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GUIA TÉCNICO

VESTUÁRIO DE PROTEÇÃO
SELEÇÃO DE EPI
AUTORES

GUIA
ACT — Autoridade para as Condições do Trabalho

APSEI — Associação Portuguesa de Segurança


Núcleo Autónomo de Segurança no Trabalho

TÉCNICO IPQ — Instituto Português da Qualidade


Departamento de Normalização

PERITOS
Ana Catarina Campos
Alexandra Brôa
Bruno Nunes
Fernando Mateus
Gabriela Barata
Patrícia Tábuas
Rosália Rosa
Susana Gonçalves

PROJETO GRÁFICO E PAGINAÇÃO


APSEI — Associação Portuguesa de Segurança

EDITOR
APSEI — Associação Portuguesa de Segurança

EDIÇÃO
Abril de 2022

ISBN
978-989-96514-4-9

Esta publicação reproduz um referencial, que apoia e orienta a realização das


atividades nele previstas e exprime a reflexão dos profissionais da ACT, APSEI e IPQ
sobre a melhor forma de dar cumprimento às disposições legais e normas
Seleção de EPI | Vestuário de Proteção vigentes.
INTRODUÇÃO 4

DEFINIÇÕES 5

1. ENQUADRAMENTO 6

1.1. Requisitos legais, regulamentares e normativos 6

1.2. Marcação CE 6

2. SELEÇÃO DE VESTUÁRIO DE PROTEÇÃO 8

2.1. TIPO DE RISCOS 9

2.2. PARTE DO CORPO 26

2.3. DOCUMENTAÇÃO 27

2.4. ADEQUAÇÃO 29

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 31
INTRODUÇÃO
O vestuário de proteção (VP) é considerado um ORIGEM A estrutura, terminologias e nomenclaturas
equipamento de proteção individual (EPI) e Este guia resulta de um projeto conjunto entre a seguem o disposto na Portaria n.º 208/2021, de
representa um papel vital na segurança dos Autoridade para as Condições do Trabalho 15 de outubro.
trabalhadores, nomeadamente através da (ACT), a Associação Portuguesa de Segurança
garantia da proteção, ergonomia e conforto. (APSEI), enquanto Organismo de Normalização OBJETIVO
Como tal, a seleção do vestuário de proteção Setorial (ONS) da Comissão Técnica de O principal objetivo é apoiar na seleção de
adequado depende de cada situação em Segurança e Saúde no Trabalho (CT 42) e o vestuário de proteção de modo a assegurar uma
particular e deve ser feita somente por pessoa Instituto Português da Qualidade (IPQ). compra assertiva, com base nos requisitos
com formação profissional adequada e que aplicáveis.
possua conhecimentos sobre os riscos O projeto intitulado “Proteção Individual:
existentes em determinado posto de trabalho, Importância da seleção, conservação e LISTA DE ACRÓNIMOS E SIGLAS
processo, atividade e/ou tarefa. manutenção de EPI”, pretende, para além de ACT – Autoridade para as Condições do Trabalho
suprir algumas dificuldades identificadas junto APSEI – Associação Portuguesa de Segurança
das entidades empregadoras na escolha e CT – Comissão Técnica de Normalização
GUIA TÉCNICO DE utilização de EPI, ir de encontro à Estratégia EPI – Equipamento de Proteção Individual
VESTUÁRIO DE PROTEÇÃO Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho IPQ – Instituto Português da Qualidade
O presente guia é um referencial que apoia (ENSST) 2015-2020, aprovada pela Resolução do ISO – Internacional Organization for
e orienta a realização das atividades nele Conselho de Ministros n.º 77/2015, Standardization
previstas e exprime a reflexão dos profissionais designadamente ao contribuir para a redução ONS – Organismo de Normalização Setorial
da ACT, APSEI e IPQ sobre a melhor forma de dar dos fatores de risco associados às doenças RJPSST – Regime Jurídico da Promoção da
cumprimento às disposições legais e normas profissionais, um dos seus objetivos Segurança e Saúde no Trabalho
vigentes.1 estratégicos. UE – União Europeia
Este guia incide sobre os requisitos gerais VP – Vestuário de Proteção
do vestuário de proteção de acordo com PÚBLICO-ALVO
NP EN ISO 13688:2015, fazendo referência às Técnicos e Técnicos Superiores de Segurança no
normas que focam os restantes requisitos Trabalho, Médicos do Trabalho e respetivos
específicos de proteção de acordo com Serviços de Segurança e Saúde no Trabalho.
o risco.
ÂMBITO
O presente guia foca-se na seleção de vestuário
de proteção, primeiro campo de decisão da
1 Este guia materializa-se através do presente documento que se cadeia de valor no que concerne à necessidade
enquadra numa coleção de Guias de apoio à seleção de Equipamentos de
Proteção Individual. de proteção individual.
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DEFINIÇÕES
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL de atividade da empresa, do estabelecimento lesão e afeção da saúde.
(REGULAMENTO (UE) 2016/425) ou do serviço, que visem eliminar ou diminuir os
• Equipamentos concebidos e fabricados para riscos profissionais a que estão potencialmente COMPONENTES MATERIAIS DO TRABALHO (Lei
serem envergados ou manejados por uma expostos os trabalhadores. n.º 102/2009 de 10/09)
pessoa para sua proteção contra um ou mais O local de trabalho, o ambiente de trabalho, as
riscos para a sua saúde ou segurança; REQUISITO (NP ISO 45001:2019) ferramentas, as máquinas, equipamentos e
• Componentes intermutáveis para os Necessidade ou expectativa expressa, materiais, as substâncias e agentes químicos,
equipamentos referidos que sejam geralmente implícita ou obrigatória. físicos e biológicos e os processos de trabalho.
essenciais para a sua função protetora;
• Sistemas de ligação para os equipamentos LESÃO E AFEÇÃO DA SAÚDE (INP ISO
referidos, que não sejam manejados ou 45001:2019)
envergados por uma pessoa, que sejam Efeito adverso sobre a condição física, mental ou
concebidos para ligar esses equipamentos a cognitiva de uma pessoa.
um dispositivo externo ou a um ponto de
fixação seguro, que não sejam concebidos PERIGO (Lei n.º 102/2009 de 10/09)
para serem fixados de modo permanente e Propriedade intrínseca de uma instalação,
que não exijam uma ação de fixação antes atividade, equipamento, um agente ou outro
de serem utilizados. componente material do trabalho com
potencial para provocar dano.
TRABALHADOR (Lei n.º 3/2014 de 28/01)
Pessoa singular que, mediante retribuição, se PERIGO (NP ISO 45001:2019)
obriga a prestar serviço a um empregador e, Fonte com potencial para provocar lesão e
bem assim, os que estejam na dependência afeção da saúde.
económica do empregador em razão dos meios
de trabalho e do resultado da sua atividade, RISCO (Lei n.º 102/2009 de 10/09)
embora não titulares de uma relação jurídica de Probabilidade de concretização do dano em
emprego. função das condições de utilização, exposição
ou interação do componente material do
PREVENÇÃO RISCO trabalho que apresente perigo.
(Lei n.º 102/2009 de 10/09)
Conjunto de políticas e programas públicos, INCIDENTE (NP ISO 45001:2019)
bem como disposições ou medidas tomadas ou Ocorrência decorrente do trabalho ou no curso
previstas no licenciamento e em todas as fases do mesmo, que resulta ou poderia resultar em
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1. ENQUADRAMENTO
1.1. Requisitos legais, regulamentares e
normativos
O enquadramento legal, regulamentar e TABELA 1
normativo relevante para o presente guia está
incorporado no Guia Geral para Seleção de
Equipamento de Proteção Individual. CATEGORIA I CATEGORIA II CATEGORIA III
Acresce ao enquadramento supramencionado, RISCOS MÍNIMOS OUTROS RISCOS RISCOS GRAVES
identificado no referido guia publicado em
2016, a transposição do Regulamento UE DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA
425/2016, de 09 de março pelo Decreto-Lei n.º
118/2019, de 21 de agosto, que assegura a
Exame UE de tipo (Anexo V, B)
execução na ordem jurídica interna das
obrigações relativas aos equipamentos de
Conformidade com o tipo baseada no
proteção individual e a Portaria n.º 208/2021, 15 controlo interno da produção +
de outubro. controlos supervisionados do
Controlo interno da Conformidade com o tipo produto a intervalos aleatórios
1.2. Marcação CE produção (Anexo IV, A) baseada no controlo interno (Anexo VII, C2)
Todo o vestuário de proteção, seja de corpo da produção
Conformidade com o tipo baseada na
inteiro ou parte parcial, deve possuir marcação (Anexo VI, C) garantia da qualidade do processo de
CE e o número de identificação do organismo produção
notificado encarregue do procedimento de (Anexo VIII, D)
vigilância. A marcação CE indica que o
equipamento está conforme com os requisitos DECLARAÇÃO UE DE CONFORMIDADE
essenciais de segurança do Regulamento UE
425/2016 sobre equipamentos de proteção
individual. nnnn
A marcação CE é aposta de modo visível, legível e
indelével nos EPI. 2

2 Se existir qualquer dúvida acerca da legalidade da marcação CE,


recomenda-se que seja contactado diretamente o fabricante ou o
importador do EPI. Se, por razões práticas, a marcação não puder ser
aposta no próprio EPI, esta deverá ser aposta na sua embalagem.

