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Inspeção em Guindastes
1.1 Introdução
1
1.1.1 Os principais componentes
2
TABELA 1(cont.) – Nomenclatura de componentes
Item Denominação Descrição
14 Cabo da lança Cabo de sustentação e movimentação da
lança
15 Pendentes ou Elementos de sustentação da lança,
tensores conectado ao cabo da lança.
16 Tambores Destinados a acomodação/movimentação
dos cabos de aço .
17 Cabine Onde estão localizados os comandos e
controles do equipamento.
18 Cavalete Elemento de sustentação do(s) cabos da
lança
19 Cilindros hidráulicos Elemento de sustentação/movimentação
da lança
(guindaste box boom)
20 Batentes telescópicos Limitadores de movimento de elevação da
lança
21 Bola peso Acessórios de içamento utilizado com
uma linha de cabo de aço.
22 Moitão Acessório de içamento utilizado com mais
de uma linha de cabo de aço.
23 Gancho Componente do moitão/bola peso
responsável pela conexão com a carga
içada ou eslinga a ela fixada.
24 Eslinga (extensão) Trecho de cabo de aço dotado de
acessórios de sustentação.
25 Roldanas Elementos destinados a guiar e permitir a
movimentação dos cabos de aço.
26 Sela fixa Conjunto roldanas instalado no cavalete
27 Cadernal ou sela Conjunto de roldanas do sistema de lança
flutuante instaladas entre a sela fixa e a ponta da
lança.
3
FIGURA 1
FIGURA 2
4
1.1.2 Tipos de guindastes
• Lança treliçada
• Cavalete elevado
• Utilização de pequeno
rolamento para giro
5
FIGURA 5 - Onshore adaptado
• Lança treliçada
• Rolamento ou mesa de giro de
grande diâmetro
• Cavalete baixo
• Presença de contrapeso
• Lança treliçada
• Rolamento de giro de grande diâmetro
• Cavalete elevado
• Mais comum em unidades fixas
6
1.2 Princípios de projeto
FIGURA 8
7
Fatores complementares contribuem para determinação da capacidade de
içamento do guindaste, tanto a nível estrutural, mas especificamente atrelado
a resistência mecânica de componentes, como relacionado a potência
disponível, esta por sua vez é função da forma de acionamento a ser
utilizada. Tais fatores serão abordados quando tratarmos o assunto
TABELAS DE CARGA.
8
projeto de sua fixação no convés. Nesta condição de serviço, a mesa ou
rolamento de giro passam a ter a responsabilidade de manter o
equipamento firme no pedestal.
Carregamento dinâmico
Quando em operações sobre o mar, a diferença de velocidade relativa entre
o gancho do sistema de elevação de carga e a carga posicionada no
convés de uma embarcação, pode transferir ao guindaste esforços
elevados pelo tensionamento brusco do cabo de aço. Denomina-se
carregamento dinâmico a ocorrência citada acima, podendo o choque
resultar em uma aplicação de esforços bastante superiores ao peso da
carga içada. De modo a suportar tal ocorrência, as unidades offshore
possuem reforços estruturais na fixação de tambores, projeto do cavalete
etc.. , bem como utilizam componentes de resistência mecânica superior
que os correspondentes em equipamentos de uso onshore, a exemplo de
suportes de rolete empregados em mesas de giro. Tal fato também
influencia as condições de carregamento, sendo necessário considerar-se
fatores de segurança diferenciados para operações sobre o mar e convés
para estes equipamentos.
Intensa movimentação de lança
A condição de equipamento fixo
em pedestal (FIGURA 10) faz com
que uma unidade offshore efetue
intensa movimentação de lança de
modo a posicionar ou elevar de-
terminada carga situada em pontos
diferentes da plataforma. O dimen-
sionamento do tambor destinado a
acomodação do cabo de aço deste
sistema demandará atenção, de
modo a evitar desgaste prematuro
neste acessório, bem como danos
resultantes do seu constante en-
rolamento e desenrolamento no
tambor. Em geral, estes tambores
são de diâmetros maiores se com-
parados a aqueles instalados em
unidades onshore, uma vez que,
conforme veremos adiante, tal fato
reduz os esforços transmitidos ao
cabo de aço.
