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6.

SERVIÇOS DE LIMPEZA

6.1- Definição

É o conjunto de atividades, especialmente as relacionadas aos resíduos


sólidos, que visam a saúde da comunidade e a preservação do meio-ambiente.
(A. Philippi)

Conjunto de atividades que permitem o adequado estado de limpeza de uma


cidade sem prejudicar a qualidade do ambiente, inclusive na região que a circunda.
(W.E. Oliveira)

6.2- Generalidades

► Os serviços de limpeza municipal abrangem os serviços de limpeza propriamente


dita, e, também, os serviços de tratamento e disposição final do lixo;

► Os serviços de limpeza absorvem entre 7 e 15% dos recursos de um orçamento


municipal, dos quais cerca de 50% são destinados à coleta e ao tratamento do lixo;

► O bom gerenciamento desses serviços representa boa aceitação da


administração municipal por parte da população;

► A otimização desse serviço leva a uma economia significativa dos recursos


públicos.

6.3- Serviços de Limpeza Pública:


ACONDICIONAMENTO
COLETA E TRANSPORTE DO LIXO DOMICILIAR
COLETA E TRANSPORTE DO LIXO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE
E HOSPITALAR
OUTROS SERVIÇOS DE LIMPEZA
▪ Varrição;

Serviços de ▪ Capinação e roçagem;


Limpeza ▪ Limpeza de praias;
▪ Limpeza de feiras livres;
▪ Limpeza de bocas-de-lobo, galerias e córregos;
▪ Remoção de animais mortos;
▪ Pintura de meio-fio;
▪ Coleta de resíduos volumosos e entulho.
Fonte: Picanço, 2005.

6.4- Modelos Organizacionais

O sistema de limpeza urbana da cidade pode ser administrado das seguintes


formas:
 diretamente pelo Município (Administração direta);
 através de uma empresa pública específica (Autarquia);
 através de uma empresa de economia mista criada para desempenhar
especificamente essa função.

Administração direta

Gerenciamento do sistema de Limpeza Pública, realizado pela própria administração


municipal.

Quadro 08 – Vantagens e desvantagens da Administração Direta


Vantagens Desvantagens

►Receitas assumem natureza tributária ►Sua natureza direta não se amolda à


(como taxa); execução de serviços comerciais e
►Gozam imunidade tributária; industriais (LP),
►Bens e rendas empenhoráveis; ►Não dispõe de autonomia administrativa

►Dívidas passivas prescrevem no prazo em matéria de pessoal e aquisição de


de 05 anos materiais

Fonte: Picanço, 2005.

Quadro 09 – Vantagens e desvantagens das Autarquias


Vantagens Desvantagens
► Possuem personalidade jurídica, ►Sua natureza direta não se amolda à
► Possuem autonomia financeira e execução de serviços comerciais e
administrativa, industriais (Limpeza Pública),
► Receitas assumem natureza tributaria ► Autonomia administrativa tolhida por
(taxa), disposições normativas específicas,
► Bens e vendas impenhoráveis e dívidas ► Aquisições e contratação de serviços
passivas prescrevem no prazo de 05 anos. está sujeito a normas realizadas pela
administração direta.
Fonte: Picanço, 2005.

Formas Empresariais - Empresas de Economia Mista, Sociedades Anônimas


de Capital Misto e Empresas Públicas

Vantagens:
► Possuem personalidade jurídica
► Possuem plena autonomia administrativa e financeira

Desvantagens:
► Não gozam de imunidade tributaria, estando sujeitas ao pagamento de imposto
de renda;
► Seus bens e rendas não são impenhoráveis,

Fundação:

► Oferecem vantagens semelhantes às das formas empresariais, sujeitando-se ao


controle do Ministério Público.

Entidades Prestadoras/Serviços
Constituição Jurídica
1983

91%
7,6%

Administração direta 1,4%

Empresa pública
Autarquia
Empresa privada

Fonte: Armando Borges, 2005.


