise
critérios de aceitação. Este método é um ensaio de elementar semi-quantitativa da superfície usando
aceitação e não um método para comparação entre espectroscopia de energia dispersiva de raios-X (EDS
diferentes fluidos à base de éster natural. A Cargill ou EDX) irá fornecer a necessária discriminação da
recomenda o uso desse método para qualificação de fonte. A IEC 62535 utiliza uma tira de cobre coberta com
fluidos à base de éster natural. papel Kraft para detecção. A IEC 62697-1 é um método
Até a data em que este documento foi escrito, a ASTM para detecção de DBDS em líquidos isolantes.
não havia publicado um método de estabilidade a
oxidação aplicável aos fluidos à base de éster natural.
Compostos Furânicos
Entretanto um novo grupo de trabalho da ASTM, Tanto o método IEC 61198 [66] quanto ASTM D5837
WK21616 - Standard Test Method for Oxidation Induction [67] para determinação do conteúdo furânico de óleos
Time of Natural Ester Insulating Fluids by Differential minerais foram aplicados no fluido FR3, apesar do
Scanning Calorimetry (PDSC) foi iniciado no Subcomitê método não incluir especificamente em seu escopo
D27.06 em maio de 2014. A Cargill recomenda o uso da fluidos à base de éster natural. A técnica funciona muito
Calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) [56] para bem tanto para óleo mineral novo como para fluido FR3
comparação entre diferentes fluidos e determinação do novo. Entretanto, à medida que o fluido FR3 se degrada,
tempo de indução de oxidação. o método começa a sofrer das interferências de outros
produtos de degradação extraídos e concentrados junto
Contate o time local da Cargill Dielectric Fluids para
aos furanos. Essas interferências elevam o limite de
obter procedimentos mais detalhados ou envie um e-
detecção inferior e aumenta o erro do método.
mail para fr3fluid@cargill.com.
Contagem de Partículas
Conteúdo de PCB
Os métodos IEC 60970 [68] e ASTM D6786 [69] para
O fluido FR3 novo não contém bifenilas policloradas
determinação do número de partículas num fluido pode
(PCB - não detectável). O conteúdo de PCB é medido
ser usado se a amostra estiver diluída com um solvente
de acordo com IEC 61619 [57] ou ASTM D4059 [58]
grau de pureza PA. A viscosidade do fluido FR3 pode
usando coluna empacotada. Resultados precisos
não permitir a dissipação das bolhas de ar que entraram
podem ser obtidos usando tratamento com ácido
no fluido, no período de tempo permitido para fazer a
sulfúrico para remover interferências.
medição. As bolhas de ar são detectadas como
Não é recomendado tratamento com adsorventes para partículas.
remoção de interferências. Amostras de laboratório
Diluir o fluido FR3 próximo a 75% com heptano ou
preparadas com tratamento adsorvente apresentaram
hexano pré-filtrado. Filtre o solvente usando um filtro de
conteúdo de PCB consistentemente abaixo do
membrana de 0,2μm. Utilize o solvente filtrado para
esperado.
obter o valor branco para partículas. Isto funciona

22
efetivamente a menos que a contagem de partículas do Mais importante do que os dados de uma simples
fluido seja baixa. Neste caso, requere-se uma diluição amostra de gás são as taxas de geração de gás
menor e algumas tentativas e erros. Notar que a pressão (formação de gases com o tempo). O esforço expendido
aplicada deve ser limitada a 80psi, a fim de minimizar a para interpretar e atuar nos dados de gás é quase
queda de pressão na célula. sempre em proporção direta à taxa de geração.
Uma contagem de partículas alta pode ser resultado de Embora alguns defeitos possam ser diagnosticados com
cristais num fluido recentemente abaixo da temperatura consistência usando a análise de gases dissolvidos
do ponto de névoa. Se este for o caso, aqueça o fluido (defeitos com produção de arcos, por exemplo), muitas
para redissolver os cristais. vezes avaliar os dados requer os históricos
operacionais, de manutenção e de ensaio do
ANÁLISE DE GASES DISSOLVIDOS transformador. Mesmo assim, a interpretação pode não
A análise de gases dissolvidos (DGA, da sigla em inglês) ser nítida.
é uma técnica de diagnóstico muito útil na manutenção Excelentes discussões sobre a teoria de gases
preventiva, avaliação das condições e identificação de dissolvidos e sua aplicação prática podem ser
defeitos de transformadores a óleo (equivale a um encontradas nos manuais Facilities Instructions,
exame de sangue dos transformadores como parte de Standards, and Techniques publicados pelo Bureau of
um exame físico de rotina). A análise determina a Reclamation [70] [71].
quantidade de gases dissolvidos no óleo: hidrogênio,
gases hidrocarbonetos (metano, etano, etileno e Solubilidade do Gás
acetileno), óxidos de carbono (monóxido e dióxido de
A solubilidade dos gases no fluido FR3 difere levemente
carbono), oxigênio e nitrogênio.
da solubilidade no óleo mineral (Tabela 8). O volume de
gases gerado por alguns defeitos, principalmente
!
IMPORTANTE: Amostras do fluido defeitos com ocorrência de arco, também pode ser
FR3 para determinação de gases diferente. Defeitos com arco de baixa corrente geram
dissolvidos devem ser tomadas e analisadas volumes menores de gás no FR3 (ensaios produziram
usando mesmas técnicas e procedimentos aplicados volume de gás de cerca de 75% do volume gerado no
para óleo mineral. Os dados são interpretados de óleo mineral). Essas diferenças podem afetar a utilidade
forma muito similar aos gases em óleo mineral. de alguns métodos de análises de taxa e estimativas do
teor de gases combustíveis contido no headspace.
Os tipos de gases dissolvidos no óleo, juntamente com
Tabela 8
suas quantidades, proporções relativas e alterações Coeficientes de Solubilidade de Gás (Ostwald) para
com o tempo fornece pistas sobre o que está ocorrendo Fluido FR3 e Óleo Mineral
com o transformador. Os gases se formam durante os
25°C 70°C
processos normais de envelhecimento, degradação
Fluido FR3 Óleo Fluido FR3 Óleo
térmica, operação de fusíveis ou chaves, por defeitos Gás [72] mineral [71] [72] mineral [71]
elétricos ou durante eventos anormais. Hidrogênio H2 0.05 0.05 0.097 0.092
 Os gases formados durante a decomposição do óleo Oxigênio O2 0.15 0.17 0.255 0.208
são tipicamente gases de hidrogênio e Nitrogênio N2 0.07 0.09 0.141 0.127
hidrocarbonetos. Monóxido de
0.09 0.12 0.148 0.143
Carbono CO
 Os gases formados pela decomposição do Dióxido de
isolamento do papel (celulose) são tipicamente 1.33 1.08 1.187 0.921
Carbono CO2
óxidos de carbono. Metano CH4 0.30 0.43 0.387 0.432
 Tipos diferentes de defeitos formam gases com sua Etano C2H6 1.45 2.40 1.677 2.022
própria marca característica e proporção. Etileno C2H4 1.19 1.70 1.389 1.419
A análise de cromatografia gasosa determina a Acetileno C2H2 1.63 1.20 1.763 0.992
quantidade de gases dissolvidos no óleo. Embora todos Propano C3H8 - - 4.041 6.844
os dados de gás sejam informativos, os gases Propileno C3H6 - - 4.078 5.369
combustíveis dissolvidos são mais úteis para Metodologia e Comparação com Óleo
diagnósticos de defeitos. Os guias para ajudar na
interpretação dos gases dissolvidos usam vários Mineral
métodos para extrair informações sobre as condições do Dados de gases dissolvidos de milhares de
transformador. As quantidades, as proporções, e as transformadores a óleo mineral em operação normal e
taxas de geração de gás são usadas para ajudar a com defeitos, coletados, examinados e ponderados em
determinar se uma falha existe e identificar qual é o tipo décadas formam a base empírica de um método para
da falha. ajudar a avaliar a condição de um determinado
transformador.

