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https://doi.org/10.4322/cobramseg.2022.

0232 ISBN: 978-65-89463-30-6

XX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica


IX Simpósio Brasileiro de Mecânica das Rochas
IX Simpósio Brasileiro de Engenheiros Geotécnicos Jovens
VI Conferência Sul Americana de Engenheiros Geotécnicos Jovens
15 a 18 de Setembro de 2020 – Campinas - SP

Dimensionamento de sistema de contenção de galeria subterrânea


em ambiente de elevada deformação - Mina Cuiabá
Rafael Soares Pereira
Geotécnico, AngloGold Ashanti, Sabará, Brasil, RSPereira@anglogoldAshanti.com.br

Leandro Caio Barbosa Costa


Gerente de Mecânica de Rochas, AngloGold Ashanti, Sabará, Brasil, LCCosta@anglogoldAshanti.com.br

Rodrigo César Padula


Geotécnico, AngloGold Ashanti, Sabará, Brasil, ROPadula@anglogold Ashanti.com.br

Lívia Maria Vasconcelos Pimenta


Geotécnico, AngloGold Ashanti, Sabará, Brasil, LMPimenta@anglogold Ashanti.com.br

Welton Natalino da Silva Gomes


Técnico, AngloGold Ashanti, Sabará, Brasil, WSGoms@anglogold Ashanti.com.br

RESUMO: Devido ao aprofundamento da mina subterrânea Cuiabá, propriedade da AngloGold Ashanti,


problemas associados à altas deformações condicionadas pelo aumento de volume de rocha plastificada têm
sido recorrentes. Mesmo sem modificação do campo de tensões, são observadas deformações contínuas no
tempo. Danos na contenção, como rompimento de tirantes/chapas e do concreto projetado tornaram-se
frequentes, impossibilitando a continuidade das operações em trechos específicos.
A contenção, que consiste em tirantes e posterior aplicação de concreto projetado, tornou-se incompatível com
a condição de squeezing que o maciço apresentou. Portanto, foi testada em campo cinco padrões de contenção
diferentes que indicaram a necessidade de atualização do sistema de contenção para garantia de um
suporte/reforço menos rígido através da integração dos sistemas de contenção, reformulação do tipo de tirante
e adequação do suporte a partir do uso de telas eletro soldadas.

PALAVRAS-CHAVE: Dimensionamento de Contenção, Squeezing, Integração de unidades de reforço e


suporte.

ABSTRACT: The increasing in depth of the underground mine Cuiabá, owned by AngloGold Ashanti, issues
associated with high deformations conditioned by the increase in volume of yielding rock mass have been
recurrent. Even without changing the stress field, continuous deformations are observed over time. Damage to
the rock support, such as the breaking of rock bolts/washers and shotcrete, became frequent, making it
impossible to keep operations on specific areas.
The rock support, which consists of rock bolts and subsequent application of shotcrete, became incompatible
with the squeezing condition that the rock mass presented. Therefore, five different rock support systems were
tested in the field, which indicated the need to update the system to guarantee a less rigid support/reinforcement
through the integration of the units, reformulation of the type of rock bolt, and adequacy of the surface support
from the use of welded mesh.

KEYWORDS: Support Design, Squeezing, Integration of reinforcement and support units

1 Introdução

Deformações em grande escala, muitas vezes referidas como squeezing, representam importante desafio
em escavações subterrâneas em maciços rochosos (Potvin et all, 2008). Minas com essa condição possuem
grandes dispêndios na manutenção da estabilidade e operacionalidade de suas escavações, uma vez que grande

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aporte de investimento em contenção de rocha e reabilitações de galerias se fazem necessários (Mercier-


Langevin et al., 2011).
A mina subterrânea Cuiabá possui operações em profundidade de aproximadamente 1350m, começou
a experimentar em seus níveis mais profundos os efeitos de elevadas deformações do macio rochoso.
A partir do ano de 2017 consideráveis danos nos sistemas de contenção instalados em galerias principais
e de produção passaram a ser identificados e analisadas pelos geotécnicos. Em janeiro de 2018 a empresa
decidiu pela total paralisação de uma das rampas principais da mina para a realização de reabilitações, que
posteriormente se demonstraram ser sistemáticas.

