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AVALIAÇÃO Thiago Vinicius Savio

Psicólogo (UP)

FORENSE: Especialista em Clínica Analítico-


Comportamental (UP)

PRINCÍPIOS E
Especialista em Avaliação
Psicológica com ênfase no
contexto Forense (PUCPR)

ESPECIFICIDADES
Mestrando em Psicologia
Forense (UTP)
PRINCIPAIS RESOLUÇÕES DO CFP

Código de Ética do Profissional Resolução CPF nº 017/2012: atuação do


Psicólogo (CFP, 2005) psicólogo perito nos diversos contextos

2010 2019

2005 2012

Resolução CFP nº 008/2010: perito X Resolução CFP 006/2019, substitui a Res.


assistente técnico CFP 007/2003: funções de perito ou
assistente técnico e a elaboração de laudos
e pareceres psicológicos
PERÍCIA X ASSISTÊNCIA TÉCNICA

“...atua como perito judicial nas Varas Cíveis, Criminais, Justiça


do Trabalho, da Família, da Criança e do Adolescente,
elaborando laudos, pareceres e perícias, para serem anexados
aos processos, a fim de realizar atendimento e orientação a
crianças, adolescentes, detentos e seus familiares...
(CFP, 2016)
• Portanto, sua atuação é legítima!
PERÍCIA X ASSISTÊNCIA TÉCNICA

• Psicólogo perito: irá assessorar a justiça e subsidiar a


decisão judicial (via determinação judicial, é o auxiliar
da justiça)
• Psicólogo assistente técnico: irá assessorar uma das
partes do processo judicial (profissional de confiança
contratado pela parte)
PERÍCIA X ASSISTÊNCIA TÉCNICA

• Psicólogo perito: o perito irá subsidiar o juiz – por ele nomeado


– na solicitação requerida, sem adentrar nas decisões, a fim de
responder um questionamento jurídico e demandas
específicas, apresentando conclusões
• Psicólogo assistente técnico: irá questionar a análise e as
conclusões realizadas pelo perito, restringindo sua análise ao
estudo psicológico resultante da perícia, elaborando quesitos, a
fim de esclarecer pontos não contemplados ou contraditórios
do trabalho do perito. Assim, irá emitir um parecer acerca do
laudo psicológico elaborado pelo perito
PERÍCIA X ASSISTÊNCIA TÉCNICA

“...o laudo pericial único, elaborado pelo perito de


confiança do juiz, ficando aos assistentes técnicos a
tarefa de comentá-lo, a partir da exposição de suas
divergências e concordâncias, em um parecer crítico.”
(Rovinski, 2020)

• O assistente técnico deve evitar que seu trabalho se


constitua em um novo laudo pericial
PERÍCIA X ASSISTÊNCIA TÉCNICA

• Art. 1º - O Psicólogo Perito e o psicólogo assistente técnico devem


evitar qualquer tipo de interferência durante a avaliação que
possa prejudicar o princípio da autonomia teórico-técnica e ético-
profissional, e que possa constranger o periciando durante o
atendimento.
• Art. 2º - O psicólogo assistente técnico não deve estar presente
durante a realização dos procedimentos metodológicos que
norteiam o atendimento do psicólogo perito e vice-versa, para
que não haja interferência na dinâmica e qualidade do serviço
realizado. diferente do diz o CPC
(CFP, 2010)
INDICAÇÃO DO PERITO
(LEGALMENTE)
• Legalmente habilitado: CRP
• Regular em suas contribuições
• Não é necessário formação técnica específica
(questão ética)
FLUXOGRAMA JUDICIAL DO
PROCESSO PERICIAL
Partes arguir impedimento e
a suspeição do perito, indicar
Perito toma
assistente técnico e Perito esclarecer os
ciência da Perito protocola o laudo
apresentar quesitos pontos questionados
nomeação

