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Estudo
Contacto Directo TOTAL
TEMAS Independente
C
AT AP AL S D L G P EI T
Fundamentos gerais da tecnologia,
construção e manutenção
1 1 1 2 4 1 2 0 3 7
electrotécnicas (Produção, Tecnologia,
qualidade, precisão e manutenção)
Cabos Electricos (construção,
2 3 2 3 8 3 3 0 6 14
montagem e ensaios)
Isoladores (construção, aplicação e
3 1 3 4 1 0 0 1 5
manutenção)
Linhas aéreas (construção dos apoios,
4 montagem de condutores e 2 2 2 6 2 3 0 5 11
manutenção)
Maquinas Eléctricas ( Bobinagem e
5 3 2 2 3 10 3 3 4 10 20
ensaios)
Aparelho de protecção ( Manutenção e
6 1 1 1 1 4 1 2 2 5 9
ensaios)
7 Aparelho de manobra ( manutenção) 1 1 2 1 0 0 1 3
8 Baterias ( Construção e manutenção) 1 4 1 0 0 1 5
Instalações eléctricas Manutenção e
9 2 1 3 6 2 2 0 4 10
ensaios)
16 9 3 18 48 16 14 6 36 84
AT - Aula Teórica S - Seminário P – Elaboração de Projectos
AP - Aula Prática L – Uso de leitura CD - Total de Horas de Contacto Directo
AL - Aula Laboratorial G - Trabalhos em grupo EI - Total de Horas de Estudo Independente
INTRODUÇÃO
Produção;
Transporte;
Distribuição; e
consumo.
O engenheiro electroctécnico deverá fazer uma abordagem de todos os componentes dum sistema
eléctrico:
1
máquinas eléctricas;
cabos eléctricos;
aparelhos de manobra e protecção;
montagem; e
exploração e manutenção.
Capítulos
No capítulo 1, faz-se uma abordagem de aspectos comuns, ora para o processo de fabricação como
de manutenção curativa, relativo à preparação tecnológica de material, fluxo e precisão.
No capítulo 2, além dos aspectos construtivos dos cabos, aborda os aspectos relacionados com a
sua instalação, atendendo a instalação à vista e embebida, instalação subterrânea, execução das
valas e travessias de estradas e linhas férreas.
No capítulo 4, é feita uma análise relativa às linhas aéreas e dos respectivos apoios, tais como:
postes de madeira, metálicos e de betão, tendo em conta os domínios da sua aplicação, execução
das fundações e implantação dos postes e finalmente o lançamento dos cabos.
O capítulo 8 apresenta a análise de diversos tipos de instalações eléctricas com vista a sua
manutenção e ensaios, bem como a construção e manutenção de fontes de emergências (baterias).
O capítulo 9 está ligada a outras disciplinas, tais como Tecnologia dos Materiais Eléctricos,
aparelhagem de manobra e protecção e máquinas eléctricas. O principal objectivo deste capítulo é
fazer com que o estudante tenha a melhor inserção nas disciplinas “Projecto de Curso e Estágios
Pofissional” bem como na vida prática..
Em suma, portanto, a disciplina está estreitamente ligada à prática no que diz respeito a montagem,
exploração e manutenção de sistemas ou subsistemas eléctricos.
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1 Conceitos de Tecnologia, Construão e Manutenção
3
experiências com eles, na esperança de os aperfeiçoarem para uso num sistema de potência
comercial.
Um dos engenheiros de Westinghouse, William Stanley, deu conta do problema que era a ligação
dos transformadores em série em contraste com a ligação em paralelo e também se apercebeu que
tornar o núcleo de ferro de um transformador numa bobina completamente fechada iria aumentar
a regularidade da tensão do enrolamento secundário. Usando este conhecimento, Stanley construiu
um sistema de potência de corrente alterna muito mais aperfeiçoado em Great
Barrington, Massachusetts em 1886. Assim, em 1887 e 1888, o engenheiro norte-
americano Nikola Tesla, também da Westninghouse, registou uma série de patentes relacionadas
com sistemas de potência, incluindo um motor de indução trifásico. Apesar de não poder ser
necessariamente atribuída a Tesla a construção do primeiro motor de indução, o seu projeto - ao
contrário de outros - era praticável para uso industrial.
Fig.1.1: Válvula de arco de mercúrio para conversão de electricidade de corrente alternada para
CCAT, instalada em Gillam, Canadá em 1971.
Por volta de 1890, a indústria da produção de energia tinha florescido e diversas empresas de
eletricidade tinham já montado milhares de sistemas de potência, tanto de corrente alternada como
de contínua, nos Estados Unidos e na Europa. Estas redes elétricas dedicavam-se essencialmente
ao fornecimento de iluminação elétrica. Durante esta altura, deu-se a Guerra das Correntes,
resultante da rivalidade entre Edison e Tesla sobre qual a forma de transmissão de energia (em
corrente contínua ou alternada) era superior. Em 1891, Westinghouse instalou o primeiro grande
sistema de potência especialmente projetado para accionar um motor eléctrico e não apenas a
fornecer iluminação. A instalação alimentava um motor síncrono de 100 hp (75 kW), instalado
em Telluride, Colorado, sendo o arranque do motor síncrono realizado por um motor de indução
Tesla.
Na Europa, o engenheiro alemão Oskar von Miller construiu uma linha de transmissão
trifásica com tensão de 20 kV e 176 km de comprimento, entre Lauffen am Neckar e Frankfurt am
Main, para a Exposição de Engenharia Eletrotécnica de Frankfurt de 1891. Em1895, depois de um
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prolongado processo de decisão, Central de Produção de Energia Elétrica Adams nas Cataratas do
Niágara começou a transmitir uma corrente trifásica de 11 kV para a cidade de Buffalo. Depois de
completado o projeto das Cataratas do Niágara, os novos sistemas de potência foram sendo, cada
vez mais, instalados usando a transmissão de energia em corrente alterna em detrimento da
corrente contínua.
Apesar das décadas de 1880 e de década de 1890 terem sido as épocas de pioneirismo no campo
da eletrotécnica, os desenvolvimentos nesta área continuaram através dos séculos XX e XXI. Em
1936, foi construída a primeira linha comercial de corrente contínua em alta tensão (CCAT),
usando uma válvula de arco de mercúrio, entre Schenectady e Mechanicville no estado de Nova
Iorque. A CCAT tinha já sido obtida através da instalação em série de geradores de corrente
contínua (Sistema Thury), mas sofria de problemas de fiabilidade. Em 1957, a Siemens apresentou
o primeiro retificador de estado sólido, que são agora o padrão para sistemas de CCAT. Contudo,
só na década de 1970 é que esta tecnologia foi usada em sistemas de potência comerciais.
Em 1959, a Westinghouse apresentou o primeiro disjuntor que usava o hexafluoreto de
enxofre como meio de interrupção. O hexafluoreto de enxofre é muito mais dieléctrico que o ar e,
nos tempos mais recentes, o seu uso tem-se estendido para produzir sistemas de conexão e
transformadores mais compactos. Muitos desenvolvimentos importantes também tiveram origem
nas novas tecnologias da informação e das telecomunicações, passando a ser aplicadas no campo
da electrotecnia. Por exemplo, o desenvolvimento dos computadores permitiu que os fluxos de
carga pudessem ser geridos de uma forma mais eficiente, permitindo um planeamento muito
melhor dos sistemas de potência. Os avanços nas tecnologias da informação e telecomunicações
também permitiu um controlo remoto muito mais aperfeiçoado dos geradores e dispositivos de
conexão dos sistemas de potência.
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Os aparelhos eletrônicos de estado sólido - que resultam da revolução dos semicondutores - tornam
possível converter a CC de uma tensão para outra, construir motores de CC sem escovas e fontes
de alimentação chaveadas. No entanto, os aparelhos que utilizam a tecnologia do estado sólido são
frequentemente mais dispendiosos que os seus correspondentes tradicionais, o que faz com que a
CA continue em uso generalizado.
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Fig.1.2: Transformador trifásico de potência, refrigerado a óleo.
Por estas razões, ao longo das redes elétricas são instaladas subestações, onde a eletricidade é
transformada para alta tensão antes de ser transmitida e para baixa tensão depois de ser transmitida
e antes de ser entregue ao consumidor.
Descreva porque razão são instaladas substações nas redes eléctricas?
7
Os sistemas de potência constituem uma rede de componentes interligados que convertem
diferentes formas de energia em energia elétrica. Os modernos sistemas de potência englobam três
subsistemas principais: o de produção, o de transmissão e o de distribuição. No subsistema de
produção, a central de produção de energia ou central eletroprodutora produz eletricidade. O
susbsistema de transmissão transmite a eletricidade aos centros de carga. O subsistema de
distribuição continua a transmitir a eletricidade até aos consumidores.
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Os custos operacionais de produzir energia elétrica são determinados pelo custo do combustível e
pela eficiência da central de produção de energia. A eficiência depende do nível de produção e
pode ser obtida pela curva de taxa de calor. A partir da curva da taxa de calor também se pode
obter a curva de custo incremental. O despacho é o processo de distribuir a carga correspondente
à procura pelos diversos centros de produção, de modo a minimizar os custos da operação.
Distribuição de energia
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3. Sistemas elétricos industriais: em sistemas eléctricos industriais aborda-se a aplicação
final da energia elétrica, tanto na parte residencial, comercial, como também a industrial,
principalmente esta última, com estudos de instalações elétricas, motores e diversas
outras aplicações e estudos principalmente em baixa tensão. As tecnologias de
"comandos elétricos" e "automação industrial" são aplicações típicas desta divisão.
- Processo de produção;
- Tecnologia;
- Construção;
- Manutenção;
- Processo e fluxo tecnológico;
- Princípio geral de projeção de processos tecnológicos; e
- Precisão da manufactura e qualidade das superfícies.
- acções imediatas (que geram serviços que são consumidos pelo produto final,
independentemente do seu estado de transformação); ou
- acções mediatas (que geram serviços que são consumidos por outras acções ou actividades
do processo).
Por outro lado, ainda que exista uma grande quantidade de tipologias de produtos, podemos
mencionar as principais:
- os produtos finais - que oferecem os mercados onde a organização interactua; e
- os produtos intermédios – que podem ser utilizados como factores noutra ou noutras
acções que constituem o mesmo processo de produção.
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Os processos produtivos, por sua vez, podem ser classificados de diversas formas. Consoante o
tipo de transformação experimentado, podem ser:
- simples (sempre que a produção tenha por alvo uma mercadoria ou um serviço de tipo
único); ou
- múltiplo (sempre que os produtos sejam tecnicamente interdependentes).
2.2 Tecnologia
Conceitos de Tecnologia
A palavra tecnologia tem origem no grego "tekhne" que signfica "técnica, arte, ofício" juntamente
com o sufixo "logia" que significa "estudo".
As tecnologias medievais englobam invenções como a prensa móvel, tecnologias militares com
a criação de armas ou as tecnologias das grandes navegações que permitiram a expansão marítima.
energia Nuclear;
nanotecnologia;
biotecnologia, etc.
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Atualmente, a alta tecnologia, ou seja, a tecnologia mais avançada é conhecida como tecnologia
de ponta.
As novas tecnologias são fruto do desenvolvimento tecnológico alcançado pelo ser humano e têm
um papel fundamental no âmbito da inovação.
- pelo lado positivo, a tecnologia resulta em inovações que proporcionam melhor nível de
vida ao Homem; e
- como fatores negativos, surgem questões sociais preocupantes como o desemprego,
devido a substituição do Homem pela máquina ou a poluição ambiental que exige um
contínuo e rigoroso controle.
2.3 Manutenção
Definição 1: Manutenção é um conjunto de acções que permitem manter ou restabelecer os meios
de produção e outros bens num estado especificado ou em condições de assegurar um serviço
determinado.
- Manutenção correctiva;
- Manutenção preventiva sistemática;
- Manutenção preventiva condicionada.
Manutenção
Reactiva Proactiva
Resoluta
Não planeada
Planeada
(Emergência)
(Diferida)
Intervenção de manutenção
a) Inspecção
b) Manutenção corrente
c) Recondicionamento
d) Classificação por níveis de manutenção
e) Intervenientes na Manutenção
f) Gestão informatizada da Manutenção
g) Índices de gestão da Manutenção
a) Inspecção
Observação Controle Medidas
Níveis de óleo Níveis de ruídos Medidas de desgaste
Lubrificação aparente Vibrações Deformações
Ruídos normais Temperaturas
Fugas em tubagem Gotículas
.
14
b) Manutenção corrente
Limpeza Lubrificação Mudança e atesto de
produtos consumíveis
c) Recondicionamento
Preventivo Correctivo (após a avaria)
Substituição de componentes Desempenagem
Eliminação de pontos fracos Reparação
Níveis da Manutenção
e) Intervenientes na Manutenção
- Agentes de manutenção
- Utilizadores
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f) Gestão informatizada da Manutenção
Mortalidade
Mortalidade Envelhecimento
infantil
Envelhecimento
infantil
Taxa de avarias
Tempo de uso
A manutenção é uma das áreas que em muito contribui para a produtividade, por ser determinante
no custo de ciclo de vida dos equipamentos e por ter impacto determinante em todas as operações
produtivas. A sua influência nos processos produtivos é essencial e decisiva, sendo muitas vezes
por esta vertente que os processos perdem competitividade ou se tornam obsoletos.
O impacto da manutenção, ou da sua falta, manifesta-se de forma indirecta e lenta, facto que leva
a que, a manutenção em particular e a gestão de activos em geral, sejam muitas vezes encaradas
como áreas menores, e consequentemente lhes seja atribuída uma importância menor que a que
lhes é devida.
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A manutenção ou os requisitos de manutenção são em geral e predominantemente decididos na
fase de projecto, quer seja na óptica de um produto quer seja na óptica de uma instalação.
Com base nas expectativas de mercado, volume, preço, cadência, etc., resultam opções
construtivas, de lay-out, de exploração, de manutenção, etc. que, desde logo, influenciam e
concorrem para a produtividade.
Por exemplo:
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Para evitar números muito pequenos e pouco sugestivos é conveniente exprimir a taxa de avarias
em:
nº avarias/1.000 horas; e
nº avarias/10.000 km, etc.
em que:
Fórmula I:
em que:
Para o caso em ocorreram quatro avarias entre o mês 3 e o mês 12 com um tempo de
funcionamento de 300 dias, tem-se:
Notações:
TE = Tempo de espera;
TR = Tempo de reparação;
TF = Tempo de funcionamento
Para equipamento:
Para veículos:
λ = Taxa de avarias
Nav = número de avarias no período de análise
km = Total de quilómetros realizados no período
Fórmula II:
em que:
A abreviatura MTBF deriva do inglês Meam Time Between failures, ou seja, é o tempo médio
entre avarias. A primeira limitação prática, em termos de gestão, em utilizar este indicador para
um equipamento é a de que se não houver avarias não há indicador; se só existir uma avaria
no período também não há indicador; se existirem duas avarias é um indicador pouco
expressivo.
De facto, o MTBF é um indicador que só faz sentido utilizar num equipamento quando existe um
número apreciável de avarias no período de análise. Portanto, para um equipamento, o MTBF deve
ser utilizado para períodos longos de análise: num caso típico, digamos, nunca menos de 1 ano.
Fórmula III:
Nota:
1) Ainda que o período de análise não inclua o mês 1 e o mês 2, deve contar-se o tempo TF2,
que invade os meses 2 e 1. Pois, para computar a média dos Tempos de Bom
Funcionamento:
Portanto, o Tempo Médio entre Falhas (TMEF ou MTBF), é determinado com base na equação
3, ou seja:
Exemplo:
Se durante um ano o equipamento operou 200 horas, depois 450 horas, depois 4000 horas e
finalmente 1400 horas, o MTBF será:
Para computar (TF2 + TF3 + TF4 + TF5) pode-se seguir o caminho seguinte:
Uma simplificação vantajosa da fórmula III, cingirá o cálculo do MTBF de determinado período,
ao período delimitado pelas avarias extremas ocorridas nesse período: no caso em consideração,
desde a data da avaria 2 até à data da avaria 5:
Fórmula IV:
em que:
.
20
Num caso geral, a expressão IV assume a forma:
Fórmula IV:
Em que:
MTBF ≈ 1/ λ
Caso o período de análise coincida com a ocorrência de avarias (tenha havido, por exemplo, uma
avaria em 15Jan1999 e outra em 27Nov2001, com várias de entremeio, e a análise se fizer entre
15Jan1999 e 27Nov2001) verifica-se a igualdade.
Este MTBF faz sentido numa gestão de manutenção (o MTBF da linha 4; o MTBF global da
fábrica, etc.).
O cálculo deste MTBF é também dado pela fórmula III, só que os termos TF2, TF3, etc. utilizados
na fórmula são os Tempos de Bom Funcionamento do conjunto de equipamentos objecto de
análise, a começar pela última avaria anterior ao período de análise, em qualquer equipamento
desse conjunto.
Fórmula V:
em que:
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TS = Tempo decorrente entre a data de início da primeira avaria ocorrida no conjunto de
equipamentos e a data início da última avaria nesse conjunto;
ƩTRi = Tempos de reparação de todos os equipamentos do conjunto no período (menos o
último);
O MTTR deriva do inglês Mean Time to Repair ou seja, é o tempo médio de reparação de
avarias, ou se preferirmos, a média dos tempos de intervenção (TDI).
Para um único equipamento tem as limitações apontadas para o MTBF, isto é, se não existirem
avarias, logo, não haverá reparações e, neste caso, não há indicador. Se existirem só uma ou duas,
o indicador é pouco expressivo.
em que:
TR2, TR3, etc. = tempos de reparação (horas) das avarias verificadas no período de
Análise;
Nav = Número de avarias do equipamento nesse período.
Fórmula VI:
em que:
MTTR = Σ MTTR/Ne
em que:
.
22
2.6 Disponibilidade
em que:
TF = Tempo de Bom Funcionamento no período (total de horas no período em que
não se esteve a reparar avarias);
TT = Tempo Total do período (total de horas do período de análise).
D = (TT – (TR2+TR3+TR4+TR5))/TT
em que:
Observar que não se consideraram os tempos de espera TE1, TE2, etc., isto é, os tempos que
decorrem entre o Pedido de Trabalho e o Início da Reparação, como Tempos de não Operação.
Com rigor, talvez pudessem assim ser considerados e, portanto, adicionados dentro de parênteses
(TR2 + TR3, etc...), para computar a disponibilidade.
De facto, na maioria dos casos, o Pedido de Trabalho é feito quando o equipamento avaria/
imobiliza. Porém, preconiza-se não os considerar como imobilizações para o cálculo da
Disponibilidade tendo em consideração os seguintes factores:
indicador MWT (Mean Waiting Time), que se aborda mais adiante, caracteriza bem o
tempo de espera;
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Para um conjunto de equipamentos a Disponibilidade para determinado período será:
em que:
D = MTBF/(MTBF + MTTR)
Assim:
em que:
em que:
• TE2, TE3, etc. são os Tempos de Espera que antecederam as reparações das avarias ocorridas
no período de análise;
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Se se tratar de um conjunto de Ne de equipamentos, virá:
Fórmula VII:
em que:
MWT = ΣMWT/Ne
Em que:
A valia deste indicador depende, como sempre, da consistência dos dados. Num cenário em que
todos os Pedidos de Trabalho forem devidamente documentados, será um indicador bem
expressivo da resposta do Serviço de Manutenção às solicitações.
Parece que, na óptica de gestão que, mais do que falar em avarias, faz sentido falar em Trabalhos
Programáveis e em Trabalhos não Programáveis. Os primeiros não penalizam os indicadores
(i.e. os tempos decorrentes das intervenções não são considerados como tempos de reparação de
avarias), só os segundos penalizam os indicadores.
Com base no que atrás apresentamos, concluímos que podemos utilizar e calcular os indicadores
na gestão da manutenção. Estes indicadores expressam conceitos cuja aplicação prática exige a
sua flexibilização. Há, portanto, que, caso a caso, definir com precisão o seu conteúdo e forma de
computação e reter que o MTBF ou a Disponibilidade de uma electrobomba calculados numa
fábrica podem não ser comparáveis com o MTBF e a Disponibilidade da mesma electrobomba
calculados num gabinete de estudos.
Assim, podemos constatar que o significado de um indicador depende, acima de tudo, da pergunta
que se faz: para um equipamento que tem, em média, 3 avarias por ano, por exemplo, não faz
qualquer sentido determinar MTBF, MTTR e Disponibilidade mensais. Para que tenham alguma
utilidade, é necessário, antes do mais, que os indicadores sejam computados para períodos com
significado. Cabe aos técnicos e gestores definir, caso a caso, esses períodos.
Exemplo:
Uma máquina de produzir placas de madeira opera somente um turno diário totalizando 8 horas.
Neste período, a máquina apresenta 4 falhas. Ao medir o tempo de parada, verificou-se que a
primeira parada teve duração de 20 minutos, a segunda e a terceira de 15 minutos e a quarta de 30
minutos totalizando 80 minutos. Vamos calcular o TMF para este caso:
Este valor (100 minutos) nos diz que a programação da produção deve levar em conta que a cada
100 minutos haverá uma falha do equipamento deixando-o indisponível para a produção e, isto irá
se repetir durante todo o período do turno. Para ser mais exato, irá se repetir por 4 vezes no turno.
Exemplo:
No nosso exemplo, onde o turno diário totaliza 8 horas, vimos que a máquina de produzir placas
de madeira teve 4 paradas no turno. Ao medir o tempo de parada, verificamos que a primeira
parada teve duração de 20 minutos, a segunda e a terceira de 15 minutos e a quarta de 30 minutos.