7- Acondicionamento dos Resíduos Sólidos

► O lixo deve ser disposto e tratado em locais afastados do seu ponto de geração;
► O envio do lixo a essas áreas envolve uma fase interna e outra externa;
► A primeira, sob a responsabilidade do gerador (residência, estabelecimento
comercial, etc.) compreende coleta interna, acondicionamento e armazenamento;
► A fase externa abrange os chamados serviços de limpeza. Essa fase é de
responsabilidade das administrações municipais.
► A forma de acondicionamento dos resíduos sólidos depende de certos fatores,
tais como :

a) Da quantidade gerada e do peso específico dos resíduos, (Quadro 10);


b) Das características dos Resíduos Sólidos,
c) Do horário e da freqüência da coleta,
d) Do tipo de edificação

Quadro 10 - Da quantidade gerada e do peso específico dos resíduos.


Natureza do material Produção (Kg/hab/dia) Densidade (kg/m3)
Resíduos domiciliares 0,7 200
Varrição pública 0,10 a 0,15 300 a 800
Resíduos de feiras e 0,07 a 0,10 120 a 500
mercados
Resíduos hospitalares 1 a 2% do primeiro 200
Fonte: Picanço, 2005.

O acondicionamento pode ser realizado em:

a) Vasilhame Domiciliar Padrão

Recipiente padronizado pela ABNT. com característica estritamente definidas


(formato, capacidade, peso, estanqueidade, material etc...) NORMA : P.EB - 558.

Obs.: Não prevê tampa de cobertura articulada com o corpo do recipiente.

b) Sacos Plásticos Descartáveis

Padronizados pela ABNT sob nº EB - 588 e MB - 732.

Quadro 11 - Vantagens da Utilização de Sacos Plásticos:


Habitante Serviço de Coleta
▪ dispensam a lavagem do recipiente; ▪ reduzem o tempo de coleta de um
▪ reduzem a atração de vetores e mau terço;
cheiro; ▪ impedem a absorção da água de chuva
▪ evitam ruído de descarga e furto do
recipiente.
Fonte: Picanço, 2005.

Inconvenientes : Preço de aquisição dos sacos descartáveis

Quadro 12- Peso máximo para recipientes: vasilhame padrão e sacos


descartáveis
Elementos informativos Coleta sem saco Coleta com saco
Média diária incluindo 2as feiras 11.525 kg 13.456 kg
Peso médio recolhido por viagem 6.701 kg 6.805 kg
Peso médio recolhido na 1ª viagem 7.675 kg 8.839 kg
Duração média de uma viagem 3,24 horas 2,27 horas
Tempo médio da 1ª viagem 3,45 horas 2,32 horas
Fonte: Picanço, 2005.

Quadro 13 - Peso em função do volume


Capacidade (litros) Peso (kg)
25 6
50 8
75 10
100 13
Fonte: Picanço, 2005.

Dados: 0,7 Kg/hab./dia e P= 200 Kg/m3 - l,0 Kg = 5,0 Litros

c) Recipientes de Coleta Herméticos (Reche)

É caracterizado pelo modo de acoplamento da tampa e pelo sistema de


basculamento, proporcionando maior rendimento da coleta e redução no esforço
físico da equipe de coleta.

Capacidade média : l20 a 240 litros.


Forma: cônica (tronco de pirâmide invertido), cilíndrica ou quadrada
(paralelepípedo).
Figura 02 - (Fonte: CEMPRE, 2001)

d) Containeres Basculáveis e Intercambiáveis

Recipientes de grande capacidade destinados à grandes produtores de


resíduos. Simplificam o serviço de coleta diminuindo tempo de trabalho e custo de
serviço.

Basculáveis

Dotados de rodas, são empurrados até o caminhão coletor para o


basculamento. Capacidade: Em geral l a l,5 m3.

Tipos : Colecon (l,3 a l,5 m3)


Gar Wood (0,79 a l,l4 m3)
Kuka (0,7l a l,l0 m3)
PPT (+ ou - 2,0 m3)
Figura 03 - (Fonte: CEMPRE, 2001)

Intercambiáveis

Destinam-se geralmente, a produtores de resíduos superiores à 5,0 m3. São


retirados periodicamente por veículos providos de guindaste ou de guincho.

Tipos: Caixas "Brooks"


Caixas "Dempster"
Multicaçambas

Figura 04 - (Fonte: CEMPRE, 2001)


Figura 05 - (Fonte: CEMPRE, 2001)

Para o aprofundamento do estudo relacionado aos tópicos anteriormente


enfocados, utilizar a bibliografia indicada (*).

