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1- Gay versus Sexo:

Posso imaginar que você gay já passou e ainda


passa por muitas dúvidas sobre o sexo e que, por
isso, você sofre com ansiedade sexual em algum
nível. Ao longo desse ebook, conversaremos um
pouco sobre essa definição mas o ponto inicial que
eu tenho percebido tanto pelos relatos das redes
sociais quanto pelos atendimentos no consultório,
é que o prazer sexual é sentido por muitos de nós
LGBT+ como uma sensação inalcançável, e isso
muitas vezes nos leva a acreditar que as relações
estão contra nós.

A grande revelação que quero que você tenha


durante essa leitura é justamente o fato do prazer
não ser um lugar distante e que não precisamos
correr para alcançá-lo. Ele é um conjunto de fatores
que você mesmo pode manusear. O orgasmo e a
satisfação são físicos, claro, mas também são
psicológicos. As suas crenças, os seus sentimentos,
suas emoções, o contexto, entre outros, são
variáveis que vão definir o seu comportamento
sexual.
O problema é que a educação sexual no Brasil é
extremamente falha, para não dizer inexistente,
pois menos de 20% das escolas públicas brasileiras
têm educação sexual ampla e contínua no Ensino
Fundamental. Imagina para nós gays? E devido a
essa ineficiência da educação sexual, sabe onde
aprendemos sobre sexo e o nosso corpo? Na
pornografia.

Sempre falo em minhas redes sociais que os vídeos


adultos acabam sendo nossa “escola”, por bem ou
por mal, e que as consequências de ter somente
essa referência pode prejudicar muito nosso
desenvolvimento pessoal e a percepção que temos
sobre nossos gostos, corpos e relações. Tudo isso
somado ao fato do processo de se entender LGBT+
não ser fácil, implica em uma baixa autoestima na
vida adulta, o que inevitavelmente gera efeitos
negativos nas suas relações sexuais.

E de repente, ouvimos que se queremos sentir


prazer sexual, temos que entender se somos ativos,
passivos, gouines, versáteis. O que gostamos de
fazer na cama?
Qual padrão de homem estamos procurando?
Como podemos nos preparar para ter um bom
sexo? A chuca é obrigatória? Preciso usar
aplicativos? Sem contar a culpa e o remorso que
boa parte dos homossexuais sentem por terem
prazer em um ato que culturalmente é visto como
pecaminoso.

Mas todos esses problemas podem ser resolvidos e


para isso estou aqui. Este ebook tem o objetivo de
te induzir a refletir sobre si mesmo sem medo. A
maioria das pessoas que chegam até mim não tem
acesso às informações que disponibilizo aqui e nem
sabem reconhecer quais são os próprios problemas
sexuais. Se não entendemos no que precisamos
intervir, como vamos melhorar? Mas não se
preocupe, vamos agora começar a organizar todos
esses pontos citados acima. Cada capítulo vai falar
sobre questões comuns que homens gays
enfrentam desde a adolescência, até o momento
do sexo.

Aqui você vai encontrar a informação que sempre


foi negada a você. Vamos embarcar nessa juntos?
2- Cultura do Grindr e Pornografia

Quero começar a nossa reflexão falando da cultura


sexual do ''meio gay''. Vivemos imersos nela desde
que nos entendemos como homossexuais, ou até
mesmo antes.

O meu objetivo não é atacar diretamente as


pessoas envolvidas nas produções e nos públicos
dos vídeos adultos, ou o Grindr e seus usuários. O
que eu quero é que você esteja consciente sobre
como eles impactam na sua percepção de sexo e
no seu prazer sexual.

O pornô, normalmente, se inicia na vida do homem


gay como curiosidade. Há grandes chances de você
se identificar com esse padrão de comportamento.
Acessar ao Xvideos e similares, com o intuito de
entender como funciona o sexo, confirmar nossos
gostos, praticar a masturbação e aprender a
transar. De fato, como muitos de nós vivemos no
armário até a fase adulta, esses vídeos são a única
forma de aprendizagem e de contato com a nossa
sexualidade e o prazer.
No entanto, se colocarmos uma lupa nesse
comportamento e buscamos compreender melhor
como acessamos esses conteúdos, percebemos
que é sempre um momento secreto, um ato
escondido culposo que acontece de noite, longe de
todas as outras pessoas. Gera adrenalina e
dopamina, neurotransmissores que reforçam o
comportamento gerando prazer. Para uma criança
ou pré-adolescente essa sensação pode ser incrível!

