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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Departamento de Ciências Sociais e Humanas

Curso de Licenciatura em Administração Pública

Impacto da inflação na economia Moçambicana

Elisa Samuel Vilanculo : 41210901

Maxixe, Julho de 2022


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Departamento de Ciências Sociais e Humanas

Curso de Licenciatura em Administração Pública

Impacto da inflação na economia Moçambicana

Trabalho de campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura em
Ensino de História do UnISCED.
O Tutor:

Elisa Samuel Vilanculo : 41210901

Maxixe, Julho de 2022


Índice
1.0. Introdução ...................................................................................................................................... 4
1.1. Objetivos ........................................................................................................................................ 4
1.2. Objectivo geral .............................................................................................................................. 4
1.3. Objectivos específicos .................................................................................................................. 4
1.4. Metodologia ................................................................................................................................... 4
2.0. Conceito de inflação ..................................................................................................................... 5
2.1. Tipos de inflação ........................................................................................................................... 5
2.2. Inflação de demanda ..................................................................................................................... 5
2.3. Inflação de custos ......................................................................................................................... 6
2.4. Inflação de oferta .......................................................................................................................... 7
2.5. Inflação estrutural ......................................................................................................................... 7
2.6. Inflação inercial ............................................................................................................................. 7
2.7. Medidas de combate à inflação ................................................................................................... 8
2.8. Inflação em Moçambique ............................................................................................................ 8
3.0. Conclusão ..................................................................................................................................... 11
4.0. Referências Bibliográficas ......................................................................................................... 12
1.0. Introdução
O presente trabalho visa analisar o impacto da inflação na economia Moçambicana. Pode-se
conceituar inflação a alta continuada de preços que se estende por longos períodos de tempo e
atinge a totalidade ou a maioria dos sectores da economia. A inflação é tipicamente um
fenómeno monetário que envolve a modificação dos preços dos bens finais e dos preços dos
factores de produção, como: salários, alugueis, taxas nominais de juros e custo nominal de
equipamentos e máquinas.
Para calcular a inflação utiliza-se uma variação mensurada pelo Índice de Preços ao
Consumidor (IPC), que é a média de preços de varejo de uma cesta de mercado fixa que
abrange bens e serviços.
Quanto aos tipos de inflação pode se destacar a inflação de demanda que com ocorre quando
os agentes económicos, incluindo famílias, organizações e governo desejam comprar mais
bens do que aqueles que a sociedade é capaz de ofertar; inflação de custos ocorre quando
factores inesperados aumentam os custos de produção, como quebras de safras agrícolas,
dificuldades com o transporte de mercadorias, novos impostos incidentes sobre a produção ou
comercialização; inflação de oferta que ocorre quando fatores como custos de produção,
tecnologia, sazonalidade, etc, podem afetar a estrutura da oferta do sistema económico;
inflação estrutural que ocorre quando a expectativa dos agentes em relação ao comportamento
dos preços futuros afecta decisões presentes.
1.1. Objetivos
1.2. Objectivo geral:
• Analisar o impacto da inflação na economia Moçambicana.
1.3. Objectivos específicos:
• Definir o conceito de inflação;
• Mencionar os tipos de inflação;
• Analisar a inflação em Moçambique.
1.4. Metodologia
Para a elaboração deste trabalho recou-se a consultas bibliográficas que consiste na colocação
do pesquisador em contacto direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto,
com objetivo de permitir ao cientista o reforço paralelo na análise de suas pesquisas ou
manipulação de suas informações, Lakatos e Marconi (1992).