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2. SELEÇÃO DE VESTUÁRIO DE PROTEÇÃO
O enquadramento relativo à cadeia de valor e TABELA 2
ciclo de vida integral associados aos EPI pode
ser consultado no Guia Geral para Seleção de
Equipamento de Proteção Individual.
Na figura seguinte é apresentada a cadeia de EPI Gestão de perigos e riscos
valor desde a seleção até o fim de vida dos EPI.
(Tabela 2)
1. Seleção
Verificação da
No que concerne à seleção, esta situa-se conformidade
2. Aquisição Perigos Identificação
no primeiro campo de decisão após o
levantamento de necessidades relativas à
proteção individual, na sequência da realização 3. (In)formação Análise Monitorização
da avaliação de riscos aos postos de trabalho.
(Tabela 3) 4. Distribuição Apreciação Comunicação
5. Utilização Riscos
Monitorização Gestão Consulta
6. Manutenção Revisão
e conservação

7. Fim de vida

TABELA 3

ABORDAGEM SISTEMÁTICA PARA SELEÇÃO DE EPI

Identificação dos Aquisição de opções Testagem


Definição de Prospeção de mercado
Avaliação requisitos legais e e verificação da operacional e
medidas de e identificação
de Riscos normativos conformidade com os consulta dos
prevenção: EPI de opções
aplicáveis requisitos aplicáveis trabalhadores

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2. SELEÇÃO DE VESTUÁRIO DE PROTEÇÃO
No fluxograma seguinte apresenta-se os elementos que devem fazer parte do processo de seleção, nomeadamente o tipo de riscos, a parte do corpo a
proteger, a documentação associada e a adequação.

PARÂMETROS A CONSIDERAR NA SELEÇÃO DO VESTUÁRIO DE PROTEÇÃO

Tipo de Riscos Parte do Corpo Documentação Adequação

Mecânicos Corpo Inteiro Parcial Fichas técnicas


Aptidão/características
do trabalhador
Térmicos Fatos de proteção Carapuços/cogulas
Declaração de
conformidade CE
Elétricos Fatos-macaco Aventais
Testagem
operacional
Radiações Coletes Folhetos
informativos
e outros
Químicos Casacos suplementos

Biológicos Calças

Outros Joelheiras

Polainas

CRITÉRIOS DE DECISÃO
Análise multi-risco e Análise da
Satisfação de
critérios de compatibilidade Consulta aos
requisitos legais e
exposição e do conjunto de trabalhadores
normativos
gravidade proteções

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2.1 TIPO DE RISCOS
A Portaria 208/2021, de 15 de outubro, enquadra os riscos em 7 classificações: físicos - mecânicos, físicos - térmicos, físicos - elétricos, físicos - radiação,
químicos, agentes biológicos e outros.

Previamente à determinação das medidas de proteção adequadas é fundamental reunir todos os elementos que estão na base da avaliação de riscos. Na
tabela seguinte apresentam-se exemplos de elementos a considerar, tendo por base os riscos mecânicos e químicos.

RISCOS DETERMINAÇÃO DA GRAVIDADE DETERMINAÇÃO DA EXPOSIÇÃO DEFINIÇÃO DE CENÁRIOS

• Manual de instruções dos • Métodos/ formas de


• Duração e outros parâmetros
Mecânicos equipamentos / ferramentas aplicação/ exposição
associados à exposição
• Ficha técnica • Medidas de gestão de risco
como controlos de
engenharia e reorganização
• Ficha técnica • Vias de exposição do trabalho e controlos
Químicos administrativos existentes
• Ficha de dados de segurança • Duração da exposição

Para a gestão do risco através de medidas de proteção individual estão disponíveis uma vasta gama de normas que pretendem orientar as diferentes partes
interessadas.

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2.1 TIPO DE RISCOS
DISPOSIÇÕES NORMATIVAS
Na tabela seguinte podem ser consultados os enquadramentos, requisitos e respetivas normas por tipo de proteção.

RISCOS QUÍMICOS

TIPO DE REQUISITOS DE CONCEÇÃO PARTE DO CORPO ABRANGIDA


TIPO SÍMBOLO CLASSIFICAÇÃO NORMAS
PROTEÇÃO E DESEMPENHO PELA NORMA

Tipo 1: Vestuário estanque a gás


(sólidos, líquidos e gasosos,
incluindo aerossóis líquidos e
sólidos) Vestuário, costuras,
junções, montagens
Tipo 1a: utilização em conjunto
com sistema autónomo de ar - Resistência à abrasão
respirável dentro do vestuário - Resistência à quebra por flexão
- Resistência à quebra por flexão
Tipo 1b: utilização em conjunto a -30ºC
EN 943-1:2015 + Corpo Inteiro
Vários: com sistema autónomo de ar - Resistência ao rasgo
Proteção A1:2019
estanque respirável fora do vestuário - Resistência à tração
química EN 943-2: 2019
a gás - Resistência à perfuração
Tipo 1c: ligação com linha de ar - Resistência à permeação por
respirável com pressão positiva líquidos e gases
- Resistência à penetração por
Tipo 1-ET: Vestuário estanque a líquidos
gás - Resistência à ignição
(sólidos, líquidos e gasosos, - Resistência das costuras/
incluindo aerossóis líquidos e fechos/ junções destacáveis
sólidos) – Equipas de
emergência

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RISCOS QUÍMICOS

TIPO DE REQUISITOS DE CONCEÇÃO PARTE DO CORPO ABRANGIDA


TIPO SÍMBOLO CLASSIFICAÇÃO NORMAS
PROTEÇÃO E DESEMPENHO PELA NORMA

Vestuário, costuras,
junções, montagens

- Resistência à abrasão
- Resistência à quebra por flexão
Tipo 2: Vestuário não estanque a - Resistência à quebr a por flexão a -30ºC
Vários: EN 943-1:2015
gás - Resistência ao rasgo Corpo Inteiro
não + A1:2019
(sólidos, líquidos e gasosos, - Resistência à tração
estanque - Resistência à perfuração
incluindo aerossóis líquidos e
a gás sólidos) - Resistência à permeação por
líquidos e gases
- Resistência à penetração por líquidos
- Resistência à ignição
- Resistência das costuras/ fechos/ junções
destacáveis

- Resistência à abrasão
- Resistência à quebra por flexão
- Resistência à quebra por flexão a -30ºC
Tipo 3 e Tipo PB [3]: - Resistência ao rasgo
Estanque EN 14605:2005 Corpo Inteiro
Vestuário estanque aos - Resistência à tração
aos líquidos - Resistência à perfuração + A1 2009
líquidos
- Resistência à permeação por líquidos
- Resistência à penetração por líquidos
- Resistência das costuras

- Resistência à abrasão
- Resistência à quebra por flexão
- Resistência à quebra por flexão a -30ºC
Tipo 4 e Tipo PB [4]: - Resistência ao rasgo
Estanque a EN 14605:2005
Vestuário estanque a - Resistência à tração Corpo Inteiro
pulverização - Resistência à perfuração + A1 2009
pulverização
- Resistência à permeação por líquidos
- Resistência à penetração por líquidos
- Resistência das costuras

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RISCOS QUÍMICOS

TIPO DE REQUISITOS DE CONCEÇÃO PARTE DO CORPO ABRANGIDA


TIPO SÍMBOLO CLASSIFICAÇÃO NORMAS
PROTEÇÃO E DESEMPENHO PELA NORMA

- Resistência à abrasão
Estanque a Tipo 5: - Resistência à fissuração por flexão
EN ISO
partículas Vestuário estanque a partículas - Resistência ao rasgo Corpo Inteiro
- Resistência à perfuração 13982-1:2004
sólidas sólidas
- Resistência à ignição