23
A IEC, IEEE, Cargill e U.S. Bureau of Reclamation sido estudado e descrito como resultado de Stray
publicam guias para ajudar na interpretação dos dados Gassing (“Assinatura”) [80]. Stray gassing resulta da
de gases dissolvidos para diagnóstico de defeitos. [27] oxidação dos compostos ácidos graxos não saturados
[70] [71] [73] [74] [75] [76] [77] [78] [79]. Devido ao fato dos fluidos à base de éster natural sob condições de
de transformadores que usam ésteres naturais, tais serviço. Mesmo um fluido desgaseificado contém algum
como o fluido FR3, ser um desenvolvimento recente e oxigênio dissolvido que pode reagir com as porções
praticamente sem falhas em campo, são poucas as ácidas oleica, linoleica e linolênicas do fluido.
oportunidades para avaliar transformadores realmente
O gás etano predomina no ácido linolênico, que é maior
defeituosos. A minoria disponível, juntamente com
no fluido FR3 do que em outros fluidos à base de éster
dados de transformadores em funcionamento normal e
natural. Fluidos que contém maiores quantidades de
uma variedade de estudos laboratoriais ajuda a validar
ácidos oleico e linoleico, e pouco ou nada de ácido
a aplicação de DGA no fluido FR3.
linolênico podem produzir níveis maiores de octano e
Os dados são interpretados de maneira muito similar pentano respectivamente, mas pouco ou nada de etano.
aos gases no óleo mineral. Os gases combustíveis
gerados pelos defeitos no fluido FR3 são similares Acetileno
àqueles no óleo mineral: altos níveis de hidrogênio Durante a análise de gases para fluido FR3,
podem ser uma indicação de ocorrência de descarga frequentemente se observa um pico (não identificado)
parcial; óxidos de carbono em certas proporções com tempo de eluição próximo ao tempo do acetileno.
sugerem sobreaquecimento do papel; gases Às vezes esse pico não é mais do que uma elevação da
hidrocarbonetos podem resultar de um defeito térmico linha base que se estabiliza rapidamente, podendo
no óleo; acetileno indica a ocorrência de arcos. facilmente ser distinguido do acetileno (Figura 15).
O primeiro passo é determinar se existe um defeito Em outros casos, o pico parece ser genuíno (mais que
usando as quantidades e taxas de geração de gases uma elevação da linha base) e elui tão próximo do
dissolvidos antes de tentar maiores interpretações dos acetileno que pode ser confundido com o acetileno
dados de gás. Os métodos mais usados para análise de (Figura 16).
gases dissolvidos no fluido FR3 usam as taxas de
geração de gases combinadas com o método “Gás Como a presença de pequenas quantidades de
Chave” do IEEE ou o método Duval da IEC [76]. acetileno sugere um exame mais minucioso do
transformador, o responsável pela cromatografia deve
Etano e Hidrogênio estar ciente da possível ocorrência de picos enganosos.
Muitos (mas não todos) transformadores em operação Mais estudos e trabalhos devem ser realizados no
normal com fluido FR3 possuem conteúdo de etano sentido de identificar esta substância e desenvolver
maior que seus equivalentes a óleo mineral. Outros critérios para distingui-lo de maneira confiável do
gases hidrocarbonetos se mantêm baixos – apenas o acetileno.
etano pode ser elevado. Ocasionalmente, um nível um
pouco mais elevado de hidrogênio também é Métodos de Interpretação IEC
encontrado. Isto pode indicar incorretamente um defeito Os métodos de relação básica e relação simplificada do
de descarga parcial. guia de gás IEC 60567 [27] usam várias relações de
A presença de um nível elevado de etano e, algumas hidrogênio e gases hidrocarbonetos para ajudar a
vezes, de uma pequena quantidade de hidrogênio no identificar tipos de defeito. O método IEC Duval procura
fluido FR3 e outros fluidos à base de éster natural, tem as proporções relativas de metano, etileno e acetileno

30 60

50
25 etileno
etileno
40
20
pico pico
suspeito acetileno
pA

30 suspeito
pA

15
etano acetileno
20
10
10

5
7.0 7.5 8.0 8.5 9.0 9.5 10.0 10.5 11.0 11.5 12.0 5.0 5.5 6.0 6.5 7.0 7.5 8.0 8.5 9.0 9.5 10.0

Figura 15 Figura 16
Cromatografia mostrando um pequeno pico de “falso Cromatografia mostrando um pico maior de “falso
acetileno” eluindo antes do acetileno. acetileno” que poderia ser confundido com acetileno.

24
para identificar o tipo de defeito, supondo que uma defeitos térmicos no óleo e/ou papel (Tabela 9). Os
esteja presente. O método Duval esboça os dados num métodos básicos e Duval subdividem estas em tipos
gráfico ternário dividido em áreas de tipos de defeitos. mais específicos. O método simplificado identifica
Até agora tem sido o método mais confiável de somente o tipo de defeito principal.
identificação de defeitos para o fluido FR3. Veja também
Tabela 9
a recente publicação do CIGRE WG D1 sobre DGA em
Métodos de Análises do Guia de Gás IEC
óleos não minerais [81]. Aplicação no
Método Análise
O usuário deve determinar se a condição de defeito fluido FR3
existe para a interpretação dos dados ser significativa. aplicável
proporções de metano, etileno e
Duval (método mais
O usuário estabelece a presença de um defeito usando acetileno
confiável)
a taxa de geração de gás e níveis típicos de gás em combinações de relações de
transformadores em operação normal. O método Duval Relações
metano/hidrogênio, aplicável
Básicas
revisa o desenvolvimento e a aplicação dos métodos etileno/etano, e acetileno/etileno
IEC [76] [77] [81]. relações de
Relações metano/hidrogênio,
aplicável
Taxas de Aumento de Gás Simplificadas etileno/etano e
acetileno/etileno
De acordo com o guia IEC, um aumento nas CO2/CO relações de óxidos de carbono aplicável
concentrações de gás maior do que 10% por mês acima
dos valores de concentração típicos é geralmente Triângulo de Duval
considerado um pré-requisito para declarar um defeito
como ativo, na clara condição de que a precisão dos Um triângulo de Duval modificado para o fluido FR3 foi
valores de DGA é melhor que 10% após um mês. Taxas publicado recentemente. As modificações são muito
mais altas de aumento de gás, tais como 50% por pequenas, com ligeiras alterações nas porcentagens
semana, e/ou evoluindo para defeitos de maior energia para as transições T1-T2 e T2-T3. A Figura 17 e Figura
(por ex. D2 ou T3 do Triângulo de Duval), são 18 mostram os triângulos de Duval [77] para o fluido FR3
geralmente consideradas muito graves, especialmente e para óleo mineral.
se excederem os valores de concentração de alarme. A comparação dos dois triângulos permite um
No caso de transformadores de potência, taxas entendimento claro sobre a similaridade de analise, uma
específicas de produções de gases em mililitros por dia vez que as modificações são mínimas.
são também registradas. Deve ser dada atenção Esta é uma atividade de desenvolvimento contínuo, que
especial aos casos onde há aceleração na taxa de deve receber ao longo do tempo mais dados e
aumento de gás. atualizações, à medida que aumente a quantidade de
A IEC utiliza classes amplas de defeitos detectáveis: transformadores imersos em fluido FR3 em operação e
descarga parcial, descargas de alta ou baixa energia, consequentemente o repertório de resultados de DGA.