Acontece que quem acessa buscando informação e


conhecimento da prática, aprende um sexo vazio
de sentido, sem prazer, muitas vezes falso e com
forte objetificação dos corpos envolvidos. Homens
musculosos ou muito magros, dominadores e
dominados, fetiches diversos, sexualização de
situações normais do cotidiano, incestos, pessoas
com pênis enormes...

Imagine o cérebro de um adolescente absorvendo


tudo isso, cérebro esse que ainda está em processo
de desenvolvimento. Como sua personalidade
ainda está em formação, as referências de sexo,
corpo, prazer e do que é ser gay serão baseadas
nesses pontos. Então, o adolescente tentará se
adequar a essa cultura e sentirá que tudo que foge
disso é ruim e insuficiente.
Como consequência, serão criadas crenças fortes
que acabam afetando o seu desenvolvimento
emocional e que farão a comunidade julgar os seus
semelhantes utilizando essa régua da pornografia.

O resultado são pessoas com uma percepção


limitada do que é sexo, já que vídeos adultos são
produzidos com o intuito apenas de causar uma
percepção visual atrativa. Os atores são
selecionados de acordo com o padrão de beleza do
mercado. Os fetiches expostos são os que geram
altos índices de dopamina (neurotransmissor
responsável por prever um comportamento
prazeroso e fixar esse hábito dentro da nossa
rotina). Com altos índices de dopamina, precisamos
consumir cada vez mais vídeos, com fetiches cada
vez mais diferentes.

Como resultado desse processo, temos pessoas de


trinta anos que não conhecem o próprio corpo,
imitam vídeos adultos, sofrem constantemente de
ansiedade sexual que é uma condição vivenciada
pela maioria das pessoas em algum ponto de suas
vidas, afinal, é perfeitamente normal sentir-se
apreensivo antes de uma nova experiência sexual.
No entanto, muitas pessoas se preocupam mais
com a performance do que com as sensações.
Outro resultado é a masturbação ser percebida
negativamente e quase sempre associada com
culpa e anonimato, justamente porque nos
primeiros anos da prática, ela foi associada com a
pornografia.
Agora que você entendeu um pouco sobre o efeito
dos conteúdos adultos na nossa vida, já podemos
falar sobre a cultura Grindr.

Não quero culpar o aplicativo. Na verdade,


interpreto os aplicativos e suas dinâmicas como
sintomas da influência da pornografia em nossas
vidas. Mas gosto de denominar justamente essas
dinâmicas como “cultura do Grindr” quando
transferimos atitudes que temos nessa rede social
para nosso comportamento, já que dentro do
aplicativo, percebemos quase todos os elementos
dos comportamentos sexuais no “meio gay”.

Para começar, a “vitrine” na qual nossas fotos ficam


expostas e para qual olhamos quando buscamos
um parceiro, costuma afetar negativamente a nossa
autoestima. Perceba como o anonimato e a culpa
estão fortemente presentes na nossa prática sexual
assim como a maioria das fotos do aplicativo são de
corpos sem rosto, muitas vezes sendo até de
homens gays não assumidos e casados com
mulheres pedindo por sigilo.
Além disso, as informações que cada perfil pode
disponibilizar, como a posição sexual, costumam
limitar os usuários a conhecerem pessoas que têm
a mesma posição sexual. Parece um jogo. Também
existe espaço para inserir informações sobre peso,
altura e tribo. No lugar do nome, os homens
costumam colocar a posição sexual, a classificação
do próprio corpo ou seus fetiches. É comum a
supervalorização de corpos padrões,
heteronormativos e com pênis cujo tamanho é
considerado acima da média. Tudo sempre
converge para o sexo. Consegue observar
semelhanças com os vídeos adultos?

As conversas? Padronizadas.

“Eae, tem nudes?”


“Onde você mora?”
“Procura o quê?”

Um roteiro. Sem nenhuma curiosidade profunda,


descoberta e individualidade.

E assim sendo, como a dinâmica do aplicativo


normaliza e prioriza o ato de avaliar, analisar e
julgar o corpo alheio o tempo todo, quem está
passando por um período de baixa autoestima fica
mais vulnerável aos impactos negativos.
3- Ativo x passivo:

Acredito que você já esteja conseguindo entender a


lógica da cultura, como viemos parar aqui e como
isso tudo está afetando o seu prazer.

Quando falamos sobre sexo HSM, ou seja, entre


homens, e suas dificuldades, é obrigatório refletir
sobre as posições sexuais. Quando toco nesse
assunto, as pessoas costumam ficar nervosas. Mas
eu entendo que isso acontece porque é à partir das
posições sexuais que os gays assumem o seu ser
gay, e definem como vão se portar, os fetiches que
vão ter, as partes do corpo que vão descobrir e até
mesmo com quem vão se relacionar.

