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Universidade do Minho

Escola de Engenharia

Instalações Térmicas

Influência da velocidade ambiente, da temperatura da superfície


absorvente e da espessura da placa nas perdas de calor de um
coletor solar

Trabalho elaborado pelo grupo Grupo nº 4:

Fábio António Carreiras Granja, PG47173


Inês Alexandre Correia Machado, PG47247
Manuel José Rodrigues Gonçalves, PG47440
Marta Pinto Veiga de Oliveira, PG47509

Universidade do Minho, 11 de março de 2022


ii
Resumo
Este relatório foi elaborado no âmbito da Unidade Curricular de Instalações Térmicas e
tem como objetivo fundamental o estudo da influência de certas variáveis no valor das
perdas de calor para o exterior de um painel solar.
Depois de analisado todo o enunciado do problema, foi necessário executar o Modelo
Térmico, para poder entender todas as trocas existentes e executar o sistema de
resistências.
Procedeu-se a um breve estudo dos tipos de trocas de calor existentes no coletor
(Convecção, Condução, Radiação) para depois se poderem iniciar os cálculos no
MATLAB.
Findos os cálculos foram por fim elaborados gráficos com os valores de calor perdido em
relação à temperatura da superfície absorvente, em relação à velocidade ambiente e
também em relação à espessura da placa. Foram elaboradas conclusões sobre este estudo
retiradas desses mesmos gráficos.

iii
Índice
Resumo ............................................................................................................................ iii
Índice ............................................................................................................................... iv
Lista de Símbolos ............................................................................................................ vi
1. Funcionamento de um coletor solar ...................................................................... 1
2. Modelo Térmico e Sistema de Resistências .......................................................... 1
3. Convecção ............................................................................................................. 2
3.1. Escoamento sobre placas planas ........................................................................ 3
4. Condução ............................................................................................................... 4
5. Radiação Solar ....................................................................................................... 5
6. MATLAB .............................................................................................................. 5
3.1. Convecção Forçada............................................................................................ 5
3.1. Convecção Natural ............................................................................................ 7
7. Resultados e Discussão ........................................................................................ 11
5.1. Influência da 𝑇𝑝 nas perdas de calor ............................................................... 11
5.2. Influência de 𝑈𝑎𝑚𝑏 nas perdas de calor ......................................................... 12
5.3. Influência de δ nas perdas de calor.................................................................. 13
8. Conclusões ........................................................................................................... 14
Bibliografia ..................................................................................................................... 15

iv
Índice de Figuras
Figura 1 – Funcionamento de um Coletor Solar ............................................................. 1
Figura 2 – Trocas de calor no coletor .............................................................................. 2
Figura 3 – Sistema de resistências do modelo térmico ................................................... 2
Figura 4 – Fenómeno de convecção ................................................................................ 3
Figura 5 – Regime Laminar vs Turbulento ..................................................................... 4
Figura 6 – Fenómeno de condução .................................................................................. 5
Figura 7 - Cálculo do x crítico ......................................................................................... 5
Figura 8 - Cálculo do número de Nussel para a convecção forçada ............................... 6
Figura - Cálculo do número de Grashof ......................................................................... 7
Figura 10 - Determinação do ângulo crítico .................................................................... 8
Figura - Determinação do número de Nusselt ................................................................ 8
Figura - Cálculo do coeficiente de convecção natural.................................................... 8
Figura - Cálculo dos ganhos energético e resistência térmica na convecção natural ..... 9
Figura 14 - Cálculo dos ganhos energético e resistência térmica na convecção natural 10
Figura 15 - Cálculo dos ganhos energético e resistência térmica na radiação .............. 10
Figura 16 - Perdas e ganhos totais do sistema ............................................................... 10
Figura 17 - Temperatura de saída da água..................................................................... 11
Figura 18 - Influência da temperatura da superfície absorvente nas perdas de calor .... 12
Figura 19 - Influência da velocidade ambiente nas perdas de calor .............................. 13
Figura 20 - Influência da espessura nas perdas de calor ............................................... 14

