Você está na página 1de 16

11

INTRODUÇÃO

O interesse pelo tema surge diante da compreensão de que os bons hábitos de higiene

corporal correlacionam-se como condição para a vida saudável e sua aquisição tem início na

infância, destacando-se a importância de sua prática sistemática, por sua vez, nos espaços

escolares.

Por sua vez, apesar dos avanços tecnológicos, científicos e inúmeros investimentos

para modernização do País, discrepâncias sócio-econômicas ainda estão presentes em todo o

território nacional, com isso, problemas como a pediculose, mais conhecida como piolhos,

ainda é uma realidade nos ambientes escolares de educação infantil e no ensino fundamental

(1º ciclo), tornando-se um problema de saúde pública:

“Não obstante, instituições escolares não possuem normas padronizadas


para manejo dessa ocorrência levando ao uso indiscriminado de produtos
piolhicidas. Outrossim, alguns pais continuam não tomando providências diante do
incomodo problema, sendo dessa forma delegadas às instituições de ensino (Gabani,
Maebara e Ferrari, 2010, p. 310)”.

É fundamental que os alunos conheçam bons hábitos, mas não basta apenas informá-

los, é preciso trabalhar a aquisição desses hábitos, para que dessa forma possam desenvolvê-

los.

Silva (2010, p. 53) ressalta que por se alimentar exclusivamente de sangue, o piolho

aloja-se no couro cabeludo, local de sua alimentação, gerando assim, irritação no seu

hospedeiro e ainda:

“Em alguns casos de infestação a queixa não é feita, pela criança, pois ela
não sente os sintomas (assintomática), desta forma, a infestação aumenta cada vez
mais, assim é facilmente transmitida para pessoas de seu convívio, na maioria
crianças, pois a tolerância do adulto para pediculose é quase nula (Silva, 2010, p.
53)”.

Este trabalho justifica-se dada a necessidade de compreensão da importância da

adoção de bons hábitos de higiene, inicialmente ensinado e praticados pela família. A escola
12

também contribuindo para de oferecimento e atuação preventiva sobre a educação/orientação

de correta higiene.

Dá-se o nome de pediculose à infestação causada por um inseto cujo nome científico é

Pediculus humanus, é uma das questões mais difíceis de serem abordadas quando crianças

ficam infestadas, como tratar, como abordar o assunto, e compreender que o tratamento

necessário para a pediculose é obviamente um Tratamento de Grupo, ou melhor,

interdisciplinar.

Esta pesquisa tem como objetivo geral, é o de sensibilizar e conscientizar pais e

educadores sobre a importância do auto cuidado com a saúde voltada para a higiene corporal,

especificamente no trato e manejo da pediculose e colocar em prática o aprendizado da

oficina em seu cotidiano.

Para os objetivos específicos:

 Desenvolver, nos pais e educadores, uma postura criativa, perceptiva e reflexiva;

 Compreender a necessidade de adquirir bons hábitos de higiene e cuidados com o

corpo para ser saudável;

 Refletir sobre as suas ações diárias em relação a sua saúde, o que engloba cuidado e

preservação com o meio ambiente e com a higiene;

 Propor uma oficina interdisciplinar para educadores e pais;

Este trabalho consiste de uma revisão bibliográfica cuja estratégia de busca inclui

consulta de bases de dados eletrônicas CAPES e SCIELO, de artigos científicos, livros,

monografias, dissertações e teses, que tem como objetivo buscar subsídios e desenvolver um

referencial teórico sobre a pediculose e as ações de orientação no ambiente escolar.

Silva (2001, p.21) destaca que a natureza desta pesquisa é de básica e bibliográfica

onde:
13

(i) Pesquisa Básica: objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o avanço
da ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses
universais.
(ii) Pesquisa Bibliográfica: Quando elaborada a partir de material já
publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e
atualmente com material disponibilizado na Internet (Silva, 2001, p.21)”.
14

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Cap. 2.1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM E SUA ATUAÇÃO

INTERDISCIPLINAR

É muito freqüente a idéia de que trabalhar questões de saúde na escola possa

representar mais uma tarefa para o professor entre tantas outras que ele já tem. Nesse tipo de

visão, cria-se uma situação que restringe as possibilidades de inserção de temas relacionados à

saúde no processo de planejamento das ações pedagógicas da escola.