Tipo 6 e Tipo PB [6]:


Vestuário com proteção - Resistência à abrasão
Proteção limitada contra produtos - Resistência ao rasgo
limitada químicos líquidos - Resistência à tração EN 13034:2005
contra - Resistência à perfuração + A1 2009 Corpo Inteiro
(proteger contra uma exposição - Resistência à permeação por líquidos
líquidos potencial a pequenas quantidades de - Resistência à penetração por líquidos
vaporizações ou salpicos acidentais de
pequeno volume)

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RISCOS MECÂNICOS
REQUISITOS
TIPO DE PARTE DO CORPO ABRANGIDA
TIPO SÍMBOLO CLASSIFICAÇÃO DE CONCEÇÃO NORMAS
PROTEÇÃO E DESEMPENHO PELA NORMA

Requisitos básicos NP EN 510


Proteção de conceção: Especifica os requisitos de conceção do vestuário de
Proteção entrelaça- proteção que minimiza o risco de ficar entrelaçado Proteção corpo inteiro e parcial
- Generalidades ou agarrado pelas partes em movimento, quando o
Contra Riscos mento por (Fato-macaco com ou sem
- Requisitos de fixação utilizador está a trabalhar em ou perto de máquinas mangas, jardineiras, casaco)
Físicos: movimento - Requisitos de punho e ou equipamentos perigosos em movimento,
Mecânicos em partes calças de baixo complementando
móveis - Requisitos de bolso os requisitos gerais estabelecidos na NP EN ISO
13688

Nível 1 - adequado para


trabalhos leves, em que não
ocorrem fortes movimentos
de corte em direção ao
corpo
NP EN ISO 13998
Especifica requisitos para a conceção, resistência à
penetração, resistência ao corte, tamanhos,
Proteção corte
características ergonómicas, inocuidade,
e golpes:
permeabilidade à água, limpeza e desinfeção,
Riscos - Resistência à
Proteção marcação e informação fornecida pelo fabricante
Nível 2 - para utilizar em casas penetração
ferimentos aos utilizadores de aventais, calças e coletes de Proteção parcial - superior e
de cortes de abate e em operações de - Resistência ao corte
proteção. Descreve a classificação dos níveis de inferior do corpo (casaco, colete,
mecânicos: desossagem e indústrias de - Resistência à tração de
e golpes proteção e dos métodos de ensaio apropriados. calças, avental)
cortes processamento onde são anéis metálicos
usadas facas de lâmina afiada
- Permeabilidade à água
em ações de corte nas quais a NP EN ISO 13997:2001
ponta da faca não está
(opcional)
Roupa de Proteção - Propriedades Mecânicas -
direcionada para o corpo, ou Determinação de resistência ao corte por objetos
no caso da ponta da faca afiados
poderá estar direcionada para
o corpo, o nível 2 poderá ser
utilizado desde que a faca
neste contexto seja de lâmina
larga.

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RISCOS MECÂNICOS
REQUISITOS
TIPO DE PARTE DO CORPO ABRANGIDA
TIPO SÍMBOLO CLASSIFICAÇÃO DE CONCEÇÃO NORMAS
PROTEÇÃO E DESEMPENHO PELA NORMA

Requisitos básicos
de conceção:
NP EN 381 Proteção parcial - superior e
0 16 m/s Vestuário de proteção para inferior do corpo (casacos,
Proteção - Generalidades
1 20m/s utilizadores de moto-serras jardineiras, calças, polainas)
utilização de - Requisitos de fixação
manuais
2 24m/s - Requisitos de punho e
moto serras 3 28 m/s calças de baixo
- Requisitos de bolso

Os requisitos do
material e de conceção,
especificados nesta
norma aplicam-se
apenas a vestuário de
A classificação de áreas proteção contra a
perigosas na qual EN 1149
dissipação eletrostática
deverá ser utilizado o Especifica um conjunto de métodos de
Proteção usado por pessoas que
ensaio e requisitos para propriedades
vestuário com estão ligadas à terra
Contra Riscos Proteção eletroestáticas Proteção corpo inteiro
propriedades através de uma
do vestuário de proteção.
Físicos: anti-estática resistência inferior a 108 e parte parcial
antiestéticas, é definida Esta norma deve ser utilizada em
Elétricos Ω (por exemplo, pela (Fato-macaco, fato de proteção,
pela Diretiva 1999:1992 conjugação com a EN 11612. calças, casaco, colete)
(ATEX), transposta pelo utilização de calçado
apropriado tal como
Decreto-Lei 236/2003
sapatos de segurança
de 30 de Setembro. especificados na EN ISO
20345:2011, ou
qualquer outro meio
apropriado).

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RISCOS MECÂNICOS
REQUISITOS
TIPO DE PARTE DO CORPO ABRANGIDA
TIPO SÍMBOLO CLASSIFICAÇÃO DE CONCEÇÃO NORMAS
PROTEÇÃO E DESEMPENHO PELA NORMA

PPE 1 / CAT 1
(4-8 cal/cm²)

PPE 2 / CAT 2
(8-25 cal /cm²) EN 61482 Proteção corpo inteiro
Arco Elétrico Vestuário de proteção para (Fato-macaco, fato de proteção)
PPE 3 / CAT 3 proteção de arco elétrico
(25-40 cal /cm²)

PPE 4 / CAT 4
(>40 cal/cm²)

TIPO 1 - Aplica-se
normalmente
diretamente ao joelho.

TIPO 2 - Almofada de Nesta Norma são


joelho independente especificados requisitos EN 14404:2004+A1 - Equipamento de
que é incorporada nas para os diferentes tipos Proteção Individual - Protetores de
Risco calças com bolso de protetores de joelhos joelhos para trabalhar na posição
Protetores para aplicando-se aos níveis ajoelhada deve ser complementada com
físico - porta-almofada.
os joelhos para 0,1,2, como por as seguintes normas:
compressão Joelho (partes da perna)
trabalhos na exemplo, inocuidade,
(Joelheiras)
estática de Nível de proteção 0: sem designação e marcação EN 340 (requisitos gerais)/
posição proteção.
partes do de tamanho, EN863:1995 - Métodos de teste de
ajoelhada.
corpo dimensões, resistência à resistência à punção/ ISO 7000 (símbolos
Nível de proteção 1: penetração, distribuição gráficos para uso no equipamento)
piso com pequenas da força, ergonómicos,
irregularidades. etc.

Nível de proteção 2:
piso com grandes
irregularidades

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RISCOS MECÂNICOS
REQUISITOS
TIPO DE PARTE DO CORPO ABRANGIDA
TIPO SÍMBOLO CLASSIFICAÇÃO DE CONCEÇÃO NORMAS
PROTEÇÃO E DESEMPENHO PELA NORMA

PPE 1 / CAT 1
(4-8 cal/cm²)
Proteção corpo inteiro
PPE 2 / CAT 2
(Fato-macaco, fato de proteção)
(8-25 cal /cm²) EN 61482
Arco Elétrico Vestuário de proteção para
PPE 3 / CAT 3 proteção de arco elétrico
(25-40 cal /cm²)

PPE 4 / CAT 4
(>40 cal/cm²)

TIPO 1 - Aplica-se
normalmente
diretamente ao joelho.

TIPO 2 - Almofada de Nesta Norma são


joelho independente especificados requisitos EN 14404:2004+A1 - Equipamento de
que é incorporada nas para os diferentes tipos Proteção Individual - Protetores de
Risco calças com bolso de protetores de joelhos joelhos para trabalhar na posição
Protetores para aplicando-se aos níveis ajoelhada deve ser complementada com
físico - porta-almofada.
os joelhos para 0,1,2, como por as seguintes normas:
compressão Joelho (partes da perna)
trabalhos na exemplo, inocuidade,
(Joelheiras)
estática de Nível de proteção 0: sem designação e marcação EN 340 (requisitos gerais)/
posição proteção.
partes do de tamanho, EN863:1995 - Métodos de teste de
ajoelhada.
corpo dimensões, resistência à resistência à punção/ ISO 7000 (símbolos
Nível de proteção 1: penetração, distribuição gráficos para uso no equipamento)
piso com pequenas da força, ergonómicos,
irregularidades. etc.