Índice de Tabelas
Tabela 1 - Propriedades físicas do ar ............................................................................... 6
Tabela 2 - Propriedades físicas da água ........................................................................... 9
Tabela 3 - Valores de calor perdido com o aumento da temperatura ............................ 11
Tabela 4 – valores de calor perdido com a variação da velocidade............................... 12
Tabela 5 - Valores de calor perdido com o aumento da espessura ................................ 13

v
Lista de Símbolos

𝑄𝐶𝐷 Calor por condução W


𝑄𝑐𝑣𝑁 Calor por convecção natural W
𝑄𝑐𝑣𝐹 Calor por convecção forçada W
𝑄𝑅 Calor por radiação W
𝑅𝐶𝐷 Resistência Térmica de condução m2K/W
𝑅𝑐𝑣𝑁 Resistência Térmica de convecção natural W
𝑅𝑐𝑣𝐹 Resistência Térmica de convecção forçada W
𝑅𝑅 Resistência Térmica de radiação W
Re Número de Reynolds --
Nu Número de Nusselt --
𝑥𝑐𝑟 Distância crítica m
ν Viscosidade cinemática m2/s

μ Viscosidade dinâmica Ns/m2

ρ Massa volúmica Kg/m3


U Velocidade m/s
𝐶𝑝 Poder Calorífico J/KgK
k Condutividade térmica W/m.K
h Coeficiente de convecção W/m2
𝑇𝑝 Temperatura na superfície absorvente ˚C
𝛿 Espessura m

vi
1. Funcionamento de um coletor solar
A energia solar, imprescindível à vida na Terra pode ter diversas aplicações no
quotidiano de um ser humano. Uma dessas aplicações prende-se no funcionamento de
um coletor solar que aproveita a energia proveniente do sol para o aquecimento de água
em residências, antes do seu consumo.
Estes coletores são “caixas” de paredes isoladas que funcionam como estufas. O fundo,
normalmente em alumínio preto, absorve uma grande parte de energia térmica
proveniente da radiação solar e passa-a aos tubos onde circula a água. Há medida que a
radiação solar incide no coletor a água vai aquecendo e ficando menos densa subindo
assim para o depósito de água, enquanto que a água fria desce do depósito para o coletor
solar. Estes equipamentos possuem também um vidro na sua parte superior que permite
a passagem da radiação solar de fora para dentro, mas que provoca também efeito estufa
no coletor e impede a saída da radiação infravermelha retendo-a no interior do coletor.

Figura 1 – Funcionamento de um Coletor Solar

2. Modelo Térmico e Sistema de Resistências


Após interpretar o projeto e perceber o funcionamento de um coletor solar o grupo
encontra-se agora em condições de entender e analisar o modelo térmico do coletor
solar.
Começando a pensar no modelo térmico do equipamento a forma mais evidente de
transferência de calor é a radiação proveniente dos raios solares e que embate
diretamente sobre a área de superfície do coletor. Porém existem também outras formas
de transferência de calor: aquando da incidência da radiação no vidro existe
transferência de calor por condução e existe também convecção natural no ar presente
no interior do coletor solar devido às diferenças de temperatura e densidade.
Acerca das perdas de calor para o exterior consideraram-se perdas de calor por
condução, convecção e radiação. Devido a um incompleto isolamento térmico das
paredes do coletor têm de se considerar as perdas por condução, depois por reflexão do
vidro consideram-se as perdas por radiação e por fim consideram-se perdas por
convecção que poderiam ser evitadas colocando uma superfície absorvente em vácuo.
Na Erro! A origem da referência não foi encontrada. encontram-se as trocas de calor n
o coletor.

Figura 2 – Trocas de calor no coletor

O sistema de resistências representado na Erro! A origem da referência não foi e


ncontrada. corresponde ao modelo térmico descrito, existindo deste modo trocas por
convecção forçada, depois condução e por fim convecção natural aquando das trocas
por radiação, daí o sistema se encontrar em paralelo.

Figura 3 – Sistema de resistências do modelo térmico

3. Convecção
Após a interpretação do exercício e a descoberta das trocas de calor existentes num
coletor solar, procedeu-se ao estudo das mesmas.
A convecção surge devido às propriedades internas do fluído, isto é, quando este está
em contacto com uma fonte de calor quente, as partículas do fluído mais próximas da
fonte expandem tornando-se menos densas. Estas diferenças de densidade entre as
partículas do mesmo irão criar correntes, designadas de correntes de convecção (figura
x), pois as partículas de temperatura superior ascendem, movimentando as mais densas
(menor temperatura) para baixo.
Durante a subida das partículas menos densas, estas tendem a ceder calor às partículas
na sua vizinhança, o que por sua vez, faz com que a sua temperatura volte a diminuir e,
consequentemente, a sua densidade volte a aumentar.