Vou te explicar melhor cada um desses tópicos. Eles


são fundamentais para aumentar as possibilidades
sexuais e desbloquear o seu prazer.

Bom, como já mencionei, você aprendeu a transar


com o pornô e foi estimulado pela cultura do
Grindr. Enfrentou na adolescência perguntas como:
que tipo de gay devo ser? Em qual tribo eu me
encaixo? A que grupo meu corpo pertence? Vou ser
machão ou afeminado?
Transformamos tudo em uma escolha, cada
característica se transforma em um nicho e grupo
social. Se você tiver pelos e não for magro, pertence
aos “ursos” ou se for musculoso, ao grupo barbie.

Claro que no sexo não vai ser diferente. Ativo ou


passivo? Gosta dos dois? Isso não existe. Gouine?
Nem é sexo.

É isso que o senso comum pensa, e talvez até você.


Mas o que quero que entenda é que essas são
crenças limitantes. As pessoas costumam ficar com
raiva quando toco nesse assunto, afinal, estou
questionando a base de conhecimento sexual
delas.

Também existem problemas de interpretação.


Quando falo para as pessoas não se prenderem
nas posições ativo e passivo, entendem que eu
estou falando para serem versáteis. Eu jamais
incentivaria ter uma prática sexual que você não
gosta.

O que eu quero dizer é que a penetração não é a


vilã e que as posições realmente existem. Porém, te
aconselho a associar as posições com seu
comportamento fora da cama ou em outros atos
dentro do sexo.
O ativo não precisa ser o machão e o passivo não
precisa ser afeminado. O seu comportamento não
deve e, na verdade nem pode, ser definido somente
por uma posição sexual. Quem somos, o que
gostamos e como agimos, é construído por
centenas de influências e elementos ligados à
nossa história de vida.

Se você não se sente confortável com a penetração


e sexo se tornou sinônimo de sofrimento,
justamente porque ser ativo e passivo não fazem
sentido, comece a pensar além desses conceitos.
Existem diversas práticas sexuais que podem
causar prazer. Seu corpo está cheio de zonas
erógenas. Popularmente, essa prática é chamada
de gouine. Explico um pouco mais sobre esse
assunto no meu streaming Academia do Prazer.

Também gostaria de falar daquelas pessoas que


seguem o roteiro sexual do pornô. Você, ativo que
age de maneira extremamente tóxica e não se
preocupa com o prazer do outro, repense se isso
realmente faz sentido. E você, que curte a
penetração, mas está passando por questões como
ejaculação precoce, problemas de ereção, entre
outros, entenda que a prática sexual diversa e o
autoconhecimento permitem que você se beneficie
do sexo sem penetração, para recuperar a
segurança.
4- Preparação para o sexo

Sei o quanto pode ser difícil os momentos que


antecedem o sexo. Nervosismo, medo, tensão e
expectativa se misturam e geram pensamentos
bons, ruins e até mesmo catastróficos. Por isso, é
tão importante se preocupar em ter uma boa
preparação, ela pode te deixar mais confortável e
seguro. Quando eu falo sobre se preparar, não é
necessariamente sobre fazer a chuca não, é bem
mais do que isso.

Vou dividir esse tópico em passos, para facilitar a


compreensão.

1.Marcando o date: é importante entender as


circunstâncias. Como o encontro foi marcado?
Perceber e refletir sobre como rolou os primeiros
passos e o que disseram sobre o assunto é sempre
importante e pode ser, inclusive, um spoiler do que
pode rolar.

É essencial tratar pessoa como pessoa. Falo isso


porque em aplicativos, como vimos anteriormente,
acabamos focando mais no corpo e no que a
pessoa pode te proporcionar, do que nela em si.
Não estou falando para você ter conversas
profundas antes de transar, apenas para ser
respeitoso.
Perguntar o nome, o que ela faz e tentar achar a
pessoa em outras redes, não só vai ajudar a criar a
mínima conexão e intimidade, que vai te deixar
mais confortável, mas também por questões de
segurança.

Tudo isso vale para quem já está em uma relação.


Você tornou o sexo parte da rotina? Sente que um
dos envolvidos está muito mais afim do que o
outro? Bom, reveja. O sexo deve acontecer de
maneira mais espontânea que vocês conseguirem.

