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Caderno

Empreendedorismo e inovação
Unidade 1

Empreendedor Brasileiro

QUEM SÃO?
Muitos deles buscaram esse caminho por opção.

Inúmeros não têm curso superior e são motivados mais pela


necessidade e pelo cenário econômico.

Por sua vez, outros, em razão de diferentes contextos e


oportunidades, empreendem por necessidade.

A informalidade contribuiu para o surgimento do novo perfil do


empreendedor brasileiro, forçado pelo cenário de crise no país
graças a fatores como:

POUCA QUALIFICAÇÃO
A informalidade estimula, por uma questão de simples
sobrevivência, o empreendedorismo do trabalhador pouco
qualificado.

PRECARIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO


Um empreendedorismo criado por uma economia em crise leva o
empreendedor informal a se tornar um MEI (Microempreendedor
Individual).
A EXPANSÃO DAS STARTUPS
A crise afetou os empresários um pouco mais instruídos e também
as grandes empresas, razão pela qual as corporações passaram a
ter pouco recurso para investir.
MEI?
O registro do CNPJ MEI, que passou a vigorar com a Lei
Complementar nº 128 de 2008, visa formalizar o pequeno
empresário individual que se arrisca a abrir um negócio por
necessidade, sem ter visão de futuro, e obriga o pequeno
empreendedor a pensar em questões mais burocráticas e de
ordem de planejamento.

QUANTOS SÃO?
28.510.508
EMPREENDEDORES EM 2019

GÊNERO

34,76%
Mulheres

65,24%
Homens

SETOR

Agronegócio
14,36%
Comércio
22,77%
Construção
13,22%
Indústria
10,29%
Serviços
39,36%

ESCOLARIDADE

Superior completo
16,90%
Médio completo
33,63%
Fundamental completo
15,26%
Fundamental incompleto
34,22%
MERCADO

CRESCIMENTO DE TRABALHADORES
POR CONTA PRÓPRIA
DESTAQUE PARA O SETOR DE
TRANSPORTES

226 MIL
novos trabalhadores
nesse setor em um ano

TIPOS DE EMPREENDEDORES NO BRASIL


INFORMAL
Empreendedor por necessidade

INDIVIDUAL
Informal que se formalizou através do MEI

COOPERADO
Ligado às cooperativas

SOCIAL
Aquele com objetivo social

CORPORATIVO
Intraempreendedor

PÚBLICO
Combinação de corporativo e setor governamental

FRANQUEADO E FRANQUEADOR
Investidores de franquias

DO CONHECIMENTO
Profundo conhecedor de uma área que está em falta no mercado

DO NEGÓCIO PRÓPRIO
Detentor de iniciativa própria: uma pessoa visionária

Empreendedorismo digital
PANORAMA DO EMPREENDEDORISMO
A convergência de tecnologias digitais, físicas e biológicas marca
a Indústria 4.0 e o caráter transformador e dinâmico do nosso
atual momento histórico. Nesse cenário,
o empreendedorismo tem se mostrado repleto de oportunidades
no Brasil e no mundo todo.

PROCESSO EMPREENDEDOR

Processo empreendedor é um conjunto estruturado de


medidas que devem ser tomadas de modo ordenado pelo
empreendedor logo após o surgimento da ideia
ou reconhecimento da oportunidade de negócio,
proporcionando maior assertividade na tomada de decisão
empreendedora, aumentando consideravelmente as chances de
sucesso do futuro empreendimento.

O processo empreendedor se inicia quando há um evento


gerador ou catalizador que acelera algumas variáveis, por
exemplo:

 inovação
 realização profissional
 desafios de carreira

DECISÃO DE EMPREENDER
A decisão de empreender pode ser decorrente de vários fatores:

aspectos
sociais
aspectos
ambientais

oportunidades
de mercado

interesses
profissionais

As infinitas percepções do ambiente geral podem ser o elemento


motivador para o surgimento de uma ideia empreendedora
voltada à melhoria ou à criação de um novo produto, serviço ou,
até mesmo, de um novo negócio.

TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Principalmente a partir do final do século XX, vivenciamos um


dinâmico processo de evolução tecnológica. As Tecnologias da
Informação e Comunicação (TICs) têm sido fundamentais para uma
maior interatividade e proximidade entre pessoas, clientes,
fornecedores e outros parceiros de negócio. É impressionante o
impacto desse processo em todas as áreas de conhecimento, do
mercado e da sociedade atual. E com o empreendedorismo não é
diferente!

DECISÃO DE EMPREENDER:
RECONHEÇA OPORTUNIDADES!
É incontável o número de oportunidades trazidas pela internet ou,
ainda, de negócios que surgiram a partir do desenvolvimento das
TICs.

Desse cenário promissor de intensa interação, proximidade e


relação de intimidade construída entre marcas, empresas, seus
clientes e o mercado em geral surge o empreendedorismo digital,
também chamado de empreendedorismo virtual.

EMPREENDEDORISMO DIGITAL
Empreendedorismo digital pode ser definido como ações
empreendedoras para desenvolver empresas ou novos negócios
que têm suas operações integral ou parcialmente estabelecidas
em plataformas na internet, principalmente no que tange às
funções relacionadas a seus processos de marketing e vendas.
Um empreendimento digital tem a tecnologia e a inovação como
fundamentais ao negócio e podem ser de vários tipos.

E-business e e-commerce são conceitos distintos. Saiba a diferença


entre eles:

E-business corresponde a todos os processos organizacionais das


empresas que podem ser geridos por sistemas empresarias que
estejam alicerçados na internet para consulta ou operações a
qualquer hora, momento ou lugar.