Nível de proteção 2:
piso com grandes
irregularidades

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RISCOS RADIOLÓGICOS

TIPO DE REQUISITOS DE CONCEÇÃO


TIPO SÍMBOLO CLASSIFICAÇÃO NORMAS
PROTEÇÃO E DESEMPENHO

Estanque a - Resistência à abrasão NP EN 1073-1:2016


partículas Tipo 4 e Tipo PB [4]: Vestuário - Resistência à quebra por flexão + A1 2019
sólidas em estanque a pulverização - Resistência à perfuração Vestuário de proteção
- Resistência ao rasgo contra partículas sólidas em
suspensão suspensão no ar, incluindo
Tipo 5: Vestuário estanque a - Resistência à ignição de materiais,
contaminação radioativa -
partículas sólidas viseira e partes auxiliares Com Ventilação
Estanque a - Resistência das costuras
Proteção pulverização - Resistência Juntas destacáveis NP
Tipo 6 e Tipo PB [6]: Vestuário
contra - Resistência Viseira EN ISO 13688 - Vestuário de
com proteção limitada contra proteção
radiação Estanque a
produtos químicos líquidos Requisitos gerais
ionizante partículas (proteger contra uma exposição - Resistência à abrasão
sólidas potencial a pequenas - Resistência à perfuração
NP EN 1073-2:2004
quantidades de vaporizações - Resistência à blocking (blindagem) Vestuário de proteção
Proteção ou salpicos acidentais de - Resistência ao rasgo contra partículas sólidas em
limitada pequeno volume) - Comportamento à chama suspensão no ar, incluindo
contra - Resistência das costuras contaminação radioativa -
- Resistência Juntas destacáveis Sem ventilação
líquidos

- Resistência à tração
- Resistência ao rasgo
- Resistência ao rebentamento de
Proteção materiais em malha e costura
Proteção NP EN ISO 13688 -
contra - Resistência da costura
contra Vestuário de
radiação - Variação dimensional dos materiais têxteis
perigos de - Propagação da chama proteção
não Requisitos gerais
soldadura - Impacto do salpico (pequenos salpicos
ionizante
de metal fundido)
- Transferência de calor (radiação)
- Resistência elétrica

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RISCOS TÉRMICOS

TIPO DE PARTE DO CORPO ABRANGIDA


TIPO SÍMBOLO CLASSIFICAÇÃO REQUISITOS DE CONCEÇÃO E DESEMPENHO NORMAS
PROTEÇÃO PELA NORMA

Conjuntos e Peças de Vestuário para Proteção contra o Frio, isto é, fatos


de duas peças ou fatos de macaco para proteção contra os efeitos de
Y(B)/Y(C)/Y(R)
ambientes frios abaixo ou iguais a –5 °C.
Icler em m2×K/W do conjunto
Estes efeitos incluem baixas temperaturas do ar, humidade e velocidade
(com vestuário interior B ou
do ar.
com
vestuário interior C do
Relativamente ao Vestuário de Proteção:
fabricante) ou da peça de
- o vestuário não deve ter superfícies ásperas, afiadas ou duras que
vestuário individual (com
irritem ou magoem o utilizador;
vestuário de referência R)
- a jaqueta/casaco ou fato de macaco deve poder ser fechado até ao
colarinho ou à gola;
Icler - Isolamento térmico
- a jaqueta/casaco ou macacão deve ser suficientemente comprido para
desde a pele até à superfície
cobrir os topos das calças;
do vestuário exterior, sob
- os bolsos exteriores destinados a ser utilizados em condições húmidas
condições definidas, medido
devem poder ser fechados;
com ou calculado por um
- os fechos, tais como fechos de correr, fechos, botões, etc. não devem
manequim em movimento
abrir inadvertidamente;
Temperatura determinado em relação à
- os fechos de correr devem bloquear quando completamente fechados.
área de superfície do corpo
inferior a -5ºC despido. Icler é expresso em
Inocuidade: O vestuário de proteção não deve afetar adversamente a
metros quadrados Kelvin por
Proteção saúde ou higiene do utilizador. Os materiais não devem, nas condições
watt.
Proteção contra previsíveis de utilização normal, libertar ou degradar-se libertando Corpo
substâncias geralmente conhecidas como sendo tóxicas, cancerígenas, Partes do Corpo (destaque
contra ambientes frios AP Classe de permeabilidade
mutagénicas, alérgicas, tóxicas para reprodução ou prejudiciais de outra
EN 342
que combinam ao ar (classe 1 a 3). Velocidade para o tronco)
o frio forma. Deve ser verificada a existência de informação que declare a
humidade, de um fluxo de ar que passa
inocuidade do produto
vento e uma perpendicularmente através
de um provete sob condições
temperatura especificadas de área de
REQUISITO COMUM EM TODO O VESTUÁRIO DE PROTEÇÃO (NP EN ISO
inferior a -5 ºC 13688:2015)
ensaio, queda de pressão e
tempo. AP é expresso em
milímetros por segundo. Indicadores de Desempenho
Classe 1: AP> 100
Classe 2: 5<AP≤100 Isolamento Utilizador parado, 75 W/m2
Classe 3: AP≤5 Ar velocidade
Icler
m2•K/W 0,4 m/s 3 m/s
WP - Resistência à penetração
de água, opcional (se a peça 8h 1h 8h 1h
de roupa não foi testada, será 0,265 13 0 19 7
marcado com X). Pressão
hidrostática suportada pelo 0,310 10 -4 17 3
material como uma medida da 0,390 5 -12 13 -3
oposição à passagem de água
através do material. WP é 0,470 0 -20 7 -9

expressa em pascal. 0,540 -5 -26 4 -14

0,620 -10 -32 0 -20

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RISCOS TÉRMICOS

TIPO DE PARTE DO CORPO ABRANGIDA


TIPO SÍMBOLO CLASSIFICAÇÃO REQUISITOS DE CONCEÇÃO E DESEMPENHO NORMAS
PROTEÇÃO PELA NORMA

Requisitos e métodos de ensaio para o desempenho de peças de vestuário


Y Classe da resistência para proteção contra os efeitos de ambientes frios acima de –5 °C. Estes efeitos
térmica (Rct). Diferença de incluem apenas baixas temperaturas do ar, humidade e velocidade do vento.
temperatura entre as duas Não inclui requisitos específicos para o calçado, luvas e vestuário separado
faces de um material, para a cabeça.
dividida pelo fluxo de Em situações críticas (por exemplo, combinação de frio, humidade e vento,
calor resultante, por longa duração de exposição, não haver ajuda na proximidade), é importante
unidade avaliar as propriedades de proteção contra o frio da peça de vestuário (ver
de área, na direção Anexo C), especialmente se o utilizador não puder identificar com segurança o
do gradiente. risco a baixa temperatura moderada acima de –5 °C num momento
A resistência térmica é apropriado.
expressa em metros
quadrados kelvin por A baixas temperaturas moderadas acima de –5 °C, o vestuário contra o
watt. arrefecimento localizado do corpo é usado não só para atividades no exterior,
como é o caso da indústria de construção civil, mas pode também ser usado
para atividades no interior, como é o caso das indústrias alimentares. Nestes
Y Classe da casos, as peças de vestuário não necessitam de ser fabricadas com materiais
permeabilidade ao ar (AP). impermeáveis à água ou impermeáveis ao ar. Consequentemente, nesta
Velocidade de um fluxo norma, esses requisitos são aplicáveis se o fabricante reivindicar nas suas
PROTEÇÃO de ar que passa instruções para usar proteção contra riscos abrangidos por estas propriedades.
CONTRA perpendicularmente O valor do isolamento térmico efectivo resultante Icler pode ser usado para
Proteção AMBIENTES através de um provete sob avaliar as gamas de temperatura. Se for expectável a exposição em condições a Corpo
FRIOS condições especificadas húmido aplicar a EN 343. Partes do Corpo (destaque
contra de área de ensaio, queda
EN 14058
para o tronco)
o frio / de -5 ºC a de pressão e tempo. AP é Indicadores de Desempenho
temperaturas expresso em milímetros Isolamento Utilizador parado, 75 W/m2
por segundo.
superiores Icler
Ar velocidade
m2•K/W 0,4 m/s 3 m/s

8h 1h 8h 1h
Y Icler em m2×K/W da
0,170 21 9 24 15
peça de vestuário com o
vestuário de referência R é 0,265 13 0 19 7

obrigatório para Rct de 0,310 10 -4 17 3

acordo com a Classe 4. Se


for obrigatório para a Isolamento Atividade do utilizador em movimento
Classe 4, é opcional para
as Classes de 1 a 3. Leve 115 W /m2 Moderada 170 W /m2

Velocidade do ar
WP Opcional, se ensaiada Icler
m2•K/W
pelo fabricante. 0,4 m/s 3 m/s 0,4 m/s 3 m/s

8h 1h 8h 1h 8h 1h 8h 1h
Nota: Y e/ou WP serão
substituídos por X se a 0,170 13 0 18 7 1 -12 8 -4
peça de vestuário não foi 0,265 3 -12 9 -3 -12 -28 -2 -16
submetida a ensaio.
0,310 -2 -18 6 -8 -18 -36 -7 -22

19
RISCOS TÉRMICOS - SOLDADURA

TIPO DE REQUISITOS DE CONCEÇÃO PARTE DO CORPO ABRANGIDA


TIPO SÍMBOLO CLASSIFICAÇÃO NORMAS
PROTEÇÃO E DESEMPENHO PELA NORMA

CLASSE 1: técnicas de soldadura


manual com ligeira formação de
salpicos e gotas.