Rocha e Almeida (2000, p. 99) observam que a Enfermagem é uma das profissões da

área da saúde cuja essência e especificidade é o cuidado ao ser humano:

“Individualmente, na família ou na comunidade, desenvolvendo atividades


de promoção, prevenção de doenças, recuperação e reabilitação da saúde, atuando
em equipes. Há cinqüenta anos aproximadamente a enfermagem vem revisando seu
conhecimento e prática, reconstruindo muitas teorias e modelos de intervenção
(Rocha e Almeida, 2000, p. 99)”.

Para Castilho et al (2009, 281), diante deste quadro, destaca-se o Sistema Integrado de

Enfermagem (SAE), que é a dinâmica das ações sistematizadas e inter-relacionadas, que

viabiliza a organização da assistência de enfermagem, buscando o atendimento integral do

paciente, “Representa uma abordagem de enfermagem ética e humanizada, dirigida à

resolução de problemas, atendendo às necessidades de cuidados de saúde e de enfermagem de

uma pessoa (Castilho et al, 2009, 281)”.

Seguindo esta conceituação, o SAE apresenta as seguintes etapas a saber:

(i) Histórico;

(ii) Diagnóstico;

(iii) Planejamento;

(iv) Implementação e

(v) Evolução.
15

Por sua vez, a mudança dessas práticas de saúde deve ocorrer em dois níveis, como pode

ser observado na Figura 01, a seguir:

Figura 01: Níveis de mudanças do SAE

Fonte: Castilho et al (2009, 282)

E ainda:

“O Conselho Federal de Enfermagem afirma que a SAE deve ocorrer em


todas as instituições de saúde brasileiras, públicas e privadas, considerando sua
institucionalização como prática de um processo de trabalho adequado às
necessidades da comunidade e como modelo assistencial a ser aplicado em todas as
áreas de assistência à saúde pelo enfermeiro (Castilho et al (2009, 281)”.

Para Rocha e Almeida (2000, p. 98) a área de saúde tem que responder a uma

pluralidade de necessidades, ou seja, o atendimento integral às demandas por intervenções

tecnológicas de alta complexidade e especialidade que se dão nos hospitais e também atuar

nos espaços aonde as pessoas vivem o seu cotidiano, objetivando uma vida saudável:

“Cuidar significa assistir o ser humano em suas necessidades básicas e este é


o caráter universal do cuidado. Entretanto, na prática, o cuidado se apresenta de
forma histórica e contextual, portanto, é variável e depende de relações que se
estabelecem no processo de assistência, tornando-se uma atividade bastante
complexa (Rocha e Almeida, 2000, p. 98)”
.

Diante deste quadro CORENGO (2010, p. 29) observa que O Ministério da Saúde,

com o objetivo de reduzir a morbidade e mortalidade de criança de 0 a 5 anos, implantou

várias ações e entre elas o Programa de Assistência Integral à Saúde da criança (PAISC), os

Dez passos da alimentação saudável e Assistência Integral às Doenças Prevalentes na

infância, e ainda:
16

“A consulta de enfermagem consiste na avaliação sistemática do


crescimento, estado nutricional, situação vacinal, desenvolvimento psico-
motor, social e psíquico do bebê, terapêutica ou encaminhamento adequado
(CORENGO, 2010, p. 30)”.

CAP. 02. PIOLHO (PEDICULUS HUMANUS CAPITI): CONCEITOS E DEFINIÇÕES

Andrade et al (2000, p.02) ressaltam que diversos problemas de saúde pública que

enfrentamos são claramente associados à falta de conhecimento ou a conceitos errados que

por um motivo ou outro vão passando de uma geração a outra e a educação é o caminho para

esclarecer as duvidas e incentivar a busca de qualidade de vida.

Neste capitulo será abordado a temática pediculose à infestação causada por um

inseto cujo nome científico é Pediculus humanus, mais conhecido como piolho:

“Qualquer forma o piolho que mais conhecemos se aloja apenas em nossas


cabeças e se alimenta de nosso sangue. E para isso, são muito bem adaptados. Uma
adaptação que é muito antiga, pois seus ovos já foram encontrados em múmias
egípcias de 5.000 anos atrás. Portanto, não é uma novidade no ser humano. E
também não é raro. Ao contrário, é muito comum em todas as raças humanas e em
todos os países, pobres ou ricos, em climas tropicais ou climas muito frios como o
do Canadá. (Andrade et al, 2000, p.02)”.

