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Lei Nº33 - X - 2023 - Define As Condições de Atribuição, Aquisição, Perda e Reaquisição Da Nacionalidade Cabo-Verdiana
Lei Nº33 - X - 2023 - Define As Condições de Atribuição, Aquisição, Perda e Reaquisição Da Nacionalidade Cabo-Verdiana
BOLETIM OFICIAL
4 995000 000000
ÍNDICE
ASSEMBLEIA NACIONAL
Lei n.º 33/X/2023:
Define as condições de atribuição, aquisição, perda e reaquisição da nacionalidade cabo-verdiana........1914
Lei n.º 34/X/2023:
Regula o Sistema de Planeamento do Desenvolvimento Regional e Local, definindo o regime de coordenação
dos níveis nacional, regional, intermunicipal e municipal de planeamento do desenvolvimento regional
e local, bem como o processo de elaboração, revisão, aprovação, execução, seguimento e avaliação dos
instrumentos de planeamento do desenvolvimento regional, intermunicipal e municipal...........1919
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Contudo, a questão da nacionalidade, sua complexidade - Introduzir uma nova modalidade de aquisição da
e abrangência, com efeitos diversos, tanto externa como nacionalidade, a aquisição por motivos relevantes,
internamente, exige um esforço permanente de adaptação com vista a distinguir os cidadãos estrangeiros
à realidade em que se enquadra. que se destacaram, através da prática de atos
relevantes em prol de Cabo Verde, e mantenham
É nesta senda que se impõe a adequação das bases a ligação de afetividade com o País;
da sua concessão, uma vez que a experiência da sua
aplicação e a vivência permitiram identificar situações - Introduzir novos fundamentos para a perda da
que reclamam novas soluções, baseadas em critérios e nacionalidade;
princípios claros e de aplicabilidade efetiva.
- Permitir que os incapazes que tenham perdido a
No essencial a presente lei determina o seguinte: nacionalidade cabo-verdiana por efeito de declaração
prestada durante a sua incapacidade possam,
- Alargar o âmbito da nacionalidade de origem, dando cessada a referida incapacidade, readquiri-la
corpo à ideia da nação cabo-verdiana global, a todo o tempo;
viabilizando a atribuição da nacionalidade cabo-
verdiana de origem a filhos de cabo-verdianos - Eliminar o requisito de fixação de residência em
nascidos no estrangeiro, detentores do registo Cabo Verde pelo tempo mínimo de seis meses,
civil cabo-verdiano, seja por inscrição, seja por porque se o objetivo do Estado é estreitar as
transcrição, mas com dispensa da declaração; ligações consanguíneas dos filhos dos emigrantes
nascidos no estrangeiro com o território cabo-
- Alargar, também com base na mesma ideia, o verdiano, tal restrição não se justifica;
âmbito da nacionalidade de origem para filhos,
netos, bisnetos ou trinetos de cabo-verdianos - E, finalmente, proceder à adequação da pena prevista
de origem, nascidos no estrangeiro, mas neste à nova moldura estabelecida no Código Penal
caso mediante declaração; vigente.
- Clarificar alguns preceitos legais, designadamente Assim,
substituindo o requisito de residência habitual
por residência legal, a indivíduos nascidos em Por mandato do Povo, a Assembleia Nacional decreta,
Cabo Verde, filhos de estrangeiros; nos termos do artigo 175.º da Constituição, o seguinte:
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b) Ser considerado maior ou emancipado pelas leis f) Tenha estabelecimentos comerciais em Cabo Verde
do Estado de Cabo Verde; ou participações significativas no capital de
empresas cabo-verdianas, em montante definido
c) Não ter sido condenado, por sentença com trânsito por lei e que atuem em áreas consideradas
em julgado, pela prática de crime punível, segundo estratégicas pelo Governo de Cabo Verde;
a lei cabo-verdiana, com pena de prisão igual
ou superior a três anos; g) A realização efetiva de quaisquer outros investimentos
relevantes para Cabo Verde, ou a apresentação
d) Possuir capacidade para reger a sua pessoa e de garantias seguras da sua realização, como
assegurar a sua subsistência, ainda que sujeito tais qualificados por Resolução do Conselho
ao regime de acompanhamento decretado por de Ministros;
decisão judicial.