2.Preparando o corpo: deixar o corpo mais


relaxado facilita a sensação de prazer e a
consciência corporal. E como você faz isso? Um
passo é tomar banhos mais conscientes. Já que
estamos sempre no automático, temos um
momento de conexão com o corpo. É possível
desenvolver essa consciência com a masturbação.
Mas esse papo é profundo e podemos falar em
outra ocasião. Na Academia do Prazer tenho um
vídeo sobre o assunto, é bem mais complexo do
que você imagina...

Outra dica é o exercício de relaxamento muscular.


De pé, com os joelhos levemente dobrados, faça a
maior força que conseguir para contrair todos os
músculos do seu corpo.
Permaneça assim por cerca de 10 segundos. Repita.
Ao finalizar, você se sentirá mais relaxado e com os
músculos menos rígidos. De nada!

3.Estímulo para aqueles que sofrem com a


ejaculação prolongada: é interessante evitar a
masturbação no dia, para que o corpo e o pênis
fiquem mais sensíveis. Já aqueles que são precoces,
recomendo o contrário, para deixar menos sensível.
Não é nada obrigatório e não vai resolver o
problema, mas pode ajudar em algumas ocasiões.

4.Higiene: Só quero ressaltar a necessidade de se


limpar antes do sexo. Vai te dar mais relaxado,
seguro e faz bem para a saúde. Não aceite ninguém
que não se cuide, por favor. Ah, e nada de passar
perfume nas partes íntimas e nem depilar logo
antes. Os motivos são óbvios, né?

5.Entrando no clima: se ainda assim você se sentir


muito nervoso e inseguro, use brinquedos de sex
shop. Não precisa se masturbar e ejacular, pode
somente ir se preparando para ficar mais seguro no
clima. Exemplo: inserir um vibrador para deixar
mais relaxado, utilizar toys que simulam a
penetração e por aí vai. Aproveite o momento para
ser criativo.
6.Técnica para todo momento: se o sexo for um ato
que te deixa muito nervoso, eu recomendo a
psicoterapia. Mas vou ensinar uma técnica que
trabalho com meus pacientes em qualquer
momento que a ansiedade bater de forma mais
intensa:

Primeiro, olhe para seu corpo. Segundo, faça uma


respiração lenta e completa, onde você enche o
pulmão de ar e solta pela boca. Repita 3 vezes.
Depois, tente nomear na sua cabeça o que você
está sentindo. Angústia, medo, insegurança?
Identifique e pense ''O que pode acontecer de pior?
E se acontecer, o que eu posso fazer? Ir para a
casa? Tentar uma nova posição?''. Basicamente,
racionalize os seus sentimentos.

Outra preparação que eu não falei nesse capítulo,


mas vou comentar no próximo tópico é sobre a
famosa chuca!

5- Chuca

A chuca nada mais é do que a limpeza do reto. É


um grande tabu do sexo entre homens, poucas
pessoas falam sobre o assunto de maneira
educativa e eficiente.
Pela falta de informação tanto por parte dos
profissionais de saúde quanto das pessoas em
geral, a limpeza é feita de maneira extremamente
prejudicial à saúde física, causando medo e até
mesmo ansiedade. Um momento que deveria ser
leve e prazeroso, se torna tenso.

O passivo se sente inseguro e fragilizado com medo


de “passar o cheque”, gíria que usamos para
denominar o momento em que a pessoa que está
sendo penetrada defeca involuntariamente no
parceiro que está penetrando. Isso não deveria ser
motivo de preocupação por dois motivos:

O primeiro é que todo mundo defeca. O corpo de


quem vai ser o passivo é o mesmo do ativo. Você
deve estar mais limpo do que ele, o que já te deixa
em vantagem e tira o direito do outro de reclamar.
Ele sabe onde está mexendo. Isso faz parte do ser
humano. Pode não ser uma situação agradável
para os envolvidos, mas não é nada de outro
mundo. Pense da seguinte forma: é um problema
para o qual existe uma fácil solução.

O segundo motivo é que a penetração acontece no


reto.
As fezes permanecem nessa região quando estão
prontas para serem eliminadas, naquele momento
que você sente que precisa ir ao banheiro. Do
contrário, elas estão ali no colo de Sigmund, depois
da curva, como você pode ver na imagem.

Por isso, não deixe de comer no dia e nem tome


remédios que prendam o intestino. A lógica é
totalmente contrária. Tenha uma alimentação com
fibras para que seu intestino fique regulado.