Reforçando esta conceituação, Linardi et al (1998, p.78) advertem que existem duas

espécies infestam o homem e o que às diferenciam é o seu habitat: cabeça ou corpo e é

estratificada por grupos etários a saber:

(i) Pediculus humanus Linnaeus (piolho do corpo): adultos em idade avançada

(ii) Pediculus capitis de Geer (piolho da cabeça): crianças e jovens em idade escolar;

“Morfologicamente, podem elas ser separadas pelo tamanho, coloração e


proporção entre determinadas estruturas anatômicas do corpo. A principal diferença
entre as duas espécies é o seu habitat. O piolho de cabeça deposita os ovos junto à
base dos cabelos, enquanto o do corpo nas fibras e dobras internas das vestes,
especialmente ao longo das linhas de costura (Linardi et al, 1998, p.78)”.

Pode-se observar na Figura 02, a seguir, o ciclo de vida do piolho:


17

Figura 02: Ciclo de vida do piolho

Fonte: Andrade et al (2000, p.02)

Em análise à esta figura, se o ciclo biológico do piolho não for interrompido, as

lêndeas se convertam em novos piolhos, o problema cresce exponencialmente ao término de

poucos dias.

CORENGO (2010, p.28) destaca:

“Este protocolo foi elaborado para ser um facilitador no momento da assistência


prestada à criança, à família e/ou ao cuidador durante a consulta de enfermagem, o
atendimento a grupos educativos e a visita domiciliar, respaldados pela Lei do
Exercício Profissional Nº 7.498/86 e Resoluções do COFEN 195/1997, 271/2002,
272/2002 (CORENGO, 2010, p.28)”.

De forma específica os Cuidados de enfermagem no trato da pediculose, têm-se o

seguinte protocolo e orientação aos pais das crianças: orientação e prescrição medicamentosa.

A orientação refere-se e enfatiza a necessidade de se ter bons hábitos de higiene,

prevenção na família, para que outras pessoas não se contamine, remoção das lêndeas

manualmente umedecendo os cabelos com vinagre morno diluído em água na proporção

(1:1); utilizar o pente fino e investigar outros casos no núcleo familiar e escolar.
18

A prescrição medicamentosa inclui Monossulfiram e/ou Benzoato de benzila

conforme bula: Até 2 anos: diluição 1:3 com água filtrada ou fervida (fria); 2 anos: diluição

1:1 com água filtrada ou fervida (fria); Repetir tratamento após 7 dias ;Loção de permetrina a

1%, dose única e repetir tratamento após 7 dias, de acordo com CORENGO (2010, p.29).

Na Figura 03, pode-se observar o protocolo de atendimento na unidade de saúde:

Figura 03: Assistência enfermagem no trato da pediculose

Fonte: CORENGO (2010, p.28)


19

E finaliza-se com Gabani et al (2010, p. 315):

“De acordo com o Ministério da Saúde, conceitua-se como educação permanente


em saúde ações educativas embasadas na problematização do processo de trabalho
em saúde e que tenham como objetivo a transformação das práticas profissionais e
da própria organização do trabalho, tomando como referência as necessidades de
saúde das pessoas e das populações, a reorganização da gestão setorial e a ampliação
dos laços da formação com o exercício do controle social em saúde. Sendo assim,
esse processo educacional passa a ser pivô da relação ensino-serviço-comunidade,
proporcionando momentos de mudança conceitual com reflexão das práticas
consideradas inerentes ao bem-estar infantil (Gabani et al, 2010, p. 315)”.

2.2.1 PARCERIA ESCOLA E UNIDADE DE SAÚDE: UMA QUESTÃO DE SAÚDE

A escola é o ambiente propício para troca de experiência e deve proporcionar a seus

alunos um momento para discussão, conhecimento e vivência de temas ligados a realidade de

cada um e que promova, através de todas as disciplinas a formação de alunos críticos,

participativos, dinâmicos e criativos visando o pleno exercício da cidadania e a qualificação

para o mercado de trabalho.

Franceschini et al (2004, p.218) observam que as crianças em idade escolar constituem

um grupo suscetível à pediculose:

“No Brasil, não existe uma política institucional na rede escolar em relação
à pediculose e, de uma maneira geral, as crianças não são afastadas da escola por
causa da infestação. Taxas de prevalência do piolho podem chegar a 40% em
comunidades carentes no Brasil, sendo que crianças apresentam taxas mais altas, o
que faz com que a comunidade escolar tenha que se deparar com esta problemática
em seu cotidiano de trabalho (Franceschini et al, 2004, p.218)”.