Vamos calcular o TMR para este caso:
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Este valor (20 minutos) nos diz que o tempo médio de cada parada do equipamento vai ser em
torno de 20 minutos. Portanto, a programação da produção saberá que a cada parada, a máquina
ficará sem produzir placas de madeira em média por 20 minutos.
3. FD – Factor Disponibilidade
Ela também pode ser calculada através dos índices de TMF e TMR pela seguinte fórmula:
Veja abaixo que chegamos ao mesmo valor utilizando qualquer uma das equações:
Os três princiapais Indicadores de Performance da manutenção (IPM) são o TMF, TMR e FD,
porém temos vários outros que podem ser utilizados visando melhor gestão dos activos. São eles:
6 – GE – Giro do Estoque
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Este indicador comumente é utilizado em referência ao tempo de espera ou indisponibilidade
causada pela falta de material.
11 – CM – Custo de Materiais
A Carga Futura de Trabalho (BackLog) é a relação entre o tempo total estimado para a realização
dos serviços de manutenção em carteira e o tempo total disponível na manutenção, por período.
Ele pode ser calculado como um todo ou subdividido por especialidades.
HHES = Homem x hora que se estima ser necessário para executar serviços em carteira/total de
HH disponíveis para executar os serviços/dia
HHTD = Homem x hora total disponível em um dia para trabalho na fábrica. Representa a força
de trabalho em mão-de-obra direta.
Exemplo:
Assim que chega ao trabalho, o planeador faz o levantamento de serviços pendentes no sistema e
constata que existem os seguintes serviços para serem realizados:
No mesmo dia o planeador verifica que a equipe de manutenção está composta por 3 eletricistas e
4 mecânicos que trabalharão 8 horas úteis, descontando almoço. Portanto:
Agora é possível calcular a Carga Futura de Trabalho (Backlog) (total e por especialidade).
Assim, teremos:
O valor ideal do backlog seria que o mesmo fosse sempre igual a 1. Assim o quadro da empresa estaria
exatamente dimensionado para atender as necessidades de manutenção em carteira. Um backlog menor
do que 1 indica que o quadro está superdimensionado. Por outro lado, um backlog maior do que 1
indica que existem mais serviços para serem executados do que a mão-de-obra em carteira que
consegue executar. No exemplo, percebe-se que existe ainda maior deficiência de eletricistas do que
mecânicos devido ao valor do backlog de eletricistas ser maior.
O ideal é que o backlog seja calculado diariamente e avaliado mensalmente, pois com o passar dos dias
o backlog sofre variações (determinados dias podem haver menos necessidades de serviços do que em
outros dias por exemplo).
29
15 – HHPreditiva – Alocação de Mão-de-obra em Serviços de Manutenção Preditiva
16 – CP – Cumprimento da Programação
17 – AP – Acerto da Programação
AP = Número de ordens com desvio maior que 20% no tempo programado/Número total de ordens
emitidas.
Para definir um IPM útil, tudo dependerá dos objectivos, da estratégia e do plano de acção
adoptado, mas algumas directrizes podem ser adoptadas para definir IPM e metas. Um método
muito utilizado é o SMART, que é definido pelas letras que se compõe da seguinte forma:
Específico – Seja específico: escolha de IPM simples e específicas para evitar equívocos
posteriores;
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Atingível – A meta deve reflitir a capacidade da organização, podendo ser agressiva, mas não deve
ser impossível;
Realista – A meta deve ser realista com as condições actuais e não com as condições desejáveis; e
Em tempo – Deve ser definido um tempo para que as metas possam ser atingidas.
Metas tangíveis
Outra característica que se deve buscar é a de que a meta possa ser tangível. Metas que podem ser
observadas, sentidas ou tocadas são mais propensas a serem conquistadas e mantidas.
Manutenção preventiva
A manutenção preventiva é feita não quando a máquina ou equipamento está com defeitos, mas
sim para prevenir o surgimento de avarias. Este modelo de manutenção serve como precaução,
para que não hajam surpresas desagradáveis ou acidentes que possam pôr em risco vidas humanas,
por exemplo.
Manutenção preditiva
Manutenção corretiva
Para entender bem a Manutenção Baseada na Confiabilidade, deve se ter em conta as definições
de Falhas.
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Falha - A Falha corresponde à perda da função de um equipamento. A condição de
funcionamento de um equipamento pode ter critérios diferenciados. Por exemplo, na actualidade,
a agressão ao meio ambiente pode impedir o funcionamento de um equipamento, sendo uma
condição de falha. Esta definição deve ser bem fomalizada para que se evite confusão no
tratamento da intervenção.
Deve-se sempre fazer a pergunta: - O equipamento pode continuar em operação? se a resposta for
positiva esta é uma intervenção preventiva antecedendo a falha para correção de um defeito.
Diagnóstico de Falha
2.9.1 Confiabilidade
A Confiabilidade é a probabilidade de um equipamento, célula de produção, planta ou qualquer
sistema funcionar normalmente em condições de projeto, por um determinado período de tempo
estabelecido.
As Taxas de Falhas (λi), são determinadas com base na fórmula apresentada abaixo.
Ni
i (2.10)
T
onde:
Ni = o número de falhas;
T = período de tempo.
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As Taxas de Falhas (λi), se comportam de maneira diferente no decorrer da vida do equipamento.
Basicamente há três períodos distintos:
c) Período do Desgaste Acelerado: Estas falhas ocorrem em função da própria idade dos
componentes do equipamento apontada também pela redução expressiva do MTBF
(Tempo médio entre falhas). A Taxa de Falha aumenta progressivamente, colocando em
risco a segurança e a produção. Os custos crescentes de manutenção e as perdas de
produção podem definir o fim da vida útil. Com a velocidade da evolução da tecnologia o
equipamento pode tornar-se obsoleto se não houver um estudo específico de engenharia e
retrofit.
Existem três leis estatísticas que são utilizadas para a previsão da Confiabilidade “ajustando” os
fenômenos de aparição de falhas, que são as seguintes:
A Confiabilidade (C(t)), definida em função de uma Taxa de Falha ( ), pode ser obtida com
base na expressão da lei exponencial da seguinte forma:
C( t ) e t (2.11)
sendo:
t = intervalo de tempo considerado;
e = logaritmo neperiano (2,718).
MTBF = C ( t ) dt (2.12)
0
A Confiabilidade de uma instalação é influenciada pela taxa de falhas individual dos componentes
e pela configuração utilizada. Estas configurações podem associar os componentes em série, em
paralelo ou com reserva (standby).
33
Considerando a lei exponencial, segue um exemplo de cada modelo.
a) Associação em Série
Exemplo:
Duas bombas diferentes são necessárias para o funcionamento de um sistema para o fluxo da
produção. As bombas têm Taxas de Falha 1 = 0,0001 falhas/hora e 2 = 0,0002 falhas/hora.
Calcular a Confiabilidade do sistema para 100 horas de operação e o TMEF ou MTBF.
Cs (t ) e t
n
(2.13)
i 1
1
TMEF 3333,3 horas
0,0001 0,0002
Dois motores eléctricos estão operando em uma configuração redundante, ou seja, em paralelo. Se
um dos motores falhar o motor remanescente pode manter a instalação com a carga total.
Considerando que os motores são idênticos, com taxas de falhas constantes e as falhas dos motores
são estatísticamente independentes. Para os motores iniciando operação no tempo “t = 0”,
determinar: a Confiabilidade do sistema para 1 = 0,0005 falhas/hora e t = 400 horas (tempo de
operação).
n
C p (t ) 1 1 e i t (2.14)
i 1
C p (t ) 1 1 e 0,0005x 400 x 1 e 0,0005x 400 0,9671
Cálculo de MTBF:
1 2 1 1 3
MTBF x x 3000 horas
i 1 i 0,0005 2
34
c) Associação com reserva ou Standby
Considerar uma instalação com três unidades idênticas onde uma está operando e as outras duas
estão em standby. Determinar a Confiabilidade do sistema para 400 horas de operação, sabendo-
se que as taxas de falhas das unidades são iguais a 0,003 falhas/hora e o MTBF.
n 1
C st (t )
t i xe t
(2.15)
i 0 i!
n 1 (t ) xe t 3
MTBF xdt 1000 horas
0 i 0
i! 0,003
.
35
2.4 Processo e fluxo tecnológicos
Processo tecnológico
Fluxo tecnológico
O fluxo tecnológico é o trajecto percorrido pelo material, desde a entrada como matéria-prima até
ao produto final.
Os enrolamentos de alta tensão são confeccionados em fio de cobre esmaltado a 180º em forma
de panquecas. Os enrolamentos devem ser feitos de forma que permitam maior isolação,
refrigeração e menor custo de manutenção, geralmente são separados com calços de material
isolante de alta qualidade, proporcionando maior garantia e segurança para o transformador.
Os enrolamentos de baixa tensão são fabricados com condutor de cobre circular ou rectangular,
isolados com papel “Prespann” para garantir uma boa isolação entre as espirais.
O fechamento lateral das bobinas é executado com calços de material isolante de alta resistência
mecânica para suportar possíveis curto-circuitos nas instalações.
As carcaças dos transformadores são fabricadas em chapa de aço com as espessuras determinadas
pelas normas, perfuradas através de estampagem de corte e curvadas em calandra de alta
capacidade.
Os radiadores são confeccionados em tubos elípticos soldados com solda “Mig”, garantindo maior
estanqueidade do transformador; depois desse processo, é aplicado um fundo anti-oxidante, para
maior proteção, e tinta sintética. Para transformadores utilizados na orla marítima o acabamento é
em tinta epóxi ou galvanizado a fogo.
O núcleo dos transformadores é secado em estufas especiais para não haver contaminação por
humidade. É realizada a aplicação de óleo isolante naftênico, desidratado a vácuo através de
equipamento de alta tecnologia e armazenado em tanques de 10.000 litros, revestidos em epóxi
para garantir sua melhor conservação.
.
36
Todos os transformadores passam por ensaios de rotina no final do seu processo de fabricação,
analisando:
Relação de transformação;
Impedância;
Resistência elétrica dos enrolamentos;
Resistência de isolação;
Corrente de excitação;
Polaridade;
Perdas;
Tensão de curto-circuito;
Tensão aplicada;
Tensão induzida;
Estanqueidade.
O óleo dos transformadores queimados deve ser recuperado por um processo de regeneração
físico-química a termo-vácuo, dentro da fábrica, garantindo assim uma óptima qualidade do óleo
nos transformadores recuperados.
A bobinagem dos transformadores recuperados é executada pelo mesmo processo dos novos,
garantindo melhor qualidade. Nas Figuras 2.4 e 2.5 são apresentados os Fluxos Tecnológicos em
Série e em Paralelo.
Fabricação Montagem de
Desenho de de materiais Fabricação
colunas/semiseco
bobinas isolantes das bobinas
Fabricação
Desenho de Jateamento Pintura do tanque Montagem
do tanque
parte de banca
mecânica
Tanque Tratamento
terceirizado
Montagem
Montagem do final
Desenho da Fabricação
núcleo e madeiras
parte activa da armadura
Empacotamento do Ajustamento
circuito magnético
Chapas
Corte Abertura de Eliminação Selecção
cavas de aparas
Magnéticas
Uma norma técnica (ou padrão) é um documento, normalmente produzido por um órgão
oficial acreditado para tal, que estabelece regras, diretrizes, ou características acerca do
material, produto, processo ou serviço. A obediência a uma norma técnica, tal como, por
exemplo, a norma ISO ou outras, quando não referendada por uma norma jurídica, não é
obrigatória.
2.5.1 Generalidades
Os factores principais que devem ser tomados em atenção na escolha de variantes tecnológicas
são:
cronograma de desenhos;
nomenclatura de peças;
desenho de montagem geral;
desenhos de detalhes de cada componente,
memória descritiva e justificativa;
documentação técnica (directivas tecnológicas, nota técnica, livro de carga da
máquina).
.
2.5.3 Influência do volume de produção sobre a projecção do processo tecnológico
A documentação tecnológica não tem uma componente unitária em todas as empresas, mas o seu
conteúdo é o mesmo e compreende:
- Plano de operação;
- Ficha tecnológica;
- Nomenclatura de peças;
- Documentação de controlo.
- Qualidade da produção;
- Operações possíveis a serem executadas na peça;
- Economia do processo tecnológico;
- Produtividade do trabalho.
.
39
2.5.5 Aspecto da organização e economia
Cálculo de equipamento
txN
m (2.16)
CD
onde:
40
.
Exemplo:
Uma fábrica de rodas deseja instalar um número de prensas que seja suficiente para produzir um
milhão de rodas por ano. Cada prensa deve trabalhar em dois turnos de 8 horas por dia, com um
trabalho útil de 6,9 horas por turno e produzir uma roda a cada 0,8 minutos. Considerando que
existe uma perda de 1% na produção e que o ano tem 300 dias úteis, quantas prensas são
necessárias para atender à demanda estipulada?
Resolução:
Como não se pode ter um número fracionário de prensas e o resultado foi maior que três, a empresa
deve considerar a possibilidade de adquirir quatro prensas.
O número de rodas sem defeito é: 517,5 x 0,99 = 512,33 rodas por prensa por turno.
m = (1 000 000 rodas por ano)/(307 398 rodas por ano por prensa) = 3,25 máquinas
O layout preocupa-se com a localização física dos recursos de transformação, ou seja, com os
recursos que vão transformar os insumos em bens ou serviços. Definir o layout é decidir onde
colocar todas as instalações, máquinas, equipamentos e pessoal da produção.
O layout é uma das características mais notáveis em uma operação, pois também está relacionado
com a aparência da organização, ninguém gosta de trabalhar em um ambiente desorganizado Além
do mais, os recursos organizados de forma correta evitam uma série de transtornos e
consequentemente levam ao aumento da produtividade.
41
IMPORTÂNCIA DO LAYOUT
É muito importante conhecermos os processos de produção para definirmos o tipo de layout que
melhor se adequa a ele, pois uma empresa o jamais poderá apresentar um processo desorganizado,
pois sua imagem perante ao seu cliente é muito importante e além do mais, um layout mal
programado também causará problemas de perdas no processo, afetando a produtividade.
O custo da peça, representa o somatório das despesas que realizam para a sua obtenção incluindo
o custo de material.
Tendo como ponto de partida as condições impostas ao processo de produção e a finalidade a que
se destina, se elabora muitas variantes de processos tecnológicos, capazes de assegurar a qualidade
do produto, produtividade necessária e requisitos de protecção no trabalho. De vários processos
tecnológicos se escolhe o mais económico.
42
.
Custo/
unitário
C1
C2
n crítico n peças
Da Figura 2.4, verifica-se o seguinte: até 𝑛𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜 o processo 1 oferece menor custo, entretanto
acima de 𝑛𝑐𝑟í𝑡𝑖𝑐𝑜 é vantajoso o segundo processo.
2.6 Precisão
2.6.1 Generalidades
Devido a influência de vários factores objectivos ou subjectivos, dentre os quais: imperfeição dos
meios de produção e controlo bem como o grau de preparação dos trabalhadores, peças ou produtos
finais do mesmo tipo se difere umas de outras respectivamente peça ou produto concebido pelo
mesmo projecto. Em qualquer procedimento de maquinagem, as dimensões realizadas são
acompanhadas de erros que aumentam ou diminuiem as dimensões consideradas. Para as
condições práticas de funcionamento das máquinas, a obtenção de dimensões absolutas exacta não
é possível.
Deste modo as peças devem ter algum desvio admissível da dimensão necessária para montagem.
A precisão de manufactura é muito importante para obter máquinas de alto nível técnico, que
asseguram um percurso silencioso, movimento preciso, curso preciso, bem como equipamento
resistente, produtivo com longa duração.
43
Do ponto de vista geométrico, a precisão de manufactura das peças deve ser vista nos seguintes
aspectos:
2.6.2 Inter-mutabilidade
Domínio de aplicação
Produção
Exploração – diminuição do tempo de substituições.
Dimensão
Desvio
Tolerância
Campo de tolerância
Apertos, folgas
Precisão
7 Objetivo
As normas têm como objetivo simplificar as indicações em desenhos e especificar tolerâncias
gerais para dimensões lineares e angulares sem indicação individual de tolerância.
.
44
NOTAS
3 - Normas Internacionais semelhantes existem ou estão sendo elaboradas, por exemplo, ver ISO
80621), para fundidos.
Esta parte da NBR ISO 2768 se aplica somente às seguintes dimensões, que não têm uma indicação
individual de tolerância:
b) dimensões angulares, incluindo as usualmente não indicadas, por exemplo, ângulo reto
(90°), a menos que haja referência à NBR ISO 2768-2, ou ângulos de polígonos
regulares;
.
2.8 Generalidades
Ao escolher a classe de tolerância, deve-se levar em consideração a qualidade normal de
fabricação. Se forem necessárias tolerâncias menores ou se forem permitidas tolerâncias maiores
e mais econômicas para qualquer elemento individual, essas tolerâncias devem ser indicadas junto
à dimensão nominal correspondente.
Se houver tolerâncias gerais para outros processos de fabricação, conforme especificado em outras
normas internacionais, devem ser feitas referências a elas nos desenhos ou nas especificações
associadas. Para uma dimensão entre uma superfície não acabada e uma acabada, por exemplo, de
partes fundidas ou forjadas para as quais não é indicada diretamente uma tolerância individual,
aplica-se a maior das duas tolerâncias gerais, por exemplo, para fundidos ver ISO 80621.
45
edições mais recentes das normas citadas a seguir. A Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT) possui a informação das normas em vigor em um dado momento.
NBR ISO 2768-2:2001 - Tolerâncias gerais - Parte 2 - Tolerâncias geométricas para elementos
sem indicação de tolerância individual.
A orientação geral de uma linha, obtida da superfície real, é a orientação da linha que tangencia a
forma geométrica ideal. A distância máxima entre esta linha e a linha real deve ser a menor possível
(ver ISO 8015).
Se a tolerância geral de acordo com esta parte da NBR ISO 2768 for aplicada, as seguintes
informações devem ser indicadas na legenda ou próxima a ela:
2.11 Rejeição
A menos que especificado, não se deve rejeitar automaticamente peças que excedam as tolerâncias
gerais, desde que a condição funcional não seja comprometida.
46
Anexo A (informativo)
A.1 Recomenda-se que a tolerância geral seja indicada nos desenhos com referência a esta parte
da NBR ISO 2768.
47
O valor da tolerância geral corresponde à classe de tolerância de qualidade normal de fabricação.
A classe de tolerância apropriada é seleccionada e indicada nos desenhos, de acordo com os
requisitos do componente.
A.2 Acima de certos valores de tolerância, não há normalmente ganho em economia na fabricação,
quando se aumenta a tolerância. Por exemplo, um elemento com um diâmetro de 35 mm poderá
ser fabricado com um alto nível de conformidade em uma oficina com qualidade normal média.
Especificar uma tolerância de ± 1 mm não trará nenhuma vantagem adicional para esta oficina em
particular, se o valor da tolerância geral de ± 0,3 mm é facilmente conseguido.
Todavia, se, por razões funcionais, o elemento requerer uma tolerância menor que a tolerância
geral, então recomenda-se que este elemento tenha uma tolerância menor indicada
individualmente, junto à dimensão, definindo o comprimento ou ângulo. Este tipo de tolerância
não está dentro do escopo desta Norma.
Nos casos em que a função do elemento permitir uma tolerância igual ou maior que a tolerância
geral, isto não deverá ser indicado junto à dimensão, mas deverá ser citado no desenho. Este caso
permite usar totalmente o conceito de tolerância geral.
Há exceções à regra, quando a função do elemento permite tolerância maior que a tolerância geral
e uma tolerância maior leva a uma maior economia. Neste caso especial, recomenda-se que a
tolerância maior seja especificada individualmente junto à dimensão deste elemento particular. Por
exemplo, a profundidade de furos cegos usinados, em uma montagem.
a) os desenhos são mais fáceis de ler e assim a comunicação é feita de forma mais efetiva
com o usuário do desenho;
c) o desenho mostra rapidamente que elementos podem ser produzidos de modo comum
(processo normal), o que também facilita a engenharia da qualidade que pode reduzir
o nível de inspeção;
48
Estas vantagens só serão efetivas quando houver suficiente confiabilidade de que as tolerâncias
gerais não serão excedidas, isto é, quando a capabilidade normal do fornecedor ou de um dado
fabricante for igual ou melhor do que as tolerâncias gerais indicadas no desenho.
- aceite apenas os desenhos que tenham tolerância geral, igual ou maior que a sua
capabilidade normal;
- verifique por amostragem que a sua capabilidade normal não está se deteriorando.
Com o conceito de tolerância geral para forma e posição não depende mais do conceito vago e
indefinido de boa prática de fabricação. A precisão necessária para a boa prática de fabricação fica
perfeitamente caracterizada pela tolerância geral para forma e posição.
A.4 A função permite, geralmente, uma tolerância maior que a tolerância geral. A função de uma
peça não é, por isso, sempre garantida quando a tolerância geral for (ocasionalmente) excedida em
qualquer elemento da peça. Recomenda-se que exceder a tolerância geral leve à rejeição apenas
quando o funcionamento estiver comprometido.
Os fios e cabos são condutores elétricos, ou seja, designados como um corpo formado de material
condutor e destinado primordialmente à condução de corrente elétrica. O cobre e o alumínio são
os dois metais mais usados na fabricação dos condutores eléctricos. Ao longo dos anos, o cobre
tem sido o mais utilizado, sobretudo em condutores isolados, devido, principalmente, às suas
propriedades elétricas e mecânicas.
