Universidade Estadual do Paraná- Campus de Campo Mourão
Curso: Ciências Econômicas
Aluno: Patrick C. Dos Santos 2-A
MASCARENHAS, Carlos. INDICADORES SOCIAIS E ECONÔMICOS COMO INSTRUMENTO DE
GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DAS CIDADES: Uma aplicação no município de Jacareí. Taubaté, 2006.
“O crescente aumento da população urbana
impõe a obtenção de recursos para financiar programas que suportem o aumento da demanda na área da saúde, da educação, da assistência sócia, infra-estrutura, habitação, água tratada, esgoto, lixo.” (p.38)
“É apontado outro lado negativo: “Essa
urbanização violenta e caótica, associada à grande miséria que resulta da concentração de renda, coloca a administração municipal na linha de frente da nova geração de problemas econômicos e sociais que se avoluma nos países em desenvolvimento” (DOWBOR, 1994, p.32).” (p.38)
“A globalização acarreta um grande impacto
cujas conseqüências são constatadas pelo aumento de desemprego e pela exclusão social. Ela traz “[...] instabilidade financeira, mudanças das condições de competitividade, da obsolescência do parque industrial, do declínio das certas regiões, do tamanho das empresas e dos mercados necessários à prosperidade, de atraso na participação no desenvolvimento tecnológico [...]” (SARDENBERG, 1999, p. 145).” (p.41)
“Feudo (2001, p. 20-21) afirma que questões
como exclusão social e pobreza estão intimamente ligadas às cidades, pois é o local onde afloram os problemas sociais. Para entender por que isso ocorre, há necessidade de analisar como está sendo tratada a questão do planejamento das políticas. É na cidade que surge uma série de potencialidades ligadas ao ambiente urbano como o capital social que impulsiona o seu desenvolvimento econômico, o favorecimento da produção, a disseminação e o intercâmbio das informações.”(p.41) “O artigo 182 da Constituição de 1988 dá o rumo à política de desenvolvimento urbano com seu texto “A política de desenvolvimento urbano, executado pelo Poder Público Municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar 42 o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem estar de seus habitantes” (Brasil, 1988). ” (p.41,42)
“Em um conceito anterior à globalização, na
exclusão social constavam os cidadãos analfabetos, com baixos salários, imigrantes da zona rural para a urbana. Hoje, com a nova realidade da economia globalizada, esse conceito se transforma. Agora, o cidadão excluído é aquele que, anteriormente, estava inserido no mercado de trabalho e usufruindo toda proteção trabalhista.” (p. 43)
“Reduzir o nível de pobreza e a conseqüente
exclusão social deve ser pauta permanente de discussão dos gestores na busca de ações que visem a atingir esse objetivo. Feudo (2001, p.20) ressalta que a diferença social se concentra mais na cidade, portanto é lá que ela se torna mais visível.” (p.44)
“A questão da pobreza não deve ser entendida
somente como a falta de renda ou pouca renda. Segundo Feudo (2001, p. 21), sob o prisma sociológico, a falta de recursos afeta o indivíduo em vários aspectos de sua personalidade, porque ele perde a sua identidade de cidadão, fica destituído da capacidade de definir e exercer o controle do seu próprio ambiente.” (p.44)
“[...] enormes diferenças na renda dos cidadãos
de um mesmo país certamente implicam em diferentes graus respectivos de acesso a bens e serviços que as pessoas utilizam para satisfazer suas necessidades e desejos. No entanto, as disparidades se estendem muito além do consumo privado. Segundo Amartya Sen, existem profundas disparidades na liberdade ou capacidade de escolha que os diferentes indivíduos e grupos têm para levar a vida que escolheram para si, ou seja, fazer aquilo que julgam ser valioso. Os recursos privados e os padrões de prestação de serviços públicos afetam essa capacidade de escolha, enquanto a estrutura política e social incide sobre a possibilidade de participar de modo significativo na sociedade, influenciar nas decisões ou viver com dignidade.(FERREIRA; PERRY; WALTON, 2003, p.6).” (p.45) “Para Sen (2000, p. 35), a pobreza é a privação das capacidades básicas ou elementares, que ele classifica como: a morte prematura, a subnutrição, a morbidez persistente, o analfabetismo, a falta de liberdade de expressão ou de participação na sociedade, portanto o autor não vê a pobreza somente como o fato de o cidadão ter apenas uma baixa, ou nenhuma, renda.” (p.47)
“A pobreza é um fenômeno heterogêneo,
multidimensional e multifacético e não pode reduzir-se à análise do ingresso ou do acesso a um conjunto de consumo, em uma visão puramente economicista. Os aspectos culturais, demográficos, sócio-políticos, territoriais ou ambientais devem ser incluídos no estudo da pobreza. Em termos gerais se pode dizer que se encontram também duas grandes tendências que explicam a presença da pobreza em toda sociedade, porque também nos países ricos existem pobres. Umas das tendências explicam esta presença da pobreza como resultado dos problemas macro econômicos e do desenvolvimento das sociedades. Uma outra tendência coloca ênfase nos problemas individuais. Esta tendência é mais sentida em países como os Estados Unidos. O fato de que as pessoas e as famílias são pobres por deficiências pessoais, sejam físicas ou psicológicas, porque certas medidas estão presentes na nossa noção de cultura da pobreza.” (SCHTEINGART, 2001, p.23.).” (p. 48)