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2.0. Conceito de inflação
De acordo com Jaskulski (2010), “a inflação pode ser definida como uma alteração percentual
nos níveis de preços, de bens internos e externos, que será utilizada a média desses preços”.
Segundo ISCED (2016), inflação é por definição a “alta continuada de preços que se estende
por longos períodos de tempo e atinge a totalidade ou a maioria dos sectores da economia”. A
alta de alguns poucos produtos, o aumento não persistente de preços e os aumentos
unicamente sectoriais não correspondem à inflação.
Para BCV (2008), a inflação diz respeito ao generalizado de aumento dos preços em vigor
numa dada economia, observado ao longo de um dado período de tempo.
A inflação é tipicamente um fenómeno monetário que envolve a modificação dos preços dos
bens finais e dos preços dos factores de produção, como: salários, alugueis, taxas nominais
de juros e custo nominal de equipamentos e máquinas, ISCED (2016).
De acordo com o BCV (2008) citando Friedman, a inflação está associada a factores com
origem na procura e na oferta agregada:
“Alguns defendem que a inflação é gerada pelo excesso de procura, ou, citando
Friedman, too much money chasing too few goods. Os preços subirão se, em média, a
procura agregada aumentar ou se a oferta agregada diminuir”, BCV (2008) citando
Friedman.
Jaskulski (2010), esclarece que para calcular a inflação utiliza-se uma variação mensurada
pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que é a média de preços de varejo de uma cesta
de mercado fixa que abrange bens e serviços.
Outra maneira de calcularmos a inflação é por meio do deflator implícito. Fazemos uma cesta
contendo todos os bens e serviços produzidos por uma sociedade em certo período, e de
período a período calculamos o preço de mercado desta cesta. Da mesma forma, calculamos
o produto do período anterior utilizando os preços do período actual. A divisão do produto
com preços actuais pelo produto com preços do período anterior gera o deflator implícito, ou
seja, uma medida do quanto os preços subiram de um ano para o outro, ISCED (2016).
2.1. Tipos de inflação
2.2. Inflação de demanda
Segundo ISCED (2016), este tipo de inflação com ocorre quando os agentes económicos,
incluindo famílias, organizações e governo desejam comprar mais bens do que aqueles que a
sociedade é capaz de ofertar. Um excesso de demanda para uma quantidade restrita de bens
faz com que os preços destes tendam a subir.

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Para Mata (2018), inflação de demanda é um processo inflacionário causado pela expansão da
renda. Em função da expansão da renda, os meios de pagamentos ficam acima da capacidade
de expansão real da economia, causando elevação dos preços pelo lado da demanda. A taxa de
expansão dos rendimentos monetários estaria acima da taxa de crescimento real da economia.
Como consequência disso, esses efeitos recaem sobre o nível geral dos preços. A teoria
quantitativa da moeda ofereceu uma boa ilustração dessa causa de inflação provocada pelo
desajuste entre a produção real e o rendimento nominal, Mata (2018).
Pelo lado da inflação de demanda, pode-se ainda falar de uma inflação exportada. Esta ocorre
quando os produtos de uma economia são preferencialmente destinados ao mercado externo,
causando escassez no mercado interno e assim tendo os seus preços aumentados para os
residentes no país, ISCED (2016).
2.3. Inflação de custos
De acordo com ISCED (2016), a inflação de custos ocorre quando factores inesperados
aumentam os custos de produção, como quebras de safras agrícolas, dificuldades com o
transporte de mercadorias, novos impostos incidentes sobre a produção ou comercialização,
quebras de produtividade das máquinas ou de produtividade de recursos humanos. Se esses
custos forem crescentes, as empresas tendem a repassá-los à formação de preços de bens
produzidos e com isso, há tendência a elevação de preços no mercado, Mata (2018).
Para ISCED (2016), a corrente estruturalista dos estudiosos da economia afirma que nas
economias subdesenvolvidas existem permanentemente três pressões sobre os custos a
destacar :
• A primeira é a pequena capacidade de reacção da agricultura para acompanhar aumentos
de demanda por ela ser de base familiar e pouco desenvolvida tecnologicamente, ISCED
(2016).
• A segunda pressão vem dos termos de troca dos produtos exportados e importados,
fazendo com que estes sempre subam mais depressa do que os preços das matérias-
primas exportadas pelos países subdesenvolvidos. O custo das máquinas, da tecnologia e
dos insumos vitais da produção, que são importados, têm seus preços sempre aumentados
acima dos aumentos obtidos com a matéria-prima exportada, ISCED (2016).
• A terceira é o fato de que a economia é dominada por oligopólios que são sempre capazes
de defender e aumentar suas margens de lucro diante de uma sociedade politicamente
fragilizada e incapaz de reagir diante do jogo político dos principais agentes económicos,
ISCED (2016).