Vestuário de CLASSE 2: técnicas de soldadura


proteção manual com formação forte de Características e os requisitos
salpicos e gotas. mínimos de segurança das peças
para
de vestuário destinadas a
utilização EN ISO 11611:2015
A1 o A2: propagação da chama. proteger o corpo contra faíscas,
durante a
salpicos de metal fundido e
soldadura e A1 procedimento A gotas produzidas por soldadura
processos (ignição superficial). ou processos associados
associados
A2 procedimento B
(ignição no bordo inferior).

A1+A2: ambos os procedimentos.

RISCOS TÉRMICOS - INCÊNDIO

TIPO DE REQUISITOS DE CONCEÇÃO PARTE DO CORPO ABRANGIDA


TIPO SÍMBOLO CLASSIFICAÇÃO NORMAS
PROTEÇÃO E DESEMPENHO PELA NORMA

A Propagação de chama Desempenho das peças de vestuário


B Calor convectivo (Classe de 1 estudadas para proteger todo o corpo
a 3) do calor e das chamas; define os
C Calor radiante (Classe de 1 a requisitos para peças únicas e conjuntos
Vestuário de 4)
proteção de 2 peças graças à utilização de
D Projeções de alumínio materiais "ad hoc" e requisitos
contra fundido (Classe de 1 a 3)
específicos de design que garantem um
incêndios e E Projeções de ferro fundido EN ISO 11612:2015
(Classe de 1 a 3) nível de desempenho para
materais de cumprimento da norma, sendo
propagação F Calor de contato (Classe 1-3)
W Resistência à penetração de regulados por diferentes valores de
de chama água resistência térmica.
Nota: X indica que a peça de A peça de vestuário pode estar em
vestuário não foi submetida ao conformidade mesmo sem valores de
teste referência de B a W.

20
RISCOS NATURAIS

TIPO DE PARTE DO CORPO ABRANGIDA


TIPO SÍMBOLO CLASSIFICAÇÃO REQUISITOS DE CONCEÇÃO E DESEMPENHO NORMAS
PROTEÇÃO PELA NORMA

Requisitos e métodos de ensaio para o desempenho de materiais e peças de vestuário


prontas a usar para protecção contra os efeitos:
da precipitação (por exemplo, chuva, flocos de neve); nevoeiro; humidade da terra. São
excluídas as peças de vestuário para proteção contra outros efeitos que não a precipitação
(por exemplo, salpicos de água, ondas). Os efeitos e requisitos de protecção de calçado,
luvas e chapéus separados estão excluídos do objectivo e campo de aplicação deste
documento.
Relativamente ao Vestuário de Proteção: não deve ter superfícies ásperas, afiadas ou duras
que irritem ou lesionem o utilizador;
todos os bolsos devem ser construídos para evitar a água dentro da peça de vestuário;
fechos, tais como fechos de correr, colchetes, botões, etc.; não devem abrir
inadvertidamente; as peças de vestuário são concebidas e produzidas com materiais
impermeáveis e transpiráveis, com uma atenção especial às costuras, para garantir o
máximo de conforto. A resistência à água e a resistência ao vapor de água são as principais
propriedades a ensaiar e a marcar na etiqueta.
A Nível de
A resistência à água é a propriedade mais importante e é medida sobre o material da
impermeabilidade da camada exterior da peça de vestuário. Os ensaios são realizados em amostras de tecido
peça de vestuário (classe pré-tratado e em partes com costura. É descrito um método de ensaio para um ensaio
de 1 a 3). (do menos opcional de vestuário pronto a usar após limpeza (ensaio da torre de chuveiro). Alguns
impermeável ao mais materiais à prova de água são impermeáveis à transmissão do vapor de água. No entanto,
impermeável). Tabela 1. outros materiais existentes no mercado combinam a resistência à água com a
permeabilidade ao vapor de água. Esta propriedade, expressa por baixa resistência ao
vapor de água, proporciona evaporação do suor e contribui significativamente para o
Proteção PROTEÇÃO B Classe de transpiração
arrefecimento do corpo. Isto é importante porque contribui para um maior conforto e
da peça de vestuário Corpo
contra a CONTRA A (classe de 1 a 3). (Do
menor esforço fisiológico e prolonga o tempo de utilização em certas condições climáticas. EN 343
Partes do Corpo
Precipitação CHUVA menos transpirável ao Como Requisitos de Desempenho: Resistência à penetração da água (WP) em Pascal (Pa):
mais transpirável). Tabela mede o nível de impermeabilidade da peça de vestuário. Quando submetidos ao teste, em
2. conformidade com o ponto 5.1 da norma EN343, a resistência à penetração da água no
material de revestimento externo deve estar em conformidade com o folheto seguinte
(dividido em três classes de 1 a 3, da menos impermeável à mais impermeável):
R Teste de torre de chuva
para o vestuário, é
opcional. TABELA 1. RESISTÊNCIA À
CLASSE 1 CLASSE 2 CLASSE 3 CLASSE 4
PENETRAÇÃO DE ÁGUA WP
Antes do pré tratamento Wp ≥ 8000 Pa X X X

Antes do pré tratamento, costuras X Wp ≥ 8000 Pa Wp ≥ 13000 Pa Wp ≥ 20000 Pa

Costuras antes do pré-tratamento Wp ≥ 8000 Pa Wp ≥ 8000 Pa Wp ≥ 13000 Pa X

Costuras após pré-tratamento por lavagem X X X Wp ≥ 20000 Pa

Resistência ao vapor de água (Ret) em Pascal (Pa): mede o nível de transpirabilidade da


peça de vestuário. Quando submetidos ao teste, em conformidade com o ponto 5.2 da
norma EN343, a resistência ao vapor de água em todas as camadas da peça de vestuário
deve estar em conformidade com o folheto seguinte (dividido em três classes de 1 a 3, da
menos transpirável à mais transpirável):

TABELA 1. RESISTÊNCIA AO VAPOR DE


CLASSE 1 CLASSE 2 CLASSE 3 CLASSE 4
ÁGUA. RET
Resistência ao vapor de água M PA/W) 40 < R 25 < R ≤ 40 15 < R ≤ 25 ≤ > R ≤ 15

* A classe 1 tem um tempo limitado de uso.

21
RISCOS NATURAIS

TIPO DE REQUISITOS DE CONCEÇÃO PARTE DO CORPO ABRANGIDA


TIPO SÍMBOLO CLASSIFICAÇÃO E DESEMPENHO NORMAS
PROTEÇÃO PELA NORMA

X: O número ao lado do pictograma indica a classe da peça de


acordo com a tabela 1 (classe 1 e 3).

