Cena do Sapateiro

Na cena do Sapateiro, do “Auto da barca do inferno” de Gil Vicente, o Sapateiro, personagem-

tipo que representava a classe profissional dos artesões, dirige-se à barca do Diabo, onde é
criticado e acusado, procurando defender-se sempre com argumentos de ordem religiosa
como por exemplo dizendo que rezava e frequentava as missas.

Os elementos cénicos que o Sapateiro levava era o avental e as formas de sapatos, que
simbolizavam a sua profissão e os pecados que cometeu em vida, pois enquanto ainda exercia
a sua profissão cobrava sempre pelo seu serviço.

Os objetivos de Gil Vicente com a escrita desta cena foram denunciar o enriquecimento de
certas classes sociais e profissionais á custa do povo (aproveitamento dos preços dos serviços),
criticar a forma superficial como os católicos praticavam a religião e mostrar que as rezas, as
missas e as comunhões não podiam ter mais valor do que praticar o bem.