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Broken escrita por marics

Capítulo 1
Enchanted

Mais um dia. Um dia completamente frio, chuvoso e tedioso pra mim. Meu nome é
Isabella Marie Swan. Tenho vinte e dois anos e sou completamente sozinha no
mundo. Meus pais faleceram quando ainda era muito criança e cresci com um tio
distante que também faleceu quando completei 18 anos. Ele foi meu único amigo
durante toda a minha vida e fiquei sem meu chão. Billy tinha mais três filhos, mas eles
moravam com sua mãe e quase não os via. Não criei nenhum laço afetivo com meus
primos.

Trabalhava como bilheteira do metrô em Nova Iorque. Não fiz faculdade porque
não tinha a mínima noção do que fazer. Não gostava de morar na cidade e também
não tinha condições de sair daqui. Era complicado e tedioso. Demais.

Debruçada no balcão, observei Emmett Cullen vir com toda sua graciosidade
na minha direção, com seu sorriso maroto e terno Armani. Ele deixava sua lustrosa
Ferrari no estacionamento de cima e ia de metrô até o grande prédio da empresa de
sua família. Ele era a pessoa mais próxima de um amigo pra mim. Pelo menos era o
único que perguntava algo mais que tudo bem.

Não que as outras pessoas falassem comigo. Elas simplesmente jogavam suas
pratas no meu balcão e arrancavam o ticket sem nem se importar com quem lhes
entregava. Acho que eles não reparariam se eu sumisse. Ninguém se daria conta se
um dia deixasse de estar entregando tickets. Emmett não. Ele me trazia chocolate
quente e ficava por cinco minutos – horário do seu metrô.

Eu só sabia seu nome, sua idade, sua geleia preferida, sanduiche, como
gostava do café e que trabalhava no enorme prédio no centro. Nada mais que isso e
não sei porque achei que um dia alguém me contaria algo além que isto. Já era muita
simpatia dele dirigir-se a mim.

- E aí Bellinha! – bateu no vidro. – Você está bem hoje? Meio frio natalino, não
é?

- Sim. Ouvi na rádio que vai nevar muito em breve. – respondi esboçando um
meio sorriso. Emmett sorriu de volta e colocou um copo de chocolate quente no
balcão. – Você devia parar de fazer isto.
- Você devia parar de dizer isto todos os dias. – retrucou brincalhão empurrando
mais ainda pra frente, até tocar minhas mãos congeladas. – Cadê suas luvas?

Eu não tinha luvas novas e realmente estava com vergonha de usá-las no


trabalho. Isso atenuava a repulsa dos passantes por mim. Encolhi minhas mãos no
colo e mudei de assunto.

- E sua namorada? Ela virá de Paris pra cá?

- Não sei. Rosalie não quer casar comigo e meu pai está me pressionando a
conhecê-la. Não sei o que fazer.

- Sugiro que conte a sua família a verdade. Que talvez vocês precisem de mais
um tempo se conhecendo...

- Adoro seu modo de ver o mundo. – piscou sorrindo lindamente indo até seu
metrô. Suspirei cansada e deixei que o tedio me dominasse. Era só mais um dia da
minha vida completamente estranha, fria e vazia. Engoli minhas lágrimas e pensei em
Max. Ele estaria em casa me esperando querendo seu leite na vasilha e nós
passaríamos mais uma noite. Um dia de cada vez.

...

Meu carro velho rugiu no estacionamento do mercado e quis me esconder


quando as pessoas reparam minha presença. Eu odiava quando percebiam meu
estado catatônico de vida e me olhavam com pena. Era simplesmente constrangedor
ter as pessoas te analisando com olhares de pena, dó ou qualquer coisa que me
fizesse sentir mais inferior que já era. Não era fácil. Não era bom. Não era saudável.
O pior de tudo era sentir falta de uma vida que nunca tive.

Sentia falta de Charlie, de Renée e até mesmo do Tio Billy. Eu queria ter uma
família, amigos e uma casa movimentada. Sempre fui a estranha da escola, a reclusa
ou depressiva. Não tive indicações a faculdade porque meu empenho social me fez
ser indicada na verdade ao psicólogo e não para Columbia.

Obviamente não frequentei nenhum das terapias e também não fui a faculdade.
O que poderia ficar pior em minha vida? O que mais poderia acontecer? Só a morte.
E sinceramente, não sei se isso seria tão ruim. Era só mais uma oportunidade de
descanso. Em paz. Ou não. Minha sorte não era muito boa e talvez nem dormir
eternamente conseguiria.
Reuni coragem e sai do carro. O mercado estava quentinho e vazio, devido a
hora, não me preocupei em abaixar meu capuz ou olhar cordialmente para as pessoas
ao meu redor. Já sabia de cor todas as seções e onde ficava tudo e não demorei mais
que o necessário ali dentro. Guardei tudo com cuidado e ao mesmo tempo com
rapidez e segui dentro dos cinquenta quilômetros permitidos pela minha velha picape
até o subúrbio de Manhattan, até a velha casa dos meus pais.

Fiz uma nota mental de juntar algum dinheiro para pintar a casa. Ela estava
desbotada e com tonalidades de verde musgo. Não lembrava se sua pintura original
era verde ou aquilo era limo. Esperava fielmente que fosse pintura. Seja uma pintura
velha, pedi.

Max estava miando, pedindo minha atenção enquanto se enroscava nas


minhas pernas. Ele devia estar com fome ou simplesmente queria atenção. Assim
como pra mim, eu era sua única amiga. Meu gato e eu desenvolvemos uma relação
dependente. Após dar sua comida e um momento de afago, sua cama pareceu mais
interessante. Busquei guardar as compras, tomei um banho e ri com escarnio quando
me vi escolhendo velhas roupas para usar. Eu só tinha aquilo para usar.

Eu não tinha aquecedor. Não tinha como pagar uma conta de luz com
aquecedor. Eu não tinha como comprar um aquecedor.

Vesti minhas duas únicas calças de moletom e três casacos. Desci as escadas
rangentes e esquentei uma sopa de ervilha que tinha sobrado de ontem. Fiquei tanto
tempo fantasiando que tinha meus pais ali, que realmente cozinhei para três pessoas.
Isso era tão doentio que me deu medo... Muito medo de estar enlouquecendo como
os tutores escolares sempre me disseram que aconteceria.

O vento frio batia na janela e rugia como se fosse um leão feroz. Sem mais o
que fazer, desliguei a televisão e fui deitar. A casa escura e silenciosa me fez tremer
e chorar de medo como todos os dias. Isso era ridículo e tinha vinte e dois anos. Era
hora de aprender a ser sozinha. Menina crescida. E por que isso simplesmente
parecia impossível?

Max subiu na cama e deitou no meu pé. Fechei os olhos sem realmente pegar
no sono. Era só mais uma noite. Só mais um e amanhã seria um novo dia.

Cheguei a estação as cinco horas da manhã tremendo de frio. Pelo menos a


cabine era aquecida por falta de espaço e não por ter um aquecedor. Muitas pessoas
passaram por mim sem realmente me olhar como todos os dias e me cutuquei
internamente porque diabos queria ser notada. Talvez notada a palavra seria errada.
Talvez eu só quisesse ter ou fazer parte do mundo deles. Queria vestir roupas bonitas
e passar com cabelos cheirosos apressadamente sem ao menos me olhar. Queria
pegar um metrô para me dirigir a Lower Manhattan e trabalhos nos prédios brilhosos
de lá.

Desejei muito sair daquela vida, mas deitei minha cabeça no balcão gelado e
me xinguei por ser tão sonhada. Acorda Bella! Você não é um personagem de Jane
Austin. Você é Bella Swan, a órfã. Puxei meu livro surrado e espiei o horário. Agora
só nas próximas levas teria um pouco de movimento. Cosmópolis era perfeito e tinha
uma paixão secreta por Eric. Muitas vezes me peguei fantasiando em ser convidada
para sua limusine.

- Não suspire mais, Swan. Cheguei. – Emmett bateu no vidro. – Tenho duas
coisas para você. Ops, três. – colocou o copo de chocolate quente no balcão e
empurrou pelo vidro. Uma barrinha de cereal colorida de uma marca absurdamente
cara e um saco prata. – Chocolate esquenta, segundo minha irmã caçula. Ela é
adolescente e disse que sabe das coisas. E luvas. É um presente. – disse deixando-
me sozinha.

Fiquei tonta olhando-o entrar em seu metrô e abri o saco. Um par de luvas de
couro caramelo caiu no meu colo com etiqueta da Chanel. Minha boca se abriu que
mal percebi a fila se formando pedindo minha atenção. Ouvi uns murmúrios e
palavrões e pensei como as pessoas poderiam ter uma boca suja aquela hora da
manhã. Calcei as luvas e me senti melhor. Elas tinham um cheiro incrível e eram tão
confortáveis que quis dormir em cima da minha mão.

Eu precisava agradecer muito a Emmett.

...

- Bella! Você não trabalha no natal. Saiu a lista! – Joseph gritou de sua sala e
a bateu novamente. Não me preocupei em agradecer a informação porque ele não
se importaria com isso, de qualquer modo.

Rumei para minha cabine e deixei o dia rolar. Não vi Emmett. Nem naquele dia
e nem na semana seguinte. Emmett simplesmente não apareceu. E que idiotice da
minha parte esperar por alguém para agradecer sobre luvas. Eu era só a menina da
bilheteria.

Naquela segunda-feira estranha também não o esperei mais. Resolvi que ele
fora mais uma pessoa que foi embora. Que me deixou sem nunca realmente ter feito
parte da minha vida. Voltei a ler meu livro porque não tinha nenhuma espécie de
movimento. Faltavam sete dias para o natal e ninguém realmente iria trabalhar. O frio
estava mais intenso do que antes e isso resultava em noites insones pra mim. Não
sei como não peguei um resfriado ou simplesmente congelei na cama. Ah, todas as
colchas possíveis e imaginarias estavam sobre ela. Era preciso uma boa prática física
para erguer tudo.

- Será que alguém sentiu minha falta? – Emmett bateu no vidro atraindo minha
atenção. – Luvas bonitas, hã?

- Obrigada, Emmett. Você deveria não se preocupar, mas, ainda assim,


obrigada. – agradeci sincera e ele sorriu torto.

- Isso está vazio hoje. – comentou olhando ao redor e ignorando meu


agradecimento. – Vai visitar sua família no natal?

- Não. E você? – perguntei jogando a bola pra ele.

- Nós passaremos o natal juntos, como todo ano. Exceto por duas coisas. Meu
irmão está voltando a morar em Nova Iorque e minha família aguarda a presença de
minha noiva.

Engoli minha inveja do seu comentário. Ele tinha uma grande família, uma
noiva e felicidade. Não só pelo dinheiro. Não me importaria em ter a mesma condição
financeira que tenho hoje se tivesse uma família completa. Alguém para dividir a noite
de natal que não fosse um saco de pelo preguiçoso chamado Max.

- Ela aceitou casar com você? – perguntei baixo torcendo para não ser
intrometida.

- Não. Jogou o anel no meu rosto. Passei essas duas semanas na França com
uma tentativa e meus pais agora exigem a presença de uma noiva.

- Isso é complicado. – resmunguei baixo e olhei para o relógio. Seu metrô


estava atrasado. – Está demorando hoje.

- É. Você quer que vá embora. – brincou olhando para seu caríssimo relógio de
pulso. – Está atrasado mesmo. – espiou pelo ombro e viu que tinha gente se
aproximando. – Voltarei se não chegar e você continuar só.

Vendi mais um ticket para poucas pessoas mal humoradas e um homem


completamente estranho veio correndo e pulou as roletas, batendo com força no
vidro, fazendo todos os estilhaços voarem contra mim. Soltei um sonoro grito agudo
e me encolhi no canto. Houve disparos e mais gritos até que o metrô chegou e vi o
homem correr para dentro dele segurando um relógio. O relógio de Emmett.

Uma luz se acendeu na minha cabeça e mesmo com pânico movimentei


minhas pernas para a pista de embarque. Havia um bolo de pessoas ao redor de um
corpo estendido no chão e pelo ombro eu sabia que era ele. Meu rosto estava
molhado, escorrendo pelo meu supercílio e boca.

Perder ele também não.

Empurrei algumas pessoas chamando a ambulância e sentei ao lado de


Emmett. Ele estava com os olhos abertos, colocando a mão sobre o ferimento.

- Emmett! – chamei sua atenção. – Vai ficar tudo bem. Estão chamando
socorro. – sussurrei baixo e ele sorriu. Esticou a mão até meu rosto e limpou o sangue
que escorria. – Acho que você deveria ficar quieto. – completei rindo e ele sorriu de
volta.

Só Emmett para sorrir daquele jeito. Ouvi barulhos de sirene e vários


paramédicos chegaram até nós.

Foram muitas perguntas, um movimento louco, me seguraram, examinaram e


por fim, estava na mesma enorme ambulância com o sorridente. Ele cantou a
paramédica e ainda pediu que tirassem fotos do ferimento para contar aos seus netos
futuramente. Apesar de dizer que estava muito bem, me obrigaram a deitar e fazer
pontos no meu corte que recusei ver.

- Você tem algum contato de família? – a enfermeira me perguntou e Emmett


ainda brincava com as gases ao seu redor. Nesse momento ele me fitou e meu rosto
esquentou.

- Não tenho família. Nenhum contato. – respondi baixo, muito envergonhada.


A enfermeira explicou o processo de exames que seria obrigada a fazer e eu sabia
muito bem que o serviço médico era pago. Não existia público em lugar algum. Não
em Manhattan. – Tudo bem.

Ficamos em silencio, até que vi o rosto de Emmett se iluminar. Chegamos ao


centro médico e ele foi empurrado – pedindo mais velocidade – para o seu
atendimento e o rapaz me colocou sentada a força em uma cadeira de rodas. Fui
conduzida a radiografias e exames de toques. Também dei meu depoimento a polícia
sobre o ocorrido e fui liberada para ficar em observação em um enorme quarto.
Eu queria muito saber de Emmett. Ele estava rindo e brincando, mas isso não
parecia o suficiente pra mim.

Fiquei um tempo olhando para o teto esperando que horas a enfermeira me


dizer quando poderia ir embora também ter notícias de Emmett. Vi uma correria
estranha em seu quarto e meu coração quase saiu pela boca. Ouvi a porta se abrir e
uma cabeleira ruiva muito lustrosa entrar. A mulher era como as executivas que
passavam no metrô. Olhos azuis, lábios vermelhos vivos e um sorriso brilhante.

- Olá. Sou Victória Evans, secretária do Sr. Emmett Cullen e ele pediu que lhe
ajudasse trazendo algumas roupas. – apontou para a sacola e olhei para minha blusa
completamente suja de sangue e a calça jeans também.

- Obrigada, mas não posso aceitar. – falei baixo.

- Eu sei, mas você vai. – retrucou colocando as sacolas. – Avise-me quando


terminar.

Rapidamente ela saiu e me deixou sozinha no quarto com as sacolas de roupas


de grife. Tinha uma calça jeans do meu numero, uma blusa junta de manga e dois
casacos. Um deles era um lindo sobretudo. Havia outro saco com uma sapatilha
também do meu numero. Fiquei me perguntando como ela simplesmente adivinhou.
Sem mais opções porque realmente estava nojenta, usei o banheiro do quarto e tomei
um banho quente.

- Estou pronta. – avisei-a e ela sorriu ao ver a roupa por completo em mim. Meu
olhar se perdeu no quarto de Emmett e ela acompanhou. – Será que eu posso vê-lo?
Me prometeram notícias, mas simplesmente...

- Acabo de sair de lá. Ele ficará feliz com isso. – cortou-me e segui com passos
inseguros até o seu quarto. Eu sentia uma sonolência grande e estava bem tonta,
mas procurei ignorar isto. Meu corte parecia pulsar e meu corpo dava seus primeiros
sinais de cansaço do dia.

- Hey. – sussurrou assim que me viu. Meu coração pareceu quebrar ao vê-lo.
Não parecia o mesmo sorridente de antes. Ele tinha o torso enfaixado e o rosto pálido.
Aparentando uma fraqueza que me deu vontade de chorar. – Não estou tão ruim
assim, Bella...

- Você vai ficar melhor. – falei baixo, parando do seu lado na cama.
- Eu sei. Eu sei. – sorriu torto, mas pareceu uma careta de dor. – Não me odeie
pelo o que vou lhe pedir. Eu preciso de uma noiva para passar o natal com a minha
família.

- E?

- Você poderia ser minha noiva durante esse período de natal? Eu juro parar
de te encher quando tudo isso passar. Eu só não quero que meu pai se desaponte
comigo de novo.

- Emmett. – ri com escarnio – Você está sobre efeitos de remédios e não sabe
exatamente o que faz. – completei rindo.

- Ele está falando sério. O motivo pelo qual vim aqui foi para trazer isto. –
Victória interrompeu abrindo uma caixinha com um anel de noivado. Um lindo
solitário.- É só durante o período de natal ou perderemos muito.

- Vic. – Emmett interrompeu e depois virou-se pra mim – Só por uns dias.
Passaremos o natal juntos e você ficará livre.

Minha cabeça pareceu doer um pouco mais com tudo aquilo. Minha mente se
dividiu em pros e contras e me repreendi por realmente considerar uma insanidade
daquelas. O que mais me chamou atenção foi a possibilidade de passar o natal com
uma família de verdade. De ter mais que um gato para compartilhar histórias velhas
de papai Noel perto de lareira grande e bonita.

Não faria mal algum brincar um pouco de faz de contas. Se seguir uma
mentirinha para mudar um pouco minha infeliz vida. Respirei fundo e olhei para o
relógio.

- Tudo bem. – falei baixo e Victória bateu palminhas. Emmett sorriu e meu
coração se aqueceu ao vê-lo sorrir de forma adequada.

- Faça as honras, chefe. – Victória entregou-lhe o anel e Emmett brincou


colocando no meu dedo. Eu sorri para aquela situação estranha. Eu realmente estava
ficando insana. – Há algo na sua casa que gostaria de pegar?

- Como?

- Você ficará com Emmett no apartamento durante este período. – respondeu


e achei lógico. Emmett não namoraria a menina da bilheteria. – Vocês se conheceram
em um Starbucks. Você não trabalha e vive de herança dos seus pais. Eles eram
empresários do ramo agrário, invente o que quiser. – deu os ombros. – Vocês
precisam descansar e volto mais tarde. – reuniu suas bolsas e saiu sem dar tchau.

Emmett estava meio sonolento e sentei-me na sua cama.

- Você deveria dormir agora. – incentivei colocando minhas mãos sobre seus
olhos. – Foi um longo dia.

- Você também. Vá descansar. O médico disse que você é muito teimosa. –


sorriu

- Eu não perdi minhas pernas e odeio que mandem em mim. – retruquei – Sua
família não sabe de Rosalie?

- Eles só sabem que estava vendo alguém. Não exatamente quem. –


respondeu baixo.

- Ela vai voltar. Ela vai se dar conta que você é o homem da vida dela e vai
aparecer a qualquer momento. – suspirei tentando confortá-lo.

- Eu espero. Realmente espero. – recostou-se na cama com uma expressão


de dor.

- Durma agora. Prometo dormir quando você dormir.

Emmett fechou os olhos e logo adormeceu. Que loucura estava fazendo com a
minha vida, não sabia, mas de algum modo, quis retribuir a Emmett por dois anos de
atenção. Ele estava precisando de mim agora. Alguém, pela primeira vez na vida
precisava de mim e eu queria fazer parte disto.

Não tinha o mínimo sono e muito menos ideia do que fazer. Será que já estava
liberada? Suspirei irritada e alguém limpou a garganta atrás de mim. Virei-me
lentamente sufocando o grito assustado que poderia acordar Emmett e me deparei
com cinco figuras extremamente bonitas.

Um homem era loiro, alto, de um jeito sulista com olhos azuis claríssimos e se
vestia muito bem de terno, como Emmett. Ele estava abraçando com uma mulher de
cabelos pretos, curtos e olhos verdes, ela estava me analisando minimamente, senti
como se pudesse ver a minha alma. Algo nela me lembrava o grandalhão sorridente,
mesmo sendo mulher e extremamente pequena. Outro homem loiro, de aparência
mais velha e não menos bonito estava me fitando com curiosidade e segurava a mão
de uma mulher ruiva meio bronze, de olhos verdes com a expressão misturada com
preocupação, choque e curiosidade.
Havia mais um. Ele era extremamente bonito. Tão alto quanto os outros, forte,
não grotescamente como Emmett, mas dava para ver seu porte causando sombra no
quarto. Seus cabelos era bronze meio bagunçados, seu queixo era quadrado e tinha
a barba a fazer. Seus lindos olhos verdes me analisavam seriamente. Era como um
anjo do mal. Dei um passo pra trás completamente encantada.

Foi então que a ficha caiu. Eles eram a família de Emmett. Uma absurdamente
família linda do meu sorridente. Foi a segunda vez no dia que achei que estava
enlouquecendo.

- Então, senhorita Bella Swan, eu lhe disse que você veria o Sr. Emmett depois.
– Dr. Xavier entrou no quarto sem reparar que tinha mais gente. – Eu sei que você
estava absurdamente preocupada com o seu noivo e lhe prometi que contaria
detalhes do estado crítico do mesmo.

Minha boca se abriu e fechou várias vezes. Como ele sabia que –
supostamente – era noiva de Emmett? A única resposta que me veio foi Victória, mas
não tinha certeza disto. Respirei fundo e me senti zonza. Era a terceira vez e dessa
vez me importei. Estando mal, não encararia a família Cullen. Ótima hora para dormir,
sorriso.

- Viu, você sofreu um estresse muito grande. Repouso, moçinha. – ralhou vindo
me ajudar – Oh, quem são estes?

- Somos a família do paciente. Sou o pai, Carlisle Cullen. – o loiro mais velho
estendeu a mão para o doutor. – Viemos o mais rápido possível.

- Sim, imagino. Foi uma confusão. – respondeu. – Bella, sente-se no sofá, seus
pontos estão abrindo. – gentilmente me estendeu a mão e conduziu até o sofá de
couro ao lado. – Vou pedir para a enfermeira limpar isto e você voltará para seu
quarto, entendeu?

- Eu precisava vê-lo. – falei com um fio de voz – Vocês não permitiram saber
como ele estava. Não foi fácil vê-lo sangrando no chão ao meu lado e depois
simplesmente perder de vista. – retruquei e ele respirou fundo. Ouvi um soluçar baixo
e vi a mulher que achava ser a mãe de Emmett chorar pegando a mão do filho
adormecido. A pequena mulher também estava bastante chorosa.

- Compreendo. Mais você teve uma lesão que precisa ser acompanhada de
perto, ok?
Assenti e abaixei a cabeça. Ouvi o doutor contar o estado clínico de Emmett e
quase chorei quando ele disse que poderia ter sido pior. Ele precisava se recuperar
e ficar em observação. A família dele fez muitas perguntas e não passou
despercebido que o homem de cabelos bronze ainda me fitava seriamente com
confusão.

- E ela? – a ruiva perguntou baixo com uma pintada de carinho. – Que lesão é
esta?

- Ela teve ferimentos provocados por vidros e uma batida forte de cabeça contra
o chão. Há uma anomalia em sua radiografia que pode ser temporária ou não. E só
descobriremos se ela sossegar e parar de discutir comigo. – respondeu me olhando
de soslaio e me encolhi no canto.

- É só você parar de me obrigar a fazer as coisas. – retruquei baixo cruzando


os braços e ouvi risadas abafadas. Eu sabia que ele ia responder, mas seu bipe tocou
e saiu do quarto dizendo que depois se entendia comigo. O silencio voltou a reinar e
eu não tinha a mínima noção do que fazer ou dizer. Seria como: Oi, sou a noiva de
Emmett. Prazer, família.

- Então... – a baixinha com voz de passarinha chamou minha atenção – Quem


exatamente é você?

- Eu, hum... Ér, sou Bella. Isabella Swan. – respondi coçando a garganta para
a minha voz sair confiante – Sou a, bom, noiva do Emmett.

- Noiva do Emmett? Meu irmão? – o outro rapaz cabelos bronze perguntou


incrédulo Seu tom de voz era incrivelmente doce e aveludada. Poderia passar o resto
da minha vida ouvindo-a. – E como nenhum de nós realmente sabíamos desta
informação?

Mordi os lábios e passei a mal no cabelo. Alice prendeu os olhos na aliança em


meu dedo e sorriu. Os outros a olharam como se fosse louca e depois viraram pra
mim. Não gostei do modo que o irmão dele falou comigo e por isso emburrei meu
rosto.

- Sou uma louca qualquer que simplesmente está aqui, no quarto do hospital
de um cara no qual sofreu um assalto e olhando para a família dele afirmando que
sou sua noiva. Só isso. – respondi ficando de pé prontinha para sair do quarto, mas
a pequena pegou minha mão e olhou para a aliança.
- Ela está falando a verdade. – disse simplesmente. Soltou minha mão e me
abraçou. Fiquei muito surpresa com sua atitude que demorei meio século para poder
corresponder – Prazer, sou Alice, como deve saber, irmã caçula de Emmett. – sorriu
e virou-se para sua família ainda confusa. – Estes são meus pais, Carlisle e Esme.
Meu namorado, Jasper e meu outro irmão, Edward.

- Prazer. – murmurei envergonhada e com o rosto quente. – Eu já os tinha visto


em umas fotos antes. – completei. Grande mentirosa. Você vai para o inferno.

- Alice, como você pode afirmar isto? – Edward perguntou emburrado.

- Eu escolhi esta aliança para Emmett a duas semanas atrás. – ergueu minha
mão e mostrou para a família. Uma luz de entendimento caiu sobre eles e sorriram.
Exceto Edward, é claro.

- É realmente muito ruim conhecê-la nestas circunstâncias – Carlisle se


aproximou com Esme e comecei a me sentir tonta – Espero que possa perdoar nosso
nervosismo...

- Ela vai desmaiar. – Alice chiou me segurando e cai em uma escuridão


profunda.

Eu sabia. Sabia que aquilo tudo era sonho. Não havia um noivado falso, uma
família bonita que passaria o natal comigo. Quando abrisse os olhos, estaria
sucumbindo a solidão novamente com a companhia de Max. Sem nenhuma família
bonita e nenhum homem sombriamente encantador. Tudo porque Bella Swan não
tem sorte alguma.

Capítulo 2
Undesclose Desires

Eu sonhei com Renée e ela estava me chamando para viver junto dela e Charlie. No
sonho eu sabia que eles estavam mortos e isso me assustou de tal maneira que sentei
na cama rapidamente. Uhn, cama? Sonho? Quando foi que dormir e vim parar nesse
local? Lentamente a engrenagem do meu cérebro foi trabalhando e as imagens
vieram surgindo aos pouquinhos. Não tenho o mínimo de sorte. Olhei para a aliança
no meu dedo e fiquei mais zonza ainda.

- Você fala bastante dormindo. Cheguei a pensar que estava passando mal. –
Alice comentou do canto escuro do quarto. Era noite e tudo parecia bem frio e escuro.
– Fiquei preocupada com você e resolvi vir lhe ver. Acompanhar-te... – completou
chegando perto da cama. Eu fiquei absurdamente feliz em ouvir este detalhe. Alguém
veio me ver. Me acompanhar.

- Eu dormi por muito tempo? – perguntei com a voz rouca. Limpei a garganta e
passei a mão no cabelo meio embolado. Meu rosto devia estar desconfigurado de
sono. E pelo choro também, meu rosto estava molhado e eu sabia o que isso
significava.

- Só por algumas horas, mas acho que você estava precisando bem disso. –
respondeu-me afagando minha mão. – Sente fome?

- Um pouco. – sorri para seu carinho – Só quero ver Emmett primeiro.

Alice pareceu sorrir mais quando mencionei minha intenção antes de comer.
Eu queria vê-lo e saber se o efeito dos remédios tinha passado e sua sanidade voltada
ao normal. E também saber se meu único amigo – se é que assim poderia dizer –
estava melhor e mais sorridente. Era como um crime não permitir que Emmett
sorrisse. Alice me ajudou a sair da cama e calcei as sapatilhas que estava no canto.
Certifiquei que não estava mais tonta e rumei para fora do quarto, atravessando o
corredor de cabeça baixa.

Ouvi uma gargalhada estrondosa, acompanhada de outras dentro do quarto


dele. Dei meia volta e bati de frente com Alice. Certo, tinha me esquecido
completamente dela. Ela abriu a porta e entrou primeiro, dei um passo inseguro e
Emmett sorriu genuinamente pra mim. Não sabia se era parte da fantasia ou era
apenas porque ele também estava preocupado comigo. Preferi acreditar que era parte
da fantasia e mesmo assim sorri de volta. Seria impossível não sorrir de volta.

- Você andou discutindo com o médico de novo? – perguntou-me sorrindo torto.

- Ele estava sendo inconveniente. – brinquei aproximando de sua cama


tentando ignorar todos os olhos nos analisando. – Você está melhor?

- Muito e com fome. – respondeu rindo e todos riram. Isso me pareceu tão
Emmett. – Soube que desmaiou. Já parou de dar sustos por hoje?

- Engraçadinho. Não sou eu que estou tirando fotos do meu ferimento para
contar aos netos. – retruquei sentando-me parcialmente na cama. Emmett gargalhou
e o outro rapaz loiro, Jasper veio e bateu na sua mão. Em forma de hi-5 em punhos.
- Vejo que conheceu minha família... – começou comentando sem graça. Daí
lembrei-me de ficar com raiva dele e franzi meus olhos. – Credo. Não me olhe assim...
Eu disse que ia ser no natal. Não tenho culpa que hoje sofremos um assalto.

- Isso que dá andar sem seguranças, Emmett. Já cansei de falar que não é
seguro. – Esme o cortou vindo parar ao lado dele. – Eu pensei que tivesse perdido
você quando recebi a ligação.

- Sem exageros. Bella estava lá e viu que não foi nada demais. – deu os ombros
e isso me irritou. Nada demais? Ele era insano. Dei um tapa no seu braço bom bem
forte. – Isso dói, Bella.

- É pra doer mesmo. Nada demais? Aquele homem era três vezes maior que
eu! Uma porrada dele e eu voei longe e a segunda coisa que vi foi você caído no
chão. E tem coragem de dizer nada demais? – rosnei batendo mais duas vezes nele.
Eu estava com tanta raiva. Mas tanta raiva.

Eu odiava hospitais, odiava ficar presa em hospitais. E odiava o modo que


Edward Cullen olhava pra mim. O maldito parecia ler minha mente. Eu só devia estar
cansada. Cansada não fisicamente, mas mentalmente. Tudo estava uma bagunça do
caramba. Tão confuso. Acordei me sentindo infeliz e sozinha. Agora estava ali,
usando roupas caras, com uma aliança de mais de vinte mil brilhando no dedo e com
uma família além de linda, que se amava era podre de rica. Ah, eles achavam que
era noiva do seu filho mais velho.

- Desculpe. – murmurou baixo e suspirei cansada sentando novamente na


cama. Esme parecia sorrir pra mim, concordando com minha explosão. Emmett as
vezes me parecia ser tão crianção. – Então, animo gente, estou vivo.

Foi impossível não sorrir e me aninhei ainda mais na beirada da cama.

- Então, Isabella, você não vai avisar sua família sobre o ocorrido? – Edward
perguntou do sofá onde estava sentado ao lado de seu pai, Carlisle. – Eles devem
estar preocupados.

Emmett me fitou pedindo desculpas e pegou minha mão. Ele já tinha tentando
arrancar de mim essa informação durante o ano que nos conhecíamos e somente
hoje ele soube da verdade. Não passou despercebido por mim que ele viu a minha
tristeza ao anunciar isto em voz alta.

- Eles não estão preocupados. – respondi baixo prestando atenção nos


movimentos de Emmett brincando com meus dedos. O quarto caiu em um silencio e
tenho certeza que muitos deles entenderam. Passados alguns minutos e conversas
baixas foram preenchendo o silencio estranho, Emmett sussurrou desculpas e fiz meu
melhor dar de ombros e sorri. Ele não pareceu convencido, mas deixou escapar.

- Papai noel chegou. – Victória abriu a porta sorrindo. Ela fechou mais a
expressão quando viu o restante da família. – Boa noite família Cullen. – falou
cordialmente e foi respondida no mesmo tom. – Trouxe chocolate quente preferido da
moçinha. – estendeu-me um copo do Starbucks e aceitei de muito bom grado. –
Trouxe uns donuts também. Imaginei que com esse frio e o estresse hoje fosse querer
bastante açúcar. – entregou-me uma caixinha que Emmett puxou do meu colo, mas
bati na sua mão puxando de volta.

- Você não deve comer isso. – tirei da sua mão. – Você está se curando e seu
sangue não precisa mais de açúcar.

- Correto. Eu trouxe duas saladas diferentes porque imaginei que não iria comer
a comida daqui. O médico disse que salada pode e Bella está liberada para comer o
que quiser. – Victória completou e ele se encolheu na cama.

- Isso é injusto. – resmungou e lhe entreguei as saladas. – Podemos negociar


isto?

- Não. – dissemos juntas e as outras pessoas riram da sincronização. – Bella,


tomei a liberdade de ir ao apartamento do Sr. Emmett e peguei mais algumas roupas
e sua nécessaire com produtos íntimos.

Fiquei um bom tempo tentando entender sua informação, mas depois sorri,
ainda segurando a caixa de donuts. Emmett já estava comendo sua salada e Esme
fitou-me preocupada.

- Você também deveria comer coisas saudáveis. – sorriu tirando da minha mão
e puxando a outra salada, rejeitada por Emmett. – Coma isto, vai se sentir melhor.
Sem mais desmaios.

- Obrigada Srª Cullen. – agradeci baixo e Emmett roubou minhas cenouras.

- Oh, por favor, chame Esme. Srª é a mãe de Carlisle. – brincou afagando minha
bochecha e olhando feio para a atitude de Emmett.

- Mãe. Eles devem estar acostumados a dividirem coisas piores. – Edward


intrometeu-se e a menção do significado de sua frase me deixou completamente
envergonhada. Eu não estava acostumada a agir e interagir com pessoas ao meu
redor. Emmett riu, mas voltou a comer. Segui seu exemplo pedindo aos céus que eles
não vissem meu rubor. Levantei meus olhos e Edward estava me olhando, de novo.

- Seu gato está bem acomodado, Bella e mandei seu carro para a garagem. –
Victória falou desligando o celular. – Estarei de volta amanhã cedo para lhe buscar.
Sua alta é às nove horas. – deu-me um beijo rápido e acenou para o resto.

- Obrigada, Victória. Até amanhã. – acenei esboçando um sorriso simpático.


Emmett terminou de comer e uma enfermeira veio ajuda-lo a levantar para por a cama
inclinada novamente. Fiquei observando os músculos das suas costas e nossa, ele
era enorme. Pensei se ele tomava alguma substancia química ou algo do tipo. O
celular dele começou a tocar e rapidamente todos nós olhamos para ele. Emmett
ainda estava no banheiro tentando argumentar que podia escovar os dentes sozinho.

- Atenda, querida. – Carlisle incentivou. Respirei fundo e puxei o telefone.


Estava identificado como R.H

- Alô. – falei baixo.

- Quem é? – a mulher verificou furiosa. – Esse telefone é do Emmett Cullen? –


ela tinha uma puxada francesa.

- Uhn, sim. Ele está meio ocupado no momento, você gostaria de deixar
recado? – perguntei tentando soar tranquila.

- Sim, gostaria primeiro de saber seu nome.

- Bella Swan. – respondi confusa e ela ficou em silencio.

- Você é namorada dele, não é?

- Não. – respondi baixo. Não era namorada. Era amiga e tecnicamente noiva.
Ela suspirou audivelmente na linha. Por impulso, bebi um gole do meu chocolate
quente já frio.

- Sou Rosalie Hale. – disse baixo e engasguei com a bebida. Fiquei lívida. Meu
rosto deve ter ficado tão branco que Alice se alertou. Ela fez menção em levantar,
mas fui mais rápida, saindo da cama e fazendo sinal para ficar calma. – Eu vi no
noticiário que ele sofreu um atentado e que estava com a namorada.

- Em parte isto é verdade. – respondi baixo e sua respiração tornou-se pesada.


Fiquei de costas para a família de Emmett. – Na verdade, é um prazer conversar com
você.
- Você só é amiga de Emmett? – perguntou-me chorosa.

- Sim. – respondi e pensei em completar: Por causa da sua ignorância, estou


usando o SEU anel de noivado. – Só isso mesmo. – completei mais baixo e observei
a enfermeira sair do banheiro sozinha, bufando irritada. Emmett deve ter irritado seu
juízo. Olhei para a porta e para a família dele que me observava atentamente. – Você
pretende vir, tipo, logo?

- Não. – respondeu rapidamente – Eu sinto que ele tem outra pessoa. Os jornais
nem sempre mentem.

- Não é cem por cento verdade. Não mesmo. – mordi os lábios confusa. Já
estava me intrometendo demais. Só que parte de mim queria que essa mulher
simplesmente aparecesse para confortar Emmett. Há um ano ouço dizer o quanto
gosta dela.

- Ele está realmente ocupado ou está somente me evitando? – perguntou-me


desviei meu olhar da janela do hospital para a porta do banheiro entre aberta onde
podia ver Emmett escovando os dentes e passando a mão no cabelo irritado. Quanta
intimidade, pensei. Troquei o peso do meu pé e respirei fundo. – Pelo seu silencio...

- Preciso que aguarde só um minuto. – cortei rapidamente colocando o celular


no mudo. Caminhei até o banheiro, entrei e fechei a porta. Emmett olhou pra mim
arqueando uma sobrancelha. – Eu sei. Intimo demais. Não me culpe. Sua família tem
olhos de quem lê mentes. – sussurrei mostrando o celular e a chamada em espera. –
É ela. Atenda.

- Não. – respondeu simplesmente voltando a escovar os dentes.

- Ela está preocupada, isso pode ser um sinal de arrependimento. – argumentei


sussurrando e ele revirou os olhos pra mim. Lavou a boca, secou e me fitou incrédulo.
– Não me olhe assim, Emmett.

- Bella, eu fiquei duas semanas lá me rastejando aos pés dela. E Rosalie me


renegou. Não dá. – retrucou cruzando os braços emburrado.

- Ela disse que viu o noticiário. Que está preocupada e me pareceu com medo
de perder você. – contra ataquei e completei mentalmente que ela não tinha intenção
de aparecer, mas não custava nada. – Ela está na linha, Emm. Atenda. – tentei soar
suave.
- Não dá. Bells, eu tenho um pingo de amor próprio. – resmungou encostando-
se na parede. Suspirei e percebi que ele estava irredutível. Peguei o telefone
novamente e tirei do mudo.

- Rosalie? – chamei e ela respondeu rapidamente. – Desculpe. Não vai dar


agora. – dei ênfase no agora para ela não desistir. Rosalie não podia simplesmente
desistir no primeiro não que ouviu da parte dele.

- Acho que já esperava por isso. – suspirou meio chorosa. Meu coração se
cortou com isso. Olhei com raiva para Emmett. Custava falar? Ninguém estava
pedindo para voltar. – Obrigada por tentar, Bella.

- De nada. Tchau, Rosalie. – despedi-me baixo e envergonhada por ter


fracassado como cupido. Sabe se lá Deus quando ela ligaria novamente. Emmett me
olhava com seu celular na mão. – Não me olhe assim, sou sua noiva, posso atender.
– sussurrei inclinando a cabeça para o outro lado. Emmett sorriu torto e deu os
ombros. – Melhor sairmos agora. Eu simplesmente agi por impulso e entrei aqui.

- Com certeza eles estão achando que você veio me agarrar, sua tarada. –
piscou e fiquei mortificada de vergonha destrancando a porta. A família dele nos
olhava confusos, curiosos e divertidos. Fiquei ainda mais envergonhada e o celular
dele vibrou de novo na minha mão. – Ela só estava com saudades. – deu os ombros
voltando a deitar na cama.

Alice sorriu com Esme e Edward revirou os olhos. Esse definitivamente não ia
com meu santo, apesar de ser incrivelmente lindo. O celular continuou vibrando e vi
que era Rosalie de novo. Acho que precisarei dizer que será preciso mais tempo que
cinco minutos. Mostrei o visor para Emmett e ele virou o rosto como criança
emburrada. Respirei fundo para manter meu controle.

- Só atenda, Emmett. – insisti.

- Não. Vou. Atender. – respondeu irritado. Não comigo, mas com a ligação. –
Você não precisa atender, se quiser, mais do que ninguém sabe que isto será
impossível.

- O que está acontecendo? – Alice perguntou extremamente curiosa. – Vocês


estão brigando?

- Bella é teimosa. – Emmett respondeu bufando.


- Eu sou teimosa? Sr. Cabeça dura! – retruquei apertando o botão para desligar
e joguei em cima dele de leve. – Eu só quero que você atenda e diga a verdade a ela.

- Ela quem? – Esme perguntou lendo o visor – É mulher? É algum ex-caso seu?

- É alguém sem importância, mãe. – respondeu dando-me seu olhar mortal. Eu


bufei e peguei o celular na mão de Esme. – Você vai atender?

- Não, vou desligar. Enquanto ele tocar vou ficar ligeiramente irritada com sua
teimosia e sinceramente não estou a fim de desmaiar de novo, hoje. – respondi
devolvendo seu aparelho e apontando para a placa que pedia celulares desligados.
Emmett sorriu pra mim e constatei que ele era realmente impossível. – Eu sinto que
te odeio neste momento.

- Não fique com ciúmes. Ela faz parte do passado. – sorriu torto. O que parecia
um conforto para sua família, pra mim era um aviso. Algo em mim bateu o pé dizendo
que não era passado. Acabei sorrindo de volta e novamente fiquei incomodada com
a sua família sendo mais uma vez nossos expectadores.

- Está tarde. Nós voltaremos amanhã cedo, querido. – Esme beijou sua
bochecha e veio me abraçar. – Desculpe por mais cedo e é um prazer lhe conhecer,
Bella. – beijou-me a bochecha com carinho. Aquilo era tão mágico que senti vontade
de chorar.

- Voltarei amanhã cunhadinha. – Alice me agarrou e os outros apenas


apertaram minha mãe. Edward se aproximou coçando a cabeça meio sem graça.

- Desculpe por mais cedo. Estava nervoso por Emmett e todas as outras coisas.
– disse-me com um sorriso pedido de desculpas lindo. Ele era tão perfeito que podia
confundi-lo com um anjo. Seus cabelos pediam que minhas mãos os acariciassem.

- Está tudo bem. Compreendo.- disse baixo aceitando seu aperto de mão. Sua
pele era macia, gostosa. Ele tinha dedos longos, bem brancos e bonitos. Como um
pianista. Seu toque era quente, confortador e me transmitia uma eletricidade
diferente. Foi como se meu corpo inteiro se arrepiasse com isto. Meu olhar se
encontrou com o dele e nós nos fitamos assustados.

Edward rapidamente recuperou sua postura e me soltou. Fiquei que nem uma
idiota parada, olhando-o sair do quarto com toda sua graciosidade e costas largas.
Emmett explodiu em uma gargalhada irritante na cama, virei-me irritada querendo
saber o motivo de sua gargalhada.
- Meu irmão deslumbra as pessoas, normalmente.

- Hum. Eu vou dormir, Emmett. Eu nunca tive um dia com tantas pessoas ao
meu redor. – disse irritada.

- Ah, Bellinha. Não vá. – resmungou – Foi só engraçado ver seus olhos
brilhando pelo meu irmão.

- Não estava brilhando. – retruquei batendo o pé e ele riu mais ainda. – Amanhã
nós conversamos, Emmett. – revirei meus olhos e sai do quarto ainda o ouvindo rir.
As enfermeiras também sorriram ao ouvir e provavelmente ela era o paciente mais
alegre de suas vidas. No meu suposto quarto tinha uma bolsa em cima da cama com
toalha, pijamas, escova de dente, xampu, sabonete líquido e outras coisas mais
femininas. Quis dar um beijo em Victória porque era realmente isso que estava
precisando.

Tomei um banho lento, tirando todo resto de sangue dos cabelos e lavando a
minha alma. O pijama de flanela era confortável e quentinho. Me recusei a pensar nas
minhas calças de moletom velhas que deviam estar congelando na minha casa sem
aquecedor. Fiz uma promessa a mim mesma que enquanto estivesse com Emmett
nessa maluquice de o ajudar, não iria lembrar do quanto minha vida era solitária e
amarga.

Meu corpo estava exausto por ter tanta gente ao meu redor realmente me
dando atenção, me olhando. Principalmente Edward. Era o olhar dele que parecia
grudar na minha pele e eu acho que gosto disto. Ele era tão bonito que mesmo que
não fosse de admiração ou paixão, fui notada por alguém bonito que não era Emmett.

No dia seguinte vi Emmett muito rapidamente, mas fui liberada e Victória me


levou para o apartamento dele. Ela explicou que para tudo parecer nos conformes,
tinha algumas roupas minhas e objetos femininos por todo canto. Ela trouxe também
Max e sua cama, onde ele estava preguiçosamente dormindo quando cheguei.

- Tem certeza que isso vai dar certo? Eles me parecem muito observadores...

- Só manter-se casual e impor um limite a Alice quanto a sua vida. – Victória


sorriu torto – Será divertido. Emmett gosta de você.

- Eu sei. – murmurei sentando-me no sofá.

- Não preciso dizer que fique a vontade. A casa é sua. – piscou e saiu,
deixando-me sozinha naquele enorme apartamento. A televisão era enorme e
encontrei uma coleção de filmes antigos ali. Abusadamente e sem mais nada que
fazer até Emmett ser liberado do hospital, coloquei Juventude Transviada com o
lindíssimo James Dean. Aconcheguei-me no sofá e Max subiu no meu colo, ficamos
assim, ali quietos com a Tevê brilhando.

Assim que o filme acabou, senti um pouco de fome e invadi a cozinha enorme
e cheia de aparelhos impossíveis. Gastei metade do tempo necessário só
identificando onde ficava cada coisa e como ligava cada coisa. Aquilo era tão
vergonhoso que dei graças de estar sozinha. Encontrei ingredientes para uma boa
massa com queijo e também para cookies.

Assim que terminei a massa e coloquei os biscoitos no forno e o espaguete só


precisava colocar o queijo por cima a campainha tocou e fiquei realmente sem saber
o que fazer. A pessoa ficou insistindo e lentamente rumei até a porta e espiei pelo
olho mágico. Era Edward. Os cabelos bronzes bagunçados e o dedo esquecido na
campainha definitivamente era ele. Abri a porta sem aviso prévio e ele se assustou.

- Oi?

- Uhn, ér... Gostaria de saber se você estava bem. – disse ruborizando um


pouco. Ele ficou adorável, extremamente fofo porque ele era sempre tão sério ou tão
grosso que fiquei encantada com seu momento tímido. Uma coisa que nos fazia igual
diante do abismo de diferença que reinava entre nós.

- Estou bem. – respondi e Max se aninhou entre minhas pernas miando. Edward
olhou para o gato e depois pra mim espiando por cima do meu ombro as coisas dele
espalhando pelo chão. – Você gostaria de entrar um pouco? – perguntei me sentindo
uma idiota porque estava perguntando ao irmão do dono da casa se ele queria entrar
um pouco. Acorda, Bella! A estranha é você.

Eu era uma versão sem gêmea da Paola Bratcho?

- Seria agradável. – respondeu cordialmente passando por mim. Ele olhou para
a tevê ligada na espera de começar Bonequinha de Luxo e sorriu torto. Max se
embolou em suas pernas e ele gentilmente afagou atrás de sua orelha. Foi adorável.

- Uhn. Acabo de fazer um espaguete simples com queijo para o almoço,


gostaria de me acompanhar?

- Eu acho que sim. – respondeu confuso coçando a cabeça. Reparei que toda
vez que ele ficava confuso ou a vontade, simplesmente bagunçava ainda mais seus
cabelos.
Fui até a cozinha e tirei dois pratos, talheres, copos e um suco de laranja da
geladeira e pus na mesa da sala. Nós começamos a comer em um silencio ridículo e
completamente constrangedor, ele observava cada mínimo movimento meu e isso
estava me irritando profundamente. Resolvi empurrar aquele momento para o
cantinho escuro da minha mente e ignorá-lo por completo. Quando estava quase
terminando, o forno apitou avisando dos biscoitos. Levantei rapidamente e tirei a
fornada que estava perfeita. Emmett iria devorar os biscoitos de natal.

Voltei a mesa com um sorriso satisfeito no rosto e Edward sorriu com isso e
depois fechou a cara. A minha nova teoria era transtorno bipolar grave. Terminei de
comer e recostei na cadeira tentando desafiá-lo a perguntar o que quer que fosse,
contanto que perguntasse e saísse da minha frente com o olhar quero saber de tudo,
ficaria MUITO feliz.

- Você e meu irmão estão noivos a quanto tempo? – perguntou-me sério.

- A aliança está no meu dedo tem o tempo suficiente. – respondi baixo.

- Quanto tempo?

- Por que você se comporta tão mal? É por isso que Emmett demorou a me
apresentar a família? – retruquei querendo loucamente mudar o foco. Mentindo um
pouquinho, é claro. Pareceu funcionar quando Edward rapidamente vacilou com uma
expressão culpada no rosto.

- Desculpe. Emmett nunca foi de compartilhar muito sua vida comigo. –


suspirou e fiquei surpresa que comigo, mesmo sendo a menina da bilheteria, ele
compartilhava muitas coisas. Bom, eu achava. Uma pequena gota de entendimento
pingou no meu cérebro. Eles só podiam ser distantes...

- Você devia tentar conversar mais com Emmett. Às vezes ele pode ser meio
cabeça dura, mas ele sempre está sorrindo. Sempre tem algo alegre e é altamente
capaz de compartilhar algo. – incentivei com minha mania de querer consertar
relacionamentos alheios.

- Você tem razão. Emmett às vezes é bem fácil de ser levado. – retrucou e
percebi um duplo sentido em suas palavras. Bufei irritada e comecei a retirar a mesa
do almoço. Ele era tão rabugento que poderia me dar indigestão. Fui para a cozinha
equilibrando as coisas e comecei a desinformar os biscoitos, colocando em uma
vasilha empilhado.
- Desculpe Isabella. Desculpe por ter sido grosseiro. – Edward soou atrás de
mim. Ele parecia confuso e arrependido ao mesmo tempo. Respirar fundo tornou-se
minha mais nova atividade fique calma Isabella.

- Edward, você precisa decidir.

- Só estou confuso, ok? Você não faz o tipo do meu irmão. Então, é de
desconfiar. – retrucou e senti que um tapa foi dado na minha cara. Automaticamente
me encolhi. – Não. Desculpe, é que Emmett gosta de mulheres extravagantes, que
se mostram, sejam sensuais...

Edward começou a listar várias mulheres bem mais parecidas com Emmett.
Era estupidamente grosseiro e a minha inexistente autoestima se sucumbiu a nada.
Eu era baixa, magra e com os cabelos de uma tonalidade sem graça, com olhos de
uma tonalidade mais sem graça ainda. Eu tinha completa noção do meu estado não
atraente e ele não precisava jogar na minha cara.

- E Emmett não procura mulheres com autoestima baixa. – completou me


olhando como se tivesse duas cabeças.

- Você só acabou de provar que é totalmente ao contrário do seu irmão. Emmett


pode sim gostar de mulheres desse tipo, mas nunca, em hipótese alguma, deixaria
de ser cortes, educado ou cavalheiro com uma mulher. Ao contrario de você, Edward.
Se não tem mais nada a fazer ou falar, pode sair. – retruquei apontando para a porta.

Estava me equilibrando em uma linha muito tênue entre expulsar o irmão de


Emmett do seu apartamento e fazer com que a relação deles piore ou simplesmente
engulo minha autoestima e permito que ele fale comigo daquele jeito. Escolhi a
primeira opção.

- Eu não quis te ofender, Isabella. – disse baixo e quase ri com escarnio.


Imagina se quisesse me ofender. – Você está entrando para a minha família e eu
preso estes valores. De conhecer quem um dia será uma Cullen.

- Está fazendo completamente errado. – soltei umas forminhas de biscoito com


força. Quase as quebrei - Primeiro, não trate uma mulher mal e não diga as
preferencias sexuais do seu noivo para ela. Mesmo que seja o oposto. Não repare
uma mulher comer e não chegue sem avisar a não ser que seja intimo.

- Você está querendo me ensinar como tratar uma mulher? – perguntou irritado.
– Pelo menos eu posso dizer que a única coisa que Emmett gostou em você foi o dom
culinário, porque ele é verdadeiro ogro da família.
- Outch! Não sabe ouvir uma repreensão? Emmett nunca foi tão grosso comigo
como você está sendo em 24 horas. – gritei completamente irritada.

- Não grite comigo.

- Não seja estupido comigo.

- Desculpe. – disse suspirando e me irritei mais ainda porque era milionésima


vez que ele pedia desculpas por ser tão grosso e ignorante. Revirei meus olhos
cansada de brigar com Edward. Peguei a vasilha de biscoitos e lhe ofereci. Ele me
fitou incrédulo, mas pegou um.

- É uma boa maneira de recomeçar. Prazer, sou Bella Swan. – estiquei minha
mão. Edward gargalhou incrédulo e a apertou. Senti a mesma coisa hipnotizante de
antes. Toque quente, mãos grandes, eletricidade, prazer... – E você? – gaguejei não
soltando sua mão.

- Edward Cullen. – respondeu dando um sorriso torto.

- Me acompanharia em um filme? – perguntei tentando soar cordialmente, mas


nós dois rimos. Ainda existia uma tensão palpável entre nós dois. Edward não iria
embora e eu não queria que ele fosse.

O telefone da sala tocou e não me movi para atender, depois fui compreender
que se eu supostamente morava ali, seria uma atitude normal. Puxei o telefone
evitando olhar para Edward ou simplesmente iria cair.

- Pronto?

- Se divertindo com a minha tevê? Ela é enorme, não é? A daqui do hospital


está tão pequena. – Emmett soou no outro lado da linha. – Está bem?

- Está tudo bem. Vi uns filmes antigos. – respondi rindo. – Preparado pra vir pra
casa amanhã?

- Ansioso, na verdade. – respondeu bocejando. – Iremos fazer compras de


natal. Não comprei presentes para ninguém ainda e Alice irá se intrometer nisso.

- Uhn, Emm, seu irmão está aqui. – comentei tentando soar casual.

- Ele foi estupidamente grosso com você, não é? – perguntou preocupado. –


Arrancarei as bolas dele.

- Não. Está tudo bem, por enquanto. – retruquei tranquila. – Ela retornou?
- Por várias vezes e me senti tentado em atender.

- E atendeu? – perguntei curiosa

- Não. – suspirou – Cuidado com Edward. Ele é curioso demais. E acho que
não gosto da ideia de tê-la sozinha com ele...

- Vai ficar tudo bem, Emm. Preciso que você fique bom para as nossas vidas
voltarem ao normal. – completei pensativa.

- Até amanhã. – despediu-se

- Até.

Voltei a sentar-me no sofá ao lado do homem mais bonito que tinha encontrado
na vida. Seria perfeito se ele não me achasse feia, tivesse repulsa por mim e achasse
que estava querendo roubar o dinheiro da sua família. Eu não tinha a mínima sorte,
mesmo.

Capítulo 3
Heartbreak Warfare

Edward convenientemente foi embora quando Victória chegou. Ao mesmo tempo em


que me senti extremamente aliviada, senti um pedaço de diversão ir embora. Percebi
que os dois não se davam bem, porque sem a presença dos pais de Emmett, Victória
não foi nada educada. Foi como se um muro existisse ali.

Fiquei sentada no sofá ainda incapaz de me mover quando Audrey Hepburn


ainda procurava seu gato no beco escuro, fugindo do seu amor. Edward havia
relaxado um pouco mais quando falei com Emmett, mas pareceu ligar novamente o
radar prestar atenção em Bella. Ele sentou perto o suficiente para seu ombro encostar
com o meu e pude comprovar que ele tinha um cheiro incrível. Tão suave e ao mesmo
tempo tão masculino que me deixou hipnotizada. Fui obrigada a pegar Max no colo e
impor uma barreira entre nós dois.

Nós conversamos sobre literatura e ficou estampado no rosto dele o quão


surpreso ficou quando comentei sobre grandes literaturas inglesas. Ele contou que
morou na Inglaterra durante os últimos anos de sua vida e fiquei emocionada. Durante
o período escolar ficava fantasiando ir até a terra dos meus contos favoritos. Tio Billy
chegou a mandar fazer meu passaporte.
Não sei que espécie de mulher Emmett estava acostumado a se envolver,
porque Edward simplesmente tirou a conclusão que no mínimo era loira e burra.
Todas as coisas mais simples que comentei, principalmente sobre Cosmópolis, meu
amor secreto, ele fitou de um jeito soberbo, misturado com incredulidade. Espera, eu
podia não ter nenhuma faculdade (dinheiro para pagar um ou indicações de mente
saudável para uma pública) e isso não me fazia uma pessoa burra. Quando você
recebe 20 dólares em moedas para Tickets, sua matemática se torna avançada.

Me pareceu que ele tirou o dia para me ofender. Para ter mais um pouquinho
de repulsa por mim e pela primeira vez fiquei feliz disso tudo ser falso e nunca mais
olharia na cara de Edward quando Emmett supostamente terminasse comigo.
Quando Victória abriu a porta cheia de bolsas e um sorriso mágico, rapidamente me
deixou sozinha com ele indo para o escritório. Edward ajeitou sua roupa e olhou para
mim e depois para Max, coçou a nuca e disse:

- Você realmente deve ter mudado Emmett. Ele não gosta de gatos. – sorriu
torto e saiu pela porta sem olhar pra trás.

Minha boca se abriu e esqueceu de fechar. Fiquei ali congelada no lugar com
Max miando e arranhando minhas pernas, pedindo atenção. Grosso, estúpido e
completamente adorável. Esse era Edward Cullen.

- Ei moça. – Victória chamou-me – Trouxe maquiagens. Amanhã você sairá


com Alice para fazer as compras de natal e precisa tirar esse aspecto de morta viva.
– sorriu torto batendo na cadeira me pedindo para sentar. Eu acho que ela não falou
aquilo para me ofender. Eu acho. – Como tive um insight que você não saberia usar
isso, pequeno tutorial porque você é muito inteligente.

Fiquei lisonjeada por alguém simplesmente ter reconhecido meus dons


exclusivos e ao mesmo tempo ofendida por sua insinuação de dúvida. Novamente
acho não foi para me ofender. Esse papel era de Edward.

Victoria despejou na minha frente uma pequena maleta com maquiagens de


variadas formas e tamanhos. Ela explicou um a um e como usar. Aplicou alguns na
própria pele para exemplificar e ainda ensinou como tirar tudo sem danificar minha
pele antes do banho. Não foi tão complicado e também inútil. Eu só continuava
achando fútil porque Bella Swan não fica bonita nem com cem quilos de pó de arroz
no rosto. Só não disse isso em voz alta porque tive a sensação que era um privilégio
tê-la sendo simpática comigo. Pouco tempo depois ela se foi dizendo que precisava
verificar Emmett antes de ir a empresa. Fiquei entregue ao silencio e sem mais o que
fazer ou ver, deitei no sofá com Max em minha barriga.

No fundo, bem no fundo, continuava sendo a mesma Bella Swan reclusa. Só


que agora tinha uma capa com roupas caras e um xampu milagroso. Só fiquei ali
olhando para o teto bonito de gesso todo desenhado com formas complexas durante
muito tempo. Eu queria conseguir pensar na minha vida, mas olhando mulheres como
Victória e até mesmo a pirralha da Alice, percebi que nem ter o luxo de dizer que tinha
uma vida eu tinha.

O telefone da sala tocou novamente e estava quase escurecendo. Fiquei na


duvida sobre atender, visto que não tinha ninguém ali que precisasse fingir ser a noiva
de Emmett. Embora a insistência me fez pensar ser o próprio.

- Eu nunca liguei tanto para uma mulher como tenho feito com você só hoje. –
disse antes mesmo que pudesse falar alô.

- É a segunda vez que você me liga na vida, Emmett. – resmunguei voltando a


sentar no sofá.

- Precisamos de terapia de casal. – brincou. Tudo era engraçado. Respirei


fundo e deixei que ele risse o quanto quisesse do outro lado. – O idiota do meu irmão
esteve aqui e eu o obriguei a leva-la para jantar em forma de desculpas. O papel de
ogro é meu, então...

- Emmett. Cancele isto. Seu irmão não tem o mínimo prazer da minha
companhia e é errado. Não quero ficar perto dele. – cortei rapidamente já com o
coração batendo de nervoso.

- Vocês dois começaram com o pé esquerdo. É natal. Você é minha amiguinha


e precisa ficar de bem com meu irmão. Ele foi grosso, Bella.

- Eu sinceramente duvido que seu irmão saiba ser gentil com alguém.

- Ele sabe sim, quando quer. – sorriu – Esteja pronta as 20h e amanhã cedo
quero saber os detalhes.

- Você é um idiota.

- Ei, xingamentos antes o casamento? Definitivamente precisamos de terapia


de casal. – desligou com um clique delicado. Fiquei um bom tempo com o telefone no
ouvido sem saber o que fazer.
Não estava muito inclinada a sair com Edward porque ele simplesmente me
fazia sentir um lixo. Ok, exagero. Quanto mais ele era grosso comigo, mais vontade
de ser petulante com ele ficava. O ponto X da questão era que quem eu era para ser
petulante com alguém como Edward? Ele tinha tudo na vida. Beleza, amigos, família
adorável e dinheiro. Eu era o seu oposto. Um oposto que nem tinha o direito de se
comparar a alguém como ele.

Reunindo minhas forças levantei e fui ate o quarto onde estavam todos os
produtos de beleza. Tomei um banho usando o novo xampu com cheiro de morango
bom e todos os sabonetes femininos que ela havia posto ali pra mim. Fiquei pensando
qual era realmente o problema de Edward porque as únicas pessoas que sabiam a
verdade – parcialmente, é claro – sobre a minha vida era Emmett e acho que Victória.
Se eu era uma herdeira agrária, que morava sozinha e noiva do seu irmão, por que
simplesmente me odiava?

Resolvi que a primeira oportunidade que tivesse, mandaria Edward se foder.


Não, ele merecia por me tratar tão mal. Depois de escolher uma blusa cinza de manga
e gola alta bem grossa, um par de botas cano baixo azul de camurça e calça jeans,
percebi que estava sendo uma completa idiota por estar me importando com a opinião
dele.

Eu nunca mais o veria daqui a uma semana. Não passando maquiagem


alguma, apenas secando o cabelo, a campainha tocou e Max ficou miando na porta
como se já fosse intimo de Edward por ter ganhado um afago durante o filme. Gato
barato dá nisso. Abri a porta sem nenhum entusiasmo que surgiu rapidamente quando
o vi encostado na soleira da porta com camisa social azul dobrada nas mangas e
meio aberta no peito, calça social escura e sapatos brilhantes.

- Você está bonita. – disse baixo coçando a garganta para a voz sair clara,
revirei meus olhos diante do seu esforço inútil. Além de grosso, deu pra ser mentiroso.

Comecei a me perguntar porque não poderia matar Emmett por isso.

- Então, você está pronta? Podemos ir? – perguntou esticando sua mão, puxei
a chave e a ignorei. Seja durona, Isabella.

Nós ficamos em silencio. Eu não agradeci seu elogio e não correspondi


nenhuma das suas tentativas de conversa. Eu estava chateada... Magoada na
verdade. Que mulher – mesmo sendo como eu, tendo completa consciência da sua
aparência – gostaria de ouvir que não era o tipo de alguém? Não que quisesse ser o
tipo de Emmett, porque a nossa relação era estritamente fraternal. Eu tinha que ser o
tipo de alguém, não?

Ficamos andando do lado do outro, sem se tocar ou falar. Agradeci por ele ao
menos ter tido a decência de se manter mudo, porque não estava muito a fim de
segurar o choro e chorar mostraria a ele o quanto sou fraca. E idiota também. Estava
muito frio e agradeci mentalmente pelo casaco quentinho.

- Você gosta de restaurante francês? – perguntou-me e minha vontade foi dizer


que nunca havia pisado em um na vida, mas apenas dei os ombros. – Espero que
isso seja um sim. – respirou fundo e parou de andar – O que gostaria de comer?

- Como?

- Estou tentando adivinhar o que você gosta...

- Ah. – mordi os lábios e girei ao meu redor até encontrar uma cantina italiana
que parecia bem mais aconchegante que aquele restaurante francês com muitos
talheres a mesa e pessoas extremamente arrumadas, chiques. – Acredito que aquele
lugar seja bem legal.

- Uhn. Parece mesmo. – sorriu torto – Você gosta de comida italiana?

- Sim, sim. – dei os ombros atravessando a rua rapidamente e entrando no local


quentinho. Edward colocou a mão nas minhas costas e me conduziu a uma mesa,
puxando a cadeira para que eu pudesse sentar com cuidado. – Obrigada.

- Então, conte-me mais sobre sua vida. – sorriu sentando-se e puxando o


cardápio.

- Direto ao ponto você. Não tenho nada em minha vida que seja interessante
em partilhar. – retruquei também olhando para meu cardápio. Edward respirou fundo
e colocou na mesa com a expressão cansada.

- Eu estou tentando aqui. Olha, eu sei que não fui muito legal com você e não
tenho desculpas para isso. Só que Emmett sempre apronta muito e me sinto no dever
de tomar conta dele, mesmo sendo mais velho.

- Edward, me atacando não é a melhor maneira de proteger seu irmão. Ou seja


lá o quê você quer proteger. Não tenho nada a ver com isso. – rebati cruzando os
braços, aproveitando um pouco minha vantagem.
- Eu sei. Eu errei e por isso estamos aqui, para virarmos amigos já que muito
em breve você vai casar com meu irmão. – sorriu recostando-se na cadeira. – Você
trabalha em quê?

- Não trabalho. – respondi baixo bebendo um pouco de água. Bom, eu


trabalho... Na bilheteria da estação 104 de Manhattan – Lower. Ganho 600 dólares
por mês. E você 600 mil. Ual! Edward arqueou a sobrancelha e bebeu sua água
também.

- Estuda? – perguntou acenando para o garçom. – Nós queremos uma pizza


de peperoni com muito queijo. E duas cocas. – disse e dispensou com um gesto feito
pelos seus dedos longos. Arrogante. Quem disse que eu queria comer pizza de
peperoni? E quem disse que era Coca-Cola a bebida noite? Quem o deixou escolher
por mim. Tudo bem, ele iria pagar de qualquer modo e não poderia exigir muito. Ainda
assim, foi de extrema grosseria.

- Não estudo. – respondi irritada. Eu não tinha o direito de ficar irritada porque
era a parte insignificante da equação, mas explique isso para meu cérebro.

- Você poderia simplificar minha vida e dizer o que faz ou perderei a noite inteira
aqui. – retrucou naquele tom de voz impaciente. Minha expressão de choque foi tão
grande que minha boca se abriu e ele se encolheu – Fiz de novo, não é? – falou baixo
passando a mão no cabelo nervosamente.

- Eu não faço nada nessa época do ano. – respondi e ele compreendeu como
se estivesse de folga ou algo do gênero. – Isso é complicado para você, não é?

- É estranho. Emmett casando com alguém como você é o mesmo que um


elefante dê a luz a passarinhos. Algo está errado. – respondeu coçando a cabeça e
depois me fitou pedindo desculpas, tarde demais, essa doeu. – Não que você seja
feia. Muito pelo contrário, Isabella. Se me permite dizer, você é muito bonita e
inteligente demais para meu irmão. – completou e fiquei sem ação.

Primeiro ri com escarnio quando usou a expressão ‘se me permite dizer’, ele
simplesmente dizia o que queria. Depois fiquei congelada a mesma boca que jogou
minha autoestima no lixo agora estava me dizendo que era bonita demais para
Emmett. Quem no mundo era bonita demais para ele? Quer dizer, pode até existir,
mas essa pessoa definitivamente não sou eu.

- Emmett é uma boa pessoa. – murmurei baixo.


- Não disse que não era. Só que ele não gosta de animais, filmes ou
simplesmente literatura. Ele não consegue desenvolver nenhuma conversa do tipo.

- E o que você está querendo insinuar, Edward? – perguntei realmente irritada


– Que meu noivado com Emmett é falso? – apelei para o blefe. Eu ia matar Emmett
por me deixar de cara com o leão. Eu só queria um natal em companhia.

- Estou querendo dizer que Emmett está te usando para ganhar a presidência
da empresa. – disse simplesmente como se fosse a coisa mais natural do universo.
– Entendeu agora? Precisa ser casado para substituir meu pai e Emmett não tem o
mínimo escrúpulo para fazer isto.

Fechei a minha boca e encostei a cadeira completamente perdida. Se abrisse


a minha boca poderia comprometer Emmett. Bom, eu não tinha o direito de me doer,
porque não iria casar de verdade com o grandalhão. Era só uma mentira. Edward
parecia fielmente acreditar nessa besteira – que graças a Deus não tinha a ver – e
estava frenético com isto.

Foi então que a ficha caiu. Edward e Emmett não se davam bem porque
disputavam o mesmo cargo, que era do pai deles e que provavelmente pela idade
estava se aposentando. Ele não gostava de mim porque Emmett supostamente
estava muito mais perto de conseguir ser o novo CEO da empresa porque tinha uma
noiva. A famosa que seria apresentada no natal. Era essa a pressão psicológica que
Emmett vinha reclamando nas ultimas semanas. Tudo por um cargo.

E minha intuição dizia que Edward só tinha voltado da Inglaterra para também
ter essa chance. Já que Alice aos 17 anos não podia concorrer. Fiquei terrivelmente
chateada que dois irmãos não se dessem bem por causa de dinheiro. E eu nem
família tinha! Um irmão no qual brigar e fazer as pazes. Senti uma tremenda vontade
de chorar... Eu já estava chorando e por isso levantei da mesa rapidamente, puxei
meu casaco no corpo e sai de dentro do restaurante.

Meu peito parecia que ia explodir. Não estava acreditando que poderia existir
tanto egoísmo. Tudo que mais almejava na minha maldita vida era ter alguém para
compartilhar alegrias e tristezas. Era chegar a casa e ter uma família para cozinhar,
rir e conversar e estava no meio de dois irmãos que mal se falavam por uma empresa?
Por dinheiro? Eu sei que eu não tinha dinheiro algum e poderia não compreender a
importância desse tipo de coisa, mas isso não deixava de me magoar.
Atravessei a rua rapidamente e fui impedida de seguir adiante quando uma mão
grande puxou meu braço. Virei-me tão rapidamente que me choquei contra o corpo
de Edward.

- Não foi muito educado da sua parte sair assim. – resmungou me ajudando a
equilibrar. Ele olhou para meus olhos e secou uma lágrima com a ponta do dedo. –
Desculpe. Não quis te magoar, só falar a verdade. – completou docemente e isso me
enervou mais ainda.

- Não me peça mais desculpas. Não fale mais comigo. Você está errado. –
acusei batendo com a ponta dos dedos no peitoral dele – Emmett é altamente capaz
de gostar de alguém. De correr atrás e mostrar seu amor. Querer casar por amor e
não dinheiro. Ele não é egoísta como você!

Claro que não estava referindo a seu amor por mim porque não existia.
Abusadamente joguei traços do que ele fez por Rosalie no meio. Edward nunca iria
saber, de qualquer modo.

- Essa ideia não vai dar certo. Deixe-me ir embora, Edward. Estou zangada
com você. – resmunguei soltando meu braço do seu aperto.

- Zangada? – ele riu – Quem usa esse termo hoje em dia?

- Alguém não tão grosso e estupido como você. – retruquei dando as costas.
Eu estava muito irritada, ia ligar para Emmett e tirar essa história a limpo, mesmo não
sendo da minha conta, precisava falar mal de Edward com alguém.

- Eu passo para te buscar amanhã cedo. Compras de natal. – gritou animado e


continuei andando sem me importar em virar pra trás. Se fizesse isso seria uma
tremenda má educada e daria meu dedo do meio a ele.

Emmett ficou rindo conforme esbravejava no telefone. Ele disse que Edward
muito obcecado com o trabalho e a empresa. E também me garantiu que não pediu
Rosalie em casamento por causa disso, mas que me pediu em casamento por isso.
Só para se divertir as custas do desespero de Edward. Não preciso dizer que fiquei
com mais raiva ainda, mas foi impossível não rir conforme Emmett ia listando os
motivos de suas diversões.

No fundo, eu percebi que ele só queria ter seu irmão por perto. Acho que
Emmett sentia falta de algum momento – se é que existiu – em que ele e seu irmão
caçula eram apenas amigos. Inevitavelmente me vi na hora de dormir formulando
uma maneira de fazer Edward enxergar que Emmett precisava dele como irmão e
não como inimigo.

Quem eu estava querendo enganar? Eu não chegaria mais perto de Edward e


parte de mim ficou triste com isso.

Capítulo 4

Save Me

Eu dormi com dor de cabeça de tanto pensar. Acordei com o


porteiro avisando que Alice subia juntamente com Edward.
Corri para o banheiro, pulando Max que se enroscava na
minha perna com fome. Ele queria sua ração como toda
manhã, mas peraí meu bichano, há um homem bonito
chegando e não quero que ele me pegue de cabelos
despenteados e hálito matinal.
Rapidamente puxei uma calça jeans, sapatilhas, blusa
branca com uns babados estranhos e escovei os dentes.
Despejei a comida de Max no pote e ele rapidamente me
ignorou. Adoro gatos. A campainha tocou e Alice estava
exultante sorridente e Edward emburrado novamente
esquecendo o dedo na campainha.
- Bom dia cunhadinha. Preparada? Temos tanto a fazer...
– puxou-me pela mão tirando a chave da minha mão e
trancando a porta do apartamento de Emmett. Edward não se
preocupou em falar comigo e eu também não. – Será mágico
ter um natal família depois de tanto tempo. E nós precisamos
nos reunir para planejar o casamento de vocês.
Alice foi falando o caminho inteiro. Ela ia a frente
gesticulando animada, contando detalhadamente seus planos
para a grande festa no Empire Manhattan, a ceia familiar, a
manhã de natal e a troca de presentes. Expressou sua
felicidade e não respirou. Tive que reparar se ela respirava ou
tinha uma técnica muito sinistra de falar disparadamente sem
parar. Ao mesmo tempo em que era assustador, era fofo.
Edward estava ao meu lado e volte meia sentia seu corpo
encostar-se ao meu. Fiquei me repreendendo toda vez que
sorria ao sentir seu cheiro ou simplesmente arrepiava quando
encostava-se a mim. Alice comprou inúmeros vestidos,
sapatos e acessórios. Escolheu seus presentes e me ajudou
a escolher alguns – ok, ela escolheu, pagou e assinou meu
nome. O celular dela tocou e percebi ser Jasper, porque
estranhamente ficou calma, tranquila e respirando.
Minha expressão ficou tão em choque que Edward
acenou concordando.
- Incrível, não é? – sussurrou para ela não ouvir e pela
primeira vez no dia sorrimos um para o outro. Se não me
engano, foi a primeira vez que sorrimos sem antes discutir.
- Jasper precisa da minha ajuda, então Bella você vai
ajudar a Edward comprar os presentes da família. Capriche no
meu. – deu um beijo na bochecha do irmão e saiu, mandando
seu funcionário pegar suas milhares de sacolas.
Fiquei parada no meio da loja sem ação. Chocada com a
rapidez dela e puta da vida por estar novamente sozinha com
Edward.
- Não precisamos fazer isso. Ligo para minha assistente
e peço que compre todos os presentes. – disse-me coçando a
cabeça, bagunçando ainda mais seus cabelos.
Uma pessoa normal com raiva de Edward diria ótimo.
Daria as costas e iria embora. Uma pessoa como eu, sorriu e
negou.
- Não. Você precisa escolher pessoalmente os presentes.
Esta é a magia do natal. – respondi e ele sorriu torto.
- Você acredita em papai noel? – perguntou-me incrédulo.
- Eu sei que não existe, mas gosto de acreditar. – dei os
ombros. – Vamos lá, Edward. Mostre seu lado familiar... Quem
vai ser primeiro? – perguntei animada e ele bufou.
- Minha mãe. – respondeu baixo saindo da loja comigo –
Pelo menos ela fala menos que Alice. – murmurou
- Eu ouvi isso.
Nós andamos o shopping inteiro e eu realmente não
podia opinar muito porque não conhecia Esme, mas podia
olhar bem sua beleza de perto. Do nada que o conhecia, podia
dizer que ele não estava achando nada divertido não
encontrar um presente para sua mãe, mas o modo que seus
cabelos ficavam cada vez mais desalinhados conforme ele
passava a mão irritado era completamente adorável. Eu
estava começando a ficar insuportável com esses adoráveis.
Depois de rodar mais algumas lojas, ele bufou e encostou
a cabeça na vitrine e nos seus lábios se formou um bico
formidável.
- Isso não está dando certo. – resmungou – Tânia saberia
fazer isso com mais rapidez do que eu.
- Tânia é sua namorada? – perguntei insegura e sentindo
uma pontinha de ciúmes. Se ela era alguém especial para ele,
significava que Edward sabia ser gentil com alguém. E esse
alguém não era eu.
- Não. – riu sem humor – É a minha assistente. Ela é como
Victória para Emmett. É só mandar, que elas fazem. – deu os
ombros. Grosso.
- E elas são filhas de Esme e Carlisle? – perguntei
cruzando os braços.
- Não. – revirou os olhos
- Então você vai escolher os presentes da sua família. –
ordenei e ele ficou completamente surpreso. – Anda. Mexa-se
Edward Cullen. Você é capaz de disputar a tapas uma
presidência, mas é incapaz de fazer algo pela sua família? –
perguntei abusadamente já me preparando para levar um fora.
Para minha absoluta surpresa, não aconteceu.
- Eles têm tudo. Nós temos tudo. O que poderia comprar
que fizesse a diferença? – argumentou mostrando pela
primeira vez sua fraqueza.
- Ninguém tem tudo, Edward. – suspirei e ele olhou ao
redor. – Vamos por partes, ok? Que tal lembrar momentos da
sua infância. Uma coisa que sua mãe fazia com vocês e hoje
é impossível porque são grandes e trabalham... Algo que
invoque valor emocional. – completei e ele pareceu
ligeiramente animado – Vem comigo. Nós vamos encontrar. –
estendi minha mão e hesitantemente pegou e pela primeira
vez me seguiu sem discutir ou atacar.
Família era o ponto fraco de Edward Cullen. Quem diria
que nós dois teríamos mais uma coisa em comum. Edward
acabou me contando muitas coisas de sua infância com seus
irmãos e eu realmente me acabei de tanto rir quando falou
coisas de Emmett e Alice. Foi mais fácil encontrar e montar
presentes que pudesse fazer o natal deles diferente. Já era de
tarde quando finalmente compramos tudo e já estávamos
andando do lado do outro sem dar briga. E pelo brilho animado
do seu olhar, tinha acertado em minhas escolhas.
- Isso foi incrível. Jamais pensaria algo do gênero. – sorriu
– Acho que nós devemos comer algo. – completou colocando
a mão na parte inferior das minhas costas e me conduziu até
a praça de alimentação, onde tinha uma cantina italiana. Eu
sorri aprovando e ele pareceu ficar mais relaxado.
- Pizza de quatro queijos. – pedi e ele sorriu – O que foi?
- Ontem eu pedi peperoni para te irritar. – deu os ombros
e como uma criança, dei língua de volta – O quê? Eu estava
chateado.
- E agora viu que nada tenho com isso? – perguntei
debruçando-me na mesa.
- O que tiver que ser, será. Talvez eu volte para Inglaterra
e siga a minha vida. – respondeu-me servindo Coca-Cola para
nós dois.
Fiquei em silencio tentando entender porque fiquei tão
triste quando mencionou que iria embora novamente. Talvez,
só talvez estivesse sentindo aquela minha normal tristeza de
pessoas que eu gosto indo embora, mas eu não gostava de
Edward para me importar com isso. E mesmo que ficasse,
depois do natal eu nunca mais o veria. Não fazia diferença pra
mim. Engoli minha presunção e dei um meio sorriso de volta.
- Como foram os outros natais de sua vida? – perguntou-
me de repente. – Digo, não conte se quiser... É só que...
- Tudo bem. – cortei rindo do seu nervosismo. – Foram
bem acompanhados por Max.
Quando Tio Billy ainda era vivo, ele ia passar seu feriado
natalino com seus filhos no Broonx. Então, sempre recolhi a
minha insignificância em ficar sozinha, olhando a neve cair e
cear com uma arvore velha. Depois de um tempo passei a
contar história pra mim mesma e adormecer no chão da sala
para que no dia seguinte pudesse abrir presentes – de mim
mesma para mim mesma. De um todo, não era tão ruim.
- Os últimos três anos tenho passado sozinho no
escritório. Não gostei de ficar sozinho. Ninguém nasceu para
ficar sozinho. – comentou baixo e quase ri.
Eu nasci, Edward.
- Por que nunca voltou antes? – perguntei cortando um
pedaço do queijo para não parecer desesperadamente
curiosa como estava.
- Foi ficando complicado. – deu os ombros.
- Pelo menos sua irmã está feliz com todos em casa. –
completei tentando aliviar a tensão. Edward abriu um sorriso
e acertei em cheio.
- Alice é a minha caçulinha e merece isto. – sorriu e resolvi
dar fim naquele tipo de assunto.
Eventualmente sugeri o tempo como um assunto em
pauta e nós compartilhamos que não gostamos da chuva e o
sol faz muito bem a saúde, mesmo que em momentos o frio
torna-se agradável para o romance. Daí começamos a listar
romances que foram passados no inverno e constatamos que
nossa lista de livros em comum era realmente muito grande.
Animado, pegou um papel e começou a escrever para não
esquecermos.
Passamos a escolher atores e diretores que fossem bons
para trabalharem com esse tipo de transposição midiática e
ficamos rindo com as misturas muito loucas. Eu estava
gostando desse lado mais calmo, engraçado, educado e
carinhoso no qual passei a tarde inteira junto. Nós voltamos
para casa e minha barriga continuava a doer de tanto que
rimos. Ele não perguntou da minha família e fiquei bem com
isso, não precisava de motivos para simplesmente acabar com
o clima.
- Foi muito divertido, Isabella. – sorriu deixando-me na
porta do prédio de Emmett.
- Só Bella. – corrigi e ele me fitou confuso.
- Seu nome é muito bonito para um apelido... Embora
esse combine mais com você. – beijou-me na bochecha e saiu
andando pela calçada vazia segurando as sacolas de
compras. Edward tinha um poder de congelar minhas pernas
e mentalmente fiquei repetindo a cena dos seus lábios macios
tocarem minha pele, enquanto sentia esse mesmo local
queimar.
Um enorme sorriso abriu em meus lábios e entrei no
prédio correndo esbaforida. Pela primeira vez na minha vida
estava tendo uma reação estritamente adolescente e isso era
tão gostoso. Ninguém nunca tinha me beijado. Não um
homem que não fosse meu tio. Nenhum homem, muito menos
como Edward, havia me beijado.
Entrei no apartamento ainda rindo bobamente e dei de
cara com Carlisle passando por mim com meu pote de
biscoitos. Emmett estava no sofá sorrindo olhando em direção
ao pai e o pote e sorriu mais ainda quando me viu. Esme
estava do outro lado falando ao telefone mais baixo. Victória
tinha seu computador no colo e um bloco de anotações, a me
ver, deu aquele seu sorriso genuíno e voltou a digitar
freneticamente.
- Resolveu voltar. – Emmett implicou piscando um pouco
– Isso está muito bom
- Natal merece biscoitos caseiros. – dei os ombros
sentando-me ao seu lado. Carlisle sorriu pra mim, mas percebi
que não falou por estar com a boca ocupada.
- Como foram as compras? – Emmett cutucou meu ombro
com o seu ombro enfaixado. Meu sorriso abriu
involuntariamente enorme – Divertiu, é?
- Agradável. – mordi os lábios piscando um pouquinho e
ele gargalhou. – E você? Como foi o último dia lá?
- Descanso absoluto. – murchou um pouquinho. – Bom
que tenho muitos jogos. – deu os ombros e Max pulou no colo
de Emmett. Fiquei extremamente temerosa quando vi a cena,
mas relaxei a ver Emmett brincar com ele. – Não irei a festa
de Natal no Empire. Ficarei direto em casa só para a ceia com
Max, não é parceiro?
- Se Edward ver você socializando com outro animal, vai
ficar realmente enfurecido. – Esme comentou sentando ao
meu lado. – Como vai querida?
- Muito bem. – respondi devolvendo seu sorriso amável –
O que você aprontou com se irmão?
- O que te faz pensar que aprontei alguma coisa? –
retrucou fingindo estar ofendido.
- Porque você é Emmett. – acusei cerrando os olhos e ele
riu.
- Sem querer matei o gato que ele havia dado a Alice. –
respondeu a rapidamente tirei Max do seu colo. – Eu deixei
minha garrafa de Vodca aberta, o bicho bebeu e morreu.
Edward acusa que fiz de proposito.
- Sinto tanta falta do momento em que meus meninos
eram unidos. – Esme comentou acariciando Max.
- Comprem um gato novo. – Victoria sorriu solucionando
o problema. Fechou seu computador e pegou a bolsa. – Tudo
remanejado. Até amanhã.
Victória era uma pedra de gelo em forma de secretária.
Esme suspirou com seu comentário e reparei que Carlisle
continuava comendo os biscoitos sem falar nada. Esme riu
revirando os olhos e Emmett se esticou para pegar mais.
- Você está devidamente convidada para fazer mais no
natal. – Carlisle comentou e Esme o repreendeu – O que? Faz
muito tempo que não temos coisas caseiras em casa.
- Não tem problemas. Farei grandes fornadas. – sorri me
sentindo extremamente feliz e útil com isso. Era algo bobo,
mas importante pra mim.
Esme e Carlisle ficaram um bom tempo conversando
comigo enquanto Emmett brincava de fazer Max seu
companheiro no vídeo game, eles eram discretos e não
perguntaram muito sobre mim. Só pude perceber que eles
eram amáveis, mas tinham muitas falhas ao sentirem
saudades dos meninos. Como se eles ainda fossem
crianças... Tudo bem, mas como pais, eles não podiam fazer
algo para que pudessem se falar?
Quando foram embora, Emmett estava rodando meu gato
no chão. Quase tive uma sincope e o tirei de perto.
- Ele é de verdade, se não percebeu. – ralhei batendo nas
duas mãos dele e sentei-me ao seu lado. – Passei o dia inteiro
com seu irmão. – suspirei encostando a cabeça no sofá.
- Ele foi mais educado? – perguntou-me também
encostando a cabeça no sofá, mas de lado para me olhar.
Suspirei novamente. – Conte-me como foi, Bells. – incentivou
- Seu irmão é estranho. – comecei me sentindo como nos
dias que nós simplesmente conversávamos na estação. Sem
um vidro nos separando. Era só Bella e Emmett como sempre
deveria ter sido – Ele me parece muito confuso com suas
emoções. Hora é grosso, estupido, perdido e confuso. Hora
ele é alegre, gentil, educado, bonito... Não que quando ele
assume sua outra personalidade seja feio, mas, fica
atraentemente sombrio. – suspirei ajeitando meu cabelo – Ele
é complicado com vocês. Falar da família é um território
explosivo. Nunca dá pra saber qual será a sua reação... Ao
mesmo tempo em que ele quer proteger, como acha que
quero seu dinheiro, ele sente o desejo de repelir. – completei
- Desde que nós brigamos pela empresa, ele foi embora
e se manteve distante. Isso chateou tanto Alice e minha mãe,
mas Edward é teimoso demais. Todos nós somos... Não que
faça questão da empresa, mas ele não podia continuar tão
obcecado. – comentou suspirando fitando o teto – Isso prova
que ele não mudou. Quer dizer, ele veio porque Alice contou
que comprou uma aliança de noivado comigo. Tudo que
importa é a empresa e não os anos que se passaram sem a
presença dele.
- Você também esteve fora. – acusei sentindo a
necessidade de defender Edward.
- Sim. Eu não gostei de todo mundo ficar lamentando a
ausência dele. Foi embora porque quis. – resmungou
cruzando os braços com força e fazendo uma careta de dor.
- Vocês estão brigados por bobeira.
- Eu pensei que quando eu estivesse no meu leito de
morte, lá no hospital, ele amoleceria o coração, mas tudo que
fez foi irar-se por estar noivo. – retrucou
- Emm... Você não estava no leito de morte, porque você
cantou todas as enfermeiras bonitas e ficou fazendo piadinhas
o tempo inteiro. Não há como se compadecer. – comentei
alisando seu cabelo.
- Eu acho que nós dois nunca mais seremos como antes.
– suspirou – Eu sinto falta dele. – confessou mais baixo
acariciando Max.
- Aproveita que ele está aqui, agora. A magia do natal,
Emm. Ela deve servir para alguma coisa. – incentivei deitando
minha cabeça em seu ombro.
Nós ficamos em silencio olhando para teto até tarde da
noite. Ocasionalmente comentávamos algum fato esquecido
do dia e sorriamos. Emmett era fácil de conviver, eu seria uma
afortunada se o tivesse como irmão. Teria alguém bobo o
suficiente para me fazer rir e grande o suficiente para me
proteger. Um bom companheiro. Um bom ouvinte.
Tempos depois o ajudei a ir pra cama e discutimos sobre
quem ficaria no sofá. Claro que venci quando disse que era
pequena o suficiente e seu sofá cama era enorme pra mim.
Ele não estava confortável com nosso arranjo, mas o ferido
era ele, então, adormecemos em meio a promessas que
amanhã ele estaria bom para brigar comigo.
Eu sorri, mas estava ansiosa para brigar com Edward
novamente.

Capítulo 5

So Close

Emmett e eu acordamos ao mesmo tempo e fomos para a


cozinha preparar o café da manhã. Eu fiz panquecas com
calda de chocolates e morango. Ele torrou minha paciência
por bacon, mas eu não sabia se com um ferimento recente
ele poderia comer. Emmett mal poderia andar sozinho com o
ombro ferido e carne de porco não era bom para
cicatrizações. Esme e Carlisle chegaram de manhã bem
cedo e ficaram falando animados da festa de hoje a noite.
- Alice vai mandar trazer seu vestido. – Esme comentou
casualmente.
- Como? – perguntei confusa.
- Bom, Emmett não irá e irei ficar em casa com ele. Você
vai com Edward representar a família. Acostume-se querida,
esses eventos fazem nosso nome. – respondeu-me e Emmett
me fitou preocupado quando lancei facadas a ele com meu
olhar. – Será divertido.
- Imagino que sim. – disse entre dentes.
Emmett rapidamente mudou de assunto brincando com a
minha mão livre que apertava a perna dele de raiva. Eu nunca
tinha ido a festas antes. Imagine festas como esta... Que exige
roupa de gala, postura, talheres, sorrisos, danças que não
tinha a mínima ideia do que fazer. Bufei cansada e deixei que
eles conversassem na sala sozinhos. Vesti um casado e
inventei uma desculpa qualquer para sair um pouco.
Normalmente não tinha oportunidades para sair e tinha
um lugar que sempre ia depois da escola nas férias de
inverno: o parque. Lembro que tinha uma pista de gelo, ultimo
lugar que meu pai me levou antes do acidente. Atravessei as
ruas apressada e não demorou muito para encontrar várias
crianças se divertindo com seus pais como um dia fui eu.
Charlie saia do trabalho, ia me buscar na escola e me
trazia aqui. Lembrei-me do meu jeito desajeitado patinando
com ele me segurando. Tinha sempre medo de cair, mas seu
incentivo e confiança me deixavam tão feliz. Meu pai tinha
tanta confiança no meu empenho que se me visse hoje,
estaria tão desapontado. Só que eu não sabia como ser
diferente. Não via razões a minha frente para ser feliz e nem
como me sentir feliz. Era como um labirinto sem saída.
- Bella bonita não pode chorar em um dia tão bonito. –
Edward soou atrás de mim e virei-me lentamente para olhá-lo
secando as lágrimas. – Posso? – apontou para o lugar do lado
do meu.
- Anda me seguindo, Cullen? – perguntei baixo chegando
para o lado. Tentei soar engraçada, mas saiu uma acusação
meio fanha.
- Emmett brigou com você? – perguntou preocupado.
- Não mesmo. Ele está com seus pais agora. – respondi
voltando a fitar a garotinha parecida comigo. – É só um lugar
especial.
- Você sabe... Que, bom, pode conversar comigo. – disse
nervoso meio gaguejando daquele jeito meio grosso.
- A última vez que sai com Charlie foi aqui. Nós patinamos
e dançamos no gelo juntos. – respondi sem olhá-lo – Foi perto
do natal.
- Você sente muita falta deles ou simplesmente não
superou? – perguntou-me cutucando o ombro levemente,
ficando mais perto.
- Não superei. Não me acostumei a ser sozinha mesmo
sendo sozinha. – respondi estranhamente mais confortável
com ele por perto. Tão confortável ao ponto de cogitar
conversar com ele sobre isso. – Faz muito tempo que não
volto aqui. Nunca mais tive a oportunidade.
- Não consigo compreender... Não dói estar aqui?
- Não. Só é saudade. – respondi com novas lágrimas
caíram.
- Faz muito tempo? – perguntou baixo.
- Quinze anos. – respondi em um murmúrio doído. Meu
peito parecia que ia explodir. Edward me surpreendeu me
puxando para o aperto do seu braço, fazendo carinhos na
minhas costas e automaticamente deitei a minha cabeça em
seu ombro.
Fiquei ali encostada nele chorando tudo que não havia
chorado nos últimos anos. A camisa dele ficou completamente
estragada com minhas lágrimas, mas ele não parecia se
importar com esse detalhe. Seus olhos continuavam me
analisando com cautela e pela primeira vez não vi pena. Havia
um traço de compaixão, mas não pena. Talvez Edward fosse
arrogante demais para sentir isso por alguém. E pela primeira
vez achei um ponto positivo nessa personalidade sombria
dele.
- Você confia em mim? – perguntou-me baixo.
- Não. – dei meio sorriso e seus olhos se abriram um
pouco assustados. – É brincadeira. Confio.
- Espera aqui. Não se mova. – ordenou rindo e desceu os
bancos sumindo de vista. Fiquei tentando procura-lo, mas
simplesmente não consegui encontra-lo em lugar algum, até
que voltou com dois pares de patins – Eu sempre quis dançar
com alguém no gelo que não fosse Alice e agora, arrumei uma
boa parceira.
Fiquei completamente sem ação até que comecei a rir.
Edward me levou para a pista e me ajudou a sentar na beirada.
Tirei meu tênis rapidamente e ele me ajudou a colocar os
patins e com uma agilidade impressionante, colocou o seu.
Fiquei mortificada de inveja. Se fizesse aquilo rápido, cairia ou
me embolaria com os cadarços.
Com um toque delicado, segurou minha mão e me puxou
para o centro da pista, segurando minha cintura e
automaticamente coloquei minha mão no seu ombro. Nós
ficamos apenas parados nos olhando...
Seus olhos. Eles eram incrivelmente verdes e brilhantes
que contavam detalhadamente quem era Edward. Ele era um
homem determinado com suas decisões, mas estava
completamente infeliz com sua vida. Sabia que sentia
saudades dos momentos com seus irmãos e podia
abusadamente dizer que ele se arrependia. Talvez, todos
esses anos sozinho o fez ficar assim, tão novo e tão
rabugento.
Foi a primeira vez que vi algo humano centelhar em suas
emoções. Seu sorriso tímido era amável, completamente doce
e encantador. Talvez Edward não tivesse duas
personalidades, e sim uma só, no qual ele se escondia na
capa de durão, o bonzão que não sentia falta de nada que
vivia em Manhattan. Ele era bom, ele sabia ser amigo,
carinhoso...
Nós começamos a nos movimentar lentamente, mesmo
sem musica. Encostei minha cabeça em seu peito e
continuamos em silêncio. Eu ficaria feliz se Edward ficasse
aqui. Ficasse com a família dele. Devolvendo a Esme mais um
filho e a Emmett seu melhor amigo. Mesmo que nunca mais o
visse na minha vida, eu queria que ele ficasse.
- Você deveria ficar, Edward. – sussurrei
- Eu sei... Só não sei se consigo e se vai ser boa coisa. –
respondeu repousando o queixo na minha cabeça.
- Emmett sente muito a sua falta. Esme também... Eu
acredito que você deva tentar. Sabe, família deve ser assim,
superar as diferenças, ajudar em obstáculos e viver juntos. –
suspirei – Era o que eu faria se tivesse uma família. –
completei e ele me apertou ainda mais.
- Eu também sinto falta de Emmett. Nós éramos melhores
amigos...
- Ele ainda é seu melhor amigo. – corrigi. – Vocês só
precisam de um motivo para estar juntos... Uma situação no
qual devam se ajudar. – completei e ele suspirou – Apenas
tente.
- Eu não sei o que dizer... – sussurrou
- Não diga. Pense. – argumentei e deixei o silêncio reinar
novamente.
Edward continuou nos movimentando em silencio até o
seu celular tocar e Esme o chamar para almoçar. Ele
eventualmente disse que encontrou comigo no parque e ela
fez questão de expressar sua preocupação com meu sumiço.
Inevitavelmente sorri por ter alguém preocupado comigo, era
uma sensação de aquecer o coração. Nós seguimos para fora
da pista e Edward puxou meu capuz.
- Não quero que fotografem seu rosto... – falou baixo e
percebi a presença de alguns homens distantes nos
fotografando.
- Obrigada pela preocupação. – agradeci e ele estendeu
o braço como um verdadeiro cavalheiro.
Nós andamos perto um do outro e quando uns homens
vieram correndo em minha direção, automaticamente me
encolhi no canto assustada. Edward mexeu o braço e me
protegeu no canto da parede, foi tão rápido que fiquei
espantada com sua agilidade e seu olhar preocupado. De um
jeito completamente carinhoso.
- Você sabe que irá a festa comigo hoje a noite, não sabe?
– perguntou-me ajeitando meu cabelo.
- Eu não sei o que fazer com esses eventos. Eu sou um
patinho desajeitado com essas coisas... – respondi baixo.
- Vai ser divertido. – disse simplesmente voltando a me
puxar – Eu acho. – completou mais baixo e percebi que não
pra ouvir, então, fiquei quieta.
Não queria me irritar novamente com esse assunto de por
vestidos e saltos altos. Talvez Victória fosse capaz de me
ajudar com isso e meu desejo de matar Emmett estava
aumentando cada vez mais. Era só para fingir um noivado e
não me lembro de ter eventos no meio a não ser uma ceia
familiar.
- Espero que não seja desconfortável para você sair sem
Emmett e comigo. – comentou no elevador.
- Nas ultimas 48 horas tenho feito isso e visto que me
deixou chorar na sua camisa cara, acho que posso levar isto.
– respondi rindo e ele sorriu tímido. – A proposito, o que estava
fazendo no parque?
- Carlisle me levava na mesma pista quando eu era
pequeno e depois eu passei levar Alice. – respondeu-me
baixo.
Não perguntei mais nada porque não precisava de
nenhuma resposta. Edward estava lá pelo mesmo proposito
que eu: matar saudades. A diferença que ele tinha como
recuperar o tempo perdido. No meu caso, era tarde demais.
Estava condenada a viver sozinha. Fiquei enfurecida com ele
por ter essa chance e ainda estar na duvida e percebendo meu
olhar, Edward se encolheu, mas não falou nada. Muito menos
assumiu aquela capa de indiferença quando está sendo
agredido.
- Emmett, eu já falei que Max não é empalhado. Muito
menos de pelúcia, pare de brincar com meu gato assim. –
entrei no apartamento já tirando Max do seu colo. Ele estava
estressado que no mínimo ficou sendo alvo de paparicos de
todos eles. – Você sabe ser irritante.
- Também amo você. – retrucou puxando-me para sentar
do seu lado. Acabei sorrindo e dando língua bagunçando seus
cabelos. Esme e Carlisle nos observavam com sorrisos bobos
e Edward sentou no sofá com a famosa capa de cavalheiro
negro.
Tudo que tinha destruído durante o dia estava construído
novamente. Seus olhos dançavam entre mim e Emmett. Se eu
não soubesse do episodio do gato de Alice, diria que ele
estava com ciúmes, mas isso seria muita presunção da minha
parte.
- Almoço prontinho. – Esme anunciou sorridente e reparei
um avental no seu corpo. Só ela conseguia ficar
extremamente linda trajando itens culinários. – Eu ainda sei
comandar a cozinha.
- Você cozinhou, mãe? – Edward perguntou com os olhos
brilhando com uma surpresa divertida.
- Claro, meus filhos estão sobre o mesmo teto. Tenho
todos os motivos do mundo. – respondeu. Edward abriu um
sorriso tímido e eu fiz questão de olhar pra ele e sorrir. Eu
estava certa. Ele acenou com a cabeça, mas quando viu a
mão de Emmett puxando meu cabelo – de modo irritante –
fechou a cara. Isso definitivamente ia ser muito difícil. – Alice,
deixe as coisas de Bella na cama e venha almoçar conosco.
Estiquei minha mão e toquei na de Edward quando
Emmett levantou e Alice pulou em suas costas. Percebi que
ele ficou olhando a cena meio deslocado, então, aprofundei
meu toque chamando sua atenção. Aquela expressão séria
ainda não tinha se desmanchando e abri meu melhor sorriso
encorajador. Seu olhar prendeu-se com o meu e ele riu
debochado.
- Por que você se importa comigo? – perguntou grosseiro.
Senti um tapa sendo dado em mim. – Você vai casar com meu
irmão e ficar aqui. – completou entre os dentes.
- Eu me importo porque você tem uma família que te ama
e não está se movendo para viver entre eles. – respondi
engolindo minha voz chorosa e esboçando meu melhor tom
grosseiro. Deu certo. Edward se encolheu e suspirou
passando a mão no cabelo nervosamente. – É um almoço em
família. Se você quiser, eu não vou. Só quero que sente
naquela mesa e faça sua mãe feliz por ter os filhos em casa.
– completei mais baixo me ajoelhando a sua frente. – Isso fará
bem a você também.
Edward ficou olhando dentro dos meus olhos durante um
bom tempo. Seu silencio estava começando a me
enlouquecer, mas me mantive firme. Completamente
confiante do meu ponto vista.
- Tudo bem. – suspirou levantando-se. Continuei sentada
dançando internamente pela minha vitória e ele esticou a mão
pra mim. – Eu não vou sem você. – disse confiante e aproveite
para tocá-lo novamente, sentindo aquela deliciosa eletricidade
que provava somente pra mim que Edward era diferente.
Havia dois lugares vagos. Um entre Emmett e Carlisle e
outro entre Esme e Alice. Aproveitando que era pequena o
suficiente para passar por debaixo do seu braço, me sentei
entre as meninas. Edward me olhou de soslaio e encolhi meus
ombros inocentes. Com uma expressão estranhamente sem
graça, sentou do lado do pai e do irmão. Sibilei um ‘Vai em
frente’ e ele sorriu entrando meio sem jeito na conversa.
Emmett piscou pra mim e deu créditos ao que ele estava
falando. Esme afagou minha mão e me deu aquele olhar
agradecido. Automaticamente ruborizei concentrando-me em
me servir, sem partilhar muito das conversas, só se eles me
incluíssem. Eu já estava feliz por estar ali. Mesmo eles não
sendo minha família de verdade.
Alice me arrastou para o quarto quando Victória chegou
para me ajudar a me arrumar. Edward foi embora logo depois
e nós desenvolvemos uma conversa silenciosa, porque pelo
seu olhar eu soube que ele agradeceu pelo almoço, no qual
ele muitas vezes ficou vermelho de tanto rir com Emmett. Foi
emocionante vê-los interagindo e eu nem os conhecia a vida
inteira para saber que ambos se completavam como irmãos
devem se completar.
Esme ficou ajudando Emmett e verificar suas ataduras e
foi engraçado ouvir seus gritos e choramingos. O homem
levou um tiro no ombro, riu o tempo inteiro, mas não conseguia
aplicar o remédio porque ardia. Ele definitivamente era
incomum. Victória andou no closet comigo de saltos altos,
dando uma rápida aula e tentei com todas as minhas forças
argumentar meus motivos de não ir, mas quando ela ia
responder, Alice entrou no quarto e o assunto teve que ser
mudado.
Eu não me dei por vencida até me ver no espelho e dizer
ual pra mim mesma. O vestido era vermelho vivo como sangue
e bem natalino. Eu tinha um decote bem modesto e fiquei
surpresa com meus próprios seios e como eram bonitos.
Victória tinha trançado meu cabelo, deixando uns fios soltos
caindo sobre meu rosto, com uma maquiagem leve
acompanhada de um batom da mesma tonalidade do vestido.
Alice me entregou uma carteira e sorriu.
- Você tem uma beleza diferente. É tão rara... Está tão
linda. – comentou emocionada. – Quando crescer, quero
saber ser simples e bonita como você. – completou e meus
olhos lacrimejaram. – Não chore. – sorriu dando-me um beijo
saindo do quarto rodopiando.
- Você como uma mulher deve acreditar mais em si
mesma. Você é muito bonita para o seu próprio bem.
Aproveite a noite. – sorriu saindo do quarto.
Fiquei parada admirando a mim mesma durante um bom
tempo até ver Emmett pelo reflexo entrando no quarto com um
sorriso bobo nos lábios. Claro que ele tinha que abrir a boca.
- Espero que Edward veja bem você hoje. – comentou
parando do meu lado. Prendi minha respiração nervosa e ele
gargalhou mais ainda – Eu sou palhaço e não burro.
- Está tão obvio assim? – perguntei baixo.
- Não. Eu só fico de olho nas coisas. Meus pais estão
felizes demais por ele estar de volta que não prestam atenção
em mais nada. – retrucou rindo. A campainha tocou e nós
rimos um ao outro – Me prometa que esta noite você vai se
divertir e esquecer-se de tudo.
- Prometo. – sussurrei emocionada abraçando-o.
- Edward chegou. – Victória anunciou na porta do quarto.
Nós saímos juntos e fiquei ainda mais embasbacada com a
beleza dele. Seu smoking foi feito no corpo para estar tão
perfeitamente bem.
Seus olhos se abriram mais quando entrei em seu campo
de visão e nós ficamos em silencio, olhando um para o outro.
Ele tinha um misto de surpresa, diversão e admiração no
olhar. Seus lábios se curvaram em um sorriso torto
adoravelmente encantador. Victória limpou a garganta tirando-
nos do transe. Edward ficou ligeiramente ruborizado e esticou
a caixinha de veludo que estava em sua mão.
- Emmett espero que não se incomode com isto. – abriu
a caixinha e revelou um lindo colar com dois corações. Eu
sabia que aquilo era muito caro. Provavelmente diamantes e
ouro branco. – É para complementar o vestido e meu presente
de natal. – completou meio gaguejando.
Eu arfei, é claro. Era lindo demais. Embora não pudesse
aceitar...
- É claro que Bella irá aceitar. – Emmett empurrou-me pra
frente – Isso a deixará mais bonita. – terminou de me empurrar
até Edward. – E com isso eu não me importo. – sorriu dando-
me um beijo na bochecha – Nós nos veremos mais tarde na
ceia em casa.
Lentamente virei-me de costas para Edward e permiti que
seus dedos compridos – que estavam gelados – tocar minha
pele completamente nua. Involuntariamente me arrepiei, não
pelo gelo, mas porque era o seu toque. O toque me fazia sentir
completamente diferente. Fazia-me sentir uma única mulher
importante do mundo.
- Perfeito. – Edward soou com a voz embargada –
Podemos? – esticou o braço e o aceitei, acenado para Emmett
e Victória.
- Obrigada. – sussurrei no elevador.
A festa estava completamente lotada de gente bonita.
Tive que controlar minhas emoções para simplesmente não
expressar minha admiração e surpresa com tudo aquilo.
Edward mantinha o braço me apoiando, mas durante nossa
vinda ficamos apenas em silencio constrangedor. Ele estava
bonito demais para que falasse sem babar.
Edward cumprimentou muitas pessoas e eu reparei que
ele somente me apresentou pelo nome, sem dar referencias
do meu relacionamento com seu irmão. Essa atitude só
encheu mais minhas expectativas que assim como eu, ele
também sentia algo muito mais que uma amizade confusa.
Eventualmente sentamos em uma mesa sozinhos. Meus
olhos se perderam nos lustres, nos vestidos, nos homens bem
vestidos e nas mulheres também. Pela primeira vez eu me
senti a altura de alguém. Eu não parecia – fisicamente falando
– inferior a nenhuma daquelas mulheres presentes. Eu gostei
disso e acabei sorrindo. Olhei para Edward e ele também
sorria comigo e pra mim.
- Edward! – uma loira morango aproximou-se com seu
vestido preto coladíssimo ao corpo e cabelos esvoaçantes. –
Finalmente te encontrei. – comentou com os olhos pousando
em mim. Ela me analisou milimetricamente antes de voltar sua
atenção a Edward. – Como nós não viemos juntos como o
combinado inicial – continuou olhando-me acidamente – Não
deu tempo de avisar que o governador não estará presente,
então, o evento desta noite está falho.
- É uma pena... – Edward suspirou, mas depois deu os
ombros – Você pode ir embora agora, Tânia. Vou aproveitar a
festa mais um pouco. – respondeu secamente não olhando-a.
A banda estava posicionada e começou a tocar uma
música bem lenta. Edward levantou calmamente e esticou as
mãos pra mim.
- Dance comigo, senhorita?
- Claro. – sorri boba e minhas costas queimaram com o
olhar cortante de Tânia.
Edward me arrastou para a pista de dança e nos
posicionou bem no centro. Do meu ombro, sua mão desceu
lentamente pelas minhas costas deixando rastros de fogo,
parando na parte inferior da mesma. Nós começamos a nos
movimentar de acordo com o ritmo suave da musica. Sua letra
era intensa. Era nossa.
How could I face the faceless days
If I should lose you now?
We're so close
To reaching that famous happy end
Almost believing this was not pretend
Let's go on dreaming for we know we are
So close
So close
And still so far
Pelo salto alto, meu rosto estava quase na altura do seu,
então, colei minha bochecha na sua e me deixei levar pelo
aquele momento de finalmente me sentir no meu lugar no
mundo. Eu não queria acreditar que aquela sensação de estar
em paz, em casa e feliz era proporcionada pelos braços firmes
de Edward envolto a mim. Eu não podia aceitar que estava
desejando-o mais que um amigo. Eu não podia acreditar que
estava apaixonada por Edward. Nós não pertencíamos ao
mesmo mundo.
Seus lábios tocaram minha pele gentilmente enquanto
rodopiávamos no centro. Meu coração tão acelerado com a
proximidade cantava sua própria música. Seu cheiro me
envolvia em um mundo particular. Seu toque me fazia única.
Seu sorriso era como a minha gravidade. Abri bem olhos e
olhei profundamente para os dele completamente perdida. Eu
queria encontrar a resposta ali... A minha maior surpresa foi
encontrar a mesma pergunta.
Quando a música deu seu ultimo acorde, Edward colou
seus lábios na minha testa e deu um longo e profundo beijo
dolorido que fez meu coração se despedaçar ainda mais.
Descendo a mão do meu ombro até a minha mão, me soltou
conduzindo-me lentamente até a saída. Eu senti seu dedo
brincando com a aliança de Rosalie que estava no meu dedo.
Era como se ele estivesse respondendo a nossa pergunta.
Para ele, era o único impedimento. Pra mim, o mundo
inteiro.
Tânia estava em pé na saída e me olhou novamente com
se me conhecesse de algum lugar. Eu realmente não me
importei, seria impossível nessa terra frequentarmos o mesmo
local.
- Edward! Espere um minuto. – chamou e ele colocou seu
casaco sobre meus ombros. Seu olhar foi duro, mas ela
pareceu não se incomodar com isso. – Só duas palavras.
- Eu espero no carro. – falei baixo descendo as escadas
e o gentil bonito motorista de Edward me estendeu a mão para
ajudar. Sorri extremamente agradecida.
De dentro do carro observei Edward conversar com Tânia
gesticulando irritado e depois desceu as escadas como quem
não quisesse ouvir o que ela tinha a dizer. Ao contrário da ida,
ele sentou bem ao meu lado e inclinei minha cabeça para
deitar em seu ombro. Meu peito parecia tremer com a
intensidade da energia que emanava entre nós dois.
Agora eu tinha absoluta certeza que essa experiência
natalina ia tirar um pedaço de mim que não teria reparo. Ao
voltar para minha vida não poderia dizer que foi um sonho.
Porque ia doer muito esquecer que um dia, cheguei perto de
um homem como Edward e o deixei ir. Não havia de maneira
alguma possibilidades de contar a ele a verdade.
Eu não podia fazer isto por Emmett. Eu não poderia
suportar o desprezo de Edward quando soubesse que era a
menina da bilheteria da estação 104 de Manhattan – Lower.
Que tinha uma condição de vida extremamente inferior a dele.
O choro estava se formando na minha garganta e só engoli
quando vi Emmett sentado abrindo um enorme sorriso ao ver
Edward chegar para a ceia de família.
Esme estava emocionada por ter todos em casa e vi
meus biscoitos em uma enorme vasilha bem perto de Carlisle.
Alice tinha Jasper ao seu lado, sentados aos pés dos seus
irmãos. Eles estavam bem agora. Todos eles. E ninguém ali
realmente precisava de mim. Não mais.
Emmett já tinha conseguido que Edward ficasse para o
natal. Edward já estava melhor com sua família e todo resto já
se sentia completos. A realidade da situação me tomou como
um soco no meio rosto. Aquela não era a minha família, a
brincadeira tinha chegado ao fim pra mim.
- Bella, tem roupa pra você lá no meu quarto. É só virar
na escada e tem meu nome na porta. – Alice gritou do centro
da sala e dei meu sorriso simpático de volta. Se eu me
aproximasse mais iria chorar. Encontrei um bloco no corredor
e escrevi: Feliz Natal.
Dei dois passos pra trás e saí conforme eles
conversavam entretidos pela presença de Edward ali. Desci
as escadas da casa deles rapidamente e deixei que o frio do
natal chicoteasse meu rosto enquanto caminhava para casa
de Emmett.
Percebi que havia mais uma coisa a se fazer. Peguei o
telefone e liguei sem hesitar esperando que a pessoa do outro
lado do mundo me atendesse disposta para ouvir. Deixei em
cima da mesa o colar que Edward havia me dado ao lado do
anel de noivado com um bilhete a Emmett.
“Coloque este anel na mão da verdadeira dona. Não se
preocupe, quando for a hora, ela irá aparecer. Eu gosto muito
de você, Emmett. Cuide do seu irmão.”
Eu fiz tudo errado novamente. Eu estraguei mais um natal
da minha vida porque me apaixonei por Edward. Já não
importava se ele ia ficar ou ia embora. Se ele seria o mais novo
CEO da empresa ou não. Importava é que meu coração doía
porque ele não iria ficar comigo. Simplesmente porque a
Isabella Swan criada no dia do assalto pela Victória não
existia.
Existia aquela que na noite do dia 24 de dezembro,
estava saindo com seu gato e as coisas dele de volta para a
vida escura e fria na casa que pertenceu aos seus pais.
Aquela que tinha um emprego qualquer e ganhava um salário
qualquer. Que vivia um dia de cada vez sem mais nada. Sem
mais ninguém. Condenada a solidão.

Capítulo 6

Broken

Fazia muito tempo que não sentia aquela sensação de estar


em paz comigo mesmo. Muito tempo que eu não me sentia
feliz perto da minha família e em sete dias tudo mudou.
Mudou porque encontrei alguém tão proibido e tão bom que
me deu paz. Esse alguém era a noiva do meu irmão.
Bella era diferente de todas as mulheres que eu conheci
na vida. Ela não fazia o mínimo estilo de Emmett porque era
completamente tímida, reservada, extremamente inteligente e
com um ar de inocência, pureza que alguém tão ogro como
Emmett seria incapaz de reconhecer. Ela era perfeita. Ela era
a mulher que sempre desejei conhecer que havia prometido a
mim mesmo que quando conhecesse, seria pra mim.
Eu tentei afastar esses pensamentos sendo frio, distante
e irritado. Estava chateado com a possibilidade de Emmett
estar fazendo isso para conseguir ser o presidente da
empresa. Não que ele quisesse ser, mas só porque eu queria
isso, era bem capaz dele se autopromover. Os dias foram
passando e ela sempre tão presente a mim. Presente com sua
graça e charme. Presente com suas emoções não escondidas
e seu olhar revelador.
Ela tinha o cheiro que me encantava, o sorriso que me
fascinava e o toque me hipnotizava. Só que era proibida. Era
comprometida com alguém tão próximo e tão distante de mim.
Meu irmão, que um dia foi meu melhor amigo. Que ainda era
meu melhor amigo. Eu sentia tanta falta de Emmett e suas
idiotices que me atrair pela sua noiva não seria uma boa
maneira de nos reaproximar... Que só consegui entender e
compreender quando a vi chorar no parque.
Bella não tinha ninguém. Eu tinha todos. Ela me fez
entender o quão burro e estupido estava sendo por causa de
uma herança que por direito não era só minha. E
independente disso, ele era meu irmão. A pessoa que ficou do
meu lado na alegria e na tristeza durante toda minha vida.
Minha mãe estava exultante e não queria esconder de
ninguém a sua felicidade de ter todos em casa no natal. Essa
data sempre foi importante que por mais que papai sempre
tivesse seus compromissos na empresa, o natal era nosso
momento de família. Alice sendo 10 anos mais nova que eu
acreditava nessa magia de estar em família. Ela era a nossa
princesinha que mais sofreu com toda separação. Tudo era
minha culpa que agora estava quase inexistente por todos
estarmos sentados juntos rindo. E o nosso mais novo
elemento.
- Cadê Bella? – perguntei olhando ao meu redor.
- Ela subiu para trocar de roupa, mas irei vê-la. Está
demorando. – Alice respondeu e a campainha tocou no
mesmo momento. Emmett tentou levantar com a expressão
preocupada.
- Tânia? O que faz aqui? – minha mãe perguntou não
escondendo seu desprezo pela minha assistente. Já cansei de
dizer que não a contratei por amizade e sim por eficiência. Se
ela era legal ou não, pouco me importava.
- Vim ver se a menina da bilheteria ainda está aqui. –
respondeu rindo e olhando para Emmett. – Golpe baixo
Emmett. Contratar a pobretona da bilheteria para concorrer o
cargo com seu irmão.
- O que você está acusando meu irmão, Tânia? –
perguntei duramente e ela como era abusada, não se
encolheu. – Explique-se.
- Bella foi embora! – Alice chiou descendo as escadas
com o papel na mão. – Emmett, o que você fez para Bella ir
embora em plena noite de natal sem dar tchau?
- Conte a sua família quem é ela. – Tânia soltou
venenosa.
- Eu quero que você saia da minha casa agora, Tânia. –
Emmett ordenou de um jeito que eu nunca tinha visto. Todos
se encolheram, inclusive ela. – Saia. Agora.
Minha mente estava confusa quando Tânia bateu a porta
assinando sua demissão. Ninguém faz a casa dos meus pais
o quintal da sogra.
- Explica, Emmett! – Alice gritou angustiada. – Está muito
frio lá fora.
- Que história é essa? – perguntei me sentindo zonzo.
Emmett suspirou e sentou no sofá mexendo no celular.
- Victória, suba no meu apartamento e verifique se Bella
está por lá. Aguardo sua resposta rapidamente. – falou seco
voltando a nos fitar. – Bella não é minha noiva, de verdade.
- Pula essa parte que já sabemos. – meu pai ordenou –
Eu quero saber onde ela está agora. É natal, está frio...
- Como assim já sabiam? – perguntou confuso.
- Ela não tem nada a ver com você, Emm. – minha mãe
completou rindo. – Vocês agiam como irmão, amigos. E não
como noivos e nós sabemos como você é com uma
namorada.
- Então é verdade? Você a contratou para conseguir o
cargo na empresa? Você jogou esse golpe baixo, Emmett? –
perguntei enfurecido.
- Não! – gritou de volta. – Senta aí e abaixa seu tom de
voz que ainda sou seu irmão mais velho. – ordenou
novamente naquele tom de voz seco que me fez sentar. –
Porra! Você é estupido mesmo, não é? Eu fingi que estava
noivo para te fazer ficar até o natal. – revirou os olhos irritado
- Na verdade, planejava realmente estar noivo, não pelo cargo
porque não me importo com isso, mas porque tem 1 ano que
vejo alguém que não me quis. Ela disse que não queria casar
comigo... Enfim, Bella é sim a menina da bilheteria. – sorriu
torto
– Ela é incrível. Tem um bom tempo que nós
conversamos, brincamos, compartilhamos algumas coisas.
Sempre me incomodei porque ela nunca sorria e puxei
assunto. – deu os ombros – Ela estava do meu lado quando
fiquei ferido. Era o segundo natal que eu vi que ela iria passar
sozinha então propus isso. Se ela fingisse ser minha noiva
para trazer Edward e nós passaríamos o natal todos juntos.
Minha boca abriu e fechou várias vezes tentando
processar as informações que ele havia me dado. Então, era
tudo mentira...
Meu irmão idiota havia bolado um plano ridículo para me
fazer voltar pra casa. Teria sido mais inteligente se eu não
tivesse ligeiramente atraído pela mulher que ele usou para ser
sua noiva. A mulher que tinha encantado minha família a tal
ponto que eles não estavam se importando com a mentira. E
eu era tão desprezível. Era tudo verdade. Eu só tinha
permanecido porque ele estava noivo e eu senti medo.
Ameaçado de perder a empresa e também perder meu irmão,
porque ele estando bem com uma mulher que o completasse,
que serventia eu teria?
Eu era tão pateticamente mimado que tratei todos tão mal
que eles sentiam tanta a minha falta como eu sentia deles. O
celular de Emmett tocou tirando o silencio da sala.
- Ela deixou um bilhete e todas as coisas? – perguntou
chateado. – Eu quero ir lá agora. Por que não? E quem te
garante isso? – perguntou irritado discutindo com Victória. –
Certo. Você tem toda razão.
- Ela está bem? – minha mãe perguntou
- Não sei. – respondeu
- Devemos ir atrás dela? – Jasper perguntou se
manifestando pela primeira vez.
- Não nenhum de nós. Só alguém. – Emmett respondeu
me olhando e abaixei a cabeça.
Eu abaixei minha cabeça desanimado tentando
reorganizar meus pensamentos, minha vida. Eu já sabia o que
fazer. O que devia fazer...
- Eu vou ficar. – disse baixo.
- Hã? – Alice chiou
- Eu vou ficar em casa. Não quero mais morar na
Inglaterra. Quero ficar em casa. – respondi e senti os braços
da minha mãe em mim.
- Nós sabemos querido. Seja bem vindo de volta ao nosso
lar. – sussurrou baixo me dando um beijo leve – Agora nós
vamos cear como deveríamos ter feito no último ano.
- E quanto a Bella? – Alice perguntou amuada me
lançando seu olhar maligno.
- Vai chegar o tempo certo. – Meu pai respondeu pegando
a mão dela, conduzindo até a mesa com Jasper.
Eu e Emmett ficamos olhando um para o outro durante
um bom tempo, até que ele se levantou e sorriu.
- Vem aqui moleque. – chamou-me do mesmo jeito que
fazia comigo quando éramos menores. Atravessei a sala e
abracei meu irmão. Meu melhor amigo. – Eu senti sua falta.
- Eu também. Desculpe.
- Agora me solta. – empurrou-me rindo – A próxima vez
que gritar comigo, eu vou te dar muita porrada. – bateu na
minha nuca indo até a mesa.
Nós ceamos naquela noite como fazíamos desde
pequeno, foi difícil empurrar o sentimento que ela estava
fazendo falta, mas eu me recusava a pensar em Bella naquele
momento. Eu queria sentir ódio dela saber os meus desejos e
fraquezas e ainda assim, continuou mentindo pra mim. Eu
queria me sentir magoado porque quando estive prestes a
tocar seus lábios, eu pedi uma resposta e ela simplesmente
se afastou. Eu queria odiá-la, mas tudo que meu coração
gritava era um sentimento novo. Um desejo intenso de que
agora nós não tínhamos impedimento nenhum para estarmos
juntos.
Eu podia tocar em seu corpo sem achar que estava
traindo meu irmão. Eu podia desejar beijar seus lábios sem
me sentir um miserável filho da puta e ainda por cima queria
ter repulsa de mim mesmo por todos esses sentimentos, mas
nada negativo a Bella vinha. Eu não sabia o que fazer. Ela foi
embora sem me dar tchau e não tinha a mínima ideia se a
reciproca era verdadeira.
O natal passou e nós trocamos presentes e eu ainda não
sabia o que fazer. Todos tinham ficados emocionados com as
ideias que foram exclusivamente dela. Os jogos, as cartas, o
álbum de fotos, os doces, o tabuleiro dos sonhos e todas as
outras coisas. Ninguém mais expressou a falta dela, talvez
eles estivessem me dando esse tempo para compreender o
quão idiota era por tê-la deixado ir. Eu estava apaixonado sem
saber se ela me amava.
Nós estávamos no meio do almoço depois do natal
sozinhos ainda em família e Emmett estava insuportavelmente
contando piadas. A campainha tocou e como era o único
próximo a entrada, abri a porta dando de cara com uma mulher
loira extremamente bonita com uma expressão confusa.
- Olá? Bella Swan se encontra? – perguntou-me com um
sotaque francês.
- Não. Bella não mora aqui. – respondi engolindo aquela
queimação no estomago que sentia toda vez que dizia o nome
dela em voz alta.
- Eu sou Rosalie Hale. – disse depois de respirar fundo –
Ela pediu que eu viesse aqui, neste endereço hoje para
encontrar com Emmett. Ele está aqui?
- Sim. – respondi rápido. Ela era a famosa Rose francesa
que Emmett contou no natal depois de toda confusão – Entre,
por favor. – pedi conduzindo-a até a sala onde a gargalhada
de Emmett soava alto. – Emm, visita.
Emmett parou de rir para olhar quem era e quando viu
quis gravar sua expressão idiota olhando com adoração para
a mulher que me acompanhava. Ele abriu um largo sorriso e
atravessou a sala em dois passos, erguendo a loira no aperto.
- Eu senti tanta a sua falta. – ela sussurrou emocionada –
Espero que você possa me perdoar. Bella foi tão dura comigo
no telefone e ela tinha razão. Eu amo você Emmett e se ainda
me quiser, eu quero casar com você. – falou em meio as
lágrimas. – Eu só estava com medo porque não tenho a
mínima ideia do que é ter uma família.
- Shh... – Emmett colou os lábios dela. – Eu quero sim
casar com você e nós podemos descobrir isso juntos. –
sussurrou e perdi as forças da minha perna.
Minha família inteira estava emocionada e em êxtase com
a demonstração de afeto de Rosalie e Emmett. Os dois
ficaram completamente embolados em um só durante um
tempo, conversando e acertando ponteiros. Toda vez que o
nome de Bella era mencionado, meu coração parecia que ia
explodir. Emmett contou a história em detalhes e Rosalie
contou não só a ele, mas a todos que Bella ligou durante a
noite de natal sendo completamente dura e brigona com ela.
Foi engraçado ouvir com detalhes e do jeito que a baixinha era
petulante, eu não duvidei.
Ela deu presentes de natal a todos. Ela me devolveu a
família e entregou a Emmett sua ursinha francesa. E o que eu
havia dado a ela?
Não passou despercebido por mim que Victória e Alice
tinham contato com ela, mas ninguém me contou exatamente
o que estava acontecendo. Cheguei a ouvir uma conversa de
Emmett com meu pai que ela iria voltar a trabalhar em breve
e que ele queria arrumar um novo emprego que ela pudesse
sair da sua antiga casa, ganhar mais... E quando eles viram
que eu prestava atenção, mudaram o rumo da conversa sem
se preocupar em disfarçar.
Alice cochichou com Rosalie como era Bella e parecia
que era de proposito. Tudo ao meu redor indicava Bella,
cheirava Bella, gritava Bella e merda o que eu ia fazer? Ia
chegar na porta dela e dizer que estava apaixonado? Se ela
dissesse que não? Ela foi embora. Preferiu voltar para a vida
sozinha ao invés de me contar a verdade! Merda! Mais cedo
ou mais tarde iria descobrir a verdade.
- Edward? – Emmett chamou-me tirando algo do seu
bolso. - Encontrei isto em casa. – entregou-me o cordão de
Bella. Observei a forma dos corações batendo um no outro e
Rosalie sorriu ao vê-los.
- Alguém pelo amor de Deus me leva até Bella? – Rose
ordenou puxando o casaco e percebi que aquela ali era tão da
família que não se dava conta. Só um Cullen chega sendo
petulante com alguém. E eu só queria do meu lado uma
baixinha raivosa capaz de mandar em mim.
Eu já sabia o que fazer.