FIGURA 10
9
1.2.3 A evolução tecnológica
O desenvolvimento do guindaste destinado especificamente ao uso
offshore não se limitou apenas a mudanças no campo estrutural, podemos
citar também:
• Surgem opções as formas de acionamento até então empregadas, que
reduziram a quantidade de componentes mecânicos, como a utilização
de sistemas hidráulicos, reduzindo consequentemente a possibilidade
de ocorrências de falhas e intervenções frequentes de manutenção para
ajustes ou substituição destes itens;
• Seleção de métodos de proteção anticorrosiva, sendo exemplo bem
atual, a difusão de processos de metalização em lanças de guindastes,
assim como emprego de materiais como fibra de vidro para guarda
corpos e pisos de passadiços;
• O comando e controle das operações demandaram atenção especial em
função dos riscos inerentes a condição de serviço, como exposição a
atmosfera explosiva e proximidade a equipamentos operando com alta
pressão ou com líquidos inflamáveis. Estão atrelados a tais
características de serviço, o emprego de sistemas de monitoração de
carga, desenvolvimento de dispositivos de segurança inteligentes, bem
como de operação em emergência .
Alguns exemplos dos tópicos acima serão discutidos ainda neste programa,
quando poderemos visualizar de forma mais completa suas principais
características.
A precisão e facilidade com que é possível operar um guindaste moderno
com capacidade de 50 ton., por exemplo, é capaz de surpreender qualquer
um. Mas não devemos esquecer que estão presentes muitos variáveis, e
mesmo que existam dispositivos que evitariam a ocorrência de acidentes, é
necessário conhecimento dos sistemas para que estes estejam devida-
mente ajustados e acionados. Apesar de termos nos referido até o mo-
mento ao equipamento, não podemos deixar de considerar a necessidade
de desenvolvimento de mão de obra qualificada para operação dos
guindastes, e também para apoio as operações na unidade offshore, como
por exemplo, quando o local para onde se destina a carga está fora do seu
campo de visão.
Hoje estão disponíveis no mer-
cado internacional simuladores
de operação de guindastes off-
shore (FIGURA 11), semelhantes
a aqueles utilizados na avi ação
civil, sendo alguns já utilizados
por empresas de E&P no mar do
Norte em programas de qualifi-
cação de operadores.
FIGURA 11
10
1.3 Tabelas de carga
1.3.1 Definições
A tabela de carga determina as condições para utilização dos guindastes, o
desconhecimento ou a interpretação equivocada deste documento pode ter
conseqüências graves para o equipamento e a instalação. Portanto
anteriormente a sua apresentação, considere algumas definições para as
informações contidas nas tabelas.
• Comprimento da lança - corresponde a distância entre o pé da lança e
sua extremidade;
• Raio de giro (ou alcance) - representa a distância horizontal a partir do
centro de giro do guindaste até a linha vertical traçada sob o gancho em
utilização;
• Ângulo da lança - corresponde ao ângulo formado entre a lança e a
horizontal, tomado como referência o pé da lança ;
• Número de pernadas de cabo - quando referenciado ao cabo de carga
principal, informa a quantidade de passadas de cabo entre a ponta da lança
e o moitão. Para o cabo de lança, representa a quantidade de passadas
entre a sela fixa e a sela flutuante ou ponta de lança;
• Capacidade estática - corresponde aos pesos das cargas que podem ser
içados a partir do convés;
• Capacidade dinâmica - pesos que podem ser içados a partir de uma
embarcação, portanto diante de efeitos de carga dinâmica. Para condições
adversas de mar, estes valores podem ser mais reduzidos constando
também da tabela de carga ;
• Altura de onda - Outro indicativo de estado de mar. Sua avaliação pode
ser efetuada a partir de referências na unidade marítima. Atualmente é a
referência mais utilizada nos documentos em questão.
11
b) Número de pernadas do cabo de carga principal variável - a alteração do
arranjo pode permitir aumento ou determinar redução de capacidades.
Portanto novos grupos de tabelas devem estar disponíveis.
c) Condição de mar - a mais comum responsável por determinação de
tabelas diferenciadas de operação, uma vez que com a piora das
condições de mar aumenta o carregamento dinâmico, tornando
necessário o fornecimento de tabelas complementares.
Notemos que os exemplos citados acima não são os únicos que podem
requerer o estabelecimento de no vas tabelas de carga, mas são
considerados os mais rotineiros no dia a dia da operação de guindastes,
sendo comum o fornecimento antecipado de tabelas pelo fabricante. Já
eventos como danos em lanças, substituição de elementos acionadores por
outros de menor potência, empregos de acessórios de menor resistência ou
mesmo falhas de outros elementos estruturais podem demandar uma
avaliação posterior pelo fabricante para estabelecimento de alterações nas
tabelas originais ou elaboração de novas.