2. Pode ser concedida a nacionalidade por naturalização h) A ação consistente e duradoura, ao longo de um
com dispensa do requisito previsto na alínea a) do número período não inferior a dez anos, de fomento e
anterior: valorização da atividade económica de qualquer
natureza a favor de Cabo Verde, designadamente
a) Aos que tenham tido a nacionalidade cabo-verdiana; industrial, turística, agrícola, comercial e de
prestação de serviços, e que tenha contribuído
b) Aos que forem havidos como descendentes de cabo- de forma particularmente significativa para a
verdianos; captação de relevantes investimentos estrangeiros
e para o desenvolvimento do país.
c) Aos estrangeiros que tenham prestado ou sejam
chamados a prestar serviços relevantes ao Estado 3. Os montantes mínimos fixados por lei podem ser
de Cabo Verde. diferenciados em função do setor da atividade económica ou
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2. Para efeitos do disposto no presente artigo considera- Pode ser concedida a nacionalidade cabo-verdiana ao
se investimento de relevante interesse para Cabo Verde, estrangeiro que, tendo uma ligação efetiva à comunidade
nomeadamente: nacional, aferida nos termos do disposto no artigo anterior,
se tenha distinguido com elevado mérito:
a) A execução de projetos de investimentos que tenham
aumentado, ou contribuído para aumentar, as a) Pela prática de atos heroicos ou excecionais de
oportunidades de emprego e contribuído de forma abnegação e de sacrifício por Cabo Verde ou
significativa para o desenvolvimento do país ou pela Humanidade ou em defesa da vida humana
para aumentar as exportações, a qualificação da ou na luta contra a pobreza, as desigualdades
mão de obra, a introdução e desenvolvimento e a exclusão sociais no País;
das novas tecnologias, em conformidade com
os critérios fixados por lei; b) Na promoção significativa do saber, do conhecimento
b) A aquisição, para fins de exploração turística, e do desenvolvimento tecnológico em Cabo Verde;
de bens imóveis classificados por lei como
empreendimentos turísticos, de montante c) Na promoção excecional da cultura, da arte, do
mínimo e números de postos de trabalho criados desporto e do desenvolvimento espiritual dos
ou a criar, em conformidade com os critérios cabo-verdianos;
fixados por lei;
d) Pela prestação de serviços de excecional relevância a
c) A constituição ou participação na constituição de Cabo Verde que contribuíram para o estreitamento
sociedades de desenvolvimento regional, com das relações de amizade, cooperação e solidariedade
efetivo investimento relevante, nos termos da lei; com outros povos e países.
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1. Nos assentos de nascimento ocorridos em Cabo Se um indivíduo tiver duas ou mais nacionalidades
Verde de filhos de não cabo-verdianos far-se-á constar a estrangeiras prevalece a nacionalidade do Estado em cujo
nacionalidade estrangeira ou desconhecida dos progenitores. território o plurinacional tenha residência habitual ou,
na falta desta, a do Estado com a qual mantenha uma
2. A nacionalidade estrangeira ou desconhecida, para ligação mais efetiva.
efeito do número anterior, deve ser, sempre que possível, Artigo 34.º
comprovada por documento em ordem a demonstrar que
nenhum dos progenitores é nacional cabo-verdiano. Tribunal competente
Artigo 29.º
adoptado por nacional cabo-verdiano antes da entrada
Ónus da prova em vigor da presente lei, pode adquirir a nacionalidade
cabo-verdiana se assim o declarar dentro do prazo de
A prova dos factos em matéria de nacionalidade incumbe dezoito meses após o início da vigência deste diploma.
àquele que invoca o respetivo direito.
Artigo 37.º
Artigo 30.º
Atribuição de nacionalidade em caso de omissão de registo
Prova da nacionalidade originária
Os nascidos em Cabo Verde que não possuam registo
1. A nacionalidade cabo-verdiana originária do indivíduo de nascimento podem, nos termos do artigo 63.º do Código
nascido em Cabo Verde de pai cabo-verdiano ou mãe do Registo Civil, requerer o suprimento de omissão de
cabo-verdiana prova-se pelo assento de nascimento de registo para efeito de obtenção de certidão de registo de
que não conste qualquer menção contrária. nascimento.