Capítulo 7

Two Is Better Than One


x ficou miando a noite inteiro provavelmente muito mal
acostumado com o quentinho do apartamento de Emmett.
Tirei as roupas caras, esquentei a agua para tomar banho e
vesti meus moletons velhos sem nenhum pingo de saudade.
Encolhi-me na cama com meus lençóis gélidos e deixei que
toda dor presa no meu peito saísse em forma de lágrimas.
Tudo o que mais doía era a imagem de Edward me olhando,
pedindo uma resposta que eu não podia dar.
Mesmo que ele soubesse da mentira. Eu ainda seria a
menina da bilheteria e ele um mega empresário em potencial.
Nós pertencíamos a mundos diferentes. Eu nunca ficaria a
altura de Edward. Ele era um homem extremamente perfeito
pra mim. De um jeito que ninguém nesse mundo seria capaz
de compreender.
Meu corpo estava dolorido em muitas partes. Só que meu
coração era completamente um pedaço de pano puído. Estava
esmigalhado. Quebrado depois de tanta porrada e a pessoa
que o machucou foi eu mesma. E tudo por ser tão ingênua a
querer um natal acompanhada por alguém e acabei me
apaixonando incondicionalmente por uma família.
Eu quis saber desesperadamente o que eu fiz para Deus
ou qualquer coisa para alguém no mundo para ser condenada
a isso. A uma vida de dor. De sofrimento e solidão. Para todos
os lados no qual me movo sempre há um espinho pronto para
me furar. Sempre há uma adaga para atravessar meu
coração.
Max subiu na cama e aninhou entre meus braços porque
realmente estava muito frio dentro de casa. Talvez mais frio
que do lado de fora. Comecei a murmurar na escuridão que ia
passar. Eu garantia que o frio ia passar... Meu coração eu
tinha absoluta certeza que nunca mais bateria da mesma
forma. Não depois de Edward. Não depois de tudo.
Passei a noite em claro com os olhos doendo muito de
tanto chorar. Eu não sabia mais se depois de amanhã, quando
voltasse ao trabalho seria capaz de continuar tudo do mesmo
jeito que antes. Não foi um sonho. Não foi uma viagem na
maionese. Foi tudo muito real.
O toque de Edward foi real. O cheiro dele foi real. O
abraço dele foi real. Igualmente com sua arrogância,
prepotência, inteligente, carinho, gentileza, cavalheirismo...
Só ele podia ser um misto de personalidades ao mesmo
tempo. Só ele podia ser completamente imperfeito,
perfeitamente pra mim. Edward era mais que real no meu
coração.
Isso tudo parecia mais confuso ainda porque como eu
podia ter me apegado tanto a um homem que foi grosseiro,
irritante e petulante comigo? Só que ele era tão... Bom. A alma
dele é boa. O coração dele mais ainda. Será que só consegui
enxergar isso?
Eu tinha que aceitar. Vivi sete dias ao lado de Edward e
agora… Estava sozinha novamente.
De manhã cedo alguém bateu na minha porta o que me
fez encolher mais ainda na cama sem o mínimo desejo de sair.
Era o primeiro natal que eu realmente me senti indesejada no
mundo. Os outros eu simplesmente aceitei a morte dos meus
pais, do meu tio Billy e de qualquer outro parente. Aceitei
minha solidão e minha vida medíocre. Só que esse... Eu
conheci os Cullen.
Eu conheci Alice e sua imperatividade, Esme e seu amor
incondicional, Carlisle e sua compreensão, Emmett e sua
amizade verdadeira e Edward. Edward e seu encanto sombrio
complemente hipnotizador. Edward e seu abraço perfeito.
Edward e sua mão bonita. Edward e seus cabelos
desgrenhados. Edward e seus lábios vermelhos e doces...
Até mesmo Victória e sua frieza implacável era boa pra
mim. Até Jasper que só vi duas vezes iria me fazer falta. Eu
me apeguei a todos eles como se eu realmente um dia fosse
fazer parte da família.
Eu não sabia como deixa-los ir.
A pessoa continuou a bater descontroladamente na porta
e Max miou até que eu levantasse. Arrastei meus pés pela
escada velha rangendo irritantemente e abri a porta sem me
incomodar em ver quem era. Meus olhos se abriram mais
quando eu vi os lustrosos cabelos vermelhos de Victória
sacudirem com o vento. Ela estava completamente
agasalhada com várias sacolas na mão.
- Tentei encontrar um gorro vermelho para simplesmente
parecer mamãe Noel, mas não deu tempo. – sorriu e por cima
do seu ombro vi um guincho deixar minha velha picape na
frente da minha casa.
- Obrigada. – agradeci já chorando. – Você sabe que não
precisava se dar ao trabalho. – completei e ela me puxou para
um abraço desajeitado. Imaginei que ela não estava muito
acostumada em abraçar pessoas.
- Eu vim tomar café de natal com você. – comentou
entrando e indo em direção a mesa na cozinha, tirando várias
coisas pondo na mesa sem minha autorização. – Eu sei que
não sou eu quem você quer ver, mas será divertido, não é
Max? – tirou um saquinho de biscoito para gatos.
Victória não citou o nome de nenhum dos Cullen. Ela
simplesmente conversou comigo, me deu conselhos e disse
levemente que Emmett tinha grandes planos pra mim, mas
ignorei. Eu não podia simplesmente ouvir. Eu bloqueie todas
as imagens e lembranças para não criar esperanças. Ela
percebeu minha atitude e me acompanhou em uma conversa
fácil sobre qualquer coisa sem importância.
- Não hesite em me ligar. Nós nos veremos muito em
breve. – disse-me dando um beijo rápido.
Em parte eu estava muito feliz por ela ter vindo,
praticamente atravessado a cidade para vir me ver para
passar a manhã de natal ao meu lado. Alguém que estava com
o coração completamente esmigalhado pela vida. Ela deixou
duas sacolas com presentes que fiquei sem coragem de abrir,
até mesmo quando se foi na promessa de voltar na manhã
seguinte.
Quando Victória foi embora, eu estava sem aquela
sensação aquecida de ter uma amiga ao meu lado e me vi
entregue as lembranças dos sete dias que me apaixonei por
Edward. O dia passou com que eu continuasse no sofá
olhando pra frente sem ânimo para nada. Eu queria saber se
a essa hora Rosalie já estava vindo da França para
reconquistar Emmett. Amanhã a essa altura iria chegar aqui.
Finalmente Emmett descobriria qual seria meu presente de
natal.
Um pequeno sorriso brotou nos meus lábios quando
pensei no meu amigo enorme. Ele definitivamente iria levar
por toda minha vida. Meu imenso urso de pelúcia. Eu fui dormir
com dor de cabeça porque estava triste novamente. Max
aninhou-se novamente em meus braços e tudo pareceu mais
frio que ontem.
As cinco horas da manhã eu estava bebendo um chá
quente já pronta para ir embora para estação. Como
prometido, o carro de Victória estava ali.
- Alguém mandou-lhe entregar isto. – esticou um copo de
chocolate quente com uma barrinha de chocolate da marca –
Ele está louco para lhe ver. – sorriu e meus olhos
lacrimejaram. – Bella, por favor, você precisa superar isso.
Sozinha ou não, você precisa seguir em frente.
Pensei em infinitas respostas que eu pudesse dar.
Victória não merecia nenhuma resposta má criada que se
formou na minha língua. Só que eu não sabia se tinha como
superar. Engoli minhas respostas e meu choro, apenas sequei
as lágrimas e dei meu sorrisinho confiante. Eu estava naquele
meu estado morto vivo quando entrei no carro e entrei na
minha picape em direção a estação. Também não me importei
com isso.
Emmett não viria tão cedo. Talvez ele não viesse nunca
mais. Joseph não se importou nenhum pouco com a minha
volta e ao menos se deu ao trabalho de saber se eu estava
bem depois de sofrer aquele atentado durante o trabalho.
Percebi que tinha um vidro novo, mas os cacos de vidro e meu
sangue ainda estavam por todo canto. Sentei no meu
banquinho e fiquei com a cabeça debruçada só contando as
moedas e entregando um ticket.
Um dia inteiro se passou sem que meu estado de humor
voltasse se é que um dia estivesse com um estado saudável.
Era noite quando voltei para casa e encontrei um porshe
amarelo estacionado na porta da minha casa e uma coisa
pequena de cabelos curtos vir saltitando e me abraçar tão
apertado que fiquei sem ar.
- Você não deveria ter ido embora assim. – Alice chiou
me apertando mais ainda – O natal não foi o mesmo sem você,
Bella. Você é da família.
Eu engoli meu soluço, mas as lágrimas foram escorrendo
sem pena pelo meu rosto. Novamente tapei meus ouvidos
para não ouvir aquilo. Quando eles desistissem de mim,
continuassem com suas vidas, a Bella, a menina da bilheteria
nunca faria parte de um deles. Convidei Alice para entrar
comigo e não resisti ao impulso de abraça-la ainda mais
apertado. Aquela baixinha seria inesquecível... Assim como
todos os outros.
- Nós estamos sentindo sua falta. – comentou triste e
quase perguntei “Nós quem?” – Você está tão triste, Bella...
- Às vezes é inevitável não me fazer chorar. – respondi
baixo um pouco envergonhada.
- Você não podia ter ido embora, Bella. Nós já sabíamos
que você não era a noiva de verdade de Emmett. – comentou
e me encolhi no banco – Quer dizer, nem todos. – completou
mais baixo e meu peito doeu com a menção de Edward estar
seriamente magoado comigo. – Só que nós resolvemos te
amar mesmo assim... Emm nunca faz nada sem um bom
motivo. Ele é bem idiota, mas tem bom coração.
- Eu sinto muito por isso. Sinto muito mesmo. – sussurrei
- Não. Você não pode sentir muito por ter entrado em
nossas vidas e sim ter ido embora durante o natal. – retrucou
cruzando os braços. – Não foi a mesma coisa sem você. Seus
presentes ainda estão embaixo da árvore para o momento que
você retornar.
- Isso não vai acontecer, Alice.
- Vai sim. Eu vejo. – cortou-me de um jeito autoritário que
era a cópia fiel de Edward. Ela era uma adolescente
impossível. Só que essa menção de voltar e as coisas
aparentemente voltassem ao normal não era bem o que queria
ouvir porque sabia que não ia acontecer. - Só um minuto. Isto
é pra você. – entregou-me seu celular tocando.
- Eu te amo com todas as minhas forças. – Emmett berrou
do outro lado – Apesar de estar muito puto com você.
- Não força a barra. – brinquei – Nós nos veremos todos
os dias se você voltar a pegar o metrô.
- Não será o metrô que me fará lhe ver. Nós temos um
laço eterno, como por exemplo, a minha noiva Rosalie exige
sua presença como nossa madrinha. – completou e eu gritei
no telefone.
- Ela veio? – perguntei chorosa meio alegre. Alice tinha
um sorriso exultante no rosto.
- Sim. Hoje, no almoço. – respondeu-me – Obrigada
Bella. Nós temos que nos encontrar para você conhece-la.
- Ficaria extremamente honrada. – engoli o choro.
Desliguei o celular empurrando aquele sentimento
duvidoso. Era melhor que eles me deixassem agora do que
quando eu realmente começasse a acreditar. Alice ficou
comigo até quase tarde da noite, ela quis contar do natal, mas
mudei de assunto. Eu sabia se queria saber da decisão de
Edward de ficar ou não.
Estando na Inglaterra nós teríamos quilômetros de
distancia nos separando, mas e aqui em Manhattan? O que
realmente nos separaria se eu era a primeira em acreditar nos
contos de fadas?
Depois me alimentar, tomar um banho rápido porque a
agua ficou fria, eu e Max deitamos na cama do mesmo jeito
que a minha vida era antes. Fria e vazia.
Fiquei pensando no quanto Emmett devia estar feliz com
sua Rosalie aqui. Espero que ela tenha vindo para ficar como
praticamente ordenei no telefone. Eu adormeci pouco tempo
depois para acordar no meio da noite tremendo de frio.
Arrastei-me para o trabalho e alguém teve a decência de
limpar a cabine. Sentei no meu banquinho, tirei Razão e
Sensibilidade da bolsa e comecei a minha rotina de contar
moedas por toda manhã e entregar tickets sem ao menos
olhar para as pessoas que passavam por mim. Perto da hora
do almoço puxei o livro porque o horário ficava mais lento e
vazio na estação.
Eu comecei a formular soluções de deixar que a parcela
dos Cullen na minha vida bem pequena. Pensei em buscar um
curso público. Procurar os filhos do Tio Billy. Arrumar outro
emprego em um local mais seguro e movimentado, quem sabe
assim conheceria outras pessoas. Talvez se a minha vida
tomasse um rumo ocupado a minha mente deixaria de
fantasiar uma vida com os Cullen.
Ouvi o barulho de alguém se aproximar, mas quando fui
puxar a moeda era um cordão um tanto familiar. Seus aros
desenhados com dois corações pendurados. Um com
pequenas pedras brilhantes e outro de diamante puro
brilharam no pequeno espaço, refletindo contra o vidro e meu
rosto. Acompanhei a ponta dos dedos compridos e brancos
que pousavam levemente segurando a outra ponta do cordão.
Seu braço estava apoiado no balcão e meus olhos
subiram lentamente a linha do seu corpo, até chegar ao queixo
quadrado curvado em um sorriso torto adorável. Edward
estava com os olhos verdes brilhantes de um jeitinho que só
ele sabia fazer. De um jeito arrogantemente doce que me
deixava hipnotizada. Como não consegui obter nenhuma
reação olhando-o, um novo barulho chiou no vão e um anel
solitário caiu do lado do cordão.
- Eu acho que seu dedo anelar está sentindo falta do anel
pertencente a um Cullen. – Edward sorriu arrogante – O certo,
desta vez. – completou mais alto - E esse cordão com o meu
coração precisa estar no pescoço da dona certa. – completou
com um sorriso torto.
Petulante. Eu sorri. Era Edward. Meu peito ia explodir. Era
Edward. Ele veio. Era Edward.
Não sei quantas emoções passaram por mim naquele
momento. Era um misto de alegria, vontade de chorar, gritar,
correr, dançar e de chorar de novo, me encolher no canto e
pular no seu pescoço. Edward estava ali, parado na minha
frente, do outro lado do vidro com aquele jeito irritante,
completamente adorável. Ele tinha vindo até a mim, ele sabia
da verdade e estava ali por mim. Por nós dois. Foi como se
meu coração estivesse batendo da maneira correta
novamente.
Ele não foi embora.
Sai do balcão e pulei em seu pescoço. Foram só dois dias
e parecia que havia passado dois anos. Nós dois ficamos ali
abraçados enquanto uma enorme fila se formou esperando
seus tickets de viagem. Edward colocou o cordão com os
corações e o anel no meu pescoço e beijou minha testa. Seus
olhos me transmitiam diversão, saudade, carinho, atenção,
admiração e desejo. Eu estava no meu lugar certo no mundo.
- Swan! Vá trabalhar! – Joseph gritou do andar superior.
- Não grite com a minha namorada. – Edward gritou de
volta com aquele tom de voz grosso e olhar mortal – Pegue
suas coisas. Vamos sair daqui. – disse-me baixo.
- Não, aqui é meu emprego.
- O que? Aqui? Pra ser assaltada de novo? Não mesmo.
– retrucou arrogante entrando no balcão puxando minha bolsa
e livro. – Uma Cullen não se expõe a perigos. – disse
confiante. Como eu fosse uma.
- Edward... Você não pode vir aqui e me tirar do trabalho
assim. – bati o pé fingindo não estar adorando seu resgate.
- Eu acabei de te pedir em namoro. – argumentou
chocado.
- Não Edward. Você está fazendo errado... – revirei meus
olhos – Você precisa me pedir, aí eu vou aceitar e depois você
me beija.
- Bella Swan, você quer namorar comigo? – perguntou
alto e confiante. Algumas mulheres da fila suspiraram.
- Sim, eu quero. – respondi corando furiosamente;
Edward abriu um sorriso lindo e encurtou o espaço entre
nós dois, sua mão veio parar na minha cintura puxando-me
para mais perto, dando seu sorriso torto e não precisei respirar
uma segunda vez para sentir seus lábios tocando os meus
com tanto desejo e carinho que me senti tonta. Eu já tinha
encontrado meu lugar no mundo.
- Agora, nós podemos sair daqui? – perguntou escovando
seus lábios no meu. – Para nunca mais voltar, é claro. – olhou
com desdém ao meu redor.
- Nós precisamos conversar, Edward. – falei com uma
gota de sensatez
- Nós teremos tempo. Só que agora a minha família deve
estar tendo uma crise se não chegar com você. – sorriu me
puxando para fora da estação.
Eu deixei que ele me rebocasse porque tinha certeza de
que era um sonho. Eu não estava acreditando que Edward
havia me beijado e estava me levando para sua casa
encontrar com sua família. Era surreal. Sua mão entrelaçou
com a minha durante todo caminho e abriu a porta do carro
pra mim.
Ele havia voltado. Ele estava ali do meu lado.
- Eu quero te pedir desculpas por ter sido tão ignorante
com você. – falou de repente. Ele era difícil com suas emoções
e nunca sabia a hora certa de expressar, então deixei que ele
falasse do seu modo. - Eu estava tão confuso. Você era a
noiva do meu irmão perfeita pra mim e tudo que eu queria era
simplesmente você. Eu voltei pela empresa e encontrei você.
- Não peça desculpas. – falei angustiada – Não seja
altruísta comigo. Eu errei. Eu menti pra você, mas Emmett
queria tanto você de volta que se contasse, o que você faria?
Iria embora de novo...
- Iria. Eu entendo tudo. Eu entendi o plano de Emmett e
vi o quanto estava sendo idiota com a minha família. – pegou
minha mão e a beijou. – Eu fiquei confuso... Eu não sabia se
tudo fazia parte do plano...
- Tudo o quê? Me apaixonar por você? – perguntei baixo
escondendo meu rosto.
- Eu não sabia exatamente o que fazer. Ao mesmo tempo
em que precisava ficar com a minha família eu queria saber
se podia ir atrás de você. – sussurrou e fiquei realmente
surpresa porque ele estava se abrindo comigo. Realmente
contando o que sentia.
-Edward. Foram só dois dias. – cortei rindo. Foram dois
dias que eu me autocondenei a solidão e chorei horrores, mas
por incrível que pareça estar com ele ali do meu lado anulava
qualquer tipo de memória ruim.
- Foram dois dias que te deixaram com olheiras e bolsas
nos olhos. – retrucou cutucando minha bochecha. – Eu te fiz
sofrer com a minha demora.
- Eu tenho tendências a drama... – falei baixo.
- Eu quero que você saiba de uma coisa: Você agora tem
uma família e amigos, não que Victória seja muito legal, mas
ela gostou de você, então o que posso fazer? – sorriu e eu
senti vontade de abraçá-lo apertado, mas seu motorista abriu
a porta indicando que havíamos chegado. – Isso não termina
aqui, eu prometo.
- Tudo bem. – sorri quando ele puxou minha mão para
sair do carro. Ele não a soltou conforme subíamos as escadas
de casa. Assim que entramos, Emmett veio correndo na minha
direção, me puxando para um aperto enorme que minhas
costelas doeram muito.
- Devagar Emmett. – Esme gritou do outro lado da sala e
eu gargalhei.
- Seja bem vinda de volta irmãzinha. – Emmett beijou
minha bochecha.
- Obrigada Emm. – respondi com a voz embargada.
- Senti tanto sua falta, querida. – Esme me abraçou por
muito tempo – Você é muito especial para todos nós...
- Obrigada, Esme. – apertei ainda mais um pouco
aproveitando mais aquela sensação de ter um abraço materno
me envolvendo.
- Eu disse que você ia voltar. – Alice quicou na minha
frente me apertando forte. – Cunhadinha. – sussurrou no meu
ouvido e fiquei vermelha. Ela riu ainda mais com a mania
Cullen de deixar uma Bella envergonhada.
- É um imenso prazer ter você de volta, Bella. – Carlisle
me abraçou apertado. – Por favor, não nos deixe novamente
sem a receita dos biscoitos! – brincou e todos gritaram o
repreendendo, mas eu sabia que estava brincando. Era o jeito
dele de me fazer especial.
- Bom, eu quero te apresentar alguém. – Emmett limpou
a garganta e senti a mão de Edward segurar minha cintura de
forma possessiva. Não acreditei que ele realmente estivesse
com ciúmes do irmão dele.
Emmett puxou uma mulher loira linda do canto da sala.
Seus lindos cabelos loiros caiam em cascatas sobre os
ombros e seu vestido amarelo de inverno estava iluminando
ainda mais seus olhos azuis piscina e o sorriso de modelo de
creme dental. Ela era muito mais bonita que eu imaginava.
Rosalie me olhou insegura com um sorriso tímido, mas uma
felicidade imensa dela estar ali nos fez dar um passo a frente
automaticamente. A segunda coisa que fiz foi aceitar seu
abraço apertado.
- Finalmente você veio. – sussurrei emocionada. –
Esperei muito por esse dia.
- Obrigada, Bella. Obrigada por não me fazer sentir
sozinha nesse mundo. Obrigada por me fazer enxergar
Emmett novamente. – sussurrou e nós ficamos abraçadas
ainda durante um bom tempo. Eu sabia que independente do
que realmente acontecesse, Rosalie seria minha amiga para
sempre.
Nós tínhamos muito em comum para deixar passar. Nós
duas éramos mulheres sozinhas que estavam sendo
acolhidas pelos Cullen. Nós duas ainda tínhamos a
possibilidade de terminarmos sozinhas... Quer dizer, agora
uma com a outra.
Depois que nos separamos secando as lágrimas foi a vez
de Jasper, com todo seu sem jeito engraçado vir me abraçar
com cuidado. Ele era enorme para ter só 18 anos, mas não
deixava de ter um jeitinho adolescente.
- Bom, está tudo pronto. – Esme retornou a sala.
- Tudo o quê? – perguntei confusa.
- A ceia oficial de natal dos Cullen no ano de 2010. –
Carlisle respondeu e Edward segurou minha mão
entrelaçando com a dele e me levou até a sala de jantar onde
tinha uma enorme mesa decorada com coisas de natal. Com
todos os pratos típicos de natal. – Agora a família está
completa com Rosalie e Bella. – completou e meus olhos se
encheram de lágrimas.
- Minha vida não seria a mesma sem você. – Edward
sussurrou no pé do meu ouvido – Assim como a vida da minha
família.
Emocionada demais para falar qualquer coisa, meu
coração batia tão forte no peito que me senti quase sem ar.
Abracei Edward o mais apertado que consegui e deixei que as
minhas lágrimas escorressem quando ele me beijou com
cuidado e carinho ali na frente da família inteira. Foi estranho
não sentir aquela sensação de solidão e abandono, mas eu
estava cem por cento certa que além de nunca mais senti-la,
eu não sentiria saudades.
Eu tinha uma família. Eu tinha amigos. Eu tenho Edward
agora.

Capítulo 8

2º Temporada - Signal Fire

Ontem foi a mais linda da minha vida até hoje. Nós ceamos
várias especiarias preparadas por Esme. Não dava para
perceber que ficou tanto tempo sem cozinhar. Foi incrível ouvir
e contar histórias natalinas para mais gente que acreditava na
magia do natal. Uma sensação quentinha no peito que é
irresistível. Mais ainda foi sentir Edward perto de mim a noite
inteira... Isso era completamente diferente do que estava
acostumada. Eu parei de querer chorar logo depois do jantar
e fiquei só em sorrisos.
Emmett estava realmente radiante com sua ursinha
francesa. Rosalie era um amor, bom, por enquanto ainda era.
Sua beleza fazia minha autoestima ir para o ralo, fiz uma nota
mental de me arrumar mais quando saísse com ela. Ficou
muito tarde e Edward se recusou a me levar em casa e meu
carro estava no estacionamento da estação. Eu dormi lá – no
quarto de hospedes com uma cama maravilhosa - e agora
estava a caminho da estação com Alice e meu novo celular,
presente dela, é claro.
Edward e eu ainda não tínhamos nos falado depois de
ontem, mas eu sabia que tudo estava a caminhar para ficar
bem. Eu não iria pensar nisso, tinha que recuperar meu
emprego urgentemente. Joseph precisava compreender que
o amor da minha vida me resgatou da torre do mal. Ok, talvez
ele não gostasse que referisse sua cabine como maligna, mas
o salário dele era importante pra mim.
- Tem certeza que Edward sabe que você está vindo
aqui? – perguntou-me preocupada em se meter em
problemas. – Bella, você sabe que não precisa mais trabalhar
na sua vida, não sabe? – perguntou preocupada e fingi que
não ouvi. Essa era boa.
- Tenho. – menti dando um beijo na sua bochecha –
Edward não vai reclamar, confie. – completei pulando do carro
em direção as escadas subterrâneas sem querer saber sua
reação.
Foi pior do que imaginava. Joseph obviamente não me
aceitou de volta e com a mente cheia arrastei meus pés até o
estacionamento fui para casa, parando no jornaleiro para
comprar os classificados e procurar algo novo. Procurei não
culpar Edward por isso, mas se ele ao menos tivesse
aparecido no fim do expediente...
Cheguei em casa e Max estava enlouquecido de fome.
Fiquei com tanta raiva de mim mesma que dei sua comida em
meu colo. Fiquei afagando meu bichano com a mente longe.
Ainda era muita informação para processar. Um dia apenas e
tudo parecia mais de cabeça pra baixo que antes. Empurrei
aquelas pensamentos de lado e comecei a riscar os
classificados e a maioria pedia cursos adicionais. Encontrei
uma vaga para repositor de mercadorias em um hipermercado
no centro de Manhattan.
- Max, comporte-se. Prometo voltar desta vez. – afaguei
suas orelhas e fechei a casa. O ar gelado bateu no meu rosto
e me escondi no meu novo casaco quentinho dado por
Victória. Aproveitei que muitas pessoas não estavam saindo
por estar frio e ser fim de ano e me deliciei com o trânsito livre,
chegando rápido até meu destino.
O estacionamento estava bem vazio e no balcão uma
menina simpática me levou até a sala do gerente. Ela disse
que ninguém tinha se candidatado por ser fim de ano e por
isso tinha grandes chances. Seu nome era Lauren Mallory e
se apresentou como secretária do Riley Bears. Ele era bem
bonito e foi extremamente simpático comigo.
- Isabella, nós estamos com poucos e gostei muito de
você. James não vai se opor a minha decisão. – disse
confiante e seu sorriso era genuinamente confiante.
- Quem é James? – perguntei debilmente com a minha
sorte extraordinária. Ganhei um namorado, perdi um emprego
e ganhei outro. Meu inferno astral poderia ter acabado de vez,
já que ele durou 15 anos.
- Ele é o dono, sempre está por aqui. – sorriu torto. – Bom,
o que acha de começar na quinta-feira? Até lá consigo seu
uniforme e crachá.
- Tudo bem por mim. – sorri agradecida.
- Você pode deixar suas medidas com Lauren? –
perguntou-me sem graça.
- Claro. – respondi confiante. – Obrigada pela
oportunidade, Sr. Riley. – estendi minha mão e ele apertou
rindo.
- Nada de Senhor, e sim, só Riley. – corrigiu. Ele não era
mais velho que eu. Disso eu tinha certeza.
- Então, só Bella. Até quinta. – despedi-me saindo de sua
sala quentinha, procurando por Lauren no mercado. Não
demorei muito informando meu tamanho e numero de
calçados. O uniforme era uma blusa de gola polo com o
símbolo do mercado bem pequeno, calça jeans e tênis branco.
Não era de um todo tão ruim.
Meu novo celular estava tocando e ganhei olhares furtivos
no mercado porque até compreender que era o meu, ele irritou
bastante gente. Era outra coisa que ainda precisaria me
acostumar.
- Onde você está? – Edward perguntou com uma voz
arrastada de sono. – Nós fomos dormir as três horas da
manhã e você conseguiu sair da cama antes das nove? –
completou manhoso. Eu fiquei em silencio só me deliciando
com o doce som da sua voz.
- Estava tentando recuperar meu emprego. – respondi
rindo um pouco – Pensei que se chegasse no horário hoje iria
conseguir.
- Eu disse que a gente não ia voltar mais lá. – falou seco
e prendi a risada. Era essa reação que esperava – Ele te
aceitou de volta? Você está na estação? – perguntou
resmungando.
- Não. – falei baixo forçando um suspiro. Eu queria saber
se Edward sentiria uma mínima gota de culpa. Principalmente
que Joseph disse que tinha um namorado para gritar por mim.
Não era bem assim.
- Que bom. – disse rindo e uma vontade crescente de
gritar me ocorreu, mas engoli. Edward não se sentiria culpado
por isso. – Você não precisa trabalhar mesmo.
- Tchau Edward.
- Espera! – gritou do outro lado. – Não é pra ficar
chateada, só aquele lugar não é pra você.
- E eu vou me sustentar como? - Retruquei mais alto.
- Você não. Eu sim. – disse secamente e aquilo começou
a me cansar. Bati a porta do carro com força – Está indo onde?
- Eu preciso trabalhar e nós não vamos conversar sobre
isso agora. – resmunguei – Estou indo para casa agora.
- Eu quero te ver. – disse mais baixo com aquele mesmo
tom de voz adorável. Minha raiva desapareceu e escorreguei
no banco ligeiramente derretida. – Volta pra cá. Está frio...
Estamos todos aqui e falta você.
- Não sei Edward, eu fiquei ontem aí...
- Não começa Bella... – cortou-me chateado. Da manha a
estupidez. Esse era Edward. Suspirei fundo sem realmente
saber o que fazer. – Vá pra casa, faça uma bolsa e arrume
Max. Estou saindo para te buscar. – disse e desligou o
telefone.
Fiquei um bom tempo olhando o aparelho sem reação,
mas quando o vidro do carro começou a criar gelo entendi que
era a minha deixa para ir embora.
Ao estacionar, um Volvo preto reluzente estava parado
bem na minha calçada. Entrei na garagem e passei para casa
por dentro dela. Dois segundos depois alguém bateu na porta
e era Edward encostado na soleira com aquela expressão de
poucos amigos. Dei passagem para entrar e Max veio se
aninhando nas pernas dele como se fossem amigos íntimos.
Edward o pegou, sentou no sofá e olhou no relógio.
Tudo bem que desde que nos falamos ele deveria estar
uma meia hora esperando do lado de fora, mas seu carro não
era desconfortável como o meu e tinha aquecedor. Como
sempre, reclamando de barriga cheia. Ele ficou com Max
enquanto estava no meu quarto escolhendo poucas coisas.
Todas as roupas que Emmett havia comprado pra mim estava
no armário do quarto que dormi essa noite, mas Esme não
falou nada.
- Estou pronta. – anunciei ao voltar a sala encontrando-o
vendo umas fotos minhas quando criança. – Não veja isso. –
pedi irritada puxando-o pra fora. Edward pegou um porta
retrato e colocou no casaco – Isso é furto, sabia?
- Você está muito bonitinha. – sorriu torto pegando Max e
entrelaçando nossas mãos até o carro. – Além do mais, eu
como seu namorado tenho o direito de ter fotos suas. –
completou beijando minha bochecha abrindo a porta pra mim.
Eu fiquei com um sorriso idiota pelo beijo, pelas mãos
dadas, pelo termo ‘namorada, namorada, namorada’ que
ficava martelando em minha cabeça como um papagaio de
pirata. Max ficou querendo testar a grossura do couro do carro
e isso me deu vontade de rir, mas tive a ligeira sensação que
Edward não queria que ele descobrisse a resposta.
Obviamente não iria permitir, mas já sabia mais uma coisa
dentre milhões que poderia irritá-lo em um dia comum.
Nós chegamos quinze minutos depois e meu rosto
pareceu congelar quando sai do carro e Edward entregou o
mesmo para o manobrista. Sim, ele era incapaz de entrar na
garagem e estacionar o próprio carro. Esme estava no hall
quando entrei e ela mandou soltar Max para ser feliz e correr
por aí, mas o que realmente aconteceu foi que ele encontrou
uma almofada quentinha perto da lareira, se embolou em si
mesmo e dormiu. Em menos de trinta segundos. Acho que não
mencionei que meu gato sofria de preguiça aguda.
- O nome dele tinha que ser Garfield – Esme sussurrou
como se não quisesse atrapalhar seu sono. Achei que para o
bem da minha sanidade – que já era pouca – não responder
seu comentário.
- Você disse que Edward não iria encrencar. – Alice
passou emburrada e virei fatalmente para Edward. Minha boca
se abriu em um O incrédulo.
- O que você fez com a sua irmã? – perguntei incrédula
- Tirei o cartão de créditos dela por não ter me avisado.
Ela é minha irmã e joga no meu time.
- Edward... Me dá. – estendi a mão abusadamente
franzindo meus olhos. Edward coçou a ponta do nariz e tirou
a carteira do bolso. – Nós não vamos ter essa conversa hoje
então, devolva a sua irmã.
Esme estava parada com um olhar incrédulo estampada
no rosto. Alice veio e puxou do irmão o cartão com uma careta
vencedora. Ganhei um olhar muito feio dele, mas não estava
me importando porque achei incrivelmente lindo. Eu dei meu
melhor sorriso de volta e uma piscadinha antes de seguir Alice
até a cozinha para fazer chocolates quentes e esperar o resto
da família retornar para o almoço.
- Eu consegui um emprego novo. – disse enquanto servia
chocolate nas canecas de porcelana lindíssimas.
- É? Lá na empresa? – a baixinha se animou e eu ri.
- Não. Em outro lugar e mais ninguém sabe, então, isso é
segredo nosso, ok?
- Nós temos segredos! – gritou com os olhos brilhando. –
Ops. Tudo bem. Segredo nosso. – sussurrou pegando a
bandeja. Fiquei momentaneamente preocupada se Alice seria
capaz de guardar algo se fosse ameaçada a ficar sem
compras. Não que o meu “segredo” fosse algo do estado
maior, mas só para eventualidades futuras.
Esme, Alice e eu ficamos conversando no chão da sala
até a porta se abrir e Rosalie com Emmett juntares a nós
sorridentes. Ninguém quis saber o motivo, seria prejudicial a
nossa sanidade mental. Depois de um bom período e com o
humor recuperado, Edward sentou atrás de mim e deitei minha
cabeça em seu peito conforme o mesmo me abraçava
apertado e cheirava meus cabelos.
Nós almoçamos juntos e ainda existia em mim aquela
sensação de sorrir como uma demente por isso. Por ter um
nós em um almoço em dia comum. Alice foi dormir depois do
almoço, na verdade todos foram só que Edward não tinha o
mínima vontade e não me deixou dormir. Até Max estava –
continuava, na verdade – dormindo. Achei isso muito injusto
que depois de dormir as três, acordar as cinco e levar meia
hora para tentar convencer Alice a me levar na estação –
porque eu saísse daquela casa sozinha, meu sexto sentindo
avisou que ficaria com sérios problemas. E não seria de
Edward.
- Eu vou ter que me separar de você. – resmungou
deitando a cabeça no sofá. –É injusto.
Foi então que a minha ficha caiu. Nós dormíamos em
quarto separados. Eu não podia e nem devia ficar no mesmo
quarto que ele porque não sabia o que Esme iria pensar, mas
eu queria muito dormir. Mais ainda que fosse com ele, apaguei
esse pensamento antes que escapulisse dos meus lábios.
- Edward, você não acha que devemos, tipo, conversar?
– comecei insegura sem olhá-lo.
- Eu acabo de tentar pedir para que você durma ao meu
lado e você quer conversar? – perguntou cético. Eu senti meu
rosto aquecer inutilmente. Em relacionamentos normais isso
era normal, mas eu não era normal e Edward principalmente.
– E eu acho que devíamos deixar rolar...
- Deixar rolar? – retorqui arqueando uma sobrancelha.
Edward abriu mais os olhos porque ele também estava com
sono.
- Eu também não sei como fazer dar certo. Eu só quero
estar com você. – respondeu-me colocando uma mecha do
meu cabelo atrás da orelha. Eu sorri satisfeita
momentaneamente com sua ideia e fechei os olhos para seu
afago. – Podemos dormir agora? – perguntou inseguro e
assenti aceitando de bom grado o aperto de sua mão.
- Sua mãe não vai achar estranho? – perguntei baixo na
escada.
- Porque ela acharia estranho? Alice dorme com Jasper
aqui em casa que é o maior absurdo de todos. – respondeu
rindo baixo abrindo a porta do quarto. Eu estava com calça
jeans, casaco e tudo era muito desconfortável, por isso
escapuli para o quarto de hospedes e coloquei uma calça de
moletom justa, blusa de flanela, meias e casaco quentinho.
Não era nada atraente porque seria bem impossível ficar
assim em um dia frio, mas era quente.
A casa inteira estava extremamente silenciosa quando
voltei ao quarto de Edward e ele também tinha roupas
confortáveis e um sorriso amável nos lábios. Eu estava
mortificada de vergonha, mas respirei fundo e deitei ao seu
lado mantendo uma distancia saudável. Edward me olhou de
lado, sorriu e me abraçou colando meu corpo com o dele. Nós
começamos a rir com o jeitinho desajeitado Bella de ser.
- Você foi embora hoje de manhã porque queria mesmo
trabalhar? – perguntou baixo enquanto brincava com uma
mecha do meu cabelo.
- Sim... Eu preciso me sustentar de alguma maneira. –
respondi tentando controlar minha expressão de obvio. Eu não
acreditava que precisaria desenhar isso para ele.
- Como assim? – perguntou confuso – Você é minha
namorada... –
- E o que uma coisa tem a ver com a outra? – retruquei
- Tem a ver que estou providenciando um cartão
adicional, um novo carro e outras coisas. Você não precisa
trabalhar. – disse com a expressão de obvio que eu queria
usar com ele poucos minutos atrás. Minha expressão se
fechou na mesma hora – Não é pra se irritar...
- Não? Você está propondo que fique em casa de pernas
para o ar gastando o seu dinheiro? – perguntei mais alto e ele
se encolheu no travesseiro. – É alguma brincadeira? - Minha
voz pareceu um gato miando, mas eu não podia me importar
com isso no momento. Eu queria esganar Edward em nosso
segundo dia de namoro. - Eu tenho pernas e braços. – disse
confiante. – Isso não tem cabimento, Edward. Eu posso ser
uma aproveitadora, sabia?
- Então seja, eu não me importo, eu quero você do meu
lado e esse é o meu ponto final. – disse secamente e dei sua
batalha vencida por enquanto porque meu coração se
desmanchou com sua declaração e minha carranca se
transformou em uma boba apaixonada.
- Edward, eu estou do seu lado agora e acho que não
quero mais discutir sobre isso. – suspirei deitando a cabeça
em seu peito.
- Adoro vencer. – beijou minha cabeça, depois a testa, o
nariz, a bochecha, o queixo e finalmente sorriu torto para meu
desespero de ter seus lábios contra os meus. Seu beijo
começou delicado, mas quando sua língua tocou meus lábios
pedindo passagem, enterrei meus dedos em seus sedosos
cabelos puxando seu rosto para mais perto.
Edward era o primeiro homem no qual tinha beijado na
vida. Eu nunca iria saber se estava fazendo certo, mas com
os lábios dele ali não podia me importar e ser infantil me
preocupando com isso. Era a encarnação do anjo sombrio
beijando os meus lábios em uma enorme cama king size cheio
de volúpia. Em parte comecei a ter pânico porque eu não sabia
se Edward sabia dos meus limites. E também não sabia se
nós teríamos essa conversa ou “deixaríamos rolar”.
Nós diminuímos o beijo e ele acariciou meu rosto como
se fosse a coisa mais importante do mundo. Seus lindos olhos
verdes brilhavam conforme sorria e beijava meu queixo.
- Você ainda não venceu, Edward. – murmurei debilmente
enquanto sentia sua mão espalmando minhas costas por
debaixo do casaco, mas sem entrar em contato com a minha
pele.
- Nós realmente vamos discutir sobre isso? – perguntou
entre beijos pelo rosto e pescoço.
- Não agora porque você está me seduzindo. Quando
estiver com a minha mente sã... – sussurrei e meus lábios
foram tomados pelos os dele novamente. – Não vou voltar
atrás... Vou voltar a trabalhar.
- Shiu, eu estou te beijando agora e não vou falar sobre
isso até seu carro e cartão chegarem. – sussurrou beijando
meu pescoço e um desejo crescente foi subindo pelas minhas
pernas que estavam emboladas com as dele de uma forma
estranha.
- É uma pena não ter forças para arremessar um carro
em você já que um cartão não vai te machucar. – falei meio
sem fôlego.
- Eu tenho meus meios a te convencer a aceitar. – sorriu
mordendo meu lábio inferior. – Só que nós vamos dormir. – riu
e eu ri mais ainda. – Todas as nossas discursões serão
assim?
- Definitivamente não, Edward. Eu ainda quero ser capaz
de gritar com você.
- Segundo dia de namoro e você dizendo que quer brigar
comigo. – resmungou
- Segundo dia de namoro e estou na mesma cama que
você. Fique feliz, feche os olhos me dê um beijo e durma. –
bocejei e ele riu me apertando em seus braços, puxando o
edredom quentíssimo pra cima de nós dois.
- Eu te adoro. – sussurrou e eu dormi antes mesmo de
responder. Oportunidade não iria faltar, é claro. Só do fato de
estar ali com ele provava pra mim mesma que naquele exato
momento era a mulher mais feliz do mundo.
Acordei três horas depois bem mais relaxada e Edward
dormia ao meu lado segurando minha cintura como se fosse
fugir. Eu ri da sua possessividade, mas pulei da cama ouvindo
vozes no andar inferior. Como ele era um dorminhoco de
marca maior, ficou na cama sem ainda dar falta. Fiz uma
aposta comigo mesma, é claro. Precisava saber até onde
afetava Edward como homem. Eu tinha 22 anos, mas não era
burra. Além de ser apaixonada pela alma de Edward eu o
desejava como homem. Tudo bem que não iria confessar isso
oralmente, mas esse pequeno detalhe da minha covardia e
vergonha não anulava minha excitação que senti no momento
que fui seduzida a aceitar seus mimos.
Eu não ia aceitar, principalmente se continuasse tentando
me convencer daquele jeito, mas ele não precisava saber
disso por enquanto.
Emmett tinha Rosalie ao seu lado com cara de sono e
Max em seu colo sendo apertado. Ele só podia ter síndrome
de Felícia para gostar tanto de apertar os animais. Alice estava
com Jasper foleando uns livros e folders no canto. Carlisle e
Esme estavam mais próximos a lareira com taças de vinho.
Cada um no seu mundinho e Edward nos braços de morfeu.
- Dorminhoca. – Rose sorriu dando espaço para sentar ao
seu lado. Carlisle entregou a Emmett uma taça de vinho pra
mim. Era delicioso. Esquentou meu peito que foi uma beleza.
– Cadê Edward? – perguntou-me mexendo em suas
cabeleiras douradas.
- O abandonado está aqui. – resmungou descendo as
escadas arrastando os pés com os cabelos mais bagunçados
ainda e o rosto todo adoravelmente amassado de sono. Meu
interior se contorceu em felicidade. - Obrigada por me deixar
sozinho. – completou jogando-se nas almofadas perto de mim.
Seu braço envolveu minha cintura e me obrigou a deitar ao
seu lado. – Eu te perdoaria se ganhasse dois beijos. – sorriu
e fiquei realmente surpresa pelo seu bom humor. De tudo, eu
imaginava que ele acordasse mal humorado já que qualquer
coisa pode irritá-lo.
- Dois? – entrei no jogo – Três e não falamos mais nisso.
- Fechado.
Nós voltamos a socializar com a família quando Alice
começou a contar sobre os cursos extras que sua escola
estava oferecendo. Eu me interessei por alguns e fiz uma nota
mental de apertar um pouquinho para poder fazê-los. Ela me
entregou alguns folders e as aulas começavam na primeira
semana do ano, antes das aulas voltar. Muitos dos alunos
iriam fazer já que era bom para o currículo da faculdade e
percebi que teria que correr se quisesse uma vaga.
- Você está livre amanhã, Bella? – Alice perguntou-me
depois que o assunto dos cursos tornou-se encerrado por
todos.
- Sim. Tenho o dia livre. – respondi tentando reprimir um
sorriso conspiratório. Ela não tinha falado nada para ninguém.
Fiquei feliz com isso. Muito. Edward percebeu nossa troca de
olhar – que não era proibida – e coçou a ponta do nariz
nervoso.
- Por que Bella não estaria livre amanhã? – perguntou,
mas sua pergunta foi veemente abafada com a risada
tranquila e doce de Rosalie.
- Nós teremos um dia de meninas amanhã e isso é tão
legal. Faz muito tempo que não passeio em shopping com
amigas. – comentou passando a mão em seus cabelos que
insistiam em cair no rosto.
- Eu espero que isso seja divertido. – assinalei fuzilando
Alice. Da primeira vez me deixou sozinha com Edward e eu
passei a maior parte do dia admirando sua beleza enquanto
ele quebrava a cabeça querendo agradar sua família.
Emmett tinha uma conversa profunda com Jasper e
Carlisle e percebi que Edward os fitava com curiosidade e
muito interesse. Apertei sua mão de leve e inclinei minha
cabeça para o lado encorajando-o. Recebi um olhar meio
inseguro de volta e reunindo toda ousadia que existia em mim,
dei um beijo de leve em seus lábios e outro na bochecha.
- Vai lá. Vai ser bom. – sussurrei beijando seu queixo
aproveitando que Alice, Esme e Rosalie conversavam
animadas deixando nos dois em um mundinho particular. Eu
podia ser egoísta e reivindica-lo só pra mim, mas as coisas
ainda não eram as mesmas de antes e seria preciso de um
tempo hábil para fazê-los se reajustarem novamente.
As meninas tinham um entusiasmo enorme para
encontrar o vestido perfeito para a enorme festa de ano novo
que seria dada por eles como todos os anos. Eu e Rosalie
trocamos olhares temerosos porque nós duas não
pertencíamos efetivamente a esse mundo. Mesmo tendo uma
condição minimamente mais elevada que eu, na França, ela
tinha uma pequena confeitaria. Embora não chegasse aos pés
do exagero dos Cullen.
- Acho que devíamos pedir pizza. – Esme comentou –
Esse vinho está uma delícia e é preciso de massas para
acompanhar.
- Hm, adoraria um ravióli. – Jasper comentou carente do
outro lado. Nós olhamos surpresas, exceto Alice. – O quê? É
massas. Meu radar capitou a conversa.
- Jasper tem certa tara pela Itália. – Alice comentou rindo.
– Bom, vou pegar o telefone daquele restaurante perto da
Time Square.
Emmett e Edward estavam combinando coisas referentes
ao trabalho amanhã e Carlisle tinha um sorriso babão cheio
de orgulho no rosto enquanto observava. Do corredor ouvi os
gritos de Alice com Jasper sobre as escolhas e Esme
preparava a mesa para a comida que se Alice parasse de
gritar e comprasse logo, chegaria em breve.
- Eles têm uma áurea diferente, não é? – Rose perguntou
baixo do meu lado. Max estava no meu colo se aninhando com
sono, novamente. – Algum tipo de magia que nos faz
apaixonar de primeira.
- É. Eles são hipnotizantes. – concordei com um suspiro
resignado. Eu queria ser menos atraída por eles. – Eu sinto
bem confortável aqui.
- É uma sensação aconchegante que aquece o peito. –
completou e assenti concordando.
...
Alice não tinha mãos. A baixinha desenvolveu alguma
espécie de garras bem afiadas e potentes para me arrastar
pelas lojas do shopping. Ela contou que o meu tinha sido
encomendado junto com o dela em uma grife que não quis
saber. Ela disse que não era presente dela e sim meu porque
seria passado no meu futuro cartão de crédito preto com
amarelo brilhante sem limites, palavras dela. Tomei a decisão
que desconhecia esse vestido e o cartão.
Nós ficamos a manha inteira no shopping. Na hora do
almoço Esme seguiu para a empresa nos deixando sozinhas
para almoçar na rua. Meus pés já demonstravam os primeiros
sinais de cansaços do dia, mas não reclamei. Estava sendo
muito divertido experimentar roupas e rir muito na companhia
das duas. Rosalie tinha palavras em inglês que trocava ou
dizia errado que nos colocam em situações muito engraçadas.
Fora o seu sotaque.
Quando sai de casa de manhã depois de ficar
completamente surpresa com o sono pesado que tive durante
toda noite e em ir dormir sozinha e acordar com um braço
pesado segurando minha cintura e um Edward desmaiado do
meu lado, com o rosto enterrado no meu pescoço. Ele avisou
meio sonolento que iria me ligar e achava bom que atendesse.
Eu suspeitava que a bipolaridade dele dependia de como
dormia e fiquei me achando que o bom humor dele fosse por
minha causa. Até que se provasse o contrário. Por isso levei
na esportiva seu aviso em meia as brincadeiras.
Estava completamente enganada. Edward me ligou em
torno de 20 vezes. Seria mais engraçado se ele não tivesse
aparecido no shopping com aquela mascara cavalheiro das
trevas que não me assustava e sim me deixava mais
apaixonada ainda.
Para não ficar tocando, coloquei meu celular no
silencioso. Seria chato e achava falta de educação estar
dentro de uma loja com um aparelho chamando sua atenção.
E eu esperava sentir vibrar. Sem contar que não tinha telefone
celular antes, então, seria bem provável que esqueceria da
existência dele durante muito tempo. Explicar isso pra ele se
tornou impossível e dispensável quando meu corpo foi
envolvido pelos seus lindos braços bem torneados e minha
boca foi tomada por um beijo carinhoso.
Dez minutos depois ele foi embora e advinha o que tinha
no meu bolso? Um cartão de créditos. Eu perguntei a Alice
como conseguiu tão rápido e a resposta foi tão óbvia que senti
vergonha de mim mesma. Eles eram donos da maior rede de
bancos dos Estados Unidos. Como ele conseguiu um cartão
rápido, Bella?
Parecia que tinha 10 Quilos na minha calça jeans e que
era uma tremenda criminosa, mas fiquei completamente
atordoada com ele me beijando que nem senti a mão dele
escorregar para minha bunda a fim de colocar o objeto não
grato. Não queria ser chata em insistir neste assunto, mas a
tendência maníaca de Edward em querer me dar o mundo
estava começando a me irritar.
Nós chegamos em casa tarde da noite e Carlisle não me
deixou ir embora. Ele argumentou e escondeu a chave de
casa. Seria como um sequestro. Edward chegou pouco tempo
depois e como cada uma estava fazendo sabe se lá o quê, me
vi sendo arrastada por ele até seu quarto e ficamos deitados
contando sobre o dia. Eu ri por ele não estar acostumado a
trabalhar com Emmett e afirmou que seu irmão era bagunceiro
demais para seu próprio bem.
Ocasionalmente nós começamos uma sessão de
amassos grátis que estava me enlouquecendo porque tudo –
exatamente tudo sem por vírgulas, pontos, acentos e
travessão – era novo pra mim. E tornava-se excitantemente
louco saber que eu estava vivendo um amasso que só via e
invejava na novela. Edward era altamente convidativo. Tudo
nele era interessante. As diferentes formas de beijos e mãos
também. Ele não tinha necessariamente encostado em algum
lugar dito proibido, mas era forte... Era um tipo de pegada forte
que terei de completar com um palavrão (pra caralho!).
Meu coração batia tão forte no peito que parecia que ia
explodir. Era um misto de tensão, prazer, nervosismo e alegria
de uma só vez no meu cérebro que estava realmente me
deixando louca. Não sabia que realmente era capaz de
provocar sensações no corpo de um homem e isso ficou
comprovado quando sem querer, rolamos na cama e eu senti
a ereção de Edward encostar em mim. Internamente eu surtei.
Não sei se foi de medo, alegria ou nervosismo, mas surtei.
Fisicamente meu próprio corpo me traiu não se retraindo.
A tensão quase sexual era tão intensa que chegava ser
palpável e o que mais me deixava tontamente admirada era
que eu não sabia disso. Era o nosso terceiro dia de namoro e
nós dois já sentíamos aquilo. Meus seios pareciam estar
doloridos de tão arrepiados, minha pele parecia estar medindo
40 graus e meu centro, bom eu estava totalmente
constrangida em pensar na queimação e dor que sentia nele.
Nós novamente dormimos juntos sem descer para jantar
nem nada. Nossa bolha estava muito divertida ao ponto de
Max deitar no pequeno sofá no canto e ainda nos olhar de cara
feia quando riamos alto demais. Vimos um filme de comédia
bem tosco. E depois colocamos outro, mas Edward não quis
ver porque se chamava Esposa de mentirinha. Ele ainda
morria de ciúmes do irmão dele comigo.
No dia seguinte – quinta-feira – pedi que me deixasse no
centro porque queria fazer algumas coisas. Ele perguntou
mais aprendi a arte de beijá-lo para distrair. Isso realmente
funcionava. Edward estava com o motorista chamado Félix e
ele era bem legal. Eu ri muito conversando com ele enquanto
esperava Edward terminar de se arrumar. Quando viu a cena
sua expressão se tornou irritada, mas não liguei. Era só uma
conversa.
- Atenda quando te ligar e por favor, tome cuidado. –
beijou-me com carinho – Algumas pessoas já sabem quem é
você e o que você é minha e fotógrafos podem te encontrar. –
completou e assenti tranquila. Eles nunca iriam me encontrar
dentro do mercado, mas deixei passar. Eu não sabia
exatamente porque, mas sabia que Edward iria implicar e
muito com meu novo emprego.

Capítulo 9

With Love

- Bella! – Lauren exclamou quando me viu chegar. – Seja


bem vinda. – sorriu simpaticamente – Eu tenho seu uniforme
e lhe darei um tour rápido. Algumas pequenas instruções
também.
Primeiramente fui apresentada a outros funcionários que
estavam no vestiário e suas funções. Todos eram simpáticos
e se propuseram a me ajudar, mas eu achei que a minha
função não seria tão difícil assim. Ela deu-me um tempo para
trocar de roupa e instruiu que deixasse meu celular dentro do
meu armário e para casos de emergência podia dar o telefone
da recepção para meus familiares. Como não tinha, não
respondi nada.
Lauren instrui-me sempre estar de cabelos presos e
antenada nos preços porque quando um cliente está no
mercado ele não quer saber sua posição e sim que é um
funcionário e deve sanar sua dúvida. Quando não souber para
procurar um rapaz chamado Miller que andava de patins pelo
mercado. Ela entregou-me o carrinho especial no qual
trabalharia e ele era extremamente pesado.
- Este é Josh. – apresentou um rapaz – Irá te acompanhar
pelo dia ensinando os corredores e as pilhagens. – sorriu e o
menino sorriu secamente pra mim. Respirei fundo e o segui
pelo mercado rezando para não ser desastrada ao ponto de
derrubar algo e esperta o suficiente para aprender tudo no
primeiro dia.
A primeira manhã passou rápido e me vi sozinha já
colocando coisas lugares. Não era tão difícil assim, só
extremamente cansativo. O bônus que tinha duas horas de
almoço. Troquei de roupa rapidamente vendo que tinha umas
ligações de Edward e duas de Emmett. Liguei de volta, mas
caiu na caixa postal. Minutos depois recebi uma mensagem
fofa que dizia que estava em reunião e já me ligava.
- Eu não aceito perder você para meu irmão. – Emmett riu
do outro lado – Almoce comigo? Precisamos de um tempo
nosso como nos velhos tempos.
- Claro, Emm. Encontramos onde? – perguntei animada
saindo do mercado. – Estou aqui no Lower.
- Fazendo o quê? Edward estava meio agoniado
querendo saber seu paradeiro. – perguntou e imaginei Edward
querendo quebrar o telefone para descobrir onde estava.
- Eu prometo contar tudo no almoço. Estou em frente ao
mercado Hathaway.
- Dois minutos chego aí. Não se mova.
Fiquei encolhidinha no casaco perguntando a Deus
quando sentiria calor vindo do sol e não de Edward. Um
belíssimo carro que não tinha noção de qual marca parou bem
na minha frente e um homem alto, loiro, com olhos azuis
claríssimos desceu dele impecavelmente vestido. Ele tinha
uma expressão alegre. Simpática até demais para alguém
com tanto dinheiro.
O homem olhou pra mim de cima abaixo, desejou boa
tarde e sorrindo e fiquei tão abobalhada que sorri de volta
desenvolvendo seu cumprimento. Ele passou por mim indo em
direção ao mercado, mas não prestei mais atenção nele
quando um homem gigante chamado Emmett começou a
fazer cosquinhas no meio da rua.
- Ei. Pare com isso. – pedi envergonhada e ele gargalhou
mais ainda – O sistema deixar Bella envergonhada só entre
amigos, por favor. - ralhei emburrada.
- Eu vi você admirando o homem do terno Armani oito mil
dólares. – acusou franzindo os olhos pra mim
ameaçadoramente. Meu rosto esquentou envergonhada.
- Eu olhei, mas não desse jeito aí. – retruquei batendo o
pé e Emmett começou a rir. – Idiota.
- Vamos comer porque estou morrendo de fome. – disse
abraçando-me pelo ombro e basicamente me arrastando com
suas passadas enormes até um restaurante agradável na
outra rua.
- Como você chegou tão rápido? – perguntei sentando a
sua frente.
- Te apresento o arranha céu onde reside a corporação
Cullen nos Estados Unidos. – respondeu-me apontando para
um gigantesco prédio pelo vidro. Podia dizer que era na
mesma rua do mercado que trabalhava. Dei um sorrisinho
amarelo e prendi os olhos no menu. – Qual a novidade? –
perguntou coçando a garganta.
- E você? Está feliz com Rosalie aqui? – perguntei
ajeitando-me na cadeira. Ele sorriu e fez nossos pedidos.
- Não mude de assunto. – disse puxando seu copo de
água. Emmett era palhaço, mas não burro.
- Hm, estou trabalhando naquele mercado que você me
buscou. – disse olhando em seus olhos e Emmett ficou em
silencio, encostando a cadeira.
- Eu sou contra. Calma, não me olhe assim. – disse
levantando as mãos. – Eu respeito sua decisão e entendo
muito seu lado. Então, boa sorte a encarar isto com Edward.
- Por que você acha que ele vai implicar com isto? –
perguntei abrindo minha Coca-Cola.
- Edward é o novo presidente da empresa toda. – disse
rindo. Eu não entendi como isso teria a ver, mas mudei o rumo
da minha pergunta porquê minha curiosidade ficou maior.
- Como ele conseguiu isso se não é casado?
- Bom, eu conversei com meu pai muito seriamente e
como estou noivo, a presidência veio pra mim e hoje de
manhã, meu primeiro ato como presidente foi nomear Edward.
– sorriu lindamente e particularmente achei muito bonito da
parte dele, mas não ia me meter. – Eu não quero ser
presidente. Isso é coisa que Edward gosta. Eu prefiro a parte
administrativa e ter contato com funcionários.
- Fico realmente feliz em saber que vocês souberam se
ajustar. – comentei finalizando o assunto.
- Bells. Tenha paciência com Edward. Ele é grosso, mas
você pareceu ser o novo mundo dele, então a maneira de te
mimar será te dando presentes e dando-lhe o que ele entende
como boa vida. – comentou e aceitei de bom grado seu
conselho. Eu sabia que meu relacionamento com Edward não
seria fácil.
Emmett não perguntou mais sobre o emprego novo e eu
não questionei mais sobre as mudanças da empresa. Era o
nosso momento Bella e Emmett de sempre, bom, com
algumas mudanças. Eu tinha Edward e ele sua ursinha
francesa. Nós almoçamos em meio a gargalhadas
escandalosas, fotógrafos no outro lado da rua que só vi
quando ele deu língua brincando com eles. Eu acho que nunca
iria me acostumar com isso.
Minhas roupas eram absurdamente caras, Alice me
socaria se saísse de casa com meu jeans velho. Tinha
sapatilhas e blusa de manga. Eram bonitas e confortáveis e
não me incomodava muito em usá-las. Facilmente esqueci a
presença dos paparazzi quando recebi uma mensagem de
Edward dizendo que além de muitas saudades, estava
entediado e com fome. A reunião pelo visto não tinha
terminado.
Emmett me deixou no mercado e disse que se eu
ganhasse comissão vinha fazer compras com Rosalie aqui.
Voltei trocando de roupa rapidamente e voltando para a seção
que tinha parado tranquilamente. Riley acabou vindo falar
comigo e disse que tudo estava indo muito bem. Faltava muito
pouco para sair quando fui parada por algumas pessoas, mas
o santo Josh apareceu na hora. Abaixei para guardar algumas
compotas quando senti alguém parado perto de mim.
- Você está fazendo compras? – Edward perguntou com
um tom de voz controlado. Congelei momentaneamente e
levantei. Seu olhar pousou no símbolo do mercado na minha
blusa, no cartaz acima de mim, nos meus olhos, no símbolo e
de novo em mim. Sua mandíbula estava travada duramente e
aquele olhar frio que tanto me irritava estava escondendo
meus lindos olhos verdes brilhantes.
- Não. Aqui é meu novo trabalho. – respondi baixo.
Edward ficou uma eternidade com um monte de emoções
diferente passando no rosto. Ele engoliu seco e passou a mão
no cabelo. Sua respiração se tornou pesada e tensa. Parecia
uma estatua de cera. A mais linda do mundo, é claro.
- Que horas você sai? – perguntou com a voz dura.
- Em quinze minutos. – respondi olhando para o relógio
do meu pulso.
- Estou te esperando lá fora. – disse rispidamente dando
as costas, passando por Lauren como um furacão. Ela fez
uma cara de nojo impagável pra ele e veio até a mim.
- Riley precisa de você lá em cima e pode trocar de roupa
porque de lá, está liberada. – disse e depois viu um outro
funcionário passar e ela foi atrás.
Troquei de roupa rapidamente subindo as escadas até a
sala de Riley que estava aberta com ele dentro e o homem
que vi na hora do almoço conversando e rindo. Eles não
pareciam estar trabalhando e sim compartilhando piadas.
Riley notou minha aproximação e veio na minha direção.
- Bella! – riu – Este é James, nosso chefe. – apontou para
o loiro extremamente bonito. O mesmo do estacionamento
mais cedo. Fiquei envergonhada demais.
- Oi. Prazer. – disse baixo. Ele veio estendendo a mão e
a apertei com cuidado.
- Prazer. Você fez um bom trabalho hoje. Seja bem vinda.
– disse rindo de um jeito simpático.
- Obrigada. – agradeci sinceramente e ele voltou para o
vidro.
- Eu realmente quero saber porque o empresário mais
jovem e mais rico do Estados Unidos está parado no meio do
meu estacionamento. – disse voltando a rir com Riley.
- Droga! Esqueci! – falei mais alto e os dois viraram pra
mim assustados. – Desculpe.
- Algum problema, Bella? – Riley perguntou curioso.
- Não é nada. – falei mais baixo. Eu não tinha esquecido
Edward, quer dizer, não efetivamente. Fiquei ligeiramente
preocupada com Riley querendo me ver no primeiro dia de
trabalho. Sempre quando um chefe te chama você fica tensa
automaticamente. Geralmente não é coisa boa, porque que no
primeiro dia iria de ser?
- Você pode ir, só queria que James lhe conhecesse. –
Riley disse amigavelmente. Acenando desesperadamente
desci as escadas de dois em dois e pulei para o
estacionamento. Eu vi pelo vidro Riley e James parados
olhando na direção de Edward andando de um lado ao outro
nervosamente.
Apressei meus passos e tropecei sendo aparada por ele.
- Sem jeito mandou lembrança. – disse irritada e Edward
riu me abraçando apertado. – Oi. – sussurrei e ele riu mais
ainda me dando um beijo carinhoso nos lábios. Bipolaridade
também mandou lembrança.
- Pronta pra ir? – perguntou prologando mais o abraço
beijando meu pescoço. Assenti miudamente e Félix abriu a
porta do carro para nós dois com aquela expressão de
cuidado.
Nós sentamos do lado um do outro e ele continuou me
beijando e momentaneamente achei que tudo ficaria bem e
por isso, devolvi seus afagos com mais prazer ainda. Félix
gentilmente subiu o vidro que o separava de nós com um
sorrisinho idiota que Edward correspondeu com uma
piscadela.
- Como foi o seu dia? – perguntou – Pule a parte do
trabalho porque eu ainda estou tentando pensar sobre o que
dizer em relação a não saber da novidade. – completou e
nesse momento eu percebi que as coisas não estavam boas
e ele não queria brigar agora. Isso foi o que mais me irritou.
Enquanto eu não tinha um autocontrole bom para gritar
com ele, Edward tinha um bom o suficiente para adiar a briga.
E naquele momento a raiva veio a minha garganta, eu queria
brigar só pra ele ter noção que não dita as regras.
- Foi ótimo. Tive um almoço maravilhoso com Emmett. –
respondi docemente que chegou a ser irônico.
Edward fechou a expressão e nós não falamos mais nada
até chegarmos a sua casa, aonde cheguei cumprimentando
todos e ele subiu as escadas e o ouvimos bater a porta. Meu
corpo inteiro parecia dolorido por andar de um lado ao outro e
tudo que realmente queria era dormir. Não parecia que ontem
estávamos em nossa bolha particular completamente bem
para hoje querer esgana-lo com sua estupidez. Eu sei, era
errado da minha parte, mas nem tudo era sobre Edward. Ele
tinha que compreender que além de ter pernas e braços para
trabalhar, eu podia ser destemida como ele.
Talvez, só talvez não fosse uma questão de quem tem o
controle e sim de que era pra ser um relacionamento igual. E
isso tinha que ser ajustado. A voz de Emmett pedindo pra ter
paciência me fez tomar uma respiração profunda indo até o
escritório onde Edward, há poucos minutos, tinha batido a
porta com força. Me preparei para mais uma briga.
Entrei sem aviso e ele estava olhando para a Nova Iorque
fria.
Fiquei observando o quanto suas costas eram enormes e
lindas. Completamente torneadas de um jeito atraente que me
dava vontade de arranhar sua pele que sempre era tão
quente. Fiquei chocada com o rumo dos pensamentos e
concentrei em ficar neutra. O problema não era que Edward
estava sendo orgulhoso. Ele não entendia. Isso me fazia puxar
paciência de onde não tinha.
- Por quê não me contou antes? – perguntou
normalmente.
- Eu não queria discutir por causa disso e além do mais,
eu sempre fui sozinha, sempre tomei minhas decisões. Ainda
é estranho discutir isso com alguém que não entende.
Edward continuou em silencio. Por um bom tempo.
- Eu realmente não entendo. – confessou – Eu posso te
dar tudo o que quiser. Se o problema é trabalhar, eu posso
arrumar um emprego aonde você quiser.
- E qual o maldito problema do meu emprego? É por que
é um mercado? – perguntei surpresa por não estarmos aos
gritos.
- Também. Isso na verdade se tornou o de menos. – riu
sem humor.
- Então, qual é?
- James Hathaway. – respondeu friamente – Nós
brigamos desde o colegial.
- O mundo não gira em torno de você.
- Eu sei que não. – rebateu – Me dá raiva saber que ele
pode ficar a qualquer milímetro perto de você.
- Olha pra mim, Edward. – pedi cansada de conversar
com suas costas, apesar de lindas, eu queria entender e só
saberia olhando em seus olhos. Eles nunca mentiam pra mim.
Lentamente e passando a mão no cabelo daquela forma
nervosa que o deixava mais bagunçado ainda virou para me
olhar.
Eu vi frustração e ciúme ardendo em seus olhos.
- Ele só é meu chefe e eu a menina da reposição. – disse
baixo
- Você se subestima tanto que me dói. – falou com a voz
angustiada. – Você sem sombra de dúvidas é a mulher mais
inteligente que eu conheci. Repor mercadorias no mercado,
entregar bilhetes em uma estação e andar em um monstro dos
anos 50 não é pra você.
- Edward. Eu não nasci pobre, mas meus pais morreram
e fiquei a própria sorte. Eu preciso trabalhar. Eu preciso me
sustentar. É tão difícil assim? – perguntei já chorando.
- Não! Eu realmente entendo, mas você não pode mais
ficar se escondendo em lugares que não são pra você. –
insistiu e eu entendi o ponto dele.
- É isso que eu posso arrumar. – murmurei e as lágrimas
que estava segurando desceram pelo meu rosto.
- Não é. – disse dando um passo pra frente, mas recuei.
Eu não queria que ele me abraçasse porque esqueceria meu
ponto.
- Você é meu namorado, Edward. Não pode lutar minhas
batalhas. – disse mais baixo. – Eu quero conseguir por mim
mesma e não por estar usufruindo do seu dinheiro.
- Devo ser muito burro porque continuo sem conseguir
compreender. – falou agitadamente derrubando metade das
coisas na mesa. Eu dei um pulo assustado olhando para os
vasos no chão. Eu sabia que eles eram caros e preferidos de
Esme. Algo sobre serem orientais e únicos. – Eu sou um
presidente de uma enorme corporação e minha namorada
trabalha como repositora em um mercado. – murmurou
chutando uns cacos.
- O mundo não gira em torno de você. – repeti
minimamente e girei para sair do escritório. Eu sempre soube
da nossa diferença. Ele não precisava me diminuir tanto
assim. Nós nunca seríamos iguais. Antes que chegasse a
porta, Edward me girou com força me abraçando apertado. –
São dois mundos diferentes. – resmunguei contra seu peito. –
Eu sempre serei a órfã desajeitada e você o mais novo
magnata.
- Não existem dois mundos. Existe o meu mundo que é
você. – sussurrou no meu ouvido. – Você é minha namorada.
Eu só quero te dar tudo que posso te dar.
- E eu quero construir o que é meu. – retruquei chorando
menos. Era o efeito calmante chamado Edward. Ele me
desequilibrava por completo. Hora levava minha mente ao
ápice da irritação ou me apagava por completo.
- Tudo bem. – respirou meu cabelo por um tempo –
Desculpe-me.
- Você vai parar de implicar com meu trabalho? –
perguntei mais feliz.
- Não. – respondeu secamente – Só vou parar de formular
maneiras de você sair dele. – completou olhando de forma
perversa como se fosse normal. Minha boca se abriu em um
estalo incrédulo. – O quê? Você achou mesmo que eu ia
deixar você trabalhar ali?
- Não só acho como vai. – retruquei olhando em seus
olhos. Nós ainda estávamos abraçados e não íamos nos soltar
tão cedo.
- Mais cedo ou mais tarde você vai perceber que ser
repositora de mercadoria não é o seu lugar. Que você está
negando muitas coisas. Coisas que posso te dar. –
respondeu-me com um olhar maligno no rosto.
- O que eu fiz para merecer uma pessoa tão irredutível
como você?
- A reciproca é verdadeira. – resmungou, mas me beijou
delicadamente. – E você está errada. O mundo gira ao meu
redor sim. – sorriu colocando a mão no meu cabelo e
aprofundando seu beijo. – Pelo menos o seu mundo. –
completou beijando a pontinha do meu nariz. Eu sorri, mas
não disse nada. Era verdade, mas o ego dele já era do
tamanho do Everest. Não precisava aumentar.
- Eu não quero mais brigar com você sobre isso. – pedi
mesmo sabendo que era inútil.
- Não posso prometer isso, Bella. – resmungou frustrado.
Eu ri porque conhecia tão bem Edward que isso me fez ficar
feliz.
- Que seja. Também não prometo nada. – retruquei
- Não esperava nada diferente de você. – brincou
mordendo meu lábio inferior.
Então, quando ele ajeitou meu cabelo que tive uma ideia.
Meu mundo era estranho para Edward porque ele não
conhecia. Comecei a reunir planos internamente.
- Eu preciso de uns minutos de menina e encontro você
depois. – disse me afastando dele – Seu pai realmente não
vai devolver minhas chaves até o próximo ano, não é?
- Não. – Edward riu. – É um sequestro, Swan. – piscou e
o deixei sozinho, mas resolvi me divertir um pouquinho à custa
das irritações dele.
- ESME! EDWARD QUEBROU SEUS VASOS DAQUELA
COLEÇÃO RARA! – gritei do topo das escadas. O olhar no
rosto de Edward foi impagável. Ele ficou surpreso com a boca
aberta enquanto eu ria de me acabar. Algo estalou na cabeça
dele que disparou a correr atrás de mim. Soltei um grito
enorme e me escondi no quarto trancando a porta.
- Isabella Swan você está ferrada. – disse atrás da porta.
- EDWARD! – Esme gritou e ouvi os cliques do seu salto
no escritório resmungando e xingando. Eu não sabia que
Esme tinha tantos palavrões na ponta da língua.
- Foi sem querer, mãe. – respondeu e ouvi seus passos
indo em direção ao escritório.
A cena devia estar muito engraçada. Edward, daquele
tamanho, sempre tão grosso e tão sério, levando um enorme
sermão de sua mãe por não saber controlar sua raiva. Eu
gostei, é claro. Hoje ele estava merecendo, de qualquer modo.
Tomei meu banho ainda com um sorriso idiota estampado no
rosto.
Max estava arranhando a porta e como não queria um
estrago maior e abri, mas fui surpreendida com um braço me
empurrando contra a cama e cai de costas nela com Edward
me beijando avidamente.
- Usar meu gato foi golpe baixo. – sussurrei sem folego.
- Eu nunca jogo limpo. – sorriu beijando meu pescoço.
- Você vai se vingar, não vai? – perguntei me encolhendo,
mas ele voltou a me beijar, subindo a mão pela lateral do meu
corpo chegando quase bem perto dos meus seios. – Edward...
- Hmm...
- Você não fechou a porta. – disse baixo e ele parou me
olhando surpreso. – O que foi? – perguntei extremamente
envergonhada. Eu não queria parar, mas ninguém precisava
ver que tinha Edward entre minhas pernas, me beijando com
vontade, no meio da cama. Seria constrangedor ser pega em
um momento intimo.
- Você me surpreende a cada dia.
- Você não quer ficar sozinho comigo? – perguntei
confusa
- Bella, você não deveria querer ficar sozinha se quiser
manter tudo no lugar. – respondeu rindo de um jeito safado.
Meu rosto enrubesceu, mas realmente gostei de ver aquele
sorriso.
- E se eu quiser ficar sem algumas coisas no lugar?
- Daquelas que não tem mais volta? – retrucou arqueando
uma sobrancelha.
- Nós estamos usando linguagem figurada para falar da
minha virgindade? – perguntei rindo e Edward gargalhou. – Eu
acho que no tempo pode dar certo. No deixar rolar.
- No deixar rolar. – Edward concordou – Podemos ensaiar
antes? – perguntou sorrindo daquele mesmo. Conclui que
mesmo que minha resposta fosse não, eu diria sim só por
causa dele.
- Por favor, obrigada. – respondi rindo e ele voltou a me
beijar com mais força.
- Jantar! – Alice gritou do corredor. Edward bufou na
mesma hora porque nosso clima foi para o espaço.
- Mal começamos e já ganhamos empatas fodas. –
resmungou fechando os botões da minha blusa que não tinha
visto abrir. Olhei espantada pra ele e ganhei um sorriso
traquineiro de volta. – Baby, você permitiu ensaios.
...
- Edward, eu preciso do meu carro. Só quero pegá-lo. –
resmunguei enquanto Félix abria a porta do carro pra mim. Era
véspera de ano novo e eu recebi folgas. Não sei exatamente
porque, mas Riley mandou dizer que só trabalharia dia 2. Foi
o dia que conheci um lado de Lauren nada agradável. Ela foi
tão grossa e ríspida comigo que fiquei chocada.
Eu também tinha feito minha matricula no curso de
Administração e Contabilidade com Jasper. Alice faria só
administração porque já tinha feito esse. Edward estava todo
que ele também havia feito o mesmo curso e quando fui pagar
a matrícula a secretária gentilmente me informou que Carlisle
tinha pago tudo. Fiquei mortificada, mas algo me disse que
questionar a ele não seria a mesma coisa que com Edward.
Somente agradeci morrendo de vergonha e ganhei um lindo
sorriso de volta. Essa família me levaria a loucura.
Estava indo ao centro almoçar com Victória. Quando tudo
meio que desmoronou ela esteve presente e senti uma ingrata
não mantendo contato por esses dias. Ela aceitou de bom
grado minha companhia. Rosalie estava gripada e Esme tinha
proibido sua saída de casa, Alice foi ao shopping comprar uns
livros do curso e dispensou minha companhia. Todos os
meninos iriam trabalhar, até mesmo Jasper, que ajudava seu
pai na firma de advocacia.
- De tarde nós vamos buscar. Eu prometo. – beijou-me
rapidamente e seu celular tocou. – Estou com minha Bella e
já chego. Adiante tudo, Jéssica. – disse secamente. – Eu não
perguntei sobre as ligações. – desligou o telefone voltando a
afagar minha mão.
- Seu grosso. – resmunguei emburrada.
- Já deu para descobrir esse detalhe? – sussurrou no meu
ouvido e depois que fui entender o sentido da conversa. Fiquei
vermelha, dei meu melhor sorrisinho debochado.
- Você ainda não foi capaz de chegar a terra prometida. –
respondi agradecendo por Félix novamente ter subido o vidro.
Tudo ficava negro e Emmett deixou escapar que era a prova
de som também. Isso rendeu boas brigas com Rosalie. Os
dois também estavam sequestrados na casa.
Edward abriu a boca incrédulo com a minha resposta.
Segundos depois eu estava no colo dele com suas mãos por
dentro da minha blusa e um beijo furioso. Ele agarrou minha
cintura e começou a conduzir em ritmos lentos movimentos
para friccionar meu centro com sua ereção. Ele jogava sujo,
mesmo.
- Tudo é uma questão de tempo. – sussurrou no pé do
meu ouvido quando o carro parou na garagem do seu prédio.
- Você é um idiota! – gritei batendo nele. – Como quer
jogar agora? Eu vou descer desse carro com cara de frustrada
sexual e ainda virgem. – bufei dando mais um tapa em seu
ombro e caindo fora do carro. Segui em direção ao elevador
bufando de ódio.
Não era necessariamente dele, e sim do maldito efeito
que tinha sobre mim. Eu tinha 22 anos e hormônios loucos
para serem extravasados. Não se brinca com uma mulher em
dias férteis. Edward estava surpreso com meu surto. Outra
coisa sobre nós dois. Ele não era o único que poderia sofrer
de bipolaridade. Minha tpm era monstruosa.
- Baby... – Edward chamou-me tentando controlar seu
riso. Eu senti vontade de rir também, mas esse não era o
problema. – Mal súbito que todas as mulheres sofrem todo
mês?
- Exatamente. – murmurei deixando meus ombros caírem
em derrota.
- Você tão linda irritada. – puxou para um aperto que me
deixou sem folego. – Alice diz que uma mulher de tpm precisa
ser mimada. – afirmou com um brilho perverso nos lábios
- Edward... – eu ia repreende-lo, mas a porta do elevador
se abriu e fui praticamente rebocada fora conforme as
pessoas me analisavam e abriam caminho para Edward
passar. Edward passou como se não houvesse ninguém ali.
Ele me deu um sorriso caloroso, mas não cumprimentou
nenhuma das pessoas ao seu redor.
Uma menina desajeitada e bonita veio nos seguindo
segurando telefone e agenda. Ela me deu um sorriso nervoso
e Edward a ignorou. Vi Emmett rindo perto da mesa de um
rapaz loiro e Victória estava do lado dele com a expressão
impaciente.
- Bom dia. – sorri abraçando-a. Eu realmente tinha
sentido sua falta. Minha pedra de gelo favorita. – O que há?
- Eu tenho um chefe que acha que sou público de circo. –
respondeu fuzilando Emmett com os olhos.
- Emmett eu ficaria honrado se você não irritasse Victória,
ela tem tendências assassinas quando está de mal humor. Ou
seja, sempre. – Edward comentou rindo.
- Querido Eddie Olívia Palito. – Victória soou
- Cabelo de fogo.
- Eu te odeio. Esse maldito apelido era do colegial. –
bateu com a pasta em Edward.
- Já pararam? – perguntei e Edward se encolheu sibilando
tpm para Emmett. – Estarei pronta quando quiser ir. – falei a
Victória que sorriu pra mim docemente.
- Assim que me livrar da mala do Emmett, venho te
buscar. – adicionou indo para uma sala com Emmett ao seu
encalço.
- Sr. Edward, sua agenda e suas ligações. – a menina da
recepção. Ela sabia ser invisível porque tinha esquecido-se
dela.
- Prossiga. – Edward falou secamente sem olhá-la. Franzi
meus olhos para ele, mas não estava me olhando.
- Reunião com Alec e Jane das 14horas até as 17. Temos
também o planejamento da primeira semana do ano.
- Confirme a reunião e ligue para Victória amanhã a tarde
e façam vocês duas o planejamento. Tenho outro
compromisso. E você está liberada a partir de amanhã. –
respondeu lendo uns papeis na mesa do rapaz loiro que falava
espanhol no telefone irritado.
- Odeio espanhóis. – comentou digitando algo no
computador. – Metidos de língua enrolada.
- Eles têm boas novelas. – Victória riu saindo da sala. – E
você, cabeça bagunçada, não vai reclamar da minha agenda.
– apontou para Edward.
- Bella vai passar os planos dela para a próxima semana
e então, concilie tudo. – disse rindo maroto e Victoria rosnou
irritada.
- Vamos Bella. Seu namoradinho precisa irritar alguém. –
resmungou e o celular de Edward tocou. Dei um beijo que foi
interrompido com Victória me rebocando pelo braço.
- Não, Alice. Você não pode passar o fim de semana
viajando sozinha com as amigas. – Edward resmungou –
Porque estou dizendo que não e isso é definitivo.
Victória e eu tivemos um bom tempo de meninas na rua.
Assim como com Rosalie, eu não me sentia diferente – a não
ser pela beleza -, eu era uma mulher como ela. Almoçamos
em um pequeno restaurante de comida brasileira e contei a
ela tudo que sentia em relação a Edward e deixei escapar que
trabalhava para James Hathaway. Victória quase morreu
engasgada com seu pão.
- Eu acho ótimo que você trabalhe, mas fique fora do
caminho de James. – disse-me seriamente de um jeito que
não abriu espaço para perguntar. Eu vi seu olhar tremer uma
emoção forte quando o nome dele foi mencionado, assim
como Edward, ela também sabe usar o olhar frio como gelo
para se esconder.
Eu ia descobrir, de qualquer modo.
Nós voltamos para a empresa e nos dispersamos quando
ela ouviu Emmett discutir com alguém no telefone e havia
muitas pessoas agitadas falando em línguas diferentes. A
menina que era secretária de Edward fingiu que não me viu e
continuou digitando em seu computador bonito. Caminhei em
direção ao sofá da recepção e pensei no quanto gostaria estar
em casa, mas Edward era implacável no assunto passar o dia
junto. Era definitivamente ao pé da letra.
Meu celular tocou tirando atenção de Jéssica. Ela me deu
um olhar tão feio que me encolhi no sofá. Era uma mensagem
de Alice implorando para usar o melhor que tinha para seduzir
Edward e deixa-lo de bom humor porque ela queria muito
viajar no próximo final de semana com suas amigas. Antes de
achar graça, fiquei envergonhada porque a família dele
provavelmente achava que nós tínhamos algo mais que beijo
e abraço.
O elevador se abriu com um Carlisle sorridente vindo com
outro homem da sua faixa etária bem bonito.
- Bella! – exclamou a me ver e levantei para aceitar seu
abraço. – Querida, por que está aqui? Eu sei que Edward está
em reunião, mas a sala dele tem muito mais conforto. – lançou
um olhar penetrante para Jéssica. – Quando minha nora
estiver presente, desejo que seja atendida de primeira. – disse
cortante a Jéssica que balançou a cabeça nervosamente. Eu
ia abrir minha boca para protestar, mas o homem que estava
com ele negou silenciosamente pra mim.
Ninguém podia ir contra a uma ordem de Carlisle. Emmett
era a Esme e Edward era o Carlisle. Isso ficava tão claro. Não
entendo ainda como eles gostaram de mim.
- Este é Aro, meu assistente e amigo querido de muitos
anos. – apresentou-me – Esta é a Bella do meu Edward.
- Prazer, senhorita. – Aro sorriu e eu ainda estava
idiotamente sorrindo por ser a Bella do Edward.
- Vamos, vou te deixar na sala de Edward. Ele deve sair
em breve. – sorriu me conduzindo para as portas de vidro. A
sala dele era realmente enorme, com uma mesa de madeira
maciça no centro. Uma outra mesa de reunião, cadeiras
grandes e acolchoadas e pretas. Um frigobar cheio de
besteira. Tudo era limpo, agradável, moderno e chique.
Carlisle saiu porque tinha outras coisas a fazer e sentei-me no
sofá de couro enorme do canto, tirando minhas sandálias,
puxando a perna pra cima. Meu celular vibrou no bolso do
casaco.
Onde está? Reunião chata. Queria estar do seu lado,
agora, beijando seu pescoço. E
Eu ri da sua carência e me apressei em responder
provocando um pouco além do que estava acostumada.
Estou na sua sala, deitada no seu sofá de couro
sozinha.
Apertei o botão de enviar sem pensar duas vezes. Era de
fato o que eu estava fazendo, mas eu queria que o cérebro
dele processasse outras informações. Edward não respondeu
pelos próximos minutos e frustrada por não ter dado certo com
a minha tentativa infame de provoca-lo via sms, me
aconcheguei mais no sofá e dormi. Acordei com Edward
beijando meu pescoço loucamente e com a mão, por dentro
do meu casaco, espalmando minhas costas.
- Dorminhoca. – sussurrou no meu ouvido quando me
movi para olhá-lo melhor. – Desculpe a demora, tive que sair
para providenciar algumas coisas.
- Tudo bem. – sorri beijando seu queixo. – Estava bem
confortável aqui.
- Não brinca com isso. – resmungou – Um sofá nunca é
confortável. Nossa casa terá uma cama reserva pra quando
você me expulsar.
Eu engoli o tremor que senti ao ouvir nossa casa e botei
um sorriso terno nos lábios. Edward pensava em nossa casa.
Não digo nada quanto as brigas porque isso não é surpresa
para nós dois.
- Quer ir pra casa continuar dormindo? Eu super adoraria
uma soneca antes de Alice te sequestrar.
- Se eu pedir você me sequestra de volta? – perguntei
temerosa enquanto ele reunia suas coisas para irmos embora.
- Claro que sim. – sorriu torto – Você quer buscar seu
carro hoje?
- Uhn. Acho que posso sobreviver. – sorri tranquila e
Edward enlaçou nossas mãos para sairmos da sala bem
juntinhos. O rapaz loiro dessa vez falava em francês e
percebendo meu olhar confuso, Edward riu.
- Esse cara é um gênio. Peter fala sete línguas
fluentemente e o nosso presidente de relações exteriores. Eu
realmente admiro sua capacidade de ser mandão em várias
línguas. – comentou rindo e o Peter deu um tapa na mesa
irritado. Era comum ter péssimo humor naquele ambiente.
Carlisle, Victória e Emmett estavam no hall e pareciam nos
aguardar.
Nós saímos sem que nenhum deles movesse a
expressão para cumprimentar ou despedir qualquer pessoa
no caminho e definitivamente me senti especial, porque em
momento algum fui destratada. Exceto por Edward, mas isso
era outra história. Jéssica estava me olhando com tanto afinco
que me senti nua e meu olhar se tornou desesperado. Edward
não tinha prestado atenção por esta tentando discutir com
Emmett.
- Você gosta dos seus olhos? – Victória perguntou
desafiadoramente
Jéssica abaixou no seu lugar e senti vontade de rir.
Agradeci silenciosamente a ela por sua defesa e Edward
apertou mais o abraço em mim completamente inconsciente
do acontecido ao redor. Victória ignorava a presença do outros
habitantes no elevador e pareceu que não se sentia
confortável. Era como se fosse o modo dela ficar
envergonhada.
- Até mais, querida. – Carlisle beijou o topo de sua cabeça
e ela corou furiosamente.
- Até mais padrinho. Mande beijo para a madrinha. – falou
bem baixo, como se não quisesse que as pessoas ao meu
redor ouvissem a novidade, quer dizer, pra mim.
Edward passou puxando seu cabelo e Emmett deu um
abraço carinhoso. A porta do elevador se abriu e eles
pareciam as estatuas de cera de antes. Como se não tivessem
nenhum vinculo emocional que acabavam de demonstrar. Nós
seguimos até Félix, Emmett e Carlisle foram para seus
motoristas. Esperem, estávamos indo para a mesma casa, por
que ser tão confuso?
Encontrei em mim aquele sentimento de que a casa dos
Cullen era o meu novo lar e não a antiga casa dos meus pais.
Isso começou a doer pelas bordas até meus olhos começarem
a pinicar. Isso era errado. Não digo sobre amar a família e
sentir-me em casa perto delas, mas anular a casa dos meus
pais. Era a única coisa que tinha deles e como podia deixar ir
com tanta facilidade?
Eu não sabia se queria ir pra casa. Só sabia que queria
muito ficar quieta no meu cantinho. Lá tinha as minhas
melhores memorias de quando estavam vivos e também as
piores de toda minha vida. Era uma gangorra emocional que
estava me deixando zonza. Edward me olhou profundamente,
mas apenas ficou desenhando formas na minha perna e me
permiti olhar para a janela sem me incomodar em dizê-lo o que
sentia. Não no momento.
Não queria me sentir ingrata ou confusa. Eu realmente
amava o modo maternal que Esme tinha comigo, o jeitinho
imperativo adolescente de Alice, o lado irmão protetor de
Emmett, o jeito paizão descolado de Carlisle, o péssimo humor
da Rosalie e seu carinho fraternal e o namorado idiota,
ridículo, estupido, lindo, mal humorado que era Edward. Cada
um tinha suas qualidades e defeitos que me completavam.
Félix abriu a porta pra mim com um sorriso simpático,
como se ele tivesse percebido que meu humor estava do
melancólico pra baixo. Tinha alguns fotógrafos em cima de
mim tirando muitas fotos que abaixei a cabeça na hora. Félix
estava a minha frente tapando minha visão e provavelmente a
deles, Edward me segurou pelo ombro colocando a mão no
meu rosto impedindo que os flashes me cegassem e pode
achar estranho, a única coisa que pedi a Deus era para não
tropeçar e cair.
- Oh, querida. Desculpe pela confusão. Com várias fotos
suas ao nosso lado e Edward assumindo publicamente o
namoro de vocês, eles irão ficar insuportáveis. – Esme
abraçou-me com carinho. Rosalie estava logo atrás dela com
o nariz vermelho de tanto espirrar.
- Você não melhorou? – perguntei preocupada.
- Se ver qualquer tipo de sopa que Alice resolver fazer, eu
juro, irei vomitar. – resmungou – Ela disse que ia fazer canja.
– revirou os olhos.
- Eu vou ter um momento pra mim agora e desço assim
que possível. – disse com as lagrimas que tinha engolido
presas na garganta. Edward estava sentado no sofá com uma
sobrancelha arqueada. Eu odiava isso. – Eu já volto. – disse
rindo e subi as escadas com Max pulando dos braços de Esme
ao meu encalço.
Fiquei um bom tempo sentada no chão olhando para o
nada tentando definir o que sentia. Era Ano Novo. Trinta de
dezembro de 2010 e seria o primeiro ano que passaria a
virada acompanhada por alguém depois de quinze anos. E
sobre isso, tinha certeza que meus pais aprovariam. Eles,
aonde quer que estivessem, estavam olhando por mim, felizes
por mim.
- Não somos mais só eu e você. – disse afagando sua
orelha.
Eu acho. Só acho que talvez deva deixar esse
sentimento. Mesmo sendo surreal.
[...]
Esme contratou um serviço de beleza e nós quatro
ficamos trancadas com chocolate e champanhe durante todo
o dia. Desde manhã cedo quando Alice me rebocou da cama
e mal tive tempo de olhar para Edward que tinha os olhos
assustados com o rosto completamente amassado. Meu
cordão estava preso em sua camisa e Alice não quis esperar
conforme eu tentava desembolar minhas pernas da dele,
cabelos e afins. Baixinha miserável.
Só me senti melhor quando soube que ela fez a mesma
coisa com Rosalie, se quisesse vingança, teria alguém do meu
lado. Nós conversamos coisas sobre mulheres e homens.
Fiquei quieta quando o assunto se tornou um pouco mais
intenso e agradeci por Esme dizer que não queria mais me
envergonhar. Alice também confiscou meu celular, então eu
não vi, não ouvi, não falei e não senti Edward pelas ultimas
quatorze horas e isso estava me consumindo de forma trágica.
- Meia hora para a chegada da família Cullen! – Alice
gritou com seu mini-vestido branco deixando as pernas de fora
e um sapato de três andares. Edward ia surtar.
Rosalie e eu nos olhamos nervosas. Ontem o ataque dos
paparazzi foi normal, segundo eles, mas nós duas ficamos
assustadas com a imprensa revirando nossas vidas. Rosalie
foi cercada na rua com Esme e ficou extremamente irritada.
Ela não é dada a aparições. Muito menos eu.
Meu estomago não estava mais se contorcendo. Ele
pulava, quicava e rodopiava de nervoso, medo e apreensão.
Meu vestido bege era longo, marcado na cintura e com bustos
desenhados. Era algo quase puxado para o branco e tinha
sapatos marrons altíssimos no meu pé. Meu cabelo era uma
enorme trança embutida com fios soltos e meus olhos
estavam escuramente esfumaçados com batom claro. Eu
gostei. Poderia me acostumar a me sentir assim sempre.
Bonita.
Edward estava ao pé da escada esperando por mim, a
última a descer. Seu smoking perfeitamente alinhado e os
cabelos bagunçados deu aquele ar de bad boy chique,
principalmente que ele estava olhando feio para o vestido da
irmã dele. Seu olhar encontrou com o meu e seus olhos
fizeram um check up descarado do meu corpo inteiro. O brilho
do verde dos seus olhos me hipnotizou até estar em seus
braços no hall de entrada. Parecia uma eternidade o momento
que fiquei longe dele.
- Você, sem sombras de dúvidas, será a mulher mais
bonita da festa. – sussurrou puxando o seu/meu cordão de
dentro do vestido, expondo os corações e o anel – Que é
somente minha. – beijou meu pescoço. Eu consegui a proeza
de não sentir meu rosto esquentar por estar ainda sobre efeito
das inúmeras taças de champanhe bebido no dia. Esme quase
arrumou uma intravenosa para me obrigar a relaxar.
- Estamos prontos. – Félix anunciou abrindo as portas,
liberando todos os carros para a nossa entrada.
- Foi um saco ficar sem você durante o dia. – resmunguei
me aninhando ao corpo de Edward dentro do carro como se
fosse um gato. De repente, eu o queria demais.
- Eu sei, Alice não fará isso novamente. – respondeu com
sua mão parando na curva do meu quadril de forma bem forte.
Beijei o pescoço de Edward bem próximo ao seu ouvido. –
Você bebeu hoje?
- Algumas taças. – dei os ombros.
- Sei. – sorriu beijando-me com desejo. Meu cérebro
quase cantou aleluia porque eu estava com muitas saudades,
mas como sempre, o carro parou e Félix abriu a porta. Edward
deu seu olhar duro e gélido pra ele e me ajudou a sair do carro.
Rosalie tinha um sorriso terno posando para fotos e eu
congelei com a quantidade de fotógrafos gritando ao mesmo
tempo. Alice dava tchau, mandava beijos, dava autógrafos?
Ela era uma fedelha que adorava me acordar aos gritos e dava
autografo? Quem iria querer autografo de Alice? Emmett
segurava a cintura de Rosalie como se exibisse seu maior
prêmio e Edward me beijou na bochecha causando delírio e
gritos. Colei um sorriso no rosto e apertei ainda mais o
smoking dele onde estava me apoiando para não
desequilibrar.
Esme e Carlisle eram os mais discretos e outros carros
com pessoas famosas foram parando onde Félix havia nos
deixado e tinha os outros seguranças que já reconhecia da
propriedade dos Cullen próximo de nós. Edward gentilmente
me puxou para o interior aquecido e pensei por um momento
que meu sorriso tinha sido congelado. Eu não sabia o que
pensar sobre aquele momento. Estava processando.
- Confie, está tudo em ordem. – Edward sussurrou no
meu ouvido, me puxando para mais perto. Nós subimos a uma
área com o nome deles que tinha mesa e alguns convidados.
Victória estava no canto sozinha, tomando um champanhe e
pela sua expressão, ninguém teve coragem de chegar perto
dela.
- Você está linda! – elogiei
- Obrigada querida. Alice acertou que um Oscar De La
Renta seria ótimo pra você. – comentou me fazendo rodopiar.
- Victória, porque você pode ser tão doce com Bella e
azeda com o mundo? – Edward perguntou inclinando a
cabeça, tentando não rir.
- Pessoas como ela são únicas. – respondeu acidamente.
- Deixe-a em paz. – pedi e ele riu. Um homem chamou
sua atenção e saiu dando-me um beijinho rápido. – É só pra
ser insuportável.
Me vi as voltas de dançar com Alice, Edward, Rosalie,
Emmett e Jasper. Foi engraçado e também bebi um pouco
mais intercalando com doces e agua que Edward me dava.
Nós brincamos, conversamos, conheci algumas pessoas
legais, mas não lembrava exatamente o nome de nenhuma.
Todos foram reunidos as bordas da Times para a contagem e
Nova Iorque inteira estava presente. Lembrei-me da última vez
que estive ali nos ombros de Charlie, com Renée segurando
a minha mão.
Eu fiquei emocionada com a queima de fogos. Rosalie me
deu a mão e também estava chorando. Eu não sabia como ela
havia perdido seus pais, mas sabia que foi durante a virada do
ano quando ela tinha 10 anos. Eu acho que esse foi o primeiro
ano que nós compartilhamos mais do que a mesma família,
mas também o primeiro ano que nenhuma de nós duas
desejou morrer no dia que perdemos nossos entes queridos.
Foi o primeiro ano depois de quinze anos que nós finalmente
tínhamos nos encontrado e encontrado uma família.
- Feliz ano novo. – Edward sussurrou no meu ouvido, me
apertando mais ainda no seu abraço. Virei-me pra frente e
agarrei seus cabelos para beijá-lo.
- Sabe o que mais me lembrarei do ano de 2010? –
perguntei dando um selinho de leve – Que foi o ano que
encontrei o homem perfeito para brigar com amor.

Capítulo 10

Price Tag
A primeira coisa que fiz quando pisei na minha casa foi
providenciar uma enorme faxina. Muito a contragosto Edward
me trouxe esta manhã, no dia 2 de janeiro de 2011. Nós
passamos o primeiro dia do ano praticamente na cama porque
chegamos em casa era o amanhecer. Max andava atrás de
mim como se me ver agachada lavando o chão do banheiro
fosse a coisa mais interessante da sua vida. Depois de dormir,
obviamente.
Eu estava trabalhando no turno da tarde, então dava
tempo de almoçar e seguir para o centro com meu carro. Eu
vi que tinha um dos carros dos seguranças dos Cullen lá fora,
mas eu seriamente tinha duvidas se Edward tinha colocado
atrás de mim. Pelo menos queria acreditar nisso.
Eu me arrumei lentamente comendo um monte de
besteira antes de ir para o mercado e a minha alegria foi por
água abaixo quando tentei ligar meu carro e não consegui. E
ao abrir o capô, encontrei um bilhete muito abusado.
“A doce vingança.”
Eu ia matar Edward. Picar Edward. Trucidar Edward.
Esfolar Edward. Beijar Edward. Amar Edward.
Ao sair da garagem encontrei Félix com a porta do carro
aberta e ignorei seu sorriso indo direto para o ponto de ônibus.
Eu sabia que estava sendo seguida de perto e o mais
engraçado foi ver os seguranças dentro do transporte coletivo
comigo bem imprensado com as pessoas apressadas. Como
o idiota estupido pode ter estragado meu carro? Filho da mãe
desgraçado! Ele ia pagar. E muito caro.
Ao descer do ônibus na porta do mercado encontrei
vários fotógrafos. Ótimo, começando o ano com muitos pés
esquerdos. Todos de uma vez só. Entrei no mercado logo me
escondendo no vestiário e foi lindo passar a maior parte da
manhã com paparazzi me fazendo perguntas, querendo saber
porque estava trabalhando, como era meu relacionamento
com Edward, como nos conhecemos afins. Lauren estava tão
furiosa que sentia meu corpo arrepiar toda vez que ela
passava por mim.
Eu não podia me dar ao luxo de perder o segundo
emprego por causa de Edward. Riley não falou nada durante
a maior parte do dia, mas eu sabia que a primeira pessoa da
lista negra de Lauren era eu, por isso, me mantive abaixada e
esquivando de perguntas. Ainda via alguns seguranças de
Edward me vigiando de longe, mas eles não podiam ficar em
pé do lado e também não podia expulsar os fotógrafos de
dentro do mercado. Para todos os efeitos, eles eram clientes.
Terminei meu turno frustrada, emburrada e triste. Como
pensei que nunca mais fosse fazer na vida, sai do mercado
com capuz levantado, cabelos no rosto e cabeça abaixada.
Quis pegar o metrô e da estação ir de ônibus, ao invés de
pegar dois ônibus e demorar mais, embora, pensar em passar
pela 104, preferia mil vezes o trajeto mais longo.
Os seguranças de Edward continuavam no meu encalço
e isso me deixou parcialmente tranquila. Eu vi que tinha
ligações deles, muitas e fiquei realmente surpresa dele não ter
se tele transportado até a minha frente ou um dos rapazes que
me seguiam com seus ternos haviam dito que eu estava muito
bem, só com raiva e ignorando-o propositalmente. Félix ainda
aparecia no meu campo de visão conforme andava, era como
se dissesse, você pode pegar se quiser. Estou aqui pra você.
Era tentador porque estava bem cansadinha, só que meu
orgulho não demonstrava sinal de querer medir forças com
Edward. Ele não ia vencer essa.
Não sei porque fiquei surpresa ao vê-lo encostado na
minha varanda, completamente lindo como sempre e os sinais
das horas que ficamos separados me fez amolecer. Joguei
meus braços ao redor do seu pescoço e o beijei com força.
Alguém envia o senso de proporção para minha casa? Eu
ainda estava com raiva, mas isso não anulava todo desejo –
com vida própria – que sentia por ele. Meu coração era
altamente capaz em sentir raiva pelas coisas que Edward
aprontava e também amá-lo por tudo que ele era. Uma
incógnita.
- Você quebrou meu carro. – resmunguei.
- Sim e não tem volta. Eu tirei umas peças e como isso é
velho, você não vai encontrar em lugar nenhum. – disse rindo
e deu uns bons tapas no seu peito. – Embora, eu tenha um
presente. – sorriu perversamente.
- O quê? Um carro? – ironizei me jogando no sofá de
qualquer jeito. Foda-se os modos, estava com raiva,
novamente.
- Exatamente. É bom bonito. Escolhi preto porque é mais
discreto ou você pode simplesmente usar o motorista. –
respondeu
- Meus modos não me permitem mandar você a merda
agora. – deitei no seu colo e ele gargalhou acariciando meus
cabelos. – Você quer comer alguma coisa? – perguntei
bocejando.
- Quero que você durma. – disse. – São 22horas da noite.
Você está cansada.
- E o quão legal isso ao ponto de você despencar de Long
Island até aqui? – perguntei irritada novamente.
- Qualquer momento com você é bom e eu queria ver seu
rostinho com raiva pessoalmente. – respondeu rindo e
beijando meu queixo.
- Me procura na esquina, Edward. – resmunguei quase
dormindo em seu colo. Eu realmente acho que dormi pouco
tempo depois.
...
A semana foi um inferno, porque estava me recusando a
aceitar o carro ou o motorista de Edward e ainda por cima,
tinha meus amiguinhos me seguindo por todo canto. Eu
almocei com meu namorado, que apesar de ser o causador
dos meus problemas, não deixava de ser lindo e meu.
Também encontrei com Rosalie algumas vezes e ela também
tinha amiguinhos simpáticos seguindo. Além dos fotógrafos.
Isso tudo ainda era muito estranho.
Minha cabeça parecia doer cada vez mais por isso de
modo diferente. Era Lauren gritando e tendo crises nervosas
toda vez que minha presença era notada por fotógrafos ou
James. Eu sentia seus olhos me seguindo pelo mercado. Ele
e Riley simplesmente ficavam conversando me olhando e eu
esperava o momento em que iria ser chamada para a
demissão. Sem carro e sem emprego. Me restava matar
Edward.
Foram dias difíceis e me vi – mesmo chateada com sua
mania de querer me fazer enxergar o impossível – mais
apegado a ele ainda. Se é que isso ainda era possível. Eu
coloquei em prática meu plano de comer em barraquinhas de
rua ou em lanchonetes baratas, o fiz me levar no parque e
entender que nem tudo era o preço que estava na etiqueta.
Era a oportunidade de ter um momento nosso. Com mais
alguns seguranças e fotógrafos, mas isso não impedia nossa
bolha de ser criada no meio da rua.
Também o fiz entrar em lojas baratas para comprar
roupas. Essa definitivamente tinha sido a parte mais
engraçada da semana. Só que além desses momentos de
diversão, eu ainda voltava pra casa de noite e ficava sozinha
com meu carro quebrado e com a cabeça fervilhando pelo
medo de ser demitida. Era ótimo namorar Edward. Eu me
sentia bem com isso. Eu só não sabia quanto ao bilionário
Edward Cullen.
Todos tinham me ligado durante a semana. Era estranho
não vê-los, mas me senti tão bem recebendo ligações
corriqueiras, sobre o que estava fazendo, se tinha levado o
casaco, se poderia almoçar lá no fim de semana. Era a minha
família me ligando para verificar meu estado. Exceto Emmett,
suas ligações eram preocupadas, porque cai na besteira de
contar o modo que James me olhava. Eu não sabia
exatamente o motivo da animosidade entre eles, mas Victória
quase entrou em pânico, me pedindo desesperadamente para
deixar o emprego.
Suas palavras eram preocupadas e o bichinho teimoso só
não saiu – porque eu normalmente dava ouvidos a conselhos
desesperados como o dela. E ela também tinha pontos comigo
para qualquer situação. – por causa de dar o braço a torcer a
Edward. Isso era tremendamente infantil, mas deixei passar
quando o mesmo me convidou para trocar de setor e ficar em
paz.
Eu achei que ele não poderia ser tão ruim assim quanto
eles diziam. Talvez fosse só uma desavença que não
necessariamente tenha a ver comigo. Eu era assistente de
Lauren e Riley. Não preciso dizer que na semana que estava
comemorando um mês de namoro com Edward e também a
chegada de fevereiro, fugia dos olhares e patadas dela. Meu
relacionamento com ele estava bom. Incrivelmente continuava
me empurrando seu cartão, o carro, motorista, seguranças e
afins. E eu continuava teimando com todos eles.
Como James poderia ser tão ruim se ele tinha me salvado
da mira constante dos fotógrafos? Nem olhar mais o jornal
olhei. Realmente não queria saber o que estavam falando de
mim ou sobre o quê haviam descoberto sobre minha vida.
Esse era um assunto proibido entre Edward e eu. E bem no
fundo, quando estávamos sozinhos, era só Bella e Edward.
Mais ninguém.
A grosseria não tinha diminuído, eu sabia que ela estava
escondida, mas como nos víamos pouco tempo durante o dia,
significava que a saudade absurda deixava todo o resto quieto
em algum canto escuro. Eu tinha esperanças que depois de
um mês Edward deixava a ideia de que me sustentar era
normal. Apesar de ter plena consciência que namorar um
bilionário nunca mais seria normal, se é que um dia eu fui.
Minhas esperanças continuavam fortes quando cheguei
ao trabalho depois de passar uma manha inteira com Alice,
rindo muito com sua companhia, Lauren me recebeu com
sorrisos. E foi assim a semana inteira. Até mesmo no dia que
Esme apareceu para me ver durante uma tarde. Eu fiquei meio
atordoada, mas isso era uma prova de que tudo poderia
continuar bem. Edward e Emmett estavam viajando. Eles
tinham ido na noite anterior para Dallas resolver um pequeno
problema e logo estavam de volta. Foi a nossa segunda
separação, mas a primeira em que era só uns dias que ficaria
com saudades. Ele ia voltar pra mim.
- Foi ela! – um grito ecoou no corredor e dei um pulo na
cadeira assustada. Era Lauren aos prantos apontando pra
mim acusadoramente. James e Riley estavam ao seu lado
com expressões alarmadas e confusas.
- Lauren, isso é uma acusação meio seria. – Riley falou
alertando.
- Eu sei que foi ela. – acusou e me encolhi confusa.
- O que está acontecendo? – perguntei baixo,
extremamente envergonhada por ter quase todos os
funcionários me olhando.
- Sínica! – rosnou com nojo.
- Bella, Lauren alega que você pegou acidentalmente um
cordão de valor dela. – James disse calmamente e eu respirei
fundo querendo compreender.
- Hã?
- Não se faça de tola! Foi você! – gritou batendo o pé.
Como Alice dizia, eu quero arrancar seus implantes, vadia.
- Podemos olhar suas coisas? – Riley perguntou e eu dei
os ombros ainda querendo compreender a situação. Ele
mexeu na mesa e no bolsinhos externos da minha bolsa, eu
realmente não liguei. Sem paciência, James puxou e virou
tudo na mesa. Caiu meu celular e logo uma foto de Edward se
acendeu na tela e eu ri da ironia, minha carteira, prendedores
de cabelos e uma corrente de cordão de ouro. Ok, eu
realmente desconhecia aquilo.
- Isso não é meu. – disse rápido.
- Claro, é meu. Roubo é crime. – gritou arrancando a
corrente barata da mão de Riley. Foi então que a ficha caiu e
comecei a rir.
- Você é patética. – rosnei – Achou mesmo que implantar
uma correntinha de ouro barata nas minhas coisas vai trazer
alguma coisa a você? – perguntei bem alto e logo puxei meu
cordão de dentro da blusa. – Está vendo bem isso aqui? Ouro
branco e diamantes, que se eu quiser vender, posso comprar
um monte dessas correntinhas vagabundas e distribuir pela
população de Nova Iorque. – completei e sua boca abriu em
um O quando analisou meu cordão. – E sabe quando você vai
ter um desses? Nunca. Porque ninguém nunca vai te amar ao
ponto de te dar um colar que vale três apartamentos no Lower.
- Meninas... – James interviu olhando para meu cordão
com interesse. Comecei a recolher minhas coisas com raiva.
– Riley leve Lauren para tomar uma água e Bella, dois minutos
na minha sala.
Ótimo. Demitida mais uma vez. Respirei fundo e segui
James já com as minhas coisas. Minha vontade era de gritar
com todos eles. Não acredito que estava sendo demitida por
causa de uma armação. Essa merda é coisa de novela.
- Eu realmente sinto muito pelo o que aconteceu, mas eu
não roubei nada. – comecei nervosa. Pelo menos ia sair com
dignidade.
- Eu sei. – cortou-me – E pouco me importo com isso. Só
que eu sei quem você é e quero te fazer uma proposta.
- Hã? – dei dos passos pra trás. Seu olhar foi tão intenso
que cambaleei nervosa. Sabe quando sua mente gritaa
vermelho! Alerta Vermelho! Saída de emergência; Era esse o
momento.
- Quanto Edward está lhe pagando? – perguntou e fiquei
realmente confusa. – Essa história de trabalhar aqui é pra
despistar, eu sei. Além dele ganhar a fama de que nós não
temos mais problemas nenhum, é bom que abafa quem você
é. Eu pago o dobro pra você ser minha.
- Do que você está falando? – vociferei sentindo meu
pescoço ficar quente.
- Ora, Bella. Você é uma prostituta. Não precisa mentir
pra mim aqui dentro. – disse rindo e senti um tapa sendo dado
no meu rosto. – Não vou contar as pessoas.
- Desculpe, você está terrivelmente enganado.
- Só precisa me dizer quanto que pago o dobro ou mais,
se você for realmente boa. E não vai precisar de disfarce
algum. – sorriu maliciosamente. Eu senti tanto nojo que queria
vomitar.
Engoli meu desejo de gritar e chamar algum segurança
de Edward para matar este homem e sai da sala dele, ouvindo
sua cadeira ranger e vir atrás de mim. No corredor, na frente
de todos, achei que ele não faria nada, mas desci tão
desesperada para chegar ao estacionamento que se algum
deles me vissem correndo e com o rosto terrivelmente
vermelho de tanto chorar, iriam aparecer e James não faria
algo comigo.
Foi o que aconteceu. Quando pisei no estacionamento
completamente esbaforida por James ainda estar atrás de
mim, fui envolvida por um par de braços enormes. Eu me
permiti ficar mole e ser carregada por ele. Ouvi suas
instruções para o carro aparecer na entrada e quando
chegamos lá, Félix já vinha ao meu encontro. Sua expressão
era preocupada, mas ele não me perguntou nada.
- Estamos indo pra casa. - Disse baixo e eu assenti
nervosa, vendo James, parado a metros de mim, me olhando
como se fosse algo comestível.
É claro que as pessoas estavam pensando isso. É claro
que James estava sendo bonzinho comigo por isso. Ninguém
enxergava o Edward e a Bella. Eles só viam o bilionário
namorando a garota pobre. Mesmo sabendo que Edward me
amava do jeito que eu era e que os Cullen me receberam com
amor, aquilo não deixou de doer em mim. Eu andei na rua
durante todos esses dias e as pessoas apontavam possíveis
teorias de como tinha conseguido o coração dele.
Eu gritei para Félix parar em uma livraria e fiz o segurança
comprar todas as revistas de fofocas. Eles se encolheram com
meus gritos, tentaram protestar, mas não iria sair dali sem ler
tudo o que Nova Iorque achava que eu era.
“Fontes seguras afirmam que eles se conhecerem em
uma lanchonete que ela era garçonete. Essa mesma fonte
garante que o amor é verdadeiro e eles esperam um bebê
como nos contos de fadas”.
“Edward estava entediado e encontrou esta menina, meu
eu garanto, só para passar o tempo”.
“Porque mais um magnata como ele ficaria com uma
menina tão sem sal? Ele só pode tê-la engravidado. O vestido
de ano novo escondeu bem a barriga”.
Félix me lançava olhares de que me avisou conforme
foleava com raiva fotos e mais fotos minhas com os Cullen.
Várias noticias, especulações e boatos. Meu nome
definitivamente estava na boca do povo. Isso não me impediu
de continuar chorando até que Esme achou que alguém
tivesse morrido. Ela viu o bolo de revistas em minha mão e
rapidamente tirou para jogar fora.
- Não ligue para isso. Nós sabemos que tudo não passa
de mentira e é isso que importa. – disse docemente me
fazendo deitar em seu colo.
- James só estava me tratando bem porque achou que
era prostituta. – disse simplesmente e Esme engasgou com
seu chá.
- Ele fez o quê? – gritou com raiva.
- Ele me ofereceu dinheiro. Disse que pagava em dobro
para abandonar Edward e ser dele. – suspirei envergonhada.
Meu rosto queimava e eu precisava desabafar isso com
alguém. – Foi tão humilhante. – miei e Esme me abraçou
apertado. Eu chorei tanto que adormeci nos braços dela, ali
no sofá.
Acordei no quarto de Edward, sentindo minha cabeça e
olhos doerem de tanto chorar. Estava claro, significa que
dormi a noite inteira completamente apagada. O lugar o meu
redor estava remexido e alguém tinha dormido comigo.
Rosalie apareceu no vão da porta também com cara de sono
e pijamas e percebi que ela quem tinha ficado ali comigo a
noite inteira. Ela abriu aquele sorriso quente dela e veio de
novo para cama.
- Eles também falaram sobre mim. – começou eu assenti
por ter visto nas revistas. – E nós duas sabemos que Emm e
Edward estão conosco porque nos amam. Não precisa ficar
assim, meu anjo.
- Eu acho que não me importei tanto com as revistas, mas
receber uma proposta por acharem você uma prostituta foi
humilhante. Eu sou virgem, como posso estar sendo paga
para dormir com Edward?
- Isso só prova que esse James é um idiota sem
escrúpulos. – comentou
- Isso só prova que Edward estava certo. – resmunguei
emburrada. – Ele vai me matar.
- Ele vai matar James. – sorriu – Embora, nós não iremos
nos importar com isso. – deu os ombros e eu ri. – Eu realmente
acho que você deveria aproveitar o título de namorada do
bilionário. Eu tenho gostado disso.
- Eu não quero aproveitar dele... – murmurei
- Não vejo como aproveitamento e sim benefício. Emmett
pode dar a vida que sempre trabalhei para ter e então, vou
aproveitar isto. – disse rindo
- Eu quero trabalhar e conquistar. Bom, eu achava que
queria. – resmunguei – Edward tinha razão quando disse que
ser repositora de mercado não era meu lugar.
- O que você vai fazer agora?
- Estudar. As aulas do curso na escola de Alice começa
semana que vem. – respondi e Esme apareceu no vão da
porta também meio sonolenta.
- Alguém me acompanha no café? Alice só sai da cama
de tarde. – bocejou com seu vestido perfeito. Nem parecia que
tinha acabado de acordar. Deixei as duas descerem na frente
e troquei de roupa. Ainda bem que tinha deixado quase tudo
aqui. Edward não parecia se incomodar em dividir o closet
comigo. Isso era assustador.
Quando cheguei perto da escada, ouvi Rosalie gritar e
Emmett gargalhar. Isso significava que os meninos estavam
de volta a casa. Isso significava que Edward estava de volta.
Meus pés ganharam vida própria quando me vi descendo as
escadas com tanta pressa que Max se embolou no meio
caminho rolando os últimos degraus. Gato gordo era um caso
sério. Voei no pescoço de Edward que ainda tirava o casaco
e procurava pela sala minha presença.
- Opa! – sorriu me abraçando meio cambaleando quando
joguei meu corpo contra o seu. – Que saudades, meu amor. –
beijou-me com carinho e amoleci em seus braços. Edward
enterrou o rosto no meu pescoço e inspirou profundamente. –
Como senti falta do seu cheiro. – murmurou docemente com
as suas duas mãos espalmadas fortemente na minha cintura
por dentro da blusa. Estava tão quente.
- Eu senti muito a sua falta. – resmunguei me apertando
nele. Foi então que percebi que duas coisas estavam erradas.
Max se enroscando na minha perna... Como diabos ele veio
parar aqui? E porque exatamente Edward voltou dois dias
antes? A não ser que Esme tenha...
- Você está melhor? – Edward perguntou baixinho saindo
do modo namorado desesperado meio tarado para o melhor
amigo. Seus olhos brilhavam de preocupação.
- Estou sim, obrigada. – sorri torto. Mania dele, eu sei.
- Depois você me conta com calma, ok? – beijou-me de
levinho e Alice veio descendo a escada de pijama com os
curtos cabelos bagunçados.
- Você buscou Max? – perguntei ainda agarrada a
Edward. Ela negou bocejando se agarrando ao outro lado de
Edward, dando um beijinho.
- Culpada! – Esme levantou a mão. – Fiquei com o
coração apertado dele ficar só e você estava desmaiada que
não quis te acordar. Furtei sua chave e o peguei. – sorriu e eu
sorri de volta. – E nós vamos conversar sobre sua
permanência naquela casa. Ela é importante, mas o bairro é
perigoso e não me sinto bem com você por lá.
Meu sorriso morreu. O tom de Esme foi maternalmente
preocupado, mas mexer no assunto casa dos meus pais ainda
erra um terreno perigoso. E eu iria morar onde? Aqui na
mansão? Eu quase ri do impossível, mas mordi meus lábios e
assenti tentando parecer tranquila. Esme era boa demais para
envolvê-la com meus problemas psicológicos.
- Vamos subir um pouquinho? – Edward sussurrou no
meu ouvido e mordi os lábios com outras ideias fervilhando
em minha mente. Depois de seguros e trancados no quarto
dele, Edward parou olhando ao redor. – Essa semana vou
procurar um apartamento pra mim. Vinte e sete anos morando
com os pais é meio tenso. – riu
- Perto de Emmett? – perguntei interessada.
- Os apartamentos lá são bons. E tem a cobertura em
frente a dele que é boa. – disse – Nós seremos vizinhos de
atravessar a rua. – piscou tirando a camisa.
- Lá é um lugar bom, apesar de ser ao contrário da
empresa. – comentei distraída com sua beleza.
- De carro tudo é rapidinho. Eu sempre pulo as horas de
rush.
As vantagens de ser o chefe.
- É. – murmurei meio idiota me encolhendo na cama.
Meus hormônios podiam para de falar por mim.
Edward veio todo maroto, deitando em cima de mim,
cheio de mãos e beijos. Como senti falta do meu
emburradinho.
- Você está cheia de placas vermelhas. – Edward
murmurou analisando a pele do meu colo, pescoço e rosto.
Sua minucia foi tão intensa que faltou tirar minha roupa para
verificar os resultados da minha noite de choro. – O que
aconteceu? Minha mãe não entrou em detalhes.
Eu pensei em mil maneiras de mostrar que
Edward/Victória/Emmett e o resto do mundo estavam certos
em relação ao meu emprego e simpatia de James comigo. Só
que o ego de Edward iria ultrapassar o Everest e a frase “Eu
sabia” sairia dos seus lábios sem se importar que eu era a sua
namorada fragilizada. Edward ficou em silencio me
observando atentamente. Seu rosto estava a cinco
centímetros do meu e podia sentir sua respiração calma e
quente bater contra meu rosto e seus lábios vermelhos de
tanto que mordi e suguei com força me convidando para mais.
Essas emoções estavam me enlouquecendo um pouquinho.
- Digamos que James não foi muito legal comigo. –
comecei e seus olhos brilharam de raiva, muito rápido. Eu
sabia que ia se mover, por isso envolvi minhas pernas em sua
cintura e segurei ali. Muito perto não teria necessidade para
gritos. Meu coração ia sair pelo ouvido a qualquer momento.
– Ele achou que eu era uma prostituta e ofereceu pagar o
dobro por mim. – murmurei envergonhada e Edward deitou a
cabeça por cima do meu ombro, mordendo o travesseiro para
não gritar. Eu ouvi trezentos palavrões e continuei travando
seu corpo ao meu. – Amor... – apelei para uma voz suave
acariciando seus cabelos.
De repente, os papeis inverteram e eu estava acalmando,
quando na verdade queria gritar. Meu instinto disse que se
fizesse isso, nada no mundo faria James viver mais uma
semana. Ele pode ter sido um pilantra comigo e eu não
culpava sua imaginação fértil. Qual a explicação em um
mundo atual para meu relacionamento com Edward? Amor é
algo irracional que poucos compreendem. Não existia um lado
em mim tão cruel ao ponto de desejar sua morte, mesmo não
podendo ficar no mesmo ambiente que ele novamente.
Contei a Edward tudo que aconteceu nos mínimos
detalhes. Nós tínhamos deitados mais confortavelmente na
cama e ainda trocávamos afagos. Minha perna ainda
bloqueava seu corpo para possíveis impulsos. Ele tinha que
parar antes de gritar, como ainda esperava que fosse fazer.
Ele me ouvia atentamente, mas seus olhos tinham um brilho
tão sombrio que me lembrou nossas primeiras brigas. Contei
também minha decisão de simplesmente aproveitar o curso
que havia ganhado de presente do meu sogro.
- Edward você vai fazer o que? – perguntei depois que
ouvi que sua respiração continuava controlada.
- Bella, por favor...
- Não faça nada. Me prometa. Não é por ele, mas porque
você não deve se rebaixar por algo do nível dele.
- Bella...
- Ele vai querer se vingar, Edward. Não vamos nos meter
nisso. Não agora, por favor. – pedi nervosa e muito a
contragosto ele assentiu. Eu sabia que iria fazer sem que eu
soubesse, mas pelo menos eu pedi.
- Você é meu mundo, sabia disso? – perguntou me
beijando de leve.
- Eu sei, nós temos o nosso mundo. Apesar de ser a
garçonete, o passatempo, a substituta, a caridade...
- Não é nada disso – cortou-me, mas sabia que estava
apenas brincando. – Você é minha namorada.
Eu sorri beijando seus lábios mais uma vez. Meu
namorado estava de volta pra mim. O celular de Edward tocou
nos interrompendo e era um toque diferente do que tinha
ouvido. Ele atendeu rápido, completamente confuso, olhando
pra mim e para o aparelho.
- Como assim? Ela está do meu lado agora. – disse
coçando a cabeça confuso. – Como? – questionou mais alto.
– Amor, você colocou sua casa a venda?
- O quê? Não! – pulei da cama.
- Nós estamos indo aí. Não deixe essa pessoa ir embora.
– disse rápido puxando sua camisa e eu já estava dentro do
closet trocando de roupa. Não me importei de fechar a porta
com tanta pressa que tinha. COMO ASSIM VENDENDO
MINHA ÚNICA CASA?
- Quem é você? – perguntei vendo o homem
absurdamente alto sendo retido por Demetri. O segurança
loiro a cara do James Bond. – Por que diabos você está
colocando essa placa de venda na minha casa?
- Bella? – perguntou surpreso e algo em seu rosto era
familiar. – Ual. Você cresceu.
- E quem é você? – Edward rosnou olhando de forma dura
para o moreno. O rosto de Edward estava com cenho franzido,
maxilar travado e olhar penetrante.
- Jacob Black. Essa casa é do meu pai. – respondeu e
suei frio. Era o Jacob. Filho do Tio Billy. – Bom, era.
- Não. Essa casa é minha. Eu herdei dos meus pais
quando morreram. – retruquei
- Meu pai viveu nesta casa por quinze anos. Estou
entrando com um processo de uso capião e de venda. –
respondeu e senti o desejo de dar-lhe um tapa.
- Você não vai vende-la, idiota! – gritei – Ela é minha
porque EU sou a única herdeira da família Swan viva.
Eu nunca tive tanto orgulho desse detalhe até o momento.
- Olhe, Jacob, certo? Meus advogados irão entrar em
contato com você. – Edward falou no modo cavalheiro das
trevas. Um arrepio desceu pela minha espinha. – Tira a merda
dessa placa daqui. – disse a Demetri e outros homens. – Nós
vamos resolver esta situação judicialmente, mas se eu sonhar
encontrar qualquer resquício seu perto desta casa, meus
amigos vão conversar com você.
Jacob ficou em silencio vendo Demetri quebrar a placa.
Edward entrelaçou nossas mãos e abriu a porta do carro pra
mim dizendo que eles não deixariam nada acontecer, mas
tudo que eu pensava era que estava muito excitada com o
lado bad boy do meu namorado. Eu tinha a chance de perder
a casa dos meus pais, mas tudo que queria era agarrar
Edward e saciar meus hormônios em fúria.
Novamente, alguém manda o senso de proporção para o
meu endereço?