12
TABELA 3 – Tabela de carga guincho auxiliar
Número de linhas - 1 pernada de cabo
Compr. de Ângulo Raio Capacidade Capacidade
lança (m) (graus) (m) estática dinâmica (ton.)
(ton.)
80 8,8 7,5 7,5
70 15,0 7,5 7,5
120 ft 60 20,7 7,5 7,5
50 26,5 7,5 7,5
40 30,5 7,5 6
30 34,2 7,5 4
20 36,7 7,5 3
13
TABELA 3
g) É prevista operação do guincho principal a partir de um ângulo de 20
graus , que corresponde a um raio de 36,7 m;
h) A proporção que eleva -se o ângulo da lança, a capacidade do guindaste
aumenta;
i) A capacidade mínima prevista para o equipamento é de 7,5 ton. em
todos os ângulos para operações sobre o convés e 3 ton sobre o mar,
esta correspondendo a condição citada em a);
j) O equipamento pode operar até o ângulo máximo de inclinação da lança
de 80 graus , ou a um raio de 8,8 m;
k) A capacidade máxima corresponde a 7,5 ton. sobre o convés e sobre o
mar, esta ocorrendo na condição citada em d);
l) Há um a redução significativa de capacidade de içamento para
operações na condição dinâmica em relação a estática a partir de 40
graus de inclinação da lança.
A elevação de 6 ton. sobre o convés poderia ser iniciada a partir de
qualquer ângulo de lança, uma vez que a capacidade de içamento é
constante . Na condição dinâmica, a retirada da carga da embarcação
deveria ocorrer a partir dos 40 graus ( ) de inclinação de lança .
14
Estas são tabelas bem simples, onde o fabricante não especifica a
condição de mar, sendo possível que o equipamento esteja
superdimensionado para trabalhos nesta condição. Ou seja, estas
poderiam ter sido estabelecidas para alturas de onda de 4 m, mas em
condições de mar mais calmo (p. ex: 2m) o equipamento poderia içar
cargas maiores que as estabelecidas inicialmente.
80 8,3 20 19 18 16 15
70 13,9 20 19 18 16 15
60 19,2 18 17 16 14 12
120 ft 50 24,0 15 13 11 10 9
40 28,2 12 10 08 07 6
30 31,5 10 08 06 05 4
20 34,0 8 08 06 05 3
15
TABELA 5 – Tabela de carga do guincho auxiliar
Número de linhas -. Uma pernada de cabo
Compr. Ângulo Raio Capacidade Capacidade dinâmica (ton.)
de (graus) (m) estática Altura de onda (m)
lança
(ton.) 1 2 3 4
(m)
80 8,3 20 10
70 13,9 20 10
120 ft 60 19,2 18 10
50 24,0 15 10
40 28,2 12 10
30 31,5 10 10
20 34,0 8 8
16
A redução do número de pernadas de cabo faz com que o guindaste opere
com no máximo 10 ton para ângulos superiores a 30 graus, sendo mantida
esta capacidade como constante. As possíveis causas para tal
comportamento serão discutidas no item 1.3.4 (Composição de uma tabela
de carga).
Como exemplo real de uma tabela de carga, veja a seguir a fornecida por
um fabricante de guindastes na FIGURA 12 para o equipamento da
FIGURA 13.
FIGURA 13
FIGURA 13
17
Nota : É usual o fornecimento da tabela de carga em forma de um gráfico, o
que é bastante interessante, pois fornece de maneira mais eficiente a
visualização de como se comporta a curva de carregamento da máquina
Abaixo na FIGURA 14 representamos a curva estabelecida para a TABELA
2, onde representamos a condição estática e dinâmica.