Artigo 38.º
2. A nacionalidade cabo-verdiana originária do indivíduo
nascido no estrangeiro prova-se, consoante os casos, pelo Regulamentação
seu assento de nascimento, por inscrição ou por transcrição O Governo procede à regulamentação da presente Lei no
ou pelo registo da declaração de que depende a atribuição. prazo de noventa dias a contar da sua entrada em vigor.
Artigo 31.º Artigo 39.º
Prova da aquisição, reaquisição e perda da nacionalidade Revogação
1. A aquisição, reaquisição e a perda da nacionalidade É revogada a Lei n.º 80/III/90, de 29 de junho, incluindo
cabo-verdiana provam-se pelos respetivos registos ou as suas sucessivas alterações, bem como quaisquer
pelos consequentes averbamentos exarados à margem dispositivos que contrariem o disposto no presente diploma.
do assento de nascimento. Artigo 40.º
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b) Nível regional, que se concretiza através dos Planos b) O cumprimento dos limites materiais fixados à
de Desenvolvimento Regional; intervenção dos vários órgãos e agentes no
c) Nível intermunicipal, que se concretiza através dos concernente ao processo de planeamento do
Planos de Desenvolvimento Intermunicipal; e desenvolvimento regional de nível nacional,
regional intermunicipal e municipal;
d) Nível municipal, que se concretiza através dos
Planos de Desenvolvimento Municipal. c) A organização de estruturas orgânicas e funcionais
Artigo 3.º que promovam um modelo de interlocução que
possibilite uma interação coerente em matéria
Vinculação jurídica
de planeamento do desenvolvimento regional
A Estratégia Nacional de Desenvolvimento Regional e de nível nacional, regional intermunicipal e
Local, os Planos de Desenvolvimento Regional, Intermunicipal municipal.
e Municipal vinculam as entidades públicas.
Artigo 4.º CAPÍTULO II
Nulidade
INSTRUMENTOS DE PLANEAMENTO
1- São nulas as orientações dos Planos de Desenvolvimento DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL,
Regional, Intermunicipal e Municipal que extravasam o INTERMUNICIPAL E MUNICIPAL
respetivo âmbito territorial.
Artigo 8.º
2- São igualmente nulas as orientações dos planos de
desenvolvimento regional intermunicipal e municipal Identificação dos instrumentos de planeamento do
aprovados que materialmente violem as atribuições e desenvolvimento regional, intermunicipal e municipal
competências previstas nos instrumentos de planeamento
do desenvolvimento de âmbito nacional, regional, São instrumentos de planeamento do desenvolvimento
intermunicipal e municipal. regional, intermunicipal e local:
Artigo 5.º
a) A Estratégia Nacional de Desenvolvimento Regional
Coordenação e Local;
1- A articulação da Estratégia Nacional de Desenvolvimento
Regional e Local com as Estratégias Regionais, Intermunicipais b) Os Planos de Desenvolvimento Regional;
e Municipal de desenvolvimento impõe ao Governo e as
autarquias locais o dever de coordenação das respetivas c) Os Planos de Desenvolvimento Intermunicipal; e
atuações em matéria de desenvolvimento regional e local.
d) Os Planos de Desenvolvimento Municipal.
2- A elaboração, aprovação, revisão, execução, seguimento
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a) Os princípios assumidos pelo Estado para a proposta com as entidades que, no âmbito da mesma,
implementação do Plano de Desenvolvimento tenham formalmente discordado das orientações constantes
Regional; do Plano.