O e-commecer é processo de compras e vendas pela internet pode


ser definido como e-commerce. É uma parte do e-business que
compreende, basicamente, todas as transações, processos e
operações de marketing e ações comerciais, principalmente de
compra e venda.

O número de consumidores que adquirem produtos e serviços


pela internet tem crescido consideravelmente. Vários fatores
contribuem para isso:

Mais dispositivos móveis conectados à rede


Novas aplicabilidades das redes sociais
Negociações dinâmicas e comunicação interativa
Preços mais acessíveis e aumento da segurança
Segundo Compre & Confie, empresa de inteligência de mercado
focada em e-commerce, houve um crescimento bastante
significativo no segmento de e-commerce em julho de 2019.
Segundo dados levantados, esse segmento apresentou:

23%
CRESCIMENTO DO E-COMMERCE

14 milhões
COMPRAS ONLINE / JUL. 2019

R$ 398,00
TICKET MÉDIO

R$ 5,6 bilhões/mês
FATURAMENTO MENSAL / JUL. 2019

A pessoa que se predispõe a se tornar um empreendedor digital


deve saber identificar e aproveitar as tendências de mercado, ser
focada em inovação e conhecer bem o segmento de mercado e
as característica do seu público-alvo.

DESAFIOS DO E-EMPREENDEDOR

O e-empreendedor tem alguns desafios constantes em sua


jornada:

gestão das informações


tempo de entrega
segurança no pagamento
Entre as principais vantagens e desvantagens para quem almeja
o empreendedorismo virtual e o comércio eletrônico, é possível
citar:

VANTAGENS
 Diminuição dos custos
 Funcionamento 24 horas
 Aumento da carteira de clientes
 Maior visibilidade da marca e dos produtos

DESVANTAGENS

 Sites fraudulentos
 Falta de suporte
 Atrasos e falhas na entrega
 Ataques e invasões de hackers

OPORTUNIDADES

EMPREENDEDORAS
Você reconhece boas possibilidades de empreendimento?

EMPREENDEDORISMO
O empreendedorismo pode ser considerado uma das estratégias
mais interessantes para fortalecer a economia global. Responsável
pela maior parte do PIB de muitos países, os micros e pequenos
negócios ainda empregam a maior parcela da população, motivo
que, por si só, justifica sua importância.

A geração da ideia e/ou a avaliação de oportunidades de negócio


são aspectos essenciais para o sucesso de um novo
empreendimento. Por se tratar de algo completamente novo ou
abstrato, torna-se difícil a compreensão daquilo que talvez esteja
materializado apenas na mente de uma pessoa.
Expor situações concretas, objetos tangíveis ou aspectos
materializados é mais simples do que tentar expor algo que, por
ora, é apenas um elemento intangível.

IDEIAS SÃO COMO BEBÊS


Nascem pequenas e imatura

O executivo da organização inovadora não diz: “Que ideia


fantástica!”. Ele pergunta: “O que é preciso fazer para transformar
essa ideia em uma oportunidade?” O executivo da organização
inovadora sabe que muitas ideias acabam mostrando-se sem
sentido e que é preciso correr riscos para converter uma pequena
ideia em uma grande inovação.

INSIGHT
Basta um simples acesso à internet para ter contato com
informações, reportagens, notícias inusitadas e descobertas
científicas no Brasil e no mundo. Essa infinidade de dados pode
levar a um insight e resultar em uma invenção ou inovação de
mercado .

Para Dornelas (2018), empreendedores devem ser curiosos e


levantar, o tempo todo, questionamentos para melhorias de seu
próprio negócio, possiblidades de novos empreendimentos ou,
ainda, geração de novas ideias que sejam realizáveis para
investimento no mercado.

INOVAÇÃO E INVENÇÃO
Você sabia que inovação é diferente de invenção?

INOVAÇÃO
Evolução e desenvolvimento contínuo de produtos e serviços com
o aproveitamento das oportunidades do ambiente externo para
fins comerciais.
INVENÇÃO
Criação de um novo produto, serviço ou processo sem
necessariamente apresentar um propósito e/ou uma finalidade
comercial.

Segundo Dornelas (2018), ideias totalmente inovadoras são raras e


não têm nenhuma relevância para o processo de geração de ideias
empreendedoras. Para quem quer empreender com sucesso, um
fator importante é utilizar sua ideia ou de terceiro e somá-la a
outros conhecimentos, lapidando-a e melhorando-a até que se
transforme em um produto ou serviço que represente uma boa
oportunidade de negócio no mercado.

A geração de insights de negócios promissores pode ocorrer de


muitas formas.
Conheça algumas fontes geradoras de ideias:
CURIOSIDADES SOBRE
GRANDES NEGÓCIOS
Já compreendemos que as ideias podem aparecer a qualquer
momento e em situações completamente inesperadas. Uma série
de curiosidades sobre o início de grandes negócios é retratada no
livro Oportunidades disfarçadas de negócios, de Carlos Domingo.

1
Um empresário estava com dificuldades em receber uma dívida e
aceitou como pagamento uma máquina que produzia esponjas de
aço: era o início da Bombril®.

2
Em 1930, durante o período de recessão nos EUA, um vendedor de
enciclopédias de porta em porta, com dificuldades de realizar
vendas, decidiu dar um perfume como brinde aos clientes. O
perfume fez tanto sucesso que deu início à gigante dos
cosméticos: Avon®.

3
Cansada e insatisfeita com o trabalho de lavar o coador de pano
após preparar um café, uma dona de casa decidiu fazer um
experimento com um coador de papel. Foi dessa forma que a dona
Mellita criou os coadores de papel descartáveis Mellita®.