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Broken escrita por marics

Capítulo 11

Iridescent
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Iridescent - Linkin Park


Depois que Edward me envolveu em seu braço e
descontou toda sua frustração no motorista que nada tinha a
ver que meu primo, babaca imbecil tinha posto a minha casa
a vender. Quer dizer, tentado. Mesmo sendo ignorante em
relações judiciais, eu sabia que Jacob não podia vender minha
casa, justamente por ser minha. Isso não tinha lógica mesmo
sendo – hipoteticamente falando - possível. Minha excitação
se tornou nula e fiquei tristemente abalada. Eu não tinha
contato com os filhos do Tio Billy e quando finalmente
reencontro um primo é porque ele quer me passar a perna?
Isso foi me corroendo pelo caminho, porque mesmo
assustada por estar vendo uma placa de venda no meu único
bem material que – com reformas e afins – tinha um valor
comercial, eu estava cara a cara com o filho do homem que
me criou. O Tio Billy me ensinou o principio básico da vida
antes de padecer ao seu câncer de pulmão.
Edward estava tenso e assim que pisamos em casa, quer
dizer, a casa dos pais dele, fomos para o escritório e para a
minha surpresa, Esme era a advogada majoritária da empresa
e ligou para os pais de Jasper, um escritório a parte que fazia
serviços particulares. Foi estranho e ao mesmo tempo
confortador saber que Jacob podia sim, alegar uso capião,
mas havia uma herdeira viva, então, as chances eram
reduzidas a nada.
A surpresa era que além de magoada por ser a única
lembrança palpável dos meus pais, eu estava mortificada de
raiva. Quem aquele filhote de índio falsificado pensava que era
para simplesmente aparecer na minha vida de forma
negativa? Eu tinha fantasiado inúmeras maneiras de
reencontrar minha “família” e era isso? Isso era tão ultrajante!
Eu vivi por doze anos sendo criada pelo pai deles. Devia ter
no mínimo, um senso de carinho.
Pedi licença para me retirar ao quarto pouco antes do
almoço. Era muita coisa em 24 horas. James e muitos
tabloides com infinitas teorias sobre a minha pessoa e
relacionamento com Edward e agora ainda tinha que aguentar
um excelente reencontro dos sonhos com a minha família.
Isso era definitivamente humilhante demais. Meu parente vivo
querendo tirar meu único bem em imóvel. Isso era difícil de
engolir. Palavrões e surtos de raivas vinham na ponta da
língua e para não ser grossa com alguém, porque todos
estavam dispostos a me ajudar, retirei-me.
Vida de merda. Isso me deixava tão triste. Meu coração
deveria estar acostumado com em ser tão destruído, mas essa
merda não era sobre mim. Minha cama na casa dos Cullen
tinha se tornada a mesma que Edward e por isso, ela parecia
tão quentinha e convidativa pra mim. Ele, apesar de grosso e
cheio de frieza, era meu namorado e melhor amigo em
pouquíssimo tempo. Não precisei contar até cem em senti-lo
perto de mim, me apertando em seus braços.
- Amor...
- Estou bem. – cortei fungando.
- Eu sei. – sorriu beijando meu cabelo.
- Obrigada por mais cedo. – resmunguei emburrada.
- Eu não sabia que você tinha parentes vivos... –
comentou hesitante.
- Parente? Eles não podem ser parentes. A última vez que
os vi tinha cerca de 10 anos de idade. – respondi bufando. –
Eles não estavam quando Tio Billy adoeceu. Eles nunca
estavam presentes...
- Eles não podem vender sua casa. – disse me
acalmando.
Não me preocupei em responder nada. Tinha um tempo
que estava evitando pensar na casa dos meus pais. Ela era
valiosa emocionalmente pra mim, mas não de forma positiva.
O que eu podia fazer por mim mesma nessa situação?
- O pai de Jasper descobriu algo em seu nome... –
comentou acariciando meus cabelos. – Algo registrado em
uma conta no banco com o seu nome.
- O quê? – perguntei assustada meio curiosa. Edward
sendo cuidadoso com as palavras era preocupante. Ele
definitivamente levava a questão de ser sincero ao pé da letra.
- Uma apólice deixada por Charlie Swan no valor de
duzentos mil dólares. – disse lentamente.
- Uma o quê? – perguntei sentando rapidamente na
cama. Eu me senti zonza.
- Seu pai, pouco tempo antes de morrer, deixou todos os
seus bens garantidos em uma apólice que seria liberada aos
21 anos. Só que você nunca compareceu. – explicou me
fitando intensamente. Acho que estava preparado para
qualquer surto que eu sabia que iria acontecer.
- Como nunca soube disso antes? – sussurrei ainda
confusa e meio tonta.
- Não sei, amor. Eu só sei que você praticamente passou
necessidade os anos após a morte do seu Tio Billy atoa. –
adicionou calmamente. Eu quis gritar.
Abri e fechei minha boca umas duzentas vezes antes de
cair deitada novamente na cama e perceber que Edward virou
de lado, deitado meio apoiado pelo cotovelo. Vamos por
partes. Eu praticamente passei necessidade financeira porque
meu Tio havia falecido quando ainda era menor de idade, mas
já tinha 18 anos e isso me fez terminar o colegial e procurar
emprego. E meu amado pai tinha deixado tudo que era seu,
em parte, em uma apólice aos meus 21 anos. Tudo bem, eu
tinha feito 22 recentemente, mas isso não significava que
duzentos mil dólares não seriam de muita ajuda.
Eu tinha tentado manter a casa, mas havia coisas como
aquecedor e ar condicionado poderiam ser considerados
luxos a parte na conta de luz. Não, eu não podia pagar por
algo assim. Fazer compras de roupas e alimentos eram bem
contadas, detalhadas para não ter chance de erro e passar
vergonha no mercado. Não que duzentos mil reais fossem
alguma coisa, mas era alguma coisa.
Meu pai, mesmo sem prever que iria sofrer aquele
acidente, deixou algo pra mim tão secretamente que desconfio
muito que Tio Billy sabia disso. Ele teria me falado, mesmo
que não mexesse no dinheiro, teria me contado. A primeira
coisa assustadora que me preencheu foi que queria muito
vender a casa. Só para implicar com Jacob, para dar adeus
aquela friagem e memórias ruins dos tempos que me martirizei
sozinha ali.
- Eu vou vender a casa. – disse lentamente e Edward
continuou me fitando como se eu não tivesse falado algo. – É
sério. Eu posso alugar um apartamento enquanto estudo. Eu
vou conseguir um emprego melhor depois disso.
- Vender a sua herança? – perguntou baixo, esticando a
mão e afagando minha barriga.
- Bom... As memórias que quero levar de lá é dos meus
pais vivos. – murmurei baixinho – Eu só quero caminhar com
as minhas pernas. Apesar de que vai ser bem difícil deixar
tudo pra trás, eu acho que preciso me libertar de alguns
demônios. – completei insegura
Edward chegou mais perto e sua respiração estava bem
próximo. Virei meu corpo para encaixar com o dele e o
abracei.
- Você vai me ajudar com isso? – perguntei baixinho no
vão do seu pescoço.
- Claro que vou. É o que você quer e é o que eu farei. –
respondeu-me – Acho que é uma boa hora de você aceitar
meu carro. – completou rindo um pouquinho.
- Não força a barra, querido. – resmunguei
Resolvi que com Edward quente daquele jeito na minha
cama, não deveria pensar em casa, Jacob, James ou qualquer
outra coisa. Ele estava ali comigo, na nossa bolha.
Minha mão que estava no seu colarinho, foi passeando
sentindo o volume e a firmeza dos seus músculos do braço,
até a borda, onde penetrei minha mão fria em sua pele quente.
Edward abriu os olhos com meu toque e afago pelas suas
costas e barriga.
Nossos lábios se encontraram no meio do caminho e
acabei soltando um gemido quando sua mão desceu da minha
cintura e foi parar na minha bunda, segurando com força
contra seu corpo. Arfei quando meu corpo se encontrou mais
colado ao dele ainda.
- Eu amo o seu toque. – sussurrou – Sua pele é
deliciosamente cremosa pra mim. – completou chupando meu
pescoço. Rapidamente dei um jeito de tirar meu casaco e ficar
só com a blusa flanelada fina. Eu estava sem soutien
completamente tentada a ficar sem a blusa também.
Edward me virou na cama, me deixando deitada de
costas na cama, com ele encaixado entre minhas pernas.
Fazendo o que dei a entender, ele tirou sua blusa, deixando-
me admirar seu peitoral perfeito caindo sobre meu corpo. Ele
lambeu os lábios e uma necessidade estranha pela sua língua
em meu corpo me tomou que gemi. Eu estava ficando
completamente envolvida com a tensão sexual do quarto. Eu
estava bêbada de desejo.
Com uma delicadeza exagerada, seus lábios tocaram os
com uma delicadeza exagerada. Seu corpo estava
parcialmente apoiado sobre o meu e queria sentir sua pele por
completo, tocando a minha. Edward investia em mim com
mãos fortes, beijos profundos e movimentos sedutores. Uma
coisa sempre foi clara entre a gente. Eu era virgem e Edward
queria sexo. Nisso, ambos sabiam o terreno que estavam
brincando.
Empurrei Edward lentamente e puxei a barra da minha
blusa, ficando parcialmente nua. Exposta pela primeira vez a
um homem. O homem que eu amava. Um homem lindo com
os famintos analisando meus seios e lambendo os lábios
levemente vermelhos e inchados. Os olhos verdes de Edward
ficaram mais escuros, bem quentes enquanto voltava na
minha direção, completamente ofegante, segurando meus
seios com as duas mãos e eu arfei com isso. Era bom demais.
De boca aberta, distribuiu beijos molhados pelo meu pescoço,
se estendendo pela clavícula e colo. Eu sabia qual era a
intenção dele e queria muito isso. Era um desejo tão grande
que minha mente nublada só conseguia pensar em satisfazer.
Meu centro dolorido foi impulsionado pra frente
automaticamente quando a língua quente do meu namorado
encostou-se ao bico dos meus seios. Segurando um e
chupando outro, travei minhas pernas ao redor da sua cintura
e pela primeira vez lamentei estar de calça jeans.
- Mmmm. – gemi com a língua de Edward brincando com
meu seio. O movimento foi lento. Quase como um objeto de
adoração. Ele circulou a língua em torno do bico dos meus
seios e tocou com os lábios macios como seda em minha pele
quente. Ele sorriu arrogantemente com o meu coração
batendo forte e descompassadamente. Edward encostou sua
ereção em meu centro e nós dois gememos. – Isso é muito
bom...
- Você é gostosa pra caralho. – Edward meio gemeu,
meio rosnou sugando meu pescoço, segurando com as duas
mãos na minha bunda com força, provocando fricção contra
seu pau ereto dentro da calça. Eu estava me segurando pelas
bordas e xingar um palavrão bem alto.
Eu quase desfaleci com o modo rouco que sua voz foi
proferida em meu ouvido. No ultimo mês nós tivemos uns
amassos, mas nada comparado a esse. Isso definitivamente
era o que precisava no momento. Aprofundei o beijo e deixei
que ele conduzisse sua mão por onde quisesse no meu corpo,
inclusive bem perto do meu ventre. Toque lá. Faça essa dor
passar. Toque-me! Murmurei em meios a pensamentos
nebulosos de luxuria.
- Merda... Bella... As coisas vão ficar impossíveis assim.
– sussurrou – Não sabe o quanto quero estar dentro de você.
Te sentir por completo. – rosnou beijando-me
Não consegui formular algo completo a não ser gemer.
Eu realmente não me importava. Eu queria Edward mais do
que poderia compreender. Era um desejo intenso tão grande
que meu corpo agia por instinto e não havia em mim, em parte
alguma, vontade de parar. Talvez esse fosse o nosso mais
novo problema. Edward me beijou com força e sua mão que
estava na minha bunda, foi parar no botão impossível da
minha calça.
- Edward? – Carlisle bateu a porta e nós dois xingamos
baixo porque a mão dele já estava parcialmente dentro calça.
Prontinha para descer o zíper – Temos visita para o almoço,
desçam em breve.
- Putaquepariu. – Edward resmungou meio caindo por
cima de mim. Ele continuou lá, mas a menção de ter meu
sogro do lado fora, provavelmente imaginando o que
estávamos fazendo dentro do quarto, me deixou meio zonza.
- Vamos nos vestir. – disse tentando nos acalmar.
- Preciso tomar um banho frio, amor. Eu não tenho
condições de descer assim. – murmurou e ainda podia sentir
a ereção dele batendo em mim. Meu centro estava
impossivelmente dolorido.
- Tudo bem. – respirei fundo tentando clarear minha
mente. Eu também precisava de um banho frio, para acalmar
meus ânimos e fora que estava completamente molhada. – Eu
acho que também preciso de um. – murmurei timidamente.
Nós, definitivamente, demos dois passos largos em nossa
relação.
- Vem tomar banho comigo... – sussurrou no meu ouvido,
mordendo o lóbulo da minha orelha.
- Isso não vai ajudar. – sorri aceitando de bom grado seus
beijos.
- Ok. Eu tomo banho no quarto ao lado. – disse rindo
olhando pra mim e meu estado bagunçado. – Qualquer coisa,
ajuda pra lavar o cabelo, esfregar as costas, qualquer coisa,
me chama. – sussurrou sedutoramente sugando meu lábio
inferior.
Nós nos arrumamos separados e eu não me importei em
secar os cabelos e vi que minhas bochechas tinha um tom
rosado natural. Acho que era minha versão pós amasso com
o namorado. Encontrei com Edward no corredor e ele desceu
as escadas beijando meu ombro, pescoço, bochecha, com
mãos na barriga e quadril. Cheguei a brincar que ele precisaria
subir e tomar um segundo banho frio.
- Não gosto quando você esconde o cordão. – Edward
resmungou enfiando a mão dentro da minha blusa. Ele achava
que agora tinha o tinha passe verde no meu corpo inteiro. Não
que eu me importasse. – É minha marca, em você.
- Em certos lugares ele é muito chamativo. – retruquei
beijando seu queixo.
Havia algumas pessoas na sala, algumas eram familiares
da empresa. Como o bilíngue e Aro, o assistente de Carlisle.
Tinha muitos outros, mas não lembrava particularmente deles.
Quer dizer, em nome. Alice tinha Jasper e seus pais em um
canto e Rosalie cantarolava algo em francês, sua língua
natural com Max. Esme conversava avidamente com todos e
parecia ser negócios. Edward demorou para me soltar, mas
alguém falou algo estupidamente ruim ao ponto dele tencionar
e dar aquele fora, aproveitei a deixa e juntei-me a Rosalie no
cantinho.
- Cadê o Emm? – perguntei
- Está ali. – apontou para o grandalhão no canto com
Victória e uma mulher loira - Acho que isso é um almoço de
negócios. – respondeu baixinho.
- Dois peixinhos fora d’agua. – brinquei cantarolando um
pouquinho.
- Então, animada para as aulas amanhã? – Rosalie
perguntou com os lindos olhos azuis brilhando. Meu estomago
se revirou de primeira.
- Não. – resmunguei – Minha época no colegial não foi
memorável. – completei meio gemendo e Carlisle que vinha
em minha direção com duas taças de vinho, beijou meu cabelo
e entregou-me uma delas.
- Eu sei que você será uma das alunas de destaque. –
incentivou e eu sorri. Eu gostava do lado paternal do meu
sogro. Ele era carinhoso, amigável e confiante. Isso me dava
confiança em mim mesma. E melhor ainda que ele não lançou
nenhuma piadinha sobre ter ido nos tirar da bolha uma hora
atrás.
- Obrigada. – murmurei e Rosalie riu acariciando minha
mão.
- Aproveitem o almoço e não fiquem tímidas. A casa é de
vocês e não deles. – piscou indo conversar com outras
pessoas.
- Você e Edward estão evoluindo, não é? – Rosalie
perguntou depois de um tempo. Meio tímida assenti
ruborizando. – Bells, você toma remédios?
- Não. – disse baixinho.
- Talvez devêssemos procurar um medico e providenciar
isso. A não ser que esteja no plano de vocês ter filhos agora.
– sugeriu e quase engasguei com o vinho.
- Não. Nós vamos ao medico urgentemente. – respondi
contente de Rosalie ter esse lado meio irmã mais velha
comigo. Eu gostava do modo que podíamos cuidar uma da
outra.
- Resolveremos isso depois. – falou mais baixo e Esme
acenava nos chamando para uma roda.
Depois de um tempo percebi que eram as esposas. Olhei
em pânico para Rosalie porque eu mal tinha dois meses de
namoro para estar envolvidas em conversas de senhoras
antes de almoço empresarial. Por que logo eu tinha que
namorar o presidente da empresa? Tudo era meio que
direcionado a mim ou Rosalie. Elas queriam minha opinião e
fiquei grata quando o assunto ficou leve como moda, filmes e
livros. Não que entendesse muito, mas estava contente com a
calça de tecido, sapatilhas vermelhas e uma blusa social
branca meio justa que usava. Estava bom para ficar em casa,
visto que Esme estava parecida.
Espiei Edward e ele segurava sua taça de vinho olhando
indiferente para o que o homem falava. Como se não se
importasse e deduzindo pelo modo que o conheço, se for
contra ao que ele quer, realmente não estava se importando.
Victória estava ao seu lado, por vezes, ela lançava punhais ao
outro homem e Edward gentilmente tocava seu ombro. Eu
sabia que eles tinham um laço afetivo pelo tempo que se
conheciam e por ela ser afilhada dos seus pais, mesmo que
naquele momento, os dois não parecessem mais que dois
leões em fúria.
Emmett falou algo que fez todos rirem e Edward relaxou,
procurando alguém pela sala que só depois que nossos olhos
se encontraram e sorrimos mutuamente, percebi que esse
alguém era eu mesma. Fiquei toda boba.
- Então. – uma das mulheres limpou a garganta
chamando minha atenção. Percebi que ela falava comigo – A
mídia especula muito sobre como você e Edward se
conheceram. Conte-nos, estamos entre amigas. – piscou
sorrindo docemente. Não sei porque senti que contar a ela,
seria o mesmo que ir a Oprah e especular ainda mais.
De maneira alguma havia um modo de fugir dessa
conversa, que exceto minha sogra e Rosalie, todas as outras
mulheres pareciam ligeiramente interessadas na minha
resposta. Eu odiava ser o centro das atenções e meu rosto
esquentou nervosamente. Eu não ia expor o plano de Emmett
e trazer um problema intimo a roda. Não me pareceu sensato
contar, por mais que engraçada, a maneira que entrei para a
vida de Edward. Era uma magoa passada que essas mulheres
espalhariam, com toda certeza. Já podia imaginar o Hollywood
life divagando sobre o filho prodigo retorna a casa.
Esme estava ligeiramente ansiosa com a minha resposta,
por isso, acenei timidamente prendendo meu cabelo que batia
no rosto.
- Foi no parque. – comecei rindo um pouco. – Eu estava
perto da pista de gelo, com frio e meio triste. Era mais um natal
e sempre fico melancólica nesse período. Foi então que
Edward apareceu. – sorri. – Ele gentilmente sentou-se ao meu
lado, conversamos um pouco e minha tristeza sumiu com a
atenção. Ele me convidou para patinar no gelo e nós
dançamos sem musica ali. Foi a primeira vista. – finalizei e
elas suspiraram com a versão mais editada da história. Foi o
máximo que consegui pensar em pouco tempo e com o efeito
do vinho sobre mim.
- O engraçado que inicialmente uns tabloides disseram
que você era noiva de Emmett. – outra comentou sorrindo.
Rosalie deu seu olhar mortal seguido por um sorriso doce. A
mulher ficou confusa. – Tinha até fotos com aliança. –
adicionou mais baixo e Rosalie fez questão de sacudir os fios
dourados e rir.
- Então o casamento será em breve? – outra perguntou e
quase sai correndo pela porta.
- Pelo visto, muito em breve. – completou outra olhando
diretamente para meu cordão com uma aliança linda
pendurada. Senti meu pescoço pesar. Diabos, que
fofoqueiras.
Eu realmente fiquei sem resposta. Edward tinha me dado
o anel sim, mas achamos por bem permanecer no pescoço.
Isso não significava que ele queria casar comigo. Significava?
Não podia realmente ser, afinal, acabei de descobrir o quanto
ele queria estar dentro de mim. Casamento era uma palavra
muito grande e com muitas silabas. Eu preferia sexo. Só duas
e bem mais rápida e eficaz.
- Hora de servir o almoço, queridas. – Esme sugere
gentilmente e elas a seguem. Rosalie também foi com o grupo
e eu provavelmente deveria ter ido, mas estava mortificada
com a linha de pensamentos.
Tudo bem, meu personagem favorito era o Eric e ele
explode ovários alheios, mas onde no mundo eu iria estar
conversando com mulheres mais velhas e pensando que sexo
era melhor que casamento? Não que eu fosse contra
casamentos e sabia que – esperava ao menos – casar com
Edward iria acontecer, mas não agora. Eu tinha que me
estabelecer um pouquinho mais. Na verdade, eu mal tinha
perdido a vergonha de mostrar meus seios a ele, e não ia
casar virgem. Nunca tive essas esperanças. Eu mal imaginava
que fosse namorar alguém.
O garçom passou por mim com umas doses de uísque e
peguei sem hesitar, ele me olhou torto, mas eu acho que
precisava dissipar esses pensamentos confusos, porque a
lembrança de Edward chupando meus seios com adoração
estava me fazendo molhar novamente. Eu precisava saber
como era aquele homem... Resolvi interromper o pensamento
e virei o conteúdo do copo rapidamente. Ardeu como um
inferno, mas ninguém estava prestando atenção em mim. Eu
acho.
- Isso não é água, você sabe. – Edward falou baixo
entregando-me um guardanapo. – E essa bebida não é um
pouquinho forte? – perguntou tirando o copo vazio da minha
mão e entregando ao garçom.
Ele tinha a sobrancelha arqueada e percebi o quão leve
estava. Resultado de três taças de vinho, conversas com
fofoqueiras e uma dose de uísque virado como água. Dei um
sorriso meio tímido enquanto fiquei observando seus cabelos
bagunçados porque ele apenas lavou e penteou com os
dedos. As sobrancelhas perfeitas, com vincos de curiosidade.
Os olhos verdes, brilhando com intensidade, me fitando com
interesse, o nariz reto perfeito, sem falhas ou mostras de
machucados, as bocheches brancas com um leve tom de
rosado e os lábios vermelhos, molhados pela sua língua
maravilhosa. E ah, o queixo perfeitamente alinhado,
quadrado, bem masculino. Tive vontade de chupar. Meu
DEUS!
De repente eu meio que senti o modo que os lábios dele
era em minha pele, em volta dos meus seios e conforme
sussurrava que queria estar dentro de mim.
- Eu realmente quero saber porque você está ruborizando
e me olhando de boca aberta. – Edward comentou baixo, rindo
um pouco.
- Merda. – murmurei encurtando nossa distancia,
escondendo meu rosto em seu peito. – Eu estava com a
imaginação meio longe. – sussurrei envergonhada e pela sua
risada, ele entendeu onde estava.
- Eu já disse o quão linda você fica ruborizada? –
perguntou acariciando minhas costas. – Eu realmente gosto
de você pensando em mim desta maneira, porque eu pretendo
explorar cada mínimo detalhe do seu corpo afundo. –
sussurrou no meu ouvido. – Você é deliciosa demais para seu
próprio bem. – mordeu meu lóbulo da orelha.
Meu corpo inteiro estremeceu e um arrepio surgiu da
minha nuca conforme seu hálito quente bateu contra minha
pele. Um arrepio que encontrou abrigo entre minhas pernas.
Soltei um gemido que pareceu mais um choramingo e quis
xingar Edward por me manipular assim.
Eventualmente voltei a beber mais um pouquinho porque
estava bom e Edward estava nojento com sua nova mania de
sussurrar coisas inapropriadas no meu ouvido. Depois que eu
comi o delicioso almoço e fiquei escondida na cozinha com
Victória e Rosalie atacando as trufas de Emmett, minha
sobriedade voltou com força e eu iria bater em Edward assim
que estivéssemos sozinhos.
- Ai amor! – gritou assim que ele fechou a porta e joguei
o travesseiro com força no seu rosto. – O que exatamente foi
isso?
- Canalha! – gritei de volta – Você ficou me provocando
como se fosse o fim do mundo. – sussurrei irritada. – Isso
definitivamente não se faz!
- O quê? Você estava gostando!
- Eu estava mortificada! – retruquei mais alto.
- Ah é? – inquiriu desafiador. – Eu pensei que na verdade,
iria entrar nesse quarto. – disse dando passadas como um
leopardo espreitando a presa encurralada. No meu caso, entre
a cômoda, sofá, parede e cama. Não havia como fugir. – E te
agarrar como se não houvesse amanhã. – eu dei dois passos
e parei contra parede e Edward colocou as duas mãos do meu
lado.
- Não foi legal. Você me deixou...
- Excitada? – beijou meu pescoço e eu meio que gemi
afirmado. – Com desejo? – pergunta novamente enfiando as
mãos por dentro da minha blusa, tendo contato direto com a
minha pele. Eu murmuro incoerente novamente. – Eu resolvo
todos esses pontos, amor... – sussurrou chupando meu
pescoço.
Eu puxei a blusa de Edward de dentro da calça e abri
alguns botões enquanto sua boca está ocupando a minha.
Senti as mãos de Edward descerem até a minha bunda, me
erguendo fortemente em seu colo, onde chutei meus sapatos
no ar e prendi minhas pernas em sua cintura.
...
- Acorda dorminhoca. – Edward beijou meu nariz. Eu
ficaria feliz se não existissem dois motivos: 1) Poderia ser o
papa me acordando e eu gostaria de saber porque diabos era
tão cedo e estavam perturbando meu sono. 2) Edward
NUNCA acorda antes de mim. Algo estava definitivamente
errado.
- O que é? – resmunguei
- Primeiro dia de aula. – quicou na cama. Agora eu sei
quem Alice puxou. Eu gemi, não era bem por isso que queria
ser acordada. - Minha mãe comentou sobre você querer
vender a casa.
Ele sabia como me fazer despertar. Sem respondê-lo, dei
um beijinho na sua bochecha e o empurrei de cima de mim.
Eu não tinha ideia do que usar, por isso fui até o quarto de
Alice, onde a mesma se animou em me fazer de barbie.
Quarenta minutos depois eu tinha saltos, uma calça justa que
deixava minha bunda mais redondinha e durinha. Eu tinha que
admitir. Eu amei a minha bunda dentro daquela calça. Eu tinha
um suéter azul com um decote fazendo meus seios parecerem
duas almofadas brancas. O cordão se perdeu ali no meio e
sabia que Edward praticamente iria me violentar para deixa-lo
a mostra.
Arrumei a mochila que Alice comprou pra mim com os
materiais escolares. Era oficial, eu estava basicamente
voltando ao colegial, por mais que seja um curso, é no horário
da manhã, aonde eu iria praticamente almoçar com o segundo
grau da Upper East Side e toda geração podre de rica de
Manhattan e porque a minha cunhada era uma pentelha
famosa. Sem vídeos pornôs ou fotos sexuais – Edward
mataria Alice se isso acontecesse -, mas ela era queridinha
dos fotógrafos.
Eu nunca me socializei na escola. Nunca vesti um jeans
caro e sapatos Christian Louboutin para sentar por duas horas
– com intervalos – e estudar. Eu quis me convencer a ir de
tênis e jeans velho, mas não tive coragem de pensar nisso,
muito menos em falar com Alice sobre a ideia.
Descemos juntas e ela quicava de excitação por me
apresentar a galáxia. Era assustador e engraçado ao mesmo
tempo.
- Nós simplesmente podemos passear no parque depois
da aula. – Alice comentou animada e Max pulou nos meus
pés. Eu não queria encher-me de pelos antes do café, por isso
sentei na escada enquanto ela cantarolava animada e apenas
afaguei mantendo-o longe do meu suéter de linho.
- Vamos tomar café. – Alice rodopiou depois de tudo estar
pronto. Eu podia ouvir a voz de Carlisle e Edward na mesa da
cozinha, paramos no lavabo para lavar as mãos e seguimos
para a cozinha.
- Bom dia gatinhas. – Anne cumprimentou sorrindo e eu
me derretia com seu carinho.
- Bom dia. – Alice e eu respondemos juntas. – Bom dia
família. – sorri e Carlisle e Esme devolveram gentis.
Edward estava parado, com sua xicara no meio do
caminho até a boca. Seus olhos estavam arregalados e ele foi
ficando vermelho.
- Aonde você vai assim? – perguntou duramente. Eu
podia ouvir seus dentes rangeres. Esme suspirou
dramaticamente.
- Para o curso? – perguntei rindo um pouco e sentei-me
a mesa. Alice me esticou um copo de suco e dei a ela as
torradas com manteiga de amendoim.
Nós começamos a conversar e Edward ficou me olhando
como se fosse um alienígena, com raiva, é claro. Eu tentei não
ligar, porque não tinha ideia do motivo, mas estava nervosa
demais com a minha volta aos estudos que mais isso seria
definitivamente muita coisa pra administrar.
- O que exatamente você está pensando em ir assim? –
Edward perguntou no hall de entrada e eu literalmente dei um
pulo assustada. Ele além de me pegar desprevenida, estava
com aquele tom de voz rasga calcinhas – quando não é
exatamente direcionada a mim.
- Uhn? Há algo errado com a minha roupa? – perguntei
ligeiramente confusa. Corri para frente do espelho e olhei ao
redor. As vezes poderia estar suja ou brega, mas Alice teria
me avisado.
- Não. Há algo certo demais com seus seios sendo
convidativos para todos os caras olharem e sentirem o desejo
de apertar a sua bunda. – acusou com a voz esganiçada.
Edward tinha o olhar vibrante e ele estava com raiva. Melhor,
ciúmes.
- Edward, pelo amor de Deus. – bufei frustrada. Eu estava
bem perto de me atrasar para o meu primeiro dia de aula. Isso
realmente não estava sendo interessante. – Não há nada de
errado com a minha roupa.
Ele devia esquecer minha roupa e concentrar no meu
nervosismo.
- Há sim. – resmungou fazendo um bico adorável.
Encurtei nosso espaço jogando meus braços ao redor do seu
pescoço, colando meu corpo ao dele. Edward tinha as mãos
na minha cintura, mas quando colei nossos lábios, ele desceu
até a minha bunda. Tão previsível.
Modo beijar para esquecer o foco.
- Eu sou sua. – sussurrei escovando meus lábios nos
seus. Ele apertou ainda mais minha bunda, me levando
bruscamente de encontro ao seu corpo. Edward soltou aquele
grunhido homens das cavernas e eu sorri chupando seu lábio
inferior. – Eu adoraria se você me levasse até lá, quem sabe
os caras sabendo que sou sua, não irão me olhar desta
maneira. – sussurrei mordendo um pouco seu queixo. –
Porque de maneira alguma exista outro cara no qual queira
que me toque. – completei percebendo que estava sendo uma
ótima aluna. Eu gostei de saber que também podia manipular
Edward. Ele passou a mão repetidas vezes na minha bunda,
como se não quisesse me soltar.
- Eca. Procurem um quarto. – Alice passou por mim. –
Estou indo no meu carro, vai comigo ou meu irmão vai mijar
no poste e marcar território?
- Vocabulário, Alice. – Edward repreendeu – Eu vou levar
minha namorada sim.
- Foda-se. – sorriu diabolicamente saindo correndo de
dentro de casa.
Edward e eu descemos até a garagem até seu carro e
meu celular começou a tocar, o que achei ligeiramente
estranho porque a pessoa que me ligava a maior parte do
tempo era o mesmo que ligava o carro para a nossa saída. O
numero ainda era desconhecido.
- Alô? – atendi insegura.
- Bella? – uma voz grossa soou do outro lado. – É Jacob!
- Quem? – perguntei tensa, eu tinha ouvido muito bem,
mas era só pra ter certeza.
- Jacob Black, seu primo. – confirmou mais alto e seguro
de si. Que prepotente, pensei.
- Como você conseguiu meu numero? – perguntei
tentando esconder minha irritação. Edward me olhou meio
torto e com curiosidade estampada no rosto. De duas a uma
ou ele pensava que era James ou Jacob. As duas opções o
fez apertar o volante e ficar com dedos brancos.
- Isso não importa agora... Eu só quero pedir desculpas.
– disse mais baixo, com a voz terna. Eu meio que relaxei.
Soltei um suspiro longo sem saber o que responder. – Eu
devia dar tempo de lhe avisar e chegarmos a um acordo de
paz.
- Como? – perguntei mais alto. – Que espécie de acordo?
Você quer vender a minha casa! – rosnei irritada.
- Minha casa. Meu pai viveu nela por mais de quinze anos.
- Porque ele era meu tutor legal, imbecil. Já ouviu falar
disso? – retruquei.
- Bella, eu realmente não quero saber os motivos no qual
meu pai teve de te criar, eu só quero o que é meu por direito.
– disse-me e quando estava prestes a dizer que ganhar um
chute no meio da bunda era tudo que ele iria receber, Edward
tomou o telefone de mim.
- Jacob Black, certo? – perguntou friamente. Eu fiquei
arrepiada. – Nós não teremos nenhuma espécie de contato
com você, somente meus advogados. – disse e desligou,
devolvendo-me o telefone. Eu estava com raiva demais para
pensar e liguei diretamente para Esme.
- Oi meu amor, nervosa? – Esme perguntou assim que
atendeu. – A escola será legal.
- Sim, mas no momento no momento não é por isso. –
cortei com um suspiro, meu joelho sacudia numa velocidade
alucinante – Lembra-se da nossa conversa sobre a casa? –
perguntei e ela respondeu que sim na mesma hora. – Eu
realmente quero vende-la, você pode seguir adiante com suas
sugestões. – completei
- Tem certeza? Eu realmente fico preocupada em tê-la tão
longe, mesmo com seguranças te vigiando a maior parte do
tempo, ainda assim, concordo com seus pontos. – respondeu-
me preocupada. Aquela voz maternal me deixava mole.
- Sim. Eu tenho certeza. – menti. Eu não tinha, mas ia
fazer. Teimosia e orgulho era meu sobrenome. Principalmente
quando tinha alguém querendo me desafiar. Eu ia vende-la e
ficar com o dinheiro.
- Tudo bem. Eu ligo com novidades. – disse-me antes de
desligar.
Edward pegou minha mão e não soltou até chegarmos a
escola e eu mal o olhei. Agora estava dividida com dois
sentimentos. Estresse de Jacob me atazanar pela minha casa
e por estar em um estacionamento rodeado de adolescente
retornando as aulas. Não sabia o que era mais assustador.
- Acho que eu quero voltar pra casa. – murmurei meio
assustada. – Definitivamente isso não dará certo. Eu não fui
memorável no colegial e bom... Por que seria diferente agora?
– divaguei nervosa. Edward riu e não foi surpresa sentir
vontade de bater nele. Nosso amor era entre tapas e beijos.
- Você vai conseguir, amor. – disse-me com seu sorriso
molha calcinhas. – E isso não é mais o colegial, você está em
um nível diferente.
- Ok. – respirei fundo.
- Qualquer coisa, é só mandar Demetri chutar o traseiro
do primeiro que te irritar. – sorriu – Você é uma Cullen e pode
fazer isto.
- Você é ótimo com incentivos. – ironizei secamente. Eu
estava meio com raiva por tudo e descontar nele era meu
passatempo favorito.
-Eu não preciso te incentivar porque eu sei o quão boa
você é em tudo. – disse-me confiante e senti inveja. Eu queria
ter uma confiança dessas em mim mesma. Eu quase me senti
orgulhosa dele e feliz. Quase. Minhas mãos suavam frio e
guardei o celular lembrando da conversa com Jacob.
Santa merda, eu tinha mandado vender minha casa.
- Você tem absoluta certeza de quer fazer isso? -
perguntou-me soltando o volante e pegando minha mão com
cuidado.
- Tenho, Edward. - respondi emburrada e com raiva de
estarmos tendo aquela mesma conversa pela trilionésima vez
na semana.
- Não faça nada por orgulho. - aconselhou levemente.
- Eu quero que Jacob desapareça da minha vida. E se
isso for fazê-lo sumir, farei sem pensar duas vezes.
Talvez não fosse a trilhonésima vez, mas eu estava
irritada. Tinha direito de um desconto.
- Você sabe que não precisa nada disso. Basta aceitar
minha proposta. – disse sorrindo torto. Eu engoli minha raiva,
frustração e puxei Edward pelo colarinho, dando-lhe meu
melhor beijo de despedida e sai do carro na promessa de vê-
lo a noite.
Ele falou as palavrinhas mágicas. Eu sabia que um dia eu
seria sustentada por ele, quando casássemos porque eu
jamais tiraria dele ele lado ‘sou o provedor da família’.
Enquanto pudesse empurrar isto, iria fazer. Eu acho, já não
tinha mais certeza de nada.
Alice me esperava na porta e ela tinha um grupo de
amigos e vi no meio do meu pesadelo. Ela era a popular. Eu
odiava os populares da escola. Resignada, segui ao seu lado
dando sorrisos simpáticos as meninas que me avaliavam. “Ela
é a namorada de Edward Cullen!”.
Alice estava me fazendo sentir um adolescente
novamente. Segunda-feira, eu estava ali, no meio de um
monte de hormônios em ebulição querendo passar para a
faculdade. O que eu não fazia para provar a Edward que não
precisava dele para ser independente… Ok, eu precisava
dele, mas bater de frente ainda era legal.
Segui para a minha sala de aula ao lado de um Jasper
completamente sonolento. Ele tinha seu material e uma
espécie de ressaca. Nós dividimos uma mesa e as anotações.
A primeira aula não foi tão difícil assim e eu realmente gostei
da professora de matemática. Se tudo continuasse bem,
poderia tirar isso de letra.
...
As primeiras semanas de aulas passaram muito rápido.
Edward estava mais animado com o curso e nós estávamos
em paz. Eu praticamente me estava morando na casa dos
Cullen e nós saímos algumas vezes para ver seu novo
apartamento. Não preciso dizer que estava lindo, com as
reformas prontas e o toque de Esme. Edward escolheu colocar
tudo que eu comprei e dei opiniões. Não sei se era para me
agradar, mas eu achei fofo. Entrar e perceber que o sofá tinha
o meu gosto, o vaso do canto, o tapete do quarto e o colchão
nós testamos juntinhos.
E eu também fui procurar um pra mim com Rosalie, não
encontrei nenhum ou foi só Rose que era péssima companhia
em escolher imóveis. Tentei levar Alice, mas ela gentilmente
mandou voltar pra casa porque Edward estava de mau humor
e ninguém realmente sabia o motivo. Eu senti que eles
sabiam, só não queriam me falar. Resignada, pedi a Demetri
me levar pra casa quando saímos de um dos bairros do
subúrbio e retornamos a Long Island.
Edward estava do seu lado completamente emburrado na
cama, quase rasgando as folhas do seu livro, enquanto eu
tirava minhas roupas no closet. Suspirei porque não tinha
clima pra brigar, por mais que seja meu passatempo preferido,
realmente meus pés doíam.
- O que há de errado? – perguntei indo escovar os dentes.
Eu estava morta de cansaço.
- Você gosta disso? – gesticulou entre nós dois. Pergunta
óbvia, revirei meus olhos e concentrei na escova. – Eu não
digo nós dois. Digo de dormir e acordar junto. Dividir a cama,
o armário, o pote das escovas... – começou e assenti. Era tipo,
normal. Sei lá. Eu encarava muito bem dormir e acordar ao
lado dele, escovar dentes, trocar de roupa, apesar de nunca
nos termos visto nus – digo partes intimas mesmo. – E você
foi procurar um apartamento por que? Eu pensei que
fossemos morar juntos! Nós passamos as ultimas semanas
escolhendo coisas juntos! – exclamou angustiado e engasguei
com a espuma do creme dental.
Ele falou morar juntos em dois meses de namoro? Oi?
Lavei minha boca e fiquei em silencio. Edward continuava a
me olhar magoado e pela minha não resposta, ele saiu do
quarto. Eu sinceramente não sabia o que fazer. Dizer, ou sei
lá.
Fiquei momentaneamente congelada no meu lugar antes
de conseguir mover meus pés e cair na cama. Eu acho que
morar com Edward não era de um todo uma má ideia, só fiquei
surpresa. Eu não sabia que ele tinha esses planos comigo
agora, além de ser cedo e tudo mais, eu pensei que ele
quisesse me manter no nível de namorada e não de quase
esposa, porque esse papo de morar junto pra mim é quase
como casar.
Deus, eu só tinha 22 anos. Eu não sabia ser uma esposa.
Tipo, namorada que mora junto. Eu só tenho um gato e um
segundo grau completo. Três ex empregos e nenhuma família.
Porque diabos Edward Cullen, o bilionário quer morar comigo?
Eu queria muito casar com Edward, obviamente, mas
putzs, isso me pegou desprevenida. Nós precisávamos
conversar e quando ele retornou ao quarto, ainda fiquei
olhando assustada.
- Edward...
- Eu vou entender se você não quiser. – cortou-me sem
me olhar.
- Cala boca. – suspirei jogando-me na cama. – Só deita
aqui comigo, ok?
Com má vontade, jogou-se do meu lado e nós ficamos
em silencio. As engrenagens do meu cérebro estavam
trabalhando ainda. Acho que ele entendeu que precisava
pensar, mas também precisava dele, porque me puxou para
seu abraço de conchinha, enfiando o nariz no meu pescoço e
a mão na minha barriga por dentro da blusa do pijama. Ou
talvez estivesse querendo me convencer o quanto aquilo era
gostoso e eu poderia ter todas as noites.
Eu adormeci meio confusa, porque além de estar me
adaptando a ter 300 adolescente falando ao mesmo tempo na
hora do almoço, as pseudos amigas de Alice e Jasper como
companheiro de classe, eu estava oficialmente processando
Jacob e pondo a casa que cresci a venda, porque como
Rosalie disse, eu era uma nuvem iridescente e precisava
brilhar. A casa me impedia de brilhar.
Eu entendi esse papo sobrenatural como seguir em
frente. Tipo, livrar dos demônios da tristeza que passei
naquela casa e ser feliz. Mas será que morar junto com
Edward estava na equação? Será que eu queria continuar
morando sozinha quando tinha a oportunidade de viver com o
homem que eu amo? Eu não tinha duvidas de nada
relacionado a Edward.
Eu sabia de sua grosseria, do temperamento impulsivo,
dos mimos e como era teimoso. Ele sabia perfeitamente tudo
sobre mim, mais do que gostaria até. Acordei um bom par de
horas ante dele e fiquei de lado, olhando ele dormindo
ternamente, com a mão na minha cintura. Um dia iria
perguntar se ele tinha medo que fugisse, porque podia
simplesmente acordar a qualquer hora e encontrar ou seu
braço ou perna me segurando.
Ter a oportunidade de ver alguém dormindo é algo muito
intimo. A pessoa fica vulnerável, exposta e frágil nesse
momento. É particular demais e quando você quer fazer isso
com alguém, significa que realmente gosta. Eu me sentia
privilegiada em poder ver o quanto Edward era angelical e
inocente durante seu sono. E gostava disso.
Eu sabia o quanto ele queria ter seu canto, porque
sempre morou sozinho e longe dos pais e a constante atenção
da sua família o sufocava um pouquinho. Tudo estava bem,
mas há certos hábitos que não se muda rapidamente. Ele
queria compartilhar isso comigo. Um orgulho idiota cresceu no
meu peito e comecei avaliar.
As chances de separação eram normais de como
qualquer casal, mas nós não éramos qualquer casal. Então
isso podia ser um ponto a favor. Eu dormi mais com ele do que
com qualquer pessoa na minha vida. E desde que estamos
namorando, noventa por cento das minhas noites foram
gastas nesta cama. Que eu já considerava minha.
Será que isso seria meu momento iridescente? Conclui
que só havia uma maneira de descobrir: Aceitando sua
proposta.
Eu não tinha certeza quanto a venda e muito menos
quanto a juntar meus trapinhos com Edward, mas... Eu era
uma nuvem iridescente! Ia conseguir.
- Posso saber porque estou sendo paquerado as cinco
horas da manhã? – Edward perguntou sonolento com um
sorriso preguiçoso se espalhando nos lábios. Senti o desejo
de atacar sua boca.
- Uhn... Estou paquerando meu futuro colega de quarto.
– respondi e ele abriu os olhos.
- Sério? – perguntou com o olhar brilhando feito estrela.
- Sério. – respondi baixo – Se você ainda me quiser, é
claro.
- Eu quero você todos os dias. – sussurrou vindo me
beijar. Hálito matinal já não nos abalava. – Eu quero mudar
outra coisa também. – Edward enfiou a mão nos meus seios
e eu quase ri pela sua mais nova tara. – Eu o quero no seu
dedo. – disse inseguro. – Tipo, não enlouqueça. Eu te dei esse
anel com o proposito futuro. Pode não ser agora, mas eu
quero no seu dedo.
- Isso não seria apressar as coisas? – perguntei
debilmente. – Nós não chegamos na segunda base. –
murmurei timidamente.
- Nada disso é para apressar o fator sexual. Eu não te
amo pelo sexo, Bella. Eu te amo pelo mundo que você
representa pra mim. Eu te amo porque é a única pessoa que
foi capaz de mudar minha vida. Eu te amo porque você é
minha. Eu te amo porque quero e desejo você unicamente. Eu
apenas te amo mais do que realmente consigo compreender;
– disse sinceramente olhando em meus olhos. Eu senti
vontade de chorar. Mentira, eu já estava chorando. – Não
chore, amor.
- Eu te amo. Te amo por tudo, Edward. Eu acho que não
terei dedos para enumerar o quanto você é importante na
minha vida. Eu também quero gastar todos os meus dias com
você! – sussurrei no escuro do quarto. Edward tirou o colar e
deixou o anel escorrer até sua mão. Ele pegou meu anelar e
deslizou seguramente. Eu percebi o quanto ficou bonito e
sorri. Era o lugar certo.
- Eu te amo muito. – beijou-me deitando-me de costas na
cama. – Está preparada para se mudar amanhã mesmo? –
perguntou sorrindo diabolicamente.
Foi então que eu percebi que agora mesmo Edward
ficaria impossível com seus mimos e o papo de ser a
namorada do bilionário com benefícios iria ser difícil de negar.
Como iria dizer não a Edward sobre o carro e o cartão de
créditos se eu aceitei fazer algo mais intimo ainda?
Deus me ajude!

Capítulo 12

Who Run The World? (Girls!)

- Essa foi a última caixa, Srtª. – Demetri sorriu olhando


para o pequeno caminhão que fechava as portas com poucas
caixas minhas. – Você deseja ficar um momento na casa? –
perguntou-me mais baixo e eu gostava do nosso
relacionamento silencioso. Já que ele era a minha sombra
número 1, era bom que sentisse minhas necessidades.
- Certo. Só dois minutinhos e vamos embora. – sorri
timidamente e obriguei meus pés se moverem.
Pelos últimos quarenta minutos observei os
desmontadores trabalhando dentro da casa. Eles levaram
tudo que mandei para doação, para jogar fora e as poucas
coisas que reservei para meu novo lar. Um apartamento no
centro de Manhattan que irei dividir com meu namorado,
Edward Cullen. Eu não conseguia definir exatamente o que
estava sentindo com a possibilidade de nunca mais pisar na
casa no qual cresci.
Passei a mão pelo balcão da cozinha e vi que sem as
galinhas de porcelana penduradas ele era bem bonito. Mamãe
possivelmente teve um bom gosto ao escolher. Nunca tinha
reparado que o carpete da sala era marrom claro. Ele sempre
me pareceu cinza, mas ao remover o sofá, percebi que eram
manchas. Deveria tê-lo trocado de tempos em tempos.
A janela da sala também ficaria melhor com outra cortina
clara. Não sei. Agora é tarde demais para pensar em uma
nova decoração. Esta casa já não era mais minha. Subi as
escadas, empurrando algumas peças que estava no caminho
e abri a porta do meu quarto vazio. Eu vivi meus melhores e
piores momentos deitada naquela cama. Minhas orações,
meus medos, sonhos e pesadelos foram aqui. Eu joguei
coisas na parede quando Max Junter me chamou de Bella, A
cadáver no colegial, perto do baile de primavera. Ainda tinha
a marca na parede. Eu imaginei o rosto dele ali.
Até que era bem grandinho. Se eu tivesse me livrado
daquela cômoda que eu tanto odiava, teria mais espaço. Pra
quê? Perguntei-me. O que iria fazer de diferente ali? Nada.
Com um suspiro trêmulo, fechei a porta e pulei para o quarto
do Tio Billy. Incrível, ainda tinha o cheiro de charuto ali dentro.
Não tinha mais nada, mas era como se pudesse vê-lo em pé,
perto da janela, envolto a fumaça me dizendo que o mundo
era idiota. Suas filosofias eram sempre contraditórias. Eu
sentia falta do irmão adotivo do meu pai.
Abri a porta do quarto dos meus pais e foi ali então que
as lágrimas que tanto engoli resolveram descer em forma de
cachoeira. Eu não tinha nenhuma memória ou comentário em
relação aquele espaço porque havia pouquíssimos momentos
no qual vivi ali. Não tinha o que se lembrar, porque eu não
cheguei do baile e fui direto contar a minha mãe. Eu não vim
dormir no meio deles em noites de chuva e também não deitei
no colo do meu pai e ouvi histórias antes de dormir. Eu não
tinha nada deles. E eu queria ter tido.
Nunca foi tão difícil ficar ali dentro como naquele
momento e achei que era hora de sair. Até sentir um par de
mãos segurar minha cintura e me prender ao corpo. Edward.
Eu sorri encostando a cabeça em seu ombro e ele beijou meu
pescoço carinhosamente.
- Acho que é hora de irmos. – sussurrei ao silêncio.
- Tem certeza? – perguntou-me apertando mais um
pouquinho.
- Absoluta. – respondi. Hora de dar tchau.
Edward entrelaçou nossas mãos e com a outra livre
limpou minhas lágrimas desobedientes. Devolvi um sorriso
tímido e beijei sua mão antes de descermos e trancar a casa.
Demetri nos aguardava com a porta do carro aberta e assim
que me viu, me deu um sorriso doce e despreocupado e um
aceno cavalheiro a Edward. Eu acho que poderia gostar dele.
Não fiz questão de falar muito durante nosso caminho
para casa. Demorou cerca de meia hora e esse período inteiro
o rádio estava ligado e Edward ficou brincando com a aliança
em meu dedo. Pelo menos não era o colar. Ultimamente ele
não tem tido problema nenhum em enfiar a mão no meu
decote ao invés de puxar os pingentes pela cordinha. O celular
dele não parava de tocar e percebi que ele tinha muita coisa
para fazer.
- Edward. Vá para empresa. – falei e percebi que minha
voz saiu meio fanha. Ele me olhou magoado porque pareceu
que estava expulsando-o. – Se você tem coisas a fazer, não
precisa ficar. Eu vou estar bem. – completei e ele continuou
me olhando torto. Ignorando meu comentário.
Passados mais alguns minuto e o sinal abriu e fechou
conosco ainda no engarrafamento, o celular dele continuou
tocando e meu corpo começou a doer levemente. Ótimo, estou
me sentindo resfriada. Talvez seja só meu estado de espírito,
mas isso não muda nada.
- Tem certeza que vai ficar bem? – perguntou-me
preocupado.
- Claro que sim. Nós nos veremos de noite. Não precisa
disso. – respondi dando um beijinho de leve nos seus lábios.
- É que é o nosso primeiro dia em casa. – sorriu
timidamente e senti o desejo de apertá-lo profundamente.
- Eu sei. Está tudo bem. – confortei-o e ele me puxou para
um beijo mais profundo e pediu a Demetri que parasse o carro.
- Para casa, Senhorita?
- Para casa. – sorri e ele voltou a prestar atenção no
transito e eu fiquei observando a forma de Edward se fundir
com a multidão conforme ia andando até o arranha céu da
empresa que eu via ao longe.
Ao chegar na garagem do prédio, sacudi meu chaveiro
brincando com a pequena caminhonete vermelha e sorri.
Edward quando me entregou as chaves tanto do apartamento,
quanto da casa dos pais dele eu fiquei toda boba ao ver uma
mini chevy pendurada. Foi a prova que meu namorado tinha
um coração escondido no peito dele. Não digo que se
arrependeu por ter manipulado meu antigo carro, mas que
sabia que era importante pra mim. Uma controvérsia meio
estranha, mas não deixava de ser fofo.
O celular de Demetri ecoou na garagem assustando nós
dois e ele rapidamente atendeu com um risinho sem graça e
o rosto meio corado. Ainda bem que eu não era a única a
sofrer com esse tipo de constrangimento.
- Suas caixas chegaram, devo encaminhar? – perguntou-
me e assenti indo direto para o elevador.
Fiquei distribuindo minhas coisas no seu devido lugar
durante o final da manhã e meu corpo continuou apresentando
dores irritantes e quando terminei de arrumar o closet, espirrei
loucamente. Senti falta do Max, mas Esme o sequestrou para
um banho e tosa. Ele estava virando gato de madame e do
jeito que adorava uma boa vida, devia estar amando.
Espirrando e cansada não quis fazer almoço e tomei um
banho quente, jogando-me na cama com a televisão ligada.
Eu acho que cochilei no segundo filme, mas eu me sentia
dolorida, febril e triste. Só não queria necessariamente pensar
nas ultimas semanas no qual Jacob ligou dizendo que abria
mão da casa, como se tivesse o quê abrir mão e ainda por
cima, pediu desculpas por ter me magoado. Eu juro que não
quero saber o que Edward fez com ele. Gemi baixinho para
meu nariz que tinha certa pressão, como se fosse sinusite.
- Você não me disse que estava doente. - a voz de
Edward soou cortando meus devaneios. Abri os olhos
assustada e dei de cara com sua perfeição me fitando daquele
jeito sombrio, irritante.
- Como entrou aqui? - perguntei confusa com a voz meio
fanha. Eu teria o ouvido entrar, eu acho.
- Você não me disse que estava doente. - repetiu irritado.
- É só uma gripe, Edward. - revirei meus olhos bufando.
Ele conseguia me deixar irritada mesmo quando não tinha
forças pra isso. – Eu acho.
- Você poderia ter me ligado. Eu viria para casa na mesma
hora. – retrucou e ouvi o seu sapato sendo jogado do outro
lado do quarto. A cama se moveu e seu braço estava me
colando ao seu corpo.
- Passou a irritação? – resmunguei tentando não rir. Eu
não tinha ideia do que ele estava tão emburrado.
- Eu queria ter ficado em casa com você. Cuidado de
você. Beijado você e quando você me nega isso, fico muito
puto. – respondeu me virando para olha-lo e não aguentei.
Acabei sorrindo. – Eu vou tomar um banho e preparar um
jantar. – sorriu distribuindo vários beijos pelo meu rosto.
Bipolar.
- Você vai pedir o quê? – perguntei quando vi sua forma
indo ao banheiro. Sim, ele foi tirando a roupa e só fechou a
porta quando estava nu. Comecei a hiperventilar de excitação
e ouvi sua risada, mas ele não respondeu, continuei deitada
na cama controlando meus hormônios assanhados.
Só de calça de dormir, Edward saiu do banheiro
mostrando a sua glória e quando me viu olhando-o, jogou seu
sorrisinho safado e piscou, saindo do quarto. Eu iria atrás dele
para pular e jogá-lo de volta a cama, mas não sabia se tinha
coragem de fazer isso. Resolvi sair da cama quando comecei
ouvir as notas suaves de Unintended do Muse e cheiro de
tomate sendo refogado. Desci as escadas acolchoadas
devagar para contemplar Edward cantando junto com a
musica, com ingredientes em cima do balcão de mármore
escuro e o cheiro de tomate estava mais forte. Limpei a
garganta e ele primeiro fez um scanner do meu corpo. Eu
estava com short de flanela curto e uma blusa também.
- Pijama bonito. – sorriu voltando a se concentrar na
panela.
- Quem é você? Devolva meu namorado! – gritei fingindo
estar assustada quando por cima do seu ombro espiei o
conteúdo delicioso da panela. Era sem duvidas, molho de
tomate especial.
- Eu sei cozinhar. Sobrevivi três anos na Inglaterra
cozinhando sozinho. – respondeu-me rindo.
- Está cheirando muito bem. O que posso te ajudar? –
perguntei animada.
- Caindo fora da cozinha. – respondeu me empurrando
levemente pelo quadril.
Eu parcialmente obedeci saindo da cozinha, indo direto
para a adega refrigerada que ele havia montado e peguei um
vinho que Carlisle gostava. Eu não conhecia vinhos e por isso
segui esse mesmo. Peguei duas taças conforme Esme tinha
me ensinado e voltei a cozinha com ele agora cantando
Vertigo U2. Fiz o meu melhor para abrir, mas depois que bati
com o dedo no balcão, ele veio ao meu socorro.
- Boa escolha. Meu pai iria adorar. – disse beijando meu
ombro.
- Você não quer me deixar ajudar, então, vou assistir.
Com vinho. – pisquei dando um beijinho nele antes de me
apoiar em seu ombro e sentar no balcão. – Eu nunca vou
conseguir subir sozinha.
- Baixinha. – murmurou mexendo seu molho.
- Eu ouvi isso. – chutei sua bunda e ele virou inocente. –
E como foi o dia hoje?
- Estressante. Talvez você devesse ligar para Victória. Ela
deu uns gritos bem interessantes hoje. – sorriu
- Edward. Não é bonito rir assim. Ela devia estar de TPM
ou algo do tipo.
- Victória tem TPM desde que nasceu.
- Ela sempre foi distante assim? – perguntei tentando
sondar o terreno.
- Uhn. Nem sempre. Quando éramos crianças, era
normal. Na adolescência tínhamos bastantes amigos em
comum e só depois que ela casou, se distanciou de toda. –
deu os ombros. Eu não sabia que ela havia sido casada. –
Joga o orégano?
- Eu pensei que você não queria ajuda. – resmunguei
pegando o vidro de má vontade.
- Estou fazendo um jantar especial aqui, por favor.
- Só porque é bonito. – pulei do balcão, quase ficando
sem short no meio do caminho e ainda ouvi dizer para esperar
chegar ao quarto para arrancar a roupa. Puxei o elástico da
sua calça e sai da cozinha rindo conforme ele gritava de dor.
Exagerado.
- O que você quer? Já planeja chutar a bunda do Edward?
– Victória perguntou antes mesmo que pudesse dizer olá.
- Não. Na verdade ele está querendo me acostumar mal
e está fazendo o jantar. Sabe como é, só para não arrepender.
– respondi rindo
- Eu ouvi isso! – Edward gritou da cozinha.
- O bastardo está de bom humor. Ele me irritou muito hoje.
Alias, tudo está meio me irritando. – suspirou chorosa do outro
lado. Esse foi o primeiro sinal de fraqueza que pude observar
nela. Isso me chocou.
- Talvez você deva sair. Se divertir. – incentivei – Por que
não combinamos de ir a uma boate? Um pub? Eu nunca fui a
um, mas eu acho que podemos falar com Alice e Rosalie.
- Eu acho que gosto dessa ideia. – disse depois de um
tempo. – Há uma boate, no centro. Abriu recentemente e
Emmett chegou a ir lá.
- Eu vou falar com Alice no curso amanhã. – animei-me
mais por ela, porque eu nunca tinha ido a algo assim, por isso
fiquei nervosa. – Até amanhã!
- Até.
- Querida! O jantar está pronto. – Edward gritou da
cozinha. Reprimi a risada e segui o cheiro e o som da sua voz.
Fiquei parada olhando para mesa meio sem reação. Pasta
Italiana. Alguém ia passar mais tempo na cozinha. – O quê?
Eu tenho certeza que está bom!
- Você pode ficar inseguro uma vez na vida? – perguntei
retoricamente tentando segurar a risada.
- Eu me garanto. – piscou – Agora, por favor, sente-se e
aproveite nosso primeiro jantar. – puxou a cadeira e encheu
nossas taças de vinho.
- Uhn, tudo bem, ok? – brinquei beliscando seu braço de
leve.
Nós jantamos conversando sobre banalidades e os
planos do dia de amanhã. Edward não gostou da noite de
meninas, isso ficou estampado no seu rosto até o fim do jantar
quando comecei a lavar a louça e ele secar, colocando tudo
no seu devido lugar. Resolvi que fingir que não percebi, era o
melhor que poderia fazer por mim mesma. O clima foi ficando
tenso conforme ele insistia em ficar emburrado.
- O que há? – perguntei suspirando.
- Nada. – respondeu secamente. Só havia mais um copo
e consegui a proeza de me molhar por completo quando bati
na bica com força. Minha blusa ficou transparente e meus
seios se arrepiaram na mesma hora.
Sem dizer nada, sai da cozinha tentando me esconder,
mas no meio da sala fui erguida no ar e virada ao mesmo
tempo, batendo contra o peito de Edward. Edward colou seus
lábios contra os meus de forma maravilhosamente brusca e
suas duas enormes e fortes mãos desceram até minha bunda,
me erguendo com facilidade. Envolvi minhas pernas em sua
cintura e meu Deus, ele já estava excitado. Acabei gemendo
quando ele chupou meu lábio inferior, descendo pelo pescoço,
chegando até meus seios devidamente cobertos e expostos
pela blusa molhada. Percebi que estávamos em movimento e
os olhos de Edward estavam escuros. Negros de desejos.
Ele me deitou bem no centro da cama e permaneci com
as pernas enroladas em torno dele. Seus beijos ficaram mais
fortes e urgentes conforme comecei a mover meu quadril em
sua ereção porque eu estava dolorida até o ultimo fio de
cabelo da minha alma. Edward tirou minha blusa molhada e
estremeci, não de frio, mas o modo que ele olhou meu corpo
parcialmente desnudo, as coisas ficaram quentes, bem
quentes.
- Precisei de muito controle essa noite, amor. – sussurrou
contra minha pele – Você surgindo na cozinha com esse
pijama marcando todo seu corpo... Depois sentada no balcão
da cozinha, com suas lindas pernas cruzadas quando eu
queria estar entre elas e depois você deitada no sofá,
empinando sua bunda pra mim... – sussurrou roucamente e
seu hálito quente batendo contra minha pele. Eu não me
preocupei em refrear o gemido sôfrego que saiu dos meus
lábios.
Arqueei minhas costas para Edward me tocar, mas ele
continuando sorrindo e traçando círculos com a ponta do nariz,
vendo o quanto o mais podia ficar arrepiada. Cansada de
brincar, afundei meus dedos em seus cabelos e puxei seu
rosto para meu corpo, onde graças do bom Deus, ele tomou
um seio com a boca e apertou o bico do outro.
Voltei a movimentar meu centro contra a ereção de
Edward e eu quase podia senti-lo dentro de mim,
principalmente depois que seus impulsos foram se tornando
como se realmente estivesse. Nós concordamos que sexo só
depois que eu estivesse tomando pílulas e fosse ao médico.
Eu sei que existe camisinha, mas essas merdas furam e não
quero filhos agora. Seria praticamente impossível continuar
esse acordo se ficássemos assim todos os dias de noite.
Eu podia sentir o orgasmo se aproximando bem forte.
Edward tinha as mãos no meu quadril, segurando contra o seu
e minhas mãos voaram até seu cabelo, forçando-o a
aprofundar o beijo. Eu não sabia qual a distancia do vizinho
mais próximo, mas eu sei que Emmett ouviu o gemido que eu
dei quando me senti pelas bordas. Deitei a cabeça de volta na
cama meio choramingando o quanto o queria de verdade,
dentro de mim. Já era algo impossível de controlar.
- Amor, se você continuar assim, eu vou perder o controle.
– Edward sussurrou meio ofegante. Vê-lo gozar era uma das
cenas mais lindas do universo. Seus olhos fechados, os lábios
entre abertos, o gemido forte, as bochechas coradas e a força
sobrenatural que ele exercia quando chegava. Meu quadril
sempre tinha manchas roxas no dia seguinte.
- Controle? É o mesmo homem que estava bicudo na
cozinha e depois me ataca no meio da sala? – perguntei rindo
ainda com ele em cima de mim.
- Olhando por esse ângulo. – concordou sorrindo como
criança.
- Ok, eu te amo mesmo assim. – sorri beijando seu
queixo.
- Eu também te amo. – beijou meu nariz e levantou, indo
até o banheiro e ouvi meu celular tocando na sala. Pulei na
cama me sentindo ridicularmente bem. Edward e seus efeitos
medicinais. Alguém além de permanecer mais tempo na
cozinha, iria ser escravo na cama. Eu ri com esse pensamento
idiota e atendi o telefonema. Era Emmett.
- E aí, já quebraram as mobílias novas? – perguntou
dando um risinho idiota.
- Como você sabe?
- Sei do quê? – perguntou confuso e bati na minha testa.
Merda. Ele só estava brincando. – Ah... Bellinha! Sempre tão
quietinha!
- Se foder, Emmett!
- Meu Deus! Você xingou um palavrão! – gritou surpreso.
- Ué, o que? Eu sempre falei palavrão.
- Não. Não mesmo. Eu saberia. – disse rindo
- EMMETT! – gritei irritada e ele gargalhou do outro lado.
Edward apareceu na mesma hora e eu percebi que estava
sem blusa ainda. Eu corei. – Diga logo o que você quer ou eu
vou pra cama.
- O quê? Eddie está nu? Desculpe atrapalhar. – gargalhou
daquele jeito idiota. Limpei a garganta na esperança dele se
recompor. – Eu quero saber que história é essa de combinar
noite das meninas com minha noiva? Ir pra boate? Sério?
- Qual é exatamente o problema? – perguntei confusa e
o vento frio me fez tremer. Meus seios deram sinais de vida e
Edward riu deitando a cabeça no meu colo. Ele ficou
cutucando meus seios com o dedo. – Sério, Edward? –
perguntei irritada e ele riu mais ainda.
- Uhn, o problema é que tirando a Victória, todas são
comprometidas, que diabos! Minha noiva não vai.
- Emmett, segue a agenda. Amanhã eu passarei o dia
INTEIRO com Rosalie e acredite em mim, ela vai. – retruquei
massageando minha têmpora. Edward resolveu morder um
dos meus seios. – Edward! – gritei e ele gargalhou alto.
- Bella... – Emmett choramingou e imaginei o bico e os
olhos de gato do Shrek. Não é possível, os três fizeram cursos
de como ser mimado.
- EMMETT, EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ LIGOU
PARA BELLA! – Rosalie chiou do outro lado e a ligação foi
encerrada.
- O que o empata queria? – Edward perguntou depois de
beijar o mesmo local que mordeu.
- Empatar. – respondi rindo e empurrando sua cabeça
levemente. Pulei fora do sofá e me tranquei no banheiro, para
me preparar para dormir. Fui até o closet colocar outra blusa,
quando puxei apenas um top qualquer e ouvi Edward colando
no canal de luta. Ele também estava ao telefone quando deitei-
me ao seu lado. Primeiro noite em nossa cama, sorri que nem
uma idiota.
- Amanhã nos falamos melhor. – despediu-se de quem
que seja. Uma coisa era certa, aquele olhar travesso só me
fazia crer que estava aprontando alguma coisa. – Você quer
ver algum filme? – perguntou olhando pra tevê. Aham que ele
queria ver filme.
- Não amor, pode ver sua luta. – respondi e ele sorriu
animado – Eu prometo dizer a Esme que você foi um
cavalheiro. – murmurei lembrando a conversa que ouvi de
Esme dizendo ou dando dicas para ser um bom rapaz comigo.
Eu ri horrores escondida no lavabo com Alice.
- O quê? – Edward praticamente gritou e ficou vermelho
na mesma hora. Não aguentei e comecei a ter ataques de
risos.
- Eu vou dizer que você cozinhou, deixou a tampa do vaso
abaixada, não bagunçou o tapete ou mexeu nas minhas
coisas. – respondi tomando folego enquanto ria. Edward
estava lívido. Em pânico. – Desculpe, parei. – respirei fundo e
voltei a deitar do seu lado.
- Eu, ér, amor, como você... – balbuciou ainda meio
atônito
- Eu ouvi amor, desculpe. – sorri deitando minha cabeça
no seu peito.
- Tudo? – perguntou mais baixo.
- Uhum. – respondi tentando controlar o riso. – Até a parte
que ela disse que não sou uma vagina ambulante.
- Merda. – murmurou envergonhado e comecei a rir – Não
é engraçado Bella. – resmungou com raiva e isso só me deu
vontade de rir mais ainda. – Para...
- Ok, desculpa. Não foi minha intenção, mas sabe como
é Alice. Ela me fez ouvir. – dei os ombros entregando a irmã
dele. Edward era vingativo e ia descontar nela. Fico livre.
- Baixinha infernal. – resmungou realmente chateado.
Girei meu corpo e sentei em seu colo.
- Você não precisa se preocupar com isso... Eu sei o
quanto você é carinhoso, atencioso, amigo, respeitador... –
sussurrei beijando-o várias vezes. Edward segurou na minha
cintura e sorriu conforme aceitava meus beijos.
Comecei a sentir meu amiguinho se animando e pulei fora
do seu colo antes que não tivesse volta. Edward sorriu
encolhendo os ombros e deitei aninhando em seu peito e ele
continuou rindo. Eu juro que o ouvi murmurar mulher seminua
e lutas, ele poderia se acostumar, mas eu acho que dormir
antes de poder revidar alguma coisa.
Edward nunca me acordava antes de sair, ele dizia ser
um pecado porque eu sempre dormia pesado. Quando ele
acordava antes de mim, é claro. Provavelmente iria me atrasar
se continuasse agarrada ao travesseiro dele dessa maneira,
por isso fui tomar banho e escolhi a roupa do dia uma bermuda
jeans, sapato Oxford preto e blusa de malha fina branca com
um soutien preto. Deixei o cabelo solto de qualquer jeito e
arrumei uma bolsa com meus documentos e celular. Sem
contar a pequena nécessaire que Esme me ensinou a montar
semana passada.
Tomei um susto quando vi uma mulher que eu não
conhecia na cozinha. Ela sorriu pra mim gentilmente e antes
que perguntasse que diabos era ela dentro da minha cozinha,
veio em minha direção.
- Oi, eu sou Carmelita. – estendeu a mão – Sua ajudante.
– sorriu quando apertei sua mão. Ela devia ter em torno dos
40 anos e tinha um sorriso gentil, quase maternal. Seus
cabelos eram negros e a pele morena era bem bonita.
- Oi, eu sou Bella. – sorri e olhei para mesa e vi um
delicioso bolo de chocolate – Ual, você chegou que horas?
- Ah, perto das 6 horas. – respondeu segura. – Horário
combinado com Sr. Cullen.
- Ah... Por que tão cedo? – peguei a faca salivando. –
Você não precisa chegar tão cedo. Às nove horas está bom, é
o melhor horário do ônibus. – completei e ela pareceu confusa
– Não se preocupe. Edward nunca dependeu de transporte
coletivo na vida, eu falo com ele.
- Certo. – concordou meio hesitante. Peguei meu celular
e liguei para Rosalie.
- Alô? – atendeu bocejando. – Que diabos, estou
atrasada, eu sei, falta tomar café. - resmungou
- Hey vizinha. Há um lindo bolo e chocolate aqui, que tal
vir tomar café comigo?
- Délicieux! – praticamente gritou do outro lado. Eu sabia
que era delicioso porque ela chamava Emmett assim.
Rapidamente desliguei o telefone e percebi que Carmelita
vinha me servir.
- Não precisa fazer isso. – interrompi e ela ficou mais
confusa ainda. Coitada. – Hm, regras de Edward, certo? –
perguntei e ela assentiu – Não precisa me servir. Muito menos
a ele, eu não sabia de você e nós não discutimos sobre isso,
mas não se preocupe, você pode fazer seu serviço
normalmente, sem servir ou chegar muito cedo. – expliquei
meio confusa e a campainha tocou e nós duas nos movemos
para atender.
Ouvimos a porta se abrir e passos apressados.
- Olá! – Rosalie sorriu – Ual, é bonito mesmo. Vamos
comer ou iremos nos atrasar demais.
- Carmelita, esta é Rosalie Hale, noiva do Emmett, irmão
de Edward. – apresentei e as duas sorriram uma para a outra.
Nós tomamos café tão rapidamente que mal senti o gosto
do suco de laranja, porque furacão Alice invadiu o
apartamento com toda sua tagarelice e imperatividade. Foi
engraçado ver Carmelita saindo do seu caminho
completamente assustada.
- Cara, vocês demoram! – Alice agarrou a minha mão e
me rebocou pelos corredores do curso e me jogou na sala. –
Um tempo, Bella. Faça a prova. Estamos te esperando lá fora!
– gritou e saiu correndo quando ouviu a voz do diretor no
corredor. Ela tecnicamente estava cabulando a aula para
passar o dia na rua conosco.
- Boa sorte! – Rosalie gritou correndo atrás de Alice.
Minha primeira prova de matemática no curso era em
dupla e meu companheiro era Jasper. Sendo vinte questões
de cálculos com gráficos, dividimos por igual e trabalhamos
sem ao menos conversar um com o outro como as outras
duplas desesperadas. Eu meio que me irritei com o cochicho
baixo, mas a professora deu seu alerta e estávamos no fim.
Eu sorri vitoriosa quando corrigimos um do outro e tive um
surto meio Alice de ir praticamente pulando assinar a entrega.
- Então, vão roubar minha namorada em uma sexta-feira?
– Jasper cutucou minhas costelas no estacionamento. – Isso
não foi legal.
- Nhah! Você está andando muito com Edward. – brinquei
dando o braço a Rosalie conforme Alice se despedia de seu
namorado bicudo. – Eles vão ficar assim o dia inteiro? –
perguntei e Demetri soltou uma risadinha baixa. Ele estava ao
lado dos melhores homens de Rosalie e Alice. Três nos
seguindo de uma vez.
- Jasper naturalmente não liga. Ele só está sendo
influenciado pelos meus irmãos egoístas. – Alice comentou
casualmente assim que pisamos no shopping. O bom de Nova
Iorque era isso. Atravessar duas ruas depois do colégio e você
tinha um lindo shopping te esperando. Era meio que aprendam
a serem consumistas, crianças!
- Eu acho que gosto disso. É bom ter amigas. – Rosalie
comentou e vimos os cabelos vermelhos de Victória logo a
frente. – Ei bonita.
Rosalie chamou pela ruiva que abriu um lindo sorriso ao
nos ver e assim, o dia começou. Primeiro Alice e Victória foram
comer enquanto eu e Rosalie fomos ao quinto andar no
consultório médico que Esme havia nos agendado. Duas
horas mais tarde saímos devidamente injetadas com métodos
contraceptivos e a primeira parada foi Victória Secret’s. Eu juro
que se não morri de vergonha naquele momento, eu nunca
mais morreria.
Elas me fizeram escolher tanta coisa que meu rosto ficou
vermelho, roxo e depois azul. Eu nunca iria vestir aquilo...
Bom, depois de experimentar e ver como ficou bonito, mudei
de ideia. Foi reconfortante ver meu corpo tão bonito. A partir
dali, fomos para o salão de beleza, onde eu senti que pra ser
bonita, é preciso sofrer... Demais.
- Dê adeus ao gilete em sua vida. – Victória me empurrou
para a seção cera quente, vulgo, tortura. – Ela vai querer bem
a brasileira. Depilação na perna inteira.
- O quê? – perguntei, mas já era tarde demais. A dor
começou e eu quase chorei. Se não fosse orgulhosa e
teimosa.
- Não se preocupe, vocês irão para a massagem e a dor
vai passar. – a depiladora sorriu quando lancei punhais a ela
com meu olhar. Vadia. Essa merda doeu. Eu estava agressiva
demais para meu próprio bem, mas dane-se, da cintura pra
baixo toda ardia por uma maldita cera quente.
Tirando as dores, o dia foi perfeito, nós tomamos
mimosas e rimos como adolescentes. Coisa que só Alice
podia nos proporcionar. Ela era alegre, espontânea e cheia de
energia. Nunca parava de falar e meu objetivo de fazer Victória
sorrir e sentir mais feminina estava dando certo pelo brilho dos
seus olhos. Paramos para almoçar em uma pequena
lanchonete que poderíamos montar o recheio do sanduiche e
tinha saladas legais que nunca pensei que poderia misturar.
Tudo era muito novo, divertido e caro. Eu odeio não pagar
pelas minhas próprias coisas e usei meu cartão de crédito,
mas teria que discutir com Edward para obter a fatura, ou ele
iria simplesmente pagar pela minha vida.
Como está sendo o dia das meninas? – E
Eu fiquei momentaneamente puta porque ele não
mandou beijos ou te amo e imaginei praticamente quebrando
as teclas do celular. E eu nem passo o dia com ele! Maldito
ciúme!
Maravilhoso. Um belo moreno arrancou gemidos
maravilhosos de mim. B.
As meninas chegaram a questionar o porque estava rindo
diabolicamente para o meu telefone, mas isso era muito
pessoal. Mesmo para a nossa família. Eu jamais iria expor
meu relacionamento com Edward a qualquer pessoa. Eu sabia
o maldito buraco que estava me metendo quando aceitei a
morar com ele semanas atrás. A batata quente era minha,
como dizia Tio Billy.
Edward queria chamar atenção a todo custo, mas eu
estava curtindo demais meu dia com as meninas, então,
preferi ignorar seus comentários ácidos, cheios de ciúmes
durante todo o dia. Suas mensagens eram grossas e ao
mesmo tempo cheia de amor. Ele só parou quando avisei que
cheguei na casa de Victória e estávamos nos arrumando, isso
era cerca de oito horas da noite. Ficamos terminando nossa
seção de beleza com mais mimosas e batidas interessantes
de frutas. Três alegrinhas se arrumando para a noite. Não ia
dar certo.
- Hum, bom, hora de ir. – Alice e o telefone dela tocou. –
O QUÊ? – gritou jogando o telefone do outro lado e correu
para ligar a tevê, curiosas seguimos atrás enquanto ela
xingava Jasper como uma legítima filha de marinheiro.
- Que merda é essa? – Rosalie esbravejou e demorei um
tempo para entender porque me distraí com Victória
gargalhando com vontade.
Os irmãos Cullen acabam de chegar a The V, o mais novo
clube de striper badalado de Nova Iorque acompanhados pelo
cunhado, Jasper. A noite será bonita com esse maravilhosos
rapazes curtindo as meninas. Sortudas essas dançarinas!
Será que isso prova que os meninos estão solteiros
novamente? Adeus Bella Swan e Rosalie Hale!
Edward vai morrer. Foi meu primeiro pensamento.
Victória parou com os risos quando nós três a fuzilamos, mas
resolvemos que isso definitivamente teria volta. Meu vestido
cumprido foi trocado por um preto curto, completamente
colado ao corpo. Minha coragem foi incentivada quando
imaginei a porra de uma dançarina rebolando no colo de
Edward. Eu iria mata-lo. Eu iria quebrar o pescoço dele. Iria
triturar o pênis dele se ele usasse essa noite.
Demetri e os outros amiguinhos de pretos seguiram atrás
de nós e tinha muitos paparazzi na porta da boate, eu como
uma boa mulher morrendo de ciúmes, sorri alegremente pro
filho da puta do meu namorado que na segunda noite
dormindo na minha cama iria conhecer o caminho do sofá. Eu
entrei em pânico quando vi tudo muito cheio, muita gente,
muito homem, muita música e bebida.
- Vai dar tudo certo. Lembre-se, há dançarinas rebolando
sua bunda em um poste e nossos homens estão lá. A gente
consegue. – Rosalie sussurrou e Alice nos empurrou para
área vip e o garçom chegou com bebidas. Eu não sabia o que
era, mas Demetri cochichou no meu ouvido dizendo ser
tequila.
- Pista de dança! Agora! – Victória gritou
- Se qualquer pessoa chegar perto de mim, faça-se
presente. – sussurrei para Demetri que assentiu. Os homens
naquele lugar pareciam tão predatórios.
Nós dançamos durante um bom tempo e vários caras no
cercaram durante um período, mas a presença dos nossos
pinguins espantou a maioria. Tinha muitos fotógrafos ao redor
também, mas engoli meu nervosismo pensando no quanto
Edward devia estar se divertindo. Idiota. Depois de mais
algumas doses e gargalhadas, cada uma seguiu para seus
apartamentos e eu me preparei psicologicamente para a briga
clássica do meu relacionamento.
Edward estava na sala, possivelmente tinha acabado de
chegar, então passei direto por ele até o quarto tirando minhas
roupas, eu não estava muito sóbria e isso só atenuou minha
raiva. Clube de striper? Sério? Irritada por não conseguir puxar
o zíper do vestido, senti sua mão vindo me ajudar e eu sorri
por causa do meu novo conjunto de lingerie que ele NÃO iria
tirar essa noite. Eu ouvi sua respiração engatar e entrei no
closet, colocando minha camisola de seda preta.
Fui ao banheiro lavar meu rosto, tirar maquiagem e
pentear os cabelos desgrenhados. Edward estava no quarto
só de cueca, mas enfim, resolvi ignorá-lo por completo. A sede
bateu e cheguei a cozinha e ouvi seus passos atrás de mim.
Eu também podia sentir seus olhos me comendo, mas isso era
a pequena parte do seu castigo.
- Está...
- Não fale comigo. – cortei engolindo o resto da água. Eu
devia ganhar um milhão, porque a expressão dele de
incredulidade foi impagável. Voltei para o quarto com ele ainda
no meu encalço.
- Que diabos está acontecendo? – perguntou sentando
na cama. Fui até o closet e peguei um travesseiro e uma
colcha fina. Vai passar frio também. – O que é isso?
- Isso é seu companheiro de sofá. – apontei e ele abriu a
boca incrédulo.
- Você só pode estar brincando. O que aconteceu? –
rosnou
- Aconteceu que você estava em um maldito clube de
stripers com seus irmãos! – gritei com raiva. Sínico maldito!
- E você em uma boate com suas amigas! – gritou de volta
- Perai amigão. – debochei – Eu não tinha nenhum
dançarino gostoso em cima de mim. Ou tirando a roupa pra
mim, muito menos rebolando no meu colo! Eu estava lá para
animar minha amiga, porque quando tudo deu errado, Victoria
esteve do meu lado! Ela não tem namorado ou qualquer
pretendente, custava você entender isso?
- E quanto ao massagista bonitão?
- Eu estava irritada com você dando crises de ciúmes!
Você achou que eu fosse fazer alguma coisa? Que espécie de
mulher você acha que EU sou? – as lágrimas já estavam
acompanhando meus gritos.
- Eu só fiquei com raiva! E lá não tem só stripers. Há um
pequeno cassino. - respondeu mais baixo, quase
envergonhado – E você acha que eu fiz alguma coisa?
Parei para pensar ainda trêmula de raiva.
- Você só foi lá para me irritar, Edward. Como se sair sem
você fosse meu esporte preferido. Você não me disse que ia
sair. Eu vi pela tevê. Isso me irritou mais do que ter uma
dançarina cheia de vontade em cima de você. – gritei ele podia
estar falando baixo, mas eu não iria parar de gritar.
- Porra! Não tinha dançarina! – gritou irritado.
- Eu não vi então tinha sim. Até que se prove o contrário
vai ter. Enquanto estiver com raiva, vai ter. – bati o pé e ele
bufou frustrado. – Eu vou dormir sozinha, Edward. Eu não
quero compartilhar a cama com você cheirando a perfume
barato.
- Eu já disse que nenhuma mulher encostou em mim! –
gritou irritado.
- Não vai sair? Eu saio. – peguei o travesseio e metade
da minha camisola subiu, revelando novamente a minha
minúscula calcinha preta. Edward grunhiu quando olhou para
meu corpo. Ele passou por mim pegando o travesseiro e saiu
do quarto. Eu quis sorrir vitoriosa, mas a realidade me bateu.
Eu ia dormir sozinha essa noite e por isso abri a cara a
chorar. Ainda tinha raiva, mas droga, dormir sem ele era a
última coisa que gostaria de fazer na minha vida. Deitei na
cama agarrada no travesseiro dele sem realmente me cobrir.
Eram duas horas da manhã e acredite se quiser, fiquei
completamente olhando ao relógio até as três horas. Estava
quase lutando comigo mesma sobre levantar e ir atrás dele,
mas outra parte queria saber se ele viria atrás de mim. Afinal
de contas, a briga terminou porque ele não me disse que iria
sair.
- Amor... – Edward sussurrou deitando na cama. –
Desculpa. Eu não posso dormir sem você. – sussurrou no meu
ouvido com sua mão vagando pelas minhas costas por dentro
da camisola.
- Eu também não. – respondi baixinho.
- Eu te amo, Bella. Não tinha nenhuma outra mulher. Eu
só desejo você... – sussurrou mais rouco no meu ouvido e eu
gemi. Foda-se, chuta-se o pau da barraca. Edward me girou
na cama ficando entre minhas pernas – A única capaz de fazer
isso. – esfregou sua ereção no meu centro.
- Não se vingue de mim, Edward. Eu nunca, jamais,
olharia para qualquer homem. – gemi
- Eu sei, foi infantil, ficaria mais perdoado se disser que
foi Emmett? – sorriu torto.
- Dane-se, só não faça novamente.
- Não me expulse mais da cama.
- Não posso prometer. – retruquei e ele sorriu
diabolicamente.
- Como você quer sentir isso comigo fora da cama? –
perguntou chupando meu pescoço, passando a mão
lentamente entre meus seios e descaradamente mergulhando
no meu centro. Eu já estava completamente molhada. – Tão
molhada pra mim... Oh merda, Bella, você se depilou por
completo?
- Uhum... – gemi e ele mordeu meu ombro, afundando
ainda mais o dedo e tocou meu clitóris completamente
dolorido. Eu arfei. Era exatamente isso o que precisava. Ele
me mergulhou um dedo dentro de mim e me senti no caminho
do céu.
- Tão malditamente apertada. Você não sabe o quanto
quero estar dentro de você. – rosnou no meu ouvido e isso me
deu gás para pegar seu pau quente e dolorido e acariciar
lentamente. Comecei com movimentos lentos e conforme
ouvia sua respiração se aprofundar e seus movimentos
errôneos no meu centro pegando fogo foram acrescentando
velocidade. – Bella... Eu quero gozar dentro de você... Por
favor, eu preciso te sentir. Eu preciso foder você sem sentido.
- Por favor. – gemi em reverencia. Choraminguei quando
seus dedos saíram de dentro de mim e ele tirou minha
camisola, arrebentando as laterais da minha nova calcinha.
Não foi exatamente a primeira vez que ficamos nus uns
com os outros, mas bom, seria a primeira vez que
tecnicamente meu hímen já não tão existente seria rompido.
Edward rapidamente descartou sua calça com cueca junto e
ele estava completamente excitado. Parecia estranho sentir o
misto de nervosismo e excitação. Porque ao mesmo tempo
que não havia chance dele caber dentro de mim, eu queria
desesperadamente senti-lo me preencher por completo.
Ligeiramente deitei sobre meus cotovelos, colocando
uma perna de cada lado do seu corpo, sem quebrar o olhar
profundamente intenso que ele me dava. Era um misto de
amor e desejo tão forte que respirar ficava difícil em uma áurea
de excitação pesada que dominava o quarto. Edward veio se
inclinando para deitar parcialmente pelo meu corpo e podia
sentir seu pênis tocando minha entrada dolorida.
- Eu te amo. – sussurrou antes de me beijar fortemente.
– Eu te amo muito.
- Eu também te amo muito. – gemi conforme ele foi
entrando lentamente.
Sensação inexplicável de dor, prazer, medo, dor de novo
e muito prazer. Era como uma faca me rasgando por dentro,
mas ao mesmo tempo era glorioso sentir meu ventre sendo
aquecido e preenchido por ele. Quando soltei um gemido de
dor, ele me beijou, mas não parou. Ele não poderia parar, eu
o mataria. E quando o senti bater fundo, ele não se moveu e
eu fui relaxando ao seu redor com ele sussurrando coisas
doces sobre como me amava, que eu era sua vida, a mulher
dele, só dele. Era meio possessivo, mas eu não podia culpa-
lo.
Aos poucos ele foi se movimentando, entrando e saindo
com lentidão e isso se tornou insuficiente pra mim, por isso
cruzei minhas pernas em seu quadril, obrigando-o a aumentar
o ritmo e entrar mais. Edward gemia no meu ouvido. Eu
também não estava controlando minha língua. Era tão
libertador gritar sobre como ele era bom. O ego iria subir, mas
foda-se, ele estava me fazendo sentir a mulher mais gostosa
do mundo.
- Mais forte. – pedi sem folego. Ele puxou mais pra cima,
sem sair de cima de mim e apoiou a cabeceira da cama que
batia descontroladamente contra parede. – Edward...
- Bella, diga de quem você é... – pediu gemendo. – Diga
que você é inteiramente minha.
- Completamente sua. – sussurrei
- Minha, porra, você é toda minha. – grunhiu me beijando
com força. Eu estava chegando perto de algo forte. Mais forte
que eu já tinha experimentado. – Goza comigo, amor.
- Edward! – gritei e ele foi aumentando o ritmo até os dois
gritarem coisas desconexas e ele meio que desabou em cima
de mim. Ual. Eu perdi minha virgindade. – Eu amo você,
ciumento.
- Eu amo você, ciumenta. – sorriu recuperando o fôlego.
Ele rolou de cima de mim e choraminguei quando o perdi de
dentro de mim. Edward enrolou os braços ao meu redor e
beijou profundamente. – Isso foi...
- Incrível. – completei rindo.
Nós ficamos olhando um para o outro, rindo que nem dois
bobos, mas eu realmente quis levantar e tomar banho, além
de me sentir meio dolorida. Eu acho que tropecei no meio do
caminho, mas Edward me sustentou durante o banho também.
Nós voltamos para cama e iria amanhecer e por isso, apaguei
assim que nos cobrimos e deitei minha cabeça em seu peito.
Eu gemi quando o sol bateu no meu olho. Eu tinha aquela
sensação de que tinha acabado de dormir. Edward estava do
meu lado, mas isso não era novidade. Dormindo feito morto,
não se deu conta que sai da cama gemendo de dor. Ele
literalmente me fodeu noite passada ou preciso malhar
urgentemente. Acho que prefiro a primeira opção. Vesti a
camisola de qualquer jeito e fui até a cozinha a caça de um
remédio.
O celular de Edward estava tocando e era a mãe dele, por
isso não achei mal nenhum em atender. Ela queria que
fossemos almoçar na casa deles e depois fazer uma sessão
de cinema. Nós estávamos bem pertinho da hora do almoço,
por isso fui tentar acordar minha pedra. Quer dizer, meu
namorado. Sexo era a vida de Edward, porque além de ser
atacada novamente em um amasso resultando na minha
segunda-vez na vida, ele tinha um sorriso de orelha a orelha.
- Emmett, estou com sede. – Rosalie gritou e tomei um
susto com o grandalhão indo pegar água sem reclamar.
- Max! Você é meu ainda, não se engane com Esme. –
apertei meu gato completamente fofo e cheiroso.
- Oi família. – Edward sorriu para sua família espalhada
pela sala. – Amor, quer alguma coisa da cozinha? – perguntou
dando-me um beijinho. Ele estava tão malditamente
sorridente.
- Coca-Cola. – sorri beijando-o de volta e Alice estava me
olhando incrédula.
- Uma noite no sofá fazem esses meninos virarem
cavalheiros. – Esme comentou e eu só ri. – Só que não se
acostumem. É sempre fácil demais encontrar outra cama. –
piscou e assentimos para o conselho materno. – Ainda assim,
quem manda no mundo, somos nós. – gargalhou e os meninos
reviraram os olhos.
Eu iria me acostumar com isso.

Capítulo 13

Open Your Eyes

Urgh, estava difícil. O barulho da ponta do lápis de Jazz


batendo freneticamente contra o papel estava me azucrinando
o juízo. No fundo da sala tinha duas pirralhas perdidas que
não paravam de falar sobre a nova coleção da Chanel ao invés
de se concentrar na maldita prova. Aquilo estava me cansando
porque precisava muito terminar cedo para ir embora. Jasper
estava sua última questão como eu, trocamos nossas provas
para verificar e assinar a chamada.
- Eu te envio minha parte do projeto hoje a noite. –
comentou enquanto agendava algo no seu celular e me
puxava ao mesmo tempo para o refeitório. – O que achou da
prova?
- Teria sido mais fácil se aquelas matracas estivessem
ficadas quietas. – resmunguei praticamente me jogando ao
lado de Alice que tinha a vida concentrada no seu notebook.
Era isso, eu precisava comprar um computador pra mim. Ou o
trabalho de amanhã estava perdido.
- Nossa! A aula foi um saco, né Jazz? – perguntou a
tagarela.
- O quê Maria? – Alice perguntou arqueando a
sobrancelha ameaçadoramente – Chamou meu namorado
como?
- Jasper. – corrigiu sorrindo torto. – Eu disse que a aula
foi um saco, Jasper.
Ah, que abusada!
- Talvez se você tivesse calado sua boca. – comentei
sarcasticamente tentando decifrar como abria minha salada.
John veio ao meu socorro quando descobriu como se abria a
sua. Eu meio que me dava bem com ele. Tinha em torno de
23 anos e estava ali tentando arrumar um bom emprego,
apesar de ser um grande playboy. Alice fofocou que o pai tinha
cortado os gastos extras.
Ela abriu a boca e ficou me olhando com a sua melhor
forma feia, mas eu sinceramente não estava me importando.
Tentei engolir a comida, mas estava preocupada com o
trabalho. John e Jasper pareciam tão seguros de si...
– Qual é essa última aula? – perguntei a Jasper
ignorando a menina tentando me xingar. Alice mordia os lábios
para não rir.
- Literatura. – respondeu sorrindo e olhando divertido para
Maria.
- Você não pode falar comigo assim... – Maria sussurrou
com aquela vozinha mimada quase chorosa.
- Maria, dorme. – resmunguei cansada – Jasper, estou
cabulando a última aula. Manda-me o projeto.
- Certinho. Cuide-se. – acenou e Alice me deu um beijo
estalado na bochecha e baguncei seus cabelos. Minha
cunhada era maníaca, mas era minha amiga.
Maria continuava me olhando feio, mas ela pegava
pesado sempre falando demais ou simplesmente mostrando o
quão apaixonada por Jasper era. John pegou meu suco
intacto e começou a beber olhando para algum gráfico que
Alice tinha na tela do computador. Jasper começou a sua
jornada com o pote de salada. Ninguém consegui abrir aquilo.
Demetri me esperava do lado de fora e meu salto
resolveu prender em todos os buracos durante meu caminho
até o shopping mais próximo. Nós ficamos conversando sobre
o tempo enquanto ele se preocupava em me segurar toda vez
que virava o pé. Hoje não era meu dia sorte ou qualquer outra
coisa. Encontrei um modelo de computador igual de Edward e
não pude evitar de olhar feio a vendedora que queria me
empurrar um rosa.
A culpa não era dela que eu não era Alice para ver o
mundo coloridamente em tons femininos. Eu só estava
irritada.
Demetri estava mais atrás, me dando privacidade
enquanto conversava com Emmett no telefone, ele continuava
sendo meu amigo do coração, antes de ser meu cunhado, mas
também sabia ficar no meu pé com seu modo protetor. Ele
queria me levar para almoçar, visto que Edward estava fora da
cidade e só chegaria a noite. Eu não queria pensar que
passaria o dia inteiro sem falar com meu namorado, por isso
estava concentrando minha energia em ficar irritada com o
mundo. Eu odiava com minhas forças ficar sozinha!
Neguei até minha ultima gota de paciência dizendo que
iria comer o que Carmelita estivesse feito, mesmo não
esperando ninguém para o almoço. Faltavam só duas quadras
quando praticamente fui puxada na direção oposta por alguém
e Demetri segurou minha cintura com força para me tirar da
pessoa. Olhei para lado e reconheci os cabelos loiros sujos de
James.
- Solte-me James! – rosnei vendo Félix que sempre
andava por perto se aproximar do outro lado da rua.
- Afaste-se – Demetri falou com um tom de voz
ameaçador que me arrepiei por completo. Ele me girou e
posicionou atrás do seu corpo. Tinha muita gente olhando o
pequeno desentendimento e só me faltava aparecer em
alguma revista ou site.
- Calma... Só quero conversar! – sorriu inocentemente.
Aquilo revirou meu estomago.
- Não é permitido. – Félix rugiu criando uma barreira com
Demetri. – Não chegue perto de Senhorita Swan novamente.
- Bella, eu vou te encontrar novamente. – James disparou
olhando nos meus olhos. – Quando o Cullen te jogar fora e
ninguém mais te proteger, eu vou te encontrar.
Engoli aquela ameaça me sentindo suar frio, mas Demetri
me levou pelo braço porque eu não conseguia me mover
corretamente. Ele estava tentando me confortar, mas acho
que seu treinamento não ensinou como acalmar uma mulher
em pânico. Eu me sentia segura com ele, então não liguei para
seu lado sem jeito. Esperava que com sua namorada – se é
que tivesse alguma, ele soubesse ser mais ajeitadinho.
As portas do prédio já estavam abertas quando
chegamos e pedi que ele instalasse todos aqueles CD’s
estranhos no computador enquanto tomava banho. Eu acho
que precisava ficar sozinha. Meu braço tinha manchas
vermelhas que serviriam como belos hematomas. O banho me
relaxou bastante, tanto que senti sono, mas fui almoçar com
Carmelita e Demetri na cozinha e eles conseguiram me animar
contando piadas e jogando comentários aleatórios sobre o
jornal.
- Então, se eu ficasse sozinho com Emma Stone, iria pedi-
la em casamento, mas se ela negar, aceito um autógrafo.
- Como se aquela mulherona fosse casar com você,
menino. – Carmelita ralhou daquele jeito dela meio cafona.
- Ei, eu sou bonito tá! – defendeu-se e eu quase
engasguei com a minha comida. Demetri olhou pra mim
ressentido, mas caiu na gargalhada logo depois. Ele era
bonito, mas o modo que sua voz saiu magoada com o
comentário que me fez rir.
- Todo mundo encontra seu par de chinelo perdido. Se eu
encontrei Edward, você encontra Emma. – sorri e ele corou –
Se um dia vê-la em algum evento, prometo pegar o telefone.
- Não dê esperanças, Dona Bella! – Carmelita brincou,
mas eu ignorei a palavra “Dona”. Eu já tinha dito só Bella.
Começou uma reportagem que falava do baile anual
contra o câncer de mama que os Cullen promoviam e a notícia
foi estendida até passar umas imagens de Edward fazendo
discurso, chegando a lugares, andando na rua ou visitando
alguns diretores de hospitais. Cheguei a debruçar na mesa
para olhar bem o quanto meu namorado era lindo e
importante. Carmelita soltou umas piadinhas e me expulsou
da cozinha dizendo que era hora de estudar.
Eu não era muito fã de computadores, eles ainda
pareciam assustadores pra mim, mas abrir o Excel e começar
planilhas não era diferente dos computadores do curso ou de
Jasper, então gastei toda minha tarde com minha bunda
colada na cadeira do escritório. Ela até era confortável, mas
tudo que queria mesmo era cama. Toda vez que precisava
relaxar a mente dos cálculos, olhava para o quadro verde que
me lembrava florestas tropicais. Eu nunca fui a uma, mas eu
acho que o verde me hipnotizava. Perto das três da tarde,
recebi o e-mail do meu parceiro e juntei todo o trabalho.
- Emmett... Acabo de descobrir que não tem impressora
aqui em casa. – resmunguei assim que ele atendeu. – Estou
enviando para seu e-mail um arquivo, imprima aí e manda
entregar aqui? – perguntei bocejando.
- Certo, certo. – sorriu – Bells, você não tem nada para
me contar? – perguntou com um tom de voz mais sério.
- Não. – menti. A primeira coisa que pensei foi o encontro
com James, mas engoli a resposta.
- Nadinha? – insistiu – Isabella...
- Não sei do quê está falando. – falei mais baixo tentando
fazer minha voz soar doce e confusa. Estava aprendendo a
ser cínica com o melhor professor. – Já mandou imprimir?
- Já. Em dez minutos chega aí. – respondeu e ouvi
falando com alguém sobre isso. – Então, Félix me reportou
sobre o encontro com James hoje.
- Ah isso? – bocejei. Não foi intencional, estava com sono
mesmo.
- Sim. Edward não sabe. Como não foi nada demais,
deixarei para que conte quando voltar a noite.
- Deixou a batata quente na minha mãe, Em? –
resmunguei bufando.
- Claro. Você pode contar com jeitinho. Se eu ou um dos
caras contar, ele vai quebrar e mandar matar James. – sorriu
e um frio desceu pela minha espinha. Edward era capaz de
mandar matar James e eu não tinha dúvidas disso.
- Ok. Até mais Em, preciso estudar mais algumas coisas
porque matei a última aula. – sussurrei desligando o telefone.
Na mesma hora Carmelita veio com um pedaço de torta de
frutas vermelhas com suco de laranja pra mim. Tentei focar
nos estudos e na torta, mas a reação de Edward me
preocupava.
Não era o destino de James, mas sim o que Edward
poderia sofrer com isso. Eu me preocupava com as ações
impensadas dele.
Pisquei e me vi com um vestido azul colado ao corpo, com
sapatos pretos cheio de manchas marrons. O chão tinha uma
cor vemelha intensa e úmido. Levantei meus olhos e encontrei
Edward me fitando daquele jeito intenso que fazia minhas
pernas ficarem bambas. Um toque leve na minha cintura me
fez quebrar a conexão com Edward e desviei minha atenção
para os cabelos vermelhos ao meu lado. Victória sorria pra
mim genuinamente.
Eram duas pessoas que eu amava incondicionalmente do
meu lado, mas ao meu redor era cheio de teias de aranhas,
goteiras e escuro. Apesar de que pela penumbra eu podia
perceber ser a sala de jantar dos Cullen. As cadeiras grandes,
a enorme mesa da madeira maciça. Havia várias taças de
cristal cheias de líquidos vermelhos e Victória bebia uma delas
completamente feliz. Observei o candelabro do centro da
mesa, era todo trabalhado com anjos de expressão
amargurada e asas tortas, até que senti Edward me abraçar,
sussurrando que me amava. Eu quis saber o que estávamos
fazendo ali, mas não saia som da minha boca.
Minha mente queria perguntar, mas minha boca não se
movia. Edward roçava a ponta do nariz no meu ombro
desnudo, dizia coisas lindas e só que naquele momento me
pareceu assustador. Tudo era tão sujo, tão escuro, tão cheio
aranhas que nós tínhamos que sair dali. Victória me ofereceu
um pouco da sua bebida e eu não queria aceitar, mas meu
corpo pegou, sorriu e bebeu. Era sangue. Eu sabia que era
sangue. Meu pânico interior foi interrompido quando senti algo
respingar em minha perna e uma enorme poça de sangue
vinha do outro lado da mesa. Tentei acompanhar, mas Edward
continuava me beijando, praticamente me violentando como
ele sempre fazia de brincadeira.
Olhei para o sangue novamente e vi um corpo estendido,
onde saia todo sangue que Victória enchia as taças. Ela
olhava magoada para o corpo, mas não parava de beber e
quando sorvia, sorria. Demorei a reconhecer o rosto de...
James. Seus olhos azuis estavam caídos, mortos, sua pele
pálida, os cabelos ensanguentados e os lábios abertos. Eu
comecei a querer gritar, a sair correndo, mas Edward me
segurou pelos ombros e me olhou bem sério.
- Tudo que eu faço é porque eu te amo mais que a minha
própria vida. James nunca mais vai encostar-se a você. Eu
nunca vou te abandonar. – seus lábios se moviam lentamente
enquanto me segurava para não cair. Tentei olhar novamente,
mas ele não me deixou, tomando meus lábios com força. – Eu
matei James por você. – sussurrou
Pisquei novamente e meu corpo estava sendo sacudido
bruscamente. Minha visão foi tomando foco e Edward falava
algo comigo totalmente preocupado. Percebi estar deitada na
cama, mas meus olhos cheios de lágrimas e meus dedos
apertavam os lençóis ao meu redor. Edward soltou minha mão
e beijou meus nós com cuidado, fazendo o mesmo com a
outra. Eu ainda não processava o que ele falava, meu coração
batia tão forte no peito que me deixou surda. Eu vi que ele
falava com alguém, pedindo algo e gesticulando, enquanto
voltava sua atenção pra mim.
Ele abriu alguns botões da minha blusa e colocou a mão
entre meus seios, fazendo uma pressão relaxante. Meus
batimentos foram diminuindo e consegui respirar, soltando
pela boca uma grande quantidade de ar. A pressão da minha
cabeça também diminuiu com isso. Eu estava assustada.
Edward viu que abri os olhos novamente e sorriu quando eu
sorri pra ele.
- O que aconteceu? – perguntei meio rouca.
- Diga-me você, amor. Você me assustou com seus
gritos.
- Como eu vim parar na cama?
- Eu cheguei mais cedo e Carmelita disse que você
estava estudando no escritório. Encontrei você dormindo e te
trouxe pra cama, mas quando fui beber água, seus gritos
ecoaram por todo lugar. E depois demorou uma eternidade
para acordar. – respondeu meio nervoso, coçando a cabeça e
agarrando uma grande quantidade de cabelo que pensei que
fosse arrancar. Tirei sua mão e comecei a acariciar o local que
ele puxou com força.
- Eu acho que tive um sonho ruim. – respondi meio
envergonhada pela minha crise. – Eu queria te responder, mas
meu coração batia muito forte.
- Sonhou com o quê, amor? – deitou-se ao meu lado, me
puxando para seu peito. Ele ainda estava meio vestido. – Seus
pais? – perguntou preocupado e sem pensar assenti. Eu não
tinha intenção de mentir pra ele, mas quando fui ver, já tinha
feito.
- Está tudo bem agora. – sorri beijando seu peito bem
acima do coração. – Desculpe por assustá-lo.
- Tudo bem. – sorriu torto. – Eu te amo, meu dever é
cuidar de você. – beijou-me lentamente e só depois de um
tempo consegui corresponder seu beijo, porque minha mente
focalizou a intensidade de suas palavras. – Eu vou tomar um
banho e nós descemos para comer. Carmelita deve estar
fazendo algo para você bem especial.
Sorri observando tirar a roupa e entrar no banheiro.
Carmelita entrou no quarto com uma bandeja com chá de
camomila, o cheiro iria reconhecer de longe.
- O jantar de vocês fica pronto em quinze minutos. – sorriu
- O que você fez hoje? – perguntei aceitando o chá. Eu
precisava me acalmar.
- Lasanha. Demetri está quase pulando de alegria. –
brincou afagando minha mão. – Relaxa viu, o rapaz da
empresa trouxe seu trabalho. Coloquei do lado do seu
computador no escritório.
- Carmelita! Estou com fome! – Edward gritou do banheiro
e ela saiu do quarto completamente corada e revirando os
olhos.
Depois que conversamos sobre relacionamentos com
funcionários, isso era muito novo pra mim, mas eu gostava
dela e me recusava a criar esta barreira, Edward também
passou a conhecê-la melhor e agora a tratava com carinho.
Eu amava fazer meu namorado enxergar as pessoas. Tomei
meu chá colocando o sonho no fundo da minha mente. Era só
um pesadelo porque adormeci pensando nisso e não uma
premonição... Eu acho.
Quando Edward saiu do banheiro só enrolado na toalha,
com gotas escorrendo por todo seu corpo, eu esqueci até meu
nome. A porta foi fechada em um baque leve e ele tirou a
toalha, jogando na beira da cama e acabei queimando minha
língua com o chá. Edward de roupa era lindo. Edward Cullen
sem roupa era a verdadeira perfeição.
Coloquei a xícara na cômoda da cama e olhei enquanto
vestia sua calça de moletom e esticava a mão para me puxar
da cama. Aceitei de bom grado e ele desceu me agarrando
como se tivesse dias sem me ver. Eu ri pra isso. Edward e seu
remédio de me fazer melhor só com o seu sorriso. Nós
jantamos em meio a risadas e conversas fáceis. Carmelita se
foi quando a louça foi lavada e eu fui verificar meu trabalho
completo. Guardei meu material do dia seguinte e
aproveitando que finalmente estávamos sozinhos, tirei minha
primeira blusa, ficando só com manga fina.
- Bella, você tem algo para me contar? – Edward
perguntou de repente e xinguei mil palavrões mentalmente.
Esses Cullen, todos iguais.
- Sim. – respondi com meu melhor tom de voz firme. – Eu
ia esperar quando fossemos dormir. Quem foi? Emmett ou
Demetri?
- Não importa quem. – deu os ombros. – Você não ia me
contar, não é? – perguntou mais baixo e me surpreendi, ele
parecia tímido.
- Ia sim. – respirei fundo. – Já aprendi minha lição com
essa história de James. Só que eu quero que você seja
sincero comigo e me conte exatamente o que aconteceu. –
fitei seu rosto e sua expressão murchou um pouco.
- Meus motivos de odiar James você só vai entender se
Victória te contar. Eu não posso fazer isso sem que ela saiba.
Foi um tempo muito complicado e sei lá, ela é mulher e não
gosta que ninguém saiba desse ponto da vida dela. –
gaguejou coçando a cabeça.
- Tudo bem. – falei por fim. – É só por ela ou há algo mais?
- Há sim. Se esse filho da puta continuar querendo falar
com você...
- Edward! – cortei sem esconder meu nervosismo – Por
favor, vamos apenas mudar de assunto. Eu entendo sua
posição de proteger Victória, mas agora, falar de James... –
gesticulei confusa e ele encurtou o espaço vindo me abraçar.
- Tudo bem, meu amor. – beijou-me lentamente –
Amanhã nós temos um compromisso. Eu mandei fazer seu
passaporte, mas preciso da sua assinatura e outras coisas.
Vamos até o aeroporto fazer isso.
- Ok, mas, por quê? – perguntei confusa beijando seu
peitoral.
- Uhn, agora que tudo está as boas e temos você e
Rosalie, minha mãe quer retornar com a viagem anual de
família para um lugar quente. Com praia e afins...
- Quando?
- Em duas semanas, vamos para o Caribe. – respondeu
e eu gemi – Que foi? É legal. Quer dizer, na última vez foi meio
chato, mas eu tenho ideias legais para nós dois. Eu não sou
mais solteiro... – sorriu maliciosamente com um olhar distante.
- Não é isso. Sua irmã vai me torturar com compras e vai
me amarrar na cadeira enquanto faz as minhas malas. –
resmunguei e ele mordeu meu lábio inferior que estava
projetado pra fora em forma de bico manhoso. Ele estava me
acostumando mal. Edward riu e ficar em pé no escritório com
ele estava ficando desconfortável.
- Eu vou tentar detê-la, mas você precisa aprender a dizer
não também. – sorriu me puxando em direção ao quarto.
- Tudo bem. Hoje é dia de ação e eu escolho o filme. –
pulei na cama roubando o controle antes que ele pegasse. Era
o nosso acordo, mas ele sempre trapaceava. Edward gemeu
se jogando na cama, fazendo seu melhor drama, mas aprendi
a ignorar esse ponto ou iriamos assistir UFC pela terceira vez
na semana.
...
- Sem chance que vou usar isso! – gritei mais pra mim
mesma do que para qualquer pessoa. Alice bufou e entrou no
provador comigo. – Você está levando ao pé da letra essa
festa a fantasia.
- Relaxa! Nós temos a festa e uma viagem de férias no
dia seguinte. E gata, você usa uma aliança de um Cullen!
Ninguém fica pra trás!
- Eu estou parecendo uma puta! – sussurrei ultrajada. Era
a verdadeira colegial/ bibliotecária com uma saia de prega
vermelha curtíssima e blusa de pano e botões.
- Espere só até ver a bota! É tão sexy! – sorriu me jogando
um par de botas pretas cano alto.
- Seu irmão implica com minhas calças jeans, imagine
isso, Alice! – murmurei envergonhada, mas ela estava
colocando as botas em mim.
- Edward reclama de tudo. Tenho 18 anos de experiência!
– sorriu travessa – E além do mais, Rosalie vai de melindrosa
e eu de vampira. Não estará sozinha.
- Ele vai de quê?
- Você não leu o convite, não é? – perguntou impaciente
e me girando no espelho. O resultado era que Edward iria
arrancar as roupas do meu corpo e fazer sexo loucamente
comigo – essa parte eu amei. E ao mesmo tempo iria fazer
minha vida um inferno sobre isso. – Só as mulheres vão
fantasiadas. Os homens vão de smoking. – revirou os olhos –
Pode tirar, vamos levar essa.
- Não!
- Caladinha.
Alice me deixou ir depois que tinha me torturado o
suficiente no dia e como sabia que estava sozinha em casa,
na sala mesmo fui tirando a roupa porque não aguentava mais
nada no meu corpo. Na escada eu já estava de calcinha e
soutien e vi que Edward tinha feio uma maldita zona no meu
lado no armário quando pedi para pegar uma blusa. Custava
puxar sem desarrumar tudo? Comecei arrumando só para
ajeitar, mas acabei encontrando mais coisas fora do lugar que
imaginava.
Sufoquei um grito quando voltei para quarto e encontrei
Edward deitado na cama com a expressão mais divertida do
universo. Ele tinha o nó da gravata frouxo, o terno Armani
jogado no canto e os sapatos.
- Que diabos você está fazendo aqui?
- É isso que você faz toda vez que Alice te irrita? Chega
em casa e sai se despindo? Preciso ficar em casa mais vezes
quando você vai às compras. – sorriu torto. – Eu te espiei pela
cozinha, tinha acabado de chegar.
- Eu não te ouvi. – resmunguei controlando minha
respiração. – Você me assustou.
Edward não me respondeu, seu olhar estava preso no
meu corpo daquele jeito intenso. Eu podia imaginar as mil
coisas que passava pela sua cabeça. Nenhuma delas era para
menores de idade.
Lentamente atravessei o quarto e sentei em seu colo,
onde o mesmo soltou meu cabelo e beijou meu ombro com
cuidado, espalmando as duas mãos na minha cintura. Ajeitei
meus joelhos dobrados ao seu redor relaxei com seu toque.
Edward capturou meus lábios cheios de carinho e desejo,
dando uma atenção especial aos meus seios com as mãos
duas mãos.
- Como foi a escolha da fantasia? – perguntou escovando
os lábios na minha clavícula.
- Urgh, você terá duas reações.
- Explique...
- Eu fico na dúvida qual será a primeira, mas digamos que
se você me visse vestida, iria achar que estava tentando
realizar alguma fantasia sexual. – comecei com o rosto quente
de vergonha, mas ele parecia não querer parar de puxar a
borda do meu bojo. Isso me deixava excitada e zonza – E
então iria arrancar minha roupa. E a segunda reação seria
arrancar minha roupa de qualquer modo. – gaguejei quando
senti seus lábios beijando bem acima do soutien.
Suas mãos estavam vagando para fecho e dessa vez ele
não iria arrebentar. Meus seios foram libertos e ligeiramente
acariciados por ele. Edward nessa semana que nós nos
descobrimos mais sexualmente tinha um jeito encantador de
trabalhar no meu corpo e eu me descobri sem pudor em
perguntar coisas. Veja-se, eu nunca tive um namorado antes
e nunca me imaginei de modo sexual. Algum momento essa
semana eu consegui me ver como mulher. Reconhecia em
mim uma atração que foi construída através dos olhares
ardentes e desejosos do meu namorado.
Ele também foi paciente, me ensinando e explicando
sobre posições – não que a gente tivesse tentando, mas de
noite, na cama, era o nosso momento, onde eu perguntava o
que praticamente vinha na minha cabeça. Decidimos também
não usar camisinha. Eu usei e não gostei. Foi estranho e como
se o pênis dele estivesse revestido por saco plástico. Eu
gostava do contato íntimo... Meu medo era engravidar, isso
estava fora de cogitação, mas ao tomar remédios, podia ficar
tranquila.
- É tão boa ao ponto de ser ruim pra mim... – sussurrou
meio sôfrego enquanto chupava um dos meus seios e
apertava o outro.
Fiquei na duvida se ele se referia a mim ou a roupa. Se
era um elogio ou já estávamos entrando no momento da
incoerência. O celular dele começou a tocar no modo de
emergência, então, podíamos estar no melhor do momento,
que ele teria que atender. Ainda bem que era só o começo...
- Edward Cullen. – disse no modo arrogante – Seria um
prazer, Garrett. – sorriu torto daquele jeito consegui-o-que-
queria. – Eu e minha mulher ficaremos muito honrados em
jantar com você hoje noite no Four Season. – encerrou a
ligação.
Eu fiquei zonza. Eu e minha mulher, ok, eu usava uma
aliança de noivado, mas isso não significava nada porque
Edward não me pediu em casamento. E como ele tinha
audácia de marcar um jantar de negócios para hoje! Eu não
sabia como me portar em eventos assim. Muito menos o que
usar. Talheres, posições, sorrisos, conversas... Santa Merda!
Eu ia precisar da minha sogra.
- Calma... Amor, por favor, não me mate. – Edward sorriu
me fitando desesperando. Ele sabia que tinha feito merda –
Eu quero comprar o banco dele. Bom, eu meio que o
encurralei e ele está querendo acordo. A esposa dele está na
cidade e ficaria meio chato aparecer sozinho. Por favor. –
gaguejou coçando a cabeça. Eu esquecia minha raiva quando
ele ficava adorável assim.
- Edward, eu não sei o que fazer em um evento como
esse. – sussurrei porque meu tom de voz era pra gritar.
- Bom... Sentar, sorrir, distrair a esposa dele e comer
comigo. – sorriu torto e bati em seu braço porque ele tinha que
fazer piadinha. – Eu prometo que o próximo te aviso com mais
antecedência. Pensa pelo lado bom, você é linda de qualquer
jeito, então...
- Então, eu vou assim. Porque do jeito você fica em dúvida
sobre se olha nos meus olhos e continua a conversa ou volta
a atacar meus seios, eu acho que farei sucesso. – pisquei
provocando-o. Edward me jogou contra cama e deitou em
cima de mim.
- Só quem os vê sou...
- Você, eu sei. – cortei rindo e o empurrei de cima de mim.
Ele me olhou incrédulo, mas já estava com o celular dele
mandando uma mensagem meio desesperada para mãe dele.
– Que foi? Eu tenho um jantar para me arrumar.
...
Jantares, festas a fantasia, fotos no jornal, paparazzi
perseguindo, remédio para dormir, avião particular, Emmett
animado, Edward preocupado, Alice enjoada e eu desmaiada.
Tudo aconteceu tão rápido que eu deitei em um dos quartos
dos fundos e praticamente desmaiei com o remédio para enjoo
que Esme havia me dado. Meio que entrei em pânico quando
a ficha caiu: Puta merda! Eu ia voar. Eu sei, dentro de um
avião, o transporte mais seguro do mundo, quer dizer, isso foi
palavras de Edward, mas eu tive que lembrar que os acidentes
sempre eram fatais. Sendo assim, Esme me nocauteou com
um comprimido pequeno e branco e Alice com outro. Ela caiu
de um lado e eu do outro.
Não sei quanto tempo se passou, mas Edward me
acordou porque íamos pousar e era preciso me prender no
cinto de segurança. Cambaleante, sentei ao seu lado e sorri
meio mole para Rosalie que me fitava divertidamente. Soltei
um suspiro aliviado quando ouvi que estávamos no Caribe.
Demetri veio pra mim com um pente e espelho. Seu sorriso
era tímido, mas desconfiada aceitei.
- Vocês iam me deixar sair assim? – perguntei a Rosalie
e Esme que fuxicavam suas boas.
- Eu ia avisar, mas seu pinguim foi mais rápido. – Rose
deu os ombros.
- Por que você não me perguntou se eu ia te avisar? –
Edward perguntou claramente ciumento.
- Porque quando eu acordo descabelada, completamente
amassada e cheia de remela, você me agarra e diz que sou a
mulher mais gostosa do mundo. – sussurrei no seu ouvido
dando um beijinhos estalado na sua bochecha.
- Você tem razão, você é linda de qualquer jeito. – sorriu
torto esquecendo a crise de ciúmes.
- Os helicópteros estão prontos, senhor. – Félix entrou
novamente no avião e avisou a Carlisle. – Há fotógrafos por
todo lado, por isso estamos usando os corredores internos do
aeroporto.
- Certo, Obrigada Félix. – Carlisle soou sério. Era até
estranho de ver.
Edward disse que já estava tudo certo com meu cabelo e
Alice me deu um óculos de sol para esconder meu rosto
destruído. Eu me sentia meio dormente e agarrei Edward
como se fosse o fim do mundo, ele aproveitou e enfiou a mão
na minha bunda pelo bolso da calça. Dei-lhe um olhar mortal,
mas ele somente encolheu os ombros não retirando a mão,
ainda apertou um pouco. Emmett atrás de mim soltou uma
risadinha com Edward, só que Rosalie lhe beliscou para parar
com o comportamento bobo. Jasper segurava Alice a minha
frente com tanto carinho e cuidado, como se fosse um vaso
de cristal. Ele a olhava de uma forma tão apaixonada que eu
suspirei. Era tão lindo.
- Que foi? – Edward sibilou baixinho. Atravessei meu
braço em sua cintura por dentro da blusa e segurei o cos da
sua calça, brincando com o indicador na borda da sua cueca.
Edward meio que corou, mas logo assumiu aquele sorriso
sacana dele.
- Eu te amo. – sorri e ele se inclinou para me beijar.
- Eu também te amo. – sorriu escovando o nariz no meu.
- Isso não é lua de mel, é? – Emmett perguntou soltou
aquela gargalhada idiota. – Tem casal demais para isso.
- Não pode ser lua de mel, burro. – Edward rosnou – Alice
nem ao menos está noiva.
- Ah, mas ela vai dormir no mesmo quarto que Jasper,
então conta. – Rosalie provocou e os dois olharam feio para
ela. – Deixem de ciúmes. Ela já o namora a mais de dois anos.
Por favor. – revirou os olhos e eu ri.
- Vocês pararam para observar que eu Jasper estamos
aqui ouvindo vocês falarem da minha vida sexual? – Alice
perguntou meio grogue a nossa frente. Eu já podia ver os
helicópteros pelo fundo do vidro.
- E que eu e seu pai estamos ouvindo vocês discutirem a
vida sexual da nossa filha caçula? – Esme perguntou
colocando as mãos na cintura. Ela piscou para Jasper para
mostrar que estava brincando, o menino estava pálido. –
Deixem a irmã de vocês quieta. – ralhou vindo abraçar Alice.
– Você acha que aguenta mais um pouco? – perguntou
preocupada abraçando a filha cheia de mimo. – Qualquer
coisa chama mamãe. – sussurrou
Desviei meu olhar de um momento íntimo bem intenso
que me fez sentir inveja. Na verdade, eu sabia que era muito
errado da minha parte sentir algo do tipo de Alice, porque eu
a amava como minha irmã, mas eu não tive uma mãe para se
preocupar comigo quando estive doente ou somente enjoada.
Edward me abraçou mais apertado, imaginando o que estava
sentido. Espiei Rosalie no canto e ela estava olhando para
todos os lados, exceto para Alice e Esme. Nossos olhares se
encontraram e involuntariamente sorrimos calorosamente
uma a outra.
Eu sei que ela não era minha mãe, mas era sempre bom
saber que podia tê-la por toda minha vida. Isso me fez sentir
melhor. Demetri se aproximou com nossas bolsas e pertences
pessoais e vi que nossas malas iam direto a outro helicóptero
já pronto para partir. Edward conversava com Emmett quando
senti uma pequena mão quente tocar minhas costas.
- Vai ser rápido. Quando você começar a sentir enjoo,
vamos estar perto de pousar no resort. – Esme sorriu
afagando meus cabelos. – Qualquer coisa só chamar, ok?
Assenti timidamente e corei porque era uma boba. Eu não
podia ter uma mãe agora, mas eu tinha uma sogra que não
era megera como nos filmes. Era doce, amável e cuidava de
mim sempre que eu precisava. Como prometido, quando
comecei a me sentir zonza pela altura, fui capturada pela
beleza da ilha. Maravilhosa. Eu nunca fui muito fã do sol, mas
estava começando a achar que iria ganhar um belo
bronzeado.
Nós descemos no hotel e tinha bastante gente para
recepcionar. Eu me encolhi em Edward e Demetri veio para o
nosso lado, abrindo caminho. Como aqueles fotógrafos
chegaram foi o verdadeiro mistério, porque será que minhas
fotos valiam tanto dinheiro assim ao ponto deles comprarem
horários de barcos ou helicópteros?
Soltei um suspiro satisfeito quando chegamos no quarto
e era enorme. Edward perguntou se eu queria café da manhã,
mas ainda me sentia meio zonza, então achei que comer vinha
depois de tomar banho e dormir. E foi o que fizemos.
Acordei cerca de duas horas depois que cochilamos.
Edward estava descoberto e só de cueca ao meu lado
dormindo pacificamente. Seu peitoral desnudo me chamou a
atenção, fiquei trilhando caminhos entre os gominhos da sua
barriga até os pelos escuros perto do seu ventre, onde a borda
da cueca Ralph Lauren marcava presença. Ele continuou
dormindo, sem se dar conta que praticamente babava pelo
seu corpo, não podia acreditar que aquilo tudo era somente
meu. E que também estava curtindo férias de família em uma
praia do Caribe. Isso sim era demais. Levantei da cama e o
sol estava a toda lá fora e agora sentia fome, mas devia ser a
hora do almoço. Carlisle tinha fechado um andar inteiro para
família e funcionários que vieram conosco.
Coloquei um biquíni de marinheira, arrumei uma bolsa
com toalha, protetor solar, óculos, uma revista nova e o Ipod
de Edward com música que gostávamos. Quando voltei para
o quarto já vestida, encontrei meu namorado sonolento
procurando sua sunga na mala. Eu tinha certeza que era isso,
e estiquei o pano vermelho que estava bem a sua frente.
- Obrigada. – sorriu e tirou a cueca ali mesmo e puxando
a sunga, quase soltei um suspiro meio desapontado. Nunca
iria me acostumar com a sua beleza. E era só minha. – Está
se sentindo melhor? – perguntou quebrando meu devaneio,
ainda estava secando descaradamente. Ele pareceu não se
importar. Edward quebrou nossa distancia e me abraçou,
roçando o nariz no meu pescoço.
- Mmmmmm. Estou melhor. Sinto até fome.
- Isso é bom. – beijou meu ombro – Você quer ir a praia
ou ficar na piscina?
- Praia.
Estava bem quente, tipo, quente mesmo, por isso prendi
o cabelo em coque desajeitado e acabamos encontrando com
Rosalie e Emmett também indo a praia. Eles disseram que
Carlisle e Esme já estavam por lá com Alice e Jasper. O sol
brilhando, pessoas de biquíni, areia quente, homens
bronzeados e fotógrafos por todo lado. Foi assim até
entrarmos em uma área privada do hotel. Tirei meu vestido
revelando meu biquíni de marinheira. Rosalie deu uma
piscadinha de aprovação. Edward ainda estava distraído com
Jasper. Até que...
- Que isso Bellinha... Muito marinheiro vai querer atracar
no seu navio. – Emmett comentou sacudindo as sobrancelhas
de modo irritante, atraindo atenção de todos pra mim.
O olhar de Edward foi aquele bem intenso e feio para o
irmão. Ele nem era pequeno ou indecente, mas era bonito.
Isso bastava para meu namorado que tinha tendências a se
cegar de ciúmes. Eu sorri desconcertada, mas Edward veio
com o protetor solar e dando um olhar quente pra mim. Eu quis
que ele arrancasse meu biquíni ali mesmo.
Pouco tempo depois os meninos foram para o mar e me
estiquei na cadeira para me queimar de costas. Alice veio
correndo por mim e tirou a cordinha do meu biquíni.
- É só não se mover muito rápido. – Rosalie falou dando
os ombros. Frustrada por ver que até minha sogra não tinha a
parte de cima do biquíni, deitei de novo e coloquei o Ipod de
Edward novamente a toda altura.
Não sei por quanto tempo fiquei deitada, mas acho que
tempo o suficiente para dormir com uma mão gelada do céu
tocar minhas costas. Não precisei abrir os olhos pra sentir o
corpo molhado de Edward deitar ao meu lado, me puxando
possessivamente pra si.
- Você devia saber do perigo de ficar assim, Bella...
- Assim como? – perguntei inocente me preocupando se
meus seios estavam aparecendo conforme me ajeitava em
Edward, ele parecia tapar as laterais. – Não me pergunte, ideia
da sua mãe.
- Eu sei, mas estava me referindo a você deitada, com
esse biquíni pequeno... – sussurrou passando a ponta do dedo
na lateral do biquíni, fiquei arrepiada na mesma hora. Meus
seios me denunciaram e ele sorriu – Sem nada em cima...
- Edward... – censurei. Ele de novo me excitando na
frente de todo mundo. Não que a nossa família tivesse ideia,
mas... – Você precisa voltar a mergulhar. – completei e ele
sorriu maliciosamente amarrando meu biquíni com força. – Ei,
isso dói.
- Você vai vir comigo. – sorriu verificando na maior cara
de pau se não estava mostrando nada.
- Eu não sei nadar. – sussurrei envergonhada.
- E quem disse que você vai nadar? – piscou sorrindo
torto já me rebocando para água.
A agua não estava tão gelada, mas também não muito
quente. Edward foi me puxando para o fundo e as poucas
ondas batiam contra meus seios. Isso me arrepiava até a alma
ou a expectativa do que iriamos fazer dentro da água. Não sei
dizer. Tinha descoberto em mim uma falta de pudor sexual
bem grande ou Edward me deixava tão excitada ao ponto de
fantasiar sexo quente em qualquer lugar que passávamos. O
máximo que tínhamos ido foi o chuveiro e a experiência de ter
os azulejos gelados contra minhas costas pegando fogo foi
bem intenso. Eu gostei.
- Terra, chamando Bella. – Edward mordeu meu ombro.
Eu mal tinha percebido que estávamos em um banco e areia
e eu tinha as pernas presas ao seu redor. – Onde sua mente
estava?
- Eu estava imaginando umas coisas... – sorri e tinha
certeza que corei.
Tinha intimidade o suficiente de confessar meus desejos
a Edward, mas a vergonha de parecer depravada era extensa.
Não sei como funciona um relacionamento adulto com
envolvimentos sexuais bem intensos.
- Tipo o quê? – sorriu torto e quase pulei quando senti seu
dedo brincando com a borda da minha calcinha. Isso seria
bom... – Não queremos chamar atenção de ninguém nesta
praia, amor... – sussurrou e eu mordi meus lábios com força.
Ele estava devidamente brincando comigo, passando o
dedo por cima do meu clitóris e puxando o fundo da minha
calcinha lentamente.
- Eu estava pensando nas coisas interessantes que
poderíamos fazer aqui... – confessei envergonhada, mas não
o suficiente para travar a língua, de repente, seria bom o
resultado dessa confissão.
- Mmmmm... – sorriu meio jogando a cabeça pra trás, mas
penetrou um dedo dentro de mim com força. Arfei, mas
ninguém ao redor parecia se dar conta do que estava
acontecendo comigo ali. Isso era interessante. – Se você
soubesse todas as coisas que sempre quero fazer com você
em todos os lugares que passo.
Eu não fui capaz de responder alguma coisa coerente, a
não ser um gemido abafado, porque ele aumentou o ritmo e
continuou tocando meu clitóris com o dedão. Apertei minhas
mãos cravando a unha nas costas com força, deitando a
cabeça no seu ombro. A mistura de tê-lo ao perto de mim,
sendo o homem que amo, em uma praia do caribe e com
pessoas ao nosso redor possivelmente incapazes de saber o
que ele fazia comigo. Resultou em o melhor orgasmo da
minha vida. Mordi o lábio para não gemer alto.
Minha respiração ficou ofegante e minhas pernas ficaram
moles. Eu acho que não tinha condições de me mexer tão
cedo, bom, espero que ele pudesse continuar comigo sentado
no seu colo por mais um tempo. Eu sentia muito bem sua
animação roçar a mim delicadamente.
- Está tudo bem? – perguntou com aquela pintada de
arrogância de sempre. Ele ficava em um estado soberbo toda
vez que eu tinha orgasmos fortes.
- Você acabou com a força das minhas pernas. –
sussurrei e ele riu me abraçando apertado.
- Nós vamos ficar aqui até a hora que você quiser ir. –
beijou minha bochecha.
Depois de mais alguns minutos apenas namorando
dentro da água, Edward viu Esme acenar e fiquei mortificada
de vergonha por estar aos amassos dentro da água, mas sai
mesmo assim e me enrolei na canga porque iriamos almoçar
em algum lugar no deck. Edward fez uma grosseria absurda
com um dos garçons porque estava me oferecendo outras
opções de suco. Esme quase voou no seu pescoço, mas meu
chute na canela foi o suficiente para que parasse, mas não se
redimisse, como sempre.
Eu abominava o comportamento grotesco dele, mas acho
que era simplesmente incompreensível a sua mente que era
o dever do garçom me contar o que havia na casa. Ele me
continuou me olhando sem entender. Os ciúmes dele seriam
um problema muito grande em nosso relacionamento. Dei
meu melhor olhar feio e o ignorei, mesmo com sua mão
fazendo carinhos em meu joelho.
Esme foi para o quarto descansar antes de um Luau que
fomos convidados. Rosalie também a seguiu, deixando Alice
escolher nossas roupas. Jasper, Emmett e Carlisle foram
caminhar na praia. Comecei a seguir Rosalie, mas Edward me
puxou pelo braço antes mesmo que pudesse dar dois passos.
- Bella? – perguntou com um tom ultrajado.
- O que é?
- Por que você ia sair assim? – sussurrou irritado.
- Deixou de dar piti de ciúmes? – perguntei alto e ele se
encolheu coçando a nuca.
- Desculpa.
- Edward...
- Ele estava olhando para os seus seios...
- Edward...
- Ok.
Melhor assim.
- Eu odeio quando você trata as pessoas como se fossem
inferiores, Edward. Nem todos são presidentes de grandes
corporações ou irão herdar mais de quatorze bilhões de
dólares. Eu sou como eles, não se esqueça.
Edward endureceu na mesma hora. Chegou a soltar
minha mão que segurava. Seus olhos verdes que antes
brilhavam porque queria me deslumbrar, assumiu uma
postura densa, sólida e fria. Fiquei completamente chocada
com essa atitude.
- Até quando, Bella? – perguntou secamente. Eu quase
quis perguntar “até quando o quê?”, mas ele não me deu
tempo. – Quando você vai continuar se diminuindo?
Cheguei a dar dois passos pra trás para responder. Do
que diabos ele estava falando? O equivoco maior é que ele
tinha razão em dizer que havia sim muita diferença entre ele e
o garçom, além do fato dele ser o homem que eu amo, o
garçom não tinha bilhões a disposição. Só que eu estava certa
em dizer que isso não podia fazer diferença, mesmo que
fizesse, porque o pobre rapaz era um ser humano e não
precisava sofrer pelo ciúme besta dele. Tão confuso.
- Não é questão de se diminuir. Eu só estava dizendo que
eu sou como ele no sentindo de não ter tanto dinheiro e poder
como você. Seu ciúme fez com que tratasse o menino como
lixo. – suspirei
- Não o tratei mal porque ele é um garçom. Tratei-o mal
porque estava dando em cima da minha mulher na minha
frente. – bateu o pé
Novamente o termo “minha mulher” me fez perder o rumo
e simplesmente esqueci-me da briga quando senti minha
calcinha molhar. Suspirei cansada de o meu próprio corpo me
trair e me encolhi enrolada na canga.
- E ao contrário do que pensa, você é minha mulher. Se
eu mando, você também manda. – sorriu arrogante. – Eu peço
desculpas pelo meu mal comportamento, mas quando vou
perceber, você já está puta. Posso deixar uma boa gorjeta
para compensar.
- Deixa pra lá, Edward. – encurtei nossa distancia. –
Controle-se, ok?
- Eu prometo tentar. – sorriu escovando os lábios nos
meus, rodeando minha cintura com seus lindos braços fortes.
- Obrigada.
- Você quer fazer o quê? – perguntou-me depois de um
tempo que ficamos abraçados. – Podemos ficar na piscina do
hotel só pegando o sol da tarde.
- Você não quer ir com seu pai? Vai ser algo só de
meninos... – perguntei confusa. Seria completamente o
normal, mas Edward se denunciou coçando a cabeça.
- Eu vou fazer o quê lá? – perguntou meio sem graça.
Ainda era complicado se estabelecer muito tempo ao lado de
sua família, mas eu não podia deixar que Edward fechasse
seu mundo em mim. Por mais tentador que fosse.
- Você só vai descobrir indo. Então, nos vemos mais
tarde. Estou indo passar um tempo com as meninas. – beijei
seus lábios rapidamente e o deixei em pé em meio ao
restaurante.
Quando passei pelo saguão houve uma gritaria sem
limites e só depois que Demetri veio ao meu encontro tapando
a visão da entrada, compreendi meu nome entre os gritos.
Sorri agradecida e vi que ele não usava aquela roupa de
pinguim e tinha um ligeiro bronzeado. Ele corou e olhou para
o outro lado, mas uma menina entrou no elevador, achei que
fosse morrer de taquicardia. Ela sorriu lindamente e cheguei
me encolher no canto para não atrapalhar, mas Demetri me
surpreendeu em não se abalar. Ela, por outro lado, deve ter
entendido minha presença e piscou, colocando algo em sua
mão.
Abafei uma risadinha e segui em direção ao quarto.
Descobri uma banheira e um manual de instrução e
preparei um banho tão gostoso que quase me arrependi de
não ter arrastado Edward para o quarto. Deitei bem ao centro,
deixando a água quente me ninar enquanto brincava com a
minha aliança. Eu mal podia acreditar no que estava vivendo.
Era tudo, de certa forma, bastante surreal e ilógico que aos
fechar os olhos antes de adormecer acreditei fielmente que
era um sonho. Que ainda iria acordar no meu antigo quarto na
casa velha dos meus pais.
Ao contrário do que pensei, Edward estava distribuindo
beijos no meu rosto e abri os olhos meio sonolentos. Essa
história de fuso horário, viagem de madrugada e praia o dia
inteiro cansa muito. Ele me puxou para levantar, peguei uma
toalha e abafei o bocejo. Ele riu um pouquinho me ajudando a
secar meu cabelo com outra toalha e estendeu um roupão.
Depois disso a próxima coisa que senti foi a cama e um beijo
casto nos lábios. Voltei a dormir pesado segundos depois.
Acordei sentindo um pouco de frio, não era como em
casa, mas o vento da praia estava gelado ou eu que ainda
vestia o roupão úmido. Sentei na cama ainda meio zonza e
Edward estava me fitando do outro lado do quarto com a tevê
ligada. Seu sorriso era bobo e divertido.
- Brigou com algum leão, amor? – perguntou rindo um
pouco. Girei meu corpo para o espelho e depois de segundos
percebi um grito agudo que era meu ecoar pelo quarto e uma
gargalhada forte de Edward. Meu cabelo era um ninho de
mafagafo.
- Idiota. – resmunguei baixinho e tirei o roupão para tomar
outro banho.
Não haveria jeito de fazer meu cabelo desembolar. O pior
é que sempre dormi com cabelo molhado, mas ele nunca
acordava assim. A risada de Edward morreu quando me viu
nua, mas ignorando-o segui direto para o banheiro trancando
a porta atrás de mim. Eu sabia que ele tentaria escapulir para
meu banho, mas ele riu do meu cabelo. Infantil? Eu sei. Só
que meu esporte favorito era brigar com ele. Não me culpem.
Segundos depois vi a maçaneta ser virada. Chupa essa, seu
bobo.
Tomei banho sozinha e aproveitei para me maquiar, secar
o cabelo e fiz um coque para enrolar as pontas. Assim que
terminei todo meu processo de mulherzinha, encontrei-o
pronto me esperando para sair com cara de poucos amigos.
Mordi a bochecha para não rir quando deslizei meu biquíni e
ouvi seu gemido. Ele estava sentado no meio da cama me
olhando descaradamente. Seu amiguinho estava bem
animado.
Alice era maníaca e queria ver o irmão me estrangular,
porque o vestido era leve, bonito e transparente. Abraçava
minhas curvas com perfeição. Edward arqueou uma
sobrancelha me olhando e ignorei também. Vesti as havaianas
perfeitamente brancas e sorri.
- Estou pronta.
- Percebi. – murmurou me avaliando. – Tinha uma mais
transparente não? – perguntou e eu gargalhei alto abraçando-
o por trás enquanto saiamos do quarto. – Não é engraçado,
amor...
- O lado bom que para um banho noturno não será
impedimento algum... – beijei suas costas e ele sorriu.
- Por mais que eu queira tomar você de todas as maneiras
possíveis lá na praia, eu jamais iria te expor a algo que não
podemos disfarçar efetivamente. – beijou-me com carinho. Eu
não pude disfarçar a decepção que correu em meu rosto. Eu
iria convencê-lo – Por isso... Eu pedi um quarto com aquela
jacuzzi enorme.
- Você tem tudo friamente calculado, não tem? –
perguntei rindo.
- Antes de você, sim. – respondeu sinceramente e fiquei
confusa. Percebendo minha expressão, se adiantou me
abraçando ainda mais apertado. – Eu nunca sou capaz de
adivinhar o que passa em sua mente. Cada passo que dou
com você é como pisar em ovos. Você pode me amar ou
querer me matar e amor, eu não quero dormir no sofá
novamente.
Gargalhei jogando meu pescoço pra trás e ele aproveitou
para me atacar contra o espelho gelado do elevador. Edward
ficou com o dedo brincando com meu decote e o casal de
velhinhos quando entraram no segundo andar arfaram de
pavor. Eu sorri pedindo desculpas, mas ela me olhou tão feio
que me encolhi no braço de Edward que mordia a boca para
não gargalhar.
Eu gostava dos momentos que não havia tensão entre
nós, apesar de ultimamente nossas brigas serem divertidas...
Eu assumia que meu namorado tinha uma personalidade
forte, meio velha. Quando as coisas eram mais leves e joviais
fazia nosso relacionamento particularmente relâmpago
parecer normal, afinal, quem com um mês de namoro vai
morar com o namorado? Ok, isso foi uma decisão de dois
meses atrás, mas mesmo assim. Não deixa de ser precipitado.
O luau foi incrível. Teve danças típicas do local,
dançarinas de havaiana que levaram os meninos até é o palco
para dançar e depois de algumas doses de batidas de frutas,
até Edward dançou. Ele ficava maravilhosamente sexy
tentando me seduzir, como se precisasse de muita coisa.
Rosalie estava radiante, com os olhos brilhando de felicidade
e pude perceber que meu rosto era a mesma coisa.
Estávamos tendo nossas primeiras férias em família. Esme
tinha seus cabelos bronze bem mais puxados para o ruivo
sacudindo alegremente conforme se chacoalhava com a
música ao lado de Alice.
Edward sentou-se ao meu lado depois de estar melado
de tanto dançar com os meninos. Ele me pegou paquerando-
o, sorriu torto piscando. Pulei para seu colo no segundo
seguinte e quando bati meus lábios contra o seu, sua mão já
subia por dentro da saia do meu vestido.
- O que você tanto sorri? Gostou da minha performance?
– perguntou rindo
- Já sabe que se tudo der errado, os Cullen podem se
mudar para o caribe e ganhar vida com dançarinos de hula-
hula. – brinquei – Eu só estou feliz.
- É? – beijou meu queixo. – Então, eu fico duplamente
feliz com isso.
- Sim, porque eu nunca tive férias de família antes, nunca
fui a praia ou me diverti tanto ao lado de pessoas que posso
chamar de minha família. Você está me dando isso... E estou
feliz.
- Eu te daria o mundo, mas você me mataria, por isso eu
faço o que posso. – piscou aliviando o clima quando me vi a
beira das lágrimas. – Eu te amo, minha linda.
- Eu te amo, meu Edward.
- Eu te chamo de linda e você retruca com Edward? –
perguntou severamente dando um tapa forte na minha coxa.
Cheguei a saltar.
- Edward significa a personificação da perfeição na terra.
Acredite em mim quando digo isso.
Uma coisa que eu aprendi nesses meses que estou
morando com Edward. Massageie seu ego que eu ganho tudo
que quero do jeito que bem entendo. Essa era a enorme
vantagem de namorar o todo poderoso quando ele estava
particularmente excitado. Não era a ultima palavra que saia da
sua boca.
- Eu quero entrar na água agora. – sussurrei chupando o
lóbulo da sua orelha.
Edward olhou pra mim e como sabia, não negou. Ele
nunca negava nada quando pedia com jeitinho. Ele me puxou
para a parte mais escura da praia e nossas roupas ficaram
seguramente presas na pedra. Qualquer coisa, tínhamos
roupas de banho ainda conosco, mas... Eu não ia abrir mão
da minha mais nova e primeira fantasia sexual. Sexo nas
águas quentes do Caribe.
Capítulo 14