Rocha e Macedo (2002, p.18) observam que a escola e a família são instituições que
surgem tal qual as conhecemos hoje, e destinadas ao cuidado e educação das crianças e
jovens:
“Há décadas que se vem refletindo sobre como envolver a família, promover
a co-responsabilidade e torná-la parte do processo educativo. Sem dúvida, tal
aproximação trata-se de uma difícil tarefa, isto, em função das inseguranças,
incertezas e da falta de esclarecimento sobre o processo educacional, suas
limitações, bem como sua abrangência (Rocha e Macedo, 2002, p. 18)”.

Torna-se necessário compor uma parceria entre escola e família pressupõe de ambas

as partes, a compreensão de que a relação família-escola deve se manifestar de forma que os


20

pais não responsabilizem somente à escola a educação de seus filhos e, por outro lado, a

escola não pode eximir-se de ser co-responsável no processo formativo do aluno.

Segundo Aquino (1998, p. 06) a escola e família exercem papéis distintos no processo

educativo. Evidencia-se uma confusão de papéis. A principal função da família é a

transmissão de valores morais e cuidados às crianças. Já à escola cabe a missão de recriar e

sistematizar o conhecimento histórico, social, moral, e reforçar este cuidado, no caso dos

hábitos de higiene.

Riscal (2009, p. 84) reforça:

“A escola só tem acesso direto ao aluno durante as poucas horas que ele
freqüenta suas atividades e não pode ignorar que a educação do aluno começa a
formar-se antes do período escolar, quando ele tem ainda poucos anos de vida, na
família e na sociedade (Riscal, 2009, p. 84)”.

Feitosa (2007), define cinco níveis de envolvimento dos pais com a escola:

(i) BÁSICO: corresponde às atitudes de oferecerem aos filhos condições


necessárias para ingressar e manter-se na escola, como por exemplo:
compra de materiais pedidos pela escola, cobrança de freqüência nas aulas,
acompanhamento das atividades escolares, uniforme, e angariando recursos
para garantir a escolarização e transporte;
(ii) ESTRATÉGICO: refere-se aos esforços planejados pelos pais com o
objetivo de que os filhos adquiram conhecimentos e habilidades
acadêmicas, por exemplo, compra de materiais extracurriculares, visita a
museus, viagens, jornais e revistas, cursos extracurriculares;
(iii) COMUNICATIVO: constituído pelas trocas de informações entre pais e
professores com o objetivo a melhoria do processo de ensino-
aprendizagem, por exemplo, contato por e.mail, telefone, reuniões;
(iv) ASSISTENCIAL: envolve atividades voluntárias dos pais para ajudar a
escola em excursões, festa eventos sociais, serviços de reparos, feiras e
palestras;
(v) ADMINISTRATIVO: diz a respeito ao auxilio nas questões burocráticas –
administrativas, por meio de: Associação de pais e alunos, Conselho
administrativo, Secretarias estaduais e outros;

Diante desta citações, o cuidado com a higiene pessoal do aluno, inclui-se no item

básico, portanto a família tem como responsabilidade o trato, cuidado e controle da

pediculose, para evitar contaminação e infestação na sala de aula. O papel do educador é o de

observar o reflexo deste cuidado, e o papel das assistência enfermagem é oferecer subsídios

teóricos e correto manejo de cuidado.


21

Segundo os Brasil (1998, p.38) destaca:

“Portanto, o conhecimento sobre o corpo humano para o aluno deve estar


associado a um melhor conhecimento do seu próprio corpo, por ser seu e por ser
único, e com o qual ele tem uma intimidade e uma percepção subjetiva que ninguém
mais pode ter. Essa visão favorece o desenvolvimento de atitudes de respeito e de
apreço pelo próprio corpo e pelas diferenças individuais. É importante que o aluno
tenha um conhecimento do seu próprio corpo e noções de higiene, pois quando o
mesmo não tem essas noções acarretam problemas que vão interferir no seu
desenvolvimento pessoal (PCNs, 1997, p.38)”.

Ou seja, na sala de aula, o uso de estratégias e metodologias o aluno passa a

compreender os conteúdos da área de saúde, como o cuidado com seu comporto, doenças,

noções de higiene e etc.

Por sua vez, quando inicia sua vida escolar, a criança traz consigo a valoração de

comportamentos favoráveis ou desfavoráveis à saúde oriundos da família e outros grupos de

relação mais direta.

