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ROTEIRO JOÃO E MARIA

- Personagens

Narrador: Maísa

João: Nicolas
Maria: Giovanna (Marina)
Madrasta: Thamay
Pai: Hector
Bruxa: Lilian
Capanga: Arthur

Adolescente 1: Kauan
Adolescente 2: Juliana
Anão: Antony
Moradora de Rua: Marina

Luís: Matheus
Alice: Thalita
Clara: Maria

Policial 1: Julia
Policial 2: Anna Luiza
Policial 3: Icaro

● Cena 1 - Quarto das crianças

Narrador (Maísa): Era uma vez, dois irmãos, João e Maria. Eles
viviam com seus pais numa casa simples, que não tinha luxo,
mas que tinha amor e proteção. Apesar de serem pobres, os
responsáveis se esforçavam para oferecer tecnologia aos seus
filhos. As crianças amavam jogar videogames, principalmente
Roblox.
(João e Maria estão no quarto jogando cada um em seu celular)

João (Nicolas): Vai, Maria! A gente tá quase no final! Essas


oito horas de jogo têm que valer a pena!

Maria (Giovanna): Calma, tá difícil! Espera aí, tem mais uma


pessoa nos ajudando! Você conhece essa “AninhaFofuxa1234”?

João (Nicolas): Não conheço… mas ela é muito “gente boa”...


até nos ajudou a vencer o jogo! Preciso agradecer a ela por
isso!

Maria (Giovanna): Eu também vou agradecê-la!

João digita uma mensagem: “AninhaFofuxa1234”, obrigado


por nos ajudar! Minha irmã e eu queremos jogar com você mais
vezes!

Maria digita uma mensagem:“AninhaFofuxa1234”, você é


demais! Já quero ser sua amiga!

João e Maria: Não vejo a hora de jogar de novo!

João (Nicolas): Olha! Ela falou que quer ser nossa amiga. Vou
aceitar.

(O pai das crianças entra no quarto e para na porta.)

Pai (Hector): Filhos, vamos almoçar? Tem pão quentinho e, se


quiserem, faço ovos mexidos…

(Ele chega mais perto das crianças, pois elas estavam


alienadas no celular)

Pai (Hector): O que vocês estão fazendo?


Maria (Giovanna): Estamos jogando roblox! É muito legal.

Pai (Hector): De novo esse jogo? Vocês só vivem nesse tal de


“Roblox”! Vocês têm bola, peteca, peão, corda, boneca,
carrinho…

João (Nicolas): Pai, roblox é bem mais legal do que esses


brinquedos “de velho”.

Pai (Hector): Como assim “brinquedos de velho”?

João (Nicolas): Pai, é que você já é velho, né? Olha o seu


cabelo branco!(diz debochando)

Pai (Hector): Vocês estão ficando muito abusadinhos! Chega de


roblox, minecraft e youtube por hoje. Vocês ficam conversando
com estranhos e isso é muito perigoso! São adultos malvados se
passando por crianças, não percebem? Deveria escutar mais o
pai de vocês!

(O pai pega a força o celular das crianças.)

(Crianças ficam “emburradas”)

Pai (Hector): Vamos almoçar.

(Maria e João saem de cena- junto com o pai- fazendo birra,


batendo os pés, chorando e de braços cruzados)

● Cena 2 - Sala de jantar

Narrador (Maísa): João e Maria eram muito pobres, a variedade de


alimentos que comiam era pouca e, muitas vezes, se cansavam de
sempre comer a mesma coisa.
(João e Maria não tocam na comida deles e continuam
emburrados)

Madrasta (Thamay): Ai meu Deus, Amor! Os seus filhos são muito


mal-educados. Olhe, nem tocaram na comida ainda… Não quero ver
nem uma migalha nesses pratos, ouviram, suas criancinhas
mimadas!?

Maria (Giovanna): Mas a gente está sem fome… e você nem é


nossa mãe! (chateada)

João (Nicolas): É! Você não manda na gente!

Maria (Giovanna): Pai… eu não aguento mais pão com salsicha!


Todo dia tem que comer isso… (triste)

João (Nicolas): Eu queria hambúrguer! Queria batata frita!


