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Sobral/CE
2024
Macário Caetano de Mendonça Filho
Sobral/CE
2024
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Instituto Federal do Ceará - IFCE
Sistema de Bibliotecas - SIBI
Ficha catalográfica elaborada pelo SIBI/IFCE, com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
Aristóteles
Resumo
The main objective of this work was to evaluate the application of an Educational
Product consisting of a Didactic Sequence based on Ausubel’s Meaningful Learning,
using the Fedathi Sequence as a teaching methodology and the PhET platform as
a potentially significant resource. The Educational Product covers various topics
in electrodynamics, such as the study of capacitors and their associations, electric
current, Ohm’s laws, and resistors and their associations, applied to a group referred
to as the experimental class. For comparison and analysis purposes, a Control
Group was established but subjected only to traditional expository classes on the
same topics covered in the Experimental Group. These characteristics define the
methodology adopted in this work, which involves experimental investigation and
qualitative analysis. Both groups underwent two tests: a probing test, referred
to as the pre-test, to extract and assess the prior knowledge of the groups, and a
second test, the post-test, to compare the performance of the Experimental Group
against the Control Group in the evolution of the topics covered. Additionally, a
qualitative evaluative questionnaire was applied to the Experimental Group to collect
students’ opinions on the relevance of the Educational Product proposal for physics
teaching. Qualitative data analysis allowed for the inference that the Experimental
Group demonstrated superior performance compared to the Control Group, pointing
evidence of Meaningful Learning.
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.1 OBJETIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.2 ORGANIZAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2 CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.1 SEQUÊNCIA DIDÁTICA (SD) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.2 SEQUÊNCIA FEDATHI (SF) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.2.1 Princípios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.2.2 Preparação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.2.3 Vivência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.3 ASPECTOS DA TEORIA DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA 35
2.4 APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA E SF . . . . . . . . . . . . . . 39
3 REVISÃO DE FÍSICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
3.1 ELETROSTÁTICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
3.2 ENERGIA POTENCIAL E POTENCIAL ELÉTRICO . . . . . . . 43
3.2.1 A energia de uma distribuição de cargas . . . . . . . . . . 45
3.2.2 Potencial e campo elétrico em condutores . . . . . . . . . 46
3.3 CAPACITÂNCIA E CAPACITORES . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
3.3.1 Associação de capacitores . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
3.4 CORRENTE ELÉTRICA E LEI DE OHM . . . . . . . . . . . . . . 51
3.5 FORÇA ELETROMOTRIZ E CIRCUITOS ELÉTRICOS . . . . . 53
4 METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
4.1 TIPO DE PESQUISA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
4.2 PÚBLICO ALVO E MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO . . . . . . . . 56
4.3 PRODUTO EDUCACIONAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
4.4 APLICAÇÃO DO PRODUTO EDUCACIONAL . . . . . . . . . . 59
4.4.1 Descrição dos encontros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
5.1 ANÁLISE DO PRÉ-TESTE E HOMOGENEIDADE DA AMOSTRA 66
5.1.1 Homogeneidade da amostra . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
5.2 ANÁLISE DO PÓS-TESTE E COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS 73
5.2.1 Análise do PE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
5.3 RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO QUALITATIVO . . . . . . . 82
6 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
APÊNDICE A Pré-Teste . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
APÊNDICE B Pós-Teste . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
APÊNDICE C Produto Educacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
APÊNDICE D Questionário Qualitativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149
APÊNDICE E Respostas do Questionário Qualitativo . . . . . . . . . . . . . 150
15
1 INTRODUÇÃO
[...] quando se toma como referência o “para que” ensinar Física, supõe-se
que se esteja preparando o jovem para ser capaz de lidar com situações
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Dessa forma, as situações com as quais os jovens devem lidar em sala de aula
necessitam também abranger o campo dos problemas reais, presentes no cotidiano, indo
além de idealizações ou práticas de resolução de problemas por memorização de fórmulas.
Ademais, especificamente no caso da eletrodinâmica, é possível inclusive construir um
paralelo entre a teoria e sua extensa aplicabilidade em diversos setores do mercado de
trabalho, uma convergência explícita ao que orienta a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB), quando pressupõe que a educação escolar deve vincular-se ao mundo do
trabalho, garantindo o desenvolvimento pleno do aluno (Brasil, 1996).
Concebendo-se que a forma como os conteúdos são apresentados e discutidos está
atrelada a metodologia de ensino adotada pelo professor e baseado na concepção de que
uma metodologia de ensino é eficaz quando for capaz de provocar estímulos, transformando
o conteúdo apresentado em conhecimento adquirido, Neves e Barros (2011) afirmam que é
preciso dar a devida importância ao caminho a ser trilhado pelo saber, no caso, indo desde
sua elaboração científica até sua apresentação em sala de aula (saber ensinado). Além disso,
considerar as adversidades presentes em sala de aula, promover discussões e identificar
o que o discente já conhece do assunto, são parâmetros que interferem diretamente no
processo de ensino-aprendizagem.
Ao mesmo tempo que as ponderações acima indicam a necessidade de inclusão de
metodologias alternativas, elas também justificam a escolha da eletrodinâmica como tema
de física adotado neste trabalho, uma vez que, apesar de sua abundancia em aplicações
cotidianas, avaliações de larga escala e sobretudo, estratégias metodológicas direcionadas
ao seu ensino1 , frequentemente tem seu ensino negligenciado em favor da memorização
mecânica.
Compreendendo o quão importante é o ensino eletrodinâmica na educação básica
e considerando a necessidade de práticas docentes que devam ir além da metodologia
tradicional, fato retratado da experiencia profissional enquanto professor da rede pública
estadual de ensino, o presente trabalho propõe-se a criar e avaliar a construção de uma
Sequência Didática direcionada à alunos do 3º ano do ensino médio sobre o ensino de
alguns tópicos de eletrodinâmica2 , especificamente, capacitores e suas associações, corrente
elétrica, lei de Ohm e resistores e suas associações. Utiliza-se como metodologia de ensino a
1
Como através do uso de experimentos de baixo custo ou simulações para o ensino de vários de seus
tópicos.
2
Noutras palavras, o propósito é avaliar a qualidade e aplicação de um Produto Educacional.
17
1.1 OBJETIVOS
Objetivo Geral
Objetivos Específicos
1.2 ORGANIZAÇÃO
2 CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS
De acordo com Santos, Borges Neto e Pinheiro (2019, p.8) “a junção das ideias do
professor Hermínio Borges Neto com os trabalhos dos pesquisadores da FACED (UFC)
deu origem ao Grupo Fedathi”, sendo posteriormente denominado Sequência de Fedathi e,
finalmente Sequência Fedathi (Santos; Borges Neto; Pinheiro, 2019). O termo Fedathi é
uma junção das primeiras sílabas de Felipe, Daniel e Thiago, os três filhos de Borges Neto
(Santos; Neto; Pinheiro, 2019).
O projeto inicial era elaborar uma proposta metodológica para o ensino de mate-
mática, especialmente, voltada para a solução de problemas. No entanto, através de vários
trabalhos e publicações, a SF adquiriu o status de uma metodologia que abrange outras
áreas de conhecimento e da Educação. Como destaca Santos, Borges Neto e Pinheiro
(2019, p. 6) a SF “desenvolveu-se durante três décadas e, atualmente, caminha para uma
consolidação por meio das experiências em sala de aula vividas por seus pesquisadores da
Matemática e também dos que atuam além das ciências exatas”.
De acordo com Sousa et al. (2013, p.13) a SF tem como finalidade básica “apresentar
uma proposta de ensino com ênfase na pesquisa, na investigação e na experiência por
intermédio das mediações realizadas em sala de aula pelo professor”, o que corrobora com
o entendimento de que, enquanto metodologia de ensino, ela pode ser entendida como o
método científico aplicado ao ensino (Borges Neto, 2016).
A concepção da SF enquanto método científico voltado ao ensino também é perce-
bida quando aos alunos são proporcionadas oportunidades de experimentarem, tentarem e
investigarem, tornando-os protagonistas na busca de seu próprio conhecimento (Sousa,
2015). Conforme descrito adiante, as etapas Maturação e Solução são fundamentais para
que esse processo ocorra, diferenciando substancialmente a SF da metodologia tradicional.
23
2.2.1 Princípios
Mão no Bolso
“Mão no bolso” é uma expressão utilizada dentro da SF com origem no laboratório
de pesquisa e multimeios da (FACED/UFC), designada para explicar a posição do professor
em sala de aula durante algumas etapas. No presente caso, o professor deve observar os
alunos se debruçando sobre a solução dos problemas propostos, e no máximo, mediar
algumas situações.
Diante do exposto, poderíamos imaginar a “mão no bolso” como uma metodologia
de ensino, uma vez que reflete a posição do professor atuando em sala de aula com objetivo
claro de ensino, também seria possível imaginá-la apenas como uma postura adquirida
pelo professor em determinados momentos da aula, configurando-se assim, apenas como
uma forma na qual o professor deve se orientar para a execução da aula.
Na SF, a “mão no bolso” representa uma pedagogia, pois dela se constrói um
ambiente provocativo e de reflexão sobre as ações que devem ser tomadas tanto pelo
professor como por seus alunos. Esse ambiente desenvolvido deve ser entendido como
eficiente para a aprendizagem de novos saberes, pelo fato de que nele o aluno é desafiado.
Podemos afirmar que há uma grande proximidade entre a pedagogia “mão no bolso”
e o aluno por a “mão na massa”, isto é, de o aluno tentar realizar a atividade proposta a
partir do que ele já conhece, de modo que o professor deve, no máximo, mediar possíveis
discussões que se apresentem. Para Santana (2018), a pedagogia “mão no bolso” se faz
através da mediação de reflexões, sistematização e estruturação de um raciocínio, cujo
objetivo sempre é a produção de conhecimentos e saberes usando a SF. Essa pedagogia se
estende por algumas das etapas de aplicação da SF discutidas adiante, principalmente na
Maturação e Solução.
Situação Adidática
Uma situação adidática configura-se como o momento em que os alunos não estão
sob orientação explícita do professor. É o momento no qual o aluno desafia a si mesmo,
buscando e avaliando soluções através dos conhecimentos que ele já possui (Mendonça,
2018). O termo advém da teoria das situações didáticas de Guy Brousseau, caracterizando-
se como um contraponto a prática tradicional, na qual o professor fornece as informações
prontas que devem ser internalizadas por seus alunos.
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A pergunta
A pergunta é tida como fundamental para o ensino de qualquer saber. É através
dela que se é possível refletir sobre determinadas afirmações e, portanto, é dela que parte
a construção do conhecimento. Na concepção da SF, a pergunta é entendida como de
extrema importância, sua presença ocorre desde a primeira etapa da vivência em sala
de aula, denominada Tomada de Posição, destinada ao momento da apresentação de
perguntas (problematizações) aos alunos.
No entanto, deve-se destacar que as perguntas não podem ser completamente
superficiais, de modo que um simples sim ou não sejam suficientes como resposta. Nessa
perspectiva, é preciso que o professor, ao elaborar perguntas, as construa sob a perspectiva
de que elas sejam norteadoras para o processo de ensino, ou seja, que sejam efetivamente
problematizadoras, indo além de respostas rasas. Durante a aplicação da SF, Sousa (2015)
destaca que:
A mediação
Para a SF, a Mediação ressignifica o posicionamento do professor em sala de aula,
estando intimamente relacionada a pedagogia “mão no bolso”, uma vez que ambas lapidam
a ação docente. Sua construção ocorre através do posicionamento do professor em sala de
aula, isto é, da forma como ele deve agir durante a aula, bem como da análise correta a
partir da qual determina-se o momento apropriado para usá-la de forma mais intensa.
O objetivo principal da mediação é criar condições que proporcionem ao aluno a
ação de um pesquisador, e para tal, é preciso que o professor compreenda a sua prática como
uma atividade em construção, não terminada. Assim, na execução de sua prática docente,
o professor deve romper com o entendimento comum do ensino tradicional, o qual coloca-o
como único detentor do conhecimento, estando o aluno numa posição hierarquicamente
inferior.
A mediação exige o entendimento de que o professor não conhece tudo, embora deva
ser posicionado como um pesquisador mais experiente em relação aos demais (alunos) no que
diz respeito ao conteúdo que está prestes a apresentar, sendo frequentemente requisitado
para o esclarecer possíveis dúvidas. Esse entendimento está envolto da percepção do
professor como um agente que também aprende quando faz uso da mediação. Santana,
Borges Neto e Rocha (2004) afirmam que,
Contraexemplo
O contraexemplo na SF pode ser entendido como um dos meios de permitir ao
professor a atuação de um agente mediador para a aprendizagem. Em sua própria definição,
o contraexemplo vem para estimular a reflexão ao que o aluno afirma com veemência.
Nesse sentido, sua principal função é estimular o aluno a refletir sobre suas conjecturas,
com o objetivo de aprimorá-las se estiverem corretas, ou redefini-las quando estiverem em
desacordo com o esperado.