FIGURA 14
18
Portanto, além dos esforços de momento outras variáveis devem ser
consideradas para estabelecimento de uma tabela de carga, como esforço
máximo admissível de tração no cabo de carga e cabo da lança. Ao
considerar-se estes fatores pode se obter diferentes formas e
características das curvas de carga para um determinado projeto de um
único equipamento. Vejamos como exemplo a FIGURA 15 a seguir, onde
estão representados valores de carga que devem ser aplicados ao
equipamento de modo a manter constante e no valor máximo os seguintes
esforços, considerados como limitantes:
Curva A – carga de tração admissível no cabo de carga principal,
considerando-se o fator de segurança requerido. Este valor é constante
com o raio de operação, pois o esforço é aplicado diretamente no
acessório;
Curva B – curva de momento máximo constante. A manutenção do
momento máximo como constante requer que a carga aplicada seja
inicialmente alta , sendo reduzida a proporção que o raio aumenta, já que o
momento é o resultado do produto carga x raio;
Curva C – curva de esforço de tração máxima no cabo de lança. Neste
caso a geometria do equipamento determina que a carga também seja
inicialmente alta e venha sendo reduzida com o aumento do raio. Em geral
os maiores esforços de tração no cabo de lança ocorrem em ângulos de
inclinação da lança reduzidos.
Tração máxima no
Carga -->
cabo Lança
Momento Máximo
Tração máxima no
cabo de carga
Tabela de Carga
19
Por fim, a curva de carga que pode ser atribuída ao guindaste corresponde
a integração das 3 c urvas A, B e C, ( indicada em ) ou seja a utilização
dos valores de carga mais baixos que resultam nos esforços limitantes
considerados . Desta forma o peso do comprometimento de cada esforço é
diferenciado.
Na TABELA 2, conforme citamos acima, o comprometimento maior está
atrelado ao momento, tanto que apenas há influencia do cabo de carga nos
ângulos de 70 e 80 graus, e do cabo da lança provavelmente no raio
máximo onde temos um valor baixo de momento (272.000 kgf.m) e uma
sobra de capacidade do cabo de carga. Se a carga neste ponto fosse 10
ton, o momento seria menor que o máximo e o cabo ainda estaria
submetido ao esforço inferior (2,5 ton) ao máximo de 5 ton.
Outro exemplo
Esta discussão nos retorna a interpretação da TABELA 6, (vide item
1.3.3.3), pois o complemento para uso de 2 pernadas mostra que o fator
limitante passa a ser o cabo de carga entre os ângulos de 40 e 70 graus,
veja as observações:
a) Apesar da quantidade de pernadas de cabo ter sido reduzido a
metade, para o ângulo de 20 graus manteve-se a capacidade de 8 ton
. Isto pode ser explicado pelo fato da carga máxima a que cada perna
do cabo é submetida corresponder a 5 ton. ( 70 e 80 graus ) na tabela
para 4 pernadas, ou seja 5 ton. por perna, então o fator limitante seria
a estrutura ou seu equilíbrio , mantendo a carga de 8 ton. prevista na
montagem original. A mesma observação vale para o ângulo de 30
graus na coluna referente a 2 pernadas;
b) A partir de 40 graus a carga por perna de cabo na condição 2
pernadas não permite manter a capacidade original, pois o esforço de
tração por pernada seria de 6 ton, valor este superior ao máximo 5
ton. Desta forma manteve-se para os ângulos superiores a carga
máxima de 10 ton., garantindo-se o equilíbrio ou resistência dos
componentes;
c) Vejam que se pensarmos que a configuração original fosse o uso de 2
pernadas, e com a intenção de aumentar-se a capacidade do
guindaste, fossem instaladas 4 pernadas de cabo, não ocorreria um
acréscimo de 100 % da mesma para todos os pontos, mas apenas
para os ângulos de 70 e 80 graus.
20
1.4 Os sistemas
21
Módulo 2 - Os sistemas e a inspeção em serviço
2.1 Estrutura
2.1.1 Pedestal
Assentado sobre ele se encontra o rolamento de giro ou a mesa de giro,
que permitem o movimento em questão ao guindaste e, obviamente são
responsáveis pela fixação do equipamento no pedestal. Em função disto a
preocupação com a planicidade da região de apoio destes componentes
merece um atenção especial, principalmente quando da instalação de um
rolamento de giro como na FIGURA 15. A verificação deste aspecto através
de ferramental específico e de um relógio comparador pode ser visto na
FIGURA 16 sendo que nesta intervenção a informação disponibilizada pelo
fabricante do rolamento é que o desvio máximo permitido seria de
0,00082”/inch.
FIGURA 15
FIGURA 16
22
Também é motivo de preocupação a
segurança presente nos acessos ao
pedestal e passadiços, como pode ser
visto na FIGURA 17, onde ocorre o
inadequado alinhamento entre a escada
de acesso ao nível da cabine e o
alçapão de acesso ao passadiço do
nível do rolamento de giro quando a
lança é posicionada no berço.
