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CUSTOS EMPRESARIAIS

(IMPORTANTE: Esse material foi elaborado pela professora Liliane Lames para suporte aos
estudos da nossa disciplina sendo baseado nos autores e respectivas obras descritas como
Leitura Sugestiva)

1 – INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE DE CUSTOS E GERENCIAL


Leitura sugestiva:
BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. Gestão de Custos e Formação de Preço. 7. ed. São Paulo:
Atlas, 2019, páginas 1 à 5 (Capítulo 1 – Introdução à Gestão de Custos). Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597021059. Acesso em: 12 mar. 2023.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Curso Básico de Contabilidade de Custos. 2ª edição, São Paulo, Atlas,
2002, páginas 13 à 17 (Capítulo 1 – Contabilidade de custos).
DUTRA, René Gomes. Custos: Uma Abordagem Prática. 5ª edição, São Paulo, Atlas, 2003, páginas
17 à 31 (Capítulo 1 – Origem dos Custos).
IUDÍCIBUS, Sérgio. Contabilidade Gerencial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2020, páginas 3 à 10 (Capítulo 1
– Noções preliminares). Disponível em: <
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597024197>. Acesso em: 12 mar. 2023.
LEONE, George Sebastião Guerra. Curso de Contabilidade de Custos. 2ª edição, São Paulo, Atlas,
2000, páginas 19 à 32 (Capítulo 1 – Conceitos básicos, sistemas e critérios).
LEONE, George Sebastião Guerra. Custos: um enfoque administrativo. 14ª edição, Rio de Janeiro,
FGV, 2001, páginas 1 à 17 (Capítulo 1 – A contabilidade e a administração).
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 11. Ed. São Paulo: Atlas, 2023, páginas 3 à 8 (Capítulo 1 –
A contabilidade de custos, a contabilidade financeira e a contabilidade gerencial). Disponível em: <
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597018080>. Acesso em: 12 mar. 2023.
MEGLIORINI, Evandir. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011,
páginas 1 à 7 (Capítulo 1 – Bases para o conhecimento de custos). Disponível em: <https://middleware-
bv.am4.com.br/SSO/unasp/9788576059646>. Acesso em: 12 mar. 2023.
PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade Gerencial: um enfoque em sistema de informação contábil. 3ª
edição, São Paulo, Atlas, 2000, páginas 27 à 38 (Capítulo introdutório – Caracterização da contabilidade
gerencial).
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de Custos Fácil. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2014, páginas 3 a 12
(Capítulo 1 – O custo é fácil). Disponível em: <
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788502621848>. Acesso em: 12 mar. 2023.

1- INTRODUÇÃO
“Pois, quem de vós, querendo construir uma torre, não começa por sentar-se para calcular a
despesa e ver se possui com que acabar?” (Lucas, 14:28)

Quando falamos em custos, essa expressão pode assumir diferentes conotações a depender do
contexto em que é empregada. Se, por exemplo, um consumidor dizer que a compra de uma nova
calculadora lhe custou R$ 10,00, poucas dúvidas surgirão, pois a compreensão de sua afirmação é imediata.
Agora já no caso de a pergunta ser quais foram os custos da calculadora para a empresa fabricante,
diferentes interpretações e diferentes respostas podem ser obtidas.
Pois o fabricante da calculadora pode pensar em diferentes conceitos acerca dos custos do produto
comercializado, como os custos contábeis, os custos de oportunidade, os custos financeiros, os custos
plenos ou integrais, e muitos outros.
Entretanto, de modo geral, custos podem ser definidos como medidas monetárias dos sacrifícios
com os quais uma organização tem que arcar a fim de atingir seus objetivos. Contabilmente ou sob a
óptica da gestão, essa afirmação pode ser interpretada de diferentes modos.
Preços, por sua vez, correspondem à importância recebida pelas entidades em decorrência da
oferta de seus produtos ou serviços. Devem ser suficientes o bastante para cobrir todos os custos
incorridos e ainda fornecer um lucro para a entidade.
Sendo assim a análise de custos, preços e valores consiste em algumas das mais nobres e
importantes tarefas da administração financeira. Nesse primeiro capítulo encontra-se uma introdução dos
principais aspectos relacionados aos processos de gestão de custos sendo apresentado um breve histórico,
as três principais formas da contabilidade e seus objetivos.

1.1 - Retrospecto histórico: séculos XIV e XVIII


O consumo de bens e a utilização de serviços são necessidades inerentes à própria condição
humana. Os homens garantiam a sua subsistência pela caça, pesca e a coleta de frutas. Pela prática da
agricultura elementar, utilizavam animais domésticos e ferramentas rudimentares contribuindo no tocante
a produção e conservação de alimentos.
Como consequência foram criadas as empresas para comercializar os bens produzidos rudimentar e
artesanalmente apenas por uma família ou por pequenos grupos familiares.
Muitas literaturas identificam o surgimento da contabilidade de custos à revolução industrial. No
entanto, antes desse período já existiam alguns controles de custos, se bem que de maneira incipiente.
Vamos direcionar nossa atenção ao século XIV, país Itália, cidade Veneza. O desenvolvimento do
comércio e do transporte marítimo proporcionaram a ampliação da produção. Durante algum tempo, a
cidade dependeu dos estaleiros particulares para construir sua esquadra de guerra. Com o aumento do seu
comércio e influência, cresceu a necessidade de proteção. Em 1436, a cidade pôs em operação o seu
próprio estaleiro, o Arsenal de Veneza. Neste estaleiro veneziano, a contabilidade era tão importante
quanto os negócios. Ali era também empregada uma forma primitiva de contabilidade de custos, sendo
realizado um meticuloso registro de tudo o que entrava e saía do estaleiro.
No século XV, com o estado e a marinha no auge do poder, o Arsenal de Veneza transformou-se no
que talvez fosse uma das maiores, senão a maior unidade industrial do mundo.
Numerosas áreas de administração do Arsenal são dignas da nossa atenção:
1º) Numeração e armazenagem das peças acabadas;
2º) Linha de montagem para apetrechamento (montagem) das galés;
3º) Práticas de relacionamento com o pessoal;
4º) Padronização das peças;
5º) Controle pela contabilidade;
6º) Controle de inventário e
7º) Controle de custos.

A fábrica (sistema fabril) nasceu com a introdução da maquinaria a vapor (em 1782, James Watt
patenteou um novo modelo, uma máquina rotativa de ação dupla, que pela primeira vez permitiu o
aproveitamento do vapor para impulsionar toda espécie de mecanismo). A consequência foi o grande
aumento da produtividade, e ao mesmo tempo surgiram outras necessidades. O processo de
desenvolvimento culminou com a revolução industrial na segunda metade do século XVIII.
Neste contexto ocorreram:
✓ Necessidade de incrementar as empresas;
✓ Novas tecnologias;
✓ Sistemas complexos de produção;
✓ Crescimento das empresas;
✓ Produção em grande escala, etc.
Assim, houve a necessidade de maior controle (dos elementos patrimoniais) e maior segurança (do
dinheiro aplicado).
Dentre as técnicas aprimoradas, desenvolveu-se o controle de custos, permitindo ao administrador
conhecer quanto custa produzir cada produto ou serviço de sua empresa. A fórmula elementar: lucro =
preço de venda – custo, facilitou as decisões sobre as alternativas mais vantajosas a serem adotadas no
sistema produtivo.