2- Frustrada a conciliação prevista no número anterior, o
b) Os instrumentos a adotar pelo Estado para a processo é encaminhado ao membro do Governo competente
execução do Plano de Desenvolvimento Regional; para, no prazo de oito dias, decidir sobre a matéria objeto
c) As entidades que ficam responsáveis pelo seguimento de divergência.
e avaliação do Plano; Artigo 30.º
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5- O Governo pondera os respetivos resultados e elabora c) Os princípios assumidos pelas autarquias locais
a versão final da proposta a apresentar ao Conselho de associadas para o efeito ou pelas associações
Ministros para aprovação final. intermunicipais para a implementação do Plano
de Desenvolvimento intermunicipal;
Artigo 32.º
Aprovação final
d) Os instrumentos a adotar pelas autarquias locais
associadas para o efeito ou pelas associações
O Plano de Desenvolvimento Regional é aprovado por intermunicipais para a implementação do Plano
Resolução do Conselho de Ministros. de Desenvolvimento intermunicipal;
Artigo 33.º e) O programa e o cronograma do Plano de Desenvolvimento
Intermunicipal; e
Publicação
f) O modelo de implementação do Plano de Desenvolvimento
Com a Resolução do Conselho de Ministros que aprova Intermunicipal.
o Plano de Desenvolvimento Regional são publicados o
Programa de atuação do Plano, o Programa de execução Artigo 38.º
e financiamento do Plano e o Sistema de execução, Conteúdo documental
seguimento e avaliação do Plano.
1- O Plano de Desenvolvimento Intermunicipal é
Artigo 34.º constituído por:
Vigência
a) Relatório de caracterização e diagnóstico;
O Plano de Desenvolvimento Regional vigora pelo b) Programa de atuação do Plano;
período que nele for fixado, mas nunca superior a dez anos.
Secção III
c) Programa de execução e financiamento do Plano; e
estratégica, que reflete as opções com relevância para o c) Contexto institucional intermunicipal;
desenvolvimento intermunicipal, estabelecendo diretrizes
e o quadro de referência a considerar na elaboração dos d) Enquadramento geográfico intermunicipal;
instrumentos de planeamento do desenvolvimento de
nível municipal. e) Recursos naturais;
Artigo 36.º f) Demografia;
Âmbito territorial g) Assentamentos populacionais;
O Plano de Desenvolvimento Intermunicipal do ponto h) Recursos humanos;
de vista espacial pode abranger dois ou mais municípios
territorialmente contíguos associados para o efeito ou que i) Recursos culturais;
pertençam à mesma associação intermunicipal. j) Base económica intermunicipal, nomeadamente
Artigo 37.º dos setores da agricultura, pesca, turismo,
indústria e serviços;
Conteúdo material
k) Infraestruturas intermunicipais, mormente no
O Plano de Desenvolvimento Intermunicipal concretiza que diz respeito aos transportes terrestres,
e articula a nível intermunicipal as opções definidas telecomunicações, água, energia e saneamento;
no Plano Nacional de Desenvolvimento, na Política
Nacional de Coesão Territorial, na Estratégia Nacional l) Serviços e equipamentos sociais intermunicipais,
de Desenvolvimento Regional e Local e no Plano de particularmente dos setores da saúde, educação,
Desenvolvimento Regional, e define um modelo de desporto, cultura, habitação e lazer;
desenvolvimento econômico intermunicipal que estabelece:
m) Diagnóstico de síntese.
a) As opções e as diretrizes relativas à transformação 3- O Programa de atuação do Plano deve conter,
dos sistemas produtivos intermunicipal, de fomento especialmente, os elementos previstos nas alíneas a) e
à produção intermunicipal, de promoção das b) do artigo anterior.
atividades empresariais a nível intermunicipal,
de qualificação da mão-de-obra e de estímulo à 4- O Programa de execução e financiamento do Plano
inovação tecnológica intermunicipal; deve conter, designadamente, os seguintes elementos:
b) Os objetivos assumidos pelas autarquias locais a) Disposições indicativas sobre planos, programas,
associadas para o efeito ou pelas associações projetos e ações a implementar nos municípios
intermunicipais, numa perspetiva de médio e longo abarcados pelo Plano de Desenvolvimento
prazo, quanto ao desenvolvimento dos serviços Intermunicipal, bem como de outros objetivos de
e equipamentos sociais a nível intermunicipal, interesse intermunicipal, indicando as entidades
designadamente no âmbito da saúde, educação, responsáveis pela respetiva concretização;
desporto e cultura e no domínio das grandes
infraestruturas públicas, como os transportes b) Identificação das fontes e uma estimativa de meios
terrestres, as telecomunicações, água, energia financeiros necessários à implementação do Plano
e saneamento; de Desenvolvimento Intermunicipal.