Secrets
Dizem que o Google é o pai dos burros. Você pode
pesquisar o que quiser, sobre qualquer coisa que ele tem sua
resposta prática com direito a anexos de informação. Nós
retornamos do Caribe tinha poucas semanas. Quase um mês.
Acredite, meu corpo ainda ardia um pouco. Nova Iorque
estava no seu melhor momento de calor e por isso, nas
minhas pequenas férias do curso estava andando em casa
com o mínimo de roupa possível. Um short e camiseta. Dentro
do quarto era literalmente roupa íntima.
Eu ainda suspirava quando lembrava a nossa estadia
naquelas praias paradisíacas. Meu namorado era um homem
viril, completamente insaciável. Nós avançamos muito
intimamente e eu quebrei alguns tabus sexualmente falando.
Edward era meu companheiro. O homem que eu amava. Meu
corpo era dele.
Passei essas últimas semanas tendo aulas intensivas de
como ser uma boa anfitriã. Eu quase entrei em pânico. Quase.
Esme chegou aqui em casa bem cedo com Rosalie, em um
dia entre a outra semana, cheia de apetrechos. Ela anunciou
que eu era a noiva do presidente da empresa e por isso, a
mulher da noite era eu. Tipo, como assim?
“Quem é Edward para você?” – Esme perguntou
severamente. Se tivéssemos vivendo no tempo da guerra,
essa mulher seria aquelas professoras donas de palmatórias.
Como sabia ser má. “Não descanse os ombros, Bella. Relaxe
a expressão, mas nunca a coluna” – chamou minha atenção
quando parei para pensar em sua pergunta. Rosalie me olhou
meio assustada.
“Edward é o homem da minha vida. A pessoa que posso
contar meus medos, segredos e compartilhar meus dias. Ele
sabe ser simples e romântico nos momentos que mais
preciso.” – suspirei apaixonada e ela sorriu maternalmente,
mas depois coçou a garganta e esperei pelo pior.
“Sim, ele é isso... Para você”. – suspirou e olhou-me
seriamente. “Edward Cullen estudou nos colégios mais caros
do país e antes de terminar o colegial foi chamado pelo
sistema MIT por ser muito bom em matemática. No seu
primeiro ano de faculdade, ganhou a medalha de melhor
aluno. Nunca se envolveu com escândalos em tabloides e
terminou o ensino superior com honras. No seu primeiro ano
trabalhando criou um projeto que nos rendeu mais alguns
bilhões de dólares. Atualmente, é o presidente corporativo
mais novo que o mundo já conheceu e tem o sucesso pela
frente. Ele tem o sobrenome Cullen e adivinha quem escolheu
para ser sua companheira? Você.”
“Certo” – suspirei lentamente. “Eu entendi seu ponto” –
murmurei meio atordoada.
“É um pouco demais, mas você vai conseguir, por isso,
nunca relaxe a coluna. De novo, me diga da esquerda para
direita quais são os talheres e taças a sua frente.”
Foram longos dias escolhendo pratos principais,
decorações e lendo, lendo, lendo e lendo sobre como me
portar no baile. Rosalie teve o desplante de agradecer por
Emmett ter aberto mão da presidência. Ela deixou claro que
não seria capaz de tudo isso, apesar de Esme não ter
permitido sua ausência nas aulas. Entre estudar para o curso
e para o baile, eu e Edward gastamos nosso tempo brigando.
Hoje seria o bendito baile de arrecadação para as
crianças com câncer do hospital apoiado pelo grupo Cullen
Inc. James foi convidado pela secretária do assessor de
imprensa da empresa, ela, assim como eu, não tem idéia do
motivo que alimenta essa briga. Em todo caso, James tem
dinheiro e isso que importa para os organizadores do baile. O
papo terminou quando Rosalie chegou e Carmelita anunciou
o jantar. Minha curiosidade estava a todas quando sai do
escritório fingindo não ter ouvido nada.
Além de Edward e eu estarmos brigados. O jantar teve
um clima pesado.
Novidade nenhuma nessa história, mas ele é teimoso e
tem mania por perfeição. Eu sou organizada, ele é maníaco.
São coisas diferentes. Creme dental do lado direito,
travesseiro demais na cama, meu terno tem que ser passado
a vapor, meu motorista não pode atrasar, ele é irritante com
seus funcionários e isso me estressa. Eu tenho direitos a TPM.
Todos perceberam minha distancia, mas não estava
particularmente preocupada.
Edward e eu dormimos bem, mas ainda tinha aquele
clima porque eu discuti com ele antes de sair na manhã
anterior. Hoje de manhã ele me acordou aos beijos e tivemos
aquele sexo para o café da manhã. Estava tudo bem
novamente. Eram só nossos ajustes. Edward tinha tudo a mão
enquanto eu estava acostumada a buscar o que precisava. E
fora que duas pessoas morando juntos, com pouco tempo de
relacionamento, condições financeiras diferentes e
personalidades fortes... Alguma hora ia dar choque.
Por isso que assim que ele saiu, liguei meu computador
e digitei Victória e James Hathaway e quase cai da cadeira
com que descobri. Eles eram ou pelo menos foram casados
durante dois anos. Fiquei impressionada com as fotos da
época. Não parecia a mesma mulher exuberantemente linda
que eu conhecia. Ela estava sempre pálida, magra, com
cabelos sem vida e escondida com roupas largas e cumpridas.
Também tinha uma reportagem de James denunciando
Edward por agressão e pela data foi semanas antes dele ir
embora para Inglaterra. Eu comecei a sentir um aperto no meu
coração. Edward foi embora por causa da Victória? Será que
ele? Será que ela? As reportagens, os tabloides e as
pequenas notas de rodapé do google apontavam que o
relacionamento de James com Victória havia sido conturbado,
cheio de violência e traições. Eu não duvidava que a maior
parte eram dele.
Só que... Edward tinha ido embora porque houve uma
grande briga entre ele e Emmett pela empresa. Pelo menos
foi isso o que me disseram, mas era coincidência demais ser
poucas semanas após uma matéria do site Hollywood life
especular qual era o real relacionamento entre Victória e
Edward. Poucos dias depois de Edward esmurrar James.
Momentos antes de Emmett e Edward romperem e ele
resolver partir. Tinha muito mais coisa no meio dessa
confusão toda e eu me sentia uma grande tola por não saber.
Eu queria saber se Victória e Edward tiveram um caso?
Se essa informação fosse confirmada, o que exatamente iria
fazer?
- O motorista chegou para te levar até a mansão dos
Cullen. – Carmelita disse docemente me quebrando dos
devaneios. Dei um sorriso amarelo e desliguei meu
computador. – Está tudo bem Dona Bella? – perguntou-me
preocupada. Eu me derretia com seu lado maternal.
- Se seu marido tivesse um passado envolvido com outra
pessoa que você ama, você gostaria de saber? – perguntei
segurando minha bolsa. Demetri já estava pronto a porta.
- Sim. – respondeu sem hesitar. – Gostaria de saber
porque sou curiosa, mas meu amor continuaria o mesmo. Se
ele não contou, porque nem tudo fica as claras na vida de um
casal. Principalmente jovem. – piscou me empurrando
levemente até a porta – Verei você na tevê. Seja a mais bonita.
- Obrigada. – sussurrei com a voz embargada. Sai de
casa já discando o celular de Rosalie. Eu precisava de uma
amiga, urgente.
O dia passou rápido com as arrumações para a festa. Em
determinado momento me vi devorando as frutas em cima da
mesa enquanto uma menina fazia cachos em meu cabelo.
Victória, James e Edward rodavam a minha mente conforme
me sentia zonza e completamente confusa. Edward e Victória
se bicavam, na maioria das vezes agiam como irmãos e não
exatamente como se tivessem tido um relacionamento
amoroso antes. Ela me contaria, não contaria? Nós éramos
amigas, não éramos?
Eu não sabia de todas as ex-namoradas de Edward.
Ficava particularmente satisfeita em ser aquela que tinha o
anel de noivado no dedo, então não importava, não é?
Certo?
- Bella, você está em que mundo? – Esme perguntou-me
e quase saltei da cadeira engasgando com um morango.
- Amor? – Edward soou do andar inferior e eu suspirei.
Como eu amava esse homem.
- Está tudo bem, sogra. Estava apenas... Pensando. – dei
os ombros enchendo a boca de uva.
- Bella? – Edward gritou novamente com a voz mais forte.
Esme sorriu um pouco com o desespero dele. – Amor?
- Aqui em cima, querido. – respondi revirando os olhos.
Só me faltava ele chegar em casa e gritar: Querida! Cheguei!
Edward apareceu na soleira da porta e meu coração entrou
em taquicardia por ele ser sempre tão lindo, mesmo de calça
jeans justa, blusa social e sapato preto. Até a menina que fazia
meu cabelo parou de se mover. Não poderia culpa-la.
- Estou com fome. – resmungou e todas as mulheres
caíram na gargalhada. Ele pareceu meio confuso e por isso
coçou a cabeça. – Que foi?
- Apesar de Bella ter atacado as frutas, ela ainda não
almoçou. – Esme puxou a vasilha de mim e me ajudou a
levantar. Muito tempo sentada fez minha bunda ficar
dormente. – Passem no quarto de Alice e acorde-a?
Edward me abraçou brincando com a pele da minha
cintura e eu ri. Alice saiu meio sonolenta com os cabelos
embolados de um lado só. A menina tinha disposição para
dormir, era impressionante. Também quando estava acordada
a gente quase ajoelhasse para que calasse a boca. Esfreguei
minha bunda ainda incrédula dela estar dormente. Edward me
olhou e depois inclinou pra trás um pouco tentando entender
o que estava fazendo através do vestido.
- Eu acho que minha bunda está dormente. – sussurrei
incrédula.
- Permita-me, madame. – sorriu apertando minha bunda
com força que soltei um grito. – É, está tudo bem.
- Há há há. – puxei a cadeira para sentar para comer, mas
Edward me puxou para seu colo. – Não quer machucar minha
bunda?
- Não, bem muito precioso. – brincou beliscando minha
bunda.
- Estou aqui ainda. Ninguém respeita mais os irmãos mais
novos. – Alice resmungou empurrando dois pratos pra nós e
eu saí do colo de Edward antes que o resto aparecesse.
...
O resto do dia passou bem rápido com os últimos
preparativos da festa. Eu estava nervosa demais, por isso
depois de dar dois foras e Alice, calei minha boca. Amanhã
cedo nós iriamos viajar para Las Vegas. Eu iria enlouquecer
em algum momento. Não, eu sou capaz. Edward me ama e
me escolheu para ser sua mulher. Eu quase me via abrindo
mão de carreira para acompanha-lo e isso foi motivo para mais
pânico ainda.
Um baile de cada vez. Respira fundo, Bella. Você
sobreviveu a vida inteira a pessoas ruins. Isso é só um baile
de caridade que seu namorado que te ama, isso mesmo, te
ama, está promovendo. Não desaponte Esme, você
consegue.
- Você está tremendo. – Rosalie sussurrou e meu rosto
estava congelado um sorriso.
- Está impossível controlar. – rosnei de volta e posei para
mais uma foto com Rosalie. – Cadê Edward?
- Do outro lado do salão, vindo a sua direção e ele está
babando seu vestido. – sussurrou saindo do meu lado e virei-
me em direção ao meu amor. Meu coração se aqueceu e
surpreendentemente parei de tremer como uma vara verde.
- Você é a mulher mais linda deste salão. – Edward sorriu
tão perfeitamente que senti minhas pernas moles. – Está tudo
perfeito, amor. Sinto muito ter demorado.
- Eu acho que está tudo bem agora. Não vi ninguém. –
dei os ombros.
- Preciso te apresentar a umas pessoas. – sorriu como
criança. Edward estava tão animado que quase estava
valendo a pena todos meus medos. Foi uma hora inteira de
um lado para o outro, apresentando a pessoas, conversando
sobre banalidades e troca de brindes.
Um orgulho imenso explodiu no meu peito e quase gritei
que aquele era meu macho. As pessoas pareciam animadas,
tinham sempre uma taça a mão e o buffet trabalhava bem.
Esme sinalizou positivamente pra mim e foi o único momento
que realmente relaxei. Pedi a Edward para sentar um minuto,
porque meus pés estavam começando a sangrar.
Aproveitamos para jantar junto com um casal de executivos
que eram novos na cidade.
Eu o observei ir conversar com o prefeito quando a banda
começou a tocar novamente após o jantar. O casal que me
acompanhava pediu licença para dançar e me vi
temporariamente sozinha na mesa. Deveria levantar, mas
meus pés realmente estavam me doendo muito ainda. Me dei
mais cinco minutinhos apenas observando a festa. Vi que o
assessor, Alec foi até Edward e Carlisle. Estava na hora do
discurso.
- A festa está muito bonita. – um homem elogiou sentando
atrás de mim, na cadeira que antes estava sendo ocupada por
Edward. Dei um gole nervoso no meu champagne e de alguma
maneira estranha me arrepiei por completo.
- Obrigada. – disse secamente.
- Hm... Você tem um excelente perfume. – sussurrou e
congelei no lugar procurando desesperadamente por Demetri.
Eu não podia levantar e dar na cara desse homem. Isso
causaria uma cena e envergonharia minha família. Essa era
minha primeira noite. Eu posso lidar com isso.
- Creio que o Senhor esteja me confundindo com alguém.
Sou uma mulher comprometida. Exijo respeito. – rosnei de
volta pousando minha taça na mesa.
- Você saiu correndo dizendo que não era uma
prostituta... – sussurrou. Era James. Minha pulsação estava
batendo no ouvido, me deixando surda. – E olhe pra você.
Uma de Luxo. Edward vai ganhar o prêmio de homem do ano
porque tem uma boa capial em casa com sexo quente
esperando por ele.
Sem alarde, levantei devagar da mesa e sussurrei uma
licença educada, mordendo minha bochecha por dentro, meus
olhos estavam querendo transbordar, mas não ali. Não na
frente daquelas pessoas, onde os olhos estavam em mim a
todo instante. Avistei Alice e Esme e virei na direção oposta,
do outro tinha Edward, que assim que me viu, soube que algo
estava errado, mas virei também em outra direção e ele foi
puxado para o palco.
Demetri parecia assustado como um inferno quando me
viu e fiquei confusa. Deveria estar chateada por ele não estar
de olho em mim na hora que precisei, mas isso ficou de lado.
- Eu estava te procurando. Recebi um chamado de um
dos seguranças que você estava sozinha no terraço. Fiquei
louco por não te ver passar. – sussurrou quando cutuquei sua
costela.
- Eu não sai do salão em momento algum, Tre. – respondi
confusa. – Estava na mesa do canto. A da samambaia. –
Demetri olhou para seu relógio e para o telefone. Alguma coisa
estava errada. – O que há?
- Alguém chegou perto da Senhora?
- Uhn. James. – respondi baixo.
Demetri praguejou baixinho me conduziu até o centro da
pista, para ver Edward discursando. Eu não prestei atenção
no quanto tudo estava errado.
- Tem alguém de James infiltrado, não tem? – perguntei
baixinho.
- Não sei, Bells. – Demetri respondeu baixo. – Ele
conseguiu chegar perto de você. Foi falha minha.
- O quê? – virei-me – Não! Ele te enganou. Alguém dentro
da segurança enganou você ou também foi enganado.
- Ainda assim, deixei de estar perto de você. – retrucou e
nós dois sabíamos que Edward iria dar um ataque de
pelancas.
- Não iremos contar a Edward. – falei seriamente e
Demetri me olhou confuso.
- Eu posso lidar com isso, Bells. – tocou meu ombro.
- Eu não. – murmurei baixinho sentindo vontade de
chorar. – Edward vai querer saber o que ele falou pra mim e
não tenho coragem de repetir as palavras. Por mais que
pareça verdade.
- Você sabe que é mentira.
- Você não sabe o que ele disse para afirmar isso. – dei
os ombros. Eu mal tinha percebido que nós dois estávamos
em um dos corredores adjacentes, discutindo.
- Nada do que sai da boca de James é verdade. Ele é um
viciado em drogas que acha que pode brincar com a minha
paciência.
- James fez o quê? – Victória perguntou assustando nós
dois, mas eu não estava no meu melhor momento.
- Você poderia me dizer. – rebati. Victória chegou a ofegar
surpresa com a minha resposta. Não parei para pedir
desculpas. – Estou esperando, Vic. Eu quero saber o que
envolve você e James Hathaway.
- Aqui não é o melhor momento. Edward está chamando
por você. – respondeu baixo.
- Certo. – resmunguei indo direto a lateral do palco, onde
Edward descia com assessores e tinha o cenho franzido
conforme me observava caminhar. Ele estava claramente
ignorando as pessoas ao seu redor felicitando seu discurso,
que eu obviamente perdi.
- Perdi você de vista no meio... – começou a falar e eu
sorri inocentemente.
- Mandou bem. – elogiei
- Bella... – soou severamente. – O que exatamente
aconteceu?
- Nada demais. Só coisas corriqueiras de uma nova
anfitriã. – menti dando ombros. Ele não acreditou em nenhum
momento, mas o Govenador exigiu sua atenção e por isso fugi
para a mesa da minha família.
- Aconteceu algo, não é? – Rosalie perguntou seu
sotaque forte.
- Quer ir no banheiro retocar a maquiagem? – Alice
perguntou
- Não se preocupem. É só essa história de ser “anfitriã”.
– sussurrei para Esme não ouvir. Alice pareceu acreditar e por
isso mudou de assunto. Rosalie sabia de toda minha pesquisa
e insegurança, me olhou preocupada. Ela sabia que depois
iriamos conversar.
Pelo restante da noite Edward não tirou os olhos de mim.
Ele sorria de uma forma que me deixava sem ar. Sempre
controlava meus pés e tinha o desejo de voar no seu colo.
Demetri não saiu mais de perto de mim. Até mesmo quando
fui ao banheiro e dancei com Edward. Ele ficou na beirada da
pista, tenso, sem sair. Edward estava desconfiado... Não
perguntou, embora eu via que por vezes, ele acompanhava os
olhares de Demetri. Eu perdia um ponto. Tre e Edward
conversavam pelo olhar.
E mesmo sabendo que James não estava mais na festa,
Edward já sabia que ele tinha se feito presente e quando
chegássemos em casa mais tarde, nada no mundo me faria
fugir da conversa que eu não queria ter. Eu não era uma
prostituta, nem de luxo, nem de verdade muito menos
hipoteticamente. Edward me amava e eu acreditava nisso.
Não seria James e seja lá qual for sua doença que iria me
fazer tremer nas convicções.
Isso não anulava que o fato que Victória já tinha passado
do tempo com essa história que a relaciona com James. Eu já
sabia qual era, mas queria os detalhes. A partir do momento
que isso poderia causar risco a minha vida, porque ele sem
dúvidas era perigoso, tinha direitos. E iria exigi-los. Gostando
ou não.
Edward anunciou que era a hora de ir e eu chorei quando
ele tirou meu sapato dentro do carro. Foi uma sensação de
alívio e dor. O sapato podia ser lindo, maravilhoso e
arrasador... De dedinhos.
- Nossa, amor... Não chora. – Edward pediu desesperado
massageando meus pés. Eles também estavam sangrando.
- Droga, eu não devia ter tirado. – choraminguei e ele
massageou, me fazendo grunhir e chorar mais. – Edward...
- Por que você ficou com isso? É tortura, Bella!
Eu não respondi. Apenas sacudi o ombro e fiquei calada
evitando chorar, mas meus pés tinham outros planos comigo.
Assim que o carro parou, fui me mover, mas antes que pisasse
no chão, Edward estava me carregando até o elevador. Ele
me beijou carinhosamente e eu fechei os olhos sentindo a dor
latejante.
- Não se mova, ok? – sussurrou me deixando ao pé da
cama. – Tire só o vestido, mas nada de por o pé no chão, tá?
– falou baixo e assenti confusa.
Depois que soltei o cabelo e me livrei do vestido, tive
coragem de olhar o estrago. Meus dedos estavam tortos e
sangrando. Até desencostei do carpete porque eu amava
aquilo. Eu estava tão apegada ao apartamento que já não via
mais como a casa que dividia com Edward. Era a minha casa.
Nossa casa. Nosso ninho de amor. Pouco tempo depois ele
voltou só enrolado no roupão, me ajudou a tirar a lingerie e me
pegou no colo em direção a banheira cheia, saindo fumaça.
Tinha um cheiro de canela no banheiro e vi que vários
sais estavam abertos a disposição. Óleos quentes de
massagem também. Quando senti a água eu gemi
descontroladamente, fazendo Edward rir.
- Calma amor, eu não te toquei.
- Bobo.
- Não faça mais isso com seu corpo. – sussurrou lavando
meus pés e massageando. Aquilo era bom demais. – Vá de
chinelo...
- Foi o que achei perfeito. Eu tinha que estar perfeita.
- Não tinha não.
- Foi minha primeira noite como anfitriã. Eu não podia te
decepcionar. – sussurrei envergonhada. Em um movimento
rápido, eu estava no colo de Edward.
- Me perdoa, amor. – pediu desesperado e fiquei confusa.
– Não é isso a nossa vida. Não são jantares de gala ou
recepções fabulosas. Eu te amo pelo seu jeito simples,
inocente e cheio de vida. Você é perfeita fazendo caricias em
mim na hora de dormir, sendo teimosa, ciumenta... Eu sei que
isso tudo é novo pra você. Bella, você nunca iria me
decepcionar. Me perdoa pela minha vida causar esse tipo de
exigência. Você ficou tão nervosa esses últimos dias que
estou tão culpado.
Edward se desesperou e eu fiquei completamente
chocada.
- Amor, olha pra mim. – pedi baixo e não resisti beijando-
o – Eu te amo, por completo. Sabe, foi difícil entender mesmo,
vigiar meus hábitos e também posturas sabe... Foi tudo muito
novo. Só que não é sobre mim ou sobre você. É uma
responsabilidade que seu pai lhe confiou e eu aceitei ser sua
mulher. Apesar de não entender, no fundo, eu sabia que morar
junto iria exigir de mim uma responsabilidade grande. Só que
eu te amo muito, muito mesmo. Faria tudo outra vez... Por
você. Por nós dois.
- James chegou perto de você... O que ele disse?
- Não importa. Foi a mesma coisa de sempre. – dei os
ombros estranhamente não afetada com James. Como aquele
ambiente recheado de paz e amor poderia ser mentira? James
não sabia o que era amor para poder sossegar. – Eu sei que
você me ama. É o que importa!
- Você realmente está bem com tudo? – perguntou-me
depois de um tempo. Seu rosto estava deitado no meu ombro.
- Edward. Eu nunca passei por isso antes. Eu ainda não
sei das coisas e sou meio ignorante, mas se eu escolhi viver
com você, vou aprender sobre o seu mundo. Assim como
todos os dias a gente meio que dá choque. É como sua mãe
diz. Um processo de vida.
- Por que você é perfeita? Eu só não quero que isso te
mude... Eu tenho medo de te perder. Tenho medo que você
vá embora. Eu jogo tudo fora e vou atrás de você.
- Eu não irei a lugar algum, Edward. Por que isso?
- Eu achei que essa semana, você realmente conheceu o
que é ser mulher de alguém como eu. Eu pensei que você
fosse me deixar... – sussurrou
- Edward...
- É uma responsabilidade muito grande. O pai do meu
bisavô abriu esse banco e eu preciso superar meu pai em
eficiência para manter os negócios da família. São cobranças
altas demais e eu não quero que o nosso relacionamento sofra
com isso. A gente brigou essa última semana inteira. Bella,
não é isso que eu quero. Eu te amo, mesmo... E só não sei
como fazer um relacionamento funcionar.
- Edward. Olha pra mim. – pedi calmamente. Ele me fitou
e algumas pequenas lágrimas escaparam dos seus olhos –
Mesmo brigando, eu nunca cogitei a possibilidade de ir
embora... Ela não existe.
- Eu quero que você saiba uma coisa. – pegou minha mão
e colocou em cima do seu peito, que batia acelerado – Ele
bate por você. O tempo todo.
...
Ainda não conseguia digerir a surpresa das confissões de
Edward. Ele sempre me pareceu tão seguro de si que eu
jamais imaginei que tinha medo de um dia eu quisesse ir
embora. Cara, eu amava demais. Depois de passar a maior
parte da noite fazendo amor, lenta e maravilhosamente, nós
adormecemos ainda grudados, sem querer que aquela bolha
se dissipasse, mas ao celular despertar, nós tínhamos um
compromisso em Las Vegas. Hora de pegar o avião.
Fiquei olhando para o sapato escolhido do dia com tanta
dor no peito... Meus pés iriam ser maltratados depois da
deliciosa massagem de Edward ontem. Resignada, calcei os
sapatos gemendo de dor. Sentei na cama para colocar uns
brincos bonitos de Esme e verificar a pequena mala que fiz
com roupas de emergência para mim e Edward.
- Amor, você vai usar essa arma de destruição de novo?
– perguntou-me abotoando sua blusa. Fiquei tão perdida em
sua perfeição que não respondi. Ele era tão lindo que minha
mente demorava a registrar a informação. – Bells?
- Quê?
- Sapatos?
Ah, sim. Sapatos... Minha mente estava fantasiando com
Edward sem roupa. Os efeitos da noite anterior ainda pairava
sobre mim.
- Não posso ir de tênis. Esses são mais confortáveis. –
deu os ombros. Não estava doendo tanto assim. Edward
suspirou e tirou os sapatos dos meus pés, colocando dentro
da mala.
- Use-os quando chegar lá. – beijou minha têmpora e
empurrou meu chinelo com o pé. Mordi minha língua para não
dizer que aquele não era o sapato do evento.
Essa semana tinha feito a promessa de não brigar com
Edward. Em três dias ele faria 28 anos e manteria a paz. Por
mais legal que brigar com ele fosse, essa semana iria
aquietar-me. A verdade é que o medo dele de ontem me fez
refletir muito sobre nosso relacionamento. Foi a primeira vez
que percebi que era um jogo igual. Edward sentia medo,
ciúme, dor como eu. Estranhamente, ganhei mais confiança.
Meu ego inflou ao vê-lo chorar achando que eu ia dar o fim em
tudo.
Durante o caminho, fiquei rodando a aliança dele. Era o
meio que lembrei em dizer, ela está aí no seu dedo, porque é
o par da que está aqui no meu, nós somos noivos. Demetri
sorriu ao nos ver bem e seguiu o caminho até o aeroporto em
silencio. Edward – como de costume – manteve as mãos em
mim o máximo que pode, mesmo quando a gente falava
apenas banalidades, tinha um jeito no modo que a ponta do
seu dedo passeava pelo meu corpo, quase me fazia ter um
orgasmo.
Ele tocava meus lábios, descia pelo pescoço, ombro, colo
e até os seios para meu delírio. E as vezes estava falando do
tempo, da bolsa, do dólar, real ou seja lá o quê. Seus olhos
eram sempre quentes e isso também me dava uma vontade
insana de gemer. Essa nova parte, a sexual, do nosso
relacionamento era ótima. Ele era um amante incrível. Não era
possível existir melhor.
Emmett e Rosalie já estavam dentro do avião quando
cheguei. Alice dormia jogada na poltrona, provavelmente já
sedada e Jasper sorriu ao me ver chegar. Esme e Carlisle
estavam no canto, bem no fundo, sussurrando um com o
outro. Era lindo vê-los. E então, tinha Victória. Nós não nos
cumprimentos. Só olhamos uma para a outra. Ambas
magoadas demais para dar o braço a torcer. Edward percebeu
a nossa falta de interação, alias, todo mundo percebeu, e
como uma boa teimosa, sentei na minha poltrona enfiando
logo o calmante e bebendo delicadamente o suco de
maracujá.
- Devagar... É pra dormir e não morrer. – Edward brincou
tirando o copo de mim. – Eu quero um beijo com gostinho de
maracujá.
- Bobo. – sorri escovando meus lábios nos dele.
- O que aconteceu? – sussurrou
- Nós nos desentendemos na festa ontem. – respondi
sinceramente.
- É sobre a história...
- É. – respondi secamente, mas me arrependi por ter sido
desnecessário com ele.
- Bella, seu horário. – Victória falou tentando soar fria,
mas a voz falhou e ficou trêmula. Isso foi um soco no meu
coração, mas ela tinha que ceder. Eu não. Meu interior se
contorcia muito, porque era minha amiga, mas ela só iria
funcionar na pressão.
- Obrigada. – murmurei duramente, puxando as folhas,
colocando de lado e deitando minha cabeça no ombro de
Edward.
Resignada ouvi seus passos até sua poltrona e fechei os
olhos para dormir antes mesmo que o piloto anunciasse o voo.
Eu estava seriamente magoando uma das poucas e valiosas
amizades. Só que ela tinha que me contar tudo em relação a
James. Se eu fosse boba e insegura, essa merda poderia ter
causado mais uma briga feia. Tudo bem que fiquei bastante
confusa e cheguei a imaginar coisas, mas se no passado
Edward e Victória tiveram algo, eu simplesmente percebi que
isso importava e ao mesmo tempo não importava.
Importava porque gostaria dessa informação antes. Se
não havia mais nada. Sem motivos de esconder, certo?
E não importava porque Edward era meu e ninguém iria
mudar isso. Muito menos um suposto amor do passado.
Dormi de babar a viagem inteira. Não era longa, por isso
ainda estava dormindo quando desci do avião, escondendo o
rosto em Edward. O caminho até o hotel era desconhecido pra
mim e eu mal consegui prestar atenção na linda cidade de
Vegas. Eu estava literalmente nos braços do morfeu. Só me
dei conta que andava até o quarto com a minha família e assim
que chegamos ao quarto, Edward me deitou na cama, tirando
meus sapatos baixos e abrindo a calça jeans, tirando
delicadamente. Eu quis agradecer, mas dormi antes de abrir a
boca.
- Dorminhoca. – Edward beijou. Ele também tinha a voz
arrastada de sono. – Hora de acordar.
- Mmmmm. Já? – resmunguei me apertando a seu corpo
quente. – Está tão bom...
Edward me apertou mais só que tivemos que levantar.
Tomei um banho tão lento de tão lerda que estava. Vesti o
conjuntinho da noite e soltei os cabelos, fazendo cachos na
ponta com o babyliss. Do jeito que Esme tinha me ensinado.
Edward entrou para tomar banho durante o tempo que me
maquiava sem pressa. Nós ficamos prontos quase uma hora
depois.
Victória discutia baixo com Emmett no momento que
pisamos no hall de entrada do hotel. Eles se distanciaram na
mesma hora, mas ficou explicito que as coisas não estavam
boas. Ela tencionou quando cheguei perto, e ao contrário do
que minha língua queria, não perguntei o que estava
acontecendo e segui em direção a uma Rosalie bastante
curiosa.
- As vezes, eu tenho a ligeira sensação de que... –
sussurrou pensativa pegando minha mão e a gente ia até
Esme, do outro lado.
- De que o quê, Rose? – perguntei confusa.
- Emmett e Victória. Existe algum segredo entre os dois
que envolve Edward que me deixa... – suspirou – Não sei
dizer. Eu sinto ciúmes deles juntos. Do possível passado.
Minhas inseguranças foram subindo lentamente, mas
algo freou meu pensamento. Por que diabos Rosalie teria
ciúmes? Era sobre Edward... Não era? A não ser que...
Emmett? Não! E foi por tudo ser tão estranho que meus olhos
se arregalaram.
- Eu não sei de nada. Esse pensamento relacionado
aquela conversa que tivemos no telefone... Isso me ocorreu
com os dois agindo estranhamente o dia inteiro. – deu os
ombros.
- E isso... Esse possível passado te incomoda? –
perguntei.
- Sim. Tanto se for com Edward ou Emmett... – respondeu
e nós duas olhamos para a direção onde Victória tocava o
ombro de Edward. Meu sangue pareceu esquentar e meu
ciúme me fez esquecer que ela era minha amiga e isso eram
só conjecturas. – Nós vamos descobrir. – Rose sussurrou
confiante e uma socialite chegou exigindo nossa atenção.
Durante o resto da noite eles não se aproximaram mais.
Edward ficou do meu lado e Emmett ao de Rosalie. Me senti
mal por Victória estar sozinha, mas ela sempre estava
envolvidas em conversas de negócios. Afinal isso não era um
passeio e sim uma reunião de gente importante. Emmett
conforme a noite foi avançando, ficou pálido e olhava ao
relógio toda hora. Rosalie profanou uns palavrões em
Francês.
Victória olhou para o relógio e depois virou pra mim. Seu
sorriso foi tímido e a vontade de sair correndo e abraçar minha
amiga foi imensa.
- Nós podemos conversar? – sussurrou
- Claro.
Alívio foi tudo que senti. Nós ficaríamos bem.
- Me espere no seu quarto. – respondeu e assenti, me
despedindo brevemente da minha família.
Rosalie me olhou confiante. Eu me senti mais segura com
isso e beijei Edward nos lábios rapidamente antes de subir.
No quarto comecei a me sentir triste e pensando se
peguei pesado em ser tão fria com ela. Meu coração gritou
sobre meu egoísmo em pensar no quanto isso me afetava,
sem saber que isso poderia ser difícil pra ela. Só que ao
mesmo tempo não conseguia me sentir cem por cento
culpada. Era meu direito. Ouvi a porta ser aberta e suspirei.
- Desculpa por ter sido tão ruim, mas eu me sinto no
direito. – sussurrei angustiada.
- Tudo bem, Bells. Você vai saber da verdade.
Meu queixo caiu quando vi Emmett em pé ao lado de
Victória, com as mãos no bolso completamente sem jeito e
envergonhado.
Que diabos... ?

Capítulo 15

All be there for you

Victória tinha uma expressão de alívio e um sorriso terno.


Mesmo surpresa e confusa com a presença de Emmett ali, a
única coisa que pensei que ela sabia que eu a amava. Certo...
Esperava continuar amando bem depois dessa conversa.
- Bella, é melhor você se sentar. – Victória pediu. –
Edward está vindo com Rosalie. – completou meio temerosa.
Assenti ainda meio muda, vendo minha amiga olhar feio
em direção a seu noivo. Edward coçava a cabeça nervoso
enquanto olhava para um Emmett desesperado. Seja lá o que
fosse que esses três tinham que contar, sabia que o resultado
não seria agradável e não ia gostar nenhum pouco.
- Antes de tudo, Rosalie, eu te amo. – Emmett suspirou,
mesmo de mãos dadas com ele, Rosalie fechou o tempo.
É, eu tinha razão. As coisas não seriam agradáveis.
- Bom. – clareei a garganta quando Edward sentou do
meu lado, fazendo contato visual comigo. Ele parecia calmo.
Isso me deu um pouquinho mais de segurança, ao contrário
de Emmett. Os olhos de Rosalie espremidos em sua direção
eram de arrepiar. Meu nervosismo se atenuou por isso...
Minhas mãos suavam enquanto o quarto permanecia em
silencio. Colocando a mão na perna de Edward, fiquei
brincando com a textura grossa do seu jeans.
- Então? – continuei e Victória se ajeitou na cadeira.
Minha doente necessidade de salvar as pessoas dos seus
buracos internos começou a gritar. Merda.
- Eu realmente não gosto de compartilhar esse momento
da minha vida, visto que é extremamente vergonhoso pra mim.
Embora, no momento, as duas pessoas no qual estão
envolvidas hoje precisam que eu faça isso... – começou meio
hesitante. Ela olhava para todos os lados, menos pra nós. –
Eu vim morar com os Cullen tinha meus 16 anos. A ideia inicial
era que terminasse meus estudos e me transferisse para
Princeton, mas no segundo ano conheci James e bom, as
coisas fugiram do controle. – sussurrou a ultima parte.
- Nós começamos a namorar e todos eram contra. A
família dele não é bem vista na sociedade e Edward tinha suas
pequenas desavenças com ele. Inicialmente era coisa de
meninos, mas, conforme o relacionamento foi avançando,
Edward deixou claro que queria que eu terminasse. Eu não
enxergava, estava dependente de James. Ele me introduziu
ao mundo das drogas, bebidas, festas... Esme sempre foi
contra e meus pais ficaram desesperados com minhas
atitudes. – suspirou e a barra da sua saia estava interessante
no momento.
- Quando me mudei pra cá, meu pai havia me
emancipado e quando Emmett tentou me impedir de sair de
casa, eu fugi e casei com James. Estávamos no fim do colegial
e eu acreditava que era pra sempre. – chorou colocando uma
mecha do cabelo pra trás. Emmett ainda mantinha a cabeça
baixa, com um olhar longe, completamente perdido em seus
pensamentos. Edward estava traçando círculos na minha
nuca, mas a mente em outro lugar. Rosalie não desviava o
olhar de Victória. As duas eram bem próximas. Como eu era...
- E bom... As coisas mudaram drasticamente. Eu já não
tinha minha família. Emmett ficou extremamente desapontado
comigo... Edward se afastou conforme eu dizia que não
precisava dele. James reinou em minha vida durante muito
tempo, mas chegou um momento que não aguentei. Quando
engravidei no segundo ano do nosso casamento, James me
bateu até perder o bebê. Eu sempre quis ser mãe e fantasiei
esses momentos a vida toda. – sussurrou chorando. Rosalie
também tinha lágrimas nos olhos e até minha blusa molhar,
eu não sabia que também chorava. Meu ventre chegou a se
contorcer de dor.
Filhos. Essa possibilidade não existia na minha vida até
conhecer Edward. Nós teríamos alguns um dia e só de pensar
que no homem que você ama... Matando tudo aquilo que você
mais quer... Meu peito doeu.
- Uma médica. Ela era brasileira, bem bonita, me puxou
para conversar. Estava tão perdida e sozinha que contei tudo
a ela. No fim, ela ligou para Edward, que já estava na
faculdade, fora da cidade. Então, ele mandou Emmett...
Rosalie se endireitou na cadeira e o carinho de Edward
cessou, o que me deixou extremamente confusa.
- Eles me esconderam em Massachusetts, onde Edward
morava fazendo o MIT. Nós ficamos em um apartamento
enquanto me recuperava fisicamente dos ferimentos e
psicologicamente também... James fez declarações absurdas
sobre a minha pessoa e todos me defenderam de modo que
jamais mereci o amor e atenção dos meus padrinhos. Eu me
sentia no fundo do poço e durante meses, com os meninos
sendo bastante atenciosos. Eu acabei me envolvendo
emocionalmente com um deles e meses depois, eu engravidei
novamente.
Meu coração bateu tão forte no peito que não sabia que
se ela dissesse “Eu e Edward”. Victória teria engravidado do
meu noivo? Uma das minhas grandes amigas tinha tido um
passado bastante intenso com meu futuro marido e até o
momento desconhecia isso, então, que diabos iria fazer?
Apertei a perna de Edward meio nervosa e Rosalie estalou a
cabeça pra cima, muito nervosa.
- Emmett e eu decidimos ter o bebê. Edward estava em
Nova Iorque e a notícia de que estava com Emmett escondida,
de algum modo chegou aos ouvidos de James, e ele foi
provocar Edward, daquele jeito perseguidor dele. Edward não
sabia sobre nós, sobre o suposto relacionamento e muito
menos sobre o bebê. Toda vez que ele ou meus padrinhos
vinham, a gente escondia... – sussurrou com a voz cortada
pelas lágrimas.
Eu não quis olhar para Rosalie. Sabia perfeitamente o
que estava sentindo. Seu peito devia estar rasgado de dor.
Traição. Emmett fitava o chão também com o olhar alterado e
doído. Eu estava congelada no lugar. Emmett e Victória?
Percebi que iria vomitar.
- Quando James me encontrou, eu fiquei nervosa e
acabei passando mal novamente. Eu tinha muito medo dele...
A sua presença me causava lembranças dolorosas e perdi o
bebê. Foi então que Edward descobriu sobre tudo... Ele e
Emmett tinham brigado dias antes pela empresa... Foi tudo tão
rápido. De repente, a imprensa estava especulando meu
relacionamento com Edward porque vivia em seu
apartamento, ele se deixou levar e brigou com James...
Depois foi embora e eu estava no hospital. – suspirou – Eu
tive tratamento intensivo e eu e Emmett percebemos que
aquele envolvimento foi dado diante dos dois estarem
sofrendo com tudo aquilo.
Pela primeira vez levantei meu olhar e vi que Emmett
fitava sua noiva, mas ela estava quase transtornada, olhando
para o chão, sem deixar transparecer ou cair mais nenhuma
lágrima. Se eu, me sentia traída por não saber disso antes,
imagine ela...
- Nós combinamos em deixar isso no passado. Eu não
sinto nada além de fraternal em relação aos meninos. Foi um
momento horrível para todos nós e por isso, aconteceu. Eu me
deixei levar pela atenção, carinho, amizade que Emmett tinha
comigo... – sussurrou – James nunca... Foi bom. – soluçou –
Ele me batia quando chapado e me forçava a fazer coisas...
Dolorosas demais para uma mulher. Uma adolescente ainda.
Eu peço desculpas por tudo isso e não mereço nada que os
Cullen fizeram pra mim até hoje...
- Nós nunca mais nos envolvemos fisicamente... –
Emmett sussurrou olhando para Rosalie. – E quando Edward
foi embora, prometemos segredo.
- James provavelmente persegue Bella porque acha que
fui eu quem engravidou Victória naquele tempo. – Edward
comentou e caímos em um silencio desconfortável.
Eu não sabia o que dizer. Primeiramente, estava
extremamente aliviada de Edward ser coadjuvante nessa
história toda. Me coração estava esmigalhado com a história
de Victória. Eu não sabia ao certo o que pensar. Ela quase
teve um bebê com Emmett... E Gente! Isso sim era
complicado. Além de ser triste tudo o que passou e ainda
perder um bebê duas vezes na vida. Era dor demais para uma
pessoa só. Deitei minha cabeça no ombro de Edward e soltei
um suspiro pesado. Foi o único som no ambiente, além de
Victória respirando pesado e secando suas lágrimas.
Comecei a secar minha mão suada no jeans de Edward
quando Rosalie levantou bruscamente saindo do quarto sem
olhar pra trás. Eu não pensei quando sai do quarto e fui atrás
dela. Eles já conviviam com isso tinham alguns anos e Rosalie
precisava de mim. Ela não tinha ninguém para ajudar digerir
toda essa informação. Talvez eu não ajudasse tanto porque
também não conseguia engolir, mas pelo menos seria um
ombro amigo. Emmett apareceu no corredor e Rosalie fez um
sinal negativo com a cabeça de que não queria conversar.
- Vocês precisam de alguma coisa? – perguntou uma
mulher morena, baixa com um sotaque estranho.
- Um lugar reservado no bar. – Rosalie pediu e
rapidamente nos conduziu ao um sofá no canto mais escuro.
- Obrigada. – murmurei me aconchegando ao lado de
Rose. Virei e fiquei muda fitando o rosto vermelho, levemente
inchado da minha amiga e até então, cunhada.
- Duas taças de tinto suave, por favor. – pediu ainda com
a voz meio fanha. Nós caímos em silencio novamente e depois
da terceira taça e eu ficando desesperada, ela suspirou. – Ela
engravidou duas vezes e perdeu... – disse em um sussurro. –
Ela engravidou de Emmett...
- Rosalie, mas isso está no passado.
- Será mesmo? – retrucou e calei-me. Ela tinha razão. O
fato de esconder era motivo o suficiente para deixar dúvidas.
– Sabe, eu não me importaria se, sei lá, soubesse disso antes.
É estranho você ter engravidado sua assistente. Bom, se eu
tivesse engravidado e perdido, teria contado isso a Emmett.
- Tem razão... – murmurei meio atônita.
- Em compensação. Ela está certa. – suspirou dando mais
um gole. – Digo... Se tivesse um passado tão triste e
vergonhoso, não iria querer que a atual noiva de um possível
pai soubesse...
- Ainda assim, isso não anula o sentimento de traição. –
completei e deitamos nossas cabeças juntas. – O que você vai
fazer?
- Não sei. Sinto tanto ciúmes... – sussurrou e ela estava
prestes a chorar novamente. Entrelacei nossas mãos bem
forte. – Eu gosto muito dela e sempre senti um pouco de pena
por ser tão fechada, sabe... Só que Emmett é o homem que
eu amo e pensar que os dois hoje podiam partilhar um filho.
- Eu pensei que nunca fosse dizer isso, mas... Ainda bem
que não, certo? Você vai terminar com Emm?
- Eu sinto mágoa dele agora, Bells. Não queria que ele
tivesse me escondido isso...
- Eles tiveram seus motivos...
- Eu entendo eles. Mesmo assim, não consigo processar
tudo. – resmungou virando a taça inteira. – Victória é minha
amiga também e esse tempo todo. Tem cinco meses que eu
moro oficialmente aqui.
- Não era pra ser. A hora foi agora.
- E se James não estivesse te perseguindo? – perguntou
nervosa – Será que eles iriam nos contar?
- Rose, se James não estivesse me perseguindo, não
haveria motivos, nós nunca desconfiaríamos. Eu acho que é
melhor a gente deixar passar...
- A nuvem iridescente. – Rosalie sussurrou e eu ri. – Você
tem razão. Eu sou uma mulher muito bonita e Emmett me
ama. Demorei tempo demais para deixa-lo escapar assim.
- Eu acho que se ele quisesse ou amasse Victória como
te ama, ele estaria com ela e não teria esperado 1 ano por
você. – comentei e ela sorriu olhando para sua aliança.
- Todo dia de noite, quando deito do lado de Emmett, eu
penso naquela sua ligação. Uma baixinha abusada me
dizendo o quanto eu era teimosa. – sorriu brincando com sua
aliança.
- Eu só tenho essa mania de ajudar... Eu tive tanto medo.
Rosalie, eu não tenho essa autoestima. Se Edward tivesse
tido algo com alguém linda como Victória, eu não sei o que
faria.
- Você claramente não se enxerga. – sorriu – Eu vou
filmar Edward olhando para você. – brincou e vimos Victória
se aproximar, completamente insegura. – Primeira lição
cunhada. Por mais que eu ame Victória, ela está em território
inimigo por tempo indeterminado... Só que, ela não precisa
saber disso. A ligação deles é muito intensa, por isso, junte-se
a ao inimigo e sonde o terreno.
Antes que pudesse responder, Victória chegou e Rosalie
bateu no seu lugar no sofá. Eu fiquei bege conforme as duas
conversavam e choravam juntas. Percebendo que não seria
hoje meu dia de conversar a sós com ela, resolvi sair de fininho
e deixar que Rosalie sondasse seu terreno. Secretamente
admiti pra mim mesma que faria a mesma coisa. Vi Alice e
Jasper se divertirem no cassino por um tempo e sorri. Aquelas
crianças ainda não tinham problemas...
Do alto eu vi Emmett sozinho na varanda externa. Fui até
o bar e fiz um pedido que fez o atendente me olhar estranho,
mas o fato de ser namorada de Edward ajudava as pessoas
fazerem o que eu bem queria sem reclamar. Segui em direção
a varandinha e beijei as costas de Emmett, o apertando forte.
- Sabe, você me deixou pelo meu irmão. – brincou
- Eu nunca escondi que ele sempre foi melhor que você.
Que meu coração foi dele desde o primeiro momento –
retruquei cutucando suas costelas. – Noite longa, ein... –
suspirei
- Ela está muito chateada? – perguntou preocupado. –
Quando algo não importa mais, eu geralmente não levo a
sério. Foi um momento intenso, eu pensei que amava Victória,
mas ambos estávamos emocionalmente abalados demais...
Você sabe que eu amo Rosalie demais...
- Ei. Calma. – sorri – Eu sei e ela também sabe.
Fomos interrompidos com dois chocolates quentes bem
fumegantes e ele sorriu abertamente. Isso era algo bem
nosso, em um tempo que eu só o tinha. Emmett não deixava
de ser meu grande irmão, melhor amigo acima de tudo. Afinal
de contas, por uma ideia louca acabei encontrando com
Edward. Seria eternamente grata.
- Claro que isso não impede de uma boa conversa
durante a noite. – completei bebendo um pouco do meu
chocolate.
- Eu sei que errei em não contar, mas isso estava no
passado. Foi estranho saber que seria pai e depois... Não
mais. Eu quis muito aquele bebê. – sussurrou meio perdido. –
É algo que nenhum de nós vai superar assim.
- E quando Rosalie engravidar... Você acha que Victória
vai ficar bem? Porque... Você era o pai do bebe dela. E hoje
tem uma vida sendo construída com outra mulher...
- Ela já superou isso. – deu os ombros. Emmett não me
enganava. Ele também não tinha certeza quanto sua
afirmação.
Rosalie tinha razão. Junte ao seu inimigo.
Emmett ficou contando com mais detalhes aquele tempo
e me senti tão egoísta por Edward estar basicamente fora.
Seus sentimentos sempre foram fraternais e ele tinha outra
namorada na época. Menos mal. Eu não teria estrutura para
tudo isso... Sabe, ela é minha amiga e ele meu noivo e pensar
que os dois partilharam de momentos íntimos me doía na
alma. Não, isso seria insuportável. Imagina? Se os dois um dia
viajam juntos e acontece novamente?
- Durante os últimos anos... Houve alguma recaída,
Emm? – perguntei tentando soar despreocupada, mas falhei
miseravelmente com o tremor da minha voz.
- Com as drogas? – perguntou confuso. Segundos depois
ele entendeu o real sentido da minha pergunta – Oh... Não.
- Certo. – falei lentamente. – Eu acho que vou dormir.
Minha cabeça parece que vai explodir com tudo.
- Elas vão ficar bem? – perguntou-me apontando com o
dedão para as duas que conversavam ainda com taças de
vinho. Quis ser uma mosquinha pra saber o que Rosalie
estava aprontando. Ela, definitivamente, sabia como agir
muito mais rápido que eu.
- Oh. Com certeza vão. Tão bem que se eu fosse você,
tomava cuidado de Rosalie não te trocar por Victória. –
respondi deixando-o atônito sozinho na varanda.
Acabei percebendo que não sabia se Esme, Carlisle ou
Alice sabiam dos detalhes dessa novela toda e fiz uma
anotação mental de perguntar a Edward depois que me
desculpasse com ele. Eu fiquei desconfiada e nervosa com
minhas conjecturas que acabamos brigando mais do que
necessário. E cá entre nós, eu gostava de provoca-lo quando
nós dois acabaríamos rindo e deitados juntos no final. Essa
história toda era séria demais e bem ou mal, confiança em um
relacionamento é muito sério.
Fiquei surpresa a encontrar Edward dormindo, de bruços,
agarrado com meu travesseiro. A gente raramente dormia
antes um do outro, mas tinha dias que o cansaço vencia. Ele
devia estar muito exausto física e emocionalmente, por isso
desliguei a tevê e fui tomar banho, o que foi a salvação da
noite. Não sabia que estava tão cansada até o momento que
relaxei. Parecia que havia malhado. Quando retornei apenas
enrolada no roupão, Edward estava acordado. Ele era mais
malditamente lindo com sono. Rosto amassado, olhos mais
claros, sorriso preguiçoso e os cabelos impossíveis.
Sorri que nem uma boba e ele bateu no espaço vazio ao
seu lado completamente desolado. Ele era um ótimo ator. Sem
pensar duas vezes, me arrastei até seu lado, com cabelos
molhados e roupão. Seu corpo estava tão quentinho,
altamente convidativo para enroscar as pernas e mergulhar o
nariz no pescoço.
- Eu acho que cochilei. – ele sorriu passando a pontinha
do nariz pela minha bochecha. Me arrepiei por completo.
Nossos olhos se encontraram e eu me perdi na sua imensidão
verde por um tempo. Mergulhei meus dedos em seus cabelos
sempre tão macios. – Como foi lá?
- Desculpe... – sussurrei e ele franziu o cenho confuso. –
Eu desconfiei de você.
- Eu entendo amor... E não é como se você não tivesse
me confrontado antes. Eu só precisei de um tempo a
convencer os dois...
- Mesmo assim... Eu fiquei insegura. – respondi baixo.
- Eu obviamente tive outras mulheres no passado... Só
que foi você que escolhi pra ser minha. Eu te amo, meu amor.
- Eu também te amo. – sorri e ele enterrou sua mão dentro
do meu roupão, espalmando meu seio esquerdo. –
Mmmmmmmmmm.
- Tão bom. – sussurrou – Eu amo o cheiro do seu xampu...
– beijou meu cabelo.
Nós fechamos aquela noite fazendo amor. Algo terno,
romântico e quente. Esse homem podia me enlouquecer de
muitas formas. Ele era simplesmente tudo que me completava
e tinha a receita de me fazer bem quando minha mente estava
um caco emocional.
...
- Você não deveria estar lendo isso. Não importa, foi um
sucesso... – Edward tentou tirar o jornal de mim pela terceira
vez no café da manhã. Nós estávamos prontos para descer
para a primeira reunião, mas ele disse que era importante
comermos antes. Seria cansativo. – Amor...
- Você já leu? Não leu? – perguntei arrancando o jornal
dele. Quase rasgando. – Edwaaaaaaard! Eu posso conseguir
outro, você tem noção disso? Estou nervosa!
- Por sua conta e risco. – murmurou me entregando a
folha do jornal completamente amassada.
“Isabella Swan provou ser uma menina do povo que sabe
cuidar de um grande evento. Sendo noiva do magnata mais
novo da América, promoveu um baile beneficente relacionada
a ONG para crianças com câncer. Mesmo tendo bastante
convidados em uma época agitada em Nova Iorque, nós
reparamos em boas escolhas para uma iniciante. Apesar de
que, poderia ter sido melhor. O buffet atrasou no jantar e
percebemos a distancia da noiva do rapaz de sua família.
Isabella Swan e Edward Cullen estão juntos desde o fim de
2010 e são sempre motivos de fofocas pela grande diferença
entre suas vidas financeiras. Até hoje, nenhum membro da
família Cullen se pronunciou sobre o noivado e pelo tempo, as
notícias de gravidez foram desfeitas.
Recentemente, a família toda foi vista em um hotel em
Las Vegas, onde estão a negócios. A caçula Alice Cullen e seu
inseparável namorado foi vista em outros lugares da cidade se
divertindo, enquanto as novas cunhadas Rosalie Hale e
Isabella Swan cuidavam de aparentarem pertencer a alta
sociedade. Até quando Edward Cullen, criado em berço de
ouro irá permanecer com a – até então – adorável plebeia,
ninguém sabe. Só estamos adorando vê-la representar a
família. Recentemente contas em redes sociais foram abertas
em favor da moça. Saberemos mais no próximo evento.”
Expirei exageradamente. Antes de tudo, até que essa
vaca, recalcada, que deve ter tentado entrar nas calças de
Edward e não conseguiu, soube reconhecer que nunca tinha
organizado um evento antes. Embora, quem essa piranha
pensa que é pra dizer até quando vai durar? Até quando você
tiver rugas, poço de botox. Qual era o nome dela mesmo? Irina
Evans? Ninguém te conhece, jornalistazinha de merda.
- Amor?
Percebi que estava apertando o jornal com força e
gritando tanto mentalmente que momentaneamente esqueci-
me de Edward, me fitando preocupado, mas sem esconder o
sorriso divertido dos lábios.
- Vai começar a sair fumaça da sua orelha. Não liga, ela
é tendenciosa a dramas. – apertou minha mão soltando o
jornal, jogando longe. – Além do mais, ninguém lê essa
coluna...
Foi a minha vez de ficar cética. Dei meu olhar feio e ele
se encolheu. Era o New York Times. Todo mundo lia aquele
jornal todos os dias. Até o mindingo antes de se cobrir! Edward
não falou mais nada depois disso, apenas beijou minha mão
e voltamos a comer em silencio. Só quando estávamos
prestes a sair do quarto, com meia hora de adianto, que fui
jogada contra parede e lábios quentes e furiosos me tomaram
com força. Arfei.
- O que é exatamente isso? – perguntei quando ele se
afastou e sorriu.
- Eu amo a sua voz e odeio quando você me priva de ouvi-
la. Eu já disse... Não se importe com o que o jornal diz. Eles
precisam vender.
Depois disso eu desatei a falar tudo o que achei da
jornalista e Edward teve acessos de risos com meus palavrões
e teorias para tanto recalque. Algumas pessoas chegaram a
estranhar. Eu não os culpava, afinal, meu noivo sabia ser uma
pedra quando bem entendia. E particularmente eu gostava
que esse lado extrovertido e calmo fosse só comigo. Edward
me fazia ser uma tremenda de uma egoísta! Percebi que as
pessoas tiravam fotos nossas rindo e isso me travou um
pouco, mas ele me deu a mão e puxou pra perto. E assim,
com muito desgosto, o deixei ir para sua primeira reunião e
me juntei a Esme e uma renca de mulher desocupada. Ops,
socialites.
Rosalie chegou logo depois de óculos e cabelos
escovados. Ela estava maquiada e a noite pode ter tido um
desfecho bem diferente do que imaginei. Or debaixo da mesa,
entrelaçamos nossas mãos e sorrimos cumplices. Ela era a
irmã que não tive, isso me dava mais um conforto na vida. Nós
conversamos sobre besteiras que era importantes aquelas
peruas, mas chegou um momento que eu quis estar lá dentro
com os rapazes.
- Então, para quando será o casamento? – perguntou-me
uma mulher. Sério. Toda vez que me via, fazia a mesma
pergunta. Eu não tinha uma maldita data de casamento. E
nem sequer iria pensar nisso agora!
- Não antes de Rosalie. – respondi jogando a bola pra ela
e ganhei um pisão no pé. Esme sorriu ao ver nossa briga e
interviu brincando que Alice iria casar antes de nós duas. Até
que não seria uma má ideia.
- Senhorita Swan. Este drinque foi mandado a você pelo
rapaz do bar. – um homem do hotel se aproximou e Demetri
estava logo atrás. O rapaz coitado, suava horrores.
Fiquei meio sem ação. Eu não ia aceitar...
- Hm. Agradeça ao rapaz, mas diga que estou bem com
a minha bebida. – respondi. Surpreendentemente as mulheres
não calavam a boca souberam ficar em silencio nesse
momento. Meu rosto parecia pegar fogo, mas Esme sorriu
docemente pra mim. Fiz a coisa certa.
- Desculpe o incomodo senhorita. – respondeu totalmente
sem graça. Devia ser regra do hotel ou algo assim.
- Demetri, certifique que o rapaz não entre em problemas
por isso. – pedi a Tre que assentiu calmamente, seguindo o
menino nervoso.
Rosalie conseguiu puxar outra conversa e eu nem sabia
quem era o homem que estava me mandando bebidas. Minha
mente paranoica jurou ser James, mas ele não estava ali.
Graças a Deus. Consegui sobreviver até a hora do almoço,
onde iriamos almoçar no hotel mesmo e voltarmos para casa.
Era domingo e amanhã eu tinha aulas em horário integral. Eu
me sentia cansada só de pensar em todos os cálculos que iria
fazer.
- Então, alguém lhe ofereceu bebida? – Edward
perguntou calmamente. Ele estava querendo rir.
- Existe algo que Demetri não lhe conte? – sorri beijando
sua bochecha. Ele negou com a cabeça tentando soar sério.
– Acho que você não me engana mais... – cantarolei e ganhei
uma mordida na bochecha. – Isso não foi legal. Vai ficar
vermelho.
- Eu tenho certas coisas calculadas. – beijou-me depois
na bochecha, bem acima da sua mordida. Quando me dei
conta que metade da mesa observava nos dois juntos, abaixei
a cabeça e voltei a comer. Minha surpresa maior foi sentir a
mão de Edward apertar minha perna e quando olhei pra cima,
ganhei outro beijo de leve. – Não se esqueça. Primeiro nós
dois e depois o resto...
Nós nos arrumamos para ir embora logo depois. Tivemos
que fazer duas rotas alternativas por conta de fotógrafos
perseguindo os carros da família. Acabei esquecendo-se de
tomar algo para o enjoo e também queria ficar acordada para
conversar sobre o evento. Sempre rolava um relatório. Exceto
de Alice que era a única que viajava para ser turista e por isso
dormiu em dois minutos do voo.
Depois de algumas conversas fáceis, Victória se
concentrou no celular, Rosalie ficou olhando para janela e
Emmett, bom, parecia triste. Esme perguntou umas vezes,
mas ele não estava disposto a falar. Cutuquei Edward porque
as vezes ele não se importava com esse tipo de coisa. A
personalidade dele era instruída a passar por cima de algumas
emoções... E a distancia que ele e o irmão ainda tinham o fazia
ignorar certas coisas.
- Você deveria ter... Sei lá... Uma conversa de homem
com seu irmão. – sussurrei engolindo o enjoo de estar
viajando sóbria. Eu queria poder dormir, mas a náusea não iria
deixar.
- Certo... – Edward falou lentamente ainda olhando para
Emmett. – Sabe, nós precisamos viajar sozinhos. – comentou
e fiquei confusa. – Vou te mostrar que viajar de avião pode ser
legal. – sorriu torto. Safado.
- O quê? Nem vem... – retruquei rindo. – Imagina se eu
passo mal na hora?
- Será engraçado. – ele riu enquanto acariciava seus
cabelos. Seu sorriso foi daqueles bem gostoso que os olhos
brilham junto. – Embora, eu ache difícil isso acontecer. Sua
concentração estará em outra coisa.
- Amor, nós não estamos falando mais disso. Tá ficando
estranho. – torci o nariz e ele riu mais ainda chamando
atenção de todos. Esme e Carlisle sorriram ao ver o filho tão
leve.
- Tudo bem. – Edward entrelaçou nossas mãos e por
consequência, acabei me aconchegando mais a seu corpo.
- O que você quer fazer no seu aniversário? – perguntei
depois de um tempo.
- Sei lá... Tem muito tempo que não comemoro isso... –
deu os ombros meio pensativo.
- Eu tenho permissão de preparar algo? – perguntei
beijando seu pescoço e acariciando sua barriga por dentro da
blusa.
- Se você continuar fazendo isso, vai ter permissão para
muitas coisas. – sussurrou meio choramingando e
propositalmente fui descendo minha mão até chegar perto do
cós da sua calça. – Amor...
- Então, nós vamos fazer um jantar. Você prepara os
pratos especiais da noite e eu o bolo. Porque precisamos de
um bolo caseiro. E ah, vamos estreiar a sala de jantar. Nós
nunca comemos lá... – comentei divagando e parei quando ele
tinha um olhar idiota no rosto. Todo bobo. – Que foi?
- Nada... – sorriu beijando a pontinha do meu nariz.
...
As semanas passaram voando! O aniversário de Edward
foi incrível. Ele tentou, sem sucesso, esconder o sorriso bobo
quando todos estavam sentados a mesa, cantando parabéns.
Emmett e Rosalie estavam melhores um com o outro, mas
quando Victória chegou, rezei para o clima não mudar. Não
sei se eu era paranoica, mas tudo correu bem. Mesmo que a
pedra não estivesse em cima, mas tudo ocorreu. Tão bem que
meu namorado foi incapaz de deixar de sorrir.
Mesmo com os dias corridos por conta do curso e nossos
ensaios de formatura, eu não podia deixar de suspirar feliz por
tudo. Se fosse meses antes, eu nem sabia se estaria viva
ainda. Meu gato tinha oficialmente me abandonado, quando
Esme foi embora um dia desses, ele miou a noite inteira.
Edward ficou doido e devolveu no dia seguinte. Eu amava
Max, mas tirar uma noite de sono em época de prova é pedir
muito.
Em falar nisso, eu passei no curso e estava oficialmente
me formando em contabilidade básica em três dias. Esme
cismou de fazer uma pequena festa de formatura em casa. Eu
juro que não tive tempo para retê-la. Rosalie tentou fazer isso
por mim, mas eu duvido que ela tenha se empenhado. Adora
me ver sem graça. Grande amiga.
Jasper também tinha passado, mas achei estranho em
não vê-lo na sala de aula logo no último dia de aula. Alice
estava sozinha na mesa do almoço e isso sim ficou pior.
- Cadê Jasper? – perguntei
- Ele não estava com você? – perguntou séria. Foi aí que
percebi que falei demais.
- Ele não veio hoje... Eu acho. – respondi pensando no
quanto minha língua era grande.
- Então, de quem é aquele Hammer com a mesma placa
que a dele no estacionamento? - questionou olhando ao
redor. – Cadê Maria?
- Também não a vi na aula. – murmurei. Um estalo
percorreu minha mente. – Alice... Você não está pensando
que Jasper...
- O quê? Ela vive se esfregando nele e os dois já tiveram
algo antes de mim. Ele é homem Bella. Uma hora cai. – disse
quase chorando.
- Você não deveria desconfiar do seu namorado. –
sussurrei tomando sua atenção. – Ele pode estar ocupado.
Nesse exato momento, Jasper resolveu aparecer
totalmente pálido, com uma Maria feliz ao seu lado. Os dois
sentaram a mesa e eu tive pena da vida deles pelo olhar de
Alice. Ela estava quase chorando, mas sendo irmã de Edward,
primeiro mata e depois chora. Típico dos Cullen.
- Maria. Cai fora. – Alice rosnou e sorrindo, ela deixou a
mesa. Nesse momento eu tive vontade de arrancar aquele
aplique feio do cabelo dela. Ninguém abusa da minha Pixie.
- Allie... Nós podemos ir embora mais cedo hoje? – Jasper
pediu. Ele estava triste.
- Jazzy, o que houve? – perguntou com a voz trêmula.
Alguma coisa estava muito errada.
- A gente conversa em casa. Quero fazer isso antes do
diretor ligar para o meu pai. – sorriu tristemente segurando um
pacote branco na mão. Alice olhou e sua boca se formou um
O bem grande. – Vamos?
- Claro. Claro... – sorriu tristemente pra mim e me
sentindo triste também, observei os dois irem.
Confusa e sozinha, voltei para minha ultima aula, onde
recebi minhas notas e fui chamada na direção. Isso só me
deixou nervosa, como se tivesse 16 anos e fosse levar alguma
punição. Na verdade, durante minha vida escolar, frequentei
muito a sala do diretor. Sempre que eles queriam me
encaminhar para um psicólogo diferente ou me trocar de turma
pela vigésima vez no ano.
A secretária simpática me conduziu até onde o diretor
tinha vários pacotes brancos a sua mesa. Ele sorriu ao me ver
e fez sinal que sentasse a sua frente.
- Bom, antes de tudo, parabéns por ter concluído o curso
com êxito. – sorriu ajeitando-se na cadeira. – Embora, sua
estadia aqui esses meses chamou atenção da Universidade
de Nova Iorque. Eles propuseram uma bolsa integral ao curso
de Economia Pública.
- O quê? – perguntei sem absorver a informação.
- Seu desempenho em sala de aula, com notas e relações
com os alunos, fez com que a escola mandasse sua inscrição
a faculdade. Eles querem você lá.
Faculdade. A noticia caiu como uma bomba na minha
cabeça e meus olhos começaram a pinicar de lágrimas
emocionadas. Eu não entrei no curso pensando nisso. Já
estava extremamente satisfeita em só fazer Contabilidade e
conseguir um bom emprego. Tudo bem que todos os outros
alunos estavam fazendo isso para somarem notas para
faculdade, só que eu estava perto dos 23 anos. O governo não
quer investir em alguém que já deveria estar saindo dos anos
superiores.
- Tem certeza? – sussurrei
- Tenho. – sorriu – Você não esperava por isso, não é?
- Não. – sussurrei emocionada. – E o que devo fazer?
- Aqui está todas as suas notas, seu histórico e a carta de
recomendação. Semana que vem, vá até a faculdade e eles
vão te receber. – entregou-me um pacote branco bem pesado,
por sinal. – Estou feliz por você querer aceitar. Em dois anos,
você pode simplesmente encontrar-se profissionalmente.
- Obrigada... Mesmo. – sorri secando as lágrimas.
- O mérito é todo seu. – sorriu e me levou ate a porta.
Quando vi Demetri do lado de fora, eu pulei tanto e falei
tantas coisas ao mesmo tempo em que ele ficou confuso,
coitado. Depois de respirar e parar de pula, consegui dizer a
novidade. Fiquei surpresa com o abraço apertado e voamos
em direção a empresa. Eu tinha que contar isso a Edward.
Não cabia em mim a excitação e por isso, um sorriso não saia
dos meus lábios. Era muita sorte!
Chegamos ao edifício e Demetri me puxou para um
elevador, nunca tinha reparado que o hall de entrada era bem
bonito. Todo cheio de mármore. Jéssica sorriu ao me ver
chegar e logo destravou as portas de vidro e dei de cara com
Carlisle. Quase cai no chão, mas ele me segurou tentando
conter o riso.
- Opa. Devagar menina. – sorriu docemente. Comecei a
chorar de soluçar. Se não fosse pelas palavras sábias de
incentivo dele, eu não tinha chegado até o fim com êxito.
- Faculdade. Eu. – solucei e ele não entendeu nada.
Carlisle continuou me segurando enquanto tentava dizer
minha novidade. Meu corpo tremia por completo. Era de
felicidade. Percebi que chorar de alegria era a melhor coisa do
universo.
- Querida, acalme-se. O que houve?
- O que há? – Emmett surgiu do nada, vindo para o meu
lado.
- Faculdade...
- O que tem a faculdade? – Victória perguntou confusa
parando do meu outro lado.
- Desculpe senhores. A Senhorita Isabella quer dizer que
foi convidada para a NYU com bolsa integral. – Demetri
respondeu e fiquei aliviada, mas isso só durou segundos.
Emmett me espremeu em um abraço de urso meio quebra
costelas.
- Respirar! Emmett! – gritei e provavelmente o prédio
inteiro ouviu.
- Cara! Isso é demais! Conta tudo! – Emmett continuava
me apertando no alto.
- Que bagunça é essa aqui? – Edward perguntou curioso
e voei no seu pescoço. Enchendo-o de muitos beijos na frente
de todo mundo. – Uol! O que temos aqui...
- Eu passei para a faculdade! – gritei
- O quê? Sério? – gritou de volta. Eu não imaginei que ele
fosse ficar tão feliz por isso, mas o beijo quente que me deu
conforme ia me puxando para dentro do seu escritório foi
fantástico. Eu não me preocupei em deixar o resto pra trás.
Era Edward ali, me aquecendo. – Parabéns. Como isso
aconteceu?
Repeti a história nos mínimos detalhes e chorei
novamente pulando no sofá. Acho que minha adrenalina,
meus radicais livres, sei lá, estavam meio chapados de tão
eufóricos. Era um sonho que tinha deixado de lado sendo
realizado. Edward ficou encostado, só rindo orgulhosamente
de mim. Seu olhar era tão intenso, verdadeiro e apaixonado
que me senti mais boba ainda.
- Jéssica. Cancele meus compromissos do dia. Estou
indo embora pra casa.
Como um legitimo casal apaixonado, ficamos passeando
no shopping, rindo, fomos ao cinema e jantamos fora porque
eu sabia, se qualquer coisa acontecesse comigo, Edward
estaria por mim, assim como esteve hoje. A sensação de
compartilhar uma alegria com alguém que você ama era tão
intensa e extensa que não sabia definir.
Um aquecer no peito. Um sorriso bobo nos lábios. O
coração batendo forte. O amor no ar. Eu não tive coragem de
pensar no quanto queria compartilhar esse momento com
Renée e Charlie de forma triste. De algum modo, no céu, meus
pais estavam me protegendo. Eles me enviaram pessoas que
pudessem me amar e me manter inteira. Finalmente estava
vivendo do jeito que eles planejaram pra mim. Não tinha como
ficar triste.
- Bella...
- O que, amor?
- É Alice ali? – sussurrou apontando para o canto do
corredor no nosso apartamento. Uma pequena pessoa
encolhida ali no chão. Em menos de dois segundos Edward
puxou Alice para o seu colo. – O que foi princesa?
- Jasper... – gaguejou se debulhando em lágrimas. –
Acabou. Eu não quero mais.

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Broken escrita por marics

Capítulo 16

Talking to the moon

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Meu primeiro dia de aula na faculdade com Alice foi muito
bom. Na verdade, desde o termino do relacionamento dela
com Jasper, ela não tem sido a mesma. Foram semanas
complicadas. Edward ficou a noite inteira com a irmã no colo,
ninando, até que ela finalmente disse o motivo que esperei
para ouvir. Jasper e Maria foram para Harvard. Essa
aproximação tinha outro motivo, um, no qual, jamais
desconfiei. Jasper já tinha namorado a menina antes de Alice.
Ela enlouqueceu com isso. No dia seguinte, eu perguntei se
ele havia traído, sei lá, mas Alice disse que não sabia. Achava
que não, porque ele era sempre sincero.
Carlisle, desesperado com a tristeza da filha, alegou
conseguir leva-la para a instituição, mas a baixinha negou.
Disse que não passou, não passou. O ponto que ninguém
entendia era que não tinha necessidade para termino, só
quando fui fazer minha matrícula para a faculdade com
Edward, que vimos o nome de Jasper na lista de selecionados.
Ele tinha a opção de ter ficado... Todos sabem que namoro de
colegial não dá certo, mas no caso deles, daria, era só uma
questão de tentar.
Eu conhecia Alice o suficiente para saber que ela estava
transtornada com a distancia. Eles não ficavam horas sem se
ver, imagine dias... Tudo ficou muito ruim quando Jasper
finalmente apareceu e Edward me surpreendeu agindo sem
pensar. Logo ele, sempre tão calculista. Saíram noticias e
publicações dele estar novamente com Maria. Alice a mostrou
confirmando em algo chamado twitter e várias fotos deles
juntos surgiram nos dias seguintes. O clima era de enterro.
Particularmente, eu não acreditava muito, porque tabloide
sempre mente, mas... E quanto as fotos?
Eu não queria que Jasper apanhasse, embora ele
merecesse. Também não tinha forças o suficiente para
segurar Edward com toda sua ira. Quando dei por mim, o
menino já estava no chão. Nunca se meta com a princesinha
Alice… Isso devia ser um provérbio chinês.
As semanas passaram e ela ficou mais sociável. Digo,
estamos na mesma faculdade e o prédio é o mesmo. Temos
algumas aulas juntas, quase todas. Foi uma surpresa geral ter
escolhido Economia, mas quando Rosalie veio conversar
conosco, para um almoço de meninas, ela alegou estar
cansada de ser a fútil da família. Também queria assumir os
negócios. Ninguém mais tocou no assunto. Não é que não a
queríamos estudando, mas sentia tanta falta da minha
pequena alegre... Ela andava muda acuada, sem usar saltos
altos ou grandes maquiagens. Até fazer compras! Ela não quis
fazer compras comigo. Isso me preocupava demais.
Hoje, durante nossa primeira aula, conhecemos outros
alunos, ela sorriu um pouquinho mais, não foi a mesma coisa.
Alguns nos olharam meio como se fossemos alienígenas e era
legal me sentir uma universitária. Quando acordei essa manhã
e fui escolher minhas roupas, fiz um pequeno desfile para
Edward, que continuava deitado na cama, morrendo de rir com
minha excitação. Não queria parecer velha, brega ou
animada...
- Amor, é a faculdade e não a pré-escola! – Edward
comentou apontando para o arco que coloquei na cabeça.
Depois de bater nele, expliquei que era apenas para a franja
não cair nos olhos e não um acessório do dia.
- Estúpido.
Foi bem legal, apesar de não ter tido nada importante. Vi
que meu curso foi bem puxado, porque as matérias pareceram
fáceis pra mim. Ao sair da faculdade, fomos direto almoçar e
para a empresa. Alice ia sair com Carlisle, algo assim. Não
perguntei muito. As vezes sentia vontade de pegar seus
ombros e sacudir pra ver se ela voltava ao normal. Eu vi umas
fotos de Jasper com Maria na banca de jornal e forcei um
tropeço fazendo Alice parar para me ajudar.
Demetri tapou a nossa visão quando o Jornal tinha o
nome de Maria... Seguimos em frente com os olhos dela cheio
de lágrimas. Se eu pudesse, iria até onde Jasper estava e lhe
cuspiria tudo que estava preso a minha garganta. O mais
estranho era a sensação de que ele não era assim... Algo
errado pairava sobre nossas cabeças.
- Bella, obrigada. – Alice sussurrou quando me abraçou e
foi para a sala do seu pai.
- Jéssica, Edward está ocupado? – perguntei e ela negou
com a cabeça, digitando freneticamente no computador. Nem
sequer me olhou.
Não bati na porta e entrei de fininho. Ele estava com a
cadeira virada para a janela e pelo reflexo, tinha vários papeis
no colo e na mão. Sua atenção completamente focada que
não me percebeu entrar. Antes que ficasse congelada vendo
o quanto era lindo, parei atrás da cadeira e toquei seu ombro.
Foi engraçado vê-lo pular de susto, mas sua expressão ficou
aliviado ao me ver.
- Oi amor. – sorri e ele rapidamente me puxou para seu
colo.
- Oi universitária. A que devo a honra? – sorriu beijando
primeiro meu queixo, depois nariz, bochecha, a outra
bochecha e por fim, segurei o rosto dele e ataquei seus lábios.
– Apressadinha.
- Estou a sete horas e meia sem te beijar. Não me culpe.
– dei os ombros. – E então, o que há de legal hoje aqui?
- Não sei... Depois que uma bela morena sentou no meu
colo, esqueci-me de tudo. – sorriu e virei-me de frente,
colocando cada perna na lateral de sua cintura. – Agora
mesmo que não me lembro de mais nada. – sussurrou
chupando meu lábio inferior.
- Epa! Sexo no escritório. – Emmett estourou pela porta e
pulei do colo de Edward morrendo de vergonha por ver
Carlisle e Alice logo atrás.
- Qual a parte de que você precisa bater na porta, seu
imbecil. – Edward ralhou
- Eu avisei. – Carlisle bateu na nuca de Emmett. Alice
estava quieta. Ela normalmente estaria saltando pra cima e
pra baixo. Edward percebeu a mesma coisa que eu. – Bom,
nós decidimos que iremos todos ao cinema hoje.
- Quê? – Edward perguntou cético.
- É, fazer programa de família. – Emmett comentou
inclinando a cabeça para Alice. Ela não percebeu o gesto. Sua
expressão estava voltada para o nada.
- Porque não usamos a sala de cinema em casa? Eu vou
me sentir melhor. – Alice murmurou baixinho. Foi como um
soco no meu peito. A antiga Alice iria saltar, gritar e planejar
tudo no lugar de todos.
- Eu acho que devíamos fazer um grande jantar, depois
comemos besteiras juntos e vamos dormir todos por lá. O que
acha Emm? Rosalie vai concordar! – falei animada e a
expressão de Alice foi de alívio.
- Claro. Será ótimo. – sorriu forçado olhando para Alice.
- Então, eu vou para casa agora com Alice e vamos
cozinhar. O que acha daqueles cookies de manteiga de
amendoim?
- Epa, isso eu quero! – Alice sorriu e meu coração se
derreteu. Foram semanas sem vê-la sorrir.
- Ah... Eu acho que vou embora também. – Carlisle
animou-se como criança. – Vocês dois, até mais tarde.
- Injusto. Só porque o velho está se aposentando. –
Emmett murmurou.
Observei eles saírem novamente e sentei no colo de
Edward com um suspiro preso na garganta. Deitei minha
cabeça no seu peito e percebi o quanto ele era minha cidade
de refugio.
- Não sei mais o que fazer... Minha irmãzinha está tão
magoada. – respirou no meu cabelo, deixando um beijinho
delicado ali.
- Amor, eu vou pensar em algo. Nós vamos conseguir. –
beijei seus lábios com cuidado e peguei minhas coisas.
- Bella, você pode fazer aqueles cupcakes com gotas de
chocolate? – pediu feito criança e sorri impossível de negar.
Alice ficou muda no carro conforme eu fui obrigada a
contar nos mínimos detalhes ao meu sogro como foi o primeiro
dia de aula. Particularmente animada por ter sido fantástico e
muito triste por minha companheira não ter a mesma
empolgação. Fomos recebidos por Max miando na entrada e
Alice pegou no colo, subindo diretamente para seu quarto,
como nos últimos dias.
- Então, vou me cuidar para assumir a cozinha. – sorri
quebrando o devaneio de Carlisle, que olhava em direção da
escada completamente devastado.
- Vou tentar achar Esme por aí. – sorriu e quase desejei
boa sorte. A mansão era estupidamente enorme mesmo.
Fui para o antigo quarto de Edward e procurei por alguma
roupa confortável que deixei aqui para dias como esse. Assim
que desci, Rosalie estava entrando cheia de sacolas na mão.
- Ei, passei na feira e comprei umas coisinhas para
fazermos doces. E ah, você acha que Edward faria aquele
Ravioli com mel? Não sei falar aquele nome chique. Comprei
algumas coisas, outras eu liguei para Ana e ela confirmou
outras...
Deixei Rosalie falando com Ana decidindo ingredientes e
fui até o telefone, entrando no sistema interno, ligando direto
para o quarto de Alice. Ela atendeu no segundo toque
fungando. Resolvi dar uma de mandona, sempre funcionava.
Edward dizia que ninguém gosta quando começo a gritar.
- Desça essa bunda magra até aqui ou vou subir e você
não vai querer isso, Mary Alice Cullen.
- Okay. – sussurrou com a voz arrastada.
Cinco minutos depois, Esme entrou na cozinha
rebocando Alice e começamos junto com Ana e outra
funcionaria tímida a fazer um monte de besteira. Parecia que
íamos receber umas trinta pessoas, mas Rosalie garantiu que
Emmett ia comer sem deixar estragar. Meu coração estava
batendo feliz, sabe? Naquela sensação gostosa de estar em
família. Cercada de pessoas que você ama. Ama de verdade.
Tudo ficou melhor quando Edward entrou, já de banho
tomado, vestindo uma calça de moletom e camiseta branca.
Meu coração bateu descompassado com ele apenas
brincando de empurrar Rosalie com o quadril e assumir o
controle do fogão.
Esme me viu olhando para Edward e piscou pra mim,
completamente emocionada. Ouvi Carlisle e Emmett
descendo as escadas com gargalhadas ruidosas. Ficamos na
cozinha rindo horrores com Emmett e Rosalie e acho que o
sentimento feliz deles estarem bem novamente era
compartilhado por todos. A surpresa maior foi a campainha ser
tocada quando ninguém esperava.
- Quem deve ser?
- Hm, porque o segurança não avisou? – Emmett
perguntou sério.
- E você acha mesmo que eu tenho que avisar minha
chegada? Se liga O Coisa*! – uma mulher, alta, de cabelos
ruivos e olhos verdes, bem parecidos com eles, entrou na
cozinha agitando os braços rapidamente.
(N/A Coisa é o personagem do quarteto fantástico)
- Charlotte! – Esme gritou feliz
- Tia Esme! Surpresa! – sorriu e um homem, segurando
um bebê muito pequeno entrou logo atrás.
- Peter! – gritaram novamente.
Foi beijos, abraços, apresentações, gritos e elogios.
Depois de muito custar, entendi que Charlotte era sobrinha de
Carlisle e Peter era seu marido e o pequeno Ethan seu
primeiro filho. Ela disse que veio para Nova Iorque, porque
mora em Londres, fazer uma surpresa e porque viu que sua
princesinha estava triste. Achei tão malditamente fofo ela
abraçando Alice maternalmente. Uma delícia!
- Nossa! Edward cozinhando! Quem foi? – perguntou
rindo e todos apontaram pra mim.
- O que eu fiz agora? – perguntei inocente.
- O quê? Edward quer te prender pela barriga? Coisa feia
menino! – brincou apertando a bochecha dele. – Bella, quando
nós morávamos perto, Edward ia sempre jantar lá em casa na
desculpa de conversar com Peter. – revirou os olhos e ele
ficou rubro.
- E você me chantageando, dizendo que se alimentava
sozinho! Como fui inocente! – brinquei fingindo estar brava.
- Amor, as vezes eu ficava cansado...
- Sei sei... – resmunguei causando risos na cozinha.
Um barulhinho de bebê fez a cozinha inteira suspirar.
Charlotte chegou trazendo alegria. Ela era esfuziante, tagarela
de um jeitinho bem Alice. Seu bebe era uma fofura. Cabelos
loiros como o pai e com bochechas rosinhas. Vontade de
apertar até não poder mais. O ponto alto da noite para mim foi
quando Edward segurou o pequeno bebê. Foi a cena mais
linda da minha vida, vê-lo andar, meio ninando, enquanto
segurava a mãozinha gordinha e pequena. Quando me viu
babando, o bastardo piscou. Arrogante.
- Ele é tão lindinho... – Rosalie suspirou segurando o
bebê. Fingi ainda estar concentrada decorando os cookies,
quando Edward me abraçou por trás, beijando minha nuca.
- Então, alguém estava me paquerando enquanto
segurava uma criança... Tsc tsc tsc. – sussurrou prensando
meu corpo mais um pouquinho contra o balcão. Minha mão
tremeu.
- Você estava bonito segurando o bebê. Não me culpe. –
dei os ombros meio tremula. Eu estava ficando excitada com
o hálito quente dele batendo contra minha pele, seu corpo
firme me apertando contra o seu, e podia sentir alguém
ficando animadinho.
- Hm... Nós teremos quantos?
- Vamos com calma amigão, não é porque meus ovários
acharam lindo você segurando um bebê, significa que eles
querem receber um. – respondi e ele gargalhou alto.
- Espertinha.
- Estupido. – virei para ficar de frente a ele. – Nós não
estamos falando filhos, estamos?
- Estamos apenas falando... – deu os ombros – Mas se
você quiser...
- Cai fora. – empurrei-o de leve. – Daqui a uns dois anos
ou mais, o que acha? – “bem mais” completei em pensamento.
- Podemos negociar isso. – sorriu
- Ugh, Edward. Preciso terminar a faculdade primeiro.
- Claro claro... Mas se você engravidar antes? De uma
menininha... – sorriu
- Meu Deus, sai de mim! – gritei chamando atenção da
nossa família. – Edward quer me engravidar. Sai.
- Emmett acabou de dizer que quer começar a treinar. –
Rosalie revirou os olhos – Esse bebê está mexendo com a
cabeça desses meninos.
- Ah... Que ideia. – resmunguei voltando a enfeitar meus
biscoitos. Alice tinha desaparecido com Charlotte. Fiquei com
um pouquinho de ciúmes, mas logo deixei isso de lado, porque
Edward veio de novo com o bebê pra cima de mim. – Oi
bonitão.
- Que tal convencer a titia Bella e dar um filho pro Tio
Edward? – Edward sussurrou e neném gofou. Todos na
cozinha caíram na gargalhada. Ele ficou frustrado. – Obrigada,
Ethan.
- Ah amor. Olha que adorável. – ironizei apertando a
bochecha de Edward com força.
Ele riu contrariado e foi se limpar. Não adiantou e subiu
para tomar banho, porque o cheiro de leito azedo não saiu. Eu
tive que subir atrás dele e ficar perturbando. Acabei
convencendo a Peter a deixar Edward trocar fraldas e Ethan
fez xixi nele. Foi risada até a hora do jantar. Minha barriga
estava doendo com Emmett tentando zoar Edward, mas
acabou ganhando uma gofada também. Épico. O mais
importante foi Alice rindo de chorar conosco. Ficou estampado
no rosto de Esme o quão leve seu coração ficou com isso.
- Então, que filme vai ser? – Emmett perguntou depois
que Peter e Charlotte colocaram o pequeno Ethan para dormir
em um bebê conforto ao nosso lado. Estávamos na sala de
vídeo há quase meia hora assistindo Edward e Carlisle
tentando ligar tudo.
- Nada de romance! Eu preciso extravasar meus dias de
dondoca esposa e mãe vendo sangue escorrer na tela! –
Charlotte gritou e eu Rosalie jogamos pipocas para o alto
concordando.
- Eu não concordo que Bella veja filmes de ação. Ela é
muito agressiva normalmente. – Edward comentou jogando-
se ao meu lado e sem pensar, dei um tapa bem forte. – Viu.
Sofro agressões dentro de casa.
...
Depois do café da manhã recheado de gargalhadas com
Edward ainda tentando me convencer que poderia ser um bom
pai, de um bebê pequeno como Ethan era. O rapazinho era
esperto demais para quem tem só sete meses. Alice e eu nos
arrumamos para faculdade e saímos antes do horário do rush
ou nunca chegaríamos, por isso, não deu tempo de combinar
muitas coisas para o dia.
Quando cheguei em casa deparei com as minhas contas
no balcão e abertas. Sabe quando você lembra que fez algo e
vai acabar brigando por isso? Então, consegui com Victória
meses atrás de desviar as contas do débito automático de
Edward e tudo que fosse meu, viesse para casa. Eu conseguia
pegar antes dele, mas eu sentia que algum momento ele iria
dar falta do dinheiro não sendo retirado.
Edward estava sentado no sofá e com o telefone na mão,
gravata frouxa e uma expressão azeda.
- Então, as contas foram pagas normalmente esses
últimos meses? – perguntou secamente, mal me olhando.
Agora ele iria descobrir tudo. Deus me ajude. – Obrigada pela
sua atenção. Peço que retorne ao boleto bancário sendo
descontado imediatamente da minha conta pessoal e não
troque sem minha autorização. Boa noite.
Um silencio estranho cresceu na sala. Sem ter a mínima
noção do que dizer, passei direto para o quarto, tirando minha
roupa para tomar banho. Ouvi a respiração pesada de Edward
atrás de mim. Eu não estava tecnicamente errada por querer
pagar minhas próprias contas. Errei em mudar isso, burlando
um sistema do banco, que provavelmente ele iria demitir
alguém e arrancar o pescoço de Victória. Na verdade, se fosse
fácil fazer isso sem brigar, eu faria. Juro.
- Bella, nós precisamos conversar... – Edward surgiu no
closet e parou um pouco olhando por um tempo exagerado
meu soutien. – Poe uma blusa porque preciso estar coerente.
– pediu jogando-me qualquer peça que viu pela frente, mas
rindo, neguei.
- Não, estou bem assim. – dei os ombros. Edward ficou
me olhando, coçou a cabeça e bufou frustrado. Comecei a
deslizar a calça e ele teve novamente uma visão do meu
conjunto de renda azul. Ele sufocou a respiração um pouco.
- Só me explica porque você se nega a receber o que
tenho para te dar? – perguntou de forma magoada.
- Edward, eu posso cuidar de mim mesma. Eu me sinto
mal usando seu dinheiro sem trabalhar. Eu realmente quero
fazer a faculdade, por isso resolvi usar o fundo universitário
deixado pelo meu pai. – respondi sinceramente.
- Amor, nós moramos juntos. Meu dever como homem da
casa é cuidar de você.
- Eu posso cuidar de mim, Edward. – rebati irritada.
- Eu não faço isso porque você não pode cuidar de você.
Eu te amo, Bella! E quero, vou te dar tudo que puder.
Pela primeira vez que brigamos por causa disso fiquei
sem resposta. Não tinha pensando as coisas por esse ângulo,
ainda assim continuava confuso o fato dele me amar e me
bancar.
- Bella, não é porque tenho dinheiro ou simplesmente
você ser incapaz de assumir suas contas. Amor, você viveu
22 anos antes de mim e sobreviveu, eu sinceramente não
duvido disso... Só que eu te amo, muito. E tudo que posso
fazer por você é te mimar, pagar o que você quiser, cuidar que
esse período que está dedicando aos seus estudos sejam com
conforto. – completou bagunçando o cabelo frustrado. – Eu
tenho uma proposta...
- Qual? – perguntei baixinho. Eu simplesmente não sabia
o que falar. Ele encostou na soleira da porta. Tão lindo.
- O dinheiro do seu fundo universitário para ser aplicado
em ações, no qual você não precise se preocupar com nada
pelo resto da sua vida. E, enquanto isso, todas as contas, de
todas as pessoas dessa casa serão pagas pelo cara chamado
Edward Anthony Cullen, ok?
- Edward...
- Pensa bem... Esse dinheiro será financiado para seus
estudos. Todo ele só para sua futura profissão...
- E então será o quê? Você vai me sustentar? – franzi o
cenho. – Eu posso trabalhar...
- Eu sei que pode. Nos próximos dois anos você tem uma
bolsa integral para cumprir. Eu cuido de você até lá... Por
favor...
- Edward... Eu não entendo... – falei baixinho, minha voz
saiu meio quebrada, por isso ele veio abraçou-me forte,
cheirando meu cabelo e pescoço. – Você pode me amar... E
não pagar minhas contas.
Edward suspirou.
- Quando seus pais eram casados, sua mãe trabalhava?
– perguntou-me e quase fiquei puta com a menção dos meus
pais na conversa. Ele sabia que odiava esse detalhe na minha
vida. Me deixava triste. Irritada, neguei com a cabeça. Renée
sempre cuidou de mim. Não tenho lembrança dela
trabalhando fora. Charlie era o provedor da casa, sendo o
homem e... Merda. Ofeguei. Era isso que ele queria. –
Entendeu agora? Não é por uma questão machista, é só
porque você como minha noiva, precisa dormir do meu lado
pacificamente sem problemas.
Eu entendi o ponto dele. Era algo da personalidade de
Edward, ele foi criado por Carlisle, o patriarca provedor de
toda boa vida. Edward não deixava a peteca cair e com 28
anos de idade estava acostumado a assumir tudo. E também
não abriria mão tão fácil do seu ideal assim.
- Tudo bem... – suspirei. Edward sorriu e me apertou mais
forte contra seu corpo – Só pelos próximos anos de faculdade,
ok? E demita ninguém por minha causa.
- Okaay. – sorriu beijando a pontinha do meu nariz. –
Terminou?
- E o que você acha de preparar aquele banho quentinho
para nós dois e depois vamos ver o que Carmelita fez para o
jantar?
Edward me pegou no colo e fiz o imenso favor de me
apertar mais ainda nele até o banheiro, onde nós dois
preparamos a banheira e ficamos abraçados enquanto
despejamos um no outro o dia. Sem mais problemas, sem
mais segredos. Fiquei surpresa o quanto nosso
relacionamento evoluiu. Tempos atrás isso seria com gritos e
choros. Uma simples conversa e resolvemos. Nunca mais iria
fazer algo do tipo, que pudesse envolver outras pessoas e
também porque meu namorado, de alguma forma
sobrenatural, aprendeu a ouvir e conversar sem ser grosso,
estupido ou agir por impulso.
Antes de descobrir o que tinha para jantar o celular de
Edward tocou duas vezes. Eu sempre atendia ou ele atendia
o meu. Nós realmente não tínhamos problema e nada a
esconder um do outro.
- Alô?
- Edward Cullen, por favor.
- Quem deseja? – rebate a grosseria da mulher.
- Tânya Denali. – respondeu e pude ouvir o sorriso
debochado em sua voz.
Que diabos? Tudo bem, ela era funcionaria de Edward
quando nos conhecemos e antes de se mudar para Londres e
ser assistente pessoal dele, ela pegava o metrô com Emmett.
Não necessariamente, mas depois do baile de gala, que foi o
divisor de águas no meu sentimento por Edward, esse
pensamento me ocorreu. Emmett sempre a cumprimentava.
Ela era uma das mulheres que me olhavam com pena por
serem bonitas... Demais.
- Só um minuto, por favor. – murmurei irritada. Joguei o
telefone com força em Edward, que estava no sofá, mexendo
no bolso do seu paletó Armani. Ele me olhou assustado e com
dor. – Tânya Denali pra você. – rosnei e voltei para cozinha,
mas o telefone residencial tocou. Inferno. Vai ser quem agora?
– O que é?
- Maninha!
- O que é? – repeti. Emmett, essa hora, que saco.
- Peter e Charlotte estão aqui. Venham jantar conosco,
ok? Traga o Eddie.
- Ok, estamos atravessando a rua. – suspirei. Seria bom
dissipar essa ligação com o clima legal de Charlotte e Emmett.
- Aconteceu alguma coisa? – perguntou-me preocupado.
– Eu conheço esse tom de voz... Vocês brigaram.
- Ainda não. Não de novo. Que seja. Tchau. – bati o
telefone, passando direto para o quarto a fim de trocar de
roupa. Não sei porque, eu estava me roendo de ciúmes.
Alice tinha me contado que ela foi quem “ajudou” na
revelação sobre minha verdadeira identidade, mas mesmo
assim. Nós nunca nos falamos, a não ser no baile, sei lá. Eu
pensei que ela tivesse sumido, saído da empresa. Esme não
gostava dela e achava que a mesma nutria sentimentos por
Edward. Quem não nutriria? Bonito, rico e solteiro.
- Estamos de saída? – Edward perguntou e entreguei-lhe
uma calça e blusa de botões.
- Sua prima está no apartamento da frente e Emmett
acabou de nos convidar para ir lá. – respondi e ele me
empurrou contra porta para um beijo violento. – Isso é para
me animar a sair de casa?
- Tudo bem, eu só preciso ligar para Victória e descobrir
porque diabo Tânya ainda trabalha para o banco. – respondeu
vestindo a roupa.
- E porque ela seria demitida? – perguntei confusa.
- Ela invadiu a minha vida pessoal quando não lhe dei
permissão. – deu os ombros.
- E o Rh aceitaria isso?
- Espertinha. Claro que não...
- Edward você pode ser processado por isso.
- Eu sei.
- E?
- E o que, amor?
- Você não pode simplesmente demiti-la, além do mais,
ela é boa funcionaria, deixe-a bem longe de mim e vamos ficar
bem.
- Algumas pessoas deviam dar graças ao seu por você
ser tão boa. – beijou-me e finalmente saímos de casa,
atravessando a rua correndo para o prédio de Emmett. Era tão
longe.
Mais algumas semanas se passaram e Alice estava aos
poucos se introduzindo a vida humana novamente. Não tinha
mais notícias de Jasper ou Maria. Nós também não
procuramos mais e por isso, minha paciência se esgotou.
Antes de Charlotte ir embora, ela inventou um maldito baile de
verão no central park, quase a joguei pela janela, mas Ethan
no colo me impediu. Eu juro, cheguei a soar frio, mas isso me
deu outra ideia.
Fiz Rosalie comprar um colírio na farmácia e acredite, ela
brigou com atendente pela falta de receita, mas conseguiu um.
Espero que essa merda não me deixe cega.
- O que você vai fazer? – Rosalie sussurrou.
- Cala a boca, eles vão nos ouvir. – rosnei beliscando
minha bochecha para simplesmente ficar vermelha. Baguncei
meu cabelo e arranhei um pouco meu rosto.
- Você não tem aquela coisa de mutilação não, né? –
Rosalie perguntou e quase a soquei. Estupida. Se ela não
tivesse rindo, juro que não seria brincadeira. Edward e Emmett
estavam na sala. Max sendo sufocado entre os dois enquanto
jogavam vídeo o game no chão, na casa dos pais deles.
Apliquei o colírio entrando em casa como um furacão. Em
pouco tempo iria começar a chorar. Edward, vendo meu
estado saltou em minha direção, mas não podia me impedir.
Meu plano precisava ser completo. Só esperava que Charlotte
me perdoasse caso meus gritos acordem Ethan. Será por uma
boa causa.
- Não quero falar com você agora. – gritei para Edward,
subindo as escadas com um rompante. Eu iria precisar fazer
algo extraordinário para me desculpar mais tarde. Ele ficou
congelado no lugar e segui adiante. Tinha que dar certo.
Abri a porta do quarto de Alice e simplesmente encontrei-
a, olhando para lua com Bruno Mars tocando ao fundo. Ela
saltou ao me ver.
- O que foi?
- Não posso mais Alice. – chorei. Isso funcionava mesmo.
Quantas lágrimas!
- Não pode mais o quê? – perguntou frenética.
- Cuidar de tudo. É muita pressão sabia? Escolher
decoração, equipe, roupa, um bom maquiador, qual melhor
sapato... E o idiota do seu irmão não entende nada disso! –
gritei ultrajada. – E sabe quantos bailes de verão já organizei?
Nenhum. Vai ser um fracasso Al... Eu não sei o que vestir... –
choraminguei e ela suspirou, batendo o dedo na têmpora.
- Eu preciso organizar tudo nessa casa, não é? Bella,
querida, pode deixar, eu vou escolher tudo. Na verdade, acabo
de ter uma ideia! Vem aqui, sabe aquele canto esquerdo do
salão? Pensei em colocar o buffet ali... – Joguei meu corpo
teatralmente na cama conforme ela contava animada, falando
cinco mil palavras por segundo, apontando coisas no meu
computador e tendo mais ideias.
Esme estava na porta olhando para a filha que a muito
tempo não víamos agindo assim. Sendo tão... Alice. Foi
mágico passar a noite inteira com ela ao meu lado, depois
Esme veio, Charlotte e por fim Rosalie. Nós jantamos aquela
noite sem realmente falar muito, porque todas as palavras
acumuladas durante os últimos dois meses foram vomitadas
na mesa do jantar.
- MEU DEUS! – gritou e saltamos da mesa – EDWARD
SEU IMPRESTAVEL, AMANHA É ANIVERSÁRIO DA SUA
NAMORADA!
- Aniversário de quem? – perguntei confusa e Edward
olhou pra mim rindo. Amanhã era que dia?
- Bom, Isabella Marie Swan nasceu no dia 13 de
setembro, não é? – Carlisle brincou
Meu. Aniversário. Amanhã. Vinte e três anos. Eu.
Esqueci. Completamente.

Capítulo 17

Marry Me - Terceira temporada.

A forma perfeita de Bella ressonando ao meu lado era linda.