1.2 – Empresas comerciais e industriais: o problema dos estoques


Até a revolução industrial as empresas existiam basicamente em função da atividade comercial.
Para a apuração do resultado, o custo das mercadorias vendidas era formado por diferença.
Empresa Comercial – Demonstração do Resultado do Exercício
Receita Bruta Operacional 9.000,00
( - ) Deduções da Receita Bruta Operacional (1.500,00) =
Receita Líquida Operacional 7.500,00
( - ) Custo das Mercadorias Vendidas – “CMV” (3.500,00)
= Lucro Bruto Operacional 4.000,00

O CMV, por sua vez, era calculado mediante a fórmula:


CMV = EI + C – EF
CMV = 1.000,00 + 3.000,00 - 500,00
CMV = 3.500,00
(EI = Estoque Inicial; C = Compras)
(O Custo da mercadoria adquirida é igual ao preço de compra da mesma.)

Com o surgimento crescente das empresas industriais, a contabilidade deparou-se com um


problema na apuração do resultado: como atribuir valor aos estoques?
Para solucionar este problema, a contabilidade tenta adaptar à empresa industrial os mesmos
critérios utilizados na empresa comercial.
O valor respectivo a “compras” agora estava substituído por uma série de valores pagos pelos
“fatores de produção” utilizados, passando desta forma, a compor o custo do produto.
Empresa Industrial – Demonstração do Resultado do Exercício
Receita Bruta Operacional 9.000,00
( - ) Deduções da Receita Bruta Operacional (1.500,00)
= Receita Líquida Operacional 7.500,00
( - ) Custo dos Produtos Vendidos – “CPV” (3.500,00)
= Lucro Bruto Operacional 4.000,00
(Custo de produção é igual à soma dos materiais, mão-de-obra e custos indiretos de fabricação).
1.3 – Diferenciando contabilidade financeira, de custos e gerencial
Observem que prevalecendo a atividade comercial (antes do século XVIII), a contabilidade financeira
desempenhava o seu papel, bem como nos dias de hoje.
Atualmente a contabilidade financeira tem como alguns de seus objetivos:
✓ Fornecer informações para os usuários externos (fisco, receita federal, governo);
✓ Elaborar as demonstrações contábeis, tais como o Balanço Patrimonial e a Demonstração de
Resultado do Exercício;
Ela é condicionada às imposições legais e requisitos fiscais, preocupa-se com as leis e normas e é
obrigatória para as entidades legalmente estabelecidas. Está associada ao passado, e seus atos e práticas
são estabelecidos por meio de regras normativas que, muitas vezes, comprometem a tomada de decisões.
Uma das características das atividades relacionadas ao processo de gestão empresarial diz respeito
à tomada de decisões com impactos futuros, já a contabilidade financeira preocupa-se com o registro
relativo ao patrimônio do que já passou. Assim, torna-se necessário adaptar as informações da
contabilidade financeira para possibilitar um processo mais coerente de tomada de decisões – originando a
contabilidade gerencial.
Mas como utilizar essas informações para resolver a questão dos estoques nas empresas fabris
(indústrias)? Foi então que a contabilidade de custos evidenciou-se por resolver o problema de mensuração
monetária dos estoques e da apuração do resultado, e não por ser utilizada como um instrumento eficaz no
processo de tomada de decisão. Uma vez que a contabilidade de custos serve para a compreensão dos
conceitos, terminologias e comportamentos dos custos dentro do processo produtivo fornecendo assim
informações essenciais e complementares ao processo decisório. Contudo, em razão disto, a contabilidade
de custos deixou de ter um desenvolvimento mais acentuado por um longo tempo.
A contabilidade de custos tem como alguns de seus objetivos:
✓ Apurar custos para avaliar estoques;
✓ Apurar custos para o resultado.
A contabilidade de custos é voltada à análise dos gastos realizados pela entidade no decorrer de
suas operações e com o crescimento das empresas ela passou a ser encarada como uma eficiente forma de
auxílio no desempenho de uma nova missão, a “gerencial”.
A contabilidade gerencial é mais ampla, porém sua base está na contabilidade de custos, que
passou de uma mera auxiliar na avaliação de estoque para um importante instrumento de controle e
decisão gerencial.
A contabilidade gerencial tem como alguns de seus objetivos:
✓ Fornecer informações para os usuários internos (principalmente);
✓ Fornecer informações para administrar a empresa.
A contabilidade gerencial está voltada à administração de empresas, não se condicionando às
imposições legais, se preocupando apenas em gerar informações úteis para a tomada de decisões. Ela
abrange a Administração da Produção; a Administração Financeira e a Contabilidade de Custos. Todo
relatório feito sob medida recai na contabilidade gerencial. Ex.: substituição de equipamento, formação de
preço de venda, retirada de linha de produto (corte de produto), decisão de comprar ou fabricar etc.
2 – TERMINOLOGIA CONTÁBIL E SISTEMA DE CUSTOS
Leitura sugestiva:
ANTONI, Gustavo. Gestão de Custos Industriais. Páginas 17 à 21 (Capítulo 1 – Contabilidade de
Custos). Porto Alegre: SAGAH, 2017. Disponível em: <
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788595021198>. Acesso em: 14 mar. 2023.
BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. Gestão de Custos e Formação de Preço. 7. ed. São Paulo:
Atlas, 2019, páginas 5 à 8 (Capítulo 1 – Introdução à Gestão de Custos). Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597021059. Acesso em: 12 mar. 2023.
DUBOIS, Alexy; KULPA, Luciana; SOUZA, Luiz Erico. Gestão de Custos e Formação de Preços:
conceitos, modelos e ferramentas. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2019, páginas 15 à 26 (Capítulo 2 – Terminologia
em Estudo). Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597022803. Acesso em:
12 mar. 2023.
FIGUEIREDO, Sandra e CAGGIANO, Paulo Cesar. Controladoria: Teoria e Prática. 2ª edição, São
Paulo, Atlas, 1997, 36 à 41 (Capítulo 1 – Contabilidade e gestão empresarial – a controladoria).
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2023, páginas 9 à 14 (Capítulo 2
– Terminologia Contábil Básica) e páginas 337 à 345 (Capítulo 30 – Implantação de Sistemas de Custos).
Disponível em: < https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597018080>. Acesso em: 12 mar.
2023.
MEGLIORINI, Evandir. Custos. Editora Pearson, 2018. Ebook Pearson, páginas 3 à 12 (Capítulo 1 –
Bases para o Conhecimento de Custos). Disponível em: https://middleware-
bv.am4.com.br/SSO/unasp/9788543025599. Acesso em: 12 mar. 2023.
PEREZ Júnior, José Hernandez et al. Gestão Estratégica de Custos. 3. ed. São Paulo, Atlas, 2003,
páginas 298 à 308 (Capítulo 11 – Implantação e gerenciamento de um sistemas de custos).
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de Custos Fácil. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2014, páginas 13 a 23
(Capítulo 2 – Conceitos de Custos). Disponível em: <
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788502621848>. Acesso em: 12 mar. 2023.