O cobre para condutores, é o cobre eletrolítico, com pureza de até 99, 99%. Obtido em lingotes
(metal fundido sob forma de barra ou tira) apropriada para refusão ou transformação), é
transformado em vergalhões (barras de metais compridas e relativamente grossas, de secções
cheias), que são produtos maciços, semi-acabados, de forma geralmente cilíndrica e de
comprimento muito maior do que a maior dimensão da secção transversal, e fabricados por
laminação ou extrusão (saída forçada a quente).
O alumínio para condutores, com uma pureza de cerca de 99, 5%, é obtido normalmente por
laminação contínua, sofrendo processamentos análogos aos do cobre; via de regra, é utilizado
alumínio meio-duro. Seu uso baseia-se principalmente na relação condutividade/peso, a mais
elevada entre todos os materiais condutores, e no seu preço, bem mais estável que o do cobre e
49
inferior ao desse metal. O alumínio praticamente domina o campo dos condutores para linhas de
transmissão; são também fabricados condutores isolados, embora seu uso apresente algumas
restrições.
3.2 Fabricação
Chamamos de fio ao produto metálico de qualquer seção maciça, de comprimento muito maior do
que a maior dimensão da secção transversal.
O processo de fundição consiste em vazar (despejar) metal líquido num molde contendo uma
cavidade na geometria desejada para a peça final.
O processo de fundição permite obter, de modo econômico, peças de geometria complexa, sua
principal vantagem em relação a outros processos.
O processo de fundição aplica-se a vários tipos de metais, tais como aços, ferros fundidos,
aluminio, cobre, zinco, magnésio e respectivas ligas.
O molde é um lingote, isto é, simplesmente um bloco de metal solidificado que será mais tarde
deformado por trabalho mecânico.
.
50
3.2.1 Tipos de Laminação
Por volta de 1890 teve início a industrialização. Ela é recente se comparada às épocas primitivas
em que uma determinada forma de trabalho podia durar muitos anos sem aperfeiçoamento.
Surgiram as primeiras fábricas, dando início a fase industrial na história do homem. Com o
desenvolvimento das indústrias, foi intensificada a utilização de novos materiais e de novos
processos de fabricação.
São muitos os processos de fabricação, mas aqui abordaremos só os que dizem respeito
à conformação mecânica.
Conformação é o nome dos processos em que se aplica uma força externa sobre a matéria prima,
obrigando-a a tomar forma e dimensões desejadas por deformação plástica. O volume e a massa
do metal se conservam nestes processos.
51
As principais vantagens são: bom aproveitamento da matéria prima; rapidez na execução;
possibilidade de melhoria e controle das propriedades mecânicas do material, de par com a
homogeneização da microestrutura.
Esse esparguete é armazedo em um caldeirão repleto de um solvente apropriado para evitar que
crude (geralmente água raz) e equipado com mantas eléctricas de aquecimento para manter uma
temperatura adequada. A partir daí, uma das pontas do esparguete é passada através de diversos
rolos, entra em uma estufa que aquecerá o material já na forma de filme para que o solvente
evapore, passa por mais rolos fora da estufa até ser preso no carretel, segue para uma pequena
máquina que corta e divide o filme em pequenos carretéis de fita veda-rosca que conhecemos.
Fig. 3.3: Fita veda-rosca, exepmlo de produto feito por calandragem [3].
Esses processos têm em comum o fato de que, para a produção da peça, algum esforço do tipo
compressão, tração, dobramento, tem que ser aplicado sobre o material.
52
Os produtos produzidos pelo processo de conformação podem ser: placas, chapas, barras de
diferentes seções, trilhos, perfis diversos, anéis e tubos.
Trefilação
O princípio da trefilação é o mesmo que o estiramento na bancada, mas como se tratam de grandes
comprimentos, foi preciso construir máquinas especiais nas quais o arame é puxado através da
fieira por rolos motrizes. Para fios de cobre, onde a secção é bastante diminuída, passa-se em maior
número de fieiras (linhas ou fios). Estas em metal duro ou diamante, são posicionadas em série. O
fio passa de uma para a outra em ziguezague, conduzido por cilindros de inversão que asseguram
ao mesmo tempo a tração.
O conjunto é colocado numa cuba contendo um líquido que serve, ao mesmo tempo, de
lubrificador e de refrigerador.
53
.
Representação esquemática da conformação por trefilação
3.3 Definições
Os fios podem ser usados como condutores eléctricos nus ou isolados, ou podem ser produtos
semi-acabados destinados à fabricação de cabos.
Os fios cuja secção tranversal não seja circular, são chamados de fios perfilados e designados pela
forma da secção transversal (quadrados, retangulares etc.).
54
Fig.3.3: Secção de fio.
Cabos flexíveis - Os cabos flexíveis 750V são utilizados em quadros, painéis e demais instalações
que exigem cabos flexíveis.
A Fig. 3.6, apresenta fios de cobre eletrolítico, secção circular, têmpera mole, classe 5 de
encordoamento (NBR NM 280), isolamento à base de composto de PVC, sem chumbo, anti-
chama, classe térmica 70°C.
55
Fig.3.6: Cabos flexíveis.
Chamamos de condutor revestido ao condutor não encordoado (fio ou barra) envolvido por uma
camada delgada de um metal diferente. Esse tipo de condutor é, em geral, qualificado pelo metal
utilizado no revestimento, por exemplo, “cobreado”, “zincado”, “estanhado” etc. A expressão
“camada delgada” refere-se a uma espessura de camada usualmente obtida por disposição
electrolítica ou por imersão em metal líquido.
A Fig. 3.7 mostra o fio de cobre estanhado, é um conductor de energia aplicado em indústrias em
geral, com destaque para a sua aplicação na indústria náutica. São os tipos de fios condutores
aplicados nos motores náuticos.
A utilização de fio de cobre estanhado faz-se valer principalmente quando aplicada em conjunto
com isolantes térmicos, isso porque aumenta o bom rendimento do fio como conductor em
ambiente aquático, o protegendo de impactos que o não isolamento dificultam. Devido a
característica de composição do fio de cobre estanhado, ele conduz bem a energia, redirecionando-
o para o melhor rendimento do processo industrial ao qual será aplicado futuramente.
O condutor nu é o fio ou cabo sem revestimento, isolação ou camada protetora de qualquer espécie.
Os cabos podem ser unipolares ou multipolares. Um cabo unipolar é defenido como um condutor
maciço ou encordoado, dotado de isolação elétrica e de proteção mecânica. Um cabo bipolar,
56
tripolar, ou, de modo geral, multipolar, é um conjunto de dois, três ou mais condutores justapostos,
maciços ou encordoados, cada um deles dotado de isolação própria (parede isolante), sendo o
conjunto dotado de protecção mecânica comum.
Neste caso o condutor é formado por um único fio ou por duas ou mais camadas concêntricas de
fios de mesmo diâmetro em torno de um fio central.
7 fios (1+6)
19 fios (1+6+12)
37 fios (1+6+12+18)
61 fios (1+ 6+12+18+24), etc.
Ou seja cada coroa possui um número de fios igual a última acrescida de mais seis.
57
Fig.3.9: Fios e cabos com encordoamento simples [4].
Após a formação da corda, esta é compactada por uma matriz tornando o diâmetro do cabo
resultante significativamente menor, uma vez que os espaços vazios são substancialmente
reduzidos.
São normalmente utilizados em cabos multicondutores (três ou quatro condutores) para que se
obtenha cabos com menor diâmetro interno.
São formados pela reunião de vários condutores previamente encordoados, chamados cochas.
58
Esta modalidade de encordoamento é utilizada em cordões que exigem grande flexibilidade devido
a sua movimentação contínua durante seu ciclo de operação em condições de uso.
CLASSE DE
APLICAÇÃO
ENCORDOAMENTO
Fio circular de seções nominais de 0,5mm2 a 150mm2 (acima
1 de 16mm2 considerados especiais)
O sentido de encordoamento pode ser para a direita (horário) ou para a esquerda (anti-horário),
segundo o qual os fios ou grupos de fios, ou outros componentes de um cabo, ao passarem por sua
parte superior, se afastam do observador que olha na direção do eixo do cabo. O passo de
encordoamento é o comprimento da projeção axial de uma volta completa dos fios ou grupos de
fios, ou outros componentes, de uma determinada coroa.
59
Nas linhas de transmissão, são muito comuns os cabos formados por cordas de fios de alumínio
em torno de uma alma de aço.
Redondo sólido
60
Solução ideal do ponto de vista econômico; suas limitações estão no aspecto dimensional
e na flexibilidade, sendo utilizado, portanto, apenas em seções menores (até 16 mm2). Seu uso no
âmbito de cabos de energia está limitado a fios para construções, ou em aplicações especiais.
Redondo normal
Redondo compacto
Flexível e extraflexível
Setorial compacto
Pode ser utilizado nos cabos múltiplos (tripolares e quadripolares) traz a vantagem de redução do
diâmetro externo do cabo e consequente economia de materiais de enchimento e proteção.
conci
61
É usado unicamente em cabos OF (óleo fluido). Trata-se de um condutor anular cujo
núcleo é oco, formando um canal para o óleo impregnante. É formado por uma ou várias coroas
anulares, que por sua vez são formadas por setores anulares (fios Conci) encordoados
helicoidalmente.
Existem outros tipos de construções, adotadas para cabos de uso específico. Por exemplo:
Condutor anular - é um condutor redondo, em forma de coroa circular, formado por fios
encordoados em redor de um núcleo central de corda têxtil. É empregado para bitolas superiores a
500 mm2, nas quais o efeito superficial é considerável (caso de cabos para altas frequências). São
também usados em cabos de alta tensão com secção de cobre muito pequena, com o objetivo de
aumentar o diâmetro do condutor e reduzir o gradiente de potencial nas proximidades do mesmo.
Blindagem sobre o condutor (interna)
Aqui vemos um condutor encordoado recoberto apenas por uma camada isolante. Com esta
construção simples o campo elétrico devido à energização, assume uma forma distorcida,
acompanhando as irregularidades da superfície do condutor, provocando concentração de esforços
elétricos em determinados pontos. Nestas condições, as solicitações elétricas concentradas podem
exceder os limites permissíveis pelo isolamento, ocasionando uma depreciação na vida do cabo.
Além disso, no caso de cabos com isolamento sólido, a existência de ar entre o condutor e o isolante
pode dar origem a ionização, com consequências danosas para o material isolante.
62
Com a interposição de uma camada semicondutora, o campo elétrico se torna uniforme e os
problemas são minimizados ou mesmo totalmente eliminados.
Evidentemente, para um perfeito desempenho desta função, a blindagem interna, constituída pela
camada semicondutora, deve estar em íntimo contato com a superfície interna do isolamento. No
caso de cabos secos (isolamento extrudado) isto é alcançado mediante extrusão simultânea da
semicondutora e da camada isolante.
3.4.5 Isolamento
Termoplásticos PVC
(Policloreto de vinilo)
Sólidos PET e TR XLPE(1)
(Extrudados) Termofixos (Polietileno recticulado quimicamente)
EPR, HEPR(2), e EPR 105(3)
(Borracha etilenopileno)
- Papel impregnado com massas
Estratificados - Papel impregnado com óleo fluído sob pressão
Até o início da década de 90 cabos com isolamento estratificado foram muito utilizados. São cabos
de muita confiabilidade ao longo de sua vida útil (a qual também é elevada), porém com custo e
peso superiores a cabos equivalentes de isolamento extrudado.
Actualmente sua utilização fica restrita a aplicações especiais bem como a produção que está
limitada a poucas fábricas no mundo. Ao longo do texto, falaremos frequentemente do parâmetro
“gradiente”. Julgamos oportuno relembrar o significado de tal parâmetro:
Sabe-se que o gradiente não é uniforme em toda a espessura do dielétrico sendo mais elevado nas
proximidades do conductor e mais baixo na superfície externa do isolamento, Fala-se, todavia, em
“gradiente médio” que se entende como a relação entre a tensão fase-terra e a espessura total
isolante.
0,869E o
G= (kV/mm)
De
d i . log
di
onde:
G = gradiente máximo (kV/mm)
Eff = tensão de fase-fase (kV)
Eo = tensão fase-terra (kV)
di = diâmetro sob o isolamento (mm)
De = diâmetro sobre o isolamento (mm)
Esta dispersão será aleatória e proporcional ao número de vazios ou impurezas localizadas no seio
do isolamento, que se constituem em sedes de ionização.
Por meio de provas de tensão em amostras, observamos que a dispersão de valores de rigidez é
muito menor nos dielêtricos estratificados do que nos dielétricos sólidos.
Explica-se isto pelo fato de que o método de aplicação do isolamento estratificado e subsequente
impregnação, evita a presença de vazios localizados no isolamento, enquanto que o processo de
preparação e aplicação dos dielêtricos sólidos torna quase impossível garantir a total ausência
destes vazios.
Entretanto, a dispersão da rigidez nos dielêtricos sólidos pode ser sensivelmente melhorada,
mediante um rígido controle das matérias primas, de um equipamento adequado e da limpeza dos
locais de preparação e aplicação das massas isolantes.
64
ISOLANTES SÓLIDOS (EXTRUDADOS)
Para orientar a escolha do isolamento adequado, damos a seguir comparações das características
Mais importantes destes materiais:
Constante de isolamento:
PVC 370 MΩkm à 20oC
PET 12.000 MΩkm à 20oC
XLTPE e TR XLPE 370 MΩkm à 20oC
EPR, HEPR e EPR 105 370 MΩkm à 20oC
Temperaturas admissíveis
De operação De De Curto-
em regime sobrecarga circuito
contínuo
PVC 70oC 100oC 160oC
PET 70oC 90oC 130oC
XLPE e TR XLPE 90oC 130oC 250oC
EPR e HEPR 90oC 130oC 250oC
EPR 105 105oC 140oC 250oC
É uma propriedade física das mais importantes, pois se constitui em um fator limitante da
capacidade de corrente (ampacidade) do cabo.
Resistência à ionização
Rigidez dieléctrica
65
PET 40 40 2.5 40
XLPE e TR XLPE *50 65 4 40
EPR, HEPR e EPR 105 *40 60 4 40
Valores referido a amostras de 10 m de cabos de F interno de 12 mm.
A espessura isolante pode ser calculada a partir do gradiente de projeto do material, definido com
certa margem de segurança a partir de sua rigidez dielétrica.
Perdas dieléctricas
As perdas que ocorrem no dielétrico devido à tensão aplicada podem ser calculadas pela seguinte
expressão:
P = 2 fCE2tgֻẟ (3.1)
Ou
P = Kεtgẟ (3.2)
onde:
P = perdas (W)
F= frequência (Hz)
E = tensão fase-terra (V)
C = capacidade (F)
tgẟ = factor de perdas
ε = constante dielétrica
ε tgẟ εtgẟ
PVC 5,0 0,06 0,30
PET 2,3 0,0002 0,00046
XLPE e TR XLPE 2,3 0,0003 0,00069
EPR, HEPR e EPR 105 2,6 0,007 0,0182
Na prática, até 1 kV, o PVC é muito utilizado, apesar de suas características elétricas apenas
regulares, porque é muito econômico, bastante durável e não propagante da chama.
O polietileno comum, com excelente constante de isolamento, alta rigidez dielétrica e fator de
perdas baixíssimo, encontra limitação na baixa resistência à ionização e nas pobres características
físicas (é praticamente fluido a 110°C).
O polietileno comum, com excelente constante de isolamento, alta rigidez dielétrica e fator de
perdas baixíssimo, encontra limitação na baixa resistência à ionização e nas pobres características
físicas (é praticamente fluido a 110°C).
O Polietileno Reticulado, obtido por reticulação molecular do polietileno comum, alias excelentes
propriedades deste com a alta temperature admissível e boas propriedades mecânicas, mas é pouco
66
flexível e tem baixa resistência a ionização. É utilizado em todas as classes de tensão (baixa, média
e alta).
Devido à dispersão relativamente alta da sua rigidez dielétrica e também devido ao fenômeno
nocivo do “treeing” (*) que tem se verificado com certa frequência neste material, foi desenvolvido
mais recentemente o TR XLPE (tree retardant), bem mais resistente a esse fenômeno, permitindo
projetos de cabos mais simples.
Mais recentemente foram desenvolvidos e são muito utilizados o HEPR um EPR de maior dureza
apresentando características físicas mais incrementadas e o EPR 105 utilizado na média tensão,
permitindo temperatura de operação permanente ainda maior (105°C).
O conjunto destas características faz com que o EPR possa ser utilizado numa ampla gama de
cabos, nas mais diversas aplicações em baixa, media e alta tensão.
(*) arborescências que se formam no material isolante provocando descargas parciais e consequente
ooodeterioração do mesmo.
Isolantes estratificados
O papel impregnado com massa foi tradicionalmente utilizado em cabos de energia para baixa e
média tensão. Este material vem sendo utilizado há muitas décadas em todo o mundo,
comprovando uma vida útil excepcionalmente longa.
O papel impregnado com óleo fluído sob pressão também tem apresentado uma vida útil
excepcionalmente longa é um dos isolamentos disponíveis para utilização em altíssima tensão.
Porém ambos os cabos somente são utilizados em aplicações muito especiais bem como a
produção de ambos está limitada a poucas fábricas no mundo.
Temperaturas amissíveis
67
Papel 80°C 85°C 200°C
impregnado com 89°C 115°C
massas
Resistência à ionizazção
Como os eventuais vazios existentes no seio dos isolamentos estratificados não permanecem
localizados, nas condições reais de utilização o fenômeno de ionização praticamente inexiste.
.
Rigidez dieléctrica
A rigidez dielétrica dos cabos OF pode ser maior com o aumento da pressão do óleo impregnante,
conforme ilustrado no gráfico abaixo.
Perdas dieléctricas
68
ε tgẟ εtgẟ
Papel impregnado com 3,7 0,014 0,0618
massas
Papel impregnado com 3,3 0,0018 0,0059
óleo fluído 3,5 0,004 0,014
Analogamente aos isolantes sólidos, as perdas dielétricas podem ser calculadas pela relação:
P = Kεtgẟ (Watts)
A blindagem consiste de uma camada de material semi-condutor e, na maioria dos casos, também
de uma camada de material condutor aplicadas sobre a superfície do isolamento. Sua principal
finalidade é confinar o campo elétrico dentro do cabo isolado.
Como se pode ver na figura a seguir, o cabo sem blindagem, que denominamos “a campo não
radial” apresenta distribuição irregular do campo eléctrico, enquanto no cabo blindado,
denominado “a campo radial”, o campo elétrico distribui-se de forma equilibrada e radialmente
em relação ao condutor. A construção a campo radial é preferível, principalmente para tensões
mais elevadas, pois garante solicitações elétricas uniformes em cada camada isolante (conjunto de
pontos do isolamento equidistantes do condutor).
69
Do mesmo modo que a blindagem sobre o conductor (interna), a blindagem sobre o isolamento
(externa) deve ser construída de maneira a eliminar qualquer possibilidade de formação de vazios
Entre ela e a superfície do isolamento. Este processo é obtido a partir das seguintes técnicas:
Cabos secos
70
Cabos em papel
Protecções
Não-metálicas
Metálicas
Protecções não-metálicas
Os Cabos de Energia são normalmente protegidos com uma capa não-metálica. Estas capas
externas, conhecidas como coberturas, são normalmente feitas a partir de PVC, Polietileno,
Neoprene ou de material sem halogênios (“halogen free”) e muito baixa toxicidade (LSZH, low
smoke zero halogen) conhecido como Afumex.
Existe, de uma geração mais recente, um tipo de proteção não metálica que substitui com algumas
vantagens certas proteções metálicas (armação metálica) no aspecto de proteção mecânica do cabo.
É a proteção tipo AIR BAG™, constituída por uma camada de material extrudado resiliente com
alta capacidade de absorção de impactos radiais.
A escolha do tipo de proteção não metálica a ser utilizada baseia-se na resistência a acções de
natureza mecânica, química e, naturalmente, de meio-ambiente.
Na maioria dos casos, a capa dos cabos com isolamento seco é de PVC, material mais econômico,
Não propagante de chamas e com resistência suficiente para o uso corrente. O polietileno
(pigmentado com negro de fumo para torná-lo resistente à luz solar) é utilizado para instalações
em ambientes com alto teor de ácidos, bases ou solventes orgânicos e uso aéreo em postes.
Em cabos de uso móvel, que requerem boa flexibilidade e grande resistência à abrasão e laceração,
a cobertura usual é o Neoprene.
Cabos instalados em locais de grande afluência de público (shopping centers, grandes hotéis,
hospitais, cinemas, escolas, etc.) requerem cobertura do tipo Afumex.
Nos cabos isolados em papel, exige-se uma capa metálica do tipo continuo para assegurar a
estanqueidade do núcleo. Emprega-se tradicionalmente o chumbo e mais recentemente o alumínio.
71
Estes materiais são protegidos contra corrosão por uma cobertura não-metálica (PVC ou
Polietileno).
Características mecânicas
Protecções metálicas
Proteções metálicas adicionais com função de armação são empregadas nas instalações sujeitas a
danos mecânicos. Os tipos mais usados são:
Proteção mais moderna, garante maior resistência aos esforços radiais do que as armações do tipo
tradicional de fitas planas, conferem boa flexibilidade ao cabo e dispensam o uso de conduítes
flexíveis.
72
Armações de fios de aço, que são empregadas em cabos que necessitam de resistência aos esforços
de tração (cabos submarinos, por exemplo).
