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TRABALHO
Implantar as medidas de segurança é uma obrigação de todos, não só das entidades empregadoras ou dos
trabalhadores. Nesse sentido, a lei portuguesa é clara quando define as responsabilidades e direitos dos
intervenientes nos estaleiros.
De acordo com o Decreto-Lei nº 273/2003, entende-se por estaleiro os locais de trabalho onde se
desempenham tarefas de construção de edifício ou outras tarefas como escavação, terraplenagem,
demolição e semelhantes.
São ainda considerados estaleiros, todos os locais onde, durante uma obra, se desenvolvem atividades de
apoio aos trabalhos referidos atrás.
Obrigação dos Empregadores
Gerais
A entidade empregadora tem de criar condições para que os trabalhadores possam desempenhar as suas funções em
segurança. Além de ser responsável pela criação de um plano de segurança e saúde no trabalho, as entidades empregadores
têm ainda de fornecer os equipamentos de proteção individual, conhecidos como EPI.
Dentro do plano de segurança e saúde no trabalho, as entidades empregadoras têm de definir medidas de
evacuação, de combate a incêndios e de primeiros socorros. É também responsabilidade das entidades
patronais suportar integralmente os custos das despesas com a segurança e a saúde dos trabalhadores.
Para garantir a segurança dos trabalhadores, devem ser tidos em conta alguns princípios de segurança como:
Identificação dos riscos nas atividades desempenhadas e nos equipamentos, substâncias e produtos
utilizados;
Combate aos riscos na origem, para eliminar ou reduzir a exposição a estes e aumentar os níveis de proteção;
Elaboração e divulgação de instruções compreensíveis e adequadas à atividade desenvolvida pelo
trabalhador.
No Estaleiro
•
Nos estaleiros, as obrigações dos empregadores são mais específicas e passam por alguns pontos que visam
garantir a segurança de quem trabalha, tais como:
•
Manter os trabalhadores informados sobre o plano de segurança e saúde e fazer cumprir as suas
especificações;
• Garantir que o estaleiro está em boa ordem e em estado de salubridade;
• Certificar-se que estão garantidas as condições de segurança no acesso, na deslocação e na circulação em
todos os postos de trabalho;
• Garantir que a movimentação dos materiais e a utilização dos equipamentos de trabalho é realizada em
segurança;
• Inspecionar regularmente e garantir a manutenção das instalações e equipamentos antes da utilização
destes;
• Definir as zonas de armazenagem de materiais, tendo especial atenção aos materiais perigosos;
• Garantir as condições de segurança para armazenar, eliminar ou reciclar resíduos e escombros.
Além destes cuidados, os executantes das obras têm de garantir que a vida de todos os que circulam nas
proximidades do estaleiro não é colocada em perigo pelos trabalhos realizados no mesmo.
Equipamentos de Proteção Individual
•
Uma vez garantidas as condições de segurança coletivas, o empregador tem responsabilidades ao nível da
segurança individual. Este nível de segurança tem de ser visto como um reforço da segurança coletiva e
nunca como uma alternativa a esta. Neste sentido, fazem parte das obrigações da entidade patronal
• Fornecer os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) adequados e garantir o seu bom funcionamento.
• Informar os trabalhadores dos riscos contra os quais o Equipamento de Proteção Individual os visam
proteger.
• Garantir a formação sobre a utilização dos Equipamentos de Proteção Individual.
No plano da segurança espera-se que os trabalhadores:
•
Cumpram as regras de segurança determinadas pelo empregador;
• Utilizem corretamente, e em segurança, as máquinas, os aparelhos, os instrumentos, as substâncias
perigosas e os outros equipamentos e meios colocados à sua disposição;
• Cooperem ativamente para a melhoria do sistema de segurança no trabalho;
• Comuniquem aos superiores hierárquicos as avarias e deficiências detetadas que se lhe afigurem
suscetíveis de originarem perigos graves e iminentes;
• Adotem as medidas de segurança estabelecidas para situações de perigo grave e iminente;
• Utilizem corretamente os Equipamentos de Proteção Individual de acordo com as instruções fornecidas;
• Conservem e mantenham em bom estado o equipamento de proteção individual distribuído.
Direito Gerais do Trabalhador
Em relação ao trabalhador, este tem direito a ser informado sobre os riscos de segurança e saúde, assim como das
medidas de proteção e prevenção que devem ser adotadas para que a sua atividade seja desempenhada em segurança.
Os trabalhadores presentes no estaleiro têm o direito a ser informados sobre as medidas que devem adotar no caso de
haver um perigo grave e iminente.
Estes devem, ainda, ser informados e conhecer profundamente os planos de combate a incêndios e de evacuação do
estaleiro. Os conhecimentos sobre primeiros socorros são também uma mais-valia em caso de acidente.
No domínio da segurança dos trabalhadores, estes têm direito a receber formação adequada às tarefas que
desempenham para conhecerem os riscos que correm e como devem lidar com estes.
O Plano de Segurança e Saúde
•
O plano de segurança e saúde é um instrumento fundamental na segurança do trabalho em estaleiros, devendo ser elaborado quando a obra
começa a ser projetada. Este plano deve ser desenvolvido por iniciativa do dono de obra.
Conforme estabelecido no artigo 5º do Decreto-Lei nº 273/2003, o plano de segurança e saúde é obrigatório em todas as obras que exijam a
comunicação de abertura de estaleiro e, ainda, nos estaleiros onde se desempenham tarefas que:
Exponham os trabalhadores a risco de soterramento, de afundamento ou de queda em altura.
• Submetam os trabalhadores a riscos químicos ou biológicos que podem originar doenças;
• Exponham os trabalhadores a radiações ionizantes;
• Sejam efetuadas em locais próximos de linhas elétricas de média e alta tensão;
• Sejam efectuadas em vias ferroviárias ou rodoviárias que se encontrem em utilização, ou perto destas;
• Impliquem o risco de afogamento;
• São desenvolvidas em poços, túneis, galerias ou caixões de ar comprimido;
• Envolvam a utilização de explosivos, ou suscetíveis de originarem riscos derivados de atmosferas explosivas;
• Envolvam a montagem e desmontagem de elementos pré-fabricados ou outros, cuja forma, dimensão ou peso exponham os trabalhadores a risco
grave;
• São consideradas, pelos responsáveis pela segurança, suscetíveis de constituir riscos graves para a segurança e saúde dos trabalhadores
• Durante a execução da obra, as especificações das medidas de segurança que têm de ser aplicadas no
estaleiro fazem parte das responsabilidades do executante. Além disto, o executante tem também de
propor, quando achar necessário, a complementaridade das medidas previstas. Em ambas as situações, os
seguintes pontos têm de ser considerados para garantir a segurança nos estaleiros:
•
Identificar atividades simultâneas ou incompatíveis que decorram no estaleiro ou na sua proximidade;
• Os processos e métodos construtivos, incluindo os que exijam uma planificação detalhada das medidas de
segurança;
• Os equipamentos, materiais e produtos necessários;
• As medidas específicas respeitantes a riscos especiais;
• O projeto do estaleiro, incluindo os acessos, as circulações, a movimentação de cargas, o armazenamento de
materiais entre outros;
• A informação e formação dos trabalhadores;
• O sistema de emergência, incluindo as medidas de prevenção, de controlo e combate a incêndios, de socorro
e da evacuação de trabalhadores.
Quando o plano da obra em execução é realizado, a entidade executante pode aplicar soluções alternativas
às propostas na fase de projeto do plano de segurança. No entanto, as alterações têm de ser justificadas e
não podem representar uma diminuição nos níveis de segurança.
As alterações e especificações realizadas durante a fase de execução têm de ser validadas tecnicamente pelo
coordenador de segurança e aprovadas pelo dono da obra. Só depois da aprovação do plano de segurança e
saúde, a entidade executante pode iniciar a implantação do estaleiro e o início das obras.