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Com a deliberação que aprova o Plano de Desenvolvimento 1- O Plano de Desenvolvimento Municipal é constituído
Intermunicipal, são publicados no Boletim Oficial o por:
Programa de atuação do Plano, o Programa de execução
e financiamento do Plano e o Sistema de Execução, a) Relatório de caracterização e diagnóstico;
Seguimento e Avaliação do Plano. b) Programa de atuação do Plano;
Artigo 46.º c) Programa de execução e financiamento do Plano; e
Vigência
d) Sistema de execução, seguimento e avaliação do
O Plano de Desenvolvimento Intermunicipal vigora Plano.
pelo período que nele for fixado, mas nunca superior a 2- O relatório de caracterização e diagnóstico do Plano
dez anos. deve conter, designadamente, os seguintes elementos:
Secção IV
a) Enquadramento legal do Plano;
Planos de Desenvolvimento Municipal
b) Contexto económico nacional e regional;
Artigo 47.º
c) Contexto institucional municipal;
Conceito
d) Enquadramento geográfico municipal;
O Plano de Desenvolvimento Municipal é um instrumento
de planeamento do desenvolvimento regional, intermunicipal e) Recursos naturais;
e local de nível municipal de natureza estratégica, que
reflete as opções com relevância para o desenvolvimento f) Demografia;
municipal, estabelecendo diretrizes e o quadro de referência g) Assentamentos populacionais;
a considerar na elaboração e programação dos instrumentos
de gestão municipal. h) Recursos humanos;
Artigo 48.º i) Recursos culturais;
Âmbito territorial j) Base económica municipal, nomeadamente dos
setores da agricultura, pesca, turismo, indústria
O Plano de Desenvolvimento Municipal do ponto de e serviços;
vista espacial abrange a totalidade do território municipal
a que respeita. k) Infraestruturas municipais, mormente no que
4 995000 000000
Artigo 49.º
diz respeito aos transportes terrestres, as
telecomunicações, água, energia e saneamento;
Conteúdo material
l) Serviços e equipamentos sociais municipais,
O Plano de Desenvolvimento Municipal concretiza e particularmente dos setores da saúde, educação,
articula a nível municipal as opções definidas no Plano desporto, cultura, habitação e lazer;
Nacional de Desenvolvimento, na Política Nacional de Coesão
Territorial, na Estratégia Nacional de Desenvolvimento m) Diagnóstico de síntese.
Regional e Local, no Plano de Desenvolvimento Regional 3- O Programa de atuação do plano deve conter,
e no Plano de Desenvolvimento Intermunicipal e define especialmente, os elementos previstos nas alíneas a) e
um modelo de desenvolvimento económico municipal b) do artigo anterior.
que estabelece:
4- O Programa de execução e financiamento do Plano
a) As opções e as diretrizes relativas à transformação deve conter, designadamente, os seguintes elementos:
dos sistemas produtivos municipal, de fomento à
produção municipal, de promoção das atividades a) Disposições indicativas sobre planos, programas,
empresariais a nível municipal, de qualificação da projetos e ações a implementar no município,
mão-de-obra e de estímulo à inovação tecnológica bem como, de outros objetivos de interesse
municipal; municipal, indicando as entidades responsáveis
pela respetiva concretização;
b) Os objetivos assumidos pela autarquia local, numa
perspetiva de médio e longo prazo, quanto ao b) Identificação das fontes e uma estimativa de meios
desenvolvimento dos serviços e equipamentos financeiros necessários à implementação do
sociais a nível municipal, designadamente no Plano de Desenvolvimento Municipal.
