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Texto 1:
Bandeira LGBTQIA+
O primeiro passo para compreender melhor é esquecer os rótulos! Não
existem pessoas iguais, assim com LGBTs também não são iguais!
Uma dúvida constante é sobre os termos utilizados, como cisgênero,
orientação ou opção sexual, e se gênero e orientação sexual são a mesma
coisa.
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Vamos lá!
É uma pessoa que se identifica com o sexo biológico que nasceu. Se você nasceu com o sexo
biológico feminino (ou seja: nasceu com uma genitália feminina) e se sente e se identifica
como uma mulher, você é uma mulher cisgênero.
O oposto disso é caracterizado como transgênero, que é uma expressão “guarda-chuva” para
as características que englobam as pessoas que não se identificam com o sexo biológico
ao qual nasceram. Para dar espaço e visibilidade a todas as características desse espectro,
iremos detalhar o assunto no momento de falar da letra T da sigla. É importante lembrar
que tanto uma mulher cisgênero quanto uma mulher transgênero devem ser tratadas
como mulheres que são. O mesmo acontece no caso dos homens. Um outro ponto sobre a
cisgeneridade é: uma pessoa homossexual deixa de ser cisgênero?
Não! A construção de gênero não tem relação com a orientação sexual do indivíduo. Um
homem cisgênero pode ser um homem gay, assim como uma mulher transgênero pode
ser uma lésbica.
• Roupas, cores e objetos não possuem definição de gênero, logo, não são elas que de-
finem se uma pessoa é masculina ou feminina.
• Se tenho dúvidas sobre a orientação sexual de uma pessoa, posso perguntar, certo?
Não! Imagine, alguém que não o conhece perguntando detalhes íntimos da sua vida.
Um pouco chato, não?
• Porém, se você estiver atendendo ou tratando com alguém e surgir dúvidas sobre o
gênero dessa pessoa, você pode ser gentil e perguntar: Por qual pronome posso lhe
tratar? Essa pessoa irá responder como gostaria de ser tratada.
O mais importante é ter empatia e respeito. Essas definições não dependem de você,
dependem do outro! Sendo assim, não cabe julgamento ou especulação. O respeito vem
de deixar o outro ser quem ele é!
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Texto 2:
A letra G na sigla significa Gay. Representa os homens que se identificam como homens e
sentem atração amorosa e sexual por outros homens. Talvez a mais conhecida da sigla e a
que carrega seus estigmas. Ser gay sempre foi um tabu em uma sociedade estruturalmente
machista, em que qualquer comportamento considerado feminino é colocado em negação e
desmerecido. Por isso, os homens homossexuais passaram muito tempo sofrendo represálias
severas da sociedade. Hoje, há uma mudança nesse comportamento, caracterizado como
aceitação, desde que esses homens não apresentem características “femininas demais”,
o que é um erro, pois, ambos merecem respeito.
Há um problema com o excesso de feminilidade?
Não há problema algum com o excesso de feminilidade que alguns gays expressam em
seu comportamento, os “afeminados”, como são chamados, sofrem mais por terem esses
comportamentos.
Mas se um homem é considerado muito feminino, ele quer fazer a transição e se tornar
uma mulher? Precisamente, não! É apenas como ele decide expressar a sua essência
e individualidade. Por exemplo, existem homens heterossexuais e considerados mais
“afeminados” porque, como falamos, a expressão de gênero não tem relação com a
orientação sexual. Inclusive, homens heterossexuais que optam por se expressar de maneira
mais “afeminada”, como deixar o cabelo comprido, usar saia, pintar a unha, tendem a ser
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muito questionados quanto à sua orientação sexual. A nossa sociedade ainda entende que
quanto maior as características consideradas femininas, menos heterossexual o homem é.
E vale deixar claro que o termo correto é orientação sexual e não opção sexual.
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Texto 3:
O B é de que?
A letra B na sigla significa Bissexual. São homens e mulheres que têm preferência por
ambos os gêneros e sexos. É legal falar aqui que, nesse caso, pode ocorrer envolvimento
afetivo e atração sexual de maneiras distintas. Ou seja, uma mulher bissexual pode ser
atraída sexualmente por ambos os gêneros (masculino ou feminino), mas ter envolvimento
romântico maior com mulheres. Esse fato não a torna lésbica.
Acredita-se que bissexuais são pessoas indecisas, ou até mesmo que são pessoas com
medo de se assumirem. A verdade é que isso até pode acontecer, mas eles existem, sim.
