Você está na página 1de 8

ESCOLA ESTUDANTIL TIDE SETEÚBAL

Giovanna Lima Do Nascimento

MACHISMO PATRIARCAL NO BRASIL

São Paulo

2023
Giovanna Lima Do Nascimento

MACHISMO PATRIARCAL NO BRASIL

Trabalho de caracter avaliativo cujo objetivo é


abordar sobre o Racismo Estrutural e
Institucional.

Terceiro Ano do Ensino Médio.

Orientadores(as):

Fabiana Elena Pereira

Andréa Estevão

Valeska Godoy Gomes Azevedo

São Paulo
2023
Introdução

O Brasil, rico em diversidade, enfrenta um desafio persistente: o racismo. Além do racismo


estrutural amplamente discutido, surge uma faceta menos visível, mas impactante: o racismo
institucional. Este fenômeno, presente em instituições públicas e privadas, configura-se como
um entrave à igualdade racial. Este trabalho propõe uma análise das raízes do racismo
estrutural e dos mecanismos que o perpetuam nas instituições. Destaca-se o Seminário sobre
Racismo Institucional da UFRJ como uma iniciativa crucial para promover o diálogo
inclusivo e avançar em direção a uma sociedade mais justa.
Racismo Estrutural e Institucional

A distinção entre os dois tipos de racismo é clara. Enquanto o racismo estrutural foca nas
interações sociais e comportamentos individualizados, o racismo institucional destaca a
infiltração desses preconceitos nos mecanismos de poder e nas estruturas formais da
sociedade. O primeiro é apresentado como mais evidente e perceptível, enquanto o segundo é
caracterizado por sua sutileza e dificuldade de identificação. Fernanda Barros destaca que o
racismo institucional muitas vezes é deslocado para outras categorias, como assédio moral ou
sexual, e que a legislação brasileira ainda carece de disposições específicas para abordar essa
forma de discriminação. A discussão sobre a criminalização do racismo institucional é
destacada como um passo fundamental para responsabilizar tanto o indivíduo quanto a
instituição.

Essa segmentação entre o racismo estrutural e institucional proporciona uma análise mais
aprofundada das complexidades desses fenômenos e destaca a necessidade de abordagens
distintas para combatê-los de maneira efetiva.

Racismo Estrutural
O racismo estrutural, caracteriza-se pelos comportamentos individuais que emanam de uma
sociedade onde o preconceito racial é a norma, não a exceção. Ele transcende o âmbito
pessoal, sendo uma convenção social que dá significado às interações com base em
construções sociais preexistentes. O racismo estrutural é observado em desequilíbrios nas
relações sociais, sendo a cor da pele um fator determinante.

O racismo estrutural, elemento enraizado no cotidiano da população brasileira, ganha


destaque nas denúncias de atos racistas, evidenciando a necessidade crucial de um
entendimento mais profundo. Enquanto o termo "racismo estrutural" torna-se cada vez mais
familiar, é preciso também abordar uma faceta muitas vezes menos visível, mas igualmente
impactante: o racismo institucional. Este fenômeno, que permeia as entranhas de instituições
públicas e privadas, possui implicações significativas na vida de milhões de brasileiros. No
intuito de ampliar a discussão e transcender o ambiente acadêmico, a Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ) promoverá um seminário sobre racismo institucional em 15 de
agosto, visando a inclusão da sociedade no debate e promovendo uma maior aproximação
entre a instituição de ensino e a comunidade em geral.

Racismo Estrutural e sua Dinâmica Social:


O racismo estrutural não é apenas uma série de comportamentos individuais; é um reflexo de
uma sociedade em que o preconceito racial é normatizado, tornando-se uma regra arraigada.
Este fenômeno implica em desequilíbrios nas relações sociais, moldando as interações
humanas com base na cor da pele. A professora Fernanda Barros, especialista em Ciências
Sociais, destaca que esse padrão de hegemonia perpetua a desigualdade social, isolando um
grupo em detrimento do outro. O Seminário sobre Racismo Institucional se propõe a explorar
essas dinâmicas complexas, onde a consciência individual e coletiva desempenha um papel
crucial na desconstrução dessas normas prejudiciais.