O plano de segurança e saúde, assim como as alterações neste, têm de estar acessíveis no estaleiro a
subempreiteiros, trabalhadores independentes e representantes de trabalhadores.
Regime de Responsabilidades do Plano de Segurança
A responsabilidade do plano de segurança e saúde está dividida entre os diversos participantes da obra. Desta
forma, é expectável que à segurança dos trabalhadores nunca se sobreponham outros interesses
relacionados com as circunstâncias da execução da mesma.
Divisão das Responsabilidades
Entidade Executante – Tem o domínio da organização do estaleiro e, por isso, tem de promover o
desenvolvimento do plano durante a execução da obra.
Dono da Obra – É o responsável pelo plano de segurança e saúde durante a fase de projeção da obra. Aprova
os desenvolvimentos e especificações realizados na fase de execução.
DONO DE OBRA
O dono de obra é a entidade chave de todo o processo construtivo, uma vez que o
desencadeia e é responsável pelo pagamento dos trabalhos. As decisões do dono
de obra, no plano económico, assumem importância fundamental na definição da
construção a edificar, com influência ao nível da segurança e saúde dos
trabalhadores.
O DL 273/2003 determina que o dono de obra é o responsável por elaborar, ou mandar
elaborar, os instrumentos de prevenção, designadamente o PSS e a Compilação Técnica. Faz
parte das suas obrigações, ainda, a nomeação da coordenação de segurança, nos casos em
que é necessária.
Uma vez que, geralmente, o dono de obra é uma entidade sem instrução no domínio da
construção, a escolha dos coordenadores de segurança reveste-se de importância
fundamental, dado que estes o representam em matéria de segurança e saúde.
COORDENADOR DE SEGURANÇA
O coordenador de segurança, tanto em projecto como em obra, é o representante do dono de obra em matéria de
segurança e saúde, devendo informá-lo das suas responsabilidades legais.
Na fase de projecto, deve aconselhá-lo no processo de negociação da empreitada e, na fase de obra, informá-lo
regularmente sobre o resultado da sua avaliação da segurança e saúde existente no estaleiro.
Segundo o DL 273/2003, o coordenador de segurança em projecto deverá assegurar que os projectistas
tenham em atenção os princípios gerais de prevenção e elaborar o PSS ou, se o mesmo foi elaborado
por outra pessoa, validá-lo tecnicamente.
É sua obrigação começar a organização da Compilação Técnica e completá-la, caso não exista coordenador de segurança
em obra.
O coordenador de segurança em obra deve apreciar e propor alterações, se for caso disso, ao PSS ou às fichas de
procedimentos de segurança e verificar a coordenação das actividades das entidades que intervêm no estaleiro. Deve
ainda promover e verificar o cumprimento do PSS e facilitar a divulgação de informação relativa a riscos profissionais a
todos os intervenientes. É função do coordenador de segurança em obra averiguar as causas dos acidentes ocorridos na
obra e integrar os elementos decorrentes da execução dos trabalhos na Compilação Técnica.
EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO
As empresas de construção apresentam, em geral, a cultura do lucro, sem grandes
preocupações pela segurança e saúde dos seus trabalhadores. As vantagens de uma cultura de
segurança devem ser expostas com o intuito de motivar as empresas para a sua
implementação: apresentando os custos e os benefícios económicos que daí decorrem.
As organizações de maior dimensão têm adoptado uma cultura de segurança, já que se
apercebem dos benefícios sociais e financeiros que tal aporta. As empresas de menor dimensão
abordam, ainda, o tema da segurança e saúde de uma forma economicista, mantendo a ideia
de que se trata de um custo e não de um investimento
Segundo o Código do Trabalho, o Decreto-Lei n.º 7/2009, de 12 de Fevereiro, o empregador tem o
dever de proporcionar boas condições de trabalho do ponto de vista físico e moral. Deve ainda
prevenir riscos e doenças profissionais, tendo em conta a protecção da segurança e saúde do
trabalhador, devendo indemnizá-lo dos prejuízos resultantes de acidentes de trabalho. De notar que
o empregador é obrigado a transferir a responsabilidade pela reparação referida para entidades
legalmente autorizadas a realizar este seguro. É responsabilidade do empregador informar, consultar
e formar o trabalhador de forma a prevenir os riscos de acidente ou doença .