FIGURA 17
2.1.2 Chassi
Principal elemento estrutural que em geral sustenta toda o conjunto de
acionamento, cabine, cavalete e etc.. A inspeção realizada por END
destina -se a identificação de trincas ou monitoração dimensional de falhas
anteriormente constatadas em partes mais solicitadas do chassi, como
olhais de fixação do pé da lança e cavalete, soldas dos elementos
estruturais principais, fixação de contrapeso etc... A avaliação de viabilidade
de remoção das descontinuidades eventualmente identificadas deve
preceder qualquer recomendação de reparo, tais ações normalmente
realizadas são realizadas utilizando-se
"pirulito" ou "ponta montada ".
Nas FIGURAS 18 a 20 podemos ver a
indicação de irregularidades detecta-
das por partículas magnéticas em um
olhal de fixação do pé da lança. A úl-
tima imagem mostra em detalhe uma
trinca identificada.
FIGURA 19
FIGURA 18
.
FIGURA 20
23
O acesso para inspeção em serviço de algumas partes do chassi é bastante
dificultado, e pode demandar a desmontagem de alguns componentes.
Na FIGURA 21 ao lado
temos um chassi de um
guindaste AMERICAN
5750 que foi completa-
mente inspecionado por
END quando da revisão
efetuada no fabricante,
notemos os olhais dian-
teiros de fixação do
cavalete posicionados
sobre os olhais de fixação
do pé da lança. FIGURA 21
24
As observações a seguir devem ser consideradas:
ü Em caso de guindaste com
FIGURA 23 contrapeso, anteriormente as medi-
ções, se deve posicionar a lança
abaixo do ângulo onde é verificado
um equilíbrio entre as massas do
contrapeso e lança . Para guindastes
sem contrapeso, apenas posiciona-se
a lança em ângulos inferiores a 45 °;
ü Em alguns equipamentos a
medição deve ser efetuada no interior
do pedestal – é caso em que o
pinhão de giro é posicionado
externamente.
ü É importante que as medidas
futuras sejam efetuadas nos mesmos
pontos, permitindo assim a
monitoração de desgaste do compo-
nente.
FIGURA 25
10
25
Denominados parafusos de alta
resistência, sua fabricação segue normas
de diversas instituições como ASTM, DIN
e SAE, sendo freqüentes a utilização de
itens fabricados como a ASTM A 490,
10.9 e SAE Grau 8. Por determinação
destas normas, os parafusos devem ser
identificados na cabeça, o que permite a
consulta das características de
resistência mecânica e acabamento nas
correspondentes referências normativas FIGURA 26
(FIGURA 26). 10
A atuação da inspeção pode se iniciar no processo de aquisição dos
componentes, quando se testemunha a realização de todos os testes
previstos na normalização de referência ou mesmo efetuando a verificação
nos certificados de fabricação quanto aos registros dos ensaios. Já em
serviço deve-se atentar para os registros de torqueamento ou tensionamento
destes componentes, tanto quanto a valor dos esforços aplicados como a
periodicidade das intervenções, que devem estar coerentes com a indicação
do fabricante do guindaste ou severidade opera cional a
que este está submetido. A indicação da necessidade de
remoção dos parafusos para realização de ensaios não
destrutivos pode ser considerada ao identificar-se a
ocorrência, por exemplo, de torqueamento excessivo.
Descuidos no planejamento
e realização desta tarefa,
como uso de ferramentas
descalibradas ou erros no
estabelecimento dos valores
de torque ou tensão a ser
aplicada, podem levar a fa-
lhas como a registrada na s
FIGURAS 27 e 28, e
demandarão uma cuidadosa FIGURA 28 FIGURA 27
avaliação da extensão dos danos.
26
São denominado s su-
FIGURA 29 portes de roletes de
reação (FIGURA 30)
aqueles instala dos na
traseira da máquina, e
de ação os posi-
cionados na dianteira
(FIGURA 31).
.,
FIGURA 30 FIGURA 31
27
A inspeção por END nos suportes também é importante e requer muita
atenção, uma vez que tais componentes são fundidos e é comum verificar-se
a presença de poros ou trincas oriundas do processo de fabricação. A
avaliação da região onde se encontram as descontinuidades, se não for
possível a remoção, também pode determinar apenas a necessidade de
monitoração em serviço.