Queria milk shake! (diz sonhando com aquela comida)

Maria: E eu queria o meu celular! (irritada)

Pai (Hector): Vocês têm que ser mais gratos pelo o que tem! Eu
consigo pelo menos comprar algo para todos se alimentar, pode
ser pouco e repetitivo? Sim. Mas é melhor do que precisar
revirar lixo! E, quanto ao celular de vocês… só vou
devolvê-los quando vocês aprenderem a se comportar melhor…
inclusive, tratem melhor a madrasta de vocês! (diz com tom de
voz firme)

Madrasta (Thamay): Querido, eu acho melhor você vender os


celulares deles, assim a gente teria muito mais dinheiro! (Diz
com tom de voz de superioridade)

João e Maria (Nicolas e Giovanna): Não, pai, por favor não!


(falam com muita tristeza e em voz alta)

(O pai bate na mesa, estressado, e se levanta, todos ficam em


silêncio e ele se senta novamente)
Pai (Hector): Está bem… vou vender o celular deles… A nossa
situação financeira só piora, então acho que essa é a última
alternativa… Assim conseguiremos dinheiro para pagar nossas
contas. (diz entristecido)

Madrasta (Thamay): Ótima escolha, querido. (Consola o marido e


olha para as crianças com sorriso sarcástico)

(João e Maria se olham revoltados, levantam-se da mesa e vão


correndo para o quarto)

● Cena 3 - Quarto das crianças

Narrador (Maísa): João e Maria ficaram com medo de perder o


celular para sempre. Aposto que vocês não conseguiriam ficar
sem celular e os dois também não. Então, eles só têm duas
alternativas: obedecer os pais ou serem teimosos.

João (Nicolas): Mariazinha, e agora? Temos que fazer alguma


coisa!

Maria (Giovanna): E se pedíssemos ajuda para a


AninhaFofuxa1234?

João (Nicolas): Estamos sem nossos celulares.

Maria (Giovanna): Eu sei onde o papai esconde! (vai até o baú


e pega o celular dos dois)

- Tcharam!

João (Nicolas): Eba, Maria!!! (comemora) A gente não pode


perder tempo! Vamos entrar no jogo

Maria (Giovanna): Olha, a Aninha tá online agora! (começa a


digitar)
João (Nicolas): Fala pra ela que nosso pai quer vender nossos
celulares! Eu não acredito que aquela madrasta fez o pai fazer
isso… Ela não pode! Ela não manda na gente! (diz alto e bravo
enquanto a Maria digita no celular dela)

Maria (Giovanna): É verdade! Ela está colocando o pai contra a


gente! (pausa) Espere… A Aninha acabou de me responder… ela
disse que pode ajudar a gente!

João (Nicolas): Que legal! O que mais ela falou?

Maria (Giovanna): Ela disse assim: “O pai de vocês é terrível!


Vocês deveriam vir pra minha casa, aqui a gente come sorvete,
pizza, hambúrguer… e melhor ainda: eu tenho muitos robux e
posso comprá-los pra vocês também!”

João (Nicolas): Maria, a gente precisa ir nesse lugar! (diz


empolgado com o que ouviu)

Maria (Giovanna):Espera… ela acabou de mandar mais uma


mensagem: “Vamos nos encontrar hoje a noite na pracinha?”. O
que você acha disso, João? (olha para ele animada com a
proposta)

João (Nicolas): Na pracinha, Maria? Mas lá não tem nenhuma


luz… será que é seguro? (diz preocupado)

Maria (Giovanna): Tô esperando ela responder… Sim! Ela falou


que é lá é seguro. Eu confio na Aninha, ela é muito legal.

João (Nicolas): Então o que estamos esperando, vamos logo!

(João começa a correr em direção à porta, mas Maria o segura


pelo braço)

Maria (Giovanna): Seu emocionado, ela falou que nós devemos ir


somente hoje a noite! Ainda são 3 horas da tarde...
João (Nicolas): Por mim já ia logo… E que horas afinal é pra
gente ir?

Maria (Giovanna): Calma… ela falou que é melhor às 10 horas da


noite.