Bom, mas eu imagino que você queira saber como


fazer a limpeza da maneira mais adequada possível
e eu vou te falar.
Instrumento: para uma chuca segura, opte por
utilizar a ducha portátil. Ela foi feita para o
procedimento e pode ser encontrada em
farmácias e sex shops. Existem em diversos
tamanhos, a de 350ml tem o tamanho ideal
para armazenar a quantidade de água
necessária para o procedimento. A vantagem é
que ela é reutilizável. Como opção também
pode ser usada a ducha higiênica. Mas é
perigosa pois pode machucar o ânus, além de
ser anti-higiênico. Então, caso seja sua única
opção, lave bem antes e depois. Não utilize
garrafas ou quaisquer outros instrumentos
além desses que mencionei.

Quantidade: o senso comum entre médicos nos


diz que 350ml é a quantidade ideal, mas
sabemos que depende do seu corpo e
alimentação. Em suas primeiras tentativas,
recomendo que se baseie nessa quantidade e
analise até tirar suas próprias conclusões. Para
ter esse controle, utilize a ducha portátil.

Método: Não tem segredo. Se incline em cima


do vaso, coloque a ducha a dois centímetros do
ânus e coloque a água. Segure por cinco
segundos e coloque tudo para fora. Repita até a
água sair limpa. Em seguida tome banho,
espere dez minutos e volte ao vaso.
Confira se não tem resto de água no seu reto,
fazendo um pouquinho de força nessa região,
como se fosse defecar.

Duração: Quanto tempo a chuca vai durar? Não


conseguimos prever. Pode demorar de duas
horas até doze horas. Com o tempo você vai
entender como funciona essa parte do corpo.

Testando a chuca, uma dica que eu sempre dou


é: depois de fazer o procedimento, com um
lubrificante, coloque um dildo ou vibrador em
você e veja se ao sair, ele sai limpo.

Pode ter certeza que com esse passo a passo, você


ficará muito mais tranquilo na hora do sexo. E
sujou? Tomem banho e continuem com outras
práticas sexuais. Evite parar, isso vai te deixar com
uma impressão ruim do sexo.

6- Na hora do sexo
O momento chegou! E agora, como você deve agir?
A real é que eu não posso postar passo a passo
aqui. Isso porque eu não quero que ninguém fique
preso em roteiros e dicas enumeradas, isso só vai
deixar ainda mais nervoso.
Quanto menos barreiras você impuser entre
você e o sexo, mais fácil será. Traduzindo:
quanto menos burocracia melhor. Se tem um
comportamento que eu percebi com meus
pacientes é que a maioria deles tentam parecer
super incríveis e querem fazer acrobacias e
proporcionar orgasmos múltiplos ao parceiro. E
sabe o que normalmente acontece quando você
transa pensando dessa maneira? Não tem
prazer, não mantém ereção e fica tenso.

Entenda que você só precisa fazer o básico:


estar no momento de corpo e alma, e o que
mais causar prazer ao outro e em você mesmo.
Se conectar com o momento presente vai fazer
você compreender o que a outra pessoa curte,
o que você está sentindo, qual posição está com
vontade de fazer, e isso sim fará o sexo será
espontâneo e gostoso.

Sua mente sabe de todos os seus desejos, o


problema é que a ansiedade te bloqueia.

Outro ponto importante que eu gostaria de


comentar é: não comece a transa pensando no
fim. O início e o platô do sexo, ou seja, aquele
momento entre o início e o fim, é muito
gostoso, mas deixa de ser quando a
preocupação está em ejacular e acabar.
7- tem muito mais

Como você percebeu, falar sobre prazer está


relacionado a nossa vida, emoções , contextos e
muito mais.

Nós gays, sofremos diversas situações difíceis que


impediram o nosso desenvolvimento por completo.
Enquanto adolescentes hetero-cis viviam sendo
felizes e descobrindo sobre seu corpo e sua
personalidade, nós estávamos escondidos. Não
desenvolvemos bem a autoestima e nem
conhecemos bem nosso próprio corpo. E isso
afetou não somente nas relações sexuais e
amorosas, mas em todas as nossas áreas da vida:
profissão, finanças, relacionamentos interpessoais,
visão de mundo e etc.

Mas quero lhe dizer que está tudo bem. Hoje você
tem a oportunidade de conseguir resignificar o
sexo, o prazer e todas as questões na sua vida. É
um processo difícil, mas saboroso.

É para isso que crio conteúdo online. Atualmente,


tenho uma plataforma chamada Academia do
Prazer, com videos sobre diversos temas para
homens gays.
O foco são nas pessoas que querem saber mais
sobre si mesmas e desenvolver diversas áreas da
vida. Tem dicas de sexo, comportamento e lives
semanais!

De qualquer maneira, espero que esse ebook tenha


causado frutos na sua mente. Sempre falo: quanto
mais conhecimento de qualidade consumimos,
melhor nos sentimos e mais evoluímos.

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