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Texto 1
Convite Texto 2
Poesia é brincar com palavras
como se brinca BOLHAS
com bola, papagaio, pião. Olha a bolha d'água
no galho!
Só que Olha o orvalho!
bola, papagaio, pião
de tanto brincar Olha a bolha de vinho
se gastam. na rolha!
Olha a bolha!
As palavras não:
quanto mais se brinca com elas Olha a bolha na mão
mais novas ficam. que trabalha!
Cecília Meireles
Texto 3
Brincadeiras
A maioria das crianças de hoje em dia desconhece divertimentos simples como cabra-cega,
passa-anel, pula-sela, siga-o-mestre, chicote-queimado, telefone-sem-fio e centenas de outras
brincadeiras transmitidas oralmente há séculos por sucessivas gerações. Também as cantigas e
frases que acompanhavam o pular corda e a roda se reduziram bastante na memória infantil.
Alguns passatempos nem chegaram a sair de moda, e resistem bravamente à concorrência da
televisão e à escassez de espaços livres na cidade. Basta observar: não há menino ou menina que
não saiba brincar de esconde-esconde, polícia-e-ladrão, pegador, casinha e tantas outras do tipo faz-
de-conta, ainda as preferidas pela maioria das crianças.
O que nem todos sabem é que muitas brincadeiras guardam sentidos simbólicos ancestrais, do
tempo em que cumpriam funções de caráter sagrado. Com o passar dos séculos, viraram
entretenimento, primeiro para adultos, depois para crianças.
De caráter universal, muitas brincadeiras são encontradas em civilizações que às vezes não
travaram entre si nenhuma forma de contato. A amarelinha, por exemplo, é jogada em países
diferentes como Estados Unidos, Rússia, China e Birmânia. O curioso traçado do jogo se assemelha
a representações de templos antiquíssimos, conforme observou um pesquisador argentino. Marelle
para os franceses, rayuele para os espanhóis, academia para os portugueses, no Brasil a
amarelinha tem vários nomes: maré, pé-pé, sapata e avião. Entre os romanos era jogo do odre e
para os gregos, ascolias.
Na verdade, isso mostra apenas que brincadeiras se transformam, algumas perdem sentido e
muitas, muitas mesmo, ainda merecem ser resgatadas, pois certamente ainda vão cativar o interesse
das crianças.
(Rio de Janeiro, Kalunga, n.º 91, ano XXVI, jul.1998, p.21, com adaptações.)
1) O texto 1 é um poema de José Paulo Paes que se intitula "Convite".
a) Qual convite é feito no poema?
b) A quem é dirigido esse convite?
3) Qual é a principal diferença, de acordo com o texto 1, entre brincar com palavras e brincar
com bola, papagaio e pião?
a) Apesar de o poeta não explicitar o que significa “brincar com palavras”, é possível
compreender o sentido desse segundo verso. Explique o que é “brincar com palavras”.
b) Observe que nesta mesma estrofe, foi feita uma comparação. Que comparação é essa?
5) Observe que, na segunda e terceira estrofes, há uma ressalva: “bola, papagaio e pião / de
tanto brincar/ se gastam./ As palavras não”.
Segundo o poeta, por que as palavras não se gastam?
6) A expressão “só que” liga as duas primeiras estrofes do texto 1. Que palavra poderia substituir
essa expressão, mantendo o mesmo sentido presente no poema?
7) É possível perceber que o texto 2 é uma brincadeira com uma palavra: bolha. Em que versos
do texto 1 fica claro que brincar de poesia é dar outros significados às palavras?
8) Em uma estrofe do texto 2 as bolhas apresentam um significado diferente das demais bolhas
das outras estrofes.
a) Copie esta estrofe.
b) Que significado é esse?
10) De acordo com o texto 3, quais são os maiores adversários das brincadeiras infantis?