DIMENSIONAMENTO
Generalidades
Cálculo da bitola
É feito por um processo iterativo, já que se dispõe de instrumentos teóricos; não para cálculo
directo da secção, mas apenas para verificação da capacidade de corrente de um cabo de construção
definida. O dimensionamento, portanto, terá que se iniciar por uma Bitola estimada.
Espessura Isolante
73
Estimativa da bitola
Para esta estimativa, o projetista dispõe, além de sua experiência acumulada, de tabelas e gráficos
de capacidade de corrente para os produtos mais comuns nas instalações usuais. A título de
orientação, mostramos a seguir um gráfico de valores de capacidade de corrente em função da
secção do condutor, para cabos isolados em Borracha Etileno Propileno (EPR).
74
Cálculo da espessura isolante
A espessura isolante é usualmente fixada pela especificação relativa ao cabo, já considerados todos
os factores de segurança necessários. Seu valor mínimo, entretanto, pode ser facilmente calculado
a partir das relações existentes entre tensão, gradiente e dimensões do cabo.
Q
E.dh (1)
onde:
Q = cargas (Coulombs)
ε = conatante dieléctrica relativa
Q
E ds (2)
75
Fazendo a integração em toda a superfície para um elemento medindo dh no sentido longitudinal,
obtemos:
Q
E2 r dh = (3)
sendo r = raio do condutor (mm).
Q
Representando nesta equação a distribuição de carga pela letra , vem
dh
E= (4)
2r
Por outro lado, sabemos que a diferença de potencial no ponto P, na superfície hipotética, em
relação ao condutor é dada por:
R
V–v=
r
E.de (5)
com
e = espessura isolante
R1
2 r r
V–v= .dr (6)
ou, integrando:
R
V–v= . ln (7)
2 r
Substituindo o resultado (4) nesta equação, obtem-se:
R
V – v = E.r.ln (8)
r
76
Como as proteções metálicas são aterradas, v = 0 e podemos reescrever a equação na forma:
V 1
E= (9)
r ln R
r
Ou
0,868V
E= (10)
D
d . log
d
0,868V ff
E= (11)
D
d . log
d
Dd
e=
2
concluímos, a partir das equações (10) e (11)
d 0,868V
anti log( ) 1
2
e=
E .d
0,502V ff
e = d anti log( ) 1
2 E .d
expressões que permitem calcular a espessura isolante minima a partir do diâmetro do condutor,
da tensão do Sistema e do gradiente máximo de projeto E.
Os cabos de potência são cabos uni ou multipolares, utilizados principalmente para o transporte de
energia elétrica em instalações de geração, transmissão, distribuição e/ou utilização.
77
Os principais components de um cabo de potência em baixa tensão são o condutor, a isolação e a
cobertura, conforme indicado na Fig.3.11.
Alguns cabos eléctricos podem ser dotados apenas de conductor e isolação, sendo chamados então
de condutores isolados, enquanto que outros podem possuir adicionalmente a cobertura (aplicada
sobre a isolação), sendo chamados de cabos unipolares ou multipolares, dependendo do número
de condutores (veias) que possuem. A Fig.3.12 mostra exemplos desses tipos de condutores
eléctricos.
Os cabos de controle são cabos uni ou multipolares, utilizados em circuitos de controle de sistemas
e equipamentos elétricos.
78
A Fig.3.14 mostra um cabo de controle construído na base de conductor classe 4 ou 5, isolamento
em PVC 70°C, identificação por números, blindagem em fita de cobre, aplicada helicoidalmente
com sobreposição, cobertura em PVC na cor preta.
79
Aplicações: Circuitos de comando, sinalização e controle de sistemas eléctricos em geral.
L
R* () (3.1)
S
Esta capacidade depende basicamente do material condutor, secção do condutor, tipo de isolação,
temperatura ambiente e maneira de instalar.
.
80
3.5 Seções de Fios e Cabos
81
O padrão norte-americano consiste na utilização da escala AWG (“American Wire Gage”) de
diâmetros e, a partir de determinado valor, na indicação de seções normalizadas em unidades do
sistema inglês. A escala AWG é uma progressão geométrica de diâmetros em polegadas,
relacionadas com os passos de estiramento dos fios; trata-se de uma escala retrocessiva, isto é, os
números diminuem com o crescimento dos diâmetros.
A Tabela 1 acima, mostra um comparativo entre AWG e a série métrica IEC além da resistência e
capacidade.
O cobre e o alumínio são os materiais condutores mais utilizados nos condutores elétricos. A seguir
alguns aspectos comparativos entre esses dois metais.
a) O alumínio tem uma condutividade de cerca de 60% da do cobre. Assim, para uma
dada capacidade de condução, é necessário usar um condutor de alumínio com secção
da ordem de 1,6 vezes maior do que a necessária, caso fosse usado um condutor de
cobre.
b) A densidade do alumínio é de 2,7 g/cm3 , contra 8,89 g/cm3 do cobre. Por ser mais
leve, o alumínio é mais fácil de ser transportado e suspenso.
d) Quando exposta ao ar, a superfície do alumínio fica recoberta por uma camada invisível
de óxido, de características altamente isolantes. Nas conexões com alumínio, um bom
contacto só será conseguido com a ruptura dessa camada. Com efeito, a principal
finalidade dos conectores utilizados, de pressão e aparafusados, é a de romper o filme
de óxido. Muitas vezes são usados, durante a preparação de uma conexão, compostos
que inibem a formação de uma nova camada de óxido, uma vez removida a camada
inicial.
e) Por ser mais mole que o cobre, o alumínio escoa com pequenas pressões. Por esta razão,
os conectores usados em condutores de alumínio devem ter superfícies de contato com
área suficiente para distribuir as tensões e evitar danos à parte do condutor a ser
comprimida.
3.6 Normas
Neste ítem citaremos algumas normas em relação a fios e cabos elétricos. A norma NBR 6814,
que diz respeito ao ensaio de resistência elétrica, estabelece que a resistência deve ser medida por
82
meio de um potênciometro caso o valor seja inferior a 1 ohm ou por meio de uma ponte de
wheatstone caso tenha valor maior que 1 ohm. Cita-se abaixo mais alguns pontos desta norma:
quando cabos de potencial são utilizados, a distância entre cada contacto de potencial e seu
correspondente contacto de corrente deve ser igual ou superior a 1,5 vezes o perímetro da
secção transversal do condutor.
ao medir a resistência do condutor, cuidados devem ser observados para manter a corrente
de medição baixa, e de curta duração, para assegurar que a resistência a medir não seja
modificada.
a superfície do condutor deve estar limpa para assegurar um bom contato elétrico dos
contactos de potencial e corrente com o condutor.
Já a norma NBR 6242 prescreve os métodos para verificação dimensional de condutores. A norma
estabelece a medição de diâmetro de fios, do passo e da massa. Considera-se como diâmetro do
fio em um determinado ponto, a média aritmética das medidas efectuadas segundo duas direções,
perpendiculares entre si, sendo que a primeira medida deve ser considerada na direção onde o
diâmetro do fio seja mínimo. Na medição deve ser empregado micrômetro milesimal para
diâmetros inferiores a 1mm, e centesimal para diâmetros superiores ou iguais a 1mm. Considera-
se como uma medição de passo de um condutor encordoado, o comprimento medido entre iguais
posições relativas de N+1 segmentos consecutivos da Fig3.17, sendo N o número de fios da coroa
em questão.
onde
P = Comprimento do passo.
83
O passo também pode ser medido como o comprimento medido entre as marcas conforme
Fig.3.18.
onde,
S = 0,7854 x d2 x n (3.4)
onde,
Ensaios de resistência mecânica também são realizados segundo, por exemplo, a norma NBR 7271
para cabos de alumínio.
- Domésticas ;
- Indústriais ;
- Distribuição ;
- Aplicações particulares ;
- Cabos rígidos
- Cabos flexíveis
84
3.7.4 Classificação de cabos segundo o número de pólos
- Unipolares
- Bipolares
- tripolares
- Tetra polares
- Polipolares
- Polietileno (PE)
- Polietileno reticulado (PEX)
- Copolímeros de etileno –prolífico
- Borracha de silicone
- Materiais ignífugos
- Policlereto de vinilo (PVC)
- Cobre
- Alumínio
85
Fig.3.18: Partes constituientes de cabos eléctricos.
Descrição:
Classes de Resistências
.
86
Tabela 3.3: Secções nominais Normalizadas
Revestimentos metálicos
Ecrã metálico - tem a função para escoar a corrente de curto circuito monofásico da instalação,
utilizando os seguintes materiais:
- Cobre nu ou estanhado;
- Alumínio;
- Chumbo aliado a outros metais;
- Armaduras – tem a função de assegurar a protecção mecânica do cabo quando for
sujeito a esforços transversais (Compressão e choques) ou longitudinais (tracção), quer
durante a colocação ou exploração do cabo. Também pode ser usado como ecrã.
Os materiais mais usados para o efeito são fitas de aço ou fios de aço.
Constitui a função principal das bainhas a protecção do cabo contra a penetração da humidade ou
de agentes químicos do exterior e manter a distribuição espacial do pólos.
-Resistência mecânica
-Resistência aos agentes químicos
-Resistência aos agentes atmosféricos
-Estanquidade
-Flexibilidade
-Resistência ao calor, ao frio, à propagação da chama
-Fraca opacidade dos fumos, em caso de combustão
Os materiais mais utilizados devem ter propriedades estáveis com o tempo e são usados os
seguintes:
- PVC
- Polietileno
- Materiais ignífugos sem halogéneo
- Borracha nitrilo-acrílica vulcanizada
- Polietileno cloro sulfuroso (Hypalon)
- Policloropreno
87
- Polietileno cloretado
- Poliuretano
2017-10-11
- Na exploração dos cabos, eles devem possuir características que permitem a sua utilização;
nomeadamente:
De acordo com o exposto, e da classificação dos cabos, significa que podemos ter uma vasta
variedade de cabos com características específicas, dimensionais e eléctricas, contendo uma
designação própria que o difere um de outro.
Os cabos são designados por uma abreviatura alfa numérica de forma a poderem ser facilmente
identificados antes da sua montagem. Esta identificação efectua-se por meio de siglas que indicam:
A tensão nominal é definida como tensão a frequência industrial para qualquer cabo a que foi
construído e a qual deve poder funcionar continuamente em condições normais de serviço. A
tensão nominal do cabo designa-se por dois valores que correspondem respectivamente, a tensão
entre cada um condutor e o invólucro metálico/terra (E0) e a tensão entre dois quaisquer
condutores (E). Deste o mais importante é o E0.
88
Tabela 3.4: Exemplos de tensões nominais para cabos para baixa tensão, segundo a NP (Norma
Portuguesa).
Tabela 3.5: Exemplos de tensões nominais para cabos de MT e AT segundo CEI (IEC –
International Electrotechnical commission).
VV 3 x 50 + 2G25 0,6/1 kV - Cabo de tensão estipulada 0,6/1 kV, constituído por condutores de
cobre, 3 de 50 mm2 de secção nominal e 2 de 25 mm2 de secção nominal um dos quais é o condutor
de protecção verde/amarelo, isolados a policloreto de vinilo, com bainha exterior de policloreto de
vinilo.
TENSÃO ESTIPULADA - A escolha da tensão estipulada deve ser efectuada tendo em conta as
condições de operação da instalação onde o cabo vai ser inserido. Como regra geral, a tensão
89
nominal do cabo não deve ser inferior à tensão nominal da instalação (valor eficaz em corrente
alternada), ou a cerca de 66% da tensão nominal da instalação em corrente contínua.
Para os cabos a tensão estipulada é definida pelo conjunto de três tensões, são elas:
Uo - Tensão simples, tensão eficaz entre fase e terra, ou seja, entre o condutor de fase e a
terra ou blindagem;
U - Tensão composta, tensão eficaz entre dois condutores de fase;
Um - Valor máximo da tensão do sistema na qual o equipamento pode ser usado, ou seja,
tensão máxima eficaz entre fases para a qual o cabo é concebido.
Os valores recomendados para a tensão estipulada (U0/U) de cabos de baixa tensão são:
100/100 V;
300/300 V;
300/500 V;
450/750 V;
600/1000 V.
Os cabos flexíveis de tensão estipulada 100/100 V ou 300/300 V apenas podem ser utilizados nas
partes da instalação em que a tensão nominal não é superior a:
onde:
a letra a indica o grau de flexibilidade dos cabos ou condutor (rígidos, flexíveis ou extra
flexíveis);
b indica o tipo do material condutor (Cu ou Al);
c indica material isolante;
d material de blindagem do condutor ou envolvente;
e indica o tipo de material da bainha (invólucro mecânico);
f indica material de acabamento e reforço mecânico (armaduras);
g indica forma e agrupamento dos condutores;
h indicações diversas;
i mostra a secção nominal do cabo em que:
o algarismo 1 indica o número de condutores com a mesma secção;
o algarismo 2 indica a secção nominal do condutor ou cabo;
o algarismo 3 precedido ou não de + indica a secção do condutor de protecção.
90
Assim, é necessário codificar todos elementos constituintes do cabo:
.
91
Tabela 3.6: Folha completa de designação de cabos eléctricos
.
92
Exemplo:
Resposta
Resposta:
Cabo em alumínio multifilar, isolado a polietileno reticulado, revestido com fita de aço e coberto
ao exterior com PVC. Apresenta três almas condutoras com uma secção de 240 mm2 e uma de
protecção de 120 mm2 e com nível de isolamento de 1000 V entre condutores e 600 V entre
quaisquer condutores e a terra.
.
93
Exemplos de Aplicação (Não foi dado na aula)
94
3.8.5 Características dimensionais e eléctricas
Características dimensionais
As características dimensionais dependem da constituição do cabo e compreendem:
.
Tabela 3.8: Condutores sólidos (LSVAV).
Características eléctricas
- Características eléctricas - Tal como as características dimensionais, os elementos constituintes
95
do cabo vão determinar as características eléctricas do cabo;
- Intensidade admissível em regime permanente (I) – Valor da corrente que provoca, para um
determinado meio envolvente, o aquecimento dos condutores até ao valor máximo permitido e
depende de:
As características técnicas dos cabos telefónicos são idênticas aos dos cabos para distribuição de
energia eléctrica, desataca-se que a medida do cabo é expressa pelo diâmetro da alma ondutora e
número de pares (circuitos).
aaaaa
.
Tabela 3.9: Características Eléctricas - cabos LVV, LSVV.
96
.
Tabela 3.10: Características Eléctricas - cabos LVAV, LSVAV.
97
.
Tabela 3.11: Características Eléctricas - cabos LXAV, LSXAV.
98
.
Tabela 3.12: Características Eléctricas - cabos VV, VAV.
99
.
.
100
Tabela 3.13: Características Eléctricas - cabos XV, XAV
101
3.8.9 Outros tipos de cabos
102
Tabela 3.15: Caractersticas de cabos PT-N05 VV H2-U.
O sistema de designação dos condutores isolados e cabos eléctricos é regido pela Norma
Portuguesa NP– 2361 (1984). Esta norma resulta da tradução do Documento de Harmonização
(HD 361) e substitui a NP-665 no que se refere a condutores isolados e cabos contemplados nas
publicações NP-2356 e NP-2357.
De referir que na sua versão original, aquele documento tem por finalidade definir e uniformizar
o sistema de designação dos condutores isolados e cabos em todos os países da União Europeia
103
(U.E.). Em conformidade com a referida Norma Portuguesa NP-2361 (H 361) a designação de um
condutor isolado ou cabo é constituída por três partes, nomeadamente:
Parte I
Em que se faz a correspondência com a norma a que obdece o condutor isolado ou cabo e onde
consta igualmente o valor nominal da tensão U.
Parte II
Explica-se a construção do condutor isolado ou cabo.
Parte III
Que se escreve somente quando é necessário fornecer informações específicas quanto ao número
e secção dos condutores.
Notas explicativas
Parte I
Correspondência com Normas. Utilizam-se três símbolos.
- CC-N* - Para condutores isolados ou cabos do “Tipo Nacional” em que a informação completa
sobre requisitos de condutores só pode ser obtida em Normas Nacionais.
*
Por exemplo um cabo do “Tipo Nacional” em conformidade com uma Norma Portuguesa teria
a sua designação começada por: CC-PT
Tensão Nominal
03 – indica que os valores nominais das tensões Uo/U não devem exceder 300/300 V;
05 – 300/300 V < Uo/U < 300/500 V; e
07 - 300/500 V < Uo/U < 450/750 V.
Parte II
Construção do condutor isolado ou cabo. Esta parte precede geralmente a Parte I sem qualquer
traço de separação. Nela se refereciam por símbolos alfanuméricos os materiais componentes do
cabo, numa sequência radial, desde o isolamento até à bainha e incluindo construções especiais,
caso existam. Após um traço de separação constará a indicação referente ao material e à forma
da alma.
104
Construções Especiais
Estes símbolos, quando necessários, devem seguir os símbolos anteriores antecedidos de um traço.
A ausência de símbolo indica que a alma do condutor é constuída por cobre, neste caso o traço
antecede os símbolos indicados acima.
Ecrãs - São geralmente de cobre (nú ou estanhado) ou de alumínio, revestindo a forma de fitas,
malhas ou tranças.
Exemplo:
Cabo: H-05-V-V-F
Descrição:
H – Cabo harmonizado;
05 – tensão Nominal 300/300 V < Uo/U < 300/500 V;
V – Isolamento em policloreto de vinilo; e
F – Consdutor flexível (classe 5)
105
Parte III
Precede a parte anterior sem qualquer traço de separação e só se escreve quando necessário indicar
o número e secção dos condutores. O símbolo X (vezes) antecede geralmente um número, inteiro
ou decimal, que representa a secção.
Quando presede um algarismo, indica o número de vezes que aquele condutor se repete no cabo e
que nenhum deles é o condutor de terra.
O símbolo G tem o mesmo significado que o símbolo X, à excepção de que um dos condutores
tem a coloração do isolamento verde/amarelo.
Exemplo:
Cabo: H05VV-F3G2,5
Descrição:
Nomenclatura dos cabos harmonizados, segundo as actuais normas, European Committee for
Electrotechnical Standardization, (CENELEC) e as anteriores normas portuguesas NP 665 e NP
992.
Cabo: A-05-V-V-U
Designação:
A – Cabo Nacional;
05 – Tensão Nominal 300/300 V < U0/U < 300/500 V;
V – Isolamento em policloreto de vinilo;
V – Bainha em Policloreto de vinilo;
U – Condutor unifilar (classe 1)
106
Tabela 3.17: Equivalencência åentre as Normas NP 2361 e NP 665.
.
107
Constituição de alguns cabos codificados comnforme a NP 2361
108
.
109
Características de materiais isolantes
Isolamento - É o envolucro de material isolante contínuo e uniforme em toda a longitude do
condutor com uma espessura adequada para a tensão de trabalho do cabo.
Os cabos de baixa tensão podem ser isolados com vários tipos de materiais isolantes. Quando
existe o risco de fogo, as misturas dos materiais utilizados são ignífugas.
Designação
Durante o desenrolar do cabo, é necessário trabalhar com valores superiores calculados para cada
caso. Precaver-nos-emos, assim, contra os riscos de inutilização e permitiremos um desenrolar
satisfatório, tendo em conta os esforços mecânicos aos quais são submetidos os cabos. Estes
elementos dependem das características do percurso (traçado, desnivelamentos, passagens em
tubos ...), do comprimento a desenrolar, do pessoal e material utilizados, da temperatura ambiente,
etc. Em particular, desde que o desenrolar seja efectuado a baixas temperaturas, é conveniente
majorar os raios de curvatura indicados em cerca de 25% a 50%.
É de salientar que os valores, referentes a cabos rígidos, apresentados nos dois quadros que se
seguem poderão ser reduzidos até 50%, por exemplo, no caso das ligações dos extremos do cabo
a um armário de distribuição, a um posto de transformação, etc., desde que o trabalho de colocação
seja executado por pessoal especializado. Nestes casos será necessário proceder a um pré-
aquecimento do cabo até 30°C, seguido da sua colocação com ajuda de um dispositivo capaz de o
guiar até à sua posição definitiva, por exemplo com uma calha lisa apropriada às dimensões do
cabo.
Os raios de curvatura que figuram nos quadros seguintes são considerados para a geratriz do cabo,
interior à curvatura.
111
Tabela 3.18: Raios mínimos de curvatura dos cabos rígidos de MT e AT.
112
3.11 Esforços de tracção máximos admissíveis nos cabos.
A tabela 3.20 indica os esforços de tracção máximos admissíveis nos cabos durante e após a sua
colocação.
Trata-se de cabos que na sua concepção não é definida qualquer característica especial quer de não
propagação quer de resistência ao fogo. Não é definido qualquer tipo de ensaio neste âmbito.
Neste âmbito trata-se de cabos que na sua concepção não é definida qualquer característica especial
quer de não propagação quer de resistência ao fogo. Não é definido qualquer tipo de ensaio neste
âmbito.
Comentários
É importante notar que, as noções de não propagador de fogo e de resistência ao fogo são
independentes e que, não há hierarquia entre os ensaios correspondentes a que os cabos são
sujeitos.
É por isso que, segundo a sua constituição, os cabos ditos resistenntes ao fogo podem ser
igualmente não propagadores do fogo. Ou ainda, um cabo, dito não propagador do fogo pode
apresentar ou não a característica de resistência ao fogo.
Por outro lado, ao abrigo desta classificação, o cabo constitui um conjunto por vezes indivisível.
.