Figura 1. Danos observados nos sistemas de contenção em algumas escavações da mina Cuaibá.

Minas como as de Cuiabá, que convivem com rupturas por tensão que conduzem ao squeezing, requerem
cuidadosas ponderações para execução do dimensionamento do sistema de suporte, uma vez que se faz
necessário a estabilização das escavações tanto durante a fase de desenvolvimento quanto na subsequente
lavra. Nesse sentido o perfeito conhecimento dos mecanismos de falhas que conduzem as elevadas
deformações é fundamental para o alcance de soluções que confiram segurança com custos factíveis.
O sistema de contenção, que consistia em tirantes e posterior aplicação de concreto projetado, tornou-
se incompatível com a condição de squeezing que o maciço em profundidade adotou. Durante os anos de 2018
e 2019 várias análises foram conduzidas e diferentes sistemas de contenção foram aplicados, a observação do
comportamento dos mesmos diante as deformações registradas indicou que a solução mais adequada partiria
da integração dos elementos de suporte/reforço, para garantia de um sistema menos rígido, portanto, mais
tolerável a deformação. Além disso, a verificação da compatibilidade entre os elementos é fundamental para
total integração.

2. Mecanismo de Ruptura

O maciço rochoso da mina Cuiabá, mapeados nas regiões com ocorrência de squeezing, são compostos
por rochas duras e competentes, entretanto, possuem descontinuidades geológicas como xistosidade que
frequentemente possuem pequeno espaçamento entre os planos de foliação. A anisotropia de resistência
associadas à sua respectiva orientação com relação a escavação pode conferir condições básicas a ocorrência
do mecanismo de ruptura buckling seguido por bulking de maior ou menor magnitude do material plastificado.
A observação em campo indica que o mecanismo de falha é conduzido preferencialmente em regiões
onde há paralelismo entre o plano de foliação e a escavação. Nessas regiões há concentração de tensões
cisalhantes que conferem uma contração ao longo da direção da foliação e dilatação na direção ortogonal. A
medida que o esforço persiste ocorre deflexão dos planos de foliação resultando em rupturas tipo buckling
seguido de aumento de volume da rocha plastificada, bulking (Kaiser, P. & Kim, B., 2008). É observado
também rupturas induzidas por cisalhamento puro que causam a convergência das escavações.

Figura 2. Mecanismos de falhas observados na mina Cuiabá

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2 Sistemas de Contenção Analisados

Durante os anos de 2018 e 2019 cinco sistemas de contenção foram instalados e analisados em regiões
da mina Cuiabá com níveis elevados de deformação do maciço rochoso, abaixo é resumido em uma tabela
todos os sistemas aplicados:

Tabela 1. Sistemas de suporte analisados


Teste 1 Teste 2 Teste 3 Teste 4 Teste 5

Tipo FRS FRS FRS FRS FRS

UCS (MPa) - 28 dias 40 40 40 40 40

Absorção de Energia -
CONCRETO PROJETADO

240 240 240 240 280


Round Panel Test (J)

Tipo de Fibra Polipropileno Polipropileno Polipropileno Polipropileno Polipropileno

Teor de Fibra (kg/m3) 4.2 4.2 4.2 4.2 6.0

Faixa de Espessura (cm) 5 - 7,5 5 - 7,5 5 - 7,5 5 - 7,5 5 - 7,5

Seção de Aplicação 1m acima do piso 1m acima do piso 1m acima do piso 1m acima do piso Até o piso

Ciclo de Aplicação Infracyle Incycle Incycle Incycle Incycle

Tipo GRAU - 60 GRAU - 60 GRAU - 60 GRAU - 40

Diâmetro Nominal
22 22 22 22
(mm)

Resistência à Tração (t) 25 25 25 17


TIRANTE

Carga de Escoamento (t) 19 19 19 11

Elongação (%) 16 16 16 20
Cabeamento com 7m de
comprimento (1,5m X
Comprimento (m) 3 3 3 3
1,5m) aplicados após
Afastamento x
instalação de concreto
Espaçamento 1,5 x 1,5 1,5 x 1,5 1,5 x 1,5 1,5 x 1,5*
projetado. Colocação de
(m x m)
Seção de Aplicação a chapa e clavete nos cabos
2,0 2,0 2,0 0.5
Partir do Piso (m)