2.1.5 Lança
Este é um componente muito sujeito a danos oriundos de operação,
podendo ocorrer por choques com estruturas da plataforma ou com o
próprio moitão/bola peso, falha de dispositivos de segurança e etc.. . Neste
ponto podemos tratar separadamente os dois tipos de lança presentes
nestes equipamentos: a lança treliçada e a lança caixão ou "box" .
A lança treliçada ainda é mais utilizada, principalmente em equipamentos
de maior capacidade , mas também é mais sujeita a danos por operações
irregulares . As FIGURAS 33 e 34 exemplificam eventos ocorridos.
FIGURA 34
Notem nas figuras em questão os
diferentes tipos de seções
transversais utilizadas para confecção
das cordas, sendo tendência atual a
utilização de materiais comerciais e de
fácil soldabilidade.
.
28
Em geral constituída de várias seções, a interligação
FIGURA 35 entre as mesmas pode ser efetuada por pinos cônicos
ou parafusos (FIGURA 35), para este último um item
de verificação periódica é o registro dos torqueamentos
realizados nestes elementos. Estes são parafusos de
alta resistência, como os 8.8, o que já justificaria a
atenção especial ao estado de preservação dos
mesmos, ratificado pelo elevado custo e dificuldade de
fabricação adequada.
FIGURA 37
29
A lança tipo “box” (FIGURA 38) em geral possui resistência maior a
esforços que atuam transversalmente ao plano da lança, mas para uma
mesma capacidade de um guindaste de lança treliçada, tendem a
apresentar um peso maior. A atenção quanto a ocorrência de corrosão
também deve estar presente, principalmente devido a possibilidade de
acúmulo de água no interior da lança. Atuadas por cilindros hidráulicos
atenção especial deve ser dada a região de fixação dos mesmos na
estrutura (FIGURA 39).
FIGURA 39
FIGURA 38
30
Como citado anteriormente, este tipo de acionamento inclui diversos
mecanismos que requerem ajustes ou regulagens, como embreagens,
freios, correntes etc. além de muitos
sub-componentes que podem falhar por
danos em serviço ou por utilização de
material inadequado na fabricação . Em
alguns casos quebras ou desgastes em
engrenagens mais solicitadas do
sistema acionado podem causar a
inoperância do equipamento (FIGURA
FIGURA 39
39).
FIGURA 41
31
Portanto a inspeção em um sistema como este requer atenção aos seguintes
aspectos:
• Ocorrência de vibração e/ou ruídos estranhos;
• Contaminação de pistas de embreagem e freio com óleo ou graxa;
• Indícios de regulagem inadequadas em lonas de embreagem e freios.
A remoção de componentes para inspeção por END por ser determinada em
função de inspeção visual realizada, ou após longos períodos de operação .
NOTA : A embreagem SPRAG presente no guindaste AMERICAN 5750 é um
componente de imensa responsabilidade no sistema de acionamento deste
guindaste. Instalada em um eixo conectado por uma engrenagem ao eixo de
acionamento do tambor de lança, ela tem a função permitir que a lança
desça por gravidade de forma controlada, conectando o eixo do tambor ao
do trem de engrenagens e assim limitando sua velocidade a aceleração
imposta a este pelo motor diesel (FIGURA 42).
FIGURA 43
FIGURA 42
Mas para elevar-se a lança este eixo deveria girar no sentido oposto, o que
provocaria a quebra da engrenagem responsável pelo controle de descida,
desta forma lançou-se mão de uma "catraca", como aquelas instaladas em
bicicletas. O movimento transmitido ao eixo do tambor por outra
engrenagem não é sentido pela catraca que permite que seu eixo gire livre
no sentido oposto. A FIGURA 43 mostra duas catracas, sendo uma
desmontada onde podemos visualizar as pistas e os pequenos elementos
de atuação.
Nas FIGURAS 44 e 45 podemos ver esquematicamente a atuação da
SPRAG, quando iniciada a subida de lança (giro livre) e a descida, quando
efetua a conexão com o trem de engrenagens.
32
Subida de lança Descida de lança
FIGURA 44
FIGURA 45
FIGURA 46
33
Notem algumas características importantes deste circuito:
• mesmo não efetuado nenhum comando, uma vez partido o acionador
principal, as bombas estarão retirando óleo do reservatório e
enviando as válvulas direcionais ou a um by pass, que o retornará ao
reservatório;
• a bomba principal tem apenas um sentido de acionamento. A
inversão de fluxo é efetuada por válvula direcional inserida no
circuito;
• a inversão do sentido de acionamento poderá implicar em um choque
no circuito hidráulico, causado pela mudança abrupta de posição da
válvula direcional, sem redução de vazão de óleo;
• utilização de grande reservatório de óleo;
• maior geração de calor.