PD PD
100 0 100 0
T1 T1

80 20 20
80

T2

60 40 % C H 40
2 4 60
% CH4 % CH4 % C2H4
T2

40 60 60
40

D1 D2 DT T3 80 D1 D2 DT T3
20 20 80

0 100 100
100 80 60 40 20 0 0
100 80 60 40 20 0
% C2H2 % C2H2

Figura 17 Figura 18
Triângulo de Duval para fluido FR3. Contornos em Triângulo de Duval para óleo mineral.
vermelho são específicos para fluido FR3.

25
Métodos de Interpretação IEEE taxa de geração de gás em três faixas: <10 ppm/dia, 10-
30 ppm/dia, e >30 ppm/dia. A taxa de formação de gás
O guia IEEE C57.155 [79] enfoca na análise de gases é usada em conjunto com a quantidade de gás presente
dissolvidos de fluidos dielétricos não minerais e (método “condição”) para recomendar ações.
apresenta uma importante coleção de dados sobre stray
gassing (“assinatura”). Stray gassing refere-se aos TRATAMENTO DO FLUIDO
gases produzidos a partir do fluido dielétrico de um
transformador em condições normais de operação, não Desgaseificação
sendo portanto uma indicação de falhas ou A desgaseificação do fluido FR3 é realizada da mesma
comportamento anormal. maneira e podendo usar os mesmos equipamentos
A classificação de “Stray Gassing” ou condições de utilizados para óleo mineral. Devido à maior estabilidade
defeito são a principal diferença na análise de gases térmica do fluido FR3, pode ser possível realizar a
dissolvidos de transformadores imersos em óleo mineral desgaseificação numa temperatura um pouco mais
para os imersos em fluido FR3. elevada, de até 80°C, trazendo benefícios quanto ao
tempo total de processo sem afetar o desempenho de
A Tabela 10 apresenta os gases e volumes longo prazo do fluido (não causa extração de aditivos).
característicos de stray gassing para o fluido FR3. Uma No entanto, como a maioria dos equipamentos
amostra inicial, de um transformador sem histórico prévio modernos possuem sistemas de controle da vazão, não
de amostragem, que exceda os valores apresentados na são esperadas alterações de desempenho no
Tabela 10, deve ter uma amostra de DGA de tratamento do fluido FR3.
confirmação. A tendência dos resultados das amostras
subsequentes deve ser avaliada e, se necessário, Recondicionamento do Fluido
métodos de diagnóstico aplicados aos resultados. Os processos de recondicionamento aplicados para
Tabela 10 óleo mineral também podem ser aplicados ao fluido
Valor Limiar [μL/L (ppm)] para Transformadores Sem FR3. O recondicionamento é tipicamente realizado
Histórico Prévio de Amostragem usando um equipamento de desgaseificação associado
H2 CH4 C2H6 C2H4 C2H2 CO com uma unidade de filtragem, denominada como
Percentil 90 112 20 232 18 1 161 “termo vácuo”. Mais detalhes podem ser encontrados na
Intervalo de (105- (19- (219- (17-
(1-1)
(150- seção Equipamentos Termo Vácuo.
Confiança 95% 118) 22) 247) 20) 179)
Regeneração do Fluido
Aplicar os métodos IEEE para transformadores de
distribuição pode requerer alguns desvios do guia: Os processos aplicados na regeneração de óleos
chaves e fusíveis geram gases durante sua operação minerais também podem ser aplicados ao fluido FR3. Os
normal; as proporções e quantidades de papel e óleo processos típicos utilizados são os de percolação com
diferem em transformadores grandes; volumes menores Terra Füller ou Bauxita (alumina).
de óleo resultam em maiores concentrações de gás; Ambas as opções são eficazes para reduzir o fator de
tensões mais baixas usadas na distribuição são menos dissipação e índice de neutralização. Uma diferença
prováveis de causar descargas parciais. essencial está na recuperação da cor, uma vez que a
A Tabela 11 apresenta os gases gerados por tipo de alteração de cor no fluido FR3 não é causada pela
defeito do guia de gás IEEE para óleo mineral. Um pré- formação de borra ou outros contaminantes. Óleos
requisito para aplicar os métodos de interpretação deve vegetais apresentam uma condição característica de
ser o de determinar se um defeito existe usando as “fixação de cor”, bem conhecida nos processos de
quantidades e taxas de geração. O guia IEEE divide a refino. Ao contrário do óleo mineral, a cor não pode ser
utilizada como parâmetro de controle do processo de
regeneração do fluido FR3.
Tabela 11
Gases por Tipo de Falha do Guia IEEE
COMPATIBILIDADE DE MATERIAL
Tipo de Falha Gases Gerados
Térmica óleo mineral
A compatibilidade de material é um requerimento
recorrente dos clientes que utilizam fluido FR3 em
hidrogênio, metano; substituição ao óleo mineral isolante. Dados e
temperatura baixa
traços de etano, etileno
resultados de compatibilidade fornecidos nesse
hidrogênio > metano;
temperatura média documento foram resumidos a partir de sessenta e sete
etano, etileno
diferentes estudos realizados entre materiais de
hidrogênio, etileno;
temperatura alta
traços de acetileno
transformadores e o fluido FR3, desde 1995. Assim,
Elétrica
esse documento reflete as informações mais atuais
Papel monóxido e dióxido de carbono
disponíveis. A Tabela 12 apresenta uma lista de
Descarga de baixa hidrogênio, valor decrescente de materiais ensaiados e aprovados. Materiais não listados
intensidade metano, traços de acetileno
podem não ter sido ensaiados ainda.
Arco / curto circuito acetileno