2.1 – Terminologia em custos industriais


Gastos, Custos e Despesas são três palavras sinônimas ou dizem respeito a conceitos diferentes?
Confundem-se com desembolso? E investimento tem alguma similaridade com elas? Perda se confunde
com algum destes termos?
Para melhor entendimento, utilizaremos a seguinte nomenclatura:
Gasto – Sacrifício financeiro com que a entidade arca para a obtenção de um produto ou serviço.
Representado por entrega de ativos (imediato ou futuro). O gasto implica desembolso (normalmente).
Exemplos: matéria-prima, mão de obra, salários;
Investimento – Sacrifício financeiro aplicado em um ativo em função de sua vida útil ou tendo em
vista um benefício futuro. Exemplos: aquisição de equipamentos ou aquisição/estoque de matéria-prima;
Custo – É um gasto com consumo de bens e/ou serviços utilizados na produção de outros bens ou
serviços. Está associado aos produtos ou serviços produzidos pela entidade. Exemplos: utilização de
matéria-prima no processo produtivo, aluguel da fábrica;
Despesa – Consumo de bens ou serviços, tendo em vista a obtenção de receita. Não está associada
à produção de um bem ou serviço. Exemplos: salário dos vendedores, comissões, honorários;
Desembolso – Saída de dinheiro para pagamento de bens e/ou serviços independentemente de
quando o produto ou serviço foi ou será consumido. Exemplos: pagamento de duplicatas e de salários.
Nem todo gasto representa um desembolso. Exemplo: depreciação (é um gasto, mas não desembolso);
Perda – Bens ou serviços consumidos de forma anormal ou involuntária. Exemplo: deterioração dos
estoques ocasionados por queima.

2.2 – Sistemas de custos


A implantação de sistemas de custos não traz resultados imediatos, porque nenhum sistema é capaz
de resolver todos os problemas e cada sistema precisa desenvolver-se para ser utilizado como um
instrumento que atinja os objetivos da administração.
É importante salientar que nenhum sistema será adequado, por melhor que seja, sem o
aprimoramento e treinamento do elemento central: o pessoal envolvido. O sucesso de um sistema de
custos (como em todos os sistemas de informações) depende do pessoal que o alimenta e o faz funcionar.
Os relatórios processados não podem ser de qualidade melhor do que a qualidade dos dados recebidos no
início do processamento.
A “importação” de sistemas de custos consiste na utilização de sistemas já utilizados em outras
empresas. Uma necessidade básica para uma boa contabilidade de custos é a existência de quantificações
físicas para todos os valores monetários.
As informações são elementos essenciais para a administração, portanto a relação entre gasto e
benefício (de informações) precisa ser muito bem avaliada na hora da implantação do sistema e durante
todo o seu funcionamento.

3 – ALGUMAS CLASSIFICAÇÕES E NOMENCLATURAS DE CUSTOS


Leitura sugestiva:
ANTONI, Gustavo. Gestão de Custos Industriais. Páginas 22 à 34 (Capítulo 1 – Classificação de
Custos e Despesas). Porto Alegre: SAGAH, 2017. Disponível em: <
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788595021198>. Acesso em: 14 mar. 2023.
BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. Gestão de Custos e Formação de Preço. 7. ed. São Paulo:
Atlas, 2019, páginas 9 à 13 (Capítulo 1 – Introdução à Gestão de Custos). Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597021059. Acesso em: 12 mar. 2023.
DUBOIS, Alexy; KULPA, Luciana; SOUZA, Luiz Erico. Gestão de Custos e Formação de Preços:
conceitos, modelos e ferramentas. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2019, páginas 27 à 44 (Capítulo 3 – Classificação
de Custos e Despesas). Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597022803.
Acesso em: 12 mar. 2023.
DUTRA, René Gomes. Custos: Uma Abordagem Prática. 5ª edição, São Paulo, Atlas, 2003, páginas
32 à 87 (Capítulo 2 – Classificação dos custos).
FIGUEIREDO, Sandra e CAGGIANO, Paulo Cesar. Controladoria: Teoria e Prática. 2ª edição, São
Paulo, Atlas, 1997, páginas 56 à 72 (Capítulo 3 – A estrutura da contabilidade de custos).
IUDÍCIBUS, Sérgio. Contabilidade Gerencial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2020, páginas 123 à 129
(Capítulo 5 – Fundamentos de Contabilidade de Custos). Disponível em: <
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597024197>. Acesso em: 12 mar. 2023.
LEONE, George Sebastião Guerra. Custos: Um Enfoque Administrativo. 14ª edição, Rio de Janeiro,
FGV, 2001, páginas 18 à 50 (Capítulo 1 – Conceitos gerais).
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2023, páginas 33 à 42 (Capítulo
4 – Algumas Classificações e Nomenclaturas de Custos). Disponível em: <
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597018080>. Acesso em: 12 mar. 2023.
MEGLIORINI, Evandir. Custos. Editora Pearson, 2018. Ebook Pearson, páginas 13 à 18 (Capítulo 1 –
Bases para o Conhecimento de Custos). Disponível em: https://middleware-
bv.am4.com.br/SSO/unasp/9788543025599. Acesso em: 12 mar. 2023.
MEGLIORINI, Evandir. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011,
páginas 24 à 46 (Capítulo 2 – Métodos de Custeio). Disponível em: <https://middleware-
bv.am4.com.br/SSO/unasp/9788576059646>. Acesso em: 12 mar. 2023.
PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade Gerencial: Um Enfoque em Sistema de Informação Contábil.
3ª edição, São Paulo, Atlas, 2000, páginas 221 à 246 (Capítulo 9 – Fundamentos de contabilidade de
custos).
PEREZ Júnior, José Hernandez et al. Gestão Estratégica de Custos. 3ª edição. São Paulo, Atlas, 2003,
15 à 32 (Capítulo 1 – Conceitos básicos).
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de Custos Fácil. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2014, páginas 41 à
(Capítulo 1 – O custo é fácil). Disponível em: <
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788502621848>. Acesso em: 12 mar. 2023.
SANTOS, Joel J. Análise de Custos. 3ª edição, São Paulo, Atlas, 2000, páginas 33 à 40 (Capítulo 2 –
Classificação dos custos e das despesas).