114
Tabela 3.21: Comportamento ao fogo de cabos eléctricos
Por outro lado, o melhoramento do comportamento ao fogo dos cabos provém muitas vezes, da
incorporação, nos seus constituientes, de aditivos que podem limitar as outras características, em
particular, as eléctricas.
115
d) Características dos fumos libertados na combustão
Podemos citar algumas características a que devem satisfazer os fumos libertados durante a sua
combustão:
Opacidade
Corrosividade
Toxicidade
Aos compostos à base de halogéneos – cloro, flúor, bromo, etc. – está associada a eventual e
perigosa capacidade dos fumos libertados na sua combustão produzirem gases ácidos, quando
estão em contacto com a humidade atmosférica ou água.
Tornam-se assim fumos corrosivos habitualmente designados por chuvas ácidas quando se
precipitam sobre a terra.
4.1 Introdução
Existem 118 elementos químicos na Natureza, constantes da Tabela periódica, que originam as
diferentes substâncias químicas conhecidas, quando combinados. A matéria é composta por
combinações de moléculas e estas constituídas por combinações de átomos, iguais ou diferentes
entre si. A matéria-prima (carvão bruto, petróleo, minérios, madeira, etc) é a matéria que existe
em bruto no solo ou no subsolo que vai sendo extraída e transformada de forma a produzir os
materiais que utilizamos.
A indústria metalúrgica transforma os diferentes minérios metálicos (ferro, cobre, alumínio, prata,
ouro, platina) em chapas ou fios de materiais com diferentes qualidades e composições, juntando-
lhes outros elementos químicos que lhes dão novas propriedades úteis em diferentes aplicações.
Os diferentes materiais obtidos pela indústria, distinguem-se uns dos outros pelas suas
propriedades eléctricas, mecânicas, físicas, químicas, etc, o que permite que sejam utilizados em
diferentes funções e aplicações na indústria eléctrica.
116
Para se escolher um material para desempenhar uma dada função num circuito eléctrico, é
necessário comparar as propriedades desse material com as características da função a
desempenhar. Por exemplo o cobre e o alumínio são bons condutores, no entanto numas aplicações
utiliza-se um e noutras.
Estes materiais podem encontrar-se em estado líquido, sólido ou gasoso. Em qualquer dos estados
encontram-se materiais condutores e materiais isoladores. No estado sólido temos, por exemplo:
cobre (condutor) e vidro (isolador). No estado líquido temos, por exemplo: mercúrio (condutor) e
óleo mineral (isolador). No estado gasoso temos, por exemplo: ar bastante húmido (condutor) e ar
seco (isolador).
Os materiais condutores são os que melhor conduzem a corrente eléctrica, ou seja, oferecem menor
resistência à passagem da corrente eléctrica. Os metais são os melhores condutores eléctricos, pois
possuem um elevado número de electrões livres que facilmente se movimentam, constituindo a
corrente eléctrica. A resistividade dos condutores situa-se entre 10-4 a 102 Ω.mm2/m. São bons
exemplos de condutores o cobre, o alumínio, a prata, o ouro, o mercúrio, as ligas de cobre e as
ligas de alumínio.
Os materiais resistentes são aqueles que conduzem a corrente eléctrica, mas apresentam uma maior
resistência à passagem da mesma que os condutores. O objectivo destes materiais é provocar,
intencionalmente, a dissipação de energia calorífica; eles são utilizados no fabrico de resistências
de aquecimento, de resistências de regulação de intensidade de corrente, etc.
117
Os materiais supercondutores são materiais considerados condutores perfeitos, isto é, não
apresentam resistência à passagem da corrente eléctrica, portanto conduzem a corrente eléctrica
sem dissipação de energia calorífica. O transporte de energia eléctrica é efectuado com um
rendimento de 100%. No entanto os supercondutores só o são quando submetidos a temperaturas
negativas bastante baixas. A supercondutividade foi descoberta em 1911 pelo cientista holandês
Heike Kamerlingh Onnes quando aplicava ao mercúrio temperaturas bastante baixas e verificou
que se tornava um supercondutor à temperatura de - 269ºC.
Estes materiais já são utilizados em algumas situações em que se pretende que não haja elevação
de temperatura, nem perdas, provocada pela corrente eléctrica, como são os casos de solenóides
de elevados campos magnéticos utilizados em investigação.
Os materiais isoladores são aqueles que apresentam uma resistência eléctrica muito elevada, não
deixando passar corrente eléctrica. Não há, no entanto isoladores perfeitos, havendo sempre
correntes de fuga. São considerados isoladores materiais que apresentam uma resistividade
eléctrica entre 104 a 1010 Ω.mm2/m. São considerados isoladores:
a borracha;
o vidro;
o papel;
a mica;
o polietileno, etc.
Os materiais semicondutores são aqueles que apresentam uma resistividade eléctrica intermédia,
entre os condutores e os isoladores, situada entre 104 a 1010 Ω.mm2/m. São exemplos de
semicondutores:
silício,
germânio e
selénio.
Os materiais magnéticos são materiais que são caracterizados por se deixarem atravessar
facilmente pelas linhas de força de campo magnético, magnetizando-se. Estes materiais tem uma
elevada permeabilidade magnética, de que são exemplos:
o ferro,
o aço,
o níquel e
o cobalto.
118
Fig. 4.2: Escalonamento dos materiais em função da resistividade eléctrica.
Tenha boa condutividade eléctrica? Ou basta uma condutividade razoável, desde que o
preço seja acessível?
Seja muito bom isolador de corrente? Ou seja o mais barato possível?
Seja condutor, mas que liberte uma grande quantidade de calor por efeito de joule?
Mantenha constante, dentro de determinados limites de intensidade ou temperatura, a sua
resistividade? Ou não é importante que a resistividade seja constante?
119
Não seja atacado facilmente pelos agentes atmosféricos ou químicos do meio envolvente?
Ou esse cuidado não é importante desde que o material uma vida útil mínima?
Resista bem a esforços de tracção, compressão, torção ou dobragem? Ou as condições em
que vai trabalhar, são favoráveis nestes domínios?
Seja leve? Ou é indiferente o peso do material, do ponto de vista técnico?
Resista bem a choques (pancadas secas)? Ou as condições são favoráveis a este tipo de
acidentes?
Suporte, sem perda das suas características gerais, grandes variações de temperatura?
Seja flexível? Ou deverá ser rígido, em função do local em que vai ser instalado?
Seja elástico? Ou não ficará sujeito a esforços da tracção que exijam esta propriedade?
Tenha um ponto de fusão elevado, dadas as temperaturas a que vai ser submetido?
Conduza bem a temperatura? Ou, pelo contrário, deve “isolar” a temperatura?
Que formas se pretende dar ao material escolhido? Será ele, por um lado,suficientemente
polivalente de modo a ser tratado por qualquer dos meios industriais à disposição e assim
obter-se a forma que se pretende?
É importante o estado (sólido, líquido ou gasoso) do material, para o fim em vista?
Pretendemos materiais que tenham propiedades diferentes, consoante a variação da
temperatura, da tensão ou intensidade?
Deve o material apresentar características magnéticas? Ou a função que vai desempenhar
não o exige?
Deve o material resistir bem a arcos eléctricos no circuito?
Qual a importância, para o material a escolher, do valor do coeficiente de temperatura?
Vai o material ser submetido a tensões eléctricas elevadas? Ou a baixas?
Deve o material em questão ter uma vida útil elevada? Ou a vida útil do próprio circuito
onde vai ser inserido já é, de si, curta?
Deve o material a utilizar ser incombustível? Ou incomburente?
Vai o material estar sujeito a trepidações, obrigando a tomar precauções especiais quanto
à sua natureza mecânica?
material vai ser utilizado sob a forma de fios, de barras, de chapas? Tem ele propriedades
necessárias para, ao ser trabalhado, adquirir essas formas?
eléctricas;
mecânica e
químicas.
120
Rigidez dieléctrica – É a tensão máxima, por unidade de comprimento, que se pode aplicar aos
materiais isolantes sem romper as suas características isolantes (expressa-se em kV/cm). O
material com melhor rigidez dieléctrica é a mica.
Condutibilidade térmica – Propriedade que os materiais têm de conduzir com maior ou menor
facilidade o calor. Normalmente os bons condutores eléctricos também são bons condutores
térmicos. Como bons condutores térmicos temos: a prata, o cobre, etc.
Maleabilidade – É a propriedade que os materiais têm de se deixarem reduzir a chapas. Exemplos:
ouro e prata.
Ductibilidade – É a propriedade de se deixarem reduzir a fios, à fieira. Exemplos: ouro, prata,
cobre, ferro.
Tenacidade – É a propriedade de resistirem à tensão de rotura, por tracção ou compressão. A
tensão de rotura é expressa em kg/mm. Exemplos: bronze silicioso, cobre duro.
Maquinabilidade – É a propriedade de os materiais se deixarem trabalhar por qualquer processo
tecnológico, através de máquinas-ferramentas. Exemplo: ferro
Dureza – Propriedade de os materiais riscarem ou se deixarem riscar por outros materiais.
Exemplos: diamante, quartzo.
Densidade – É a relação entre o peso da unidade de volume de um dado material e o peso de igual
volume de água destilidada a 4,1ºC, à pressão normal. Exemplo: mercúrio, prata.
Permeabilidade magnética – É a propriedade que consiste em os materiais conduzirem, com
maior ou menor facilidade, as linhas de força do campo magnético. Exemplo: ferro-silício, aço,
ferro-fundido, etc.
Elasticidade – Propriedade de retomarem a forma primitiva, depois de terem sido deformados por
acção de um esforço momentâneo.
Dilatabilidade – Propriedade de aumentarem em comprimento, superfície ou volume, por acção
do calor.
Resilência – Propriedade de resistirem à rotura, por pancadas “secas”.
Resistência à fadiga – É um valor limite do esforço sobre o material, resultante de repetição de
manobras. Cada manobra vai, progressivamente, provocando o“envelhecimento” do material.
Fusibilidade – Propriedade de os materiais passarem do estado sólido ao líquido, por acção do
calor. Tem interesse conhecer o ponto de fusão de cada material para sabermos quais as
temperaturas máximas admissíveis da instalação onde o material está, ou vai ser, integrado.
Resistência à corrosão – Propriedade que os materiais têm de manterem as suas propriedades
químicas, por acção de agentes exteriores. Esta propriedade tem particular importância nos
materiais expostos (ar livre) e enterrados.
Como se sabe, os materiais combinam-se com o oxigénio do ar, originando óxidos. Estes óxidos,
em grande parte dos casos, acabam por destruir os materiais. A este fenómeno chama-se corrosão.
Quanto à oxidação, podemos dividir os materiais em dois grupos: o grupo do cobre, prata, alumínio
e zinco que pouco se oxidam; o grupo do ferro e aços onde é considerável o fenómeno da corrosão.
Pintando as superfícies;
Cromando ou niquelando as suerfícies;
Utilizando ligas inalteráveis: bronze, cromo-níquel;
Utilizando metais inalteráveis: ouro, platina, tungsténio, níquel.
121
4.5 Principais materiais condutores
Os principais materiais eléctricos utilizados no fabrico de condutores são o cobre, o alumínio e a
prata. Além destes existem ainda algumas ligas como por exemplo: o bronze, o latão e o almelec
(ligas condutoras); e o constantan, o maillechort, o ferro-níquel e o cromo-níquel (ligas
resistentes).
A escolha do material para desempenhar uma dada função, depende do compromisso entre preço,
qualidade e tarefa a desempenhar. Tendo em conta a tarefa a desempenhar, deve-se ter em conta
as propriedades do material, as funções a desempenhar, o meio ambiente, as condições a que vai
ser submetido. Na Tabela 4.1, encontram-se as princípais propriedades e aplicaçõe usuais dos
materiais mais utilizados.
122
O cobre é o material condutor mais utilizado. Existem no entanto dois tipos de cobre: cobre duro
e cobre macio. O cobre duro é utilizado nos casos em que se exige elevada dureza e resistência
mecânica, como é o caso das linhas aéreas de energia, os cabos telefónicos, os colectores dos
motores eléctricos, etc. O cobre macio é utilizado nas restantes aplicações, não sujeitas a esforços
mecânicos elevados, como: enrolamentos, barramentos, cabos eléctricos, instalações eléctricas,
etc.
O alumínio é o segundo material condutor mais utilizado, caracterizado por ser mais leve e mais
barato que o cobre. Estas características têm sido fundamentais para a sua escolha em determinadas
utilizações: linhas aéreas, condensadores, blindagem eléctrica de alguns cabos, em aeronaves, nos
rotores de motores assíncronos, equipamento portátil e equipamento móvel, etc.
A prata é bastante utilizada, sob forma pura ou em liga, no fabrico de contactos eléctricos em
dispositivos que devem apresentar uma boa fiabilidade, em virtude de praticamente não oxidar. As
ligas podem incluir níquel, cobalto, paládio, bromo e tungsténio.
O ouro é um material que não oxida e apresenta uma elevada resistência mecânica, sendo também
utilizado em contactos eléctricos em equipamentos de elevada fiabilidade e precisão.
O carvão pode ser utilizado como condutor no fabrico das escovas das máquinas de corrente
contínua, ou como condutor resistente no fabrico de resistências eléctricas. O carvão tem a grande
vantagem em relação a outros condutores de não fundir, não soldar, suportando elevadas
temperaturas.
Por análise dos materiais apresentados na Tabela 4.1, chega-se às seguintes conclusões:
De referir ainda que o ouro e a prata são os materiais mais dúcteis e maleáveis, o que lhes permite
serem reduzidos a fios ou chapas, no entanto são caros; o alumínio em contacto com o ar cobre-se
de uma camada óxida, chamada alumina, que o protege contra a corrosão; o cobre também se cobre
com um óxido, o azebre, que o protege contra a acção dos agentes atmosféricos.
Os supercondutores, não referidos na tabela, são materiais que apresentam uma resistência
eléctrica praticamente nula quando submetidos a temperaturas negativas. Um material como o
cobre que à temperatura ambiente (20ºC) apresenta uma resistividade de 10-8 Ω.m, passa a
apresentar um resistividade de 10-25 Ω.m quando a temperatura atinge -252ºC
123
Recentemente, têm sido descobertos novos materiais (cerâmicos) que se revelaram
supercondutores a temperaturas cada vez mais próximas da temperatura ambiente (-23ºC).
As vantagens destes materiais no futuro são evidentes, conduzir electricidade sem perdas de
energia e sem produção de calor, permite que a potência fornecida seja praticamente igual à
consumida pelo receptor, reduzindo os custos da instalação. Exigem no entanto, a instalação de
fontes frias para arrefecimento dos condutores, o que será praticamente o único consumo da
instalação.
proteger pessoas;
evitar curto-circuitos nas instalações;
evitar fugas de corrente, etc.
sólidos;
líquidos; e
gasosos.
Os materiais sólidos e líquidos utilizados para o fabrico de isoladores podem ter três origens:
isolantes orgânicos;
isolantes plásticos.
isolantes minerais; e
gasosos
124
Tabela 4.2: Principais isolantes.
125
Os materiais isolantes como qualquer outro material, envelhecem com a utilização. Os factores
principais para esse envelhecimento são:
a temperatura;
campo eléctrico que os solicita;
os esforços mecânicos a que estão sujeitos;
a humidade;
agentes atmosféricos;
agentes químicos, etc.
a resistividade eléctrica;
a rigidez dieléctrica;
a estabilidade térmica;
a temperatura máxima de utilização
o factor de perdas;
e a versatilidade.
A rigidez dieléctrica de um isolante é medida pela sua maior ou menor tensão de disrupção (tensão
de perfuração do isolante). Dada a grande variedade de isolantes existentes, a escolha para cada
aplicação deverá recair naquele que reúna as melhores condições, de acordo com as exigências da
função. Analisando a Tabela 4.2, conclui-se que:
126
a mica é o material com melhor estabilidade térmica;
o vidro têm maior resistência mecânica;
o papel seco é bom isolante e barato, mas higroscópico (atacado pela humidade)
o polietileno e o policloreto de vinilo são bastante resistentes à acção solar e aos agentes
químicos;
o policloreto de vinilo não é inflamável;
a porcelana tem a desvantagem de ser porosa (deixa entrar humidade);
os materiais orgânicos e os plásticos têm em relação aos minerais, a grande vantagem de
serem mais flexíveis no seu tratamento e utilização;
os isolantes gasosos, como o ar, são baratos.
Pode-se afirmar ainda que: há isolantes que são fortemente atacados pela humidade, como o papel,
o amianto, a porcelana; o quartzo é utilizado em situações em que há variações bruscas de
temperatura; os isolantes plásticos, além das propriedades isolantes que se lhes reconhecem, têm
uma outra que é a sua extrema leveza e versatilidade na aquisição de diferentes formas; a baquelite
apresenta-se sob diferentes formas, sendo a baquelite C aquela que melhores propriedades reúne,
sendo por isso a mais utilizada.
silício;
germânio; e
selénio.
.
No entanto, se estes materiais não forem puros, podemos transformá-los em condutores, para isso
basta juntar-lhes impurezas à sua constituição, como os indicados abaixo:
antimónio;
fósforo;
boro; e
índio,etc.
A este processo dá-se o nome de dopagem. Portanto, os materiais encontram-se “dopados” quando
se acrescenta uma determinada percentagem de impureza, de forma a torná-los semicondutores,
com diversas aplicações.
O silício é o mais utilizado porque é térmicamente mais estável do que o germânio, podendo ser
utilizado a temperaturas na ordem dos 150ºC, permitindo reduzir a corrente inversa, reduzindo as
perdas e simplificando os processos de refrigeração. Além disso, o silício é, a seguir ao hidrogénio,
o elemento químico mais abundante na natureza. A areia, abundante na natureza, tem silício na
sua composição, entrando também no fabrico do vidro.
127
4.8 Materiais Magnéticos
Os materiais magnéticos são aqueles que têm permeabilidade magnética mais elevada do que a do
ar. São aqueles materiais que tem maior facilidade de “conduzirem” as linhas de força do campo
magnético. Como se sabe, existe um conjunto de máquinas e recepotores, que no seu
funcionamento, geram campos magnéticos ou estão sob a influência de campos magnéticos. Neste
sentido, há necessidade de os materiais utilizados oferecerem pouca resistência ao percurso das
linhas de força desses campos magnéticos.
De entre os materiais utilizados como magnéticos temos os metais magnéticos, como por exemplo:
ferro macio;
aço silicioso;
aço vazado;
ferro fundido; e
níquel;
cobalto.
alumínio;
níquel;
cobalto; e
ferro.
O ferro macio é um ferro quase puro, com uma pequena percentagem de carbono. É utilizado no
fabrico de fios, chapas, veios, parafusos, mas essencialmente no fabrico de núcleos e armaduras
para electroímanes, visto que a sua permeabilidade atinge valores elevados. O aço é uma liga de
ferro e carbono em que a percentagem de carbono varia entre 0,3 e 1,5%. Obtêm-se diversos tipos
de aços siliciosos ou ferros siliciosos, por junção de diversos materiais como o silício, o
manganês, o crómio, o níquel e o tungsténio.
O aço silicioso, com 2 a 5% de silício, é bastante utilizado no fabrico de chapas magnéticas para
os circuitos das máquinas de corrente alternada, com o objectivo de reduzir as perdas magnéticas
(perdas por histerese e por correntes de Foucault).
O ferro fundido ou coado é uma liga de ferro e carbono em que a percentagem deste é superior a
2,5%. A sua permeabilidade magnética é inferior à do ferro macio e à do aço. É, no entanto, muito
utilizado no fabrico de carcaças e tampas para máquinas eléctricas, bem como caixas e outra
aparelhagem das instalações eléctricas onde não seja importante o valor da permeabilidade e, antes,
seja exigida uma elevada resistência mecânica à compressão.
O aço vazado contém menos carbono que o ferro fundido e tem maior permeabilidade. É utilizado
nas carcaças de alguns motores.
128
O cobalto é o material mais tenaz que se conhece. Daí que seja utilizado em todas as situações em
que os materiais sejam submetidos a grandes esforços. É utilizado no fabrico de aços e corantes
(como o azul-cobalto).
O níquel, como não se altera quando é exposto ao ar, utiliza-se bastante no revestimento de outros
metais, como protecção contra a corrosão. A permeabilidade magnética dos materiais é geralmente
referida em função da permeabilidade do ar. Assim, diz-se que um determinado material tem uma
permeabilidade 100 vezes maior que a do ar, isto é, esse material tem uma permeabilidade relativa
de 100. Deste modo, é mais fácil relacionar entre si as permeabilidades dos diferentes materiais.
Têm que se ter atenção ao facto de apesar de estes materiais não serem utilizados como condutores,
eles apresentam uma resistividade eléctrica não muito elevada, conduzindo por isso a corrente com
alguma facilidade.
As Regras Técnicas das Instalações Eléctricas de Baixa Tensão apresentam algumas definições
sobre este tema, que passamos a apresentar:
o bainha;
129
o trança ou envolvente comum.
O condutor isolado tem um isolamento eléctrico em torno da alma condutora, com protecção
eléctrica e mecânica.
O cabo distingue-se do condutor porque, além do isolamento eléctrico, tem ainda uma bainha que
envolve o isolamento eléctrico.
Conforme as exigências dos locais e das condições de funcionamento, são exigidas as necessidades
de instalar cabos mais ou menos bem protegidos.
Os principais factores condicionantes da escolha de um cabo para uma instalação eléctrica são:
Como se pode concluir, estes factores vão exigir maior ou menor protecção nos cabos, bem como
substâncias protectoras diferenciadas, conforme veremos mais à frente.