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Acordo Didático
O acordo didático compreende a construção bilateral democrática entre professor
e aluno (ou alunos), no qual se estabelecem as regras que serão adotadas ao longo das
sessões didáticas. Segundo Rodrigues (2018, p. 56) “a SF define o acordo didático como
um conjunto de regras que delimitam quais ações podem ser feitas em sala de aula”. Assim,
é a partir dele que ficam estabelecidos o que pode (e até mesmo deve) ou não ser realizado,
bem como a forma como deverá ocorrer. Sua construção está sempre condicionada ao tipo
de ambiente em que a aula deve ocorrer, uma vez que uma turma de ensino fundamental é
ligeiramente diferente de uma de ensino médio ou de ensino superior, seja devido ao nível
dos conteúdos a serem trabalhados ou devido ao público a quem se destina.
Quando se afirma que a construção do acordo didático deve ser bilateral, está se
afirmando que esse acordo é fundamentado pelas exigências do professor em comum acordo
com os alunos. Sua construção vai além de definir como os alunos devem se portar durante
a aula ou explicar o que eles devem fazer. Se assim fosse, seria uma relação unilateral, não
ocorrendo um acordo. Para tal, uma relação de cumplicidade é estabelecida entre professor
e aluno dentro de um ambiente propiciado pelo acordo didático, onde este também permite
ao docente assumir o posicionamento de mediador, utilizando a pedagogia “mão no bolso”
e, principalmente, permitindo ao aluno a experiência, mesmo que implicitamente, de um
pesquisador, um protagonista de seu próprio conhecimento.
O estabelecimento do acordo didático se faz mediante o diálogo do professor com
sua classe, e para tal, é preciso que esse diálogo seja construído com o mínimo de imposição.
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A concepção do erro
É comum entender o erro como um fator de fracasso da educação, evidenciando que
não houve aprendizagem. Essa avaliação é um tanto equivocada, seja porque desconsidera
o erro como parte do processo de aprendizagem ou porque negligencia o que o aluno já
sabe sobre o assunto, uma vez que “o erro constitui-se numa oportunidade para o professor
mostrar seu respeito ao aluno, pois o aluno não erra porque deseja; e mais, o erro é pista
(dica) para a realização de sondagem às suas possíveis causas” (Lorenzato, 2010, p. 50). O
erro também se constitui como um saber, nesse caso, ainda carecendo de lapidações.
A SF traz o erro para o centro das atenções, usando-o como agente fundamental
para compreensão e avaliação de indícios de aprendizagem. Mais que identificar onde o
aluno pode eventualmente estar se equivocando, o erro permite entender o que o aluno
já domina, e assim, além de fazer parte do processo de ensino, também faz parte da
construção da aprendizagem.
Segundo Melo (2018) o erro ajuda o professor na investigação do processo de
ensino-aprendizagem, permitindo verificar os tópicos de maior deficiência dos alunos sobre
o conteúdo proposto, e assim, realizando as intervenções concernentes, beneficia o aluno.
Assim, a SF valoriza o erro e o coloca como um dos principais fatores que permite fazer
levantamentos do que é preciso melhorar no ensino de um determinado conteúdo para
propiciar aprendizagem. É a investigação por erro que permite ao professor perceber
onde seus alunos sentem maior dificuldade e de que forma ele pode melhorar sua atuação
para suprir essa carência, o que corrobora com o entendimento do professor como um
pesquisador, aquele que investiga e aprimora sua prática por meio da análise do ambiente.
A concepção do erro pode ser encontrada já na segunda etapa da vivência da SF, a
Maturação, muito embora sua importância e presença se faça de modo efetivo na terceira,
a Solução, onde as respostas dos alunos são confrontadas por meio de contraexemplos
elaborados pelo professor.
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2.2.2 Preparação
Plateau
Ao realizar um planejamento de uma sessão didática é preciso que o docente tenha
à sua disposição a maior quantidade possível de informações a respeito do público ao qual
sua aula será apresentada. Esse é um cuidado que sempre deve ser avaliado, uma vez que
o ensino de um conteúdo sem o conhecimento da realidade da qual ele será introduzido
tem grande possibilidade de não garantir aprendizagem.
É uma condição necessária conhecer as informações que os alunos possuem, de
modo que a partir delas, o professor possa estruturar sua prática docente a partir destes
conhecimentos identificados, inclusive, refletindo o que será preciso construir em cada
encontro e como essa construção deverá ocorrer.
Diante da necessidade de informações mais acuradas sobre o que os alunos dominam,
surge a necessidade de construir o processo de obtenção delas, tal como questionários,
perguntas e testes. Com essas informações à disposição, a verificação delas permite
identificar o que todos os alunos dominam, desde aqueles com mais dificuldades até os mais
avançados. Este processo fortalece o que cada aluno mais avançado já conhece sobre o
assunto e constrói de forma sólida o conhecimento daqueles que possuem mais dificuldade.
O Plateau compreende o conjunto de conhecimentos compreendidos por todos os
alunos, desde aqueles com maiores dificuldades até os de menores dificuldades (Bezerra,
2018). Quanto a sua execução, são várias as possibilidades de construção, como a “elabo-
ração de um diagnóstico por questionário ou um conjunto de questões elaboradas pelo
professor, uma revisão dos principais pontos a serem discutidos no conteúdo ou até mesmo
uma conversa informal entre professor e alunos” (Bezerra, 2018, p. 69).
Nesse sentido, o Plateau pode ser entendido como uma forma da qual dispõe
o professor para identificar o que os alunos já conhecem sobre o assunto da aula, e a
partir disso construir seu planejamento e analisar as formas de mediação dos objetivos
deste planejamento. Ele representa o mínimo que o aluno precisa saber para vivenciar a
execução da aula. O Plateau encontra-se no centro do processo de ensinagem, permitindo
ao professor reavaliar constantemente sua prática, antes, durante e após cada aula.
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Sessão Didática
Ao longo dos parágrafos anteriores, usou-se o termo sessão didática como sinônimo
do processo de execução de uma aula. De fato, uma sessão didática é, em si, uma aula,
porém, vai além do momento da execução ou mesmo da simples aplicação de um plano
de aula, que compreende os conteúdos, metodologia e avaliação. Ela abrange todos os
processos associados à execução do planejamento, desde o antes (planejamento), passando
pelo durante (momento da aula) até o após (conclusões da aula).
O termo sessão didática compreende uma ação didática planejada com antecedência,
associada à condução dos processos de ensino e aprendizagem (Soares, 2018). Nesse sentido,
ela é uma ação previamente planejada, considerando o ambiente e o público como variáveis
que ajustam e orientam o planejamento do professor. Aqui, cabe ao professor grande
domínio do assunto, permitindo o aprimoramento no modo de ensinar. Outros fatores
que circundam a vivência de uma sessão didática é a forma como ocorre a mediação e
os recursos didáticos necessários para tal. Todo este processo deve ser previamente e
cuidadosamente analisado pelo professor durante seu planejamento.
É característico de uma SD a correlação de suas etapas, e neste sentido, uma SD é
a forma pela qual é possível relacionar uma sessão didática anterior à próxima, através da
reflexão docente em relação às sessões didáticas já vivenciadas. Estas reflexões permitem o
redirecionamento de sessões futuras, construídas a partir de elementos coletados das aulas
através de questionamentos dos alunos, da análise do que foi efetivo e do que necessita ser
aprimorado nos futuros encontros. Esta análise permite ressignificar o planejamento na
sessão didática, posicionando a SF como um exemplo de SD.
2.2.3 Vivência
Tomada de Posição
A primeira etapa da vivência da SF é a Tomada de Posição, que corresponde ao
momento em que o professor apresenta aos alunos um problema, considerando o nível de
seus escolares com respeito aos pré-requisitos aos temas a serem estudados (Borges Neto,
2019). Nessa etapa, o professor deve escolher como construir seus problemas e apresentá-los
à sua turma com a intenção explícita de provocar o desequilíbrio do conhecimento de seus
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alunos. Esta etapa sucede os princípios Acordo Didático e o Plateau. Afinal, é o Plateau
quem orienta o docente quanto à melhor forma de iniciar a Tomada de Posição.
Quanto ao modus operandi, a Tomada de Posição pode ser realizada através da
apresentação do problema/situação de forma verbal, por escrito, utilizando recursos
concretos ou mesmo recursos digitais, como softwares ou plataformas. O que deve ser
analisado é se o tipo de atividade a ser realizada de fato constitui um problema, cuja
solução não seja imediata, mas que também não possa ser exageradamente complexa
a ponto de não permitir a reflexão ou discussão. De acordo com Silva (2018, p. 82)
“compreender bem a situação, possibilitará ao aluno estabelecer uma ação reflexiva que
proporcione um processo investigativo em sala de aula”.
Devido suas características e objetivos, como despertar a curiosidade dos alunos e
incentivá-los a refletir sobre o conteúdo apresentado, a Tomada de Posição está intrinseca-
mente ligada à etapa seguinte, denominada Maturação. É na Tomada de Posição que os
alunos são apresentados a desafios ou questões que os levam a usar seus conhecimentos
prévios como recursos, tanto auxiliares quanto principais, para desenvolver soluções. Essa
etapa serve como uma base sólida para o processo de aprendizado que se desenrola ao
longo da SF.
Maturação
A segunda etapa da vivência da SF é a Maturação. Como o próprio nome su-
gere, representa a etapa do amadurecimento, e nesse caso, o amadurecimento das ideias
construídas pelos alunos a respeito do problema elaborado pelo professor na Tomada de
Posição.
Nessa etapa, o professor fedathiano utiliza novamente alguns princípios da SF,
explorando seu papel de mediador através uso da pedagogia “mão no bolso”, sempre de
forma intencional e precisa, e portanto, estimulando o instinto de pesquisador nos alunos.
Também é importante explorar o uso da pergunta e do contraexemplo quando o professor
necessitar intervir junto aos alunos. Esses princípios induzem a um ensino baseado em uma
estrutura não verticalizada, uma vez que o professor se comporta como um pesquisador
inacabado, assim como seus alunos.
No âmbito do posicionamento dos alunos, a Maturação permite a eles a construção
de hipóteses com base no conhecimento que já possuem, o que numa perspectiva ausubeliana
representa a utilização de seus conhecimentos prévios, que podem ser saberes adquiridos
dentro e/ou fora da escola. O ponto crucial da Maturação para os alunos, ou seja, sua
grande contribuição, é que ela os coloca como principais responsáveis por sua própria
aprendizagem, tornando-os protagonistas na construção do conhecimento.
É na Maturação que os alunos procuram maneiras de resolver a situação apresentada.
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Por meio da mediação do professor, os alunos serão capazes de construir modelos para a
solução do problema proposto na Tomada de Posição, conhecer suas variáveis e verificar
sob que aspectos uma determinada conjectura (modelo de solução construído logicamente)
pode eventualmente falhar. Portanto, é intrínseco à Maturação a presença do desequilíbrio
cognitivo dos alunos, proporcionando indícios de uma Aprendizagem Significativa. Isso
reformula tanto os conhecimentos prévios quanto o entendimento, ainda que embrionário,
da nova informação que será formalizada pelo professor.
Fontenele (2018) desenvolveu um quadro que apresenta de forma sucinta como o
professor e o aluno devem se posicionar na etapa da Maturação, destacando as principais
características de cada um. A construção está orientada com base em teses e dissertações
que discutiram a SF (Fontenele, 2018).
Um aspecto importante da Maturação é que ela pode ser desenvolvida por meio
de pequenos grupos que dialogam entre si, exercitando cognitivamente a exposição e
contraposição de ideias. Esses elementos conferem a cada grupo de alunos características
semelhantes a um grupo de pesquisadores que colaboram entre si. A aprendizagem se
manifesta por meio da interação entre os binômios, aluno-grupo e grupo-professor.
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Solução
A terceira etapa da vivência é a Solução. Nesta etapa, através da análise dos
modelos e esquemas criados na etapa anterior, os alunos devem ser capazes de chegar
a uma solução completa para o problema da aula. Dentro de suas limitações, o aluno
deve ser capaz de fundamentar sua resposta com base nas várias abordagens que explorou
durante suas tentativas de solução do problema. É o momento no qual se transformam
as ideias em modelos e/ou esquemas, nos quais o aluno comunica seus argumentos para
outros, a fim de justificar a solução a que chegou (Silva; Moreira; Torres, 2023).
Cabe ressaltar novamente a importância da continuidade do posicionamento do
professor como mediador do conhecimento que está sendo exposto. Um professor que
adota uma abordagem tradicional está em conflito com a construção de alunos reflexivos
e críticos, pois isso requer que os alunos explorem caminhos que não levem a respostas
imediatas e prontas. Para alcançar esse processo, é fundamental abrir espaço para essa
abordagem, o que a SF faz de forma elegante. A Solução é etapa fundamental dentro da
SF, pois é a partir dela que o professor avalia o momento apropriado para iniciar a Prova,
que retrata a formalização do conteúdo.
A solução também faz uso frequente de contraexemplos para consolidar argumentos
ou redirecionar hipóteses que tenham sido construídas de forma equivocada. Por não
fornecer uma resposta pronta, o contraexemplo mantém a postura reflexiva do aluno e a
continuidade do seu posicionamento investigativo, mantendo-o desafiado em relação ao
que está sendo discutido. O uso de perguntas também pode ser empregado como uma
forma de resposta às perguntas dos alunos. Nesta etapa é comum utilizar perguntas como
instrumento facilitador para a construção das respostas dos alunos.