O Estado português, através da legislação, impõe às empresas que
desempenham a actividade da construção que assumam preocupações
relativamente à segurança e saúde dos seus empregados.
O Decreto-Lei n.º 12/2004, de 9 de Janeiro (DL 12/2004), define como
requisito de ingresso e permanência na actividade da construção, entre outras,
a capacidade técnica de uma empresa. Nesta, inserem-se os meios humanos e
técnicos que são empregues na gestão da segurança, higiene e saúde no
trabalho.
Para as empresas classificadas nas classes mais elevadas, há um acréscimo de
exigências em matéria de segurança e saúde, nomeadamente com a inclusão
de profissionais afectos à gestão da mesma.
Considerando o DL 273/2003, importa distinguir entre a entidade executante – o
empreiteiro geral – e os empregadores – subempreiteiros.
Entre 1 de Janeiro e final de Julho morreram na construção civil 23 trabalhadores, 70% dos quais ao serviço
de “patrões” que “não respeitam as normas de segurança”, alerta o Sindicato da Construção de Portugal.
Sindicato da Construção de Portugal afirmou que sete em cada dez acidentes de trabalho mortais registados
este ano no sector “eram evitáveis”, ocorrendo em contexto de laboração precária ou clandestina, e exigiu
uma fiscalização centrada neste segmento.
A informação reportada ao período de Janeiro a Junho deste ano indica que a queda de pessoas em altura
(11) foi a principal causa dos sinistros fatais com investigação dada como fechada pela inspecção do
trabalho.
Actualizando estes dados até fim de Julho, o sindicato refere que o número de acidentes de trabalho mortais
na construção eleva-se já a 23, mantendo-se as quedas como a principal causa.Na evolução dos últimos anos,
verifica-se que Portugal registou 161 sinistros laborais fatais em 2018 (44 na construção), 121 em 2019 (37 na
construção) e igual número em 2020 (39 na construção).
CARACTERÍSTICAS DO EMPREGADOR
Cerca de 60% dos acidentes mortais ocorreram em empresas com dimensões mais
reduzidas,
apresentando um número de trabalhadores inferior a 50. As maiores empresas
assumem, desde há algum tempo, a segurança como um facto de competitividade
e de imagem, tal como a consideração pela qualidade ou o ambiente. É possível,
neste tipo de empresas, implementar bons sistemas de gestão de segurança e
saúde no trabalho, ao contrário das pequenas empresas. Nestas, é comum
encontrar uma certa falta de atenção relativamente ao aspeto da segurança,
nomeadamente no que concerne a acções de divulgação ou mesmo à própria
legislação.
A maior parte dos acidentes mortais, cerca de 91%, ocorreu com indivíduos
que trabalham por conta de outrem. Os restantes acidentes mortais estão
distribuídos pelos trabalhadores por conta própria ou empregador (cerca
de 8%) e o praticante ou aprendiz (1%). Ao longo dos quatro anos
analisados não foram verificados acidentes com familiares não
remunerados ou estagiários.