O empreendedorismo apresenta riscos significativos, mas que


podem ser diminuídos substancialmente por meio de ações e
atitudes que avaliem adequadamente as possibilidades de sucesso
do negócio.
Unidade 2

MVP
Minimum Viable Product

MVP é o termo criado pelo empreendedor visionário Eric Ries,


criador do movimento “Lean Startup”.

A atividade fundamental de uma startup é transformar ideias em produtos,


medir como seus clientes reagem e, a partir dos resultados, decidir pela
continuidade ou mudança de rumo.

Eric Ries.

O QUE É MVP?
É a versão simplificada de um produto com a qual se oferecem as
principais funcionalidades deste a fim de conhecer a reação do
mercado e saber se o projeto resolve o problema ao qual ele se
destina.

Você apresenta ao mercado a sua ideia em forma de protótipo.

E, antes de finalizá-la, você realiza os ajustes necessários com base


nos insights do mercado.

Dessa maneira, é possível atender à ideia imaginada inicialmente.

NÃO É um produto inacabado

É uma versão mais “enxuta” (simplificada) do produto, suficiente


para resolver o problema para o qual foi desenvolvido
SEU OBJETIVO É
DESENVOLVER A GRANDE RAZÃO PELA QUAL A SOLUÇÃO VAI
EXISTIR.

Criar um produto capaz de satisfazer o cliente e receber feedbacks


para aperfeiçoá-lo e criar novas versões.

SUAS VANTAGENS
MELHORAR O PRODUTO E SABER SE ELE DE FATO É INOVADOR.

Inserir a primeira versão no mercado para ser testada com o


mínimo de recursos disponíveis, menos tempo, menos dinheiro e
menos gente para fazer.

Receber os feedbacks, que possibilitam mapear as necessidades e


funcionalidades, levando o produto para a direção correta.

DESENVOLVIMENTO DE UM MVP

CICLO
3 AÇÕES FUNDAMENTAIS

MINIMIZAR O TEMPO DE RESPOSTAS E


CORREÇÕES

IDEIA
CONSTRUIR
Se a resposta for positiva e associada a um crescimento
lucrativo, o caminho certo está sendo seguido.
PRODUTO
MEDIR
Se algo der errado, repense rapidamente, teste e mude o rumo
do desenvolvimento.

DADOS
APRENDER
Para cada nova etapa do projeto, volte a testar e validar a
receptividade do cliente.

EXEMPLOS DE MVPs INOVADORES

UBER
De aplicativo de caronas para soluções de transportes.

FACEBOOK
O MVP da rede social.

SPOTIFY
Principal solução: streaming de música.

APPLE
iPhone 1 – típico exemplo de MVP.

DROPBOX
Plataforma de arquivos em nuvem.

AMAZON
De livraria virtual para "A loja de tudo".
Pitch Deck
O Pitch Deck é uma breve apresentação que
fornece ao público uma visão geral e rápida do
plano de negócios. Em geral é utilizado durante
reuniões presenciais ou on-line com potenciais
investidores, clientes, parceiros, co-fundadores,
entre outros interessados no produto ou serviço
apresentado.

O Pitch Deck esclarece pontos importantes, como


o problema, qual a solução, o tamanho do
mercado de atuação e os diferenciais
competitivos do produto ou serviço. Logo, não
tem como objetivo detalhar o produto
respondendo a todas as questões que envolvem
o seu desenvolvimento.

Uma boa prática ao desenvolver seu Pitch Deck é


criar slides para orientar a fala durante a
apresentação. Assim, ao elaborar a apresentação,
considere:

Prepare de 10 a 12 slides com poucas informações por slide.


Utilize linguagem clara e concisa. A apresentação deve ser simples e direta no
que pretende.
Conheça bem o conteúdo da apresentação. Os slides devem orientá-lo e não
serem lidos.
Utilize esquemas, gráficos, imagens, entre outros elementos visuais que
ilustrem a sua ideia.
Selecione cores agradáveis visualmente e imagens com boa resolução.
O problema
A apresentação deve iniciar descrevendo o problema que
você pretende resolver, indicando, assim, a oportunidade
para o seu produto/serviço.

A solução
Após apresentar o problema, indique a sua proposta de
solução de forma clara e objetiva.

Tamanho do mercado
Para um investidor é importante estar claro o tamanho de
mercado que uma solução pode alcançar. Portanto,
apresente dados que ilustrem essa dimensão quanto ao
seu produto/serviço.

Validação de mercado
Apresente dados que demonstrem aceitação do
produto/serviço no mercado.

O produto
Utilize imagens, protótipos, esquemas, que ajudem a
elucidar o que é o seu produto/serviço.

O modelo de negócios
Apresente como o seu produto/serviço gerará lucro para o
investidor.

Diferenciais
Apresente quais diferenciais seu produto/serviço apresenta
em relação aos concorrentes.

Problema (definido em três


frases):
 Preço é uma preocupação importante para quem está
agendando viagens online.
 Hotéis te deixam desconectados da cidade e da sua
cultura.
 Não existem maneiras fáceis de alugar um quarto
local ou se tornar um anfitrião.

Solução (descrita em uma


frase):
 Uma plataforma web na qual usuários podem alugar o
seu espaço para hospedar os viajantes a fim de:
economizar (ao viajar); ganhar dinheiro (quando
hospeda); compartilhar cultura.

Validação de mercado: apresentação de dois dados


importantes sobre o mercado de hospedagem.
Tamanho do mercado: apresentação de três dados
sobre o mercado de hospedagem.
Produto: imagens ilustrativas da solução e
exemplificação de como ela funcionaria.
Modelo de negócios: explicitação de como obter lucro
a partir dos valores de mercado.
Diferencial competitivo: apresentação dos
concorrentes a fim de destacar o diferencial competitivo da
solução.