Pelo menos 5 dias de


5 dias antecedência da perícia 15 dias

15 dias a partir da 15 dias


nomeação do perito

Perito assegura aos assistentes das Partes se manifestarem


Apresentar seus partes o acesso e o acompanhamento
honorários, seu sobre o laudo e assistentes
das diligências e dos exames que técnicos apresentarem
currículo e contatos realizar (reunião com assistentes parecer
profissionais técnicos). Deixar partes cientes da data
e local do início da perícia
PERITOS: AUXILIARES DA
JUSTIÇA
“Os peritos são considerados auxiliares de Justiça. O juiz será
assistido por perito quando a prova do fato depender de
conhecimento técnico ou científico. Os peritos serão nomeados
entre os profissionais legalmente habilitados, devidamente
inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz está
vinculado”
(https://portal.tjpr.jus.br/caju/- Cadastro de Auxiliares de
Justiça – CAJU, banco de dados para a nomeação dos
especialistas pelo magistrado).
PERITOS: AUXILIARES DA
JUSTIÇA
RESPONSABILIDADES E DEVERES
DO PERITO
• Comprovar sua habilitação para o exercício do encargo ao qual foi nomeado
• Cumprir o ofício, respeitando o prazo assinalado pelo juiz
• Prestar esclarecimentos em audiência sobre as respostas dadas aos quesitos
• Lealdade, dando opinião técnica imparcial no interesse exclusivo da justiça
• Respeitar e assegurar o sigilo quanto ao que apurar na execução do trabalho
• Recusar sua nomeação, pelos motivos de impedimento ou suspeição
MOTIVOS DE IMPEDIMENTO
(CPC)
• Quando ele mesmo é parte
• Quando houver prestado depoimento como testemunha
• Quando nele estiver postulando, como defensor público,
advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge
ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou
afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau,
inclusive
MOTIVOS DE IMPEDIMENTO
(CPC)
• Quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou
companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em
linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive
• Quando for sócio ou membro de direção ou de
administração de pessoa jurídica parte no processo
• Quando for herdeiro presuntivo, donatário ou
empregador de qualquer das partes
MOTIVOS DE IMPEDIMENTO
(CPC)
• Em que configure como parte instituição de ensino com a qual
tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de
prestação de serviços
• Em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de
seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim,
em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive,
mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório
• Quando promover ação contra a parte ou seu advogado
MOTIVOS DE SUSPEIÇÃO (CPC)

• Ser amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus


advogados
• Receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes
ou depois de iniciado o processo, ou que aconselhar alguma das
partes acerca do objeto da causa
• Quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu
cônjuge ou companheiro ou de parente destes, em linha reta até o
terceiro grau, inclusive
• Interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das
partes
SUSPEIÇÃO POR MOTIVO DE
FORO ÍNTIMO (CPC)
• Não é necessário especificar suas razões
▪ Ocorrência de força maior impeditiva de que aceite o cargo
▪ Versar a perícia sobre questão a que não possa responder sem
causar grave dano a si, cônjuge ou parentes em linha reta ou
colaterais até segundo grau (irmão ou cunhado)
▪ Versar perícia sobre fato em que deva guardar sigilo profissional
(ex.: ser perito de seu paciente)
▪ Estar ocupado com outra ou outras perícias no mesmo espaço de
tempo, não podendo aceitar aquela para qual foi nomeado
FLUXOGRAMA DA PERÍCIA
PSICOLÓGICA
Estudo das partes do
processo judicial (data Conclusão (elaboração do
do delito/ação e da Avaliação das funções psicológicas documento legal, respostas aos
notificação, versão (cognitivas, emocionais e de quesitos, envio do laudo ao
das partes) personalidade) juiz/solicitante)

Entrevista psicológica (contrato, Análise dos dados apurados (informações colhidas


relato do ocorrido, dados de na entrevista e os resultados das avaliações
anamnese) realizadas)
PERÍCIA: MÉTODOS, TÉCNICAS E
PROCEDIMENTOS
• Entrevistas
• Observações
• Visitas domiciliares
• Visitas institucionais
• Instrumentos psicológicos (testes, escalas etc.)
• Recursos lúdicos
• Outros
PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE
AVALIAÇÃO FORENSE
• PCL-R: Escala Hare de Psicopatia (Psychopathy Checklist-Revised) (Hare,
1991; 2003)
• Protocolo NICHD: entrevista investigativa em suspeita de abuso sexual
infantojuvenil (Lamb et al., 2008; Wiliams et al., 2015)
• SARP: Sistema de Avaliação do Relacionamento Parental (Lago & Bandeira,
2013)
• ASI: Roteiro de entrevista para avaliação de denúncia de abuso sexual
infantil (Habigzang et al., 2008)
• IHIF: Inventário de histórico infracional familiar (Gomide et al, 2006)
• IEP: inventário de estilos parentais (Gomide, 2006)
FLUXOGRAMA DA ASSISTÊNCIA
TÉCNICA
Entrevistas (com Elaboração de quesitos (após Apresentação ao perito (antes da Elaboração do relatório técnico (o
a parte que as entrevistas, contato com data da perícia, o assistente parecer será entregue após a
pretende advogado e leitura do contatará o perito, explicará que emissão do laudo pelo perito,
contratar o processo, serão elaborados trabalha para uma das partes, a concordando ou discordando, sendo
psicólogo quesitos a serem respondidos fim de discutir o caso, sua focado no estudo psicológico da
assistente pelo perito, sendo anexados condução e a previsão para o perícia e deve se ater às conclusões
técnico) aos autos) término) e análises do perito)

Atendimentos esporádicos (a fim


Honorários e contrato de orientar o cliente quanto aos Reunião técnica (reunião entre
de serviço (de procedimentos periciais, com o perito e assistentes técnicos, a
atividades como intuito de diminuir a ansiedade, fim de discutir como foi
entrevista inicial, não se deve realizar avaliações, realizada a perícia, métodos e
quesitos, atendimentos pois o parecer deve se ater ao técnicas e as conclusões do
eventuais, reuniões, laudo emitido e aos documentos perito)
parecer etc.) dos autos)
MODALIDADES DE DOCUMENTOS
PSICOLÓGICOS (CFP, 2019)
1. Declaração
2. Atestado psicológico
3. Relatório (psicológico e multiprofissional)
4. Laudo psicológico
5. Parecer psicológico
MODALIDADES DE DOCUMENTOS
PSICOLÓGICOS (CFP, 2019)
Art. 3.º Toda e qualquer comunicação por escrito, decorrente do
exercício profissional da(o) psicóloga(o), deverá seguir as
diretrizes descritas nesta Resolução.
§ 7.º A(O) psicóloga(o) fica responsável ética e disciplinarmente
pelo cumprimento das disposições deste artigo...

Não seguir tais diretrizes: falta ética sujeita à penalidades


DOCUMENTOS NO CONTEXTO
FORENSE
Lembrando:
• São considerados provas!
• Elementos materiais que fornecem informações
relevantes ao convencimento daqueles que têm a
prerrogativa de deliberar ou julgar a respeito de fatos
em controvérsia de posições no processo
LAUDO X RELATÓRIO

• Relatório psicológico
Art. 11 O relatório psicológico consiste em um documento que, por meio
de uma exposição escrita, descritiva e circunstanciada, considera os
condicionantes históricos e sociais da pessoa, grupo ou instituição
atendida, podendo também ter caráter informativo. Visa a comunicar a
atuação profissional da(o) psicóloga(o) em diferentes processos de
trabalho já desenvolvidos ou em desenvolvimento, podendo gerar
orientações, recomendações, encaminhamentos e intervenções
pertinentes à situação descrita no documento, não tendo como
finalidade produzir diagnóstico psicológico.
LAUDO X RELATÓRIO

• Laudo psicológico
Art. 13 O laudo psicológico é o resultado de um processo de
avaliação psicológica, com finalidade de subsidiar decisões
relacionadas ao contexto em que surgiu a demanda. Apresenta
informações técnicas e científicas dos fenômenos psicológicos,
considerando os condicionantes históricos e sociais da pessoa,
grupo ou instituição atendida.
LAUDO X RELATÓRIO

• Laudo psicológico
“...mais importante do que descrever as condições psicológicas
examinadas é demonstrar, por meio de evidências e
argumentos técnico-científicos, a presunção de determinada
hipótese clínica ou diagnóstico psicológico para fins de tomada
de decisão especificando a verificação do nexo de
(con)causalidade, sempre que possível.”
(Cruz, 2020)
LAUDO X RELATÓRIO

(Serafim & Saffi, 2018)


LAUDO X PARECER

• Parecer psicológico
Art. 14 O parecer psicológico é um pronunciamento por escrito,
que tem como finalidade apresentar uma análise técnica,
respondendo a uma questão-problema do campo psicológico
ou a documentos psicológicos questionados.
LAUDO X PARECER: ESTRUTURA
LAUDO PARECER

1) Identificação 1) Identificação
2) Descrição da demanda 2) Descrição da demanda
3) Procedimento 3) Análise
4) Análise
4) Conclusão
5) Conclusão
5) Referências*
6) Referências*
*§ 7.º Ao elaborar um documento em que seja necessário referenciar material teórico
técnico, as referências devem ser colocadas, preferencialmente, em nota de rodapé...
ERROS COMUNS EM LAUDOS
PSICOLÓGICOS
• Opinião pessoal: deve conter somente informações técnicas e
embasadas na literatura e na análise da avaliação
• Uso de linguagem coloquial ou gírias: deve-se utilizar linguagem
formal
• Uso de termos técnicos: evitar termos restritos ao linguajar
psicológico
• Dificuldade em ser sucinto e preciso: usar linguagem objetiva e
respeitar o sigilo
• Estrutura do laudo: conforme as resoluções do CFP
EXEMPLO LAUDO
REFERÊNCIAS

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