26
Tabela 12
Materiais Ensaiados e Aprovados para Uso em Contato com o Fluido FR3.
Materiais de Núcleo e Materiais Grupo A Componentes Equipamentos Adesivos
Bobina Epóxi termofixo de Manobra PVA
Aço Silício Rynite 530 (PET) Barramento estanhado Caseína
Cobre Nu Nylon alta temperatura Barramento prateado Epóxi
Alumínio Nu Poliéster Termofixo Envoltório de Nylon Cianoacrilato
Formvar polivinílico Rostone Corda de fibra de vidro Trava Rosca Anaeróbico
Fio magnético de Fibra de vidro / epóxi Bucha de garrafa Acrílicos (fitas)
cobre Poliéster GPO3 / laminado Protetor de TC
Fio magnético de de vidro Guarnição de cobrir Fitas
alumínio Poliftalamida Amodel 1133 Guarnição de bucha Poliéster/vidro com adesivo de
Mandril cônico Filme mylar (PET) Poliéster GPO3 borracha termofixo
Papel Termo Masonite Janela de semáforo Adesivo acrílico termofixo
Estabilizado Porcelana vitrificada Chaves auxiliares Papel Kraft c/ adesivo de goma de
Papel Kraft Alça e envoltório de Nylon Selos O-Ring trigo
Pressboard Guarnição de semáforo
Papel diamantado Materiais Grupo B Disco de garrafa Miscelâneas
Papel plano Rosite 3250 Conector de Tanque Polietileno Naftalato (PEN)
Tubos Jaqueta fio PVC Guarnição de conector de Rynite 350
Tubos de crepe Fios e revestimentos epóxi tanque Bucha primária HTN
Placa de fibras Bloco de pinho TC com fios Comutador
vulcanizadas Fusível baioneta
Fita de poliamida sem Elastômeros Selantes Tinta epóxi (dois componentes)
epóxi Buna-N Locktite PST592 selante de Núcleo epóxi
Adesivo de acetato de Nitrila NBR tubos Fenólico (DETC)
polivinila Nitrila HNBR Locktite Vibra-Seal Termorretrátil (poliéster)
Epicloridrina ECO Composto Permatex 51D Madeira laminada
Viton TX material de bloco (HDLP)
Neoprene (usada) Bandagem de Núcleo Bandagem envoltória de Nylon
Cortiça/neoprene (usada) Vidro / poliéster (6/6)
Dacron / epóxi Fita Isolante Yoke
Faixa poliéster verde Liga CTC
Faixa nylon preta

Em geral, os resultados mostram que o fluido FR3 é  ASTM D624 Standard Test Method for Tear Strength
compatível com a maioria dos elastômeros, polímeros e of Conventional Vulcanized Rubber and
outros materiais comumente usados na fabricação de Thermoplastic Elastomers.
equipamentos elétricos. Estes mesmos materiais são  ASTM D2240 Standard Test Method for Rubber
também, em geral, compatíveis com óleo mineral Property Durometer Hardness.
isolante e éster sintético. Ainda assim, os fabricantes de
 ASTM D149 Standard Test Method for Dielectric
equipamentos elétricos devem ensaiar e verificar a
Breakdown Voltage and Dielectric Strength of Solid
compatibilidade de seus respectivos materiais com o
Electrical Insulating Materials at Commercial Power
fluido FR3. As compatibilidades apresentadas aqui
Frequencies.
tiveram como base materiais novos, sem uso. Materiais
envelhecidos em outros fluidos dielétricos, tais como os  ASTM C961 Standard Test Method for Lap Shear
de um transformador reenchido, podem alcançar Strength of Sealants.
resultados diferentes. Os fluidos dielétricos foram ensaiados de acordo com os
seguintes métodos:
Métodos de Ensaios Compatibilidade
 ASTM D924 Standard Test Method for Dissipation
Materiais elastoméricos e poliméricos foram ensaiados
Factor (or Power Factor) and Relative Permittivity.
de acordo com os seguintes métodos:
 ASTM D971 Standard Test Method for Interfacial
 ASTM D395 Standard Test Methods for Rubber Tension of Oil against Water by the Ring Method.
Property Compression Set.
 ASTM D974 Standard Test Method for Acid and Base
 ASTM D412 Standard Test Methods for Vulcanized Number by Color Indicator Titration.
Rubber and Thermoplastic Elastomers Tension.
 ASTM D1533 Standard Test Method for Water in
 ASTM D471 Standard Test Method for Rubber Insulating Liquids by Coulometric Karl Fischer
Property Effect of Liquids. Titration.
 ASTM D573 Standard Test Method for Rubber  ASTM D1816 Standard Test Method for Dielectric
Deterioration in an Air Oven. Breakdown Voltage of Insulating Liquids using VDE
Electrodes.

27
Resultados dos Ensaios de Os principais cuidados a serem tomados no reparo de
Compatibilidade um transformador com fluido FR3 são:

A Tabela 12 apresenta os materiais ensaiados e  Para superfícies não porosas, limitar a exposição ao
aprovados para uso no fluido FR3. Como a qualidade de ar atmosférico e raios UV a um período máximo de 7
um material pode apresentar grandes variações entre os (sete) dias corridos;
diferentes fornecedores, resultados diferentes podem  Para superfícies porosas, limitar a exposição ao ar
ser obtidos ao repetir o ensaio em outras regiões ou atmosférico e raios UV a um período máximo de 20
países. No entanto, é importante destacar que um (vinte) dias corridos;
problema de compatibilidade com um produto já  Não utilizar estufas com circulação de ar quente para
aprovado está geralmente ligado à qualidade do secagem de conjuntos impregnados com fluido FR3.
material.
Para recomendações adicionais, consulte o Guia Cargill
Por exemplo, fabricantes de transformadores R2080, “Oxidação de Filmes Finos”.
experimentam frequentemente problemas com a
O uso de estufa com circulação de ar quente para
qualidade de borrachas nitrílicas. Vários lotes de
materiais isolantes impregnados com fluido FR3
material de um fornecedor podem ser classificados
resultará na polimerização do fluido na superfície do
como compatíveis, enquanto lotes do mesmo material
material isolante. Isto pode tornar a peça impermeável,
de outro fornecedor podem não ser compatíveis. O
afetando posteriormente sua impregnação e secagem.
ensaio de compatibilidade química é muito sensível aos
Este processo deve ser analisado caso a caso pelo
componentes usados na formulação e no processo de
fabricante, quando não houver outra opção disponível.
produção do material. Dessa forma, recomenda-se a
A Cargill recomenda a secagem sob vácuo ou em
confirmação da compatibilidade de materiais
atmosfera sem oxigênio.
específicos para uso no fluido FR3.
Transformadores de Distribuição
REPARAÇÃO DE TRANSFORMADORES
Independente da sua classe de potência e tensão,
IMERSOS EM FLUIDO FR3 refere-se aos equipamentos que:
Similar aos materiais impregnados com óleo mineral, os
 São transportados montados e preenchidos com
materiais impregnados com fluido FR3 não devem ter
fluido dielétrico.
exposição prolongada ao ar. Diferentemente dos
conjuntos impregnados com óleo mineral, processos de  Permitem com que sua parte ativa, montada ou
secagem com ar quente é inaceitável para conjuntos desmontada, seja preservada imersa em tanques
impregnados com fluido FR3. Esse guia recomenda reservas com fluido dielétrico.
métodos de reparo e secagem que aproveitam as Transformadores de Potência
características higroscópicas do fluido FR3 e minimizam
a polimerização de filmes finos. Refere-se aos equipamentos que serão desmontados,
com drenagem parcial ou total do fluido FR3.