3 - INTRODUÇÃO
Os sistemas, formas e metodologias aplicados no controle e gestão de custos podem ser
classificados em função da forma de associação dos custos aos produtos elaborados, sendo essas
associações relacionadas ao volume produzido ou à forma de apropriação dos custos aos produtos, ou em
relação a alguma situação específica ou até mesmo em função da análise do comportamento passado.
A seguir encontram-se algumas nomenclaturas/classificações decorrentes da relação dos custos
com os produtos fabricados:
Custo da produção do período (CPP) – Soma dos custos incorridos no período dentro da fábrica. Ou
seja, refere-se à soma dos custos incorridos em cada mês. Custos do mês de abril, ou junho, ou julho etc.
Custo da produção acabada (CPA) – Custos incorridos na produção acabada do período, porém,
existem custos de períodos anteriores. Ou seja, é somente a soma dos custos inerentes às unidades
acabadas dentro do período considerado, independentemente da produção ter sido iniciada ou não dentro
do mesmo período, por isso pode conter tanto custos de períodos anteriores como custos do período.
Custo do produto vendido (CPV) – São os custos incorridos na fabricação dos bens que são
vendidos, porém, existem custos de produtos acabados anteriormente. Ou seja, independente de quando
ocorreram os custos de produção que formaram o custo dos produtos ora vendidos, se a venda ocorreu
nesse período, esse custo se transformará no CPV, sendo registrado na DRE, evidenciando assim a baixa do
produto do estoque de produtos acabados.
Custos primários – Soma da matéria-prima com mão-de-obra direta. Não são a mesma coisa que
custos diretos, já que nos primários só estão incluídos esses dois itens. Assim, a embalagem é um custo
direto, mas não primário.
Custo de transformação – Soma de todos os custos de produção, exceto os relativos a matérias
primas. Representa o valor do esforço da própria empresa no processo de elaboração de um determinado
item (mão de obra direta e indireta, energia, materiais de consumo industrial etc.)
Custos integrais ou plenos ou gastos totais – corresponde à soma de todos os valores consumidos
pela empresa na elaboração do produto ou prestação de serviço, incluindo custos e despesas.
Os custos de fabricação mensuram o valor dos produtos acabados ou em processamento nos
estoques. Os critérios de mensuração dos custos desses produtos nos estoques podem ser pelo método
PEPS (Primeiro que Entra é o Primeiro que Sai). No critério PEPS, os produtos não se misturam, pois cada
entrada de produto deve ser considerada de forma separada a fim de identificar os que entraram primeiro,
para poderem sair primeiro. Nesse critério de mensuração os estoques finais tendem a ter valores mais
altos, e os custos dos produtos vendidos tendem a ter custos mais baixos, normalmente.
Outro critério é o UEPS (Último que Entra é o Primeiro que Sai). O UEPS também não mistura as
entradas dos produtos, cada operação de entrada é como se fosse produtos diferentes, não se fundem.
Nesse critério, os últimos produtos que entram no estoque, são os primeiros a sair, dessa forma os
estoques tendem a ser mensurados por custos menores, enquanto o custo dos produtos vendidos tende a
ser valores maiores.
E por fim, o mais utilizado inclusive, é o método do Custo Médio Ponderado Móvel, onde a cada
movimentação se tem um custo médio unitário dos produtos. Nesse critério os produtos se fundem, junta-
se quantidades e valores, e dado o total gasto na aquisição e produção dos produtos e a quantidade
adquirida, ao dividir esse valor pela quantidade se tem o custo médio unitário.
Importante ressaltar que esses critérios de mensuração são somente para fins financeiros, pois
fisicamente, normalmente se é aplicado o PEPS, pois os produtos que entram primeiro são também os
primeiros a saírem, principalmente dado o fato da validade dos produtos. Portanto, para que não se perca
produto por vencimento, os mais antigos saem primeiro.

3.1 – Classificação dos custos em diretos e indiretos


Essa classificação é decorrente da relação dos custos aos produtos no que se refere à forma de
apropriação destes aos produtos. Ela só existe em relação ao produto que está sendo fabricado.
Custos diretos: são identificados com o produto, através de medida de consumo. São perfeitamente
mensuráveis de maneira objetiva. Exemplo: matéria-prima, material de embalagem, mão-de-obra direta.
Custos indiretos: são aqueles em que não é possível estabelecer uma medida precisa de consumo.
São distribuídos através de rateios mediante critérios estabelecidos. Exemplos: aluguel da fábrica, IPTU,
mão-de-obra indireta, depreciação.

3.2 – Classificação dos custos em fixos e variáveis


Essa classificação é decorrente da relação dos custos com o volume produzido, pois esse
comportamento permite analisar as variações nos custos totais e unitários.
Custos variáveis: são aqueles que variam diretamente com o volume produzido. Geralmente é custo
direto. Exemplo: matéria-prima, embalagem, mão-de-obra direta.
Custos fixos: são aqueles que não variam diretamente com o volume de produção. Exemplo: aluguel
da fábrica, depreciação.
Os custos diretos são variáveis, quase sem exceção, mas os indiretos são fixos (a maioria) e alguns
variáveis. Todos os custos podem ser classificados em fixos ou variáveis ou em diretos e indiretos ao
mesmo tempo.
A classificação em diretos e indiretos não se aplica as despesas, só aos custos.
A classificação em fixos e variáveis também pode ser aplicada às despesas. Sendo que a classificação
de despesa fixa ou variável relaciona-se ao volume vendido e não à quantidade produzida. Portanto,
aquelas despesas que variam proporcionalmente ao volume vendido são denominadas de despesas
variáveis, como comissões, tributos, fretes também em algumas situações. Já as despesas que não variam
com o volume vendido, são as classificadas como fixas, por exemplo, salário dos vendedores, publicidade e
propaganda, honorários, pró-labore etc.
Resumindo a classificação dos custos quanto à forma de apropriação e ao volume produzido,
podemos demonstrar por meio do Quadro 1, a seguir:
QUADRO 1: Classificação dos custos em relação à forma de apropriação e ao volume produzido
Classificação Custos
Quanto à forma de apropriação Direto Indireto
Quanto ao volume de produção Fixo Variável
Dessa forma, quando se analisa a forma como os custos são apropriados ou atribuídos aos
produtos, podemos dizer que é de forma direta ou indireta, portanto, os custos podem ser diretos ou
indiretos. Agora quando analisamos os custos em relação ao volume produzido, podemos dizer que os
custos se comportam de maneira fixa ou variável e, portanto, são classificados como custos fixos ou
variáveis.
Dado esse comportamento, dizemos que os custos fixos têm ainda por características
permanecerem constantes dentro do período quanto aos seus montantes, enquanto os valores unitários
oscilam para mais ou menos se a quantidade produzida no período for menor ou maior. Por exemplo:
determinada empresa possui custos fixos no montante de R$ 50.000,00 mensalmente, se num
determinado mês ela produzir 20.000 unidades, o custo fixo unitário será de R$ 2,50. Agora se no mês
seguinte, a produção for de 25.000 unidades, o custo fixo unitário será de R$ 2,00. Ou seja, o
comportamento dos custos fixos é de que quanto maior o volume produzido menor será o custo fixo
unitário, uma vez que os custos fixos totais são constantes.
Já com relação ao comportamento dos custos variáveis, o custo variável é que oscilará em
relação ao volume produzido, enquanto o custo variável unitário se manterá. Por exemplo, se uma
indústria gasta R$ 5,00 de matéria prima por cada unidade produzida. Isso significa que se ela produzir um
volume de 20.000 unidades, irá consumir o equivalente a R$ 100.000,00 (20.000 x 5,00) de matéria prima.
Agora se ela produzir 25.000 unidades, o custo variável total será de R$ 125.000,00 (25.000 x 5,00). Ou seja,
quando se trata do custo variável, o custo variável total é o que oscila enquanto, o custo variável unitário
mantém-se constante.
Dessa forma, podemos apresentar o comportamento dos custos fixos e variáveis pela Figura 1 a
seguir:
FIGURA 1: Comportamento dos custos
Em função da Comportamento
quantidade
Fixo Fixo Variável Variável
produzida