“A higiene corporal é tratada como condição para a vida saudável. A


aquisição de hábitos de higiene corporal tem início na infância, destacando-se a
importância de sua prática sistemática. As experiências de fazer junto com a criança
os procedimentos passíveis de execução no ambiente escolar, como lavagem das
mãos ou escovação dos dentes, por exemplo, podem ter significado importante na
aprendizagem. O grande desafio na abordagem da higiene corporal é levar em conta
a realidade do aluno, não empobrecendo os conteúdos em condições adversas, mas
buscando as soluções críticas e viáveis ( Brasil, 1998, p. 39)”

Durante a infância e a adolescência, épocas decisivas na construção de condutas, a

escola passa a assumir papel destacado devido à sua função social e por sua potencialidade

para o desenvolvimento de um trabalho sistematizado e contínuo. Deve, por isso, assumir

explicitamente a responsabilidade pela educação para a saúde:

“Cada pessoa, aluno ou professor, apreende em seu meio de convívio,


especialmente em família, um conjunto de idéias a respeito do corpo. É importante
que o professor tenha consciência disso para que possa superar suas próprias pré-
concepções e retrabalhar algumas das noções que os alunos trazem de casa, algumas
correspondentes a equívocos graves. Além dessas noções adquiridas em sua
vivência individual, há outras gerais difundidas pela mídia, mas tão pouco
elaboradas que também constituem senso comum. Todas essas conceituações
adquiridas fora da escola devem ser consideradas no trabalho em sala de aula. É
fundamental que os alunos conheçam bons hábitos, mas não basta apenas informá-
los é preciso trabalhar de forma significativa a aquisição desses hábitos, para que
dessa forma possam desenvolvê-los no seu ambiente de convivência (Brasil, 1998,
p.39)”.
22

2.2.2 OFICINA PEDAGÓGICA EDUCAÇÃO/ORIENTAÇÃO NO MANEJO DE

INFESTAÇÃO DE PIOLHOS

O trabalho em questão caracteriza-se pela apresentação de uma Oficina Pedagógica,

com o objetivo de oferecer através de uma palestra, informações e subsídios teóricos da área

de saúde no correto manejo e controle da pediculose.

Na Tabela 01, pode-se observar a estrutura do trabalho:

Tabela 01: Estrutura Oficina Pedagógica

ESTRUTURA DA PASSO A PASSO


OFICINA
PÚBLICO ALVO:  Pais, Educadores, auxiliares de sala e pajens de alunos;
JUSTIFICATIVA:  Esclarecer, informar e orientar sobre a temática educação,
higiene e cuidado pessoal para os alunos da educação infantil e
séries iniciais.;
OBJETIVO GERAL  Compreender a importância e as particularidades no
atendimento dos alunos no quesido higiene e cuidado e
desenvolver uma postura profissional e consciente no trato deste
tema;
OBJETIVOS  Desmistificar a pediculose;
ESPECÍFICOS  Transformar os pais em aliados no processo educativo;
 Desenvolver postura reflexiva;
 Discutir e alertar sobre a necessidade de formação de
valores;
METODOLOGIA  Entrega da apostila (Apêndice 01), apresentação no
power-point e interação, troca de idéias e contribuições.
 Dinâmicas de grupo;
 Seminários (exposição oral acadêmica);
ORGANIZAÇÃO DO  1 apostila para cada participante;
ESPACO
Fonte: autor
23

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A educação para saúde deverá ser aceita como parte integrante do progresso

educacional, iniciando-se na fase de educação infantil e perpetuando-se por toda a vida.

O cuidado com o corpo e a higiene pessoal começa em casa, através da ajuda dos pais,

com seus ensinamentos, costumes e valores, por sua vez, a falta desta orientação pode

provocar transtornos na vida do aluno, como é o caso da infestação de piolhos, que pode

prejudicar o desempenho escolar e contribuir para um processo de rejeição e vergonha, pois o

aluno poderá ser rotulado.

O papel do educador frente à este quadro e buscar ajuda dos profissionais de saúde no

sentido de correta orientação, e a proposta deste trabalho, é o oferecimento de uma oficina

pedagógica, para estimulação e troca de saberes e experiências, visando o fortalecimento da

parceria escola e família e ajudando o aluno no enfrentamento e controle da praga, ressalta-se

a importância de trabalhar com as crianças assuntos que estejam ligados a todos os tipos de

higiene.