Tamanho (cm x cm) 15 x 15 15 x 15 15 x 15 15 x 15

Espessura (mm) 4,8 4,8 4,8 8


CHAPA

Deformação Inicial (t) 6,4 6,4 6,4 12,1

Capacidade Total (t) 8,0 8,0 8,0 18,2

Eletrosoldada e Eletrosoldada e
Tipo - - -
Galvanizada Galvanizada a quente

Abertura (cm x cm) - - - 10 x 10 10 x 10


TELA

Diâmetro do Fio (mm) - - - 4,2 5,6

Seção de Aplicação a
- - - 2m 0.5
Partir do Piso (m)
Cada lance de tela foi ancorado em 9 pontos. Os vértices foram ancorados com split set galvanizado na instalação da tela e outros 5 tirantes foram
instalados para complementar a malha. O transpasse da tela é de 30cm.

2.1 Teste 1

O primeiro teste realizado consistia no padrão de suporte que vinha sendo praticado nas galerias mais
profundas da mina Cuiabá. O concreto projetado era instalado posteriormente a aplicação dos tirantes,
portanto, durante a deformação do maciço rochoso não era observado a integração das unidades que

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compunham todo o sistema. O concreto projetado, assim como, os tirantes não estavam aptos a promoverem
a transferência de carga entre eles. A figura abaixo ilustra a condição típica de falha desse sistema.

Figura 3. Falha do concreto projetado sem a devida tranferência de carga para o tirante.

Ressalta-se que a quebra do concreto projetado conferia as galerias condição insegura de acesso, uma
vez que em função dos níveis de deformação do maciço rochoso as fibras de polipropilenos que integravam o
concreto projetado perdiam o efeito de reforço pós pico do suporte, tornando comum a queda de blocos de
concreto sem nenhuma restrição ao seu movimento.

2.2 Teste 2

No intuito de garantir maior integração das unidades do sistema de contenção, foi testado novo sistema
onde os tirantes eram aplicados posteriormente a instalação de concreto projetado. Essa configuração ainda se
mostrou ineficaz no controle de estabilidade da galeria, uma vez que a severa plastificação do sistema
conduzida pelas elevadas deformações ainda se faziam presente. A falha do sistema começava a partir de
grandes trincas do concreto projetado e posteriormente eram observados o rompimento das chapas dos tirantes
instalados, as mesmas eram forçadas pelo deslocamento do maciço rochoso a passar através das porcas.

Figura 4. Deformação das chapas dos tirantes.

2.3 Teste 3

A aplicação de cabos com 7m de comprimento e chapas/clavetes se mostrou uma alternativa viável para
obtenção de uma ancoragem mais profunda, além disso, o método de aplicação dos mesmos garantia a certeza

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operacional da instalação mais adequada, uma vez que os tirantes eram mais susceptíveis a falha durante a
mistura da resina encartuchada no furo. Constantemente era observado fuga da resina através das fissuras do
maciço rochoso plastificado.
Mesmo com aplicação de cabos em malha regular de 1,5m X 1.5m sobre o concreto projetado, foi
necessária reabilitação da região, pois foi verificado severa plastificação do suporte.

Figura 5. Iniciação de quebra no concreto projetado entra chapas aplicadas nos cabos.

2.4 Teste 4

O teste seguinte foi conduzido a partir da observação do sistema composto de tirantes grau 60 instalados
posteriormente ao concreto projetado seguindo pela alocação de tela eletro soldada até dois metros do piso.
Diferentemente dos sistemas anteriormente observados a tela foi capaz de absorver parte da energia dissipada
pela deformação do maciço rochoso, entretanto, a mesma não se encontrava instalada até o piso, onde foi
necessário a realização de saneamento mecanizado em função do grande nível de plastificação do
concreto/maciço rochoso nessa região.
Ressalta-se que foi indicado perda da capacidade desse sistema ao longo do tempo a medida que as
deformações progredissem a maiores níveis. Foi observado transpasse de chapas dos tirantes através das porcas
e a tela instalada nesse sistema possui menor capacidade de deformação e carga sendo elevado a probabillidade
de sua ruptura.
Algumas cavilhas do tipo split set foram necessárias para garantir melhor ajuste da tela a superfície da
instalação.

