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FACULDADES INTEGRADAS CAMPOS SALLES

THAIS LEITE FRANÇA – 4 E

Quadro de estruturas narrativas dos textos “A menina e a


bicicleta”, “Furto de Flor”, “Maria vai com as outras” e “Curta
História”.

SÃO PAULO
2017
THAIS LEITE FRANÇA – 4 E

Quadro de estruturas narrativas dos textos “A menina e a


bicicleta”, “Furto de Flor”, “Maria vai com as outras” e “Curta
História”.

Trabalho apresentado como requisito parcial para obtenção de nota na


disciplina de Literatura Infanto-Juvenil, do curso de Pedagogia da
Faculdade Campos Salles na Unidade da Lapa, sob orientação da
Profª Adriana Moreira

SÃO PAULO
2017
TEXTO I

A menina e a bicicleta, de Silvinha Simões

Características Trecho do texto


Narrador Narrador Onisciente. 3a ‘“Não consigo alcançar o freio debaixo
pessoa do singular (ELA). do guidão!!!” ela pensou desesperada.’
Testemunha fatos, (SIMÕES, 2011, p.146)
pensamentos e sentimentos.
Personagens ● A menina – Protagonista – “A menina ainda não ouvira falar...”
Personagem Complexa, (SIMÕES, 2011, p.145)
ações imprevisíveis “Dona Sílvia, sua mãe, estava
● Dona Sílvia (mãe da assustada...” (SIMÕES, 2011, p.147)
menina) – Personagem “seu pai faz barulho no portão...”
Tipo (SIMÕES, 2011, p.145)
● O pai da menina –
Personagem Complexo
Espaço Serra da Mantiqueira “O sol desaparecia na Serra da
Mantiqueira quando seu pai faz barulho
no portão.” (SIMÕES, 2011, p.145)
Tempo Tempo cronológico “A tipoia que ela teve de portar por
longos vinte dias” (SIMÕES, 2011, p.148)
Conflito Momento após a menina “Tinha medo do castigo, sabia que
perder o controle da errara. Estava envergonhada demais
bicicleta, se machucar e ter para encarar seus pais, para ir até eles,
que ver seus pais mas o que faria sozinha com aquele
rasgo em seu braço?” (SIMÕES, 2011,
p.148)
Solução Os pais não castigaram a “O pai sentou a menina no quadro da
menina, a levaram a Santa bicicleta que felizmente não sofrera
Casa, onde tomou alguns danos, amarrou a tolha no braço da
pontos. pequena, o avô trouxe outra bicicleta, e
lá se foram os três ao pronto socorro.”
(SIMÕES, 2011, p.148)

Justificativa: Trabalharia esse texto em sala de aula a fim de propor reflexão a respeito
das escolhas que fazemos e das consequências dessas escolhas, de como podem nos
afetar permanentemente e também às pessoas a nossa volta. Possibilitar conversas
sobre fazer escolhas conscientes, planejar antes de fazer, pensar com calma visando o
melhor para si e para os outros. Através desse texto poderia incentivar um olhar
autônomo sobre as decisões, que não simplesmente deixa de fazer algo por conta de
medo de uma punição, mas porque o ato é consequência de pensamento crítico,
ponderação consciente. Aquela menina não considerou que o tamanho da bicicleta era
impróprio para ela, não planejou suas atitudes e por isso sofreu consequências.
TEXTO II

Furto de flor, de Carlos Drummond de Andrade

Características Trecho do texto


Narrador Narrador participante – 1a “Furtei uma flor daquele jardim.”
pessoa do singular (EU). (ANDRADE, 1985, p.80)
Personagens ● Narrador – Protagonista - “O porteiro do edifício cochilava, e eu
Personagem Complexo furtei a flor.” (ANDRADE, 1985, p.80)
● O porteiro do prédio
-Personagem Complexo
Espaço Jardim do prédio “Furtei uma flor daquele jardim.”
(ANDRADE, 1985, p.80)
Tempo Tempo cronológico “Logo senti que ela não estava feliz.”
(ANDRADE, 1985, p.80)
Conflito A flor estava morrendo após “Eu a furtara, eu a via morrer.”
ser arrancada (ANDRADE, 1985, p.80)
Solução Devolver a flor ao jardim “Já murcha, e com a cor particular da
morte, peguei-a docemente e fui
depositá-la no jardim onde
desabrochara.” (ANDRADE, 1985, p.80)

Justificativa: Adotaria esse texto em sala de aula para propor reflexão com os meninos e
meninas sobre o fato de que os seres vivos tem lugares e modos específicos para viver,
tanto animais, vegetais, como seres humanos. Uma flor fora de um lugar apropriado não
dura muito. A partir desse texto poderíamos discutir a respeito das condições básicas
para o ser humano viver. Falaríamos desde alimentação, respeito, ética, relações sociais,
diversidade, afetividade. Diversos assuntos podem partir desse texto quando
consideramos que ele menciona a vida em um determinado lugar de preservação e a
morte fora desse lugar. Refletiríamos sobre como devemos viver em sociedade, e com o
meio ambiente, qual nosso papel quanto cidadãos. Proposta de conscientização do
cuidado mútuo consigo mesmo, com o outro, com o meio.

