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10- Transporte dos resíduos sólidos

O dimensionamento da frota de veículos de coleta de RSU e seu itinerário é


um problema de logística.

Caminhão do tipo Baú (4,0 m3 a 12,0 m3)

Figura 11 - (Fonte: CEMPRE, 2001)

Coletores compactadores (6,0 m3 a 19,0 m3)

Figura 12 - (Fonte: CEMPRE, 2001)

Coletores compactadores (6,0 m3 a 19,0 m3)


Figura 13 - (Fonte: CEMPRE, 2001)

11- Estações de Transferência ou Estações de Transbordo

▪ São unidades intermediárias instaladas entre a zona a coletar e o local de destino


final;

▪ Tem como objetivo: viabilizar economicamente a coleta de lixo;

▪ Evitar o atraso nos roteiros de coleta;

▪ Diminuição do tempo improdutivo da guarnição de trabalhadores ociosos;

▪ Diminuição do custo de transporte;

▪ Aumento da produtividade dos caminhões de coleta.

OBS: O requisito para sua utilização é quando a distância de transporte do centro de


massa da zona a coletar, ao local de destino final do lixo for superior a 15 km, ou
distância limite de 6 km para caminhões convencionais e, entre 12 e 25 km, para
caminhões compactadores.

11.1- Classificação:

▪ Estação de Transferência com compactação

▪ Estação de Transferência sem compactação

11.2- Tipos: Rodoviária, Ferroviária, Fluvial e Marítima.


Figuras 14 e 15 (Fonte: Picanço, 2005).

Gráfico 05: Formas de Tratamento dos


Resíduos
Para o aprofundamento
Figura 16 (Fonte: Picanço, 2005) do estudo relacionado aos tópicos anteriormente enfocados,
Urbanos por Municípios, 1989
utilizar a bibliografia indicada (*).

12. Tratamento e destinação final dos resíduo sólidos:

Aterro sanitário

85,1%
Aterro controlado

Incineração
1,4%
1,1%
Compostagem 1,1%

Disposição a céu
aberto 10,2%
Despejo em 0,4%
águas/mangues 0,7%
Outros
Fonte: Armando Borges, 2005.

Infelizmente, a maioria das cidades brasileiras não adota solução corretas


para o destino final do lixo, sendo comum a disposição dos resíduos a céu aberto,
com muitos inconvenientes: desfiguração de paisagem; maus odores;
desvalorização de áreas; proliferação de insetos e roedores; transmissores de
doenças; catação não adequada; poluição do solo, da água e do ar (resultante da
queima do lixo)

Porém, em nosso país, uma das formas mais utilizadas na destinação dos
resíduos sólidos é o depósito a céu aberto, ou os chamados lixões. Apesar da
proibição legal (Dec. Estadual nº 52.497/70). Nestes locais os resíduos sólidos são
jogados sem qualquer tipo de tratamento, provocando grandes danos ambientais.

Figura 17: Lixão a céu aberto (Fonte: www.portalbiologia.com.br)

Figura 18: Animais e lixo (Fonte: www.portalbiologia.com.br)

12.1. Principais danos causados pelos lixões:

• mau cheiro;
• poluição dos cursos d'água;
• proliferação de vetores (moscas, mosquitos, baratas, ratos);
• poluição das águas subterrâneas;
• transmissão de doenças;
• desvalorização dos imóveis vizinhos;
• acúmulo de animais daninhos como ratos.

Os depósitos a céu aberto ("lixões") não constituem solução sanitária para o


destino dos resíduos sólidos, existindo práticas indicadas para esse fim, as quais
são comentadas a seguir:

12.1.1.Reciclagem de Materiais:

São atividades e processos, industriais ou não, que permitem separar, recuperar


e transformar os materiais recicláveis componentes dos resíduos sólidos urbanos,
com o intuito de reintroduzir os resíduos no ciclo produtivo. A triagem desse material
é feita por catação manual, em esteiras.