GUIA A - PASSOS PARA REPARO EM TRANSFORMADORES DE DISTRIBUIÇÃO COM FLUIDO FR3


Passo Pontos Importantes Comentários
1. Seguir todas as Seguir recomendações de serviço do fabricante de cada
precauções de transformador; adicionalmente, seguir todas as precauções de
segurança, códigos segurança, códigos e regulamentos.
e regulamentos
exigidos.
2. Transporte do Todos os equipamentos dessa categoria devem ser transportados Se o equipamento for desmontado e o fluido FR3
equipamento com seu corpo principal montado e totalmente imerso no fluido drenado de forma parcial ou total, utilizar Guia B
FR3. para transformadores de potência
3. Transporte de Acessórios transportados separadamente do corpo principal, e Películas finas do fluido FR3 sobre superfícies
acessórios que possuam algum residual do fluido FR3, devem ser metálicas podem se polimerizar facilmente. A
desmontados transportados selados com gás nitrogênio ou lavados com remoção de camadas totalmente polimerizadas pode
solvente compatível (ex: óleo mineral aquecido entre 60-80°C ou ser difícil, já que apresentam aspecto final
querosene) para remover eventuais películas finas do fluido FR3. semelhante a uma camada de verniz, com
propriedades isolantes.
4. Abertura e Após a remoção da tampa e drenagem do fluido FR3 recomenda- A aspersão de solvente compatível contribui na
desmontagem do se a aspersão de solvente compatível (ex: óleo mineral aquecido remoção de películas finas do fluido FR3 que
corpo principal entre 60-80°C ou querosene), para remover as películas do fluido possam estar depositadas sobre as superfícies dos
FR3 de superfícies metálicas e também, superficialmente, de materiais. Este processo prolonga o período no qual
materiais isolantes. os materiais podem ficar expostos ao ar atmosférico.

28
5. Preservação de Uma vez livres das películas finas do fluido FR3, os cuidados a Se forem identificados depósitos ou películas do
componentes serem tomados são rigorosamente os mesmos aplicados aos fluido FR3, efetuar limpeza utilizando solventes
metálicos a serem componentes impregnados em óleo mineral: proteger de compatíveis.
reaproveitados intempéries, poeira e contaminantes.
6. Preservação de Os materiais que não serão substituídos durante o reparo do Um tanque com fluido FR3 é preferível,
materiais isolantes, equipamento devem ser preservados através da imersão num considerando que a impregnação dos materiais não
enrolamentos e tanque com fluido FR3 ou mesmo com óleo mineral isolante. A será afetada e o tanque não adicionará risco de
cabeamento qualidade do óleo deve ser mantida, especialmente para períodos incêndio a instalação. Se possível, manter o tanque
isolado com superiores a 60 dias. fechado e preenchido com colchão de nitrogênio,
celulose a serem O período máximo recomendado para os componentes ficarem para manter a qualidade do fluido.
reaproveitados expostos ao ar, desde que abrigados dos raios UV e protegidos A exposição ao ar atmosférico dos materiais
de fluxos de ventilação, é de 20 dias, sendo ideal minimizar este impregnados com fluido FR3 pode provocar aumento
período. do fator de potência do equipamento.
Os componentes que serão reutilizados devem ser limpos e Antes de utilizar o fluido FR3 do tanque de
verificados conforme procedimentos de cada fabricante. preservação em outros transformadores, avalie suas
Se não for possível manter os materiais num tanque, observar o propriedades e, se necessário, faça um tratamento
Guia B para transformadores de potência. e/ou regeneração. Atentar para a viscosidade,
acidez e fator de dissipação do fluido.
7. Fabricação de A fabricação de novos componentes para utilização no reparo do A correta secagem e estabilização dos
novos transformador deve seguir os procedimentos de cada fabricante. componentes, antes da montagem do conjunto, são
componentes Os procedimentos de secagem e estabilização dos enrolamentos vitais para uma secagem rápida e efetiva da parte
devem ser realizados integralmente, conforme tecnologia de cada ativa. Umidade excessiva num componente pode
fabricante. ocasionar um tempo de secagem excessivamente
longo.
8. Secagem da parte A secagem pode ser realizada seguindo os mesmos A secagem em ambiente sem oxigênio não
ativa em estufa tipo procedimentos aplicados para partes ativas de transformadores polimeriza o fluido FR3, mesmo que sejam atingidas
“vapor phase” imersos em óleo mineral isolante. temperaturas mais elevadas.
Estufas de “circulação com ar quente” não devem
ser utilizadas em componentes impregnados com
fluido FR3. Cada fabricante poderá decidir por essa
opção se sua experiência e cálculos indicarem que a
possível perda de impregnação não afetará o
desempenho do transformador.
9. Secagem da parte A parte ativa deve ser montada no tanque sem passar por Repetir o procedimento até se obter o nível de
ativa quando procedimento de secagem, porém observando os procedimentos secagem exigido.
montada no tanque de cada fabricante quanto ao enchimento sob vácuo. Caso não seja possível aplicar vácuo pleno no
(tanques que Para o aquecimento do óleo, adotar o mesmo procedimento tanque, utilizar Guia B para transformadores de
suportem vácuo utilizado no ensaio de aquecimento. O procedimento exige um potência. Para a aplicação de vácuo em tanques que
pleno) curto-circuito nos terminais de alta tensão e a aplicação de uma não suportem vácuo pleno, pode ser utilizada uma
corrente reduzida no terminal de baixa tensão (ou vice-versa). câmara de vácuo.
Minimizar a dissipação de calor para o ambiente fechando
radiadores ou mantendo o nível de óleo abaixo do flange superior
do radiador, para evitar a circulação de óleo. Neste caso, o
espaço restante deve ser preenchido com gás nitrogênio.
As perdas geradas devem aquecer o fluido até atingir uma
temperatura no topo do óleo entre 105-110°C. Interromper a
aplicação de corrente quando a temperatura for atingida.
Remover o fluido ainda aquecido e aplicar vácuo no tanque o
mais rápido possível, sem contato com o ar atmosférico. Pode ser
necessária a injeção de nitrogênio para remoção do fluido, antes
da aplicação de vácuo.
Monitorar a saída de água nas bombas de vácuo com saída de
condensado ou, se não houver essa separação, monitorar o ponto
de orvalho no tanque.
Repetir o procedimento de enchimento e avaliar a umidade no
fluido FR3.
10. Montagem em Quando os principais componentes forem montados e Observar os limites de especificação recomendados
campo e transportados totalmente imersos no fluido FR3, seguir os para o fluido FR3 no momento da energização,
comissionamento mesmos procedimentos de transformadores imersos em óleo conforme: Informação de Produto (R2000P), Guia de
mineral isolante. Armazenamento e Manuseio (S10P), Sumário de
O período sem óleo após remoção do nitrogênio não deve Testes (R2030P), Guia de Análise Cromatográfica
exceder 7 (sete) dias ou o equivalente em horas de exposição (G2070P) e normas aplicáveis.
quando intercaladas com períodos de preservação sob vácuo (ex:
finais de semana ou noites).