TABELA 1. ÁREAS MÍNIMAS DE


PEÇAS DE CLASSE 3 PEÇAS DE CLASSE 2 PEÇAS DE CLASSE 1
MATERIAL VISÍVEL
Material de fundo 0,80 m2 0,50 m2 0,14 m2

Material retrorrefletor 0,20 m2 0,13 m2 0,10 m2

Material combinado - - 0,20 m2


Requisitos para o vestuário de
RECOMENDAÇÕES SOBRE O TEMPO DE UTILIZAÇÃO proteção destinado a sinalizar
Tempos máximos de utilização contínua (min) recomendados para visualmente a presença do
um fato completo, constituído por jaqueta e calças, sem forro
utilizador para que seja visto
térmico adicional (Quadro A.1 da norma)
em condições perigosas com
qualquer tipo de luz diurna e
quando é iluminado na
escuridão pelos faróis de um
automóvel. Cada peça de
Proteção VESTUÁRIO DE Classe EN ISO
vestuário de alta visibilidade é Corpo
contra a ALTA 1 2 3 4 20471:2013
Partes do Corpo
VISIBILIDADE certificada tal como indicado + A1:2016
Precipitação Temperatura do
ambiente de trabalho Ret > 40 25 < Ret ≤ 40 15 < Ret ≤ 25 Ret ≤ 15
na tabela abaixo, de acordo
m2 Pa⁄W m2 Pa⁄W m2 Pa⁄W m2 Pa⁄W
(ºC)
com as áreas mínimas de
25 60 105 180 - a)

20 75 250 - -
material de flúor que permite
maior visibilidade durante o
15 100 - - -
dia e uma banda refletora de
10 240 - - -
luz artificial (faróis de
5 - - - -
automóveis) que permite
a) “-” significa: tempo de utilização sem limite.
maior visibilidade durante a
noite.
O Quadro A.1 é válido para um esforço fisiológico médio, M = 150
W/ m2, homem padrão, a 50% de humidade relativa, e velocidade
do vento v = 0,5 m/s.

Com os sistemas efetivos de abertura para ventilação e/ou


períodos de pausa, o tempo de utilização pode ser prolongado.

22
RISCOS BIOLÓGICOS

REQUISITOS DE CONCEÇÃO PARTE DO CORPO ABRANGIDA


TIPO SÍMBOLO TIPO DE PROTEÇÃO CLASSIFICAÇÃO E DESEMPENHO NORMAS PELA NORMA

Os materiais e o modelo utilizado não devem


provocar irritação da pele nem ter nenhum
efeito adverso para a saúde. Em relação a 'todas as actividade
susceptíveis de apresentar um
O vestuário de protecção contra agentes risco de exposição a agentes
infecciosos deve cumprir os requisitos Agente biológico do grupo 1, o biológicos, devem ser
agente biológico com baixa
relevantes da EN 340 e a determinados a natureza , o grau
probabilidade de causar doenças
combinação completa os requisitos no Homem; e o tempo de exposição dos
especificados na norma relevante relativa ao trabalhadores, a fim de poderem
vestuário de protecção Agente biológico do grupo 2, o ser avaliados os riscos para a
contra produtos químicos; agente que pode causar doenças segurança ou para a saúde dos
tipos de fatos de protecção no Homem e constituir um trabalhadores e estabelecidas as
química/biológica: perigo para os trabalhadores; é medidas a tomar;
escassa a probabilidade da sua
propagação na colectividade;
A União Europeia identificou normas Relativamente aos trabalhos que
regra geral, existem meios de
harmonizadas de produtos para seis níveis profilaxia ou tratamento eficazes. impliquem a exposição a várias EN
de protecção (que se denominam ‘tipos’) categorias de agentes biológicos, 14126:2003+A
Proteção dentro da Categoria III de Peças de Protecção Agente biológico do grupo 3, o os riscos serão 'avaliados com C:2004 Corpo Inteiro
contra Substâncias Químicas. No caso de agente que pode causar doenças base no perigo que representam Directiva
contra
riscos biológicos, além de atuar como graves no Homem e constituir todos os agentes perigosos Europeia
agentes barreira, alguns são fabricados com tecidos um grave risco para os presentes; 2000/54/CEE
biológicos antibacterianos. trabalhadores; é susceptível de o vestuário pode ser limpo e Directiva
se propagar na colectividade, 90/679/CEE
reprocessado pelo menos cinco
muito embora se disponha
Tipo 1: Impermeáveis a gases - Peças de geralmente de meios de vezes, antes do ensaio os
proteção contra químicos líquidos e gasosos, profilaxia ou tratamento eficazes. materiais do vestuário de
incluindo aerossóis líquidos e partículas protecção devem ser submetidos
sólidas. Agente biológico do grupo 4, o a cinco ciclos de limpeza e
Normas: EN943-1:2002 | EN 943-2:2002 agente que causa doenças reprocessamento de acordo com
graves no Homem e constitui um as instruções do fabricante;
Tipo 1-ET: Impermeáveis a gases - Requisitos grave risco para os
trabalhadores; pode apresentar
de prestação de equipamentos de As costuras, junções e ligações
um risco elevado de propagação
emergência (ET) na colectividade; regra geral, não do vestuário de protecção contra
Normas: EN 943-1:2002 | EN 943-2:2002 existem meios de profilaxia ou agentes infecciosos devem
de tratamento eficazes. cumprir os
Tipo 2: Não impermeáveis a gases - Peças de requisitos especificados nas
protecção contra químicos líquidos e secções relevantes da prEN
gasosos, incluindo aerossóis líquidos e 14325.
partículas sólidas
Normas: EN 943-1:2002

23
RISCOS BIOLÓGICOS

REQUISITOS DE CONCEÇÃO PARTE DO CORPO ABRANGIDA


TIPO SÍMBOLO TIPO DE PROTEÇÃO CLASSIFICAÇÃO NORMAS
E DESEMPENHO PELA NORMA

A resistência das costuras deve ser classificada


de acordo com a secção 5.5 da prEN
14325:2001;

O vestuário de protecção contra agentes


infecciosos deve cumprir os requisitos
relevantes da EN 340 e a
combinação completa os requisitos
Tipo 3: Impermeáveis a líquidos - Peças de especificados na norma relevante relativa ao
protecção contra químicos líquidos. vestuário de protecção
Exposição a jatos líquidos à pressão contra produtos químicos
Normas: EN 14605:2005/A1:2009 (ver tabela infra)

Tipo 4: Impermeáveis a aerossóis - Peças de Tipos de vestuário de protecção


proteção contra químicos líquidos. Exposição contra agentes infeciosos:
EN
a aerossóis líquidos pulverizados (sem
14126:2003+A
pressão) Normas: EN Tipo de vestuário Norma relevante
Proteção C:2004
14605:2005/A1:2009
Directiva
contra Tipo 1a, 1b, 1c, 2 EN 943-1 (EN 943-2 para fatos ET)
Corpo Inteiro
Europeia
agentes Tipo 5: Partículas sólidas Protecção contra Tipo 3 EN 466
2000/54/CEE
biológicos partículas sólidas no ar Tipo 4 EN 465
Directiva
Normas: EN ISO13982-1:2004/A1:2010
Tipo 5 prEN ISO 13982-1 90/679/CEE
Tipo 6: Prestações limitadas contra químicos Tipo 6 prEN ISO 13034

líquidos - Potencial exposição a pequenas Proteção parcial do corpo EN 467


quantidades de pulverizações/vaporizações
ou volumes de salpicaduras acidentais A marcação do vestuário de protecção contra
mínimos, onde os utilizadores podem actuar agentes infecciosos deve conter as seguintes
adequadamente em caso de contaminação informações adicionais:
Normas: EN 13034:2005/A1:2009
- o número da presente Norma Europeia;

- o tipo de vestuário de protecção, tal como


especificado no quadro 5, com o sufixo “-B”,
por exemplo tipo 3-B;

- o pictograma “protecção contra perigo


biológico”.

24
2.1 TIPO DE RISCOS
As disposições normativas supramencionadas
apresentam uma abordagem uni-risco pelo que,
tendo por base o contexto prático de
desenvolvimento das atividades dos diferentes
setores, uma análise multi-risco é necessária.
Para além da análise multi-risco, também a
análise dos critérios de exposição e gravidade,
que foram previamente considerados na
avaliação de riscos, deverá integrar os critérios
de seleção do EPI. 3

3 Exemplo de etiqueta de vestuário multi-risco/ multi-norma.

25
2.2 PARTE DO CORPO
De acordo com o disposto na Portaria 208/2021 de 15 de outubro, a proteção divide-se entre proteção do corpo inteiro e proteção parcial.
A proteção do corpo inteiro contempla os fatos de proteção e os fatos-macaco.
No que respeita à proteção parcial, encontram-se contempladas as proteções cogulas, carapuços, casacos, calças, aventais, coletes, joelheiras e polainas.

Ressalva-se que este guia não contempla uma lista exaustiva de todo o vestuário, em consonância com a referida portaria.