CF unitário CF total CV unitário CV total

Aumenta a qtde
- = = +
produzida

Diminui a qtde
+ = = -
produzida
Ou seja, as oscilações no volume produzido não provocam alterações nos Custos Fixos Totais e nem
no Custo Variável Unitário. Somente os Custos Fixos Unitários e Custos Variáveis Totais é que oscilam em
relação ao volume produzido, para mais ou para menos.
4 – ESQUEMA BÁSICO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS
Leitura sugestiva:
BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. Gestão de Custos e Formação de Preço. 7. ed. São Paulo:
Atlas, 2019, páginas 59 à 70 (Capítulo 4 – Custos Indiretos de Fabricação). Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597021059. Acesso em: 12 mar. 2023.
DUBOIS, Alexy; KULPA, Luciana; SOUZA, Luiz Erico. Gestão de Custos e Formação de Preços:
conceitos, modelos e ferramentas. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2019, páginas 73 à 86 (Capítulo 6 – Critérios de
Rateio dos CIF). Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597022803. Acesso
em: 12 mar. 2023.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2023, páginas 43 à 52 (Capítulo
5 – Esquema Básico da Contabilidade de Custos (I)). Disponível em: <
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597018080>. Acesso em: 12 mar. 2023.
MEGLIORINI, Evandir. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011,
páginas 46 à 53 (Capítulo 2 – Métodos de Custeio). Disponível em: <https://middleware-
bv.am4.com.br/SSO/unasp/9788576059646>. Acesso em: 12 mar. 2023.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de Custos Fácil. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2014, páginas 273 a
308 (Capítulo 9 – Custos Indiretos de Fabricação (CIFs)). Disponível em: <
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788502621848>. Acesso em: 12 mar. 2023.

4.1 – Separação dos custos e despesas


A realidade de muitas empresas atualmente é trabalharem com mix de produtos, ou seja,
produzirem e oferecerem mais de um tipo de produto. Nesse sentido, para que elas consigam identificar os
custos que são apropriados a cada produto, em relação principalmente aos custos fixos ou indiretos, é
preciso que elas estabeleçam um critério de rateio, critério de distribuição. Para isso, um esquema básico
de custos deve ser considerado, o qual consiste em algumas etapas, como veremos a seguir.
Teoricamente é fácil: os gastos relativos à produção são custos e os relativos à obtenção de receita
são despesas. Na prática é muito difícil em função de não ser possível a separação de forma clara e
objetiva. Portanto, o esquema básico da contabilidade de custos consiste em 3 passos:
1º) Separação entre custos e despesas;
2º) Apropriação dos custos diretos;
3º) Apropriação dos custos indiretos mediante critério de rateio estabelecido.
Abordaremos estes passos nos itens 4.1 ao 4.8 conforme a seguir:
Os gastos de junho da empresa Tiburcito são:
Gastos R$
Comissão de vendedores 55.000,00
Salários da fábrica 160.000,00
Matéria-prima consumida 350.000,00
Salários da administração 90.000,00
Depreciação na fábrica 40.000,00
Seguro da fábrica 9.000,00
Despesas financeiras 30.000,00
Honorários da diretoria 40.000,00
Materiais diversos – fábrica 18.000,00
Energia elétrica – fábrica 90.000,00
Manutenção – fábrica 45.000,00
Despesas de entrega 35.000,00
Água e Esgoto 2.500,00
Despesas Externas 4.500,00
Correio e telefone 5.000,00
Material de consumo – escritório 4.000,00
Total 978.000,00

1º Passo: A separação entre custos e despesas:


Custos de produção R$

Total
Estes itens integrarão o custo dos produtos.

Despesas administrativas R$

Total

Despesas de vendas R$

Total

Despesas financeiras R$

Total

As despesas que não entraram no custo de produção, as quais totalizam _____________________


vão ser descarregadas no resultado do período (DRE), sem serem alocadas aos produtos.
2º Passo: A apropriação dos custos diretos:
Considere que a empresa elabore três produtos: A, B e C.
Dos custos de produção, os custos diretamente aplicados aos produtos são:
Produto \ custo de produção Matéria-prima Mão-de-obra D Energia elétrica
Produto A R$85.000,00 R$31.445,00 R$20.000,00
Produto B R$131.000,00 R$38.950,00 R$14.300,00
Produto C R$134.000,00 R$24.605,00 R$8.200,00
Total R$350.000,00 R$95.000,00 R$42.500,00

Os demais itens do custo de produção referem-se a custos indiretos.

Quadro 4.1
Relação dos Custos diretos Custos Total
gastos indiretos
Produto A Produto B Produto C

Total
Do total de custos de produção ____________________ são custos diretos e já estão alocados aos
produtos e _______________________ precisam ainda ser apropriados.

3º Passo: A apropriação dos custos indiretos:


Como alocar os custos indiretos aos produtos A, B e C?
Procede-se utilizando o método de rateio mediante um critério determinado. Esse critério não pode
ser modificado a cada período, pois isso impossibilita comparações e análises futuras. Ou seja, ao se
estabelecer determinado critério como forma de rateio, o mesmo deve ser seguido nos períodos seguintes,
a fim de proporcionar informações úteis ao processo decisório. É possível fazer a troca de critérios de
rateio, no entanto, a mesma deve ser justificada.
▪ UTILIZANDO O CRITÉRIO DE ALOCAÇÃO PROPORCIONAL AO QUE CADA PRODUTO
RECEBEU DE:
✓ CUSTOS DIRETOS:
Quadro 4.2
Custos Diretos Custos Indiretos
R$ % R$ %
Produto A
Produto B
Produto C
Total
O custo total de cada produto seria:
Quadro 4.3
Custos Diretos Custos Indiretos Custo total
R$ R$ de cada produto
Produto A
Produto B
Produto C
Total

Considerando que a produção do período foi de 2.700 unidades do produto A, 4.000 unidades do
produto B e 3.500 unidades do produto C, calcule o custo unitário de cada produto.

Quadro 4.4
Custo total Quantidade Custo unitário
de cada produto produzida de cada produto
Produto A
Produto B
Produto C

▪ OUTRO CRITÉRIO: UTILIZANDO O CRITÉRIO DE ALOCAÇÃO PROPORCIONAL AO QUE


CADA PRODUTO RECEBEU DE:
✓ MÃO-DE-OBRA-DIRETA:
1º Passo: A separação entre custos e despesas:
2º Passo: A apropriação dos custos diretos:
Considere que a empresa elabore três produtos: A, B e C.
Dos custos de produção, os custos diretamente aplicados aos produtos são:
Produto \ custo Matéria-prima Mão-de-obra Energia elétrica Custo direto
de produção
Produto A R$85.000,00 R$31.445,00 R$20.000,00 136.445,00
Produto B R$131.000,00 R$38.950,00 R$14.300,00 184.250,00
Produto C R$134.000,00 R$24.605,00 R$8.200,00 166.805,00
Total R$350.000,00 R$95.000,00 R$42.500,00 487.500,00
Utilizando o critério de alocação proporcional ao que cada produto recebeu de mão-de-obra direta:
Quadro 4.5
Mão-de-obra Direta Custos Indiretos
R$ % R$ %
Produto A
Produto B
Produto C
Total
O custo total de cada produto seria:
Quadro 4.6
Custos Diretos Custos Indiretos Custo total
R$ R$ de cada produto
Produto A
Produto B
Produto C
Total
E qual é o custo unitário de cada produto?
Quadro 4.7
Custo total Quantidade Custo unitário
de cada produto produzida de cada produto
Produto A
Produto B
Produto C
Comparando os custos nos dois critérios usados:
Quadro 4.8
Custo unitário de Custo unitário de Diferença no custo
cada produto cada produto pelo uso de
CUSTOS DIRETOS MÃO-DE-OBRA- critérios diferentes
DIRETA
Produto A
Produto B
Produto C