2
Figura 4 – Fenómeno de convecção

Neste tipo de trocas de calor podem ser distinguidas dois tipos, a convecção forçada e
a convecção natural. A convecção natural deve se apenas as correntes de convecção
criadas pelas diferenças de densidade (fatores naturais), no entanto, a convecção
forçada dá-se devido a forças externas, que são úteis para criar um movimento do fluido,
como por exemplo, bombeamento, ventiladores, vento, etc.

3.1. Escoamento sobre placas planas


Para o cálculo do balanço energético por convecção forçada a primeira etapa passa por
descobrir o tipo de escoamento. A velocidade do ambiente vai influenciar o tipo de
escoamento e neste caso em específico trata-se de uma das três variáveis que se encontra
em estudo para perceber que influência terá nas perdas de calor.

𝜌𝑈𝑥𝑐𝑟
𝑅𝑒𝑐𝑟 = = 5 × 105
𝜇

Dado o presente problema, o grupo possui duas possibilidades de resolução do mesmo,


pelo número de Nusselt médio ou pelo local. Apesar dos cálculos serem mais precisos
através do número de Nusselt local, o grupo decidiu utilizar o médio uma vez que se
trata de um método mais simples e não existe uma grande discrepância em relação ao
local. Considerou-se assim a superfície a uma temperatura constante, que é a
temperatura de entrada de água no coletor.
Através do número de Reynolds crítico calculou-se o 𝑥𝑐𝑟 para perceber o tipo de
escoamento existente no coletor.

3
Figura 5 – Regime Laminar vs Turbulento

Como se pode verificar no gráfico acima, se 𝑥𝑐𝑟 tiver um valor igual ou superior a 𝐿 ,
apenas existirá escoamento laminar. Quando 𝑥𝑐𝑟 é igual a 0 então o escoamento é do
tipo turbulento. Já quando 𝑥𝑐𝑟 é menor que 𝐿 e superior a 0, existe escoamento do tipo
misto.
O tipo de escoamento existente influenciará os cálculos futuros na resolução do
problema.

4. Condução
A condução Térmica é uma das três formas de transferência de calor e a sua principal
característica é que, apesar de se dar em todos os estados físicos, acontece mais
frequentemente em sólidos. Esta propriedade, desta troca de calor acontece devido à
posição fixa dos átomos, que se encontram arranjados numa rede cristalina.
Este processo dá-se devido a um material com partículas a diferentes temperaturas. Na
condução a energia térmica é transferida entre átomos, no entanto, não existe
transferência de matéria. A condução dá-se até que se atinge as condições de equilíbrio
térmico, ou seja, que o material se encontre todo à mesma temperatura.
Quando um corpo se encontra próximo de uma fonte de calor quente, as partículas que
se encontram na fronteira deste, começam a oscilar cada vez mais (maior a sua
temperatura). Devido a estas oscilações de maior amplitude estes transferem a sua
energia cinética para os átomos vizinhos através de colisões e vibrações e,
consequentemente, desaceleram, enquanto que as da vizinhança ganham energia.
Assim, através deste mecanismo, o calor é transferido através de todo o material (Figura
6).

4
Figura 6 – Fenómeno de condução

5. Radiação Solar
Se um corpo se encontra a uma determinada temperatura, significa que este emite
radiação. A radiação solar é a energia emitida pelo sol sob a forma de ondas
eletromagnéticas. Estas interagem com a matéria sem que haja nenhuma alteração
estrutural.
Este tipo de radiação é captada por painéis/coletores em forma de energia e no caso de
um coletor é utilizada para aquecer a água.
A radiação solar é umas das classificações da radiação térmica, pois esta última pode
ser classificada quanto à sua natureza e forma de interação com a matéria.

6. MATLAB
3.1. Convecção Forçada
Como já se tinha referido antes, no cálculo das variáveis associadas à convecção forçada
apresentada no modelo térmico, determinou-se primeiramente o x crítico. Desta forma
temos:

Figura 7 - Cálculo do x crítico

Como é possível observar na Figura 7, para o cálculo de x crítico é necessário


determinar as constantes intrínsecas ao fluído, para uma temperatura de filme de 25°𝐶 .
Os valores apresentados para a viscosidade, massa volúmica do ar e k foram
determinados por interpolações, através da consulta de tabelas termodinâmicas.

