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ELIANE DA SILVA MONTEIRO BARCELLOS:16037 Assinado em 16/11/2023 17:12:52

Local: TJ-RJ
Estado do Rio de Janeiro
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça 429
Regional da Região Oceânica
Cartório da 1ª Vara de Família
Estrada Caetano Monteiro, s/n prox. ao nº 1281CEP: 24320-570 - Pendotiba - Niterói - RJ e-mail:
roc01vfam@tjrj.jus.br

Processo Eletrônico
1951/2023/MND

MANDADO DE CITAÇÃO

Mandado: 2023012382 Receb.: 23/11/2023 Limite: null Oficial: Dalmo Murta Lourinho Junior
Processo Nº: 0009399-04.2017.8.19.0212 Distribuição: 29/09/2017
Classe/Assunto: Procedimento Comum - Reconhecimento E/ou Dissolução de União Estável Ou
Concubinato
Requerente: LEA SOUTO QUEIROZ
Representante Legal: ESPÓLIO DE FELICIANO PARREIRAS HENRIQUES
Réu: MARILENA TEIXEIRA NETTO HENRIQUES
Réu: CARMEM MARIA SOARES ABRANCHES
Réu: HUMBERTO ABRANCHES HENRIQUES
Réu: LEONARDO JOSÉ QUEIROZ HENRIQUES
Oficial de Justiça:

Citado(a): LEONARDO JOSÉ QUEIROZ HENRIQUES


Local da Diligência: Avenida José Côrtes Júnior, nº s/n Rua 22, Lote 01, Quadra 103 - CEP: 24340-
300 - Serra Grande - Niterói - RJ - Fazendinha Soter email qhenriques1@hotmail.com
Prazo para Resposta: 15 (quinze) dias dias da juntada do mandado.

Finalidade: CITAÇÃO
Despacho: Cite-se o quarto réu, por O.J.A. e através do meio eletrônico disponibilizado às
fls.281/283.

O MM. Juiz de Direito, Dr(a) Perla Lourenço Correa Czertok, MANDA o Oficial de Justiça
designado que, em cumprimento ao presente, extraído dos autos do processo acima referido, dirija-se ao
local indicado, ou onde lhe for apontado, e sendo aí proceda à CITAÇÃO da parte ré para responder à
mencionada ação, fazendo-lhe, outrossim, a advertência de que, não sendo contestada, presumir-se-ão
aceitos, como verdadeiros, os fatos articulados pelo autor na petição inicial, cuja cópia segue em anexo e
faz parte integrante deste mandado. Eu, ______________ Eliane da Silva Monteiro Barcellos - Chefe de
Serventia - Matr. 01/16037, digitei e conferi. E eu, ________________ Pericles Telles Cunha - Analista
Judiciário - Matr. 01/23931, o subscrevo.

Niterói, 16 de novembro de 2023

Eliane da Silva Monteiro Barcellos Chefe de Serventia - Matr. 01/16037


Assino por ordem do MM. Juiz de Direito

Código de Autenticação: 41YS.1KPF.4N5N.4YR3


Este código pode ser verificado em: (www.tjrj.jus.br – Serviços – Validação de documentos)

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PATTRICIA SOARES
ADVOGADA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE


FAMÍLIA DA COMARCA DA REGIÃO OCEÂNICA – NITERÓI/RJ

LEA SOUTO QUEIROZ, brasileira, solteira, enfermeira,


desempregada, portadora da cédula de identidade R.G. Nº 05418506-1, expedido
pelo DGPC/DTC/INSTITUTO FÉLIZ PACHECO, inscrita no CPF sob o nº
040.153.392-15, residente e domiciliada na Rua José Cortes Júnior, s/n, (rua 22 lote
01, quadra 103) – Fazendinha Soter - Itaipú – Niterói - CEP: 24340-300, por
intermédio de sua advogada subscrita, com endereço profissional à rua Dr.
Borman, nº 23, sala 608- Centro – Niterói- Rio de Janeiro, endereço eletrônico:
adv.pattricia.soares@gmail.com, vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência,
com fundamento no § 3º do artigo 226, da Constituição Federal de 1988;
Lei 8.971 de 29 de dezembro de 1994; Lei 9.278 de 10 de maio de 1996;
artigo 1.723 caput, § 1º do Código Civil propor:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE RECONHECIMENTO DE UNIÃO ESTÁVEL -


POST MORTEM, observando-se o procedidemento comum, com pedido de
liminar (Art 300, NCPC),

em face do Espólio do Feliciano (e não e face dos herdeiros por não conhecer
nenhuma informação a respeito das filhas do falecido), a seguir especificados:

ESPÓLIO DE FELICIANO PARREIRAS HENRIQUES, brasileiro,


casado, aposentado pelo Exército, portador da cédula de identidade R.G. Nº
0139711105, expedido pelo Ministério do Exército-RJ, residente e domiciliado na
Rua Ramon Franco, nº 59, aptº 202 – CEP: 22.290-290 – Urca – Rio de Janeiro;

Rua Dr. Bormam, 60, sl 608, Centro - Niterói


Tels: (21) 9 8475-3550
Email: adv.pattricia.soares@gmail.com
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ADVOGADA

EM RAZÃO DO FALECIMENTO DE:

FELICIANO PARREIRAS HENRIQUES, brasileiro, casado, aposentado pelo


Exército, portador da cédula de identidade R.G. Nº 0139711105, expedido pelo
Ministério do Exército-RJ, falecido em 31/01/2017, conforme certidão de óbito
anexa.