Seus cabelos espalhados pelo travesseiro cheio, o nariz
levemente enterrado contra o edredom e os olhos inchados
porque de alguma forma, após o jantar ela chorou. Hoje era
seu aniversário e não consegui pregar os olhos durante a
maior parte da noite. Não imaginei que Bella tivesse esquecido
seu aniversário... As vezes que comentei e brinquei
relacionado sua idade, ela sempre mudou de assunto e agiu
como se não tivesse prestado atenção em minhas palavras.
Achei que fosse esse drama de mulher com a idade,
apesar de ter só 23 anos, Bella sempre arrumava um jeito de
me surpreender. Como ontem a noite dando seu show para
Alice. Cheguei a sentar e refletir se fiz algo de errado, porque
ela sabia me pegar na curva. Nós não culpamos Alice pela
gafe, mas Bella ficou... Triste.
Ninguém esqueceu. Nós simplesmente começamos a
organizar uma pequena festa entre família. Não tive a intenção
de dormir na casa dos meus pais, mas ela subiu e acabou
adormecendo ou pelo menos fingido. Passei a noite inteira
olhando-a e ela não se moveu, abriu os olhos, me chutou ou
falou como normalmente faz.
- Você está a mais de oito horas me olhando, Edward.
Dorme um pouquinho... – Bella sussurrou se aconchegando.
Acabei puxando-a para meu peito. – Você vai ficar cansado.
- Você não está feliz, Bella? – perguntei e pela primeira
vez abriu seus lindos olhos pra mim.
- Estou mais do que feliz, Edward. Você me faz feliz. –
suspirou
- Então, você está chateada por ter esquecido seu
aniversário? Sabe, eu acho que você anda muito ocupada...
Deve ser normal.
- Edward... Eu não esqueci por isso... – sussurrou – Tem
muitos anos que não comemoro meu aniversário. Eu acho que
fiquei nervosa ontem...
- Por quê? Você não quer? A gente pode cancelar e fingir
que nada aconteceu...
- Não! Eu quero. Eu acho... – suspirou sentando-se na
cama de frente pra mim. Sua camisola era meio larga e tive
um excelente vislumbre dos seus seios rosados. Desviei o
olhar antes que tivesse outras ideias. – As vezes é um pouco
difícil aceitar tudo sabe... Eu nunca planejei nada do que estou
vivendo hoje. Em família. E tem momentos que fica muita
informação...
Seus olhos mostravam um desespero que entendesse
sua situação. Eu realmente podia compreendê-la, apesar de
achar desnecessário. Hoje nós éramos um casal e
futuramente iremos nos tornar uma família com filhos. Não
existia em mim uma remota vontade de viver sem Bella. Então,
por que o medo? Será que ela achava que nós, algum dia,
iriamos romper?
Encontrei a mulher da minha vida na pessoa mais
teimosa e absurda da face da terra. Eu amava cada pedacinho
da sua personalidade forte.
- Compreendo, amor...
Em pouco tempo, a menina que se escondia toda vez que
era confrontada, virou uma mulher linda. Tão forte e corajosa.
Eu tinha medo. Medo das responsabilidades pesadas da
minha vida causar um dano irreparável em nosso
relacionamento. Ela não nasceu como Alice, desde pequena
acostumada com holofotes e grandes festas. Seu primeiro
baile beneficente me fez pensar que ouviria: Precisamos
conversar.
Bella não é obrigada a ficar comigo. Ela realmente me
ama e ainda assim, na maior parte do tempo sou um miserável
de merda que não sabe se comportar. É difícil ouvir e não
questionar. É foda ter que conversar antes de tomar uma
atitude. É estranho ter que virar e dar bom dia a seus
funcionários. Isso era algo que a incomodava e se tivesse que
ser melhor para fazê-la feliz. Daria o máximo de mim.
Eu tinha que aproveitar sua doçura, seu carisma e carinho
com todas as coisas. As vezes confusa e a maior parte das
vezes irritante, mas sempre tão amorosa e companheira
comigo. Fico pensando se todas as pessoas têm
relacionamentos assim. Não que fosse um mar de rosas,
embora a minha concepção de perfeição está nesse ponto em
que vivemos. Duas pessoas de dois mundos diferentes,
vivendo sobre o mesmo teto, sem nunca antes ter tido um
relacionamento tão sério (intenso), criando seu próprio
mundo.
Nós brigamos bastante. Antes até mais por coisas
pequenas. Hoje já conseguimos junto alcançar o patamar de
conversar antes de levantar a voz (ou ela jogar coisas na
minha direção). Durante a tpm, relevava a maior parte. Não
era ela. Era seu lado hormonal doente e maníaco por
perseguição.
- Você vai ficar na cama o dia inteiro? – Bella perguntou
um pouco mais animada. Eu realmente pensei que ela
quisesse ficar na cama com preguiça. Meu pai tinha declarado
feriado oficial, então, nenhum de nós iriamos sair de casa hoje
para trabalhar ou estudar. – Eu acho que se vocês querem
fazer esse dia especial pra mim, vai ser ótimo. Vou gostar.
- Bella, você já reparou que estamos caminhando para o
nono ano de relacionamento? – perguntei enquanto ela pulava
da cama em direção ao banheiro.
- Se você quer saber se estou grávida, é melhor tirar o
cavalinho da chuva. – retrucou rindo. Eu ia convencê-la a
engravidar. Sabia que agora não era o momento porque
começou a faculdade, mas Ethan estava bagunçando minha
cabeça. Cada vez que via Peter segurando seu filho, sentia
uma inveja de não ter meu próprio bebê.
- Não, só estou dizendo que em pouco tempo vamos
completar um ano e não fizemos ainda uma viagem, só
nossa... – retruquei mudando o rumo da conversa. Ela achava
que era esperta.
- O que você quer dizer com isso? – passou por mim
tirando sua roupa de dormir, ficando nua em uma facilidade
impressionante. – Seria uma lua de mel antes de você me
pedir em casamento? – provocou.
- Como isso... Nós nunca tiramos um momento...
- E você quer fazer isso quando? Eu simplesmente tenho
aulas até o fim do ano. E você tem algumas ocupações
importantes. Se me lembro bem, tem três bailes de gala, duas
conferencias, abertura de uma nova filial na Flórida e sua
viagem ao Brasil, para verificar aquele problema com a queda
do dólar por lá... – divagou e fiquei surpreso. Ela sabia minha
agenda anual de cor.
- Ainda assim, acredito que podemos tirar uns dias. –
insisti. Disso ela não ia me fazer desistir.
Bella ficou parada com sua calça de pano leve na mão e
uma blusa ainda mal colocada me olhando profundamente.
Seus olhos se espremeram em minha direção e sorri
inocentemente. Ela jamais poderia desconfiar o que planejava
para nós dois em esse momento sozinhos em algum lugar
bonito. Só não sabia qual. Ela não gostava de frio. E nós já
fomos ao Caribe esse ano... Foi divertido. Excelente. As praias
já eram paradisíacas e com Bella do lado, tudo ficou muito
melhor.
- O que você está aprontando, Edward? – perguntou e
deixei-me levantar para abraça-la.
- Por que você pergunta isso? Eu só quero uns dias com
você. – sussurrei no pé do seu ouvido. Bella estremeceu e
realmente pensei que poderíamos não sair do quarto hoje.
- Sem chances. Estou indo tomar café. – empurrou-me
pulando dentro da calça. – Hoje é meu aniversário. Você
deveria ter-me trago café na cama. – provocou caindo fora do
quarto.
- Agora hoje é seu dia, não é? – peguei-a no colo, estilo
noiva e comecei a descer as escadas. Ouvimos vozes vindas
da cozinha e minha família já devia estar comendo. – Você
quer fazer o quê até a hora do jantar?
- Não sei. Você quer me levar no parque e tomar sorvete?
- Sério Bella?
- Você perguntou o que eu queria, Edward. – resmungou
tentando sair do meu colo. – Chato.
- Ok. Nós vamos ao parque. – revirei os olhos e ela beijou
minha bochecha.
- Estava só brincando... Não quero sair de casa.
Bella tinha essa mania de me arrastar para lugares...
Estranhos. Esses dias ela queria comer na barraquinha de
cachorro quente da esquina. Depois de me recusar a ir, me
arrependi. Ela foi com Rosalie e ficou mais de duas horas na
rua, enquanto eu e Emmett jantamos um prato francês que
mal lembro o gosto, sozinhos em silêncio. Tudo bem que tudo
era uma questão de costume, mas se tinha o bom, por que
comer na barraquinha?
- E nossa aniversariante, como está? – Carlisle beijou a
testa de Bella, acabei virando de cabeça pra baixo para isso.
– Edward, ela vai ficar tonta.
- Eu mandei fazer tanta coisa... O que você quer comer?
– Esme puxou Bella para o chão e ela literalmente quase foi
ao encontro do mesmo. – Oh, desculpe querida.
- Oi Ethan... Você quer vir comigo? – Bella perguntou
docemente fazendo meu sobrinho rir com vontade.
Rapidamente ele estava no colo dela, olhando-a com paixão.
- Eu acho que meu filho está apaixonado... – Charlotte
provocou. – Não sei me sinto preparada para ser sogra.
Acabei de dar a luz. – brincou
- Ei rapaz. Cheguei primeiro. - Ethan resposta fez um
barulhinho com a boca e depois praticamente me deu língua.
Franziu o cenho pra mim e fez “ai ai ai” tal como a mãe dele
chamava sua atenção. – Ora essa...
- Tudo bem Ethan. Tia Bella é toda sua. – Bella sussurrou
baixinho fazendo-o rir. Ela segurando um bebê me deixava
cheio de vontades e imaginando quando fosse o nosso
primeiro filho. – Alice já voltou ao velho hábito de sair da cama
quase na hora de dormir novamente?
- Certas coisas nunca mudam. – Alice bocejou entrando
na cozinha. – Eu queria continuar dormindo, mas essa coisa
de ser universitária já entrou no meu relógio biológico.
Bella continuou concentrada nos movimentos de Ethan
sem dar muita atenção ao café da manhã. Ela ficava tão linda
com um bebê no colo que minha maior atividade foi observar
seus movimentos e conversas baixas. De repente, senti um
papel passar na minha boca e era minha mãe, provocando por
estar babando. Foda-se, era muito bonito mesmo.
- Eu acho que ele quer comer... – Bella comentou quando
Ethan praticamente enfiou todo o biscoito de dentição na boca.
– Tem aquela papinha de mamão?
- Ah, eu quero dar! – Alice quicou no lugar e a criança foi
passado do outro lado da mesa. Ethan estava adorando ficar
no colo de um monte de mulher bonita. – Oi bonitinho da titia...
Nós terminamos de tomar café da manhã com Bella
sorrindo muito mais do que quando acordamos. Não que de
manhã cedo ela fosse a melhor companhia, mas minha vida
era fazê-la feliz, por isso fiquei atento aos seus movimentos.
- Senhor Edward, Aro Volturi lhe aguarda em um
telefonema importante no escritório. – uma das empregadas
anunciou baixo na cozinha. Bella me chutou por debaixo da
mesa levemente. Aquilo era um recado de que não iria
trabalhar hoje.
- Obrigada querida, ele já vai. – Bella respondeu por mim
quando esqueci novamente de agradecer. Se ela era paga
para fazer, por que teria que agradecer se ela estava fazendo
seu serviço?
.~.
Depois de quase uma hora no telefone, só faltava mais
um assunto pendente.
- Edward, você acha que Bella já está pronta para
comparecer em um evento sozinha?
- Como assim, Aro? Representando a família?
- Bom... Ela ainda não tem o sobrenome da família, mas
a menina é extremamente inteligente. Sempre está em
destaque nas conversas e um professor do seu antigo curso é
um grande amigo... Ela tem um bom nome... E estive
pensando em não cancelar a abertura do hospital. Bella iria
com Rosalie enquanto você e Emmett vão para Texas e
depois todos se encontram na Flórida. – sugeriu
- Aro, existe a possibilidade de passar uma semana fora?
– perguntei – Tal como uma pequenas férias.
Ele ficou em silencio um momento e só ouvi seus dedos
digitando rápido no computador. Bella iria arrancar meu
pescoço quando sugerisse isso, era uma boa ideia, mas só iria
ser feita do jeito que ela quisesse...
- Acredito que na segunda semana de outubro você pode
ficar fora. Emmett assumiria a reunião no plaza. – respondeu-
me
- Certo. Não marque nada para essa semana. Tanto pra
mim quanto para Bella. Amanhã te dou a resposta do
hospital... Vou precisar convencê-la ainda.
- Estou no aguardo. Desejo felicidades a sua menina. Até
amanhã.
- Edward? – Esme bateu a porta – Querido, seu pai
mandou te chamar.
- Desculpe... Eram algumas coisas pendentes... – sorri e
ela se aproximou me abraçando por trás – Mãe... Você acha
que Bella só gritaria ou arrancaria meu pescoço se sugerisse
que ela fosse a um evento?
- Só perguntando pra saber... Bella é uma caixinha de
surpresas. – sorriu beijando minha bochecha.
- E você tem alguma sugestão para uma viagem
romântica? – perguntei envergonhado. Eu era péssimo com
romances e surpresas do tipo.
- Hum... Deixe-me pensar. Bella gosta de lugares
quentes... Apesar de que você pode mostrar que o frio tem sua
diversão. – sorriu torto. – Eu aconselharia a Suíça.
- Suíça, mãe? – Esme estava louca.
- Calma querido. Há uma pequena cidade na Suíça que é
bem frio e bom, há paisagens lindas. Bella adora chocolate
quente e tem muitas coisas legais para fazer.
- É uma boa opção. – concordei
- E ah! Por que vocês não passam uns dias em Londres?
Mostre um pouquinho do que você viveu. Ela vai gostar. –
sorriu e desviou o olhar para o relógio. – Preciso verificar se
Ana já começou a fazer o bolo.
- Não encomendamos um?
- Bella ama coisas caseiras. Ela vai sentir o cheiro de tudo
durante o dia inteiro.
Realmente a ideia de dar a Bella mais um pedaço da
minha vida iria ser interessante. E também gostaria de rever
alguns amigos que deixei por lá. Ela gostava dos romances e
programaria um passeio no qual ela estivesse em pelo menos
parte de algum cenário de Jane Austin. Deitei minha cabeça
no encosto planejando os mínimos detalhes nossa estadia por
lá, até que ouvi gargalhadas no andar inferior.
Emmett estava em casa.
Bella estava deitada no chão, no colo de Rosalie e as
duas tinham acessos de risos enquanto Emmett e Alice
dançavam Firework da Katy Perry. Ethan também estava
engatinhando no chão e parou para ver a aberração a sua
frente.
- Vamos lá Eddie. Vem comigo...
- Dispenso, Emmett, obrigada. – sorri pegando Ethan no
colo. – Então rapazinho, cansou de babar pela minha
namorada?
- Não acredito que você está com ciúmes de um bebê! –
Charlotte bateu na minha nuca. – Vem na mamãe, amor. Tio
Edward é um bobão.
- Bella! Quais são suas músicas preferidas? – Alice
perguntou no rádio.
- São musicas clássicas, Al. Ponha o que quiser ouvir. –
Bella respondeu recuperando o folego. – Ah! Deixa essa! Meu
filme favorito! Dirty Dancing!
- Ah, é um amor mesmo. – Alice sentou novamente me
puxando para baixo bruscamente. O que tinha de pequena,
tinha de bruta.
- Vocês não sabem o quanto sonhei ser a Baby do Johnny
Cast. – Bella suspirou apaixonada e minha cabeça estalou pra
cima muito rápido. – E as cenas dele sem camisa dançando?
Nossa, incrível. Ele era um homem realmente bonito.
- E morreu. – comentei e as três me fuzilaram. – O quê?
Ele se rendeu ao câncer. Além do mais, ele não estava muito
bonito ultimamente.
- E em Ghost? Ele definitivamente foi o fantasma mais
bonito da história. – Bella resolveu me ignorar. – Se bem que
aquele bonitinho que não sei o nome que fez Capitão América
é uma perdição. Qual o nome dele mesmo?
Se foder.
- Uhn realmente. Ele estava no ultimo baile. Não lembra?
Eu dancei com ele e tirei uma foto. Está no meu face. O Chris
é um cara muito gente boa. Acho que está na cidade... – Alice
comentou com os olhos brilhando.
- E tem aquele Ryan que fez o filme com a Sandra
Bullock. – Rosalie comentou – Qual o nome do filme, Emm?
- A proposta. – respondeu rindo – É maneiro. Estava
passando esses dias em um canal aberto.
- Eu só prestei atenção mesmo na parte que ele aparece
nu. – Bella comentou brincando com a mecha do cabelo. –
Não posso dizer quanto a história, mas o corpo dele chamou
muita atenção.
Se foder.
- Bella, sério?
- Que foi Edward?
- Vai ficar falando de um monte de macho na minha frente.
O que morreu até vai...
De repente a sala inteira explodiu em gargalhadas. Até
Peter veio descendo as escadas rindo e depois de um tempo
processei ser de mim. Estúpidos.
- Lá de cima estava ouvindo e percebi que era zuação.
Você é ciumento...
.~.
Depois do almoço Bella me rebocou até o quarto na
desculpa de recuperarmos o sono que não tivemos durante a
noite, mas ao estar finalmente sozinho, minha mente criou
outras ideias também bastante interessantes. Ela estava
distraída tirando algumas almofadas da cama quando peguei
seu pequeno corpo e joguei no centro da cama. Seu olhar
confuso e assustado mudou rapidamente para aquele felino e
sensual que tanto amava.
- Agora não tem escapatória, não é? – provocou puxando
minha camisa, arranhando minhas costas no trajeto.
Bella era o tipo de mulher que sempre idealizei. Era
centrada, bonita e inteligente. Mesmo sendo virgem e
totalmente inexperiente no inicio do nosso relacionamento,
hoje, ela sabia corresponder perfeitamente. Na verdade, eu
descobri o que é sexo bom quando a conheci. Ela era meu
encaixe perfeito. Nós tínhamos um ritmo nosso, totalmente
intimo e cheio de amor.
Não era vulgar, não expunha ou nos colocava em
situações constrangedoras. Sempre que Emmett vinha com
suas piadinhas, ela tinha uma carta na manga para desviar o
assunto.
Sexy como um inferno sem ao menos querer. Seu olhar
era sempre tão transparente. Podia saber o quão excitada só
quando me lançava aquele olhar lascivo, pegando fogo. Seu
corpo reagia ao meu toque. Seus lábios famintos... E cara...
Ela aprendia rápido. Qualquer coisa. Às vezes ficava em
marcha lenta, mas Bella me pegava pelas pernas e seus
hormônios loucos no período fértil.
- Eu deixei você fugir mais cedo... – beijei a pontinha do
seu nariz.
- O dia foi divertido. – sorriu beijando-me
apaixonadamente, embora involuntariamente me encaixei
entre suas pernas e ela soltou um gemido baixo, ecoando por
todo meu corpo. – Eu te amo, minha vida.
Meu paraíso.
.~.
Minha única função era não deixar Bella descer até a hora
do jantar, não foi tão difícil gastar o tempo. Nós nos divertimos
e acabamos adormecendo até a hora que Alice bateu na porta,
colocando o vestido verde bonito no armário.
- Que preguiça... – Bella resmungou virando-se na cama.
– Edward, você me destruiu. – acusou. Normalmente ela
ficava meio cansada. Culpa não exatamente minha.
- Você ficou pedindo por mais. – rebati e ela riu.
- Você sabe... – desceu o olhar pelo meu corpo – É
irresistível. – pousou um pouco abaixo da cintura e piscou.
- Tem certeza que você quer sair desse quarto hoje? –
perguntei deslumbrado pela sua imagem nua na cama entre
os lençóis bagunçados. Bella mordeu os lábios inchados e
mexeu nos cabelos meio desgrenhados porque não tinha
muito modos com eles.
- Eu tenho uma festa de aniversário. Não posso faltar.
Quem sabe mais tarde?
- Você está marcando um encontro comigo aqui?
- Sim. Esteja aqui na hora de dormir. – piscou pulando
fora da cama e estremeceu um pouco.
- Problemas aí? – provoquei ganhando um tapa no braço.
- Continue de piadinha ou você não encontra o caminho
até aqui tão cedo. – resmungou entrando no banheiro e
fechando a porta atrás de si.
- Eu tinha esperanças de um banho juntos. – bati na porta
brincando.
- A ultima coisa que você vai fazer será tomar banho, dê-
me um tempo. Não sou uma maquina de sexo. – bateu de
volta. Ela estava rindo por isso fiquei mais tranquilo em
realmente tê-la machucado. Na verdade isso só inflava meu
ego por ser tão malditamente satisfatório. – Coloque uma
roupa e vá chamar sua irmã.
- Não quero. Estou bem nu. – retruquei e ela abriu a porta,
totalmente nua.
- Ok Edward. Banheira cheia. Vem tomar banho comigo.
– suspirou e pulei da cama rapidamente empurrando-a até a
banheira.
Bella recostou na extremidade oposta e peguei uma
grande esponja para lavar seu corpo. Era realmente
impossível ficar perto dela sem tocá-la. Nossos banhos eram
sempre recheados e carinhos e risadas. E hoje, não só pelo
seu aniversário e sim pela carga emocional no qual ela
acordou nos ombros, iria fazê-la relaxar e curtir. Ela já era uma
Cullen sentimentalmente falando... Judicialmente faltava
realmente pouca coisa.
Ergui sua perna, beijando a parte interna do seu
tornozelo, atento as suas reações. Lábios entre os dentes e
olhos fechados. Fiquei acariciando suas pernas até que seu
corpo tornou-se parcialmente pesado. Ela estava finalmente
relaxando, quase ressonando. Sem aviso prévio, ela abriu os
olhos e sorriu docemente, chegando mais perto
gradativamente.
- Hm... Eu estive pensando que você será um excelente
pai, Edward. – comentou brincando com meu cabelo molhado
– Eu percebi o modo que você me olhou esta manha com
Ethan... Vai chegar o nosso melhor momento e eu serei a
primeira a dizer quando ficar pronta.
- No segundo seguinte? – brinquei tentando dissipar
aquela sensação sufocantemente quente que se espalhou
pelo meu peito. Oh Céus, era tudo que precisava ouvir da
minha mulher, um sorriso brilhante se espalhou no meu rosto
e ganhei um bom beijo apaixonado como recompensa.
- No mesmo segundo. – sorriu ofegante.
Eventualmente tivemos que sair da nossa bolha e teria
algumas horas compartilhando Bella com minha família. Além
do mais, parte da festa teria continuação na nossa casa, onde
meu presente estava aguardando. Realmente tive essa ideia
quando ela foi admitida na faculdade e procurou algumas
coisas antigas. Vi várias fotos suas criança e inclusive meu
escritório tinha varias fotos dela espalhada em divergentes
momentos.
Acabei descobrindo que verde ficava exuberante nela.
Seu vestido era justo, abraçando suas curvas com perfeição.
Meu colar parecia brilhar ainda mais e a aliança ficou em
destaque. Eu amava minha marca no seu corpo. Para minha
felicidade, prendeu o cabelo em um coque alto, deixando seu
pescoço livre pra mim. Esse era realmente um pedacinho do
seu corpo que amava com paixão.
Quando descemos juntos, ela arfou com a sala decorada
para um aniversário. Balões, fotos, musicas, enfeites de flores
e vários doces caseiros espalhados por todo canto. Max
estava no canto, acordado, mas deitado de barriga pra cima
olhando para Ethan que tocava sua barriga com a fralda.
Charlotte tirava fotos loucamente do filho.
Alice tinha Emmett do seu lado, dividindo alguma coisa,
pareceu-me ser salada grega. Minha mãe fez uma coleção de
comidas preferidas de Bella. Tínhamos sopa, legumes
grelhados, saladas diversas, massas, vinho e várias comidas
de rua. Só besteira de alto estilo. Até batatas do mac donald
tal como ela gostava tinha. E temperada.
- Isso é uma verdadeira festa de criança! – Bella quicou
os últimos degraus da escada, voando no pescoço da minha
mãe, enchendo-a de beijos. Depois foi até meu pai e o pegou
desprevenido com um abraço aperto e mais beijos. – Isso é
incrível.
Ok. Ela estava mais animada que manhã de natal. E essa
definitivamente era uma data importante pra nós.
- Oh, belas flores! – Bella sorriu ao pegar o buque que
Demetri estava entregando. Se eu não mandei, quem
entregou? – É do Diretor da escola. Que doce.
Humpf. Doce. Velho tarado. Colei meu melhor sorriso
convincente e assenti. Ela não se enganou por um segundo e
por isso me ignorou indo falar com Victória ao lado de Rosalie.
Eu tinha um pressentimento que toda vez que Bella e Rosalie
estavam perto de Victória, as duas trocavam mais olharem
que o necessário. A história não havia sido apagada por
completo.
Emmett estava ferrado com a mulher que ele arrumou.
- Mais um presente! De quem será esse? – Esme sorriu
ao ver a enorme cesta de chocolate entrar nas mãos de Félix.
– Nossa, tem muita coisa. E essa pessoa sabe o quanto gosta
de chocolate.
- Hm... – Bella sorriu largamente, mas quando abriu o
cartão que eu estava morrendo de curiosidade, seu sorriso
morreu. Olhando ao redor, ela devolveu os sorrisos curiosos –
É só dos alunos do colégio. Eles reuniram e mandaram essa
grande cesta. – mentiu. Seu rosto estava vermelho, os lábios
meio pálidos e os olhos tremiam, como sua voz.
Péssima mentirosa.
- Demetri, ajude-me a ajeitar isso na cozinha. – Bella
pediu lançando um olhar desesperado a ele, que seguiu
confuso. Eu ficava puto pra caralho com esse tipo de situação.
É o quê? Ela podia compartilhar com seu guarda costas?
Depois que todos deixaram de lado a situação esquisita,
entrei sorrateiramente pela lateral da cozinha. Isso era
estupido e infantil, mas eu era extremista e irracional com
ciúmes. Não me culpem. Bella tirava minha vida de mim. Ela
era minha vida.
- Tre, isso é de James. – sussurrou e ele ofegou xingando
uns palavrões. – O cartão não foi assinado por ele, por isso
vocês não perceberam. Olha só a mensagem: “Parabéns
minha linda mulher, Vivian. Nós nos encontraremos”. – leu em
voz alta rasgando o cartão por completo e jogando no lixo –
Esses doces devem estar envenenados. Jogue fora sem que
Edward perceba...
- Senhorita, você sabe que não deve esconder coisas do
seu noivo. – Demetri falou casualmente. Ele era um bom
funcionário. Não contrariava, mas também não assumia riscos
loucos dele sem me consultar.
- Eu vou contar, mas não vou estragar a festa. Tem mais
de sete anos que não comemoro meu aniversário e minha
família fez uma linda festa pra mim. – sussurrou – Esse dia é
importante pra mim. Edward está sempre pronto a segurar
meus caquinhos quando me quebro e isso não vai acontecer
hoje.
- Certo. Amanhã eu contarei. Se quiser fazer isso por si
só, faça esta noite. – sorriu e quase quis abraça-lo.
- Vocês são insuportáveis. – sorriu e sai dali antes que ela
voltasse a sala do outro lado e não me encontrasse na sala.
Voltei com uma bebida na mão e comi alguns docinhos
antes de me esgueirar para meu pai e roubar as batatas fritas
que ele comia com queijo. Bella voltou me procurando pela
sala e alivio foi tudo que seus olhos transmitiram a me ver no
canto. Sorriu e foi se juntar as mulheres, ganhando atenção
imediata de Ethan quando se aproximou. Eu mal podia
esperar para ouvir Bella dizer que estava pronta para ser
mãe...
Antes disso que tinha que me livrar de James e só poderia
tomar alguma atitude amanhã. Minha mulher estava vigiando
meus passos e nada hoje era sobre mim e sim sobre ela. Se
Bella eventualmente me contasse essa noite, amanhã na
primeira hora do dia, iria caçar James como tenho tido vontade
nos últimos anos.
- Hora dos presentes! – Alice gritou do canto da sala
arrastando uma caixa enorme – Eu primeiro, é claro. Eu
estava pensando em algo para te dar, mas queria que fosse
totalmente sentimental, por isso comprei um urso teddy.
A sala inteira explodiu em gargalhadas.
- É sério. Esse urso foi criado para ser companheiro. Era
uma intenção de substituir um amigo, mas então, nos últimos
meses, Bella se tornou meu ursinho preferido. – Alice riu entre
as lágrimas. – Você me abraçou, deu colo, suporte e carinho
quando mais precisei. Você simplesmente fingiu um teatro
ridículo para me fazer voltar a vida. Foi a amiga que sempre
precisei ter. Mesmo sendo mais velha e praticamente casada
com o meu irmão, eu te amo como minha irmã, Bells.
- Ai meu Deus. – Bella sussurrou abraçando Alice. – Eu
te amo, baixinha.
- Minha vez. – Emmett sorriu empurrando Alice. – Você
esteve na minha vida por mais tempo que todos. – ele sorriu
arrogante pra mim e como uma criança mimada, dei o dedo
do meio. Ganhei um tapa na nuca da minha mãe, mas não me
importei. Estupido. – Você sempre foi meiga, carinhosa e
muito amiga mesmo quando nós não trocávamos palavras
fora da estação. Você esteve lá naquele momento que me
machuquei. Mesmo também ferida, ficou preocupada comigo.
Você me aconselhou a largar tudo e ir a França dizer a Rosalie
que a amava e agora, você é minha cunhada. Minha
irmãzinha. Normalmente tenho ideias estupidas, mas te pedir
em casamento foi a melhor delas! – Emmett sorriu e tive que
concordar. Se não fosse por ele, eu não teria minha família e
muito menos a minha Bella.
Os soluços de Bella estavam altos e eu quase quis
atravessar a sala, mas minha mãe me segurou no lugar. Certo.
Dia dela. Festa dela. Sem proteção. Ok
- Então, aqui está... – ele tirou uma colcha cheia de
palavras e fotos deles com Rosalie e frases que deviam
significar a amizade deles. – É para dar um adeus definitivo
aos dias frios.
- Oh Emmett Cullen. Eu juro que te mato por me fazer
chorar. – Bella ofegou com a voz rouca, secando as lágrimas.
– É perfeito.
- Sai, Emm. É minha vez. – Rosalie chegou um embrulho
na mão. – Em um dia triste pra mim, acordo com meu telefone
tocando e uma voz familiar preenche meu ouvido e pensei:
Quem essa menina pensa que é? Ela está com meu homem
e ainda me liga? Bella simplesmente vomitou um mar de
verdades pra mim e antes de finalizar a ligação, estava com
metade da minha mala pronta, com o computador ligado
comprando uma passagem. Eu realmente quase perdi
Emmett e você me fez abrir os olhos. – Rosalie parou para
secar as lágrimas e deu para Bella seu embrulho. – Escolhi
esse presente porque nós duas somos muito parecidas. Não
tínhamos família até chegar aqui. E bom, normalmente
conseguimos nos entender muito mais e conseguimos junta
encontrar um lar.
Bella destampou a caixa e uma casinha de cera,
malditamente bonitinha, decorada com janelas azuis e porta
vermelha e balanço no quintal.
- É simples, mas é significativo.
- Pelo amor de Deus. Algum complô para me matar? –
Bella guinchou chorosa – Eu amei demais, baby Rosie. Eu te
amo.
- Bom, suponho que seja minha vez. – Victória sorriu
ruborizando um pouco pela atenção de todos – Eu não sou
muito boa com essa coisa toda de sentimentalismo, você é
minha amiga, uma das raras e por isso, eu te amo, por tudo.
Por se importar com pequenas coisas que fazem a diferença.
Obrigada por trazer alegria aos meus dias. – Victória
sussurrou a ultima parte entregando seu presente.
- Perfeito! – Bella sorriu com uma foto das duas no ano
novo.
- Isabella Swan... – Carlisle começou – Foi muito difícil
encontrar algo que pudesse realmente representar o quanto
eu e Esme te amamos como filha. Por isso, nós achamos que
lhe entregar este presente irá te convencer de vez, que você
é da nossa família, para sempre. – sorriu puxando a mão de
Bella e envolvendo uma pulseira, cujo o pingente era o brasão
da família Cullen. Nossa marca oficial. – Nós te amamos,
pequena.
- Deus trouxe você. A primeira vez que te encontrei no
hospital, fiquei pensando no quão doce e amável você era por
estar ajudando Emmett a mentir. Apesar dos dois mentirem
muito mal. – sorriu abraçando Bella que chorava bastante.
- Obrigada. Eu amo vocês. – Bella beijou o rosto de cada
um deles emocionada.
Meu coração parecia estufar de felicidade e toquei meus
dois companheiros dentro do bolso tendo a absoluta certeza
que era isso que queria para minha vida. Bella seria a mulher
que estaria ao meu lado. A aliança da minha avó, Elizabeth
Masen estava no bolso, agarradinha com a do meu avô. Era
mais que justo, que a minha rainha usasse a aliança da mulher
que não deixou os negócios da família ruir. Ela era doce,
amável, forte e corajosa. Assim como a minha Bella era. E se
tudo desse certo, seria a minha Bella Cullen.
Não vi qual foi o presente de Charlotte e Peter, mas
estávamos indo em direção a mesa para cantar parabéns no
delicioso bolo caseiro da Ana. Bella tinha o rosto vermelho e a
mão entrelaçada a minha de forma nervosa e ao mesmo
tempo feliz.
- Faça um pedido. – sussurrei no seu ouvido beijando a
parte de trás da sua orelha. Ri um pouquinho quando ela
estremeceu.
- Pronto. – sorriu assoprando as velas e Ethan gritou
batendo palminhas juntos.
Nós ficamos com eles até a hora que não aguentava mais
de ansiedade. Bella aparentava cansaço, mas dormir agora
que não iria. Disparei a falar até Demetri estacionar na
garagem do prédio. Bella sorriu amavelmente tentando
entender o que estava fazendo e esperava que ao abrir a porta
de casa entendesse minha excitação.
- Ai.Meu.Deus! – Bella arfou ao ver o apartamento
iluminado com velas, pétalas de rosa ao chão e meus
presentes esperando na mesinha do centro. – Edward... O que
é isso?
- Meu presente. Você não percebeu que fui o único a não
lhe dar nada?
- Você não precisa me dar algo...
- Vem cá – cortei antes que começasse com o mesmo
discurso de sempre. Bella sorriu sentando-se no sofá. – Este
primeiro presente é o nosso primeiro álbum de família. –
destampei a caixa tirando o enorme caderno. – Nós somos um
casal e agora temos fotos nossas desde criança até hoje aqui,
com diferentes comentários meus a cada foto. Também deixei
um espaço para você escrever os seus com calma. Sabe,
quando tivermos nossos filhos, teremos a nossa história
completa para contar antes de dormir.
- Oh... – Bella soluçou alto foleando as páginas
decoradas. – Edward...
- E o segundo presente é este símbolo. Eu queria algo
que pudesse representar o amor que sinto por você. – puxei a
caixinha de seda com o colar. – É infinito.
- Edward... Eu não sei o que dizer... – Bella pulou em cima
de mim derrubando nós dois no chão, atacando minha boca
com violência e força. – Eu te amo muito!
Eu ri, mas não permiti que ela continuasse. Com toda
força e coragem, tirei uma Bella confusa e frustrada do meu
colo de volta ao sofá.
- Ainda tem o terceiro presente... – sussurrei enfiando a
mão no bolso. – Que sua resposta será o meu presente. Eu
sei que eu tecnicamente te pedi em casamento quando
coloquei a aliança no seu dedo, no dia que nos
reencontramos, mas eu gostaria que isso se tornasse
realidade. Logo. – disse e seus olhos estavam afogados em
lágrimas. – Então, Isabella Marie Swan, você gostaria de se
tornar oficialmente Isabella Marie Swan Cullen, usando a
aliança de Elizabeth Masen?
Bella arregalou os olhos e ofegou surpresa quando viu a
aliança da minha avó em minha mão. Eu tinha quase certeza
que ela entendeu o meu pedido quando mencionei o nome da
minha avó e por isso tinha medo de ouvir o que não queria.
Ansioso, continuei esperando sua resposta enquanto
tomava uma leve respiração para me responder.

Capítulo 18

I Do!

Então, Isabella Marie Swan, você gostaria de se tornar


oficialmente Isabella Marie Swan Cullen, usando a aliança de
Elizabeth Masen?
Então, Isabella Marie Swan, você gostaria de se tornar
oficialmente Isabella Marie Swan Cullen, usando a aliança de
Elizabeth Masen?
Então, Isabella Marie Swan, você gostaria de se tornar
oficialmente Isabella Marie Swan Cullen, usando a aliança de
Elizabeth Masen?
Eu queria?
Amava Edward mais do que a mim mesma. Isso era
errado e realmente não me importava. Casar? Quer dizer, nós
mal completamos nove meses de namoro. Eu ainda não sei
tudo sobre sua vida, sei? Bom, nós não estávamos bem com
o nosso acordo de apenas de dividir o mesmo teto?
Eu poderia ser a nova Elizabeth Masen? Seria como a
Kate Middleton sendo a nova Lady Dy? Ou eu seria Lady Dy
americana? Como eu iria simplesmente vestir a armadura
brilhante de ser um Cullen sem assumir as responsabilidades
que o nome me trazia? Eu estava preparada para ser casada
com o príncipe de Nova Iorque?
Nós sobreviveríamos a um relacionamento no qual
ambos teriam grandes viagens, eventos e a vida
supostamente exposta para a mídia? Eu tinha vinte e três anos
e a maturidade de uma garotinha de doze anos. Mal comecei
a faculdade! Como iria gerenciar ser aluna em tempo integral
do curso de honras da NYU e ser a mulher de Edward Cullen?
Meu aniversário tinha sido perfeito. Depois de oitos horas
surtando por me sentir sufocada com minha família... Às vezes
era complicado perceber que tinha alguém em casa me
esperando ou simplesmente um carinho fraternal e paternal
sobre mim. Foi estranho ter alguém lembrando o meu
aniversário com alegria. Foi absurdamente desconfortável não
conseguir engolir o fato que agora não era mais sozinha.
E também de que esqueci a data que nasci.
Mesmo com nove meses de namoro, existiam momentos
que ainda não conseguia entender. Eles me amavam por
quem eu era. De um jeito fácil e simples. E ter uma festa de
aniversário, cheia de mimos e presentes emocionados, me fez
meu coração querer parar de bater e apreciar o momento. Foi
subitamente forte para quem não tinha um fósforo aceso
durante muito tempo nessa data.
E tinha Edward... Sim. Esse homem estava ao meu lado,
acordado, segurando minha mão, observando cada reação
minha. Covarde, como sempre, não me expus e também não
abri a boca. Fingir dormir pareceu ser mais fácil quando achei
que ele ia desistir de mim. Desistir da namorada problemática,
cheia de traumas e um passado solitário. Só que não... Além
de estar sempre pronto para segurar os caquinhos do meu
coração, ele estava me propondo uma vida inteira de
fidelidade. Ele me queria como sua mulher, sua amante,
melhor amiga e companheira de negócios.
E se eu falhasse?
Se não conseguisse corresponder às expectativas de
usar a aliança da mulher que durante uma década machista,
foi admirada por todo o mundo? Como iria ter uma empresa
nas costas? Como iria simplesmente ser o rosto da família? E
se não fosse boa o suficiente para isso? Essa merda não é
sobre um conto de fadas e se as pessoas ainda acham que
eu vivo, a Disney se esqueceu de mencionar o peso das suas
ações.
Um barulho violento chamou minha atenção e só então
percebi que era meu próprio corpo tremulando nervosamente.
Eu tinha que dar uma resposta a Edward, afinal, o dia perfeito
e seu nervosismo só me fazia ama-lo mais que a minha
própria alma. E então, o que iria dizer?
Olha, eu vou aceitar e dar a cara a tapa, ok? Se não der
certo, a gente separa. E ah, vou me tornar a ex-mulher do
milionário que fracassou na missão de família. E a parte mais
insegura de mim tem medo de você me trocar por uma
igualmente pronta para aguentar tudo isso. Quer dizer, ontem
eu mal podia me sustentar e ao colocar essa aliança estaria
ditando a folha de pagamento de mais gente que um dia possa
conhecer.
Minha pulsação parecia bater no ouvido e então, com a
visão completamente desfocada, vi a expressão agoniada de
Edward. Ele tinha dor e... Rejeição? Meu coração pareceu ser
esmigalhado por uma rocha de toneladas de quilos. A tensão
no ar ficou palpável e enquanto pensava no quanto tudo isso
era louco demais para caber nas minhas pequenas mãos,
Edward estava ali ainda, de joelhos, esperando por uma
resposta. E eu tinha duas de uma.
Sim, eu te amo. Quero casar com você.
Não. Eu te amo, mas serei motivo de vergonha. Não
posso te decepcionar.
Quero ser sim sua mulher de todos os aspectos. Só que
não sou capaz de tudo isso. É um caminho de cada lado que
se torna tortuoso, cheio de espinhos e sombras. Congelado,
toquei seu colarinho, quase entrando em pânico com medo de
o homem ter tido alguma espécie de surto psicótico.
- Edward...
- Você vai dizer não, não é? – sussurrou e a dor da sua
voz me fez cair de joelhos na sua frente.
- Não...
- Por que? – chorou. Lágrimas quentes caíram dos seus
olhos e dos meus.
Por quê? Porque eu te amo. Amo tanto que tenho medo.
E além do mais... Quem vai estar lá por mim? Quem vai me
ajudar a escolher um vestido de noiva, me levar ao altar ou
simplesmente me dar um conselho de como um casamento de
verdade funciona? Quem vai sentar do meu lado da igreja e
me desejar votos de felicidade?
Então, entrarei na grande capela de Nova Iorque
sozinha? A mercê do meu próprio nervosismo? Tudo e todos
estão relacionados aos Cullen. Eram os amigos deles,
funcionários deles, família deles, vida deles e a Bella vai ter o
lado direito entregue as moscas...
Então, de repente meu medo não era sobre casar ou
assumir as responsabilidades da empresa. Era sobre que por
mais eu tivesse o amor da família dele, eu não tinha a minha
família por mim. De toda maneira, no fim das contas, acabo
sozinha. Acabo com a minha própria sorte, sem ter um
conselho de mãe sobre relacionamentos adultos ou uma
simples decisão de comprar uma blusa de seda ou de lã.
Renée e Charlie não estavam aqui para me dizer se seria
prudente da minha parte aceitar esse pedido duplo de
casamento. Se eles me fariam enxergar que meu amor por
Edward era capaz de superar tudo. Inclusive meu medo de
falhar. De miseravelmente falhar com alguém que não faz
nada além de me amar todos os dias.
- Desculpe. Eu não posso me casar com você. – solucei
nervosa, com o lábio trêmulo e dolorido de tanto que mordia.
- O quê? Por quê? – chorou me apertando fortemente em
seus braços.
- Não sou boa. Eu vou falhar... Te envergonhar... E se não
conseguir ser como sua avó? Se eu não souber corresponder
às expectativas de ser a mulher de alguém importante? E se
eu...
Então, fui derrubada ao chão com os lábios macios do
meu namorado esmagando os meus com força. Um beijo
sôfrego, apaixonado e cheio de sentimentos aqueceu meu
coração.
- Então, não é por que você não me ama? – perguntou
baixinho com a voz rouca de choro.
- E você chegou a achar isso?
- Bella, você simplesmente não me respondeu...
Então, minha mente se iluminou com uma ideia.
- Nós podemos casar no cartório? – sussurrei e ele fez
uma carranca.
- Vamos lá... Eu não sou um desconhecido. Sou o cara
que partilhou a cama, o chuveiro e a mesa com você nos
últimos meses... Apenas fale o que essa cabecinha está
fervilhando...
- Edward eu amo você... Muito. Só que... Eu não quero te
decepcionar. Como vou gerenciar tudo? Eu tenho medo...
Edward, eu sempre vivi sozinha. Nunca, nunca mesmo
idealizei ou sonhei com vestir um vestido de noiva e ter alguém
do outro lado do tapete me esperando. É só demais... Sabe?
Porque eu simplesmente não tive ninguém. Aceitei ser sozinha
e por mais que saiba e sinta o amor de vocês, é surreal.
- Amor, respira... – Edward riu. – Você não vai gerenciar
tudo. Nós vamos gerenciar tudo. Seremos um time e as coisas
não serão sobre você...
- Edward. Eu nunca fiz isso antes. Você já nasceu nesse
meio. É normal. É como um corredor escuro e vazio. Eu teria
que andar por ele e descobrir onde estão os interruptores. E
isso me dá medo. Se não tiver luz?
- Bella você nunca me decepcionaria. Eu estou te pedindo
em casamento porque eu te amo e te quero muito... Para a
vida toda. Não é pelo o que você ser e sim porque você é hoje,
pra mim.
- E quem vai me levar ao altar? – murmurei
envergonhada.
- Quem você quiser... Não importa esses detalhes, desde
que no fim do dia, você seja a minha esposa.
Eu podia fazer isso. Não com ele me olhando daquele
jeito que simplesmente fazia me sentir uma gelatina. Eu o
amava demais para fugir de tudo. Eu tenho 23 anos, disse a
mim mesma. Não sou uma garotinha de doze anos com medo
do desconhecido. Talvez eu possa ser forte e destemida.
Talvez possa ser essa Bella que Edward cismou que viu em
mim. Eu posso ser sua esposa e já que não tenho pais para
me dar resposta. Simplesmente vou ter que descobrir. Afinal
de contas, eu amo Edward.
- Sim. – suspirei – Eu quero ser sua esposa, Edward. Me
sinto honrada em usar a aliança da sua avó a partir do
momento que disser sim, diante do padre... – sussurrei
chorando. – Só, por favor, me prometa que nunca vai deixar
de me amar. E que se eu não conseguir você vai estar lá. Que
as coisas, os medos ou responsabilidades façam desse
casamento um grande negocio e não um matrimônio de amor.
Edward, por favor, me prometa...
- Shh... Amor, eu te prometo te amar todos os dias da
minha vida. Dedicar-me inteiramente a nossa felicidade. Que
o nosso casamento seja duradouro, cheio de vida e transborde
amor. E que esse sentimento de solidão que... – colocou a
mão no meu coração, que batia forte no peito. – Ainda domina
aqui seja uma mancha pequena na nossa vida. Quando você
olhar para o passado e finalmente sentir que isso foi embora,
eu quero ser aquele que vai segurar sua mão. Prometo não te
deixar e principalmente deixar de te amar, minha vida.
Um soluço alto escapou dos meus lábios quando sequei
uma lágrima que caia no rosto perfeito dele. Apesar de estar
chorando, sem nenhuma vergonha, ele estava sorrindo pra
mim como se tivesse ganhado na loteria. E era isso. Era ele
minha resposta de vida. Como alguém podia ter tanto fé em
mim, quando eu mesma não conseguia me enxergar com tal
clareza?
Meu corpo foi tomado por outra necessidade. Eu queria
sentir Edward de outra forma. Era fisicamente, sim. Era com
ele que queria casar e ter meus filhos. Foi ele, o homem que
eu amei e escolhi para ser meu primeiro. No fim das contas,
daria certo. Era só uma questão de ter mais fé que finalmente
minha sorte tinha mudado.
Enterrei meus dedos nos cabelos sedosos de Edward,
puxando seu rosto para bem próximo do meu, tocando seus
lábios com todo amor que sentia. Esperava no fundo do meu
coração que ele sentisse o quanto estava feliz, mesmo que
confusa, sobre seu pedido de casamento.
- Deixe-me te amar... – sussurrou contra meus lábios.
Seus dedos cumpridos estavam dançando no meu fecho
frontal, queimando sobre as bordas. Meu corpo inteiro estava
completamente em chamas em pouquíssimos segundos.
- Por favor... Da sua melhor maneira.
Aos poucos fui sentindo a brisa da noite bater contra
minha pele. Meus seios ficaram completamente endurecidos
assim que expostos diante o olhar negro, cheio de amor e
luxuria de Edward. Sua mão subia e descia pela minha lateral,
apertando com força minha cintura, enquanto o mesmo
sugava meu pescoço.
Tentei sacudir as pernas para tirar o sapato, mas fui
impedida com um pedido silencioso de que ele não queria. Em
pouco tempo meu vestido estava longe, só de calcinha e
sapatos, no meio do chão da sala, Edward circulou com a
língua meu mamilo e gemidos estranhos saíram da minha
boca sem que eu realmente compreendesse.
Tentei sem sucesso arranhar as costas de Edward, pelo
seu corpo estar parcialmente em cima do meu, mas encontrei
sua camisa no caminho. Frustrada, comecei a puxar, mas
estava impossível.
- Tira essa merda... – rosnei e com ele rindo, observei a
camisa voar longe. Nossos lábios se encontraram novamente
e então, desci arranhando suas costas, querendo mais, muito
mais. Edward gemeu na minha boca, fazendo seu caminho
pelo meu corpo.
Achei estar perdendo algo quando ouvi o barulho da
garrafa de vinho sendo aberta. O chão estava desconfortável,
mas realmente não iria me mover agora. Com um sorriso
perverso, o líquido frio bateu contra minha pele e antes que eu
pudesse reclamar, os lábios de Edward estavam sugando
entre meus seios, lambendo o rastro de vinho que escorria por
ali.
Uma poça se formou no meu umbigo e sentir a língua dele
sugando todo o líquido enviou minha mente para a sarjeta,
desejando que aquela língua, tivesse fazendo esses
movimentos em outro lugar, um pouco mais abaixo, sugando
o mesmo líquido que ele dizia tanto gostar. Eu amava que ele
gostasse disso.
Lendo meus pensamentos, gritei quando minha calcinha
foi rasgada e um rugido másculo irrompeu a garganta de
Edward, fazendo a sala, de repente estremecer com aquele
clima denso de desejo. Inclinada pelo apoio nos cotovelos,
arfei ao ver Edward sorrir diante meu centro, com sua
respiração quente me enlouquecendo e seus olhos verdes –
um pouco mais escuros – me fitando com uma intensidade
grande.
Uma leve mordiscada no meu clitóris me fez bater com
força no sofá e xingar um palavrão bem alto. Era uma
experiência extracorpórea. Se existia um êxtase em estar no
céu, era esse o exato momento. Seu sorriso arrogante se
propagou quando desabei sobre as costas no chão duro da
sala, com o peito arfante.
Rindo, Edward se arrastou até a mim, sussurrando o
quanto me desejava, que eu era boa, a mulher que amava...
Suas palavras estavam me fazendo deseja-lo mais ainda.
Mais que o possível. Não satisfeita, arranquei seu cinto
fazendo barulhos quando a parte metálica bateu contra minha
mesinha de centro. Sua calça e cueca desaparecem com
ajuda e logo meus lábios estavam ocupados, sendo sufocados
por um Edward faminto.
- Por favor, preciso de você. – choraminguei e mordendo
seu ombro, senti-me plena. Meu encaixe perfeito. Levando
minhas mãos para o alto da minha cabeça e entrelacei minhas
pernas na sua cintura, arranhando sua bunda propositalmente
com a parte de trás do meu sapato novo.
Edward estocou firme e bem forte, meu grito foi ouvido na
África. Meu quadril foi levantado, dando mais profundidade
aos seus movimentos. Sem controle e gemendo terrivelmente,
estava entregue ao frenesi de ser amada por ele. Ele sorriu de
forma apaixonada, talvez sentindo a forma que nossos corpos
unidos nos preenchiam completamente. Beijando-me, sorri ao
ouvi-lo dizer que me amava repetidas vezes. Eu podia
simplesmente ficar parada assistindo como meu nome
dançava em seus lábios com adoração. Meu coração iria
explodir a qualquer momento. Era muito amor para pouco
espaço.
- Oh sim... Edward eu estou...
- Vem comigo amor... Junto comigo... – falou baixo e
rouco no meu ouvido, aumentando a velocidade e não foi
preciso respirar duas vezes para minha visão ficar cheia de
pontinhos brancos, meus músculos rígidos e os lábios
descontrolados. Ele também teve sua libertação quase no
mesmo instante.
Foi forte, quente, intenso e cheio de amor. Casamento
podia ter mais disso todos os dias?
- Eu te amo.
- Eu te amo, Edward. Muito. – sorri me sentindo pesada.
Todas as emoções e pensamentos do dia estavam
começando a fazer minhas pálpebras pesadas. Edward rolou
de lado, me puxando delicadamente para seu peito. Ele
também tinha olhos fechados e um sorriso estúpido no rosto.
Então, adormeci sabendo que Edward iria me amar, mesmo
com meus fantasmas me assombrando diariamente. Era meu
lugar no mundo. Seus braços. Seu amor.

Capítulo 19

Your body is a wonderland

Uma luz insistente batia no meu olho e tentando fugir


dessa chatice que estava despertando meu sono, virei e bati
contra algo duro, fazendo meu nariz doer. Minhas pernas
estavam presas a... Edward? Abri os olhos e fitei a madeira
escura da minha mesinha de centro. Nós estávamos nus,
embolados um no outro, no chão da sala. Meu corpo estava
dolorido demais e por isso gemi quando Edward, ainda
dormindo me puxou pra si. Comecei a rir quando reparei na
sua – minha nossa – ereção matinal, totalmente exposta.
- Edward... – sussurrei sentindo minha pele melada do
vinho. Definitivamente estava nojenta! Ele não se moveu. –
Amor, acorda. Daqui a pouco Carmelita chega...
- Quê?
- Nós estamos no chão da sala, melados e nus. –
respondi rindo e ele abriu o olho em choque. O poderoso
Edward Cullen cheirando a sono, vinho e sexo.
- Eu ainda estou com sono... – resmungou enterrando o
rosto no meu pescoço.
- Vem tomar banho e voltamos a dormir. – sorri quando
ele levantou, mas eu não consegui fazer o mesmo. Meu corpo
inteiro estava dolorido. – Me carrega no colo? – pedi manhosa.
- Preguiçosa. – resmungou sonolento me erguendo sem
nenhuma dificuldade.
Eu não sentia tanto sono, mas quando água quentinha do
chuveiro bateu no meu corpo, me senti mole feito geléia.
Realmente nós precisávamos de cama, ao ponto de deitarmos
juntinhos, encolhidos pela coberta. Principalmente depois de
toda carga emocional que compartilhamos em um curto
espaço de tempo.
- Amor... – Edward estava meio dormindo, meio
acordado, estendendo a toalha pra mim, com o roupão no
outro braço. Eu quase escorreguei durante o meio segundo
que me perdi nos seus bonitos olhos verdes.
Nós nos secamos juntos e a preguiça de colocar uma
roupa, me fez deitar de roupão, com os cabelos molhados.
Edward espalmou sua mão na minha barriga, por dentro, me
esquentando um pouquinho, enquanto o sentia
completamente nu me abraçando de conchinha. Ele devia
estar muito cansado ao ponto de poucas palavras e eu estar
consideravelmente nua e disponível e simplesmente querer
dormir.
Pouco tempo depois adormeci bem pesado, sem nem me
importar com a faculdade e pelo amor de Deus, hoje era
quarta-feira! Deixei a faculdade no cantinho escuro e me
concentrei em simplesmente passar o dia com o meu
Edward... Dorminhoco.
Alguém estava me apalpando. Meu seio esquerdo
recebeu uma leve pressão, enquanto o direito estava
literalmente sendo esmagado. Lábios depositavam beijos
quentes e molhados no meu ombro e um sorriso idiota brotou
no meu rosto. Alguém acordou.
- Bom dia... – sussurrei meio rouca.
- Boa tarde. – Edward virou-me na cama. – Dorminhoca.
- Ah, eu sou a dorminhoca agora?
- Não, mas eu ao menos acordei com fome. Você também
deve estar com fome e não acordou. – sorriu beijando a
pontinha do meu nariz, meus lábios e o queixo – Se bem que
o modo que você acordou, mostra fome de outra coisa, não
é?
Oh sim, claro!
- Não. Bom, pelo menos eu sinto fome de panquecas, pão
doce, cereal e mais algumas coisinhas que eu possa comer...
– dei os ombros.
- Poxa... – fez um bico adorável e eu ri, empurrando-o de
cima de mim.
- Você tirou meu roupão?
- Ah, ele estava úmido e me atrapalhando. – deu os
ombros me puxando de volta a cama. – Nós vamos comer
aqui. Espere que eu já volto.
Quem disse que iria reclamar? Voltei para o edredom
quentinho e liguei a tevê em um filme de romance qualquer
que estava passando. Edward voltou para o quarto com uma
bandeja cheia de besteiras para um café da manhã bem
tardio. Assobiei para seu corpo parcialmente nu, apenas com
uma calça de pijama qualquer e ele riu.
- Dez por cento de comissão, garçom? – brinquei
sacudindo as sobrancelhas e ele gargalhou alto.
- Sério, pare de andar com Emmett. – pediu
estabelecendo as guloseimas no meio de nós. – Ok, vamos lá.
Tem panquecas para a futura ex-senhorita Swan.
- Hum, com calda de amarena? – sorri faminta. – Eu amo
isso... – comentei meio gemendo quando provei a panqueca
macia. Edward parou de comer e ficou com aquele olhar que
conhecia muito bem... – Volte a comer, Edward.
- Comer o quê ou quem? – riu sobre a respiração e me
contive em revirar os olhos. – Fala sério, esse filme é chato.
- Não é nada. Kevin Costner é um homem muito bonito.
É um tipo de coroa bem pegável. – respondi séria olhando
para tevê.
- Pára com isso, Bella. – Edward rosnou mudando o canal
– Além do mais, ele é cliente do banco. Vou me certificar de
vocês nunca se encontrarem.
- Não acredito Edward. – coloquei meu prato quase vazio
na bandeja. – Você vai me negar isso só porque o homem é
bonito? Eu sempre fui apaixonada por ele. Já reparou nas
suas rugas de expressão que demonstram experiência e
sabedoria? E os bonitos olhos azuis? O corpo não é torneado,
mas está bem no ponto de abate...
- Puta que pariu, Isabella. Para!
Meu corpo tremia de tão alto que gargalhava de Edward
morrendo de ciúmes de um ator que provavelmente eu nunca
iria ver na vida. E ele estava MUITO enganado se o trocasse
por Kevin. Ele pode ser bonito e experiente, mas perai
ninguém bate Edward na cama e na vida.
Edward continuou emburrado, tirando a bandeja do café
do meio da cama, levando para a mesinha de canto, enquanto
não me preocupei em parar de rir. Ele era muito fofo quando
formava aquele bico, misturado com o rosto levemente
amassado de sono, com os cabelos bagunçados. Reparei que
mesmo nua, não estava com um pingo de vergonha.
- Você deveria tomar café nua todos os dias. – sorriu me
puxando pelo tornozelo com força. Acabei batendo de costas
na cama, com ele entre minhas pernas. – É realmente uma
boa maneira de começar o dia...
- Só sirvo nua? E quando faço massagem em você antes
do café? Não serve, Edward Cullen?
Ele parou sério verificando se estava brincando ou não.
Continuei emburrada, mas ele não se enganou nem por um
segundo sequer. Ganhei um beijinho casto quando percebi
seus olhos brilharem um pouquinho mais.
- Eu quero fazer algo com você... Vou precisar da sua total
colaboração...
- O que preciso fazer?
- Apenas ficar deitada, no meio da cama e ouvir
atentamente o que tenho a dizer e fazer...
Sem entender diretamente o que ele quis dizer, me vi
completamente exposta, no meio da cama pelo olhar faminto
de Edward. Seu sorriso cresceu quando apoiei pelo cotovelo
para vê-lo e devo confessar, eu estava além do limite da
excitação só por conta do seu olhar e mistério. Pegando meu
pé com cuidado, ele levou meu tornozelo aos lábios, beijando
lentamente e roçando a ponta do meu nariz. Não é como se
nunca tivesse ficado totalmente de pernas abertas antes, mas
eu gemi por antecipação.
Então, só aí reparei o vidro de óleo quente na beirada da
cama. Tremi mordendo os lábios. A palavra comestível fez a
minha mente mergulhar de cabeça na sarjeta.
We got the afternoon
You got this room for two
One thing I've left to do
Discover me
Discovering you
Nós temos a tarde
Você tem esse quarto para dois
Só tenho uma coisa a fazer
É me descobrir
Descobrindo você
Massageando minha panturrilha esquerda lentamente,
senti o toque quente pegar fogo quando ele assoprou
delicadamente. Isso conseguia ser quente e frio ao mesmo
tempo. Lentamente fez o mesmo processo na minha
panturrilha direita, deixando rastros de fogo onde tocava. Pelo
cheiro o óleo era de canela.
- Vire-se de bruços, por favor. – pediu com a voz rouca
pingando sexo. Eu vou morrer por antecipação. – E respire
amor... Preciso que você apenas relaxe...
Obedecendo, deitei de bruços, fechando os olhos e
mordendo a boca com força para não gemer tão alto. Edward
beijou a dobra do meu joelho antes de subir com as mãos
hábeis pela minha parte interna da perna até as bochechas da
minha bunda. Um leve aperto me fez revirar os olhos.
- Você sabia que a canela é uma árvore original da Índia?
Quem se importa? Minha mente estava nublada de
desejo e o tom de voz de Edward poderia me fazer chegar ao
ápice sem toques profundos.
One mile to every inch of
Your skin like porcelain
One pair of candy lips and
Your bubblegum tongue
Uma milha para cada polegada
Da sua pele que parece porcelana
Um par de lábios doces como bala
E sua língua de chiclete
- Na mitologia grega, o deus Fênix recolhia galhos de
canela, mirra e nardo para fazer uma fogueira sagrada. –
pressionou a base das minhas costas e aquelas malditas
gordurinhas do quadril. – É considerado um símbolo grego de
aromatizante para vinhos. E alguns lugares da china e Índia.
– completou passagem os nós dos dedos no meio das costas.
Dessa vez foi impossível sufocar o gemido. Isso era tão bom.
Foda-se a informação!
And if you want love
We'll make it
Swimming a deep sea
Of blankets
Take all your big plans
And break 'em
This is bound to be a while
E se você quiser amor
Nós o faremos
Nadando um mar profundo
De cobertores
Pegue todos os seus grandes planos
E quebre-os
Isso vai demorar
- Esse tipo de óleo quente é usado na Aromaterapia como
estimulante, sedativo, aromático e digestivo. – sorriu
pressionando meu ombro, fazendo um novo caminho para a
base das minhas costas. – Também é uma boa maneira de
relaxar seu parceiro e memorizar cada pedacinho do corpo. –
sussurrou virando meu corpo de frente.
Seu sorriso era lindo e os olhos negros de desejo.
Estremeci e gemi alto quando o óleo bateu contra a área
sensível dos meus seios, e ele veio com firmeza e
sobrenaturalmente delicado, acariciando lentamente. Com o
rosto próximo, bati contra seu ombro quando ele assoprou.
Tenho quase certeza que um palavrão escapou dos meus
lábios, mas não estava muito coerente para saber.
Sua mão desceu pela minha barriga, caindo para a perna,
pulando a parte mais importante, onde eu queria
desesperadamente seu toque.
- Agora, eu conheço cada pedacinho da sua alma... –
beijou a dobra do meu cotovelo – E corpo... – sussurrou
chupando de leve a lateral do meu seio.
Vou morrer.
- Edward... – gemi sentindo meu corpo mole como geléia.
Isso relaxava mesmo.
Deitado ao meu lado, sobre o cotovelo, provavelmente
observando minhas reações, sorriu me indicando que era para
continuar a falar.
- Isso foi ótimo. Obrigada. – sorri ainda de olhos fechados.
Your body Is a wonderland
Your body is a wonder (I'll use my hands)
Your body Is a wonderland
Seu corpo é o país das maravilhas
Seu corpo é uma maravilha (Vou usar as mãos)
Seu corpo é o país das maravilhas
Como que diabos que ele sabia que precisava justamente
disso?
- Ainda tem a segunda parte, preciso que você fique aqui.
Volto em alguns minutos... – sorriu me beijando nos lábios. –
Não durma, preguiçosa.
Something 'bout the way your hair falls in your face
I love the shape you take when crawling towards the
pillowcase
You tell me where to go and
Though I might leave to find it
I'll never let your head hit the bed
Without my hand behind it
É algo sobre o jeito que seu cabelo cai sobre o seu
rosto
Amo como você fica quando engatinha em direção ao
travesseiro
Diga-me aonde devo ir e
Mesmo que eu saia para ir lá
Nunca vou deixar sua cabeça bater na cama
Sem minha mão para apará-la
Minutos em silencio, dei um grito quando fui erguida no ar
e Edward rindo que nem um idiota me colocou na banheira
com a água fria. Outro grito rompeu minha garganta.
- Vou te matar!
- Calma... – riu sentando-se atrás de mim. – Deita aqui e
relaxa... Não pensa em nada... – beijou minha nuca me
puxando para seu peito. – Só no quanto eu amo você... –
sussurrou e eu gemi sentindo sua ereção atrás de mim.
Maldito autocontrole é esse?
- Estou bem perto de perder meu controle amor... Só que
isso é apenas para que você saiba o tamanho da minha
adoração por você. – sussurrou com um tom que voz quente,
que fez meu corpo escorrer pelo ralo.
- Falei alto... – murmurei meio mole. As pontinhas dos
seus dedos cumpridos viajavam pelo meu corpo sem pudor,
tocando partes que deixavam um rastro de fogo bem maior.
Nós ficamos em silencio, apenas curtindo o efeito do
momento, enquanto ele continuava a me massagear
lentamente, arrancando gemidos e risadas dos meus lábios.
Lágrimas veio aos meus olhos quando meu coração parecia
que iria explodir de tanto amor.
- Eu te amo, Bella Swan. – beijou meu ombro
delicadamente.
- Bella Cullen. – corrigi e ele sorriu dando um beijo
barulhento na minha nuca.
- Eu te amo, Isabella Marie Swan Cullen.
.~.
Depois de mais algum momento na banheira, voltamos
para cama e estava passando um filme antigo na tevê e nós
dois lembramos o dia que ele descobriu meu gosto por
antiguidades cinematográficas. Sua surpresa e perplexidade
foi motivo de risos, lembrei também do quanto fiquei com raiva
naquele dia. Edward era irritante demais para seu próprio
bem.
- Eu quis jogar todos os cookies quentes em você. E
quando Emmett ligou dizendo que iríamos jantar juntos, eu
super quis te jogar lá de cima.
- Não jogou porque me achava lindo, gostoso,
maravilhoso...
- Arrogante, prepotente, irritante, impossível, nojento...
- Nossa, ainda assim se apaixonou por mim, é? – piscou
e acabou ganhando um beliscão na barriga. – Isso dói. Unha
de gavião.
Nós ficamos rindo até quase o filme acabar e então
começou ‘Comer, Rezar e Amar’. Chorei como uma menininha
quando ela se divorcia não que tenha algo a ver comigo, mas
pelo simples fato de um casamento acabando é triste. E ela
triste também é de quebrar o coração. No fundo, entendia o
sentimento de vazio... Cada um tem uma maneira de se
preencher.
- Edward... Não quero mais ver esse filme. – murmurei
irritada na parte da Itália.
- Por quê?
- Olha quanta comida! Eu estou com vontade de comer
pizza, ravióli, massas de tudo qualquer tipo e sabor. –
resmunguei sentando na cama e fazendo bico.
- Desejo é? – perguntou e cheguei a sentir pena da sua
esperança de estar grávida.
- Sim.
- Sério? – perguntou rindo e pulando da cama.
Está no inferno? Abrace o capeta... Como diz a pequena
Alice.
- Sério. – sorri inocente.
- Vem, tem um lugar legal que quero te levar.
Pulei em uma calça jeans, blusa de verão vermelha e uma
sapatilha porque ele disse que íamos andando. Não me
preocupei com maquiagem ou penteado diferente. Apenas
deixei meus cachos ficarem livres do jeito que Edward tinha
passado a tarde mexendo. Estava bem escuro e sorri que a
nossa bolha não permitiu que víssemos o tempo passar.
Nós caminhamos por uma linda Nova Iorque iluminada
com dois seguranças tira colo logo atrás. Até que Edward me
levou para cantina italiana que eu o deixei falando sozinho
pela primeira vez, morrendo de raiva de suas insinuações. Eu
sorri e pulei envolvendo o braço no seu pescoço para beijá-lo
com todo amor que tinha. Ele lembrava os mínimos detalhes
do nosso começo... Isso me deixava mole.
- Então, vai querer pedir algo em particular ou apenas
participar do rodízio? – perguntou quando abriu a porta pra
mim e só o cheiro me fez salivar. Algumas pessoas nos
reconheceram de imediato, mas logo voltaram aos seus
afazeres. Exceto alguns que tiravam foto descaradamente.
- Rodízio, por favor. – respondi já fitando uma mesa bem
no fundo. – Quero sentar naquela ali.
- Você parece criança em uma manhã de natal. – Edward
riu me puxando para o fundo da mesa. Acabei dando língua,
mas fiquei contente com o belíssimo copo de coca-cola bem
gelado a minha frente.
Eu comi e muito. Andei o caminho de volta pra casa
escorada em Edward, sentindo a barriga estupidamente cheia,
embora muito feliz. Fiz uma nota mental de nunca mais ver
esse filme, ou minhas calças não iriam entrar mais em mim.
Rindo de mim ele ficou até a hora que nos arrumamos para
dormir.
- Você não devia ter me deixado comer tanto... –
murmurei sonolenta.
- Meu filho não vai nascer com cara de pizza. – riu me
puxando para seu peito.
- Edward...?
- Uhn?
- Eu não estou grávida. – ri e ele me apertou.
- Eu sei. Não custava nada fingir.
- Bobo.
- Bella, quando você quer casar?
- Não sei... Que tal perto do Natal?
Do ano que vem!
- Que tal daqui a duas semanas? – sugeriu e eu ri. Pouco
depois percebi que estava falando sério. Bem sério. – Pra quê
esperar? E bom, poderemos tirar duas semanas de lua-de-mel
no lugar quente que você escolher...
- Sério mesmo?
- Sério mesmo.
- Você quer me fazer sua esposa em duas semanas de
verdade?
- De verdade.
- Ok. Eu aceito. – sorri ganhando um beijinho na testa.
.~.
- VOCÊ VAI CASAR EM DUAS SEMANAS? SABE QUE
ISSO É CONTRA REGRAS DE ETIQUETA? – Alice gritou
jogando dois quilos de revista de noiva em mim. Era domingo
e tive coragem de anunciar esse feito de Edward. Eu
sinceramente não me importava. – AI MEU DEUS! VOCÊ
ESTÁ GRÁVIDA? É ISSO?
- Não. Não estou grávida. Apenas queremos casar logo.
- O mínimo é um mês, Bella. Ninguém convida em cima
da hora.
- Eu acho isso ótimo. – rebati – Posso contar com menos
de 100 pessoas dessa lista enorme de Esme. – murmurei
secamente, ganhando um olhar maligno da minha sogra.
- Só por educação. – Esme me deu tapinhas na mão. Ela
não ia se desfazer da lista. O jeito era apelar.
- Só por educação? Eu quero um casamento só com a
gente, pode ser? Tipo, o juiz, Emmett entra comigo. Rose e
Alice minhas damas, você, Carlisle, Peter, Charlotte e Ethan
entra engatinhando com as alianças...
- Bella... É o casamento de Edward Cullen. Querida, eu te
compreendo, mas...
- Tudo bem... – bufei rabugenta. – Seja como dever ser.
- Tem certeza que não está grávida? – Alice perguntou
novamente.
- Tenho Alice. Absoluta. Eu só incorporei a Bridezilla.
- Podemos escolher o vestido agora? – Rosalie bocejou
folheando umas revistas. – Ual, olha esse...
E foi assim que ficamos enterradas no quarto de Alice
escolhendo e falando sobre meu casamento. Na terça-feira
seguinte todas as pessoas de Nova Iorque sabiam que em
menos de quinze dias seria a nova Cullen. Muitos rumores,
especulações do naipe que ameacei Edward de morte se ele
não casasse comigo e que me viram matando animais para
que isso acontecesse.
De certo era que estava correndo entre escolhas de bolo,
jantar, decoração, vestido, aparições de eventos, trabalhos na
faculdade, Edward carente, Alice pirada, meu próprio eu
cansado e ainda por cima meu nervosismo de entrar na igreja
central de Nova Iorque usando um salto de dez centímetros,
um vestido apertado e mais de dois mil pares de olhos me
analisando milimetricamente.
- O que é isso, Alice?
- Despedida de solteira! – gritou me rebocando da
faculdade para uma limusine.
- E isso implicar só ver Edward no casamento? Está
brincando comigo? – rosnei irritada e ela riu, me ignorando.
- E então, nós vamos passar a noite no Hilton – sorriu feito
gato do Alice no País das Maravilhas.
Deus me ajude.
Capítulo 20

Tonight - Parte I
Deitada, enquanto uma mulher com sentimentos ruins
relacionados à minha pessoa simplesmente depilava minha
perna, descontando sua TPM. Rosalie, como uma boa amiga
estava segurando minha mão, enquanto um bom rapaz fazia
massagem em suas costas. Alice tinha a manicure no seu pé
e Esme apenas se divertia com Ethan e Charlotte. Essa era a
minha despedida de solteira. Ficar trancada em uma enorme
suíte no hotel Hilton com as mulheres da família.
Alice disse que nós íamos descer para jantar e que ainda
assim, não teria nenhuma espécie de contato com Edward. Eu
estava fazendo meu melhor, mas tudo que mais queria nesse
momento era ficar com ele. Amanhã, nesse mesmo horário,
eu já seria a senhora Cullen. Não que isso fosse um problema,
mas estava nervosa demais para simplesmente conseguir
relaxar.
Não era por falta de amor a Edward. Talvez fosse amor
demais. Eu o amava além do que podia compreender e se ele
queria que nós fossemos um casal de acordo com a lei,
obviamente iria acatar isso. Esse não era o problema. Diabos,
eu simplesmente estava nervosa. Era o vestido de noiva, o
salto, a fome, o medo, o choro, a saudade dos meus pais que
não estariam ali compartilhando esse momento comigo.
Era grandinha e já fazia tempo que eles haviam morrido,
mas em momentos como esse, era como se faltasse algo. Eu
imagino que Charlie simplesmente estaria emocionado com
sua garotinha casando e provavelmente coçaria o bigode,
bastante nervoso em me levar ao altar. Renée estaria de um
lado ao outro, agitando os braços, discutindo com Tio Billy por
fumar perto de mim e depois choraria com sua princesa
vestida de noiva.
Se não fosse assim, ao menos gostaria que fosse. Eu
queria nesse momento, estar deitada em seu colo e ouvir seus
melhores conselhos sobre o casamento. Não me ensinando
como deve ser, apenas contando os melhores momentos e os
piores com meu pai. Abrindo pela primeira vez intimidades que
só se pode contar quando um filho é adulto. Eu compartilharia
meus medos e o tamanho do meu amor pelo noivo. Ia suspirar
dizendo o quanto estava ansiosa para ver Edward no altar.
Nós íamos rir até a madrugada e ela me colocaria para
dormir, porque uma noiva precisa estar descansada. Eu iria
argumentar dizendo o quanto meu nervosismo não deixava e
iria sentir meu interior todo tremular. E então, seria a vez do
Tio Billy vir e me dar suas melhores piadas, que ia me fazer
ter dores de barriga de tanto rir.
Eu não queria parecer ingrata. Amava os Cullen e eles
eram sim a minha família, mas é como um somar e não
substituir. Por todo amor que Esme pudesse devotar a mim,
ela era minha sogra, mãe do meu noivo e não a minha própria
mãe. Seu carinho e afeto eram lindos e Deus sabia o quanto
realmente a amava... Mas ela não era minha mãe. Essa
mancha parecia nunca sair do meu coração.
Também não queria ser amargurada e triste. Eu tinha
muitos motivos para ser feliz. Eu não era mais aquela Bella...
Reconhecia em mim uma mulher diferente. Mais madura,
brilhante, amada e realizada. Eu tinha meus estudos e coisas
que jamais sonharia em ter. Uma casa bonita, decorada,
empregados e um luxo que também não podia me dar antes.
Edward definitivamente me dava o seu mundo de bandeja. Ele
me amava ao ponto de querer compartilhar comigo tudo que
tinha. E me amava ao ponto de me deixar ser quem era,
mesmo que em certos momentos, nossa vida exigisse que
fosse um pouco mais sofisticada.
Não queria pensar que ia entrar na igreja e ter várias
pessoas me analisando. Amanhã à noite, eu estaria
exatamente onde devo estar. Com Edward. Acima de todas as
responsabilidades. Acima de todo nome e compromisso
social, nós tínhamos um compromisso um com o outro, que
era mais forte que qualquer coisa nesse mundo.
- Bella? Você ouviu o que eu disse? – Charlotte perguntou
suavemente.
- Oh, não, desculpe. – murmurei envergonhada. Eu vi um
flash de preocupação no seu rosto, mas ela era boa em
disfarçar.
- Disse que você e Edward deveriam voltar da lua-de-mel
direto para Inglaterra. Vou me certificar de deixar a casa
pronta para vocês, assim podem ficar mais alguns dias fora.
- Seria muito gentil da sua parte, Char. – sorri realmente
não me importando muito com o assunto. Era como se não
tivesse absorvido suas palavras. – Vou tomar um banho para
relaxar minha pele pós-depilação. Podemos sair para jantar
depois?
- Claro, querida. – Esme sorriu tentando me tranquilizar.
Durante meu banho quente deixei minha mente vagar.
Cerimonia fechada para trezentas pessoas. Famosas e ricas.
Eu tinha meus votos prontos e decorados, ainda assim eu os
escrevi só para o caso de segurar algo na hora que o
nervosismo me tomar. O primeiro papel ficou manchado de
lágrimas e Alice me fez o imenso favor em escrever em um
papel bonito. Coisas que só minha cunhada tinha olhos,
certamente eu subiria ao altar com o papelzinho amassado e
manchado.
O padre sugeriu que eu me confessasse antes do
casamento, mas eu nunca fui religiosa e muito menos sabia o
que dizer. Era como ir ao psicólogo? Iria pedir perdão a Deus
por ter uma vida sexual extremamente ativa antes do
casamento? Se fossemos por esse tópico, iria pedir perdão
por todas as posições que aprendi nos últimos meses ou
simplesmente por não ter nenhum tipo de restrição na cama.
Tirando espancamentos, técnicas de respiração...
Acabei ficando em silencio mesmo. Ele podia ser padre,
mas não acredito que minha intimidade iria ficar segura em
sua mente. A revista Times era bem persuasiva quando
queria. Até mesmo com padres. Não tive oportunidade se
Edward se confessou ou não, se fez, eu iria matá-lo. Com toda
certeza do universo.
- Bella, está tudo bem? – Rosalie bateu a porta e o
banheiro estava completamente embaçado de tanta fumaça.
– Bella?
- Estou bem sim... O que há?
- Tem meia hora que você está aí dentro...
- Oh... – respirei fundo, meio zonza. – Bom, estou saindo.
- Certo.
Sequei meu cabelo apenas com a toalha e puxei o roupão
e fui ao encontro delas, que já estavam prontas para o jantar.
Joguei um vestido longo pela cabeça e um par de sandálias
baixas, ignorando completamente o olhar feio de Alice em
minha direção. Eu queria Edward e ninguém ia mudar minha
mente. O que ele estava fazendo?
Se Edward fosse a algum clube de striper novamente, eu
ia ser viúva antes do tempo. Ou simplesmente Emmett
conseguiu que elas viessem até o hotel? Teria mulher na
despedida de solteiro dele? No elevador, o silêncio se
estendeu enquanto minha mente ciumenta começou a criar
cenários.
- Bella, Deus, por que você está quase chorando?
- Onde Edward está?
- Droga, Bella, quando eu disse que eles estavam se
divertindo, significa jogar cartas e fazer coisas de homens. –
Alice respondeu culpada. – Você anda muito emocional.
- Não é você que vai casar amanhã e teve menos de duas
semanas para se preparar psicologicamente. – rosnei batendo
o pé e ela foi inteligente em ficar quieta. Conselho que darei a
minha filha: Não case durante seu período de tensão pré-
menstrual.
Demetri ao me ver também não se atreveu a falar comigo.
Tinha um cara no canto tirando fotos e aquilo foi o suficiente
da noite. Sem realmente estar com fome, à culpa de
simplesmente estar estragando a noite das meninas começou
a pesar.
- Desculpem-me meninas... Eu não deveria estar tão
emburrada, mas olha isso – apontei para minha mão
tremendo. – Estou em pânico. Não sei por que. Não tenho
duvidas sobre amanhã, nem nada. Apenas estou nervosa. E
se não for uma noiva bonita? Se Edward desistir? Ai meu
Deus, ele simplesmente pode me deixar no altar.
- Bella... Respira. Você não está absorvendo o que está
falando. – Alice riu com Rosalie.
- Querida, tudo vai dar certo. Acredite no seu potencial.
Você não vai falhar. – Esme beijou-me na bochecha antes de
beber um pouco de vinho.
- Ok.
Nós começamos a comer e na metade do meu prato, elas
estavam falando animadas da minha lua-de-mel, foi realmente
o momento que eu me diverti. Suas teorias e ideias estavam
me ajudando muito a relaxar, foi então que contei a proeza do
óleo quente e as massagens eróticas que Edward fazia em
mim. Esme ficou chocada com o filho dela tendo
conhecimentos profundos demais. Eu realmente não quero
saber onde ele aprendeu cada detalhe sobre como fazer uma
mulher chegar ao orgasmo somente utilizando as mãos, sem
tocar nenhuma parte obviamente erógena.
- E a vadia era virgem até pouco tempo atrás. – Charlotte
resmungou rindo – Será que o menino Edward simplesmente
pode ensinar essas coisas a Peter?
- O quê? Não! Espero que ele apenas diga e não ensine.
– brinquei bebendo minha segunda taça de vinho. Podia sentir
meu corpo completamente mole sobre meus pés.
Então elas começaram com teorias sobre como Edward
aprendeu a fazer isso, mas minha atenção foi desviada a uma
cabeça com cabelos bronze passando do outro lado do
saguão. Era longe, mas eu conhecia aquele andar, pernas e
cabelo. A sombra enorme ao seu lado só podia ser Emmett.
Fiz-me de desentendida e fiquei vigiando de longe a confusão
de seguranças fazendo os dois andarem rápidos.
Edward estava aqui. De nenhuma maneira iria ficar aqui
sem ele.
- Meninas... Preciso ir ao banheiro. Já volto. – sorri
levantando-me
- Tome seu tempo. – Charlotte sorriu voltando a conversar
rápido com elas. Rosalie seguiu meu olhar e sorriu, vendo
Emmett de longe. Ela começou a exigir mais atenção de Alice
como nunca.
- Pra que lado eles foram? – perguntei a Demetri que me
conduziu ao elevador externo. Realmente não queria a visão
panorâmica da cidade, por isso fiquei batendo o pé quando
chegamos ao décimo andar. Ouvi a risada de Peter de longe,
na extremidade do corredor.
Ao virar a esquina vi Edward e Emmett na porta de um
quarto, com Carlisle e Peter mais atrás. Eles pareciam estar
meio alegres demais. Não bêbadas, mas alegres. Emmett
falava algo sobre Edward ser um maricas e não querer ir ao
clube de mulheres. Eu amava demais esse homem. De
fininho, deixei Demetri pra trás e fui caminhando devagar.
Edward segurava o cartão chave e quando abriu a boca para
responder, puxei o cartão de sua mão, destravando a porta e
o puxando para dentro do quarto com força.
Antes que o empurrasse em direção a porta, registrei sua
cara de choque e depois diversão quando se deu conta que a
maluca sequestradora era sua noiva, excitada. O que tinha no
vinho? Registrei também Emmett rindo e dizendo o quanto era
rápida, mas não me importei muito quando Edward me ergueu
no colo e tomou meus lábios com força. Sim, desde essa
manhã que não o via. Fazia noites que não nos tocamos
intimamente. Eu precisava demais dele.
- Adorável surpresa... – riu me deitando na cama. –
Saudades?
- Muitas... Eu realmente preciso de você... Além do que
eu posso compreender.
- Eu pensei que tivesse sido o único a sentir falta de
você... Minha vida. – beijou-me novamente já puxando a barra
do meu vestido. – Nada de roupas nesse quarto. Hoje nós
teremos o quarto dos pelados.
.~.
Acordei às cinco e meia da manhã sentindo calor.
Também pudera, Edward estava praticamente em cima de
mim. Levantei da cama de fininho, vesti muita roupa, lavei meu
rosto e escovei o dente com a escova dele mesmo. Se ele
reclamasse depois, iria responder que precisa aprender a
dividir as coisas comigo.
Procurei pelo quarto de Demetri, que abriu a porta meio
assustado com minhas batidas frenéticas.
- Eu preciso que você me leve a um lugar. – pedi
- Onde, Bella? – franziu o cenho confuso.
- Cemitério Municipal de Nova Iorque. – respondi sentindo
os olhos pinicarem com lágrimas. – É hora de dizer a Charlie
e Renée que irei me tornar uma mulher casada.
- Mas Bella... – Demetri tentou argumentar, mas ao ver à
hora novamente suspirou puxando um casaco – Vamos. Você
só terá 1 hora, ok? Não quero me submeter à fúria de Alice.
- Obrigada Tre.
.~.
Em silencio nós chegamos em menos de quinze minutos.
Foi preciso mais três seguranças conosco e tive a ligeira
sensação de que Demetri ligou para Edward. Coloquei uma
capa preta com um capuz enorme para me proteger do sereno
da manhã. Caminhando com Demetri ao meu encalço,
encontrei o tumulo dos meus pais, um do lado do outro, sem
flores, apenas com uma foto e nenhuma mensagem. Tinha
muito, mas muito tempo que não vinha aqui.
- Oi mamãe... Oi papai. – sussurrei sentando-me no chão.
– Faz tanto tempo, não é? Eu vim aqui hoje, bem cedo porque
vou me casar esta noite. Eu conheci Edward no final do ano
passado, através do seu irmão, Emmett. Nós nos odiamos no
inicio, mas se transformou em um amor intenso. Eu sei que é
ele. Sabe quando você olha para o homem ao seu lado e
simplesmente sente que é o homem da sua vida? É assim...
Nós estamos morando desde 1 mês de namoro e eu gosto de
pensar que papai ficaria louco com isso. Você o chamaria de
velho e acabariam chegando um impasse sem fim sobre esse
assunto.
Eu sei que devia ser uma filha melhor e pelo menos ter
vindo aqui trazendo flores regularmente ou conversar, mas
acho que não tive coragem. Foi muito difícil sair de casa para
simplesmente viver. Senti tanta, mas tanta falta de vocês
durante cada segundo da minha vida. Edward vem de uma
família diferente. Eles são incríveis e acho que depois que
vocês partiram, Deus ou seja lá quem, enviou pra mim. Ainda
é difícil acreditar, sabe? Eu não pude aceitar a morte de vocês
durante muito tempo... E hoje ainda dói, mas sei que posso
construir minha própria família. Um dia, para desespero de
Edward, terei lindos filhos e prometo vir aqui contar. Ele quer
ter filhos logo, e por mais que ache isso fofo, não estou
preparada para ser mãe.
Eu amo vocês. Sinto falta de vocês a cada segundo. Serei
uma boa esposa como você, mamãe. Desejem-me sorte e
saúde.
Limpei minhas lágrimas quentes com a manga do casaco
e fiquei mais um tempo, sentada ali, apenas sentindo o vento
gelado do dia amanhecendo. Ouvi passos atrás de mim e
pensei ser Demetri avisando que meu tempo tinha acabado,
mas aqueles dedos eu reconheceria em qualquer lugar.
Edward colocou umas lindas rosas brancas, que nem sabia
que ele lembrava que Renée gostava, no vaso fixo a minha
frente.
- Oi amor. – sorri quando ele me abraçou. – Então você
veio atrás da sua noiva fujona?
- Eu senti a cama fria demais... Depois Demetri me ligou.
Cheguei um pouquinho depois de vocês, mas estava te dando
um tempo sozinha com eles. – respondeu-me beijando minha
nuca.
- Estou pronta para ir agora, Edward. Quero dormir um
pouquinho antes de ter que me submeter aos tratamentos
absurdos de uma noiva.
- Tudo bem. Você se sente melhor agora?
- Sim. Estou pronta para começar a nossa família. –
respondi e ele puxou meu capuz, escondendo nossos rostos
e saímos de mãos dadas até o carro. Demetri me deu um
sorriso tranquilizador, que dizia muito, pelo menos pra mim.
Ele era meu bom amigo.
.~.
Alice me deixou dormir por mais três horas depois que
chegamos ao hotel. Foi o tempo de tomar um banho juntos e
deitamos. Ela soube me encontrar na hora que a equipe de
beleza chegou, não reclamei. Eu fugi delas, dormi com
Edward e simplesmente realizei o que queria durante minha
ultima noite de solteira. Não que eu me sentisse solteira pelos
últimos dez meses da minha vida.
- Mais feliz hoje? – perguntou-me dando um beijo
estalado na bochecha.
- Muito mais. Apesar de estar com medo. Alice me deixe
ensaiar como ando com esses saltos... Se eu pisar no vestido,
vou te matar.
- Nós já verificamos a bainha. Vai dar certinho. – Rosalie
entrou no quarto, trazendo um rapaz com uma mesa cheia de
coisas gostosas para comer. – E então, você fugiu para
comemorar a despedida de solteiro no estilo, não é?
- Quer melhor do que ter um aperitivo da lua-de-mel? –
Charlotte entrou com Ethan e Esme, rindo do meu rosto
ruborizado.
- Sim, ele me deu um grande aperitivo do que nós vamos
saborear essa noite. – pisquei
- Essa noite só se for dentro do banheiro do avião. –
Rosalie riu e tive que concordar. Edward queria simplesmente
duas semanas longe do mundo, isolado em uma ilha no Brasil,
Angra dos Reis. Pelas fotos a casa era muito bonita.
- É, bom, pelo menos eu vou dormindo daqui até lá. – ri
bocejando, meu sorriso morreu quando um puxão no meu
cabelo me fez ver que estava na posição errada. Seja longa
essa tarde. – Esme, por que você e Charlotte não nos contam
seus dias de noiva? – perguntei e pelo sorriso de Rosalie e
Alice, elas também queriam ouvir.
Eu não tinha mãe... Tinha sogra. E para passar à tarde,
por que não ouvir um pouco mais sobre a minha família? Afinal
de contas, eu tinha que ter alguns podres da minha sogra para
contar aos meus netos.
Puxa daqui, spray de não sei o quê dali, puxa de lá, vem
de cá, corre aqui, belisca isso, corre dali. Sei que meu humor
estava no status “estou nervosa e meio bêbada”.
- Esme, eu preciso comer alguma coisa. Essa quantidade
de champanhe está me fazendo ficar meio zonza. – comentei
meio rindo e meio envergonhada.
- Vou mandar subir seu almoço. – Esme riu – E nada mais
de bebida para a moça. Estava distraída e nem percebi Alice
enchendo sua taça. – comentou olhando feio para filha.
- O quê? Ela precisa relaxar... – Alice deu os ombros
batendo os pés. – Eu sei que meu irmãzinho a fez relaxar
ontem...
- Alice, querida. Ninguém quer uma noiva bêbada no altar.
E eu preciso saber andar com aquelas armas.
- Não é tão complicado assim e vamos lá, Bella, ânimo.
Você só tem mais três horas e meia como solteira. A partir do
momento que você disser sim, sua alma estará presa aos
Cullen pra sempre, como esse brasão que você usa no pulso.
Meu sorriso deve ter sido lindo, porque os que recebi de
volta foi bastante intenso também. Acho que isso era ser
família. Aturar bons momentos e os maus momentos como o
de ontem. Fiquei tranquila em saber que no dia que
engravidar, elas irão aturar a cadela que existe em mim
quando sou hormonal. A melhor parte da equação era que
hoje, Edward seria meu marido. Meu em todos os aspectos.
.~.
- Esse sinos estão tocando por minha causa? – perguntei
a Demetri, que estava no banco da frente do carro. Alice já
estava na igreja com todos os outros. Eu iria chegar sozinha...
Infelizmente. Elas quiseram ficar, mas a ordem é a noiva
chegar com sua família. E bom, Max parecia bem confortável
no banco ao meu lado.
- Sim... A Catedral sempre anuncia os casamentos... E
bom, é o casamento de Edward Cullen. – riu levemente e Max
soltou um miado preguiçoso. Ele estava tão mais gordo que o
normal.
- Eu nunca imaginei que os sinos da igreja iriam tocar pelo
meu casamento. – brinquei e tanto ele quanto Félix riram de
mim. – Se bem que eu pensei que ele tocava só em funerais
de gente importante.
- Eu tinha medo disso quando era criança. Minha avó
sempre muito católica, me fazia vir aqui entregar mantimentos
em horários que a igreja está fechada para a oração. Eu via
as estatuas de santo só iluminadas com as velas e saia
correndo. – Félix confessou rindo.
- Eu nunca fui religiosa. Nunca pisei nessa igreja.
- Que o padre não te ouça. – Demetri brincou quando
estacionamos na igreja.
Foi então que eu vi a multidão do lado de fora, os flashes,
gritos, assobios, policias, seguranças, imprensa... Comecei a
controlar minha respiração, completamente nervosa. Um suor
frio escorreu pela minha espinha, onde o espartilho apertado
me sufocava.
- Pronta para descer? – Félix perguntou amavelmente –
Eu irei te segurar, senhorita.
- Sim... E obrigada. – murmurei meio zonza. Tinha muita
gente gritando meu nome.
Quando Félix me tirou do carro, vários aplausos
explodiram com assobios de adoração. Seria para mim ou
para o Vera Wang exclusivo de última hora que Alice quase
se estapeou com a diretora do grupo que representa a marca?
De qualquer modo, virei um pouco para a multidão, que me
ovacionava intensamente e sorri sentindo meu rosto
esquentar. Eu tinha me visto como noiva e fui capaz de dizer
WOW para mim mesma e suspirar feito uma menininha.
Quis chorar, mas fiquei com medo de borrar a maquiagem
antes de chegar na igreja. Só depois que a maquiadora veio
me dizer que tudo era a prova d’água. Ainda assim, fiquei na
minha. Chorar seria inevitável.
- Hora de entrar, senhorita. – Félix sussurrou me
conduzindo as enormes portas de madeira escura da igreja.
Eu não podia ver o interior, mas ouvia as vozes. A porta se
abriu e pude ver Alice e Rose entrando na igreja, ambas com
seus vestidos de dama de honra cor de magenta.
Rosalie estava concentrada, sendo a primeira, com a
igreja inteira possivelmente de pé. Alice foi logo depois, como
se fizesse aquilo todos os dias. Seu sorriso era de cegar.
- Você é a próxima. – Demetri me conduziu até o inicio do
tapete vermelho, no centro da igreja. – Você está pronta?
- Estamos prontos. – Emmett respondeu, saindo da lateral
da igreja. – O quê? Você pensou mesmo que ia entrar
sozinha? Eu tive que fazer zerinho ou um com meu pai, mas
venci.
- Oh, meu doce Emmett. – sussurrei emocionada. Maldita
lágrimas.
- Você pensou mesmo que eu ia te deixar sozinha?
Nunca. Por coincidência você está casando com meu irmão,
mas poderia ser qualquer cara, Bells. Eu sempre vou estar
com você. – abraçou-me quando seus olhos começaram a
denunciar que ia chorar.
- Obrigada, Emmett. Eu te amo.
- Agora, vamos lá. Edward estava tendo um ataque
nervoso que você não chegava nunca, agora ele vai achar que
fugi com você.
- Emmett, não me deixe cair. – sussurrei e a música
começou – É agora.
- É agora.
Eu não olhei para a multidão de pé, vendo minha entrada.
Assim que consegui dar meus primeiros passos, Edward
estava lá, bem na minha direção, com um sorriso que minhas
pernas quiseram sair correndo e pular no seu colo, encher de
beijos e fugir para um lugar lindo, paradisíaco. Eu acho que
estava sorrindo também, porque ouvi suspiros e comentários
do tipo “olha como eles são apaixonados” e “olhe só, é um
amor jovem tão bonito”.
Pareceu uma eternidade chegar até Edward. Eu não
sabia se estava de acordo com a musica, só sabia que
apertava loucamente o braço de Emmett e lembrava de
respirar. Não queria desmaiar por falta de oxigenação no
cérebro. Pelo menos não antes de dizer sim.
- Você está maravilhosa. – Edward sussurrou quando
Emmett me entregou para Edward.
- Eu não vou hesitar em chutar sua bunda se você magoá-
la. Mesmo sendo meu irmão.
- Entendi Emmett. – Edward rosnou e Emmett foi para seu
lugar de primeiro homem rindo do aborrecimento do seu
irmão.
- Você está maravilhoso. – sussurrei quando subimos até
o altar, onde o Padre baixinho e gordinho nos esperava com
um sorriso amável no rosto. Ainda bem que ele não tinha
nenhuma mágoa em relação a minha não confissão, ou nesse
momento estaria rezando para Deus tirar os pecados da
luxuria de mim.
- Estamos hoje reunidos para celebrar mais uma união
matrimonial, pedindo a benção de Deus, para unir Edward
Anthony Masen Cullen e Isabella Marie Swan.
Durante o discurso bonito do padre, no qual eu não
prestei muita atenção por estar completamente focada no
lindo rosto de Edward. Ele me olhava com tanto carinho, que
fiquei completamente hipnotizada. Eu ia acordar e dormir ao
lado dele e ter seu sobrenome. Seria a primeira vez em nosso
relacionamento que nós finalmente seriamos iguais. Eu era
dele e ele era meu. E ponto final.
Nós ajoelhamos para a oração, que eu imaginava ser o
final. Nossas alianças foram entregues e o padre as
abençoou. Eu acho que devia vir mais a igreja, porque achei
o gesto bem bonito.
- Por favor, Isabella Swan, seus votos.
Alice veio até a mim com os olhos vermelhos de tanto
chorar e o nariz inchado, me entregando o papel. O Padre
ainda segurava nossas alianças e um coroinha veio me ajudar
com o microfone.
- Edward Anthony Cullen. Antes de você, a vida era um
céu sem estrelas. Uma noite sem lua. Eu nunca achei que
fosse encontrar o amor, na verdade, eu não sabia que amor
ainda existia de uma forma tão poderosa ou que pelo menos
eu teria o direito de sentir. Quando nós conhecemos, tudo que
mais quis foi te odiar e toda vez que nós brigávamos ou
fazíamos coisas que resultavam em discussões, eu queria
desesperadamente não te ver mais. E então, no dia seguinte,
lá estávamos nós, perto um do outro. Eu disse a mim mesma,
que não podia sentir nada por você, mas sempre que sorria
perto de mim ou me irritava, meu coração parecia que ia
explodir. – solucei e Edward me entregou um lenço, inebriado
com seu perfume. – E então, lá estávamos nós. Apaixonados.
Tão diferentes, unidos por um amor estranho. Antes de você,
eu não tinha muitas certezas ou convicções, mas hoje, eu
tenho certeza que você é o homem da minha vida e tenho
plena convicção de que vou te amar por todos os dias da
minha vida.
- Muito bonito, Isabella. – o padre sorriu e Edward estava
chorando, sorrindo pra mim movendo os lábios dizendo que
me amava. Eu queria beijá-lo, mas ainda não podia. – Edward
Anthony, sua vez, por favor.
- Bella, você é o maior presente que Emmett já me deu
na vida. Nem quando ele me levou pela primeira vez no
parque aquático. – brincou, mas seu tom de voz entregou o
nervosismo estridente. – Quando eu te vi pela primeira vez eu
pensei que não existia mulher mais bonita que você, no mundo
inteiro. E quando você gritou comigo pela primeira vez eu
pensei que não existia baixinha mais petulante que você.
Ninguém nunca me contraria ou grita e você chegou, indo
contra a tudo que eu tinha ou pensava que tinha. Foi então o
seu sorriso me mostrou a vida de verdade... A vida no qual
você é homem e precisa de uma mulher do seu lado. De um
bom dia carinhoso, um sorriso tranquilizador, um abraço
amoroso... Nós éramos tão diferentes, mas você me fez
enxergar o valor da família, dos amigos e magia de viver cada
segundo ao lado de quem nos ama. Você veio como um sopro
de ar puro. Como se estivesse me afogando e me salvasse.
Eu prometo te amar mais ainda por todos os dias da minha
vida.
- Isabella Marie Swan, você aceita ser esposa de Edward
Anthony Masen Cullen?
- Sim. – sussurrei com a voz embargada, apertando a
mão de Edward desesperadamente.
Respirar. Respire, Bella. Respirar. Estou sem ar. Esse
homem não quer ter esposa pelo resto da sua vida dizendo
coisas como essas... Eu não registrei o que o padre falou,
entre as lágrimas embaçadas, Edward estava colocando a
aliança de Elizabeth Masen em mim. Esme devia estar
entrando em estado de choque com a aliança da sua mãe no
meu dedo.
- Edward Anthony Cullen, aceita ser esposo de Isabella
Marie Swan?
- Sim.
Chegou a minha vez de simplesmente tremer como uma
vara verde em dia de tempestade, deslizar a grossa aliança
do seu avô.
- Pelo poder declarado em mim, através da santa amada
igreja do Senhor, eu vos declaro marido e mulher, na
competência de permanecerem fiéis um ao outro, amando na
saúde, na doença, na tristeza e na alegria, na pobreza e na
riqueza. Que a igreja do Senhor fique de pé e Edward... Pode
beijar a noiva.
Finalmente!

Capítulo 21

Tonight - Parte II
Tonight - The Calling
Edward veio rindo pra cima de mim, me puxando pela
cintura, arrancando gargalhadas da platéia, mas o beijo foi
terno, cheio de carinho e paixão. Meu coração batia no ouvido.
- Senhora Cullen, devo dizer que você está gostosa pra
caralho nesse vestido e quero te levar para lua-de-mel agora.
– Edward sussurrou no meu ouvido.
- Edward! – ofeguei sentindo minhas pernas tremerem –
Nós estamos dentro da igreja! – sussurrei frenética e ele riu –
E além do mais, você me fez escolher uma festa de
casamento em duas semanas, sinto muito, mas eu vou ficar.
- Mal casamos e já começamos a discordar? – brincou se
afastando de mim um pouco.
- Você disse sim, Edward. Sinto muito. – dei língua
- Preparada para sua festa, Senhora Cullen? – Emmett
brincou ao passar por nós, na sua vez de sair do altar.
- Com toda certeza que sim. – sorri agarrando a mão de
Edward, que me ajudava com os degraus que não reparei que
existia. Como eu vim parar aqui em cima?
Eu não imaginava que a cor rosa poderia ficar bonita em
uma decoração de casamento, mas ouvir pessoas mais velhas
é um grande jogo. Santa Esme Cullen da minha vida que
escolheu esse tema. Minha festa estava absurdamente linda.
E cheia. Não que estivesse faltando espaço, mas o salão do
hotel Hilton era um dos maiores da cidade. Isso significava que
noventa por cento da festa era composta por gente que eu não
conhecia.
Edward não me soltou um segundo sequer e meu sorriso
estava ficando cansado de simplesmente cumprimentar
pessoas. E a fome? Meu pé implorava por trinta segundos de
descanso e não parava de chegar gente.
- Amor, eu preciso sentar um pouquinho. – sussurrei no
ouvido de Edward. – E estou com fome.
- Vem comigo... Vamos comer antes que Alice apareça
para a troca do vestido.
- Eu gostei tanto desse. – murmurei enquanto ele me
rebocava pelo salão, para sentar na mesa dos noivos.
- Eu também, apesar de que sempre vou preferir você
nua. – comentou e eu engasguei com a saliva. O que deu
nesse homem hoje? Parece que está à meses sem sexo.
- Ok. Obrigada, eu acho. – provoquei fingindo estar
magoada. Edward parou e virou na mesma hora para ver meu
rosto. – Brincadeirinha. – sorri e ele voltou a andar – Apesar
do quê, calça social não faz jus a sua bunda. Eu realmente
gosto da maneira que ela é redonda e durinha. Principalmente
quando você usa calça baixa e aparece a ponta da sua cueca.
- Agora eu estou assustado, Bella Cullen. – ofegou
fingindo choque.
- O quê? Eu acho você lindo de jeans. – deu os ombros
quando ele puxou a cadeira para que pudesse sentar. – E sem
ele também.
- Tem certeza que a gente não pode pular a festa? –
perguntou baixo.
- Não. – inclinei-me para dar-lhe um beijo e acabei
acidentalmente bem propositalmente passei a mão por seu
eixo, dando um pouquinho de pressão. Edward gemeu baixo
na minha boca. – Eu quero aproveitar a festa.
- Jezabel. – rosnou e eu ofeguei dando um tapa nele.
- Satanás. Nós acabamos de sair da igreja, vou pedir um
pouquinho de água benta.
- Bella, vamos mudar o foco. Ou eu te jogo sobre os
ombros e vamos embora agora. – sorriu abertamente, como
criança fazendo traquinagem.
- Certo, a noiva sente fome, você como marido, precisa
providenciar comida pra mim.
Edward apenas riu e logo depois fomos servidos com o
jantar, nossa família se juntou a nós e tenho certeza que a
mesa era a mais animada e também a mais observada. Nós
tiramos inúmeras fotos e com o decorrer, passei achar
divertido ter meu dia de glamour. Ano que vem poderia casar
novamente, como a Eva Longoria e fazer três tipos de lua-de-
mel como a Kim Kardashian.
Alice me puxou para trocar de roupa antes da dança
oficial com a família. Foi engraçado vestir aquela cinta-liga
com um monte de mãos em mim. Eu tinha um sorriso idiota
com as meninas rendendo elogios aos votos de Edward.
Rosalie e Charlotte estavam em um mar de chorar por tudo. A
troca de roupa rápida virou troca de comadre dentro do quarto.
Meu cabelo que antes estava preso no alto, desceu em
uma longa trança embutida com fios soltos, dando-me dor de
cabeça. Quando voltei, Edward estava sem o paletó do
smoking, me aguardando no meio da pista de dança. A música
escolhida foi So Close, de Jon Mclaughlin, como a nossa
primeira dança no baile de gala do natal.

You're in my arms
And all the world is calm
The music playing on for only two
So close together
And when I'm with you
So close to feeling alive
Você está em meus braços
E o mundo todo está calmo
A música está tocando apenas para nós dois
Tão perto juntos
E quando estou com você
Tão perto de me sentir vivo
(Trecho da música So Close – Jon Mclaughli, música
tema do capítulo cinco da primeira temporada).
Eu chorei novamente nos braços de Edward. Foi como
um dejavu. Só que dessa vez não era nenhum dos dois sem
coragem de dizer o quanto nos amamos. Não havia nenhuma
mentira da minha parte ou o simples medo de assumir em voz
alta que ele era muito mais que irmão de Emmett. Era o cara
que tinha feito meu coração bater depois de tanto tempo. Eu
não ia fugir dele. Nós estávamos ali, dançando e provando que
tínhamos superado. Sim, sem sombras de duvidas foi a dança
mais intensa da minha vida.
- Eu te amo.
- Eu te amo, minha vida.
Quando não havia mais lágrimas em mim, Carlisle me
puxou para uma dança paternal, nós ganhamos aplausos e
meu coração ia explodir com muita emoção para o dia. Depois
foi a vez de Emmett e por fim, Peter. Então, improvisei abrindo
um caminho pela festa, caçando meu companheiro de todos
os dias. Demetri. Edward foi para o outro lado tirar Carmelita
de seu marido.
- Não, eu não sei dançar. – Demetri recuou
- Você parece um armário. Tem quase dois metros de
altura e pesa três vezes mais do que eu, acredite, eu posso te
rebocar até essa pista de dança. – ameacei e rindo, aceitou
vir dançar comigo.
Edward rodava Carmelita como dois grandes bailarinos,
ela ria envergonhada com as pessoas bem atentas aos seus
passos. Só que nesse momento importante para nós dois, eles
não poderiam faltar. Ela por me alimentar e bem, quando
simplesmente esqueço-me de sair do escritório estudando
feito uma louca pela faculdade. Ele por me proteger, estar
atento aos meus passos por não me deixar cair, por almoçar
comigo e me ajudar com coisas tecnológicas que não entendo.
O exemplo maior é ligar o aquecedor e a televisão.
Não adianta dizer que eles eram funcionários. Sim, eram,
mas ver Edward reconhecendo em Carmelita o amor que ela
dedicava ao nosso lar foi como ganhar na loteria. Existe muito
mais que um salário. Existe comprometimento e dedicação.
Isso dinheiro não paga.
Demos as mãos novamente e rodamos pela festa, tirando
fotos com convidados, aceitando felicitações, conversando um
pouco e rindo horrores de algumas pessoas. Claro que eles
não sabiam que Edward estava fazendo comentários antes de
sorrir para alguém.
A pista de dança esquentou e monstrinho do meu marido
sorriu diabolicamente me puxando na direção da pista. Uma
batida começou e Edward colocou meu corpo ao dele
bruscamente. O ar se cortou quando bati contra seu peito.
Lentamente desceu as suas grandes mãos pela lateral do meu
corpo e parou no quadril, com os dedos espalmados na minha
bunda.
(Música Tonight (I’m Fucking you)
I know you want me
I made it obvious that I want you too
So put it on me
Let's remove the space between me and you
Now rock your body (oooh)
Damn I like the way that you move
So give it to me (oooo oooh)
'Cause I already know what you wanna do
Eu sei que você me quer
Quero dizer, é óbvio que eu quero você também
Então, coloca em mim
Vamos remover o espaço entre mim e você
Agora balance seu corpo (oooh)
Caramba eu gosto do jeito que você se move
Então dê para mim (oooh oooo)
Porque eu já sei o que você quer fazer
Ai meu Deus do céu.
Ofeguei com sua voz pingando a sexo cantando baixo no
meu ouvido. Suas mãos no meu quadril praticamente me
obrigavam a mover no mesmo ritmo e como diabos Edward
conhece esse tipo de música? Nós realmente podemos pular
o fim da festa e correr para a lua-de-mel.
But tonight I'm fucking you
Oh Oh, you know
That tonight I'm fucking you
Oh Oh, you know
That tonight I'm fucking you
Oh Oh, you know
That tonight I'm fucking you
Oh Oh, you know
Mas hoje eu vou foder você
Oh Oh, você sabe
Essa noite eu vou foder você
Oh Oh, você sabe
Essa noite eu vou foder você
Oh Oh, você sabe
Essa noite eu vou foder você
Oh Oh, você sabe
Ar. Eu gemi no ouvido de Edward fazendo-o apertar mais
ainda em seus braços. Alguém estava animado e eu ia matá-
lo, porque minhas pernas eram gelatinas e eu estava excitada
além do que podia. Resolvi entrar no clima quando ouvi a
segunda parte da musica dizendo exatamente o que eu queria
que ele fizesse comigo. Virei de costas e entrelacei seus
braços no meu corpo.
Tonight I'm gonna do
Everything that I want with you
Everythin that you need
Everything that you want I wanna honey
I wanna stunt with you
From the window
To the wall
Gonna give you, my all
Winter and summertime
When I get you on the springs
Imma make you fall
You got that body
That make me wanna get on the boat
Just to see you dance
And I love the way you shake that ass
Turn around and let me see them pants
You stuck with me
I'm stuck with you
Lets find something to do
Please, excuse me,
I don’t mean to be rude
Hoje à noite eu vou fazer
Tudo o que eu quero com você
Tudo que você precisa
Tudo o que você quiser, eu quero, querida
Eu quero fazer acrobacias com você
Da janela
Para a parede
Vou te dar, meu tudo
Inverno e Verão
Quando eu te pegar nas molas
Eu vou fazer você cair
Você tem esse corpo
Que me faz querer entrar no barco
Só pra ver você dançar
E eu amo o jeito que você mexe a bunda
Vire-se e deixe-me vê-los arquejar
Você se prendeu a mim
Eu estou preso em você
Vamos encontrar algo para fazer
Por favor, desculpe-me,
Eu não quero ser rude
Rosalie me deu uma piscadela maliciosa foi quando a
ficha caiu. Eu estava literalmente dançando uma verdadeira
putaria na frente da “high society” de Nova Iorque. Para meu
alívio a música acabou, começando outra do Pittbul, dei um
jeito de sair de lá antes que arrancasse a roupa de Edward
sem processar o que estava fazendo.
- Edward, você me paga. Com juros e correção
monetária. – rosnei no seu ouvido.
- Baby, sou dono de um banco, eu sei bem do que está
falando. – respondeu passando a mão na minha bunda.
Onde fui amarrar meu burro?
Logo depois nós partimos o bolo, mas eu disse que se ele
me sujasse, ia experimentar o que é uma lua-de-mel sem
sexo. Não estava brincando. Então nós jogamos a liga
diretamente em Peter, Ethan, coitado, puxou da mão do pai
sem saber o que era e isso arrancou risadas do público. O
buquê caiu nas mãos de alguém que eu não conhecia, então,
não importava muito.
- Pronta para encarar uma longa viagem de lua-de-mel,
Senhora Cullen? – Esme perguntou me puxando para longe
de Edward. – Não me olhe assim, querida. Se você e Edward
se trancarem em um quarto de hotel agora, irão passar duas
semanas lá dentro.
- Vocês são um saco juntos – Rosalie me empurrou para
dentro do elevador.
- Olha quem fala... “A senhorita pulo em cima de Emmett
quando estou só”. – debochei e ela apenas riu, dando os
ombros.
Tomei um banho longo, colocando um vestido justo, azul
com um cinto fino preto, marcando bem minha cintura e
apenas um sapato preto, que assim que pisasse no avião, iria
jogar pela janela. Nossas malas já estavam prontas desde
quinta-feira e Demetri tinha ficado encarregado de despachar
para o avião hoje, no horário que estivéssemos chegando lá.
O adeus foi à parte mais engraçada. Emmett e Peter
resolveram dar conselhos a Edward sobre o que fazer na lua-
de-mel e que eu jogasse fora todos os jogos de tabuleiro da
casa, porque Edward não poderia ficar tentado a ficar
brincando. Meu marido era nerd, mas completamente bom de
cama. Ufa, meu marido. Gostei de como isso soou. Meu
marido.
Meu marido.
- Que sorriso lindo é esse? – Edward perguntou no carro
para o aeroporto.
- Meu marido. – sorri entregando meu pensamento.
- Sim, seu marido minha esposa.
.~.
Eu dormi a viagem toda. Primeiro pelo meu famoso enjôo
dentro do avião e também pelo cansaço. Nossa festa tinha
sido um sucesso, mas foi relaxar que senti o peso das
atividades. Dez horas de viagem, chegamos ao Rio de Janeiro
e já tinha um carro particular nos esperando. Demetri foi à
frente, colocando nossas malas no carro com Edward. Eu me
mantive sã o suficiente para manter os olhos abertos. Demetri
não ia ficar conosco na Ilha e sim se certificar que ninguém
chegasse perto dela.
Estava quente como o inferno do lado de fora. Eu quase
beijei o motorista quando ele ligou o ar e deu partida no carro.
Meu estômago também reclamava de fome.
- Nós vamos parar para almoçar em um restaurante perto
do deck, ok? – Edward sussurrou no meu ouvido quando deitei
no seu ombro.
- Oh, sim, por favor.
- Você gosta de peixe? Uma vez eu e Emmett almoçamos
aqui e o acompanhamento deles com molho de camarão é
algo inesquecível.
- Eu gosto de peixe sim, apesar de não comer muito por
não saber fazer.
- Carmelita esses dias apostou comigo que você não
gostava. Ela disse que você não comeu o que ela fez.
- Eu não lembro. Quando estou concentrada nos cálculos,
eu nunca como direito. Ela também volta a cada 10 minutos
com algo para comer.
- Não conte a Emmett que viemos aqui. Ele pode ficar
magoado. – brincou beijando meu nariz.
- Eu amo lugares quentes, mas isso aqui parece o inferno.
– comentei vendo o sol bater forte em uma avenida que
passamos. – Edward, isso são as favelas?
- Oh sim. Quer um tour? – brincou – Michael Jackson fez
um clipe em alguma dessas, não sei qual. – deu os ombros.
- Não sou fã do Michael Jackson. E como você costuma
dizer, ele morreu mesmo.
- Você fica com um humor negro com fome...
- Ai Deus, esperou casar para contar meus defeitos? –
provoquei cutucando suas costelas.
- Nunca é tarde demais.
.~.
Nós almoçamos, mas estávamos cansados, demais. Eu
gostei de não ter nenhum paparazzi por perto, pelo menos
visível. Edward disse que ainda tínhamos uma viagem de
barco e realmente me preocupei em ficar enjoada. Perdi a
fome e o peixe estava maravilhoso, mas a vergonha de
vomitar nos primeiros instantes da sua lua-de-mel falou mais
alto. Edward ficou triste achando ter escolhido mal o
restaurante.
- Amor... Não é sua culpa. Eu perdi a fome. Gostei do
peixe, eu juro!
- Por que você perdeu a fome? Está tudo bem? Ainda
está enjoada do avião?
- Não... É que eu estou com um pequeno receio.
- Que receio?
- De enjoar no barco. Eu nunca andei de barco antes –
murmurei envergonhada, fitando o chão decorado do asfalto.
Merda custava ele simplesmente aceitar que não estava mais
com fome e ponto final?
- Amor, olha pra mim. – Edward pediu docemente. – Por
favor.
- Não estou muito inclinada no momento porque estou
com vergonha.
Adeus filtro verbal.
- Baby, você não precisa ter vergonha, amor, por favor,
olha pra mim. – levantei o olhar quando Edward tocou minha
mão. – Vamos embora agora e isso é normal... Bom, você
enjoa em qualquer veículo. Quando fizemos aquele passeio
você também enjoou, lembra?
Sim, quando fomos passear no seu bonito Austin e eu
fiquei zonza com Edward a quase 200km por hora nos
arredores da cidade. Também pudera. O sorriso de Edward
denunciou que ele achava que era outra coisa.
- Edward, eu tomei a injeção antes de vir pra cá,
regularmente, como todos os meses. Eu não estou grávida. –
sorri e o dele morreu um pouco.
Eu me senti mal, porque ele queria tanto um filho, mas e
a minha faculdade onde ficaria nisso? Ter um bebê e estudar.
Não, não era à hora. Edward simplesmente estava
acostumado a ter tudo na hora que queria, mas era de uma
vida que estávamos falando.
- Edward, eu me sinto horrível toda vez que tenho de
lembrar que não estou grávida. Eu não quero ser a má em
cortar seu barato... – murmurei angustiada.
- De fato eu quero muito um filho, mas eu simplesmente
vou esperar o seu tempo. – ajoelhou a minha frente – Eu
entendo todos seus motivos, mas seu marido tem a tendência
de ser insistente e ansioso.
- Oh, eu sei. – ri envolvendo os braços no seu pescoço e
beijando-o com todo meu amor. – Vamos começar nossa lua-
de-mel agora e vê se treina bastante, porque quando
suspender o remédio, quero engravidar no dia seguinte.
- Bobinha. – Edward apertou meu nariz – Eu vou
engravidar você. Pode ter certeza absoluta disso e só de
sacanagem, espero ser durante o período que está tomando
remédio. Aí não existirá pessoa mais foda no mundo.
- Amor, chama seu ego, ele está batendo no pé de Deus
agora. Não vai caber no carro.
- Engraçadinha.
Edward prometeu que a viagem de barco ia ser rápida e
foi. Não deu tempo de ficar muito enjoada. A ilha era linda,
longe, com uma praia bem ao lado, água cristalina e um
caminho entre algumas árvores altas. Eu podia ver
parcialmente a casa. E ela era enorme. Dei um grito quando
Edward me pegou no colo, no estilo noiva. Estava tão distraída
que simplesmente me assustei. Demetri estava rindo atrás de
nós, puxando algumas malas com o rapaz que conduziu o
barco.
Eu não os vi ir embora, porque meu marido (ah, meu
marido) estava me levando diretamente para o quarto, sem
preocupar com nada ou simplesmente me deixar ver a casa.
- Edward? Isso tudo é pressa? – brinquei apertando seu
pescoço.
- Não estou com pressa. Querida, estou com mais de
treze horas com um tesão reprimido querendo arrancar sua
roupa, por favor, dê um pouco de crédito. – brincou
debochando.
- Sério. Tesão... Reprimido. – remendei fazendo força
para pular do seu colo. Quando tive sucesso, sai correndo em
direção a primeira porta que eu vi – Desculpa, amor, eu
preciso de um banho.
Antes que chegasse a porta, fui erguida no ar novamente,
com Edward ofegante de tanto rir da minha corridinha
desajeitada. Ele me jogou no meio da cama e acabei quicando
rindo horrores.
- É sério, eu preciso de um banho. – ri quando rolando
debaixo dele.
- Não estou disposto a deixar você ir. – rosnou rasgando
a lateral do meu vestido.
- EDWARD! Eu gostava dele.
- Só comprar outro. – terminou de rasgar a lateral toda,
tirando todo o pano de cima de mim. – Agora sim, querida
esposa, bem vinda a sua lua-de-mel.
Tonight, I got you where I want you. Closer I can tell you
anything,You're the song that I sing.
Esta noite... Eu tenho você onde eu te quero. Mais
perto eu posso te falar qualquer coisa. Você é a música
que eu canto