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Uma categoria particular dentro deste grupo de inflação de custos é a de inflação importada.
Ela ocorre quando insumos vitais para a produção são trazidos de fora do país, com preços
que sofreram aumentos no exterior, ISCED (2016).
2.4. Inflação de oferta
Na visão de Mata (2018), este tipo de inflação ocorre quando fatores como custos de
produção, tecnologia, sazonalidade, etc, podem afetar a estrutura da oferta do sistema
económico. Esses fatores, normalmente, podem provocar a retração da curva de oferta,
causando, com isso, excesso de demanda que tende a pressionar os preços de equilíbrio para
cima. A escassez de oferta pode levar a elevação dos preços, sendo uma das causas de
inflação.
2.5. Inflação estrutural
Na visão de Mata (2018), a inflação estrutural ocorre quando a expectativa dos agentes em
relação ao comportamento dos preços futuros afecta decisões presentes. A expectativa da
inflação afeta a taxa de juros reais. Como se sabe, a taxa de juro real é factor determinante de
investimentos produtivos. Esse cenário de expectativa pode gerar configuração estrutural do
sistema económico em que os agentes buscam antecipadamente se proteger de perdas futuras
sobre seus ganhos/rendimentos, podendo induzir um ciclo negativo para toda a actividade
económica, Mata (2018).
2.6. Inflação inercial
De acordo com ISCED (2016), a inflação inercial quando ela não tem um factor disparador
identificável pelo lado da demanda ou de custos: ela pode existir em decorrência de períodos
do passado, deixando os preços desalinhados no momento presente e que encontram, na
continuidade da inflação, uma oportunidade para voltarem aficar alinhados. Neste mesmo
contexto, a inflação pode ser psicológica, ou seja, quando não há nenhuma causa aparente,
nem mesmo inercial: os preços sobem porque se espera que eles subam, fazendo com que os
agentes capazes de fixar preços na economia comecem uma escalada de aumentos, ISCED
(2016).
Neste sentido a inflação pode ser ainda categorizada como esperada ou inesperada, ISCED
(2016).
A inflação esperada está associada ao fato de que os agentes económicos dispõem de
elementos racionais ou psicológicos para esperarem certa taxa de inflação.

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A inflação inesperada introduz o elemento de risco na economia. É claro que o divisor de
águas entre o fato de a inflação ser esperada ou inesperada é sempre aquilo que realmente
acontece no futuro.
2.7. Medidas de combate à inflação
Para Mata (2018), as medidas de combate a inflação implicam primeiramente o verdadeiro
diagnóstico sobre suas causas e tipo de inflação. Essas medidas dependem também da linha de
pensamento teórico e económico predominante, pois estratégias de combate e os instrumentos
usados dependem basicamente de duas visões: abordagem ortodoxa e abordagem heterodoxa
da economia.
De acordo com a linha que caracteriza a ortodoxia da economia, a inflação resulta do uso
inadequado de instrumentos de expansão monetária. As emissões monetárias visam expandir
os gastos acima da capacidade de arrecadação tributária, devido aos déficits públicos quase
estruturais, que elevam a demanda e força a subida de preços. Mata (2018).
Na visão de Mata (2018), para combater a inflação essa linha de pensamento sustenta que
devemos controlar a emissão monetária, o que só pode ser obtido com forte ajuste fiscal e
retração da demanda. O ajuste fiscal implica na redução dos gastos e elevação dos impostos.
Esses instrumentos macroeconómicos podem combater a inflação, mas dirigem a economia na
trajetória de recessão e para uma penosa austeridade, com muito sofrimento para as camadas
mais desfavorecidas da população. Portanto, ajuste fiscal por si só, sem uma boa política
social e pública, pode levar a uma rebelião popular e greve geral, Mata (2018).
Para a escola heterodoxa, o combate à inflação não deve ser acompanhado de políticas
econômicas recessivas de retração da demanda agregada, Mata (2018).
2.8. Inflação em Moçambique
O relatório do Banco de Moçambique sobre a conjuntura económica e perspectivas de
inflação, publicado a 17 de Setembro de 2021, indica que as projecções de inflação para o
médio prazo se mantêm em um dígito, perspetivando-se, deste modo, uma relativa
recuperação da economia nacional, influenciada pelas medidas de contorno aos efeitos do
covid-19.
Segundo do relatório o Banco de Moçambique citado pelo “O País”, estas projecções são
sustentadas pela menor depreciação do Metical, num contexto em que se preveem pressões
inflacionárias nas economias dos principais parceiros comerciais, bem como o aumento dos
preços dos alimentos e do petróleo no mercado internacional.