COMPATIBILIDADE DO CONJUNTO DE EPI


Na sequência da identificação de todas as partes do corpo a proteger, tendo em consideração a função/tarefa a desempenhar por um determinado grupo de
trabalhadores, deverá ser realizada uma análise da compatibilidade do conjunto de proteções.
Esta análise deverá ter em consideração a funcionalidade de conjunto de EPI, a interface entre os mesmos bem como o não comprometimento dos requisitos
ergonómicos básicos de segurança e saúde.

26
2.3 DOCUMENTAÇÃO
Para o processo de seleção é fundamental o • Referências aos acessórios e peças ecotoxicológicas ou outras ambientais, nos
decisor ter na sua posse toda a documentação destacáveis utilizáveis com o EPI; materiais.
obrigatória e relevante que compreende a ficha • Tipo de embalagem mais conveniente para
técnica, a declaração de conformidade e, nos transporte;
casos aplicáveis, folhetos informativos e demais • Instruções de armazenamento, utilização,
informação associada. limpeza, manutenção, revisão, desinfeção,
reciclagem, destruição e alienação seguras; As instruções de utilização são elaboradas e fornecidas pelo fabricante
FICHA TÉCNICA E DECLARAÇÃO DE • Resultados obtidos em ensaios de quando o vestuário de proteção é colocado no mercado, devendo ser
fornecidas em português. Em caso de necessidade, deve-se ainda solicitar
CONFORMIDADE conformidade efetuados para determinar os ao fornecedor ou fabricante informações técnicas adicionais.
A documentação associada ao EPI deverá conter níveis ou classes de proteção do EPI; O vestuário de proteção pode ter associado um prazo de validade que
deve ser respeitado enquanto o produto permanecer embalado. Uma vez
os seguintes elementos: • Classes de proteção adequadas a diferentes aberta a embalagem, devem seguir-se os procedimentos estipulados
• Nome, marca comercial ou outro meio que níveis de risco e aos limites de utilização para a higienização, manutenção e descarte do vestuário de proteção.

permita identificar o fabricante ou o seu correspondente;


representante autorizado; • Data ou prazo de validade ou, se for A etiquetagem, requisito obrigatório associado
• Tipo de produto, nome comercial ou código; aplicável, dos seus componentes; à marcação CE, deve conter os seguintes
• Designação dos tamanhos disponíveis;´ • Declaração de conformidade, em como o campos:
• Identificação das normas aplicáveis e anos produto não contém qualquer substância • Nome e endereço do fabricante;
de publicação; em níveis que se sabe ou se suspeita que • Marca, modelo e referências do EPI;
• Pictogramas e níveis de desempenho, se afetam adversamente a higiene ou saúde do • Identificação do tamanho;
requeridos pelas normas; utilizador; • Identificação do lote (para rastreabilidade do
• Identificação se o vestuário é descartável, de • Especificações dos materiais relativas a todas artigo produzido);
uso único, ou reutilizável. Se de uso único as camadas do vestuário de proteção; • Identificação das normas aplicáveis;
deve estar identificado como “Não reutilizar” • Dados de segurança relacionados com os • Aposição da marcação CE;
e/ou com o pictograma de acordo com a ISO materiais; • Aposição de símbolos ou pictogramas;
7000:2007. • Informação relacionada com a conformidade • Composição e especificação dos materiais;
dos materiais para serem utilizados em • Etiquetagem de limpeza e conservação e/ou
FOLHETOS INFORMATIVOS E OUTROS alimentos, dispositivos médicos ou outras etiqueta de qualificação (lavagem, secagem,
SUPLEMENTOS aplicações relevantes;Informação nº máximo de ciclos de
Adicionalmente, nos casos aplicáveis, na ficha relacionada com investigações de limpeza/conservação).
técnica ou sob a forma de folheto informativo, toxicidade, alérgicas, carcinogéneo,
deverá ser disponibilizado o seguinte conteúdo: toxicidade para reprodução ou mutagénicas,
• Significado de marcações, símbolos ou nos materiais;
pictogramas apostos no EPI; • Informação relacionada com investigações
27
2.3 DOCUMENTAÇÃO
MATERIAIS
No que respeita à seleção de materiais, existe SATISFAÇÃO DE REQUISITOS LEGAIS E
uma multiplicidade de opções no mercado, NORMATIVOS
sendo que são vários os critérios a considerar, Para determinar a satisfação dos requisitos
como por exemplo: legais e normativos é necessária uma análise de
• tipo de material de proteção; todos os elementos que atestam a
• gramagem; conformidade das opções de EPI selecionados.
• propriedades de resistência como p.e.: Para este processo de análise é fundamental
abrasão, quebra por flexão, rasgo, tração, uma comunicação eficiente com os
perfuração, permeação e/ou penetração por fabricantes/fornecedores, enquanto parte
líquidos e gases, ignição, elétrica, interessada determinante no processo de
comportamento de costuras / fechos / seleção dos EPI.
junções destacáveis;
• termorregulação e calor por contacto;
• variação dimensional;
• respirabilidade;
• características de alta visibilidade;
• cores;
• outros requisitos associados ao material e
aos acessórios.

Relativamente ao tipo de material, vários


avanços têm ocorrido nas últimas décadas pelo
que atualmente várias soluções estão
disponíveis, desde as fibras naturais aos
nanomateriais (saber mais). De entre as soluções
disponíveis destaca-se os têxteis inteligentes,
sustentáveis e inovadores. Um horizonte de
grandes expectativas está em desenvolvimento
prevendo-se um grande avanço a curto/médio
prazo no que respeita à proteção individual.

28
2.4 ADEQUAÇÃO
A adequação é um dos parâmetros a considerar de equipamento de proteção, e que identificam dispositivos médicos ou outras aplicações
na seleção dos EPI que depende das condições as características que devem ser apostas no relevantes;
de utilização dos mesmos. vestuário de proteção, na embalagem e no • Informação relacionada a investigação,
Este parâmetro deve ter em consideração a: manual de instruções. testagem e ensaios de toxicidade, alérgicas,
carcinogênico, toxicidade para reprodução
• Aptidão / características do trabalhador, A norma especifica ainda a marcação e os ou mutagénicas, nos materiais e ainda
nomeadamente características pictogramas aplicáveis ao vestuário de proteção investigações ecotoxicológicas ou outras
antropométricas, deficiências físicas, e os requisitos básicos de saúde e ergonómicos ambientais.
restrições associadas à saúde ocupacional que o seu fabrico deve respeitar, em três Documentação técnica a fornecer pelo
(p.e. imunoalergologia) dos trabalhadores, categorias distintas inocuidade, conceção e fabricante relativamente aos requisitos gerais:
em articulação com o serviço de medicina conforto: • Declaração de conformidade, em como o
do trabalho; produto não contém qualquer substância
• Testagem operacional, designadamente a Inocuidade em níveis que se sabe ou se suspeita que
adequação às tarefas e às próprias O vestuário de proteção não deve afetar afetam adversamente a higiene ou saúde do
expectativas dos trabalhadores. negativamente a higiene e saúde do utilizador.
trabalhador. A degradação dos materiais
REQUISITOS ERGONÓMICOS BÁSICOS DE utilizados não pode acarretar consequências Conceção
SEGURANÇA E SAÚDE nocivas para o seu utilizador, como por exemplo A conceção do vestuário de proteção deve
a libertação de substâncias tóxicas, facilitar o seu ajuste à morfologia do
A norma NP EN ISO 13688 especifica os cancerígenas, mutagénicas, alérgicas, tóxicas ou trabalhador, assegurando a sua correta
requisitos gerais de desempenho para a outras. utilização de acordo com os movimentos e
ergonomia, inocuidade, designação de A análise deve incidir: posturas possíveis de adotar em função a
tamanhos, envelhecimento, compatibilidade e • Especificações dos materiais (verificar a atividade a desenvolver e o período previsível
indicações do vestuário de proteção e a presença de plastificadores, componentes de utilização do vestuário, tendo em conta
informação a ser fornecida pelo fabricante não-reativos, metais pesados, impurezas e os fatores ambientais, como vento, chuva, entre
juntamente com o vestuário de proteção. químicos identificativos de pigmentos e outros.
corantes); A análise deve incidir:
Esta norma apenas deve ser usada em • Dados de segurança relacionados com os • No caso de estar definido em norma
combinação com as normas aplicáveis a riscos materiais; específica, a conceção do vestuário de
específicos que estabelecem os ensaios e • Conformidade dos materiais, no caso de proteção deve assegurar que nenhuma
requisitos de proteção a cumprir por cada tipo utilização na produção de alimentos, parte do corpo fica descoberta (por