FIGURA 47
FIGURA 48
FIGURA 49
34
Fechado (FIGURA 50) - para esta
montagem temos uma bomba de
deslocamento variável e o motor a ser
acionado contidos em um circuito
fechado, ou seja, o óleo permanece
circulando entre os dois componentes
quando acionada a bomba. São previstas
conexões com o reservatório, mas
apenas para pequenos vazamentos do
conjunto, assim como para retorno a
bomba principal, através de uma bomba
auxiliar.
São características deste circuito:
• A circulação de óleo dependerá de
comando a ser efetuado, para FIGURA 50
iniciar-se a atuação da bomba;
• Caso efetuado um comando de inversão de sentido de acionamento,
a vazão da bomba se reduzirá a zero até iniciar-se a inversão, não
havendo a ocorrência de choques no circuito.
• Não há válvula direcional na linha principal;
• Utilização de reduzido reservatório de óleo;
• Em geral, menor geração de calor.
A FIGURA 51 a esquerda mostra o conjunto de bombas principais acionadas
por motores elétricos instalados sob o piso da casa de máquinas, enquanto
que na FIG URA 52 estão dois motores hidráulicos acionadores de um
guincho de lança.
FIGURA 52
FIGURA 51
35
Outra distinção entre os sistemas apresentados pode ser contatada pela
forma de frenagem dinâmica. No circuito aberto é necessária a presença de
um acessório denominado válvula de contrabalanço (FIGURA 53), instalada
na linha de baixa pressão e
que permite a passagem de Válvula de contrabalanço
óleo proporcionalmente a
determinado nível de pressão
na linha de acionamento do
motor, controlando a descida
da carga suspensa no gancho.
No circuito fechado o giro do
motor é limitado pela vazão
admitida pela bomba, devido
ao alinhamento direto entre
estes componentes. FIGURA 53
Para freios de estacionamento podemos ter sistemas semelhantes aos dos
guindastes mecânicos, como cintas e lonas, ou freios multi-discos, estes de
uso bastante freqüente em máquinas de última geração (FIGURA 54 e 55).
Sendo comum a ambos os dispositivos a atuação baseada no princípio da
“falha segura”.
FIGURA 55
FIGURA 54
36
2.3 Sistema de comando e controle
FIGURA 56
12
FIGURA 57
37
Assim como na atuação pneumática, a verificação de resposta aos
comandos e atenção para com vazamentos é fundamental em caso de
atuação hidráulica. Lembarmos também que o óleo tem o mesmo papel
exercido pelo ar no comando pneumático: a ausência de pressão exercida
por este permite a atuação dos freios, e a presença atua os comandos.
2.3.2 Controle
A monitoração de corrente elétrica, pressão de óleo de motor e conversor
de torque, temperatura da água do motor, rotação do motor e pressão de ar
no reservatório pneumático são fundamentais para operação de um
guindaste de acionamento mecânico, devendo os instrumentos estar
operacionais e devidamente aferidos. Para estas unidades não é comum a
presença de um dispo-
sitivo que interprete as
informações disponibi-
lizadas pelos instrumen-
tos e intervenha na
operação do equipamen-
to, a menos que uma
atualização tenha sido
efetuada no sistema de
controle original.
A FIGURA 58 mostra o
painel de instrumentos
de um guindaste FIGURA 58
AMERICAN.
Para as unidades hidráulicas podemos ter a monitoração de corrente
elétrica, pressão disponibilizada pelas bombas, temperatura do óleo
hidráulico, nível de óleo do reservatório e etc...Na FIGURA 59 temos um
monitor que relaciona as variáveis monitoradas no a-cionamento de um tipo
de guindaste.
Estas informações
podem ou não ser
utilizadas por um PLC
para identificar ne -
cessidades de inter-
venção na operação
do equipamento, de-
pendendo do grau de
atualização do seu
projeto.
FIGURA 59
38
Mesmo em guindastes de acionamento hidráulico pode ocorrer a
indisponibilidade de tal recurso, por exemplo, em unidades onde o circuito
hidráulico é aberto a simplicidade do circuito pode tornar inviável
economicamente a intervenção almejada.