Capítulo 22

Better Together
Calor. Depois de Edward devidamente destruir minha
roupa, nós tomamos um banho juntos e quase adormecemos
embaixo do chuveiro. E o banheiro era enorme. Ainda tinha
como abrir a porta de correr de vidro e tomar banho
diretamente para um jardim de inverno lindo. Ele era todo
decorado com mármores rústicos e lisos. E estava seriamente
desconfiada que a torneira de dourada era de ouro. O sol no
meu rosto me dizia estar amanhecendo e eu estava com fome.
Virei-me de lado sentindo meu corpo doer com as
atividades da noite anterior. Não que eu estivesse
reclamando, mas Edward começou seu papel de marido muito
bem. Particularmente, me fazendo chegar ao ápice cinco
vezes seguido. Quase sem tempo de descanso. Eu não sei o
que deu nele, porque depois de uma viagem longa, as
semanas exaustivas antes do casamento, o calor e o sono
mesmo. Novo coelhinho da duracel.
Edward ainda estava dormindo. Com a respiração
pesada e tudo. Ele se recusou a me deixar colocar uma roupa
na hora de dormir e também estava nu. Era engraçado seu
comportamento adolescente com hormônios em fúria. Antes
de dormimos mesmo, ele me abraçou de conchinha,
colocando a mão na minha barriga. Meu coração doeu. Eu
quase (disse quase) me arrependi de ter tomado remédios
antes de vir pra cá. Só que ainda não era tempo para um bebê.
Eu queria curtir mais nós dois e me sentir pronta para
aumentar a família...
Meus sentimentos ainda eram confusos relacionados a
isso. Ao mesmo tempo em que queria realizar o desejo dele,
tinha muito medo de não ser o momento. Além de sermos
recém-casados, nós não tínhamos nem 1 ano juntos, eu não
tinha terminado a faculdade, o nosso apartamento apesar de
grande, só tinha mais um quarto de hospedes e tenho a ligeira
sensação de que quero engravidar perto de Esme. Não sei,
talvez em uma casa em Long Island.
Então conclui que por mais fofo esse desejo fosse,
alguém tinha que ter o pé no chão no nosso relacionamento.
Edward tinha três tipos de aviões diferentes e cinco carros
importados na garagem. Ele seriamente não era normal. Meu
estomago roncou alto e agradeci por ele estar dormindo
pesado ou iria morrer de vergonha. A ultima coisa que comi foi
aquele maravilhoso peixe não aproveitado. O restaurante não
era chique. Era aconchegante. Com jeitinho de beira-mar.
Pulei da cama e abri minha mala. Algumas coisas caíram
no chão e ele nem se mexeu com o barulho. Revirando minhas
roupas intimas e percebi que só tinha cinta-liga, calcinhas de
renda, corpetes, camisolas transparentes, chicote? E ainda
tinha um bilhete abusado da pessoa que mexeu nas minhas
coisas.
“Você seriamente iria levar calcinha de algodão para sua
lua-de-mel? Aproveite os meus presentes de casamento. Com
amor, Rosalie Hale”
Fui direto à caixa que estava escrito “sex toy” e tive medo.
Temi pela minha não inocência. Ou o que tinha sobrado dela.
Destampando eu encontrei uma caixinha de revolvimento
francês, vibrador ovo, pinças, gel aquecedor, bolinhas
explosivas... Eu tive a ligeira sensação do que seria usar cada
uma daquelas coisas. Exceto as pinças porque aquilo devia
doer como um inferno. E seriamente não vi uso do vibrador.
Se eu tinha Edward daquele tamanho nada modesto, pra quê
um vibrador? Eu nunca tinha usado nada aquilo e fiquei bem
curiosa. Só que não ia contar isso a Edward. Escondido na
mala voltaria pra casa intacto.
Eu tinha que estar bêbada para propor algo do tipo.
Puxei uma camiseta da mala dele e guardei a caixa no
fundo das minhas roupas. Ele raramente mexia nas minhas
coisas e também ficaria de olho. Fui para cozinha pensando
se deveria bater em Rosalie por isso ou aprontar alguma coisa
do mesmo nível. A questão que ela e Emmett eram muito
abertos a várias coisas no aspecto sexual, seria quase
impossível constrange-la.
Deixei de lado o pensamento quando encontrei a
geladeira cheia. A dispensa também. Edward planejou uma
lua-de-mel quente. Com praia e sexo. Tem mais quente que
isso? Como será que um revolvedor francês era... Bella! Gritei
mentalmente. Não ia pensar nisso.
Tirei ovos, bacons, suco de laranja e procurei por um saco
de pão de forma para fazer torrada douradas com manteiga
brasileira. Bom, eu tinha comido uma dessas. Lá era
absurdamente caro. A cozinha era enorme, o suficiente para
me irritar esquecendo coisas no outro balcão. E também tinha
duas portas. A da frente dava para o caminho da praia e a de
trás para o jardim, que imaginei ser o mesmo do banheiro.
O relógio apontava ser oito horas da manhã e estava
quente. Abri uma das portas para ouvir melhor o quebra mar.
Quase ri da ironia de acordar com sons de buzinas e
xingamentos em Nova Iorque. Aqui era o paraíso. Cheiro de
ovo com bacon acordou Edward. Ele apareceu só de cueca,
sonolento, vindo me beijar com gostinho de creme dental.
- Bom dia meu amor. – sorri ficando na ponta dos pés
para beijá-lo
- Bom dia minha vida. – beijou meu ombro, pescoço,
bochecha, nariz, testa, outra bochecha, outro lado do
pescoço, outro ombro e depois a boca, novamente. – Cheira
maravilhoso. Por que não me acordou?
- Acredite. Eu tentei. – sorri lembrando os barulhos
ruidosos cada vez que descobria algo na caixinha de pandora.
Meu rosto esquentou de vergonha. – De qualquer modo, me
ajude com as torradas.
- Por que você está vermelha?
- Nada. É o calor. É bom, não é? – desviei o assunto
entregando o saco de pão.
- Bella?
- Eu quero quatro torradas, por favor. Realmente sinto
fome e o ovo está quase pronto. – comentei tirando alguns
copos do armário alto e ainda de olho nos ovos estalando.
Para minha surpresa ele deixou o assunto de lado e
terminamos de preparar o café em silencio. Passei por ele
dando um beijo estalado no meio das suas costas e ganhei de
brinde um tapa na bunda. Forte.
- Isso dói.
- Eu sei.
Comecei a comer fingindo ignorar seus comentários
sobre o dia. Acabei comendo também parte das suas torradas
só para provocar. Fiquei cheia demais, embora feliz quando
ele distraído, foi procurar e não tinha mais. Dei meu melhor
sorriso inocente e levantei da mesa, mas ao virar para ir
embora, ganhei outro tapa. Imbecil. Sua gargalhada me
perseguiu até o quarto, só morreu quando mandei lavar a
louça do café. Vesti o biquíni (ou tapa sexo, porque era
pequeno demais) correndo e puxei duas toalhas, abri a porta
do quarto sentindo a areia quentinha e fui para a beira sem
esperá-lo.
Eu ia provocar algumas brigas que pudessem ser
compensadas de outras maneiras.
Deitei na toalha depois de colocar o pé na água. Não era
tão quente, mas também não era fria. O calor que estava
fazendo era bem razoável para entrar. Lembrei que esqueci o
protetor solar dentro do quarto, estava no nécessaire de
Edward. Fiquei com preguiça de voltar, fechei os olhos e deixei
o sol. Ah, o sol.
- Estou me sentindo traído. – Edward provocou
ajoelhando no meu pé, abrindo minhas pernas
descaradamente e deitando em cima de mim, beijando o vão
entre meus seios e depois cada um. Eu gemi quando percebi
que ele estava de sunga. – Se bem que você fez isso de
proposito, não fez?
- Fiz o quê? Só vim aproveitar o sol a dez passos de casa.
- Sei, Isabella. Eu te conheço, engraçadinha. – fez
cosquinhas, mas desistiu para me beijar. – Quer dar um
mergulho?
- Quero ficar mais quente. – dei os ombros. Um sorriso
diabólico iluminou seu rosto.
- Você quer ficar mais quente, é? – sorriu torto com os
dedos brincando com a borda da minha calcinha. Suspendi
minha respiração e o empurrei de cima de mim. Ele pensa que
é esperto.
- Sim, pelo sol. – respondi minimamente virando o rosto
para o céu, tentando conter o sorriso que queria brotar no meu
rosto. A feição dele de incredulidade estava cômica.
- Ok.
- Ok. – suspirei – Amor? Alguém pode nos ver?
- Não. Só tem mar ao nosso redor, por quê?
Não respondi e tirei a parte de cima do biquíni, jogando
em cima dele propositalmente. Ouvi sua respiração pesada,
mas continuei de olhos fechados pegando sol. Depois de um
tempo, o que me pareceu ser uma eternidade, abri os olhos
para encontrar Edward deitado de lado, sobre o cotovelo,
apenas me olhando. Seu olhar era quente e só de imaginar o
que estava passando na mente dele, meu corpo se arrepiou
por inteiro. Edward riu olhando para meus seios traidores.
- O que foi? – perguntei timidamente quando o silencio se
estendeu.
- Nada. Só estou pensando no quanto você é linda e
minha. – sorriu torto
- Hum, esse é um bom pensamento. – brinquei virando de
lado para acariciar seu rosto – Eu te amo, meu marido.
- Pequena provocadora, vem aqui. – rosnou rolando pra
cima de mim, beijando meu pescoço, descendo sobre minha
clavícula e indo em direção aos meus seios desnudos. Só o
roçar da ponta do seu nariz no bico dos meus seios, um
gemido de antecipação escapou dos meus lábios, fazendo
meu arrogante rir.
Cravei minhas unhas em suas costas e seu gemido rouco
me fez enlouquecer.
- Amor... Vamos mergulhar agora...
- Sério? Agora que eu realmente vou te esquentar? –
sussurrou jogando minha calcinha do biquíni para o lado e
penetrando seus maravilhosos longos e flexíveis dedos. – Eu
pretendo mergulhar em outros lugares.
- Oh, sim... – sussurrei
- Pode gemer o quanto quiser, meu amor. Estamos
sozinhos aqui...
Ai .Meu.Deus.
Edward aumentou seus movimentos conforme erguia
meu quadril e rebolava loucamente contra seus dedos. E eram
apenas os dedos! Eu estava realmente lá quando Edward tirou
os dedos de dentro de mim, sorrindo. Como?
- Edward... – choraminguei
- Vamos mergulhar agora, amor.
- O quê? Não! Termine isso agora! – gritei enfezada.
- Não. Quero mergulhar agora! – riu me puxando em
direção a água, mas eu realmente estava com as pernas
bambas, mas o segui mesmo assim em direção a água. Pulei
nas costas de Edward, entrelaçando minhas pernas na sua
cintura e os braços no pescoço, talvez apertando com um
pouco mais de força. – Não adianta, você não vai me sufocar.
- Humpf.
- Você lembra-se dos nossos dias no Caribe, amor? –
Edward descruzou meus braços quando chegamos a certa
profundidade. – Aquela vez que você me induziu a fazer sexo
com você no mar?
- Aquilo foi resultado do que você fez comigo em plena
luz do dia. – dei os ombros sentindo-o soltar o laço do meu
biquíni. Quando meu dei conta, a calcinha estava amarrada no
seu pulso e eu completamente nua no meio do mar. – Você
realmente quer um replay.
- Não... Dessa vez vai ser melhor... Estamos sozinhos
aqui, meu amor. Eu posso fazer o que eu quiser com você. –
tirou sua sunga e no segundo seguinte me ergueu no seu colo.
– Você queria isso, não queria?
- Sim... – sussurrei sentindo-o brincar comigo. – Sim, foi
isso que eu quis.
Edward agarrou minha bunda com duas enormes mãos e
estocou profundamente, sendo impossível reter o grito na
minha garganta. A água das ondas leves batendo contra meu
corpo e ele me erguendo com força. Mordi seu ombro sem
nenhuma cerimonia. Ele sabia que eu não ia durar muito
tempo, acho que nem ele, mas isso pouco importava no
momento.
- Eu tô... – sussurrei enquanto literalmente rebolava na
sua cintura. Minha unha cravada no seu ombro era a única
certeza que se eu cair, ele viria comigo. – Edwaaaaaaaaard.
Gritei tão alto que fez eco. Edward praticamente chegou
junto comigo e quando liberei o aperto das pernas em sua
cintura, desabei ainda levemente cega. Se Edward não me
segurasse, eu ia afundar. Meu corpo estranhamente tremia e
tive a ligeira sensação de ser de frio. Com o corpo pegando
fogo, a água fria, meu recém-orgasmo, Edward ainda nu. Vou
desmaiar.
- Amor, você está bem? – Edward sussurrou com a voz
rouca
- Mmmm.
- Bella? Abre os olhos.
- Não estou muito afim agora. – sorri boba e ele riu.
- Eu acho que você precisa deitar. Você consegue sentir
suas pernas? – perguntou arrogante e eu ri mais ainda
batendo no seu peito.
- Devolva meu biquíni.
- Não. Vamos apenas sair e nos enrolar nas toalhas,
porque eu perdi minha sunga e você como uma boa esposa
vai sair nua comigo.
Edward e eu saímos como dois bandidos da água e nos
enrolamos na toalha. Saindo dali da praia para beber água,
passar protetor e colocar um novo biquíni.
- Tem uma piscina aqui atrás, você viu? Nós podemos
ficar lá, se quiser. – Edward comentou enquanto passava
protetor nas minhas costas.
- Sem roupa nenhuma? – sorri
- Sem roupa nenhuma. Do jeito que você quiser. Eu
prometo não me controlar.
- Eu realmente espero que você não se controle. – beijei
seu queixo e tomei o protetor da sua mão. Edward era branco
como uma vela. Seria bem capaz das pessoas o confundirem
com um tomate depois da lua-de-mel.
.~.
Depois de passar o dia inteiro no sol, nós entramos para
tomar um banho e enquanto passava pelo meu ritual de
passar cremes no rosto, cotovelo, braços, pernas e barriga e
um bom perfume, meu marido estava dormindo. Eu ri porque
demorei demais. E também estava com sono. Estava de tarde
ainda e o sol demonstrava estar mais fraco. Eu quase quis ver
como era o pôr-do-sol, mas Edward esparramado na cama me
fez pensar melhor. Amanhã eu veria.
Dormi dois segundos depois que senti Edward me
abraçar. Minha pele estava quente e o quarto também, por
isso quando acordei sentindo os lençóis suados, estava
escuro lá fora e Edward não estava na cama. Sonolenta segui
o cheiro de comida na casa e o encontrei de costas pra mim,
mexendo em uma enorme frigideira.
- O que é isso? – beijei suas costas.
- Frango xadrez para o jantar. – sorriu torto.
- Acordou tem muito tempo? – perguntei sentando no
balcão ao seu lado. O cheiro realmente estava delicioso.
- Não. Eu procurei algo que você gostasse para fazer.
Realmente foi a fome que me tirou da cama. – beijou-me
rapidamente antes de voltar até o fogão.
- Você quer alguma sobremesa? Acho que precisamos de
doces! – pulei do balcão, indo até a dispensa recheada de
coisas gostosas. Decidi por fazer prestigio de travessa gelado,
realmente não iria durar muito tempo.
- Eu acho que você poderia fazer aqueles cupcakes com
gotas de chocolate. Apenas isso.
- Eu acho que prestigio está bom. – retruquei rindo da sua
cara desanimada. – Amanhã para o café. Agora a sobremesa
vai ser essa.
- Tudo bem, querida. Só porque estou de bom humor, irei
fazer suco de laranja natural ou iria te submeter ao de caixa.
- Oh nossa, Edward, estou tocada! – debochei e ele me
empurrou pelo quadril, pegando quatro laranjas bonitas de
uma só vez. – Amor, você pode abrir aqui?
Nós voltamos a cozinhar provocando um ao outro, mas
sem grandes chances de acidentes. Quando finalmente
terminamos de comer eu estava cheia demais para a
sobremesa, e ainda por cima ela estava quente. Coloquei na
geladeira mesmo assim. Edward e eu lavamos a louça juntos,
espirrando água como dois adolescentes. Resolvemos deitar
na varanda que dava para a praia, observar a noite bonita que
era lá fora.
- Por que Victória não foi ao nosso casamento, Edward?
– sussurrei depois de um bom tempo apenas abraçados,
olhando a bonita lua que brilhava no céu.
- Eu acredito que porque casamos... Do jeito que ela
sempre sonhou. Essas coisas devem ser complicadas...
- Humpf.
Meu murmúrio saiu mais sem querer, mas eu não ia
perdoar Victória por ter faltado meu casamento. Ela pode ter
seus motivos... Eles não entram na minha cabeça. Não sei
porque eu engoliria meus medos e iria estar do lado de quem
amo. Pelo menos nos últimos meses eu tenho feito isso... Não
que esteja cobrando, mas não se dizer o sentimento de mágoa
que brotou em mim com sua ausência. Ela era minha amiga,
não era?
- Amanhã nós iremos bem cedo a um passeio de barco...
Eu já tinha programado, tudo bem?
- Tudo sim... Eu vou ficar bem. - beijei seu ombro. – Vou
ver se o doce está pronto, já volto.
- Eu vou, tomatinho, pode ficar aí... – sorriu torto me
deixando sozinha do lado de fora. Tomatinho? O que ele quis
dizer com tomatinho?
Levantei correndo e fui até o banheiro, quase
escorregando dentro da piscina, o que ia ser um problema. Eu
não sei nadar. Sempre pelas bordas ou montada em cima de
Edward. O que era mais divertido, é claro. Meu corpo estava
meio vermelho, não era um bronzeado, definitivamente, mas
meu rosto... E porque diabos Edward também não estava
parecendo um tomatinho como eu? Vida injusta de merda!
- Amor...
- Me deixa. Você que é o Gasparzinho da relação e eu
fico vermelha?
- Eu passei protetor antes de sair, como você já estava lá
fora, eu pensei que tivesse passado...
- Ainda não é justo. Não quero saber.
- Se serve de consolo, eu amei sua bochecha
vermelhinha. É como você ficasse corada vinte quatro horas
ao dia sem que eu faça algo constrangedor com você. – sorriu
torto vindo me agarrar, mas continuei andando de costas,
fugindo da sua palhaça até que ele me segurou tão forte, que
chegou a machucar meu pulso.
Antes de gritar com ele, senti a água bater em mim e
depois estava submersa. Não durei muito tempo, porque logo
ele estava me erguendo, assustado demais para fazer nada
além de me apertar. Agora sim eu estava mais sem ar que
debaixo d’água.
- Você está bem?
- Sim.
- Você me assustou.
- Eu sei. Eu também. – respondi rindo levemente, ainda
com o coração mega acelerado, mas Edward me apertou mais
ainda. – Amor, você está me deixando sem ar. – sussurrei e
ele fez um Ops e se afastou. – Eu estou bem... É sério. Agora
eu preciso que você tome banho comigo para tirar o cloro do
cabelo e fazer aquela massagem para que eu relaxe e
esqueça desse susto.
- Quer mais alguma coisa? – soltou-me e afundei
novamente, ele me puxou de volta, provavelmente
esquecendo do quão fundo estávamos.
- Sim, que você me ensine a nadar ou pelo menos tente.
E quando voltar a Nova Iorque, vou começar aulas de natação.
- Ok. Eu te ensino a nadar, se bem que prefiro que você
grude em mim sempre...
- Ah, isso não vai mudar. Acredite. – beijei seu queixo. –
Agora, quanto o banho e a massagem também estava falando
sério.
- Tudo certo, minha esposa, vem que eu vou te relaxar
rapidinho. – sorriu com um brilho diabólico nos olhos. Eu sabia
que a massagem que eu ia ganhar seria do ego dele.
Não que eu esteja reclamando.
.~.
Os próximos dias passaram com muitos passeios. Nós
visitamos outras ilhas, mergulhamos – ele mergulhou e eu fui
um patinho desajeitado – e vimos piscinas naturais. Também
tiramos muitas fotos em lugares exóticos e bonitos. Fizemos
nossos próprios alimentos e nos fechamos em um mundinho
só nosso. Não existia mais ninguém. Era só eu e meu marido.
Edward era mais incrível ainda e eu me sentia me
apaixonando mais ainda do que pensei ser possível.
Nossos momentos mais íntimos eram que me
preenchiam de uma forma... Não sabia explicar. Eu conseguia
me sentir mulher, poderosa e até mesmo sexy. Seus elogios,
sussurros de desejo me deixavam aquém do céu. Eu não
podia estar mais feliz.
Edward estava dormindo, de bruços na cama, quando
levantei nessa manhã de quarta-feira e fui preparar o café. Ele
se recusou a levantar.
- Amor, eu vou comer os cupcakes com gotas de
chocolates sozinha. E acredite, depois da noite de ontem,
fome é que NÃO me falta.
- Credo. – resmungou abafado pelo travesseiro. – Sua
gulosa. Eu nem fiz nada demais com você.
- Aham... – murmurei com a boca cheia. Peguei outro
bolinho e voltei para o quarto. Comecei a passear pelo seu
nariz e finalmente ele abriu os olhos. – Vem, Edward.
- Bella, são oito horas da manhã, você não dormiu?
- Não. Assim que você apagou, eu fui para a cozinha.
- Me lembre de nunca mais te dar energético. Estou
falando sério.
Eu ri alto, porque ontem realmente ele bebeu um pouco
misturado com whisky e eu bebi uma lata inteira, pura. Ele foi
dormir por volta das seis horas da manhã e eu não conseguia
pregar os olhos. Comi um monte de bolinho, tomei banho, fiz
uma mini escova no cabelo, fiz barulhos propositais, cantei
musica, deitei no sofá para ver um filme e acabei conseguindo
dormir lá pelas onze horas da manhã. Acordei levemente com
Edward me carregando para cama e depois cobrindo nós dois
para voltar a dormir ou, começar a dormir.
- Acorda! – Edward me sacodiu – Acordaaaaaaaa!
- Não!
- Nós vamos sair hoje! Acorda!
- Sair pra onde? Daqui até a varanda?
- Não. Vamos aproveitar um pouquinho da noite na
cidade. Jantar em um restaurante legal e depois irmos a uma
boate.
- Sério?
- Sério.
- Prefiro ficar na cama agora. – rebati mal humorada, mas
ele começou a fazer as malditas cosquinhas. – Ok. Eu já estou
levantando.
Arrumei uma pequena bolsa, tomando cuidado para
Edward não chegar perto da minha mala a qualquer momento.
Separei uma roupa para cada momento, porque nós só
retornaríamos amanha de manhã e quase não quis me
emburrar com isso. A casa nem era minha, mas tinha me
apegado a cada pedacinho dela ali, embora comer fora e
conhecer o Rio era algo bom. Afinal de contas, quem vem para
o Rio de Janeiro e fica dentro de casa?
Bella, claro.
A lancha já estava nos esperando quando finalmente
consegui aprontar todas as minhas coisas. Edward ficou o
tempo todo de um lado para a outro, reclamando como um
velho que eu estava fazendo de proposito. Estava mesmo. Era
só para irrita-lo e não necessariamente nos atrasar.
Nós fomos direto para um hotel e para minha infelicidade,
tinha paparazzi por todo canto. Edward ficou meio puto, mas
não falou nada. Eles eram muito mais indiscretos aqui. Do tipo
de pular na frente e pedir para sorrir. Demetri funcionou como
um verdadeiro armário. Eu quase pensei que a noite fosse
ficar ruim por conta disso, mas quando saímos pelos fundos
na hora do jantar, não tinha ninguém nos seguindo.
Escolhi um vestido bege de corte simples e um sapato
preto bem alto, mas o interior dele era confortável o suficiente
para aguentar a noite sem sofrer.
- Isso é uma churrascaria? – perguntei animada. Senti-
me a beira de ser Alice. – Imagino o estrago que Emmett faria
aqui.
- Ele definitivamente sairia obeso. – riu me ajudando a
sair do carro.
- Hum... Eu vou precisar malhar depois. Do jeito que estou
comendo aqui.
- Não está fazendo tanto efeito. Você simplesmente tem
queimado calorias. Por isso da fome extra. – piscou
- Existe algum assunto que você não leve no duplo
sentido?
- Que isso, amor... Estou chocado com o que pensa de
mim. – colocou a mão no coração magoado.
- Vamos lá, eu preciso comer. – mudei o assunto.
- Oh, eu também. Preciso comer e muito. – concordou e
o modo que ele apertou minha bunda me fez ter a certeza que
ele não estava se referindo a nada do cardápio do restaurante.
– Eu acho que eu quero provar uma caipirinha.
- Ok. Eu já vi você elétrica, vamos ver bêbada. – sorriu
torto e dei com o cardápio nele. – Sério, essa noite você estava
demais. Até dançar Britney Spears na beira da piscina eu tive
o privilegio de ver.
- Eu tinha que gastar energias. – murmurei envergonhada
- Ah sim... Cabelos bagunçados, com cara de pós-foda e
nua. – gargalhou alto – Foi muito engraçado.
Matura como sou, apenas dei língua e escondi meu rosto
quente de vergonha no cardápio, fingindo ler, mas não
entendia nada que estava escrito e Edward já tinha pedido, de
qualquer modo.
- Foi um interessante showzinho particular. – Edward
piscou quando o garçom entregou a caipirinha pra mim e falou
algo, com um sorriso bonito no rosto. Ele disse algo Muito
Bela. Como ele sabe meu nome? – Esse idiota acabou de te
chamar de muito bonita.
- Meu nome significa bonita aqui?
- É... – resmungou enfezado com o atrevimento do
garçom. No meu ponto de vista, ele não fez nada demais. Eu
não compreendi mesmo.
- Isso é bom. Já provou? – mudei o rumo da conversa,
sorrindo cinicamente enquanto subia e descia meu pé pela
sua perna, por debaixo da mesa.
- Oh, não, mas eu vou provar com toda certeza. –
comentou e quase engasguei com o álcool na minha garganta.
– Tudo bem, amor?
- Ótimo. Está maravilhosa, claro. – sorri amarelo e voltei
para minha bebida gelada e meio doce. Gostei muito. Percebi
que o garçom não era o mesmo e olhando para o bar Demetri
tinha um sorriso afetado no rosto. – Isso é bom? – apontei para
uma banana caramelada.
- Não sei. Banana é bom. É doce. – deu ombros me dando
uma garfada.
- É gostoso. Mas com gosto de Vodka junto não ficou
muito agradável.
Nós começamos a comer várias coisas diferentes. Era
tudo muito gostoso, mas esses momentos com Edward era
melhor ainda. Diferente. Como foi no Caribe, apesar de passar
a maior parte do tempo com nossa família, ficamos bastante
juntos. Hoje era diferente, nosso relacionamento tinha
amadurecido um pouco e agora ele era... Meu marido.
Nós saímos do restaurante a pé para uma festa de rua
bem ali perto. Tinham mesinhas, gente dançando, comendo,
rindo, bebendo e Edward me rebocando com um monte de
seguranças ao nosso redor. Comecei a fingir que ia sambar,
mas ele também acabou me inibindo, porque até tendo dois
pés esquerdos no gingado brasileiro, conseguia ser sexy e
charmoso. Vida injusta.
Nós ficamos observando e rindo horrores lá, foi muito
engraçado. Principalmente as mulheres que olhavam para
meu marido de forma cobiçosa.
- Estou amando cada segundinho com você aqui... –
sussurrei
- Eu sei meu amor. Você me ama. – sorriu torto
- Estupido. Estragou meu romantismo.
- Depois de ver você dançando “Ops! I Did Again” ontem,
eu realmente não consigo me controlar mais.
- Há, vou te privar das minhas dancinhas particulares
agora, ok. Não precisa se preocupar.
- Agora que eu pretendo te levar para boate, você
realmente vai me negar isso? Separei uma playlist com
músicas da Britney para você dominar a pista...
- Sério? Você tem quantos anos? 12? – bati o pé irritada.
– Crianção. – dei um soco no seu peito e segui em direção ao
carro que Demetri estava com as portas abertas nos
esperando.
- Ah... Bella, amor...
- Cala boca. – rosnei realmente irritada.
Em silêncio e completamente imatura, fiquei olhando a
paisagem ao nosso redor até chegarmos a uma boate
consideravelmente pequena, não tão longe de uma praia
bonita. Nós entramos por uma porta especial e ganhamos
umas pulseiras que conclui ser VIP. Inicialmente fiquei inibida
de dançar, com medo de alguém além de Edward registrasse
minha dancinha desajeitada.
Bebi mais algumas bebidas diferentes, exóticas e Edward
até então, me beijava, fazia carinhos, mas não falava nada.
Culpada, sentei no seu colo e comecei a beijá-lo de forma que
só fazia em casa. Ele era irritante quando cismava com algo,
mas não pior que eu quando queria zuá-lo.
- Desculpe pela minha explosão. – sussurrei na sua boca.
- Tudo bem, amor. Eu realmente tive me controlando para
não rir de você. Fica tão linda emburradinha...
- Porra! Você é insuportável! – gritei sobre a musica
distribuindo tapas no seu peito. Ele tentava me segurar, mas
ria muito. – Imbecil.
- Parei, eu juro. – beijou meu queixo e depois distribuiu
beijos longos e delicados pelo meu rosto, me deixando meio
mole no seu colo. – Agora vem, meu amor, vem dançar
comigo.
Nós ficamos a noite inteira na boate. Foi a primeira vez
que Edward e eu saímos para dançar juntos, feito pessoas da
nossa idade, que tinham acabado de casar. Muitos beijos,
bebidas, passadas de mãos indiscretas dele e risadas. Eu
estava bêbada. Primeiro que minha cabeça rodava demais e
ria como uma hiena de qualquer coisa. Não descaradamente,
mas pelo menos na minha mente. Edward estava mais firme
que eu, por isso quando chegamos ao hotel, as cinco e meia
da manhã eu não aguentava mais de excitação.
Assim que a porta do quarto se fechou, nós estávamos
fazendo ginásticas e malabarismo para arrancar a roupa do
outro. Caímos na cama rindo, meio bêbados e tenho certeza
que o hotel inteiro ouviu meus gritos e a cama batendo contra
parede. Edward estava bagunçado, suado, com o rosto
vermelho e boca inchada.
Eu dormi rindo dele. Parei de rir mentalmente quando as
onze horas da manhã acordei com duas escolas de samba
brincando dentro da minha cabeça e o deserto do Saara na
minha língua.
- Ai... – gemi e Edward abriu os olhos assustado. – Que
maldita dor de cabeça é essa?
- De alguém que não bebeu antes na vida e agora está
de ressaca.
- Shiu... Silêncio. – sussurrei indo até o banheiro para tirar
aquele gosto horrível da minha boca. Assim que acendi a luz
e me olhei no espelho, dei um grito alto e agudo. Meu cabelo
estava embolado e no alto. Meus lábios estavam inchados e
doloridos. Meu rosto meio amassado, mas foram os enormes
hematomas nos seios, pescoço, quadril e parte interna da
coxa que me assustou. – O que aconteceu comigo?
- O que... Ai meu Deus. – sussurrou e pela expressão do
seu rosto, eu estava mais feia que pensava – Amor, eu...
- Que foi? – dei os ombros – Vou tentar tirar esse
emanharado do cabelo. Quer vir comigo? – perguntei distraída
e quando fitei seus olhos de novo, eles estavam tristes. – O
que foi?
- Eu te machuquei, amor, desculpa. – sussurrou me
beijando docemente.
- Não me lembro de ter reclamado em nenhum momento
ontem. – escovei meus lábios nos seus. – Minha cabeça está
doendo, mas é pela bebida.
- Tem certeza, amor?
- Absoluta. Agora vem tomar banho comigo e depois
vamos pedir o café. – puxei-o para o box comigo. Ele ainda
estava me fitando sem jeito. – Edward, é sério. Eu tenho
algumas pomadas e depois você me ajuda a passar, certo?
- Certo. – falou meio arrastado, mas não tocou em mim
em momento nenhum no banho. Quando sentei na cama para
passar a pomada, comecei a ficar realmente preocupada.
Edward pediu o café da manha e ligou a tevê; - Amor, você
está bem?
- Sim, sim. – respondeu distraído.
Bufei frustrada e continuei meu ritual, com ele mudo na
pequena saleta do quarto. Não me preocupei em colocar uma
roupa quando marchei em sua direção, desligando a tevê e
sentando no seu colo, obrigando-o a olhar pra mim.
- Qual o maldito problema? Eu já disse que você não me
machucou, que saco! – bati no seu ombro.
- Eu sei amor, mas você não merece esse tipo de
tratamento, eu perdi o controle, fui completamente bruto.
- E se eu disser que gosto? Que de vez em sempre não
é nada ruim você ser rude e perder o controle. Eu sei que
estávamos meio bêbados, mas eu lembro perfeitamente de
cada segundo e de como senti prazer com você. Só com você.
Eu sou clara demais e caso não tenha percebido, suas costas
estão cheia de arranhões e o ombro quase em carne viva.
- Você gosta, é? – sorriu torto
- Sim, meu amor e tenha certeza que o dia que eu não
gostar de algo, eu vou contar a você, ok?
- Eu te amo, minha vida. – fechou os braços atrás de mim
e me apertou, tomando meus lábios com delicadeza. A
campainha tocou. Oba! Café da manhã de hotel!
.~.
Nós passamos o fim daquela semana na praia, pegando
muito sol, comendo besteira, namorando e rindo muito. Mal
podia entender que já estávamos há uma semana ali, e que
mais oito dias iriamos embora. Eu não queria pensar nisso.
Edward acordou hoje sem vontade de ficar na praia, o sol
estava forte e minha pele ardia demais para ficar do lado de
fora, o interessante que aquela cor de tomate eu não tinha
mais.
- Amor, vem. – Edward chamou-me no fim da tarde. Ele
tinha me abandonado para ir a cozinha, mas não fui atrás dele.
Continuei na minha, deitadinha vendo o sol enfraquecer pela
porta de vidro.
Edward tinha preparado um piquenique tardio na
varanda, com direitos a sanduiches variados e muitas frutas.
Depois de comermos em um silencio confortável, deitei em
sua barriga, enquanto sentia seus afagos na minha cabeça.
Estava me sentindo a beira do sono novamente. Essa história
de brincar de nadadora profissional cansa.
- Bella, eu queria conversar algo com você...
- Diga, meu bem.
- Existe uma sala, bem ao lado da minha, que está
esperando a minha esposa para ser ocupada. – falou
tranquilo, mas podia sentir a hesitação em sua voz. – Você
pode pensar sobre o assunto, eu sei que existe a faculdade e
tudo mais... Só que você fez o curso e talvez fosse bom
conhecer um pouco sobre a empresa...
- Respira, Edward.
- Eu sei que eu fico te enchendo o saco sobre termos um
filho agora, mas eu quero você saiba que sei que não estamos
no seu tempo e você precisa saber um pouco mais sobre tudo.
Sou meio obsessivo às vezes, mas por favor, não quero te
pressionar a nada...
Dessa vez eu tive que beijá-lo para calar a sua boca.
- Sim amor, eu aceito ir trabalhar com você. E sim, eu sei
que você não vai parar de me encher com isso, mas entende
que eu te amo e que um dia iremos ter nosso bebê.
- Entende mesmo? – sorriu – Vai mesmo?
- Sim... Senhor Cullen. – ronronei no seu ouvido. – Você
tem algumas fantasias relacionadas à saia lápis e escritórios
bonitos? Porque eu acabei de ter algumas... – sussurrei no
seu ouvido, lambendo a parte de baixo da sua orelha sem
cerimonia.
- Você está contratada e começa a trabalhar na segunda.
– gemeu me puxando pela parte de trás do joelho para
encaixar no seu colo. Meu adolescente já estava duro feito
uma rocha. Eu nem fiz nada.
- Oh... Mal posso esperar para conhecer a fundo a mesa
do meu chefe.
- Eu realmente quero descobrir muitos lugares a fundo...
– sussurrou puxando meu vestido pela cabeça. Seu grunhido
de satisfação quando me viu completamente nua, montada
nele me fez desfalecer.
- Você pode começar agora. Até lá vai saber o caminho
de cor. – pisquei e ele riu, não por muito tempo porque ao
mesmo tempo em que me inclinei para beijá-lo, ergui meu
corpo para sua calça de praia desaparecer do meu caminho
feliz.
.~.
Mais alguns dias se passaram quando tomei um susto
enorme, quebrando o copo de cristal que eu segurava. Estava
humildemente tentando fazer um café na cama para meu
marido. Isso só ia acontecer na lua-de-mel, de qualquer modo.
Ele não poderia ficar mal acostumado.
- Senhor, uma chuva forte se aproxima da baia, o sinal irá
ficar fora por alguns momentos. – a voz de Demetri soou na
cozinha, me dando um susto enorme. Edward estava
dormindo e só depois do copo quebrando e meu grito, que ele
levantou assustado.
- Demetri. Merda, tomei um susto. – apontei para o rádio
branco e de cueca, ele seguiu para varanda, falado ao rádio
bem sério. Terminei de limpar minha bagunça e fiquei feliz em
não ter me cortado. – O que era?
- Vai chover. Ficaremos sem sinal de rádio e depois volta.
Só isso. – abraçou-me e seu corpo estava gelado de ter ido
do lado de fora. – Acho que devemos fechar a casa ou tudo
vai ficar molhado.
Passamos a fechar todas as janelas e portas de vidro,
voltamos para cozinha para preparar o café da manhã,
acabamos comendo apenas algumas frutas e sucos.
Encontrei alguns vinhos e selecionei alguns apenas para
beber mais tarde. A chuva já estava caindo a essa hora e
procurando por Edward, ouvi a água do chuveiro ser aberta,
mas nem me animei de me juntar a ele.
Fiquei feliz ao encontrar uma panela de trufa e duas
caixas de morango. Em algum lugar na despensa tinha
chocolates em barra para derreter. Preparei tudo em pouco
tempo com Edward me ajudando. Deitamos no Futon e
observamos a chuva cair.
- Um morango pelos seus pensamentos. – provoquei com
ele quieto demais.
- Eu estava pensando no quanto sou feliz agora. Que
nunca imaginei que seria um dia, tão feliz como sou. –
respondeu-me com aquele olhar intenso, que se não tivesse
chocolate nos seus lábios, poderia levar mais a sério. – Eu te
amo.
- Eu também chocoboy. – brinquei lambendo seus lábios.
- Engraçada... – revirou os olhos mergulhando sua colher
dentro da panela enquanto a outra mão abria os botões da
minha blusa. – Você já provou as coisas na sua pele? Tudo
em você fica com um gosto maravilhoso.
- Uhn... – gemi ajudando-o a tirar toda minha roupa.
Edward jogou chocolate por toda extensão do meu corpo,
provocando arrepios com o líquido quente e sua língua apenas
tocando, levemente, sem ao menos realmente me chupar
como queria que fizesse. Com um morango, rodeou o bico do
meu peito, lambuzou no chocolate que tinha espalhado na
minha barriga, passou pelos meus lábios e comeu.
Após mastigar lentamente, limpou todo chocolate do meu
corpo com a língua, mas ao invés de subir, ele foi descendo
pelo meu ventre e gemi alto por antecipação. Minha mão
automaticamente voou para sua cabeça, conforme me
contorcia, ofegante e molhada. Dedos e línguas. Esse homem
era um mestre. Eu gozei muito forte contra sua boca e o riso
arrogante me trouxe a realidade.
- Eu encontrei algo interessante na sua mala... – sorriu
maliciosamente e senti meu rosto pegar fogo – Lembre-me de
comprar um bom presente a Rosalie.
Edward tirou do bolso um revolvimento francês e eu
quase fiquei sem ar.
- Eu imagino que você não sabe o que é isso, certo? –
perguntou tirando sua roupa. Eu estava congelada no lugar.
Assenti lentamente. – Então, você vai descobrir como é bom.
- Edward...
- Apenas relaxe, baby...
Eu não sabia se podia ir ao céu e voltar. Nada se
comparava aquilo. No inicio começou diferente do que
imaginava, era uma sensação de cócegas que me deixava
completamente insana e sem travas na língua. Conforme
Edward investia em mim, apertava o forro frouxo do futton com
força, ou simplesmente agarrava seus cabelos. Ele ia ficar
com uma tremenda dor de cabeça depois, mas eu realmente
não estava me aguentando. Era bom demais para ser
verdade.
- Uol... – ofeguei quando ele desabou em cima de mim.
- Ainda temos uma caixa completa. – riu beijando meu
ombro.
- Eu amo descobrir mais sobre essas coisas com você...
Eu me sinto meio boba, mas ainda assim, eu gosto.
- Como assim, amor? – Edward rolou de lado, me
puxando para seus braços.
- Bom, eu não sou muito experiente em alguns aspectos...
Ou nenhum?! – ri beijando seu peito.
- Eu não acho você inexperiente e só para limpar essa
cabecinha, mulher experiente no mundo é capaz de chegar
essa sua “inexperiência” na cama. – beijou-me no templo –
Você é sexy naturalmente. Seu sorriso muda do tímido ao
felino, sensual. O modo como você joga os cabelos, o olhar
de desejo fica bem penetrante e seu corpo inteiro é perfeito. –
mudou-me para olhar dentro dos meus olhos – Quando eu
digo que amo acordar com você montada em cima de mim,
não é brincadeira. É lindo ser o único a ver seu corpo
completo. A linha suave do seu quadril até a cintura fina, com
a barriga lisa, diretamente para meu lugar preferido. – piscou
colocando a mão em concha no meu centro – Apesar de
também amar muito seus seios. – abaixou o rosto para morder
lentamente o bico do meu seio - Eles são do tamanho perfeito
para caber na minha boca, são lindos demais. Você é toda
linda, desde o dedão do pé que você diz ser torto aos cabelos
que todo dia de manhã você reclama ser liso demais. Eu te
amo por inteiro, minha vida.
- Eu estou seriamente na duvida se eu choro ou pulo em
cima de você. – sussurrei sentindo as lágrimas querendo sair,
embora a excitação estivesse falando mais alto.
- Eu voto em pular em cima de mim. – sorriu e acabei
pulando em cima dele, ficando na posição que ele tanto
adorava. Suas mãos subiram e desceram pelo meu corpo, em
verdadeira adoração.
- Eu te amo, meu marido. Para sempre.
.~.
- Bella, amor, onde você está? – Edward gritou da sala,
sabendo que estava na cozinha tentando achar algo para
comer. Quer dizer, tinha muita coisa e depois da chuva, acabei
com a minha criatividade. Tudo Edward levava no duplo
sentido. Hoje, especialmente, ele tirou o dia para me chamar.
A cada cinco segundos, ele me gritava sobre algo.
- Que foi, Edward?
- Quero assistir tevê...
- E daí? É só ligar e assistir. – debochei cavando mais
afundo a geladeira.
- Se você vir comigo, eu prometo que não vai se
arrepender e ainda por cima, vai querer deixar o almoço para
depois.
Minha respiração engatou... Lá vem, pensei. Caminhei
despreocupada até a sala, onde ele sentado no sofá, bateu
entre suas pernas para que eu sentasse ali.
- Vem amor, vamos assistir um filme, mas eu preciso que
você tire sua calcinha e experimente como é divertido assistir
tevê com seu marido.
Edward sorriu torto, do seu modo demoníaco, segurando
o vibrador ovo na mão e o controle remoto na outra. Ele estava
querendo me matar, mas ainda assim, me livrei da calcinha de
renda branca e pulei para o sofá.
Que essa lua-de-mel nunca acabe...
Love is the answer at least for most of the questions
in my heart (…)Yeah we'll look at the stars when we're
together. Well it's always better when we're together.
O amor é a resposta ao menos para maioria das
perguntas no meu coração (...) Olharemos para as estrelas
quando estivermos juntos. É sempre melhor quando estamos
juntos

Capítulo 23

You make me feel like (A natural woman)


Eu quase chorei quando fechei a última mala e
praticamente estávamos nos despedindo da casa. Já tinha
alguns funcionários falando com Edward e meu coração
estava apertado demais para ir. Eu queria ficar. Eu queria pelo
menos voltar. Fiquei completamente apegada a cada
segundinho que vivi apaixonadamente ao lado do meu marido.
Decorei cada canto.
- Que foi amor? – Edward me abraçou por trás, me
beijando delicadamente no ombro.
- Não quero ir embora. – resmunguei e ele riu – Eu amei
essa casa e queria voltar aqui.
- Nós podemos voltar aqui quando quisermos amor.
- Sério? – perguntei confusa. – Como assim?
- Baby, essa casa é nossa. – Edward disse como se
tivesse que desenhar. – Você pensou o quê?
- Que você alugou, sei lá? Quem tem casas em ilhas?
- Bem, você. – riu – Na verdade, você tem a Ilha inteira,
um Iate e duas lanchas de pequeno porte. Isso aqui no Brasil.
Olhei para Edward como se tivesse encarando um E.T e
debilmente o segui até a lancha, onde fui incapaz de despedir
da minha casa. Eu tinha uma ilha? Edward ficou conversando
com Demetri enquanto seguíamos em direção ao aeroporto. A
volta pareceu muito mais rápida que a vinda. Deitei no ombro
dele e apenas brinquei com sua aliança até chegarmos ao
imenso aeroporto do Rio, entrando no portão de embarque
particular.
- Você está bem para tomar o remédio agora, meu amor?
- Eu queria não tomar... – resmunguei, mas ele me
entregou um copo de suco de maracujá e um comprimido. –
Eu vou dormir o vôo inteiro.
- Eu também. Vamos chegar lá e ainda seremos
obrigados a jantar na casa dos meus pais, então, descanse
amor.
Eu tive sonhos estranhos iates, ilhas e alguns flashes de
memoria. Ainda era surreal demais acreditar que tudo que
pertencia a Edward, me pertencia também. Nossa lua-de-mel
ultrapassou do limite da perfeição. Eu queria que aquela
sensação de paz continuasse em nós dois. Agora eu entendo
Jack Johnson e suas musicas tranquilas... Viver na beira da
praia cria algo extracorpóreo.
Eu acordei quando tive que colocar o cinto de segurança
de novo. Edward também estava dormindo do meu lado, com
um livro sobre o peito. Eu estava desesperada de fome e
rezava para Esme ter um belíssimo jantar me esperando,
porque nos finais de semana, Carmelita não trabalhava. O
pouso foi tranquilo e nossas malas iam direto para nosso
apartamento.
Edward me puxou de repente e me abraçou, Demetri
tapou minha visão e tudo que vi foram flashes enjoados por
todo lado. Fiquei extremamente irritada por estar com sono e
com fome. Minha vontade foi de dar bolsada em todos eles,
mas logo entramos no carro.
- Chatos. – resmunguei bocejando e Edward colocou o
dedo na minha boca.
- Mal humorada.
- Estou com fome, Edward.
- Nós estamos indo para casa dos meus pais...
- E iremos dormir em casa. Eu sinto saudades da minha
cama. – ordenei firme ele riu, concordando. Ai dele se não
concordasse.
- Sente saudades da sua cama, é?
- De dormir nela, com toda certeza. – retruquei. Eu estava
além de mal humorada com fome.
- Tudo bem, tudo bem... Eu durmo de conchinha com
você. – sorriu torto. Arrogante.
Apenas dei o dedo do meio e sai do carro assim que mal
parou na porta da cada dos meus sogros. Edward riu atrás de
mim e pegou pela cintura antes mesmo que alcançasse a
porta. Eu não resisti e acabei beijando-o, mas meu estomago
roncando quebrou o romantismo da situação. Ele também
estava com fome, por isso não me zoou ou fez piadinhas
idiotas.
- Vocês estão de volta! – Alice gritou na porta! – E
bronzeados! E GORDOS.
- Gorda é a sua...
- Bella! – Esme gritou na porta – Você está linda querida!
- Alma passada. – retratei e ela riu dando ombros. – Eu
não estou gorda.
- Está sim. Muito. – Alice bateu o pé querendo me irritar.
– Você só deu comida a ela? – perguntou a Edward.
- Estou te ignorando, Alice. – dei o braço a Esme e entrei.
– Oi família!
- Bella! Edward! – Carlisle animou assim que nos viu –
Vocês estão lindos bronzeados.
- E gordos. – Emmett riu e eu me emburrei de vez.
- Porra Emmett! – Edward rosnou
- Calma, eu só ouvi Alice implicando e não ia deixar
passar. Era brincadeira, Bella...
- Tarde demais... – murmurei ignorando-o e escondendo
meu rosto no peito de Edward. – Tem comida? Estou com
fome.
- Vamos jantar e vocês nos contem da lua-de-mel...
- Tem certeza que quer saber mãe? – Edward soltou
aquela risadinha idiota dele e dessa vez tive que acompanhar.
- Existem pontos que uma mãe pode saber, não acredito
que vocês só ficaram trancafiados naquela Ilha sem conhecer
as belezas do Rio! – exclamou ultrajada.
Edward e eu apenas nos entreolhamos e demos o ombro.
Esme desistiu de saber da lua-de-mel e Alice ficou
comentando do meu bronzeado. Amanhã eu ia dormir o dia
inteiro. Faltar mais uma aula a faculdade e não deixar meu
marido sair da cama também. Emmett fez todas as piadinhas
possíveis e imaginárias sobre minha vida sexual durante o
jantar. Carlisle e Esme faziam o seu melhor para não rir, mas
chegamos a um ponto onde nem eu me aguentei.
Edward tinha um sorriso afetado no rosto, provavelmente
lembrando de certas partes. Rosalie só me deu aquele olhar.
Aquele que eu sorri agradecida eternamente e ela retribuiu.
Só achei estranho que ela ficou a maior parte do tempo calada
e também quase não comeu.
- O que você tem? – perguntei durante a sobremesa.
- Emmett me fez experimentar o seu primeiro macarrão
que não foi instantâneo. Eu não estou me sentindo bem desde
então.
- O que tinha nesse macarrão? – Edward perguntou
confuso.
- Atum, pimentão, ovo, cebola, bacon...
- Pare... Já estou enjoada só de imaginar! – cortei a
descrição de Emmett. Isso que era amor. Provar a comida
ruim do seu noivo. – E vocês, quando vão subir ao altar?
- Nós estivemos pensando um pouco depois do ano novo,
o que acha? Na verdade, combinei de ir a uma estilista na
quinta-feira. – Rosalie respondeu animada – Eu penso que
nosso casamento pode ser lá pelo dia 3 de janeiro, por aí. Vai
estar no inverno, mas é uma boa data, antes da agenda dele
se comprometer muito.
- E será no Hilton também? Você gostou do salão?
- Gostei muito, mas lembra daquele baile no Plaza? Eu o
acho tão bonito. Pena que é pequeno. Cabe setenta pessoas,
no máximo.
Nós continuamos comendo e falando sobre o casamento
de Rosalie e Emmett, os homens se reuniram em um papo
sério sobre a semana e Edward deu a célebre notícia que eu
iria ocupar a sala ao seu lado. Meu interior começou a tremular
de nervoso, mas então me dei conta que eu fui aceita no
programa de honra de NYU e podia fazer aquilo. Se algo
desse errado, eu ia conseguir.
Chegamos em casa por volta da 1 da manhã, cansados
e com sono. Nosso enorme apartamento silencioso. Foi o
tempo de um banho separado e cama.
Amanhã eu resolveria malas e adjacentes. Agora eu só
queria dormir agarrada com meu marido. Acordei sozinha na
cama. O lado de Edward estava completamente frio, o que
significava que ele já tinha saído dela há muito tempo.
Aproveitei para fazer minha higiene pessoal e percebi ser mais
de meio dia. Na cozinha encontrei Carmelita dançando e as
panelas a todo vapor.
- Tem alguém animado aqui hoje! – provoquei indo
abraçá-la. – Como você está?
- Muito bem! Essa casa fica mais bonita com vocês aqui.
– sorriu me apertando mais em seu abraço – E está com
fome? Já retirei a mesa do café, mas o que acha de um
pequeno lanche antes do almoço?
- Não, eu belisco qualquer coisa. – sentei no balcão da
cozinha, tirando um saco de biscoito salgado. Carmelita olhou
com desprezo meu alimento, mas não me importei – E você
viu Edward?
- Ele saiu bem cedo, no mesmo horário de sempre. –
sorriu me entregando um copo de suco – Disse que não era
para te acordar e voltaria por volta da hora do almoço.
- Vou desfazer minhas malas. Tem um monte de coisa
para lavar.
- Em falar em viagem, belo bronzeado. – sorriu
maliciosamente e sai da cozinha envergonhada. Será que
todas as pessoas iriam reparar minha falta de marquinha de
biquíni?
Cada peça de roupa que tirava da mala me trazia uma
lembrança diferente. Do biquíni retirado, ao saco e bolinhas
explosivas quase vazias. A caixa de pandora ganhou um lugar
especial e jurei para mim mesma manter coisas interessantes
ali dentro, apenas para o estoque de uma eventualidade
futura. Fiz um saco enorme com roupas para lavar e de sete
sungas que Edward levou, só voltou com duas. Ele perdeu
quase todas. Assim como muitas partes de cima dos meus
biquínis.
Em menos de quarenta minutos tinha tudo terminado e
pude ouvir Edward chegar em casa. Ele jogou as chaves na
mesinha de centro, elogiou o cheiro da comida e ouvi seus
passos na escada, provavelmente vindo me encontrar. Assim
que seus olhos bateu em mim, aquele sorriso enorme me fez
pensar: Meu marido chegou em casa. Em dois passos largos,
seus lábios já estavam nos meus com delicadeza e paixão.
- Oi – sorri beijando seu queixo.
- Oi, meu amor.
- Você me abandonou. – resmunguei manhosa me
apertando em seus braços. – Deveria ter me acordado.
- Você estava dormindo muito pesado. Parecia cansada
e te deixei dormir. – segurou meu rosto em concha me dando
mais um beijo. – Você quer voltar comigo e conhecer sua
sala?
- Ansiedade mórbida, você sofre. – revirei os olhos rindo
– Aceito sim. Vamos almoçar e vou me arrumar.
.~.
Nós chegamos à empresa e Jéssica já estava na porta
esperando Edward, cheia de papeis e dois telefones a mão.
Eu ouvi a voz de Emmett e o bilíngue, Peter. Ambos estavam
agitados e me vi ali naquele meio pela primeira vez. Algumas
ações da bolsa haviam despencado e eles estavam correndo
contra o tempo em outros países.
Victória estava saindo da sua sala e de mãos dadas com
Edward estava e ali permaneci fingindo que não tinha a visto.
Ela faltou meu casamento e estava magoada. Quando isso
deixasse de me doer, eu ia falar. Agora não estava nenhum
pouco a fim. Eu tive que aprender que a minha dor não afeta
o mundo e tudo é superável. Ela precisa sair dessa bolha de
cristal que vive.
- Edward, aquele segundo painel está com números
errados. – sussurrei no seu ouvido e ele desviou atenção do
que Jéssica falava. Ela também parou e virou para o painel.
- São quatro casas deslocadas para direita sem
algorítmicos romanos – completei e ela assentiu também
reparando no erro.
- O calculo começa errado na segunda linha. – Jéssica
disse franzindo os olhos, tentando chegar ao resultado final,
mas antes que nós duas fechássemos a sétima linha, Edward
já estava mandando consertar aquilo na hora. Gritando. Eu
quase fiquei excitada com os músculos do seu braço de
movendo sobre a camisa. Vincos na testa, lábios vermelhos,
olhos penetrantes... – Senhora Cullen, o Senhor Cullen vai
resolver isso e provavelmente vai demorar. – inclinou a cabeça
onde Edward falava ao telefone de uma das mesas ali. Acho
que era da assistente de Peter. Ele, por outro lado, estava
xingando em Francês. Eu conseguia Rosalie o suficiente para
entender. – Vamos conhecer sua sala e posso começar a
passar sua agenda, se quiser.
- Claro, adoraria.
Jéssica passou quarenta minutos explicando com
paciência minha agenda até o fim do ano. O que me fez
desconfiar que Edward já tinha esses planos e sabia que ia
aceitar. Não fiquei chateada, só achei engraçado. Minha sala
tinha conexão direta com a de reuniões presidenciais e com a
sala de Edward. Eu tinha uma enorme mesa, um computador,
telefones, gavetas, sofás de couro italiano, um pequeno bar e
closet.
- Amanhã podemos começar as entrevistas para sua
nova assistente? – perguntou-me depois de fechar sua
agenda e me entregar um blackberry com a agenda de
telefones e outras coisas importantes.
- Claro, poderei escolher ou alguém faz isso? – perguntei
confusa. Eu não tinha ideia de como escolher alguém assim.
- Você pode fazer do jeito que quiser. Pode descrever um
perfil e o RH encontra ou você faz pessoalmente. –
respondeu-me sincera – Eu fui entrevistada pela Renata do
RH, ela é boa em encontrar pessoas.
- Bom, eu gostaria de alguém descente, que não use
roupas provocativas, seja casada e tenha um bom histórico
em seus antigos empregos. Ela tem que ser discreta. Acho
que só.
- Certo. Amanhã te dou uma resposta. – sorriu docemente
– Edward vai entrar em uma reunião com a equipe de relações
publicas com o Senhor Aro. Você pode participar.
Edward estava na sua sala com uma mulher alta, cabelos
longos, olhos azuis vibrantes, pernas de fora porque sua saia
era curta demais e um decote muito ousado para quem estava
trabalhando. Aro estava do outro lado da mesa, com um tablet
a sua frente, parecido com que Edward também tinha. Tomei
o assento ao lado dele e por debaixo da mesa, senti sua mão
em minha perna.
- Maggie, essa é minha esposa, Bella. – Edward sorriu
docemente pra mim. – Essa é nossa assessora de imprensa.
- Prazer. – sorri e senti que o que ganhei de volta foi tão
falso quanto seus seios.
- Voltando... A Senhora Cullen vai estar presente no
evento no Texas, onde a esposa do governador vai prestar um
jantar beneficente.
- Quando será isso? – perguntei confusa.
- Dia 24 de outubro. – respondeu como se fosse um
absurdo interromper seu discurso sobre a minha vida.
- Não posso comparecer.
- E por que não? – inquiriu me desafiando. – Foi muito
complicado conseguir convites. Você tem algo mais
importante para fazer?
Ela só pode estar brincando, certo? Edward franziu o
cenho e abriu a boca para falar, mas se eu ia conviver com
essas pessoas, seria melhor aprender a me defender.
- Perguntasse antes de comprar convites e anunciar
minha presença sem meu consentimento. E o que vou fazer
não importa. Eu disse que não posso e ponto final. – respondi
bem séria, evitando olhar para o lado ou ia perder minha
coragem. – Até amanhã Jéssica vai entregar todos os horários
disponíveis. Encaixe como achar melhor... Quer dizer, me
pergunte antes.
- Sim senhora. – assentiu voltando a digitar a sua agenda
- Terminamos? – Aro inquiriu com um sorriso afetado.
- Claro. Volto depois com outras informações. –
respondeu e foi então que percebi seu ângulo. A perna
cruzada na direção de Edward e o decote também. Ela se
ajeitou sem graça e saiu.
- Diga-me que não existe outra dessa ou teremos
problemas sérios, Edward Anthony Masen Cullen. – sussurrei
massageando minha têmpora. Ciúme, não me domine.
- Tem mais dessas o quê?
- Boa sorte, filho. – Aro deu tapinhas nas suas costas e
saiu, nos deixando sozinhos.
- Realmente? – rebati e ele riu completamente divertido
com a cena.
– E então, gostou da sua sala? Quer mudar algo? Jéssica
foi boa com você?
- Edward nós não íamos para Inglaterra? – perguntei
confusa, ignorando suas perguntas nervosas. – Charlotte
mencionou algo de preparar a casa.
- Sim, mas eu esqueci. – sorriu envergonhado. – Então
nós vamos na semana que vem.
- Você esqueceu? – perguntei chocada. – Você nunca se
esquece das coisas...
Edward puxou minha cadeira de rodinhas para perto dele
e sussurrou no meu ouvido.
- Estive concentrado em outras coisas mais importantes.
– mordeu minha orelha.
Eu amava o homem doce que havia dentro dele. Amava
conhecê-lo bem para saber que havia muito mais que um
simples esqueci. Edward não dá ponto sem nó e é calculista
ao extremo. E sua arte de me beijar para desviar o assunto
ainda dava certo, só que eu aprendi a trazer certas coisas a
tona em outros momentos. Aceitei seus beijos, é claro.
- Ok meu amor, eu vou fingir que acredito e você depois
me conta. – beijei-o novamente e ele deu uma risadinha sem
graça. – Me engana que eu gosto, Edward. – ralhei não
realmente chateada.
- Eu sei de muitas coisas que você gosta. – riu
maliciosamente me puxando para seu colo.
- Senhor Cullen, isso é assedio sexual. – ronronei me
esfregando nele. – Nós não podemos fazer isso aqui, sou uma
mulher casada. De respeito. – mordi seu ombro
- Seu marido não vai se importar, eu garanto. – chupou
meu pescoço enquanto continuava me esfregando nele, meu
vestido de verão quase mostrava mais que devia. –
Principalmente se você continuar fazendo isso...
- Fazendo o quê? – rebolei mais um pouquinho.
De repente eu ri. Lembrei-me de quando tudo isso era
novo pra mim. Dos primeiros beijos e amassos na sua cama,
na casa dos pais dele. De como eu me senti uma garotinha
conhecendo o corpo do namorado e olhe só, hoje é meu
marido e conhece cada mínimo detalhe do seu corpo. Eu tinha
vergonha de dizer em voz alta o quanto o desejava e hoje, ele
era o meu maior desejo. Tanto de amor, quanto sexualmente.
Me completando em ambas as partes. Ainda bem que
naquele tempo, que tínhamos sessões de amassos grátis
quando sozinhos eu não hesitei em aprender mais dele... Hoje
eu não sabia tudo. E também não queria saber. Que cada dia
pudesse descobrir uma maneira diferente de dar prazer e
amor.
- Esse sorriso lindo... – sussurrou acariciando meu rosto.
- Eu te amo. Eu só estive lembrando uns momentos e eu
te amo.
- É tão bom ter você aqui...
- Sim, para trabalhar é ótimo. – levantei do seu colo e
arrumei minha roupa – Vem, Senhor Cullen. Nós temos mais
três horas de expediente.
- Adoro quando você manda em mim... – sussurrou
quente no meu ouvido – Faça mais disso em casa, essa noite.
.~.
No fim da semana eu já tinha meus horários prontos. Dias
eu ia para faculdade de manhã, outros a tarde e todos os dias
ia a empresa, pelo menos três horas ao dia ou ficava fora, mas
para resolver algo. Eu estreei minha sala e tinha uma nova
assistente. Ela era Ângela Weber, já antiga funcionaria,
casada com Ben Cheney do setor contábil. Doce, descente e
simpática.
Na sexta feira eu me encontrei cansada demais para tirar
os sapatos. Edward ainda ia chegar em casa e eu tinha dois
trabalhos da faculdade para segunda-feira. Carmelita deixou
o jantar pronto e fui direto para o escritório depois de beliscar
algumas coisas. Abri uma planilha e respirei fundo... Vamos
lá, cálculos. Eu posso com vocês.
- Amor, cheguei! – Edward gritou e pulei na cadeira. A
porta bateu logo depois. Eu estava na décima página, quase
terminando. – Bella?
- Escritório! – gritei de volta bocejando.
- Aí está você... – Edward falou e ficou mudo me fitando
estranho – Baby, o que há?
- O que?
- Você está bem? – perguntou ajoelhando na minha
frente, colocando a mão na minha testa verificando se estava
com febre – Você está pálida e com círculos sobre os olhos.
Você comeu hoje?
- Um saco de suspiros no intervalo da aula de matemática
avançada, por quê?
Edward suspirou, tirou meus sapatos, abriu os primeiros
botões da minha blusa, soltou meus cabelos e me beijou
docemente nos lábios.
- Vamos jantar.
- Falta um tópico só. Eu vou terminar aqui rapidinho... –
virei- de frente para o computador tentando voltar ao trabalho.
Edward suspirou e saiu do escritório e não me preocupei em
prestar atenção pra onde foi. Minutos depois ele voltou, me
beijou na bochecha e me pegou no colo. – Edward, duas
linhas.
- Amanhã, amor. Agora nós vamos jantar, tomar um
banho quente juntos, assistir um filme meloso qualquer que te
faça ficar se esfregando em mim, eu vou ficar excitado, vou te
beijar, você pula em cima de mim e a gente começa o final de
semana com sexo quente e gostoso.
Eu fiquei meio chocada. Não sei como ainda ficava
chocada. Raramente víamos um filme inteiro ou
começávamos a ver sem cair em amassos quentes ou
transando sem olhar para tevê. Isso era normal, mas ouvir
Edward falando aquilo, com um sorriso no rosto, fiquei
instantaneamente excitada. Meu cansaço foi para o espaço.
- Eu devia ser preso por pensar em sexo com você tão
cansada. – beijou minha testa quando me colocou sentada na
mesa posta.
- Você vai ser preso se não fizer sexo comigo essa noite.
– provoquei e ele riu
- Tarada.
- Você foi lá no escritório me provocar e agora, eu sou a
tarada? – ri com ele me servindo uma enorme quantidade de
comida – Chega, Edward.
- Querida, você se alimenta muito mal, percebeu? –
retrucou enchendo mais ainda de comida. Como se me entupir
de comida fosse realmente me fazer comer bem.
- Não. Eu como saladas e afins. – revirei os olhos.
- Não é isso. Você não come durante o dia. Isso é
completamente errado. Como aguenta ficar de pé é que não
sei.
- Se eu tiver em casa, sinto fome nos horários regulares,
agora na rua nunca parei para pensar nisso. Se comi ou não.
O dia passa muito rápido. – deu os ombros provando um
pouco do arroz branco.
- Você fica pálida. Talvez devêssemos fazer um exame
de sangue. Vitaminas ou cápsulas...
- Nada de médico.
- Bella... Médico ou eu vou te ligar o dia inteiro... Você
escolhe.
- Médico. – bufei porque ele era altamente capaz de me
ligar mais de vinte vezes ao dia. Ele já quase fazia isso
diariamente. – Insistente,
- Teimosa.
- Gostoso. – soltei uma risadinha quando ouvi seu
engasgo com a comida. Impressão minha ou ele passou a
comer mais rápido?
.~.
As semanas se passaram rápido demais. Eu me vi em
semanas de provas e em grandes eventos quase ao mesmo
tempo. Edward estava tentando me fazer a faltar alguns dias
no trabalho, mas eu não ia fazer isso. Era minha
responsabilidade agora, portanto, posso aguentar. Victória
não insistiu mais em falar comigo. Ela me dava olhares
magoados e ressentidos, só que isso não me incomodou
como achei que iria.
Eu juro que estava tentando entendê-la... Só que até
agora obtive nenhum resultado. Foi em uma quarta-feira que
meu limite estourou. Minha aula de história da economia
mundial trouxe um professor velho, que fedia a mofo. Eu
quase senti saudades do bonitão que Alice tanto suspirava. A
mudança de turma e turno me fez encontrar cada coisa
estranha que me irritava.
- Elizabeth Masen foi uma das mulheres mais importantes
da história do país, mudando assim, o rumo da crise da
década de 30 ao nosso favor. Ela foi casada com Edward
Anthony Masen, dono e fundador da Companhia Internacional
de Bancos entre outras coisas. A fortuna da família é quase
impossível de ser avaliada por conta dela. – bateu bem no
nariz de Elizabeth. Conforme cada cabeça virava em minha
direção, meu rosto assumia um tom diferente de vermelho. –
Hoje o presidente da empresa, é o neto, com o mesmo nome
do avô, mas tem uma tendência exibicionista ou talvez os
tablóides o ache bonito demais.
Quem ele pensa que é?
- Na verdade ele ainda precisa provar que é tão bom
quanto seu pai. Carlisle Cullen além de ser um homem dos
negócios, ajuda muito em hospitais, orfanatos e escolas
primarias publicas em áreas carentes.
- Desculpe professor. Eu realmente não sei o que o
Senhor Cullen faz pode influenciar na minha prova. –
Jonathan, o menino da xerox interrompeu impacientemente.
- Eles são a típica família rica que domina a cidade com
todos seus bens e seu nome, porque essa mulher foi alguém
importante. Eles provavelmente não dão o mínimo valor ao
que ela fez.
Mais cabeças se viravam na minha direção conforme ele
falava distraidamente. Afundando na cadeira, meu sangue
começou a ferver.
- Na verdade, eles possuem bens exorbitantes. Ilhas em
países tropicais, carros esportivos, casas espalhadas pelo
mundo, prédios e ações em quase todos os negócios
lucrativos hoje. Essa nova geração me parece bem fútil o que
nos preocupa em relação ao futuro da cidade, afinal de contas,
se a família Cullen ruir, a cidade vai junto.
Uma crise de tosse rompeu minha garganta. Quem ele
pensa que é para falar da minha família?
- Algum problema? – o arrogante fedido perguntou
- Uma dúvida, na verdade. Qual seria sua previsão para
o fim dessa fortuna?
- Se eles continuarem gastando, em breve. A renda anual
deles cai a cada ano.
- Quanto é essa renda?
- Cinco bilhões ao ano. Por quê?
- Porque eu tenho certeza absoluta que você está errado.
E se for para ter aula sobre uma história que estou cansada
de ouvir, acho que prefiro adiantar meu horário de almoço.
- Qual seu nome, mocinha? E quem você pensa que é
para dizer que estou errado?
- Isabella Cullen. – respondi friamente arrumando minhas
coisas e saindo da sala. – Se você precisar atualizar suas
informações em relação à família Cullen e todas as empresas
existe uma equipe preparada para receber visitantes, no
museu particular, de segunda a sexta em horário comercial. –
rosnei batendo a porta em seguida.
Apressada e com raiva, passei direto pelos corredores,
com muita vontade de ir a reitoria reclamar. Antes eu
precisava gritar com alguém.
- Oi meu amor. – Edward saudou todo romântico.
- AQUELE FILHO DA PUTA MISERAVEL. QUEM ELE
PENSA QUE É? EU ESTOU COM TANTA RAIVA, TANTO
NOJO. O PIOR É QUE EU NÃO SEI SE É 100% COM ELE.
VOCÊ ACREDITA QUE ELE USOU O NOME DA NOSSA
FAMÍLIA PARA FALAR SOBRE A HISTÓRIA DA ECONOMIA
E DIZENDO QUE A GERAÇÃO ATUAL É CAPAZ DE FALIR?
QUEM ELE PENSA QUE É? PROFESSOZINHO DE
HISTÓRIA MALDITO QUE VEM E FALA SOBRE ISSO?
LEVEI PARA O LADO PESSOAL. ESTOU OFENDIDA!
- Baby, do que você está falando? – Edward tinha na voz
o riso contido.
- VOCÊ NÃO ESTÁ QUERENDO RIR, ESTÁ EDWARD
CULLEN?
Parei de gritar quando vi Alice dando aquele sorriso. O
sorriso doce e gentil, que era dedicado a poucas pessoas. Um
rapaz alto, de cabelos bem pretos, olhos azuis piscinas bem
claros, um sorriso encantador. E sério, ele era sexy como um
inferno. Ela estava com as bochechas coradas, os olhos
brilhando enquanto segurava seu material rosa pink.
- Amor? Eu não estou rindo, eu juro. Só tentando
entender o que você está gritando... Esse filho da puta em
questão, sou eu?
- Não, amor. É o meu professor de história, que usou
nossa família como exemplo de uma aula. Eu me estressei,
briguei com ele e sai da aula. Acho que vou encerrar as aulas
agora. Estou indo para empresa e peça frango xadrez e dois
bolinhos primaveras, por favor. Hum, eu acho que quero um
yakisoba também.
- Certo. – riu bem alto – Está faminta é?
- Muito. Eu te amo.
- Eu também, minha vida.
Fiquei observando Alice mais um tempo, eles não fizeram
nada demais. Conversaram, dividiram um sorvete, riram e
caminharam de volta juntos para o outro lado. Demetri surgiu
no meu campo de visão rindo do meu lado mãe urso. Eu não
sabia que era tão protetora com Alice desse modo, mas se ele,
eventualmente a fizesse chorar, dessa vez quem iria socar
alguém seria eu.
- Vamos trabalhar. O dia ainda vai render. – suspirei
seguindo-o até a saída, onde sempre tinha um carro me
esperando.
Que minha menina encontre o amor certo, dessa vez.
Cheguei à empresa ouvindo a voz de Edward bem alta as
sua sala. Ele estava aos berros no telefone com alguém, mas
eu realmente não estava me importando em bater na porta.
Tirei os sapatos, prendi o cabelo no alto, sentei no sofá com
as pernas pra cima e peguei meu potinho de comida.
- Não me interessa. Não perguntei sua opinião, eu mandei
você fazer e quero resultados em uma hora. Se vira. –
desligou o telefone com um clique suave. Era mais fácil não
ter medo quando ele bate as coisas. A frieza dele era capaz
de simplesmente te matar em silencio. – Oi amor.
- Oi baby. Desculpe, a fome é maior que eu. – sorri com
a boca cheia – E então, o que houve?
- Ossos do oficio. Lembra-se do nosso combinado? Hora
do almoço é sagrada. Já tomou suas vitaminas hoje?
- Já, no café.
Nós comemos em silencio e nada durou muito tempo.
Ainda tínhamos uns minutinhos, por isso o obriguei a sentar
no chão, entre minhas pernas e fiz uma massagem no seu
coro cabeludo. Do jeito que Edward estava quase gemendo,
eu quase podia pensar besteira. Ele estava cansado.
- Diga-me o nome do professor. Eu quero saber quem é
ele.
- Depois... Agora relaxe, baby, nós temos o dia inteiro
pela frente.
- Estamos tão perto do natal. Já é novembro... –
sussurrou – Daqui a pouco nós vamos fazer um ano juntos.
- Arrependido, é? – puxei seus cabelos e ele riu
- Não. Você é boa... Em um ano me transformou de um
moleque arrogante a um homem casado de responsabilidade.
Meu coração deu um salto no peito e uma vontade de
chorar veio forte na garganta.
- Em um ano você me transformou da menina com o
sorriso quebrado a mulher mais feliz do mundo. – sussurrei no
seu ouvido. – Você foi e sempre será meu melhor presente de
natal.
.~.
- Bella, eu preciso conversar com você... – Alice
sussurrou no meio da única aula que tínhamos juntas. Era a
última semana de aula. Não acredito que faltavam poucos dias
para o natal.
- O que foi, gatinha?
- Nós podemos almoçar juntas hoje? – perguntou meio
tímida. Isso era raro.
- Bom, sim. Eu preciso ir ao salão, fazer unhas, me
depilar... Quer me acompanhar?
- Claro! – bateu palminhas – Bom, podemos ligar para
Rosalie e se ela não tiver na empresa, seguimos adiante.
Pouco tempo depois, Rosalie começou a trabalhar
conosco. Ela era da linha internacional, principalmente da
Europa. Os preparativos do seu casamento estavam a toda e
nós ultimamente só tínhamos nos falado a trabalho ou para
seu casamento. Emmett tinha um sorriso idiota estampado no
rosto, e ela era uma noiva calma. Só eu fiquei uma pilha de
nervos querendo matar todos?
Eu também não tinha voltado a falar com Victória e
Rosalie deixou claro que ela não iria ser convidada para o seu
casamento. Foi uma tarde de puro choque e discussões, mas
ela disse que o casamento era dela, o noivo também e não
queria um ex-caso qualquer que quase resultou em filho por
ali, além do mais ela não iria mesmo. Ninguém mais se
intrometeu.
Eu quase bati palmas internamente. Era uma situação
difícil de engolir e com o tempo nós realmente conhecemos a
verdade do coração das pessoas. Victória na verdade, não
tinha superado uma grama do que havia acontecido consigo e
achava fielmente que as pessoas teriam que ter uma
paciência eterna. Ninguém, em nenhum momento teve
paciência comigo enquanto sofria e eu também nunca cobrei
das pessoas que elas me entendessem e sim que me
deixassem em paz.
Era complicado, mas ela podia ao menos vir pedir
desculpas. Foi ela quem errou comigo!
Alice eu saímos de sala apressadas para almoçar.
Rosalie já estava no pequeno bistrô perto do shopping e tinha
pedido nossas entradas. Nós falamos sobre tudo, menos do
casamento. Ela não aguentava mais.
- Uma tia minha, bem distante, soube que ia casar, me
mandou uma carta. – Rosalie comentou – Eu não a vejo a mais
de 15 anos e por sua causa, morei no orfanato até atingir a
maior idade. Como ela ousa?
- Eu sei o que é isso. Jacob nunca mais apareceu e tenho
receio de saber o que Edward fez com ele. – ri amargamente
- Meninas, eu estou apaixonada!
- O QUÊ? – gritamos ao mesmo tempo.
- Ele também faz Economia, tem 20 anos, seu nome é Ian
e mora em Long Island, três casas depois da nossa. Ele gosta
de filmes de ação, tem mania por carros esportivos, já me fez
companhia para compras e gosta do mesmo tipo de sorvete
que eu. Ele me ouve e curte minhas maluquices com um
sorriso doce. Ele me pediu em namoro ontem, eu aceitei e vou
apresentá-lo ao papai no dia 25. – cuspiu tudo de uma vez só
e eu ainda estava com meu copo de chá gelado congelado na
boca.
- Eu vi vocês uma vez... Só não imaginei ter sido sério. –
sorri e ela relaxou na cadeira – E bom... Eu te desejo sorte e
vou avisá-lo que se te ver chorando, vou soca-lo.
- E eu chuto o traseiro dele. – Rosalie completou – E não
serei eu a contar a Emmett.
- Muito menos eu a Edward. Cunhada, eu te amo, mas
seu irmão...
- Ok, ok. Amigas. – debochou, mas tanto ela quanto nós,
não estamos nos importando com os meninos. Cão que muito
ladra não morde.
O dia foi muito divertido, exceto a maldita depilação que
sempre seria meu martírio. A sorte de Edward era que a cara
de satisfação que ele fazia, me dizia que valia a pena. No
mais, ia mandar tudo se foder. Já era tarde quando cheguei
em casa depois do salão com o cabelo pronto para o natal.
Carmelita já devia ter ido embora pelo silencio da casa.
Fiquei refletindo sobre a confissão de Alice e seu novo
amor. Ela era jovem ainda e podia descobrir as coisas da sua
forma. Selecionei umas fotos do ano para levar e vi a quão
estranha eu era. Meu corpo era mais magro... Muito mais
magro. Eu tinha uma coloração pálida que se estendeu até o
aniversário de Edward. No de Alice estava diferente e no de
Emmett meu cabelo mais curto. No jantar de aniversário de
casamento de Esme e Carlisle... Um ano. Nossa.
Eu não era a mesma menina. Eu era uma mulher. Casada
com um homem maravilhoso.
- Oi, meu amor. Você está linda.
- Você também, sempre. – revirei os olhos e ele riu,
concordando, é claro.
- Preparada para fazer muitas fornadas de cookies e
cupcakes? Meu pai falou disso o dia inteiro.
Edward sentou do sofá, tirou o terno, abriu um pouco o
cinto, afrouxou a gravata e olhou para as fotos em cima da
mesinha da sala. Seu sorriso se abriu levemente quando olhou
para algumas e eu ainda me vi presa a cena dele, sempre
lindo. Arrogante e um pecado sobre pernas. Não resisti, sentei
no seu colo, tirando a gravata dele e colocando em mim. Abri
os botões da sua camisa e beijei seu peito nu.
- Eu senti sua falta o dia inteiro. – suspirei enterrando o
rosto no seu pescoço. Edward estava ocupado beijando meu
ombro. Enrolei meus dedos nos seus cabelos sempre tão
macios, com cheiro de shampoo masculino. Como conseguia
permanecer tão cheiroso, mesmo depois de um dia de
trabalho?
- Eu também. Eu não consigo mais me concentrar
naquela mesa, não depois que vi você, só vestindo minha
gravata e esses sapatos me foda em cima dela. – sussurrou
- Nós não estamos falando sobre isso ou eu vou me
atrasar. – pulei do seu colo e segui para o quarto. Nossas
pequenas bolsas estavam prontas para o final de semana de
natal com a nossa família.
Então, tudo que aconteceu no passado, passou como um
filme na minha frente. Tanto sofrimento que estava sendo
compensado, hoje. Se tivesse que passar por tudo
novamente, passaria com firmeza. Principalmente se o
resultado for ter Edward ao meu lado e poder chamar de
marido. E quem sabe, o natal que vem, teremos o nosso
pequeno ou pequena a caminho?
- Ei, está tudo bem? Você está chorando.
- Um ano se passou... E nossa. – suspirei e ele riu, me
erguendo pelo cós da minha calça, para ficar em seu colo com
as pernas entrelaçadas. – Eu acho que estou ficando com
aquela coisa sentimental do natal ser importante pra mim e
olhe só, eu estou indo para casa dos meus sogros passar o
fim de semana, fazer biscoitos, ter um criança pela casa e um
marido. Eu nunca imaginei que fosse viver esse tipo de coisa
e estou emocionada. É a magia do natal.
- Eu sei... Eu entendo. E olhe pelo lado bom... Esse é o
primeiro de muitos.
Edward sorriu daquela forma gostosa, doce e amorosa,
que me enchia de paz. Me abraçou daquele jeito que ele fazia
todos os dias de noite e dizia que me amava. Me colocou na
cama com aquela delicadeza exagerada, como se eu fosse
um copo de cristal, me despiu com adoração e me amou com
sua alma.
Bem-vinda magia do natal. Eu amo esperar por você o
ano inteiro.

Capítulo 24

A Moment Like This

O Natal foi lindo e mágico. Fizemos fornadas de biscoitos


e Ethan pode comer alguns além dos de dentição. Cozinhei
doces com Rosalie e Alice para a sobremesa da ceia. Esme e
Charlotte fizeram questão de preparar cozidos e
acompanhamentos, enquanto os homens tomaram conta das
aves e outras carnes. Tinha comida para um batalhão de
gente e tive a ideia de ter nossos funcionários conosco.
Demetri não tinha família. Ana só a filha que morava distante.
Eles eram responsáveis pelo nosso bem estar durante todo o
tempo, eram amigos e de confiança.
Tentei me controlar em não pular em Edward quando
cozinhava no balcão a minha frente. Emmett depois de fazer
Rosalie cortar o dedo, foi banido de cozinheiro a provador
oficial. Não que ele reclamou sobre isso. Peter apenas cuidou
de Ethan, que pareceu agitado demais para quem viajou de
avião na noite anterior. Ele não dormiu, se rastejou entre
nossas pernas, provou quase tudo, conversou em sua língua
de bebê com Edward, deixando meus ovários em um estágio
perigoso.
Rosalie fez incríveis croissants de chocolate e doce de
leite. Alice faltava pular da ponte de tão nervosa, afinal de
contas, no dia seguinte, Ian iria almoçar conosco pela primeira
vez. Finalmente chegou a hora do jantar. Todos estavam
ansiosos e felizes com o nosso natal. Carlisle me fez chorar
com o brinde e a oração agradecendo especialmente por mim
e por Rosalie.
Eu comi. Muito. Principalmente tudo que Edward fez.
Estava tão bom que me senti cheia antes da sobremesa. O
vinho não fez muito efeito em mim, como fez em Edward. E
bom, toda vez que eu via vinho, chocolate, morango e Edward,
minha mente mergulhava em um dado momento da nossa lua-
de-mel.
- Perdida em memorias, amor? – Edward sorriu torto
apertando minha coxa com força.
Nós saímos da mesa e nos espalhamos pela sala. Deitei
no chão, colocando a cabeça na perna de Edward, que ainda
tomava seu vinho com Emmett. Alice deitou do meu lado e
dividimos um pote de bombons. Rosalie veio com mais vinho
para os rapazes e sentou conosco. Ethan vendo que tinha
doces, sentou na minha barriga enquanto dava a ele
minúsculos pedaços de chocolate, mas o suficiente para se
misturar com sua baba e lambuzar todo.
- Bee!
- Calma criança! Eu vou te dar – sorri dando um beijinho
de esquimó nele.
- Essa paixão de Ethan por Bella está passando da
platônica. – Peter provocou Edward que só revirou os olhos.
Chegou à hora da troca de presentes. Foi engraçado
porque esse ano demos tudo que o outro não gosta. Ganhei
CD’s de musicas eletrônicas, dei a Alice uma saia xadrez de
prega, um sapato plataforma a lá Spice Girls a Rosalie e um
avental a Charlotte. A surpresa da noite foi o presente de
Edward. Enquanto dei a ele uma gravata de cobra escrito
“minha mulher manda em mim”, ele me deu um carro.
Não um carro como o primeiro. Eu nem sabia que fim
levou aquele outro carro. Eu ganhei a porra de um carro
esportivo, reluzente e caro. Uma Ferrari vermelha
maravilhosa. Eu não sabia que gostava de carros caros até
dirigir aquele. Eram mais de meia noite e um sorriso estupido
brotou no meu rosto ao correr pelos arredores da cidade. Eu
não consegui nem ficar enjoada.
Nós comemoramos meu agradecimento no banco
traseiro com aquele cheiro de couro novo, mais o perfume de
Edward e minhas unhas afundando o estofado. Ótima noite de
natal.
Edward me acordou cedo no dia vinte e cinco porque
estava com fome. Esse nós decidimos não comparecer a
nenhum evento natalino que ocupasse demais ou nos fizesse
ficar longe um do outro. O baile de Ano Novo era tradicional,
portanto, só iria me preocupar em parecer sofisticada nesse
dia. Ian chegou para almoçar conosco e Edward quase teve
um infarto do miocárdio. Eu tive que chutar seu tornozelo
várias vezes, mas o menino era seguro demais. E uma boa
coisa de se ver. Alice precisa mesmo de alguém determinado
ao seu lado.
Emmett e Edward não enxergaram isso, claro. Soltaram
piadinhas e levaram repreensões durante todo o dia. O rapaz
pareceu não se importar e Alice estava nas nuvens. Que
desse certo, dessa vez.
Nós dormimos cedo naquele dia, todos íamos trabalhar e
eu fiquei feliz em não ter aula nenhuma na faculdade ou ia
surtar.
- Bom dia meninas! Tudo bem? – sorri para minha
assistente e a de Edward, que fofocavam um pouco antes de
começar a trabalhar. Assistente... Eu tinha uma agora.
Eu era chefe de mais três mil e quinhentos funcionários...
Isso em um só prédio. Aqui em Nova Iorque. Eu não queria
pensar no resto das empresas espalhadas pelo país... E
mundo. Ângela me trouxe um café e conversamos um pouco
sobre o natal e afins, e nos preparamos para uma pequena
reunião com funcionários. A primeira que eu ia fazer sozinha.
Sem Edward ou Emmett. Cinquenta funcionários me olhando.
Me analisando.
Ângela esteve do meu lado, mas eu tremia feito vara
verde e mantive em silencio. Observei os projetos de alguns
funcionários, cálculos de outros, fiz anotações e comentários
como Edward me instruiu a fazer. Alguns eu neguei sem
chance de revisão e outros deixei como pendente para
simplesmente analisar com alguém mais experiente.
Acabada a reunião, soltei uma respiração pesada e tinha
uma dor de cabeça irritante gritando na minha cabeça. Sem
querer entornei café na minha roupa e entrei no banheiro mais
próximo daquele andar.
- Quem ela pensa que é? – rosnou uma das mulheres que
vi na reunião – Só porque casou com o poderoso chefão,
pensa que pode dizer que meu projeto é ruim? Eu tenho duas
faculdades, mestrado, pós-graduação e doutorado. Essa
vadia deve ser muito boa de foda para Edward Cullen fazer o
que ela bem entende.
- Aqueles olhinhos doces e inocentes não enganam
ninguém. Por favor, ela está usando a sala ao lado dele. Agora
vai querer mandar em mim? Eu não aceito isso. Fazendo de
pobrezinha, sem família, casou com o ricaço e ouvi dizer que
ela tem conta conjunta com a dele. Ela pode mexer em todos
os bens da família. Não dou uma sorte dessas...
- Assim é mole. Alpinista social. Ela deve ter conquistado
com a boca...
Não aguentei mais e sai do banheiro, com lágrimas
querendo sair, mas não ali na frente de todo mundo. De todos
os funcionários apressados, querendo voltar para salas ou
cubículos. Ângela ainda me esperava, perguntou se eu estava
bem, mas apenas fiquei em silencio, assentindo
pacificamente.
Emmett estava no hall da presidência quando cheguei.
Ele conversava com Aro e ambos abriram lindos sorrisos que
não correspondi perfeitamente. Pareceu uma careta. Emmett
iria vir atrás de mim, por isso entrei na sala quase correndo e
tranquei a porta. Dor de cabeça, claro. Tomei duas aspirinas
e evitei pensar no que ouvi.
Os papeis a minha frente não faziam sentido.
Nenhuma ligação foi passada. Só interna. Três vezes
Emmett, cinco Rosalie e quinze de Edward. Eu não atendi
nenhuma e estava literalmente trancada na sala. Deixei de
lado tudo sentindo a cabeça pesar. Talvez duas aspirinas
tivessem sido demais. Deitei no sofá e fechei os olhos.
Alpinista social... Boa de cama... Olhos doces que não
enganam ninguém... O que eu fiz para merecer tudo isso?
Finalmente as lágrimas caíram, tirei os sapatos de
qualquer jeito e puxei uma almofada para meu rosto. O
telefone tocou mais uma vez e até que a porta interna abriu de
uma maneira meio brusca, mas não me movi. Eu sentia o
cheiro do seu terno bem lavado, o perfume masculino e a
loção pós-barba do meu marido se aproximar de mim.
- Resolveu ignorar o mundo hoje? Ângela disse que você
provavelmente não estava se sentindo bem... – sussurrou
ajoelhando do meu lado – Baby, tire a almofada, o que você
tem? – Edward puxou do meu rosto e provavelmente o viu
molhado – O que há?
Pensei em contar o que ouvi, mas ele ia demitir as duas,
mesmo que eu estivesse com vontade de fazer isso. Só que
não seria justo. Iria me comparar a elas e simplesmente dar
razão ao comentário. Eu não era nenhuma alpinista social ou
usei minha boca para Edward casar comigo. Eu queria descer
e gritar com elas. Ou mandar Rosalie descer várias planilhas
de planejamento só para a super pos-doutorado-do-mestrado-
de-merda resolver e parar de falar de mim no banheiro.
Demitir era errado. Dar trabalho... Minha função. Um
sorriso diabólico nasceu na minha mente. Aquele era
destinado a pessoas que tocavam meu coração de forma
profunda. Só para especiais.
- Só dor de cabeça. Acho que foi porque não comi direito.
– dei os ombros. A expressão de Edward ficou confusa. Ele
sabia que estava mentindo.
- Então, quer me acompanhar em um almoço?
- Claro. Só deixe-me fazer uma coisinha antes. – sorri
cinicamente. Edward ficou mais confuso ainda e não falou
nada.
Mandei Ângela despejar no andar delas todas as
planilhas que não fiquei satisfeita e mais um monte de coisas
desnecessárias. Ela vai colocar os cursos delas em prática
com tudo aquilo. O problema era reconhecimento? Ótimo,
estou reconhecendo. Edward estava sentado na minha
cadeira, ouvindo atentamente o que falava, mas nem sendo o
presidente ia me impedir.
Nós raramente saíamos para comer e Rosalie e Emmett
se juntaram a nós em uma pequena cantina italiana ali perto.
A comida não era das melhores, mas matou quem me matava.
Minha dor de cabeça tinha sumido e o sorriso idiota não
deixava meu rosto. Dessa vez não era por estar andando na
rua com meu marido lindo ou rindo como uma hiena com as
palhaçadas sem limites de Rosalie e Emmett. Eles não
paravam em momento algum e o filho deles seria um
comediante.
Assim que chegamos à empresa novamente, Edward
estava vermelho como Emmett, quando eu e Rosalie
apertamos a bunda deles. Isso foi uma pequena vingança
pelas risadas ruidosas em um lugar tão pequeno quanto o que
almoçamos. Eles acabaram rindo, mas estavam com
vergonha.
Assim que chegamos ao saguão encontrei as duas filhas
de uma lambisgoia saindo para o almoço.
- Oh, queridas! Espero que não tenham se incomodado
com as coisinhas que enviei esta manhã. Depois dessa
reunião cansativa, imaginei que vocês não tinham nada a
fazer. Bom, qualquer coisa é só usar a boca e ir falar com seu
gerente de setor, ok? – sorri docemente e as duas congelaram
no lugar, assentindo minimamente. Eu ainda nem comecei a
brincar, estupidas.
Um ano com Edward estava me fazendo ficar tão
arrogante quanto. Foda-se. Eu aprendi a cuidar de mim
mesma.
- O que foi exatamente isso? – Rosalie perguntou confusa
como os dois.
- Ensinando que eu sei usar a boca muito bem quando eu
quero. – respondi e eles ficaram em silencio
Eu sentia o olhar de Edward me penetrando na nuca, mas
não tive coragem de olhá-lo.
Seguimos em silencio para minha sala, onde
abusadamente sentou a mesa e me puxou para ficar a sua
frente.
- O que aconteceu... De verdade.
- Nada demais, amor. Eu juro.
- Bella...
- Ok. – bufei irritada – Elas falaram umas coisas
inconvenientes e eu as coloquei em seus devidos lugares.
- Bella, o que exatamente elas fizeram?
- Não vou te contar – bati o pé enfezada. – Vou resolver
isso sozinha, Edward. E você não vai querer se meter nisso. –
falei bem séria olhando em seus olhos.
- Ok. Você resolve... Certo. – disse hesitante. – Ok. Você
decide.
- Agora, vai para sua sala trabalhar que eu tenho algumas
coisinhas para fazer. – ralhei puxando-o pela gravata e
automaticamente ele me puxou forte, me dando aquele beijo
desfalecedor de calcinhas, imprensando bem seu corpo ao
meu, mostrando o quão animado e forte ele era.
Fiquei meio mole e gemi contra seus lábios. Foi nesse
momento que ele se afastou, dando um tapa forte na minha
bunda.
- Dois podem jogar o mesmo jogo. – dizendo isto, saiu da
sala pela porta adjacente.
Filho de uma mãe adorável. Eu amava tanto minha sogra
que não tinha coragem de xingá-la com facilidade. Ainda meio
mole, liguei para o departamento das duas, já enchendo o
saco do gerente de setor, querendo respostas. Fiquei
assustada com a risada maléfica que saiu dos meus lábios,
mas quem mandou dizer que paguei serviços sexuais para
estar onde estou?
Comportando como duas velhas azedas que nunca iriam
chegar a um bom lugar. Satisfeita por atazaná-las demais,
voltei ao meu trabalho, cheio de papeis com propostas,
cálculos e despesas. Alice gastava demais, pelo amor de
Deus. Edward não fazia nada. “Tudo que minha princesa
quiser”. E detalhe, como será se tivermos uma menina?
Ramal interno tocou.
- Amor nós podemos sair para jantar hoje com Alice e Ian?
- Sério Edward? Não passou os ciúmes?
- Ciúmes? Eu? Só quero conhecer mais o rapaz... – falou
meio baixo.
- Fala sério, seu bobão. Por mim, tudo bem. Seja dócil
com o menino, ele é bom.
- Só quero certificar que minha princesa está em boa
companhia.
- Baby, é um namoro e não casamento. – cortei-o
- Só quero saber se minha princesa está em boa
companhia. – insistiu irritadiço.
- Ok. Escolha um bom restaurante.
- Será que ele...
- Tchau.
Deus me ajude. Minha filha nunca vai casar com um pai
desses.
.~.
O ano novo passou rápido. Além de trabalhar a semana
inteira, me preparei psicologicamente para o baile, lotado,
cheio de foto, jornalistas e muitas outras pessoas. Victória
estava presente e nós conversamos mais do que fizemos
ultimamente. Edward implicou com meu vestido desde
momento que me viu experimentando. Ele só parou quando
disse que estava sem calcinha e tinha mudado de ideia quanto
a uma brincadeirinha em uma das salas vip’s. Eu não tinha
planejado nada, só era justo que ele parasse de reclamar no
meu ouvido.
É curto, é justo, todos os homens vão te olhar, olha o
decote, olha a perna. Ah, irritante.
Ele não me soltou. Nem quando quis ir ao banheiro.
Aproveitamos à pista de dança, jantamos com amigos e
família. Foi nada comparado ao ano passado. Foi muito mais
divertido, eletrizante e apaixonante. A virada foi cheia de fogos
que me fizeram chorar, mais um ano. O me segundo ano novo
com meu Edward. Será que essa sensação iria existir quando
fosse o vigésimo?
Alice e Ian eram o casal fofo da noite. Ele puxou a cadeira
para sentar, serviu sua bebida, dançou com ela, Esme, comigo
e Rosalie. Edward estava a ponto de jogá-lo do salão de
dança, morrendo de ciúmes e dizendo que ele era forçado,
enjoado e cheio de manias estranhas. Disse que ele se vestia
moderninho demais. Ele só tinha 20 anos e Edward é quem
tem alma velha.
Fiquei rindo, porque obviamente, isso era um ciúme
beirando ao doentio.
- Bella! Você poderia nos contar como é estar casada com
Edward Cullen? – perguntou-me a jornalista dos famosos,
Irina.
O que ela quis dizer com isso? Fofoqueira.
- É maravilhoso. Não existe homem melhor do que
Edward. – sorri o mais docemente possível e segui Demetri,
enquanto Edward me ajudava com o casaco.
- Eu sou maravilhoso, é?
Como estávamos em uma limusine sozinhos, fechados e
com aquela tela levantada, nos separando de Demetri e o
motorista, Edward veio com aquelas pontas de dedos gelados,
tirando meu casaco do meu colo, provocando arrepios na
minha perna. Estava frio demais esse ano, não nevou, mas eu
odiava o frio. Talvez porque os invernos sempre foram muito
ridículos pra mim.
Eu nem sequer reparei que estava frio. Edward fazia
questão de sempre deixar o ambiente quente. Talvez ele não
quisesse que eu lembrasse nada relacionado ao passado, não
sei dizer, sei que era lindo demais sua proteção para comigo.
Olhei para meu marido tentando me seduzir e ri
bobamente pensando que ele precisava sorrir que tinha
vontade de arrancar a calcinha pela cabeça.
- Bella?
- Quê?
- Onde você estava?
- Rindo de você me seduzindo. – respondi beijando-o –
Como se você precisasse fazer muita coisa.
.~.
O casamento de Rosalie e Emmett foi perfeito. Digno de
contos de fadas da Disney. Tudo ocorreu bem, no seu devido
lugar e na hora certa. A festa foi menor que a minha, mas não
foi intima. Acho que nós não conseguiríamos ter algo do tipo,
nunca. Eles iam passar a lua-de-mel na Grécia e dessa vez
quem pegou o buque foi Alice. Emmett ia jogar a liga e Edward
puxou antes que caísse em Ian. Foi um estouro de
gargalhadas, mas ele não se importou.
Eu sai do casamento meio bagunçada de tanto chorar. Só
teve musicas românticas, baladinhas e beijinhos de
namoradinhos. Edward estava extremamente feliz pelo irmão
e isso me encheu de alegria. Eles definitivamente voltaram a
ser Batman e Super-Homem.
Com Emmett e Rosalie fora, Carlisle quis comemorar seu
aniversario esse ano de qualquer jeito. Ano passado ele não
quis. Fazer 53 anos estava mexendo com ele. Esme insistia
dizer que era menopausa masculina. Ele também andava
rabugento com Alice e Ian, em um ciúme do namoro recente
ser tão forte. Mais forte que Jasper. A diferença que ela estava
madura, independente. Se Ian não fosse e ela quisesse ir, ela
ia. E ele também não se importava.
Carlisle não estava pronto para ver sua garotinha grande.
Ela não era mais aquela menininha frágil. Continua mimada,
dramática e um verdadeiro furacão. Só que, havia algo
diferente no seu olhar. Algo que só conseguíamos encontrar
quando saíamos da fase adolescente para mulher. Sorte dela
fazer isso aos 19 anos de idade e não como eu, aos 23.
Foi decidido um jantar. Com amigos próximos. Cinquenta
pessoas influentes e ricas estavam espalhadas pela casa dos
meus sogros, em uma noite fria. Tendas foram colocadas com
sistema de aquecedores. Um enorme buffet, banda, garçons
e todas aquelas parafernálias chatas de festa.
Edward estava um saco. Para não falar outra palavrinha
feia. Antes de sairmos de casa, estávamos muito bem nos
agarrando feito adolescentes hormonais quando Alice ligou
gritando que estávamos atrasados. Ele, dizendo que eu
estava sexy como um inferno dentro do meu vestido tubinho
justo e vermelho, ficou com uma ereção obvia até chegarmos
à festa, onde eu pedi que ele pensasse na avó dele nua.
Frustração sexual não era algo saudável na vida dele.
Emburrado e com poucas palavras, ficou a festa sentado,
bebendo um pouco mais do que o normal.
- Baby, diminuía o ritmo, por favor. – pedi antes que
começasse a falar arrastado. – Por que você está tão mal
humorado?
- Sinceramente? – perguntou emburrado e assenti
querendo saber a verdade – Eu estou com uma puta tesão do
caralho fora do normal hoje. Todos meus pensamentos são
aqueles que terminam com você gritando meu nome. –
respondeu deitando a cabeça no meu ombro. Eu já sabia o
que era, mas ouvi-lo falar era muito melhor.
Eu estava oficialmente me tornando uma má pessoa.
- O que ele tem? – Victória perguntou aceitando uma taça
de champanhe.
- Mal humor. – dei os ombros me contendo para não rir.
- Olha ali. Eu quero tanto a conta daquele cara. –
murmurou e saindo sorrindo docemente a um senhor grisalho,
com cara que tinha mais dinheiro que soubesse calcular.
- Então... O que você faria comigo? – perguntei
sedutoramente no seu ouvido. Edward gemeu e beijou meu
ombro, tomando uma respiração profunda.
- Vem, Isabella. Eu vou te mostrar o que eu faria com
você. – disse com aquele tom de voz cortante que eu tanto
amava quando me dominava.
Eu sorri satisfeita e o segui até nosso destino misterioso.
Seja lá onde fosse, eu sabia que meu sorriso não ia desgrudar
da orelha até o fim da noite.
.~.
Quase chorei quando as aulas da faculdade voltaram. Os
dias ficavam sempre curtos, corridos e cansativos.
Principalmente que tênis não fazia mais parte do meu armário.
Eu tinha saltos, calças, terninhos, conjuntos, vestidos, bolsas
completamente diferentes do que sempre estive acostumada.
Uma correria sem fim e estava pegando o jeito na empresa.
Até gritar com Edward porque ele fez algo errado, eu
gritei. O engraçado depois foi que pensei que ele ia ficar
chateado, mas ao ser puxada para sua sala e a porta trancada
no segundo seguinte, percebi o efeito foi bem diferente.
Por mais cansada que pudesse ficar no fim do dia, um
sentimento de realização me dominava sempre que na cama,
compartilhava com Edward os assuntos recorrentes. Era
como se estivéssemos na mesma página, pela primeira vez,
no mesmo mundo. Uma fusão da Bella que um dia fui, com a
Bella que hoje sou. Não mais uma menina frágil, medrosa e
teimosa. Ok, teimosa sim, só que mais determinada. Segura.
Coisas que antes, só Edward enxergava em mim e agora, meu
reflexo no espelho era totalmente adorável.
O namoro de Alice e Ian estava estampado em todos os
jornais, mas ninguém se pronunciou em relação a isso e eu
quase quis ver a cara de Jasper. Dizem que ele havia
terminado com a Maria, nós não procuramos confirmar porque
não interessava mais. Na faculdade, depois do meu estresse
com o professor, eu fiz mais amigos. Tinha Tyler, Heidi,
Camila, e o próprio Jonathan, o menino da xerox, como ele
mesmo se apresentava. Nós sentávamos juntos e fazíamos
trabalhos. Nenhum envolvimento em vidas pessoais. Apenas
uma relação amigável na faculdade e ponto final. Eu tinha
certo receio de me envolver com alguém. Relações de
confiança não podem ser baseadas com julgamentos
precipitados.
Estava bom assim.
- Senhora Cullen, você me acompanharia em um almoço
especial de emergência na residência oficial dos Cullen? –
Edward invadiu minha sala, com aquele sorriso torto adorável.
- Não. Prefiro ficar aqui e almoçar um biscoito qualquer. –
revirei os olhos pegando minha bolsa.
- Espertinha.
- Qual ocasião? – perguntei confusa. – Nós estávamos
juntos ontem.
- Emmett e Rosalie acabaram de chegar e tem algo a
informar. – deu os ombros e seguimos adiante conversando
sobre banalidades.
Assim que pisei na sala de estar, a minha ficha caiu.
Rosalie passando mal no natal, enjoada na volta da minha lua-
de-mel. Rosalie engordando e não cabendo direito no vestido.
As escolhas dos canapés... Ela só podia estar grávida! Meu
sorriso abriu tão estupidamente que voei no seu pescoço e ela
começou a chorar. Hormônios estúpidos, sejam bem vindos.
- O que está acontecendo, gente? – Alice perguntou
confusa.
- Quanto suspense... Por que elas estão chorando? –
Carlisle coçou a cabeça, tal como Edward fazia. Emmett ria
feito um idiota enquanto continuava abraçando minha amiga.
- Então...
- Ai! Eu serei vovó? – Esme gritou com sua ficha caindo.
Emmett assentiu positivamente, ainda olhando bobamente
para Rosalie que agora, tinha mais braços ao seu redor.
Foi uma verdadeira festa! Durante a viagem ela enjoou
muito e teve desejos. Eles resolveram fazer um exame e deu
positivo. Ela estava com quase três meses ou três meses,
precisavam detalhar ainda, porque tudo em grego ficou
complicado entender. Foi um almoço emocionante, cheio de
planos, suspiros e gargalhadas. Nós ligamos para Peter e
Charlotte. O primeiro herdeiro Cullen estava a caminho.
Carlisle mal conseguia tirar a mão da barriga de Rosalie.
Não tinha nada ali ainda, mas ele estava lá. Conversando com
seu neto ou neta. Cada hora chamava de uma coisa. Esme já
pensava na decoração do quarto do bebê e Alice não parava
de falar! Como sempre.
Minha alegria murchou quando olhei para Edward. Seu
sorriso era sincero. Ele realmente estava feliz pelo irmão... Só
que o brilho vacilante no seu olhar me mostrou outra coisa. Foi
então que eu percebi que profissionalmente nós estávamos na
mesma página, mas existia ainda, uma pequena parte, como
casal que nós não estávamos. Eu sentia, que de algum modo,
ele queria ser o pai do momento. Isso me doeu. Doía não
saber corresponder isso.
Também sabia que ele não iria me dizer isso. Edward era
tão cavalheiro que ia guardar sua angustia com medo que
interpretasse mal seu desejo. Novamente, estava presa em
uma sinuca de bico no qual queria desesperadamente realizar
o desejo de Edward só porque ele queria e não porque estava
pronta para ser mãe.
O que iria fazer?
- Está tudo bem, Bella? – Esme perguntou docemente.
- Sim. Fiquei perdida nos planos... – sorri voltando a
comer. Eu sabia que Edward estava me olhando e quando
senti sua mão tocar a minha, meu celular tocou – Preciso
atender.
Era Ângela. Seja lá o que fosse, estava feliz em ter uma
desculpa para sair da mesa.
- Oi, Âng.
- Oi, Senhora Cullen. Desculpe incomodar seu almoço,
mas a esposa do Sr. Volturi passou mal e ele pediu para
cancelar sua reunião. Então, você está livre esta tarde.
- Certo. Obrigada. – murmurei desanimada. Trabalhar
seria uma boa opção para esquecer esse assunto. – Talvez
eu vá a faculdade... – suspirei cansada. Não era bem isso que
queria fazer.
- Está tudo bem?
- Âng, você tem quantos anos de casada? – perguntei
baixo. – Desculpe, responda se quiser.
- Dois anos e meio, por quê? – respondeu docemente.
- E você e Ben pensam em ter filhos? – sussurrei
- Sim, pensamos sim... Inclusive, nos próximos meses
entraremos para o time dos tentadores. – sorriu docemente e
pude saber que seus olhos estavam brilhando.
- E como você soube que era o tempo certo?
- Bom, eu e Bem trabalhamos para a mesma empresa
tem mais de dois anos, temos metade da hipoteca da casa
salva e dois quartos sobrando em casa. Estamos naquela fase
que simplesmente precisamos não dormir no meio da noite
porque temos um bebê. – respondeu – Eu apenas acordei um
dia, olhei para ele dormindo e pensei no quanto queria uma
miniatura dele.
- Certo... – falei lentamente.
- Tudo tem seu tempo, Senhora Cullen. Vai chegar o
momento que você irá olhar para o Senhor Cullen e
simplesmente sentir a barriga meio vazia.
- Eu espero, Âng. Obrigada.
- Sempre que precisar. Até amanhã!
Sai do escritório de fininho e olhei para Edward que
estava no bar da sala, servindo uma dose de whisky para seu
pai e irmão. Era óbvio que eu queria uma miniatura dele, mas
faltava ainda muita coisa que queria antes disso.
O que, por exemplo? Perguntei-me e não tive a resposta.
Fui em direção ao meu quarto sem me importar em
descer novamente. Tirei os sapatos, meia calça e deitei na
cama, aproveitando que tinha tarde livre, ia dormir antes que
minha mente pegasse fogo por muito uso.
Depois de muito pensar conclui que tinha medo de ser
mãe. O que eu tinha de bom para ensinar um bebê? Se
alguma coisa acontecesse comigo e ele ficasse sozinho? Se
eu não soubesse ter paciência para ensinar, cuidar, dar
banho, trocar fraldas...
E se eu falhasse como mãe? Pior! Se não conseguisse
simplesmente engravidar?
O que me impedia agora de dar um filho a Edward?
A faculdade. Que terminava em onze meses e três dias e
meio.
Ouvi a porta ser aberta em um clique suave. A cama
afundou logo em seguida e Rosalie começou a cutucar meu
nariz. Eu sorri porque ela era insistente.
- Você sabe que ele está feliz, não sabe? – Rosalie
perguntou docemente – E que ele beija o chão que você pisa.
Ele vai respeitar seu tempo...
- Só não vai deixar de desejar ter um bebê. – completei.
- Sim. Exatamente isso. Edward sabe dos seus
pensamentos e nesse momento está afundando no álcool
achando ter te magoado de alguma maneira.
- Eu sinto muito deixá-lo triste. Muito mesmo. Eu só quero
entender por que não acho que serei boa mãe? Por que eu
não quero um bebê?
- Oh, Bella bobinha. – apertou meu nariz, deitando bem a
minha frente – Até descobrir que estava grávida, eu também
não queria. Só que quando o rapaz disse que estava positivo,
descobri que ele era tudo que mais queria na vida. Você não
pode saber até sentir. É como uma lâmpada que ascende na
cabeça.
- Eu não sei... Só a faculdade me impede de engravidar
hoje... E quando não tiver mais a faculdade? O que vou sentir?
Vamos entrar ao time dos tentadores, como Ângela e Ben?
- Cada caso é um caso. Você tem medo, não tem?
- Muito. Eu sou um desastre!
- Ethan não acha isso... Ele ama seus banhos, suas
histórias, suas brincadeiras...
- Ethan não mora comigo. Não saiu de dentro de mim. –
rebati secamente
- Justamente. Agora imagine um bebê que terá uma
ligação natural com você? Eu também não sei ser mãe, Bella.
Mas vou aprender.
- Você tem razão... – murmurei envergonhada – O que eu
falo com Edward? Devo conversar com ele sobre isso?
- Não. Edward é um menino mimado. Grande, mas
mimado. Ele está acostumado a ter tudo o que quer na hora
que bem entende. E ultimamente você tem ditado as regras
como esposa, dentro de casa com Carmelita e como esposa
do presidente, dentro da empresa. Ele ama isso em você e por
isso não vai falar nada, porque sabe que o dia que você quiser
engravidar, nada no mundo vai te segurar.
- E se ele desistir e procurar outra?
- Cadê a Bella Cullen, determinada que colocou duas
vadias em seu devido lugar semanas atrás? Cadê a Bella que
está dando uma lição em Victoria Pedra de Gelo? – perguntou-
me rindo – Edward nunca faria isso. Acredite em mim. O modo
que ele olha pra você é muito forte. Ele quer ter filhos com
você e não apenas ter filhos. Entende a diferença?
- Entendo... Rosie, obrigada por me ouvir. – sussurrei
abraçando-a.
- Cunhadas são para isso, não? Se Alice não estivesse
dormindo agora, estaria aqui mandando a La Perlla descer
toda nova coleção pra você seduzir Edward.
- Essa menina me deixa de cabelos brancos. –
resmunguei rindo.
- Agora, você quer ser a madrinha do meu bebê? –
perguntou-me baixo.
- Eu pensei que já era! – respondi ofendida – Claro que
sim, sua boboca. Bom que vou treinando...
- Sei que cuidar do meu bebê vai ser sua maneira de
treinar... Coelhos.
.~.
- Você quer comer alguma coisa? – Edward perguntou
depois que o filme acabou. Nós ficamos na casa de Esme e
Carlisle até o fim da tarde. Surpreendentemente, estávamos
bem um com o outro. Rosalie tinha razão. Edward era apenas
um menino mimado quando outra criança ganhava o
brinquedo que ele queria.
Deitamos para ver um filme, namoramos um pouco e eu
meio que adormeci embolada com ele. Abri os olhos e os
créditos estavam subindo. Meu estomago roncou alto e ele riu.
- Que tal uma pizza?
- Excelente ideia. – beijou-me antes de sair da cama.
Bella boba. Você quase entrou em uma crise paranoica
por conta de uma besteira. Edward sabia do meu tempo e
estava aproveitando nossos momentos. Idiota, deixei minhas
inseguranças falarem mais alto quando tenho um marido tão
adorável, que me ama e respeita acima de tudo.
- Quer qual sabor, preguiçosa? – perguntou voltando para
o quarto com o telefone no ouvido.
- Uma pizza havaiana cairia bem.
Edward fez os pedidos de pizza e voltou a deitar comigo
na cama, eu estava com sono e com preguiça de levantar.
Trilhando com as pontas dos dedos nas minhas costas ficou
mais impossível ainda querer sair da cama.
- Rosalie vai fazer a vida de Emmett um inferno. – Edward
comentou – Ela já tem tendências dramáticas normalmente...
- Ele vai sobreviver, qualquer coisa tem nosso quarto de
hospedes. – sorri contra seu peito.
- Emmett veio com uma proposta hoje... – comentou
fazendo uma massagem na minha nuca – Existem duas casas
a venda nas proximidades da casa dos meus pais... Ele esteve
pensando se pudéssemos fazer uma visita.
- Você quer se mudar, Edward?
- Bom, você mesmo diz que o apartamento um dia vai
ficar pequeno...
Eu sabia que uma hora isso iria vir. Calculista maldito que
pensa que me engana.
- Se você for comigo, Edward. Veremos a casa... Só não
entendo muito. – respondi sorrindo tranquila. – Além do mais...
Eu acho uma boa ideia morar perto dos seus pais.
- Tudo bem. Nós vamos amanhã na hora do almoço. –
beijou meu templo satisfeito consigo mesmo.
Uma coisa sobre o casamento é óbvia. A gente sempre
tem que deixar que eles pensem que mandam. Edward estava
achando... Só achando. Quem define, sou eu e ponto final.

Capítulo 25

Poison

Sabe quando você acorda com aquela sensação de que tem


alguém te beijando? Eu sorri porque estava vivendo
justamente esse momento. Edward também estava tirando
minha camisola fina e já puxando o laço lateral da minha
calcinha. Abri os olhos devagar e vi que eram cinco e meia da
manhã. Faltava quase duas horas para meu voo em direção a
Seattle. Eu ia passar dois longos dias longe dele e isso estava
afetando a carência do meu marido.
Estaria de volta dois dias antes do seu aniversário. Que
insistência!
Seus lábios voltaram a atacar meu pescoço de forma
mais violenta e um gemido baixo escapou dos meus lábios
quando seus dedos começaram a me estimular de forma
lenta, quase preguiçosa.
- Eu sei que você está acordada... Esse sorriso... E posso
sentir você pronta pra mim, baby.
Gemi de novo com sua mordida no ombro. Abri os olhos
e virei de frente a ele, que tinha um sorriso sexy no rosto, mais
o rosto amassado com cabelos bagunçados. Não fiquei
surpresa ao vê-lo nu, já me puxando pra si com fome. Não
registrei uma segunda respiração e ele já estava dentro de
mim.
Isso era ótimo. Eu amava com todas as minhas forças ser
acordada assim... Principalmente que isso demostrava
carência da parte dele porque iria ficar fora de casa. Edward
estava fazendo movimentos carinhosos, lentos – para minha
tortura -, me beijando com profunda adoração e mimo. Enlacei
minhas pernas na sua cintura, tentando desesperadamente
aprofundar o ângulo de penetração, mas o egoísta apenas riu
e continuou seu ritmo.
- Sem pressa baby, deixe-me te amar.
Pra sempre... Completei em pensamento. Entreguei-me
ao seu ritmo e nós conseguimos chegar juntos, com ele
sorrindo feito um idiota.
- Eu te amo... Não vá, por favor. – Edward me abraçou
apertou nos seus braços, sem ainda sair de dentro de mim.
- Edward, você mesmo concordou que eu deveria ir.
Rosalie grávida precisa de mim...
- Agora eu não quero mais. – resmungou beijando-me.
- Deixa de ser bobo. – provoquei apertando-o ainda mais.
- É sério. Não sei o que é... Eu não quero que você vá.
Fica comigo... – eu podia jurar que ele estava choramingando.
- Baby, não. Eu tenho responsabilidades e agora, preciso
ir. – falei bem séria, empurrando-o e indo direto ao banheiro.
Tomei banho ainda ouvindo Edward pedir para não ir. Ele
estava começando a ficar chato e quis ter um controle na tecla
mute nesse momento. Minha mala estava pronta e já na sala,
vesti jeans, uma blusa branca simples e um sapato vermelho
bem alto. Maquiagem leve e cabelos soltos. Edward colocou
a mesa do café comigo e foi do carente ao rabugento.
- Se cuida. – Edward beijou-me antes de me deixar ir. –
Me ligue assim que chegar lá. Não saia de perto do Demetri.
Qualquer coisa volta no primeiro horário disponível...
- Edward, pelo amor de Deus, eu vou ficar bem. –
resmunguei batendo o pé. – Em dois dias eu volto. Prometo.
- Inteira. Sã e salva. – beijou-me repetida vezes. – Eu te
amo, amor.
- Eu também te amo, minha vida.
Rosalie estava com sua barriga de seis meses
aparecendo bem redondinha. Ela tinha um pote de M&M nas
mãos e um sorriso enorme no rosto. Emmett e Edward
estavam como dois bobos apaixonados dando tchau pelo
vidro de desembarque. Victória ficou muda com um olhar
ressentido. Desde que descobrira a gravidez de Rosalie, ela
definitivamente não se aproximou mais. Eu até tentei, me
sentindo estupidamente culpada por não entender sua mágoa.
Eu nunca perdi um filho, mas não conseguia entender que
diabos ela estava sentindo. E também não se abria o
suficiente para que qualquer pessoa pudesse ajudá-la. Às
vezes eu ainda achava que ela amava James. Mesmo com
todas as atrocidades que ele fez, ela ainda sentia algo mais
forte que podia compreender. Era platônico. Doentio.
Por isso que não se apaixonava por ninguém. Não dava
abertura ao bonitão, Stefan, do RH. Ela continuava mais fria
do que antes e ainda disse que nós não éramos mais do
mesmo time porque eu me casei. Eu tinha um marido e no
futuro teria um bebê. Eu realmente fiquei assustada. E com
medo de perdê-la.
Semana em meados de fevereiro nós tivemos um almoço
de negócios e James chegou ao restaurante. Ela teve uma
crise convulsiva na frente do cliente. Ela tremia e gaguejava
compulsivamente e eu não tive ideia do que fazer. Nós
ficamos no banheiro, sentadas no chão e abraçadas por quase
duas horas. Ela disse coisas incoerentes e até que Edward
chegasse, fiz o meu melhor. James era como um veneno.
Estava dentro dela.
Fiquei extremamente assustada. Chorei até dormir e no
dia seguinte, ela me expulsou da sua vida. Fingiu que não me
viu e que não me conhecia por dias. Até que fomos obrigadas
a pelo menos sermos profissionais. Hoje, ela estava no canto
mais distante. Como se estivesse com nojo da felicidade de
Rosalie, que não se abalava nem por um segundo sequer.
Joseph, meu afilhado, era seu raio de sol, fonte de vida,
amor e felicidade. Nós ficamos o voo babando pela barriga e
as novas coisas. Aguentei meu enjoo por medo do que Victória
poderia fazer com Rosalie.
- Será que vai demorar muito? – Rosalie perguntou aflita.
Ela estava no ultimo mês cabível a uma viagem. – Estou com
fome.
- Eu também. E com um pouquinho de sono. –
resmunguei e meu afilhado se mexeu. Os últimos meses ele
tem sido meu refugio. Edward estava tão apaixonado pelo seu
sobrinho, que sufocava Rosalie. Tal como faz com Ethan.
- Nós ficaremos no mesmo quarto como duas
adolescentes. Nada de guerra de travesseiro. – Rosalie riu e
a aeromoça veio nos avisar que era hora de repor o cinto.
Eu ainda não me acostumei com o sistema interno dos
Cullen de voo. Aeromoças, aviões, carros, quando eu achava
que estava bom e exagerado, vinha muito mais. Nós
pousamos na chuvosa Seattle e fomos direto para o hotel
comer e dormir um pouco antes do evento da noite. Eu liguei
para Edward antes que ele viesse a pé de Nova Iorque até
aqui. Demetri estava rindo do desespero do meu marido.
- E você enjoou? Como foi?
- Eu enjoei, mas tomei o remédio, agora me sinto zonza
porque não dormi. Não quis deixar Rosalie sozinha com
Victória. Ela simplesmente está me assustando...
- Eu sei amor, se você não se sentir segura, não deixe
Rosalie sozinha com ela. – falou baixo – Vá descansar. Eu te
ligo mais tarde.
- Te amo, amor.
- Te amo, minha vida.
Rosalie e eu comemos no quarto, na cama, assistindo
desenhos animados até pegarmos no sono confortável uma
ao lado da outra. Emmett ligando nos acordou e percebemos
estar mais que atrasadas para o primeiro evento da noite, que
consistia jantar e ser simpática com os funcionários do estado
chuvoso do país. Rindo feito duas bobocas, nos arrumando
correndo com Alice aos berros no meu telefone, dando
instruções sobre como fechar meu vestido, porque nenhuma
de nós duas sabíamos.
- Princesas da Disney já estão prontas? – Victória bateu
a porta.
- SIM! – gritamos ainda descabeladas – Em meia hora! –
completei rindo e ouvi seu bufar impaciente do lado de fora.
- Melhor corrermos.
O jantar foi um saco por falta de adjetivo melhor. Ficamos
entediadas em dez minutos e Victória não parava de contar os
minutos para voltarmos ao hotel. Uma hora foi o suficiente
para fazer cena e nós saímos, com Demetri abrindo caminho.
- Vic? O que foi? – perguntei quando ela estacou no lugar.
- James está aqui. – sussurrou e Rosalie olhou ao redor.
– Eu vi no meio da multidão.
- Deve ter sido alguém parecido. Vamos para o hotel. –
Rosalie puxou-a até o carro. – Victória, respire, você está
ficando verde.
- Ele tem aparecido... – murmurou
- Como assim?
- Ele está sempre do outro lado da rua... No restaurante...
Na academia... Ele sempre aparece.
- Mas ele não pode chegar perto de você! Tem os
seguranças... – Rosalie gaguejou
- Eu sei. Ele não chega perto. É como fazia com a Bella...
Ele aparece para perturbar. Dar medo, tirar o sono...
- Não tenha medo. Ele não pode fazer nada. – peguei sua
mão confiante e ela sorriu.
- Eu vou tomar um comprimido enorme para dormir. Me
acordem se eu perder a hora. – pediu baixo, fitando o celular.
Seu olhar pousou sobre minha mão na dela e depois na
barriga de Rosalie. Então ela se retraiu e ficou em silencio até
a porta do hotel. – Boa noite meninas.
Resignadas, seguimos em direção ao nosso quarto,
pedindo um jantar descente com mais sobremesa que comida.
Fiquei mais de duas horas com Edward no telefone. Ele estava
estranho, preocupado, resmungão e birrento. Só mais uma
noite fora de casa e tudo estava bem. Difícil foi fazê-lo
entender.
- Edward, o que você tem amor?
- Eu não sei... É uma sensação estranha. Eu acordei hoje
não querendo que você saísse de casa. – respondeu
angustiado - Se eu fosse mulher, diria que é sexto sentido. –
brincou
- Bom... Estou bem e só mais uma noite e estarei nos
seus braços. – repliquei suavemente.
- Não se esqueça que eu te amo. – disse – Mais do que
tudo.
- Eu também. Muito.
Voltei para Rosalie que também desligava o telefone e
nos preparamos para dormir. Eu quis ir ver Victória, mas ela
não estava muito receptiva comigo. Dormi com a mão na
barriga de Rosalie sentindo meu afilhado mexer e não deixar
a mãe ter o mesmo privilegio de sono que eu. Ele era sempre
muito agitado, tal como Emmett. E também era grande. Será
uma pequena miniatura do pai.
Como eu amava este bebê sem ao menos conhecê-lo.
Acordei antes da grávida e fui tomar um banho quente
para o dia. Calça social, sapato preto, blusa verde de gola,
bolsa by marc jacob e um coque despenteado. Rosalie estava
com uma calça mais larguinha, bom blusa justa. Tomamos
café da manhã no hotel com Victória meio sonolenta, meio
emburrada e muito distante.
Seção de fotos, entrevistas, planejamentos, projetos,
conversas, puxa-saco-que-aparece-do-nada, fotos, fotos e
fotos com gente estranhas, funcionários do mês, café frio, pão
murcho e mais gente chata. A manhã nunca foi tão longa como
hoje. Rosalie começou a emburrar e então Demetri escolheu
um bom restaurante para o almoço.
- Eu não sei o que tinha naquele remédio, só sei que estou
com sono até agora. – Victória bocejou enquanto liamos o
cardápio.
- Será que dá para dormir antes do próximo evento? –
perguntei – Uma sonequinha sempre é bem vinda. – dei os
ombros e elas riram.
- O que vocês vão pedir? Eu realmente quero um enorme
filé com fritas. – Rosalie estalou os lábios e Demetri riu,
concordando. Ele sempre escolhia esse prato.
- Criatividade... – murmurei sobre a respiração e ele riu
- E você vai escolher massas. – provocou e eu assenti
rindo.
- Nós devíamos ir à Itália. Eu fui lá no meu aniversário de
15 anos com meus pais. – Victória sorriu – Engordei tanto.
Quatro quilos, acredita?
- Nossa... Só de imaginar...
- Posso comer a sobremesa antes do almoço? – Rosalie
perguntou confusa sobre o que queria primeiro – Essa torta de
chocolate com maracujá parece mais bonita que filé com fritas.
- Você está grávida. Você pode pular as regras de
etiqueta quando quiser. – Victória deu os ombros bebendo seu
chá gelado. A cara de choque de Demetri foi tão grande que
eu tive que chuta-lo por debaixo da mesa. Foi a primeira vez
que ela se referiu a Rosalie diretamente e principalmente
sobre o bebê.
- Eu adoraria essa de limão. Olha só como está bonita! –
continuei o rumo da conversa, antes que ela se desse conta
do que falou.
- Eu sei que preciso pedir desculpas a vocês duas.
Primeiro por ter obrigado os meninos a mentirem por mim e
depois por simplesmente não ir a seu casamento – virou-se
pra mim levemente - e depois não conseguir olhar para você...
– apontou para Rosalie. – Eu quero superar isso, mas as
vezes fica demais.
- E você deveria deixar que a gente te ajude – Rosalie
ralhou maternalmente – Eu sei que desde o ocorrido, eu fiquei
enfurecida e com ciúmes, afinal não é fácil saber que um ex-
caso do meu marido trabalha com ele o dia inteiro. Não
adianta me dizer que Emmett é fiel e que vocês nunca fariam
aquilo novamente, todo dia, eu ficava me roendo... E se
acontecesse? Eu quis sim, não me afastar, mas eu sou
ciumenta e teimosa por natureza...
- Eu não te culpo. Faria a mesma coisa... Ou pior. Acredito
que pior mesmo... – murmurou Victória.
- Vic... Você não pode se fechar em uma concha. Isso vai
te corroer por dentro. – sussurrei chorosa – Eu não quero
perder você porque casei e um dia vou ter minha própria
família. Você é tão nova e pode reconstruir sua vida
novamente...
- Eu sei. Só não consigo. Quando começa a ficar fora da
minha zona de conforto, eu me fecho. Dói menos. – deu os
ombros.
- Por que você não foi passar o natal conosco?
- Muita felicidade. – deu os ombros. – E é a data preferida
de James. Nosso primeiro encontro foi no natal.
Ela ainda o amava. Muito.
- Você deveria tirar férias... Talvez voltar a Itália com seus
pais... – Rosalie incentivou e ela deu os ombros.
- Nada disso é o que quero. Só trabalhar está bom. Vai
passar.
Nós começamos a comer tranquilamente, sem mais voltar
naquele ponto, mas existia um nó na minha garganta que me
impedia de engolir em paz meu tão sonhado ravióli de
cogumelos simples. Um assunto sobre o jantar de ontem
começou agradável e durou até o momento que pagamos a
conta. Demetri me ajudou com o casaco e escorou Rosalie até
o nosso carro.
- Eu me sinto enjoada. – Rosalie resmungou deitando-se
a cama. – Será que se faltar esse evento da noite vai ficar
ruim?
- Não... Eu acho melhor que você descanse. Além do
mais, é só assinar alguns contratos.
- Você vai demorar? Amanhã nós saímos cedo.
- Cedo... – bufei – De madrugada, você quer dizer.
Edward é tão insano que marcou o voo para quatro horas da
manhã!
- Ele só está com saudades, Bella. Vocês nunca ficaram
separados antes. É normal. Emmett está meio chato, mas é
mais pelo bebê que por mim. – sorriu ajeitando-se na cama,
fazendo a barriga redonda se mover. De longe podia ver meu
afilhado reclamando da posição. – Joseph, se dentro da
barriga você é assim, não quero imaginar ainda como será
fora dela.
- Não brigue com meu afilhado, sua chata. Ele pode fazer
o que bem entender. – ralhei acariciando sua barriga. – A
Dinda te protege, ok? Eu te amo.
- Seu filho vai nascer, sua gorda. – Rosalie me deu língua
e devolvi indo tomar banho. – Edward ligando! – Rosalie gritou
- Atende e diz que estou tomando banho!
- Edward... Ei calma seu nojento, não sou seu amor. Eca,
sexo no telefone! Eu sou uma mulher grávida, estúpido. –
Rosalie gargalhou alto enquanto constrangia meu marido no
telefone – Ela está no banho. Liga daqui a cinco minutos, por
favor. – pediu rindo mais ainda – Não, Edward! Na verdade,
ela ficou muito suada com os eventos da tarde e foi tirar o
cheiro do outro macho que a cansou. – Rosalie gargalhou alto
e sai do chuveiro correndo, enrolando o roupão em mim.
- ME DÁ O TELEFONE, AGORA! – gritei e ela jogou o
telefone, tendo acessos de risos – Amor?
- Rosalie é tão estupida quanto Emmett. Meu sobrinho,
coitado. Vai sofrer. – Edward resmungou – Falta tão pouco pra
você voltar...
- Só algumas horas. Eu sinto tanto sua falta... –
choraminguei. Dormir sozinha era uma grande merda. Não
sentir aquele cheirinho de sonho com seu perfume era
horrível. A cama ficava fria e enorme. – Só mais esse jantar.
As malas estão até fechadas.
- Não vejo à hora de te buscar naquele avião. Tudo é tão
chato sem você...
- Rosalie está me dando nos nervos... – provoquei e ela
me bateu com o travesseiro. – Era brincadeirinha.
- Vocês duas devem estar fazendo uma zona nesse
quarto. – Edward riu e o serviço de quarto chegou com todas
as besteiras que tinha no cardápio.
- E engordando também, porque tem uma grávida que me
convence a comer tudo que vê pela frente. Como sou mente
fraca.
- Eu te ajudo a queimar essas calorias, baby. Assim que
chegar aqui elas somem.
Filho da mãe!
- Não estou falando sobre isso com você. – mudei de
assunto – Terminarei de me arrumar e vou sair. Em poucas
horas nos vemos, ok?
- Ugh. Ok. Te amo.
- Vá até a minha gaveta e abra o segundo pacote rosa.
Você vai gostar. – sussurrei e ouvi o barulho dele levantar
correndo.
- Porra Bella! Você vai usar pra mim?
- Uhum. Sentiu o cheiro? – perguntei e ele não me
respondeu, apenas ouvi seu gemido abafado. Fui até o
banheiro com minha escova de cabelo e fechei a porta. –
Gostou?
- Muito. E quando você pretendia usar pra mim? –
perguntou com a voz meio grossa.
- Eu à comprei pouco tempo antes de viajar, baby...
- E o que você está usando agora? – perguntou baixo e
com a respiração pesada.
- No momento? Nada. Acabei de sair do banho...
Ou do que estava tentando tomar.
- Quantas horas faltam mesmo? – perguntou rindo – Amor
toma cuidado.
- Ainda com aquele sentimento ruim? – perguntei
preocupada. Edward era teimoso como uma mula, mas não
tão chato com algo.
- Se eu te contar algo, você vai ficar chateada?
- O que você fez? – vociferei nervosa.
- Eu nada. Meu pai fez. – riu levemente – No seu brasão
da família, na pulseira, tem um GPS ligado. Calma, ele
normalmente fica desligado, mas não é perseguição, eu juro,
só preciso saber se você está bem...
- Tudo bem, amor. – suspirei – Eu acho que compreendo.
– sacudi a pulseira no espelho – E o significado dela é
simplesmente fazer parte da família, não é? E eu, tenho
acesso ao seu GPS?
- Da família inteira. No seu celular tem um aplicativo MC
e digite o código que está escrito atrás da sua pulseira, é bem
pequeno. Você pode saber onde qualquer um de nós está.
- Ual. Eu vou terminar de me arrumar agora, é sério. –
sorri – Eu te amo, amanhã nós estaremos juntos, eu prometo.
- Eu estarei lá. Pode deixar, minha esposa. Eu te amo,
minha vida.
Mal podia esperar para estar com meu marido
novamente. E nunca mais iria me separar dele.
Deixei Rosalie sozinha no hotel com uns cinco
seguranças de guarda e fui com Demetri, Victória e mais dois
seguranças em um Hummer em direção ao palácio de alguma
coisa onde seria o evento da noite. Demetri comentou que
tinha muito repórter, muitos jornalistas de vários canais de
televisão que seria impossível não falar com alguns deles.
Nessas horas eu gostaria de ter Maggie aqui, no inicio eu não
gostava dela, mas seu péssimo humor e a língua afiada
afastada qualquer jornalista com noção de perigo.
Hoje nós nos dávamos bem. Ela devia gostar muito do
seu salário. Até suas roupas se resumiram a sempre pretas e
bem fechadas. Eu não falei nada. Quer dizer, talvez tenha
mencionado com Jéssica que não gostava de suas roupas...
Talvez.
Victória estava lendo uns arquivos meio concentrada e
fiquei quieta para não atrapalhar, tinha coisas que eu lia
também, mas não estava com cabeça.
- Que rota é essa? – Demetri perguntou sério e não ouvi
a resposta. – Faça a rota combinada, agora.
- Essa é a melhor.
- Não me interessa qual é a melhor. Faça a rota
combinada agora. – Demetri rugiu e pelo seu mover, ele
estava sacando a arma – Pare o carro, AGORA!
- Tre, o que está acontecendo?
- Senhora Cullen, por favor, permaneça no carro. – pediu
sério. Victória estava alarmada.
Foi então, que uma van enorme parou do nosso lado, com
vários homens armados descendo e encurralando Demetri do
lado de fora. Eu pude ouvir alguns disparos e ameaçadas, mas
quando ia gritar, a porta de Victória foi aberta e ela foi puxada
para dentro da Van. Correndo atrás dela, tentei puxá-la de
volta. Eu não sabia que estava gritando e tão agitada quando
alguém me puxou na direção oposta, colocando algo quente e
fedido a suor na minha cabeça.
Um chão duro e uma porta de carro batendo com força
foram os próximos barulhos que ouvi. Eu tinha meus pés
sendo amarrados com força, mas cravei o salto do meu sapato
em alguém, que deu um grito e um tapa bem forte em mim. O
suficiente para me fazer dar com a cabeça contra algo sólido
e sentir uma dor ensurdecedora e cai ao contrário, paralisada.
Era isso. Eu estava sendo sequestrada.
O que aconteceu com Demetri? E Victória? Ela foi
arrastada tão bruscamente. Ouvi um gemido baixo e feminino.
Só podia ser dela. Nós estávamos em movimento, curvas
meios bruscas faziam meu corpo rolar no chão, do que
imaginei ser da Van. Eu estava com tanta dor no peito e na
cabeça que não imaginei ser possível.
- Vadia. Ela me furou com a porra de um salto!
- Quem é essa? Porra! Tem duas mulheres aqui! Ele só
pediu uma caralho!
- Não importa. Tinha duas, eu peguei duas.
- E quem é a outra?
- Bella Cullen. A esposa do poderoso chefão.
- Ele vai te matar, seu filho da puta! Ele não quer a porra
de nenhum Cullen. Edward vai até o inferno atrás de quem
pegou sua esposa.
- Agora é tarde, caralho! Ela vai junto e ponto final!
Não sei quanto tempo se passou, mas minha cabeça doía
demais e preferi ficar imóvel com medo do que eles pudessem
fazer comigo. A conversa foi estranha e não conseguia
compreender mais nada do que falavam. Então, tudo parou e
fui puxada para fora, no colo de alguém, grande e fedorento.
Um barulho de porta de ferro, cheiro de madeira molhada,
ferrugem e mofo me invadiram com força.
- Leva a ruiva para outra sala. – alguém falou – E você,
leva essa para o quarto. Daqui a pouco eu resolvo isso.
Novamente voltaram a se movimentar comigo. Eu estava
perdida, com dor e sem saber o que fazer. Fui colocada em
uma cadeira, amarrada com tanta força que doía muito
respirar. Meu coração estava tão acelerado que fazia meu
corpo ficar dormente. As pontas dos meus dedos estavam
duros e gelados.
- Ela está desacordada? – perguntou alguém e eu
reconhecia a voz dele... De algum lugar. – Quem mandou você
trazer ela pra cá?
- Ela estava junto. Eu trouxe. O segurança dela conseguiu
matar dois de nós. Fugimos de lá antes que desse errado.
- Vocês o deixaram vivo?
- Ele ou elas. Não tínhamos escolha.
- Não faça nada com ela. Ele teve outro plano. Grave um
vídeo mostrando que ela está viva e peça uma quantia de sei
lá, 10 milhões. Isso é mixaria para os Cullen e eles vão dar.
Depois disso, jogue-a na beira da estrada perto de civilização,
qualquer coisa... Nada pode acontecer com ela, entendeu?
- Por quê? Pensei que fosse me divertir com ela um
pouquinho...
Um arrepio gelado desceu pela minha espinha, uma
vontade de gritar foi imensa, mas respirar era complicado com
aquelas cordas, imagine gritar.
- Encoste um dedo nela e eu te mato, entendeu? Ela é
uma boa menina e não tem nada a ver com o que ele quer.
Que? Quem? Que diabos eles estavam falando? Eu
conhecia essa voz...
- Certo.
- Eu vou voltar aqui e ficar de olho em você.
A porta foi batida com força e então, estava ali, sozinha
com aquele homem, em um sequestro que não era pra mim.
Eu rezei furiosamente que esse GPS funcionasse aqui. Pelo
menos Demetri estava bem. Ele iria me achar. Edward ia me
tirar daqui.
A conversa continuava passando a minha mente...
Ele... O Ele só podia ser... James.
Pelo amor de Deus, só tinha eu e Victória no carro. Ele
queria ela. O tempo todo, ele queria ela. Ele realmente estava
no jantar ontem à noite. O motorista, o nosso motorista estava
com ele. Esse tempo todos nós duas corremos risco com
aquele maldito dirigindo... Entregando para James o nosso
destino. Meu Deus, o que iria acontecer conosco?
- Boneca... Acorde... – o imbecil bateu no meu rosto de
novo e com força. O capuz foi arrancado junto com mais de
metade do meu cabelo. Foi inevitável gritar de dor. – Como é
bonitinha.
Fiquei olhando para sua mascara com o rosto do
Presidente Obama sem expressar nenhuma reação.
- Olhe para câmera e peça para seu maridinho o resgate.
Dez milhões, ok? – falou com uma vozinha fina, como se
falasse com um bebê, mas algo no seu olhar era tão maligno
que me fez ficar muda. – Fala logo com a porra dessa câmera!
– gritou me sacudindo com força e dando outro tapa daquele
bem estalado. Essa doeu no meu ego. Filho da puta!
- O que você pensa que está fazendo? – alguém abriu a
porta, era a mesma voz de antes e era... Riley? – Eu mandei
não encostar nela porra! – gritou sacando a arma e quando
olhei novamente, eu tinha o rosto sujo de sangue. O cara tinha
caído no chão, bem a minha frente, com um tremular estranho.
Eu acho que vou vomitar.
- Eu estou fazendo uma merda muito grande deixando
você ver meu rosto, mas Bella, pelo amor de Deus, você não
era para estar aqui. – Riley bateu com a ponta da arma na
cabeça. – Nada era sobre você.
Eu virei à cabeça para o lado e expeli tudo que tinha no
meu estomago, acabando, obviamente, me sujando um
pouco. Minha cabeça estava com um zunido baixo, como se
tivesse ligada a uma estação de rádio meio fora de cobertura.
Acabei vomitando novamente, ficando apenas na ânsia. Riley
não estava mais ali e não sei mais quanto tempo se passou.
O frio veio me atingindo e o sangue daquele homem não
parava de escorrer.
Na minha frente. No meu sapato. Não existia mais nada
em mim e aquelas cordas realmente me impediam de respirar
direito. Uma queimação no peito esquerdo começou a me
sufocar um pouco. Tudo estava silencioso e mais um bom
tempo se passou quando não ouvia nem os grilos.
Estava muito escuro e eu não enxergava um palmo a
minha frente. Ouvi um pequeno barulhinho a distancia, mas
não conseguia distinguir nada. Uma madeira rugiu, uma vez,
outra vez, até que um laser veio na parede, depois uma
sombra na porta.
- Achei. – alguém sussurrou – Senhora Cullen?
- Huh?
- Bella? – outra pessoa veio esbaforida na minha direção
– Bella abra os olhos! – Demetri pediu e abri novamente os
olhos que tinha fechado em reflexo. O outro homem começou
a soltar minhas cordas e eu quase gritei de dor, com meus
pulsos sangrando. – Shiu, fica calma, eu não sei se ainda tem
alguém aqui.
Demetri me ergueu no seu colo e percebi no corredor ter
mais dos caras com armas em punho.
- Como vocês me acharam?
- Seu GPS. – respondeu baixo.
- Há quanto tempo estou aqui?
- Doze horas. – respondeu
- Edward sabe?
- Eu não sei. Eu só mandei um alerta aos seguranças que
estão com a Senhora Rosalie...
- Eu sinto muita dor. – resmunguei meio sonolenta. Meu
coração doía cada batida era uma queimação diferente.
Demetri estava se sacudindo ou eu estava tremendo. Faltava
muito pouco para apagar. Eu conhecia essa sensação.
- Bella? Fique acordada ainda... Nós estamos saindo... –
Demetri sussurrou.
- Vocês precisam encontrar Victória... – pedi meio
debilmente – James a seqüestrou.
- Nós sabemos Bells. – Demetri respondeu com um tom
de voz diferente – Fique calma, você está tremendo.
- Como vocês sabiam? Cadê Victória? Já a levaram?
Cadê Ela? – perguntei frenética e quando descemos por uma
escada, me vi saindo de um prédio antigo. Estava claro do
lado de fora. Amanhecendo.
- Eu lamento Bella. Eu lamento muito. – Demetri
sussurrou.
Foi a ultima coisa que eu ouvi. Uma escuridão densa me
tomou, onde mergulhei em um mar de dor bem grande, sem
saber ainda porque Demetri lamentava.