Observe que os custos totais e unitários de cada produto são diferentes para a utilização de
cada critério, para fins gerenciais isto pode diminuir o grau de credibilidade com relação as informações de
custos.
Por enquanto o esquema básico é:
✓ Separação entre custos e despesas;
✓ Apropriação dos custos diretos aos produtos e
✓ Rateio dos custos indiretos.
Esboço do esquema:

Gastos DRE

Custos Despesa Receita


s s

Indiretos Diretos BP

Estoques
Produto A
Produto B
Produto C
Rateio
Venda

RESULTADO
CPV

5 – DEPARTAMENTALIZAÇÃO
Leitura sugestiva:
BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. Gestão de Custos e Formação de Preço. 7. ed. São Paulo:
Atlas, 2019, páginas 71 à 92 (Capítulo 5 – Custeio por Departamentos). Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597021059. Acesso em: 12 mar. 2023.
DUBOIS, Alexy; KULPA, Luciana; SOUZA, Luiz Erico. Gestão de Custos e Formação de Preços:
conceitos, modelos e ferramentas. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2019, páginas 87 à 102 (Capítulo 7 –
Departamentalização dos CIF). Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597022803. Acesso em: 12 mar. 2023.
IUDÍCIBUS, Sérgio. Contabilidade Gerencial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2020, páginas 130 à 144
(Capítulo 5 – Fundamentos de Contabilidade de Custos). Disponível em: <
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597024197>. Acesso em: 12 mar. 2023.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2023, páginas 53 à 68 (Capítulo
6 – Esquema Básico da Contabilidade de Custos (II) - departamentalização). Disponível em: <
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597018080>. Acesso em: 12 mar. 2023.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2023, páginas 69 à 76 (Capítulo
7 – Critério de Rateio dos Custos Indiretos). Disponível em: <
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597018080>. Acesso em: 12 mar. 2023.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de Custos Fácil. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2014, páginas 309 à
343 (Capítulo 10 – Custeio Departamental). Disponível em: <
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788502621848>. Acesso em: 12 mar. 2023.

5 - INTRODUÇÃO
Quando olhamos para a estrutura das empresas hoje, percebemos que elas se dividem em partes
menores, a fim de conseguirem um melhor controle das atividades operacionais e processos que realiza
diária e continuamente. Dessa forma, cada parte menor é responsável por desenvolver as atividades
necessárias que lhes competem para que a empresa alcance seus objetivos, bem como são responsáveis
pelo controle dos gastos, consumo de recursos necessários para que cada ação planejada seja executada e
os resultados alcançados.
Os sistemas de custos são projetados para acumularem o custo total dos produtos elaborados. Com
isso os custos diretos são facilmente apropriados aos produtos, já os custos indiretos e os mecanismos de
rateio apresentam diversos problemas relacionados à determinação do lucro e ao controle das operações
de qualquer empresa. Para facilitar o controle dos custos incorridos, muitas organizações optam por alocá-
los primeiramente a um centro de custos ou departamento. Pois além de ter um responsável pelos custos
incorridos, os departamentos facilitam e melhoram o processo de alocação dos gastos aos produtos.

5.1 – Departamentalização e seus critérios de rateio


Um departamento corresponde a uma unidade operacional representada por pessoas e/ou
máquinas desenvolvendo atividades homogêneas dentro de uma mesma área. Os departamentos podem
ser genericamente divididos em dois grandes grupos:
► Departamentos de Serviços: são os departamentos que prestam apoio (atendem às
necessidades) dos departamentos de produção;
► Departamentos de Produção: são os departamentos que diretamente elaboram os produtos,
transformando as unidades em processamento.
Entretanto, como os departamentos de produção recebem auxílio dos departamentos de serviços,
os custos dos departamentos de serviços, também devem ser incorporados à produção, sendo então o
custo de produção formado pela soma dos custos dos departamentos de produção e dos custos dos
departamentos de serviços.
Quanto aos critérios de alocação dos custos com base em departamentos, normalmente
estabelecem-se critérios com base no uso. Por exemplo: o aluguel é distribuído aos departamentos
mediante a área ocupada por cada departamento; a energia elétrica é alocada mediante aos KWH
consumidos pelos departamentos, dentre outros.
O esquema básico para a utilização dos departamentos consiste em:
1º) Separação de custos e despesas;
2º Apropriar os custos diretos aos produtos;
3º) Apropriar os custos indiretos aos departamentos, separando à parte os custos comuns;
4º) Ratear os custos indiretos comuns;
5º) Escolher a sequência de rateio dos custos acumulados nos departamentos de serviços e sua
distribuição até estarem todos os custos alocados somente aos departamentos de produção;
6º) Atribuir os custos indiretos que estão nos departamentos de produção aos produtos.
Esse esquema da contabilidade de custos envolvendo a departamentalização é assim planejado
porque quando olhamos para a realidade das empresas, podemos perceber que existem gastos que são
específicos a cada departamento, enquanto outros gastos são comuns a todos, por isso que num primeiro
momento separa-se os custos indiretos específicos de cada departamento dos custos indiretos comuns,
para em seguida determinar o critério de rateio ou os critérios de rateios que serão utilizados para fazer
essa apropriação dos custos indiretos comuns a cada departamento.
Cada custo indireto pode ter um critério de rateio que poderá ser adotado, ou até mesmo o
agrupamento de alguns custos poderão ter um único critério. A empresa deve optar pela forma que melhor
represente a realidade do consumo dos custos indiretos dado as atividades desenvolvidas em cada
departamento.
Após ratear os custos indiretos comuns, é preciso alocar os custos indiretos que estão nos
departamentos de serviços, entre os departamentos, até restar somente custos nos departamentos de
produção. Para isso a empresa deve escolher uma sequência que melhor represente essa distribuição,
sendo que um departamento de serviços, ao ter seus custos indiretos distribuídos aos demais, não volta a
receber mais custos. E isso vai ocorrendo até que todos os departamentos de serviços tenham seus custos
indiretos zerados, por terem sidos alocados aos demais, restando apenas agora custos nos departamentos
de produção.
E por fim, os custos indiretos apropriados aos departamentos de produção irão agora ser
apropriados aos produtos. A empresa deve escolher critérios de apropriação desses custos aos produtos,
condizentes com os processos que são realizados em cada departamento. Além disso, se determinado
produto não passar por algum departamento de produção, dado o seu processo produtivo não necessitar
das atividades desenvolvidas em tal departamento, os custos desse departamento não devem ser
apropriados a esse produto.
Portanto, por meio do esquema de custos com departamentalização, a apropriação dos custos
indiretos aos produtos acaba sendo um pouco mais condizente com o processo produtivo de cada produto,
uma vez que, se um produto não passa por todos os processos, ele não terá apropriado a ele custos que
não fizeram parte de fato da sua elaboração.