I – PRELIMINARMENTE

DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

A Autora pleiteia os benefícios da Justiça Gratuita, assegurado


pela Constituição Federal, artigo 5ºLXXIV e nos termos da Lei Federal n.º 1060/50,
vez que declara-se pobre na acepção jurídica do termo e não possui condições para
suportar as despesas do processo sem privar-se dos recursos para seu próprio
sustento, conforme a procuração na cláusula de poderes especias nos termos do
Artigo 105 caput da lei 13.105/2015.

DA AUDIENCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO

Declara a parte autora que respeitando o disposto no art. 319, inciso


VII e 334 do NCPC, a parte autora deseja que seja realizada audiência de
conciliação e mediação.

DOS FATOS

DO RECONHECIMENTO DA UNIÃO ESTÁVEL - POST MORTEM

A autora e o requerido, se conheceram e iniciaram o relacionamento


em Janeiro de 1977, na Cidade Manaus, no Estado do Amazonas, local em que
vivia com sua familia e trabalhava no Colégio Militar de Manaus, conforme sua
CTPS de fls. 10/11, em anexo.

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ADVOGADA

Cumpre expor, que o requerido nessa época em que conheceu a


autora, morava no Município, por conta de seu trabalho, pois era funcionário
público das Forças Armadas – Exército.

Observa-se que a autora e o requerido mantiveram o relacionamento


até setembro/77 na Cidade de Manaus, pois logo depois, o requerido, foi
transferido para a Cidade do Rio de Janeiro, mas continuaram a se relacionar por
cartas e telefonemas, conforme vasta documentação, em anexo.

A demandante informa, que o requerido insistiu para que a mesma


se mudasse para a Cidade do Rio de Janeiro e, em abril/78, a autora requereu sua
dispensa de seu emprego público no Colégio Militar de Manaus, conforme fls. 12
da ctps em anexo, e se mudou para o Rio de Janeiro.

A autora informa que o requerido tomou todas as providências para


sua chegada ao Estado do RJ, como pode se observar, o Contrato de Locação que o
mesmo providenciou em seu nome, para a moradia de sua esposa (nome que
adotou a autora, segundo cartas em anexo).

Ademais, informa a autora que como pediu exoneração de seu


emprego público, a pedido de seu companheiro, não tinha nenhuma renda para
sobreviver durante o mês, e que o requerido, além de pagar todas as contas
mensais de sua residência (que frequentava diariamente), ainda lhe fornecia um
valor mensal de pensão.

Dessa união tiveram um filho, LEONARDO JOSÉ PARREIRAS


HENRIQUES, segundo certidão de nascimento, em anexo.

A autora informa nessa oportunidade que tem conhecimento da vasta


Jurisprudência do Tribunal do Rio de Janeiro em anexo, que aduz que na
Ação de Reconhecimento de União Estável Post Mortem, a legitimidade para
figurar no polo passivo não é do Espólio, mas sim dos seus herdeiros.

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ADVOGADA

Contudo, a autora não possui nenhuma informação a respeito das


herdeiras do falecido, motivo pela qual não as nomeou no polo passivo.

Cumpre observar, que o requerido frequentava a residência da autora e


de seu filho diariamente, como pode ser averiguado através dos emails e vasta
documentação em anexo.

Ademais, o requerido participou da criação e do crescimento de seu


filho, desde sempre, consoante fotos em anexo, desde crinaça até a fase adulta.

A AUTORA INFORMA QUE NO DECORRER DA


CONVIVÊNCIA MARITAL NÃO ADQUIRAM NENHUM BEM EM
CONJUNTO.

Observa-se ainda, que o requerido, sempre arcou com as depesas de


sua residência, conforme se apura através das notas fiscais de compra de televisão,
móveis, geladeira, conta de veterinário, entre outros.

Além de arcar com todas as despesas mensais do lar da autora e do


fiho em comum, o requerido depositava na conta da autora, valores variáveis, para
os mesmos passarem o mês, como R$ 3.000,00, R$ 3.200,00, R$ 3.500,00, conforme
extratos bancários acostados aos autos.

A autora informa, que no dia 31/01/2017, às 19:20 horas, o requerido


faleceu, conforme certidão de óbito, em anexo.