Capítulo 26
Flaws and All
Edward POV
Bella longe de mim me fazia ser um velho resmungão. Eu
sei, eu estava chato, ignorante e agindo como um mimado.
Quando acordei naquela manhã que iria levá-la ao aeroporto,
eu não quis mais que saísse. Eu odiava não ter ao meu
alcance. Uma sensação ruim me enchia no peito e não sabia
o que dizer ou fazer. Eu dormi e acordei preocupado e era um
alívio poder falar com ela. Sua voz doce, suave como pluma,
me preenchia de forma absurda.
Quando ela desligou essa tarde antes de sair para o
ultimo evento, me vi contando no relógio às horas. Eu pensei
feito um bobo, que se dormisse, iria passar, mas... Cadê o
sono? Então liguei o computador e verifiquei seu GPS. Era
maníaco e perseguidor, eu sabia que era.
Ela e Demetri se moviam em sincronia e Rosalie estava
no hotel. Tudo estava bem... Ele estava com ela.
Estranhamente, eu me sentia bem com ele. Demetri
jamais me decepcionaria, eu o escolhi, foi por acaso, paguei
seu treinamento e vi sua evolução. Bella gostava dele e
confiava muito. Demetri não desistiria e muito menos a
deixaria. Ele era meu melhor homem.
As coisas começaram a ficar estranhas quando o carro
assumiu uma rota diferente. Tudo era minimamente
planejado. Quais rotas, quais ruas, endereços, esquemas,
seguranças... Nada podia sair fora do combinado. Nunca.
Qualquer mínimo erro, podia ter sérias consequências.
Calma, Edward. É só um desvio. Pode ser uma rua
fechada ou um bloqueio policial... Fiquei esperando o carro se
mover, mas quem se moveu foi Bella. Demetri estava parado
e o sinal de Bella se movia cada vez mais distante.
- CARALHO!
Peguei meu celular, mas antes que pudesse discar,
Emmett estava na linha.
- Sinal da Bella se moveu. – Emmett rugiu e ouvi o
farfalhar de suas roupas – Vou ligar para o avião, estou ai em
três minutos.
Vesti minhas roupas às pressas sem realmente saber o
que estava acontecendo. Na tela do computador eu vi os
pontos azuis – que eram os seguranças – entrarem com o
ponto rosa – que era Rosalie – o vermelho – de Bella –
continuava se movendo mais e mais. Demetri – ponto verde –
estava se movendo agora, com mais pontos azuis.
Meu celular tocou.
- Eles a levaram. – Demetri falou ofegante – Ela e Victória.
Homens encapuzados com mascaras de políticos, van preta
sem placa, seguiram em direção ao norte. O motorista caiu.
- Demetri, você consegue vê-los? – respirei fundo. Fique
calmo, Edward... Fique apenas calmo.
- Não, estamos seguindo o sinal de Bella, está bem forte.
- Estou indo para Seattle agora. Faça o que for preciso,
mas eu quero Bella viva e inteira, entendeu?
- Sim senhor.
Eu não sabia o que pensar. Queria gritar e matar alguém.
Pegar esses filhos da puta pela gola da camisa e socar até a
morte. Liguei para Aro no caminho enquanto Emmett tentava
controlar uma Rosalie grávida e histérica. Podia ouvir seus
gritos de onde estava. Minha Bella... O que devia estar
acontecendo com ela? Comecei pedir a Deus freneticamente
que cuidasse dos seus passos.
Eu não podia perdê-la! Entregava tudo, todo meu
dinheiro, minha alma, minha vida. Tudo. Só para vê-la viva e
inteira.
Eu ia matar esses desgraçados.
- Demetri? Onde você está? – perguntei quando estava
próximo de entrar no avião e me surpreendi a ver minha
família inteira dentro do avião.
Demetri estava ofegante, com a respiração forte no
telefone e podia ouvir os galhos sendo amassados com suas
pisadas forte.
- No... Meio... De... Uma... Floresta... PORRA! OLHA PRA
ONDE ANDA CARALHO! Tropical.
A ligação encerrou e o piloto perguntou se podíamos
decolar. Eu estava nervoso como um inferno, tremendo de
ódio, querendo matar. Eu não percebi que estava puxando
meu cabelo, até minha mãe, com os olhos vermelhos e
inchados de chorar, tirar do meu cabelo e entrelaçar com os
seus. Eu tinha longas horas de voo pela frente.
- Vai dar tudo certo, meu filho. Nós vamos encontrá-las...
Eu me senti um filho da puta miserável por não me
preocupar com Victória. Elas tinham que estar juntas, porque
se não estivessem, como ia encontrá-la? Eles só podiam
querer dinheiro. Isso a gente resolvia fácil, com elas livres e
inteiras. Tudo que mais queria era a minha Bella. Nos meus
braços.
- PORRA, QUANTO TEMPO MAIS VAI DEMORAR? –
gritei jogando o copo de suco de maracujá na parede – E EU
NÃO QUERO FICAR CALMO!
- Edward, você precisa ficar calmo. Não pode agir por
impulso. – Alice interveio bastante chorosa.
- EU NÃO TENHO OUTRA OPÇÃO! EU QUERO MATAR
TODOS ELES E VOU DESCOBRIR QUEM FEZ ISSO.
Ninguém mais se atreveu a falar algo e pararam com a
mania imbecil de querer me acalmar. Impaciente, fiquei
batendo o pé e quase rasgando o couro do banco durante toda
viagem. Durou uma eternidade.
Em solo, uma chuva grossa caía, não o suficiente para
impedir o pouso. Demetri não me atendia. Ninguém me
atendia. Estava puto no caminho do hotel. Meu sangue quente
corria rápido tentando acompanhar o ritmo desordenado das
batidas do meu coração. Estava muito perto de amanhecer. E
eu muito perto de matar um. Tinha repórteres por todo lado,
flashes e os seguranças abriram o caminho, e ainda assim
tinha gente querendo entrevista.
- SAI DA MINHA FRENTE PORRA! – descontrolado,
joguei a maldita câmera no chão e empurrando o parasita da
minha frente.
Rosalie estava pálida, com bolsa sobre os olhos,
chorando descontrolávelmente, principalmente que Emmett a
abraçou com maior cuidado do universo. Eu senti uma inveja
amarga e um sentimento de impotência do caralho por não
poder fazer o mesmo pela minha mulher. Liguei de novo para
Demetri e nada. Tentei o GPS e tudo apagado.
- NÃO, PORRA, FUNCIONA! – joguei o computador
contra parede.
- Edward, a polícia está aqui.
- Não quero falar. Eu quero Bella aqui e agora. – rosnei –
Eles vão fazer isso? Não vão!
Quarenta minutos se passaram quando finalmente tive
um vislumbre de sinal e então, meu celular vibrou. O céu
estava amanhecendo.
- DEMETRI.
- Sinto muito senhor. Não tenho boas notícias.
Meu mundo pareceu desabar quando ouvi aquelas
palavras. Minha doce Bella... Como eu te amo.
- O que aconteceu? – perguntei já chorando.
- A Senhorita Victória. Ela já estava morta quando a
encontrei.
Ai meu Deus. Minhas pernas pareceram falhar. Meu pai
já estava me segurando. James. Victória... Não... É mentira.
Não!
- E Bella?
- Ela está comigo... Viva, mas inconsciente.
.
.
.
Bella POV
Eu estava flutuando em paz quando sentir meu corpo ser
acariciado. Eu não sabia bem onde estava. Tudo escuro,
gostoso... Eu queria ficar dormindo ali. Parecia quentinho. E
só que Edward não estava ali... Eu queria tanto Edward que
sentia seu cheiro.
- Por favor, acorda... Me perdoa por não te proteger. –
Edward sussurrava com voz de choro. – Eu não aguento mais
não poder falar com você.
Que?
- Edward... – sussurrei confusa. Onde ele estava?
- Baby, abra os olhos pra mim. – Edward pediu suplicante
e eu senti falta da escuridão. Tudo tão claro. – Oh, amor...
- Edward... – chamei por seu nome quando o vi
completamente. Bolsas sob os olhos. Lábios vermelhos e
inchados.
- Como é bom olhar em seus olhos. – chorou beijando
minha testa.
- Baby... – chorei lembrando tudo que tinha acontecido.
Eu estava em uma cama de hospital, imobilizada, com tubos
e máquinas ligadas ao meu braço. – Ai meu Deus... Edward...
Você está aqui... Foi horrível. – meus soluços altos
preenchiam o silencio do quarto. – Eu senti tanto medo... Eu
rezei tanto para você me encontrar... Ele morreu na minha
frente. Riley o matou na minha frente... Eles queriam dinheiro
e ao mesmo tempo não me queriam... Eu não sei, eu não os
entendia dizendo que eu não era para estar lá... – gaguejei
confusa – Victória! Ai meu Deus, cadê Victória?
- Amor, shiu, você precisa ficar calma agora... – Edward
pediu docemente – Infelizmente, Demetri chegou um pouco
tarde em relação à Victória. Eu sinto muito, amor.
Barulhos ensurdecedores preencheram a minha volta e
então várias pessoas entraram, vindo em minha direção, me
fazendo ficar assustada e então, percebi ser meu coração
batendo forte. Edward me segurava, pedindo pra ficar calma,
mas foda-se, era minha amiga. Ela estava tão triste... Ela
podia ainda sobreviver, reconstruir sua vida... Por que a vida
foi tão injusta com alguém tão boa quanto Victória? Por que
Deus a fez passar por essa dor? Será que ela sofreu? Será
que ele a machucou?
- Foi James não foi? – perguntei a Edward e percebi ter
muita gente no quarto – Saiam.
- Senhora Cullen, você acordou depois de três dias em
coma, nós precisamos te examinar. – uma senhora baixa e
robusta insistiu.
- Saiam. – pedi sem paciência. – SAIAM AGORA!
- Bella, amor... Calma! – Edward pediu me sacudindo –
Me deem 10 minutos com ela. Já chamo vocês.
- Edward... – chamei baixinho – Como foi?
- Amor...
- Não começa!
- Eles tomaram alguma espécie de veneno. Estavam
dormindo juntos na mesma cama. Ela não parecia
machucada, nem nada. Apenas deitada ao lado dele.
- James também morreu? – sussurrei não conseguindo
conter as lágrimas. – Isso tudo é tão ruim. Ela estava com
tanto medo dele...
- Eu sei baby, o corpo dela foi transferido para sua cidade
natal. Eu fui o único a não ir, porque tive que ficar aqui com
você. Rosalie também não foi. – respondeu-me baixo,
secando minhas lágrimas.
- E como ela está?
- Bem. Estava apavorada, agora está bem. – beijou-me
na têmpora.
- Eu me sinto cansada... – bocejei – O que aconteceu
comigo?
- Você desmaiou e entrou em coma. Por três longos dias.
Eu fiquei com tanto medo de te perder...
- Eu sabia que você ia me encontrar, Edward. – sussurrei
me agarrando mais ainda ele.
- Eu nunca mais vou deixar qualquer coisa te acontecer...
Eu te amo mais que a minha própria vida. – beijou-me na testa
e eu realmente senti falta dos seus lábios. – Você está
cansada. Durma novamente...
- Me beija, por favor, me beija.
- Sempre. Para sempre.
Edward tocou meus lábios com delicadeza, com um
carinho profundo, que me fez ficar mole nos seus braços. Eu
o amava tanto que comecei a chorar no meio do seu beijo. Era
um peso nos ombros que me corroía até a alma. Eu não
acreditava que estava acontecendo na minha vida. Não com
a nossa família. Por que tudo isso? Pra quê?
Edward abaixou a barreira da cama e me puxou para seu
colo, onde chorei descontroladamente, sentindo uma dor
absurda no peito por horas. Eu não sabia lidar bem com a
morte. Eu era incapaz em aceitar que alguém tinha partido
dessa para melhor. Eu amava Victória, apesar de nossas
birras, ela era minha amiga. Minha amiga mesmo. Que amiga
não briga? Não vacila uma com a outra? Dá conselhos ou
simplesmente se ferram juntas?
Ela tinha tanto problema e eu me senti uma maldita
egoísta por ter brigado com ela quando faltou ao meu
casamento. Por que? Ela podia superar James. Apesar do
medo, podia. Todos nós podemos superar...
Ele a matou. Ele se matou. A vida não é porra de um
conto de Shakespeare!
- Shiu, baby, se acalme, seus batimentos estão muito
acelerados... Respire, por favor.
- Está doendo, Edward. Ela era... Edward...
- Eu sei baby, está doendo. Eu preciso que você fique
calma. – Edward insistiu me ninando. – Vai ficar tudo bem...
Eu estou com você. Eu te amo...
Eu não sei por quanto tempo mais fiquei chorando, sei
que depois eu adormeci, ainda ouvindo doces palavras de
Edward comigo. Agarrei sua blusa com força. Eu não queria
que ele me soltasse. Nunca mais.
.~.
Fiquei internada no hospital por mais cinco dias. Exames
e mais exames que resultaram em aulas de Ioga obrigatórias
e exercícios físicos diários. Um psicólogo veio conversar
comigo, mas realmente o ignorei. Eu não estou doente. Estou
bem. Esse fato foi um infortúnio na minha vida e com Edward,
iria superar tudo. Não queria nada disso. Queria minha vida
como antes. Ir trabalhar e estudar.
O que não foi liberado pelo médico. Quem ele pensa que
é para me dizer o que fazer?
Recebi visitas da minha família, que estava toda em
Seattle. O hospital ficava em uma pequena cidade chamada
Forks e meu estado clínico não permitia transferência. Eu feri
gravemente meu tronco com as cordas e não podia sofrer
grandes estresses. Mesmo quando recebi alta, a velocidade
do carro foi lenta e pareceu durar uma eternidade. Eu não
podia ficar em pé por uma grande quantidade de tempo nos
próximos dias, por isso tinha os exercícios físicos, para me
fazer ter firmeza nos pés.
Eu também podia sentir dificuldades em respirar em
algum momento de estresse. Por isso a Ioga, para focar minha
atenção em um só momento. Eu não disse a Edward que não
pretendia fazer nada do tipo. Somente balancei a cabeça e
sorri docemente sempre que possível. Tudo que mais queria
era voltar para casa. Dormir na minha cama e ter um chá de
esquecimento.
- Você está bem meu raio de sol? – Rosalie sentou-se ao
meu lado no avião brevemente. Automaticamente toquei sua
barriga e agradeci a Deus por ela ter passado mal e não ter
ido conosco. Imagina se meu afilhado corresse risco de vida?
- Estou sim. Com sono, mas bem. – sorri e ela me olhou
estranho, como se não acreditasse. – Finalmente estamos
voltando para casa. Não vejo a hora de deitar na minha própria
cama e comer qualquer coisa que Carmelita faz.
- Eu imagino. – afagou minha mão. – Vou sentar ali,
qualquer coisa chama, ok?
- Obrigada. – beijei sua bochecha. – Eu te amo.
- Eu também te amo. Muito.
Rosalie levantou quando Esme subiu no avião e veio me
abraçar. Ultimamente ela não me soltava mais. Sua primeira
visita foi regada a choro e mimo. Ela quase me carregou no
colo. Foi ótima sua presença. Ela me ajudou no banho,
penteou meus cabelos, fez massagem, me deitou para dormir
e verificou enfermeiras chatas. E ah, também controlou
Edward. Eu não podia espirrar que ele estava de pé, querendo
saber se precisava de água, levantar, se estava com dor, se
precisava do médico ou sei lá, Deus.
Carlisle foi um doce comigo. Ele esteve presente em
momentos simples, apenas para segurar minha mão durante
um exame chato. Seu lado paternal fez perguntas aos
médicos e não deixou que qualquer coisa acontecesse comigo
sem que ele soubesse. Alice me manteve maquiada e com
cara de saudável. Minha vaidade nunca foi tão grande, mas a
me ver no espelho, eu tinha hematomas no rosto e uma feição
tão destruída que entrei em pânico. Ela também providenciou
roupas de dormir confortáveis e cheirosas, todos os dias.
Cada um, de um modo especial, cuidou de mim.
Eu nunca vi Emmett chorar. Nem mesmo quando ele
levou aquele tiro na estação. Emmett era enorme, forte como
um cavalo, brincalhão e sorridente. Ele me abraçou com tanta
força que fiquei meio sem ar, mas não reclamei, ele estava
chorando. Ele dizia coisas que nunca ia se perdoar se algo
acontecesse comigo, que ele ia matar, fazer e acontecer.
Procurei não registrar suas ameaças e apenas aproveitei seu
carinho de irmão. Era tão bom se sentir amada.
- Você quer um travesseiro nas costas? – Edward
perguntou docemente, quebrando meus devaneios.
- Talvez deitar o banco um pouco, essa posição é
incomoda.
Edward estava fazendo de tudo e mais um pouco para
que eu ficasse confortável e bem. Eu admirava a forma que
me tratava. De um jeito doce, carinhoso e apaixonado. Só
houve um momento no qual acordei e não o vi do meu lado.
Apenas Esme estava ali. Eu não sei o que ele foi fazer, iria
perguntar, com toda certeza.
Demetri quando passou por mim, sorriu torto e foi para
seu lugar costumeiro. Eu devia minha vida em gratidão a ele.
Eu quis que Edward fizesse alguma coisa. Sei lá, qualquer
coisa para que fosse recompensado por não desistir de
procurar por mim. Fiquei surpresa ao saber que ele negou.
Não quis nada.
Toda vez que pensava nisso, eu chorava. Isso também
estava me irritando. Tudo eu chorava. Tudo meus olhos
começavam a lacrimejar. Deitei a cabeça no peito de Edward
e esperei esse momento insano passar, até que dormi, só
acordando quando pousamos em Nova Iorque.
- Nós vamos para casa agora, não vamos? – perguntei
baixinho. Eu não queria que Esme ficasse chateada por não ir
até eles. Eu sei que seria mais fácil, teria várias pessoas a
minha disposição e ela queria cuidar de mim.
Eu é que não queria. Minha cama, minha casa, meu
silêncio e meu marido. Esperava do fundo do meu coração
que ela compreendesse.
- Sim. – Edward respondeu firme – Nós vamos descansar
agora. Você está com fome?
- Eu estou com fome. Muita, por sinal.
Edward me ajudou a levantar, outra coisa que não podia
fazer sozinha e a descer do avião. Emmett estava logo atrás,
pronto se eu fosse cair. Já tinha um carro esperando no pátio
do avião e fiquei tão feliz de ver Félix a posto, abrindo a porta
do carro.
- Seja bem vinda, Senhora Cullen. Nós estamos muito
felizes que você esteja bem. – disse baixo, no seu modo
cordial.
- Obrigada Félix. Também estou feliz em estar de volta.
- Obrigado pelo carinho, Félix. – Edward sorriu com os
olhos brilhando.
Nós seguimos para casa em silencio. Eu tinha
permanecido com todas as minhas joias, isso validava a
informação de que eu não era o alvo de James. Era tudo por
Victória. Minha aliança, meu anel, meu cordão e relógio, tudo
junto dava um bom dinheiro, mas foi e voltou comigo. Minha
bolsa com documentos e dinheiro permaneceu no Hummer e
voltou ao hotel com algum segurança que foi buscar o carro.
A polícia fez um interrogatório longo. Chato e repetitivo.
Na verdade, eles não tinham muito que fazer. Talvez procurar
por Riley, mas a noticia chegou que ele havia sido encontrado
morto, boiando no mar. Eu juro que tentei pensar que Edward
não tinha nada a ver com isso. Só que eu sabia que tinha sido
ele, principalmente que ouvi uma história “virou comida para
peixe”. Eu estava drogada com tantos remédios, mas não
surda muito menos burra.
Assim que pisei em casa, fui assaltada pelo cheirinho
familiar. Era uma mistura do meu perfume, com de Edward,
mais hortelã e a cozinha sempre tinha cheiro de erva cidreira.
Talvez fosse porque era o chá mais feito naquela casa.
Carmelita apareceu, com aquele olhar maternal, abrindo os
braços e eu desabei a chorar.
- Calma minha criança. Está tudo bem agora...
Eu fiquei chorando por um tempo, aproveitando seu
carinho. Eu estava tão absurdamente feliz por finalmente estar
em casa.
- Carmelita, ajude Bella com algo para comer e vou deixar
nossas coisas no quarto. – Edward pediu antes de sair da sala.
- Vem querida. Eu tenho biscoitos de leite e um bom
chocolate quente para você.
Eu comi em silencio e percebi que nem metade do que
estava acostumada a ingerir foi aproveitado. Com dificuldade,
fui até Edward que nunca mais voltou para cozinha. As malas
estavam no closet e depois cuidaríamos disso... Encontrei-o
no banheiro, com a banheira cheia, despejando diversos sais
de banho diferentes.
- Eu já ia busca-la. Conseguiu comer?
- Um pouco. Talvez no almoço coma melhor, não sei. –
dei os ombros. – No segundo cookie, estava cheia e bem
enjoada.
- Você quer comer algo em especial? – perguntou-me
ajudando a tirar a blusa. Era um exercício grande.
- Não. Eu acho que só quero tomar banho e deitar um
pouco... Minhas costas doem.
- Certo... – falou lentamente, puxando minha calça jeans.
Minha perna pinicou quando o vento bateu. Deu vontade de
coçar, mas isso só me daria mais marcas vermelhas no corpo.
Edward riu levemente, perdido em seus pensamentos. Ele era
adorável.
- O que foi? Qual a piada?
- Estou despindo minha mulher e pela primeira vez ela
não está reclamando. – provocou e eu dei língua.
- Normalmente você está com pressa de me ver sem
roupa. Delicado é a última coisa que você pensa em ser. –
brinquei e ele riu, concordando. Comecei a abrir os botões da
sua blusa e beijei seu peito levemente – Eu te amo.
- Eu te amo, emburradinha.
- Emburradinha?
- Olha seu bico... – virou-me para o espelho e eu
realmente estava meio emburrada.
- Eu odeio isso. – fiz sinal entre nós dois e ele ficou
confuso – Isso de precisar de ajuda para tomar banho, não
conseguir comer e não ter firmeza nos meus pés. Eu não sofri
tanta agressão ao ponto de ficar tão debilitada.
- Eu sei baby, mas você ficou em coma. Seu corpo entrou
em paralisia quando as emoções ficaram fortes demais para
aguentar. Foram três dias sem nenhum dos órgãos vitais
funcionando corretamente. Demora em seu corpo voltar ao
ritmo... O médico disse que com exercícios você volta
facilmente.
- E eu terei um fisioterapeuta comigo?
- Sim. Um fisioterapeuta e um personal trainer.
- Aqui ou na nova casa?
- Eu mandei montar a academia lá assim que soube
disso.
- Quando vamos nos mudar?
- Quando você tiver condições de subir escadas e andar
em longas distancias, nós vamos.
Edward e eu decidimos comprar a casa. Ela era linda,
enorme, mas perfeita. Tinha um jardim tão maravilhoso que eu
podia fingir que não morava em Nova Iorque. Até um chafariz
bonito, com pedras ornamentadas brilhavam ao sol. Fiquei
apaixonada mais pelo jardim do que pela casa em si. Era um
exagero. Um exagero do tamanho de Edward. Dez quartos,
sendo oito suítes, a maior era linda, com lareira e eu quase
podia ter um carrinho de golfe para ir ao banheiro.
A sala era grande, com paredes de vidro para aproveitar
o sol da manhã. Tinha uma piscina interna e outra externa.
Garagem para nove carros, dependências para empregados,
biblioteca, escritório, academia e outras coisas dispensáveis.
Edward gostava disso. Ele ficou feliz com a casa e Esme me
fez um imenso favor em mandar decorá-la. Eu não entendo
muito disso. Uma coisa é escolher um tapete ou um vaso de
flor. Eu vi que era aquilo que queria, apesar de ser exagerado,
então, eu queria também.
Eu fiquei pensando em quantos passos teria que dar ali
dentro sem precisar fazer exercícios físicos. Tinha a escada
principal com um corrimão que dá vontade de sair correndo e
escorregar. Eu tentei fazer isso e Edward entrou em
desespero. Foi muito engraçado. Também gritei na sala que
ficava piscina e conversei com o eco. O agente imobiliário
estava achando que eu não batia muito bem.
Rosalie e Emmett também escolheram a casa do lado e
por isso, mandamos fazer um portão interno. A deles também
estava com algumas reformas e decoração. Eu não sabia
quando íamos nos mudar, mas Esme antes do acontecido
vivia me mostrando fotos de suas ideias. Eu só dizia que sim
e que estava ótimo. Percebi que eu entendo de números,
cálculos e contratos. Decoração não era minha praia.
- Certo. Tudo bem.
- Vamos tomar banho agora ou tem mais alguma duvida?
- Você vai fazer massagem em mim? – brinquei
descontraindo o clima.
.~.
Os dias se passaram lentamente. Eu podia andar em paz
depois de algumas sessões de fisioterapia e uma professora
simpática de Ioga me deu nos nervos com sua felicidade e
calma.
- Eu quero essa mulher fora daqui, Edward. – bati o pé
irritada. – Eu não gosto dela!
- Por quê?
- Ela é feliz e calma! Isso me irrita e muito, ok? Eu não
quero suas ordens de respiração ou posições
constrangedoras. Seus mantras e previsões de horoscopo. Eu
não acredito nessa merda! Ela tem aquele sorriso do gato de
Alice no país das maravilhas! Eu quero ela fora daqui! – rosnei
irritada, jogando todas aquelas roupas de ginastica no
armário. – Não quero mais aula de ioga. Não quero mais ser
dependente! Eu ODEIO ESSA MULHER FELIZ.
- Bella, você está sendo confusa. Você precisa passar por
isso. Para controlar suas ações e olhe para você, já está
ofegante em meia conversa. – Edward sentou na cama e
tentou me puxar pra si.
- NÃO QUERO SABER, QUERO ELA FORA! – gritei sem
realmente saber porque estava gritando e bati a porta do
banheiro com força. Lágrimas quentes e grossas rolaram pelo
meu rosto. Eu não queria gritar com Edward. Eu queria que
isso passasse. E logo.
Apesar de tudo, eu achava que estava bem. Edward
arrumou outra professora que era doce e simpática, porém,
normal. Ela sabia ser firme quando fazia corpo mole e no fim,
sempre passava um relaxamento, meditação, sei lá, qualquer
coisa que me dava sono e perdia a coragem de ficar irritada
com ela por me fazer deitar sobre a cabeça e ficar de cabeça
pra baixo. Ela também colocava musiquinhas engraçadinhas
com ritmo estranho. Era bom de ouvir.
Meu fisioterapeuta era um porre. Corra mais um pouco,
Bella. Só mais um pouco. Vamos Bella, você consegue.
Respire fundo, faltam só mais vinte minutos... E blá blá blá. De
pouco em pouco estava correndo 1 km. Eu queria matá-lo no
fim. Tinha alongamentos que parecia que meu pulmão ia sair
pelo ouvido. Às vezes – quase sempre – Rosalie me
acompanhava. Ela e sua barriga de sete meses. Muitas vezes
ela passava o dia rindo e tive a série desconfiança que ia só
para se divertir.
Eu despejava minhas irritações em Edward. Nós
brigamos quando eu quis parar. Brigamos quando eu não sai
da cama no dia seguinte e eu briguei porque estava brigando
sozinha. Eu estava em uma confusão emocional enorme.
Ainda assim, acreditava estar bem. Já tinha superado as
crises de choro quando pensava em Victória. Meu corpo
apenas tremia um pouco e lágrimas castas caiam. Não era
porque estava esquecendo e sim porque em algum momento,
a gente deixa de sofrer fortemente.
As férias de verão estavam acabando, eu sabia disso,
mas pouco importava. Meu ultimo semestre na faculdade tive
boas notas. Meu medo era o próximo. Eu queria
desesperadamente estar boa para concluir o curso e ficar
pendente apenas o ultimo semestre, com meu trabalho de
conclusão de curso, que me fazia ter menos horários na
faculdade.
Eu continuava jurando minha sanidade e escondendo os
sonhos ruins que tinha toda noite. Edward perguntava todo dia
se tinha sonhado com algo. Eu negava. Ele não precisava
saber disso. As coisas começaram a sair do meu controle, em
uma noite que quis comemorar seu aniversário. Estava mais
perto do meu do que do dele, mas como passamos no
hospital, eu quis mesmo assim, sair, comer uma pizza, colocar
o pé fora de casa, respirar a fumaça dos canos de descargas
dos carros ou asfalto queimado.
Eu me arrumei simples, não sentia mais dor no corpo e
nem nada. Já podia me virar basicamente sozinha. Estava
louca para devorar algo inteiro. Se conseguisse, é claro. Eu
acabei com uma anemia nesse meio tempo e minhas
vitaminas triplicaram. Se eu não as tomasse, era uma
fraqueza chata.
Na garagem do prédio, estava muito bem andando de
mão dada com Edward, conforme ele me contava seu dia na
empresa e eu engolia minha saudade de trabalhar para ouvi-
lo melhor. Nós estávamos bem, tranquilos e eu feliz por ele
estar em casa. Passar o dia sozinha estava me consumindo
lentamente. Uma hora eu ia surtar.
Edward continuava falando e ri para seu comentário.
Quando um estouro aconteceu e eu gritei a pleno pulmões,
completamente assustada, cheia de medo me agarrei a
Edward. Tudo que tinha acontecido foi o vizinho deixando cair
sua pasta de trabalho quando saia do seu carro.
- Não quero mais sair, Edward. – sussurrei e sem dizer
nada, me levou de volta ao apartamento.
- Você quer que eu peça a pizza? – perguntou-me baixo.
- Não. Eu vou dormir. – sussurrei querendo me esconder
com vergonha. Eu era tão fraca!
Deitei na cama sem tirar a roupa e afundei o rosto no
travesseiro. Não preciso contar até cinco para sentir Edward
me abraçar. Eu dormi nos seus braços, me sentindo uma
idiota e com medo de ter ferido seus sentimentos. No dia
seguinte ele não falou sobre o acontecido, o que me deixou
confusa e ao mesmo tempo temerosa.
Edward ia cansar de mim. Ele ia arrumar outra mulher
mais segura de si, sem estar com uma confusão emocional,
com medo da sombra e de qualquer barulho estranho. Uma
mulher que não está privando-o de uma vida sexual porque
não pode ainda. Apesar de sentir muita falta, era como se
fosse virgem novamente e não tinha noção de como chegar e
conversar com Edward sobre isso.
Para o café, eu fiz um bolo caseiro e comemos na cama
vendo televisão. Naquela tarde ele precisou sair e então fui
dormir. Estava meio silencioso o apartamento e o filme que
passava n tevê era bom, mas não prendeu minha atenção.
Meio cochilava e ouvia suas falas. Até que um estalo me
acordou e tudo ficou escuro.
Saltei da cama com o coração batendo no cérebro. Tudo
estava apagado, nada funcionava e comecei a entrar em
pânico. Não quis sair do quarto com medo e freneticamente
liguei para Edward.
- Tá tudo escuro... – choraminguei quando atendeu ao
telefone.
- Eu sei baby, apagão na cidade. Não sei o que houve...
- Vem pra casa. Estou com medo. – chorei copiosamente.
- Estou indo amor, fica calma, ainda estou no trigésimo
andar. – Edward falou docemente e podia ouvir sua respiração
ofegante. – Bella, fala comigo...
- Edward, eu não quero sair do quarto. Se alguém entrar
aqui? – solucei
- Ninguém vai entrar aí. Demetri está bem do lado de fora.
– Edward tentou me tranquilizar. – Ele vai aparecer aí.
Foi então que ouvi um barulho vindo da sala. Eu podia ter
consciência de ser Demetri, mas isso não me impediu de gritar
e acabar batendo com o dedinho na quina da cama. Doeu pra
caramba! Eu podia ouvir Edward me chamando ao telefone,
mas me encolher na cama foi tudo que fiz. Coloquei o
travesseiro na cabeça e tentei controlar meu corpo tremendo
fortemente.
- Ela esta aqui, deitada e não me responde. – ouvi
Demetri falar, provavelmente com Edward no meu telefone. –
Ok. Sim senhor. Bells, estou na sala. Não precisa se
preocupar.
Não sei quanto tempo se passou, mas as luzes de
emergência se acenderam e Edward surgiu, ofegante e suado,
sem terno, com a blusa aberta e cansado. Comecei a chorar
pela culpa de fazê-lo vir correndo porque sou medrosa. De
joelhos na cama, me joguei em seus braços, murmurando
desculpas entre soluços.
- Baby, olhe pra mim. – Edward pediu baixo. Mudei-me
em seu colo para fita-lo, ainda morrendo de vergonha – Você
não pode ficar assim. Está gelada e tremula.
- Eu quero me mudar logo, Edward. Eu quero sair daqui
e o no próximo apagão, eu não vou estar sozinha, no ultimo
andar, com medo de alguém invadir o apartamento e me levar
de novo. – solucei voltando a chorar.
- Tudo bem. Nós vamos nos mudar amanhã, se for o
caso, mas você também começa um acompanhamento
psicológico.
Abri minha boca para contestar, mas fiquei quieta.
Edward nunca tinha usado aquele tom de voz cortante e firme.
Ele estava cansando de mim. Ele ia me deixar.
- Tudo bem. – miei.
- Eu respeitei sua escolha de tentar superar o acontecido
sozinho, mas agora não dá mais.
Ai meu Deus.
O “não dá mais” ficou martelando na minha cabeça, como
um papagaio repetindo. Eu tinha acabado com meu
casamento. Um frio me atingiu na espinha e eu quis gritar,
chorar e ter um colo de mãe. Ele não podia me deixar.
- Não me deixa, por favor. – murmurei baixinho.
- O que você falou? – Edward segurou meu queixo
levemente e eu tinha a visão embaçada de tanto chorar –
Amor... Você falou o que eu acho que você falou?
- Eu não sei o que você acha que eu falei...
- Bella, você acha que eu vou te deixar? – perguntou-me
sério e sem realmente olhá-lo assenti lentamente. – Por que
você acha isso?
- Eu não tenho sido uma boa esposa. – resmunguei
cruzando os braços sobre o peito, me afastando dele
levemente, olhando na direção oposta – Eu tenho tido crises
emocionais fortes. Hora estou chorando, dependendo de
você, hora estou gritando porque não quero uma coisa e estou
realmente irritada. Você ficou sem trabalhar direito, tendo que
me ajudar com banhos e até pentear meus cabelos! Você ficou
noites acordados verificando se eu estava bem ou com dor.
Você ficou com bolsas sob os olhos e sem falar na quantidade
de tempo que nós não somos... Íntimos... – sussurrei a ultima
parte.
Edward ficou imóvel e em silencio por algum tempo e
quando reuni coragem para olhá-lo, ele estava rindo. Eu
realmente não achei graça e fiquei com raiva. Fechei minhas
mãos em punhos e comecei a bater nele. Depois de me deixar
socá-lo, Edward segurou minhas duas mãos no alto e me
jogou contra o colchão, deitando seu corpo sobre o meu ainda
com aquele sorriso estupido no rosto.
- Acabou gatinha raivosa? – perguntou-me beijando meus
lábios levemente – Você fica linda com raiva... – beijou-me
novamente e se afastou para me olhar bem dentro dos olhos
– Em primeiro lugar, tudo que eu fiz por você é porque eu te
amo e sou seu marido, Bella. Eu nunca vou deixar de cuidar
de você, entende? E faria tudo de novo. Você precisava de
mim e na minha vida, você vem em primeiro lugar.
- Desculpa por ter gritado com você.
- Baby, você não sabe o quão sexy você fica quando está
com raiva e gritar comigo realmente não é um problema. Você
está confusa com suas emoções e o médico conversou
conosco, lembra? Isso iria acontecer... Talvez não tão intenso
se você estivesse indo ao psicólogo desde o inicio... – Edward
provocou e eu fiz uma careta. – Só que nós resolvemos esse
problema e esse assunto está encerrado.
- Você vai comigo? – perguntei baixinho.
- Claro que sim.
- Ok... – suspirei nervosa – Nós vamos amanhã?
- Sim. De tarde. Vai fugir?
- Não... – sorri e aproveite para tomar iniciativa e beijá-lo
com vontade. Foi como ir ao céu quando ouvi Edward gemer
na minha boca. Como sentia falta desse som. – Amanhã
também tem consulta com o cardiologista... – sussurrei
querendo que ele entendesse meu ponto.
- Eu sei. Vamos almoçar na rua e depois vamos às duas
consultas...
- Edward... Você entendeu.
- Baby eu preciso que você me diga – Edward me fitou
intensamente – Eu sou seu marido e nós já cansamos de fazer
isso. Apenas fale...
- Eu sinto sua falta... Muito. Falta dos seus beijos mais
intensos, dos carinhos provocantes, da força dos seus
braços... Eu cheguei a um ponto que não posso ver você
trocar de roupa. – choraminguei e ele riu de novo – Isso não
vai ficar legal se continuar rindo.
- Eu sei amor, eu também sinto sua falta. Em todos os
aspectos... – Edward sussurrou no meu ouvido, abrindo mais
minhas pernas para se encaixar entre elas. – Eu te desejo
todos os dias e vou te desejar para sempre. – pressionou seu
membro deliciosamente contra meu centro. Infelizmente ele
se afastou – Nós só saberemos quando poderemos matar a
saudade um do outro feita coelhos amanhã. Só mais uma
noite.
- Diga pra mim que você vai tirar folga. E se aquele
médico filho da puta disse que não posso ainda, vou matá-lo.
Porque o desgraçado do Evans me fez correr quase três
quilômetros naquela esteira!
- Calma maratonista! – Edward riu fazendo cosquinhas –
E está mais calma agora? Sem duvidas na cabeça?
- Uhum. – sorri realmente me sentindo mais leve – Bom,
eu estou com fome. Vamos pedir pizza e ver um filme?
- Soa perfeito pra mim... Vai ser o quê? Uma calabresa e
uma havaiana? – perguntou levantando-se e provavelmente
procurando seu celular.
- Sim. Coca-Cola também! – gritei da cama, enquanto
zapeava os canais de televisão. Meu celular tocou no meu
bolso. – Oi barriguda!
- Vão fazer o que agora? – perguntou-me bocejando –
Estou de saco cheio de ficar sozinha com Emmett.
- Nós vamos assistir a um filme e comer pizza, quer vir?
- Acho que sim. – respondeu-me – Estou indo para casa
de Bella, seu chato. – ouvi a risada de Emmett antes de a
ligação ser encerrada.
- Edward, Rosalie está vindo, peça mais uma pizza! –
gritei da cama.
- O que ela tem? Está enjoada de Emmett? – perguntou-
me rindo e tirando sua roupa no closet. Fechei os olhos e fui
atender a porta sem respondê-lo.
Tentei não me abater. Só mais uma noite, pensei comigo
mesma. Mais uma noite e eu pulo em cima dele feito uma
louca tarada.
Rosalie estava do lado de fora, com uma calça de ioga e
blusa leve, marcando bem sua barriga fofa. Beijei primeiro sua
barriga e depois beijei a bochecha.
- O que aconteceu?
- Ele fica me irritando! Estou falando sério... Toda hora é
uma piadinha ou aquele maldito vídeo game. – rosnou irritada.
- Emmett sempre foi assim, Rosalie – sorri docemente
puxando-a até o quarto. – Ele é irritante por natureza.
- Agora fique grávida e ature aquilo. – riu e deitou na
cama. – Oi Edward.
- Oi bebê – Edward beijou a barriga antes de dar um beijo
estalado na bochecha dela
- Fui trocada.
- Sabe que não é nada pessoal, cunhada. Eu te adoro! –
Edward piscou e sorriu torto, deslumbrando Rosalie.
- Estupido! Pare de deslumbrá-la! – bati nele e a
campainha tocou – É Emmett!
- Espero que seja a pizza. – Rosalie murmurou alisando
sua barriga e eu ri batendo na bunda de Edward quando ele
foi atender a porta.
- CADÊ A PIZZA? – Emmett rugiu e cai na gargalhada
com a revirada de olhos de Rosalie. – Oi amorzinho do papai.
- Deixe-me Emmett.
- Estou falando com meu filho. – provocou e ela deu um
sonoro tapa nele. – Ok, desculpe baby. Eu achei que você
estava brincando...
- Eu não estava Emmett Cullen. E agora fique calado.
Não sei como, mas ficamos todos na mesma cama
assistindo vários filmes e devorando mais coisas além da
pizza. Eu dormi me sentindo pesada e feliz. Fazia muito tempo
que não dava um sorriso genuíno e Edward parecia eufórico
com isso. Eu gargalhei tantas vezes que ele chegou a fazer
cosquinha, querendo ouvir mais vezes, afirmando o quanto
sentiu saudades delas. Eu sonhei com nós dois e a nova casa.
Eu ia fazer 24 anos e completar dois anos ao lado do homem
da minha vida. Eu podia superar qualquer coisa.
Eu era Isabella Cullen. Um Cullen nunca desiste.
.~.
Eu estava nervosa! Muito nervosa! Edward segurou
minha perna de tanto que sacodia esperando o médico ler
todos os exames e simplesmente dizer que parte desse
inferno ia embora.
- Bom... Isabella, eu devo lhe dar os parabéns. Seus
exames finalmente estão batendo com sua idade. Pode dar
adeus aos remédios.
- Exercícios físicos também?
- Eu aconselho que continue, sempre é bom manter a
forma. – deu os ombros – Talvez se você correr no parque, vai
ver que é divertido. Tente ao menos uma vez.
- Ok...
- E, o sinal está verde para suas atividades normais.
Trabalho, sexo, estudos e qualquer outra coisa que fazia
antes. Eu só peço que verifique sempre sua pressão e se
sentir algum desconforto, como aquela queimação ou
tremedeira, volte o mais rápido possível. Não tome nenhum
medicamento antes de falar comigo.
- Existe alguma possibilidade disso acontecer? –
perguntei nervosa
- Não necessariamente, mas é bom ficar de olho por
enquanto. E você tem planos de engravidar?
- Sim. Em breve. – respondi rápido e o aperto de Edward
quase esmagou meu joelho. – Que foi? – sussurrei e ele riu,
sacudindo a cabeça como se fosse nada.
- Quando isso acontecer, gostaria de lhe ver novamente.
Nós precisamos saber como seu coração vai lidar com
emoções nos próximos meses.
- Mas é saudável termos um bebê, certo? – Edward
perguntou hesitante.
- Sim. Bella não tem um problema congênito, apenas não
sabemos se é genético ou qualquer outra coisa. Ela tem
facilidade com pressão alta e isso pode causar algumas
mudanças na gravidez.
- É mais por precaução, correto?
- Exatamente, Isabella. Então, é isso. Parabéns pela sua
recuperação. Você foi ótima!
- Obrigada, Dr. Clearwater. – agradeci sorrindo. Eu
realmente estava feliz com isso.
- Boa sorte a vocês.
- Então, nós vamos ter um bebê? – Edward perguntou
sorrindo daquele jeito criança em manhã de natal.
Eu o ignorei. Edward ficou sorrindo feito um bobão até
chegarmos ao consultório da psicóloga. Eu fiquei quieta,
mordendo os lábios para não rir. Demorou apenas uns
minutos para ser atendida. Edward não pode entrar comigo na
seção em si, mas fui com a cara da doutora. Nós resolvemos
nos dividir por etapas e por isso começamos com a minha
infância. Ela me fez lembrar coisas que jurei não ser possível.
Ainda assim foi bom. Muito bom. Eu estava leve e feliz por
cuspir minhas dores relacionadas ao meu crescimento e a
morte dos meus pais.
Eu teria uma seção por dia, durante uma hora e meia,
com ela e em grupo. Ela me prometeu sigilo e cuidado com
minhas informações. Naquela noite, eu disse a Edward que
nós teríamos que usar camisinha. Ele não pestanejou como
imaginei. No dia seguinte ele tirou o dia de folga e nós não
saímos do quarto. Para nada.
Eu mal podia acreditar quando voltei a trabalhar e ir para
a faculdade. A terapia estava muito boa, às vezes eu saia
chorando e com raiva da Dra. Lucy. No dia seguinte estava
pronta para mais uma. Como hoje, eu fui muito bem na terapia
de grupo, fui a faculdade e tive duas aulas e agora estava a
caminho da minha nova casa.
- Baby, onde você está?
- A caminho de casa e você?
- Estou te esperando para entrarmos juntos. – respondeu
– Sentado no seu jardim.
- Nós já entramos nela, Edward.
- Não oficialmente. Tipo, agora não existe mais o
apartamento. – rebateu e pude vê-lo batendo o pé. – Carmelita
veio me perguntar vinte vezes se preciso de algo.
- O que nós faremos hoje à noite para começar a
comemoração do meu aniversário?
- Eu penso em nós dois nus, em cima da cama, na
banheira, atrás da porta...
- Soa um excelente plano pra mim. – provoquei – Quem
sabe possa finalmente fazer um desfile com todas aquelas
coisas que comprei. Eu preciso saber se você gosta.
- Fique a vontade. Só não se apegue emocionalmente a
nenhuma delas, ok? Talvez eu possa me empolgar em vê-la
fora dela. – Edward riu e eu miei, imaginando.
- Está vendo o portão abrindo? – perguntei animada –
Cheguei.
- Graças a Deus.
Edward me ajudou a sair do carro e me deu aquele beijo
quente que me fez corar pensando que alguém tinha visto,
mas era impressionante a facilidade dos nossos funcionários
em sumirem de vista em momentos como esse. Rindo da
minha preocupação, provoquei-o sobre se ele tinha comprado
à caixa de camisinha, ele concordou feliz demais. Edward
sabia que esse era o passo mais próximo da noite que eu diria
que nós não iriamos usar mais.
Eu fiz exames e suspendi mesmo o uso de
anticoncepcionais. Só que ainda iria brincar um pouquinho
com isso. Eu só esperava que Edward me engravidasse logo,
porque minha mania de calcular as coisas e o tempo queria
estar grávida no natal ou bem antes. Nós abrimos à porta da
casa e fomos surpreendidos com confetes voando para todo
lado.
- SURPRESA!
É claro que a família Cullen não ia deixar passar meu
aniversário. Nunca. E eu estava mais que feliz com isso.
Principalmente depois dos últimos meses.
- Beaaaaaaah! – Ethan gritou atraindo minha atenção. –
Beaah!
- É isso mesmo que ele está falando meu nome? –
perguntei emocionada, pegando o grande rapazinho de 1 ano
e meio no colo.
- Sim, ele também chama Edward. – Charlotte riu vindo
me abraçar – Parabéns gatinha!
- Espero que Joseph fale mamãe antes de Bella ou
teremos um problema sério. – Rosalie riu com toda sua
imensa barriga de nove meses, vindo me abraçar – Estou
muito feliz em comemorar mais um ano com você. Eu te amo.
- Eu também te amo e vá se sentar. Você está de repouso
absoluto.
- Credo, parece Esme.
- Eu ouvi isso Rosalie Lillian! – Esme interveio puxando-a
para o sofá – Meu neto pode nascer a qualquer momento,
vamos parando, ok? Sentadinha.
Fiquei observando Ethan dar seus passos pela casa,
sozinho, mexendo em tudo, dando mais cabelos brancos aos
loiros perfeitos de Peter. Alice com Ian no cantinho, Esme com
Carlisle paparicando Rosalie com Emmett. Carmelita andava
para todo lado servindo coisas, enchendo copos de sucos,
bebidas e Demetri ria do seu nervosismo.
- Então, senhora vinte e quatro anos, você está feliz?
- Você sabia disso, é?
- Claro! Ninguém entra na minha casa sem minha
permissão. – piscou sorrindo torto.
- Hum... Eu estou amando tudo isso. Eu agora amo
comemorar meu aniversario e esse ano eu não esqueci. –
provoquei abraçando-o.
Nós ficamos na minha pequena festa até quase oito horas
da noite. Agora com todos nós bem perto um do outro, era
mais fácil, gostoso e divertido. Carmelita foi embora no seu
horário e Demetri foi para a parte da frente da casa, comer
pizza e assistir um jogo com os outros rapazes. Edward estava
no quarto jogado na cama, com a televisão ligada, esperando
que eu saísse do meu banho. Que eu demorei de proposito.
Quando começamos a namorar um pouco mais tarde
naquela noite, Edward fez menção em puxar a camisinha e eu
neguei. A partir de hoje e até o momento que soubesse do
resultado, nós não sairíamos mais do time de tentadores. Ele
falou soltar fogos de felicidade. Dormi com a sensação
gostosa no peito de estar fazendo a coisa certa. Eu olhei para
Edward e quis muito um bebê pequeno no seu colo.
O celular insistente me acordou no meio da madrugada.
- O que é? – resmunguei sem realmente ver quem era.
Edward acendeu a luminária.
- A BOLSA ROMPEU. – Emmett gritou
- Compra outra. – murmurei sonolenta e então a ficha caiu
– AI MEU DEUS, ESTOU CHEGANDO!
- Que gritaria! – Edward assustou-se e então, ele também
entendeu o que era, pulando fora da cama.
Nós nos vestimos correndo, eu tenho certeza que minha
blusa estava ao contrário e amassada. Escovei os dentes
enquanto Edward me ajudava a prender meu cabelo. Foi uma
correria engraçada. Rosalie era a única calma no meio de
todos nós. No hospital, apenas Emmett entrou com ela e
Edward parecia o pai do bebê de tão ansioso que estava!
Foram horas, longas horas até que finalmente apareceu o pai
mais feliz do universo.
- É menino!
Dã! A gente já sabia, mas não impediu de comemorarmos
feitos loucos. Meu afilhado tinha nascido no meu aniversário.
Fiquei tão imensamente feliz. Mais algumas horas fomos
autorizados a vê-los. Rosalie não parecia que tinha encarado
um longo parto, estava linda, exuberante e feliz.
Um pequeno pacote azul estava no colo de Edward, que
olhava emocionado para o bebê. Seu sobrinho, mais uma
geração dos Cullen reinando. Foi então que aquela sensação
de ter a barriga vazia demais me abateu. Eu queria aquela
cena. Eu queria Edward segurando nosso próprio pacote azul.
Quando foi a minha vez, eu não contive as lágrimas. Ele era
lindo. Loirinho, com os olhos verdes do pai e covinhas. Já
estava sorrindo.
Eu me apaixonei por ele. Foi à primeira vista e comecei a
contar mentalmente os dias até finalmente estar grávida.
Agora eu queria meu bebê. Rápido.

Capítulo 27

Parachute
- Você é lindo, meu menino. – sussurrei com Joseph no
colo. Era seu primeiro mês, e eu como sua madrinha e
babona, estava em cima dele feito uma maníaca. Rosalie
disse que ia verificar algo na cozinha e me deixou sozinha com
ele, dormindo.
- Olá, você fugiu da faculdade para vê-lo, é? – Alice
rodopiou até a mim – Vou lavar as mãos, já volto.
- Quem disse que você vai segurá-lo? – rebati rindo
levemente. – O afilhado é meu.
- Sinto muito Bells, mas eu vou segurar esse menino. –
provocou-me do lavabo da sala. – Deixe-me ficar com ele, por
favor. – pediu docemente e bufando, entreguei.
- Só porque preciso ir trabalhar. Cuide bem dele e diga a
Rosalie que já volto. – beijei sua testa – Você e Ian ainda vão
sair conosco no final de semana?
- Claro. Eu vi alguns lançamentos... Vai ter um de ação,
talvez os meninos gostem.
- Ok. Ate mais!
.~.
Fiquei presa uma hora no trânsito e quase passei mal de
fome. Demetri conseguiu ir a uma padaria e comprou umas
coisas pra mim e deu tempo de ainda ficarmos presos.
Quando faltou apenas algumas quadras, eu não aguentei
mais. Fui a pé com um maldito salto agulha de dez
centímetros. Minha cara de poucos amigos foi tirando as
pessoas da minha frente. Outubro já estava começando com
aquele friozinho e eu me encontrei suada, com os cabelos
soltos meio desengonçados.
- Edward já almoçou? – perguntei a Jéssica.
- Não, ele inclusive estava resmungando que você não o
atendeu o dia inteiro. – sorriu docemente, me entregando
minha agenda. Ângela provavelmente estava em seu horário
de almoço. – Ângie não veio hoje... Ela estava passando muito
mal. Ben ligou esta manhã.
- Sem problemas... – sorri imaginando que era a terceira
vez que passava mal. – Eu vou ligar e saber se está tudo bem.
Você pode perdi pra mim salada com molho branco, capeletti
de frango, milk shake de morango com aquela calda de
chocolate e acho que só.
- Só? – Emmett riu do meu pedido. – Traz um milk shake
desse pra mim também. – pediu me abraçando – Tem tempo
pra mim?
- Tenho cinco minutos antes do meu almoço. Já aviso que
estou com fome e sem paciência. – resmunguei entrando na
minha sala e já indo até a porta adjacente do escritório para
ver Edward. – Cheguei gatinho.
- Oi gatinha. – Edward riu tirando seu paletó e afrouxando
a gravata.
- E então, o que você precisa?
- Eu preciso das ultimas notas do mês de agosto.
Algumas coisas se perderam... – respondeu-me.
- Minha segunda gaveta tem essas pastas. Pode
procurar. – dei os ombros tirando meu sapato, prendendo o
cabelo e já no limite da minha fome.
- Edward!
- Calma! Estou aqui.
- Pega minhas pastilhas... Eu estou começando a me
sentir zonza. Eu comi dois pães de queijo, mas ainda não fez
efeito nenhum.
- Você verificou sua pressão hoje? – perguntou-me
entregando três bolinhas, uma amarela, azul e outra verde. –
Ou só não tomou as vitaminas de hoje?
- Só esqueci-me das vitaminas. – respondi dando meu
melhor sorriso inocente. Talvez eu tenha batido os cílios
também.
- Espertinha.
- Gostoso.
- Estou aqui ainda! – Emmett gemeu – Sério, vocês
precisam parar com isso. Todos sabem que quando as portas
estão trancadas é porque algo está acontecendo aqui dentro.
- Não tenho culpa se tenho vontade de atacar meu
marido. Rosalie faz o mesmo, que eu sei. Acredito que Joseph
foi feito na sala de reuniões.
- Vocês calcularam isso? – Edward perguntou incrédulo.
- Sim, claro. Precisávamos saber. Mulheres e suas
curiosidades. – dei os ombros e ele riu, massageando meus
pés.
- Terminei, bom almoço família. Estou indo embora agora.
Qualquer coisa me liguem, ok? – Emmett despediu-se de nós
com um sorriso bonito. Ele estava indo para casa ver seu
pequeno homem e sua esposa.
- Comida! – Jéssica entrou com nossos pacotes. – Estou
indo ao meu almoço agora, estou no celular.
Eu realmente não ouvi o que ela falou, apenas concentrei
minhas emoções na comida. Eu ficaria bem e feliz depois que
comesse e matasse quem me matava. Edward riu do meu
desespero e da quantidade de comida que ingeri, mas Evans
ainda me fazia correr todos os dias de manhã e aos poucos
foi acrescentando outros exercícios de ginasticas. Eu podia
dizer que tinha uma meia perna torneada e alguns quilos a
menos. Edward reclamou que eu estava muito magra no inicio,
mas acho que foi mais adaptação. Hoje minhas calças
voltaram a parecer bonitas em mim.
Nós trabalhamos até tarde e eu mal via a hora de
finalmente chegar em casa. Tomar banho e dormir. Era tudo
que mais queria, mas Edward parecia ter outros planos. Foi
então que percebi que tínhamos um jantar importante naquela
noite. Eu tinha esquecido completamente. Em casa corri de
um lado ao outro, escolhendo roupas, me maquiando – coisa
que finalmente conseguia fazer sozinha e muito bem – e ele
ria, sentado na cama, pronto, só me esperando.
Ouvi o chorinho de Joseph e Rosalie entrou com o
menino no colo, trazendo um par de brincos dela que
combinava com minha blusa, essa divisão de quintal veio a
calhar como uma perfeição. Enquanto Edward brincava com o
bebê, ela fez cachos com babyliss e me mandou calar a boca
duzentas vezes. Ninguém acreditava no quão chata estava
com aquele jantar. Aquele casal estava endividado, eram
donos de uma boa empresa que tinha até filial em Londres,
mas ela era chata demais. Enquanto queria conversar com os
homens, eu tinha que dar atenção à mulher botox.
Talvez o marido veio falir de tanta plástica para ficar
parecida com a barbie.
No meio da noite, comecei a me sentir mal. A conversa
estava sufocante e nem Alice conseguia cozinhar algo tão
ruim como aquela comida. O vinho tinha gosto de ferrugem e
estava descendo torto na garganta. Eu tinha certeza absoluta
que meu estomago estava querendo jogar fora a taça que
ingeri por educação.
- Jantar horrível. E o vinho? O que era aquilo? Eu
realmente estou com fome. – Edward comentou quando
entramos no carro, felizes por finalmente estarmos indo
embora. Demetri soltou uma risadinha e comentou que a pizza
do outro lado da rua estava maravilhosa. Estupido, ele
adorava tirar sarro. – Tre, você vai virar uma pizza um dia.
Você come outra coisa? – Edward provocou e os dois
começaram um papo sobre comida.
Deitei minha cabeça no ombro de Edward, sentindo-o
brincar com minha aliança enquanto conversava. O vinho, oh
sim o maldito que estava querendo sair. Ele era horrível. Me
sentia suar frio enquanto salivava loucamente.
- Parem o carro! – pedi e eles não me ouviram – PAREM
O CARRO! – gritei e Félix freou bruscamente, conduzindo ao
acostamento. Antes do carro realmente parar, estava fora dele
expelindo o maldito vinho. – Droga, eu odeio quando isso
acontece.
Edward tirou seu lenço e me entregou, ajudando a limpar
minha boca.
- Preciso de uns minutos... – pedi e ele assentiu
levemente, me puxando para encostar no carro. Foi então que
vi um paparazzi registrando tudo – Ah não...
- Demetri, pegue a câmera do rapaz. Apague as fotos. –
Edward pediu, mas ele já estava indo em direção ao cara,
acho que antes mesmo que pudesse vê-lo.
- Eu sinto o gosto daquela comida horrível. –
choraminguei
- Se você se sentir melhor com isso... Eu também. –
Edward riu e eu acompanhei.
- Podemos ir agora. Estou melhor.
Assim que chegamos em casa, Edward procurou um
remédio para enjoo para nós dois. Tomamos rindo porque até
ele, que dificilmente enjoava com as coisas, precisou de um.
Eu dormi tendo pesadelos com mulheres-barbies, plásticas e
vinhos com gosto de ferrugem. Acordei Edward, que tinha
retornado ao seu velho habito de dormir feito pedra e nós
estávamos atrasados. Muito.
De manhã cedo nós saímos disparados. Cheguei à
faculdade me sentindo zonza de sono. Alice riu da minha
pressa e me entregou suas anotações da aula. E só naquele
momento ela contou que tinha ido aquele restaurante com Ian
e foi muito ruim.
- Vou tentar não ficar com raiva de você. – brinquei
quando saímos da sala e vimos Ian nos esperando no lugar
costumeiro.
- Olá Beah, tudo bem? – brincou imitando Ethan. – Vocês
conseguiram entender aquela matéria do Juan? Eu acho que
preciso de reforço nessa. E isso no ultimo período, quando
achei que só ia farrear.
- Eu entendi mandarim, mas não seu calculo. Vou tirar
nota baixa, porque na semana da prova, eu tenho uma viagem
com Edward. Eu não vou estudar.
- Eu entendi. – Alice riu de nós dois – Ok, eu ajudo vocês.
Ian apenas riu e despediu-se de Alice, indo a sua sala.
- Como se eu tivesse pedido. – resmunguei sobre a
respiração e ela me beliscou, de repente ficando séria. – Que
foi? – perguntei seguindo seu olhar e dando de cara com
alguém que pensei que nunca mais iria ver. – Jasper! –
falamos juntas.
- Oi meninas. – Jasper cumprimentou, mas não me
olhando. Seu olhar estava focado em uma Alice congelada no
lugar, branca feito a parede. – Alice?
- Hum... Oi Jasper. – murmurou insegura – O que você
está fazendo aqui?
- Eu vim acompanhar Maria em um curso.
Vou vomitar. Esse pensamento correu bem forte e a
primeira lixeira que encontrei, botei para fora meu café da
manhã.
- Jasper, foi um prazer revê-lo, mas Bella está passando
mal agora e eu preciso ajudá-la. – Alice foi sincera, eu a
conhecia o suficiente para isso. Sua atenção se voltou pra mim
tal como Edward fazia – Quando eu fui nesse restaurante com
Ian, ele ficou mal por dias... Você trouxe o seu remédio?
Quando pensei em responder, meu celular tocou e vi
Demetri saindo da lanchonete para minha direção.
- Bella, estou encerrando o dia hoje. Estou me sentindo
muito enjoado e com dor de cabeça forte. – Edward soou
desanimado do outro lado da linha.
- Eu imagino. Acabei de pagar meu maior mico
universitário no corredor do curso. – resmunguei
envergonhada.
- Vem pra casa também...
- Estou indo. Até daqui a pouco.
Eu ainda me sentia um porre e Alice riu docemente da
minha vontade de me esconder na pilastra.
- Eu realmente não sabia que vocês iam lá. E que escolha
de mau gosto. Ele tem recebido várias criticas negativas. Eu
fui uma das primeiras a publicar no twitter uma.
- Foi o cliente que escolheu e se você olhar a mulher dele,
vai saber que bom gosto não é uma de suas virtudes. – miei
- Alice... – Jasper chamou meio hesitante e nós duas
pulamos assustadas. Pra mim ele tinha ido embora há muito
tempo. Pelo visto, para Alice também. – Talvez não seja o
melhor momento, mas eu gostaria de conversar com você.
Talvez um jantar...
- Pra quê? – Alice rebateu friamente. Ela era tão igual a
Edward que me assustava. O olhar assassino era idêntico.
- Bom, tem tempo e nós terminamos...
- Você falou algo certo. Tem tempo. Tem tempo que você
foi embora depois de ter prometido pra mim que iria ficar em
Nova Iorque. Tem tempo que Maria espalhou durante o
colegial inteiro que eu roubei você dela e nós dois sabemos
que não foi assim e quando você voltou a ela, saiu noticias em
todos os jornais confirmando os atos do passado. Tem tempo
que na primeira oportunidade de ser o garoto de Harvard você
escolheu sem nem ao menos considerar em me contar. E olha
que eu era a sua namorada à quase três anos. Tem tempo
mesmo, Jasper. E agora você tem dois segundos para
desaparecer da minha frente, porque eu não tolero traição, eu
não tolero mentira, eu não tolero covardia e não tolero que em
qualquer hipótese coloquem o sobrenome da minha família
em qualquer crítica negativa. – respirou fundo, o que achei que
ela fosse explodir ou arrancar meus dedos – Eu sou Mary Alice
Masen Cullen, querido. Aquela que teve seu primeiro
namorado jogando na cara que namoro de colegial não
sobrevive a faculdade e também aquela que hoje não quer vê-
lo pintado de ouro porque não merece estar no mesmo
ambiente que eu. Se você quiser voltar nessa instituição para
acompanhar sua namoradinha fofoqueira, aconselho que dê
meia volta e nunca mais chegue perto de mim com esses
olhinhos de arrependimento. Eu posso fazer com que você
nunca mais seja recebido bem nesta cidade. Aproveite
enquanto eu deixo você respirar aqui. Estamos
completamente entendidos?
Eu fiquei tão chocada com suas palavras que vomitei
novamente. Alice praticamente entrou em desespero e me
puxou em direção ao banheiro. Eu não sabia se ela estava
nervosa porque eu estava verde feito chuchu ou porque tinha
acabado de dar um esculacho gigantesco no seu ex-
namorado que ficou branco feito vela em dia de enterro e
enfiou o rabo entre as pernas. Eu não sabia de 1/3 de tudo
aquilo, mas foi perfeito. Se não tivesse vomitado, tinha
aplaudido de pé. Ninguém mexe com a princesa, como diz
Edward. E eu não podia concordar mais.
Não aguentei mais ficar na faculdade e fui embora para
casa, agradecendo a Deus por estar sem transito, sem
bloqueio policial ou guarda qualquer que sempre atrapalha
meus horários. Cheguei em casa com felicidade e parei para
ouvir Carmelita cantando na cozinha enquanto Edward ria. Eu
reconheceria aquela risada em qualquer lugar.
- Pare de rir, menino.
- Impossível.
- O que vocês estão fazendo? – perguntei me fazendo
presente e vi Edward comer um enorme pedaço de bolo de
chocolate. – Você está bem agora?
- Deu vontade. Está tão bonito e ela acabou de fazer. –
respondeu-me com os lábios sujinhos de chocolate. – Tudo
bem? – sorriu torto e me aproximei, colocando as duas mãos
em seu rosto e lambendo o chocolate descaradamente.
- Tudo bem agora. – sorri tirando o garfo da sua mão e
comendo seu bolo – Delicioso. Receita nova Carmelita?
- Eu comprei um livro novo e quis experimentar. Tem
raspinhas de maracujá também. – respondeu-me alegre –
Gostaram mesmo?
- Por mim pode ter um desse todos os dias em casa. –
Edward respondeu dando outra garfada.
Nós dois acabamos com o bolo somente conversando na
cozinha antes do almoço. Eu não sei como ele teve disposição
para almoçar depois e ainda provoquei que se ele perdesse
aqueles gominhos lindos que tinha conquistado novamente na
academia, iriamos ter um problema sério. Apesar de adorar
quando ele tinha barriga o suficiente para dar aquela
mordidinha. Só para irritar. Eu o amava de qualquer jeito e o
irritante deste ato é ele ter plena consciência disso e continuar
comendo na minha frente, enquanto não conseguia ver nada
a minha frente.
Graças a Deus passou. Eu fiquei sabendo dias depois
que o restaurante foi fechado. Edward apenas deu os ombros
quando questionei que se ele tinha algo a ver com isso. Não
sei por que ainda ficava surpresa com esse tipo de coisa.
Eu ainda não estava sem por cento acostumada com a
casa. Dei muitas vezes de cara com a parede e entrei no
quarto errado. Era enorme e ficava com pena da equipe de
limpeza.
Minhas semanas de provas estavam me acabando e isso
me deixou tão nervosa ao ponto de simplesmente enjoar.
Fiquei dias enjoada pela manhã e comendo triplamente mais
até que Rosalie veio com um calendário bem na minha cara e
mostrou o que não via. Meu ciclo estava atrasado. Isso só
podia significar uma coisa. Tinha que significar uma coisa.
Naquela noite, continuei na minha, apenas estudando
para prova com ajuda de Edward. Eu não quis dar esperanças
a ele nem nada. Podia ser só um atraso e não queria essa
decepção. Só que internamente, contava as horas para poder
fazer um exame de sangue bem cedo. Apenas Demetri e
Rosalie sabiam dessa ida a clinica antes da terapia. Edward
chamou minha atenção várias vezes antes porque estava
desatenta e as duas vezes que errei o calculo, eu coloquei a
resposta a hora.
De manhã eu consegui sair antes de Edward, louca de
ansiosidade e nervosismo. Fechei os olhos durante a coleta
de sangue e pedi a Deus que tivesse boas noticias. Durante a
terapia, eu quase não consegui me conter de ansiosidade e
nervosismo. Dr. Lucy riu demais e me relaxou o quanto pode.
- Não foi à faculdade hoje? – Ângela perguntou-me
confusa
- Não. Preciso adiantar algumas coisas. Tenho uns
planos... – respondi imaginando que se trabalhasse, o tempo
passasse mais rápido.
Eu não vi Edward pela manhã inteira, só que isso não o
impediu de ligar e mandar mensagens a cada respiração. Ele
estava em reunião enquanto trabalhei em uns contratos
grandes com Emmett. Acabei pedindo uma caixa de bolinhos
sortidos e comi tudo antes mesmo que desse a hora do
almoço. Não era fome. Era ansiosidade.
- Você está ocupada? – Edward chamou-me na porta e
eu assenti – Vai ter um tempinho pra mim hoje? – perguntou-
me baixo, com aquele tom de voz carente e eu neguei séria.
- Só mais tarde, querido.
- Ok... – resmungou quando nem sequer olhei pra ele.
Fiquei com pena, mas não me movi do lugar até Demetri
entrar segurando meu envelope que podia mudar minha vida
para sempre. Nervosa, fiquei segurando o papel com medo de
abrir, tremendo de medo. Demetri saiu me dando privacidade
e eu quase quis sair correndo e contar a Edward... Mas e se
desse negativo?
Ele não iria suportar. Edward quer desesperadamente um
filho. Ou pelo menos deu a entender todas as vezes que disse
‘dessa vez eu vou te engravidar’. Suspirando, rasquei o
envelope, puxei o papel e li umas duas vezes até achar a
resposta. Malditos termos médicos. Até que a palavrinha
POSITIVO em negrito, no meio do texto, me trouxe a feliz
realidade que tinha um bebê de sabe se lá quantas semanas
dentro de mim.
Eu ia ser mãe.
Minha mão voou para minha barriga lisa e que ontem pela
manhã, fiz 150 abdominais para ficar sarada. Em pouco tempo
ficaria tão grande quanto de Rosalie.
Eu ia ser mãe. De verdade.
A verdade ainda não tinha me atingido, mas uma
sensação estranhamente gostosa foi subindo pelas minhas
pernas, causando um arrepio e um frio na barriga, dando aos
meus lábios meu melhor sorriso emocionado. Eu estava
casada e agora ia ser mãe. Isso, sem sombras de duvidas era
um adeus a Bella Swan solitária e solidificando de uma só vez
a Bella Cullen, esposa e agora, mãe.
Eu ia ser mãe. De um filho com Edward.
Li o papel mais uma vez, antes tirando os sapatos,
trancando a porta da minha sala, entrando na de Edward,
trancando a porta da sua sala, fui até o botão automático das
cortinas e fechei todas, deixando apenas as luminárias
acesas. Ele me olhava confuso porque eu chorava e ao
mesmo tempo ria como uma idiota. Fiz sinal que saísse da sua
mesa e sentasse no sofá. O nosso famoso sofá.
Confuso, obedeceu e puxei minha saia pra cima, dando
um vislumbre da calcinha de renda azul celeste. Seu olhar se
perdeu um tempo longo ali e quando apoiei meus joelhos para
sentar em seu colo, suas mãos já estavam na minha bunda,
puxando pra si e meus dedos enterraram nos seus cabelos,
começando um beijo violento. Era uma batalha de línguas e
gemidos. Ele devia estar amando aquela agressão de unhas
e a pressão que minhas pernas estavam causando ao seu
redor, conforme me esfregava nele com vontade. Eu estava
excitada, mas tinha uma notícia.
- Nós vamos tentar fazer o nosso filho aqui? – provocou
me beijando novamente e caminhando para rasgar minha
calcinha. Eu já conhecia seus movimentos.
- Não. – sussurrei. É agora, Bella. Mate o homem do
coração – Você já fez o filho em mim, papai. – escovei meus
lábios no dele e Edward congelou, provavelmente quando a
informação fez sentindo.
- Você está me dizendo que... – afastou-se com um brilho
inconfundível no olhar.
- Estou dizendo que estou grávida, Edward. – sorri
mostrando o papel. Assim como eu, ele leu umas vezes para
compreender.
Então, um estalo correu na sua mente e bobamente, me
fitou intensamente e percebi uma lágrima perfeita escorrer dos
seus olhos quando sua mão foi até minha barriga. Edward
ficou ainda em silencio, apenas me tocando, talvez com mil
informações na cabeça e poucas palavras para expressar. Eu
conseguia entender esse sentimento. Era bom demais.
- Caralho... Eu não posso acreditar... – sussurrou me
apertando – Quer dizer, eu posso, mas... Isso é tão perfeito. –
sussurrou rindo – Eu te amo tanto... Nós vamos ter um bebê.
– Edward beijou-me da sua melhor forma doce, com cuidado
extremo. Se não fosse lindo, eu poderia dizer que senti falta
da agressividade de outrora. – Quanto tempo? Como você
desconfiou? Por que não me falou antes? Já marcou alguma
consulta? Contou a alguém?
- Calma... – sorri afrouxando sua gravata – Estava muito
enjoada, todos os dias e comendo o dobro do que estou
acostumada. Até que Rosalie veio me deu um alerta sobre
meu ciclo. Ele não veio este mês... É possível que esteja
apenas de quatro semanas, sei lá... Não fiz nada. Apenas o
exame de sangue e vim te contar. Eu não contei antes com
medo de apenas dar negativo e ser uma decepção...
- Bella, boba. Eu reparei seu enjoo, mas não quis te
pressionar ou me dar esperanças... Só que agora é real.
- É...
- Quer ir ao médico agora saber? – perguntou-me
animado – Estou curioso.
- Só que não marquei consulta nenhuma... – argumentei
rindo do seu nervosismo.
- E isso é impedimento de alguém te atender? Quer ir
agora ou não?
Fiquei momentaneamente pensando no quão excitada
estava para saber de quantas semanas, se tinha algum
problema, se minhas vitaminas iam mudar...
- Sim. Quero ir agora. Só que estou com fome, vamos
comer antes? – perguntei pulando do seu colo e ele assentiu,
indo até a sua mesa para programar tudo, que fez em menos
de 10 minutos, já vindo pra mim novamente. – Nós vamos ser
pais...
- É só comigo ou parece surreal demais? – perguntou-me
me puxando para seu colo. – Eu esperei tanto pelo dia que
você chegaria e me contasse que estava grávida.
- E chegou o momento. Eu disse a você que ia ser rápido.
– brinquei – Vou pegar meu sapato e minha bolsa. Já volto.
Edward apenas assentiu olhando para minha barriga e
disse a mim mesma que precisava me preparar
psicologicamente para ser trocada pela minha barriga. Rosalie
passou por isso e sobreviveu. Eu também posso. Pior que
Emmett, Edward com toda certeza vai ser. Nós saímos sem
contar a ninguém ainda e por estar fora dos horários de rush,
chegamos em quinze minutos no consultório, com a secretária
já nos esperando. Jéssica deve ter assustado a mulher. Eu
sabia o quão persuasiva e assustadora ela poderia ser para
conseguir algo que Edward queria.
- Boa tarde Bella! Você quer aquele chá gelado de
sempre? – perguntou-me Dora, assistente da Dr. Grace. Ela
era sempre simpática e bem profissional. Só que depois de
quase dois anos sempre paciente da clínica, acabei criando
um vinculo carinhoso com ela. – E você papai, deseja algo?
- Como você sabe? – perguntei chocada e Edward riu
relaxado do meu lado. Ele estava com cara de quem estava
pisando em nuvens. Pelo menos tirou a mão da minha barriga
como ficou grudada durante o curto trajeto.
- Ora. Você mesma disse que Edward só viria aqui o dia
que você estivesse grávida. Vejo que acertei, correto?
- Acertou. Por isso da emergência. – respondi rindo meio
abobalhada.
- Vocês podem entrar que irei levar o chá. E parabéns!
- Bella Cullen! Você é rápida menina. – Dr. Grace brincou
e quando viu Edward, sorriu – Ou devo dizer que ele é rápido?
– provocou deixando meu marido vermelho – Quando Rosalie
veio aqui e eu pensei: E nada de Dona Isabella se animar em
ter um bebê. E então, quando Joseph nasceu, eu fiquei
orgulhosa com aquele menino lindo, grande e sorridente eu vi
seu olhar e conclui que faltava pouco.
Edward sorriu e puxou a cadeira pra mim.
- Trouxeram o exame de sangue? Eu mandei preparar a
sala para fazermos uma ultrassonografia.
- E dois meses atrás eu suspendi tudo. Só que não o uso
da camisinha tanto que fiquei menstruada.
- Certo. Só que... Eu acho que você não está grávida de
quatro semanas não... – Dr. Grace sugeriu docemente.
- Como assim? A não ser que Edward tenha furado
alguma camisinha de proposito. – brinquei cutucando Edward,
que até agora estava quieto.
- Eu não me lembro de ter feito algo intencionalmente. –
brincou um pouco vermelho.
- Camisinhas furam na pressa, na hora de abrir o pacote
ou na falta de delicadeza... – Dr. Grace comentou – Vamos
fazer uma ultrassom pra ter certeza... Só trocar de roupa ali.
Edward foi com Dr. Grace enquanto trocava de roupa
para um tipo de pijama com uma abertura na barriga. Eu não
tinha nenhuma barriga para caber naquele pequeno espaço
ali. Deitei na cama com Edward sem língua ao meu lado,
segurando minha mão, meio suada, meio gelada. Edward
estava morrendo de ansiosidade ou felicidade.
- Calma papai...
- Estou meio nervoso mesmo... – Edward riu sem jeito.
- Só vamos ver quantas semanas, ouvir o coraçãozinho...
– disse sorrindo e aplicou aquele gel gosmento e gelado. –
Geladinho. E vamos lá...
- Já dá pra ouvir? – perguntei emocionada.
- Claro... Principalmente porque você está grávida de sete
semanas. – Dr. Grace riu – Ouça o coração... – aumentou o
volume e o aperto de Edward se intensificou na minha mão. –
Ele já tem o sangue circulando pelo corpo, parte interna do
seu órgão sexual e já se movimenta um pouquinho, você só
vai demorar um pouquinho para sentir...
- Você disse sete semanas? Isso quer dizer que Edward
me engravidou antes do tempo? – bati no seu ombro com
força – E mesmo assim fiquei com aquela maldição durante
três dias?
- Eu disse isso a você, querida. – beijou-me e voltou olhar
para tela.
- Qual o tamanho dele? – perguntei – Ou dela...
- Ele ou ela tem cerca de 20 mm É bem grandinho para o
sua semana. – Dr. Grace respondeu-me – Bom, vou imprimir
umas fotos, e vamos conversar sobre os exames. Nós
precisamos saber se está tudo bem com você e com ele mais
corretamente e você precisa agendar uma consulta no seu
cardiologista. – sorriu me ajudando a levantar.
- Eu já parei com todos aqueles remédios, mas ainda tem
as vitaminas...
- Nós vamos mudar umas especificas a gestantes, que
não interferem nos ductos lácteos e, Edward... Você precisa
verificar a pressão de Bella todos os dias de manhã. Essas
vitaminas precisam ser tomadas de manhã, na hora do café.
- E tomarei algum outro remédio?
- Nós iremos acrescentando caso necessário e depois
dos exames. E as vitaminas começam amanhã, certo?
Quando for ao cardiologista, traga os exames dele também.
- O fato de ter pressão alta, é algo preocupante? –
Edward perguntou preocupado.
- Sim. Se ela não se cuidar, sim. – respondeu séria – Só
que Bella é uma menina muito responsável e vai se cuidar...
Evitando estresses, comendo bem de três em três horas...
Você foi a nutricionista durante sua terapia e é o mesmo
esquema, frutas, saladas, barras de cereais e comida normal
mesmo. Você não gosta de nada integral.
- Eu nunca segui aquela dieta. – murmurei envergonhada
- Eu nunca me lembro de comer de três em três horas.
- Agora você vai ter que lembrar. – Dr. Grace rebateu
duramente. Edward riu concordando. – E você vai lembra-la.
É sua missão como pai, manter a mãe e o bebê saudáveis.
Eu gemi audivelmente. Se Edward já me enchia o saco
ligando a cada dez minutos, imagine agora grávida e
precisando ter cuidado dobrado com minha alimentação.
Edward olhou pra mim daquele jeito me deixando ciente de
sua nova missão.
- Por hoje é isso. Nós nos veremos sempre, ok? Qualquer
coisa é só me ligar. Tem meu numero de emergência. – Dr.
Grace levantou-se encerrando a consulta e entregando a
Edward a receita das vitaminas – Parabéns. Muitas
felicidades! E dê um beijo estalado naquele menino Joseph,
ok?
- Obrigada. E darei sim, muitos. – respondi com Edward
me segurando.
No caminho ele continuou em silencio. Isso estava
começando a me preocupar. Sua mão estava na minha
barriga, fazendo carinho e seus lábios nunca deixaram de ter
contato com a minha pele. Embora o silencio estava me
matando. Cruzei a perna nervosa e sua outra mão, que estava
no meu ombro, desceu para minha perna, por debaixo da saia.
Fiquei meio sentada no seu colo, com as pernas por cima dele.
- Você está bem, Edward?
- Bem? Eu acho que vou voar de felicidade. Faltam-me
palavras para expressar o quão feliz estou com tudo... Com o
bebê. Você ouviu o coração dele? Tão rápido, apesar de tão
pequeno... Eu te amo tanto e amo mais ainda poder
compartilhar essa alegria com você – seu toque na minha
barriga se intensificou e eu sorri, quase não contendo a
emoção. Agora podia culpar os hormônios.
- E será que é menina ou menino? – perguntei confusa. –
Falta tanto para saber. Alice e Esme vão comprar a cidade
inteira. Nós estamos indo para casa?
- Claro... Precisamos comemorar e terminar o que
começamos na empresa. – sussurrou no meu ouvido.
- Félix, pisa fundo, por favor. – pedi batendo no seu vidro,
arrancando gargalhadas de Edward.
.~.
Edward e eu passamos aquela tarde apenas
comemorando no quarto. Claro que ele me fez comer antes
de subirmos. Foi só um aperitivo do inferno que minha vida ia
se tornar com o cuidado extremo dele. Deitada na cama,
depois do banho, Edward estava beijando cada parte do meu
corpo, daquele jeito encantador. Sorri boba quando foi a vez
da barriga e ele ficou conversando com o bebê menor que
uma uva. Mas estava ali. O fruto do nosso casamento e amor.
- Essa sensação é tão boa... Estou tão feliz, Edward. Eu
nunca imaginei que ia ser mãe e olhe só, estou grávida.
- Estamos grávidos. E em falar nisso, hora de comer. –
sorriu torto e eu bufei irritada.
Nessas horas que mais lembrava de Victória. Ela
simplesmente iria gritar com ele, bem nervosa porque odiava
esses momentos. Foi deitada na cama que o interfone tocou,
anunciando a chegada da nossa família com mais uma visita.
Vesti uma roupa rápida e desci atrás dele.
- Marcus e Janice! – Edward desceu as escadas rápido,
indo abraçar o casal com aparência familiar e um estilo um
tanto peculiar. – Sinto muito não estar presente, mas Bella não
podia ficar sem acompanhante no hospital naquele momento.
- Eu entendo querido. – disse a mulher com voz de choro
– Nós sentimos muito por aquele doente ter envolvido sua
menina em algo tão sádico.
- Como assim, tia? – Edward perguntou e olhar dela
pousou em mim – Esta é Bella, minha esposa.
- Desculpe não ter vindo ao seu casamento, meu menino,
mas você sabe... Seu tio... – sussurrou inclinando a cabeça a
peça de museu que estava em pé ao lado dele. Carlisle e
Esme estavam congelados ao seu lado e Alice apertava a mão
de Ian com força. – E muito prazer em lhe conhecer, minha
menina falou-me muito de você.
- Obrigada. É um prazer lhe conhecer também. –
sussurrei com algumas lágrimas caindo no rosto. Ela era a
mãe de Victória. – Desculpe.
- Bom – Carlisle limpou a garganta – Eles vieram até aqui,
porque tem algo a mostrar. Chegou essa semana pelo correio.
- O quê exatamente? – perguntei confusa.
O que poderia ter feito esses dois saírem do interior do
Texas até aqui? Pelo que ouvi, eles nunca saiam do rancho.
Nunca. Exceto no aniversário de 15 anos de Victória. Nada
depois disso. Eles não foram nem quando tudo aquilo
aconteceu. Eu me sentia mal em pensar nela... Fiz tudo tão
errado. Eu a aconselhei a superar aquele amor. E do que
adiantou? Se ao menos naquele dia, nós por algum obsequio,
desistíssemos de ir. Nada aconteceria.
- Vamos usar o DVD por uns instantes...
Edward concordou ainda meio confuso e nesse
momento, Rosalie e Emmett entraram com Joseph bem alerta
no colo. Ele sorriu abertamente quando viu Edward. Era
sempre assim. E eu quase podia imaginar entrar carregando
meu bebê e vê-lo sorrir apaixonado pelo pai. Segui o fluxo até
a sala e observei Carlisle colocar um DVD sem capa para
rodar.
- Está gravando?
- Está sim.
Um arrepio gelado tomou conta do meu corpo e estaquei
no lugar. Era a voz de Victória e James.
- Você está preparada para se despedir? – ele perguntou
virando a câmera para sua direção. Ela estava sentada em
uma cadeira, no quarto de aparência abandonada, com a
cama furada ao fundo. Parecia aquele mesmo prédio que nós
ficamos presas.
Victória virou-se sorrindo de modo apaixonado. Aquilo foi
um soco no meu estomago.
- Se você ficar comigo pra sempre dessa vez... –
respondeu e virou-se séria para a câmera. – Mamãe e papai.
Madrinha e padrinho... Edward, Emmett, Rosalie, Alice e
Bella... Eu espero que vocês não fiquem chateados ou tristes
comigo. Estou seguindo o conselho de Bella em superar e
seguir em frente. James mandou-me sequestrar hoje e ele
prometeu que você estaria bem e seria entregue segura. Ele
vai cumprir sua promessa, ele sempre cumpre suas
promessas. – Victoria virou-se para ele novamente – Inclusive,
ele pede desculpas pelas brincadeirinhas feitas com você. Era
só para chamar minha atenção. Nós decidimos ficar juntos.
Novamente, eu sei. Sinto falta dele todos os dias e não dá
mais para lutar contra o inevitável. Sinto muito por ter faltado
ao seu casamento, eu sei que era uma data importante, mas
eu tinha inveja demais de coisas que nunca tive. Você hoje me
entende. E quando eu e James casarmos novamente, você
será minha madrinha, Bella?
Meu corpo inteiro parecia tremer feio um telefone
vibrando. Eu não podia acreditar naquilo que estava ouvindo.
Era impossível.
- Nós vamos sair do país e ter um momento para nós dois.
E quando tivermos prontos para voltar... Voltaremos. Eu
prometo. Amo vocês.
O vídeo se encerrou com ela dando o primeiro gole do
vinho que os matou. Estava envenenado. James a matou e se
matou, ou morreram juntos. Era tudo tão sádico e doentio e
minha culpa. Ela só voltou e acreditou no que ele falou porque
eu disse para seguir em frente. Não era nesse maldito sentido!
Era para simplesmente ir e deixar James pra trás.
- Não. Ele a coagiu para falar isso... – sussurrei realmente
entrando em pânico. Eu podia ouvir todas as outras pessoas
chorando. – Não era pra ser assim...
- Bella, respira amor... – Edward sussurrou com a voz
rouca.
- NÃO!
- Bella, não se culpe. Ele a enganou coagiu... Ela devia
nem saber o que tinha naquele vinho. Victória sempre foi
apaixonada, cega por James... – Janice ajoelhou-se a minha
frente.
- Só que não posso aceitar. Ela era minha amiga, por mais
que a gente brigasse e ficasse de bico uma com a outra. Eu
fiquei sem falar com ela e ela sem falar comigo, mas ninguém
imagina que sua amiga pode ser sequestrada e assassinada
do nada. Eu nunca, nunca deixaria isso acontecer. – rebati
nervosa e com a voz alta, ecoando aos quatros cantos da sala.
Joseph me olhou assustado – Eu não quero aceitar isso.
- Bella, não tem mais o que aceitar, querida. – Marcus se
pronunciou pela primeira vez. – Victória estava vivendo um
amor doentio. Ela, por mais forte que se fazia, ela estava
doente. E vocês são mulheres, brigam, desbrigam, amam, não
se amam... Você não podia imaginar que Victória fosse... Ou
que ele fosse fazer isso... Não se culpe...
- Eu me sinto um lixo. – chorei soluçando um pouco alto,
sentindo minha língua ficar seca e o corpo gelado.
Minha pressão.
- Edward, pegue um calmante. – Rosalie pediu
entregando Joseph a Emmett. – Bella, olhe pra mim. Não foi
sua culpa, ok? Pense em se acalmar, não por você. – Rosalie
me olhou pedindo confirmação das nossas suspeitas e eu
assenti chorando mais ainda – Oh querida, fique calma, por
favor.
- Mãe, qualquer calmante serve para gestante? – Edward
perguntou confuso, parado no meio da sala.
- Ai meu Deus! Bella está grávida? – Carlisle levantou-se
em um pulo.
- Eu preciso das vitaminas, Edward... – sussurrei – Estou
me sentindo trêmula.
- Deite-se um pouco... – Esme veio chorosa ao meu lado.
Era um momento feliz e ao mesmo tempo triste. – Você comeu
tem quanto tempo?
- Mais de quatro horas. Está realmente na hora. –
sussurrei
- Vou preparar algo. – Ian levantou-se com Alice.
- Bella, querida. Aproveite essa benção que Deus está te
dando. Victória queria mais que tudo na vida ser mãe e ela
ficaria feliz. Ela estava feliz com a gravidez de Rosalie, só não
soube como expressar. Não ache que foi cruel quando você
ficou magoada por ela ter renegado seu casamento... Você
teve o seu direito, como mulher, humana e imperfeita para não
agir corretamente sempre. Você tem só tem 24 anos criança
e ela tinha 32 anos. São jovens e imaturas com as
adversidades da vida.
- Pense no seu bebê. Ele precisa ser forte e saudável, ok?
Eu jamais traria algo a você que fosse te trazer mal. Perdoem-
nos. – Marcus beijou-me na testa – Nós vamos entregar o
apartamento dela e voltaremos. Até breve, amigos.
Eu não sei mais o que aconteceu. Carlisle saiu
acompanhando Janice e Marcus. Esme estava acariciando
meus cabelos e Rosalie sentada ao chão, tentava me acalmar.
Eu era tão estupida. Emmett estava em pé, ninando Joseph,
que queria a todo custo prestar atenção na cena a sua frente.
Ele sorria pra nós três. Reconhecendo a Dinda, vovó e
mamãe. Tão doce e inocente. Um coração tão puro, incapaz
de absorver aquele clima ruim.
Eu queria ter um coração de criança. Totalmente puro.
- Eu me sinto tão mal. – sussurrei – Eu não queria que ela
morresse...
- Ninguém quer mal a ninguém. Deus não escolhe os
alvos da dor. Nós vamos superar isso em família. – Esme
sussurrou secando minhas lágrimas – Você precisa pensar no
meu neto...
- Vitaminas, suco e sanduiche de peito de peru com
salada verde. – Edward veio com uma bandeja. – Baby, se
você não melhorar, vou chamar seu médico.
- Eu só preciso comer. – resmunguei sentando-me – Nós
íamos contar amanhã. Descobrimos da gravidez esta manhã
e ficamos ainda um pouco perdido em nós mesmos.
- Compreendemos meu anjo, agora, coma. – Carlisle
sentou-se a minha frente – E como vai ser essa questão dela
com a pressão alta?
- Marquei o cardiologista para amanhã. – Edward
respondeu – Amanhã suas vitaminas também mudam. Serão
de três em três horas, começando pelo café.
- O cuidado será dobrado com essa teimosa. – Alice
sentou-se a minha frente também, segurando meu suco. –
Apesar desse momento ser muito ruim, você precisar deixar
isso passar. Agora não é tempo mais de remoer o que poderia
ter feito para salvar Victória. Você precisa cuidar do bebê.
- Além do mais, por mais que você e Victória vivessem
em pé de guerra, ela jamais iria querer você tendo sérios
problemas com sua gravidez por causa dela.
- Ok. Vocês tem razão... – suspirei bebendo um pouco
mais do suco e me sentindo mais forte. – Obrigada família.
.~.
Naquela semana eu fui ao médico várias vezes para fazer
exames e tomar novos remédios. Eu sofria de pressão alta e
com a gravidez isso poderia se atenuar. Eu regredi na terapia
quando o assunto era Victória, mas quando o mês passou e
eu entrei no meu terceiro mês de gestação, percebi estar às
voltas de completar um ano de casada. E eu tinha mais uma
seção com Dr. Lucy antes de ir a Dr. Grace.
Essa história de ter um psicólogo estava me dando nos
nervos. Essa historia de ficar indo ao médico de um lado ao
outro estava me enchendo o saco. Ou eu acordei
extremamente mau humorada hoje.
- Bella, hoje é a nossa ultima seção obrigatória. Você é
livre para voltar sempre que quiser, mas agora, não há mais
nada que eu possa fazer. Você precisa se libertar daquele
episodio por si só, principalmente pelo bebê.
- Mas...
- Deixe-me terminar uma coisa. Victória era uma mulher
doente, que decidiu, mesmo depois de ter passado coisas
horríveis com aquele homem, a voltar a ele. Eu sinto muito por
isso te doer. Foi escolha dela.
- Eu deveria tê-la obrigado a fazer terapia ou a internaria
em uma clínica. Assim como Edward fez comigo.
- Olhe a diferença, Bella. Você tem um marido. Você,
quando casou, escolheu Edward para ser aquele que pode
tomar decisões por você quando não tivesse condições. Você
compartilha a vida e a alma com ele. Victória não tinha essa
ligação com você. Amizade não gera o mesmo tipo de ponte.
O amor sim. E o amor dela por James era o único que tinha a
chave do coração dela. Victória poderia te amar muito como
amiga, mas você nunca poderia tirar James de dentro dela.
- Por que eu percebi isso muito tarde? Eu simplesmente
achei que ela fosse fechada até mesmo por todos
acontecimentos... Não que aquilo fosse amor. É desumano.
- Sim. O amor é desumano, Bella. Você também é
dependente de Edward, sabia? Talvez não tão profundo e
doloroso como ela era, mas você é. Você precisa dele para
lembrar-se dos remédios, da alimentação e para ser seu
marido. Você sabe os horários que ele vai te ligar e por isso
tira o celular da bolsa, já visualizando a chamada dele na tela.
Você sabe de cor todos os tipos de sorriso dele e as
expressões tanto de desagrado quanto de agrado. Isso é
normal. Você sendo esposa dele, precisa e deve conhecê-lo
bem.
- Então eu nunca vou entender o que realmente
aconteceu naquele dia?
- Nunca. Deixe a história de Victória e James fora da sua
vida. Você não é a mulher maravilha. Você só é a Bella. E seja
apenas a Bella, que agora está grávida. E precisa manter a
saúde em dia pelo seu filho.
- Certo... – hesitante e coloquei a mão no meu pequeno
bebê. Eu faria tudo por ele. – Você tem razão. Agora meu filho
precisa de mim.
Encontrei Edward na sala de espera me sentindo menos
emburrada do que essa manhã quando ele me acordou e eu
quis matá-lo. Foi uma semana que fiquei chata e sonolenta.
Dr. Grace e Rosalie me garantiram que era totalmente normal.
E a fome também estava me assustando. Eu queria comer
mais, só que me continha esperando loucamente que três
horas passasse muito rápido.
- Tem algum chocolate? – perguntei a Edward no carro e
ele riu. Era terceira vez que perguntava – Seu filho vai nascer
com cara de chocolate.
- Não se preocupe com isso. Ele será lindo de qualquer
jeito.
- Você está me negando um chocolate? – perguntei
ultrajada.
- Não. Acabamos de chegar na consulta, amor. Depois
você come. – Edward riu me ajudando a sair do carro. Tudo
era maravilhoso para ele.
Eu vi outra grávida sair, fiquei momentaneamente com
inveja dela, querendo minha barriga grandinha, mas ela
estava bicudinha bem, bem, mas bem levemente. Não dava
para ver, mas eu e Edward ficávamos na frente do espelho,
olhando fixamente para minha barriga. Dois bobos e
apaixonados por tudo que líamos nos livros e revistas para
bebês.
Dr. Grace já nos aguardava e tinha todos meus exames.
Da nutricionista, cardiologista, psicóloga e eu mal via a hora
de simplesmente mandar todos os para longe. Em casa ainda
teria que contar a Edward que hoje foi minha ultima ida a
terapia e esperava fielmente ser para sempre. Sem mais
problemas. Sem mas pesadelos.
- Olá família Cullen! – Dr. Grace saudou-nos. – Seja bem
vindo. E podem sentar-se. E como vai mamãe? Você está na
sua 13º semana! Passa rápido.
- Realmente. Só que ela não cresceu ainda... –
resmunguei e eles riram.
- Em breve ela vai crescer sem parar. Na sua próxima
consulta, já teremos um pequeno ovinho se formando aí.
Acredite em mim. – sorriu docemente – E antes de conversar
sobre seus exames, eu pedi uma ultrassom. Sei que
combinamos isso na próxima, mas eu preciso verificar algo.
- Algo errado? – Edward perguntou preocupado.
- Eu acho que não. Vamos ver.
Abri minha blusa meio desconfiada, deitei na cama e
esperei pelo liquido gelado na minha barriga. Dr. Grace sorriu
docemente olhando para tela e aumentou o volume para o
coração do meu bebê entoar pela sala. Só que tinha algo
diferente.
- O que é isso? Está batendo mais rápido? – perguntei
confusa.
- Não. – Dr. Grace sorriu – Tenho uma novidade. Não deu
para perceber antes porque o coração ainda não estava
formado...
- Saber do quê? – Edward cortou ansioso, com o olhar
perdido na tela da ultrassom e na Dr. Grace.
- Bom. Nós temos gêmeos aqui, papai. – Dr. Grace
respondeu rindo.
Eu ouvi bem ou ela falou que eu estou grávida de
gêmeos?

Capítulo 28
I must stickwitu forever
Eu estava com quatro meses de gravidez e uma barriga
redondinha fofa. Eu amava me olhar no espelho. Me sentia tão
bonita. Era como se meus bebês fossem tudo que faltava no
meu corpo. Edward continuava alisando minha barriga todos
os dias antes de dormir e ficava me agarrando, conversando
com a barriga, rindo idiotamente pra mim ou fazendo planos
para o momento que descobríssemos o sexo deles.
Inicialmente eu surtei com a ideia de gêmeos. Eu não
tinha certeza se poderia cuidar de um bebê, dirá dois, mas isso
passou quando eu vi todos tão felizes e dispostos a me ajudar
com essa ideia. Eu também não os sentia mexer, e queria
muito isso. Joseph agora estava maiorzinho, me dava uma
alegria imensa cuidar dele. Qualquer simples coisa era um
treinamento.
Rosalie me ensinou limpeza de ouvido e nariz e mostrou
o quanto ele ficava irritadiço. Primeiro ele fechava as
mãozinhas em punhos e depois as bochechas ganhavam uma
coloração bem vermelha e os olhos franzidos tal como os
irmãos Cullen faziam quando com raiva. Depois que ela
terminava, era preciso uma brincadeira muito animada ou um
passeio pela casa no colo, mostrando coisas coloridas que ele
amava.
Trocar fralda era uma aventura. Joseph não sossegava
os pés e por duas vezes deixei que ele se sujasse todo.
Rosalie me disse que era normal e depois eu ia conseguir
controlar. Meu lado Bella desnaturada estava entrando em
pânico. Imagina fazer isso em dose dupla?
A faculdade, dei adeus. Passei disparado em algumas
matérias e meu trabalho de conclusão iria entregar apenas
quando terminasse de escrever. Cada dia fazia algum capitulo
ou adiantava boa parte, mas tudo que poderia me estressar,
era vetado por Edward. Eu não fui trabalhar essas ultimas
semanas porque me concentrei em finalizar o curso e eu
estava louca de saudade do trabalho.
- E você vai no trabalho hoje? – Rosalie entrou na
cozinha, naquela manhã com meu Joseph no colo, segurando
seu elefante de borracha, todo babado. Era interessante
quando ele esfregava aquilo no seu rosto.
- Sim senhorita e você? – provoquei terminando meu
cereal com frutas.
- Zoa enquanto não tem dois bebês embaixo do braço,
palhaça. – ralhou colocando Joseph no meu colo – E falta
pouco. Quando ele completar seis meses por aí, eu pretendo
voltar a empresa.
- E eu não quero pensar quando chegar esse dia. –
suspirei cheirando o pescoço de Joseph.
- Esme quer marcar o batizado dele e então, você e
Edward podem ir ao curso de batizado aos domingos de
manhã?
- Tem outra escolha? Ele vai querer que eu me confesse?
– brinquei terminando meu suco – Claro que nós iremos,
querida. Mesmo que isso seja maldade com uma mulher
grávida.
- O que é maldade?
- Me fazer acordar cedo quando tenho tido sono por mais
duas pessoas. – sorri inocentemente e ela me deu a língua.
- E a faculdade? Quando será a formatura?
- Em duas semanas.
- Tão pertinho do natal.
- É e Esme quer um jantar de ação de graças privado esse
ano. Não iremos aquele leilão de doação, sei lá, que fomos
das outras vezes.
- E Charlotte e Peter também vem esse ano? –
perguntou-me – Só que você não acha estranho eles não
comemorarem o aniversário de Ethan, de novo?
- Em parte tem razão, sabe... – respondi olhando para
Joseph e seus lindos olhos verdes como pai. – Enquanto ele
não lembrar e saber que está comemorando aniversário...
- Eu quero fazer 1 ano de Joseph, mesmo que seja só pra
gente. – Rosalie deu os ombros – Cada um é cada um.
- Estou indo. – levantei-me com Joseph no colo – Até mais
tarde meu pequeno homem. Dinda te ama. – beijei sua
bochecha gordinha, fazendo gargalhar e apertar meu nariz de
volta com força. Filho de Emmett.
Demetri pareceu não acreditar quando disse que queria ir
à empresa, mas ele me levou mesmo assim quando eu
lembrei que sabia dirigir e carro disponível na garagem não
faltava. Estava friozinho de inverno, mas não o suficiente para
casacos pesados. Optei por uma blusa justa com calça jeans
e sapatos pretos altos.
- Olá meninas. Bom dia. – sorri para Jéssica e Ângela,
que também estava gravida agora. Ela e Ben optaram por um
tratamento fertilizante, dado as dificuldades que estavam
tendo. – Edward está na sala?
- Não. Reunião, mas deve estar terminando. – Ângela
respondeu sorrindo levemente – Você quer alguma coisa?
Algo para beber?
- Será que alguém iria comprar aquele chocolate quente,
com chantili e bolinhos de morango com gotas de chocolate?
Seria delicioso.
- Pode cancelar esse pedido. – a voz doce e aveludada
de Edward soou atrás de mim com a gargalhada de Emmett
acompanhando. – Você acabou de tomar café, certo?
- Eu seriamente vou ligar para sua mãe e contar o quão
chato você está sendo comigo e com seus filhos. – bati o pé
arrancando gargalhadas das pessoas presentes.
- Veio me visitar? – Edward perguntou se aproximando
lentamente, vindo me abraçar e beijar a barriga, como sempre
fazia. Dei dois passos pra trás.
- Não. Por que diabos eu viria te visitar? Tem duas horas
que eu te vi.
- Então veio fazer o que aqui?
Como?
- Trabalhar... Como todos os dias até descobrir a gravidez
ou entrar em exames finais na faculdade.
- Você não vai trabalhar.
O quê?
- Por que não irei trabalhar? – rosnei e as pessoas ao
nosso redor foram se afastando, porque a roda amigável tinha
acabado no momento que arqueei minha sobrancelha para
meu marido.
- Você está grávida. – respondeu-me quando dei as
costas e entrei na sala.
Ouvi a porta ser fechada atrás de mim e seus passos
pesados também.
- Amor, você não pode se estressar ou ficar pra cima e
pra baixo. Fique em casa descansando...
- Eu não quero ficar em casa. E não é porque você
conseguiu que dois espermatozoides seus fecundassem em
meus ovários, não quer dizer que deixarei de fazer o que fazia
antes. – rebati tirando o casaco e a bolsa, guardando no
armário.
- Baby, você se irrita muito aqui. Normalmente você grita
comigo ou com Emmett, mas não tem problema, isso só irá
fazer mal a você.
- Edward você sempre quis que eu trabalhasse aqui.
Agora não quer mais?
- Antes nós não estávamos esperando dois bebês de uma
vez só e sua barriga cresce visivelmente a cada segundo!
- Não quero saber! Eu me sinto bem e ficar em casa é que
não vou! – bati o pé irritada – E agora sim você está me
irritando e muito.
- Bella, eu não quero que você passe mal ou fique
indisposta sem necessidade.
- E está conseguindo fazer justamente ao contrário. –
comecei a chorar. Hormônios malditos – E seu eu não posso
trabalhar, sexo também não irei fazer.
- Teimosa. Teimosa e teimosa. – Edward resmungou
vindo me abraçar.
- E eu cheguei aqui sem você nem ter me dado um beijo.
– fiz um bico enorme.
- Meu amor... – Edward me pegou no colo, colocando
sentada na mesa – Você é uma chata quando está com algo
na cabeça. Não tem o que fazer aqui...
- Tenho sim. Tenho que ficar de olho em você, ter
contratos para avaliar, ter Ângela e Jessica para me trazer
comida clandestina...
- Baby, você torna as coisas impossíveis. Você tem uma
dieta a cumprir...
- E você tem que realizar meus desejos. – provoquei e ele
riu, me beijando delicadamente, o suficiente para me deixar
acesa.
- Qual seu desejo agora? – sussurrou subindo a mão por
dentro da minha blusa.
- Você.
Edward e eu ficamos trocando amassos quentes que
agora tinha uma sensação duplamente intensa pra mim.
Qualquer toque mais intimo me fazia gemer e arquear
loucamente, querendo muito mais. Edward estava amando
meus seios maiores e eu amava mais ainda seus lábios sobre
eles, querendo muito mais. Como em pouco tempo fiquei sem
roupa, não sei, mas ele me pareceu com roupa demais.
Abri seu cinto e a calça com rapidez, puxando sua boxer
pra baixo e ele riu da minha pressa. Logo o senti me preencher
por completo. Eu quase chorei de felicidade. Estúpidos
hormônios que me deixava mais excitada que o normal.
Nenhum de nós dois demoramos muito tempo e acabamos
ofegantes e rindo como dois adolescente, abraçados comigo
ainda apoiada em cima da minha mesa.
Edward me ajudou a vestir a roupa e a me ajeitar no
banheiro. Eu sentia fome depois da nossa pequena aventura
e ainda queria chocolate quente com os bolinhos. Edward
terminou a gravata e veio me beijar novamente. Homem
perfeito da minha vida que eu amava loucamente.
- Seus filhos querem aqueles bolinhos Edward. Ouve só.
– apontei para minha barriga e ele agachou-se a minha frente
– Papai, dê bolinhos a minha mãe, por favor. – fiz uma vozinha
baixa – Esse foi o do lado esquerdo. Vejamos o que dirá o do
lado direito. – provoquei a Edward continuou beijando minha
barriga com adoração – Dê bolinhos a mamãe agora!
- Esse definitivamente puxou a você. Agressivo e
mandão. – Edward riu me ajudando a descer da bancada do
banheiro. – O outro pediu por favor, foi doce e suave. Esse
sou eu.
- Aham. Sei. Já que eu sou a mandona da relação, eu
quero esse bolinhos agora e você não vai me distrair com
sexo.
- Farei sexo com você mais tarde mulher, pare de
implorar. – Edward riu saindo do banheiro, mas não rápido o
suficiente para que minha escova de cabelo batesse as suas
costas. – Isso dói. Vou pedir seus bolinhos.
- Acho bom. – resmunguei agarrando-o novamente e ele
tirava alguns papeis da minha mesa. – Edward Anthony
Masen Cullen. Eu juro que se você tirar tudo que tenho a fazer
nessa empresa, passarei o dia inteiro aqui apenas te
enchendo o saco, entendeu?
Edward riu e não me respondeu, indo até ao telefone,
pedindo meus bolinhos a Ângela, com um sorriso bobo nos
lábios. Ele entrelaçou nossas mãos e me puxou até o sofá.
Sentando a minha frente com uma expressão séria.
- Amor, presta atenção. Eu não quero você estressada ou
cansada aqui. Se você se sentir mal, você vai embora à
mesma hora, entendeu? Bella, você é teimosa, mas nós
estamos lidando com uma gravidez delicada e de gêmeos. Por
favor...
- Baby, eu não me colocaria em risco assim.
- Promete?
- Prometo. E eu amo sua preocupação comigo, mas
relaxa ou terei um marido grisalho antes dos bebês nascerem.
E nem seu pai está assim. – brinquei fazendo-o rir.
- Qualquer coisa me chama, ok? Eu amo vocês...
Edward não me deixou em paz. Eu estava
completamente irritada e com dor nas costas. Só que fiquei
calada na minha, apenas assentindo e sorrindo docemente
sempre que precisavam da minha atenção. Quatro horas da
tarde eu sentia fome novamente, depois do almoço. Eu tinha
que ficar de olho no meu peso, mas a Dr. Grace achou melhor
continuar com exercícios físicos com Evans três vezes na
semana e nos dois dias, aulas de Ioga. Perguntei se na época
de Esme era assim, porque fala sério, modernidade estava me
dando nos nervos.
- Pronta para sua consulta? – Ângela perguntou-me –
Você tem ultra hoje? – sorriu docemente e sua barriga também
estava quase aparecendo.
- Sim, possivelmente vamos saber o sexo dos bebês.
- E a sexagem fetal, vai sair o resultado hoje?
- Sim. De qualquer modo, de hoje não passa! Estou tão
ansiosa! – bati palminhas feito Alice, que rompeu meu
escritório aos prontos, na mesma hora – O que houve?
- AQUELA FILHA DA PUTA MISERÁVEL! – gritou
ultrajada e Ângela saiu deixando-nos sozinha – EU QUERO
MATAR A MARIA E O JASPER JUNTOS. FAZER
PICADINHO, JOGAR NA FOGUEIRA, ATROPELAR,
TRUCIDAR...
- Ali, devagar... Não consigo compreender...
- Hoje, na faculdade, Maria veio me culpar de novo o
rompimento deles. Quer dizer, uma das patricinhas que a
seguiram veio me dizer que eles só voltaram a namorar tem
pouco tempo, que na época que aquele escândalo rolou na
internet, era tudo mentira. Ainda assim, aquela piranha
miserável fez aquilo tudo comigo. Vadia, eu vou mata-la –
jogou-se na cadeira a minha frente. – E sabe o que é pior?
Jasper insiste em falar comigo. Eu não tenho o que falar com
ele. Eu juro por Deus que o perdoei. Eu fui muito imatura em
querer que ficasse aqui comigo quando o sonho dos pais dele
era um filho em Harvard. Só que passou. Eu amo Ian.
- Pare de mentir, Alice. Se você não amasse Jasper, não
estaria tão abalada com a volta dele. – comentei rindo e ela
bufou.
- Eu posso até continuar amando-o, porque a gente não
esquece da noite para o dia, mas Ian é um excelente
namorado. Eu sou apaixonada por ele, mesmo tendo Jasper
ainda em pedestal.
- Nós acabamos de vivenciar uma história de amor mal
resolvida e Ali, tudo que mais te peço é que deixe rolar. Se
hoje, ficar com Ian é o que seu coração quer... Tudo bem. E
amanhã, você e Jasper, por algum motivo se encontrarem
novamente... Deixe acontecer. Apenas continue vivendo do
seu jeitinho. Não tenha medo de errar ou de seguir em frente.
Deixe que a vida dê suas rasteiras e pode gritar comigo
sempre que quiser, mas pelo amor de Deus, viva bem, ok?
- Nossa... – suspirou – Você tem razão. Jasper de volta
mexeu muito comigo, mas ele ainda não terminou a faculdade,
nós não estamos mais na mesma página. Agora eu não o
quero de volta. Eu e Ian estamos bem.
- Não hesite em pensar quando isso mudar, entende?
Não sou fã número um do Jasper, mas sua felicidade é quem
me conduz, ok?
- Você está tão mãezona. Deve mudar muito, não é? Eu
fico pensando em quando serei mãe...
- Continue pensando querida. – provoquei e ela fez uma
careta – Eu tenho consulta agora, quer ir?
- Cadê Edward, ele vai?
- Claro... Você acha que Edward me deixa dar dois
passos sozinha? Não, ele dispensa a hipótese de que posso
me virar sozinha ainda.
- Está pronta? Precisa de algo? Está com fome? –
Edward entrou feito um furacão no meu escritório – Oh, oi
princesa. – beijou os cabelos de Alice – Desculpe, não te vi...
Está bem?
- Estou sim, papai. – Alice riu levantando-se e veio me
abraçar – Obrigada por me ouvir. Eu te amo. – sussurrou
fazendo Edward morder a boca de curiosidade – Amo vocês
bebês. Estou tão ansiosa para preparar o quartinho...
- Não sufoque meus filhos. – Edward riu – Estamos
atrasados, amor.
- Ansioso? – perguntei no elevador e Alice tinha ficado
para ir embora com Emmett.
- Muito. Eu já os amo, claro, mas é chato chamar só de
bebê. Além do mais, eu acho que são duas meninas.
- Por que?
- Você acorda mau humorada por três. – Edward riu e eu
revirei os olhos. Ele já estava sofrendo comigo. – Já que eles
já tem impressão digital, vamos fazer a carteira de identidade
deles?
- Não seriam elas?
- Viu só? É confuso.
- E se for uma menina e um menino? – perguntei rindo –
Ou dois meninos? O que será injusto. Ter três contra mim,
sempre.
- E é justo ter duas meninas? Imagina ter três mulheres
de tpm na mesma casa?
- Ou dois namoradinhos sentados no sofá?
- Nós não estamos falando sobre isso. – Edward se irritou
- Como você pode ter ciúmes se não sabe o sexo do
bebê? E se for meninos, eles podem namorar todas, não é? –
bati o pé entrando no carro e ele riu alto.
- Não amor... – Edward me puxou para dentro – Eu
adoraria que eles encontrassem assim como eu, uma mulher
que é perfeita como amante, amiga, esposa, companheira dos
negócios e mãe... Isso é raro sabia?
- Pare de me deslumbrar! – resmunguei tapando os olhos,
tentando não me derreter com a visão dele me fitando
intensamente, com olhos brilhando, sorriso torto, cabelos
pedindo para serem bagunçados e aquela boca vermelha
implorando pela minha.
- Eu não sei do que você está falando...
- Eu que não irei explicar. – resmunguei manhosa – Você
me irrita, mas é tão perfeito. – sussurrei começando a me
esfregar nele feito um gato – Eu te amo.
- Eu também te amo. E vocês também... – afagou minha
barriga.
- Já pensou quando ela começar a não caber nas minhas
roupas? – perguntei rindo. – Estou completamente sem blusas
e soutien.
- Daqui a pouco são as calças. – provocou-me e eu
choraminguei. – Continua muito gostosa. Sempre mais
gostosa.
- Claro, quando parecer uma elefanta, quero ver me
chamar de gostosa. – resmunguei saindo do carro. Ele apenas
riu me segurando para não cair, é claro.
Dr. Grace já nos esperava com os exames na mão. Isso
era tão legal. Eu queria muito saber o sexo dos meus bebês.
O próximo passo da minha ansiosidade seria vê-los nascer.
Eu ia tanto encher o saco de Edward nos próximos meses.
- Preparados? Eu estou satisfeita com seu peso. Você
está bem dentro dos seus quatro meses e olhe essa barriga,
ela vai crescer muito nessa troca de mês e por isso use
aqueles óleos que te indiquei para evitar as estrias.
- Oh, eu os mandei fazer. Escolhi os cheiros com Alice
também. – respondi rindo e ela me conduziu até a sala de
ultrassonografia.
- Vamos confirmar se temos mesmo duas meninas aqui,
papai? – Dr. Grace perguntou a Edward que estacou no lugar.
Uma gargalhada alta escapuliu dos meus lábios. Edward tinha
acertado. – Que foi?
- Ele acertou o sexo dos bebês. Duas meninas. –
continuei rindo enquanto Edward estava ansioso apressando
a Dr. Grace a ligar a ultrassom.
- Duas menininhas lindas como a mamãe. – Edward
sussurrou me beijando – Obrigada amor.
- Obrigada... Ouve só... – sussurrei ouvindo o coração das
duas batendo rápido.
- Ambas estão com 78 mm e em torno de 20g. Aqui eu
posso conferir melhor o sexo das duas. – apontou para uma
confusão na tela – E Vovó Esme está colecionando fotos, não
é?
- Com certeza. E Carmelita cola todos na geladeira. –
Edward riu. Ele estava emocionado.
- Ok. Vamos limpar essa barriguinha e vamos conversar
um pouquinho sobre seu peso, sua dieta e ver o tamanho da
barriguinha agora.
Toda consulta era muito emocionante pra mim. Essa
principalmente e foi impossível dizer não a Edward quando ele
quis parar no shopping e comprar nossas primeiras roupinhas.
Antes tínhamos muitas roupinhas básicas e praticamente
dadas por Esme, Rosalie e Alice. Comprar nada do quarto nós
compramos. Tudo na expectativa de saber o sexo.
- Olha esse, amor. – cutuquei Edward mostrando um
vestido lilás com detalhes brancos. – Nós seremos aqueles
pais que vestem seus filhos iguais?
- Se elas forem muito parecidas, teremos que diversificar
ou iremos confundir. – brincou mostrando dois sapatinhos
brancos.
- Dizem que os pais sempre sabem...
- Eu realmente espero. Porque se elas puxarem Alice, é
bem capaz de simplesmente trocarem de lugar para nos
confundir.
- Se puxarem a você, se me permite dizer, terei
arrogância em dobro em forma de miniaturas.
- Se puxarem a você, serão teimosas e barraqueiras.
Principalmente na tpm.
- Chega! Vamos acabar brigando aqui. – resmunguei com
um bico formado nos lábios. – Vamos levar dois de cada.
- Senhora Bella Cullen resolvendo gastar hoje... –
provocou balançando as sobrancelhas.
- Acostume-se querido. Você me deu um cartão de crédito
sem limites e suas filhas vão ser treinadas com Alice.
Aproveite enquanto sou só eu.
- Duas meninas...
- Namoradinhos, festas, TPM, compras, gritinhos, roupas,
revistas...
- Zoe enquanto pode, Isabella. Você vai ser aquela que
irá falar sobre sexo, apartará brigas, terá duas crianças para
dar de mamar e pentear cabelos.
Eu sai da loja rindo com ele ainda listando coisas que eu
iria fazer com nossas filhas e por isso, estava morrendo de
vontade disso tudo acontecer logo. Dizem que grávidas ficam
ansiosas mesmo, mas eu estava me roendo! Edward quis
comer naquele mesmo bistrô que sempre íamos e aproveitou
para me encher de vitaminas. Tivemos um jantar
relativamente cedo para irmos a casa dos meus sogros
encontrar com nosso família e um jantar de ação de graças.
- Nós vamos contar sobre as meninas agora ou quer um
descanso de Alice gritando por hoje?
- Coitada. E sua mãe sabe que iriamos saber hoje. Quer
apostar que será a primeira pergunta? Além do mais, você
pode me proteger.
Edward apenas gemeu e abriu a porta de casa. Esme
apareceu em um salto com Max se enroscando em minhas
pernas e Alice pulando querendo saber o sexo e todos falando
ao mesmo tempo, me deixou zonza e acabei prendendo meu
salto no tapete do hall e percebi que a próxima parada seria o
chão. Isso definitivamente não seria NADA bom.
Edward me segurou no meio do caminho, equilibrando
meu peso sem nenhuma dificuldade.
- Não se mexe. – Edward sussurrou em pânico. – Tire os
sapatos devagar.
Eu obedeci sem pestanejar. Ele já tinha reclamado sobre
o sapato ser alto essa manhã, logo depois que voltou a minha
sala para fazer nada além de perguntar se eu estava bem.
- Pronto, sem pânico. Foi apenas um contratempo.
- Contratempo de sete centímetros que eu já falei que não
vai ser bom você usar. – rebateu me fitando daquele jeito que
eu estava ferrada. Eu pulei para perto dele e joguei meus
braços ao redor do seu pescoço.
- Ah, não briga comigo, por favor. – fiz bico – Foi apenas
sem querer e olhe só, eu e suas filhas estamos bem.
- Você grávida vai me causar cabelos brancos. –
resmungou aceitando meu beijo, me abraçando mais
apertado.
- Eu grávida sou tudo que você sempre quis. Agora me
ature. – provoquei e ele gargalhou cheirando meus cabelos.
- Você é tudo que eu sempre quis, amor. Tudo e mais um
pouco. – sussurrou escovando meus lábios com carinho e
percebemos que tínhamos ainda uma plateia. Esme, Alice e
Max.
- Então, são duas menininhas? – Alice começou a pular
novamente.
Edward me olhou com aquele olhar ‘eu te disse’ e sorriu
me puxando para sala. A noite ia ser longa e espero
sinceramente que tenha algo para comer ou não aguento nada
disso.