130
Bainha – revestimento contínuo que, envolvendo completamente o condutor isolado ou o
conjunto cableado de condutores isolados, contribui para a protecção dos cabos. Quando
for metálica pode também desempenhar a função de blindagem;
Trança – revestimento constituído por fios entrançados, texteis ou metálicos;
Armadura – revestimento metálico que tem como principal finalidade proteger o cabo
contra acções mecânicas exteriores, para além de funções de natureza eléctrica que possam
desempenhar.
De referir que cada condutor ou cabo terá apenas um, alguns ou a totalidade destes revestimentos.
O condutor mais simples será aquele que possui apenas o isolamento. Seguidamente, e em grau
crescente de complexidade, teremos um cabo com isolamento e bainha exterior, podendo ou não
ter material de enchimento entre os dois revestimentos. Depois viriam sucessivamente a
blindagem, a trança e a armadura. De referir ainda que podemos ter cabos com duas bainhas, a
bainha normal sobre o isolamento e ainda uma exterior sobre a primeira ou sobre a armadura.
131
4.9.3 Identificação dos condutores
monofásicas; ou
trifásicas.
Logo para permitir maior eficiência na colocação ou reparação de uma instalação eléctrica, há
necessidade de arranjar um processo de identifcar facilmente cada conductor.
A instalação trifásica é constituída por três condutores de fase, condutor neutro e condutor de
protecção.
132
Fig.4.6: Cores de identificação dos condutores e respectiva ordem sequencial.
.
Na instalações de corrente contínua (DC), as cores mais utilizadas são:
o cobre; e
o alumínio.
O cobre utilizado é o cobre macio recozido que deve apresentar as seguintes características:
As almas dos condutores rígidos não têm obrigatoriamente um só fio. À medida que a secção vai
aumentando, os condutores deixam de ser unifilares e passam a multifilares. Quanto aos
condutores flexíveis e extra-flexíveis, o número de fios por secção é obviamente maior que nos
rígidos. O número de fios para cada um dos casos é definido por normas adequadas, para
condutores de cobre e de alumínio.
.
As secções normalizadas das almas condutoras são as seguintes:
Tabela 4.6: Secções mínimas dos condutores dos circuitos em locais de habitação.
134
A secção que se utiliza nos condutores para ligação de aparelhos móveis ou portáteis de baixa
potência poderá ser de 0,75 mm2 ou mesmo de 0,5 mm2 no caso de condutores extraflexíveis (as
pontas de prova dos multímetros utilizam condutores extraflexíveis).
Está também regulamentado que a fase, o neutro e o condutor de protecção tenham igual secção
até aos 10 mm2 inclusive. A partir daí a secção da fase ou fases é maior que a do neutro e condutor
de protecção, sendo os seus valores dados pelo quadro seguinte.
Cada secção suporta uma dada intensidade máxima admissível (Imax) permanentemente, sem se
verfificar a deterioração do condutor; a partir desse valor, o condutor aquece em demasia e vai-se
deteriorando rapidamente. Este valor Imax vai depender também das condições em que o condutor
ou cabo é instalado, nomeadamente do tipo de canalização e do número de condutores cabos à sua
volta.
O quadro seguinte dá-nos os valores de Imax para diferentes secções e diferentes condições de
instalação, condutores do tipo H05V e H07V e para cabos LVV e LSVV (Cabos de BT, em
alumínio e revestido a PVC).
Tabela 4.8: valores de Imax para diferentes secções e diferentes condiçõesde instalação.
135
.
Tabela 4.9: Imax para cabos LVV e LSVV
136
2017-10-20
5.1 Introdução
Nos últimos anos os investimentos, para construção de redes em todo o país têm crescido com o
apoio do Governo, das Organizações não Governantais e das concessionárias de energia eléctrica
fazendo com que quantidades significativas de famílias sejam beneficiadas. No entanto, ainda há
muitas famílias sem tal beneficio e, portanto, ainda há muito que se construir de redes eléctricas.
Já as redes construídas, por sua vez, necessitarão de ser mantidas para garantir o uso de tal
benefício, onde entra o papel da manutenção que tem por objectivo eliminar anomalias e defeitos
das redes para garantir a continuidade do serviço.
A energia eléctrica que utilizamos em nossas casas chega até nós de uma fonte geradora geralmente
distante e que para transmití-la se faz necessária a construção de redes.
.
137
Estas redes, têm características diferentes umas das outras de acordo com a quantidade de energia
que ela transporta e são divididas basicamente em dois tipos:
- Redes de transmissão;
- Redes de distribuição
As linhas de transmissão transportam grandes blocos de energia em uma elevada tensão para uma
subestação onde níveis de energia serão rebaixados. Falando de um jeito bem simples e como o
próprio nome diz, elas “transmitem” a energia das hidroléctricas para as subestações das
concessionárias de energia.
138
Fig.5.2: Linha de subtransmissão em 69 kV.
Como dito anteriormente, serão nestas redes que vamos focar nosso estudo.
Componente de uma rede de Média Tensão (MT) que alimenta, directamente ou por intermédio
de seus ramais, transformadores de distribuição e/ou consumidores.
5.3.2 Aterramento
Ligação à terra de todas as partes metálicas não energizadas de uma instalação incluindo o
NEUTRO da rede e da instalação.
Caixa em policarbonato liga de alumínio ou aço pintado, fixada no poste ou suspensa (somente em
policarbonato) nos condutores de BT isolados (pré-reunidos), equipado com barramento para
derivação dos ramais de ligação das unidades consumidoras, com uso de cabos concêntricos 4 mm2
até 10 mm2, furo de 5 mm2 para saídas e 6 mm2 para entrada para uso de cabos pré-reunido de 16
mm2.
140
Fig.5.5: Caixa de derivação
Caixa lacrável, destinada a instalação do medidor e seus acessórios. Esta caixa deve abrigar
somente os equipamentos de medição e a protecção geral.
Caixa em policarbonato, liga de alumínio ou aço pintado, fixação em poste, destinada à instalação
do disjuntor de BT para protecção da rede secundária, montada na estrutura do transformador. O
material usado deve ser compatível com a área de utilização, ou seja, caixas de aço nas áreas de
corrosão não agressiva e alumínio nas áreas de corrosão agressiva e policarbonato em ambas as
áreas.
Parte da via pública destinada à circulação de pedestres, quase sempre mais alta que a parte
destinada a veículos.
São cercas organizadas por meio de um equipamento denominado electrificador, que emite pulsos
eléctricos pré-determinados, com intensidade inofensiva ao homem e aos animais.
Conector destinado a fazer a conexão entre condutores isolados sem a necessidade de se remover
a isolação dos cabos. A conexão eléctrica é obtida através de dentes de cobre ou alumínio, que
perfuram a isolação do condutor.
141
5.3.10 Consumidor
Pessoa física ou jurídica, ou comunhão de fato ou de direito, legalmente representada que solicita
à concessionária (EDM) o fornecimento de energia eléctrica e assumir a responsabilidade pelo
pagamento das facturas e pelas demais obrigações fixadas em normas e regulamentos da Direcção
Nacional de Energia (DNE).
5.3.13 Desmatamento
Compreende o corte e retirada da vegetação que se encontra na faixa de passagem da rede aérea a
ser construída, com largura total de 6,0 metros para rede de Média Tensão e de 3,0 metros para
rede de Baixa Tensão.
Corresponde a faixa de terreno onde passa a rede aérea, em toda a sua extensão e cuja largura é
determinada pela classe de tensão e estruturas utilizadas. A faixa de servidão das redes rurais
corresponde:
3,0 metros para redes de BT, sendo 1,5 m para cada lado; e
6,0 metros para redes de MT, sendo 3,0 metros para cada lado.
Em casos excepcionais esta faixa poderá ser alterada. Na área urbana, na maioria das situações, a
faixa se confunde com o arruamento já definido, devendo, no entanto, serem atendidas as
prescrições mínimas de distância dos condutores aos obstáculos.
.
142
5.3.15 Média Tensão (MT)
Limite de tensão nominal acima de 1.000 V e abaixo de 69 kV. Normalmente nos sistemas a
Média Tensão é de 11 kV.
É uma planta na escala 1:1000 contendo todas os detalhes físicos e eléctricos necessários ao
cálculo do projecto da Rede de Distribuição.
Poste instalado nos limites da propriedade do consumidor com a via pública às suas expensas,
com a finalidade de fixar, elevar, desviar o ramal de ligação, ou fixar o ponto de entrega.
.
144
5.3.25 Rede de Baixa Tensão
Fig.5.11: Redes de MT (na parte superior em três condutores) e BT (na parte inferior em cinco
condutores).
Parte de uma Rede de Distribuição que alimenta transformadores de distribuição e/ou pontos
de entrega sob a mesma tensão primária nominal. Também denominada rede primária.
5.3.30: Sobrecarga
Incremento de carga adicional sobre o valor nominal, que pode ser imposto a um determinado
equipamento ou circuito.
.
145
5.3.31: Tronco alimentador
Via de livre acesso para circulação. Nas áreas urbanas compreende a calçada ou passeio e a
parte destinada a circulação de veículos. Nas áreas rurais compreende as rodoviárias, estradas
e caminhos.
postes;
isoladores; e
condutores.
Os postes servem para dar sustentação à rede e logicamente mantê-las distante da terra. Já os
isoladores impedem que os condutores que os postes sustentam entrem em contacto com eles
impedindo que a energia eléctrica transmitida “vaze” para a terra.
Existem vários tipos de postes, de isoladores e de condutores de acordo com o uso que eles terão.
Por exemplo, um poste mais alto e mais grosso serve para elevar uma rede a uma altura maior que
de um poste menos alto e fino, como na travessia de uma estrada.
5.4.1 Postes
Os postes são classificados ou nomeados de acordo com sua capacidade e altura, também podem
ser fabricados de diversos materiais, os mais comuns são de madeira e de concreto.
.
146
Tabela 5.1: Postes duplo “T” padronizados e sua utilização
O esforço de cada poste é indicado em daN, que é uma unidade de força, mas pode muito
facilmente ser entendido como kg.
.
147
Por exemplo:
Resposta:
O projectista pretende usar um poste com 12 m de altura e que suporta um esforço de 600 daN
(ou de 600 kg) para o local de implatação.
De acordo com a tabela acima podemos então fazer uma lista de postes disponíveis para serem
utilizados pelos projectistas: 150/9, 300/9, 600/9, 150/10,5, 300/10,5, 600/10,5,1000/10,5,
2000/10,5, 300/12, 600/12, 1000/12, 2000/12, 3000/12.
Na Tabela 5.2, pode-se identificar melhor como são dimensionados os esforços dos postes.
Existem também nas redes mais antigas postes que não estão listados acima por já não serem
utilizados pelas empresas concessionárias, como por exemplo, o 150/10 e 300/11, ou seja,
postes de 10 m e 11 m, que são postes fora de padrão.
As duas faces lisas do poste são os lados de maior esforço e as duas faces vazadas são os lados
de menor esforço. Os vasos recebem o nome de gavetas.
148
Engastamento
Para se calcular esta profundidade deve-se multiplicar a altura do poste por 0,1 e depois somar
0,6 (ou 60 cm),
ou seja:
E = 0,1xL+0,6 [m]
onde:
E = profundidade do buraco;
L = altura do poste.
Há ainda uma regra que diz que o engastamento (profundidade) de um poste deve ser de, no
mínimo, um metro e meio (1,5 m).
149
Fig.5.12: Exemplo de engastamento (a) e modelo de identificação de poste duplo “T”
Exemplo:
1) Com qual profundidade deve ser escalado o buraco para implantação de um poste
300/10,5?
portanto:
E = 0,1x10,5+0,6
= 1,65 m
150
Respeitada a profundidade do buraco, este também deverá ter dimensões corretas de largura e
comprimento, que são indicadas na tabela abaixo:
2017-11-01
5.4.2 Isoladores
Os isoladores são fabricados com materiais isolantes e podem ser divididos de acordo com:
- A capacidade de isolamento;
- O tipo de material isolante;
- O formato do isolador.
Nas redes de distribuição da EDM os condutores trabalham em tensões entre 220V/380V (para
redes de BT) e 11000 V (ou 11 kV – para redes de MT) e os isoladores devem ter, para MT,
um nível de isolamento de 95 kV.
Isoladores de BT
Isolador Castanha
Isolador mais utilizado em ramais de ligação ou em estais onde os condutores são ligados na
extremidade dos mesmos.
151
Fig.5.14: Isolador castanha.
Isoladores de MT
Isolador de Pino
Isolador projectado para ser instalado rigidamente em um pino que penetra o seu corpo
isolante.
152
Fig.5.16: Isolador de Pino e Isolador de Pino com o pino.
Isolador de Disco
Isolador polimérico
São isoladores fabricados com compostos poliméricos e podem ser utilizados tanto como
isoladores de pino quanto como de discos, de acordo com o seu formato.
Além das estruturas vistas acima, existem mais outras que são utilizadas na sustentação dos
condutores entre os postes e isoladores. Há tantas estruturas para a Média Tensão quanto para a
Baixa Tensão. As estruturas utilizadas em MT são chamadas de estruturas primárias e as utilizadas
em BT são as estruturas secundárias.
Podem ser estruturas trifásicas, monofásicas ou ainda monofilares (ou MRT – monofásica com
retorno por terra).
As estruturas trifásicas e monofásicas ainda podem ser subdivididas pelos tipos de cruzetas:
o cruzeta normal (N);
o cruzeta meio-beco (M);
já as monofilares não apresentam necessidade de cruzetas e são designadas pela letra “U”.
Devido a diversidade de estruturas foram formados códigos para melhorar sua identificação de
acordo com o explicado abaixo:
a) Primeira letra
b) Segunda letra
154
d) Estruturas especiais
Exemplos de nomenclatura:
155
Fig.5.19: Estruturas monofásicas (onde a segunda letra “M” indica que a rede é monofásica).
156
Fig.5.20: Estruturas Trifásicas.
Note que a diferença entre as cruzetas está exactamente no local onde as mesmas são afixadas no
poste, e estas características são aproveitadas para diferentes situações.
Cada estrutura (N1, N2, N3, N4, etc.) suporta um ângulo e um vão de cabo de acordo com sua
construção que são identificadas na tabela abaixo.
Tabela 5.3: Dimensionamento de postes e estruturas para rede de distribuição rural.
157
Notas: 1 (*) Na coluna de estais desta tabela o primeiro número indica a quantidade de estais e o
segundo número (dentro de parênteses) indica o diâmetro da cordoalha do estai.
Da tabela acima podemos concluir, por exemplo, que construindo uma rede de MT trifásica onde
seja necessário fazer um ângulo de 20o devemos utilizar uma estrutura do tipo N2, que suporta um
vão máximo de 200 m desde que seja utilizado um poste com esforço de 300 daN e mais um estai.
As estruturas monofilares, ou MRT, são um caso a parte e têm um padrão de estruturas único. Sua
principal característica é que é composto de apenas um fio, e por isso não necessita de cruzetas.
As principais estruturas monofilares são expostas a seguir:
158
Fig.5.21: Principais estruturas MRT.
.
5.4.5 Estrutura Secundária (de BT)
159
Estas estruturas sustentam os condutores que saem dos transformadores e são levados até às nossas
casas e são constituídas por isoladores e armações que os sustentam, além de caixas de protecção
e distribuição, alças e laços, etc.
As estruturas compostas de isoladores são nomeadas iniciando com a letra “S” indicando o
secundário, depois um número que indica a quantidade de isoladores roldana que existe na
armação, e por último uma letra que indica o tipo de parafuso que sustentará esta armação no poste.
Por exemplo, na Fig.5.11 podemos ver em um poste além de uma estrutura de MT do tipo N1
também uma estrutura de BT do tipo S5N, ou seja, uma estrutura secundária com cinco estribos
(isoladores roladana) e com um parafuso do tipo N.
Há também as caixas de derivação que servem para ligação de ramais de ligação e também são
identificadas por CXDM para caixas de derivação monofásicas e CXDT para caixas trifásicas.
160
Estruturas como estas levam outros pequenos materiais, como alças, laços e conectores, que podem
ser consultados no final deste trabalho onde são listados detalhadamente.
Fig.5.24: Alça e laço em detalhe (Conector tipo cunha utilizado em cabos não isolados).
De cima para baixo podemos identificar uma estrutura de MT do tipo N4 com pára-raios, portanto
uma N4PR, já na BT temos quatro estribos armados de um lado do poste e aproveitando os
parafusos desta armação mais dois estribos do outro lado do poste, logo teremos uma S4,
provavelmente com parafusos de 250 mm, portanto S4A, e uma S2 sem parafusos, ou seja uma
S2C, além de uma CXDT logo abaixo. Poderíamos também identificar as duas luminárias no poste
com as letras IP (de iluminação pública). O poste, apesar de não poder se identificar na i Fig.5.25
é provavelmente um 300/10,5.
os transformadores;
as chaves fusíveis;
os seccionadores; e
os pára-raios.
os banco de reguladores; e
os capacitores.
5.5.1 Transformadores
Existem muitos tipos de transformadores, mas os mais utilizados na distribuição de energia são os
denominados transformadores de potência e podem ser:
Trifásicos;
Monofásicos;
162
Transformadores trifásicos
(a)
(b)
(c)
Fig.5.26 (a, b e c): Transformadores trifásicos.
163
Transformadores monofásicos
(a)
(b)
(c)
Fig.5.27 (a, b e c): Transformadores monofásicos.
164
Transformadores Monofilares com retorno por terra (MRT) ou Monobucha
(a)
(b)
(c)
Fig.5.28 (a, b e c): Transformadores MRT.
165
5.5.2 Chave Fusível
São dispositivos que permitem proteger a rede e seus equipamentos de altas correntes, rompendo
um fusível quando esta corrente a percorre e fazendo com que a chave abra interrompendo a
circulação da corrente.
Este equipamento é utilizado para desligar e manobrar a rede permitindo que determinados trechos
sejam desligados.
Protegem as redes de surtos de tensões causados por descargas atmosféricas (raios), ou mesmo de
manobras realizadas na rede, limitando os níveis de tensão aos suportáveis pela rede. São
instalados geralmente em transformadores e outros equipamentos.
Esta é uma actividade que envolve muitos riscos, pois lida com um componente “invisível” que é
a electricidade, bem como com alturas elevadas e materiais pesados, tornando indispensáveis
materiais de segurança bem como ferramentas adequadas, pessoal treinado e capacitado para
seguir todos os procedimentos.
Os materiais de segurança protegem o pessoal envolvido na construção de redes dos riscos aos
quais estão submetidos. Os principais são listados abaixo:
Botas de segurança
Capa de chuva
.
167
Capacete aba total
168
Fig.5.36: Trava-quedas que é ligada á linha de vida.
Fig.5.37: Talabarte.
O talabarte é uma alça, tradicionalmente feita de couro mas, atualmente, encontrada em nylon ou
outros tecidos sintéticos e resistentes. Possui um ou dois ganchos, serve para pendurar
instrumentos de segurança de electricistas.
O talabarte também é um equipamento de proteção individual (EPI), que protege o usuário do cinto
de segurança "travando" a queda.
É importante destacar que existem diferentes tipos de talabarte: com alma de aço, de nylon, com
absorvedor de impacto, entre outros.
169
Fig.5.38: Cinturão pára-quedista.
Fig.5.40: Agulhão.
170
Espora para poste de concreto duplo “T” - Auxiliam o electricista na escalada do poste quando
não é obrigatório o uso de escadas.
Fig.5.41: Esporas.
Luvas isolantes de borracha - Devem constar de um par de luvas isolantes Classe 0 que isola as
tensões de até 1 000 V e outro par Classe “2” que isola tensões de até 17 000 V. São utilizadas
quando do contacto com a rede eléctrica energizada ou não.
Estas luvas só podem ser utilizadas com luvas de cobertura que as protegem de desgastes,
mantendo assim a sua segurança e qualidade.
Luvas de vaqueta - Protegem a mão contra farpas, terra, esforços e etc. para uso geral.
Cones para sinalização - Delimitam e sinalizam a área de trabalho impedindo que terceiros
transitem por ela.
Conjuntos de aterramento - São utilizados para aterrarem redes desenergizados para que em uma
energização acidental a corrente eléctrica não circule pelas pessoas que estejam em contacto com
a rede e escoe para a terra. Há o específico de BT e o de MT.
173
Detectores de tensão - Quando da desnergização da rede são utilizados para detectar a ausência
de tensão. Caso ainda exista energia na rede este detector alarma indicando a existência de tensão.
Estojo de primeiros socorros - Deve conter todo o material necessário para prestação de
primeiros socorros em caso de acidentes.
174
Fig.5.52: Kit de primeiros socorros.
.
175
6 Cabos subterrâneos - Técnica de Colocação dos Cabos
6.1 Introdução
Este capítulo tem por objectivo fornecer indicações de ordem geral e chamar atenção para
particularidades relativas aos vários modos de colocação dos cabos geralmente usados,
nomeadamente, para canalizações:
a colocação no solo;
a colocação ao ar livre ou em galeria;
a colocação em tubos;
a colocação dos condutores e cabos de baixa tensão em:
o caminhos de cabos,
o atrás de tectos falsos ou encastrados,
o em calhas ou tabuleiros,
o em rodapés,
o nos vazios das construções, etc.
É conveniente atender, ainda, às indicações dadas nos textos de apresentação dos condutores e
cabos correspondentes, assim como às prescrições regulamentares.
Disposições Gerais
Os cabos que comportam uma armadura em aço colocada sobre uma bainha de estanquidade
podem, por este facto, ser directamente enterrados, como os indicados na Fig.6.1, apresentada
abaixo.