LEAN CANVAS
Os planos de negócios demoram para serem
escritos, raramente são atualizados e quase
nunca são lidos por completo, pelas pessoas.
Contudo, documentar suas hipóteses é
fundamental.

O Lean Canvas pode resolver esse problema! Ele é


uma adaptação do Business Model Canvas e é
especialmente projetado para ideias em
desenvolvimento e startups .
O template do Lean Canvas concentra-se em
problemas, soluções, principais métricas e
vantagens competitivas. Para tanto, utiliza uma
página com nove blocos de construção, que
definem a inicialização da startup. É a maneira
ideal de documentar e validar uma ideia de
negócio.

Problema
As empresas, muitas vezes, aplicam muito esforço,
recursos financeiros e tempo para construir o produto
errado. Portanto, é vital entender primeiro o problema que
deseja resolver. Logo, antes de começar, a questão
principal é: você tem um problema que vale a pena
resolver? Se assim for, o primeiro passo é debater sobre
o(s) problema(s) que você quer resolver.
SOLUÇÃO
Com base nos problemas identificados, idealize e defina
uma solução para cada problema. Liste os três recursos
mais importantes para uma solução.

MÉTRICAS-CHAVE
Para entender se sua solução e sua empresa irão funcionar
bem, defina as principais métricas para avaliar seu
sucesso. Para o começo, as principais métricas referem-se
às atividades de um usuário que ajudam o negócio a
crescer, por exemplo, número de clientes em potencial.

PROPOSTA ÚNICA DE
VALOR
Trata-se de uma mensagem clara que descreve as
vantagens da sua solução, isto é, o que faz dela diferente e
a distingue da concorrência.
Lembre-se de que o conceito de proposta de valor refere-
se a uma declaração que justifica por que um cliente
deveria comprar de sua empresa.

VANTAGEM DIFERENCIAL
Também conhecida como vantagem injusta (unfair
advantage), defina o que torna você único, o que não é
facilmente copiado, ou seja, como você pode proteger o
sucesso do seu negócio em relação à concorrência. Por
exemplo: reputação, experiência de marca única, parcerias
exclusivas que levam a uma oferta que não pode ser
copiada, entre outros.

CANAIS
Um negócio profundamente focado deve estabelecer
relacionamentos com os clientes desde o início. Quais são
os canais que você deseja usar para alcançar seu cliente?
Defina os canais de entrada que levam os clientes à sua
solução, como blogs, site próprio e mídias sociais, bem
como canais externos, como anúncios, chamadas, feiras e
convenções. Seja criativo!

SEGMENTO DE CLIENTES
Defina um grupo de clientes. Os clientes são aqueles que
pagam pelos seus produtos. Diferente do template
do Business Model Canvas, o Lean Canvas foi projetado
para se concentrar em um único grupo de clientes. Por
isso, crie um Lean Canvas separado para cada grupo de
clientes, caso a sua proposta contemple mais de um
segmento de clientes.

ESTRUTURA DE CUSTOS
Relacione os custos mais importantes para sua solução.
Lembre-se que essa decisão pode influenciar o preço do
produto.
FONTES DE RECEITA
Defina os fluxos de receita e os preços da sua solução. O
preço é parte da sua oferta e precisa ser projetado e
testado a fim de entender se o seu cliente está disposto a
pagar esse valor pelo seu produto.

Desafios e alguns possíveis caminhos

CULTURA ORGANIZACIONAL
A inovação depende em grande medida da cultura e do clima
organizacionais. O sistema social de cada empresa é fortemente
afetado por traços culturais dos diferentes grupos, bem como na
sinergia formada entres eles. Dessa forma, crenças, costumes,
layout e até a vestimenta formam uma aura que tanto pode
incentivar traços como a inovação e o empreendedorismo como
também sufocá-los.

De outro modo, a essência de cada organização varia devido aos


artefatos (estruturas e processos visíveis, tais como vestimentas,
layout, etc.), valores assumidos (estratégias, objetivos e filosofias
adotadas) e, por fim, pressupostos subjacentes (crença, percepções
coletivas, sentimentos e valores compartilhados)

Dentro de um ambiente no qual as pessoas formam um ambiente


negativo, com muitas reclamações e conflitos, a amizade ou a
cordialidade são duas práticas sociais não vistas. O contrário
também é verdadeiro: quando colaboradores surgem com ideias
inovadoras e os gestores e pares, sob condições de viabilidade e
estratégia, comemoram e implementam rapidamente para girar
ciclos de aprendizagem, aumentam as chances dessa prática social
se repetir e o empreendedorismo ser constantemente reafirmado.

Veja, em todo caso, quando os colaboradores veem propósito ou


os empreendedores, em negócios e projetos autônomos, sentem-
se parte de uma transformação maior, o ímpeto e boa vontade
aumentam e passam a funcionar como motores de propulsão de
novos produtos e serviços. Com outras palavras, o agente da
transformação, seja em uma grande organização ou como
autônomo, tangibiliza o seu propósito de vida por meio das
atividades diárias e em cada entrega (produto ou serviço) que cria,
ou seja, pelo seu trabalho propriamente dito.

Para tornar essa questão mais clara, o indivíduo precisa trabalhar o


autoconhecimento. Após se conhecer, conhecer os seus próprios
valores e aquilo que o move, é mais fácil traçar o caminho
profissional que deseja seguir, que faz sentido individualmente e
vai, portanto, perseguir como meta.

