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(IMPORTANTE: Esse material foi elaborado pela professora Liliane Lames para suporte aos
estudos da nossa disciplina sendo baseado nos autores e respectivas obras descritas como
Leitura Sugestiva)
1- INTRODUÇÃO
“Pois, quem de vós, querendo construir uma torre, não começa por sentar-se para calcular a
despesa e ver se possui com que acabar?” (Lucas, 14:28)
Quando falamos em custos, essa expressão pode assumir diferentes conotações a depender do
contexto em que é empregada. Se, por exemplo, um consumidor dizer que a compra de uma nova
calculadora lhe custou R$ 10,00, poucas dúvidas surgirão, pois a compreensão de sua afirmação é imediata.
Agora já no caso de a pergunta ser quais foram os custos da calculadora para a empresa fabricante,
diferentes interpretações e diferentes respostas podem ser obtidas.
Pois o fabricante da calculadora pode pensar em diferentes conceitos acerca dos custos do produto
comercializado, como os custos contábeis, os custos de oportunidade, os custos financeiros, os custos
plenos ou integrais, e muitos outros.
Entretanto, de modo geral, custos podem ser definidos como medidas monetárias dos sacrifícios
com os quais uma organização tem que arcar a fim de atingir seus objetivos. Contabilmente ou sob a
óptica da gestão, essa afirmação pode ser interpretada de diferentes modos.
Preços, por sua vez, correspondem à importância recebida pelas entidades em decorrência da
oferta de seus produtos ou serviços. Devem ser suficientes o bastante para cobrir todos os custos
incorridos e ainda fornecer um lucro para a entidade.
Sendo assim a análise de custos, preços e valores consiste em algumas das mais nobres e
importantes tarefas da administração financeira. Nesse primeiro capítulo encontra-se uma introdução dos
principais aspectos relacionados aos processos de gestão de custos sendo apresentado um breve histórico,
as três principais formas da contabilidade e seus objetivos.
A fábrica (sistema fabril) nasceu com a introdução da maquinaria a vapor (em 1782, James Watt
patenteou um novo modelo, uma máquina rotativa de ação dupla, que pela primeira vez permitiu o
aproveitamento do vapor para impulsionar toda espécie de mecanismo). A consequência foi o grande
aumento da produtividade, e ao mesmo tempo surgiram outras necessidades. O processo de
desenvolvimento culminou com a revolução industrial na segunda metade do século XVIII.
Neste contexto ocorreram:
✓ Necessidade de incrementar as empresas;
✓ Novas tecnologias;
✓ Sistemas complexos de produção;
✓ Crescimento das empresas;
✓ Produção em grande escala, etc.
Assim, houve a necessidade de maior controle (dos elementos patrimoniais) e maior segurança (do
dinheiro aplicado).
Dentre as técnicas aprimoradas, desenvolveu-se o controle de custos, permitindo ao administrador
conhecer quanto custa produzir cada produto ou serviço de sua empresa. A fórmula elementar: lucro =
preço de venda – custo, facilitou as decisões sobre as alternativas mais vantajosas a serem adotadas no
sistema produtivo.
3 - INTRODUÇÃO
Os sistemas, formas e metodologias aplicados no controle e gestão de custos podem ser
classificados em função da forma de associação dos custos aos produtos elaborados, sendo essas
associações relacionadas ao volume produzido ou à forma de apropriação dos custos aos produtos, ou em
relação a alguma situação específica ou até mesmo em função da análise do comportamento passado.
A seguir encontram-se algumas nomenclaturas/classificações decorrentes da relação dos custos
com os produtos fabricados:
Custo da produção do período (CPP) – Soma dos custos incorridos no período dentro da fábrica. Ou
seja, refere-se à soma dos custos incorridos em cada mês. Custos do mês de abril, ou junho, ou julho etc.
Custo da produção acabada (CPA) – Custos incorridos na produção acabada do período, porém,
existem custos de períodos anteriores. Ou seja, é somente a soma dos custos inerentes às unidades
acabadas dentro do período considerado, independentemente da produção ter sido iniciada ou não dentro
do mesmo período, por isso pode conter tanto custos de períodos anteriores como custos do período.
Custo do produto vendido (CPV) – São os custos incorridos na fabricação dos bens que são
vendidos, porém, existem custos de produtos acabados anteriormente. Ou seja, independente de quando
ocorreram os custos de produção que formaram o custo dos produtos ora vendidos, se a venda ocorreu
nesse período, esse custo se transformará no CPV, sendo registrado na DRE, evidenciando assim a baixa do
produto do estoque de produtos acabados.