Racismo Institucional

Por outro lado, o racismo institucional é introduzido como um fenômeno menos visível, mas
igualmente impactante. Uma vez que as instituições são compostas por indivíduos inseridos
em uma sociedade racialmente enviesada, os grupos no poder mobilizam mecanismos
institucionais para impor seus interesses. Esses interesses abrangem o espectro político,
econômico, cultural e social, levando o racismo estrutural para dentro das instituições.
Especificamente, o racismo institucional é apontado como presente em locais de tomada de
poder, como o legislativo, judiciário, Ministério Público, reitorias de universidades e
diretorias de empresas. A minoria que tenta ingressar nessas estruturas encontra-se em
posição de desvantagem devido a mecanismos mobilizados pelo grupo hegemônico.

Racismo Institucional: Mecanismos Sutis de Poder:


A transição do racismo estrutural para o ambiente institucional revela-se como uma extensão
das estruturas de poder. As instituições, compostas por indivíduos inseridos em uma
sociedade racialmente enviesada, tornam-se ferramentas para a promoção de interesses
políticos, econômicos e culturais do grupo dominante, frequentemente composto por homens
brancos. Este racismo institucional, muitas vezes sutil e difícil de identificar, manifesta-se em
locais de influência, como órgãos legislativos, judiciários, Ministério Público, reitorias
universitárias e diretorias de empresas. A minoria que busca adentrar essas estruturas enfrenta
desvantagens significativas, resultado de mecanismos que perpetuam a hegemonia branca.

A Lacuna na Legislação e Caminhos para a Mudança:


Embora o racismo institucional muitas vezes se manifeste em atos que são enquadrados como
assédio moral ou sexual, a legislação brasileira ainda não contempla de maneira específica o
racismo institucional. Fernanda Barros destaca essa lacuna no código penal e enfatiza a
necessidade de uma legislação mais abrangente. Tal legislação não apenas responsabilizaria o
indivíduo por atos de racismo, mas também a própria instituição, reconhecendo sua
responsabilidade nas práticas discriminatórias. A discussão sobre a criminalização do racismo
institucional se coloca como um passo fundamental para responsabilizar não apenas o agente,
mas a estrutura que o possibilitou.

Proteção e Ativismo:
Frente ao racismo institucional, o empoderamento das vítimas torna-se uma estratégia
essencial. Aqueles que sofrem discriminação são encorajados a buscar canais formais, como
delegacias especializadas em crimes raciais, o Ministério Público e sindicatos profissionais,
para efetuar denúncias. O papel das empresas também é destacado, incentivando a
implementação de políticas antirracistas, canais de ouvidoria e a promoção de uma cultura
inclusiva. Além disso, a população é convocada a exercer um papel ativo na promoção da
igualdade racial, acompanhando propostas de candidatos e cobrando ações efetivas no
combate ao racismo. A importância de se posicionar contra atos discriminatórios, seja na
esfera pública ou privada, é sublinhada como um passo crucial para uma mudança social
efetiva.
Conclusão

O racismo institucional, embora menos evidente, representa uma face complexa e


profundamente arraigada da discriminação racial. Este trabalho buscou explorar não apenas o
conceito, mas também as implicações e desafios associados a esse fenômeno. O Seminário
sobre Racismo Institucional promovido pela UFRJ reflete a necessidade urgente de difundir a
compreensão e promover ações concretas em direção a uma sociedade mais justa e
igualitária. Ao enfrentar as raízes profundas do racismo estrutural, é possível almejar
mudanças transformadoras e a construção de instituições verdadeiramente inclusivas.
Referências Bibliograficas

1. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (https://www.ibge.gov.br/)


2. Silva, N. do V. (2018). "Racismo estrutural". Revista USP, (119), 35-43.
3. Facchini, R., & Bresciani, M. J. A. (2019). "Racismo institucional no Brasil: uma revisão
bibliográfica". Saúde e Sociedade, 28(2), 76-88.
4. Gomes, N. L. (2017). "Racismo e sexismo na cultura brasileira". Revista Estudos
Feministas, 25(3), 935-953.
5. Guimarães, A. S. (2002). "Racismo e anti-racismo no Brasil". São Paulo: Editora 34.
6. Santos, B. S. (2002). "Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia
de saberes". Novos Estudos CEBRAP, (63), 71-94.

Você também pode gostar