8- Coleta de resíduos sólidos

8.1. Método de Coleta

O método de coleta a ser empregado leva em consideração cinco fatores


fundamentais:

• Freqüência;
• Horário;
• Ponto;
• Forma ;
• Tipo de Coleta.

8.1.1. Freqüência de Coleta

Coleta Diária : Apesar de sanitariamente indicada é economicamente desfavorável,


pelo elevado custo operacional. É um método realizado em dias úteis da semana,
com exceção de domingos e feriados. O dimensionamento dos serviços para os dias
posteriores aos domingos e feriados deve ser observado (Acumulo de Resíduos)

Coleta em dias Alternados: Apresenta redução no custo operacional devido à uma


maior economia da frota de transportes e mão de obra. A definição pelo serviço em
dias alternados leva a necessidade de coleta aos domingos (dificuldades p/ faltas e
instruir hábito na população).

Coleta uma vez por semana: apresenta o menor custo operacional de todos
descritos anteriormente. De maneira geral só pode ser adotado em locais em que os
resíduos sólidos não contenham material orgânico.
Coleta Mista: Dependendo das condições locais, as cidades podem adotar a coleta
diária no centro e em núcleos comerciais, coleta em dias alternados em certos
bairros mistos, a coleta três vezes por semana em bairros residenciais e coleta
duas vezes por semana em bairro periféricos de difícil acesso.

8.1.2. Horário de Coleta

O horário de coleta está intimamente ligado à freqüência. Pode ser usado a


coleta diurna, matutina e vespertina, e coleta noturna. O quadro abaixo apresenta as
vantagens e desvantagens da realização da coleta noturna.

Quadro 14 -Vantagens e desvantagens da realização da coleta noturna.

Vantagens Desvantagens
►Maior rendimento devido ao trânsito ► O ruído nas zonas residenciais pode
livre incomodar os habitantes.
► Maior conservação da limpeza das ► Maior possibilidade de furto dos
ruas (limpeza manual matinal). recipientes
► Maior produtividade em virtude do ► O custo da operação tende a ser
trabalho se desenvolver em temperatura maior do que o da coleta diurna
amena.
►O serviço passa mais desapercebido à
população, diminuindo os atritos com a
mesma.
Fonte: Picanço, 2005.

Quadro 15 - Resultado da pesquisa realizada em São Paulo em relação à coleta


noturna.
Número de
Opinião % Entrevistados
entrevistados
604 Favorável 81,3
136 Contrário 18,3
3 Indiferente 0,4
743 Total 100,0
Fonte: Picanço, 2005.

8.1.3. Ponto de Coleta


O ponto ou local da colocação de recipientes para a coleta tem sido um aspecto
pouco observado, dificultando o trabalho de coleta (eficiência e custo).

Ponto direto : colocado na calçada, no alinhamento do muro ao meio-fio.

Ponto indireto: colocado no pátio do próprio domicilio, onde os coletores adentram.

Quadro 16 - Vantagens e desvantagens do Ponto direto


Vantagens Desvantagens
▪ Redução no tempo de coleta por ▪ Exige maior participação do usuário
domicílio quanto à apresentação do recipiente na
rua.
▪ Menor esforço dispendido pelo coletor ▪ Aspecto estético negativo quando os
recipientes fora dos horários de coleta.
▪ Redução no tempo global de coleta ▪ Presença de recipientes nas ruas
(espalhamento de resíduos).
▪ Não há necessidade de entrar na ▪ Maiores possibilidades de acidentes
propriedade do usuário com transeuntes, devido à localização e
▪ Maior economia, resultando menores conteúdo dos recipientes
custos
Fonte: Aurélio Picanço, 2005.
Quadro 17. Quantidade coletada de resíduos sólidos urbanos

Macrorregião Quantidade coletada (t/dia)


ANO - 2000 ANO - 2001 ANO - 2002 ANO - 2003 ANO - 2004
Norte 11.036,85 11.313,23 11.521,00 11.755,96 12.208,95
Nordeste 38.454,60 39.042,41 39.497,59 40.139,45 41.135,71
Sudeste 73.927,63 75.216,36 76.254,74 77.828,45 79.949,96
Sul 18.008,54 18.298,96 18.530,32 18.831,35 19.380,88
Centro-Oeste 8.476,64 8.671,15 9.058,45 9.220,71 9.556,53
Brasil 149.904,27 152.542,11 154.862,10 157.775,92 162.232,03
Fonte: Picanço, 2005.
Gráfico 01: Ev olução da quantidade cole tada de re síduos sólidos
urbanos