âmbito da saúde, educação, desporto, cultura, 5- O Sistema de Execução, Seguimento e Avaliação do
e no domínio das grandes infraestruturas Plano deve conter, designadamente, os seguintes elementos:
públicas de nível municipal, como os transportes
terrestres, as telecomunicações, água, energia a) Os princípios assumidos pela autarquia local para
e saneamento; a implementação do Plano de Desenvolvimento
Municipal;
c) Os princípios assumidos pela autarquia local para
a implementação do Plano de Desenvolvimento b) Os instrumentos a adotar pela autarquia local
Municipal; para a execução do Plano de Desenvolvimento
Municipal;
d) Os instrumentos a adotar pela autarquia local para
a implementação do Plano de Desenvolvimento c) As entidades que ficam responsáveis pelo seguimento
Municipal; e avaliação do Plano;
e) O programa e o cronograma do Plano de Desenvolvimento d) Os indicadores a utilizar para realizar o seguimento
Municipal; e e avaliação do Plano; e
f) O modelo de implementação do Plano de Desenvolvimento e) A periodicidade para a realização das atividades
Municipal. de seguimento e avaliação do Plano.
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Artigo 52.º
Comissão de acompanhamento do Plano 5. A câmara municipal pondera os respetivos resultados
de Desenvolvimento Municipal e elabora a versão final da proposta a apresentar à
assembleia municipal para aprovação final.
1- A elaboração do Plano de Desenvolvimento Municipal
é acompanhada por uma comissão de acompanhamento, Artigo 56.º
criada por Despacho do membro do Governo responsável pelo Aprovação final
setor da Coesão Territorial, e composta por representantes
dos departamentos governamentais com interesse na O Plano de Desenvolvimento Municipal é aprovado por
matéria, da câmara e assembleia municipal abrangida Deliberação da Assembleia Municipal.
pelo plano e dos interesses ambientais, económicos, Artigo 57.º
sociais e culturais relevantes existentes no município
abrangido pelo plano. Publicação
2- Os representantes dos departamentos governamentais Com a deliberação que aprova o Plano de Desenvolvimento
com interesse na matéria, da Câmara e Assembleia Municipal são publicados no Boletim Oficial o Programa de atuação
Municipal abrangida pelo plano e das organizações do Plano, o Programa de execução e financiamento do Plano e
da sociedade civil que prosseguem ações de interesses o Sistema de Execução, Seguimento e Avaliação do Plano.
ambientais, económicos, sociais e culturais relevantes do Artigo 58.º
município referidos no número anterior são designados Vigência
por despacho do membro do Governo responsável pelo
setor da Coesão Territorial, sob proposta da entidade O Plano de Desenvolvimento Municipal vigora pelo
que representam. período que nele for fixado, mas nunca superior a dez anos.
3- O acompanhamento da elaboração do Plano de Secção V
Desenvolvimento Municipal inclui a concertação com as Registo, consulta e avaliação periódica
entidades que, no decurso dos trabalhos da comissão de
acompanhamento, formulem objeções às orientações do Artigo 59.º
futuro plano. Registo e consulta dos instrumentos de planeamento
do desenvolvimento regional, intermunicipal e local
Artigo 53.º
Conciliação 1- O serviço central responsável pela Coesão Territorial
procede ao registo de todos os instrumentos de desenvolvimento
1- Concluída a elaboração do Plano de Desenvolvimento regional, intermunicipal e local com o conteúdo documental
Municipal, a Câmara Municipal abre um processo de integral estabelecido no presente diploma, incluindo as
conciliação da proposta com as entidades que, no âmbito da revisões que sejam objeto, para a consulta de todos os
mesma, tenham formalmente discordado das orientações interessados.
constantes do plano.
2- As Câmaras Municipais devem criar e manter um
2- Frustrada a conciliação prevista no número anterior, sistema que assegure a possibilidade de consulta pelos
o processo é encaminhado ao órgão municipal competente interessados dos instrumentos de desenvolvimento
para, no prazo de oito dias, decidir sobre a matéria objeto regional, intermunicipal e local com incidência sobre o
de divergência. território municipal.
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II Série — NO 95 «B.O.» da República© Todos
de osCabo Verde — 14 de junho de 2022
direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.