No contexto da execução da Solução, o professor pode reconduzir seu público várias
vezes à Tomada de Posição ou Maturação, principalmente quando perceber a necessidade.
Essa possibilidade é perfeitamente viável dentro da SF, uma vez que essas etapas são
inter-relacionadas, e uma etapa mal compreendida ou executada pode comprometer o
processo de aprendizagem do aluno. Em relação ao professor nesse processo, ele não precisa
estar constantemente analisando em que etapa sua turma se encontra, mas sim verificando
se todos conseguiram se engajar de forma efetiva em cada uma delas.
Uma possibilidade de executar a Solução para uma turma dividida em grupos
menores é propor que cada grupo, ao chegar a um modelo final, e portanto, de consenso
único, socialize sua solução com os demais grupos expondo os argumentos, observações,
elaboração de conceitos e/ou construção de modelos. O diálogo entre os grupos permite
uma exploração mais profunda sobre soluções incorretas, conjecturas equivocadas ou
mesmo a exposição de conceitos equivocados. A exploração desses elementos é um exemplo
claro do uso do erro para promoção da aprendizagem nessa etapa.
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Prova
Chegamos à última etapa da vivência da SF, a Prova. Neste momento, o professor
irá formalizar todo o conteúdo apresentado e discutido nas etapas anteriores. É nesta
etapa que se apresenta o conteúdo de forma geral, mostrando os conceitos, modelos e
generalizações associados a esse conhecimento.
Obviamente, devido à inter-relação das etapas, a prova precisa estar relacionada
às etapas anteriores. Portanto, é necessário incorporar em sua apresentação o que foi
construído pelos alunos em conjunto com o professor até a etapa da Solução. Isso
inclui todos os aspectos relevantes e construtivos para a aprendizagem, como o erro,
o contraexemplo, a pergunta, a pedagogia “mão no bolso” e a inserção dos alunos em
situações adidáticas. Isso implica uma mudança na apresentação do conteúdo pelo professor,
uma vez que ele passa a utilizar o que foi construído por seus alunos para consolidar um
conhecimento de forma generalizada através da linguagem técnica.
Deve-se ter o cuidado adicional de que ao apresentar os modelos gerais, o professor
não incorra em imprudência, ou seja, tentar apresentar fórmulas, teoremas, conceitos,
etc, além do que é possível e, nesse caso, fora da abrangência da(s) pergunta(s) da etapa
Tomada de Posição. É claro que ele pode ir além do que foi discutido na Maturação e
Solução; na verdade, às vezes, isso é necessário para que ocorram as generalizações. No
entanto, a prova deve ser coerente, não ultrapassando o que foi planejado e, principalmente,
discutido na sessão didática.
Como exemplo, consideremos uma sessão didática estruturada na apresentação
das leis de Newton, e que essa apresentação seja o primeiro contato dos alunos com o
conteúdo. O professor deve abordar a sessão didática com o intuito de estabelecer os
principais conceitos e exemplos, e no máximo introduzir aplicações simples, afinal, trata-se
apenas de uma introdução. Se a sessão didática aborda uma introdução às leis de Newton,
não é coerente, por exemplo, formular as leis de Newton em referenciais girantes. Portanto,
esse aspecto deve estar fora da apresentação da Prova, embora isso possa ser mencionado
durante a mediação do professor, utilizando princípios como o erro ou o contraexemplo.
Essas observações condizem com o apresentado por Menezes (2018, p. 102) quando
afirma que “o objetivo da fase da Prova é estabelecer interações cognitivas entre o que
foi pensado e exposto (conjecturado) pelos alunos e as verdades explicadas pelo professor,
almejando o máximo aprendizado possível”.
Nesta etapa, sob a ótica do ensino de física, uma possibilidade de auxílio para
a prova é o uso de experimentos ou softwares que fundamentem os conceitos físicos
e demonstrem a relação entre o que é formalizado do conteúdo e o resultado oriundo
do recurso pedagógico adotado. É importante destacar que o uso de experimentos ou
simulações pode ser realizado em qualquer uma das etapas da vivência da SF, ficando a
35
(Darroz, 2018). Diante disso, na AS, “o processo de aquisição de informações resulta numa
alteração quer das informações recentemente adquiridas, quer do aspecto especificamente
relevante da estrutura cognitiva, à qual estão ligadas as novas informações” (Ausubel,
2003, p. 03).
Ausubel compreende que a AS é estruturada no processo fundamental da ancoragem,
definida por ele como a ligação entre a nova informação e as ideias preexistentes ao longo
do tempo (Ausubel, 2003). Esses conceitos âncora, também denominados conceitos
subsunçores6 , são particulares de cada indivíduo, ou seja, de natureza idiossincrática.
Assim, quando se apresenta um conteúdo a um grupo de alunos e há indícios de AS, eles o
fazem por aquelas três etapas anteriores, concordando entre si em vários significados do
conteúdo, porém, cada um de sua maneira específica.
Tavares (2004, p. 56) afirma que “na interação entre o conhecimento novo e o
antigo, ambos serão modificados de uma maneira própria de cada aprendente, devido a
consequência de uma estrutura cognitiva particular de cada pessoa”. Em contrapartida, se o
objeto de aprendizagem (informação) chega ao indivíduo através de forma frágil, ou mesmo
sem nenhuma interação com os subsunçores, isto é, quando não há ancoragem da nova
informação a uma estrutura específica preexistente, a aprendizagem não foi significativa.
Ausubel define esse processo como Aprendizagem Mecânica (AM). Para ele:
o processo formativo.
Finalmente, é possível concluir que o estabelecimento desses pontos de proximidade
da teoria ausubeliana e da metodologia de ensino SF, enriquece o planejamento e a execução
da prática docente, fortalecendo importantes pontos presentes na prática docente, tais
como o estimulo ao desenvolvimento de um aluno crítico, participativo, que seja capaz de
solucionar desafios cognitivos e que se comporta como investigador nas relações de ensino
correspondente (Rocha, 2019).
42
3 REVISÃO DE FÍSICA
3.1 ELETROSTÁTICA
onde,
ri = r − r′ i (3.2)
r − r′ i
rˆi = (3.3)
|r − r′ i |
é o versor de ri .
A força total sobre Q quando as n cargas fontes estão presentes, é obtida aplicando-
se a (3.1) repetidas vezes a cada par de força Fi entre cada carga fonte qi e a carga de
prova Q8 . Em seguida, realiza-se a soma vetorial de todas as Fi calculadas. O resultado
é a força total F sobre Q. Esse processo é conhecido como princípio da superposição.
Matematicamente,
! !
n
X n
X 1 qi Q Xn
1 qi
F= Fi = ˆ
r = Q rˆ = QE (3.4)
4πϵ0 |ri |2
i=1 4πϵ0 |ri |
2 i
i
i=1 i=1
onde9 ,
1 X n
qi
E≡ rˆi (3.5)
4πϵ0 i=1 |ri |2
é o campo elétrico gerado pelas cargas fontes. E é função de r porque os ri dependem
da localização do ponto de observação P (Figura 4). Em uma distribuição contínua de
cargas, uma carga puntiforme terá valor dq e a somatória em (3.5) torna-se uma integral.
Assim:
1 Z dq
E(r) = r̂, (3.6)
4πϵ0 |r|2
onde dq = λ · dl, σ · dS, ou ρ · dτ para uma distribuição linear, superficial ou volumétrica,
respectivamente.
O princípio da superposição não é apenas uma consequência lógica, é um fato
experimental (Griffiths, 2011). Além disso, Griffiths (2011, p. 43) destaca que “a lei
de Coulomb e o princípio da superposição são os ingredientes físicos da eletrostática - o
restante, exceto por algumas propriedades especiais da matéria, é a elaboração matemática
dessas regras fundamentais”. Entre essas elaborações matemáticas, há a lei de Gauss (útil
para o cálculo de E em situações de alta simetria), dada por:
I
Qenv
E · dS = . (3.7)
S ϵ0
Aqui, Qenv representa a carga líquida (soma algébrica das cargas) envolvida pela
superfície gaussiana S, cujo valor do campo em seus pontos é E. A lei de Gauss em sua
forma integral é extremamente prática em problemas que tenham simetria esférica, cilíndrica
ou plana. Ela também é importante no estudo de algumas propriedades relacionadas a
condutores isolados.
assim, deve possuir uma energia potencial associada. Consequentemente, devemos mostrar
que o trabalho Wi , realizado pela força elétrica Fi ao trazer uma carga de prova Q da
posição ra para a posição rb , na presença de uma carga fonte qi localizada na origem
(ri = r), independe do caminho de integração tomado. Com efeito;
Z rb Z rb
Wi = Fi · dl = QEi · dl (3.8)
ra ra
Z rb
1 qi Q
= r̂ · (dlr r̂ + dlθ θ̂ + dlϕ ϕ̂)
ra 4πϵ0 |r|2
qi Q Z rb dr qi Q 1 1
= = − (3.9)
4πϵ0 ra |r|2 4πϵ0 ra rb
que claramente depende apenas dos pontos inicial e final, e portanto, independente do
caminho escolhido. Isso significa que podemos associar a eletrostática uma função energia
potencial U, tal que
W = −∆U ≡ −[U (rb ) − U (ra )]. (3.10)
qi localizada em ri :
1 qi
Vi (r) = . (3.12)
4πϵ0 r |r − ri |
A unidade de Vi é o volts (V), tal que 1 V ≡ 1 J/C. Uma observação importante é que
Vi (r) é uma função independente da carga de prova Q.
No caso geral ∆V = ∆U Q
, de modo que se E é o campo elétrico resultante devido
as n cargas fontes, as (3.8) e (3.10) dão:
Z rb
W
∆V = − ⇒ V (rb ) − V (ra ) = − E · dl. (3.13)
Q ra
onde usamos a (3.12) e a primeira igualdade de (3.13) na igualdade do último termo. Logo,
podemos concluir que o potencial total V (r) (agora devido a todas as cargas fontes) em r
é (confira a primeira equação de 3.13)
n
X n
X 1 qi
V (r) = Vi (r) = , (3.15)
i=1 i=1 4πϵ0 |r − ri |
que também satisfaz ao princípio da superposição. Isso também decorre da (3.14), pois
sendo E proporcional a F, que obedece ao princípio da superposição, então E e V também
obedecem. Numa distribuição contínua, a somatória é substituída por uma integral e os
qi → dqi .
onde |r12 | é a distância entre q1 e q2 . Para trazer q3 , haverá duas interações, uma entre q1
e q3 e outra entre q2 e q3 . O trabalho W3 será portanto,
!
1 q1 q2
W3 = − q3 + .
4πϵ0 |r13 | |r23 |
11
|rij | é a distância entre qi e qj .
46
O trabalho total é a soma dos trabalhos Wi gastos para trazer cada carga qi .
Recorrendo a (3.10) e lembrando que o valor de U = 0 no ponto de referência, obtém-se
para a energia potencial total U ,
" ! ! ! #
1 q1 q1 q2 q1 q2 qn−1
U = q2 + + q3 + · · · + + + ··· + qn
4πϵ0 |r12 | |r13 | |r23 | |r1n | |r2n | |r(n−1)n |
Xn X n
1 q i qj 1X n X n
1 qi q j 1X n X n
1 q i qj
= = ⇒U = . (3.16)
i=1 i<j 4πϵ0 |rij | 2 i=1 j=1, 4πϵ0 |rij | 2 i=1 j=1, 4πϵ0 |rij |
i̸=j i̸=j
A energia potencial armazenada nas cargas também pode ser reescrita como
1X n n
X 1 qj 1X n
U= qi = qi V (ri ). (3.17)
2 i=1 j=1, 4πϵ0 |rij | 2 i=1
i̸=j
Segundo Griffiths (2011, p. 68) “um condutor perfeito seria um material que
contivesse um suprimento ilimitado de cargas completamente livres”, e assim, sensíveis
a presença de qualquer campo elétrico externo E0 . Na prática, não existem condutores
perfeitos, muito embora algumas substâncias cheguem surpreendentemente perto disso
(Griffiths, 2011).
Potencial em condutores
A diferença de potencial elétrico V , entre dois pontos internos quaisquer de um
condutor (onde E = 0), representado na Figura 7, é dado pela (3.13)
Z 2
V = V2 − V1 = − E · dl = 0 ⇒ V2 = V1 = constante. (3.20)
1
isto não significa que não poderia existir uma distribuição de carga
superficial sobre S [...]. Teria de haver então cargas + em algumas partes
de S e − em outras. Linhas de forças teriam de iniciar-se em cargas +
nas paredes e terminar em cargas − (com E ̸= 0 dentro da cavidade)
(Nussenzveig, 1997, p. 68).
pois E · dl ̸= 0 ao longo da parte do circuito que passa pela cavidade, o que contradiz a
(3.13) para o caso particular em que ra = rb . Logo, E = 0 também dentro da cavidade.
Capacitor Plano
O tipo de capacitor mais simples é o capacitor plano (Figura 9), formado por dois
planos condutores com cargas +Q e −Q. A diferença de potencial V é dada pela (3.13),
49
Capacitor Cilíndrico
Composto de dois cilindros condutores e coaxiais de raios a e b (Figura 10). O valor
de E na superfície cilíndrica S (raio ρ) é obtido da (3.7) considerando a simetria axial, de
modo que somente a superfície lateral do cilindro (área 2πρl) contribui para o fluxo,
I
Figura 10 – Capacitor cilíndrico Q Q ρ̂
E · dS = 2πρlE = ⇒E= (3.24)
S ϵ0 2πϵ0 l ρ
A diferença de potencial V entre as placas do capacitor
é obtida usando o valor de E da (3.24) na (3.13).
