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TEXTO I
O preconceito linguístico é, segundo o professor, linguista e filólogo Marcos Bagno, todo juízo de valor negativo
(de reprovação, de repulsa ou mesmo de desrespeito) às variedades linguísticas de menor prestígio social.
Normalmente, esse prejulgamento dirige-se às variantes mais informais e ligadas às classes sociais menos favorecidas,
as quais, via de regra, têm menor acesso à educação formal ou têm acesso a um modelo educacional de qualidade
deficitária.
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
PRONOMINAIS, Oswald de Andrade.
TEXTO III
A discriminação com base no modo de falar dos indivíduos é encarada com muita naturalidade na sociedade
brasileira. Os “erros” de português cometidos por analfabetos, semianalfabetos, pobres e excluídos são criticados pela
elite, que “disputa” quem sabe mais a nossa língua. Essa é uma das constatações do linguista e professor do Instituto
de Letras (IL) da Universidade de Brasília (UnB) Marcos Bagno. Segundo o pesquisador, o conhecimento da gramática
normativa tem sido usado como um instrumento de distinção e de dominação pela população culta.
“É que, de todos os instrumentos de controle e coerção social, a linguagem talvez seja o mais complexo e sutil”, afirma.
“Para construir uma sociedade tolerante com as diferenças é preciso exigir que as diversidades nos comportamentos
linguísticos sejam respeitadas e valorizadas”, defende.
Retirado de Seminário Universidade e Preconceitos, UNB 2006.
TEXTO IV
Gramática normativa X linguagem neutra: uma batalha pelo futuro da norma culta portuguesa
O uso da linguagem neutra em sala de aula como princípio da dignidade humana ganhou reforço com a
decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que derrubou lei estadual que proibia o uso de pronomes neutros
nas escolas. Exemplo de linguagem neutra está na frase que dá início a este texto, uma tentativa de uso inclusivo
e uma demanda por igualdade.
(...) Já Marcelo Modesto, também professor do Departamento de Linguística da FFLCH, concorda com a
decisão proferida pelo STF e sustenta que a implementação dos pronomes neutros deve ter início no ambiente
escolar. Ele acredita ser apropriado um primeiro contato com a neutralidade da língua nas escolas, uma vez que
a academia deve preparar o aluno para a vida. Ele atrela a um dever escolástico mostrar a diversidade e, com
ela, trazer ao conhecimento a existência de pessoas trans e não binárias.
Retirado de jornal.usp.br
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