Uma ferramenta para ajudar nessa tarefa é a MANDALA IKIGAI. As


dimensões do propósito (ou Ikigai), residem no que você ama fazer,
no que você é bom em fazer, no que o mundo precisa e, também,
naquilo em que você pode fazer dinheiro. A cada imbricação, há
uma diferente vertente (paixão, missão, profissão e vocação). Mas
o ponto de encontro de todas essas vertentes revela, enfim, o
propósito de vida (ikigai) de cada um.
Unidade 3
Inovação e seus impactos no
ambiente de negócios
contemporâneos

O que é inovação?

A princípio, inovação sugere a criação de algo novo, novidade,


um elemento que traga uma nova ação, entre outras definições
básicas plausíveis

Do ponto de vista organizacional e econômico, a inovação é


comumente traduzida como uma ação voltada à criação de
produtos e serviços voltados ao mercado.

O conceito de inovação aberta criado em 2003 por


Henry Chesbrough se mostra muito mais coerente à
realidade deste século. Nele, a visão é de que a
inovação ocorre tanto de dentro para fora como de fora
para dentro nas empresas, afinal, elas utilizam uma
série de recursos externos à organização para
desenvolver ou aprimorar seus próprios produtos
existentes; criar novos produtos, serviços, processos,
técnicas inovadoras ou até novos mercados, sempre
com a perspectiva norteadora voltada para a exploração
comercial.

Inovação radical
Inovação incremental
A inovação é um elemento de grande importância para
as organizações que desejam alcançar vantagem
competitiva e diferenciar-se da concorrência por meio
de produtos com uma proposta de valor superior.

Gerações e modelos de inovação


A inovação tem se alterado de modo contínuo em sintonia com as
modificações de conhecimento e de natureza tecnológica no ambiente
geral, interferindo diretamente no processo de inovação no mundo
empresarial. Para melhor compreendê-las, é comum encontrarmos na
literatura os estudos de Rothwell (1994), que agrupou essa evolução e
o desenvolvimento dos modelos de inovação por processos em grupos
geracionais

A inovação tem se alterado de modo contínuo em sintonia com as


modificações de conhecimento e de natureza tecnológica no ambiente
geral, interferindo diretamente no processo de inovação no mundo
empresarial. Para melhor compreendê-las, é comum encontrarmos na
literatura os estudos de Rothwell (1994), que agrupou essa evolução e
o desenvolvimento dos modelos de inovação por processos em grupos
geracionais

Até 1960
Modelo Linear

1960-1970
Modelo Linear Reverso

1975-1985
Modelo Coupling de P&D e Marketing
1985-1990
Modelo de interações em cadeia

1995
Modelo sistêmico e integração de redes

Storytelling
Storytelling pode ser definido como a arte de contar histórias.
Estas histórias podem ser faladas, escritas, interpretadas e, até
mesmo, desenhadas, como você acabou de ver.

Defina a mensagem que você quer transmitir. Pense em como você


quer que seu público se lembre de você.

Crie a “moral da história”. Reflita sobre como a sua mensagem


pode ser transmitida por meio de uma história.

A história deve ter começo, meio e fim. O roteiro precisa ser


conciso, interessante e levar seu público a um desfecho memorável.

No contexto das startups, a expressão “Pitch” representa o discurso


de venda que a empresa faz para atrair investidores.

O Pitch é uma apresentação de 2 a 5 minutos com o objetivo


de despertar o interesse do seu investidor ou cliente.

O Pitch deve conter apenas as informações


essenciais e diferenciadas, como:
Qual oportunidade você explorará?
Em qual mercado atuará?
Qual é a solução proposta?
Quais são os diferenciais da solução?
Qual é o seu propósito?

Não existe uma fórmula para criar o Pitch. Cada investidor tem um
interesse distinto e cada negócio tem as suas particularidades.
Porém, existem alguns modelos que podem auxiliar essa
elaboração, como o Storytelling.

Inovação na prática e gestão do conhecimento


Os clientes exercem um papel central na inovação. Portanto, o processo inovador só é
possível por meio do desenvolvimento de um ciclo constante de aprendizagem,
conhecimento e aprimoramento do relacionamento com o cliente, o que representa
muitos desafios. Para Nambisan, citado por Trott (2012), o aperfeiçoamento desses
processos está atrelado às fases de desenvolvimento de novos produtos – DNP, sendo
que em cada fase o cliente exercerá um papel diferente: clientes como recursos; como
cocriadores; e como usuários.

Clientes como recursos


Na fase de concepção o cliente exerce a condição de recurso, pois ele é
tido como uma fonte de inovação. As empresas necessitarão de
incentivos e meios para selecioná-los corretamente de acordo os seus
objetivos, além de infraestrutura para capturar o seu conhecimento.

Clientes como cocriadores


Esse papel ocorre no momento das fases de design e desenvolvimento de
produtos e serviços; os clientes participam e têm voz ativa nas mais
variadas tarefas do DNP, principalmente em produtos destinados ao
mercado organizacional. Os processos se tornam mais complexos e
desafiantes para as empresas, porém, tendem a ser mais assertivos e
mais bem recebidos pelo mercado.
Clientes como usuários
Exercendo o seu papel de usuário final que testa os protótipos dos
produtos nas fases iniciais ou após a sua colocação no mercado para dar
suporte contínuo, visando à implantação de melhorias e feedback no que
tange à satisfação deles. Nesse papel, quanto mais clientes fizerem os
testes ou ofereçam suas opiniões em SAC, mais propositivos e
susceptíveis ao sucesso tende a ser produto no mercado.