Obtém-se, assim, com a reciclagem, a diminuição da utilização dos recursos


naturais e a redução da poluição ambiental. Outro benefício da reciclagem é o
aumento da vida útil do aterro sanitários, pois, com a mesma, diminui-se a
quantidade de resíduos a serem ali depositados.

A reciclagem pode ser feita já nas fases de acondicionamento e coleta dos


resíduos, prática denominada de coleta seletiva.

A coleta Seletiva de lixo é um é um processo educacional, social e ambientalista


que se baseia no recolhimento de materiais potencialmente recicláveis (papéis,
plásticos, vidros, metais) previamente separados na origem. Esses materiais, após
seu beneficiamento -enfardamento e acúmulo para comercialização, são vendidos
às industrias recicladoras, que os transformam em novos materiais.

O sistema deve ser implantado em bairros, escolas, escritórios, postos de


combustíveis, centros comerciais e outros locais que facilitem a coleta de materiais
recicláveis. A Coleta Seletiva de Lixo não é uma atividade lucrativa do ponto de vista
de retorno financeiro imediato. No entanto, é fundamental considerar os ganhos
ambientais e sociais, que são bastante expressivos.

A separação pode ser mais completa, selecionando os materiais que serão


reciclados ou destinados à compostagem.

Quando a coleta seletiva é em vias publicas são instalados Postos de Entrega


Voluntária (PEVs) onde a população deposita o lixo em contêineres com cores
diferentes, onde cada cor representa um determinado material, conforme pode ser
visto na figura.
Figura 19: Diferenciação de cor de PEV

Para memorizar as cores e as funções:

o Cor azul - para papel


o Cor vermelha - para plástico
o Cor amarela - para metais
o Cor verde - para vidro

O Quadro 19 nos apresenta uma lista de resíduos que podem ser reciclados, bem
como, suas características.

Quadro 19: Lista de resíduos que podem ser reciclados e suas características como material (Fonte:
CEMPRE, 2001).

RESÍDUO CARACTERÍSTICAS
Composto Para compostagem, que consiste na transformação dos resíduos sólidos
Urbano orgânicos em um fertilizante, denominado composto.
Embalagens É uma embalagem formada de várias camadas de material, papel duplex,
Cartonadas polietileno de baixa densidade e alumínio. A embalagem cartonada ainda
dispensa, por muitos meses, a refrigeração, processo atualmente
apontado como maior consumidor mundial de CFC.
Latas de aço As latas de aço produzidas com chapas metálicas conhecidas como folhas
de flandres, tem como principais características a resistência,
inviolabilidade e opacidade. São compostas por Ferro e uma pequena
parte de Estanho (0,20 %) ou Cromo (0,007 %) - materiais que protegem
contra a oxidação e evitam por mais de dois anos a decomposição de
alimentos
Latas de É usada basicamente como embalagem de bebida. Além de reduzir o lixo
alumínio que vai para os aterros a reciclagem desse material proporciona
significativo ganho energético .
Óleo Representa cerca de 2 % dos derivados do petróleo, e é um dos poucos
Lubrificante que não são totalmente consumidos durante o seu uso. O uso automotivo
usado representa 70 % do consumo nacional, principalmente nos motores a
diesel. Também são usados na industria em sistemas hidráulicos, motores
estacionários, turbinas e ferramentas de corte .
Papel de É o nome genérico dado a uma variedade de material utilizado em
escritório escritório, incluindo papéis de carta, blocos de anotações, copiadora,
impressora, revistas e folhetos. A qualidade é medida pelas características
de suas fibras. No Brasil, o consumo de papel gira em torno de 6 milhões
de toneladas por ano.
Papel Também chamado como corrugado, é usado basicamente em caixas para
ondulado transporte de produtos para fábricas, depósitos, escritórios e residência.
Normalmente chamados de papelão embora o termo não seja
tecnicamente correto .
PET É um poliéster termoplástico, tem como característica a leveza, a
resistência e a transparência, ideais para satisfazer a demanda do
consumo doméstico de refrigerantes e de outros produtos, como artigos
de limpeza e comestíveis em geral.
Plástico filme É uma película plástica normalmente usada como sacolas de
supermercados, sacos de lixo, embalagens de leite, lonas agrícolas e
proteção de alimentos na geladeira ou microondas. O material constitui 38
% das embalagens plásticas em geral nos Estados Unidos.
Plástico rígido Leve resistente e prático, o plástico rígido é o material que compõe cerca
de 60 % das embalagens plásticas no Brasil. É também matéria-prima de
bombonas, fibras têxteis, tubos e conexões, calçados, eletrodoméstico,
além de baldes, utensílios doméstico e outros produtos . Ele pode ser
reprocessados, gerando novos artefatos plástico e energia .
Pneus Os pneus e câmaras da ar consomem cerca de 70 % da produção
nacional de borracha e sua reciclagem é capaz de desenvolver no
processo produtivo um insumo regenerado por menos da metade do custo
da borracha natural ou sintética. Além disso economiza energia e poupa
petróleo usado como matéria-prima virgem e até melhora as propriedades
dos materiais feitos com borracha .
Vidro A metade dos recipientes de vidro fabricados no País é retornável. Além
disso, o material é de fácil reciclagem, pois, pode voltar a produção de
novas embalagens, substituindo totalmente o produto virgem sem perda
de qualidade. Para cada 10 % de caco de vidro na mistura economiza-se
2,5 % de energia necessária para a fusão nos fornos industriais .