João (Nicolas): Vamos antes! Quanto mais cedo formos, mais


cedo comeremos hambúrguer. (diz imaginando o lanche)

Maria (Giovanna): É melhor mais tarde, porque assim o papai


não vai ver a gente. Lembra? É segredo, ele não pode saber
disso.

João (Nicolas): Você tem razão. Vamos fingir dormir, assim


eles nem vão prestar atenção na gente.

(Vão para o quarto, cobrem-se e fingem dormir. o pai passa no


quarto para falar com as crianças)

Pai (Hector): Crianç… puxa, já estão dormindo… que bom que


conseguiram esquecer do celular um pouco… vou apagar a luz…
(apaga a luz)

Narrador (Maísa): Então assim fizeram, fingiam dormir para


enganar os pais. Por incrível que pareça, deu certo. Acharam
que era apenas um cochilo da tarde, então seu pai saiu de casa
para ir trabalhar. Passaram-se horas, até chegar perto das
sete da noite. Não aguentando mais esperar, acabaram cedendo.

João (Nicolas): Maria, eu não aguento mais esperar.

(João sai debaixo das cobertas e Maria logo em seguida faz o


mesmo.)

Maria (Giovanna): Será que já podemos ir encontrar a


“AninhaFofuxa”?
(Maria pega o celular debaixo do travesseiro e começa a mandar
mensagem para ela.)

Maria (Giovanna): Eu pedi para ela me falar a data de


aniversário dela, assim saberemos se realmente é a
“AninhaFofuxa” ou é só alguem malvado.

João (Nicolas): Boa, Maria! Você pensou muito bem agora. E


quando é o aniversário dela?

Maria (Giovanna): 3 de janeiro… Enquanto ela não responde,


como iremos para o local? Lá não tem nenhuma iluminação.

João (Nicolas): E isso é problema? Não vai me dizer que tem


medo de escuro!

Maria (Giovanna): Eu não tenho medo do escuro.

João (Nicolas): Medrosa! Medrosa! Boboca! Boboca!

Maria (Giovanna): Ai tá bom, João, aquela hora era você que


estava com medo. A aninha respondeu aqui já, ela falou que se
os nossos pais não descobrirem não tem problema.

João (Nicolas): O papai e nem a madrasta chata estão em casa,


então ninguém vai descobrir.

(Maria e João levantam rápido da cama e colocam um agasalho


por cima do pijama.)

● Cena 4- A caminho da praça.

Narrador (Maísa): João e Maria saem às pressas da casa, indo


em direção a praça escura. Pelo caminho, eles se deparam com
alguns perigos, por conta do horário, desacompanhados na
escuridão.
João (Nicolas): Aqui tá bem vazio… tudo deserto…

Maria (Giovanna): Realmente…

(Dois adolescentes de capuz chegam perto das crianças.)

Adolescente 1 (Kauan): Eae, crias. Tudo beleza? Vocês querem


umas coisas daora?

Adolescente 2 (Juliana): Olha só.

(Adolescente 1 tira do bolso uma bala.)

João (Nicolas): O que essa balinha tem de legal?

Adolescente 1 (Kauan): Ela te leva pro mundo das ideias, mano.

Maria (Giovanna): Hm… não, João, vamos logo pro nosso destino.

(Maria sai puxando o João deixando os estranhos para trás,


eles saem de cena às pressas.)

Maria (Giovanna): Mundo das ideias? Mas do que ele estava


falando?

João (Nicolas): Eu não tenho ideia, acho que era coisa ruim.

(Um anão começa a se aproximar.)

Anão (Antony): Oi crianças, tudo certo? Poderiam me dar


algumas informações?

Maria (Giovanna): O que foi, anão?


Anão (Antony): Vocês poderiam me mostrar onde fica o lojão do
baixinho?

(João pega o celular para mostrar onde fica, mas o Anão


rapidamente pega o celular dele.)

Anão (Antony): Tchau, bobões!

João (Nicolas): Pega o anão! Anão me roubou!

(O anão sai de cena e João tropeça antes de alcançá-lo)

Maria (Giovanna): Meu Deus! E agora?

João (Nicolas): Agora já era! Eu não tenho mais meu celular,


eu não tenho mais a minha vida, eu não tenho mais nada! Mais
nada!