Norte

180.000,00
160.000,00 Nordeste

Quantidade coletada (t/dia)


140.000,00
120.000,00 Sudeste
100.000,00
80.000,00
Sul
60.000,00
40.000,00
20.000,00 Centro-Oeste
0,00
ANO - ANO - ANO - ANO - ANO -
2000 2001 2002 2003 2004 Brasil
Quantidade coletada (t/dia)

Macrorregião

Fonte: Picanço, 2005.


Quadro 18. Quantidade de resíduos sólidos coletada por macroregião (ton/dia) – Ano: 2000.

Macrorregião Volume coletado de Resíduos Sólidos (t/dia)


Domiciliar + Comercial Vias Públicas Urbano
Norte 7.702,56 3.334,29 11.036,85
Nordeste 29.052,22 9.402,39 38.454,60
Sudeste 56.893,54 17.034,09 73.297,63
Sul 14.888,55 3.119,99 18.008,54
Centro-Oeste 7.040,19 1.436,45 8.476,64
Brasil 115.577,06 34.327,21 149.904,27
Fonte: Picanço, 2005.
Gráfico 02: Quantidade de resíduos sólidos coletada por
macroregião (ton/dia) – Ano: 2000

300.000,00 Volume
coletado de

Quantidade coletada (t/dia)


Resíduos
250.000,00 Sólidos (t/dia)
Urbano

200.000,00
Volume
coletado de
150.000,00 Resíduos
Sólidos (t/dia)
Vias Públicas
100.000,00
Volume
coletado de
50.000,00
Resíduos
Sólidos (t/dia)
0,00 Domiciliar +
Norte Nord este Sud este Sul Cent ro-Oeste Brasil Comercial

Macrorregião

Fonte: Picanço, 2005.

Gráfico 03: Evolução da quantidade de resíduos sólidos coletada por macrorregião (ton/dia)
Fonte: Picanço, 2005.

Gráfico 04: Crescimento da quantidade coletada de resíduos sólidos (2000-2004)


Fonte: Picanço, 2005.
Coletar o lixo significa recolher o lixo acondicionado por quem o produz para
encaminhá-lo, mediante transporte adequado, a uma possível estação de
transferência, a um eventual tratamento e a disposição final.

 A coleta de RSU deve ser efetuado de forma regular;

 O intervalo de tempo entre a geração de RSU e a coleta, no Brasil, não deve


ser superior a uma semana;

9- Resíduos de Serviços de Saúde.

A NBR nº 12807 da ABNT, define resíduo como "todo material desprovido de


utilidade para o estabelecimento gerador". Mas será que tudo aquilo que jogamos
fora não tem realmente mais nenhuma utilidade? Será que devemos considerar
apenas as "nossas" necessidades para classificar os resíduos como "LIXO"`?
Deixando de analisar o que esses resíduos representam em termos de consumo de
matéria prima, de energia e o impacto ambiental provocado pela disposição de tanto
lixo no solo do nosso planeta, estaremos exercitando plenamente a nossa
cidadania?

Os resíduos hospitalares, apesar de representarem apenas 1% desse total, tem


sido bastante discutido por diversos autores, e ainda há controvérsias sobre as reais
dimensões de sua periculosidade e das formas de tratamento que deve receber.

Apenas 10% do lixo hospitalar é infectante o restante é considerado como lixo


"comum", semelhante aos resíduos domésticos, dos quais cerca de 20% poderiam
ser recicláveis.

O CONAMA, através de sua resolução n.º 5/1993, regulamenta no Brasil os


procedimentos mínimos para o gerenciamento dos resíduos sólidos oriundos de
serviços de saúde, portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários, e define
que "cabe aos estabelecimentos geradores o gerenciamento de seus resíduos,
desde a geração até a disposição final, de forma a atender aos requisitos ambientais
e de saúde pública". O parágrafo único do artigo 5 dessa Resolução determina que,
"na elaboração do plano de gerenciamento de resíduos sólidos devem ser
considerados princípios que conduzam à reciclagem, bem como de soluções
integradas para os sistemas de tratamento e disposição final, de acordo com
diretrizes estabelecidas pelos órgãos de meio ambiente e de saúde competentes."