Z a !
Qdρ Q b
V = V+ − V− = − = ln . (3.25)
b 2πϵ0 lρ 2πϵ0 l a
A capacitância é então:
2πϵ0 l
C= . (3.26)
Fonte: Autor (2023). ln(b/a)
Capacitor Esférico
Constituído de duas esferas condutoras concêntricas de
Figura 11 – Capacitor esférico
raios R1 e R2 (Figura 11). Tomando como superfície
gaussiana S, uma esfera de raio r, a (3.7) dá:
Q
E= r̂. (3.27)
4πϵ0 r2
A diferença de potencial entre o par de placas é
Z R1
Qdr Q R2 − R1
V+ − V− = − = . (3.28)
R2 4πϵ0 r 2 4πϵ0 R1 R2
Logo, a capacitância de um capacitor esférico é
R1 R2
C = 4πϵ0 . (3.29)
Fonte: Autor (2023). R2 − R1
Os resultados das capacitâncias, dados pelas (3.23), (3.26) e (3.29) provam que
a “capacitância é uma quantidade puramente geométrica, determinada pelos tamanhos,
formas e separação dos dois condutores” (Griffiths, 2011, p. 73).
50
Q = Ceq V = Q1 + Q2 = C1 V + C2 V ⇒ Ceq = C1 + C2 .
1 Z 1 Z 1 1 Q2
U = U(+) + U(−) = V+ dQ − V− dQ = QV = CV 2 = (3.32)
2 2 2 2 2C
onde V = V+ − V− , representa a diferença de potencial entre os condutores, o que não
causa ambiguidade, já que V é constante sobre um condutor (Griffiths, 2011).
com θ sendo o ângulo entre dS e j (Figura 14). O valor da corrente que passa em toda a
superfície S é, portanto, Z
i = j · dS (3.35)
S
que representa o fluxo da densidade de corrente j.
52
j = σE (3.36)
dV = E · dl = E · n̂dl, (3.37)
Efeito Joule
Para transportar uma carga dq = idt através de uma diferença de potencial dV
(como ao passar por um resistor de resistência R) é preciso realizar um trabalho dW sobre
dq, tal que
dW
dW = (idt)V ⇒ P ≡ = iV . (3.42)
dt
onde P representa uma potência associada. Em termos da resistência R de um condutor
atravessado por uma corrente i,
P = i2 R. (3.43)
Aparelhos que são capazes de manter uma diferença de potencial entre dois pontos
ao qual estão ligados são denominados de fontes de força eletromotriz (f.e.m) E (Halliday;
Resnick, 1994). Ao montarmos um circuito que contenha uma f.e.m, atravessado por uma
corrente i nas extremidades e cuja diferença de potencial é V , uma energia por unidade
tempo iV é gerada (Nussenzveig, 1997). No caso particular de um resistor conectado as
extremidades A e B, cuja diferença de potencial é V , a conversão é sob a forma de calor.
No circuito ao lado (Figura 15), durante um
Figura 15 – Circuito simples
tempo dt, uma mesma quantidade de carga atravessa
qualquer seção do circuito, correntes deste tipo são de-
nominadas estacionárias. Essa manutenção da corrente
ao longo do condutor é devido a ação de forças não-
eletrostáticas (Nussenzveig, 1997). Para a região dentro
Fonte: Autor (2023). da bateria, além do campo eletrostático E, existe um
“campo elétrico equivalente” E(e) , oposto a E e suficien-
temente forte para empurrar as cargas em direção oposta a E dentro da bateria15 . Nessa
região, a lei de Ohm torna-se
j = σ(E + E(e) ). (3.44)
que é a definição de f.e.m. Como a integral (3.47) é tomada apenas dentro da bateria,
onde E(e) = −E, então,
Z +
E =− E · dl = V+ − V− = V (3.48)
−
Logo, para um circuito aberto a diferença de potencial é igual a f.e.m (Nussenzveig, 1997).
15
Observe que o campo eletrostático E dentro da bateria é no sentido de + para −, oposto ao sentido da
corrente.
54
Circuitos elétricos
Duas leis são fundamentais no estudo de circuitos elétricos, a lei das malhas e a lei
dos nós. Segundo Nussenzveig (1997, p. 192), a primeira afirma que, “a soma das quedas
de tensão ao longo de uma malha de circuito é nula”. Esta lei é apenas uma aplicação do
princípio da conservação da energia a circuitos elétricos (Halliday; Resnick, 1994).
Partindo do ponto A no circuito da Figura 15 e percorrendo-o no sentido da corrente
(que indica o sentido da diminuição de V )16 , o potencial VA mantém-se o mesmo até
encontrar o resistor de resistência R, onde ocorre uma queda de valor −iR, a partir do
qual não muda até chegar na fonte de f.e.m, exceto ao atravessá-la, quando o potencial
aumenta de +E . Concluindo o percurso, chega-se em A. Aplicando a lei das malhas
VA − iR + E = VA ⇒ −iR + E = 0
Logo, numa associação em série, Req > Ri . Além disso, de (3.49), se Ri → ∞ (ex.:
lâmpada de filamento queimada), i = 0. Essas observações são bons argumentos para não
instalar lâmpadas em série!.
De acordo com (Nussenzveig, 1997, p. 192), a lei dos nós afirma que: “a soma
algébrica de todas as correntes que saem de um nó (contando com o sinal - uma corrente
que entra) é = 0”. Trata-se de uma decorrência da lei de conservação da carga (Halliday;
Resnick, 1994). A 2ª lei é útil em circuitos com mais de uma malha (Figura 18).
A Figura 18 representa uma associação de resistores em paralelo, caracterizado por
todos os resistores estarem sob a mesma diferença de potencial. Procuramos por um Req
para esse caso. Separando o circuito em três malhas, a da esquerda, a do centro e a da
direita, e aplicando a lei das malhas, em cada uma delas separadamente, obtemos
E − i1 R1 = 0
−i1 R1 + i2 R2 = 0
−i2 R2 + i3 R3 = 0
16
Já que convenciona-se corrente como o movimento de cargas positivas.
55
Essas equações dão para as correntes i1 = E /R1 , i2 = E /R2 e i3 = E /R3 . Aplicando a lei
dos nós, temos que
E 1 1 1 1 1 1 1
i= = i1 + i2 + i3 = E + + ⇒ = + + .
Req R1 R2 R3 Req R1 R2 R3
1 Xn
1
= (3.51)
Req i=1 Ri
indicando que a resistência Req de uma associação em paralelo é sempre inferior a qualquer
Ri . Vários tipos de associações são possíveis, entretanto, uma resistência equivalente
sempre pode ser encontrada aplicando-se as leis das malhas e dos nós.
56
4 METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada nos meses de agosto e setembro de 2023. O público total
consistiu de 60 alunos do 3º ano do turno matutino da escola pública de ensino médio
Doutor João Ribeiro Ramos, localizada na região norte do estado do Ceará. A escola
atende alunos do 1º ao 3º ano do Ensino Médio nos turnos matutino, vespertino e noturno,
além de oferecer Educação de Jovens e Adultos (EJA) no período noturno.
Nesta escola, há um laboratório de ciências com capacidade para 20 alunos, e dois
laboratórios de informática, ambos com capacidade máxima de 35 alunos cada. Além disso,
cada turma de 3º ano possui duas aulas de Física por semana, totalizando 100 minutos.
Para a sequência de atividades, foram utilizadas um total de 8 encontros, incluindo o tempo
destinado a aplicação dos questionários. Alguns deles ocorreram em aulas conjugadas.
Para contemplar as características da metodologia adotada neste trabalho, foi
necessário dividir o público em duas turmas: uma Turma de Controle (TC), que não
57
vivenciou a SD, e uma Turma Experimental (TE), na qual o PE (apêndice C) foi aplicado.
A faixa etária dos alunos desses grupos variou entre 17 e 18 anos, e cada turma tinha a
mesma quantidade de alunos.
Para averiguar as características de cada grupo, isto é, identificar os conhecimentos
prévios de ambos (TC e TE), foi aplicado um teste de sondagem, denominado pré-teste
(apêndice A), sobre conceitos de eletrodinâmica. O questionário também teve a finalidade
de avaliar e assegurar a equivalência entre as turmas, afinal, embora a aleatoriedade
na construção dos grupos não garanta a equivalência entre eles, reduz ao mínimo a
probabilidade de que sejam diferentes (Moreira, 2003). Os dados do questionário também
auxiliaram no estabelecimento do Plateau para a TE ao longo dos encontros.
Após a aplicação do PE na TE e das aulas expositivas tradicionais na TC, realizou-se
um pós-teste (apêndice B) com o objetivo de identificar possíveis diferenças de aprendizagem
entre as turmas. Dessa forma, buscou-se verificar indícios de AS na TE como consequência
da aplicação da SD descrita no PE. A Figura 18 ilustra o processo descrito para a obtenção
dos dados deste trabalho.
Figura 18 – Metodologia adotada para obtenção dos dados.
Após todo o processo de aplicação das sessões didáticas e do pós-teste, foi aplicado
um questionário qualitativo (apêndice D) na TE com a finalidade de avaliar as percepções
dos alunos em relação à metodologia de ensino utilizada (SF) e à plataforma PhET. As
respostas dos três questionários foram utilizadas para a análise da qualidade dos elementos
que constituem o próprio PE.
relevante nesta área pelo fato da montagem práticas reais demandar um tempo considerável
do planejamento do professor, o que em geral, dificulta a ação. Além disso, o uso de
simulações elimina riscos ou falhas inerentes a experimentos desta natureza.
No PE estão detalhados os procedimentos de construção de cada etapa da SD com
orientações de cada simulação utilizada ao longo dos encontros propostos. Cada interface
das simulações montadas com recursos e valores das grandezas físicas é exibida com o
intuito de facilitar a aplicação da SD em sala de aula.
O Quadro 3 ilustra a proposta de divisão das etapas de aplicação da SD e o
respectivo tempo de cada um. Ao longo de cada tópico, todos os objetivos e etapas de
cada simulação são descritos em consonância com os princípios e etapas da SF. Ao final de
cada tópico do PE, são disponibilizados exercícios que integram as simulações ao conteúdo
curricular, além de servirem de avaliação da proposta de sessão didática para o professor.
Sob uma análise geral, na TE grupos foram formados para promover discussões
nos encontros. O estabelecimento do Plateau ocorria de forma verbal e através dos
dados do pré-teste. A Tomada de Posição iniciava-se através de perguntas ou observações
sobre as grandezas envolvidas na construção de simulações relacionadas ao conteúdo. Na
maturação, os grupos foram capazes de levantar hipóteses que eram confrontadas pelo
professor-mediador através de perguntas e contra-exemplos. Isso permitiu que os grupos
reavaliassem e aprimorassem suas hipóteses, provocando um novo desequilíbrio entre os
conhecimentos prévios e a nova informação.
Na Solução, o diálogo entre os participantes desempenhou um papel crucial, uma
vez que nele surgiram contraexemplos, perguntas e o confronto/complemento de ideias
levantadas pelos demais. A plataforma PhET foi novamente empregada para elucidar e
questionar pontos relevantes nas discussões, com o professor posicionado como mediador e
utilizando-a para promover questionamentos, ajustar parâmetros e chamar a atenção para
a ocorrência de eventos despercebidos pelos alunos. Em muitas sessões didáticas, a Prova
foi auxiliada pelo PhET como suporte às generalizações matemáticas ou vice-versa. Um
cronograma de como se deu a construção de cada uma das quatro etapas da SF ao longo
de cada encontro, encontra-se disponível nos planos de aula do PE (apêndice C do PE).
Como resultado esperado das etapas Maturação e Solução, alguns grupos verificaram
que para associação em paralelo as capacitâncias somavam-se, todavia, para a associação
63
em série, apenas um grupo encontrou que a capacitância equivalente seria a razão entre o
produto pela soma das capacitâncias individuais. O professor utilizou princípios como o
contraexemplo, a pergunta e o erro.
A Prova consistiu no uso dos valores das capacitâncias nas simulações propostas
no PE para chegar a uma definição entre elas e a capacitância equivalente em cada tipo
de associação (Figura 22). Ao final, realizou-se os exercícios propostos no PE.
atuando como mediador. A Prova definiu a resistência ôhmica através das observações dos
grupos e dos dados da simulação referentes a d.d.p e a corrente.
através da análise das propriedades de cada um, deveriam ser capazes de construir um
circuito equivalente, calculando a resistência equivalente. Essa foi a Tomada de Posição.
Durante as etapas da Maturação e Solução, os alunos distinguiram cada tipo de
associação e identificaram relações importantes. Alguns grupos, por meio de observações,
concluíram que, em uma associação em paralelo, as correntes se dividem, enquanto em
uma associação em série, a diferença de potencial (d.d.p) é que se divide. Essas análises
foram desenvolvidas com o professor orientando os alunos quanto ao uso de amperímetros
e voltímetros do simulador.