(João se joga no chão e começa a gritar de raiva e tristeza,


tudo misturado.)

João (Nicolas): Vida cruel! Vida cruel!

Maria (Giovanna): João, calma! Vai dar tudo certo agora, a


Aninha é muito rica, lembra? Ela pode até te comprar um Iphone
15 ProMax!

João (Nicolas): Verdade, deixa aquele “só metade” com um Nokia


tijolão.

Maria (Giovanna): Vamos ficar atentos a partir de agora, nada


mais vai nos atrapalhar!
(Uma moradora de rua chega perto)

Moradora de rua (Marina): Oi, criancinhas. Alguma moedinha?

João (Nicolas): Temos nada não, sai daqui.

Moradora de rua (Marina): Me ajudem! Eu só tenho dois reais,


preciso comprar algo pra comer.

João (Nicolas): Não temos nada, ja falei.

Moradora de rua (Marina): Vocês tem sim que eu sei!

(A moradora agressivamente se aproxima deles em busca de tirar


algum dinheiro.)

Maria (Giovanna): João, foge! Corre!

(Maria e João despistam rapidamente a moradora de rua, saindo


da cena)

● Cena 5 - Praça Escura

Narradora (Maísa): João e Maria conseguem fugir da moradora de


rua, assim correndo em direção ao seu destino e finalmente
chegando sem que nada mais pudesse atrapalhar. A praça estava
totalmente escura, sem nenhuma fonte de iluminação além do
flash do celular da Maria.

Maria (Giovanna): Onde será que está a “AninhaFofuxa”?

João (Nicolas): Eu não consigo ver nada, caramba! Está tudo


escuro, essa sua lanterna do celular e nada é a mesma coisa.

Maria (Giovanna): Eu em, João, como você é medroso, pelo menos


não fui eu quem teve o celular roubado.
(O capanga começa a se aproximar por trás das crianças)

Capanga (Arthur): Vocês quem são o “JoaozinhoProGamer” e a


“MariaPrincessXD”?

João (Nicolas): Somos, por que?

Capanga (Arthur): Vamos para o carro, a Aninha pediu para


buscá-los.

Maria (Giovanna): E quem é você, afinal?

Capanga (Arthur): Sou o pai da Ana.

Maria (Giovanna): Eu vou falar com a Aninha… Droga! To sem


internet.

Capanga (Arthur): Vamos para o carro, tenho internet e doces.

João (Nicolas): Vamos logo, Maria! Estamos tão perto.

Maria (Giovanna): Espere, eu preciso confirmar que você


realmente é o pai da Aninha. Em que dia ela faz aniversário?

Capanga (Arthur): Ela faz… ela faz no dia… Ela faz dia 26 de
dezembro!

João (Nicolas): Perai… Ela não faz 3 de janeiro?

(Maria afasta João de perto do Capanga recuando pequenos


passos.)

Maria (Giovanna): Desculpe, mas a gente tem que ir, o nosso


pai está mandando mensagem.
(O capanga começa a se aproximar enquanto eles vão tentando se
afastar.)

Capanga (Arthur): Você acabou de falar que está sem internet.

Maria (Giovanna): Eu não sei quem é você, mas teve algum


engano. Estamos saindo, me desculpe.

Capanga (Arthur): Vocês não vão a lugar nenhum!

(O capanga segura as duas crianças, colocando um pano na boca


e nariz delas para desmaiarem. Ambas caem no chão e são
levadas para longe dali.)

● Cena 6- A casa da bruxa

Narradora (Maísa): Infelizmente a aventura de João e Maria não


saiu como o planejado. Eles foram enganados por alguém mal que
já tinha em mente fazer algo com eles, mas perceberam isso
tarde demais e quando recuperaram a consciência novamente
notaram que algo de errado havia por ali.

(Maria e João têm suas mãos amarradas, junto com outras


crianças. Eles começam a acordar do sono deles e entram em
desespero.)

João (Nicolas): Maria… o que está acontecendo? Onde estamos?


Quem são vocês?

Alice (Thalita): Vocês estão na casa da bruxa!

João (Nicolas): Bruxa? A gente veio ver a AninhaFofuxa

Alice (Thalita): Eu também pensei que tinha uma AninhaFofuxa…

Clara (Maria): Eu também, ela me prometeu robux.