Figura 6. Dano em lateral de galeria contida com tela até dois metros do piso.

2.5 Teste 5

No intuito de garantir melhor entendimento da capacidade de carga e deformação do sistema tirante

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(Grau 60)/chapa, usados até então em todos os sistemas de contenção observados em campo, foi realizado
alguns testes de laboratório. Tais testes consistiram em pressionar a porca do tirante através de chapas com
diferentes espessuras, a figura a baixo ilustra os resultados obtidos para as chapas de espessura de 4.8mm –
utilizado até então nos sistemas de contenção da mina Cuiabá, 6.4mm e 8.0mm.

Figura 7. Resultados dos ensaios de laboratório em chapas de diferentes espessuras.

Observando os resultados obtidos nos ensaios de laboratório e os diagramas mostrados nas figuras
abaixo é possível identificar que o tirante grau 60 com a chapa de 4.8mm, usados até então como reforços nas
galerias mais profundas da mina Cuiabá, provê 8t de capacidade de carga sem que grande parte da elongação
do tirante Grau 60 ocorra, pois a chapa certamente falhará antes da devida transferência de carga para o tirante.
Portanto, a utilização de tirantes de Grau 40 e chapas de 8.0mm se demonstram mais propícias a condições de
elevadas deformações, pois será garantido melhor transferência de carga entre as unidades, além da mesma
possuir maior capacidade de elongação, portanto, maior potencial de absorção de energia. Ressalta-se que as
propriedades mecânicas dos tirantes Grau 60 e 40 foram obtidos do catálogo do fornecedor.

Figura 8. Diagramas ilustrativo da capacidade carga e deformação de diferentes sistemas tirantes/chapa.

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Através das medições de convergência das galerias submetidas a squeezing foi indicado deformações de
aproximadamente 15cm. A partir da observação da tabela abaixo (Louchnikov et al., 2014) é verificado que a
combinação entre concreto projetado reforçado com fibras de espessura de 60mm e tela eletro soldada com
fios de 5.6mm possuem capacidade de deformação de até 21cm. Tal combinação foi adotada para a realização
do quinto teste.

Tabela 2: Capacidade de suporte de superfície em testes de carregamento estáticos sobre condições limites
“rígidos” (Louchnikov, 2014).

As observações feitas em campo até o presente momento mostram total capacidade desse sistema em
lidar com as deformações impostas a elas, mantendo assim a estabilidade das galerias mais profundas sem a
necessidade recorrentes de reabilitação.

3 Conclusões

Em condições dinâmicas, a performance do sistema de contenção dependa do desempenho de todos os


seus componentes e da transferência de carga entre eles. A dissipação de energia durante a dilatação do maciço
rochoso deve ser absorvida através da capacidade de deformação do sistema de contenção (Charrette et al.,
2017). Portanto, para um adequado dimensionamento de suporte para maciços rochosos em condições de
squeezing, é necessário considerar as deformações e as cargas que serão impostas aos conjuntos de suporte e
reforço.
O sistema observado no quinto teste se mostrou o mais adequado para as condições de elevadas
deformações, o mesmo passou a ser adotado em galerias específicas da mina Cuiabá.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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High Stress Mining, 709-722.
Kaiser, P. & Kim, B.. (2008). Rock Mechanics Challenges in Underground Construction and Mining.
Louchnikov, V., Sandy, M., Watson, O., Orunesu, M., & Eremenko, V. (2014, March 24-26). An Overview of
Surface Rock Support for Deformable Ground Conditions. 12TH AUSIMM UNDERGROUND
OPERATORS CONFERENCE.
Mercier-Langevin, F., & Hadjigeorgiou, J. (2011). Towards a better understanding of squeezing potential in
hard rock mines. Australian Centre for Geomechanics, The University of Western Australia, 36-44.
Potvin, Y., & Hadjigeorgiou, J. (2008). Ground support strategies to control large deformations in mining
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Civil Engineering Construction, 545-560.

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