Capítulo 29

Alive
Cinco meses. Eu queria que o tempo parasse. Eu já podia
sentir minhas duas meninas brincando de sambar dentro da
minha barriga. Meu peso estava impossível de acompanhar o
crescimento delas e por isso tive o aval de comer o quanto
quisesse apenas para engordar mais dois quilos. Em poucas
palavras, elas estavam me sugando a vida.
Amanhã era Natal. De novo. Pelo amor de Deus, eu mal
conseguia anexar que mais um ano se passou. Ano que vem
iria ter duas pentelhas engatinhando ao redor da árvore na
casa da vovó porque eu sinceramente acreditava que elas
puxaram Alice e não sossegavam.
Minha vida tinha mudado bruscamente e parecia que não
conseguia acompanhar tudo. Sequestro, morte de Victória,
gravidez de risco... Tudo no mesmo ano. E quando ele ia
acabar mesmo?
Como essa madrugada. Acordei com fome e estava indo
para cozinha devorar a primeira coisa que visse na geladeira.
Desci a escada bem lentamente porque o sono podia me
enganar em um degrau e se eu caísse, Edward teria um
infarto. Ele estava me enchendo o saco. Às vezes me irritava
com ele ou eram apenas meus hormônios.
Peguei um pote de sorvete, piquei um monte de frutas e
fui para frente da tevê da sala. Eu não sabia se ia comer aquilo
tudo, mas sabia que queria comer aquilo tudo. É bem diferente
e ao mesmo tempo igual. Minhas filhas ainda sem nomes
estavam brigando com a outra, mesmo em porra de placentas
diferentes. Dr. Grace disse que meu corpo era pequeno
demais para duas e por isso teria a tendência em me sentir
desconfortável.
Elas estavam com cerca de 108 mm a 116 mm e pesando
cerca de 80g cada uma. Eram espertinhas e trocavam de
posição com facilidade. O que mais estava me incomodando
eram meus seios doloridos. Edward chegou até fazer uma
massagem neles, o que desconfio se foi mais divertido pra
mim ou para ele. Eu não podia sentir o cheiro ou o toque do
meu marido que ficava louca. E as posições mudaram um
pouco e por vezes, isso me levava a loucura mais vezes que
podia imaginar.
- Amor? – Edward chamou-me com aquela voz deliciosa
e sonolenta do alto da escada. – Bella? Cadê você?
- Na sala. – respondi alto com a boca cheia.
- Comendo, é claro. – riu quando me encontrou – Posso
saber por que não me acordou? Eu pegava o que você
quisesse.
- Eis a questão – deitei a cabeça no seu ombro. – Eu não
sabia exatamente o que queria.
- E por que não acendeu as luzes da escada? –
perguntou-me rindo – Você perdeu o sono?
- Não, na verdade. Apenas acordei com fome. – dei os
ombros – Está gostoso, quer?
- Não, obrigada. Eu realmente penso que você já
conseguiu seus dois quilos.
- Se eu não emagrecer, né Edward. Isso está me
consumindo.
- Você vai conseguir manter o peso saudável para elas,
amor. Apenas continue comendo.
- Só de pensar que você não queria me deixar comer
antes... – suspirei terminando o pote – É, eu comi tudo.
- Quer ficar no quartinho delas até sentir sono
novamente? – perguntou-me animado demais para me levar
ao seu novo lugar favorito da casa.
O quarto delas era ao lado do nosso e mesmo com cinco
meses, eu estava barriguda. Mesmo. Edward estava
literalmente fascinado com o tamanho da minha barriga, cada
ultrassom em 4D e movimentos que elas faziam. Esse ano o
natal seria aqui em casa e quando passei mal na noite da
minha formatura, o médico cancelou o trabalho. Esforço e
alguma saídas por enquanto...
Eu estava beirando uma gravidez de risco e isso me
deixou triste. Eu tinha medo do que pudesse acontecer com
minhas filhas e por isso obedeci sem nem brigar. Era tudo por
elas. Eu mal estava saindo de casa e tinha muita gente me
verificando o tempo todo. Às vezes eu ficava na casa de
Esme, apenas na beira da piscina morrendo de ódio por estar
entediada ou com ela querendo me empurrar comida ou falar
sobre as crianças.
Outras vezes Rosalie ficava comigo e com Joseph. Ele
estava grande, fortinho e com jeitinho de homenzinho. Tinha
um sorriso galante e estava começando a se equilibrar
sozinho ao sentar e buscar brinquedinhos. Ele também era
bruto como Emmett. Suas brincadeiras me deixavam com
manchas leves no rosto. Era engraçado o modo que ele
olhava para minha barriga ou no meu colo sentia as meninas
mexerem.
Eu queria ver Ethan também. Eles iriam chegar hoje e não
sabia que horas. Ele devia estar grande e com novos
aprendizados. Ao telefone ele era bem espertinho com suas
palavras erradas misturadas com um sotaque inglês. Uma
fofura.
- Edward... – sussurrei no escurinho do quartinho das
meninas. – Será que nós vamos ser bons pais?
- Eu não sei. Se eu puder ser metade que meu pai foi
comigo, eu serei alguém bom.
- Eu quero dar a elas tudo que não tive. Tanto de amor e
carinho quanto de necessidades físicas... Eu quero ser mãe
que elas possam contar medos, intimidades e saibam que
sempre estarei por elas. É tão ruim não ter nada disso...
- Nós daremos, amor. Não tenha medo. Elas serão as
meninas mais amadas do universo. Acredite em mim.
- Não vejo a hora de vê-las...
- E eu. Elas podem ter seus olhos e seu nariz.
- Por que meus olhos? Os seus são lindos!
- Os meus são verdes, apenas. Os seus são como um
mar de chocolate. Uma cor única. E eu os amo.
- É muita felicidade. Eu amo cada segundo...
- E eu finalmente estou realizando meu sonho... Você
realiza todos meus sonhos. De ser seu homem, seu marido e
agora pai das suas filhas.
- Viu como esperar não foi ruim? E eu não demorei, visto
que você não parou de pedir.
Eu sorri me aconchegando mais ainda no seu colo, dando
um beijo estalado no seu pescoço. Ele é tão cheiroso.
Cheirinho de cama e do seu perfume tão gostosinho. Imaginei
como seria ter na cama os três. Minhas duas meninas e meu
marido.
- Vamos para cama meu bom homem. Eu preciso que
você me ame mais uma vez esta noite. – provoquei
rebocando-o para nosso quarto.
- Com todo prazer. Todo o tempo.
.~.
Estava sozinha com Ethan e Joseph no jardim de casa
enquanto Charlotte e Rosalie nos preparavam bebidas.
Estava bem friozinho e parecia que ia nevar a qualquer
momento, ainda assim, o dia estava bonito. Joseph parecia
uma bola com tanto casaco. Ele mal conseguia se mover e
Ethan já andando – e até corria – tinha vários casacos, toca,
luva e um protetor de ouvido que toda hora fazia questão de
arrancar.
- Ethan, eu não vou entrar o ano com você tirando esse
negocio. Volte aqui.
- Não Beah!
- Ethan! Não faça isso e volte aqui. – pedi seria e ele me
fitou com cara de choro.
- Beah...
- Não choramingue, Ethan. Vem aqui...
- Beah.
- Ethan, aqui e agora.
Ethan veio, mas abriu a cara a chorar. Eu peguei-o no
colo e tentei explicar que estava frio demais para ficar sem
proteção ou iriamos entrar. Joseph assistia a cena com uma
mão inteira na boca, babando tudo ao redor. Ethan continuava
com a pontinha do nariz vermelha, olhos cheios de lágrimas,
mas parecia compreender.
- Eu te amo, meu menino. É para seu bem.
Ethan manhoso deitou no meu colo, com a cabeça entre
meus seios, com a mãozinha de leve na minha barriga. Minha
filha do lado esquerdo chutou exatamente ali, me fazendo rir
um pouquinho. Eu precisava dar nome a essas crianças.
- Está muito frio aqui... Vamos entrar. – Charlotte pegou
Ethan e Rosalie levou Joseph.
- Já vou. Quero ficar mais um pouquinho. – sorri e elas
entraram reclamando que Edward ia brigar com elas.
Meu jardim era meu lugar favorito da casa, mas minhas
flores estavam congeladas. Fiz uma nota mental de aprender
com Esme sobre como cuidar melhor delas. Edward só
deixava o jardineiro fazer isso. Alias ele não me deixava fazer
muita coisa ultimamente. Eu só escrevia minha monografia e
pensei que tinha mais coisa a fazer...
- Posso saber por que as mocinhas estão aqui fora e no
frio? – Carlisle sentou ao meu lado, pegando os brinquedos
das crianças. – Meus netos estavam aqui?
- Estavam e suas mães os levaram de mim. Joseph só
quer ficar no meu colo porque sente cheiro de leite. E Ethan
porque minha barriga parece engraçada.
- E minhas netinhas, vão mexer para o vovô? – perguntou
afagando minha barriga e as duas mexeram ao mesmo tempo.
– É, mexeram.
- Mexer não é problema nenhum para elas. – respondi
deitando-me em seu colo – Eu estou entediada, sogro.
- É porque você ficou muito na correria e agora está
parada em casa... Pense que isso é o melhor para as
meninas...
- Eu não aguento mais. É chato. Eu só como e durmo o
tempo todo. – resmunguei fazendo bico e ele riu, apertando
meu nariz de leve. – E eu nem cheguei aos seis meses.
- E falta pouquinho. Vamos entrar antes que você
congele. Está com o nariz gelado.
Bufei irritada, mas obedeci porque realmente estava
ficando com frio e a neve começou a cair e não sabia se ia
prender ao chão ou não. Eu podia ouvir Esme na cozinha
conversando com Carmelita e as crianças fazendo barulho,
querendo atenção. Alice e Ian estavam colocando presentes
ao redor da árvore e comemorando 1 ano de namoro. Foi
ontem que essa menina me disse que estava apaixonada.
Eu ia fazer 25 anos e Edward 30. E eu achei que nós não
passaríamos de dois meses de namoro.
- E então, posso decorar os biscoitos agora? – perguntei
quando entrei na cozinha. Ethan veio correndo para minhas
pernas.
- Cadê Emmett? – Rosalie chiou tentando segurar
Joseph, que queria ir para qualquer lado, menos para o colo
dela – Chega uma hora do dia que simplesmente essa criança
não me quer mais!
- Vem com o vovô... Vamos passear e deixar as mulheres
dessa família com a barriga no fogão. – Carlisle pegou Joseph
que olhou para mãe meio debochada. As crianças estavam
aprendendo a serem espertinhas muito cedo.
- Se eu pego esse garoto... – Rosalie franziu os olhos,
mas mordia os lábios para não sorrir.
- Querem cobertura de que? Tem morango para os
bolinhos de chocolate e chocolate para os bolinhos de
baunilha. Ou pode ser ao contrário. – perguntei e Peter veio
com um banquinho pra mim. Como ele sabia que já estava
sentindo dor nas costas? - O que Edward foi fazer na empresa
hoje? – perguntei irritada. – Ele tinha algo realmente
importante que precisava sair de casa no natal?
- Ele foi resolver com os advogados a demissão de Tanya
Denali. – Charlotte respondeu e Peter a chutou por debaixo da
mesa. – Que foi?
- Charlotte...
- Agora desembucha! – bati na mesa – Por que aquela
vaca loira está sendo demitida e por que Edward tem que
cuidar disso?
- Não é nada demais. – Charlotte sorriu docemente –
Desculpe, mas eu não sabia que você não sabia e se Edward
não te contou...
- É porque ele vai contar depois. – Esme completou
rapidamente.
Emburrei minha expressão sem realmente me importar.
Charlotte não era culpada, mas ela estava mal e Peter estava
brigando por isso. Eu estou grávida e posso fazer a
tempestade que bem entendo, na hora que quisesse, por isso
assim que Edward chegasse, ele estava ferrado.
- Terminei aqui e vou trocar de roupa...
Subi a escada com passos pesados e muito irritados.
Qualquer meia coisa me fazia explodir e querer chorar. Se
antes eu já era meio impulsiva e chorona, agora estava ao
dobro e tinha duas mulheres sendo formada dentro de mim,
isso piorava a situação de Edward. Hoje era véspera de natal
e ele não era para ter ido a empresa. Ele estava indo demitir
Tanya Denali e tinha caroço nesse angu e se ele não me falou
porque não iria gostar e agora mesmo que estava puta da
vida.
Abri o closet e tive vontade de jogar todas as roupas dele
pela janela. Edward quando começamos a namorar era um
chato quando se tratava de organização, agora, o bobão sabia
que eu ia arrumar suas coisas, deixava tudo bagunçado. Eu
queria entender porque ele estava com tanta pressa ao ponto
de ter metade das roupas despencadas.
Escolhi uma nova roupa para a noite e ao mesmo tempo
confortável e fui para o banheiro. Cada minuto que passava e
Edward não chegava, eu sentia raiva. Minhas filhas estavam
agitadas ou era minha irritação que as estavam fazendo
brincar comigo.
- Amor? – Edward chamou-me fechando a porta em um
clique baixo. – Bella?
- Oi Edward. – respondi secamente saindo do banheiro e
indo para o closet, puxando um casaco de lã fofinho que
Rosalie havia me dado dias antes.
- Está tudo bem? – perguntou hesitante.
- Não sei, por que você não me diz o que estava fazendo
fora de casa em pleno dia de natal?
- Eu fui à empresa resolver umas coisas de ultima hora.
Como eu te disse essa manhã.
- O que? Seja especifico.
- Uns contratos... – passou a mão no cabelo nervoso.
- Edward, olhe bem pra mim. Quando pedi para ser
especifico, foi uma chance que estava te dando para abrir
essa sua boca linda e me contar a porra da verdade antes que
eu comece a gritar aqui. Você escolhe!
- Eu fui reavaliar o contrato de Tanya Denali. Peter a
demitiu semana passada na filial de Londres, mas ela quis
uma reavaliação e estava levantando uma acusação contra a
empresa.
- Que acusação?
- Não é nada demais. Eu e Emmett vamos resolver. – deu
os ombros – Vem cá, me conta como foi seu dia... – puxou-me
para seu abraço e eu o empurrei
- Edward... Ou você me conta ou nós definitivamente
vamos passar o natal brigados.
- Ela estava tentando me acusar de assedio sexual e os
advogados da empresa sem saber, ofereceram uma boa
quantia de dinheiro a ela.
- Dinheiro? Pagar para essa piranha? Eu vou matá-la!
- Não vão pagar mais nada. Eu nunca tive ou tentei algo
com ela. E bom, ela tentou então alegar que abandonou tudo
aqui para se mudar comigo, mas no contrato dela está
assinado que simplesmente estava disposta a se mudar se
fosse necessário. – Edward respondeu encostando a soleira
da porta – Não era para você se preocupar com isso...
- Tudo bem. Posso compreender seu ponto. Só que
pensa bem: Hoje é natal. Nossa família inteira está em casa.
E eu não quero você trabalhando no natal. Dia da família e
ponto final.
- Desculpa. Eu não podia esperar até segunda-feira.
- Não podia? Ou não queria?
- Não queria. – suspirou – Isso ia me deixar irritado, eu
quero ficar em casa...
- Ok. Tudo certo. Na próxima vez você vai me contar e
esperar passar o natal. Pode ser o papa, Edward. Natal é dia
da família.
- Tudo bem. Desculpe-me – sussurrou me abraçando,
enterrando o rosto no meu pescoço – Você passou o dia bem?
– perguntou enfiando a mão por dentro da minha roupa,
alisando minhas costas e o próximo passo seria a barriga.
- Sim... Eu senti sua falta.
- Eu também... Você tomou suas vitaminas?
- Esme me deu assim que acordei. – respondi – Deita um
pouquinho comigo? Estou sentindo dor nas costas.
- Não tampe minhas filhas. – Edward riu tirando meu
casaco – Oi princesas... Vocês se comportaram hoje na
barriga da mamãe?
E assim começou o papo interminável dos três. Edward
falava e elas se mexiam. Foi assim à tarde inteira, eu amava
assistir aquela cena e sorria feito uma boba com isso. Edward
estava apaixonado pela minha gravidez. Era atencioso – às
vezes demais -, carinho, gentil e amoroso em todo momento.
Ele ia a todas as consultas e lia comigo todos os livros de
bebês. E nas aulas de pré-natal prestava mais atenção que
eu. Eu odiava aquele boneco de plástico.
Treinar com Joseph era mais divertido. Aquele bebê nem
chorava! Edward deixou cair dentro da banheira cheia de água
e o máximo que aconteceu foi nós dois rindo alto enquanto
outros pais estavam concentrados na tarefa. Edward nunca
prendia fralda direito e eu desconfiava que era para me irritar.
- Pronta para descer minhas meninas?
- Estamos prontas, papai. Prontas para devorar a ceia de
natal inteira porque estamos deixando a mamãe com fome. De
novo.
- Essa é a sua nova magia do natal. – Edward riu me
puxando para fora do quarto.
- Minha vida de grávida é comer ou ter sono, porque
trabalhar eu não posso.
- Você quer me matar mesmo. Você lembra a noite da sua
formatura? Bella, você pode choramingar o quanto quiser,
mas eu não vou te ouvir.
- Não custava nada tentar, querido. – sorri docemente
dando um beijo estalado no seu pescoço.
Quando cheguei a sala novamente, a mesa já estava
posto, com todos bem arrumados e a neve caindo forte do lado
de fora. Esse ano nós tínhamos três meias diferentes. Uma
azul de Joseph e duas rosas para minhas meninas. Como
sempre, Alice colocou a estrela no alto e tinha sua guirlanda.
Edward me puxou várias vezes para debaixo do visco e ficava
me beijando, atentando minha sanidade mental durante a
noite de natal.
- Eu quero fazer o agradecimento esse ano. – Edward
levantou-se quando íamos começar a comer. Normalmente
Carlisle era quem fazia a oração. – Estou imensamente grato
pela minha esposa maravilhosa e principalmente porque esse
é o primeiro natal das minhas filhas. As mais velhas...
Obrigada a todos vocês, porque cada um tem uma
participação forte em fazer nossa família unida.
- Você citou as mais velhas tendo alguma intenção de que
irei engravidar novamente? – perguntei tentando esconder o
riso da sua expressão chocada.
- Nós não teremos mais filhos? – perguntou-me baixo –
Estou agradecendo aqui, amor. – sussurrou e todo mundo
estava tentando não rir.
- Agradeça pelo o que tem hoje. – sussurrei de volta rindo
- Ok. – resmungou – Como eu a engravidei pela primeira
vez, irei engravidá-la de novo. Amém
- Amém. – todos concordaram rindo.
- Obrigada pela “esposa maravilhosa” – provoquei dando
um beijo na sua bochecha.
- De nada querida. – piscou e Ethan pulou no colo dele,
colocando as mãozinhas gordinhas na minha barriga.
- Tem bebê amor. Dois. – Peter incentivou seu carinho e
ele fez o numero dois com os dedinhos e sorriu pra mim. –
Bella agora tem dois bebês. Suas priminhas.
Ethan olhou para minha barriga, depois olhou para mim,
olhou para minha barriga de novo e por fim deu os ombros,
pedindo um pedaço de frango do prato de Edward para comer.
Rosalie deixou que Emmett desse comida e era o mesmo que
deixar Joseph comendo sozinho. Ele mantinha as duas mãos
no prato e o rosto lambuzado. Esme mal comia para tirar fotos.
- Ian volta amanhã, Alice? – perguntei. Ele sempre
passava o natal com seus pais.
- Sim. Eles estão muito animados com o bebê da irmã
dele e vem almoçar conosco amanhã.
- Muito empolgante. – Edward resmungou e eu chutei a
perna dele debaixo da mesa. O comportamento dele com Ian
era absurdo. Ciumento e implicante.
- Bom, eu irei à forra quando minhas sobrinhas
começarem a namorar. – Alice riu bebendo mais do seu vinho
– Duas meninas. De uma vez. Quer melhor papai Edward?
Edward de uma risadinha seca e debochada antes de dar
um gole no seu vinho e mudar de assunto. Pimenta nos olhos
dos outros é refresco.
.~.
Ficar em casa estava me consumindo. Eu não tinha nada
além de cuidar da minha barriga de sete meses e descansar.
Estava vendo o dia que teria que me mudar temporariamente
para o quarto do primeiro andar por não poder subir as
escadas. Meu humor estava definitivamente abaixo de zero e
por isso, poucas pessoas perguntavam se eu estava bem ou
queria fazer algo.
Edward me ligava a cada dez minutos e eu realmente
parei de atende-lo. Isso o fazia ligar para casa e perturbar o
juízo de Carmelita. Contato que não fosse o meu, realmente
não estava me importando.
Esme vinha me verificar e Rosalie também ficava comigo,
mas todos tinham o que fazer. Eu juro que tentei me socializar
em redes sociais e passava o dia cutucando Emmett no
Facebook dele. Eu nem sabia que tinha um Facebook até
Edward me contar meu e-mail e senha. Isso também me
encheu o saco.
Eu tinha engordado nove quilos desde que descobri estar
grávida e tinha semanas que eu ainda emagrecia. Minhas
pequenas cutucadoras adoravam brincar com minhas
costelas e bexiga. Devia ser divertido fazer a mamãe ficar
meio ofegante ou indo ao banheiro mais vezes que o normal.
Edward estava mais fascinado ainda os movimentos delas e
por isso provocava conversando ou contando histórias.
- Mamãe está com fome de novo. É a hora do almoço.
Veremos o que Carmelita fez para gente hoje no dia dos
namorados? – conversei com elas, ganhando um leve
empurrão em resposta. Eu duvido que as duas dormiam ao
mesmo tempo. Sempre tinha uma delas mexendo.
- Bella! Já ia te chamar. – Carmelita sorriu docemente pra
mim – Seu almoço está te esperando lá na piscina.
- Por quê? É capaz de me proibirem de ir até lá. –
resmunguei brincando com a barra da minha blusa de flanela.
- Apenas vá. – Carmelita riu – Eu fiz ravióli, seu favorito.
Dei os ombros e segui para área externa da casa,
puxando minhas calças de ioga para não pisar nelas e
escorregar. Quando virei a esquina para passar pelo pequeno
gazebo que dava até a casa de Rosalie e Emmett, estaquei
no lugar. Tinha muitas flores. Camélias, para ser exata. De
todas as cores. Elas estavam espalhadas por todo lado,
fazendo parte do meu jardim ficar mais vivo e colorido.
Havia um caminho com pedras brancas e Edward estava
lá, no meio do gazebo, com calça jeans, descalço e uma blusa
azul clara. Do seu lado havia várias almofadas enormes
espalhadas e uma mesa de centro baixa com o nosso almoço.
Sua mão no bolso denunciava o nervosismo por preparar uma
surpresa. Por mais que soubesse que eu ia amar qualquer
coisa, ele ainda era adorável em ficar nervoso.
- Papai fez surpresa para a mamãe. Aprendam meninas...
Nenhum homem que vocês forem se apaixonar, podem ser
menos romântico que seu pai. – sussurrei para elas – E ele
não era assim. Eu juro.
Caminhei sem pressa até ele, que me ajudou a subir e
joguei meus braços ao redor do seu pescoço.
- Obrigada.
- Feliz dia dos namorados. – sorriu torto me oferecendo
uma rosa – Eu reparei esta manhã que nós nunca
comemoramos... Eu sinto muito por isso.
- Eu realmente não me importava, amor. Só que você
consegue fazer qualquer data especial. – beijei seus lindos
lábios com leveza.
- Vamos apreciar esse almoço. Carmelita surtou quando
liguei e precisei da ajuda de Rosalie. Até troquei de roupa na
casa do vizinho. – sorriu – Joseph fez um escândalo quando
me viu saindo sem leva-lo.
- Depois nós iremos lá para brincar um pouco.
- E como foi seu dia? – perguntou-me me ajudando a
sentar e vi que do lado do meu prato já tinhas as vitaminas e
o outro remédio para controle de lactose. Evitei fazer uma
careta.
- Eu usei meu Facebook e olhei minha barriga se mover.
Muito produtivo. – respondi tentando não ser irônica.
- Eu sei que deve estar sendo insuportável ficar em
casa... Por que você não escreve? Não cria um projeto?
- Vou pensar em algo. – sorri recostando levemente em
seu corpo – Você veio para ficar comigo o dia inteiro?
- Não o dia inteiro, mas uma boa parte dele... – respondeu
beijando meu ombro.
- Então vamos aproveitar. – virei-me de frente a ele,
prendendo meus cabelos no alto. Edward beijou minha nuca
antes de empurrar as caixinhas de vitaminas pra mim e um
copo de suco.
Nós ficamos quase a tarde toda ali, apenas deitados,
conversando, namorando e rindo apaixonadamente um para
o outro. Fiquei imensamente feliz com a surpresa de Edward
que quando ele teve que ir, o sorriso não saiu mais do meu
rosto.
Naquela mesma tarde eu vi um filme antigo da Jennifer
Lopez, chamado Nunca Mais. Eu consegui ficar tensa e
nervosa apenas com algumas cenas. Demetri ficou brigando
comigo, mas não quis parar de ver. Ele ameaçou até ligar para
Edward, mas eu continuei ali assistindo até o fim. Ela
conseguiu sobreviver, coisa que Victória não tinha
conseguido.
A personagem Slim tinha conseguido sobreviver e lutado
por aquele amor doentio. Eu sentia muito no meu coração por
Victória ter acreditado em James. Ela parecia frágil, mas
nunca imaginei que tão ao ponto de aceitar voltar para ele. Ela
achava que não tinha opção a não ser James... Isso me
cortava a alma.
E quantas mulheres vivem assim hoje? Quantas estão
vivendo reféns de homem possessivos e agressivos? Quantas
mulheres podem estar abandonadas ou simplesmente
vivendo desumanamente por medo? Quantas meninas órfãs
quanto eu podem estar por aí sozinhas, tentando a sorte na
vida louca de Nova Iorque?
Passei muitas horas sentada no sofá remoendo as
mensagens do filme, as histórias de Alice – não sendo cem
por cento resolvida com seus sentimentos relacionados a
Jasper -, Victória e toda sua frágil e acabada vida por amor a
James.
Acabei dormindo no sofá e acordei com um tapa de leve
no meu rosto. Abri os olhos e encontrei Joseph e sua chupeta
babada me acordando do seu melhor modo. Rosalie estava
rindo com Emmett em pé, observando o filho, que agora não
estava satisfeito que eu estava acordada e enfiou o dedo no
meu nariz.
- Estamos invadindo sua casa. – Rosalie sorriu. – Você
dormiu tem pouco tempo?
- Na verdade, tanto faz. Você sabe, eu durmo o tempo
todo. – sorri levantando meio desajeitada. – Vou fazer
algumas coisas para o lanche.
- Vou só trocar a fralda de Joseph e te ajudo. – Rosalie
riu quando Emmett sentou-se no sofá e colocou no jogo.
- Ei, eu ia te acordar. – Edward desceu as escadas com
jeito que tinha saído do banho. Ele estava só de calça de
moletom e sem camisa. Eu fiquei meio abobalhada parada no
meio do hall olhando-o com um sorriso nos lábios – Estou te
deslumbrando de novo?
- Mulher, eu sei que você está grávida, mas vai fazer
aquele lanche esperto. – Emmett provocou.
- Eu odeio vocês dois. – bufei indo para a cozinha. Eu ouvi
Rosalie dar um tapa forte em Emmett.
Na cozinha preparei sanduiches com Edward encostado
no balcão ao meu lado só me olhando. Eu sorri um pouco e fui
lavar as mãos no segundo balcão quando terminei. Senti-me
ser abraçada por trás, meu cabelo sendo afastado da nuca,
um beijo molhado e as duas mãos desceram para minha
barriga. Deitei a cabeça no seu ombro, sentindo meu marido
pressionar ainda mais seu corpo ao meu, subindo para meus
seios, acariciando levemente enquanto mordiscava meu
ombro nu.
Sua mão esquerda migrou do meu seio, para minha
barriga até meu ventre, causando infinitos arrepios e um
gemido sôfrego e baixo escapuliu dos meus lábios. Edward riu
levemente empurrando minha calcinha e começando a brincar
com meu clitóris de modo lento. Quase doloroso. Bati na
bancada querendo mais e afastando mais ainda minhas
pernas, dando vasão aos seus dedos maravilhosos me
penetrarem com cuidado.
- Mais... – sussurrei
- Shiu... Relaxe baby... – sussurrou
- Por favor, eu quero mais... – choraminguei jogando
minha cabeça pra trás me movendo no seu ritmo.
Não demorou muito e eu cheguei lá, mordendo os lábios
para não gritar e chamar atenção de Emmett e Rosalie na
sala. Suspirei feliz quando senti meu corpo se acalmar e
Edward ainda estava me abraçando com carinho.
- Eu te amo, meu amor. – sussurrou rindo um pouquinho.
- Eu também. Pergunte-me novamente como foi meu dia,
por favor.
- Como foi seu dia?
- Maravilhoso. – sorri virando-me de frente para ele.
Nós voltamos para sala vermelhos, ofegantes e sorrindo
muito dando a Emmett e Rosalie abertura para zuações. Nós
vimos filmes e na metade do segundo, Alice chegou serelepe
como sempre, fazendo bagunça na minha cozinha quando foi
fazer uma pipoca doce com Emmett.
- Bella... Sua barriga não para. – Rosalie riu – E está
realmente grande.
- Tem duas aqui, gata. – sorri acariciando minha barriga.
- E o parto, como vai ser? – Alice perguntou curiosa.
- Cesária. Eu passei as ultimas semanas pensando
nisso... Vai ser melhor pra mim e para meninas.
- Natural não seria mais saudável? – perguntou-me
confusa.
- Não... – sorri docemente, embora tenha sentido Edward
enrijecer atrás de mim, onde estava deitada.
- Bella... – Edward sussurrou – Como assim?
- Eu vi um vídeo, Edward. A mãe estava grávida e tinha
os mesmos problemas de pressão alta como eu. Um dos
casos, a mãe não sobreviveu ou o bebê. Foi complicado e
doloroso. Apenas um eles sobreviveram, mas ela não pode ter
mais filhos. – respondi baixinho e ele me apertou forte.
- Não brinca com esse tipo de coisa, Bella. Nós
precisamos conversar com a Dr. Grace.
- Edward... Eu não vou me colocar em risco.
Principalmente minhas filhas. Eu daria minha vida por elas.
- Shiu... Não fala em nada disso. – Edward virou meu
rosto e pude constatar seu desespero – Vocês são tudo que
tenho na vida, Bella.
- Eu sei amor. Eu sei. – beijei-o lentamente – Eu quero
fazer Cesária e voltar saudável e com minhas duas filhas em
casa.
- Então, nós faremos. Só por favor, nunca mais repita algo
do tipo ou considere essa hipótese. Vocês três vão ficar bem,
entendeu?
- Entendi sim, amor. – sorri afagando seu rosto
preocupado, desfazendo os vincos de preocupação. – Apenas
relaxe. Nós estamos bem.
- Ei vocês dois. – Emmett chamou nossa atenção – Vocês
dois estão ganhando em dose dupla a maior dádiva da vida.
Apenas relaxem e deixe que a vida cuide dos caminhos certos.
Nada mais vai acontecer com a nossa família. A chegada de
Ethan, Joseph e as meninas são a prova de que continuamos
fortes. – sorriu docemente para seu filho, que batia com uma
girafa na sua perna – Sem clima ruim. Tudo vai dar certo e
você sabe Bella... Eu sempre estarei lá por você.
- Obrigada Emm. – sussurrei emocionada. – Eu amo
vocês.
E foi naquele momento em que minha família devolveu o
sorriso repleto de amor e carinho que tive certeza absoluta do
meu novo projeto de vida. Eu ia conseguir que outras
mulheres que estão perdidas assim como eu era. Em parte,
queria um mundo melhor pelas minhas filhas e por tudo que
passei.

Capítulo 30

Sunrise
Dizem que mulheres aos oito meses podem ser
comparadas aos mamutes. Pelo menos eu estava me
sentindo enorme. Não gorda, mas com uma barriga enorme.
Meus seios também estavam no caminho de explodir e desde
a infâmia que Edward leu que o marido tinha o papel de
estimular o leite materno, agora ele não parava mais de vazar.
Eu queria bater nele, mas só de lembrar o quanto ele se
divertia descobrindo coisas relacionadas ao meu corpo
“grávido” eu me sentia bem e completa.
Comer era um bom esporte se não tivesse trezentas
pessoas perguntando sobre minha alimentação e atividades.
Resolvi seguir o conselho de Edward e estava criando um
projeto com a ajuda de Rosalie. Nós duas tínhamos
absolutamente nada a fazer. Ela era ótima em assuntos
sociais e eu nos números. Em poucas semanas tinha o projeto
todo fundamentado, agora só faltava preencher as lacunas e
conseguir apoio. Isso mantendo segredo absoluto de qualquer
Cullen. Eu queria fazer surpresa.
Principalmente para Edward.
Eu queria que ele visse tudo pronto e descobrir qual seria
a sua reação.
Mal podia esperar para isso.
- Posso entrar? – Carmelita bateu a porta suavemente –
Querida, Sarah Calahan deseja falar com você.
- Vou atender no escritório. – respondi levantando da
cama rápido e cai sentada me sentindo meio zonza. Carmelita
estava do meu lado em um piscar de olhos – Eu sei que
Edward te aterrorizou, mas eu estou bem.
- Bella...
- Eu juro juradinho. Estou deitada o dia inteiro porque não
posso me mover, mas as coisas estão todas guardadas no
escritório.
- Ok. Não hesite em me chamar.
Meu telefonema foi mais bem sucedido que imaginei.
Sarah era esposa de Phil Calahan, o futuro prefeito de Nova
Iorque. Eu precisava colocar essas dondocas que conhecem
sobre a vida de todo mundo para descobrir alguns pontos
importantes. Sarah sabia do projeto e prometeu segredo e
ajuda. Ela estava fazendo muito mais.
Até apoio da Universidade local com estagiários de
psicologia e psiquiatria conseguimos. Seria como uma mão
lavando a outra. Também consegui apoio de outras escolas
particulares com bolsas estudantis para o grupo de honra de
NYU. Claro que uma prova teria que ser feita, o que achei
completamente justo.
Tudo estava se encaminhando bem. Só faltava decidir
encontrar um local apropriado, mas antes, precisava conhecer
e encontrar muita gente até apresentar isso ao conselho da
empresa. E isso significava aprovação de Edward, Carlisle e
Emmett. Isso seria meu ponto.
Eles aprovariam porque eu sou a Bella ou por que o
projeto é bom? Eu queria alguém de fora e imparcial, mas não
adiantaria de nada, porque Edward é o presidente e ele com
Alice e Emmett são donos de tudo, sendo únicos herdeiros.
Carlisle quase não ia mais a empresa com Edward no
comando e Esme já tinha passado seu sucessor... Para
Rosalie e eu. Quanta confusão.
Frustrada, resolvi fechar meu computador e descer
apenas com o tablet para comer alguma coisa. Já estava na
hora, de qualquer modo. Alguém iria vir atrás de mim, porque
Edward ia ligar lembrando.
- Cheesecake! – bati palminhas quando vi em cima do
balcão – Delicioso!
- E almoçar, nada? – Edward perguntou me assustando.
Eu não o tinha visto na entrada da garagem para cozinha.
- Assombração. – resmunguei e ele riu, vindo me abraçar
– Veio passar o dia comigo? Ou Carmelita te ligou?
- Carmelita me ligou porque você mal tocou no café da
manhã e ficou a manhã inteira no escritório. De novo.
- E você despencou do trabalho até aqui somente para
isso? – perguntei me afastando bruscamente dele.
- Você estava na mesma consulta médica que eu? Não é
possível, Isabella! Você sabe que descer as escadas é
proibido. Não comer está fora de questão e que se sentir
qualquer mínima tontura, é para me falar.
Dei as costas puxando meu tablet e sai da cozinha,
deixando-o sozinho. Ele sabe que eu odeio ser chamada de
Isabella, principalmente quando ele está brigando comigo.
- Bella? Aonde você vai?
- Para meu quarto. Médicos me disseram que não posso
me irritar com você. – respondi já chorando.
Não que eu quisesse chorar, mas meus hormônios
comandavam meus ductos lacrimais e não mais meu cérebro.
Era estranho essa história de não sair da cama quando eu
estava bem. Eu me sentia forte o suficiente para subir e descer
escadas, conversar e trabalhar no projeto. Já que não podia ir
até a empresa. Quando minhas costas e pés doíam, eu
deitava ou parava de fazer o que me esforçava.
Deitei na cama secando as lágrimas teimosas quando ele
veio com uma bandeja de comida. Eu realmente estava com
fome, diferente do café da manhã que eu não estava. Só que
agora eu estava emburrada com Edward e não ia comer.
- Bella, por favor... Preste atenção. Eu preciso que você
coma e se preserve.
- Claro, porque eu vou me colocar em risco porque gosto.
– rebati e ele bufou.
- Eu sei que você não vai se colocar em risco
propositalmente, mas... Eu fico preocupado. Eu não consigo
trabalhar ou fazer qualquer outra coisa pensando se vocês
estão bem.
Eu me senti estupida por ter me derretido com a verdade
de suas palavras. Involuntariamente abri um sorriso e abaixei
a cabeça para que ele não visse. Edward riu relaxado e me
puxou para perto.
- Desculpa ter me alterado com você. Eu não queria te
fazer chorar... – sussurrou beijando meu rosto molhado. – Eu
só preciso que você fique bem.
- Eu estou bem. Prometo. – beijei meus dedos cruzados
e ele riu, puxando a bandeja para perto de nós. – Eu não
estava com fome no café, foi só isso.
- Ok.
- E confie em mim. Eu vou te dizer quando não estiver me
sentindo bem. Eu prometi, Edward.
Nós não brigamos mais durante aquele dia. Ficamos
deitados na cama, conversando e namorando. Nós
terminamos de arrumar uma ultima gaveta no quarto das
meninas com novas roupinhas dadas por Alice e voltamos
para o quarto. Ele me mimou o dia inteiro só porque me fez
chorar. E me chamou de Isabella. Talvez eu tenha
dramatizado um pouco mais, só que eu estava morrendo de
felicidade porque ele tirou o dia pra mim.
De noite comecei a arrumar maneiras de fazer Edward
concordar em ir na casa de Sarah. Eu não pensei nesse
detalhe. Ele estava irredutível quando o assunto era sair de
casa comigo, mas eu realmente precisava ir e conhecer
algumas pessoas.
Nós dormimos depois de muitas risadas em um filme de
comédia qualquer e ele cantarolou uma canção de ninar que
aprendeu com Emmett. Eu fiquei imaginando os dois no
trabalho trocando figurinhas sobre bebês. Eu ficava feliz que
a amizade deles se fortalecia novamente a cada dia que
passava. Que minhas filhas fossem melhores amigas uma da
outra.
Sábado passei o dia na piscina com Edward, Emmett,
Rosalie e Alice. Foi extremamente divertido e eu pude relaxar
sem ninguém no meu pé sobre horários de comida e remédio.
Edward não queria me ver irritada por isso novamente, então
ele estava fazendo seu melhor para ser sutil.
Durante o almoço que eu realmente fiquei surpresa e
percebi que Edward seria o melhor pai do mundo.
- Cadê Ian, Alice?
- Deve estar em casa. – respondeu dando um gole no seu
chá gelado.
- Vocês terminaram? – Emmett perguntou sério, parando
de dar biscoitos de dentição para Joseph.
- Não. – deu os ombros – Não posso mais ficar só com a
minha família?
- Claro que pode. Deve. Só que você e Ian viviam atrás
do outro. O que aconteceu, Alice? – Edward perguntou
olhando bem sério para cara de culpada dela.
- Alice...
- Ok. Eu não sei. Desde que Jasper apareceu e nós
voltamos a conversar amigavelmente, eu não sei mais o que
estou fazendo com Ian. É isso. – resmungou jogando o talher
na mesa com força.
- Você gosta do Jasper? – Edward perguntou o obvio,
mas eu continuei calada, apenas observando. Alice assentiu
envergonhada – Termine com Ian e decida sua vida. Você
permanecer fiel integralmente à pessoa que está do seu lado.
Se você está disposta ou já perdoou e esqueceu aquele
episodio, volte para ele. Se é isso que você quer.
- Eu perdoei. Eu sei que fui infantil também. Eu quis que
ele abrisse mão de um sonho para ficar comigo... Eu também
errei e na época não enxerguei isso.
- Todos nós erramos na vida, princesa. – Edward afagou
sua mão – Apesar de não me arrepender de ter dado um soco
nele por fazê-la chorar. – deu os ombros fazendo-a rir e eu
belisquei seu braço. Estava indo tão bem – Tudo bem, eu
também errei em agredi-lo sem saber os fatos.
- Foi muito confuso nosso termino com uma chuva de
disse-me-disse sem necessidade. Eu só sei que toda vez eu
esperava por ele.
- E por que daquele ataque na faculdade? – perguntei
curiosa.
- Ele tinha que aprender, oras. Não é porque me deixou
uma vez que eu tinha que aceitar sorrindo. – sorriu torto, como
Edward. Arrogantes!
- E agora, o que você vai fazer?
- Ficar sozinha. Nem um, muito menos outro. – sorriu
ajeitando os cabelos, que agora, eram maiores – Quero
apenas curtir a mim e se Jasper um dia voltar à Nova Iorque...
Eu vou esperar.
- Uma coisa é certa, pequena. O que é verdadeiro volta.
– Emmett beijou a bochecha de Rosalie. – Se a história sua e
de Jasper não terminou ainda, tudo vai se acertar.
- E você pode correr de novo para meu colo se precisar.
Eu ainda não estou preparado emocionalmente para você ser
adulta e ter relacionamentos intensos. – Edward sorriu
beijando-a levemente.
Alice agradeceu ao carinho dos irmãos e tive pena do
atentado psicológico que Alice devia estar fazendo na vida de
Jasper. Apesar dos pesares, ele era um bom menino e isso
tem tempo. Deu abertura o suficiente para amadurecer. Além
do mais, ele ainda tinha mais alguns semestres na faculdade,
uma vida de estagiário, até conseguir voltar a Nova Iorque. Eu
não pude deixar de sentir orgulho da minha pequena menina
crescendo.
- Hoje a noite tem recepção na casa dos Calahans, vocês
vão? – Rosalie perguntou tal como combinamos mais cedo.
- Não sei. Acredito que não...
- Ah, eu queria tanto ir. Sair um pouco de casa. Além do
mais, gosto tanto da Sarah! – sorri docemente para Edward,
que me olhou desconfiado arqueando a sobrancelha.
- Você? Querendo ir a algum evento? O que vocês duas
estão aprontando?
- Do que você está falando? – rebati encenando
confusão. Edward ficou lívido.
- Nós não vamos. Você precisa de repouso absoluto. –
disse firme e eu fiquei com raiva.
É o que veremos Edward Cullen!
- Por que você não quer que eu saia de casa? – perguntei
quase chorando. – Você está com vergonha que as pessoas
me vejam enorme? Que eu engordei?
Hormônios estúpidos que tiram meu filtro verbal. Eu sabia
que Edward não sentia vergonha de mim, mas esse
pensamento não impede de assombrar minha visão no
espelho.
Edward ficou branco como leite e me fitou incrédulo com
minhas palavras. Seu olhar abriu e pude ver sua íris se
expandir. A boca se abriu várias vezes e fechou. Levantei da
mesa e comecei a recolher as coisas do almoço emburrada.
Ele ia me levar ou mudaria de nome. Essa coisa toda de
repouso absoluto estava me enchendo o saco!
- Amor... Eu não acredito que você falou isso.
- Sério? Por que? – rebati – Você não quer me levar...
- Porque é um absurdo!
- Sem brigar... – Emmett intrometeu e eu bufei, indo para
cozinha – Edward, não vai atrás dela. Vocês vão acabar
brigando e ela pode não aguentar isso.
Lavei toda louça com Rosalie e Alice em silencio. Cada
uma estava perdida em seus pensamentos e dramas
particulares. Edward devia estar chateado com a minha
acusação, mas depois que ele me dissesse que iria me levar,
eu ia assumir e pedir desculpas.
Deitei no sofá da sala sentindo sono e logo ele veio,
sentando no chão ao meu lado.
- Baby.
- Ok – cortei me sentindo culpada – Eu sei que você não
tem vergonha de mim e eu só falei isso porque eu quero que
você me leve na recepção.
- Porra... – Edward coçou a cabeça, mas ele estava rindo
– Ok, e conseguiu. Eu vou te levar, só pelo drama e pelo bico.
E porque você sabe, exibir você grávida é um dos meus
maiores orgulhos. O primeiro é ser seu marido. – sussurrou
vindo me beijar e eu o empurrei.
- Por que você é tão fofo comigo quando sou uma cadela
com você?
- São seus hormônios, amor. Você adora provocar uma
boa briga. Eu te conheço. – Edward riu – Além do mais, eu
sou seu escravo. Você está grávida, eu tenho que fazer o que
você quer.
- Então, eu posso conviver com isso. Eu te amo... E
desculpa. Na hora simplesmente saiu. Eu sei que é normal
ficar grande feito um elefante...
- É, você é linda. Como eu poderia te achar feia se você
está carregando e protegendo minhas filhas com sua própria
vida? Tem amor mais bonito que esse?
Eu sorri e puxei-o para um beijo pelos cabelos. Edward
não iria se abalar com nada relacionado a gravidez. Era tudo
que mais queria e ele estava vivendo nas nuvens com suas
duas princesinhas a caminho e que reconheciam sua voz.
.~.
O janta na casa dos Calahans foi um sucesso absurdo.
Sai de lá com uma lista de telefonemas extenso. Edward foi
dirigindo e isso deu um ar de família mesmo. Agora eu estava
cansada, de verdade. Com dor nos pés e nas costas.
- Eu acho que preciso deitar. – resmunguei bocejando –
Estou com sono.
- Percebe-se. São meia noite e você praticamente vem
dormindo cedo. – Edward provocou subindo comigo. – Você
está sentindo algo além do sono excessivo?
- Dor nas costas e nos pés. – respondi sinceramente –
Pegue aqueles travesseiros grandes do quarto de hospedes
para colocar em meus pés?
- Claro. Vai trocando de roupa. Já volto.
Uma coisa engraçada aconteceu no meio do caminho. Eu
abri a porta do quarto errado. Era sempre assim. Casa enorme
com portas iguais. Quando finalmente acertei meu quarto
devido ao meu sono, troquei de roupa e deitei esperando por
Edward chegar com travesseiros grandes e fofinhos pra mim.
- Olha como papai é fofo! – provoquei com as meninas se
movendo, juntas – Isso dói. Dá para parar?
- Se elas não te obedecem ai dentro, o que te leva a crer
que farão isso quando estiverem fora? – Edward riu vindo me
beijar. Eu queria mais...
- Droga. Se afasta.
- Que foi?
- Estou tendo um desejo que não pode ser... Executado.
– resmunguei realmente emburrada e ele riu.
- Tudo bem, meu amor. É normal ficar excitada com seu
marido. – gargalhou alto – Ainda mais um marido como eu que
você intitulou como deus do sexo.
- Olha só! – gritei – Dá para diminuir? Você tinha me feito
chegar ao orgasmo cinco vezes naquela noite. E com
pouquíssimo espaço de tempo. Não se ache.
- Eu gostei do meu titulo, tá.
- E não vem com essa porque naquela noite nós tomamos
aquele maldito estimulante sexual. Eu nunca pensei tanto em
sexo como naquela noite.
- Foi engraçado.
- Foi mesmo. – concordei rindo – E muito boa. – pisquei
- Oh sim, dessa parte eu lembro com detalhes. –
sussurrou charmoso no pé do meu ouvido, e eu estremeci por
completo.
- Para Edward... – choraminguei – Isso é injusto.
Edward apenas riu e ajeitou-se na cama, me puxando
para ficar em seus braços. Sua mão automaticamente foi para
minha barriga e ainda conversando baixinho, coisas bobas e
leves, adormeci sentindo seu carinho. Meu marido fofo.
Acordei três horas depois sentindo calor e uma sensação
estranha. Aumentei o ar condicionado, mas então percebi que
o calor era outro quando bebi metade da jarra de agua que
ficava ao lado da cama. Talvez fosse hora do remédio e das
vitaminas, apesar de nunca ter acordado antes por falta delas.
- Amor... – sussurrei baixinho. – Edward?
- Hum?
- Eu acho que não estou me sentindo bem. – respondi
baixinho – Talvez seja a falta do remédio.
- O que você está sentido? – perguntou acendendo a luz
do abajur.
- Calor, mas não é calor. É uma sensação de quentura. E
ao mesmo tempo como se tivesse com pressão baixa.
Garganta seca e dedos frios.
- Vou te dar o remédio da pressão, mas se não passar,
você fala, ok?
Eu tomei o remédio e meia hora depois voltamos a dormir,
mas ainda assim eu não me sentia bem o suficiente. Acordei
uma hora depois e fui ao banheiro fazer xixi. Quando terminei
e fui me olhar no espelho, apenas por costume, sentir um
liquido quente e viscoso escorrer entre minhas pernas. Eu
sabia muito bem o que era aquilo e estava um mês adiantado.
- Edward... – chamei incapaz de me mover. Eu acho que
estava chocada. – Amor? EDWARD!
- Hum? – perguntou confuso, acordando novamente e
ouvi o barulho dele levantando na cama. Assim que apareceu
no banheiro, somente apontei pra baixo. – Ok. Você está
sentindo algo anormal?
- Não sei se posso dizer cólicas, mas é bem fraquinho
mesmo. Muito mesmo.
- Ok. Vou ligar para Dr. Grace e nós vamos para o
hospital. – disse tranquilo. Aulas de pré-natal fez efeito nele. –
Você quer que eu chame Rosalie ou minha mãe?
- Sua mãe, por favor. – respondi com ele enrolando uma
toalha em mim para segurar um pouco do vazamento.
- As bolsas já estão no carro. Vou pegar uma roupa para
você e vestir uma calça jeans. Já volto.
Apesar de Edward estar calmo, eu estava tremendo de
nervoso. Primeiro que isso seria um parto prematuro. Segundo
que não estava preparada psicologicamente para parir
nenhuma delas hoje e terceiro, isso era apenas uma pontinha
do iceberg que eu pressentia.
Pouco tempo depois Esme chegou secando minhas
lágrimas. Ainda bem que ela morava extremamente perto de
mim e eu não sabia o que iria fazer sem ela. Ela conversou
comigo calma, disse para ter fé e ficar tranquila. Não fiquei
surpresa em encontrar todo mundo na sala quando desci para
ir ao hospital, com Dr. Grace já a caminho e preparando uma
sala. Edward aferiu minha pressão e ela estava em um nível
preocupante.
Eu fiquei quieta a maior parte do tempo, respondendo
perguntas mecanicamente.
- Fale comigo, por favor. – Edward pediu preocupado.
- Eu estou com medo. – sussurrei – Você vai ficar do meu
lado, não vai?
- Claro que sim. Estarei segurando sua mão o tempo todo.
Não tenha medo, minha vida. Eu estarei lá com você.
Dr. Grace já estava me esperando no portão de
emergência. Logo fui encaminhada para uns exames rápidos
e me mandaram para um quarto, onde iria me preparar para a
minha cesária. Meu coração ia sair pela boca ou a boca ia sair
pelo meu ouvido. Não sei bem explicar o frio na barriga e
sensação de nervoso que estava tendo naquele momento. Eu
quase chorei quando vi tamanho da agulha que ia me
anestesiar.
- Agora, vai ser rápido Bella. Eu preciso de você calma.
Logo vai ouvir suas meninas. – Dr. Grace falou comigo, mas
eu não podia vê-la. Edward estava engraçado com aquela
roupa azul, mas estava ali, segurando minha mão.
- Eu te amo. – Edward sussurrou emocionado. – Eu te
amo muito.
Eu podia sentir Dr. Grace me cortando. Não dor, apenas
a sensação da lamina em minha pele. Eu estava ciente dos
enfermeiros ao meu redor e do olhar atento de Edward sobre
o parto a minha frente. Foi como cosquinhas internas sentir
minha primeira filha sair de dentro de mim e um pequeno
resmungo foi dado. Logo ela estava chorando a pleno pulmões
e isso era bom, eles funcionavam.
Depois foi a outra. Poucos minutos depois mesmo. Ela
também chorou, mas era diferente, mas agudo. Edward saiu
do meu lado para cortar o cordão umbilical e Dr. Grace falava
comigo enquanto terminava comigo. Meu sofrimento agora
era outro. Eu queria vê-las. Pouquíssimo tempo depois
Edward surgiu empurrando uma espécie de incubadora e eu
fiquei feliz delas não estarem presas e nenhum tipo de fio.
E eram lindas. Com o rosto amassado, vermelho e
inchado. As duas tinham mãos na boca e as perninhas ainda
enroladas em posição fetal. Edward sorria pra mim entre as
lágrimas e tudo que conseguia fazer era chorar. Perfeitas. Não
tinha outra palavra. Eram perfeitas.
Cabelos escurinhos, mãozinhas pequenas, nariz
arrebitados, boquinhas vermelhas. Lindas.
- Edward... – sussurrei me sentindo meio fraca. Ele
rapidamente estava do meu lado. – Elas são lindas...
- Sim, perfeitas. Igual a mãe. – concordou me beijando
levemente e voltamos a fita-las quietas ao lado da outra.
- Vou sedar a mamãe um pouquinho... – Dr. Grace veio.
– Eu preciso que você fique dormindo pelas próximas horas
que são necessárias para repouso. Eu vou ter que fazê-la
dormir. Ok?
- Ok. – concordei. Eu não ia discutir com ninguém.
Contanto que pudesse acordar e pegar minhas filhas, eu faria
qualquer coisa. – Está tudo bem comigo?
- Melhor que o esperado Bella. Você é uma vitoriosa. Eu
estou orgulhosa do seu parto ter sido um sucesso. Eu não
quero arriscar sua recuperação imediata, por isso, vou te
sedar.
- Tudo bem. Obrigada. – murmurei bocejando. – Eu te
amo, amor. Cuide delas.
- Vou cuidar, minha vida. Apenas descanse.
A ultima coisa que ouvi foi Edward falando que também
me amava e um chorinho de alguma delas. Eu dormi tentando
conter a ansiosidade de vê-las, cheirá-las, beijá-las e aperta-
las demais. Só que para isso, precisava primeiro, sobreviver.
.~.
Acordei horas depois, quase 12 horas para ser exata.
Edward estava dormindo do meu lado e do seu lado tinha um
pequeno berço com as duas. Sua mão estava na barriga de
uma delas e ele tinha a expressão cansada. Que trabalho elas
não devem ter dado enquanto estava dormindo?
- Psiu... – sussurrei para ele, que abriu os olhos e sorriu
– Acordei.
- Dorminhoca. – sorriu torto vindo me abraçar. – Você
está bem?
- Curiosa. Quero vê-las. – sussurrei com medo de acordá-
las e ele puxou pra mim o berço, colocando dois travesseiros
nas laterais da cama e pegando uma a uma. – Você decidiu
quem vai ser quem? – perguntei baixinho não contendo as
lágrimas. Eu estava apaixonada. – São tão lindas.
- Eu penso que essa pode ser Sophie. Ela tem seus olhos
e eles são como da sua avó. – apontou para a da esquerda –
E esta, Elizabeth. Ela é birrenta e foi a única a brigar na hora
dos exames. Apesar de Sophie ter resmungado bastante e se
recusado a abrir a boca na hora da alimentação.
- Que pestinhas. – sorri acariciando os cabelos ruivos.
Dava para ver que eram puxados aos meus fios
avermelhados, caindo no bronze de Edward. – Qual a cor dos
olhos de Elizabeth?
- Verdes. Nasceram cinzas, caiu para verde claro. –
respondeu-me sentando atrás de mim – Acho que vai
escurecer. Joseph nasceu com os olhos muito mais claros.
- Pode ser. E você tinha razão. Elas tem meu nariz. –
comentei passando o dedo de leve no nariz delas. – E como
foram os exames?
- Nenhum problema cardiorrespiratório. E só não
possuem o fígado cem por cento completo, mas eles
passaram mais alguns exames e só alimentação materna, por
enquanto.
- Até agora elas mamaram o quê?
- NAN. E não gostaram. Apesar de terem ganhado peso.
- Isso é bom. – suspirei e Edward tocou meu queixo,
virando-o pra si. – Que foi?
- Você me faz sentir coisas indescritíveis. – sussurrou
emocionado – Obrigado por fazer minha vida perfeita. Eu te
amo.
- Eu não tenho palavras para expressar a emoção que
sinto ao viver e realizar sonhos que pensei nunca ter.
Obrigada por compartilhar e realizar comigo.
Nosso momento em família durou pouco tempo. Logo a
pediatra chegou e me ensinou como dar de mamar e a passar
a pomada caso viesse a me machucar. Sophie realmente tinha
meus olhos e ficou me olhando um tempão sem fazer nenhum
barulho. Parecia que estava me reconhecendo, não sei dizer.
Elizabeth mamou e depois ficou apenas quietinha no colo,
com as duas mãozinhas presas na minha roupa. As duas
dormiram novamente com suspiros feliz. Eu quase me derreti
ao ouvir isso.
Cada mínimo detalhe delas era mágico. Os pezinhos
pequenos, as mãos vermelhinhas, os olhos amendoados e as
bochechas gostosas. O cheirinho de bebê misturado com leite.
E a roupinha que estavam usando era que Alice havia dado.
Os dias no hospital foram rápidos, apesar de ter sido sete
dias. Edward decidiu tirar as primeiras semanas delas em
casa de férias e foi bom, porque duas semanas se passaram
e eu me vi tendo duas bonecas de verdade que acordavam
durante a madrugada e dormiam em horários trocados. Ia
demorar até que tudo se ajustassem.
Eu também tinha que verificar meus pontos e colocar
aquela maldita cinta tamanho PP que me irritava ate a alma.
Sem Edward, não faria nada disso. O clima da casa era de
pura magia. Apesar de a impressa ter feito plantão do lado de
fora e atazanar a vida de qualquer alma viva que entrava na
minha residência, foi tudo tranquilo.
Peter e Charlotte chegaram dias depois. Eles seriam
padrinhos de Elizabeth quando Sophie ganharia Emmett e
Rosalie como padrinhos. Eu me sentia em um estagio de
felicidade enorme. Dava um trabalho bem grande, mas isso
não anulava meu sorriso. Cada chorinho era ouvido com
prazer e eu ainda tinha o colo do meu marido na hora do sono
pesado.
Eu babava com Edward segurando as duas ao mesmo
tempo e conversando como se estivessem compreendendo.
Ele ficava horas apenas sentado olhando-as dormir e me
ajudava na hora da alimentação. As trocas de fraldas eram
sempre rápidas e engraçadas com eles. Sophie não gostava
de ficar sem roupa, quando Elizabeth não gostava era de ficar
com roupa.
Eu provoquei muito Edward com isso.
As duas cada dia que passava mostravam ter
personalidades fortes. Até mesmo de brigar e franzir o cenho
quando não gostavam de algo. E quando uma chorava, a outra
normalmente choramingava junto.
Agora o nosso momento. Não tinha ninguém em cima
delas, apenas nós dois, pais corujas e ciumentos. Ele estava
deitado com Sophie no colo enquanto eu alimentava
Elizabeth. Era a mamada da madrugada meio manhã. Sophie
tinha os olhos atentos em mim e quando sorri para ela, seus
olhos se abriram mais e a boca fez um estalinho bonitinho. Ela
esfregou o rosto no peito nu de Edward e depois espirrou. Era
a cena mais fofo do mundo.
- Ela está te paquerando de novo? – Edward perguntou
baixinho e eu assenti – Elizabeth também.
Olhei para Elizabeth que mamava me olhando com tanto
carinho. Eu fiquei toda boba com minhas filhas olhando pra
mim assim que meus olhos marejaram. Edward riu e me
cutucou.
- Chega pra cá. – sussurrou e fiquei confusa, mas fui –
Olha que lindo.
Na janela do closet que dava para os fundos da casa, o
sol estava nascendo e eu me vi pela primeira vez em anos em
pleno estado de plenitude. Eu estava completa em muitos
níveis. Era mulher, mãe, amiga e companheira. Percebi que a
vida era bela como um simples sorriso de um bebê e que era
preciso de pouca coisa para ser feliz. O que realmente nos
move é a felicidade que pequenas coisas como um olhar
apaixonado nos trazem e não as dores e os dramas que
somos obrigados a passar.
Todas nós podemos ser a menina do sorriso quebrado e
ainda assim sem desistir, se tornar a mulher mais feliz do
mundo. É como o nascer do sol. Precisamos agradecer pela
força de viver mais um dia.

Capítulo 31

She Will be loved


Descobrir o mundo era fascinante para as meninas.
Agora com dois meses, elas tentavam levantar a cabeça e
demonstravam um pouco mais de força no tórax. Também se
interessavam por objetos coloridos que ficavam a sua frente.
Sophie era muito mais curiosa que Elizabeth. Ela tinha mais
interesse pelos bichinhos do berço e sorria sempre quando
estava deitada nele. Claro que isso durava pouco tempo. Logo
ela abria o bico e começava uma interminável canção de
choramingo.
Elizabeth não ficava no berço cinco minutos sem abrir a
cara a chorar. A expressão de magoa dela me cortava a alma,
mas às vezes era impossível ficar com as duas ao mesmo
tempo. Elizabeth gostava dos bichinhos, mas fora do berço.
Ela podia ficar tranquilamente no bebê conforto se eu ou
Edward estivéssemos no alcance de sua visão.
Eu também estava me desempenhando aquela mãe que
veste as filhas iguais, sim, era muito bonitinho vê-las com
tiaras e vestidinhos iguais. As duas eram cabeludas como eu,
mas aquela coisa impossível de domar era de Edward. Nada
ficava preso muito tempo e isso me irritava.
Depois de termos quebrado meu resguardo e levado um
esporrinho básico da Dr. Grace, agora as meninas dormiam
praticamente a noite inteira... Papai e mamãe brincavam muito
nesse intervalo. Eu acordava cedo, as 06h30 da manhã e só
ia dormir, às vezes, as 03h00. Ainda assim, eu ficava feliz e
satisfeita todo dia de manhã.
- Bella? – Esme chamou-me no hall de entrada e logo
apareceu na cozinha. Carmelita sorriu para Esme e voltou a
cozinhar. Estava deliciosamente cheiroso!
Eu estava sentada alimentando Elizabeth enquanto
Sophie ficava a minha frente, tentando sacudir os bracinhos
de forma desengonçada para pegar a girafinha do seu bebê
conforto.
- Tudo bem? A que devo a honra? – perguntei deliciada
com seu beijo e ela foi correndo ao lavabo para lavar as mãos
e pegar Sophie.
- Oi linda da vovó. – pegou Sophie que sorriu para Esme
quando ela esfregou o nariz na barriga dela – Eu vim aqui
saber o que você pretende fazer amanhã, no aniversário de
Edward.
- Bom – ajeitei Elizabeth no colo porque ela pareceu
engasgar mamando – Eu deixo o lado festeiro para você e
Carlisle e como não aguento mais ficar em casa, penso em
sairmos para jantar fora.
- É uma boa idéia. Qual restaurante favorito de Edward
agora? – perguntou-me rindo – Antes era francês...
- Agora é italiano e a culpa não é minha que ele gostou
de ser deixado sozinho dentro de um.
- Edward faz tudo o que você quer, Bella. É por isso que
eu vim perguntar a você. – deu os ombros brincando com
Sophie e eu ruborizei. Era tão óbvio assim que às vezes eu
fazia Edward ceder as minhas vontades?
Elizabeth parou de mamar e rapidamente dei um jeito de
fazê-la arrotar. Só Edward conseguia essa proeza rápido.
Comigo as duas demoravam quase meia hora. Ela estava
começando a ficar sonolenta, por isso segui para sala com
Esme me seguindo com Sophie e pouco tempo depois,
Elizabeth dormiu e pude deixa-la no bebê conforto.
- E como tem sido esses dias que Edward basicamente
voltou a trabalhar?
- Bons. Elas às vezes choram ao mesmo tempo, mas
normalmente é porque uma está chorando então eu fico com
dificuldade de saber quem precisa da minha atenção. –
brinquei ajeitando a gola da roupa de Sophie – Eu amo ficar
com elas e cada minuto aprendem algo diferente. Elas sorriem
para o som da voz de Edward. Para minha voz...
- Você está tão maravilhosa como mãe... E graças a Deus
o pesadelo passou.
- Eu fiquei com muito medo durante a gravidez, confesso.
Pressão alta e gêmeos foi assustador, mas hoje, valeu a pena.
Mesmo tendo nascido prematuras, são saudáveis, o que é
bem raro. – suspirei pegando Sophie adormecida de Esme e
coloquei no bebê conforto também. – Toda vez que uma
resmunga que não gosta de dormir de bruços e outra tira os
enfeites de cabelo eu penso “caramba, eu fiz essas
belezuras”.
- Quando elas crescerem, você vai perceber “caramba,
eu não fiz essas pestes”. – Esme provocou admirando as
meninas adormecidas – Emmett me deu muito trabalho
quando criança. Eu não sinto pena quando Joseph não o deixa
dormir. Só de Rosalie. Ela é muito doce para aturar Emmett
daquele jeito.
- Emmett continua dando trabalho. Essa é a grande
diferença. – sorri cobrindo minhas filhas e verificando a hora.
– Cadê Carlisle?
- Você acha que vai demorar mais quanto tempo para ele
se dar conta que estou aqui? – perguntou-me rindo – E
então... Edward comentou meio emburrado, é claro, que você
não está compartilhando seu novo projeto com ele.
- Não acredito que ele foi fazer queixa a você.
- Não foi bem uma queixa... – Esme ajudou-me a levar o
bebê conforto com as duas para a cozinha, onde Carmelita
estava colocando a mesa. – Só está sofrendo de curiosidade.
- Todos vocês estão sofrendo. Eu e Rosalie decidimos
fazer surpresa. Queremos impacto. Negativo ou positivo.
- Poxa... – Esme suspirou fazendo aquela cara de
cachorro abandonado que meu lado mãe estava me fazendo
derreter. Eu quase cogitei a possibilidade de contar a ela.
Quase.
- Cadê minhas netinhas? – Carlisle entrou e Joseph gritou
junto. – Eu vim atrás da vovó com garotão do vovô!
- Na cozinha! – avisei e ele logo apareceu com meu
menino sorridente no colo. – Cadê a mamãe? – perguntei a
Joseph e Rosalie apareceu logo atrás no exato momento que
ele apontou.
- Vamos todos almoçar juntos? – Esme perguntou
sorridente – Já que meus filhos não ligam pra mim, minhas
noras e netos ligam.
- Esme acordou com tendências dramáticas hoje. –
Carlisle suspirou sentando a mesa, olhando as meninas que
dormiam inabaláveis ao meu lado. – Até me expulsou da
cozinha.
- Você estava me enchendo o saco. – rebateu friamente
– Não entendo por que quis se aposentar. Força na língua
você tem.
- Por que vocês não tiram uns dias fora? Dar um tempo
de festinhas e eventos sociais. Descansar e apenas serem
marido e mulher. – sugeri docemente e eles pararam de falar
na hora – Sabe... Se afastar da confusão de gravidez
complicada, morte de Victória, Alice e os tabloides, Edward
cabeça dura... Quanto tempo vocês não fazem uma viagem
sozinhos?
Esme ficou em silencio e o sorriso de Carlisle se abriu
levando a situação pelo seu lado masculino. Rosalie parou de
servir uma pequena porção de purê de batata para Joseph e
olhou para Esme, que mantinha a expressão distante. Então,
ela se emburrou.
- Não quero. – resmungou e Carlisle riu alto.
- Quer sim. – Carlisle deu um beijo estalado na bochecha
de Esme e ela riu envergonhada. – Eu sei que ela quer.
- Agora eu sei quem Edward puxou quando quer
convencer. – sorri para Esme ruborizada – Ele te fez lembrar
algo constrangedor ou intimo demais e então você aceita ou
ele não te deixa em paz.
- Exatamente isso. – Esme suspirou e todos nós
gargalhamos.
- Fazer o quê? É uma arte. – Carlisle sorriu orgulhoso e
as três mulheres presentes bufaram.
O almoço foi uma diversão. As meninas acordaram pouco
tempo depois e Carlisle e Esme ficaram horas brincando com
Joseph, Sophie e Elizabeth no quarto delas enquanto eu e
Rosalie trabalhávamos no projeto com Demetri. Eu estava
ansiosamente animada com as coisas dando certo. A
universidade local tinha nos apoiado, as escolas particulares
e Sarah conseguiu muitas mulheres dispostas a trabalharem
no local.
Mal via a hora de todos saberem o que estava
planejando. Eu estava sentindo tanto orgulho de mim mesma.
Só não podia ficar tão arrogante quanto Edward.
Quando estava quase anoitecendo e chegou à hora da
mamada, Rosalie foi embora com Joseph e carregando meus
sogros juntos. Sophie mamou primeiro e Elizabeth depois. Dei
banho nas duas com ajuda de Carmelita e elas ficaram bem
acordadas brincando comigo na cama até adormeceram por
volta de 20h da noite e nada de Edward chegar ou dar sinal
de vida.
Coloquei as duas no berço e liguei o monitor do bebê
enquanto ia tomar um banho. Essa vida de esposa e dona de
casa estava me consumindo pelas beiradas. Durante o banho
me reprimi por estar querendo voltar a trabalhar tendo duas
filhas ainda muito pequenas. Mania maldita de mulher de
querer pegar o mundo pelas mãos.
Sai do banheiro com o cabelo pingando de molhado e
com preguiça de secar. No closet, todas as portas dos
armários estavam fechadas e agora Carmelita sempre que
limpava os espelhos fechavam. Eu me sentia na casa dos
espelhos. Podia me ver em todos os ângulos. Aproveitei para
olhar bem minha barriga e sorri para ela. Neurótica era meu
novo sobrenome.
Abri o armário de Edward só por desencargo de
consciência e verificar se suas roupas estavam dobradas
como ontem a noite. Casamento deixam homens mal
acostumados. Filhos deixam homens estressados de sono.
Filhos deixam Edward desorganizado. E isso me deixa puta
da vida.
No fundo do seu armário encontrei uma pasta arquivo e
abri sem nem pensar duas vezes querendo saber o que era.
Às vezes ele trazia coisas para casa e podia ser algo
importante da empresa que ficou perdido. Não era comum,
mas ninguém sabe o que passa na mente de Edward.
Eu fiquei chocada com o conteúdo da pasta. Era seu
testamento. Que porra era essa? Só xingando para entender
por que diabos Edward tinha feito seu testamento? Por que?
De algum modo fiquei triste demais com aquilo. Qualquer
coisa que representava morte ou beirava a ela me
enlouquecia. Eu li e reli o documento e vi a data de expedição.
- Amor? – ouvi Edward entrar no quarto e logo entrar no
closet.
- O que é isso?
- Não sei. – sorriu se aproximando – Ah, meu testamento.
- E por que você tem um? – sussurrei confusa e Edward
estava ocupando scanneando meu corpo nu. Como se fosse
alguma novidade aqui. – Edward!
- Porque se eu morrer, você é casada comigo com total
comunhão de bens, mas eu tenho muitas coisas adquiridas
antes do casamento e quis me certificar que tudo seria seu e
das meninas caso algo venha acontecer comigo. – explicou
me fitando confuso.
Resolvi que não queria pensar nisso. Edward se
preparando caso algo acontecesse. Ele fala como se fosse
quebrar o dedo ou a perna. Era morrer e me deixar sozinha.
Eu não suportaria ficar sozinha novamente. Dei as costas e fui
de novo para o banheiro e comecei a pentear meu cabelo
perdida nos pensamentos. Eu queria que aquele medo fosse
embora. Queria não ter lido aquele documento e o assombro
daquela frase que a morte faz parte da vida ficasse martelando
na minha cabeça.
Eu não lidava bem com a morte. E Edward era minha
vida! Além de meu marido, era pai das minhas filhas e meu
melhor amigo. Eu não podia imaginar um mundo no qual ele
não exista. O mais absurdo de tudo que ele estava bem atrás
de mim, vivo, saudável e só de cueca. E com muita saúde
entre as pernas.
- Amor... É só um testamento. – Edward sussurrou me
prensando com força contra a bancada do banheiro e
chupando meu pescoço logo em seguida. – Não é para você
ficar assim.
- Eu sei que não. Foi só um choque. – respondi fitando-o
pelo espelho – Por que você demorou tanto hoje?
- Emmett e eu fomos assistir um jogo. – respondeu e
arqueei a sobrancelha em resposta – Sozinhos. – completou
rindo baixo. – Momento de meninos.
- Sei. – bufei virando-me de frente e sentando no balcão
do banheiro. – Como foi o seu dia?
- Muito chato sem você. – sussurrou galante, vindo me
beijar provocativamente. – Tudo é chato sem seu cheiro... Seu
corpo...
- Mas não foi chato o suficiente para você sair com
Emmett e não ligar? – provoquei. Eu tinha que jogar isso na
cara dele. Não porque me importava, mas que se fosse ao
contrário, o teto estava caindo sobre a minha cabeça.
- Oh... Bom... – Edward riu. Canalha – Estou aqui para
compensar agora.
Edward me pegou no colo com força e eu ofeguei
excitada, ainda rindo um pouco da sua brincadeira, mas foi
seus lábios tocarem os meus que o monitor do bebê anunciou
as princesas do reino de Edward tinham acabado de terminar
com a brincadeira do papai. Eu ri mais alto ainda com a
expressão frustrada que Edward olhou para seu pênis.
- Não se preocupe, você pode compensar mais tarde. –
provoquei e ele bufou me expulsando do banheiro. Vesti uma
camisola que vi pela frente e sai do quarto ainda rindo dele.
No quarto delas, eu sabia que era hora de mamar
novamente, principalmente porque meus seios estavam
inchados e doloridos. Sophie tinha parado o choramingo e
continuava querendo pegar as coisas ao seu redor. Elizabeth
estava vermelha. Essa puxou o lado Drama Queen dos Cullen.
Adorava fazer um drama!
Sentei na poltrona reclinável com Elizabeth cantarolando
baixo e ela logo se acalmou quando sentiu cheiro de leite. Sua
mãozinha já estava no meu seio puxando delicadamente.
- Com fome, princesa? – sussurrei colocando-a para
mamar – Papai chegou em casa, sabia? – sorri e ela continuou
mamando forte. Meu outro seio começou a vazar e eu sabia
que a diversão de Sophie estava chegando ao fim. Logo ela
pediria atenção.
- Cadê as princesas do papai? – Edward entrou falando
alto e Elizabeth largou meu seio para olhá-lo e sorrir. Tinha
como não derreter? Ele veio, deu um beijo nela, cheirou o
pescoço e depois abusadamente deu um beijo estalado no
meu seio, ganhando um tapa involuntário. – Desculpe, muito
perto, não dá para resistir.
- O que a mamãe faz com o papai? – perguntei a
Elizabeth e Edward riu pegando Sophie no colo. – Ele acordou
com um monte de palhacinho hoje. Só porque está fazendo
30 anos amanhã.
- Mentira. Papai continua apaixonado por cada milímetro
do corpo da mamãe, só isso. – sorriu torto e eu devolvi um
sorriso idiota e apaixonado de volta.
Mamãe sabia muito bem o que ia fazer com papai hoje a
noite quando vocês duas forem dormir.
- O que você está fazendo na biblioteca que eu fui
proibida de entrar lá? – perguntei depois de algum tempo em
silencio, apenas observando os movimentos das meninas,
que agora depois de alimentadas, estavam deitadas entre nós
dois. Sophie mamou de sugar minha alma junto.
- Surpresa. – deu os ombros – Nós realmente
desacostumamos com a leitura e quis modificar umas coisas.
- Eu odeio surpresas.
- Eu sei. – sorriu dando um beijo na minha bochecha. –
Elas ficam cada dia mais parecidas com você. E o olho de
Elizabeth está escurecendo, reparou?
- E de Sophie clareando. Como pode isso? Elas ficam
iguais cada dia que passa.
- Cada dia mais lindas. – Edward sussurrou cheirando as
duas – Eu me sinto apaixonado cada segundo que se passa.
- Eu também. – suspirei – Foi a melhor decisão que tomei
na vida.
- Quer me dar outro? – provocou e eu gargalhei alto,
fazendo as meninas sorrirem pra mim.
- Não. Na verdade, eu quero jantar, fazer as meninas
dormirem e quem sabe a gente possa praticar depois. Eu
disse praticar. – alertei rindo e ele estava me dando aquele
sorriso sexy dele – E sem furar a camisinha, palhaço. –
belisquei seu braço.
- O que tem para comer?
- Não sei. Você vai fazer. – dei os ombros e ele estacou
no lugar. – Brincadeirinha.
- Sério, eu só comi amendoins e bebi duas canecas de
cerveja hoje. – respondeu levantando com Elizabeth no colo.
- Ah, Edward Anthony Masen Cullen não se alimentando
direito. – estalei franzindo os olhos para ele – É bom estar na
correria e não se lembrar de comer, não é?
- Argh Isabella, quer comparar? – rebateu enfezado.
- Uhhhhh – soprei – Ficou enfezadinho. – provoquei rindo
com Sophie, que nada hora fez um barulhinho engraçado,
repetido depois por Elizabeth.
- Vocês duas também? – Edward riu sacudindo um
pouquinho Elizabeth que prendeu as duas mãozinhas
pequenas nos cabelos dele com força – Que isso menina.
Quanta força nesses dedos.
- E você não usa brincos. – resmunguei colocando Sophie
no bebê conforto e Edward seguiu meu exemplo com
Elizabeth. – Chá gelado? Salada crua ou cozida?
- Chá e salada crua. – respondeu-me cobrindo as pernas
das meninas – E isso é cheiro de arroz branco?
- Sim, com brócolis. Tem carne assada recheada com
alho dourado e paio. – respondi e podia ouvir o estomago dele
roncando – Isso tudo é fome, amor?
- Fome de leão. Preciso comer. Crescer... Ficar fortinho.
– provocou sorrindo torto pra mim, passando a mão pelo peito.
- Você parece que está abstinência sexual. Já reparou
que todas as suas ultimas dez frases se referiram a sexo? –
perguntei abismada.
- Exagero. – piscou rindo e me deslumbrando com o olhar
intenso que lançou no meu corpo. – Eu apenas estou
conversando com a minha esposa enquanto preparamos um
jantar familiar. Eu não disse nada sobe meu desejo de jogar
você contra parede, sobre a mesa, o balcão e sofá da sala e
fodê-la sem limites. Ou pelo menos até você ficar sem forças.
Eu fiquei parada ainda com a travessa de arroz na mão e
com a boca aberta. Eu nunca ia me acostumar com o modo
natural que Edward empregava as coisas na conversa e como
eu ficava de pernas bambas só com isso. Ele riu, veio tirar a
travessa de mim e me deu um beijo rápido nos lábios.
- Tem crianças no recinto. – sussurrei rindo e olhando
para crianças. Ainda bem que elas não entendiam – Além do
mais, parece que está de jejum a dias e se me lembro bem,
você me atacou no chuveiro esta manhã antes de sair.
- Foi realmente intencional, eu fui pentear o cabelo e você
estava nua ali. – respondeu dando-me seu melhor sorriso
inocente. – Afinal, se eu ver você nua e não fazer...
- Vou começar a ficar preocupada, ok, tenho isso em
mente. Em falar nisso, você pode chamar Evans novamente?
Quero voltar a malhar...
- Evans está fora, ele quebrou a perna. Tem o
companheiro dele...
- Ah, ele é gay? Por isso que você o contratou, né?
Eu realmente tinha estranhado Edward contratar um
homem para ser meu personal quando ele não queria que
fosse a academia por dizer “homens demais podendo te
olhar”. E então, era claro que Evans poderia dar em cima de
Edward e não de mim. Obviamente, ele era profissional
demais e eu não tinha nada contra ele. Graças aos seus gritos
e insistência, meu marido ficou muito contente com minhas
pernas.
- Olha isso. Sophie quer pegar a girafinha. – Edward riu
parando de comer para observar o esforço dela com os braços
trêmulos querendo pegar a girafa.
- Ela está o dia inteiro tentando fazer isso. É determinada.
– sorri e para minha infelicidade, Edward soltou a girafa e deu
a ela. Ele não entendeu que a graça era permanecer
pendurado – Por que você fez isso?
- Ela queria.
- E ela vai desenvolver para um dia tirar sozinha, Edward.
Não se faz o que ela quer. É preciso estimular. Não mime as
crianças.
- Ela tem dois meses, amor. Não sabe o que é ser
mimada. – sorriu ignorando meus protestos.
- Foi assim que você começou com Alice. – resmunguei
fazendo bico – Ela é assim por sua causa.
- Alice é mimada porque meus pais não tem nenhum
limite com ela. – rebateu rindo da minha irritação – Além do
mais, Alice seria assim por natureza. Ela tem bom coração.
- Eu sei que tem, só que nessa fase que elas estão
compreendendo algumas partes do corpo, por isso o desejo
de pegar.
- Ok. Desculpa. Vou tentar me controlar em não fazer as
vontades delas... – sorriu torto pra mim e inclinou-se para me
beijar. – Eu prometo não mimá-las.
- Por que eu não acredito nisso? – sussurrei contra seus
lábios jogando meus braços pelo seu pescoço. – Eu não vou
deixar, amor. Fique tranquilo.
- Você vai rebolar em mim mais tarde? – perguntou e eu
engasguei surpresa. – Cara, depois desse tempo todo você
ainda fica vermelha quando falo de sexo com você. – Edward
gargalhou alto. – Tão linda.
- Estúpido. Tirou o dia hoje, não é?
- Eu acho fofo. Apesar de estranho. Nós somos casados,
amor. Recém-casados, mas somos. E já moramos juntos tem
quase três anos.
- Dizem que a fase dos recém-casados só passa depois
dos cinco anos, não é? – perguntei retoricamente e ele
assentiu lambendo meus lábios para me irritar – E olha como
fui boazinha em te dar filhos antes e é assim que você me
trata!
- Te darei tratamento vip mais tarde. Pode deixar. –
piscou me beijando novamente e voltamos a comer rindo de
um monte de besteira. Edward estava impossível com
piadinhas e quando fizemos as crianças dormirem, após
algumas brincadeiras, troca de fraldas e babações, ele me
jogou sobre o ombro e aproveitei para dar um tapa na sua
bunda. Ele me jogou na cama, com força. Noite produtiva.
Que Deus faça nosso casamento nunca cair na rotina.
.~.
Aos quatros meses das meninas eu estava completando
vinte e cinco anos. Era isso mesmo? Três anos se passaram!
Edward se mexeu do meu lado querendo levantar para
trabalhar, mas eu joguei minhas pernas em cima dele e o
braço no torso, impedindo qualquer movimento que me fizesse
ficar sem o seu calor.
- Fica comigo hoje, por favor. – resmunguei enterrando o
rosto no seu pescoço. Sempre cheiroso – Eu quero tanto ser
mimada por você.
- Hum... – murmurou sonolento, me apertando em seus
braços – Quer fazer o que hoje?
- Sair com você e as meninas. Eu preciso muito te levar a
um lugar. – respondi bocejando – Nossa família também vai.
Podemos almoçar na rua depois.
- Ninguém vai trabalhar hoje? Só por que é seu
aniversário? – perguntou-me confuso e bocejando ao mesmo
tempo. Acabei não resistindo e pulei em cima dele. Suas mãos
automaticamente começaram a me acariciar por dentro da
camisola.
- Meu primeiro aniversário com vocês foi declarado
feriado, lembra? Estou fazendo de novo. – sorri beijando sua
bochecha. – Agora deixa de preguiça porque eu preciso da
sua ajuda com as meninas.
- Logo agora que eu pensei que iria namorar minha
mulher com vinte cinco anos de idade...
- Hum... – ronronei no seu ouvido, me esfregando nele e
mordendo o lóbulo da sua orelha – Sexo matinal de
aniversário? – sussurrei trilhando um caminho de beijos até
sua boca. Edward penetrou os dedos pelo meu cabelo,
segurando uma boa quantidade de cabelo e controlando o
beijo, que da minha parte começou lento, mas ele fez questão
de aprofundar.
Ofegante, ele puxou minha camisola sobre a cabeça e eu
ergui meu corpo parcialmente para sua cueca desaparecer do
caminho. Voltei a beijá-lo com força, rebolando contra sua
ereção latente. Melhor maneira de me desejar bom dia. Puxei
a camisinha do criado mudo e tomei cuidado ao abrir a
embalagem ou as consequências...
Ele sabia o quanto amava ficar por cima e conduzir os
movimentos. Provocando, fiquei brincando com a cabeça do
seu pênis na minha entrada e clitóris, fazendo o aperto de
Edward se intensificar na minha cintura. Seus lábios estavam
perdidos nos meus seios e não aguentei nem mesmo a minha
provocação.
Paraíso. Comecei movimentos lentos, mas tinha alguém
impaciente embaixo de mim.
- Não... Eu quero no meu ritmo.
- Você quer me matar. – sussurrou com a voz controlada.
– Porra.
Edward perdeu a paciência comigo me jogando contra a
cama e penetrando com vontade. Eu que estava rindo, calei-
me rapidinho não conseguindo conter a onda de prazer que
vinha crescendo e logo nós dois explodimos juntos com um
excelente orgasmo para começar o dia.
- Agora sim, bom dia e feliz aniversário, amor. – Edward
riu vindo me beijar delicadamente – Eu te amo, velhinha.
- Trinta anos, olha quem fala. – bufei, mas acabei rindo. –
Eu tive duas filhas de uma vez só e continuo no auge da
gostosura, ok? Posso passar em qualquer lugar que sempre
vai ter um olhando.
- Esse um não tem amor à vida. Só isso.
- Nós vamos nos atrasar. Se vista para um evento social,
ok?
- Nós vamos aonde? – empurrei-o de cima de mim
levantando da cama. Eu o ignorei quando tirou a camisinha e
jogou no lixo próximo.
- É surpresa. – soprei rindo.
- É apresentação do projeto no qual você e Rosalie
dissuadiram minha mãe a remover quatro milhões da
empresa? – perguntou ainda na cama, nu e agora puxando o
travesseiro pra si.
- Exatamente. – sorri vitoriosa.
- Eu posso abrir uma sindicância contra vocês. – acusou
emburrado. Ele estava morrendo de curiosidade.
- Não quando o dono da empresa autorizou. Você é o
presidente, mas seu pai ainda é o like a boss. – provoquei
aumentando o volume do monitor do bebê e indo tomar banho.
– Edward, vem tomar banho comigo para adiantar o tempo.
- Como vocês conseguiram fazer que ele autorizasse sem
saber o que era? – riu levantando da cama e vindo todo
glorioso e nu para dentro do banheiro – Já quer um segundo
round, baby?
- Não sei. Pergunte a sua mãe. – pisquei e ele gemeu
nervoso.
- Vamos mudar de assunto?
- Tem problemas em imaginar sua mãe convencendo o
seu pai a base de sexo? – provoquei e ele encostou a cabeça
na parede do banheiro. – Ok. Parei.
- Agora você precisa tirar essas imagens da minha
cabeça. – sorriu torto.
- Sinto muito. Daqui a 10 minutos suas filhas vão acordar.
– apertei sua bochecha levemente.
- 10 minutos dá para fazer muita coisa.
- Sim, claro. Lavar meu cabelo é uma delas. – puxei meu
shampoo empurrando-o levemente e ele bufou murmurando
algo como ‘estraga prazer’.
Edward me ajudou em arrumar as meninas com vestidos
lilás e detalhes brancos. As duas estavam sonolentas. Sophie
não gostava de ser acordada e Elizabeth ficava irritada. Ela
não saia do meu colo até o sono ir embora e nem trocar de
roupa era possível sem muito choro das duas.
- Elas estão magoadas com você. – Edward sussurrou
segurando-as ao mesmo tempo e me observando trocar de
roupa. – Esse batom é bonito. – sorriu torto referindo-se ao
meu batom vermelho cereja.
- Daqui a pouco elas ficam com fome e esquecem que eu
as acordei. – sorri mandando beijinho para as duas. Era
possível duas crianças ficando magoadas tão novas? Pelo
menos emburradas, elas estavam.
- Você vai usar esse decote todo? – perguntou-me rindo
beijando meus seios.
- Quem vai vir com a mamãe? – perguntei e só Elizabeth
sorriu pra mim, esticando os braços. Sophie ainda estava com
os olhos mais fechados que abertos. – Edward, as duas vão
chegar lá dormindo. Será que vão ficar irritadas com a
quantidade de fotógrafo?
- Vai ter muitos fotógrafos? – sorriu torto.
Merda!
- Sempre tem, amor. – dei os ombros puxando minha
bolsa e de Elizabeth e Edward com Sophie dormindo no colo,
conseguiu pegar a bolsa dela. – Os Cullen sempre chamam
atenção.
- Claro... Claro.
Como combinado, Carlisle e Esme já nos esperava no
carro, sentado de frente pra nós. Alice iria ao carro de trás com
Emmett e Rosalie. Elizabeth dormiu tão pesado quanto
Sophie. As duas estavam arrumadinhas... Ainda. Logo teria
tiaras na mão e vestidos amassados. Cada vez que
estávamos pertos, eu simplesmente me contorcia no lugar.
Edward me olhou algumas vezes, mas ele simplesmente não
sabia como me acalmar.
Esme e Carlisle estavam ansiosos. Todos estavam. Foi
muito complicado manter segredo e particularmente, isso era
uma superação pra mim. Uma superação e também uma
maneira de ajudar mulheres que passaram por situações
parecidas com as minhas. Alice agora sabia de tudo e foi peça
fundamental na decoração do lugar. E ela agora era peça
fundamental do projeto.
Edward ficou surpreso quando encontrou tapete
vermelho, fotógrafos, seguranças e um monte de gente
entrando no prédio, que antes, era abandonado em um bairro
de classe média baixa da cidade. Sarah Calahan já estava a
postos para entrar. Nós seriamos os próximos. E também
seria a primeira aparição pública oficial das minhas filhas.
Fotógrafos já tinham escalado até o consultório médico
delas para pegar um vislumbre, mas nada que Demetri não
tenha apagado a foto. Alias, ele tinha o recorde de quebrar a
apagar câmeras alheias.
- Todos prontos? – Demetri perguntou abaixando o vidro
da frente.
- Sim. – respondi com firmeza. Embora minha voz tenha
falhado um pouco.
Era isso. Estava se tornando real. Edward pegou minha
mão e ficou tentando me acalmar. As meninas permaneceram
dormindo e iam fazer um escândalo de primeira quando
acordassem com os gritos da multidão. Sophie foi a primeira
a ser acordada e choramingou até quando não pode mais,
dando seu olhar ressentido a Edward. Elizabeth só ficou quieta
com a chupeta na boca e assim nós saímos. Com duas
emburradinhas olhando assustadas para a multidão que
gritava e uma chuva de flashes caiam sobre nós.
Emmett, Rosalie, Joseph e Alice chegaram pouco depois
e nós fizemos à foto oficial ali mesmo no tapete vermelho.
Nossa família um pouquinho maior.
O olhar de Edward estava perdido ao seu redor e nós
tampamos o nome da placa. Ela só seria liberta depois da
cerimônia. Ele olhou foto por foto no hall de entrada e parou
quando viu a de Victória bem grande, em preto e branco, no
meio de tudo. Foi um dia que ela sorriu verdadeiramente ao
telefone e Emmett registrou sua posição de lado, com a luz
entrando ao fundo e os cabelos esvoaçantes. Era linda demais
e dizia muito sobre ela.
- Podemos começar, Bella? – Sarah veio docemente ao
meu lado e parte da equipe já estava conduzindo os
convidados ao exterior do prédio, onde um auditório foi
montado. – Você está pronta?
- Claro. Estou pronta.
- O que vai acontecer agora? – Edward perguntou curioso
e Sophie estava dividida em prestar atenção na voz do pai ou
continuar tentando tirar a gravata dele. Até que desistiu e
resolveu abocanhar o nó da gravata – Não filha... – Edward
puxou-a docemente e colocou a chupeta. – Bella?
- Ah... A apresentação oficial do projeto a vocês. –
respondi tentando reprimir o olhar marejado que me tomava –
Espero que você goste e aprove. Foi feito com muito carinho
e basicamente representa nós dois.
- Claro amor. Confie, você vai arrebentar. – beijou a
pontinha do meu nariz e também pegou Elizabeth de mim,
indo sentar ao lado de Esme.
Alice, Rosalie e Sarah já estavam me esperando atrás do
palco e eu seria a primeira a discursar. Meu interior palpitava
de nervoso e isso não era como apresentar um trabalho no
colegial. Era uma multidão enorme querendo minha atenção.
Subi ao palco e aplausos foram dados. Edward sorriu
calorosamente pra mim e segui o conselho de Carlisle em
olhar para o horizonte e não somente para a multidão.
- Bom dia a todos. – limpei a garganta nervosa – Todas
as pessoas mais experientes me aconselharam a escrever o
que pretendia falar. Na verdade, até o momento que eu estava
vestindo minhas filhas essa manhã eu não sabia exatamente
o que dizer. – sorri nervosamente para Rosalie. – Os últimos
três anos da minha vida foram completamente loucos. De
garota da estação a namorada do bilionário eu fui a um piscar
de olhos e ao contrário do que muitos pensam, não foi nada
como um conto de fadas. Eu conheci pessoas incríveis e
outras que nunca quis conhecer e vivi momentos ruins e perdi
pessoas amadas. E o que me manteve forte esse tempo todo
foi meu marido, Edward. E é isso que eu quero dar a muitas
mulheres que hoje estão sozinhas. Apoio. – suspirei e liguei
fiz sinal para ligarem o telão atrás de mim e algumas fotos
começaram a se passadas. Eles iam entender quando o vídeo
fosse passado – Assim como eu, existem muitas meninas
órfãs tentando a sorte na vida de Nova Iorque e muitas delas
não conseguem terminar o colegial ou conseguir um bom
emprego. É praticamente impossível viver sozinha... É mais
uma questão de sobreviver, do que viver. E é por isso que nós
estamos aqui. Um time repleto de psicólogas, analistas,
assistentes sociais, professoras de variadas matérias e com o
apoio de escolas particulares da cidade e NYU, nós estamos
começando o programa de Educação Para Mulheres
Acompanhadas.
Muitas pessoas aplaudiram e assobiaram. Fotos foram
tiradas e eu vi o reitor da universidade acenando pra mim com
aprovação. Só que tinha ainda muita coisa a se fazer.
- Em contra partida, teremos mais uma área importante.
Todos os dias alguma mulher no mundo sofre um agressão de
seus companheiros. Todos os dias a policia recebe uma
chamada anônima relacionada a alguma agressão feminina.
Violência não é só física. Existem de variadas formas e todas
elas machucam mais do que possamos imaginar. Em alguns
casos, até a morte. E foi justamente querendo dar apoio,
abrigo e suporte a essas mulheres, que a Fundação Victória
Douglas Smith foi criada. Para que as mulheres do mundo
saibam que sempre existirá uma segunda chance, um novo
caminho e uma oportunidade de se livrar daquilo que nos
retém.
Dei uma vacilada e olhei para expressão chocada de
Edward, embora, seu olhar tinha um brilho diferente. Era
orgulho. Eu sabia disso.
- A fundação não tem fins lucrativos e como presidente de
operações, abro para vocês amigos que possam fazer suas
doações na conta bancaria que está assinalada no planfeto de
vocês. Aos demais que estão interessados em fazer parte do
time de patrocinadores, sintam-se livres para juntar a
Companhia Cullen e Ltda.
Agora ia chegar a parte crítica que eu estava um tanto
nervosa.
- Victória Douglas Smith foi uma grande amiga minha e
como todos sabem, nós duas sofremos um atentado
provocado pelo seu ex-marido, James Hathaway. Apesar de
ter sido uma situação horrível pra mim que provocou grandes
marcas na minha vida, ela foi a maior prejudicada. Victória
morreu por amor. Amar é muito bom. Eu sei disso. Todos os
dias quando acordo e olho para meu esposo adormecido ao
meu lado, sei que o amor é tudo na minha vida. Só que ele
precisa ser bom. Dar frutos e nos erguer quando necessário.
E o projeto Mulheres que Amam Demais está aguardando
todos vocês, casados ou não, para conversas em grupo,
terapias ocupacionais e aulas de dança. Quando sentirem que
precisam de um colo amigo, não hesitem em nos procurar.
Obrigada pela atenção de todos e pela disponibilidade de
virem até aqui.
Eu só acreditei que tinha conseguido quando Rosalie me
abraçou extremamente apertado no fim do palco. Ela estava
emocionada e sorridente. Alice sendo Alice quicava no lugar
de excitação. Ela seria a coordenadora e estaria basicamente
de frente na fundação. Eu sendo esposa do presidente e tendo
uma cadeira executiva na empresa, não poderia estar aqui
todos os dias. E ela precisava de algo para ocupar a mente.
- Você foi maravilhosa! – Edward me abraçou por trás e
sussurrou no meu ouvido – Eu estou completamente
orgulhoso de você, meu amor. Na verdade, sem palavras.
- Edward? – perguntei confusa achando que ia ganhar um
beijo e ele se afastou levemente de mim – Não ganho um
beijo?
- Do jeito que eu quero te beijar não vai ser muito educado
aqui. – provocou vindo me abraçar delicadamente e me beijar
com carinho – Confesso que fiquei extremamente curioso
durante os meses que você ficou trabalhando no projeto, mas
amor... Isso é incrível. Eu estou tão orgulhoso de você.
- Obrigada. Eu te amo.
- Você é a mulher mais extraordinária do mundo. –
sussurrou me abraçando novamente – Eu te amo.
- Desculpe, mas tem duas coisinhas emburradas aqui. –
Carlisle se aproximou com Esme e as meninas estavam
choramingando. – Elas não param com essa canção de
choramingo.
Sophie foi a primeira a se jogar no meu colo e pelo jeito
que ela estava me cheirando, só significava uma coisa. Fome.
Elizabeth puxava meu cabelo do colo de Edward. Ótimo, as
duas com fome ao mesmo tempo e eu sempre cuidava de uma
só.
- Nós podemos ir almoçar agora? Mandei preparar um
grande almoço lá em casa e convidei algumas pessoas. –
Esme bateu palminhas animada. Claro que ela deve ter
convidado metade das pessoas presentes e o pequeno
almoço seria para 70 pessoas. No mínimo.
- Eu prefiro ir. Elas estão com fome e não tenho como
alimentá-las aqui. Muito barulho para chamar atenção.
Meia hora depois eu ainda estava no local, dando
entrevistas e posando para fotos. Edward estava fazendo seu
melhor para controlar as meninas, mas ficou impossível.
Berreiro foi fichinha diante do que elas fizeram no colo de Alice
e Emmett quando nós dois tivemos que dar uma entrevista. A
cara de magoa e dor quando elas nos viram foi de desmanchar
corações. Sophie estava inconsolável e tive que sair do local.
Elizabeth estava mais calma, principalmente que Edward
estava cantando baixinho em seu ouvido.
Demetri conseguiu que saíssemos de lá logo depois e eu
percebi que estava com fome e só com vitaminas no
estomago. Elizabeth mamou o caminho inteiro. Ela sugava
com tanta força que chegou doer. Parecia que eu tinha
deixando-a morrendo de fome mais de duas horas. Meu
coração doeu um pouquinho. Coisa de ser mãe e querer
proteger seu filho de tudo.
- Perdoa a mamãe amor. Nunca mais isso vai acontecer,
ok? Não vou mais te deixar com Tio Emmett para fazer
entrevista. – beijei sua bochecha e a abracei de leve.
Sophie estava dormindo de novo e talvez até que ela
saciasse seu nome interrompido, ela iria continuar assim.
Edward segurava as duas bolsas e ela no colo enquanto
Elizabeth gritava para Rosalie assim que a viu sair do carro.
Joseph estava quase pulando do colo do pai e teria um bolo
mais tarde, afinal hoje ele também fazia aniversário. E estava
quase andando. Ele também sabia falar algumas palavras,
saia meio engraçado, mas falava.
Ele estava lindo. Crescidinho e parecido com pai. Emmett
tentava detê-lo, mas era pior que Edward com crianças. A
idade se igualava. O jardim da minha sogra estava lotado de
gente e os garçons trabalhavam a todo vapor. Fiquei surpresa
a ver dois bolos a mesa, com velas e outras palhaçadas de
aniversário. Ninguém segura Esme quando ela quer algo.
Até comemorar seu aniversário sozinha ela é capaz de
comemorar. Com as crianças adormecidas no carrinho,
finalmente pude comer e conversar um pouco. Estava tendo
muitas respostas positivas dos convidados e isso me deixou
extremamente feliz.
- Peço atenção de todos! – Edward bateu delicadamente
na sua taça – Gostaria de apenas alguns minutos da sua
atenção. – sorriu deslumbrando todas as mulheres ali. Revirei
meus olhos e comecei a rir. Ele sabia o que fazia. – Hoje foi
um dia especial para todos, mas não posso deixar de alegar
que é exclusivo pra mim. Nesse dia nasceu a mulher mais
extraordinária do mundo e tive a sorte de tê-la como minha
esposa. Muitos de vocês têm várias especulações sobre
nosso relacionamento, mas o único, a saber, o que realmente
passei na mão dela, fui eu. – brincou e nossa família gargalhou
alto – Bella é uma mulher de personalidade forte e logo nas
primeiras semanas de namoro vivia batendo de frente comigo
alegando que precisava construir algo para si. Ela é esforçada.
Retornou os estudos, se formou com honras na faculdade e
hoje concluiu a primeira etapa de algo criado exclusivamente
por ela. E eu, como mero expectador só tenho a dizer o quanto
estou orgulhoso de você, meu amor. – virou-se pra mim com
um sorriso de rasgar calcinhas – Você é tudo e mais um pouco
de tudo que quis na vida. Obrigada por fazer minha vida
melhor. Eu te amo e feliz vinte e cinco anos.
Antes de ouvir o coro de suspiros e aplausos, eu pulei no
colo de Edward e o beijei com todo meu amor que tinha,
obviamente, não evitando o choro. Eu estava no meu lugar
preferido no mundo. Onde eu realmente pertencia. Nada
poderia mudar isso. Eu tinha certeza.
FIM

Capítulo 32

Epílogo

Pés gordinhos batiam fortemente contra o assoalho do


corredor e eu podia ouvir a respiração pesada atrás de
Elizabeth. Ela veemente corria do pai, não querendo de modo
algum, tomar banho. Eu tinha Sophie entre minhas pernas, só
de fralda, cabelos despenteados e uma blusinha de ficar em
casa. Apesar de estar frio lá fora e ter um enxoval da Gucci e
Louise Vuitton, as duas preferiam ficar com menos roupa
possível.
Mesmo tendo apenas um ano e nove meses, as duas só
aprimoravam a personalidade extremamente forte, e eu agora
grávida de quatro meses de um menino, tive Edward me
garantindo que conseguiria arrumar as meninas sozinho para
ceia de natal, na casa de seus pais. Elizabeth ainda estava
brincando de pique-esconde-corre-do-banho com papai e
Sophie continuava fazendo minhas pernas de escorrego.
- Precisa de ajuda? – perguntei com uma risadinha e ele
me olhou sério. Elizabeth estava pelada, sorrindo para o pai
de forma travessa.
- Continue quieta aí. – respondeu-me levemente – Eu
posso fazer isso. Você estava com dores nas costas.
Claro que a minha gravidez não era de risco e eu poderia
até me arriscar a fazer parto natural, mas eu não considerava
a hipótese de sentir dor. Não mesmo. Além do mais, não era
porque nessa gravidez eu estava bem, significava que estava
livre das vitaminas e remédio para pressão. Só que cuidar das
minhas filhas era rotina. Apesar de ter voltado a trabalhar e
elas ficarem com Esme e uma ajudante, porque Joseph
também ficava por lá, não significava que estava invalida.
Mas, explique isso para Edward?
Eu não podia resmungar, que ele vinha correndo. Eu
pensei que isso fosse passar. Estar avançando na casa dos
trinta estava fazendo-o me enlouquecer. Então, eu sentei e
esperei ele se render e pedir ajuda. Elizabeth não iria para o
banho por livre vontade. Sophie não iria parar de brincar. A
alternativa dele seria pegar a força, mas as duas iam fazer um
barraco honrando o sobrenome dos Cullen, ele ia amolecer e
fazer o que elas queriam.
Eu já tinha visto esse filme.
- Vem com o papai, Elizabeth. – Edward disse firme e ela
parou de correr, lançando um olhar doce e inocente. – Agora,
Elizabeth Swan Cullen.
A baixinha chegou a se assustar e projetou os lábios para
fora como quem vai chorar. Edward não tinha gritado, muito
menos tocado nela. Apenas mandou. Coisa que nunca fazia.
Sophie, congelada no lugar, começou a rir, o que fez a irmã
chorar e a novela começou. Quando recebi a carranca de
Edward, percebi que estava rindo também.
- Ok. Sophie e Elizabeth vão com o papai. – pedi
docemente e as duas negaram. Elas faziam isso comigo e eu
me irritava com o gênio absurdo de duas crianças. – Sophie e
Elizabeth, banho agora.
As duas ficaram do lado uma da outra, me fitando sem se
mover. Uma pelada, exibindo as perninhas gordinhas e outra
só de camiseta e fralda. As duas eram idênticas nos olhos
castanhos puxados para o verde e cabelos com cachos
abertos, na tonalidade ruiva do pai. Edward inclinou-se de lado
e as duas foram andando devagar.
- Banho. – ele reforçou com elas, seguindo em passos
lentos. – Você vem me ajudar?
- Pensei que nunca fosse pedir, bonitão. – sorri de volta e
as duas estavam emboladas, puxando a mesma boneca. –
Gatinhas, vem aqui.
Elizabeth veio correndo e em um salto, coloquei-a dentro
da banheira e Edward começou a tirar a roupa de Sophie, que
ficou ocupada puxando o cabelo dele.
- Mamãe, dá? – Elizabeth apontou o dedo gordinho para
o pato de borracha. – Fofie! – chamou pela irmã. Eu tentava
fazê-la falar certo, mas não adiantava.
- Lilabete! – Sophie gritou batendo palminhas, querendo
sair do colo de Edward a todo custo.
Não adiantava. Um dia, elas iam falar certo.
Foi colocar as duas, que a guerra de água começou. Eu
ia matar Alice por ensinar essas besteiras as minhas filhas.
Tudo bem que Tia Alice era sinônimo de diversão, mas não
existia possibilidade de sair seca de um banho com elas.
Quando eu digo molhada, é beirando o ensopada. O banho foi
tão divertido que elas não queriam sair dele. Foi uma
reclamação atrás da outra.
- Papai, não! – Elizabeth puxou o pé não querendo
colocar a meia. – Meia, não papai!
- Meia sim. Está frio lá fora. – Edward retrucou puxando
os sapatos.
Sophie estranhamente me deixou vesti-la e quando
coloquei-a no chão, finalmente pronta, com cabelos
penteados e tudo, ganhei um beijo na barriga.
- Oi bebê. – Sophie riu acenando, como se ele pudesse
ver. – Mamãe, amor.
- Isso, bebê da mamãe é o nosso novo amor. – concordei
e ela riu.
Observei Edward lidar com a personalidade explosiva de
Elizabeth sozinho. Quando finalmente conseguiu, ela esticou
os braços para abraçá-lo e deu-lhe um beijo na bochecha,
fazendo com que toda impaciência se dissipasse e um enorme
sorriso se abrisse.
- Vamos nos arrumar? – perguntei saindo do quarto. Eu
sabia que seria seguida pelos três.
Edward foi tomar banho primeiro enquanto separava sua
roupa e colocava no cabide, em uma das portas do closet. Fui
escolher a minha e aproveitei para admirar meu pequeno ovo,
bem diferente de quando estava grávida de duas. Não sabem
o alivio que senti quando Dr. Grace afirmou ser um só. Eu não
esperava estar grávida. Edward me engravidou de novo.
Era mais fácil “culpá-lo”. Eu tinha esquecido de tomar o
remédio, que havia mudado para uso oral. Maior besteira da
minha vida. Edward quem lembrava, mas depois de um
tempo, ele passou a “fingir” que esqueceu. Ele nunca esquece
algo. Quer dizer, quando minha boca estava em alguns
lugares do seu corpo, eu particularmente me gabava por fazê-
lo esquecer de seu próprio nome.
As meninas estavam comigo dentro do closet, abrindo e
fechando gavetas, por vezes mexendo nas minhas roupas
intimas e ainda por cima, brincando de vesti-las. Eu tinha que
rir. Era malditamente fofo e engraçado, porque além de fazer
isso, conversavam entre si, falando algumas coisas
incompreensíveis, outras não, mas elas se entendiam. E
fingiam que eu não estava ali.
- Vamos lá, ajudem à mamãe... – chamei atenção das
duas. – Vermelho ou bege? – coloquei os dois vestidos a
minha frente. Elas olharam pra mim por quantidade de tempo
infinita, sem me responder. Eu desisti e bufei.
- Mermelho! – Sophie gritou batendo palminhas e
Elizabeth também começou a se sacudir, como se fosse pular.
- Então, será o vermelho. – sorri puxando o vestido
novamente. – Venham meninas.
Edward saiu do banheiro enrolado em um roupão e
fechou a porta do closet para se vestir. Meu lado mãe tarada
hormônios em fúria quis pular lá dentro, mas eu tinha duas
verdadeiras pestes como filhas, que não podiam em hipótese
alguma, ficarem sozinhas. Apesar de todas as tomadas da
casa serem tampadas e não existir nada “perigoso” ao alcance
das mãozinhas gordinhas, elas conseguiam fazer algo inédito.
Pouco tempo depois, nós descemos para rua
encontrando Rosalie e sua barriga de sete meses, com
Emmett e Joseph rodeando suas pernas. Ele sorriu
lindamente pra mim que segurava Elizabeth e Edward
carregava Sophie nas suas costas. Nós descemos a rua com
alguns seguranças perto de nós e uma conversa leve, no
espírito natalino e o cenário branco, com luzes coloridas que
nos rodeava.
Emmett tirou os poucos minutos para me encher à
paciência.
Joseph se animou com o boneco de neve e nós paramos
brevemente para tirar fotos, mas quando Demetri atravessou
a rua e pegou um paparazzi, decidimos que era hora de entrar
e saborear nossa ceia de natal familiar. Diferente de muitos
anos, Alice não estava quicando na porta ou tagarelando sem
limites. Ela não era mais uma adolescente e sim uma mulher
forte e bonita. Sentada ao lado do pai, com uma taça de vinho,
sorria ternamente e eu pensei: Minha garotinha é Diretora da
Fundação e agora tem uma cadeira executiva na empresa.
Eu estava com muito orgulho dela.
- Mamãe dê! – Elizabeth sacudiu as perninhas apontando
para o visco. Edward do meu lado sorriu e se inclinou para me
beijar. Era a tradição, afinal de contas. – Mamãe!
- Calma criança. – resmunguei colocando-a no chão e ela
saiu correndo para o colo do avô. Sophie viu e quis fazer o
mesmo. – Amor, estou com fome. – comentei e Edward riu,
me puxando até a mesa, cheia de coisas gostosas.
- Você quer algo em especial?
- Tudo que for gostoso. – respondi rindo e Esme soltou
uma risadinha do meu lado.
- Grávidas e suas fomes. – Esme brincou docemente,
afagando minha barriga. – Eu vou buscar os cookies. Tive que
esconder. Carlisle quase comeu tudo. – comentou – Como
sempre.
- Eu faço especialmente pra ele, sogra. Não tem
problema. – respondi e a sala ficou em silencio. Carlisle era o
único a sorrir – Que foi?
- Então, você faz cookies especialmente a Tio Carlisle? –
Charlotte apareceu no vão da escada e Ethan desceu
correndo, me abraçando pelas pernas. – Você disse que fazia
especialmente pra mim, no natal passado. – provocou vindo
me abraçar.
- Eu nunca disse isso. Carlisle sempre foi o único a
declarar amor eterno aos meus biscoitos. – respondi rindo e
Emmett bufou, ainda magoado. – Além do mais, ele é o avô
preferido das minhas filhas. Preciso mimá-lo.
- Bom, só porque Bella está querendo mimar alguém é
que vamos ficar chateados? – Peter provocou e eu dei língua
a todos eles.
Natal sempre seria uma data mágica para nós. Não
importava o que fosse acontecer. Seria algo extremamente
especial. Minhas filhas rodando ao redor da árvore, querendo
puxar os efeitos e já descabeladas, sem presilhas e vestidos
amarrotados. Ethan, o mais velho, estava sentado com um
carrinho e Joseph ao seu lado, atrapalhava sua brincadeira.
Rosalie sentada ao lado de Alice, que estava solteira,
sem mais nenhum namorado, rolo ou compromisso
descompromissado. Ela e Jasper agora eram amigos, apesar
de não terem se visto mais. Foi algo combinado. Até que
ambas as partes estivessem prontos para o que fosse
acontecer, eles se mantinham em e-mails, telefones, Skype e
até mesmo, cartas. Era bem bonito e romântico. E no fundo,
torcia muito para que desse certo.
Voltei a prestar atenção na minha cunhada loira, que já
sabia falar inglês perfeitamente, ainda com delicado resquício
do seu sotaque francês. Emmett completamente feliz ao seu
lado. Do galinha convicto da família ao homem apaixonado,
pai de família, sendo inteiramente meu melhor amigo. Depois,
obviamente, do irmão dele.
O homem que tinha se afastado de tudo e de todos por
conta de uma maldita clausula que o impedia de assumir os
negócios da família. Ele morava longe, sozinho e era fechado
ao universo. Tinha uma vadia como assistente. E então,
caímos de paraquedas na vida um do outro. Construindo uma
vida e suturando nossas feridas. Nós nos apaixonamos e
construímos um amor.
- Mamãe? – Sophie chamou-me puxando minha roupa –
Papa?
- Quer comer, amor? Senta aqui. – puxei-a pra cima e
procurei por Elizabeth e ela comia junto com Alice. – Alice, não
dê presunto ou carne de porco, ok?
- Sim, mamãe. – respondeu rindo.
Sophie comeu bem e desceu para brincar depois com
Elizabeth. As duas se davam bem. Às vezes se irritavam, mas
não era nada sério. Também disputavam Edward a tapas. O
colo, as brincadeiras, as histórias e colinhos. Edward era o pai
que toda mãe quer para seus filhos. Atencioso e cheio de amor
para dar.
- Baby, você está satisfeita? – Edward perguntou baixinho
e eu ri, negando. – O que você quer agora?
- Um pedaço de peru com arroz branco. Sophie partilhou
do que queria. – respondi sorrindo e ele levantou, levando meu
prato. – Elizabeth, não puxe o enfeite! – ralhei e ela, sorrindo
travessa pra mim, encolheu as mãozinhas.
- Então, vocês tem ideia de algum nome? – perguntou-
me Peter. – Nossa pequena Danielle já tem enxoval completo.
– afagou a barriga de Rosalie.
- Sim. Edward e eu decidimos por Anthony Evans Swan
Cullen. – respondi sinceramente e Carlisle congelou – Anthony
do avô de vocês e Evans de Carlisle. – completei fazendo-o
entender melhor – Se nós somos o que somos, foi por esses
dois homens que constituíram nossa família. Não poderia ser
outro.
- Estou muito orgulhoso. Obrigada. – Carlisle abraçou-me
apertado.
- Nós não seriamos nada sem você, pai. Obrigado por ter
me ensinado ser quem sou. – Edward o abraçou e de repente,
todos na sala estavam envolvidos com aquela gostosa magia
do natal ou melancolia familiar.
Não importava o que fosse acontecer no mundo. Nós
éramos uma família e nada pode abalar essa essência. Então,
quando todos perdidos em seus pensamentos de gratidão, a
sala perdeu boa parte da animação e duas risadinhas
gostosas denunciaram as culpadas. Elizabeth e Sophie
estavam com os fios na mão, rindo por terem apagado tudo.
- Sophie e Elizabeth! – Edward chamou as duas e elas
riram.
Não teve jeito. Todos acabaram rindo. Ele ia ficar de
cabelos brancos com as duas pestinhas que se esconderam
atrás do avô para não levarem bronca do pai. E assim a noite
de natal ocorreu. Nossas trocas de presente, um jantar
delicioso, muito amor e carinho.
Isso nunca ia mudar.
Capítulo 33

Capítulo Extra - Reencontro


- Alice, querida, você mandou os relatórios? – Bella soou
irritada no telefone. Eu sabia que sua irritação não era comigo.
– Edward, não perguntei nada a você!
- Ih, brigando de novo? Esse não seria um dia no qual
vocês foderiam feito coelhos porque as crianças estão na
escola?
- Ele está se comportando como um pai imbecil. Ele
quase não deixou as meninas entrarem na escola hoje.
Insuportável esse comportamento ciumento dele.
- Elas têm três anos de idade, meu Deus. – gargalhei – E
meu pequeno afilhado, como foi?
- Assim que a professora disse que tinha cookies, ele
soltou minha mão e deu tchau. Foi muito simples, na verdade.
Já Edward está se sentindo traído.
- Meu menino é um grande homem, mas voltando ao
assunto, estou indo almoçar agora e os relatórios não vão
chegar hoje.
- Por que nesse inferno, Alice? Eu não tenho nada a fazer.
- Pelo amor de Deus, isso é uma ofensa, ok? Meu irmão
é lindo de morrer, porque não pula nele e façam sexo até mais
tarde?
- Não estou muito inclinada a agradar seu irmão hoje. –
resmungou – Sai daqui. Não... Para Edward... – sua voz foi
começando a ficar mole e eu ri desligando o telefone.
Eles podem estar casados a anos, pais de três filhos
lindos, mas nunca ela nunca vai deixar de brigar com ele por
bobeira e ele nunca vai deixar de seduzi-la por isso. Assim é
Bella e Edward.
- Vamos almoçar onde hoje? – perguntei a Tom, meu
guarda costa favoritos e também meu bom amigo. – Eu acho
que preciso de batata frita e um bom filé.
- Exatamente. Este é o meu sentimento.
Nós dois caminhamos até a quinta avenida onde um bom
restaurante e muita gente andando na rua, disputando
espaço. Eu não podia deixar de lembrar todas as vezes que
almocei ali com Jasper. Ele adorava aquele restaurante. E
depois que terminamos, nunca mais pisei lá. E isso tem anos!
Muito menos com Ian, que depois que terminamos, nós nunca
mais nos vimos. Ele foi extremamente bom pra mim, uma cura,
mas não era pra ser.
Meu salto prendeu na calçada e eu xinguei alto. Minha
vida tinha mudado muito, reconhecia. Bebê Alice nunca
xingaria assim em publico com risco de sair em uma revista!
Depois que assumi minha cadeira executiva na empresa
e a diretoria da fundação, eu não tinha tempo para festas,
fazer aparições, fazer compras e mais compras, ficar de
fofoquinha no telefone com amigas. Nada disso era mais
importante. Agora era definitivamente Alice Cullen e não a
patricinha metida a besta.
Existiam coisas muito mais importantes a cuidar. E cuidei
muito de mim fazendo terapia. Jasper e eu continuamos na
base amigável de nos comunicar via e-mail, telefone,
internet... Mas tinha duas semanas que eu não tinha uma
notícia sua. Ele parou de me responder, então, com muito
aperto no coração, deixei. Quando fosse o momento, ele ia
voltar, não ia? Mesmo quando ele veio a Nova Iorque visitar
seus pais, decidimos que ainda não era tempo. Esse momento
ia chegar.
Não é isso que dizem... O que é verdadeiro volta. Então,
vou esperar. Eu tenho certeza dos meus sentimentos por ele
e tudo que passou, passou. Nós éramos jovens, imaturos,
brincávamos com a vida dos outros e eu sabia que ele nunca
tinha me traído, mas depois que o mandei embora aos gritos,
que direito tinha de cobrar fidelidade?
Principalmente com Maria, que era uma mulher bonita na
época. Eu sei que eles não ficaram juntos como ela afirmou
pra mim. Ainda assim... Eles tiveram um lance que não
importa. Eu também namorei Ian durante um bom tempo. Nós
dois aprendemos com as crueldades que fizemos um com o
outro. E hoje, aos 26 anos, não sabia que meu amor do
colegial seria algo tão extenso.
Se naquela época, soubesse que iria ama-lo de forma tão
intensa, talvez, suportasse a distancia da faculdade. Que
espécie de monstro pede para o namorado não ir a Harvard?
Ir de contra aos sonhos dos pais? Eu fiz isso. E isso era a
errado. A gente não pode sufocar o outro com nossos desejos.
Independente do que fosse acontecer ou do que
aconteceu, aprendi a cuidar de mim mesma e parar de exigir
o melhor dos outros, impor minha opinião, sufocar e agredir
verbalmente quando contrariada. Apesar dos meus pais
alegarem, o mundo não gira ao meu redor.
- Tudo bem?
- Está tudo bem, Tom. Vamos entrar.
Eu não tinha percebido estar parada na porta do
restaurante. Respirei fundo e segui Tom para o interior
quentinho e cheiroso. Estava vazio, o que estranhei. Um
ranger da cadeira chamou minha atenção e meu coração
pareceu bater no cérebro.
- Você me fez esperar muito tempo, madame.
Jasper...
- Desculpe, senhor. Eu estou aqui agora. – minha voz saiu
fraca por conta das grossas lágrimas que caiam no meu rosto.
- Espero que dessa vez, seja pra sempre. – sussurrou se
aproximando e meus dedos enrolaram na gola de sua camisa,
puxando pra perto. Era real.
- Você esteve aqui durante esse tempo?
- Duas semanas.
- Não importa. É pra sempre agora. – sussurrei colando
meus lábios nos dele.
Pra sempre.

Capítulo 34

Extra - II

Duas pimentinhas. Sim, era isso. Eu pari duas crianças


pimentas e agora tinha um bebê de oito meses de idade que
seguia o exemplo das irmãs mais velhas. Fofie e Lilabeth
como ambas se chamavam era unidas e adoráveis. Como
mãe, eu tinha que aprender a arte de dizer não com mais
frequência e cuidar que elas sejam boas moças educadas. Na
verdade, eu achava encantador toda vez que encontrava-as
aprontando.
Semana passada, por exemplo, encontrei meus cremes
caríssimos e exclusivos no vaso sanitário, quando Elizabeth
fazia meu pente de colher de pau e Sophie picava papel
higiénico no meio. Minha reação foi querer sair correndo e
pegar a câmera fotográfica. Tive que brigar, mas
secretamente tirei fotos do meu celular e enviei para Edward.
Nós sofríamos de corujisse aguda com nossos pimpolhos.
Três filhos davam muito trabalho. De manhã cedo Edward
e eu corríamos arrumando as crianças para passar o dia com
Vovô Lisle e Vovó Me. Elas ainda não estavam com idade o
suficiente para a pré-escola e eu não iria colocá-los em
creches ou babás quando meus sogros faziam questão de
ficar com netos. Incluindo Joseph, Daniele e meu pequeno
menino lindo a cara do pai Anthony. Assim íamos trabalhar,
com ligações ocasionais de uma avó animada querendo
contar cada descoberta das crianças.
Nós continuávamos trabalhando lado-a-lado, com um
ritmo de viagem ainda menor com as crianças pequenas,
ainda sim, tínhamos viagens juntos que me cortavam a alma
ficar longe dos meus filhos. Sempre que podia eu os levava
apenas com minha fraqueza de mãe boba e apaixonada. Isso
não era só sobre mim. Edward era o pai mais bobão e
presente do universo.
- Mamãe? Uco! - Sophie chamou minha atenção e
apontou para seu copinho de girafa - Uva?
- É, suco de uva. - sorri brincando com seu cachinhos - E
você, meu amor? Com fome? - perguntei a Elizabeth, que
enfiava uvas sem caroço na boca. Minhas filhas tinham algo
com uva. Mês passado era cereja...
Ouvi a porta da frente bater, as chaves sendo jogadas no
aparador e esperei com o sorriso estúpido colado nos lábios.
Continuava tão ridiculamente apaixonada por Edward que
meu coração palpitava feito uma adolescente a espera do
encontro ao baile.
- Cadê minha família? - Edward gritou e minhas duas
pimpolhas sairam correndo no couro de “Papai, papai” e
Anthony, que estava no chão com seus brinquedos coloridos
desviou o olhar do carrinho de pelúcia para som da voz do pai,
o seu ídolo e sorriu todo babado. A fase dos dentes nascendo
era gostosa demais para deixar passar em branco. - Minhas
princesas lindas! E cadê o garotão do papai? Anthony!
Meu marido apareceu na sala com a gravata frouxa e
nossas gordinhas no colo. Ele continuava sendo o homem
mais bonito da face da terra. Não percebi nosso menino
engatinhar até a ele e puxar sua calça. Era sempre assim
quando ele chegava, as crianças ficavam animadas e queriam
matar a saudade.
- Olá minha linda esposa. - Edward sorriu torto me
beijando delicadamente nos lábios - Senti sua falta.
- Você estava comigo a menos de duas horas.
- Não importa. - piscou me beijando novamente e um
borrão azul se equilibrou entre minhas pernas - Toda vez que
eu te beijar ele vai fazer isso?
- Você sabe, as meninas ficam com ciumes de você. É
justo que alguém defenda minha honra nessa casa.
- Bobinha. - sorriu torto me abraçando levemente com
nossos filhos no meio - Você está melhor?
- Era só tpm, amor. Eu queria matar Emmett e seus
pedidos de notas ficais. Só queria vir e ficar com meus
pimpolhos. - suspirei dando um brinquedo de dentição para
Anthony e sequei seu rostinho bochechudo - E ficou tudo bem
depois que sai?
- Tranquilo. Emmett se sentiu culpado e queria te ligar,
mas para o bem da nação, Rosalie interviu e disse que ele
precisava sair mais cedo também.
- Eu amo seu irmão, mas se ele me ligasse, nós teríamos
um problema sério. Já temos o jantar pronto, vai se cuidar.
- Eu não irei tomar banho com a minha esposa? Vim para
casa de ter minha mulher nua e ofegante comigo...
- De sobremesa. - cortei o assunto. Nada tinha mudado.
Edward continuava me enlouquecendo e envergonhando com
suas insinuações sexuais. - Vá, tire esse traseiro bonito daqui.
- Tlaseilo! - Elizabeth repetiu e eu quis rir, mas dei um
olhar de advertência a Edward que gargalhou alto - Tlaseilo
mamãe!
- Não amor... É bumbum. - bati no seu bumbum
levemente com a fralda - Bumbum do neném.
- Caca. - Sophie riu batendo no seu próprio bumbum -
Caca, Lilabeth.
- Elizabeth. - corrigi a Sophie - E-li-za-bee-th.
- Lilabeth! - Sophie gritou de volta nos fazendo rir. Tão
malditamente adoráveis.
- Vamos trocar essa fralda, mocinha. - chamei e ela saiu
correndo de mim. Era sempre assim. Até tirar a roupa e trocar
a fralda, as duas fugiam de mim ou de Edward. - Sophie, volte
aqui.
As palavrinhas mágicas para fazê-la gargalhar e sair
correndo pelo casa. Edward pegou Anthony e deu a mão a
Elizabeth e peguei minha pestinha fujona e coloquei embaixo
do braço fazendo cócegas. Enquanto Edward tomava seu
tempo com banho, troquei a fralda de Sophie e dei banho em
Anthony enquanto elas se distraiam com o desenho do Bob
Esponja. Elas amavam a risada e o Patrick.
Nós comemos com as crianças fazendo uma bagunça na
mesa. Elizabeth enfiou a mão no purê e passou no cabelo da
irmã enquanto eu tentava dar um pouco de sopa morna de
ervilha para Anthony. Edward achava divertido as duas
interagirem e esquecia de repreender que não se brinca com
comida.
- Elizabeth e Sophie! - chamou severamente e eu
suspirei.
Nós não brigávamos na frente das crianças, muito menos
dizíamos o que o outro tinha que fazer na hora de educar com
eles presentes. Isso ficava salvo para o quarto, sozinhos. Eu
detestava sua maneira brincalhona de deixar as meninas se
divertirem livres. Eu era muito mais disciplinadora do que
educadora e Edward era o educador babão. Nós tínhamos
maneiras diferentes de controlar nossos furacões. No fim das
contas, eles sabiam como obedecer e quando obedecer com
meu olhar e o tom de voz grosso do pai.
As meninas pararam de brincar e passaram a prestar
atenção nas colheiradas que ele dava a elas e Anthony parou
de querer rir das irmãs. Virei para Edward e soprei um beijo
para mostrar que não estava chateada e então, Elizabeth
surpreendeu fazendo bico de beijo, mas olhou para seus
lábios, ficando vesga e depois fazendo barulhinhos estalados.
Mandei outro beijo bem devagar e barulhento para fazê-
la repetir com calma e isso foi o desatar de beijos na mesa do
jantar. Anthony adormeceu no meu colo antes do fim e isso
fez com que nós dois déssemos banho nas meninas
beijoqueiras. Elas beijaram o sapo, o pato, a banheira, uma a
outra, a esponja, o vidro de xampu, eu, o pai, as bonecas do
berço até adormecerem.
- Hoje elas estavam... - suspirei rindo das bonequinhas
dormindo - Três bebês pequenos. E lindos.
- Como a mãe. - Edward me abraçou - Sabe, daqui a uns
anos...
- Se você começar com a palhaçada de saco para mais
um filho, Edward, eu juro que não faço sexo com você!
- Sabe, daqui a uns anos vamos sentir falta disso. -
continuou me ignorando e eu ri - Peguei você.
- Que tal você aproveitar e me pegar de verdade agora?
- Certo, a sobremesa.
- Eu prometi, não prometi? - brinquei dando tapinhas no
seu ombro - Eu amo você.
- Eu também te amo. - Edward sorriu me erguendo no seu
colo - Vamos lá... Antes que Anthony acorde e queira acabar
com a brincadeira do papai. - sussurrou espiando o quarto do
nosso menino.
Anthony era campeão de acordar nas melhores horas,
impressionante! Até eu ficava frustrada no quase lá e de
repente, no monitor do bebê, explodia um choro magoado que
acabava com tudo. Eu particularmente tinha sorte porque
Edward fazia questão de continuar de onde paramos, mesmo
que isso resultasse os dois morrendo de sono pela manhã.
Como dizem por aí, a noite é uma criança.
Reunimos os monitores de bebê e corremos para o
quarto. Tempo é dinheiro. Ok. Tempo no nosso caso era tão
dinheiro quanto filho acordando de madrugada, porque os três
faziam isso. Ser mãe é algo lindo, mas é preciso tempo,
paciência e muito amor. Não faria nada diferente... Ser esposa
e mãe era tudo que mais amava. É tudo que eu sou.
- Espere... - sussurrei no banho que estávamos tomando
junto - Acho que alguém acordou...
- Mama! Mama? Papa?
O choramingo estava baixo, mas podia ouvir claramente.
Sorri para o olhar brilhando de Edward.
- Eu faço a mamadeira... - Edward levantou da banheira,
secando-se rápido e enrolando no roupão.
Encontrei meu menino sentado no berço, com o rostinho
sonolento e meio molhado pelo choro. Anthony era chorão,
gostava de um drama e era mimado feito Edward. Esme dizia
que a pouca diferença de idade entre Edward e Emmett fazia
os dois bem pimentinhas, mas quem realmente deu trabalho
foi Alice. Minhas filhas sorriam arteiramente como a tia. Era de
família.
- Mamãe está aqui, amor. - sussurrei afagando seus
cabelos bronze arrepiados como do pai - Com fome? Advinha
que papai foi fazer?
Anthony fez barulhinhos estalados com a boca e
resmungou esfregando o rostinho no meu ombro. Sua
mãozinha foi para meu seio. Não tinha mais tanto leite porque
até os sete meses estava amamentando, mas agora não dava
mais. Meus seios estavam molengas e brochantes, me irritava
muito. Resolvi que iria fazer mamoplastia para colocar tudo no
devido lugar, o que ocasionou uma briga enorme entre Edward
e eu.
Não tinha feito ainda, porque ele não queria, apesar de
achar um absurdo. O corpo era meu, mas no fundo, no fundo,
queria fazer por ele. Era Edward quem me via nua e no
começo do namoro meus seios eram durinhos, em pé e sem
ter três crianças penduradas neles.
Meu corpo em si não estava ruim... Malhava todos os dias
de manhã. Talvez tenha ficado meio neurótica... Mas algumas
coisas não mudam. Jamais. Principalmente ver o olhar de
tesão, luxuria e satisfação de Edward com meu corpo. Fora
que nós mulheres sabemos que é muito fácil homem procurar
uma diversão fora de casa. Ainda mais para Edward, que se
eu desse mole, tinha uma se oferecendo descaradamente.
- Mama? - Anthony mordeu meu queixo e eu ri esfregando
meu nariz com o dele.
- Lindo. Eu te amo, meu príncipe.
- Chegou a mamadeira! - Edward comemorou e Anthony
sorriu lindamente para o pai - Vem cá, meu meninão.
Assistir Edward interagir com nosso filhos me deixava
muito, mas muito, abobalhada. Edward alimentou e ninou
nosso menino apaixonadamente.
- Vamos dormir, baby. Amanhã temos o dia inteiro com
três pimentinhas com pilhas carregadas.
.~.
- PAPAI, PAPAI, PAPAI!
- Edward... - murmurei sonolenta - Suas filhas acordaram.
- resmunguei de olhos fechados. - E elas estão te gritando...
- Quê? - gemeu bocejando me puxando para seu lado -
Mais cinco minutinhos.
- PAPAI EWAAAAAAARD. - dessa vez foi Sophie.
E então, Anthony começou a chorar com a gritaria das
irmãs. Adeus cinco minutos de soneca, porra!, seis horas da
manhã. Levantei muito emburrada e desci com minha criança
no colo, e Edward veio atrás com as duas já tagarelando
terrivelmente.
- Bom dia amor. - Edward me deu uma bitoca rápida
sabendo que eu não estava bem. Eu estava de tpm, de
verdade, por isso fiquei na minha dando comida para Anthony,
que depois de mim, sofria pelas manhãs com o bom humor
das meninas.
- Mamãe! - Elizabeth me chamou e soprou um beijo. Meu
coração derreteu e todo péssimo humor sumiu como fumaça.
- Linda... - suspirei dando outro beijo.
Edward e eu brincamos com as crianças na piscina até a
hora do almoço. Meu lindo marido grelhou diferente carnes e
comemos com eles já cansadinhos. Quer dizer, eu e Anthony
cansados. Acabei adormecendo quando fui fazer meu menino
dormir. Acordei com notas suaves e gargalhadas gostosas
ecoando pela casa. Anthony abriu seus lindos olhos quando
me movi.
Segui o som pela casa com ele no colo. Encontrei as duas
pimpolhas no colo do pai, no piano da biblioteca. As duas
tocavam o ‘ano’ como ouvi e o pai riu tocando mais algumas
notas. Ele deixou as duas livres e elas fecharam aos
mãozinhas em punhos e socando as teclas brancas. Anthony
soltou um grito e sacodiu o corpinho animado.
- Oi. - sorri para Edward - O que foi isso?
- Passar o tempo. Elas reconheceram a música que
toquei com a da caixinha delas. - deu os ombros batendo no
lugar ao seu lado - Assim que elas ficarem maior, quero
contratar um professor.
- Maior ao ponto de poder decidir se gostam ou não... -
murmurei sentando-me ao seu lado - Não quero ser aquela
mãe que obriga os filhos. Tirando a escola e a alimentação,
quero que elas decidam o que gosto.
- Baby, estamos falando da Fofie e Lilabeth. Essas duas
vão dar um trabalho... - Edward riu de Sophie ficando em pé
para bater melhor - Assim não, devagar princesa.
- Está na hora de fazê-las dormir um pouquinho ou vão
desmaiar antes do jantar e acordar cedo demais amanhã. -
bocejei e Anthony que até então, estava distraído com a
chupeta, bocejou também. Fiquei toda boba porque nessa
fase eles começam a ter reflexo. - Soninho ainda, preguiça?
- E quando eles dormirem, vamos fazer o quê? - Edward
perguntou tentando soar casual, mas o sorriso sexy denunciou
suas intenções.
- Você sabe o quê.
- Sei? Não sei, o quê?
- Se continuar dando uma de joão sem braço é que não
vai saber... - resmunguei levantando com Anthony - Vem
meninas, vamos com a mamãe.
Seus passinhos pesados me seguiram até o chão do
quarto delas, onde sempre tinha uma cama pronta para os três
dormirem juntos. Elas, gordinhas que só eu sei o quanto era
dificil ficar perto sem morder, se jogaram no meio. Edward deu
um tapa na minha bunda quando abaixei para colocar
Anthony, a mania irritante me enervava, ele fazia isso sempre.
Com o pai cantarolando, os três dormiram rapidinho.
Liguei o monitor do bebê e agarrei a mão dele, rebocando para
o quarto. Edward riu da minha pressa e me pegou no colo.
- Pode parando - bati na sua mão boba apertando meu
bumbum - Nós não vamos fazer isso.
- Não? Você disse que íamos.
- Não disse nada. Eu pensei que você soubesse que nós
íamos dormir também. - provoquei empurrando-o de cima de
mim - Vou buscar uma camiseta confortável no closet, já volto.
Nua, me olhando no espelho esqueci completamente da
camiseta e fiquei reparando no meu corpo. Pernas, ok.
Barriga, ok. Braços, ok. Seios... Não. Joguei a camisa pela
cabeça e vesti um short de sarja.
- Eu preciso te mostrar algo... - Edward entrou no closet
e abriu seu armário - Lembra disso?
- Claro, eu estava procurando para colocar mais fotos... -
sorri vendo nosso album de família.
- Eu coloquei minhas anotações... Vem ver. - puxou-me
para sentar no seu colo, no sofá do cantinho - Aqui desde o
dia que começamos a morar juntos.
Foram anotações desde o inicio, de cada momento da
minha primeira gravidez, o nascimento das meninas, cada
momentinho e descoberta delas, minha segunda gravidez,
festas, aniversários, eventos, viagens e vários momentos a
dois. Embora, uma foto em especial me chamou atenção. Era
minha amamentando as meninas. Na verdade só Sophie
estava mamando e Elizabeth estava deitada entre minhas
pernas. A nota era seguinte:
Nunca me achei um homem agraciado por Deus. Mesmo
sendo rico e bonito, não era completo. Nos olhos castanhos-
chocolates mais bonitos encontrei meu mundo. Minha maneira
de ser feliz e a mulher que escolheu ser minha me deu dois
presentes lindos. Minhas princesas. Nada seria perfeito se seu
corpo fosse projetado especificamente para cuidar, proteger e
alimentar, algo que eu, sendo apenas o pai jamais poderia
fazer com tanta perfeição como ela. Eu te amo, Isabella. Amo
pela vida que tenho e por tudo que só você é capaz de me dar.
Minha vida, minha alma, meu corpo, meus filhos era de
Edward. Nada no mundo mudaria isso.
- Eu te amo. - sussurrei chorosa no seu colo e um
barulhinho nos chamou atenção.
Anthony estava engatinhando até nós dois, com a
chupeta na boca, olhar sonolento mas um sorriso travesso nos
lábios. E então, um som familiar começou a surgir do corredor
e várias risadinhas ecoaram nos meus ouvidos.
- As meninas encontraram o ‘ano’ novamente, papai. -
provoquei pegando nosso bebê, indo até a biblioteca.
As meninas estavam em pé, na pontinha mesmo, tocando
nas teclas e rindo. Edward limpou a garganta fazendo as duas
saltarem de surpresa e soltarem gritinhos animados. Ele
praticamente correu na direção delas, fazendo um barulho de
rosnado com a boca e garras com as mãos. As risadas
gostosas dos três encheram meu coração de alegria. Dane-se
minhas inseguranças tolas. Eu, definitivamente, tinha tudo na
vida. Nada me faltava.
- Vem amor, preciso de reforço com as cosquinhas
nessas pipoquinhas gorduchas!

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