TEXTO III

Maria vai com as outras, de Sylvia Orthof

Características Trecho do texto


a
Narrador Narrador Onisciente. 3 ‘“Foi quando de repente, Maria pensou:
pessoa do singular (ELA). “Se eu não gosto de jiló, por que é que
Testemunha fatos, eu tenho que comer salada de jiló?”’
pensamentos e sentimentos. (ORTHOF, 2008)
Personagens ● Maria – Protagonista - “Onde as outras ovelhas iam, Maria ia
Personagem Tipo, possui também. As ovelhas iam para baixo
características próprias Maria ia também. As ovelhas iam para
marcantes. cima, Maria ia também.” (ORTHOF,
● Demais ovelhas 2008)
Espaço Rio de Janeiro – Corcovado “Até que as ovelhas resolveram pular do
alto do Corcovado pra dentro da lagoa.”
(ORTHOF, 2008)
Tempo Tempo psicológico – retrata “Um dia, todas as ovelhas resolveram
memória comer salada de jiló.” (ORTHOF, 2008)
Conflito As ovelhas pularam do “E assim quarenta duas ovelhas pularam,
Corcovado para a lagoa e quebraram o pé, chorando mé, mé, mé!
quebraram o pé. Maria Chegou a vez de Maria pular.” (ORTHOF,
pularia também? 2008)
Solução Maria não pula como as “Ela deu uma requebrada, entrou num
ovelhas, mas vai para um restaurante comeu, uma feijoada. Agora,
restaurante comer. mé, Maria vai para onde caminha seu
pé.” (ORTHOF, 2008)

Justificativa: Proporia a leitura desse texto em sala para discutir a respeito da identidade
das crianças, para que refletissem a respeito de seus próprios gostos e vontades,
sentirem-se a vontade para fazerem suas escolhas com consciência de que fazem parte
de um grupo sim, mas ao mesmo tempo constituem-se seres individuais com
características únicas e que podem dizer “não” a modismos impostos pela sociedade ou
até mesmo por pessoas que tentam induzi-los a tomarem determinadas atitudes que não
precisam tomar. A partir desse texto poderíamos também refletir sobre diversidade
cultural em diversos aspectos, reconhecer as diferenças entre preferências e fisionomias
presentes na sala de aula e no ambiente escolar.

TEXTO IV

Curta História, de Machado de Assis

Características Trecho do texto


Narrador Narrador Onisciente. 3a“Toda a peça foi para Cecília um sonho.
pessoa do singular (ELA). Ela viveu, amou, morreu com os
Testemunha fatos,namorados de Verona. E a figura de
pensamentos e sentimentos. Romeu vinha com ela, viva e suspirando
as mesmas palavras deliciosas..”
(ASSIS, 1994, p.3)
Personagens ● Cecília – Personagem Tipo ● Cecília: "Cecília era romanesca, e
● Juvêncio de Tal – consolou-se depressa.” (ASSIS, 1994,
Personagem Tipo p.2)
● Juvêncio: “Não tinha idéias, não
apanhava mesmo as dos outros; abria
a boca, dizia isto ou aquilo, tornava a
fechá-la, para abrir e repetir a
operação.” (ASSIS, 1994, p.1)
Espaço A dinâmica da vida de “No carro, em casa, ao despir-se para
Cecília (casa, carro...) dormir, era Romeu que estava com ela;
era Romeu que deixou a eternidade para
vir encher-lhe os sonhos.” (ASSIS, 1994,
p.1)
Tempo Tempo psicológico - “Naquele tempo esta Cecília tinha
Lembrança dezoito anos e um namorado.” (ASSIS,
1994, p.1)
Conflito Cecília só pensa em Romeu “E veio, veio à tarde, sem as palavras de
após assistir a peça, mas é Romeu, sem as ideias, ao menos de toda
Juvêncio quem vem vê-la a gente, vulgar, casmurro, quase sem
maneiras.” (ASSIS, 1994, p.4)
Solução Cecília fica com Juvêncio “Cecília apertou/lhe a mão comovida,
porque o amava, ele era seu tão-somente porque o amava. Isto quer
Romeu dizer que todo amado vale um Romeu.”
(ASSIS, 1994, p.4)
Justificativa: Levaria esse texto para leitura em sala para refletir com os meninos e
meninas acerca de estereótipos de beleza com o intuito de rompermos o paradigma
feio-bonito imposto pela indústria norte americana. O texto nos fala de um Romeu (o
príncipe) versus Juvêncio (um cara tido como desprezível) e no final das contas, é com
ele que Cecília se casa. Proporia uma discussão sobre as diferenças de fisionomias,
gostos e opiniões e uma análise acerca de quem são as pessoas DE VERDADE:
príncipes e princesas? Ou pessoas reais, com problemas reais, que enfrentam várias
diversidades? Conversaríamos a respeito da existência (ou não) de príncipes encantados,
como dizem os contos de fada para levar a uma conscientização do ser humano como um
sujeito integral, que precisa reconhecer e enfrentar problemas e situações difíceis, com
vida cotidiana de trabalho, cansaço, contas, etc, questionando assim a veracidade dos
personagens estereotipados sem problemas e sem dificuldades.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, Carlos Drummond de. Furto de Flor. Contos plausíveis. Rio de Janeiro, José Olympio,
1985. p. 80 Disponível em:
<http://www.psicologiasdobrasil.com.br/furto-de-flor-uma-cronica-de-carlos-drummond-de-andrade/>
Acesso em: 21 set. 2017.

SIMÕES, Silvinha. A menina e a Bicicleta. In: Projeto Literário Delicatta. Projeto literário Delicatta VI:
Contos e Crônicas. São Paulo: Editora Delicatta, 2011. P. 145-148.

ORTHOF, Sylvia. Maria vai com as outras. Maria vai com as outras. Rio de Janeiro, Editora Ática,
2008. Disponível em:
<http://encantamentosdaliteratura.blogspot.com.br/2010/12/maria-vai-com-as-outras-sylvia-orthof.html>
Acesso em: 21 set. 2017.

ASSIS, Machado de. Curta História. Obra Completa. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1994. Vol.II.
Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=17880
Acesso em: 21 set. 2017.

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