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LABORATÓRIO DE ENGENHARIA CIVIL

CONCRETO - ENSAIO DE COMPRESSÃO DE CORPOS DE PROVA CILÍNDRICOS

CONCRETO - ENSAIO DE COMPRESSÃO


DE CORPOS DE PROVA CILÍNDRICOS

O controle de qualidade do concreto leva em consideração vários parâmetros e


ensaios, desde a análise dos agregados a serem utilizando, até sua execução e por fim,
seu comportamento já na estrutura final de uma edificação. Um dos parâmetros a ser
avaliado é a resistência à compressão axial. A importância de conhecê-la está associada
à garantia da vida útil de uma estrutura, bem como segurança das pessoas durante a
execução e as demais que irão usufrui-la a longo prazo.
A NBR 5738 (ABNT, 2015) determina os procedimentos para a moldagem dos
corpos de prova, podendo ser cilíndricos ou prismáticos. Para cilíndricos, devem ter
altura igual ao dobro do diâmetro, em que este pode ser 10 cm, 15 cm, 20 cm, 30 cm ou
45 cm. A tolerância das medidas é de 1 % para diâmetro e 2 % para altura. Os moldes
devem ter suas superfícies internas lubrificadas por um desmoldante.
A amostra deve ser adensada e vibrada. Para adensamento manual, o concreto
deve ser colocado no molde em camadas de volume igual e a haste de adensamento,
deve penetrar no concreto por inteiro. A haste de adensamento deve ser de aço,
cilíndrica, com superfície lisa, de 160,0 mm ± 2 mm de diâmetro e comprimento de 600
mm a 800 mm, com um ou os dois extremos em forma semiesférica. Os golpes devem
ser distribuídos uniformemente e o número de camadas e golpes devem ser atendidos
conforme Tabela 1. Deve-se bater levemente nas laterais do molde para fechamento de
possíveis vazios. De maneira geral, os corpos de prova devem ser moldados no local
onde serão armazenados, se possível. Para a cura, nas primeiras 24 horas para corpos
cilíndricos e 48 horas para corpos prismáticos, eles devem ser armazenados protegidos
de intempéries. Após essa cura inicial, eles podem ser armazenados em câmara úmida
ou saturada. A preparação das bases dos corpos de prova cilíndricos para o ensaio à
compressão axial pode ser feita por retificação ou capeamento. O capeamento por sua
vez consiste no revestimento dos topos dos corpos de prova com uma fina camada de
material apropriado, com as seguintes características: aderência ao corpo de prova,

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compatibilidade química com o concreto, fluidez no momento de sua aplicação,


acabamento liso e plano após endurecimento e resistência à compressão compatível
com os valores normalmente obtidos no concreto. O capeamento não pode ser superior
a 3 mm em cada base.

Número de camadas em função do Número de


Tipo de Dimensão
tipo de adensamento golpes para
corpo de básica (d)
adensamento
prova mm Mecânico Manual
manual
100 1 2 12
150 2 3 25
200 2 4 50
Cilíndrico
250 3 5 75
300 3 6 100
450 5 - -
100 1 1 75
150 1 2 75
Prismática
250 2 3 200
450b 3 - -
b
Para concretos com abatimento superior a 160 mm, a quantidade de camadas deve ser reduzida à
metade da estabelecida nesta Tabela.
Tabela 1- Número de camadas para moldagem dos corpos de prova.
Fonte: Adaptada de NBR 5738 (ABNT, 2015).

Para a execução do ensaio de compressão ao todo serão utilizados 6 exemplares


para concreto do grupo 1 e condição de preparo A de resistência C15, conforme
apresentado na Tabela 2. O corpo de prova com medida determinada pelo diâmetro da
seção transversal com exatidão de 0,1 mm pela média de dois diâmetros, medidos na
metade da altura do corpo de prova. A altura deve ser determinada sobre o eixo
longitudinal com exatidão de 0,1 mm, incluindo capeamento. O carregamento de ensaio
deve ser aplicado continuamente e sem choques, com a velocidade de carregamento de
0,45 MPa/s ± 0,15 MPa/s e mantida constante durante todo o ensaio.

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Resistência característica à
Grupo I de resistência
compressão (MPa)
C10 10
C15 15
C20 20
C25 25
C30 30
C35 35
C40 40
C45 45
C50 50
Tabela 2- Classes de resistência do grupo I
Fonte: NBR8953 – Concreto Para Fins Estruturais-Classificação por Grupos de Resistência.

Quando existem dúvidas sobre a resistência do concreto, ou resultados de


ensaios laboratoriais apresentam valores abaixo do esperado durante o controle
tecnológico ou mesmo dúvidas sobre o desempenho da estrutura ao longo de sua vida
útil nas quais haja sinais de deterioração do concreto, pode-se utilizar o método de
extração de testemunhos (NEVILLE, 2008). Sendo assim, os procedimentos são
prescritos na NBR 7680 (ABNT, 2015): Concreto — Extração, preparo, ensaio e análise
de testemunhos de estruturas de concreto Parte 1: Resistência à compressão axial. A
mesma ainda afirma que pode ser empregada, por exemplo, para avaliar a segurança de
obras em andamento ou em reformas, acidentes, incêndios ou colapsos parciais. As
extrações devem ser previamente planejadas e autorizadas por um engenheiro
responsável, por se tratar de um ensaio destrutivo.
O equipamento utilizado para extração de testemunhos, conforme a NBR 7680
(ABNT, 2015), deve garantir a obtenção de amostras homogêneas e integras. O mesmo
deve ser provido da extratora com cálice e coroa diamantada, sem danificar a estrutura
e ainda minimizar as vibrações. O local da extração deve ainda levar em consideração
que a estrutura esteja dividida em lotes, a uma distância maior ou igual ao seu diâmetro
em relação as bordas do elemento estrutura, sem cortes de armaduras (um detector de