Luís (Matheus): Ela me disse que aqui teria um PlayStation 5.

João (Nicolas): Espera, a Aninha não existe?

Maria (Giovanna): João, nós fomos enganados! Já era, nunca


mais vamos ver o papai!

(Maria começa a chorar e as outras crianças começam a se


desesperar também. O capanga começa a se aproximar das
crianças.)

Capanga (Arthur): Fiquem quietos! Parem de chorar ou ninguém


vai ser libertado.

(Todos começam a se aquietar e ficam cabisbaixos. A bruxa se


aproxima.)

Bruxa (Lilian): Ora ora, minhas criancinhas. Me desculpem, não


queria assustar. Eu não sou malvada, vim aqui ajudá-los.

João (Nicolas): O que você vai fazer com a gente?

Bruxa (Lilian): Eu vou salvar vocês.

(A bruxa estala os dedos e o capanga começa a desamarrar as


crianças.)

Bruxa (Lilian): Eu prometi para vocês Robux, Playstation 5 e


comida boa, e vocês terão! Vamos todos comer primeiro e então
estarão livres.

(As crianças se levantam do chão e observam a mesa cheia de


comida apetitosas.)
João (Nicolas): Maria… acho que não foi uma má ideia vir até
aqui!

Maria (Giovanna): João, a gente finalmente vai poder provar


lasanha! Sempre foi o nosso sonho, lembra?

Clara (Maria): Saiam da frente, estou morrendo de fome!

Maria (Giovanna): Ei! Espere aí, eu também estou com fome!

Luis (Matheus): Me sirvam, agora!

Clara (Maria): Uai, por que eu tenho que servir você? Você tem
mão!

Maria (Giovanna): Pegue você mesmo, ninguém vai te servir.

João (Nicolas): Enquanto vocês estão falando e falando, já


estou aqui com a comida no prato.

(Todos se juntam na mesa e começam a comer.)

Bruxa (Lilian): Isso minhas crianças, comam bastante e fiquem


bem cheinhas.

Narradora (Maísa): Assim se passou o primeiro e o segundo dia,


apenas jogos e comidas gostosas, as crianças já fizeram
amizade entre si e se divertiam todas juntas. Um dia, quando
as crianças estavam deitadas, a pequena Maria precisou usar o
banheiro, então acordou durante a noite.

(Durante a fala da narradora, as crianças aparecem saindo da


mesa e brincando de pega-pega, depois aparece a bruxa e coloca
todas para dormir. Tudo isso apenas gesticulando, sem nenhuma
fala, apenas aparecendo de fundo. Após a narradora terminar de
falar tudo, a Maria se levanta e observa todos dormindo.)

Maria (Giovanna): João?

(João continua a dormir, roncando muito alto. Maria se


levanta, mas escutando barulho de falas e passos, ela se deita
novamente. A personagem só fala fora de cena, não aparecendo.)

Bruxa (Lilian): Finalmente meu plano poderá ser feito! Essas


criancinhas tolas então comendo bastante e poderão ser
devoradas amanhã! HAHAHAHAHA!

(Assim que as luzes se acendem, Maria se senta e começa a


entrar em desespero, não sabendo se acordava os outros ou não,
mas ela se rende.)

Maria (Giovanna): João! Clara! Alice! Luís! Gente, acordem!

(Todos se levantam resmungando e bocejando.)

Alice (Thalita): Ai, Maria… O que foi, em?

Maria (Giovanna): Shiu! Faz silêncio, ninguém pode saber que


estamos acordados.

João (Nicolas): Ta tarde, por que acordou a gente?

Maria (Giovanna): Eu descobri que a Tia é malvada, ela é uma


bruxa! Ela quer nos devorar.

Luís (Matheus): Maria, eu falei pra você não comer doce


demais, agora você tá delirando.
Maria (Giovanna): Eu estou falando sério, acreditem em mim!

Clara (Maria): Eu estou com sono, pensei que era algo


importante.

(Todos voltam a se deitar menos João e a Maria.)

João (Nicolas): Maria, explica isso direito.