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Em Agosto, os preços registaram um ligeiro aumento no país, traduzindo o incremento
verificado na classe de produtos alimentares e restauração. Ainda assim, o Banco de
Moçambique perspectiva que a inflação se mantenha num dígito no curto e médio prazo.
“A inflação anual, medida pela variação do Índice de Preços no Consumidor (IPC), passou de
5,48%, em Julho, para 5,61%, em Agosto. Igualmente, a inflação média anual manteve a
trajectória ascendente, situando-se em 4,61%, em Agosto, após 4,38%, em Julho de 2021”, lê-
se no relatório do Banco de Moçambique.
“A recente dinâmica da taxa de câmbio do Metical face às principais moedas transacionáveis,
aliada à perspectiva de recuperação da procura externa, decorrente da melhoria das
perspectivas económicas dos principais parceiros comerciais do país, bem como da evolução
dos preços das principais mercadorias de exportação, prenuncia uma menor pressão cambial a
médio prazo”, refere o documento.
Em relação à actividade económica, as projecções do Banco de Moçambique indicam uma
recuperação da economia doméstica (em 2021 e 2022) impulsionada, sobretudo, pela procura
externa, em face dos avanços nos programas de vacinação, da adopção de pacotes de
estímulos nas economias avançadas, bem como da evolução favorável dos preços das
mercadorias de exportação.
“O PIB acelerou no II trimestre de 2021, a reflectir o efeito base e a menor restritividade das
medidas impostas no contexto do covid-19. Dados preliminares do Instituto Nacional de
Estatísticas (INE) indicam que, em termos anuais, o PIB cresceu 1,97%, no período em
análise, uma aceleração em 1,85 pp face ao I trimestre de 2021. Perante este quadro
macroeconómico e ponderados os riscos e incertezas associados às projecções de inflação, o
CPMO decidiu manter a taxa MIMO em 13,25%”, revela a fonte.
A recuperação da economia nacional é suportada pelas perspectivas de retoma da procura
externa, em resultado do alívio gradual das medidas restritivas associadas ao covid-19 e a
adopção de pacotes de estímulos monetários e fiscais, bem como uma evolução favorável dos
preços das mercadorias de exportação.
A nível doméstico, o Banco de Moçambique antevê uma manutenção da pressão nos preços
de bens administrados a médio prazo. As perspectivas de recuperação do preço do petróleo,
no mercado internacional, poderão gerar uma pressão sobre os preços domésticos, através do
ajustamento do preço dos combustíveis. No entanto, a menor depreciação do Metical face às
moedas dos principais parceiros comerciais de Moçambique poderá amortecer os possíveis
impactos do referido ajustamento, no índice geral de preços do país.

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Em relação à despesa pública a médio prazo, prevê-se uma maior pressão, devido à
instabilidade militar na região norte do país, os desafios de reassentamento das populações,
bem como a logística de aquisição e administração da vacina contra o covid-19.

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3.0. Conclusão
Durante a realização do trabalho foi possível compreender que a inflação pode ser definida
como uma alteração percentual nos níveis de preços, de bens internos e externos, que será
utilizada a média desses preços
A inflação é tipicamente um fenómeno monetário que envolve a modificação dos preços dos
bens finais e dos preços dos factores de produção, como: salários, alugueis, taxas nominais
de juros e custo nominal de equipamentos e máquinas.
As medidas de combate a inflação implicam primeiramente o verdadeiro diagnóstico sobre
suas causas e tipo de inflação e por outro lado, essas medidas dependem também da linha de
pensamento teórico e económico predominante, pois estratégias de combate e os instrumentos
usados dependem basicamente de duas visões: abordagem ortodoxa e abordagem heterodoxa
da economia.
O relatório do Banco de Moçambique sobre a conjuntura económica e perspectivas de
inflação, publicado a 17 de Setembro de 2021, indica que as projecções de inflação para o
médio prazo se mantêm em um dígito, perspetivando-se, deste modo, uma relativa
recuperação da economia nacional, influenciada pelas medidas de contorno aos efeitos do
covid-19.
Estas projecções são sustentadas pela menor depreciação do Metical, num contexto em que se
preveem pressões inflacionárias nas economias dos principais parceiros comerciais, bem
como o aumento dos preços dos alimentos e do petróleo no mercado internacional.

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4.0. Referências Bibliográficas
BCV. (2018). O que é inflação – Caderno nº7. Praia: Banco de Cabo Verde;
Banco de Moçambique (2021). Relatório anual. Recuperado de :
https://www.diarioeconomico.co.mz/2021/09/23/economia/banca/banco-de-mocambique-
mantem-a-previsao-de-inflacao-de-um-digito/
ISCED. (2016). Macroeconomia. Beira: ISCED;
Jaskulski, A. O. (2010). A estabilização económica do plano real e o desenvolvimento
económico do período. Monografia apresentado ao departamento de ciências económicas
para a obtenção do grau de bacharel. Porto Alegre: URGS;
Lakatos, E. M., & Marconi, M. A. (1992). Metodologia do trabalho científico. (4 ed.). São
Paulo: Atlas;
Mata, H. T. da C. (2018). Macroeconomia. Salvador: UFBA.

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