Nesse contexto, o problema gerado pela produção de rejeitos não é apenas da


alçada do poder público. O gerador também deve estar envolvido na busca de
soluções, refletindo sobre as questões relevantes da atualidade, do seu papel na
sociedade e nas relações de respeito com o meio ambiente e com a humanidade.

As instituições de saúde não podem mais "cuidar" do lixo apenas do ponto de


vista do controle de infecção, mas precisam também considerar as questões
ambientais, o que envolve questionamentos dos hábitos, costumes, análise de
fatores econômicos e culturais envolvidos.
Os hospitais precisam ter seus planos de gerenciamento de resíduos aprovados
pelos órgãos fiscalizadores competentes.

5.1- Classificação dos Resíduos de Serviços de Saúde:

Os resíduos devem ser divididos em grupos para melhor controle, portanto é


importante antes de começar a criar o plano de gerenciamento saber quais são os
resíduos que a unidade de saúde produz, depois deve-se colocar cada um deles em
seu devido grupo, desta maneira fica mais fácil saber qual será o procedimento a ser
tomado com o resíduo “X”. Depois desta fase deve-se quantificar estes materiais
gerados por grupo e designar qual será seu destino, quem coleta, quando coleta,
como irá coletar, descrever o procedimento em função do grupo e para onde será
transportado.

Grupo A

Figura 06: Resíduos do Grupo A. (Fonte: WWW.plugbr.net)

Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas


características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de
infecção.

Grupo A1 – resíduos que necessitam de tratamento específico.

Culturas e estoques de microrganismos; descarte de vacinas de microrganismos


vivos ou atenuados; meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência,
inoculação ou mistura de culturas. Bolsas transfusionais contendo sangue ou
hemocomponentes rejeitadas por contaminação ou por má conservação, ou com
prazo de validade vencido, e aquelas oriundas de coleta incompleta. Sobras de
amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e
materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou
líquidos corpóreos na forma livre.
Conduta:

• Acondicionar para tratamento em sacos brancos leitosos revestidos por sacos


vermelhos.
• Tratamento – processo que garanta Nível III de Inativação Microbiana e
desestruturação das características físicas.
• Acondicionamento para descarte: sacos brancos leitosos.
Grupo A2 – Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes
de animais submetidos a processos de experimentação com inoculação de
microorganismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos
de serem portadores de microrganismos de relevância epidemiológica e com risco
de disseminação, que foram submetidos ou não a estudo anátomo-patológico ou
confirmação diagnóstica.

Grupo A3 – resíduos que necessitam de tratamento específico.

Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais


vitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou
idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor científico ou legal e
não tenha havido requisição pelo paciente ou familiares.
Conduta:

• Acondicionar em sacos brancos leitosos revestidos por sacos vermelhos


identificados com o símbolo de risco biológico e a inscrição “Peça Anatômica /
Produto de Fecundação” e encaminhar ao necrotério.
• Comunicar o SCIH ou Serviço Social (cada unidade de saúde define) para
preenchimento do formulário de autorização para encaminhamento ao
Cemitério Municipal.

Grupo A4 – resíduos que não necessitam de tratamento.

Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, quando descartados. Filtros de


ar e gases aspirados de área contaminada; membrana filtrante de equipamento
médico-hospitalar e de pesquisa, entre outros similares.

Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e


secreções. Resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura
ou outro procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo. Recipientes
e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenha
sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. Peças anatômicas (órgãos e tecidos) e
outros resíduos provenientes de procedimentos cirúrgicos ou de estudos anátomo-
patológicos ou de confirmação diagnóstica. Bolsas transfusionais vazias ou com
volume residual pós-transfusão.
Conduta:

• Acondicionamento para descarte sem necessidade de tratamento: lixeiras


brancas identificadas com o símbolo de risco biológico revestidas com sacos
brancos leitosos.
Grupo B

Figura 07: Resíduos do Grupo B. (Fonte: WWW.plugbr.net)

Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde


pública ou ao meio ambiente.