CAUSAS E CIRCUNSTÂNCIAS DOS
ACIDENTE
DESVIO
O desvio corresponde à descrição do que sucedeu de anormal durante a execução do
trabalho e que portanto, levou à ocorrência do acidente. Se há vários acontecimentos
que se sucedem, é o último que conta para efeitos estatísticos. Os três desvios mais
verificados foram, por ordem decrescente, o “escorregamento ou hesitação com
queda, queda de pessoa” (32,4% dos casos), a “perda de controlo de máquina, de
meio de transporte, de equipamento de manuseamento, de ferramenta manual, de
objeto” (com 23,0%) e a “rutura, arrombamento, rebentamento, resvalamento,
queda, desmoronamento” (17,7%). De referir que a estes três desvios correspondem
mais de 70% do total dos casos verificados
CONTACTO
O contacto é a descrição da forma como a vítima foi lesionada, isto é, a
maneira através da qual o sinistrado entrou em contacto com qualquer
coisa que lhe causou a lesão. Caso existam vários contactos, deve ser
registado aquele que provocou a lesão mais grave. A forma de contacto mais
frequente nos acidentes mortais na construção nos quatro anos analisados
corresponde ao “esmagamento em movimento horizontal/vertical
sobre/contra objecto imóvel”, que representa mais de 40% dos casos. Em
perto de 20% das situações, o acidente ocorreu associado a “pancada por
objecto em movimento”.
AGENTE MATERIAL
O agente material descreve fisicamente o objecto, a ferramenta, o agente
com o qual o sinistrado entrou em contacto. Se há vários agentes, deve ser
registado aquele que for associado à lesão mais grave. O agente material
que mais esteve na base dos acidentes foi “edifícios, superfícies – ao nível
do solo”, registando mais de 30% dos casos. Os agentes materiais “veículos
terrestres” e “materiais, objectos, produtos – estilhaços e poeiras”
contribuíram, também, para mais de 10% dos acidentes, respetivamente
NATUREZA DA LESÃO
As lesões que mais levaram à morte na construção são as “concussões
e lesões internas”, em 23,3% dos casos, e as “lesões múltiplas”, em
21,3% das situações. Não se verificaram acidentes mortais por
“deslocações, entorses e distensões”, por “envenenamento e
infecções” e por “efeitos de ruído, vibrações e pressão”.
PARTE DO CORPO ATINGIDA
Em perto de metade dos acidentes mortais na construção (44,4% das
situações) foi atingido o “corpo inteiro ou partes múltiplas”. As lesões na
“cabeça” e no “tórax” representam, respectivamente, 20,4 e 11,8% do total
dos casos.
ACIDENTES GRAVES E MORTAIS
As consequências dos acidentes são classificadas da seguinte forma
− Afogamento – o trabalhador é asfixiado por submersão;
− Atropelamento – o trabalhador é atropelado por um veículo;
− Capotamento – dá-se o capotamento do equipamento, nomeadamente escavadoras, giratórias,
retroescavadoras, etc.;
− Corte – o trabalhador sofre cortes com ferramentas mecânicas, designadamente rebarbadoras
ou outras;
− Detonação de substâncias explosivas – ocorre uma explosão;
− Electrização e/ou electrocussão – acidentes cujo contacto com a corrente eléctrica resultam,
para o trabalhador, em electrização (acidente grave, traduzido em queimaduras) ou electrocussão (resulta na
morte do trabalhador);
− Esmagamento – o trabalhador é esmagado pela circulação de equipamentos;
− “In itinere” – consideram-se os acidentes de trajecto de casa para o estaleiro e em sentido
inverso, os acidentes de trajecto entre obras e os ocorridos no interior dos estaleiros;
− Intoxicação – o trabalhador sofre efeitos de envenenamento ou de intoxicação;
− Queda de nível – o trabalhador cai de uma altura inferior a 0,50m;
− Queda de objectos – queda de pedras, cargas, entulho, tábuas, entre outros, sobre o
trabalhador;
− Queda em altura – o trabalhador cai de uma altura superior a 0,50m;
− Soterramento – o trabalhador fica soterrado pelo desprendimento de terras ou
deslizamento do talude.
https://www.act.gov.pt/(pt-
PT)/CentroInformacao/Estatistica/Paginas/AcidentesdeTrabalhoMortais.aspx
TAREFAS GENÉRICAS NA CONSTRUÇÃO
Estaleiro
Descrição: corresponde aos trabalhos de montagem, exploração e desmontagem das
instalações e equipamentos necessários à execução da obra. Incluem-se as instalações
destinadas ao pessoal (casa do guarda, dormitório, instalações sanitárias, refeitório,
habitações e outras) e para funcionamento dos serviços de estaleiro (escritórios,
armazéns, oficinas e outras), as instalações de vias de acesso, caminhos de
circulação, vedações e instalações de redes de alimentação, de distribuição e de
esgotos.