29
2.4 ADEQUAÇÃO
exemplo, uma jaqueta não deverá subir inerência à proteção que oferece, restrições
acima da cintura quando os braços estão ergonómicas significativas como por
levantados); exemplo, stress térmico, desconforto
• Quando aplicável, devem ser usados ergonómico, etc., deve ser acompanhado de
equipamentos para formar um conjunto de conselhos ou avisos específicos de acordo,
proteção total, garantindo-se a sua com as aplicações a que se destina.
compatibilidade; Documentação técnica a fornecer pelo
• O fabricante deve demonstrar através dos fabricante relativamente aos requisitos gerais:
ensaios realizados que é garantida a • Conselhos ou avisos específicos no caso de
proteção em zonas de interface, por vestuário de proteção que imponha
exemplo, nas mangas para as luvas, calças incapacidades ergonómicas significantes.
para o calçado e capuz e combinações
respiratórias; Os princípios ergonómicos gerais a utilizar na
• Resistência mecânica mínima do vestuário. conceção e especificação de equipamentos de
proteção individual, encontram-se estabelecidos
Conforto na EN 13921:2007.
O EPI deve providenciar o maior conforto
possível ao trabalhador na execução das suas
tarefas, permitindo movimentos livres e CONSULTA AOS TRABALHADORES
confortáveis ao trabalhador, compatíveis com o Após testagem operacional das opções
nível de proteção garantido as condições selecionadas após prospeção de mercado,
ambientais e a intensidade de uso deverá ser equacionada uma consulta aos
(duração x frequência). trabalhadores no sentido de ser efetuada a
A análise deve incidir: seleção do EPI que melhor satisfaça os requisitos
O vestuário de proteção não deve: e necessidades dos mesmos.
• ter superfícies ásperas, afiadas ou duras, que
possam provocar irritação ou magoar o
trabalhador;
• ser muito justo, folgado e/ou pesado que
interfira com os movimentos;
• o vestuário de proteção que imponha por

30
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Os requisitos sobre os quais o presente guia dos navios de pesca; EN 943-1:2015 + A1:2019 - Vestuário de protec-
assenta tem por base as nomas e legislação ção contra produtos químicos perigosos sólidos,
publicadas até à data da edição: Lei n.º 102/2009 de 10 de setembro - Regime líquidos e gasosos, incluindo aerossóis líquidos e
jurídico da promoção da segurança e saúde no sólidos - Parte 1: requisitos de desempenho para
3.1 Diretivas/Regulamentos trabalho (Atenção: tem várias alterações; fatos protectores químicos tipo 1 ( à prova de
gás);
REGULAMENTO (UE) 2016/425 Decreto-Lei n.º 118/2019 de 21 de agosto -
relativo aos equipamentos de proteção individu- Assegura a execução na ordem jurídica interna NP EN 943-2 - Vestuário de protecção contra
al e que revoga a Diretiva 89/686/CEE do Conse- das obrigações decorrentes do Regulamento produtos químicos perigosos sólidos, líquidos e
lho; (UE) 2016/425, relativo aos equipamentos de gasosos, incluindo aerossóis líquidos e sólidos -
proteção individual; Parte 1: requisitos de desempenho para fatos
Directiva Europeia 2000/54/CE protectores químicos tipo 1 ( à prova de gás)
relativa à protecção dos trabalhadores contra Portaria n.º 208/2021 de 15 de outubro - Proce- para equipas de emergência (EE);
riscos ligados à exposição a agentes biológicos de à primeira alteração da Portaria n.º 988/93, de
durante o trabalho; 6 de outubro, transpondo para a ordem jurídica EN 14605:2005 + A1 2009 - Vestuário de prote-
interna a Diretiva (UE) 2019/1832 da Comissão, çãocontra produtos quimicos líquidos - Requisi-
Directiva 90/679/CEE de 24 de outubro de 2019, que altera os anexos tos relativos ao vestuário cujos elementos de
Relativa à protecção dos trabalhadores contra os I, II e III da Diretiva 89/656/CEE do Conselho no ligação são estanques a liquidos (tipo 3) ou a
riscos ligados à exposição a agentes biológicos que se refere a adaptações estritamente técni- pulverizações (Tipo 4), incluindo os artigos de
durante o trabalho (sétima directiva especial na cas. vestuário que protegem somente certas partes
acepção do nº 1 do artigo 16º da Directiva 89/ do corpo (Tipos PB [3] e PB [4]);
391 /CEE). 3.3 Normas
NP EN 510:2020 - Especificação de vestuário de
3.2 Legislação Nacional As normas em baixo podem ser adquiridas na proteção para utilização quando existe risco de
Loja das Normas do IPQ: entrelaçamento com partes em movimento;
Lei n.º 3/2014 de 28 de janeiro - Procede à
segunda alteração à Lei n.º 102/2009, de 10 de NP EN ISO 13688:2015 - Vestuário de proteção. NP EN ISO 13998:2006 - Vestuário de proteção -
setembro, que aprova o regime jurídico da Requisitos gerais; Aventais, calças e coletes de proteção contra
promoção da segurança e saúde no trabalho, e à cortes e golpes por facas manuais (ISO
segunda alteração ao Decreto-Lei n.º 116/97, de NP ISSO 45001:2019 - Sistemas de gestão da 13998:2003);
12 de maio, que transpõe para a ordem jurídica segurança e Saúde no trabalho - Requisitos e
interna a Diretiva n.º 93/103/CE, do Conselho, de orientação para a sua utilização; NP EN ISO 13997:2001 - Vestuário de proteção -
23 de novembro, relativa às prescrições mínimas propriedades mecânicas - Determinação da
de segurança e de saúde no trabalho a bordo resistencia ao corte por objectos afiados (ISO
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3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
13997:1999); NP EN 1073-1:2016 + A1 2019 - Vestuário de NP EN ISO 20471:2015 + A1:2019 - Vestuário de
proteção contra particulas sólidas em suspensão alta visibilidade - Métodos de ensaio e requisitos
NP EN 381 - Vestuário de proteção para utiliza- no ar, incluindo contaminação radioativa - Part - Emenda 1 (ISO 20471:2013/Amd 1:2016);
dores de moto-serras manuais (Atenção: existem 1: Requisitos e métodos de ensaio para vestuário
várias partes); de proteção ventilado por uma linha de ar NP EN ISO 20471:2015 - Vestuário de alta visibili-
comprimido, protegendo o corpo e as vias dade - Métodos de ensaio e requisitos (ISO
NP EN 1149 - Vestuário de proteção - Proprieda- respiratórias; 20471:2013);
des eletrostáticas (Atenção: existem várias
partes); NP EN 1073-2:2004 - Vestuário de proteção NP EN 14126:2006 - Vestuário de proteção -
contra contaminação radioativa - Part 2: Requi- Requisitos de desempenho e métodos de ensaio
NP EN ISO 11612:2016 - Vestuário de proteção - sitos e métodos de ensaio para vestuário de para vestúuário de proteção contra agentes
Vestuário para proteger contra o calor e a chama proteção não ventilado contra a contaminação infecciosos;
- Requisitos mínimos de desempenho (ISO por partículas radioativas;
11612:2015); EN 13921:2007 - Equipamento de protecção
NP EN 342:2019 - Vestuário de proteção - Con- individual - princípios ergonómicos.
EN 61482 - Vestuário de proteção para proteção juntos e peças de vestuário para proteção contra
de arco elétrico (Atenção: várias partes); o frio;

EN 14404:2004 + A1:2010 - Equipamento de NP EN 14058:2019 - Vestuário de proteção -


protecção pessoal - protectores de joelhos para Vestuário para proteção contra ambientes frios;
trabalhos nessa posição;
NP EN ISO 11611:2015 - Vestuário de proteção
EN ISO 340:2013 - Cintos de transporte - Caracte- para utilização durante a soldadura e processos
rísticas de inflamabilidade à escala laboratorial - associados (ISO 11611:2015);
Requisitos e método de ensaio (ISO 340:2013);
NP EN ISO 11612:2015 - Vestuário de proteção -
EN 863:1995 - Vestuário de protecção, incluindo vestuário para proteger contra o calor e a chama
protecção de mãos e braços e coletes de salva- - Requisitos mínimos de desempenho (ISO
ção; 11612:2015);

NP ISO 7000:2007 - Símbolos gráficos para uso NP EN 343:2019 - Vestuário de proteção - Prote-
em equipamento - Índices e sinopse; ção contra a chuva;

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