Maria (Giovanna): Aquela bruxa disse que estamos comendo


bastante, isso já é o suficiente pra ficarmos gordinhos e nos
comer.

João (Nicolas): E como você sabe disso?

Maria (Giovanna): Eu escutei! Eu ia usar o banheiro e escutei!

(Luis (Matheus) se senta para participar da conversa.)

Luís (Matheus): Então é por isso que estamos presos nessa


enorme gaiola só tendo acesso a cama, mesa e banheiro…

Maria (Giovanna): Vocês são lesados? Isso tudo faz parte do


plano maléfico dela, ela quer nos devorar! Quantas vezes terei
que repetir?

João (Nicolas): Tá bom, Maria. E o que você quer que a gente


faça? Algum plano em mente?

Maria (Giovanna): Preciso da ajuda de vocês para isso.

(Alice e Clara se levantam.)

Clara (Maria): Tá bom, vamos pensar em algo então, por mais


que esteja com sono…
Alice (Thalita): Você não é a única com sono, então para de
reclamar e pensa.

Clara (Maria): Escuta aqui, sua… (Maria a interrompe)

Maria (Giovanna): Sem tempo para brigas! Ela quer fazer o


plano dela assim pela manhã, então vamos elaborar da seguinte
forma…

(As crianças se reúnem formando um círculo fingindo discutir


sobre algo. Enquanto a narradora está falando, eles continuam
a montar o plano e depois deitam novamente para poder ter
energias.)

Narradora (Maísa): As crianças começam a montar um plano para


colocar em prática e derrotar a bruxa maléfica. Precisando de
energia logo pela manhã, voltam a dormir, pois sabiam que em
poucas horas teriam um trabalho a fazer.

● Cena 7 - O plano

(barulho de galo cacarejando)

Narradora (Maisa) : O dia amanhece e as crianças estão todas


dormindo, ou pelo menos, parecem que estão… (a narradora olha
com dúvida para as crianças supostamente dormindo) Mas será
que o plano vai dar certo? (som de galo cantando)

(As crianças passam a manhã toda fingindo estar dormindo,


enquanto o café da manhã está perto delas.)

Capanga (Arthur): Ei! Já são quase meio dia e vocês não


acordaram? Comam logo o café da manhã!
(O capanga dá uns toquinhos de leve na Alice, ela acorda
fingindo estar sonâmbula para distrair o capanga)

Alice (Thalita): Ham? Cadê os doces…? haha quero doce hihihi…

Capanga (Arthur): Oxi, doce? vocês nem comeram o café da


manhã… quer saber? Pode comer doce hehehe

(Enquanto ele está distraído com a Alice, ele vira de costas


para João, que abre os olhos e faz um sinal com a mão para as
outras crianças.)

João (Nicolas): Agora!

Capanga (Arthur): An??

(Todas as crianças encurralam o capanga para tentar pegar a


chave da grande gaiola para finalmente fugirem. Em meio a
confusão, Luís consegue pegar a chave mas logo a perde
deixando cair longe.)

Luís (Matheus): Peguei HAHAHA… Eita

(Maria rapidamente disputa corrida e consegue chegar primeiro,


enquanto as outras crianças ficam em cima do Capanga
impedindo.)

Maria (Giovanna): Vamos! Saiam todos!!

(As crianças saem de cima do capanga ele tonto. Começaram a


correr em direção à saída, mas a bruxa chega em casa e as
encurrala para não deixar fugirem.)
Bruxa (Lilian): Onde vocês pensam que vão? Acham que virou
baderna?

(A bruxa se afasta da porta chegando perto das crianças.)

Bruxa (Lilian): Sente-se crianças, vamos comer, pois o dia


ainda tem muito para aproveitar.

(O capanga começa a tomar consciência e se levanta, ainda um


pouco tonto. As crianças com medo se sentam à mesa e esperam
alguém fazer alguma coisa.)

Clara (Maria): Não estou com fome!

Luis (Matheus): Nem eu.

Alice (Thalita): Muito menos eu.

Bruxa (Lilian): Não me importa, comam tudo enquanto eu preparo


a sopa! HAHAHA

(A bruxa tranca todos na gaiola sai de cena rindo, deixando as


crianças na sala somente com o capanga.)