Isolamentos e impermeabilizações
Descrição: corresponde às operações necessárias à aplicação de isolamentos térmicos e acústicos e
impermeabilizações.
Riscos: corte, electrização e/ou electrocussão, queda de nível, queda de objectos, queda em
altura.
Revestimentos
Descrição: compreende as actividades de revestimento de paredes, pisos,
tectos, escadas e coberturas inclinadas (revestimento com telhas, chapas
metálicas, chapas de fibrocimento, entre outros).
Riscos: corte, electrização e/ou electrocussão, esmagamento, intoxicação,
queda de nível, queda de objectos, queda em altura.
Vidros e espelhos
Descrição: engloba os trabalhos de transporte e montagem de chapa de vidro
em caixilhos, divisórias de vidro perfilado, persianas com lâmina de vidro e
espelhos.
Riscos: corte, electrização e/ou electrocussão, queda de nível, queda de
objectos, queda em altura.
Pinturas
Descrição: compreende os trabalhos de preparação das superfícies e de
pintura de estruturas metálicas, portas, portões, janelas, envidraçados,
estores, persianas, grelhas, guardas, balaustradas, corrimãos, entre outros
elementos.
Riscos: electrização e/ou electrocussão, explosão, intoxicação, queda de
nível, queda de objectos, queda em altura.
Acabamentos
Descrição: fazem parte desta tarefa todos os trabalhos finais de uma obra,
designadamente o afagamento e acabamento de pavimentos de madeira e
cortiça, o acabamento de pavimentos de ladrilhos cerâmicos, de mármore,
de pastas compósitas, com alcatifas, tapetes ou passadeiras, o acabamento
de paredes com papel colado ou panos decorativos e outros acabamentos.
Riscos: corte, electrização e/ou electrocussão, queda de nível, queda de
objectos, queda em altura.
Instalações de canalização
Descrição: inclui as operações de fabrico, fornecimento, execução, assentamento ou
montagem da rede de esgotos domésticos, de águas residuais e de águas pluviais, da rede
de distribuição de água, dos aparelhos sanitários, da rede de distribuição de gás e da
evacuação do lixo.
Riscos: corte, explosão, intoxicação, queda de nível, queda em altura.
Instalações eléctricas
Descrição: abrange os trabalhos de fornecimento, execução, assentamento ou montagem
das
instalações de alimentação geral, de colunas montantes e derivações, de instalações de
iluminação, tomadas e força-motriz e de instalações eléctricas especiais.
Riscos: corte, explosão, electrização e/ou electrocussão, queda de nível, queda de
objectos, queda em altura.
Ascensores e monta-cargas
Descrição: esta tarefa representa os trabalhos de montagem de ascensores (de
caixa fechada ou aberta) e de monta-cargas.
Riscos: corte, electrização e/ou electrocussão, queda de nível, queda de
objectos, queda em altura.
Elementos de equipamento fixo e móvel de mercado
Descrição: esta tarefa engloba as operações de montagem de elementos fixos
(equipamentos de higiene, exaustores de fumos ou gases, armários e bancadas de
cozinha, roupeiros, entre outros) e elementos móveis (frigoríficos, fogões,
aspiradores de limpeza domésticos ou industriais, irradiadores de calor, etc.).
Riscos: corte, electrização e/ou electrocussão, esmagamento, queda de nível.
Instalações de aquecimento por água ou vapor
Descrição: corresponde aos trabalhos de montagem de geradores caloríficos
(caldeiras, depósitos de combustível, reguladores de combustão, entre outros),
condutos e tubagem (rede de distribuição de água quente ou vapor a alta pressão) e
dispositivos difusores, aceleradores e de controlo (radiadores de fundição ou chapa,
painéis radiadores de pavimento ou tecto e válvulas com termóstato para regulação
automática da temperatura ambiente).