5
Temperatura de filme:
𝑇∞ + 𝑇0 20 + 30
𝑇𝑓𝑎𝑟 = = = 25℃ = 298 𝐾
2 2

Tabela 1 - Propriedades físicas do ar

T 𝝆 𝝁 𝒌
250 1,3947 159,6 × 10−7 2,428 × 10−5
298 ? ? ?
300 1,1614 184,6 × 10−7 2,624 × 10−5

Interpolações:
300 − 298 1,1614 − 𝜌
= → 𝜌 = 1,1707 𝑘𝑔/𝑚3
300 − 250 1,1614 − 1,3947
300 − 298 184,6 × 10−7 − 𝜇
= −7 −7
→ 𝜇 = 1,863 × 10−5 𝑘𝑔/𝑚. 𝑠
300 − 250 184,6 × 10 − 159,6 × 10

300 − 298 2,624 × 10−5 − 𝑘


= −5 −5
→ 𝑘 = 2,6162 × 10−5 𝑘𝑊/𝑚. 𝐾
300 − 250 2,624 × 10 − 2,428 × 10

De referir que para definir a velocidade do ar utilizou-se um ‘Numeric Slider’, que


define um intervalo de valores entre 5 e 15, como está no enunciado, e varia de 0.1 em
0.1. Este comando permite ao utilizador escolher a velocidade que deseja podendo ainda
observar as alterações que se seguem nos seguintes cálculos.
Posteriormente, procedeu-se ao cálculo do número de Nusselt, a fim de determinar o
tipo de regime presente (Figura 8). Desta forma constatou-se de que o tipo de regime
obtido dependerá da velocidade escolhida pelo utilizador. Recorreu-se às funções if,
elseif e else para que dizer ao programa que para valores diferentes de 𝑥𝑐𝑟 , formas
diferentes de calcular o número de Nussel.

Figura 8 - Cálculo do número de Nussel para a convecção forçada

6
Com os dados obtidos até este ponto foi possível obter o valor do coeficiente de
convecção e, posteriormente, foram calculados os ganhos energéticos e a resistência
térmica associados à convecção forçada. Estes resultados foram obtidos pelas seguintes
equações:
𝑁𝑢𝑓 𝑘𝑎𝑟
ℎ𝑓 =
𝐿

𝑄𝑐𝑣𝑓 = ℎ𝑓 𝐴(𝑇0 − 𝑇𝑎𝑚𝑏 )

1
𝑅𝑐𝑣𝑓 =
ℎ𝑓 𝐴

3.1. Convecção Natural


Para calcular as os ganhos energéticos e a resistência térmica associados à convecção
natural, procedeu-se ao cálculo do número de Grashof (Figura 9).

Figura 9 - Cálculo do número de Grashof

Foi assumida para T1, 45°𝐶 e para a temperatura da placa absorvente um ‘Numeric
Slider’ que varia 0,1 em 0,1, num intervalo entre 50 e 90.
Neste processo de cálculo foram obtidos os valores da temperatura de filme, beta e do
número de Grashof.
A determinação do ângulo crítico deu-se de seguida, tendo em conta o intervalo de
valores no qual delta se encontra. Sendo que w poderia tomar valores diferentes criou-
se uma função, para que dependendo do resultado, obtivéssemos um ângulo crítico
(Figura 10).
Como o valor de w poderia não estar tabelado, procederam-se a interpolações para
determinar o ângulo crítico.

7
Figura 10 - Determinação do ângulo crítico
O valor do número de Nusselt é essencial para o cálculo dedo coeficiente de convecção,
pelo que a sua determinação é passível de ser observada na Figura 11.

Figura 11 - Determinação do número de Nusselt

Como referido anteriormente, o número de Nusselt é uma das variáveis que permitem
calcular o coeficiente de convecção natural (Figura 12).

Figura 12 - Cálculo do coeficiente de convecção natural

Com todas as variáveis calculadas é possível determinar o ganho energético e


resistência térmica apresentados pela convecção natural (Figura 13).