Maria (Giovanna): Ei, você precisa nos ajudar! Ela vai


cozinhar a gente!

João (Nicolas): Sim! Por favor, nós imploramos!

(Capanga ainda meio tonto os olha.)

Capanga (Arthur): Vocês me sabotaram e bateram na minha


cabeça!
Clara (Maria): Mas é que você não ia nos ajudar e estávamos
com medo!

Capanga (Arthur): Por que eu ajudaria vocês?

(O ambiente fica em silêncio durante um curto tempo.)

Luis (Matheus): ...porque a bruxa vai te comer também!

(Todos olham para Luis com dúvida.)

Capanga (Arthur): Que?

(Alice responde rapidamente)

Alice (Thalita): Verdade, você é o tempero especial dela, mas


ela não quer que você saiba!

(Capanga fica desconfiado)

Clara (Maria): Sim! Ela vai te emboscar e te capturar com um


feitiço macabro.

(Capanga fica com medo)

João (Nicolas): Depois disso ela vai raspar seu cabelo

(Capanga fica apavorado.)


Capanga (Arthur): Que? Meu cabelo não!

Maria (Giovanna): É isso aí! e depois ela vai te jogar no


caldeirão dela e te cozinhar!

Capanga (Arthur): Não! Tá eu ajudo vocês e vamos sair daqui

(O capanga abre a gaiola novamente.)

Capanga (Arthur): Qual o plano?

(As crianças formam uma rodinha e começam a cochichar os


planos para uma transição de cena enquanto a narradora fala.)

● Cena 8: A fuga

Narradora (Maísa): As crianças passam a tarde toda bolando um


plano juntamente com o capanga, que foi convencido, já que
todos estavam sendo prisioneiros da bruxa. Vamos descobrir
como eles vão fugir dessa agora.

(A cena começa com o capanga andando juntamente com Alice com


a barriga gigante, obviamente com algo debaixo da roupa. Essa
cena ocorre durante a fala da narradora, mas apenas
gesticulando.)

Alice (Thalita): Você se lembra do plano, certo?

Capanga (Arthur): Lembro, vou te entregar pra bruxa.

(Os dois andam até chegarem a cozinha onde está o caldeirão da


bruxa)
Capanga (Arthur): Senhora! Trouxe a sua janta, ela esta bem
gordinha já!

Alice (Thalita): Ai, como eu estou gordinha, acho que vou


explodir.

(A bruxa olha para a dupla curiosa.)

Bruxa (Lilian): Ah! Finalmente você engordou, hahaha… Onde


estão os outros?

Capanga (Arthur): Eles ainda estão comendo, quase no ponto


hehehe

Bruxa (Lilian): Certo, deixe-a aqui perto do caldeirão.

(O capanga guia Alice para perto do caldeirão fervendo e a


deixa lá, enquanto a bruxa continua cozinhando.)

Alice (Thalita): Não queria dizer nada, mas o capanga vai


fugir daqui junto com os meus amigos.

(A bruxa olha lentamente para trás)

Bruxa (Lilian): Voce não me engana, menina, você e seus amigos


vão ser meu jantar!

Alice (Thalita): Mas porque a porta da frente estava aberta e


a gaiola vazia?

Bruxa (Lilian): Que?!


(A bruxa sai correndo em direção a sala principal, preocupada
se eles haviam fugido. Logo após a bruxa sair, as crianças
aparecem pela porta de trás e desamarram Alice.)

Maria (Giovanna): Você tá bem Alice? Temos que ser rápidosa!

João (Nicolas): Vamos nos posicionar!

Luis (Matheus): Onde eu fico?

Clara (Maria): Fica por ali.

(As crianças se separam e esperam a bruxa voltar para


encurralar. Após um curto tempo, a bruxa volta.)

Bruxa (Lilian): Onde estão as minhas crianças?!

João (Nicolas): Estamos aqui, sua bruxa feia velha!

(As crianças se organizam em volta da bruxa para empurrá-la no


caldeirão)

Maria e João (Giovanna e Nicolas): Agora!

(Todas as crianças empurram a bruxa no caldeirão. Ela grita de


dor e as crianças comemoram, vendo a bruxa derreter.)