Na construção dos circuitos equivalentes, o professor desempenhou o papel de
mediador, adotando características de um pesquisador experiente. Ele forneceu orientações
de forma gradual para os grupos, incluindo o estabelecimento de valores que facilitariam a
compreensão do assunto. A relação entre as resistências em série (paralelo), e sua respectiva
resistência equivalente, era deduzida por alguns grupos quando os valores correspondentes
eram visualizados no simulador. A Prova envolveu a utilização dos resultados obtidos
pelos grupos no caso de dois resistores, para generalizar os conceitos para um número
qualquer de resistores ôhmicos.
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
afinal, o uso de uma linguagem mais técnica proveniente da formalização em sala de aula,
possibilita o uso termos mais precisos, como “fluxo de cargas” ou “movimento ordenado
de cargas” para corrente elétrica, o que neste caso não ocorreu.
Na TC, 50% da turma (15 alunos) conseguiram repetir a situação descrita acima.
Além disso, as descrições também são muito próximas, como quando C3 descreve corrente
como “deslocamento de cargas” e tensão como “a diferença de potencial entre dois terminais
como numa bateria”. No entanto, em ambas as turmas, nenhum dos alunos foi capaz de
associar o termo tensão ao trabalho necessário para deslocar uma carga em um campo
elétrico ou mesmo conectar a grandeza campo elétrico ao potencial elétrico.
As observações acima revelam características da metodologia tradicional, que muitas
vezes avalia a aprendizagem por meio da repetição de termos ou frases. Além disso, no
caso da pergunta sobre corrente elétrica, nenhum dos alunos de ambas as turmas foi capaz
de escrever uma definição precisa de corrente elétrica, tal como ocorrera com a tensão, e
portanto, indicando que não havia ocorrido um contato formal do assunto na TC. Estes
apontamentos representam os conhecimentos prévios dos alunos. Os subsunçores foram
entendidos como suficientes para a aplicação da SD, cujo propósito, além de assimilar as
novas informações, também seria o de fortalecer aquelas preexistentes oriundas da AM.
Questão 02: Pela seção transversal de um fio condutor passa uma carga elétrica
de 30 C a cada 5, 0 s. A intensidade média da corrente elétrica nesse fio é de:
(A) 2,0 A (B) 4,0 A (C) 6,0 A (D) 8,0 A (E)150 A.
Para análise dos dados, utilizaremos o gráfico abaixo, que representa o percentual
de marcação por itens em cada turma.
Esse é o tipo de problema que os alunos gostam de resolver, isto porque muitas vezes
soluções são testadas a fim de obter como resposta um dos itens disponíveis. Observa-se
que, assim como na discussão do problema anterior, as turmas aparentemente continuam
apresentando resultados semelhantes, já que os percentuais são próximos. Além disso, uma
análise superficial pode inferir, através dos dados, que aparentemente os alunos dominam
bem o assunto, uma vez que a resposta correta (item C) foi escolhida por ambos os grupos
com potenciais acima de 50%.
Todavia, devemos observar que o último item também teve um percentual elevado.
Isto se deve, neste caso, ao fato de que os itens C e E são as únicas opções que correspondem
à divisão ou ao produto da carga pelo tempo. Além disso, com base na discussão dos
resultados da questão 01, os dados apresentados no gráfico acima estão em contradição com
aqueles do problema anterior, afinal, naquele, nenhum dos discentes foi capaz de formular
uma definição precisa para corrente elétrica, ao passo que neste, as turmas possuíam um
domínio considerável do assunto.
Esta análise exemplifica uma aplicação direta de um importante ponto defendido
pela fundamentação teórica deste trabalho (p. 37), quando Moreira (1999) considera
que a análise e a forma na qual a coleta de dados ocorre, também passa pela maneira
como eles são coletados. Neste caso, o uso de perguntas de tipos diferentes (subjetiva e
objetiva) produziu resultados divergentes. Está análise representa um importante ponto
de harmonização deste trabalho com sua fundamentação teórica.
Questão 03: Você já ouviu falar em circuitos elétricos? Poderia citar pelo
menos dois exemplos de aparelhos que utilizam circuitos elétricos e que estejam
presentes no seu cotidiano?
O objetivo desta questão era analisar os conhecimentos trazidos pelos alunos
do cotidiano sobre o assunto para aproximá-los daqueles que seriam trabalhados nas
futuras intervenções. Foi interessante observar que apesar de nenhum dos alunos conseguir
descrever o que era um circuito elétrico da forma esperada, aproximadamente 63, 3% dos
alunos (19 alunos) da TE e 66, 7% (20 alunos) da TC conseguiram apresentar exemplos
de dispositivos que estão presentes em circuitos elétricos, como carregadores de celular,
computadores, televisão e instalações eletrodomésticas. Para efeito de comparação, estes
resultados permitem inferir a equivalência das turmas.
Ohm. Pode-se concluir que as TE e TC, neste caso, também foram equivalentes, uma
vez que, ainda que a diferença percentual entre ambas seja razoável, são muitos menores
quando comparados ao total de alunos de cada turma. Logo, pode-se inferir também que
o assunto representa algo novo para a TE.
Questão 06
No circuito abaixo estão representados esquematicamente
uma bateria de d.d.p (ϵ), um resistor de resistência (R) e
um interruptor (S). Identifique cada elemento na figura.
Desenhe o sentido da corrente (i) quando o interruptor é
ligado. Justifique a escolha do sentido de i.
As imagens abaixo, ilustram as duas únicas representações realizadas por alunos
da TE (imagem da direita) e da TC (imagem da esquerda).
Uma observação adicional, decorrente dos comentários de alguns alunos que de-
senharam circuitos abertos, foi a ideia de que a tomada “libera energia”, um termo
inadequado para a situação apresentada no problema. Além disso, de forma implícita,
notou-se que para esses alunos, carga elétrica e energia eram sinônimos, apesar de serem
grandezas físicas de natureza e unidades completamente diferentes.
72
Figura 28 – Circuito residencial com duas lâmpadas construídos por alunos das TE e TC.
Um fato intrigante foi que nenhum dos grupos foi capaz de construir um circuito
adequado com as duas lâmpadas associadas, isto porque sequer construíram um circuito
fechado. Além disso, aparentemente, tentaram construir um circuito através com lâmpadas
associadas em série, contrariando o esperado como resposta do problema.
Os problemas 7 e 8 exemplificam o uso do desenho como ferramenta para a obtenção
e análise de conceitos e proposições construídos pelos alunos, uma coerência ao que está
descrito na introdução deste trabalho (p. 18), já que esta metodologia foi adotada como
um auxílio na obtenção de informações importantes sobre os conceitos prévios ou como
forma de analisar a evolução deles no pós-teste.
O pós-teste teve como objetivo avaliar a evolução dos conceitos prévios nas TE e
TC, proporcionando um embasamento para a análise da proposta elaborada pelo PE. A
Figura 29 apresenta o percentual geral de acertos das TE e TC nas questões objetivas do
pós-teste. A última questão do pós-teste, por ser aberta, será discutida adiante.
A discussão em sala de aula complementa ou confronta os dados do gráfico, propor-
cionando uma compreensão mais abrangente do desempenho dos alunos. Essa abordagem
favorece uma visão mais completa do aprendizado, considerando não apenas os resultados
numéricos, mas também o contexto educacional e as interações entre alunos e o professor,
evidenciando os aspectos de análise qualitativa dos dados.
Por este trabalho adotar uma análise de dados qualitativa, a discussão respaldada
em relatos dos discentes, torna-se essencial. Assim, além do gráfico indicar um desempenho
superior na turma TE, a observação do professor, a interação promovida em sala de aula e
os diálogos decorrentes dessas discussões desempenham um papel significativo na análise.
A última questão do pós-teste visou analisar a evolução ou transformação dos
conceitos expostos pelos alunos das TC e TE quando comparada com o pré-teste. Na TC,
houve um progresso discreto dos conceitos representados nos desenhos. Por outro lado, na
TE, observou-se um avanço mais significativo, como por exemplo, a presença de desenhos
representando circuitos fechados. Além disso, as simulações com o PhET permitiram aos
alunos identificar lâmpadas de filamento como exemplos de resistores e cuja associação em
paralelo permitia maior eficiência.
74
Questão 01
Figura 30 – Gráfico dos resultados por item da questão 01 do pós-teste nas TC e TE.
Questão 02
Figura 31 – Gráfico dos resultados por item da questão 02 do pós-teste nas TC e TE.
Na turma TE, 70, 00% dos alunos marcaram o item corretamente. Em contrapartida,
na turma TC, apenas 40% responderam corretamente. Considerando a equivalência entre
as turmas para efeitos de comparação, é possível inferir que a SD construída, incluindo
portanto, a metodologia e os recursos adotados neste problema atingiu seus objetivos. Isso
sugere indícios de uma AS na TE como consequência da aplicação do PE.
O item B também apresentou um percentual de marcação considerável, atribuído
em parte à falta de atenção de alguns alunos ao calcularem a área do triângulo, esquecendo
a divisão pelo fator 2. Observou-se, pelos cálculos dos alunos, que para os que marcaram
o item A, o desafio residia em dificuldades de interpretação do gráfico apresentado. Nesse
caso, os alunos calcularam a área do trapézio formado no intervalo de 0 a 10 s. Quanto
aos demais itens, provavelmente foram marcados aleatoriamente, uma vez que os alunos
que os selecionaram não justificaram como chegaram a sua escolha.
Questão 03
Figura 32 – Gráfico dos resultados por item da questão 03 do pós-teste nas TC e TE.
solução, esquecendo de verificar a coerência das unidades na resposta final. Em casos mais
extremos, a falta de atenção leva à confusão entre as unidades de potência e energia, o
que justificou uma porcentagem considerável de marcação no item C. Embora os alunos
tenham construído corretamente seus cálculos e argumentos, foi nítida a presença de
confusões quanto ao reconhecimento das unidades de energia na turma TE, evidenciado
pela marcação do item C. Isso indica que a execução do PE deveria ter sido mais enfática
quanto ao uso das unidades das grandezas trabalhadas.
Contudo, na TE observou-se uma porcentagem de acertos superior à TC, sugerindo
indícios de uma AS. Ao escolherem o item D, os alunos da TE foram além da simples
aplicações de fórmulas, fato evidenciado pela capacidade dos alunos em elaborar soluções
alternativas, diferentemente do que ocorreu na TC. Entre essas as diferentes propostas
de solução, destaca-se a resolução por meio da proporção direta entre o tempo gasto e a
energia consumida. Esses resultados apontam para uma compreensão mais aprofundada
na TE em relação a TC sobre o tema abordado.
Questão 04
Contudo, o resultado não necessariamente implica que os discentes do grupo que não
conseguiram resolver o problema corretamente, não compreenderam o que são associações
em série ou paralelo. Na verdade, a análise de suas soluções mostram que os erros ocorreram
ao desmembrarem incorretamente o circuito misto em circuitos equivalentes em série e
paralelo.
Figura 33 – Gráfico dos resultados por item da questão 04 do pós-teste nas TC e TE.
Questão 05
Figura 34 – Gráfico dos resultados por item da questão 05 do pós-teste nas TC e TE.
Um ponto de destaque nos resultados desta questão está nas respostas dos alunos
da TE que marcaram o item E, uma vez que esses discentes também fizeram parte do grupo
que escolheu o item C na questão 4, o que indica uma dificuldade real em compreender as
características das associações em série e em paralelo. Este padrão aprimora a análise feita
no segundo parágrafo dos resultados daquela questão, quando 36, 67% da TE optaram
pelo item “C” como item correto. A escolha do item “E” neste problema evidencia o
80
desconhecimento por parte destes alunos em relação ao que é uma associação em série ou
em paralelo, indo além de apenas uma dificuldade de desmembramento de circuitos mistos
em circuitos em série ou paralelo, ou mesmo da dificuldade de aplicação de fórmulas em
cada associação.
Questão 06
06-) Suponha que você deseje ligar duas lâmpadas de filamento a uma fonte de alimentação
(bateria) ou acioná-las por um interruptor (tomada). Baseado no que você aprendeu, é mais
apropriado ligá-las em série ou em paralelo? Faça um esquema (desenho) representando essa
situação. Coloque o sentido convencional da corrente com as lâmpadas em funcionamento.
Esta questão teve como propósito avaliar o progresso das turmas após as aulas,
aplicando conceitos da teoria física à situações cotidianas, conforme inicialmente investigado
na questão 08 do pré-teste. Naquela ocasião, tornou-se evidente muitas deficiências dos
grupos (TE e TC) na associação de duas lâmpada. No pós-teste, a reintrodução dessa
questão teve o objetivo de analisar possíveis avanços nas representações pictóricas e
conceitos inferidos por elas em ambas as turmas.
Embora apenas duas imagens da TE tenham sido analisadas nesta questão, muitos
alunos da turma foram capazes de construir circuitos semelhantes com as lâmpadas
associadas em paralelo, o que sugere a presença de indícios de uma AS na TE. Assim,
observou-se indícios de que os frágeis subsunçores identificados nos resultados do pré-teste,
foram fortalecidos e/ou transformados pela nova informação apresentada durante as sessões
didáticas através dos recursos presentes no PE.