Conclui-se que é de suma importância a parceria escola e família e que sem educação

não há saúde. Pedículose é um problema comum no ambiente escolar e é necessário uma

postura de enfrentamento, destaca-se a necessidade de metodologias diferenciadas pois

quando o aluno percebe que estes hábitos o ajudam a viver melhor, sem dúvida alguma ele

estará motivado a colocá-la em prática com regularidade. É neste momento que devemos

esclarecer e estimular os alunos, propondo uma tomada de consciência no que diz à saúde, à

limpeza corporal, à postura, etc.


24

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, C.F.; SANTOS, L.U. dos; BRANDÃO, A.T.; Controle da pediculose: um


projeto educativo In: Apostila informativa, Departamento de Zoologia do Instituto de
Biologia UNICAMP – 2000

AQUINO, J. G., A Indisciplina e a Escola Atual. Rev Fac. Educ. v.24 n.2 São Paulo
July/Dec.1998. 14 p. www.scielo.br, acesso em Dez/2010

BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO, Parâmetros Curriculares


Nacionais, Saúde . Brasília: MEC/SEF, vol.9, 1998.

CARVALHO, M. E. de; Relações entre família e escola e suas implicações de gênero, In:
Cadernos de Pesquisa, nº 110, p. 143-155, Dex/ 2000

CASTILHO, N.C.; RIBEIRO, P.C.; CHIRELLI, M.Q.; A implementação da sistematização


da assistência de enfermagem no serviço de saúde hospitalar do Brasil, In: Texto
Contexto Enferm, Florianópolis, 2009 Abr-Jun; 18(2): 280-9.

CORENGO, Protocolo de enfermagem e atenção em saúde de Goias, Goiás, 2010, obtido


no site: http://www.corengo.org.br/ArquivosUpload/1/file/LIVRO%20miolo.pdf, acessado
em Dez/2010

FONSECA, N.G.; A influência da família na aprendizagem da criança, Monografia


Especialização em Linguagem pelo Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica, São
Paulo, 1999

FRANCESCHINI, A.T.; et al; Desenvolvendo estratégias para controle da pediculose na


rede escolar, In: Revista APS, v. 10, nº 02, p. 217-220, Jul/Dez 2007

LINARDI, P.M., BOTELHO, J.R., MARIA, M. & CUNHA, H.C. Crendices e falsos
conceitos que dificultam ações profiláticas contra o piolho e a pediculose capitis. Jornal
de Pediatria 64 (6):248-255, 1998.

LINARDI, P. M. et al. Infestação por Pediculus humanus (Anoplura: Pediculidae) no


Município de São Paulo, SP, Brasil. Rev. Saúde Pública [online]. 1998, vol.32, n., pp. 77-81

GABANI, F.L.; MAEBARA, C.M.L.; FERRARI, R.A.P.; Pediculose nos centros de


educação infantil: conhecimento e prática dos trabalhadores, In: Esc Anna Nery Ver.
Enfermagem, Abr-Jun; 14 (2): 309 – 317, 2010

GONÇALVES, F.D. et al; A promoção da saúde na educação infantil, In: Interface:


Comunicação, Saúde e Educação, v. 12, nº 24, p. 181-182, Jan/Marco de 2008

ORSO, P.J.; Educação e saúde: a interdisciplinaridade como desafio, In: Ver. Online Bibl.
Joel Martins, Campinas, SP, v. 02, nº 01, Out/2000

RISCAL, S.A.; Gestão democrática no cotidiano escolar, Ed. EDUFSCAR, São Carlos,
2009
25

ROCHA, C. de S. e MACEDO, C. R. Relação família & escola, Trabalho conclusão de


curso, Universidade da Amazônia, Para, 2002.

ROCHA, S.M.M.; ALMEIDA, M.C.P.de. O processo de trabalho da enfermagem em


saúde coletiva e a interdisciplinaridade. Rev.latino-am.enfermagem, Ribeirão Preto, v. 8, n.
6, p. 96-101, dezembro 2000.

SILVA, M.M.A.; A receptividade em Paraty para um programa educativo de controle


da pediculose, In: REVISTA - Educação Ambiental BE-597 / Volume 3 – 2010

VIANA, J.; Parasitas da pesada, In: Revista Nova Escola, Ed.226, Outubro 2009, obtido no
site: http://revistaescola.abril.com.br/ciencias/pratica-pedagogica/parasitas-piolho-pulga-
carrapato-doencas-prevencao-contagio-503910.shtml, acessado em Dez/2010
26

APÊNDICES

Você também pode gostar