176
Fig.6.1: Cabo eléctrico com diversos revestimentos.
caleira de betão;
tubos;
lajes, etc.
No entanto, estes podem ser directamente enterrados, sem protecção complementar, desde que eles
próprios possam suportar o efeito de esmagamento da terra e o contacto com corpos duros e, além
disso, comportem um écran metálico ligado à terra.
c) Profundidade de colocação
Deverá ser determinada em função das condições locais e da tensão de serviço da canalização.
Para os cabos de alta e muito alta tensão, colocados em caleira de betão pré-fabricada e cheia de
areia, aconselha-se a colocação da parte inferior dos ternos nas profundidades mínimas seguintes:
Por vezes, podemos ser levados a usar profundidades de colocação inferiores aos valores anteriores
(nomeadamente, em terreno rochoso, devido a obstáculos ou razões económicas). Convém, então,
assegurar que os cabos não correm o risco de serem deteriorados, particularmente, durante o
abatimento de terras ou do contacto com agentes exteriores.
chapa de aço;
tubos, etc.
c) Dispositivo avisador
Tanto nas canalizações enterradas como nas caleiras ou tubos deverão possuir por cima, a uma
altura mínima de 0,10 m (de preferência 0,20 m), um dispositivo avisador constituído por uma
grelha metálica, protegida contra a corrosão, ou uma grelha plástica.
d) Raio de curvatura
178
É importante notar que os valores anteriores constituem os valores das distâncias mínimas de
segurança. Em cada caso e, em particular, se se tratar de uma linha de telecomunicações com um
comprimento grande, é desejável proceder a um exame particular da questão, juntamente com o
serviço de exploração do circuito de telecomunicações, a fim de definir as disposições a adoptar,
nomeadamente, no que se refere aos riscos de perturbação por indução electromagnética.
o Os cabos devem ser, em princípio, colocados a mais de 0,50 m dos bordos extremos
dos suportes ou dos seus maciços. Esta distância é aumentada para 1,50 m nos
suportes submetidos a esforços que lhes provoquem oscilações importantes, as
quais se transmitem às fundações.
o O fundo da vala deverá ser preparado, a fim de ser eliminada toda a rudeza do
terreno susceptível de deteriorar a bainha exterior dos cabos. Estes são colocados
no meio de duas camadas de terra fina (excluindo as pedras com mais de 2 mm) ou
de areia isenta de qualquer sujidade (lama, produtos químicos, etc), com 10 a 15
cm de espessura cada. O enchimento da vala, pelo menos até 10 cm abaixo do
dispositivo avisador, é efectuado com a terra retirada aquando da abertura da
mesma. É conveniente limpá-la dos materiais que possam danificar os cabos,
nomeadamente com a ajuda de um crivo. O enchimento é efectuado em várias
camadas sucessivas, cuidadosamente calcadas. Teremos o cuidado, no caso de
utilização de engenhos mecânicos de compactagem, de evitar o esmagamento e a
sacudidela dos cabos.
Em certos casos, podemos ser levados a substituir toda ou parte da terra por
materiais de características térmicas apropriadas.
179
Figura 6.2: Esquema de colocação dos cabos directamente no solo.
Colocação em Caleira
As caleiras podem ser realizadas no local, em alvenaria, ou serem constituídas por elementos pré-
fabricados, em betão armado montados uns a seguir aos outros. Devem apresentar, principalmente,
as seguintes características:
possuir dimensões interiores tais que permitam a existência de um espaço livre, entre os
cabos e a face interior das coberturas;
serem de muita boa qualidade e possuírem um acabamento cuidado;
apresentarem uma superfície interior perfeitamente lisa não comportando nenhuma
aspereza;
encastrarem-se uns nos outros por intermédio de encaixes suficientes, para que não haja o
risco de se afastarem uns em relação aos outros.
O fundo da vala deverá ser cuidadosamente nivelado, a fim de permitir a ligação dos elementos da
caleira. Se for de prever movimentos do terreno, os referidos elementos devem ser colocados sobre
um tapete de betão, de modo que fiquem solidários uns com os outros.
No caso de canalizações constituídas por três cabos unipolares, colocados em caleira de betão
armado, é preferível colocar os três cabos dentro da mesma caleira. Devemos escolher, por
exemplo, uma caleira de fundo parabólico, permitindo a colocação dos cabos em triângulo. Será
deixado pelo menos um espaço de 1 cm entre os dois cabos situados na parte superior.
180
O nível de protecção mecânica, conferida aos acessórios (junções e derivações), deverá ser
equivalente ao do cabo.
Imediatamente após a colocação dos cabos, as caleiras são cheias com areia, sendo em seguida
fechadas com tampas, eventualmente unidas com cimento.
Só aos cabos munidos de uma bainha exterior de protecção é permitida uma colocação ao ar livre.
Os cabos sem bainha exterior de protecção deverão ser colocados no interior de condutas
apropriadas.
181
raio inferior ao raio de curvatura mínimo, ondulações proibitivas, escorregamento para o
ponto mais baixo se a canalização for desnivelada, etc.
Em percurso horizontal, esta disposição só é aceitável para cabos pouco sensíveis às solicitações
mecânicas, devido a disposições especiais na sua constituição, e não deve comprometer o seu
comportamento dieléctrico. Os processos de fixação escolhidos devem, em particular, evitar todo
o risco de ferimento ou quebra dos cabos nas arestas, devido aos movimentos atrás descritos. Os
cabos devem ser fixos em pontos suficientemente próximos, para não curvarem sob o efeito do
seu próprio peso. Indica-se, a este respeito, uma distância máxima entre duas fixações sucessivas
de:
Os cabos deverão ser fixados nos dois lados, aquando de uma mudança de direcção e na
proximidade imediata das entradas nas aparelhagens.
Em percurso vertical, deve ser dada uma atenção especial à fixação dos cabos, cuja constituição
não está especificamente concebida para resistir às solicitações mecânicas, nomeadamente, nos
cabos MT e AT não armados, com dimensões importantes. Aconselhamos o uso de abraçadeiras,
cujo diâmetro interior seja superior 5 a 10 mm ao diâmetro exterior do cabo, a fim de permitir uma
folga elástica. A largura da abraçadeira deverá ser, no mínimo, igual ao diâmetro exterior do cabo
e a distância entre duas abraçadeiras consecutivas deve ser apropriada às dimensões do cabo. Em
caso de cabos unipolares, as abraçadeiras deverão ser em madeira ou material amagnético.
Esta disposição assegura uma repartição uniforme do peso, ao contrário dos modos de colocação
anteriores. Os caminhos de cabos são, normalmente, construídos em cimento ou metal. Neste
último caso, são de preferência perfurados, a fim de permitirem uma melhor circulação do ar à
volta dos cabos. É aconselhável, no caso de canalizações que veiculem uma grande potência e que
sejam realizadas com cabos unipolares, colocar estes de uma forma ondulada, utilizando
dispositivos de fixação especialmente concebidos para esse efeito.
Os cabos podem, assim, efectuar movimentos de dilatação e de contracção sucessivos sem correr
o risco de se encontrarem sob tensão mecânica, em caso de colocação fora de serviço a baixa
temperatura.
Preconizamos o emprego de abraçadeiras flexíveis, em material não degradável (fios de nylon, por
exemplo), dispostas em intervalos regulares, em função da especificação dos cabos.
182
Desaconselhamos o emprego de fixações em metal, que são pouco elásticas e podem ferir os cabos,
ou fixações formadas por uma única tira sintética que, com o tempo se pode partir ou soltar
deixando os cabos fora do lugar.
É aconselhável prever um intervalo livre entre canalizações vizinhas, colocadas num mesmo
tabuleiro, a fim de limitar a influência térmica, de possibilitar às canalizações uma certa liberdade
de movimentos e de favorecer a manipulação dos cabos. Desaconselhamos a colocação de várias
canalizações, sobre um mesmo tabuleiro, em camadas sobrepostas. Pelo contrário, é possível
prever vários tabuleiros sobrepostos, sendo guardada uma distância de 30 cm entre tabuleiros, o
que tornará desprezável a influência térmica e permitirá também uma manipulação fácil dos cabos.
Além disso, será razoável, dentro do possível, nunca prever num mesmo tabuleiro canalizações
pertencentes a redes de tensão diferentes.
É por isso que é escolhido geralmente, para canalizações de telecomunicações e para certas
passagens de canalizações de energia, particularmente nas travessias das vias de comunicação.
As seguintes indicações, que são completadas com os elementos de ordem térmica dados abaixo,
destinam-se a guiar a escolha do tubo e a sua aplicação.
183
Diâmetro de Tubos
A razão entre o diâmetro interno do tubo e o diâmetro exterior de um cabo, equipado para ser
enfiado, deverá ser, na prática:
Nota: os tubos em betão ou cimento não são aconselháveis. Estão menos adaptados que os
anteriores ao enfiamento dos cabos, em virtude do seu coeficiente de atrito elevado e do risco de
danificação das bainhas exteriores.
Os esforços de tracção admissíveis para os vários tipos de cabos estão indicados nos catálogos de
cabos de fabricantes.
Deverá ser realizada com todo o cuidado, de modo a que não fiquem rebarbas ou rugosidades
susceptíveis de danificar o cabo durante o enfiamento. Se os tubos forem encaixados uns nos
outros, o sentido de enfiamento deverá coincidir com o dos encaixes.
• Maciço envolvente:
Desde que sejam susceptíveis de aparecer solicitações mecânicas (sob as vias de comunicação, por
exemplo), será necessário dispor os tubos não metálicos dentro de um maciço de betão.
No caso de enfiamento de uma fase por tubo, teremos o cuidado para que as ferragens eventuais
não se fechem à volta de uma única fase.
— cabos colocados em caleira: os tubos são ligados às caleiras por construções em alvenaria,
realizadas segundo o critério utilizado para as curvas. Esta construção deverá estar perfeitamente
ligada ao fundo das caleiras e à geratriz inferior dos tubos;
184
— por outro lado, as extremidades dos tubos são obturadas com gesso ou estuque, com
interposição, no caso de cabos não armados, de uma camada elástica entre o cabo e o gesso.
4 - Colocação na Vertical
— a supressão da bainha de chumbo e a sua substituição por uma camada de fios de alumínio,
recoberta por uma fita do mesmo material;
— a bainha de protecção, aderente à fita de alumínio é anelada, para assegurar um bloqueio nas
abraçadeiras de fixação.
185
Fig. 6 – Colocação na vertical
5 - Nota importante
É necessário velar, para que as condições de instalação dos cabos não provoquem um desequilíbrio entre
as impedâncias dos vários condutores ou fases em funcionamento normal, podendo originar por exemplo:
— desequilíbrios entre as quedas de tensão das várias fases, podendo perturbar o funcionamento dos
receptores. Tais desequilíbrios provêm, geralmente, das resistências de contacto das extremidades e da
colocação em paralelo de várias canalizações. É conveniente adopter as seguintes precauções:
— resistências de contacto: assegurar uma execução e um aperto idênticos nas conexões dos vários
condutores;
— canalizações em paralelo: prever a mesma secção para as várias canalizações e comprimentos de cabo
idênticos. Além disso, se se tratarem de canalizações, veiculando uma potência elevada e constituídas por
cabos unipolares com uma grande secção, os fenómenos de indução entre os vários cabos, afectos a uma
mesma fase, podem originar desequilíbrios importantes. Nesse caso, é aconselhável:
— agrupar num só conjunto, em esteira ou trevo, três cabos pertencendo a fases diferentes e espaçar os
ternos assim formados;
— ligar os écrans entre si somente numa extremidade, o que, geralmente é permitido devido aos
comprimentos curtos que caracterizam este tipo de ligação.
As páginas seguintes não constituem instruções detalhadas de colocação, mas têm propósito de
chamar a atenção para um dado número de pontos e indicar regras simples que devem estar
presentes numa montagem cuidadosa e segura.
Transporte e Manutenção
Durante o transporte, as bobinas cheias devem ser colocadas na vertical, assentes nas duas faces e
nunca deitadas. Na chegada aos estaleiros, deverá ser efectuado um exame a cada bobina,
186
particularmente, o estado das abas ou aduelas de protecção e o aspecto dos capacetes nas
extremidades dos cabos.
O descarregamento poderá efectuar-se com a ajuda de uma rampa própria, tendo em conta a
travagem da bobina ou, de preferência, com a ajuda de um braço mecânico e por intermédio de
uma barra colocada no orifício central da bobina. A linga deverá possuir um comprimento
suficiente, para evitar um esforço perigoso sobre as abas. É estritamente desaconselhável colocar
Directamente a linga à volta da bobina, sobre a camada exterior do cabo, devido ao risco de
deterioração que este corre. Nunca devemos deixar cair as bobinas ao chão.
O rebolar das bobinas é limitado a curtas distâncias e o sentido de rotação não deverá provocar o
desenrolar das espiras de cabo. Em caso de armazenagem, as bobina deverão repousar em terreno
plano, estável e convenientemente calçadas. Se um comprimento de cabo for retirado, a
extremidade do cabo que fica na bobina é imediatamente tapada com uma carapuça estanque.
a) Antes do desenrolamento
— ter em atenção a ordem de desenrolamento dos vários troços de cabo, no caso dos cabos
unipolares, que deverão ser permutados.
b) Durante o desenrolamento
— bobina: deverá rodar livremente em torno de um eixo introduzido no orifício central e montado
sobre macacos. O desenrolamento é efectuado, de preferência, pelo lado superior da bobina.
Deverá ser previsto um número suficiente de homens para assegurar, em permanência, o controlo
e a travagem da rotação, evitando a formação de barrigas e a separação das várias espiras, assim
como para vigiar a extremidade interior;
— raio de curvatura: a todo o momento e em qualquer ponto, convém respeitar os valores mínimos
indicados nos regulamentos;
187
— esforço de tracção não deverá, nunca, ultrapassar os valores descritos nos regulamentos, em
função do tipo de cabo, sobretudo no caso de um arranque a seguir a uma paragem. Na medida do
possível, o desenrolamento deverá processar-se de modo regular, sem sacões violentos nem
choques;
— desenrolamento provisório (em troços fora do traçado normal): se bem que possa ser necessário
recorrer a ele em certas condições, trata-se de uma operação muito delicada, que só se fará
excepcionalmente e com pessoal especializado, tomando precauções reforçadas (raios de
curvatura, esforços, etc.);
c) Após o desenrolamento
— regulação: os cabos perdem a sua flexibilidade pouco a pouco, no entanto, no caso de troços ao
ar livre, os cabos serão montados com ligeiras ondulações, a fim de permitirem os movimentos de
dilatação. Todas as precauções são tomadas no momento da instalação definitiva, para que os
cabos não sejam feridos. É de proibir, em particular, o uso de ferramentas mecânicas ou cortantes;
— cobertura: convém verificar que esta não foi danificada durante o desenrolar e, se for necessário,
reconstitui-la;
— cabos directamente no solo: devemos cobri-los, logo após desenrolados e instalados, com uma
camada, de pelo menos 10 cm, de terra escolhida ou areia;
— cabos em caleira: verificar que os cabos estão na sua posição correcta e que não há pedras na
caleira nem nas uniões entre os elementos que a constituem. Enchê-la com areia, colocar as tampas
sem exercer esforços anormais e verificar o bom alinhamento dos vários elementos de protecção
(cimentar, se for necessário).
2 - Precauções Particulares
Este método só é possível nos casos em que o traçado acompanha a via de comunicação de obra
reduzida e traz poucos riscos para o cabo que é depositado no seu lugar definitivo, à medida que é
188
desenrolado. Os pontos particulares a ter em atenção são a fixação dos suportes da bobina na
plataforma, o controlo e a travagem da rotação da bobina.
b) Desenrolamento à mão
Além dos homens necessários para controlar a bobina e para as passagens difíceis (tubos, esquinas,
obstáculos...), devemos dispor de homens em número suficiente, repartidos pelas dificuldades do
percurso e pela posição das roldanas. O espaço entre homens assim como a cadência com que o
cabo é puxado dependem do peso do cabo. Convém velar, particularmente, pela manutenção de
uma cadência regular e uniforme e evitar os choques do cabo com o solo ou outros obstáculos.
Não poderá ser empregue sozinho ou em complemento dos outros métodos de desenrolar, desde
que o esforço de tracção aplicado corra o risco de ultrapassar os valores máximos, indicados no
quadro 24, para cada tipo de cabo.
A regulação do guincho deverá ser flexível e progressiva, e o esforço de tracção deverá ser
permanentemente controlado com um dinamómetro. Convém aplicar a tracção de maneira regular
e directamente sobre a alma condutora, por intermédio de uma pinça de tracção apropriada, a não
ser que o cabo disponha duma armadura em fios de aço. O uso de mangas extensíveis, constituídas
por fios de aço entrançados e colocadas sobre a bainha exterior, só é, em princípio, aceitável em
caso do esforço de tracção ser muito reduzido.
O cabo de tracção deverá ser ligado ao cabo eléctrico por intermédio de uma pinça própria, de
maneira a evitar qualquer risco de torção exagerada.
Este método, desde que correctamente aplicado, permite, em comparação com os anteriores,
desenrolar comprimentos mais importantes num intervalo de tempo e com um pessoal mais
reduzido, em condições de segurança equivalentes e até mesmo superiores.
O esforço é aplicado, por atrito, por meio de roletes ou correias de borracha, sobre a bainha exterior
do cabo, sendo comandado mecânica ou electricamente. Uma pinça complementar é normalmente
colocada no extremo do cabo. As máquinas são distribuídas e solidamente fixas, em função das
particularidades do percurso. Serão colocadas, nomeadamente, uma ou várias máquinas nas
Fim Pag.171
passagens delicadas ( curvas, entrada e saída dos tubos... ). A passagem nesses últimos deverá ser
permanentemente vigiada. O estado da superfície dos elementos que puxam o cabo assim como a
sua força de pressão contra a bainha devem evitar toda e qualquer patinagem e o consequente
desgaste. Uma boa transmissão de informações ao longo do percurso e uma sincronização
cuidadosa das várias máquinas são elementos primordiais para um desenrolamento satisfatório.
Além das precauções inerentes ao enfiamento do cabo, com a ajuda de pinça de tracção (ver
acima), é conveniente seguir as indicações seguintes:
189
— Preparação do traçado:
— Antes do desenrolamento:
— limpar cuidadosamente o interior dos tubos, a fim de retirar todas as pedras ou corpos estranhos
(com ar comprimido, por exemplo) e assegurar que nenhuma rugosidade ou deformação possa
entravar o processo de desenrolamento;
— na entrada dos tubos, dispor guias para cabos, a fim de que a bainha dos mesmos não corra o
risco de roçar nas arestas.
— Durante o desenrolamento:
— se o percurso não é rectilíneo, escolher o sentido de tracção, de maneira a que as curvas fiquem
o mais próximo possível do início do desenrolamento;
— no caso de vários cabos num mesmo tubo, enfiar o conjunto dos cabos simultaneamente;
— se for necessário, lubrificar a bainha dos cabos, na entrada dos tubos (sabão, azeite...), ou
injectar água, a fim de diminuir o atrito;
— assegurar uma tracção, o mais regular possível, e evitar paragens inúteis, já que o esforço de
tracção poderá ser, com efeito, muito importante no arranque.
.
190
Colocação dos Cabos
• Se pudermos desenrolar o cabo no solo antes de o colocarmos no tambor, devemos fazê-lo pelo
lado de cima da bobina, depois de termos limpo o solo dos detritos, pedras, pontas aguçadas, etc.
É aconselhável o uso de roldanas;
• Se não for possível desenrolar o cabo no solo (espaço reduzido), colocar a bobina o mais longe
possível do tambor e efectuar a transferência segundo um dos dois esquemas da figura 7.
Recomendações importantes:
— a sua extremidade livre deverá conservar a extensão necessária, a fim de poder rodar sobre ela
própria. Não se deve submeter o cabo a deformações em forma de S;
— se o cabo não puder ser desenrolado rectilineamente no solo, é desaconselhável dispô-lo sob a
forma de rolo;
— no caso das extremidades já terem sido aplicadas antes da montagem do cabo no tambor, é
necessário ter o cuidado de não as danificar durante as várias operações de manuseamento;
as abraçadeiras de fixação não devem esmagar o cabo e o seu diâmetro nunca deverá ser tal, que
impeça os movimentos dos condutores, no interior da bainha de protecção;
— antes da montagem das extremidades e sua fixação definitiva, o cabo deverá ser enrolado e
desenrolado 2 ou 3 vezes, a fim de o acomodar.
Manutenção em Serviço
191
4.2 - Localização dos Defeitos em Redes Subterrâneas
4.2.1 - Introdução
A nível das desvantagens e, ignorando a questão económica, do ponto de vista da localização dos
defeitos, devemos assinalar por um lado a sua invisibilidade e por outro o facto de a grande maioria
dos defeitos ser do tipo permanente, sendo a estrutura do isolamento modificada de forma
irreversível.
a rapidez, que está ligada com a possibilidade de se efectuar uma reposição do serviço tão
breve quanto possível, nomeadamente dos troços de rede que não foram directamente
afectados pelo defeito;
A origem e a natureza são critérios normalmente utilizados para classificar os diferentes defeitos
encontrados nas redes subterrâneas.