Custos primários – Soma da matéria-prima com mão-de-obra direta. Não são a mesma coisa que
custos diretos, já que nos primários só estão incluídos esses dois itens. Assim, a embalagem é um custo
direto, mas não primário.
Custo de transformação – Soma de todos os custos de produção, exceto os relativos a matérias
primas. Representa o valor do esforço da própria empresa no processo de elaboração de um determinado
item (mão de obra direta e indireta, energia, materiais de consumo industrial etc.)
Custos integrais ou plenos ou gastos totais – corresponde à soma de todos os valores consumidos
pela empresa na elaboração do produto ou prestação de serviço, incluindo custos e despesas.
Os custos de fabricação mensuram o valor dos produtos acabados ou em processamento nos
estoques. Os critérios de mensuração dos custos desses produtos nos estoques podem ser pelo método
PEPS (Primeiro que Entra é o Primeiro que Sai). No critério PEPS, os produtos não se misturam, pois cada
entrada de produto deve ser considerada de forma separada a fim de identificar os que entraram primeiro,
para poderem sair primeiro. Nesse critério de mensuração os estoques finais tendem a ter valores mais
altos, e os custos dos produtos vendidos tendem a ter custos mais baixos, normalmente.
Outro critério é o UEPS (Último que Entra é o Primeiro que Sai). O UEPS também não mistura as
entradas dos produtos, cada operação de entrada é como se fosse produtos diferentes, não se fundem.
Nesse critério, os últimos produtos que entram no estoque, são os primeiros a sair, dessa forma os
estoques tendem a ser mensurados por custos menores, enquanto o custo dos produtos vendidos tende a
ser valores maiores.
E por fim, o mais utilizado inclusive, é o método do Custo Médio Ponderado Móvel, onde a cada
movimentação se tem um custo médio unitário dos produtos. Nesse critério os produtos se fundem, junta-
se quantidades e valores, e dado o total gasto na aquisição e produção dos produtos e a quantidade
adquirida, ao dividir esse valor pela quantidade se tem o custo médio unitário.
Importante ressaltar que esses critérios de mensuração são somente para fins financeiros, pois
fisicamente, normalmente se é aplicado o PEPS, pois os produtos que entram primeiro são também os
primeiros a saírem, principalmente dado o fato da validade dos produtos. Portanto, para que não se perca
produto por vencimento, os mais antigos saem primeiro.
Aumenta a qtde
- = = +
produzida
Diminui a qtde
+ = = -
produzida
Ou seja, as oscilações no volume produzido não provocam alterações nos Custos Fixos Totais e nem
no Custo Variável Unitário. Somente os Custos Fixos Unitários e Custos Variáveis Totais é que oscilam em
relação ao volume produzido, para mais ou para menos.
4 – ESQUEMA BÁSICO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS
Leitura sugestiva:
BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. Gestão de Custos e Formação de Preço. 7. ed. São Paulo:
Atlas, 2019, páginas 59 à 70 (Capítulo 4 – Custos Indiretos de Fabricação). Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597021059. Acesso em: 12 mar. 2023.
DUBOIS, Alexy; KULPA, Luciana; SOUZA, Luiz Erico. Gestão de Custos e Formação de Preços:
conceitos, modelos e ferramentas. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2019, páginas 73 à 86 (Capítulo 6 – Critérios de
Rateio dos CIF). Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597022803. Acesso
em: 12 mar. 2023.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2023, páginas 43 à 52 (Capítulo
5 – Esquema Básico da Contabilidade de Custos (I)). Disponível em: <
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597018080>. Acesso em: 12 mar. 2023.
MEGLIORINI, Evandir. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011,
páginas 46 à 53 (Capítulo 2 – Métodos de Custeio). Disponível em: <https://middleware-
bv.am4.com.br/SSO/unasp/9788576059646>. Acesso em: 12 mar. 2023.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de Custos Fácil. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2014, páginas 273 a
308 (Capítulo 9 – Custos Indiretos de Fabricação (CIFs)). Disponível em: <
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788502621848>. Acesso em: 12 mar. 2023.
Total
Estes itens integrarão o custo dos produtos.