29
GUIA B- PASSOS PARA REPARO EM TRANSFORMADORES DE POTÊNCIA COM FLUIDO FR3™
Passo Pontos Importantes Comentários
1. Seguir todas as Seguir recomendações de serviço do fabricante de cada
precauções de transformador; adicionalmente, seguir todas as precauções de
segurança, códigos segurança, códigos e regulamentos.
e regulamentos
exigidos.
2. Transporte de Acessórios transportados separadamente do corpo principal, e Películas finas do fluido FR3 sobre superfícies
acessórios que possuam algum residual do fluido FR3, devem ser metálicas podem se polimerizar facilmente. A
desmontados transportados selados com gás nitrogênio ou lavados com remoção de camadas totalmente polimerizadas
solvente compatível (ex: óleo mineral aquecido entre 60-80°C ou pode ser difícil, já que apresentam aspecto final
querosene) para remover eventuais películas finas do fluido FR3. semelhante a uma camada de verniz, com
Radiadores e trocadores de calor devem ser fechados com propriedades isolantes.
flanges cegos, pressurizando a parte interna com pressão
manométrica de 0,03 MPa (0,3kgf/cm 2).
3. Transporte do Após a drenagem do fluido FR3, vedar o tanque principal com A exposição ao ar atmosférico dos materiais
tanque principal, flanges cegos e instalar sistema de controle de pressão com gás impregnados com fluido FR3 pode provocar
após drenagem do nitrogênio (mesmo sistema utilizado no transporte de aumento do fator de potência do equipamento e,
fluido FR3 equipamentos novos). caso ocorra polimerização total do fluido, formar
Monitorar o consumo do gás nitrogênio e, se necessário, substituir uma camada impermeável sobre a superfície dos
a garrafa. materiais isolantes.
4. Abertura e Após a remoção da tampa e drenagem do fluido FR3 recomenda- A aspersão de solvente compatível contribui na
desmontagem do se a aspersão de solvente compatível (ex: óleo mineral aquecido remoção de películas finas do fluido FR3 que
corpo principal entre 60-80°C ou querosene), para remover as películas do fluido possam estar depositadas sobre as superfícies dos
FR3 de superfícies metálicas e também, superficialmente, de materiais. Este processo prolonga o período no
materiais isolantes. qual os materiais podem ficar expostos ao ar
atmosférico.
5. Preservação de Uma vez livres das películas finas do fluido FR3, os cuidados a Se forem identificados depósitos ou películas do
componentes serem tomados são rigorosamente os mesmos aplicados aos fluido FR3, efetuar limpeza utilizando solventes
metálicos a serem componentes impregnados com óleo mineral: proteger de compatíveis.
reaproveitados intempéries, poeira e contaminantes.
6. Preservação de Os materiais que não serão substituídos durante o reparo do A exposição ao ar atmosférico dos materiais
materiais isolantes, equipamento devem ser preservados através da imersão num impregnados com fluido FR3 pode provocar o
enrolamentos e tanque com fluido FR3 ou mesmo com óleo mineral isolante. A aumento do fator de potência do equipamento.
cabeamento isolado qualidade do óleo deve ser mantida, especialmente para períodos Antes de utilizar o fluido FR3 do tanque de
com celulose a superiores a 60 dias. preservação em outros transformadores avalie suas
serem Materiais ou componentes de grandes dimensões, caso não haja propriedades e, se necessário, faça um tratamento
reaproveitados disponibilidade de tanque, podem ser embalados com bolsas e/ou regeneração. Atentar para a viscosidade,
plásticas não permeáveis ao oxigênio ou, como última alternativa, acidez e fator de dissipação do fluido.
revestidos com filme stretch (filme PVC para embalagem) com
sobreposição superior a 50% entre as camadas do filme.
Quando não forem utilizados esses procedimentos, o período
máximo recomendado para os componentes ficarem expostos ao
ar, desde que abrigados dos raios UV e protegidos de fluxos de
ventilação, é de 20 dias, sendo ideal minimizar este período.
Os componentes que serão reutilizados devem ser limpos e
verificados conforme procedimentos de cada fabricante.
7. Fabricação de novos A fabricação de novos componentes para utilização no reparo do A correta secagem e estabilização dos
componentes transformador deve seguir os procedimentos de cada fabricante. componentes, antes da montagem do conjunto, são
Os procedimentos de secagem e estabilização dos enrolamentos vitais para uma secagem rápida e efetiva da parte
devem ser realizados integralmente, conforme tecnologia de cada ativa. Umidade excessiva num componente pode
fabricante. ocasionar um tempo de secagem excessivamente
longo.
8. Secagem da parte A secagem pode ser realizada seguindo os mesmos A secagem em ambiente sem oxigênio não
ativa em estufa tipo procedimentos aplicados para partes ativas de transformadores polimeriza o fluido FR3, ainda que sejam atingidas
“vapor phase” imersos em óleo mineral isolante. temperaturas mais elevadas.
Estufas de “circulação com ar quente” não devem
ser utilizadas em componentes impregnados com
fluido FR3.
Cada fabricante poderá decidir por essa opção se
sua experiência e cálculos indicarem que a possível
perda de impregnação não afetará o desempenho
do transformador.