913
1928 I Série — n o 89 «B.O» da República de Cabo Verde — 22 de agosto de 2023
Relatório sobre o estado do desenvolvimento regional e local As disposições da presente Lei não se aplicam à
Estratégia Nacional de Desenvolvimento Regional e Local
1- O Governo, através do membro do Governo responsável e aos Planos de Desenvolvimento Municipal já aprovados
pelo setor da Coesão Territorial, deve elaborar de três em antes da entrada em vigor da presente lei.
três anos um relatório sobre o estado do desenvolvimento
Artigo 63.º
regional e local em Cabo Verde, a submeter à apreciação
da Assembleia Nacional. Obrigação de elaborar os instrumentos de planeamento
do desenvolvimento local
2- A Câmara Municipal deve elaborar, de dois em dois
anos, um relatório sobre o estado do desenvolvimento No prazo de dois anos a contar da data da publicação
local, a submeter à apreciação da assembleia municipal. da presente lei, todas as Câmaras Municipais que não
disponham de Planos de Desenvolvimento Municipal
3- Os relatórios sobre o estado do desenvolvimento regularmente aprovados devem promover à sua elaboração
regional e local referidos nos números anteriores traduzem e aprovação nos termos e com os condicionalismos
o balanço da evolução do sistema de planeamento estabelecidos na presente lei.
do desenvolvimento regional e local, a execução dos Artigo 64.º
instrumentos de planeamento do desenvolvimento
regional, intermunicipal e local, bem como, os níveis de Consequências da não elaboração dos instrumentos
de planeamento do desenvolvimento local
coordenação interna e externa conseguidos.
A não elaboração dos instrumentos de planeamento e
4- Concluída a sua elaboração, os relatórios sobre o estado desenvolvimento local no prazo referido no artigo anterior
do desenvolvimento regional e local são submetidos a um pode constituir causa de resolução dos contratos-programas
período de exposição pública com a duração de trinta dias. celebrados entre o Governo e os Municípios, e de suspensão
5- No decorrer da exposição pública deve ser realizada a de auxílios financeiros concedidos ou a conceder, quando
apresentação e discussão pública dos relatórios referidos no contrato-programa assim esteja previsto.
nos números anteriores. Artigo 65.º
2- A revisão dos instrumentos de planeamento do A presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da
desenvolvimento regional, intermunicipal e local decorre sua publicação.
da necessidade de adequação das opções estratégicas que Aprovada em 27 de julho de 2023.
determinaram a sua elaboração e da sua adequação à
evolução, a médio e longo prazo, das condições económicas, O Presidente da Assembleia Nacional, Austelino
sociais e culturais, que determinaram a respetiva elaboração. Tavares Correia.
3- A revisão dos instrumentos de planeamento do Promulgada em 17 de agosto de 2023
desenvolvimento regional, intermunicipal e local segue, com
as devidas adaptações, os procedimentos estabelecidos na Publique-se.
presente lei para a sua elaboração, aprovação e publicação. O Presidente da República, JOSÉ MARIA PEREIRA NEVES.
II ISS
ÉÉRR
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OFICIAL
OFICIAL suportes digitais suportes impressos
Registolegal,
Registo legal,nºnº2/2001,
2/2001,de
de21
21de
deDezembro
Dezembrode
de2001
2001 25 px 6 mm
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EndereçoElectronico:
100 px
www.incv.cv 30 mm
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Av. da Macaronésia,cidade
Macaronésia,cidade da
da Praia
Praia -- Achada
Achada Grande
Grande Frente,
Frente, República
República Cabo
Cabo Verde
Verde.
C.P.113
C.P. 113••Tel.
Tel.(238)
(238)612145,
612145,4150
4150••Fax
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I.N.C.V.,
I.N.C.V., S.A. informaS.A.que
informa que a transmissão
a transmissão de actos
de actos sujeitosaa publicação
sujeitos publicação nana
I e IIIeSérie do Boletim
II Série Oficial devem
do Boletim Oficial devem
obedecer obedecer
as normas as normas constantes
constantes no artigo28º
no artigo 28ºee29º
29º do
do Decreto-lei
Decreto-lei nº 8/2011, de 31 de
nº 8/2011, deJaneiro.
31 de Janeiro.
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