8
Figura 13 - Cálculo dos ganhos energético e resistência térmica na convecção natural

Todas as propriedades físicas da água foram determinadas através de interpolações de dados


obtidos em tabelas termodinâmicas.
𝑇1 + 𝑇𝑝 45 + 70
𝑇𝑓á𝑔 = = = 57,5℃ = 330,5 𝐾
2 2
Tabela 2 - Propriedades físicas da água

𝑻 𝝆 𝝁 𝒌 𝒄𝒑
330 1,016 −3 −6 4,184
650 × 10 489 × 10
330,5 ? ? ? ?
335 1,018 656 × 10−3 453 × 10−6 4,186

335 − 330,5 1,018 − 𝜇


= → 𝜌 ≈ 1,016 𝑘𝑔/𝑚3
335 − 330 1,018 − 1,016
335 − 330,5 656 × 10−3 − 𝜌
= → 𝜇 ≈ 650,6 × 10−3 𝑘𝑔/𝑚. 𝑠
335 − 330 656 × 10−3 − 650 × 10−3
335 − 330,5 453 × 10−6 − 𝑘
= → 𝑘 ≈ 485,4 × 10−6 𝑘𝑊/𝑚. 𝐾
335 − 330 453 × 10−6 − 489 × 10−6
335 − 330,5 4,186 − 𝑐𝑝
= → 𝑐𝑝 ≈ 4,184 𝑘𝐽/𝑘𝑔. 𝐾
335 − 330 4,186 − 4,184

Condução
Os ganhos energéticos e a resistência térmica da condução são variáveis mais simples de serem
determinadas quando comparadas com os dois tipos de convecção. Neste sentido, é passível de
se observar, na Figura 14, os resultados obtidos.

9
Figura 14 - Cálculo dos ganhos energético e resistência térmica na convecção natural

Radiação
A outra forma de transferência de calor que podemos observar no modelo térmico apresentado
é a radiação (radiação solar).

Figura 15 - Cálculo dos ganhos energético e resistência térmica na radiação

No mesmo sentido, foram calculados os ganhos energéticos e resistência térmica envolvidas na


transferência de calor, sendo que os ganhos estão relacionados com a placa de absorção
(alumínio – considerado como corpo negro) e a resistência térmica com o vidro existente
(Figura 15).
Com todas as variáveis determinadas é possível calcular as perdas e ganhos totais do sistema
(Figura 16)

Figura 16 - Perdas e ganhos totais do sistema

10
Da mesma forma, calcula-se a temperatura de saída da água. De notar que o caudal considerado
deste sistema foi de 25l/h (Figura 17).
25 𝑙/ℎ = 25 𝑑𝑚3 /ℎ = 0,025 𝑚3 /3600 𝑠 = 6,94 × 10−6 𝑚3 /𝑠

Figura 17 - Temperatura de saída da água

7. Resultados e Discussão
Após a realização dos cálculos analíticos, estudando a variação da temperatura da
superfície absorvente (𝑇𝑝 ), da velocidade ambiente (𝑈𝑎𝑚𝑏 ) e da espessura (δ)
descobriram-se os valores das perdas de calor para o exterior.

5.1. Influência da 𝑻𝒑 nas perdas de calor


Para 𝑈𝑎𝑚𝑏 = 13𝑚/𝑠 e 𝛿 = 0,35𝑚 constantes, fazendo variar apenas a temperatura da
superfície absorvente 10˚C de cada vez em cinco ensaios chegamos aos resultados das
perdas de calor presentes na Tabela 3. O Erro! A origem da referência não foi
encontrada. mostra a influência da temperatura 𝑇𝑝 nas perdas de calor para o exterior.

Tabela 3 - Valores de calor perdido com o aumento da temperatura

Temperatura (˚C) Calor perdido (W)

50 115,64

60 154,18

70 192,72

80 231,27

90 269,81

11
Influência de Tp nas perdas de calor

275

Calor Perdido (W)


225

175

125

75
0 20 40 60 80 100
Temperatura (˚C)

Figura 18 - Influência da temperatura da superfície absorvente nas perdas de calor

Analisando os resultados obtidos concluímos que o calor perdido aumenta linearmente


com o aumento da temperatura. Refletindo sobre o funcionamento do coletor solar e
sobre os resultados apresentamos percebe-se que se a temperatura na superfície
absorvente aumentar então maior quantidade de calor é absorvida, mas também maior
será o calor emitido logo maiores as perdas por calor.