5.2.1 Análise do PE
Ao analisar a Figura 29, que oferece uma visão abrangente dos resultados das
questões objetivas no pós-teste, juntamente com as discussões anteriores sobre o desem-
penho em cada questão, principalmente aquelas relacionadas aos resultados do problema
6, observa-se que a SD foi efetiva na abordagem e discussão dos conceitos, aplicações e
resoluções de problemas.
Foi possível notar que em alguns problemas, considerando a flutuação natural
do público total participante ao longo dos encontros, a diferença entre as TE e TC foi
pequena, como na questão 3. No entanto, é crucial destacar que a amostragem é pequena,
motivo pelo qual uma descrição predominantemente qualitativa foi adotada. Além disso,
analisando o resultado global, percebe-se que a TE apresentou um desempenho superior
18
Note que, rigorosamente falando, para um circuito residencial, a fonte é alternada, assim, a simbologia
é diferente. Todavia, exigir esta representação fugiria completamente da implementação do PE, muito
embora essas ressalvas tenha sido pontuadas.
82
QUESTIONÁRIO QUALITATIVO
Questão 01 Você já conhecia a plataforma PhET ? Qual sua opinião sobre ela?
Para você, a plataforma PhET facilitou a aprendizagem dos conceitos
Questão 02
trabalhados em sala? Justifique.
Quanto aos encontros e suas execuções por parte do professor (per-
Questão 03 guntas propostas, observações, hipóteses levantadas, etc.), qual sua
avaliação?
O que você achou da metodologia adotada pelo professor? Na sua
Questão 04 opinião, a separação em grupos foi positiva para o entendimento do
que foi apresentado?
Você se sentiu desafiado e motivado durante os encontros? A que você
Questão 05
atribui esse fato?
Na sua opinião, seria melhor ter apresentado os assuntos de forma
Questão 06 tradicional, sem a metodologia adotada pelo professor e sem o uso do
PhET ?
Fonte: Autor (2023).
Como análise das respostas à pergunta 01, nenhum dos alunos da TE conheciam
a plataforma, evidenciando o prevalecimento da metodologia tradicional em detrimento
83
6 CONCLUSÃO
19
<https://www.vascak.cz/physicsanimations.php?l=pt>
87
Referências
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
. Uma análise crítica do ensino de física. Estudos avançados, SciELO Brasil, v. 32,
p. 73–80, 2018.
APÊNDICE A – Pré-Teste
Nome: Turma:
Escola: Data:
01-) No seu entendimento, o que é tensão elétrica? E corrente elétrica? Diferencie ambos.
02-) Pela seção transversal de um fio condutor passa uma carga elétrica de 30 C a cada
5,0 s. A intensidade média da corrente elétrica nesse fio é de:
(A) 2,0 A (C) 6,0 A (E) 150 A.
(B) 4,0 A (D) 8,0 A
03-) Você já ouviu falar em circuitos elétricos? Poderia citar pelo menos dois exemplos de
aparelhos que utilizam circuitos elétricos e que estejam presentes no seu cotidiano?
04-) Você já ouviu falar em capacitor? E resistor? Poderia descrever qual a função de
cada um?
07-) Faça um desenho, dentro do seu entendimento, de como funciona o processo de ligar
uma lâmpada residencial. Desenhe todos os elementos necessários para o funcionamento
desse circuito.
08-) Faça o mesmo processo utilizando duas lâmpadas residenciais. O que muda ou
permanece constante em relação ao desenho da questão anterior?
92
APÊNDICE B – Pós-Teste
Nome: Turma:
Escola: Data:
01-) (UFES) Dois capacitores, de capacitâncias C1 = 2 µF e C2 = 1
µF estão ligados a uma bateria, conforme mostra a figura ao lado. A
diferença de potencial entre as placas de C1 é V = 6 V. A diferença
de potencial entre as placas de C2 e sua carga é dada por:
(A) 3 V e 12 µC (D) 12 V e 12 µC
(B) 6 V e 6 µC (E) 12 V e 24 µC
(C) 6 V e 24 µC Fonte: Bonjorno et al.
(2000, p.645).
05-) (UFES) Uma árvore de Natal é iluminada com um circuito de lâmpadas semelhantes,
conforme indica- do na figura. Considerando que a lâmpada 2 se queima, quais as lâmpadas
que permanecerão acesas?
93
06-) Suponha que você deseje ligar duas lâmpadas de filamento a uma fonte de alimentação
(bateria) ou acioná-las por um interruptor (tomada). Baseado no que você aprendeu, é mais
apropriado ligá-las em série ou em paralelo? Faça um esquema (desenho) representando essa
situação. Coloque o sentido convencional da corrente com as lâmpadas em funcionamento.
94
PRODUTO EDUCACIONAL
Sobral/CE
2024
Macário Caetano de Mendonça Filho
SIMULAÇÕES NO ENSINO DE FÍSICA:
Uma proposta para o ensino de capacitores e eletrodinâmica utilizando a plataforma
PhET e a Sequência Fedathi
Sobral/CE
2024
Agradecimentos
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.1 Teoria da Aprendizagem Significativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.2 Sequência Fedathi (SF) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.2.1 Princípios da SF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.2.2 Preparação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.2.3 Vivência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.3 Teoria Física . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.3.1 Capacitores e capacitância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.3.2 Corrente elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.3.3 Resistência e Leis de Ohm . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.3.4 Potência elétrica e o efeito Joule . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.3.5 Associação de resistores em circuitos elétricos . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3 A PLATAFORMA PHET . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.1 A interface da Plataforma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.2 Conhecendo a interface de um simulador . . . . . . . . . . . . . . . . 26
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
APÊNDICE A – PRÉ-TESTE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
APÊNDICE B – PÓS-TESTE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
2.2.1 Princípios da SF
Nosso objetivo nesta seção é apresentar de forma sucinta, quais são os princípios
da SF e como eles se apresentam na prática docente.
Mão no Bolso
A “mão no bolso“ pode até ser entendida como uma metodologia de ensino, ou
como uma postura adotada pelo professor em momentos específicos da aula. Porém, na
SF ela é considerada uma pedagogia, já que cria um ambiente provocativo e reflexivo
no qual tanto o professor como os alunos são instigados a pensarem sobre suas ações e
desafiarem-se mutuamente. A expressão refere-se ao momento onde o professor deve adotar
uma posição que permita aos alunos se engajarem na solução dos problemas propostos
enquanto ele apenas media algumas situações, ficando realmente com as mãos no bolso.
11
Situação Adidática
A pergunta
A mediação
Contraexemplo
Acordo Didático
A concepção do erro
especialmente na etapa da Solução, onde as respostas dos alunos são confrontadas por
contraexemplos elaborados pelo professor, incentivando-os a reavaliar suas soluções e
consolidando a compreensão como um processo contínuo de descobertas e aprendizado.
2.2.2 Preparação
A etapa da preparação representa a parte na qual o docente avalia o ambiente sobre
o qual sua sequência de aulas será apresentada. Ela representa a etapa onde o docente
planeja os encontros, e para tal, é necessário conhecer o que os discentes dominam ou o
que é preciso dominarem com a finalidade de iniciar a aula a partir deste ponto, ou outro
que o docente achar necessário. Os elementos dessa importante parte são Plateau e a
concepção do termo Sessão Didática.
Plateau
Para realizar o planejamento de uma aula é preciso que o docente tenha à sua
disposição informações sobre o que os alunos já conhecem, de modo a permiti-lo estruturar
sua prática docente a partir desses conhecimentos identificados, refletindo o que será
preciso construir em cada encontro. Estas informações são o ponto de partida de qualquer
aula (encontro), e constroem o que dentro da SF é denominado de Plateau. O Plateau
compreeende o conjunto de conhecimentos compreendidos por todos os alunos, desde
aqueles com maiores dificuldades até os de menores dificuldades (Bezerra, 2018).
Nesse sentido, o Plateau pode ser entendido como uma forma da qual dispõe
o professor para identificar o que os alunos já conhecem sobre o assunto da aula, e a
partir disso construir seu planejamento e analisar as formas de mediação dos objetivos
deste planejamento. Ele representa o mínimo que o aluno precisa saber para vivenciar a
execução da aula. Para sua construção, Bezerra (2018, p. 69) destaca que várias são as
possibilidades, como a “elaboração de um diagnóstico por questionário ou um conjunto de
questões pelo professor, uma revisão dos principais pontos a serem discutidos no conteúdo
ou até mesmo uma conversa informal entre professor e alunos”.
Sessão Didática
O termo Sessão Didática compreende uma ação didática planejada com antecedência,
associada à condução dos processos de ensino e aprendizagem (Soares, 2018). Ela não é
simplesmente a execução de uma aula, já que abrange o planejamento prévio e a reflexão
pós-aula, representando portanto, uma ação cuidadosamente planejada pelo professor
considerando o ambiente e o público-alvo além de buscar ajustar a abordagem do conteúdo
e a mediação necessária para garantir uma aprendizagem significativa. Durante a aula o
professor utiliza-se de recursos didáticos e estratégias de ensino adequadas ao contexto.
15
Após a aula o docente reavalia o que deve ser aprimorado ou mantido nas futuras sessões
didáticas permitindo a ressignificação do planejamento e o aprimoramento contínuo do
processo de ensino-aprendizagem, especialmente em relação à Sequência Didática.
A Sessão Didática está atrelada a Sequência Didática, pois cada sessão anterior
influencia a próxima. Através da reflexão sobre os momentos vivenciados em cada aula
o professor pode reajustar e melhorar o planejamento para sessões futuras. A análise
cuidadosa destes pontos (reflexão ou reajustes das sessões didáticas) permite que o docente
ressignifique sua abordagem, aprimore sua execução e construa uma sequência mais coesa
e eficaz, proporcionando aos alunos uma experiência de aprendizagem mais significativa e
alinhada com suas necessidades e conhecimentos prévios.
2.2.3 Vivência
Compreende a execução das Sessões Didáticas utilizando-se dos princípios da SF.
A vivência compreende a Tomada de Posição, Maturação, Solução e a Prova.
Tomada de Posição
Maturação
Solução
Prova
representado por .
Analisando a equação que representa o potencial elétrico1 na superfície de uma
esfera condutora de carga Q e raio R,
Q
V = k0 onde, k0 = 9 · 109 N· m2 /C2 , (2.1)
r
vemos que ao dobrarmos o valor da carga o potencial dobra pelo mesmo fator, ou seja, há
uma relação de proporcionalidade entre V e Q, e assim, a razão
Q
≡ C = constante. (2.2)
V
1
Aqui, nos referimos a diferença de potencial (d.d.p), mas, por convenção, o potencial é nulo no infinito,
sendo indiferente falar d.d.p ou potencial.
18
CV 2 Q2
Uel = e Uel = .
2 2C
onde Ceq é a capacitância de um único capacitor que seria equivalente ao conjunto. Esse
resultado nos diz o que fazer quando queremos armazenar uma maior quantidade de cargas
sob mesma d.d.p.
Numa associação em série, uma placa do conjunto é ligada ao terminal positivo e
a outra ao negativo, de modo que os demais elementos são condutores neutros carregados
por indução.
Analisando a Figura 4, vemos que o condutor
Figura 4 – Conexão em série
limitado pela região tracejada é neutro (não está li-
gado diretamente a bateria). Quando a carga da placa
esquerda do capacitor 1 for +Q e a da direita do ca-
pacitor 2 é −Q, cargas −Q e +Q serão induzidas nas
placas opostas de cada um, respectivamente, por indu-
ção. Logo, numa associação em série, todos os capaci-
Fonte: Autor (2023). tores ficam com a mesma carga, e nesse caso a d.d.p
V = VAB + VBC . Tomando um circuito com um capacitor equivalente
Q Q Q 1 1 1
V = VAB + VBC = = + ⇒ = + .
Ceq C1 C2 Ceq C1 C2
1ª lei de Ohm
Consideremos um resistor de resistência R submetido a uma d.d.p, cujo valor é V ,
atravessado por uma corrente i. É um fato experimental que o valor de R independe do valor
de V usado para medi-lo (Halliday; Resnick, 1994). Essa lei empírica é denominada primeira
lei de Ohm. Resistores que a obedecem são denominados resistores ôhmicos. Graficamente,
estes resistores representam uma linha reta passando pela origem2 . Matematicamente,
V = Ri. (2.6)
2ª lei de Ohm
A resistividade ρ é uma propriedade da matéria que está associada a resistência R
de um resistor. Para um fio de comprimento l e área transversal A,
l
R=ρ . (2.7)
A
Esta expressão é comumente denominada 2ª lei de Ohm. Essa equação nos diz que,
aumentando a área de um fio, sua resistência será diminuída, e menor serão as perdas por
calor. Para um fio de cobre, não faz sentido falar em resistividade do fio. A resistividade é
uma propriedade do material do qual o fio é feito. Fisicamente, falamos em resistividade
do cobre e resistência do fio de cobre.
V2
P = . (2.10)
R
Associação em série
Uma associação de resistores em série consiste num conjunto de resistores ligados
em sequência, formando um único caminho para a passagem da corrente elétrica (Fig. 6).
Nosso objetivo é encontrar um resistor único,
Figura 6 – Associação em série
equivalente a todo o conjunto de resistores associados.
A d.d.p total V é a soma de cada d.d.p ao longo
de cada resistor. Lembre-se que a passagem de uma
corrente gera uma queda de potencial V = Ri ao
atravessar um resistor (1ª lei de Ohm). Assim, V1 =
R1 i, V2 = R2 i e V3 = R3 i. Somando cada valor e
Fonte: Autor (2023). analisando a figura 6, a d.d.p total V é dada por,
Logo, para resistores associados em série, a resistência equivalente é a soma das resistências
individuais.