Riscos: corte, electrização e/ou electrocussão, queda de objectos, queda de
nível.
Instalações de ar condicionado
Descrição: incluem-se as operações de instalação de unidades de tratamento do ar,
de condutos, filtros, grelhas e difusores.
Riscos: corte, electrização e/ou electrocussão, queda de objectos, queda de
nível.
Trabalhos em Altura
Os materiais utilizados nas coberturas devem possuir grande durabilidade, apresentando reduzidas necessidades
de manutenção;
Otimizar, dentro do possível, o número e a posição de eventuais clarabóias;
Não localizar as tubagens de serviços em locais elevados, quando possível;
Especificar janelas cuja limpeza possa ser efetuada pelo interior da edificação, por exemplo, janelas
basculantes;
MINIMIZAR RISCOS
Para minimizar os riscos inerentes aos trabalhos em altura e tentar controlá-los, podem ser previstas soluções que
reduzam a necessidade de trabalhos em altura ou que promovam o acesso seguro às zonas necessárias.
Pode ser considerada a utilização de elementos prefabricados de modo a reduzir o tempo dos trabalhos em
altura. As escadas podem ainda ser projetadas para serem instaladas em fases precoces da fase de construção,
de modo a minimizar a necessidade de estruturas temporárias para trabalhos em altura
No domínio das proteções coletivas, podem ser previstas ligações para estas na estrutura da edificação,
designadamente para as redes de segurança ou para os guarda-corpos. Assim, podem ser criados elementos de
ligação (braçadeiras) nos pilares para a fixação de guarda corpos, sendo estes depois utilizados para suportar
tubos de queda.
É, ainda, importante garantir que, nas zonas onde são instaladas redes de segurança, não existem elementos
que possam obstruir a queda nas redes, nomeadamente a presença de tubagens de serviços.
De igual maneira, o projetista pode prever pontos de ligação para os andaimes, uma vez que estes são,
normalmente, ligados à estrutura, com o objectivo de evitar o seu derrube ou capotagem.
Por forma a evitar a instalação de guarda-corpos ou resguardos nas coberturas quando se efetuam operações de
manutenção ou de reparação, o parapeito da cobertura pode ser projetado para ter a altura que é definida
legalmente como de segurança (cerca de um metro).
· Devem ser previstos, sempre que tal for praticável, passadiços estáveis, constituídos por materiais não
escorregadios e com corrimão que permitam o acesso em segurança a equipamentos que carecem de
manutenção regular.
Quando for inviável a utilização de proteções coletivas, o projetista pode auxiliar o desenvolvimento
dos trabalhos em altura com recurso a equipamentos de proteção individual (EPI).
O equipamento antiqueda compreende, normalmente, um arnês como elemento de suporte do corpo
do trabalhador ligado diretamente a um ponto de ancoragem resistente ou a um cabo de amarração.
Podem ser definidas vigas, com a devida rigidez, perimetrais ou acima de aberturas no pavimento às
quais possa ser associado o EPI.
As medidas previstas pelos projectistas poderão ainda fazer parte da estrutura
final da edificação, o que permitirá auxiliar a realização de trabalhos em altura
nas fases de utilização, manutenção e reparação da edificação.
O projectista deverá fornecer informação sobre riscos residuais ao coordenador de
segurançae/ou ao empreiteiro. Esta informação deverá estar presente nos
desenhos ou outros documentos do projecto e poderá incluir:
- Capacidade de suporte dos materiais a utilizar em coberturas ou telhados;
- Identificação e capacidade de carga das vigas perimetrais e acima de aberturas
nos pavimentos às quais podem ser ligados os equipamentos de protecção
individual;
- Quando não é possível ligar os andaimes à estrutura, os projectistas devem
fornecer essa informação ao empreiteiro e assegurar que outros processos podem
ser utilizados;
- Os riscos residuais devem ser convenientemente indicados no Plano de Segurança
e Saúde e na Compilação Técnica
Lista de verificações de segurança para Trabalhos em Altura:
A escada deve ser colocada de forma a que a base fique apoiada em pontos solidamente fixos, que a
impeçam de deslizar.