Resíduos perigosos: antimicrobianos, hormônios sintéticos, quimioterápicos e


materiais descartáveis por eles contaminados. Medicamentos vencidos,
contaminados, interditados, parcialmente utilizados e demais medicamentos
impróprios para consumo. Objetos perfurocortantes contaminados com
quimioterápico ou outro produto químico perigoso.

Mercúrio e outros resíduos de metais pesados. Saneantes e domissanitários.


Líquidos reveladores e fixadores de filmes (centro de imagem). Efluentes de
equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas. Quaisquer resíduos do
GRUPO D, comuns, com risco de estarem contaminados por agente químico. Os
resíduos do grupo B devem ser acondicionados em embalagens rígidas, com tampa
rosqueada ou na própria embalagem de origem, devidamente identificadas com o
símbolo de substância química e a identificação da substância nelas contidas.

Grupo C

Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham


radionuclídeos e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista. São
enquadrados neste grupo, todos os resíduos dos grupos A, B e D contaminados com
radionuclídeos, provenientes de laboratório de análises clínicas, serviços de
medicina nuclear e radioterapia.
Estes resíduos quando gerados, devem ser identificados com o símbolo
internacional de substância radioativa, separados de acordo com a natureza física
do material, do elemento radioativo presente e o tempo de decaimento necessário
para atingir o limite de eliminação, de acordo com a NE 605 da Comissão Nacional
de Energia Nuclear (CNEN).
Devido as suas características de periculosidade, é aconselhável que os resíduos
sejam manejados por pessoal capacitado.
Grupo D

Figura 08: Resíduos do Grupo D. (Fonte: WWW.plugbr.net)

Resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde


ou ao meio ambiente. Suas características são similares às dos resíduos
domiciliares.

Papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos. Peças descartáveis de


vestuário. Resto alimentar de pacientes. Material utilizado em anti-sepsia e
hemostasia de venóclises – punção. Equipo de soro e outros similares não
classificados como A1 ou A4. Resíduos de gesso provenientes de assistência à
saúde. Sobras de alimentos e do preparo de alimentos. Resto alimentar de refeitório.
Resíduos provenientes das áreas administrativas. Resíduos de varrição, flores,
podas de jardins.

Os resíduos do grupo D não recicláveis e/ou orgânicos devem ser acondicionados


nas lixeiras cinzas devidamente identificadas, revestidas com sacos de lixo preto ou
cinza.

Os resíduos recicláveis devem ser acondicionados nas lixeiras coloridas,


identificadas.

Grupo E

Materiais perfurocortantes ou escarificantes: objetos e instrumentos contendo


cantos, bordas, pontas ou protuberâncias rígidas e agudas, capazes de cortar ou
perfurar.

Lâminas de barbear, agulhas, escalpes, brocas, limas endodônticas, pontas


diamantadas, lâminas de bisturi, tubos capilares, lancetas, ampolas de vidro,
micropipetas, lâminas e lamínulas, espátulas. Todos os utensílios de vidro
quebrados no laboratório (pipetas, tubos, de coleta sangüínea e placas de Petri) e
outros similares.

Devem ser descartados separadamente em recipientes rígidos, resistentes à


punctura, ruptura e vazamento, com tampa, devidamente identificados, sendo
expressamente proibido o esvaziamento desses recipientes para o seu
reaproveitamento.

Os perfurocortantes, uma vez colocados em seus recipientes, não devem der


removidos por razão alguma.
É importante observar o limite máximo permitido para o preenchimento de cada
recipiente, para evitar acidentes.

“As agulhas descartáveis devem ser desprezadas juntamente com as seringas,


quando descartáveis, sendo proibido reencapá-las ou proceder a sua retirada
manualmente” (ANVISA, 2004).

Os resíduos de serviço de saúde deve ser acondicionado em local fechado longe


da ação de animais. O resíduo perfuro cortante é acondicionado em caixas de
papelão identificadas como lixo infectante e posteriormente colocadas em sacos
plástico branco leitoso também com a mesma identificação, conforme pode ser
visualizado na Figura 09 e na Figura 10.

Figura 09: Recipiente para acondicionamento de RSS (Fonte: WWW.plugbr.net)

Figura 10: Recipiente para acondicionamento de pérfuro-cortante


.

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