30
9. Secagem da parte A parte ativa deve ser montada no tanque sem passar por O fluido FR3™ possui ponto de saturação de
ativa quando procedimento de secagem, porém observando os procedimentos umidade cerca de 16 vezes maior que o óleo
montada no tanque de cada fabricante quanto ao enchimento sob vácuo. mineral isolante, assim, o fluido FR3 remove muito
(tanques que Para o aquecimento do óleo, adotar o mesmo procedimento mais umidade do papel isolante.
suportem vácuo utilizado no ensaio de aquecimento. O procedimento exige um Um sistema de tratamento tipo termo vácuo
pleno) curto-circuito nos terminais de alta tensão e a aplicação de uma permitirá a extração da umidade do material
corrente reduzida no terminal de baixa tensão (ou vice-versa). isolante para fora do transformador.
Minimizar a dissipação de calor para o ambiente fechando A capacidade do equipamento termo vácuo pode
radiadores, bypassando trocadores de calor ou mantendo o nível ser determinante para manter as propriedades do
de óleo abaixo do flange superior do radiador, para evitar a fluido inalteradas. Verificar o conteúdo de umidade,
circulação de óleo. Neste caso, o espaço restante deve ser acidez e viscosidade do fluido após o tratamento.
preenchido com gás nitrogênio.
As perdas geradas devem aquecer o fluido FR3 até atingir uma
temperatura no topo do óleo entre 105-110°C. Interromper a
aplicação de corrente quando a temperatura for atingida.
Remover umidade do fluido FR3 através de um sistema de
tratamento de óleo tipo “termo vácuo”, mantendo a temperatura do
fluido.
Manter o tratamento do fluido até que o nível de umidade atinja os
níveis desejados.
10. Transporte, Seguir passos 2 e 3 deste guia B para desmontagem e transporte. Observar os limites de especificação
montagem em Os acessórios impregnados com fluido FR3 devem ser recomendados para o fluido FR3 no momento da
campo e transportados selados com gás nitrogênio ou lavados com energização, conforme: Informação de Produto
comissionamento solvente compatível. Pressurizar o tanque principal com gás (R2000P), Guia de Armazenamento e Manuseio
nitrogênio e instalar sistema de controle de pressão. (S10P), Sumário de Testes (R2030P) e Guia de
Minimizar a entrada de ar atmosférico no interior do tanque Análise Cromatográfica (G2070P) e normas
durante a montagem em campo. O tempo sem óleo, após a aplicáveis.
remoção do nitrogênio, não deve exceder 7 dias corridos ou o
equivalente em horas de exposição, se for intercalado períodos de
preservação sob vácuo (ex: finais de semana ou noites).
Após conclusão da montagem, o procedimento de
comissionamento deve seguir os mesmos processos aplicados
para transformadores imersos em óleo mineral.

VAZAMENTOS substituíveis, soldas ou kits de reparo à base de epóxi


podem ser utilizados.
A verificação de possíveis vazamentos em
transformadores deve ser uma atividade de rotina. Cuidado apropriado deve ser tomado para garantir a
Apesar do fluido FR3 causar muito menos impacto ao integridade do isolamento do transformador se o reparo
ambiente, cada ponto de vazamento é um potencial do vazamento exigir a drenagem parcial ou total do
ponto de entrada para umidade, via osmose, e outros líquido isolante. Tanques temporários de
contaminantes para o transformador. A análise físico armazenamento de fluido, limpos e secos devem ser
química do fluido é uma fonte muito eficaz para utilizados. Recomenda-se o ensaio do fluido FR3 antes
identificar problemas de vedação. de retorná-lo ao equipamento. As recomendações para
amostragem, ensaios e enchimento apresentados neste
Conforme explicado anteriormente, a oxidação do fluido guia devem ser seguidas.
não deve ser um problema durante curtos períodos de
exposição do fluido ao ambiente. A oxidação será Derramamentos Pequenos
minimizada pelo aditivo inibidor, permitindo o adequado
Derramamentos pequenos, como os que podem ocorrer
planejamento das atividades de reparo do
durante o processo de fabricação ou reparo de um
transformador. A consequência esperada de uma curta
transformador, ou durante a amostragem ou ensaio do
exposição será algum ingresso de umidade, que pode
fluido, podem ser limpos usando panos absorventes. O
resultar em hidrólise e algum aumento da acidez do
uso de produtos de limpeza adequados facilita a
fluido. Contudo, os ácidos formados pela hidrólise não
limpeza. Os solventes comuns adequados para limpeza
são críticos, por serem ácidos graxos de cadeia longa,
de fluidos à base de petróleo podem não ser eficazes
neutro e não corrosivos.
para éster natural. Detergentes de uso doméstico são
Indicações frequentes de perda de pressão em recomendados para a limpeza do fluido FR3. Se filmes
unidades com indicador de pressão são fortes indícios finos do fluido FR3 estiverem parcialmente ou
de vazamentos no colchão de ar ou outro problema que completamente polimerizados, detergentes domésticos
deva ser investigado. Pontos de verificação e reparo podem não ser eficazes. A área deve ser saturada com
incluem válvulas, buchas, relés, comutadores, soldas, um produto de limpeza adequado (desengraxante base
pontos de amostragem, janelas de inspeção, tubulações água, biodegradável, não inflamável, não condutivo) e
e válvulas de alívio. Se o vazamento não envolver juntas

31
então vapor de água ou spray de água aquecida pode e gorduras, biodegradável, não tóxico, isento de
ser aplicado. Veja a seção Procedimentos de Limpeza. compostos clorados, aromáticos e alifáticos e de
componentes inflamáveis) tem sido considerado
Contate o time local da Cargill Dielectric Fluids para
eficiente na limpeza do fluido. Aplique o desengraxante
sugestões adicionais de agentes de limpeza ou envie
com pulverizador ou pano, seguido de uma secagem
um e-mail para fr3fluid@cargill.com.
manual com pano limpo e/ou soprador térmico.
Derramamentos no Solo Consulte a Ficha de Informação de Segurança de
Agências ambientais estaduais possuem normalmente Produto Químico (FISPQ) do desengraxante. Exemplo
jurisdição sobre derramamentos no solo. Muitos estados de produtos incluem S-34 [83] ou Amerisolve 123 [84],
não listam os ésteres naturais ou fluido FR3 como cuja ficha de segurança pode ser consultada.
material regulado. Contudo, os regulamentos estaduais Para um fluido FR3 parcialmente polimerizado (material
e locais devem ser consultados para garantir o aderente), aplique o desengraxante com um
cumprimento de todas regulamentações aplicáveis. O pulverizador e deixe-o reagir por 15 minutos a 22°C, em
solo atua como absorvente e normalmente oferece seguida, seque manualmente com um pano limpo,
excelentes condições para a biodegradação natural esfregando moderadamente. Múltiplas aplicações
(biorremediação). O fluido FR3 pode ser limpo usando podem ser necessárias dependendo da extensão da
flanelas absorventes. polimerização do fluido FR3. Em temperaturas mais
Derramamentos em Água baixas deixe o desengraxante reagir por mais tempo,
enquanto para temperaturas mais elevadas o tempo de
Em função do fluido FR3, e outros fluidos à base de reação pode ser menor.
éster natural, flutuarem na água, um derramamento
pode ser contido pelo uso de flutuadores ou diques. Se Para derramamentos maiores, em superfícies
equipamentos de contenção não estiverem disponíveis impermeáveis, molhar a área e aplicar serragem. Deixe
ou não for possível utilizá-lo, o derramamento do fluido repousar por 15 minutos e enxágue usando água
FR3 pode ser remediado pela aplicação de dispersantes quente.
químicos tensoativos, também conhecidos como Para um fluido FR3 polimerizado numa consistência
detergentes, projetados para remover o óleo da semidura ou dura, além de um esfregamento vigoroso
superfície da água e dentro da coluna de água. Somente deve ser considerado a raspagem, leve lixamento ou
dispersantes químicos listados no código EUA National retoque da pintura. O usuário deve observar a política
Oil and Hazardous Substances Pollution Contingency de sua empresa quanto ao uso de equipamentos de
Plan (NCP) [82] devem ser usados para remediar proteção pessoal.
derramamento de óleos. Para derramamentos em
superfícies de água, verificar com as autoridades MÉTODOS DE DESCARTE DO FLUIDO
competentes sobre a prestação de informações relativo
Análises realizadas pela Cargill em amostras do fluido
à ocorrência e os requisitos de remediação.
FR3 envelhecido ao longo de vários anos em
Uma vez que o fluido FR3 tenha sido concentrado, pode transformadores não indicaram qualquer problema para
ser removido da superfície da água por sistemas o descarte do fluido. A agência ambiental dos EUA (US
normalmente utilizados para derramamento de óleos EPA) classifica o fluido FR3 exaurido como ‘óleo usado’
vegetais. Estes sistemas incluem bombas, escumadeira (resíduo não perigoso, devido a sua reconhecida
e absorventes físicos. Consulte a seção Métodos de capacidade de reciclagem). Métodos potenciais para
Descarte do Fluido para procedimentos de descarte. descarte do fluido FR3 incluem:
Procedimentos de Limpeza Reciclagem
Uma fina camada do fluido FR3 irá polimerizar com o FR3 usado é aceitável para uso como matéria-prima de
tempo, tornando-se cada vez mais difícil de limpar. A biocombustíveis (biodiesel). Existem muitas empresas
extensão da polimerização irá depender do tempo de focadas na produção de biocombustíveis a partir de
exposição ao ar, temperatura, raios ultravioletas e luz óleos usados como óleo de soja e fluido FR3.
solar. Por exemplo, a extensão da polimerização de uma [Referências: Solvent Systems International, New
fina camada do fluido FR3 após um dia a 39°C é mínima, Generations Biofuels, Nova Biosource Fuels, pesquisa
enquanto após 7 dias o fluido estará parcialmente no Google por ‘bio+fuel+feed+stock’].
polimerizado e aderente ao toque. A exposição ao ar de
O fluido FR3 usado também é de interesse para a
uma fina camada do fluido FR3 a 93°C por 5 dias
indústria de coleta/reciclagem (por exemplo, empresas
resultará numa polimerização sólida (estado seco).
que recolhem óleos e gorduras usadas), uma vez que é
A limpeza do fluido FR3 em superfícies é mais eficaz adequado para reciclagem de óleos, lubrificantes e
quando o derramamento e gotejamento do fluido for sabões. [Referências: pesquisa no Google por
recente. Desengraxantes a base de água ‘renderers’, Render Magazine
(desengraxante aquoso para remoção de óleos, graxas ‘www.rendermagazine.com’, etc.]