Gráfico 06: Composição média da coleta seletiva em peso (%)


Fonte: Armando Borges, 2005.

Quadro 20: Evolução do índice de Reciclagem dos Materiais no Brasil.

Material Índice de Reciclagem (%)


1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Papéis 37,2 37,4 37,6 37, 38,0 38,1 38,3 41,1 43,9 ----
recicláveis
Latas de 56,0 58,5 61,0 63,0 65,0 71,5 78,0 82,5 87,0 89,0
alumínio
Embalagens 16,25 15,0 14,67 16,2 17,9 20,4 26,3 32,9 35,0 ----
de PET
Vidro 30,0 35,0 37,0 39,0 39,5 40,0 41,0 42,0 44,0 45,0

Fonte: Picanço, 2005.


A Tabela abaixo nos mostra como a falta de conscientização na preservação
do meio ambiente pode trazer prejuízos a longo prazo, expondo o tempo de
degradação dos materiais.

Quadro 21: Tempo de Degradação dos Materiais (Fonte: Aurélio Picanço, 2005).

Produto Tempo
Jornais 2 a 6 semanas
Embalagens de Papel 1 a 4 meses
Casca de Frutas 3 meses
Guardanapos de papel 3 meses
Pontas de cigarro 2 anos
Fósforo 2 anos
Chicletes 5 anos
Nylon 30 a 40 anos
Sacos e copos plásticos 200 a 450 anos
Latas de alumínio 100 a 500 anos
Tampas de garrafas 100 a 500 anos
Pilhas 100 a 500 anos
Garrafas e frascos de vidro ou plástico indeterminado

12.1.2- Aterro Sanitário:

Segundo a ABNT NBR 8419/1984 é uma técnica de disposição de resíduos


sólidos urbanos no solo sem causar danos à saúde pública e à sua segurança,
minimizando os impactos ambientais, método este que utiliza princípios de
engenharia para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzí-los ao
menos volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de
cada jornada de trabalho, ou a intervalos menores, se for necessário (Figura 16).

Figura 20: Esquema de um Aterro Sanitário (Fonte: www.webresol.com.br)


Um aterro sanitário é executado através das seguintes atividades: Preparação de
terreno; disposição do lixo; compactação do lixo; coleta de chorume; coleta dos
gases; cobertura final e controle da infiltração de líquidos.

Figura 21: Cobertura final de células de aterro (Fonte: CEMPRE,2001).

Figura 22: Sistema de coleta de gases provenientes do aterro sanitário (Fonte: CEMPRE, 2001)
O “Chorume” é um líquido mal cheiroso, que apresenta elevada Demanda
Bioquímica de Oxigênio – DBO, e é altamente poluente. É constituído por ácidos
orgânicos e substâncias solubilizadas por meio das águas de chuva que incidem sob
os resíduos sólidos urbanos (lixo doméstico) e pela digestão biológica da parte
orgânica dos resíduos sólidos.