Associação em paralelo
corrente, obtemos
i
1
= V
R1
V 1 1 1
i = V
⇒ i = i1 + i2 + i3 ⇒ =V + +
2
R2 R eq R1 R2 R3
i = V
3 R3
1 1 1 1
⇒ = + + . (2.12)
Req R1 R2 R3
A figura seguinte ilustra alguns simuladores que este Produto Educacional utiliza.
Cada simulador é organizado dentro do que se limita a aula. Observe que a figura mostra
quais caixas estão selecionadas no canto superior esquerdo, representando a área de ensino
e seu respectivo ramo ao qual o simulador desejado está vinculado.
Montagem da modelagem
Figura 11 – Laboratório do Capacitor: Básico - Definição de capacitância.
• Ligue uma lâmpada ao capacitor carregado e sugira aos grupos anotarem o observado.
28
A Prova pode ser construída através dos valores da tabela acima, utilizando os
dados preenchidos pelos grupos, explore possíveis os erros das hipóteses dos alunos.
Exercícios
01-) Baseado nos dados da tabela, o que você pode inferir da relação entre a capacitância
C e a razão VQ ?
02-) O que é armazenado num capacitor? O que ocorre com um capacitor carregado ao
ser ligado a lâmpada? Em que isso diferencia-o de uma bateria?
03-) Qual a relação entre a área do capacitor e sua capacitância? E entre a distância entre
as placas e a capacitância?
Montagem da modelagem
• Oriente os grupos a construírem um circuito com dois capacitores ligados um no outro
em sequência (ligação em série) e que marquem a opção “Valores” no simulador.
• Construa, na mesma interface, um outro circuito com a mesma d.d.p, porém, com
um ÚNICO capacitor de mesma carga Q. Use a relação Q = CV para encontrar a
capacitância equivalente, ajustando seu valor com um clique sobre ele (Figura 12).
• Repita todas as etapas dos itens anteriores para uma associação em paralelo (obs.:
nesse caso, a d.d.p é a mesma para os dois capacitores).
Exercícios
01-) Construa um diagrama que represente capacitores com capacitâncias C1 = 2 pF e
C2 = 4 pF associados em série. Encontre a capacitância equivalente.
02-) Faça o mesmo processo do caso anterior para uma associação em série.
03-) Desejamos elevar a capacitância de um conjunto de vários capacitores através de
associações. Qual o tipo de associação é apropriado? Justifique sua resposta.
30
Montagem da modelagem
• Construa dois circuitos idênticos de uma lâmpada (Figura 13). Feche o interruptor
de apenas um deles. No que está com interruptor fechado, troque a lâmpada por
uma moeda e depois por uma borracha.
• No canto superior direito, marque a opção “convencional” e peça aos grupos que
anotem o observado e que associem os terminais da bateria ao sentido da corrente.
Exercícios
01-) Qual a carga que atravessa um fio condutor durante um tempo ∆t = 5 s quando a
corrente i = 2 A.
02-) Explique porquê os fios de instalações residenciais são envoltos por uma camada de
plástico? Você diria que o plástico é um isolante ou um condutor de eletricidade?
• Monte um circuito como o da figura abaixo. Varie a d.d.p da bateria de modo que
cada grupo preencha a Tabela 2 com os dados obtidos.
• Mude o valor da resistência (ainda não definido para os alunos) do resistor e avalie o
comportamento da corrente.
Exercícios
01-) Baseado nos dados da Tabela 2, desenhe um gráfico colocando os valores de V no eixo
vertical e de i no eixo horizontal. Qual o nome da curva obtida e o que ela representa?
02-) Uma lâmpada é atravessada por uma corrente i = 0, 5 A quando a d.d.p é 220 V.
Qual a resistência da lâmpada?
03-) Aplica-se uma d.d.p de 220 V num fio de 10 m de comprimento, cuja área transversal
é A = 2, 2 mm2 . Se a intensidade da corrente é i = 10 A, qual o valor da resistividade ρ
desse material? (Lembre-se de trabalhar com as mesmas unidades).
Exercícios
01-) Analisando os dados das simulações, o que ocorre com a d.d.p e com a corrente quando
associamos dois ou mais resistores em paralelo? E em série?
02-) Preencha a tabela abaixo com a resistência equivalente para dois resistores associados
em paralelo.
• Cada grupo deve construir um circuito com duas lâmpadas ligadas em série. Varie a
d.d.p associando qualitativamente o brilho observado à potência das lâmpadas.
• Instigue os grupos a analisarem por que uma bateria ligada a uma lâmpada tende a
descarregar e para onde vai a energia da bateria. Exemplifique também a conversão
de energia elétrica em térmica (efeito Joule).
37
Exercícios
01-) Desenhe um circuito que represente uma instalação residencial com três lâmpadas
(Obs.: Lembre-se do tipo de associação indicada para esse caso).
2
No sentido da teoria da AS.
38
02-) Pesquise exemplos de dispositivos que funcionam como aplicação direta do efeito
Joule.
03-) Um resistor ôhmico cuja resistência R = 30 Ω é atravessado por uma corrente de
i = 3 A. Qual a energia dissipada na forma de calor durante 1 min?
5 Considerações Finais
Embora este Produto Educacional tenha sido desenvolvido para o ensino médio, é
possível utilizar algumas de suas orientações didáticas para aplicá-lo a nível de fundamental
II. Obviamente, apenas com o intuito de estabelecer o entendimento de alguns conceitos
físicos, dando uma maior importância a informações do ponto de vista qualitativo, evitando
ao máximo a inserção de formalismos (fórmulas), o que não é exigido nesta etapa da
Educação Básica.
Uma análise semelhante talvez possa ser inferida ao nível técnico. Todavia, neste
caso, tanto os conceitos físicos quanto o formalismo deles são explorados em maior
profundidade, de modo que o tratamento dado a física está além do aqui apresentado.
Nesse caso, talvez, a forma como as simulações estão organizadas sirvam, no máximo, para
uma introdução ou revisão dos conceitos a serem discutidos.
Referências
BISCUOLA, J.; BÔAS, N. V.; DOCA, R. H. Física 3: eletricidade, física moderna. São
Paulo: Saraiva, 2016.
02-) Pela seção transversal de um fio condutor passa uma carga elétrica de 30 C a cada
5,0 s. A intensidade média da corrente elétrica nesse fio é de:
(A) 2,0 A (C) 6,0 A (E) 150 A.
(B) 4,0 A (D) 8,0 A
03-) Você já ouviu falar em circuitos elétricos? Poderia citar pelo menos dois exemplos de
aparelhos que utilizam circuitos elétricos e que estejam presentes no seu cotidiano?
04-) Você já ouviu falar em capacitor? E resistor? Poderia descrever qual a função de
cada um?
07-) Faça um desenho, dentro do seu entendimento, de como funciona o processo de ligar
uma lâmpada residencial. Desenhe todos os elementos necessários para o funcionamento
desse circuito.
08-) Faça o mesmo processo utilizando duas lâmpadas residenciais. O que muda ou
permanece constante em relação ao desenho da questão anterior?
APÊNDICE B – Pós-teste
Nome: Turma:
Escola: Data:
01-) (UFES) Dois capacitores, de capacitâncias C1 = 2 µF e C2 = 1
µF estão ligados a uma bateria, conforme mostra a figura ao lado. A
diferença de potencial entre as placas de C1 é V = 6 V. A diferença
de potencial entre as placas de C2 e sua carga é dada por:
(A) 3 V e 12 µC (D) 12 V e 12 µC
(B) 6 V e 6 µC (E) 12 V e 24 µC
(C) 6 V e 24 µC Fonte: Bonjorno et al.
(2000, p.645).
05-) (UFES) Uma árvore de Natal é iluminada com um circuito de lâmpadas semelhantes,
conforme indica- do na figura. Considerando que a lâmpada 2 se queima, quais as lâmpadas
que permanecerão acesas?
44
06-) Suponha que você deseje ligar duas lâmpadas de filamento a uma fonte de alimentação
(bateria) ou acioná-las por um interruptor (tomada). Baseado no que você aprendeu, é mais
apropriado ligá-las em série ou em paralelo? Faça um esquema (desenho) representando essa
situação. Coloque o sentido convencional da corrente com as lâmpadas em funcionamento.
APÊNDICE C – Planos de aula
Abaixo, apresentam-se os planos de aula utilizados pelo autor para aplicação deste
PE. Eles estão disponibilizados para o professor que deseje aplicar este PE tenha seu
trabalhado facilitado quanto a elaboração de planos de acordo com a proposta presente
no próprio PE, afinal os planos ao longos de cada encontro podem tornar mais simples a
sua aplicação e além disso, eles pode esclarecem o que deve ser realizado ao longo de cada
etapa da Sequência Fedathi. Obviamente, trata-se apenas de uma sugestão que pode ou
não ser ajustada para a realidade específica de cada realidade.
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PLANO DE AULA
1. IDENTIFICAÇÃO
Escola: Disciplina: Série/ano: Turno:
E.E.M Dr. João Ribeiro Ramos- CE Física 3º ano do ensino médio Matutino.
2. PLANO
Objetivos Conteúdo Programático Recursos
3. METODOLOGIA
Introdução Desenvolvimento Conclusão
4. AVALIAÇÃO
5. REFERÊNCIAS
[1] YAMAMOTO, K.; FUKE, L.F. Física para o ensino médio 3 – 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
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PLANO DE AULA
1. IDENTIFICAÇÃO
Escola: Disciplina: Série/ano: Turno:
E.E.M Dr. João Ribeiro Ramos- CE Física 3º ano do ensino médio Matutino.
2. PLANO
Objetivos Conteúdo Programático Recursos
● Retomar o conceito de d.d.p - Quadro branco, pincel, apagador;
● Compreender o que é um ● Capacitância de um - Computador;
capacitor e qual sua função. capacitor plano; - Projetor multimídia;
● Calcular a capacitância. - Laboratório de informática.
● Relacionar o funcionamento - PhET.
de um desfibrilador de
utilização ao de um capacitor.
3. METODOLOGIA
Introdução Desenvolvimento Conclusão
Tomada de Posição (0 a 10 min): Maturação (10 min à 30 min): Prova (40 min à 50 min):
Faça inicialmente uma Com os grupos divididos, é o Momento da formalização
apresentação de exemplos do momento dos alunos maturarem do assunto, utilizando os
uso de capacitores como o as hipóteses da problemática. O conhecimentos prévios dos
desfibrilador. A problemática professor deve explorar ao alunos e aquele construído
da aula consiste nos grupos máximo os princípios da ao longo da aula. Finaliza-se
montarem seus circuitos com Sequência Fedathi. Cada grupo com a definição de
um único capacitor no PhET pode repetir os processos capacitância e utiliza-se o
observando suas propriedades descritos na seção 4.1 PhET para encontrar a
e qual a relação entre elas (montagem da modelagem). fórmula da capacitância para
(encontrar a relação entre C, V um capacitor plano. Deve
e Q). Solução (30 min à 40 min): ser retomado o exemplo do
Os grupos interagem entre si e desfibrilador.
com o docente. O professor
deve repetir os processos Realização dos exercícios da
descritos da sessão 4.1 Seção 4.1 como atividade de
(montagem da modelagem). casa.
4. AVALIAÇÃO
- Interação e participação dos alunos nas discussões propostas em sala de aula;
- Nível dos questionamentos propostos pelos grupos e alunos;
- Capacidade de articulação para defesa das hipóteses levantadas;
- Atividade proposta para casa em forma de questionário sobre os assuntos apresentados na aula.
5. REFERÊNCIAS
[1] YAMAMOTO, K.; FUKE, L.F. Física para o ensino médio 3 – 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
[2] Laboratório do capacitor: Básico. PhET. Disponível em: <Laboratório do Capacitor: Básico - Capacitor de
Placas Paralelas | Capacitância | Circuito RC - Simulações Interativas PhET (colorado.edu)>. Acesso em: 21 de
jul. de 2023.
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PLANO DE AULA
1. IDENTIFICAÇÃO
Escola: Disciplina: Série/ano: Turno:
E.E.M Dr. João Ribeiro Ramos- CE Física 3º ano do ensino médio Matutino.
2. PLANO
Objetivos Conteúdo Programático Recursos
● Retomar o conceito de ● Encontrar a capacitância - Quadro branco, pincel,
capacitância equivalente para uma apagador;
● Compreender o que é uma associação de capacitores - Computador;
associação em série de em série; - Projetor multimídia;
capacitores e qual sua ● Encontrar a capacitância - Laboratório de informática.
finalidade. equivalente para uma
● Compreender o que é uma associação de capacitores
associação em paralelo de em paralelo.
capacitores e qual sua
finalidade.