Em nenhuma circunstância a escada pode ficar assente sobre materiais soltos, caixotes ou outros
objectos que possam vir a provocar a sua instabilidade ou oscilação.
Sempre que não seja possível colocar a base dos montantes sobre um plano horizontal fixo, devem
usar-se estabilizadores ou pés reguláveis.
No caso de colocar uma escada apoiada numa fachada ou estrutura, para subida a um terraço ou
plataforma, aquela deve ficar com cerca de 1 metro acima da referida estrutura.
O topo da escada deve ser seguro preferencialmente a pontos existentes, solidamente fixos.
Sempre que a escada não esteja fixa a partir do solo, na primeira subida (e na última descida) deve
ser mantida segura por um trabalhador colocado na sua base.
Não havendo no topo um ponto de amarração suficientemente sólido, deve proceder-se à
imobilização da escada a partir do solo.
Utilização da escada
Na subida olhar sempre para cima, para evitar bater com a cabeça em obstáculos que se
encontrem no seu caminho.
As mãos devem estar livres; só assim é garantida a regra dos 3 pontos de apoio (1 mão + 2
pés ou 2 mãos + 1 pé).
A descida deve ser sempre efetuada de frente para a escada. Não passar mais que um degrau
de cada vez, nem saltar da escada para o solo.
Os materiais e ferramentas devem ser transportados numa bolsa ou utilizando uma corda de
serviço; em nenhuma circunstância devem ser transportados nas mãos.
Durante a utilização da escada não deve permanecer mais do que um trabalhador sobre a
mesma, excepto em circunstâncias de salvamento, em que pode subir outro, para o resgatar.
No posto de trabalho
A altura da escada deve ser a suficiente de modo que o trabalhador não necessite de subir para
além do 4.º degrau a contar do topo.
Concluída a subida, em alturas superiores a 3 metros, fixar o anti-quedas num ponto solidamente
fixo e procurar a melhor posição para a execução do trabalho.
Prender-se com a corda de amarração (corda com regulador) em torno de um ponto fixo cuja
resistência foi previamente verificada.
O corpo do trabalhador não deve ultrapassar lateralmente os montantes da escada (excepto nas
de encaixar) para não provocar a instabilidade da mesma.
As ferramentas ou equipamentos que estão a ser usadas não devem colocar-se nos degraus; para
tal, utilizar preferencialmente, cordeletas de ligação das ferramentas ao arnês e,
alternativamente, sacos, bolsas ou abraçadeiras com anéis.
Equipamento de Proteção Individual
Capacete de proteção
Sistema anti-quedas (alturas superiores a 3m)
Sistema de amarração ao posto de trabalho
Botas de proteção mecânica
Luvas de proteção mecânica / isolantes (consoante o tipo de trabalho)
Telhados (cobertura de edifícios)
Trabalhar em telhados pode ser perigoso e é fundamental que existam normas de
segurança rigorosas, tanto para trabalhos a longo prazo como para trabalhos a curto
prazo.
Prevenção de quedas
Devem ser adotadas medidas preventivas sempre que há risco de queda ao aceder a, trabalhar em ou
descer de um telhado. Devem ser tomadas medidas de proteção coletiva contra os riscos de queda
com base nos resultados das avaliações dos riscos, antes de serem tomadas medidas de proteção
individual.
Qualquer proteção contra quedas (como sejam os guarda-corpos) deve ser suficientemente resistente
para impedir ou travar quedas e impedir que os trabalhadores sofram danos. As medidas de prevenção
de quedas devem ser postas em prática antes de se iniciar o trabalho em altura e mantidas até à
conclusão do mesmo. Durante a realização de trabalhos em telhados, devem ser tidas em conta as
condições atmosféricas, já que o gelo ou o tempo húmido ou ventoso podem aumentar
significativamente o risco de queda de pessoas ou materiais.
Medidas Preventivas