39
“Anti-two block ” ins-
talado em guindas-
tes offshore.
FIGURA 62
40
Para isto são utilizadas células de carga instaladas em pontos específicos
como na ancoragem do cabo de carga na estrutura da lança, no caso do
moitão. As FIGURAS 65 e 66 correspondem à montagem da célula de
carga tipo “LINK” do sistema principal de um guindaste.
FIGURA 66
41
2.4.5 Dispositivos de emergência
42
2.5 Sistema de içamento
43
TABELA 7 – Cabos em guindastes
Sistema Característica Característica. Fator de Número de
contra indicada recomendada segurança pernadas
Elevação Nenhuma Não rotativo Mínimo 5 De 2 a 8
principal de (mais
carga comum 4)
Elevação Nenhuma - 1
auxiliar de
carga
Elevação de Alma de fibra ou flexibilidade Mínimo 4 Em geral >
lança não rotativo 6
Sustentação Nenhuma Em geral Utilizado em
de lança – ,utilizados pares
pendentes cabos ,função do
convencionais comp. de
(p.ex: 6x41) lança
44
A extremidade que é fixada a lança , pode apresentar diferentes termina-
ções, como podemos ver na
FIGURA 72, onde estão
FIGURA 72 indicados também os per-
centuais de resistência da
termi nação efetuada em
relação a carga de ruptura
do cabo de aço, considera-
das por um fabri cante de
cabo de aço. Estes per-
centuais são denominados
de “eficiência da
termina ção”, e podem diferir
em função da fonte de
consulta, mas os valores em
média são próximos aos
apresentados.
FIGURA 74
45
FIGURA 75
As FIGURAS 75 indica
a correta montagem
dos terminais con-
feccionados com clips,
e as FIGURAS 76 e
77 com soquete cunha .
.
FIGURA 76 FIGURA 77
FIGURA 78
46
As seguintes ações devem ser efetuadas relativas a cabos de aço e
acessórios , quando da inspeção de um sistema de içamento:
ü Avaliar a localização de ocorrência de danos no cabo. Indícios de
abrasão, fadiga ou deformações podem indicar interferências com
outros componentes do sistema, enrolamento desordenado,
características construtivas inadequadas de tambores ou
roldanas, emprego de cabo inadequado, operação inadequada
etc.. ;
ü Quantificar o número de arames rompidos. Deve ser selecionada
a norma aplicável ou orientação do fabricante o cabo para
avaliação de continuidade operacional;
ü Realizar inspeção visual nas terminações, avaliando sua
integridade e correta fixação;
ü Realizar END ´s em acessórios como pinos, manilhas, soquetes
cunha periodicamente ou diante de identificação de indícios de
ocorrência de descontinuidades no material.
2.5.3 Roldanas
Instaladas em todos os sistemas de elevação, estando presentes no topo
dos cavaletes, pontas de lança (FIGURA 80) e, em alguns casos, selas
flutuantes, estes componentes devem ser inspecionados quanto a:
ü Livre movimentação ; O travamento de uma roldana por lubrificação
deficiente pode levar a falha da mesma ou ainda o desgaste excessivo do
cabo de aço;
ü Ocorrência de danos, desgastes nos sulcos e
flancos . Além do citado acima, podem ser
causados pelo uso de material inadequado,
esforços excessivos ou transmitidos
irregularmente pelo cabo.
FIGURA 80
47
Na FIGURA 81 podemos visualizar as marcas
introduzidas em uma roldana pelo excessivo
esforço de compressão induzido por cabo de la nça.
A monitoração da progressão das deformações
pode ser utilizada para definir-se a continuidade
operacional do componente.
FIGURA 82 FIGURA 81
FIGURA 83
48
ü Presença de dispositivos
adequados para evitar a saída do
cabo quando em serviço como
mostra a FIGURA 84 para as
roldanas da lança no cavalete. O
balanço da carga içada, assim
como o tracionamento do cabo em
posição inadequada quando da
instalação, podem causar a saída
do cabo ou mesmo o dano em
uma roldana .
FIGURA 84
49
FIGURA 86
ü Integridade do gancho - A
FIGURA 20 mostra algumas
ocorrências que devem ser
avaliadas nos ganchos.
Sendo que a abertura do
gancho > 15%, ou torção >
10%, implicam na inutilização
do mesmo.
FIGURA 87
50
2.7 Sobre o autor
Contato
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