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metais pode ser útil) e ainda, para pilares, paredes ou elementos verticais, a extração
deve ser realizada pelo menos 30 cm distante dos limites superior e inferior da etapa de
concreto do elemento.
Um ponto importante apresentado na norma, diz sobre o diâmetro de um
testemunho cilíndrico. Ele deve ter pelo menos três vezes a dimensão máxima
característica do agregado graúdo. A relação altura/diâmetro dos testemunhos deve ser
a mais próxima de dois, seguindo a condição:
1 ≤ ℎ/𝑑 ≤ 2
Sendo:
h – Altura do testemunho;
d – Diâmetro do testemunho.

Os testemunhos, após a extração, devem estar íntegros, sem fissuras ou


alterações. O local da estrutura deve ser preenchido com concreto de característica
compatível. No relatório de extração do ensaio, deve-se apresentar diversos itens,
como: indicação da localização dos testemunhos na estrutura, data da extração, data do
ensaio, dimensão do testemunho, condição da estocagem do testemunho até seu
rompimento em laboratório, além da massa específica e fotos da extração. Por fim,
apresenta-se ainda a o resultado de resistência obtido na ruptura de cada testemunho
extraído, os coeficientes de correção e o resultado corrigido da resistência.
Ainda segundo a NBR 7680 (ABNT, 2015), devem ser utilizados coeficientes de
correção. Quando a relação h/d = 2 não for alcançada, o resultado da resistência deve
ser corrigido pelo coeficiente k1, conforme a tabela 3.

h/ 2,0 1,8 1,7 1,6 1,5


1,42 1,33 1,25 1,21 1,18 1,14 1,11 1,07 1,04 1,00
d 0 8 5 3 0

- - - -
0,0 - - - - - - - - - -
k1 0,0 0,0 0,0 0,0
0 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,10 0,11 0,12 0,13 0,14
1 2 3 4

Tabela 3 – Valores de correção para h/d


Fonte: NBR 5739(ABNT, 2018).

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Tem-se ainda correção k2 para efeito deletério do bronqueamento durante a


extração, correção k3 devido ao lançamento do concreto e k4 para correção da umidade
das testemunhas, casos secas ao ar.
Para aceitação do concreto e garantir boa qualidade do mesmo, devem ser
considerados os resultados do laboratório já corrigidos pelos coeficientes. Assim,
compara-se com o fck o maior valor de resistência dos testemunhos de cada lote f c, ext,
port. Assim, para o concreto ser aceito:

𝑓𝑐,𝑒𝑥𝑡,𝑝𝑜𝑡 ≥ 𝑓𝑐𝑘

Caso isso não ocorra, deve-se determinar as restrições de uso da estrutura,


providenciar um reforço estrutural ou ainda optar pela demolição total ou parcial da
mesma.
A NBR 5739 (ABNT, 2018) apresenta o preparo dos corpos de prova para o ensaio
de resistência à compressão, sejam eles moldados ou extraídos tipo testemunho. Após
determinação do diâmetro a ser utilizado para o cálculo da área de seção transversal
com exatidão de 0,1 mm, determina-se também a altura do corpo de prova (ou
testemunho) com a mesma exatidão. Os corpos de prova devem ser rompidos em idade
específica, com tolerância de tempo, conforme a tabela 4.

Idade do ensaio Tolerância permitida (em horas)

24h 0,5

3d 2

7d 6

28d 24

63d 36

91d 48

Tabela 4 – Tolerância para idade do ensaio


Fonte: NBR 5739(ABNT, 2018).

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A resistência à compressão deve ser calculada pela expressão:

4𝐹
𝑓𝑐𝑘 =
𝜋𝑑 2

Sendo:

Fck = resistência à compressão, em megapascals (MPa);

F = força máxima alcançada, em newtons;

D = diâmetro do corpo de prova, em mm.

O relatório final deve apresentar identificação dos corpos de prova, sejam eles
cilíndricos ou testemunho, data da moldagem, idade do corpo de prova, dimensões, tipo
de capeamento, informação da máquina utilizada para rompimento e por fim, resultado
das resistências as compressões dos corpos de provas ensaiados.

A prática do ensaio a ser realizada no seu laboratório virtual segue os


procedimentos previstos nas normas acima e visa demonstrar o procedimento e cálculo
de resistência à compressão axial. Boa prática!

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5738 – Concreto – Procedimento


para moldagem e cura de corpos de prova. Rio de Janeiro, Brasil. 2015.

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5739 – Concreto – Ensaio de


compressão de corpos de prova cilíndricos. Rio de Janeiro, Brasil. 2018.

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7680-1– Concreto – Extração,


preparo, ensaio e análise de testemunhos de estrutura de concreto – Parte 1:
Resistência à compressão axial. Rio de Janeiro, Brasil. 2018.

Neville, A.M. Properties of Concrete. Fourth and final edition, Prentice hall, London,
2008.

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