Despesas administrativas R$
Total
Despesas de vendas R$
Total
Despesas financeiras R$
Total
Quadro 4.1
Relação dos Custos diretos Custos Total
gastos indiretos
Produto A Produto B Produto C
Total
Do total de custos de produção ____________________ são custos diretos e já estão alocados aos
produtos e _______________________ precisam ainda ser apropriados.
Considerando que a produção do período foi de 2.700 unidades do produto A, 4.000 unidades do
produto B e 3.500 unidades do produto C, calcule o custo unitário de cada produto.
Quadro 4.4
Custo total Quantidade Custo unitário
de cada produto produzida de cada produto
Produto A
Produto B
Produto C
Observe que os custos totais e unitários de cada produto são diferentes para a utilização de
cada critério, para fins gerenciais isto pode diminuir o grau de credibilidade com relação as informações de
custos.
Por enquanto o esquema básico é:
✓ Separação entre custos e despesas;
✓ Apropriação dos custos diretos aos produtos e
✓ Rateio dos custos indiretos.
Esboço do esquema:
Gastos DRE
Indiretos Diretos BP
Estoques
Produto A
Produto B
Produto C
Rateio
Venda
RESULTADO
CPV
5 – DEPARTAMENTALIZAÇÃO
Leitura sugestiva:
BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. Gestão de Custos e Formação de Preço. 7. ed. São Paulo:
Atlas, 2019, páginas 71 à 92 (Capítulo 5 – Custeio por Departamentos). Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597021059. Acesso em: 12 mar. 2023.
DUBOIS, Alexy; KULPA, Luciana; SOUZA, Luiz Erico. Gestão de Custos e Formação de Preços:
conceitos, modelos e ferramentas. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2019, páginas 87 à 102 (Capítulo 7 –
Departamentalização dos CIF). Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597022803. Acesso em: 12 mar. 2023.
IUDÍCIBUS, Sérgio. Contabilidade Gerencial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2020, páginas 130 à 144
(Capítulo 5 – Fundamentos de Contabilidade de Custos). Disponível em: <
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597024197>. Acesso em: 12 mar. 2023.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2023, páginas 53 à 68 (Capítulo
6 – Esquema Básico da Contabilidade de Custos (II) - departamentalização). Disponível em: <
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597018080>. Acesso em: 12 mar. 2023.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2023, páginas 69 à 76 (Capítulo
7 – Critério de Rateio dos Custos Indiretos). Disponível em: <
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597018080>. Acesso em: 12 mar. 2023.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de Custos Fácil. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2014, páginas 309 à
343 (Capítulo 10 – Custeio Departamental). Disponível em: <
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788502621848>. Acesso em: 12 mar. 2023.
5 - INTRODUÇÃO
Quando olhamos para a estrutura das empresas hoje, percebemos que elas se dividem em partes
menores, a fim de conseguirem um melhor controle das atividades operacionais e processos que realiza
diária e continuamente. Dessa forma, cada parte menor é responsável por desenvolver as atividades
necessárias que lhes competem para que a empresa alcance seus objetivos, bem como são responsáveis
pelo controle dos gastos, consumo de recursos necessários para que cada ação planejada seja executada e
os resultados alcançados.
Os sistemas de custos são projetados para acumularem o custo total dos produtos elaborados. Com
isso os custos diretos são facilmente apropriados aos produtos, já os custos indiretos e os mecanismos de
rateio apresentam diversos problemas relacionados à determinação do lucro e ao controle das operações
de qualquer empresa. Para facilitar o controle dos custos incorridos, muitas organizações optam por alocá-
los primeiramente a um centro de custos ou departamento. Pois além de ter um responsável pelos custos
incorridos, os departamentos facilitam e melhoram o processo de alocação dos gastos aos produtos.
Demonstrações 3º Ano:
CUSTEIO ABSORÇÃO CUSTEIO VARIÁVEL
CUSTO PRODUÇÃO CUSTO PRODUÇÃO
Custos Variáveis 70.000 30,00 2.100.000,00 70.000 30,00 2.100.000,00
Custos Fixos 2.100.000,00 0,00
Custo Produção 4.200.000,00 2.100.000,00
Acabada
Estoque Inicial 700.000,00 300.000,00
Total Produtos 4.900.000,00 2.400.000,00
Acabados
Custo Unitário 61,25 30,00
ESTOQUE FINAL 30.000 61,25 1.837.500,00 30.000 30,00 900.000,00