Apesar do seu papel preponderante na prática inovativa, não bastam apenas as


contribuições e participação dos clientes para que o processo de inovação e
desenvolvimento de novos produtos aconteça. Apesar de valiosas, essas informações
precisam ser trabalhadas de modo concomitante com outras fontes externas para que
seja criada uma rede de DNP. Dessa forma, para Alvarenga Neto (2008), agregam valor
superior às organizações de várias formas diferentes, tais como: orientando a estratégia;
iniciando novas linhas de negócio; solucionando problemas com rapidez; transferindo as
melhores práticas; desenvolvendo habilidades profissionais; e ajudando no recrutamento
e retenção de talentos.
Essa interação entre ambiente externo e interno é fundamental para a aprendizagem
empresarial, pois essa não advém apenas das informações dos clientes, mas sim de uma
complexa simbiose oriunda das mais diversas fontes de informações inovadoras que
podem se transformar em algo maior, como a construção estruturada de um
conhecimento coletivo.

Existem duas dimensões do conhecimento: a ontológica atrelada aos níveis de


aglomeração e difusão do conhecimento – do individual ao grupal até o
interorganizacional; e a epistemológica, ligada aos tipos de conhecimento: explícitos e
tácitos.
Os explícitos são mais fáceis de serem aprendidos, transmitidos e disseminados, pois
eles já estão devidamente estruturados, sistematizados e ou formalizados, como os
livros, os manuais, os recursos audiovisuais, etc. Já o conhecimento tácito não é tão
simples de ser observado ou aprendido, pois, trata-se do conhecimento pessoal, ainda
não formalizado. Portanto, ele está embasado nas intuições, palpites, comportamentos,
crenças e valores de cada indivíduo. Logo, muitas vezes, esse tipo de conhecimento é
difícil de ser obtido a nível grupal, sendo muito complexa e desafiadora a sua
disseminação.
Vamos conhecer o modelo SECI que é a combinação de conhecimento construída por
Takeuchi e Nonaka (2008).

SOCIALIZAÇÃO

EXTERNALIZAÇÃO
COMBINAÇÃO

INTERNALIZAÇÃO

Podemos notar que a produção de novos conhecimentos é cíclica e dinâmica, motivos


que justificam a sua gestão nas organizações. Além disso, dois enormes desafios se
apresentam às empresas inovadoras: repassar o conhecimento existente aos
colaboradores de tudo aquilo que importa aos objetivos organizacionais, fomentando a
possibilidade de seus insights criativos; obter ou capturar dos colaboradores suas
habilidades informais e know-how que são de difícil detecção e, geralmente, adquiridos
como frutos de anos da experiência em suas funções e, com isso, transformando
conhecimento tácito em explícito.

Unidade 4
INOVAÇÃO SE FAZ
POR MEIO DE
PESSOAS

Fator humano na cadeia de valor


da inovação

CADEIA DE VALOR DA INOVAÇÃO

A cadeia de valor da inovação varia de acordo com o modelo de


negócio.

1
Geração
Confecção do plano de negócio

2
Conversão
Conversão da ideia inovadora em projeto

3
Difusão
Divulgação das lições aprendidas com o projeto

FATOR HUMANO

A aproximação de colaboradores de diferentes áreas facilita a triagem


de ideias e diminui a resistência frente à inovação.

A aproximação de colaboradores de diferentes áreas facilita a triagem


de ideias e diminui a resistência frente à inovação.

COMPETÊNCIAS INDIVIDUAIS

Algumas atividades podem acomodar melhor as competências


individuais às demandas estratégicas da organização:
Educação corporativa

Identificação de talentos

Remuneração e benefícios

Comunicação interna

A somatória de competências individuais e a autonomia da equipe


permitem a implementação de melhorias na cadeia de valor da
inovação.

ECOSSISTEMA DE INOVAÇÃO
economia criativa

ECONOMIA CRIATIVA
Na interseção entre capital intelectual, cultural e criatividade
encontra-se um potencial econômico identificado pelo conceito de
economia criativa.
A economia criativa pode ser entendida como um setor da
economia que prima pela indústria sustentável através de
caminhos não convencionais.

Da perspectiva nacional, há um interesse do governo em


desenvolver a indústria criativa, principalmente porque há ganhos
em relação ao turismo ao divulgar produtos culturais nacionais,
além de conseguir popularidade nacional no cenário global ao
indicar o fomento interno dos aspectos culturais.
Em termos práticos, a economia criativa surgiu na Austrália na
tentativa de gerar novas fontes de receita para o país. O
empreendimento do governo australiano deu tão certo que acabou
ganhando o apoio da ONU e chamando a atenção dos países ao
redor do mundo (AMADO, 2019). A ideia de economia criativa foi
cunhada pelo autor inglês John Howkins ao publicar o livro The
Creative Economy: how people make money from ideas, em
2001. Para o autor, o conceito paira nas atividades nas quais a
criatividade e o capital intelectual são a base para a concepção,
produção e distribuição de produtos e serviços (AMADO, 2019).

TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

No terreno da economia criativa, a tecnologia aparece como uma


das mais promissoras, responsável por empregar 37,1% dos
profissionais do segmento criativo brasileiro (FIRJAN, 2019). Aliar
criatividade com soluções tecnológicas, portanto, também diz
respeito à economia criativa.

TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

No terreno da economia criativa, a tecnologia aparece como uma


das mais promissoras, responsável por empregar 37,1% dos
profissionais do segmento criativo brasileiro (FIRJAN, 2019). Aliar
criatividade com soluções tecnológicas, portanto, também diz
respeito à economia criativa.

TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
No terreno da economia criativa, a tecnologia aparece como uma
das mais promissoras, responsável por empregar 37,1% dos
profissionais do segmento criativo brasileiro (FIRJAN, 2019). Aliar
criatividade com soluções tecnológicas, portanto, também diz
respeito à economia criativa.

SE A ECONOMIA CRIATIVA FOSSE UM PAÍS...