João (Nicolas): Bem feito, sua horrenda! Você merecia muito


mais!

Maria (Giovanna): Agora você tá pagando por tudo que você fez
com várias crianças.
Clara (Maria): O capanga deixou o celular dele ali! Eu vou
ligar para a polícia!

João (Nicolas): Eu não acredito que deu certo, ai meu Deus…

Narradora (Maísa): As crianças não aguardam por muito tempo, a


polícia chega rápido, já que a cidade toda estava a procura
delas.

(Os policiais entram em cena fazendo a abordagem do local.)

Policial 1 (Julia): Todos parados!

Policial 2 (Anna): Deita no chão agora!

(O policial 3 algema o capanga que se deitou no chão.)

Policial 3 (Ícaro): Vocês duas, levem esse rapaz para a


viatura.

(Policial 1 e 2 se retiram com o Capanga.)

Policial 3 (Icaro): Crianças, vocês estão bem?

Luís (Matheus): Eu quero minha mãe!

Alice (Thalita): Eu também quero!

Policial 3 (Icaro): Os pais de vocês estão aguardando lá fora,


vamos.

(Todas as crianças saem correndo da casa.)


● Cena 9 - Fora da casa da bruxa

Narradora (Maisa): Depois de escaparem da casa da bruxa, as


crianças correm até seus pais, muito felizes em reencontrá-lo.

Maria e João (Giovanna e Nicolas): Papai! Papai! (abraçam o


pai)

Pai (Hector): João! Maria! (Diz alto, mas aliviado)

João (Nicolas): Me desculpe, pai! Você tinha razão! A internet


é muito perigosa!

Maria (Giovanna): Eu não quero nunca mais ter que passar por
isso novamente! Nos desculpe papai, não vamos mais te
desobedecer, isso foi um erro muito grande!

Pai (Hector): Vocês têm noção do perigo que correram? Sabem o


quanto eu fiquei preocupado, achando que nunca mais veria
vocês? Se a polícia não chegasse a tempo, eu nem sei o que
teria acontecido! (diz bravo)

- Este mundo está repleto de perigo, meus filhos! Vocês


devem me prometer que JAMAIS vão mentir para mim novamente.
(Diz aconselhando-os)

Maria e João (Giovanna e Nicolas): Prometemos, papai! (dizem


arrependidos do que fizeram)

Pai (Hector): Mas crianças, eu também preciso me desculpar…


Afinal, estava tão preocupado com as dívidas que deixei de dar
a atenção que vocês precisavam.
E olha, tenho uma boa notícia: A partir de hoje, vou ter mais
tempo com vocês pois… pois… CONSEGUI UM TRABALHO MELHOR! (diz
comemorando a surpresa)

(As crianças comemoram com o pai)


João (Nicolas: Pai… você poderia deixar a gente jogar no
celular, né… (diz com tom de interesse)

Maria: Por favor, paizinho lindo do meu coração! Deixa vai! Só


um pouquinho!

Pai (Hector): Crianças, lembrem-se de que tudo tem o tempo


certo. Há hora para acordar… há hora para dormir… para se
alimentar e também para brincar.
Vou deixar vocês jogarem sim, no momento certo, mas sempre com
a minha supervisão, ok?

(João e Maria comemoram)

Pai (Hector): E sabe o que mais?

João (Nicolas): Tem mais?

Pai (Hector): Hoje iremos comer pizza e milkshake!

(As crianças começam a ficar eufóricas e pularem de alegria.)

Maria (Giovanna): Eu quero pizza de calabresa!

João (Nicolas): Eu quero de frango!

Maria (Giovanna): Podemos pedir de chocolate também?

Pai (Hector): Já que amanhã almoçaremos arroz, feijão, bife e


salada, hoje eu permito vocês extrapolarem um pouco!

(Os três vão saindo de cena conversando ainda a respeito da


pizza. A cortina começa a se fechar durante isso e a fala da
narradora)

Narradora (Maísa): Depois dessa arriscada aventura, João e


Maria compreenderam que nunca mais deveriam desobedecer ao
pai. Afinal, não é só o mundo real que apresenta perigos, mas
o mundo da internet também.

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