32
Incineração
Apesar do processo de incineração produzir um maior
impacto ao ambiente, o fluido FR3 usado pode ser
incinerado (para recuperação de calor) de forma
semelhante ao método de descarte dominante para óleo
mineral usado. Se a incineração for escolhida como
descarte, a Cargill recomenda um processo de queima
em caldeira industrial com uma mistura de 90% de óleo
mineral e 10% de fluido FR3.
Aterros
Se descartado em aterros, o fluido FR3 usado irá se
biodegradar completamente ao longo do tempo devido
a sua fácil biodegradabilidade.

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Protection Association,” Quincy, MA, USA, Código
produzido por consenso de voluntários organizados
pela Associação de Proteção Contra Fogo dos EUA sob
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Apparatus,” ASTM International, Volume 10.03, West tipicamente adotada em normas locais e estaduais para
Conshohocken, PA, 2014. instalações de distribuição elétrica além das
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Institute of Electrical and Electronics Engineers, Inc, Sheets,” Norwood, MA, USA.
New York, USA, 2008.
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applications - Unused natural esters liquids for a saúde humana e salvaguardar o ambiente natural (ar,
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2014. Ambiental,” DTSC R-02-02, May, 2002.
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States Environmental Protection Agency. Administration,” Agência Federal dos EUA que rege as
normas e procedimentos para prevenção de acidentes
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OECD Guideline for Testing of Chemicals. de Saúde e Segurança Ocupacional de 1970.
[6] Per OECD 420, “Acute Oral Toxicity – Fixed Dose [14] DOT, “Department of Transportation,” Departamento
Procedure,” OECD Guideline for Testing of Chemicals. Federal dos EUA que fiscaliza e regulamenta as
[7] FM GLOBAL, “Less-Flammable Transformer Fluids, FM políticas de transporte. Responsável pela negociação e
Approvals Approval Guide – Electrical Equipment,” implementação de acordos de transporte internacionais
Agência de seguro especializada em gerenciamento de e emissão de regulamentos para de álcool e drogas
risco. Dentro do grupo está a Factory Mutual Research, ilegais nos sistemas de transporte.
que atua na pesquisa e engenharia de prevenção de [15] IARC, “International Agency for Research on Cancer,”
perda, e a Factory Mutual Approvals, concentrada no Agência da Organização Mundial de Saúde com a
teste e classificação, Norwood, MA, USA., de produtos missão de coordenar e conduzir as pesquisas sobre as
aprovados relacionados com segurança ao fogo. A FM causas do câncer humano, os mecanismos
Research é reconhecida pela Agência Federal cancerígenos, e desenvolver estratégias científicas
Ocupacional e de Segurança dos Estados Unidos para o controle do câncer.
(Federal Occupational and Safety Agency) como
“Laboratório de Testes Reconhecido Nacionalmente". [16] BEES, “Building and Fire Research Laboratory,”
National Institute of Standards and Technology, Version
[8] UL, “Underwriters Laboratories,” Organização 4.0e August 2007. [Online]. Available:
independente, sem fins lucrativos, de certificação e http://www.bfrl.nist.gov/oae/software/bees/.
teste da segurança de produtos, EOVK.MH10678
Transformer Fluids, UL Listed and Classified Products, [17] BioPreferred Program - Gerido pelo Departamento de
Underwriters Laboratories, Northbrook, IL, USA and, Agricultura dos EUA (USDA), “Programa com o objetivo
EOUV.MH10678, Dielectric Mediums, UL Listed and de aumentar a aquisição e uso de produtos de base
Classified Products, Underwriters Laboratories, biológica; para reduzir a dependência do petróleo,
Northbrook, IL, USA. aumentar o desenvolvimento/uso de recursos agrícolas
renováveis e contribuir na redução de impactos

33
ambientais e de saúde adversos,” Visa também [31] IEC 60156 Ed 2.0, “Insulating liquids - Determination of
estimular o desenvolvimento econômico, criar novos the breakdown voltage at power frequency - Test
empregos e fornecer novos mercados às commodities method,” Technical Committee TC10, International
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agências federais e seus contratados; e uma iniciativa Breakdown Voltage of Insulating Liquids using VDE
de rotulagem voluntária para produtos biológicos. Electrodes,” ASTM International, Volume 10.03, West
[18] FM Global Class Number 3990, “Approval Standard for Conshohocken, PA, 2014.
Less or Nonflammable Liquid Insulated Transformers,” [33] ASTM D877, “Standard Test Method for Dielectric
FM Global, June 1997. Breakdown Voltage of Insulating Liquids using Disk
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temperature insulation materials,” Technical Committee Design and Performance,” IEEE PES Transmission and
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