Segundo pesquisa realizada pelo Banco Interamericano de
Desenvolvimento, se a economia criativa fosse um país teria o
quarto maior PIB do mundo, com 4,3 bilhões de dólares, e
somaria 144 milhões de trabalhadores.

Para elucidar a relação entre tecnologia e inovação, podemos


pensar que a tecnologia é uma das principais fontes de inovação,
produtividade e, consequentemente, escalabilidade para empresas
em todo o mundo. A inovação, por sua vez, pode ser identificada
como: inovações de produto, inovações de processo, inovações
organizacionais e inovações de marketing (OECD, 2005).

NICHOS CRIATIVOS

Não há um consenso acerca das atividades englobadas na


economia criativa. Diferindo de país para país, considerando
os interesses e o potencial econômico, os nichos criativos podem
ser (AMADO, 2019):

 Artes cênicas
 Artes visuais
 Literatura e mercado editorial
 Softwares aplicados à economia criativa
 Entretenimento, eventos e turismo cultural

 Música
 Moda
 Arquitetura e design
 Gastronomia
 Audiovisual, animação e games
 Publicidade, rádio, TV

SEGMENTOS CRIATIVOS NO BRASIL


Especificamente no Brasil, os segmentos criativos envolvidos na
economia criativa podem ser divididos em quatro grandes grupos:

CONSUMO

design, arquitetura,
moda e publicidade

MÍDIA

editorial e
audiovisual

CULTURA

patrimônio, música
e artes cênicas

TECNOLOGIA

P&D, TICs e
biotecnologia

O Sebrae busca fomentar a economia criativa em diversas


vertentes, incluindo a criação de novos modelos de negócios,
exportação de produtos culturais e fortalecimento de redes de
empreendedores que atuam nos segmentos criativos supracitados
(SEBRAE, [s.d.]).

Vale destacar que, quanto maior e melhor o ecossistema de


inovação, maiores são as chances de galgar posições na cadeia
global de valor. Para compor o ecossistema, não somente
empresas, institutos e universidades precisam trabalhar em prol da
inovação com constante atualização do arcabouço de técnicas e
conhecimentos, mas também precisamos especializar e formar
nossa população de maneira geral.

TÓPICOS AVANÇADOS EM INOVAÇÃO E


ESTRATÉGIA

aspectos legais, fiscais e tributários de incentivo à


inovação

FOMENTO À CULTURA DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA


São variados os caminhos que as organizações podem percorrer
para fomentar a cultura de inovação tecnológica, inclusive se
beneficiando com incentivos diversos, subsidiados pelo governo.

Há diferentes possibilidades de financiar empreendimentos


voltados à pesquisa, ao desenvolvimento e à inovação. O
governo pode interferir positivamente nessa equação, ampliando a
cultura de inovação nos negócios atinentes à economia brasileira.

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
De acordo com o Guia Prático da Lei do Bem (2019), inovação
tecnológica é:
a concepção de novo produto ou processo de fabricação, bem
como a agregação de novas funcionalidades ou características ao
produto ou processo que implique melhorias incrementais e
efetivo ganho de qualidade ou produtividade, resultando maior
competitividade no mercado.
BRASIL, 2019, p. 11

Tenha em mente que diferentes agentes se beneficiam da


inovação tecnológica – consumidores, empresas e governos –, e,
por isso, há uma série de aspectos legais, fiscais e tributários de
incentivo à inovação. Tais aspectos podem compor programas de
inovação dentro das organizações e, quando mesclados com
estratégias que podem ser pensadas e incorporadas nas próprias
empresas, suportam atividades específicas de pesquisa e
desenvolvimento, além de afastar riscos e incertezas do negócio
em face da inovação.

INICIATIVAS E POLÍTICAS PÚBLICAS

Além das iniciativas de grandes empresas, há vários incentivos


subsidiados pelo governo que ajudam empresas de pequeno,
médio e grande porte a incorporar e acelerar o processo de
pesquisa e desenvolvimento, com vistas à criação de novas
tecnologias. É o caso das iniciativas e políticas públicas.

A relação do financiamento com os projetos em inovação


tecnológica está atrelada à fase em que o projeto se encontra. Em
outras palavras, quanto mais voltado para a pesquisa (fase inicial,
focada no acúmulo de conhecimento científico), mais a fundo
perdido (subvenção) estará o financiamento. Dessa maneira,
quanto mais próximo da fase de comercialização da solução
tecnológica (fase mais avançada do empreendimento), mais a juros
subsidiados comporá a configuração do financiamento (PEZZONI,
2013).

Por outro lado, quanto mais próximo da fase de comercialização –


o que sugere estarem validadas as hipóteses de negócio –, maior é
a probabilidade de consumir a ideia, ou seja, de dar certo, e, por
isso, são cobrados juros sobre o montante investido.

RELAÇÃO ENTRE FINANCIAMENTO E


ETAPA DO EMPREENDIMENTO
De maneira resumida, podemos afirmar que, quanto maior o risco,
menor é a probabilidade do retorno do dinheiro investido.

Financiamento a fundo perdido é uma estratégia de


financiamento utilizada pelo governo federal para promover a
inovação tecnológica no país. Também chamada de subvenção, o
fundo perdido, como o próprio nome sugere, não precisa ser
devolvido, mas há a obrigação de investir o montante no
desenvolvimento de novas tecnologias.

O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações


publicou o Guia Prático da Lei do Bem (Lei nº 11.196, de 21 de
novembro de 2005). Tal lei busca incentivar as empresas a
inovarem tecnologicamente. Enquanto subsídio fiscal de incentivo,
permite que as empresas abatam parte dos investimentos feitos
em P&D no imposto de renda (BRASIL, 2019, [s.p.]).