5.2. Influência de 𝑼𝒂𝒎𝒃 nas perdas de calor


Seguidamente foi estudada a influência da variação da velocidade ambiente nas perdas
de calor. Tendo como valor de temperatura 𝑇𝑝 = 70˚𝐶 e 𝛿 = 0,35 𝑚 fez-se variar a
velocidade 𝑈𝑎𝑚𝑏 entre 5 m/s e 15 m/s.

Tabela 4 – valores de calor perdido com a variação da velocidade

Velocidade (m/s) Calor perdido (W)

5 179,44

7,5 182,89

10 189,27

12,5 192,32

15 193,97

12
Influência de U nas perdas de calor
196
194
192

Calor Perdido (W)


190
188
186
184
182
180
178
0 5 10 15 20
Velocidade (m/s)

Figura 19 - Influência da velocidade ambiente nas perdas de calor

Os resultados demonstram que o aumento da velocidade vem aumentar o calor perdido


pelo coletor. Há medida que a velocidade aumenta o escoamento vai-se tornando cada
vez mais turbulento e o movimento irregular das partículas vai aumentar o atrito,
fazendo com que as perdas de calor também aumentem.

5.3. Influência de δ nas perdas de calor


Por fim, estudando agora a influência da espessura na quantidade de calor perdido
sabendo que a espessura pode variar entre 10mm e 50mm, que 𝑈𝑎𝑚𝑏 = 13𝑚/𝑠 e que
𝑇𝑝 = 70˚𝐶 concluíram-se os seguintes resultados:

Tabela 5 - Valores de calor perdido com o aumento da espessura

Espessura (m) Calor perdido (W)

0,1 192,7242

0,2 192,7244

0,3 192,7245

0,4 192,7245

0,5 192,7246

13
Influência de δ nas perdas de calor
192,7247

Calor Perdido (W)


192,7246
192,7245
192,7244
192,7243
192,7242
192,7241
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6
Espessura (m)

Figura 20 - Influência da espessura nas perdas de calor

Dos resultados de calor perdido com o aumento da espessura conclui-se que estes
aumentam, mas apenas na ordem de casas decimais do tipo × 104 , ou seja, o aumento
existente de calor perdido devido ao aumento da espessura é muito pequeno podendo
assim ser considerado nulo.

8. Conclusões
Depois de todo o projeto desenvolvido, o grupo conclui que o mesmo foi bastante útil
e uma boa forma de recapitular certos conceitos que serão certamente necessários no
futuro como engenheiros mecânicos na área das energias e ambiente.
Reunidas as condições, foi então iniciado o processo para se perceber ao certo qual a
influência da variação de algumas variáveis na quantidade de calor perdido pelo coletor.
As variáveis estudadas foram a temperatura da superfície absorvente, a velocidade
ambiente e a espessura da placa.
Refletindo sobre o funcionamento do coletor solar e sobre os resultados apresentados,
percebe-se que se a temperatura na superfície absorvente aumentar, maior quantidade
de calor é absorvida, maior será o calor emitido e maiores as perdas por calor.
O aumento da velocidade aumenta a quantidade de calor perdida pelo coletor. À medida
que a velocidade do ar aumenta, o escoamento torna-se mais turbulento, e o movimento
desigual das partículas aumenta o atrito, causando um aumento das perdas de calor.
De acordo com os dados sobre o calor perdido devido ao aumento da espessura, estes
sobem, mas apenas na ordem de casas decimais do tipo × 104 , ou seja, o aumento do
calor perdido devido ao aumento da altura é muito pouco.

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Bibliografia
[online] https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/coletor-solar.htm
[online]https://blog.kisoltec.com.br/entenda-de-uma-vez-por-todas-como-funciona-
um-coletor-solar/
[online]https://www.youtube.com/watch?v=Bp8llk5nYVo&ab_channel=JESUEREF
RIGERACAOCLIMATIZACAO
[online]https://www.infoescola.com/termodinamica/radiacao-termica/
[online] https://brasilescola.uol.com.br/fisica/conducao-termica.htm
[online] https://brasilescola.uol.com.br/fisica/conveccao.htm
[online]TransCal8.pdf (ubi.pt)

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