6 – CUSTEIO POR ABSORÇÃO E CUSTEIO VARIÁVEL


Leitura Sugestiva:
BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. Gestão de Custos e Formação de Preço. 7. ed. São Paulo:
Atlas, 2019, páginas 115 à 132 (Capítulo 9 – Custeio Baseado em Atividades) e páginas 141 à 162 (Capítulo
11 – Custeio Variável). Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597021059.
Acesso em: 12 mar. 2023.
DUBOIS, Alexy; KULPA, Luciana; SOUZA, Luiz Erico. Gestão de Custos e Formação de Preços:
conceitos, modelos e ferramentas. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2019, páginas 127 à 132 (Capítulo 9 – Métodos
de Custeio). Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597022803. Acesso em:
12 mar. 2023.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2023, páginas 185 à 192
(Capítulo 17 – Custeio Variável). Disponível em: <
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597018080>. Acesso em: 12 mar. 2023.
PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade Gerencial: Um Enfoque em Sistema de Informação
Contábil. 3ª edição, São Paulo, Atlas, 2000, páginas 247 à 268 (Capítulo 10 – Custeio direto ou variável,
custeio por absorção e custeio baseado em atividades).
PEREZ JR., José Hernandez; OLIVEIRA, Luís Martins de.; COSTA, Rogério Guedes. Gestão Estratégica
de Custos. 3ª edição. São Paulo, Atlas, 2003, páginas 184 à 192 (Capítulo 6 – Custos para tomada de
decisões) e 224 à 249 (Capítulo 7 – Custos para melhoria de processos e eliminação de desperdícios).
6 – INTRODUÇÃO
Até aqui foi abordado o que se denomina Custeio por Absorção o qual resume-se na apropriação de
todos os custos de produção – quer fixos, quer variáveis, quer diretos ou indiretos – aos produtos.
Entretanto, para fins gerenciais, não há, normalmente, grande utilidade no uso de um valor em que
existam custos fixos apropriados a ele. Isso decorre de três grandes problemas:
1º) Por sua natureza os custos fixos existem independentemente da produção ou não desta e
daquela unidade de produto, além do montante estar sempre presente mesmo que ocorra oscilações no
volume produzido. Portanto os custos fixos tendem a ser mais um encargo para que a empresa tenha
condições de produção do que um sacrifício para a produção específica desta ou daquela unidade. Eles
estão mais relacionados com as instalações e capacidade produtiva da empresa a fim de que ela possa
operar do que com os custos para produzir uma unidade a mais de determinado produto;
2º) Por não serem específicos deste ou daquele produto, são quase sempre distribuídos à base de
critérios de rateio, que contêm, quase sempre, grandes graus de arbitrariedade. A maior parte das
apropriações é feita em função de fatores de influência que, na verdade, não vinculam efetivamente cada
custo a cada produto, porque essa vinculação é muito mais forçada do que costuma-se acreditar. Mesmo
porque o fato de se apropriar utilizando um critério pode alocar mais custo em um produto do que em
outro, e talvez, alterando o critério de rateio, ocorra o inverso. E com isso, por se alterar um procedimento
de distribuição de custos fixos, pode-se fazer de um produto rentável, não rentável ou transformar um
superavitário em deficitário, e vice-versa. (O uso do ABC ameniza esse problema).
3º) O valor do custo fixo unitário depende ainda do volume de produção: aumentando-se o volume,
tem-se um menor custo fixo por unidade, e vice-versa. Ou seja, se a empresa está passando por momentos
de redução e/ou aumento da produção de determinados produtos, o custo utilizado para decisão pode
estar comprometido, piorando ainda mais a sua posição provocando uma diminuição de sua procura,
reduzindo ainda mais o seu volume produzido e aumentando o seu custo unitário. Pior ainda que isso é o
fato de que o custo de um produto pode variar em função da alteração do volume de outro produto, e não
só da variação de sua própria produção.
A partir dessas desvantagens e riscos que existem em função da apropriação dos Custos Fixos aos
produtos, se são eles muito mais derivados da necessidade de se colocar em condições de operar uma
produção do que de fato vinculados a este ou àquele produto ou unidade, além de serem quase
totalmente repetitivos a cada período, surgiu a indagação de por que então, não se deixar de apropriá-los
aos produtos, tratando-os como se fossem despesas?
Com base nisso, surge assim o Custeio Variável, no qual só aloca aos produtos os custos variáveis,
ficando os fixos separados e considerados como despesas do período, indo diretamente para o Resultado;
para os estoques só vão, como consequência, custos variáveis.

6.1 – Distinção entre o Custeio Variável e o Custeio por Absorção


Para melhor visualização das diferenças existentes na Demonstração de Resultados e no Balanço
Patrimonial dado o uso alternativo de Custeio Variável e Custeio por Absorção, vamos a um exemplo:
PERÍODO PRODUÇÃO (UN.) VENDAS (UN.) ESTOQUE FINAL (UN.)
1º ANO 60.000 40.000 20.000
2º ANO 50.000 60.000 10.000
3º ANO 70.000 50.000 30.000
Dado o fato de que os Custos Variáveis por unidade são R$ 30,00; o Preço de Venda R$ 75,00 por
unidade, e os Custos Fixos totalizam R$ 2.100.000,00 por ano, analisemos o resultado e o estoque final em
cada ano, com base em cada Custeio.
Demonstrações do 1º Ano:
CUSTEIO ABSORÇÃO CUSTEIO VARIÁVEL
CUSTO PRODUÇÃO CUSTO PRODUÇÃO
Custos Variáveis 60.000 30,00 1.800.000,00 60.000 30,00 1.800.000,00
Custos Fixos 2.100.000,00 0,00
Custo Produção 3.900.000,00 1.800.000,00
Acabada
Custo Unitário 65,00 30,00
ESTOQUE FINAL 20.000 65,00 1.300.000,00 20.000 30,00 600.000,00

Custo Produção Estoque Final Custo Prod. EF


CPV 3.900.000,00 1.300.000,00 2.600.000,00 1.800.000,00 600.000,00 1.200.000,00
DRE - CUSTEIO ABSORÇÃO DRE - CUSTEIO VARIÁVEL
Vendas 40.000 75,00 3.000.000,00 Vendas 40.000 75,00 3.000.000,00
(-) CPV - 2.600.000,00 (-) Custos Variáveis - 1.200.000,00
(=) Lucro Bruto 400.000,00 (-) Despesas Variáveis -
(=) Margem Contribuição 1.800.000,00
(-) Custos Fixos - 2.100.000,00
(-) Despesas Fixas -
(=) Resultado Período - 300.000,00
BALANÇO PATRIMONIAL - ABSORÇÃO BALANÇO PATRIMONIAL - VARIÁVEL
ATIVO ATIVO
Ativo Circulante Ativo Circulante
Estoque Produtos Acabados 1.300.000,00 Estoque Produtos Acabados 600.000,00
Demonstrações 2º Ano:
CUSTEIO ABSORÇÃO CUSTEIO VARIÁVEL
CUSTO PRODUÇÃO CUSTO PRODUÇÃO
Custos Variáveis 50.000 30,00 1.500.000,00 50.000 30,00 1.500.000,00
Custos Fixos 2.100.000,00 0,00
Custo Produção 3.600.000,00 1.500.000,00
Acabada
Estoque Inicial 1.300.000,00 600.000,00
Total Produtos 4.900.000,00 2.100.000,00
Acabados
Custo Unitário 70,00 30,00
ESTOQUE FINAL 10.000 70,00 700.000,00 10.000 30,00 300.000,00