3. METODOLOGIA
Introdução Desenvolvimento Conclusão
Correção da atividade da Maturação (10 min à 20 min Prova (35 min à 50 min para
aula anterior. para cada tipo de associação): cada tipo de associação):
Apresentam-se as Cada grupo deve procurar Momento da formalização do
associações em série e em estabelecer relações entre as assunto, utilizando os
paralelo. propriedades observadas para o conhecimentos prévios dos
conjunto de capacitores da alunos e aquele construído ao
Tomada de Posição (0 à simulação. Se necessário, refaça longo da aula. A Prova
10 min para cada tipo de as etapas presentes na Seção 4.2. consistirá na demonstração da
associação): equação da capacitância
Os grupos devem montar Solução (20 min à 35 min para equivalente para cada tipo de
circuitos com capacitores cada tipo de associação): associação, considerando-se o
em série ou paralelo Os grupos interagem entre si e PhET como elemento
utilizando o PhET, com o docente. O professor deve auxiliador para melhor
observando as propriedades repetir os processos descritos da entendimento das passagens.
resultantes e qual a relação Seção 4.2 (montagem da Realizar os exercícios da Seção
entre elas. Encontrar a modelagem para cada 4.2 do PE (Atividade de casa).
capacitância equivalente. associação).
4. AVALIAÇÃO
5. REFERÊNCIAS
[1] YAMAMOTO, K.; FUKE, L.F. Física para o ensino médio 3 – 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
[2]Kit para Montar um Circuito – AC: Laboratório virtual. PhET. Disponível em: <Kit para Montar um
Circuito: AC - Laboratório Virtual (colorado.edu)>. Acesso em: 21 de jul. de 2023.
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PLANO DE AULA
1. IDENTIFICAÇÃO
Escola: Disciplina: Série/ano: Turno:
E.E.M Dr. João Ribeiro Ramos - CE Física 3º ano do ensino médio Matutino.
2. PLANO
Objetivos Conteúdo Programático Recursos
● Definir o que é corrente
elétrica e seu sentido ● Corrente elétrica - Quadro branco, pincel,
convencional; ● Sentido convencional da apagador;
● Identificar a necessidade corrente; - Computador;
de uma d.d.p para ● A relação entre, corrente, - Projetor multimídia;
existência de corrente; condutores e isolantes. - Laboratório de informática.
● Ilustrar alguns efeitos
associados à passagem de
uma corrente elétrica.
3. METODOLOGIA
Introdução Desenvolvimento Conclusão
Correção da atividade de casa da Maturação (10 min à 20 min) Prova (30 min a 40 min):
aula anterior. e Solução (20 min à 30 min): Finaliza-se com a definição
Com os grupos divididos, é o de corrente e utiliza-se
Tomada de Posição (0 à 10 momento da construção das novamente o PhET para
min): hipóteses das soluções discutir o que é corrente,
A problemática consiste nos referentes à problemática. qual seu sentido, sua
grupos investigarem o que é Cada grupo deve discutir o que relação com a d.d.p.
corrente elétrica, o que é é observado na simulação, se
necessário para sua existência e necessário, refazê-la seguindo Atividade do PE (40 min
diferenciar o sentido real das as etapas da Seção 4.3. Os a 50 min):
cargas do sentido convencional grupos devem interagirem Realização dos exercícios
adotado. entre si e com o docente. propostos no PE.
4. AVALIAÇÃO
5. REFERÊNCIAS
[1] YAMAMOTO, K.; FUKE, L.F. Física para o ensino médio 3 – 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
[2] Kit para Montar um Circuito – AC: Laboratório virtual. PhET. Disponível em: <Kit para Montar
um Circuito: AC - Laboratório Virtual (colorado.edu)>. Acesso em: 23 de jul. de 2023.
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PLANO DE AULA
1. IDENTIFICAÇÃO
Escola: Disciplina: Série/ano: Turno:
E.E.M Dr. João Ribeiro Ramos- CE Física 3º ano do ensino médio Matutino.
2. PLANO
Objetivos Conteúdo Programático Recursos
● Compreender o que é
resistência elétrica e sua ● Resistência elétrica; - Quadro branco, pincel,
relação com a corrente ● 1ª lei de Ohm apagador;
elétrica; ● Resistividade e - Computador;
● Apresentar a 1ª lei de Ohm; resistência; - Projetor multimídia;
● Associar resistores a objetos ● 2ª lei de Ohm. - Laboratório de informática.
do cotidiano como lâmpadas;
● Apresentar a 2ª lei de Ohm.
3. METODOLOGIA
Introdução Desenvolvimento Conclusão
Correção da atividade de casa Maturação e Solução (10 à 40 Prova (40 à 50 min de cada
da aula anterior. min - 1ª lei de Ohm): aula):
Tomada de Posição (0 à 10 Cada grupo deve discutir o que Explorar os conhecimentos
min - 1ª lei de Ohm): é observado na simulação 1 e prévios prévios dos alunos e
A cada grupo é proposto a repeti-la para construção da aqueles construídos ao longo
construção de um circuito Tabela 2. Os grupos interagem da aula para dar sentido a
utilizando o PhET com a entre si e com o docente. formalização. Finaliza-se
finalidade de encontrar a Maturação e Solução (10 à 40 com a formalização da 1ª lei
relação entre a corrente min - 1ª lei de Ohm): de Ohm com auxílio da
elétrica, a d.d.p e a resistência. Cada grupo deve discutir o que Tabela 2. A formalização da
Tomada de Posição (0 à 10 é observado na simulação 2 e 2ª lei ocorre com o auxílio do
min - 2ª lei de Ohm): repeti-la para construção das simulador “lei de Ohm’’ da
Identificar os parâmetros e Tabelas 3 e 4. Os grupos plataforma PhET, e dos dados
suas dependências em relação interagem entre si e com o construídos pelos alunos das
a resistência de um objeto. docente. Tabelas 3 e 4.
4. AVALIAÇÃO
- Interação e participação dos alunos nas discussões propostas em sala de aula;
- Nível dos questionamentos propostos pelos grupos e alunos;
- Capacidade de articulação para defesa das hipóteses levantadas;
- Atividade proposta para casa em forma de questionário sobre os assuntos apresentados na aula.
5. REFERÊNCIAS
[1] YAMAMOTO, K.; FUKE, L.F. Física para o ensino médio 3 – 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
[2] Laboratório do capacitor: Básico. PhET. Disponível em: <Kit para Montar um Circuito: AC -
Laboratório Virtual (colorado.edu)>. Acesso em: 23 de jul. de 2023.
[3] Laboratório do capacitor: Básico. PhET. Disponível em: <Resistência em um Fio (colorado.edu)>.
Acesso em: 23 de jul. de 2023.
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PLANO DE AULA
1. IDENTIFICAÇÃO
Escola: Disciplina: Série/ano: Turno:
E.E.M Dr. João Ribeiro Ramos- CE Física 3º ano do ensino médio Matutino.
3. METODOLOGIA
Introdução Desenvolvimento Conclusão
4. AVALIAÇÃO
- Interação e participação dos alunos nas discussões propostas em sala de aula;
- Nível dos questionamentos propostos pelos grupos e alunos;
- Capacidade de articulação para defesa das hipóteses levantadas.
5. REFERÊNCIAS
[1] YAMAMOTO, K.; FUKE, L.F. Física para o ensino médio 3 – 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
[2] Laboratório do capacitor: Básico. PhET. Disponível em: <Kit para Montar um Circuito: AC - Laboratório Virtual
(colorado.edu)>. Acesso em: 21 de jul. de 2023.
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PLANO DE AULA
1. IDENTIFICAÇÃO
Escola: Disciplina: Série/ano: Turno:
E.E.M Dr. João Ribeiro Ramos- CE Física 3º ano do ensino médio Matutino.
2. PLANO
Objetivos Conteúdo Programático Recursos
● Identificar os elementos ● Montagem adequada de - Quadro branco, pincel,
básicos de um circuito um circuito residencial apagador;
residencial; simples. - Computador;
● Entender como realizar uma ● Montagem adequada de - Projetor multimídia;
ligação residencial para uma um circuito residencial - Laboratório de informática.
associação de duas ou mais com mais de uma
lâmpadas. resistência elétrica.
● Comentar sobre o efeito ● Conceituar o efeito Joule
Joule.
3. METODOLOGIA
Introdução Desenvolvimento Conclusão
Tomada de Posição (0 à Maturação (10 min à 25 min): Prova (40 min à 50 min):
10 min): Cada grupo deverá ser capaz de Através da análise e uso
A problemática da aula construir pelo menos dois circuitos dos conhecimentos prévios,
consiste nos grupos relacionando lâmpadas de filamento a finaliza-se com a solução
construírem usarem a resistores. Cada grupo deve investigar através do arranjo em série
plataforma PhET para propriedades mensuráveis (no de resistores e apresenta-se
construir um circuito simulador) que estabeleça um a forma correta de
residencial com duas embasamento teórico. posicionar lâmpadas num
lâmpadas associadas em Solução (25 min à 40 min): circuito residencial. Em
uma mesma chave. A Através de observações, a sala deve ser ambos os casos utiliza-se o
pergunta norteadora é: capaz de convencer-se que a resposta PhET a título de prova ou
qual tipo de associação procurada é a associação em paralelo. validação ou contraposição
terá maior eficiência? Inicie a prova apenas quando isso de argumentos dos alunos.
estiver suficientemente claro a todos.
4. AVALIAÇÃO
- Interação e participação dos alunos nas discussões propostas em sala de aula;
- Nível dos questionamentos propostos pelos grupos e alunos;
- Capacidade de articulação para defesa das hipóteses levantadas;
5. REFERÊNCIAS
[1] YAMAMOTO, K.; FUKE, L.F. Física para o ensino médio 3 – 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
[2] Laboratório do capacitor: Básico. PhET. Disponível em: <Kit para Montar um Circuito: AC -
Laboratório Virtual (colorado.edu)>. Acesso em: 21 de jul. de 2023.
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PLANO DE AULA
1. IDENTIFICAÇÃO
Escola: Disciplina: Série/ano: Turno:
E.E.M Dr. João Ribeiro Ramos- CE Física 3º ano do ensino médio Matutino.
2. PLANO
Objetivos Conteúdo Programático Recursos
3. METODOLOGIA
Introdução Desenvolvimento Conclusão
4. AVALIAÇÃO
5. REFERÊNCIAS
[1] YAMAMOTO, K.; FUKE, L.F. Física para o ensino médio 3 – 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
149
03-) Quanto aos encontros e suas execuções por parte do professor (perguntas propostas,
observações, hipóteses levantadas, etc.), qual sua avaliação?
04-) O que você achou da metodologia adotada pelo professor? Na sua opinião, a separação
em grupos foi positiva para o entendimento do que foi apresentado?
05-) Você se sentiu desafiado e motivado durante os encontros? A que você atribui esse fato?
06-) Na sua opinião, seria melhor ter apresentado os assuntos de forma tradicional, sem a
metodologia adotada pelo professor e sem o uso do PhET ?
150
Este apêndice apresenta algumas das respostas coletas dos alunos referentes aos
recursos adotados na elaboração e aplicação do Produto Educacional.
Pergunta 1
Aprendiz E1 – “Não. É muito boa para aprendizagem de circuitos elétricos e outros temas.”
Aprendiz E4 – “Não conhecia. É legal, porque nós pode fazer dinâmicas e criar experimen-
tos.”
Aprendiz E5 – “Nunca tinha ouvido falar. É interessante a forma prática de explicar, fica
muito realista.”
Aprendiz E11 – “Não. Adorei conhecer ela, porque ela é bem realista, deixa bem explicado
cada detalhe em cada situação.”
Pergunta 2
Aprendiz E3 – “Sim, porque ela tornou a aula prática.”
Aprendiz E5 – “Sim, por que ela cria um visão muito realista de como as coisas acontecem.”
Aprendiz E6 – “Sim, pois é uma plataforma fácil de usar.”
Aprendiz E10 – “Sim. Facilitou pra eu entender cada situação e conceito do assunto.”
Aprendiz E19 – “Facilitou sim, porque é uma plataforma fácil de manusear.”
Pergunta 3
Aprendiz E5 – “O tutor/professor sempre foi muito apreensivo e explicou bem o conteúdo.”
Aprendiz E12 – “Ajudou a trabalhar em equipe, melhorando a atenção nas aulas”
Aprendiz E20 – “Foi boa, o professor explicou bem com a plataforma e deixou o momento
legal.”
Aprendiz E23 – “Eu gostei bastante pois foi bem executado, e a forma que o professor
passava os conteúdos, ajudava na aprendizagem.”
Pergunta 4
Aprendiz E1 – “Sim. Melhorou nosso conhecimento.”
Aprendiz E5 – “Muito boa, porquê cada grupo ver onde tá precisando de ajuda e os
membros do grupo se ajuda.”
151
Pergunta 5
Aprendiz E1 – “Sim. As práticas.”
Aprendiz E5 – “Sim. Pelo fato da plataforma ser realista, o que aumentou a vontade de
aprender a mexer nela.”
Aprendiz E10 – “Senti sim. A curiosidade de conhecer a plataforma.”
Aprendiz E14 – “Sim. Ao uso dos simuladores e da divisão e discussão dos grupo.”
Pergunta 6
Aprendiz E3 – “Acho muito melhor com o PhET porque a explicação é melhor.”
Aprendiz E4 – “Acho que não. Acho que nós alunos precisamos de prática pra entender
melhor.”
Aprendiz E7 – “Não. O uso do PhET foi interessante porque trouxe algo novo e diferenci-
ado.”
Aprendiz E23 – “Não, porque usando a plataforma ficou mais fácil de entender.”