12.1.3- Compostagem:

É um processo biológico, aeróbico e controlado, no qual a matéria orgânica é


convertida através da ação de microorganismos já existentes ou inoculados na
massa de resíduo sólido, em composto orgânico.

Figura 23 : Constituição do Lixo Orgânico (Fonte: Picanço, 2005)


Figura 24 : Lixo orgânico (Fonte: Picanço, 2005)

Figura 25: Massa de resíduos orgânicos (Fonte: Picanço, 2005)

A compostagem pode ser feita em usina, com instalações que proporcionam a


aceleração do processo, ou ocorre em sistemas de decomposição natural.
Na usina de compostagem o lixo depositado no fosso de recepção é colocado
nas esteiras de catação, onde ocorre a triagem do material reciclável (papel,
plástico, viro, material metálico). Em seguida, a matéria orgânica é destinada aos
bioestabilizadores, onde acontece a sua fermentação, para a formação do
composto. Introduz-se ar nos bioestabilizadores, para que a decomposição seja
aeróbia e, portanto, mais rápida: 2 a 3 dias. Após a fermentação, o material é
peneirado, para a retirada de materiais inertes presentes no compostos (pedra,
vidro, tampas,....). O composto é, então, destinado ao pátio de cura, para alcançar a
maturação. As usinas de compostagem são indicadas no processo de grandes
quantidades de resíduos.

Quando a quantidade de resíduo a serem transformados em compostos é menor,


pode-se utilizar a compostagem em leiras.

Figura 26: Construção de Leira para compostagem (Fonte: Picanço, 2005).


Figura 27: Adição do lixo orgânico (Fonte: Picanço, 2005).

Figura 28: Revolvimento da leira (Fonte: Picanço, 2005).


Figura 29: Pátio de compostagem (Fonte: Picanço, 2005).

Figura 30: Aquecimento da massa de resíduos (Fonte: Picanço, 2005).


Figura 31: Leira de compostagem (Fonte: Picanço, 2005).

Figura 32: Composto estabilizado (Fonte: Picanço, 2005).


12.1.4- Incineração:

É um processo de redução de peso (em até 70%) e de volume (em até 90%) do
lixo através de combustão controlada, de 800 a 1000 ºC, visando a disposição final.
O processo é realizado em fornos especiais (Figura 28).

Os incineradores trabalham na faixa de 1200 a 1400 °C e o tempo de detenção


entre 0,2 a 0,5 segundos, podendo chegar em alguns casos até 2 segundos.

Um dos problemas da incineração é a poluição do ar pelos gases resultantes da


combustão. Esse processo é indicado para o destino final de resíduos contaminados
(de hospitais, por exemplo) ou quando a produção do lixo é muito grande e há
dificuldade de se dispor de áreas para a execução de aterros sanitários.

Figura 33: Esquema de um incinerador (Fonte: CEMPRE, 2001)


13- Biorremediação de Áreas Degradadas

Define-se biorremediação como um conjunto de técnicas que utilizam processos


biológicos aplicadas à recuperação de áreas contaminadas, ou no tratamento de
compostos orgânicos voláteis tóxicos ou efluentes contendo resíduos tóxicos que
devam ser eliminados antes da descarga no ambiente. Para isso, em geral, utilizam-
se microrganismos, plantas ou produtos biológicos como enzimas que conforme
Lima (1983), são retiradas do trato intestinal de bovinos, onde as mesmas são
utilizadas para enriquecer biologicamente o chorume retirado do lixo e após o
processo este é disposto nas células com o objetivo de induzir ou acelerar o
processo de recuperação natural do resíduo.

63,6% dos municípios ainda abandonam os dejetos urbanos em lixões e,


inversamente, 32,2% em aterros adequados - 13,8% em aterros sanitários e
18,4% em aterros controlados

Para o aprofundamento do estudo relacionado aos tópicos anteriormente enfocados,


utilizar a bibliografia indicada (*).

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