Custo Produtos Estoque Final


Acabados
CPV 4.900.000,00 700.000,00 4.200.000,00 2.100.000,00 300.000,00 1.800.000,00
DRE - CUSTEIO ABSORÇÃO DRE - CUSTEIO VARIÁVEL
Vendas 60.000 75,00 4.500.000,00 Vendas 60.000 75,00 4.500.000,00
(-) CPV - 4.200.000,00 (-) Custos Variáveis - 1.800.000,00
(=) Lucro Bruto 300.000,00 (-) Despesas Variáveis -
(=) Margem Contribuição 2.700.000,00
(-) Custos Fixos - 2.100.000,00
(-) Despesas Fixas -
(=) Resultado Período 600.000,00
BALANÇO PATRIMONIAL - ABSORÇÃO BALANÇO PATRIMONIAL - VARIÁVEL
ATIVO ATIVO
Ativo Circulante Ativo Circulante
Estoque Produtos Acabados 700.000,00 Estoque Produtos Acabados 300.000,00

Demonstrações 3º Ano:
CUSTEIO ABSORÇÃO CUSTEIO VARIÁVEL
CUSTO PRODUÇÃO CUSTO PRODUÇÃO
Custos Variáveis 70.000 30,00 2.100.000,00 70.000 30,00 2.100.000,00
Custos Fixos 2.100.000,00 0,00
Custo Produção 4.200.000,00 2.100.000,00
Acabada
Estoque Inicial 700.000,00 300.000,00
Total Produtos 4.900.000,00 2.400.000,00
Acabados
Custo Unitário 61,25 30,00
ESTOQUE FINAL 30.000 61,25 1.837.500,00 30.000 30,00 900.000,00

Custo Produtos Estoque Final


Acabados
CPV 4.900.000,00 1.837.500,00 3.062.500,00 2.400.000,00 900.000,00 1.500.000,00
DRE - CUSTEIO ABSORÇÃO DRE - CUSTEIO VARIÁVEL
Vendas 50.000 75,00 3.750.000,00 Vendas 50.000 75,00 3.750.000,00
(-) CPV - 3.062.500,00 (-) Custos Variáveis - 1.500.000,00
(=) Lucro Bruto 687.500,00 (-) Despesas Variáveis -
(=) Margem Contribuição 2.250.000,00
(-) Custos Fixos - 2.100.000,00
(-) Despesas Fixas -
(=) Resultado Período 150.000,00
BALANÇO PATRIMONIAL - ABSORÇÃO BALANÇO PATRIMONIAL - VARIÁVEL
ATIVO ATIVO
Ativo Circulante Ativo Circulante
Estoque Produtos Acabados 1.837.500,00 Estoque Produtos Acabados 900.000,00

Comparativo Resultados Custeio Absorção x Custeio Variável:


RESULTADOS CUSTEIO ABSORÇÃO CUSTEIO VARIÁVEL
1º ANO 400.000,00 (300.000,00)
2º ANO 300.000,00 600.000,00
3º ANO 687.500,00 150.000,00
TOTAL 1.387.500,00 450.000,00
DIFERENÇA (937.500,00)
ESTOQUE FINAL 1.837.500,00 900.000,00
DIFERENÇA (937.500,00)
Se ao final, não houver sobrado estoque de produtos acabados, os resultados apurados serão
iguais, independentemente do tipo de custeio utilizado. As diferenças só existem se toda a produção não
for vendida no mesmo período. Então por que analisar o resultado com base em critérios de custeio
diferentes?
Vamos analisar o seguinte quadro:
1º Ano 2º Ano 3º Ano TOTAL
Vendas 3.000.000,00 4.500.000,00 3.750.000,00 11.250.000,00
(-) CPV - 2.600.000,00 - 4.200.000,00 - 3.062.500,00 - 9.862.500,00
(=) Lucro 400.000,00 300.000,00 687.500,00 1.387.500,00

Estoque Final 1.300.000,00 700.000,00 1.837.500,00


Pelo custeio por Absorção percebe-se que do 1º para o 2º ano houve um aumento de 50% das
vendas, entretanto o resultado nesse período caiu 25%. Não há nada de errado com os cálculos, o
problema está no fato de que no 1º ano a produção foi grande, o que fez com que o custo unitário do
produto fosse mais baixo (R$ 65,00). Já no segundo ano a produção foi menor elevando o custo unitário do
produto para R$ 70,00. Esse problema ocorre devido à apropriação dos custos fixos aos produtos. Quando
compara-se o 2º ano com o 3º, verifica-se queda nas vendas e aumento do lucro, ou seja, utilizando-se o
Custeio por Absorção, não consegue-se ter um padrão de análise, porque logicamente se aumenta as
vendas, o lucro deveria aumentar também. Entretanto, verifica-se que essa lógica não ocorre quando se
utiliza o Custeio por Absorção.
Já pelo Custeio Variável, analisando o quadro a seguir, percebe-se que:
1º Ano 2º Ano 3º Ano TOTAL
Vendas 3.000.000,00 4.500.000,00 3.750.000,00 11.250.000,00
(-) Custo Variável - 1.200.000,00 - 1.800.000,00 - 1.500.000,00 - 4.500.000,00
(=) Margem Contribuição 1.800.000,00 2.700.000,00 2.250.000,00 6.750.000,00
(-) Custos Fixos - 2.100.000,00 - 2.100.000,00 - 2.100.000,00 - 6.300.000,00
(=) Lucro - 300.000,00 600.000,00 150.000,00 450.000,00

Estoque Final 600.000,00 300.000,00 900.000,00


Aumentando as vendas, aumenta-se também o lucro, reduzindo-se o faturamento, cai o resultado.
Apesar do resultado não acompanhar o mesmo percentual de crescimento ou redução das vendas,
percebe-se claramente que a variação é a mesma do faturamento (aumento ou queda). Isso ocorre porque
independente da margem de contribuição o valor a ser deduzido como custo fixo é sempre o mesmo.
Agora quando compara-se os aumentos ou reduções da Margem de Contribuição (MC) percebe-se, que
essa sim, acompanha o mesmo percentual de aumento ou redução do faturamento.
Por isso o Custeio Variável é o mais essencial para fins decisórios, pois dado o aumento ou redução
no seu volume de vendas, consegue-se exatamente saber qual o percentual de retorno para cobrir
primeiramente os gastos fixos e depois, se sobrar obter-se o lucro da empresa.

6.2 – Razões do não uso do custeio variável nos balanços


Do ponto de vista decisorial, já verificamos que o Custeio Variável tem condições de propiciar muito
mais rapidamente informações vitais à empresa, pois ele abandona os custos fixos e trata-os
contabilmente como despesas, já que quase sempre são repetitivos e independentes dos diversos
produtos e unidades.
Entretanto, os Princípios Contábeis hoje aceitos não admitem o uso de Demonstrações de
Resultados e de Balanços avaliados à base do Custeio Variável, sendo esse critério de avaliação dos
estoques e resultados não reconhecido pelos Contadores, Auditores Independentes e nem tampouco pelo
Fisco.
Pois o Custeio Variável, de fato, fere os Princípios Contábeis, principalmente o Regime de
Competência e a Confrontação. Segundo estes, devemos apropriar as receitas e delas deduzir todos os
sacrifícios envolvidos para sua obtenção. Ora se produzimos em um período, mais vendemos no seguinte,
estamos incorrendo hoje em gastos que obteremos receita só depois, então não se pode apropriar todos
esses gastos hoje.
Dessa forma justifica-se o não uso do Custeio Variável para efeitos de Balanço e Resultados.
Entretanto, essa situação poderá vir a mudar no futuro. Contudo essa não aceitação do Custeio Variável,
em nada impede de utilizá-lo para fins gerenciais.

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