Por fim, a requerente e o falecido conviveram em União Estável por


cerca de 39 (trinta e nove) anos, sendo referida convivência pública e contínua,
estabelecida com objetivo de constituição de família, conhecida por parentes e
amigos, conforme comprovam os documentos anexos, e a referida união persistiu
até o falecimento de seu companheiro em janeiro de 2017.

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ADVOGADA

DO DIREITO

DA CONVIVÊNCIA “MORE UXORIO” E O RECONHECIMENTO DA UNIÃO


PRETENDIDA

A Constituição Federal no artigo 226 protege a União Estável,


consignado que (verbis):

"Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção


do Estado. § 3º. Para efeito da proteção do Estado, é
reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como
entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em
casamento”

Conforme bem balizaram os fatos, a autora e o réu


conviveram pública e socialmente como se marido e mulher fossem, desde 1977, e
juntos, constituíram família; empenharam-se na educação do filho e na
administração do lar conjugal, conforme preceitua o Código Civil em seu
artigo 1.723 caput, e artigo 1º da Lei Federal 9.278/96, senão vejamos:

Código Civil, art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar


a união estável entre o homem e a mulher, configurada na
convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o
objetivo de constituição de família. (grifo nosso)

Lei Federal 9.278/96, artigo 1º – É reconhecida como entidade


familiar a convivência duradoura, pública e contínua, de um
homem e uma mulher, estabelecida com objetivo
de constituição de família. (grifo nosso)

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ADVOGADA

O Instituto da União Estável passou por transformações ao longo dos


anos, e o que hoje se nota é o crescente número dessas uniões, fato que fez com que
o legislador constituinte demonstrasse a preocupação em reconhecer a união
estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, como dispõe § 3º do
artigo 226, da Constituição Federal de 1988, e os artigos 1.723 e seguintes
do Código Civil e as leis 8.971/94 e 9.278/96, bem como julgados que a acolhem:

União estável, configuração


União estável. Affectio maritalis e coabitação. Entidade
familiar. O relacionamento entretido pelos litigantes
configurou união estável, cuja característica é a de assemelhar-
se ao casamento, indicando uma comunhão de vida e de
interesses, ficando evidenciada a affectio maritalis e sendo apta
para produzir sequelas de ordem patrimonial albergadas pela
Lei n. 8.971/94 e Lei n. 9.278/96 (TJRS, Ap. Cível n.
70.005.876.354, rel. Des. Sérgio Fernando de Vasconcelos
Chaves, DOERS 12.05.2004). (RBDFam 25/120)

Por esses motivos, e por estarem presentes os requisitos legais, há que


ser declarada a UNIÃO ESTÁVEL entre a REQUERENTE e o REQUERIDO,
desde 1977 para que, em decorrência desta, surtam os efeitos legais pertinentes.

Cumpre, portanto, ressaltar que in casu estão presentes todos os


requisitos para que a união seja alçada à condição de entidade familiar, portanto,
valorizada e em várias situações equiparada ao casamento, a saber; convivência
duradoura, pública, contínua, e finalmente, o objetivo de constituir família.

A requerente informa que, quando começou a se relacionar com o


extinto este lhe disse que era divorciado.

Informa outrossim, que necessita do reconhecimento da União Estável


a fim de regularizar-se junto aos INSS e abertura sucessória.

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DOS PEDIDOS

Diante dos fatos e fundamentos da presente ação, seguem os pedidos


a ela pertinentes:

1. Requer a concessão dos benefícios da Assistência Judiciária Gratuita nos


termos da Lei n.1060/1950;

2. Que seja designada AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO ou MEDIAÇÃO,


conforme previsto nos artigos art. 319, inciso VII e 334 do NCPC;

3. Que se digne Vossa Excelência, depois de ouvir o Douto Representante do


Ministério Público, julgar procedente a presente ação, sendo declarado o
reconhecimento da União Estável para que produza seus efeitos jurídicos e
legais, com a partilha dos bens comuns;

4. A intimação do ilustre representante do Ministério Público para que


acompanhe o feito;

5. A citação de todos os réus para responder a presente ação, no prazo legal;

6. Declarar a EXISTÊNCIA DA UNIÃO ESTÁVEL entre REQUERENTE e o


ESPÓLIO REQUERIDO, a partir de janeiro/1977, para que surta seus
efeitos legais;

7. A citação do requerido no endereço supraindicado, para que, querendo,


conteste a presente no prazo legal, sob pena de revelia;

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8. Condenação do Requerido na pessoa de seu representante legal, no


pagamento das custas e despesas processuais, verbas honorárias na forma
do artigo 20 do CPC e demais encargos.

9. Reconhecer o direito à meação do bem móvel adquirido de forma onerosa,


durante a constância da união estável, conforme fundamentado acima.

Provará o que for necessário, usando de todos os meios permitidos


em direito, em especial pela juntada de documentos (anexos), oitiva de
testemunhas e depoimento pessoal do réu.

Dá-se a causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais).

P. Deferimento.

Niterói, 04 de maio de 2017.

PATTRICIA SOARES
OAB/RJ – 127.654

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