192
Quanto à respectiva origem temos:
defeitos de origem interna que podem ter origem num defeito de fabrico do cabo (situação
que tende a ser cada vez mais rara dado aos numerosos e rigorosos ensaios de qualificação
a que o mesmo é submetido), num aquecimento local bastante forte (por exemplo, como
consequência de uma elevada resistência térmica do terreno envolvente), no aparecimento
de solicitações dieléctricas importantes (sobretensões) ou no progressivo envelhecimento
do dieléctrico.
defeitos não eléctricos, tais como fugas de óleo ou gás em cabos de constituição especial;
defeitos eléctricos que podem ser de isolamento (os mais frequentes), de continuidade e
defeitos ditos intermitentes, do tipo explosor, os quais são característicos dos cabos de
tensões elevadas.
• Defeito de Isolamento
Trata-se do tipo de defeito mais frequente e que se pode caracterizar electricamente através do
esquema da figura 8.
Surge-nos assim o defeito representado por uma resistência «shunt» R colocada entre a alma
condutora e o écran metálico (no caso de um defeito fase-terra) ou entre dois condutores (caso de
um defeito fase-fase), em paralelo com um explosor de tensão de escorvamento Ud.
193
A resistência Rd, é constituída por um trajecto ou «Ponte» de carbono, mais ou menos contínuo, e
o seu valor pode situar-se numa larga gama desde alguns Ω até vários MΩ . É habitual classificar
o defeito de isolamento como sendo de baixa impedância sempre que Rd ≤ 5 kΩ e como de alta
impedância sempre que Rd > 0,5 MΩ.
Defeito de Continuidade
Este defeito corresponde à existência de um corte, num ou em vários condutores de fase, a que se
encontra associado uma resistência de defeito «Shunt», mais ou menos elevada, em geral superior
a 10 kΩ.
Trata-se de um defeito de isolamento em que a resistência Rd é muito elevada, mas que quando
submetido a uma tensão progressivamente crescente se comporta como um explosor de tensão de
escorvamento Ud. No escorvamento, toda a energia armazenada na capacidade do cabo vai
descarregar-se no explosor. Se a fonte de tensão a que o cabo está ligado for suficientemente
potente, o cabo volta a carregar-se de novo e o processo repete-se: é o conhecido fenómeno de
relaxação.
Tendo em conta os valores habituais dos parâmetros em jogo, o tempo de carga do cabo até à
tensão Ud pode variar entre alguns décimos de segundo e alguns segundos, enquanto a descarga é
194
mais rápida, ocorrendo em alguns milisegundos.
1 - Aspectos Gerais
As várias etapas que compreendem a localização de um defeito são ordenadas da seguinte maneira:
análise do defeito;
localização à distância;
localização no terreno.
Será necessário efectuar as operações de consignação do cabo com defeito, antes que os trabalhos
de localização se iniciem, a fim de garantir a segurança de pessoas e equipamentos. Estas
operações consistem no isolamento da parte da rede com defeito (colocação dos aparelhos de corte
na posição de abertura e desconexão das extremidades do cabo, com a finalidade de o separar
electricamente da rede), na verificação da ausência total de tensão no cabo e na ligação dos
extremos à terra como a figura 11 indica:
Assim, para as medidas de continuidade é aconselhável uma escala de 0,1 a 100 kΩ sendo a fonte
de tensão contínua da ordem de volts. Nas medidas de isolamento, no caso de defeito de
continuidade, já se torna necessário recorrer a uma escala na gama de kΩ, nomeadamente entre
0,1 e 100 kΩ, sendo a fonte de tensão contínua da ordem de alguns volts. Finalmente, para as
medidas de isolamento torna-se necessário dispor de uma escala na gama de MΩ, nomeadamente
de 0,1 a 100 MΩ, e a fonte de tensão contínua deve possuir uma amplitude no mínimo igual a 500
V, podendo ir até cerca de 5 000 V.
No caso dos defeitos de continuidade pode ser útil o recurso a medidas de capacidade, as quais
são aplicáveis sempre que o valor de Rd seja elevado (superior a 10 kΩ). Para estas medidas utiliza-
se uma clássica ponte de Sauty, a qual pode ser dotada de compensação série (ponte de Wien) para
valores de Rd superiores a 1 MΩ ou de compensação paralela (ponte de Nerst) para valores de Rd
a partir de 10 k Ω.
Como se referiu, trata-se de uma operação que nem sempre é necessária. O seu objectivo é
proporcionar uma maior facilidade nas medições a efectuar, permitindo a utilização de métodos
de localização que de outro modo não seriam aplicáveis.
queima do defeito;
A operação de queima pode ser realizada em corrente contínua ou corrente alternada, tratando-se
em geral de uma operação longa e cujo sucesso nem sempre está à partida assegurado, sobretudo
no caso de cabos de isolamento sintético.
196
intensidade de corrente muito elevada, pode ser necessário incluir uma resistência série de
limitação.
A terminar este ponto, convém sublinhar que a identificação tão perfeita quanto possível das
características do defeito, desempenha um papel deveras fundamental para o bom êxito das
operações de localização da avaria no cabo.
Entre os diversos métodos de localização à distancia encontramos duas grandes famílias, a saber:
Métodos ecométricos.
Na primeira família agrupam-se todos os métodos baseados em medições efectuadas com pontes
resistivas (baseadas no princípio da ponte de Wheatstone) ou pontes capacitivas (baseadas no
princípio da ponte de Sauty), enquanto na segunda família se encontram todos os métodos
baseados na propagação e reflexão de impulsos e ondas electromagnéticas ao longo do cabo.
Métodos de Ponte
De um modo geral estes métodos têm como base o princípio da ponte de Wheatstone (para defeitos
de isolamento) ou da ponte de Sauty (para defeitos de continuidade).
197
Como observações fundamentais ao método convém referir:
Ligado com o ponto anterior está o valor da fonte de tensão contínua de alimentação E.
Como indicações gerais podemos referir que, se Rd for da ordem de kΩ ou inferior, basta
utilizar uma fonte da ordem da dezena de volts. Para valores de Rd entre 1 kΩ e algumas
dezenas de kΩ, E terá necessidade de atingir algumas centenas de volts, entre 500 V a 1000
V. Para valores elevados Rd (algumas dezenas de kΩ) impõe-se uma operação prévia de
queima do defeito;
As capacidades do cabo Cx e CL não são perfeitas, isto é, apresentam perdas não nulas e,
por outro lado, como o defeito pode estar mais ou menos isolado, o equilíbrio perfeito é
198
inatingível. No sentido de ultrapassar parcialmente essa dificuldade podem usar-se duas
variantes da ponte de Sauty designadas respectivamente por ponte de Wien e por ponte de
Nernst (Figura 15 e Figura 16 respectivamente);
A ponte de Wien é dotada de uma resistência de compensação série sendo aplicável para
cortes de condutor bem isolados (Rd superior a k Ω). A ponte de Nernst apresenta uma
resistência de compensação colocada em paralelo com as capacidades e é aplicável para
cortes do condutor com isolamento menor (Rd não inferior a 10 k Ω);
De qualquer modo para se conseguir uma mais perfeita percepção do estado de equilíbrio
é aconselhável o recurso a um detector do tipo visual e não do tipo acústico
tradicionalmente utilizado;
A fonte alternada de frequência musical que alimenta a ponte deve apresentar uma onda
sinusoidal tão pura quanto possível;
Nos cabos de campo não radial, situação habitual dos cabos de baixa tensão, é necessário
levar em linha de conta a influência das capacidades parciais na medição efectuada o que
leva em geral a uma perda de precisão;
199
apresentam um espectro de utilização relativamente limitado;
as pontes resistivas de alta tensão, devido ao seu custo elevado, são economicamente
injustificáveis.
5 Métodos Ecométricos
Tratam-se de métodos baseados na análise da resposta de um cabo ou de uma parte de uma rede
de cabos a um impulso ou a uma onda electromagnética de alta frequência.
Para uma correcta aplicação destes métodos torna-se indispensável o conhecimento de noções
básicas sobre a teoria da propagação de ondas móveis em circuitos de constantes repartidas,
designadamente o comportamento dessas ondas em face das diversas descontinuidades de
impedância característica presentes na rede (junção, derivação, extremidade aberta, extremidade
em curto circuito, etc.)
um aspecto a ter em conta e que pode constituir uma limitação importante diz
respeito ao fenómeno da atenuação, sobretudo em troços de cabo particularmente
longos;
200
Fig. 5.1: Impulso à partida Fig. 5.2: Impulso à chegada.
Embora se possam classificar os métodos de impulsos em várias categorias, optamos por dividir
estes métodos em três grupos principais:
Para uma conveniente visualização do oscilograma, a frequência de emissão dos impulsos deve
ser suficientemente elevada, mas não superior à frequência que corresponde ao tempo de ida e
volta do impulso no cabo, de modo a não haver sobreposição de dois impulsos, convenientemente
desfasados.
.
201
O valor do comprimento lx pretendido pode ser obtido pela expressão seguinte:
1
lx = vt x
2
em que
tx = ao tempo de ida e volta da onda no cabo e que pode ser obtido a partir dos
oscilogramas registados; e
Finalmente temos o ecograma obtido com uma caixa de união, sem haver mudança nas
característica características do cabo.
No que se refere à medição dos tempos tx , habitualmente utiliza-se a base de tempo do osciloscópio
eventualmente com recurso a um defasador.
O método que em linhas gerais foi apresentado é susceptível de algumas variantes que procuram
corresponder a situações mais complexas e de interpretação mais exigente. Assim, podemos
encontrar como variantes principais:
202
5.3 Método diferencial
Nesta variante, o ecómetro é ligado simultaneamente a duas fases do cabo, uma sã e outra avariada,
sendo os impulsos recebidos por um transformador auxiliar e que apenas transmite ao primário as
diferenças de forma ou amplitude que se verifica entre os impulsos reflectidos. Dadas as
características da montagem, no ecograma surgem apenas registadas as reflexões provocadas pelo
defeito.
Este método constitui uma tentativa de extensão do domínio de aplicação da ecometria clássica de
baixa tensão a casos particulares de defeitos de continuidade e de isolamento (com valores de Rd
inferiores a 200 Ω).
Trata-se de uma técnica que permite cobrir os defeitos de isolamento cuja queima, não se revela
possível, através da associação do ecómetro de baixa tensão ao aparelho de queima de modo a
conseguir que os impulsos se reflictam no arco. Exige uma precaução indispensável e que
corresponde à utilização de um filtro para impedir que a tensão utilizada na queima seja aplicada
ao ecómetro.
É um método de criação bastante recente e que veio permitir à técnica da ecometria em baixa
tensão o tratamento de praticamente todos os tipos de defeitos, apenas com a excepção dos do tipo
explosor.
Como ficou claro da exposição precedente sobre a ecometria de baixa tensão, tratam-se de métodos
apenas aplicáveis nos casos de defeitos que apresentam uma baixa impedância No caso de tal não
se verificar impõe-se uma modificação da impedância do defeito.
Os métodos ecométricos de alta tensão são os que se adaptam às situações em que o defeito
apresenta uma elevada impedância ou é do tipo explosor.
O método da onda de choque utilizado quando estamos perante um caso de defeito cujo
escorvamento só tem lugar a uma tensão bastante elevada (entre alguns kV e algumas dezenas de
kV). O valor de l x é dado pela expressão clássica.
1
l x vtx
2
sendo no entanto necessário corrigir o tempo t x subtraindo-lhe o atraso t relativo ao
escorvamento da onda de choque no local de defeito.
Este método assenta no princípio de que um cabo previamente carregado e colocado em curto-
circuito, entra em oscilação de um quarto de onda. O sistema de ondas de relaxação é registado no
203
écran do ecómetro, sendo o (pseudo) período T correspondente a um percurso de quatro vezes o
local do defeito e a extremidade de medida.
Modernamente outros métodos foram surgindo no domínio da ecometria de alta tensão, no sentido
de ultrapassar as dificuldades registadas com os dois métodos anteriores. Dentre esses métodos é
de referir a ecometria utilizando a reflexão dos impulsos sobre o arco de queima do defeito
( método idêntico ao já referido para a baixa tensão) e a ecometria em impulsos de corrente. Dada
a importância adquirida nos últimos anos por estes últimos métodos, justifica-se o seu tratamento
com algum detalhe.
Os métodos ecométricos de alta tensão apresentam vários inconvenientes e limitações, tais como:
O captador linear é constituído por uma espira de indutância L fechado sobre uma resistência R
de aproximadamente 100 Ω. A espira desempenha o papel de uma antena «YAGI», captando
preferencialmente a frequência cujo quarto de onda corresponde ao comprimento do quadro da
espira. Nestas condições os ecogramas obtidos são particularmente selectivos facilitando a medida
de t.
204
método directo;
método de comparação;
método diferencial.
O método diferencial permite a sobreposição de dois ou mais registos o que permite detectar com
precisão e sem ambiguidade o ponto de divergência dos ecogramas.
Existe ainda o método das ondas estacionárias, relativamente pouco divulgado, dado apresentar
um domínio de aplicação bastante restrito, que consiste na criação de um regime de ondas
estacionárias entre uma extremidade do cabo e o local do defeito.
Para aplicação deste método torna-se necessário dispor de um gerador de alta frequência, variável
entre 30 kHz e 50 MHz, com possibilidade de uma tensão de saída e amplitude regulável. Além
deste gerador é preciso dispor de um voltímetro para detecção dos máximos de tensão.
5.8 Conclusões
Da apresentação anterior sobre os métodos ecométricos podem retirar-se diversas conclusões que
resumimos a seguir:
• Com a introdução da reflexão sobre o arco de queima e dos impulsos de corrente, os métodos
ecométricos representam actualmente a técnica de ponta em matéria de detecção e localização de
avarias em cabos;
• Estes métodos cobrem praticamente todo o conjunto possível de tipos de defeito e permitem o
seu tratamento em tempos geralmente mais curtos que os conseguidos com os métodos de pontes,
o que conduz a uma redução dos tempos de indisponibilidade das redes;
• Os métodos tradicionais de ecometria em alta tensão (onda de choque e relaxação) vêem o seu
interesse bastante reduzido quando é possível dispor dos métodos de impulsos de corrente;
• Como nota negativa, é de assinalar que, o custo actual do equipamento necessário para a
aplicação destes métodos constitui um travão apreciável, no que se refere ao desejo de várias
entidades, exploradoras de redes de cabos subterrâneos, de se dotarem correctamente dos meios
necessários a uma rápida e eficiente detecção e localização de avarias nessas redes.
Após a etapa inicial em que se incluiu a determinação das características da avaria, passamos a
dispor de uma estimativa do valor da distância entre a extremidade acessível do cabo e o local do
defeito.
O erro global que é de esperar numa localização à distância encontra-se compreendido entre ±
0,5% e ± 5%, sendo habitual encontrar valores médios para esse erro entre ± 1% e ± 2%. Tendo
205
em consideração este erro, seríamos conduzidos à abertura de valas de grande comprimento, da
ordem da dezena de metros, o que é economicamente desaconselhável. Como tal impõe-se uma
localização da avaria feita directamente no terreno, de modo a que o erro final não ultrapasse um
metro.
Por outro lado, quando não se dispõe de uma planta de implantação da rede de cabos
suficientemente clara e actualizada pode ser necessário seguir o traçado do cabo em causa e,
eventualmente, poder distinguí-lo de outros colocados na sua vizinhança directa. No que se refere
a este último ponto, são utilizados métodos do tipo electromagnético. Quanto ao primeiro aspecto
focado, pode dizer-se que são correctamente utilizados dois tipos de métodos:
Este método é utilizável em cabos multipolares apenas quando se trata de um defeito de isolamento
de resistência muito baixa (inferior a 10 Ω).
O arco produzido no local do defeito dá origem a um sinal acústico, o qual se propaga no solo em
ondas esféricas constituindo uma espécie de mini tremor de terra cujo epicentro se localiza no local
do defeito.
A intensidade do ruído produzido pelas descargas no local do defeito depende, em grande parte,
da energia de cada onda de choque enviada para o cabo. Para que a localização ocorra em boas
condições, é necessário garantir níveis mínimos de energia da ordem dos 1000 J em baixa tensão
e dos 2500 J em média e alta tensões.
Este problema é particularmente crítico nos meios urbanos devido à existência de inúmeros ruídos
parasitas. Uma solução prática actualmente usada consiste em utilizar uma bobina que detecte o
206
campo magnético produzido pela onda de choque à sua passagem e, em seguida, fornece um sinal
que determina a colocação em funcionamento do sistema de captação do ruído de descarga.
Fig. 6.2: Esquema dos vários meios de detecção mais utilizados na localização no terreno.
IV - sismofone de mercúrio;
VI- geofone.
Os ensaios efectuados sobre os cabos, após colocação, têm por finalidade a constatação de que os
cabos não foram danificados durante a sua instalação, que a montagem dos acessórios foi efectuada
de maneira satisfatória, assim como, em certos casos, a medição das características eléctricas da
canalização instalada.
Distinguem-se:
7 os ensaios sobre a canalização instalada, após a montagem dos acessórios, consistem em:
207
Além disso, quando acordado com o cliente, um ensaio de tensão alternada poderá ser efectuado
entre condutores e o écran ou a terra. Esta verificação é geralmente prevista sob uma tensão de U0
durante 24 horas, nos cabos MT e de AT.
Outras condições de tensão de ensaio e duração de ensaio podem ser utilizadas, após mútuo acordo.
Para o acondicionamento armazenamento e transporte dos cabos nus e isolados, são utilizados
vários tipos de bobinas tanto a nível dimensional como construtivo.
Com algumas excepções nos cabos de alta tensão onde são utilizadas bobinas metálicas,
normalmente são utilizadas bobinas fabricadas em madeira. Estas são construídas em
conformidade com as normas e especificações existentes para o efeito, garantindo a protecção
necessária dos cabos nelas acondicionados.
a) base de cálculo
O volume útil Vdr de uma bobina é dado pela equação (6.1). Esse volume é descrito na Fig. 6.3.
B
Vdr (d12 d 22 ) (6.1)
4
Sendo:
b) Factor de Acondicionamento
A quantidade de condutor que pode ser enrolado numa bobina depende do espaço livre entre as
diversas espiras (forma de enrolamento) de cabo.
208
Se o factor de acondicionamento é definido através da razão entre o volume utilizado e o volume
total, dois casos extremos há a considerar, cada um correspondendo a um factor indicado nas Figs.
26 e 27.
Fig. 26: Espaço livre mínimo. Fig. 27: espaço livre máximo.
kp= 0,785 (6.2)
4
No caso da figura 27 os espaços livres entres espiras são minimizados, sendo neste caso kp dado
por:
k p * 1,732 0,907 (6.3)
2
É prática corrente considerar um espaço mínimo de protecção entre a última camada de conductor
e o fecho da bobina (final da aba da bobina) de 2 vezes o diâmetro do condutor. Considerando que
para condutores de pequena secção o acondicionamento é normalmente efectuado em bobinas
pequenas e para condutores de secção mais elevada em bobinas maiores, os valores apresentados
na tabela seguintes são os mais recomendados.
209
O espaço indicado na tabela 5.1 corresponde a um factor de redução de aproximadamente ks = 0,8
aplicado ao volume Vdr.
Utilizando a equação (6.1), o comprimento máximo de conductor numa bobina pode ser calculado:
Vdr k s k p D 2 L (6.4)
4
ou seja:
Vdr V
L 0,886 2
0,89 dr2 (6.5)
D D
sendo:
Desta forma, os diâmetros dos núcleos das bobinas são os indicados no Tabela 6.2.
Nos Tabela 6.3 a 6.6, são apresentadas as capacidades de acondicionamento para os diversos tipos
de bobinas normalmente utilizadas tanto para cabos nus como para cabos isolados.
210
Tabela 6.3: Capacidade das bobinas para cabos isolados (metros)
211
Tabela 6.5: Capacidade das bobinas para cabos isolados (metros)
212
Tabela 6.6A: Capacidade das bobinas especiais para cabos nus (m)
A identificação de uma bobina é efectuada através das marcações existentes na face exterior da
cada aba, designadamente:
matrícula;
Logótipo da empresa;
Durante o transporte, as bobinas cheias devem ser colocadas na vertical, assentes nas duas faces e
nunca deitadas.
Na chegada aos estaleiros, deverá ser efectuado um exame a cada bobina, particularmente, o estado
213
Das abas ou aduelas de protecção e o aspect dos capacetes nas extremidades dos cabos.
O descarregamento poderá efectuar-se com a ajuda de uma rampa própria, tendo em conta a
travagem da bobina ou, de preferência, com a ajuda de um braço mecânico e por intermédio de
uma barra colocada no orifício central da bobina.
A linga deverá possuir um comprimento suficiente, para evitar um esforço perigoso sobre as abas.
É estritamente desaconselhável colocar directamente a linga à volta da bobina, sobre a camada
exterior do cabo, devido ao risco de deterioração que este corre. Nunca devemos deixar cair as
bobinas ao chão.
O rebolar das bobinas é limitado a curtas distâncias e o sentido de rotação não deverá provocar o
desenrolar das espiras de cabo. Em caso de armazenagem, as bobina deverão repousar em terreno
plano, estável e convenientemente calçadas. Se um comprimento de cabo for retirado, a
extremidade do cabo que fica na bobina é imediatamente tapada com uma carapuça estanque.
214
Referências
[6] http://mmborges.com/processos/Conformacao/cont_html/trefilacao.htm
.........
[4] Fios e Cabos elétricos nus – Fabricação, Escalas e Normas Daniel H. Pastro, 9907998 - Eng. Elétrica –
UFPR - http://www.eletrica.ufpr.br/piazza/materiais/DanielPastro.pdf
[5] http://br.prysmiangroup.com/br/files/Cabos_en_construcao_dimens.pdf
http://www.solidal.pt/var/imagens/gerais/File/guiatecnico/Cap%204.pdf
215