“A busca pela melhoria do Desenvolvimento
Humano de uma cidade impulsiona os gestores a expandir ou aperfeiçoar os serviços públicos, objetivando desenvolver a capacitação do cidadão, conseqüentemente, oferecendo-lhe uma qualidade de vida melhor.” (p.49)
“Em uma cidade cuja renda é baixa, mesmo
apresentando recursos escassos, é possível obter resultados de alta qualidade de vida para toda sua população, pois a melhoria direta da vida do cidadão influencia na habilidade produtiva e no processo de expansão econômica da cidade.” (p.49)
“Para atingir essa meta, o gestor precisa
reconhecer em que patamar se encontra a pobreza e/ou a exclusão social de sua população, para assim poder avaliar sua gestão, verificando a eficiência e a eficácia de suas ações. Ele deve ter dados concretos sobre os aspectos positivos e negativos que as mudanças decorrentes de suas ações efetivas proporcionaram à cidade e à população, lembrando-se de que os seus cidadãos devem agir como instrumentos de fiscalização, visando a compreensão da realidade local. Isso só poderá ser concretizado por meio de um instrumento específico: os Indicadores Sociais e Econômicos.” (p. 49)
“Com relação à pobreza, o indicador sócio-
econômico torna-se importante como forma de medir as necessidades básicas insatisfeitas, mas o primordial é a 50 compreensão do fato que está sendo pesquisado, conforme destacado por Schteingart (2001,p. 23)” (p.49,50)
“Os principais indicadores são: indicador do
desemprego, da oferta de emprego, da taxa de juros e da produção industrial.” (p.50)
“Com relação à definição do indicador social “é
uma medida em geral quantitativa dotada de significado social substantivo, usado para substituir, quantificar ou operacionalizar um conceito social abstrato, de interesse teórico ou programático” (JANNUZZI, 2003, p.15). Alguns dos principais indicadores sociais são : indicador da taxa de analfabetismo, da mortalidade infantil, de crianças matriculadas em escolas.” (p.50)
“IBGE (2005) destaca que no Brasil, a
sistematização com a estatística surge no período do império em 1871 com a criação da Diretoria Geral de Estatística. Com o advento da República, o governo define a sua responsabilidade pelos dados estatísticos. Com o passar dos tempos, a sistematização com a estatística recebe novos nomes até o ano de 1934, época em que se chamava Departamento Nacional de Estatística.” (p.50)
“A partir dessa data, esse Departamento foi
extinto e criou-se o INE - Instituto Nacional de Estatística, que inicia as suas atividades em 29 de maio de 1936. Um ano após, é criado o Conselho Brasileiro de Geografia, incorporado ao INE, que passa a se chamar Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.” (p.50) “Os indicadores sócio-econômicos permitem o monitoramento das condições de vida e bem-estar da população. É uma importante ferramenta na gestão das cidades e para a sociedade civil, mas adoção desses indicadores, quando desacompanhada de ações de intervenção pelos governos locais, não garante o sucesso de nenhuma política.” (p.52,53)
“Os indicadores sócio-econômicos são
importantes não só para conferir a realidade do município, mas também para monitorar as ações existentes. Por meio dos indicadores, medem-se os resultados das políticas adotadas, as desigualdades sócio- territoriais tornando possível valorá-las.” (p.53)
“Para Vaz (2002, p. 276), os indicadores sócio-
econômicos têm a capacidade de descrever a realidade, como também mostrar a relação entre as diversas situações, ações que foram tomadas ou negligenciadas. É um ótimo instrumento de avaliação tanto dentro de uma visão global, como em uma mais particular, por exemplo, acompanhar a realidade da pobreza medir e compreender no plano de governo ou mesmo nos setores administrativos, nos casos específicos da saúde educação, permitindo avaliações rápidas, simples e objetivas e, principalmente, de fácil leitura. ” (p.53)
“Os indicadores sociais podem subsidiar as
atividades de planejamento e a formulação de políticas sociais de diferentes esferas do governo, possibilitando o monitoramento das condições de vida e bem estar da população” (SABOIA, 2001, p. 44).” (p.53)
“O indicador sócio-econômico pode ser utilizado
de diversas formas . Se o objetivo for avaliar o desempenho das políticas públicas e legitimá-las, ele se tornará instrumento-base para diagnósticos sobre a realidade social local, fornecendo dados e direcionando na construção de determinadas políticas e programas públicos.” (p.55)
“Segundo Vaz (2002, p. 275-276), há um grande
movimento em busca dos indicadores locais, a partir da construção do IDH por Amartya Sen. Esses indicadores permitem auxiliar tanto o cidadão como o gestor na avaliação e no entendimento da sua cidade. Eles têm maior significado quando analisados em conjunto com outros indicadores que contenham informações demográficas e sócioeconômicas.” (p.57) “Os indicadores descrevem aspectos da realidade e a sua evolução de forma sistemática com relação à metodologia de geração e o ciclo de período de medição. Quando aplicados numa base cartográfica regionalizada, os indicadores da cidade ou de uma região composta de vários municípios, permitem ao cidadão e ao gestor identificar as regiões com maior ou menor exclusão e inclusão social.” (p.57)