Além do fator abate do imposto de renda, essa lei prevê:

 Redução de 50% no Imposto sobre Produtos Industrializados


IPI ao comprar máquinas e equipamentos destinados a P&D.
 Outras deduções relacionadas a outros gastos com pesquisa
tecnológica e desenvolvimento de novas tecnologias.
 Depreciação de maquinário e amortização acelerada em
ocasiões de compra dele.

MARCO LEGAL DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

O marco legal de ciência, tecnologia e inovação é a Lei nº 13.243,


de 11 janeiro de 2016. O intuito dela é criar um ambiente cada vez
mais propício à inovação, por meio de pesquisa e desenvolvimento,
tanto em universidades como em institutos públicos e empresas.

Há alguns princípios promovidos no marco legal que alteram a


dinâmica de inovação, pesquisa e desenvolvimento no país:

ATIVIDADES
CIENTÍFICAS

promoção de atividades científicas para prover tecnologia

PARCERIAS
PÚBLICO/PRIVADO

fomento de parcerias entre público e privado


GESTÃO DE
PROJETOS

simplificação dos procedimentos ligados


à gestão

ADMINISTRAÇÃO
POR RESULTADOS

adoção de administração
por resultados

O marco legal da inovação também criou uma nova figura para o


ecossistema de inovação nacional: a Instituição Científica,
Tecnológica e de Inovação (ICT) privada. Até então, o governo
reconhecia apenas as instituições públicas com mesmo caráter
voltado à pesquisa dedicada à criação de novas tecnologias.

Conforme já destacado, há outras fontes de incentivo à inovação tecnológica, as quais


incluem opões de financiamento com juros subsidiados.
Financiamentos a juros subsidiados são opções que, ao contrário da subvenção e
independentemente de o empreendimento ter obtido sucesso ou não, devem pagar o
montante tomado do financiador mais o valor dos juros, e estes, no entanto, com
subsídio.
Cada setor da economia possui uma especificidade com relação à inovação tecnológica.
Exatamente por isso os esforços em pesquisa e desenvolvimento estão cada vez mais
baseados nas necessidades específicas. Vale estudar cada linha de crédito disponível no
mercado, considerando a necessidade específica do projeto, e escolher a melhor e mais
adequada para a realidade em que atua.

SISTEMA DE FOMENTO AO
EMPREENDEDORISMO

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA: RISCO E RETORNO


Como você já sabe, a inovação é a base do desenvolvimento em
setores que dependam, em especial, do contínuo desenvolvimento
tecnológico propriamente dito.
Sobre a relação entre risco e retorno, a inovação tecnológica, em
especial a disruptiva, depende significativamente da tolerância a
risco e incerteza dos investimentos e fundos de investimentos em
geral. As empresas, nesse sentido, precisam elevar a cultura de
tolerância a erro e exercitar perdas financeiras significativas se
quiserem ser pioneiras no mercado.

CAPITAL DE RISCO
Capital de risco consiste em aportes de capital realizados, de
maneira privada, em empresas que não estão listadas na Bolsa de
Valores, ou seja, que ainda não realizaram oferta pública de ações.

CAMINHOS DE INVESTIMENTO

Para investir nessas empresas há dois caminhos: através


de investimento direto ou através de fundos de
investimentos (proprietários ou mútuos). No Brasil, há algumas
instituições, como é o caso do BNDES, que agrupam tais
oportunidades numa carteira (também chamada de fundo),
capturando dinheiro no mercado (cotistas) e administrando a
canalização dos recursos por meio de gestão profissional.

A remuneração do gestor do fundo se dá por meio de taxa de


administração e taxa de desempenho. Seu papel é, além de atrair
investidores para subscrição de capital, agregar valor aos ativos
que compõem a carteira, aumentando a atratividade e o retorno
frente ao mercado.

TIPOS DE INVESTIMENTOS

Com relação ao capital de risco, há três tipos diferentes de


investimentos que se relacionam com o momento em que a
empresa se encontra:

SEED CAPITAL

dedicado a pequenas empresas,


em geral ligadas a parques tecnológicos, incubadoras e
aceleradoras
VENTURE CAPITAL

destinado a micro, pequenas ou


médias empresas que já se
encontram na fase operacional

PRIVATE EQUITY

refere-se a aportes em grandes empresas, já consolidadas e com


resultados significativos

No geral, vale citar que os fundos que canalizam recursos para a


modalidade private equity o fazem por meio de fusões e
aquisições, o que inclui e configura participação societária.

Apesar da elevada importância para o desenvolvimento econômico e a geração de


vantagem competitiva para as nações, os investimentos em inovação tecnológica
representam maior risco quando comparados a outras oportunidades no mercado. Isso
acontece porque, além dos riscos atrelados ao mercado e o seu timing, há ainda a
necessidade técnica de realizar novos processos e produtos (CHRISTENSEN, 1992).

Pensando especificamente na realidade do Brasil, o ecossistema carece tanto de


incentivos ao capital de risco frente aos investidores quanto de aproximação de
universidades e centros de pesquisa com os empreendedores propriamente ditos
(SILVA; BIAGINI, 2015).

O surgimento de novos negócios pode se dar de diversas


maneiras. Uma delas é a partir de pesquisas científicas em
empresas, universidades ou centros de pesquisa (privados ou
públicos). Este fenômeno é chamado de spin-off ou, em uma
denominação em português, derivagem ou cisão de empresas.

Por fim, vale destacar a importância de centros tecnológicos para


desenvolvimento de pesquisa e novas tecnologias, pois empregam
grande parte dos pesquisadores (mestres e doutores) em todo o
mundo (ABRANTES, 2016).

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