A crença da bissexualidade ser uma fase ou uma passagem vem de um pensamento muito
específico, em que há apenas um lado e não é possível transitar pelos dois, e pelo conceito
que relações românticas e sexuais são uma só, pois há bissexuais que têm relações sexuais
com ambos os sexos, mas sentem amor romântico apenas por um, ou o contrário. Por isso,
a definição de bissexual se mantém independente do relacionamento em que ele esteja.
Como diz a ilustração ao lado.
É importante não deslegitimar os bissexuais por terem uma sexualidade que pode ser
considerada fluida. O fato de acontecer uma transição dos gêneros com os quais se
relacionam não significa indecisão.
Essa é apenas mais uma nuance da individualidade e também merece respeito.
• Bandeira Bissexual: a faixa de cor-de-rosa, que representa a atração sexual pelo mes-
mo sexo; a faixa azul, que representa a atração pelo sexo oposto; e a lavanda, que
representa a atração por ambos os sexos.
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Texto 4:
O guarda-chuva da letra T:
No começo desta nossa jornada, explicamos que teríamos um momento dedicado à letra
T da sigla. Este momento chegou. Vamos lá?
A letra T está relacionada à pessoas transgênero. É importante entender que essas
definições ainda passam por revisões dentro do movimento transgênero, e, antes de
rotularmos definitivamente alguém, deixar se apresentar é a melhor opção. Pratique essa
educação na hora de ouvir o outro.
Transgênero são pessoas que não se identificam com o sexo biológico ao qual nasceram ou
com nenhum gênero. O termo é utilizado para abordar as pessoas de identidades diferentes
das que temos como “comuns”.
Transexuais são as pessoas que também não se sentem identificadas pelo sexo de seu
nascimento, e, nesse caso, optam por fazer mudanças em sua estrutura corporal, para
se sentirem identificadas no corpo que habitam. Vale sempre lembrar que a cirurgia de
redesignação de sexo não é um fator determinante para como a pessoa se identifica.
Travesti é um termo utilizado na América Latina e ainda causa divergência. Mas, para grande
parte da comunidade LGBT, a travesti, ainda que invista em roupas e hormônios femininos,
tal qual as mulheres transexuais, não sente desconforto com sua genitália e, de maneira
geral, não tem a necessidade de fazer a cirurgia de redesignação sexual.
Dentro dessas definições, como supracitado, a palavra que mais vale é o respeito, e o não
julgamento.
Do mesmo jeito que você trata uma pessoa cisgênero! Não faça perguntas sobre a intimidade,
sem ter liberdade para isso. Uma pessoa trans não é um oráculo de respostas para as suas
curiosidades. Por isso, não faça perguntas do tipo: “Qual era o seu nome antes?” ou “Como
você era antes de mudar? Tem foto?”. Trate a pessoa como ela se apresenta a você. Quando
tiver alguma dúvida de como a pessoa gostaria de ser chamada, seja educado e pergunte.
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Identidade de gênero e orientação sexual
São duas coisas diferentes, falamos sobre isso no começo, mas é bom reforçar. A
identidade de gênero é como você se identifica. Ex.: como homem, mulher ou não binário,
independentemente de ser cis ou trans. Já a orientação sexual é sobre o amor, sobre atração.
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Texto 5:
Chegamos na reta final do nosso conteúdo especial sobre a sigla LGBTQIA+, e felizes com
as comemorações que aconteceram no dia 28 de junho, em nome do Dia Internacional do
Orgulho LGBTQIA+.
Importante falar nesta oficina sobre a importância desse dia, que existe não apenas
para ser celebrado, mas relembrar os problemas que o movimento enfrenta e levantar os
motivos da sua existência. É preciso existir para resistir, mas ainda é importante existir
para defender a existência de todos.
Como parte final, trouxemos uma breve definição das últimas três letras da sigla e sobre
o que significa o +, veja:
O termo Queer:
Sobre a letra I:
É uma variação de características sexuais que incluem cromossomos ou órgãos genitais que
não permitem que a pessoa seja distintamente identificada como masculino ou feminino.
Nesse processo não há intervenção médica.
Letra A:
E o MAIS (+)?
• Pessoas agênero não possuem gênero, ou ao menos se sentem mais ou menos con-
templadas por essa definição, ou pessoas pan sentem atração por todos os gêneros
e orientação sexual.
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Glossário: