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PP-DF

Polícia Penal

Módulo 2

Plano de Leitura
9 Dias

Polícia Penal – Distrito Federal


Pós-Edital 2022
SUMÁRIO

D i a 1 ............................................................................................................................................... 4
Lei nº 10.257/2001 (Estatuto da Cidade)
Lei Complementar nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) Arts. 1º - 47

D i a 2 ............................................................................................................................................. 23
Lei Complementar nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) Arts. 48 - 75
Lei nº 4.320/1964 (Lei de Finanças Públicas)

D i a 3 .............................................................................................................................................. 42
Lei Distrital nº 5.969/2017 (Institui o Código Penitenciário do Distrito Federal)
Lei Distrital nº 3.669/2005 (Cria a Carreira de Atividades Penitenciárias e respectivos cargos no Quadro de Pessoal do Distrito Federal
e dá outras providências)
Lei Complementar Federal nº 94/1998 (Autoriza o Poder Executivo a criar a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal
e Entorno)
Decreto Federal nº 7.469/2011 (Regulamenta a Lei Complementar nº 94, de 19 de fevereiro de 1998)

D i a 4 .............................................................................................................................................................................. 62
Lei nº 5.768/2016 (Altera a Lei nº 4.949/2012)
Lei Orgânica do Distrito Federal: Arts. 1º - 109

D i a 5 .............................................................................................................................................................................. 83
Lei Orgânica do Distrito Federal: Arts. 110 - 220

D i a 6 ............................................................................................................................................................................101
Lei Orgânica do Distrito Federal: Arts. 221 - 336

D i a 7 ............................................................................................................................................................................118
Lei Complementar nº 840/2011 (Estabelece o Regime Jurídico dos Servidores do Distrito Federal) Arts. 1º - 70
Declaração Universal dos Direitos Humanos
Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica)

D i a 8 ............................................................................................................................................ 139
Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos
Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais

D i a 9 ............................................................................................................................................ 152
Convenção Contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes
Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento de Reclusos

ANEXO (Área do Aluno)


Programa Nacional de Direitos Humanos – PNDH-3 – Decreto n° 7.037/2009

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§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e
justa indenização em dinheiro.
Lei nº 10.257/2001 § 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para
Estatuto da Cidade área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do
proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado,
que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente,
de:
Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, I - parcelamento ou edificação compulsórios;
estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no
tempo;
providências. III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de
emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de
resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas,
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e
Constituição Federal de 1988. cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou
Democrático de Direito e tem como fundamentos: rural.
I - a soberania; § 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem
II - a cidadania; ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
III - a dignidade da pessoa humana; § 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; vez.
V - o pluralismo político. § 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. CAPÍTULO I
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do DIRETRIZES GERAIS
Brasil: Art. 1o Na execução da política urbana, de que
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; tratam os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, será
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades
aplicado o previsto nesta Lei.
sociais e regionais; Parágrafo único. Para todos os efeitos, esta Lei,
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, denominada Estatuto da Cidade, estabelece normas de
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. ordem pública e interesse social que regulam o uso da
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, propriedade urbana em prol do bem coletivo, da
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à equilíbrio ambiental.
propriedade, nos termos seguintes: (...)

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, Art. 2o A política urbana tem por objetivo ordenar o
a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes
forma desta Constituição.
Parágrafo único. Todo brasileiro em situação de vulnerabilidade social terá gerais:
direito a uma renda básica familiar, garantida pelo poder público em I – garantia do direito a cidades sustentáveis,
programa permanente de transferência de renda, cujas normas e entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao
requisitos de acesso serão determinados em lei, observada a legislação
fiscal e orçamentária. (2021)
saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao
transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer,
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal para as presentes e futuras gerações;
e dos Municípios: II – gestão democrática por meio da participação da
(...)
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das população e de associações representativas dos vários
condições habitacionais e de saneamento básico; segmentos da comunidade na formulação, execução e
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, acompanhamento de planos, programas e projetos de
promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;
(...)
desenvolvimento urbano;
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação III – cooperação entre os governos, a iniciativa
entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em privada e os demais setores da sociedade no processo de
vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. urbanização, em atendimento ao interesse social;
Art. 30. Compete aos Municípios: IV – planejamento do desenvolvimento das cidades,
(...) da distribuição espacial da população e das atividades
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, econômicas do Município e do território sob sua área de
mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação
do solo urbano;
influência, de modo a evitar e corrigir as distorções do
crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder ambiente;
Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por V – oferta de equipamentos urbanos e comunitários,
objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e
garantir o bem- estar de seus habitantes. transporte e serviços públicos adequados aos interesses
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para e necessidades da população e às características locais;
cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da VI – ordenação e controle do uso do solo, de forma
política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às
a evitar:
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos;
diretor.

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b) a proximidade de usos incompatíveis ou dimensionamento, ventilação, iluminação, ergonomia,
inconvenientes; privacidade e qualidade dos materiais
c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso empregados. (2018)
excessivos ou inadequados em relação à infra-estrutura
urbana; Art. 3o Compete à União, entre outras atribuições de
d) a instalação de empreendimentos ou atividades interesse da política urbana:
que possam funcionar como pólos geradores de tráfego, I – legislar sobre normas gerais de direito
sem a previsão da infra-estrutura correspondente; urbanístico;
e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que II – legislar sobre normas para a cooperação entre a
resulte na sua subutilização ou não utilização; União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios em
f) a deterioração das áreas urbanizadas; relação à política urbana, tendo em vista o equilíbrio do
g) a poluição e a degradação ambiental; desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional;
h) a exposição da população a riscos de III - promover, por iniciativa própria e em conjunto
desastres. com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
VII – integração e complementaridade entre as programas de construção de moradias e melhoria das
atividades urbanas e rurais, tendo em vista o condições habitacionais, de saneamento básico, das
desenvolvimento socioeconômico do Município e do calçadas, dos passeios públicos, do mobiliário urbano e
território sob sua área de influência; dos demais espaços de uso público;
VIII – adoção de padrões de produção e consumo IV - instituir diretrizes para desenvolvimento
de bens e serviços e de expansão urbana compatíveis urbano, inclusive habitação, saneamento básico,
com os limites da sustentabilidade ambiental, social e transporte e mobilidade urbana, que incluam regras de
econômica do Município e do território sob sua área de acessibilidade aos locais de uso público;
influência; V – elaborar e executar planos nacionais e regionais
IX – justa distribuição dos benefícios e ônus de ordenação do território e de desenvolvimento
decorrentes do processo de urbanização; econômico e social.
X – adequação dos instrumentos de política
econômica, tributária e financeira e dos gastos públicos CAPÍTULO II
aos objetivos do desenvolvimento urbano, de modo a DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA URBANA
privilegiar os investimentos geradores de bem-estar geral Seção I
e a fruição dos bens pelos diferentes segmentos sociais; Dos instrumentos em geral
XI – recuperação dos investimentos do Poder Art. 4o Para os fins desta Lei, serão utilizados, entre
Público de que tenha resultado a valorização de imóveis outros instrumentos:
urbanos; I – planos nacionais, regionais e estaduais de
XII – proteção, preservação e recuperação do meio ordenação do território e de desenvolvimento econômico
ambiente natural e construído, do patrimônio cultural, e social;
histórico, artístico, paisagístico e arqueológico; II – planejamento das regiões metropolitanas,
XIII – audiência do Poder Público municipal e da aglomerações urbanas e microrregiões;
população interessada nos processos de implantação de III – planejamento municipal, em especial:
empreendimentos ou atividades com efeitos a) plano diretor;
potencialmente negativos sobre o meio ambiente natural b) disciplina do parcelamento, do uso e da ocupação
ou construído, o conforto ou a segurança da população; do solo;
XIV – regularização fundiária e urbanização de c) zoneamento ambiental;
áreas ocupadas por população de baixa renda mediante o d) plano plurianual;
estabelecimento de normas especiais de urbanização, e) diretrizes orçamentárias e orçamento anual;
uso e ocupação do solo e edificação, consideradas a f) gestão orçamentária participativa;
situação socioeconômica da população e as normas g) planos, programas e projetos setoriais;
ambientais; h) planos de desenvolvimento econômico e social;
XV – simplificação da legislação de parcelamento, IV – institutos tributários e financeiros:
uso e ocupação do solo e das normas edilícias, com a) imposto sobre a propriedade predial e territorial
vistas a permitir a redução dos custos e o aumento da urbana - IPTU;
oferta dos lotes e unidades habitacionais; b) contribuição de melhoria;
XVI – isonomia de condições para os agentes c) incentivos e benefícios fiscais e financeiros;
públicos e privados na promoção de empreendimentos e V – institutos jurídicos e políticos:
atividades relativos ao processo de urbanização, atendido a) desapropriação;
o interesse social. b) servidão administrativa;
XVII - estímulo à utilização, nos parcelamentos do c) limitações administrativas;
solo e nas edificações urbanas, de sistemas operacionais, d) tombamento de imóveis ou de mobiliário urbano;
padrões construtivos e aportes tecnológicos que e) instituição de unidades de conservação;
objetivem a redução de impactos ambientais e a f) instituição de zonas especiais de interesse social;
economia de recursos naturais. g) concessão de direito real de uso;
XVIII - tratamento prioritário às obras e edificações h) concessão de uso especial para fins de moradia;
de infraestrutura de energia, telecomunicações, i) parcelamento, edificação ou utilização
abastecimento de água e saneamento. compulsórios;
XIX – garantia de condições condignas de j) usucapião especial de imóvel urbano;
acessibilidade, utilização e conforto nas dependências l) direito de superfície;
internas das edificações urbanas, inclusive nas m) direito de preempção;
destinadas à moradia e ao serviço dos trabalhadores n) outorga onerosa do direito de construir e de
domésticos, observados requisitos mínimos de alteração de uso;

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o) transferência do direito de construir;
p) operações urbanas consorciadas; Seção III
q) regularização fundiária; Do IPTU progressivo no tempo
r) assistência técnica e jurídica gratuita para as Art. 7o Em caso de descumprimento das condições e
comunidades e grupos sociais menos favorecidos; dos prazos previstos na forma do caput do art. 5o desta
s) referendo popular e plebiscito; Lei, ou não sendo cumpridas as etapas previstas no §
t) demarcação urbanística para fins de regularização 5o do art. 5o desta Lei, o Município procederá à aplicação
fundiária; do imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana
u) legitimação de posse. (IPTU) progressivo no tempo, mediante a majoração da
VI – estudo prévio de impacto ambiental (EIA) e alíquota pelo prazo de cinco anos consecutivos.
estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV). § 1o O valor da alíquota a ser aplicado a cada ano
§ 1o Os instrumentos mencionados neste artigo será fixado na lei específica a que se refere o caput do
regem-se pela legislação que lhes é própria, observado o art. 5o desta Lei e não excederá a duas vezes o valor
disposto nesta Lei. referente ao ano anterior, respeitada a alíquota máxima
§ 2o Nos casos de programas e projetos de quinze por cento.
habitacionais de interesse social, desenvolvidos por § 2o Caso a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar
órgãos ou entidades da Administração Pública com não esteja atendida em cinco anos, o Município manterá a
atuação específica nessa área, a concessão de direito cobrança pela alíquota máxima, até que se cumpra a
real de uso de imóveis públicos poderá ser contratada referida obrigação, garantida a prerrogativa prevista no
coletivamente. art. 8o.
§ 3o Os instrumentos previstos neste artigo que § 3o É vedada a concessão de isenções ou de
demandam dispêndio de recursos por parte do Poder anistia relativas à tributação progressiva de que trata este
Público municipal devem ser objeto de controle social, artigo.
garantida a participação de comunidades, movimentos e
entidades da sociedade civil. Seção IV
Da desapropriação com pagamento em títulos
Seção II Art. 8o Decorridos cinco anos de cobrança do IPTU
Do parcelamento, edificação ou utilização progressivo sem que o proprietário tenha cumprido a
compulsórios obrigação de parcelamento, edificação ou utilização, o
Art. 5o Lei municipal específica para área incluída no Município poderá proceder à desapropriação do imóvel,
plano diretor poderá determinar o parcelamento, a com pagamento em títulos da dívida pública.
edificação ou a utilização compulsórios do solo urbano § 1o Os títulos da dívida pública terão prévia
não edificado, subutilizado ou não utilizado, devendo fixar aprovação pelo Senado Federal e serão resgatados no
as condições e os prazos para implementação da referida prazo de até dez anos, em prestações anuais, iguais e
obrigação. sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os
§ 1o Considera-se subutilizado o imóvel: juros legais de seis por cento ao ano.
I – cujo aproveitamento seja inferior ao mínimo § 2o O valor real da indenização:
definido no plano diretor ou em legislação dele I – refletirá o valor da base de cálculo do IPTU,
decorrente; descontado o montante incorporado em função de obras
II – (VETADO) realizadas pelo Poder Público na área onde o mesmo se
§ 2o O proprietário será notificado pelo Poder localiza após a notificação de que trata o § 2o do art.
Executivo municipal para o cumprimento da obrigação, 5o desta Lei;
devendo a notificação ser averbada no cartório de registro II – não computará expectativas de ganhos, lucros
de imóveis. cessantes e juros compensatórios.
§ 3o A notificação far-se-á: § 3o Os títulos de que trata este artigo não terão
I – por funcionário do órgão competente do Poder poder liberatório para pagamento de tributos.
Público municipal, ao proprietário do imóvel ou, no caso § 4o O Município procederá ao adequado
de este ser pessoa jurídica, a quem tenha poderes de aproveitamento do imóvel no prazo máximo de cinco
gerência geral ou administração; anos, contado a partir da sua incorporação ao patrimônio
II – por edital quando frustrada, por três vezes, a público.
tentativa de notificação na forma prevista pelo inciso I. § 5o O aproveitamento do imóvel poderá ser
§ 4o Os prazos a que se refere o caput não poderão efetivado diretamente pelo Poder Público ou por meio de
ser inferiores a: alienação ou concessão a terceiros, observando-se,
I - um ano, a partir da notificação, para que seja nesses casos, o devido procedimento licitatório.
protocolado o projeto no órgão municipal competente; § 6o Ficam mantidas para o adquirente de imóvel
II - dois anos, a partir da aprovação do projeto, para nos termos do § 5o as mesmas obrigações de
iniciar as obras do empreendimento. parcelamento, edificação ou utilização previstas no art.
§ 5o Em empreendimentos de grande porte, em 5o desta Lei.
caráter excepcional, a lei municipal específica a que se
refere o caput poderá prever a conclusão em etapas, Seção V
assegurando-se que o projeto aprovado compreenda o Da usucapião especial de imóvel urbano
empreendimento como um todo. Art. 9o Aquele que possuir como sua área ou
edificação urbana de até duzentos e cinquenta metros
Art. 6o A transmissão do imóvel, por ato inter vivos quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem
ou causa mortis, posterior à data da notificação, transfere oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família,
as obrigações de parcelamento, edificação ou utilização adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário
previstas no art. 5o desta Lei, sem interrupção de de outro imóvel urbano ou rural.
quaisquer prazos.

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§ 1o O título de domínio será conferido ao homem Seção VI
ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado Da concessão de uso especial para fins de moradia
civil. Art. 15. (VETADO)
§ 2o O direito de que trata este artigo não será Art. 16. (VETADO)
reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. Art. 17. (VETADO)
§ 3o Para os efeitos deste artigo, o herdeiro legítimo Art. 18. (VETADO)
continua, de pleno direito, a posse de seu antecessor, Art. 19. (VETADO)
desde que já resida no imóvel por ocasião da abertura da Art. 20. (VETADO)
sucessão.
Seção VII
Art. 10. Os núcleos urbanos informais existentes Do direito de superfície
sem oposição há mais de cinco anos e cuja área total Art. 21. O proprietário urbano poderá conceder a
dividida pelo número de possuidores seja inferior a outrem o direito de superfície do seu terreno, por tempo
duzentos e cinquenta metros quadrados por possuidor determinado ou indeterminado, mediante escritura pública
são suscetíveis de serem usucapidos coletivamente, registrada no cartório de registro de imóveis.
desde que os possuidores não sejam proprietários de § 1o O direito de superfície abrange o direito de
outro imóvel urbano ou rural. (2017) utilizar o solo, o subsolo ou o espaço aéreo relativo ao
§ 1o O possuidor pode, para o fim de contar o prazo terreno, na forma estabelecida no contrato respectivo,
exigido por este artigo, acrescentar sua posse à de seu atendida a legislação urbanística.
antecessor, contanto que ambas sejam contínuas. § 2o A concessão do direito de superfície poderá ser
§ 2o A usucapião especial coletiva de imóvel urbano gratuita ou onerosa.
será declarada pelo juiz, mediante sentença, a qual § 3o O superficiário responderá integralmente pelos
servirá de título para registro no cartório de registro de encargos e tributos que incidirem sobre a propriedade
imóveis. superficiária, arcando, ainda, proporcionalmente à sua
§ 3o Na sentença, o juiz atribuirá igual fração ideal parcela de ocupação efetiva, com os encargos e tributos
de terreno a cada possuidor, independentemente da sobre a área objeto da concessão do direito de superfície,
dimensão do terreno que cada um ocupe, salvo hipótese salvo disposição em contrário do contrato respectivo.
de acordo escrito entre os condôminos, estabelecendo § 4o O direito de superfície pode ser transferido a
frações ideais diferenciadas. terceiros, obedecidos os termos do contrato respectivo.
§ 4o O condomínio especial constituído é indivisível, § 5o Por morte do superficiário, os seus direitos
não sendo passível de extinção, salvo deliberação transmitem-se a seus herdeiros.
favorável tomada por, no mínimo, dois terços dos
condôminos, no caso de execução de urbanização Art. 22. Em caso de alienação do terreno, ou do
posterior à constituição do condomínio. direito de superfície, o superficiário e o proprietário,
§ 5o As deliberações relativas à administração do respectivamente, terão direito de preferência, em
condomínio especial serão tomadas por maioria de votos igualdade de condições à oferta de terceiros.
dos condôminos presentes, obrigando também os demais,
discordantes ou ausentes. Art. 23. Extingue-se o direito de superfície:
I – pelo advento do termo;
Art. 11. Na pendência da ação de usucapião II – pelo descumprimento das obrigações contratuais
especial urbana, ficarão sobrestadas quaisquer outras assumidas pelo superficiário.
ações, petitórias ou possessórias, que venham a ser
propostas relativamente ao imóvel usucapiendo. Art. 24. Extinto o direito de superfície, o proprietário
recuperará o pleno domínio do terreno, bem como das
Art. 12. São partes legítimas para a propositura da acessões e benfeitorias introduzidas no imóvel,
ação de usucapião especial urbana: independentemente de indenização, se as partes não
I – o possuidor, isoladamente ou em litisconsórcio houverem estipulado o contrário no respectivo contrato.
originário ou superveniente; § 1o Antes do termo final do contrato, extinguir-se-á
II – os possuidores, em estado de composse; o direito de superfície se o superficiário der ao terreno
III – como substituto processual, a associação de destinação diversa daquela para a qual for concedida.
moradores da comunidade, regularmente constituída, com § 2o A extinção do direito de superfície será
personalidade jurídica, desde que explicitamente averbada no cartório de registro de imóveis.
autorizada pelos representados.
§ 1o Na ação de usucapião especial urbana é Seção VIII
obrigatória a intervenção do Ministério Público. Do direito de preempção
§ 2o O autor terá os benefícios da justiça e da Art. 25. O direito de preempção confere ao Poder
assistência judiciária gratuita, inclusive perante o cartório Público municipal preferência para aquisição de imóvel
de registro de imóveis. urbano objeto de alienação onerosa entre particulares.
§ 1o Lei municipal, baseada no plano diretor,
Art. 13. A usucapião especial de imóvel urbano delimitará as áreas em que incidirá o direito de
poderá ser invocada como matéria de defesa, valendo a preempção e fixará prazo de vigência, não superior a
sentença que a reconhecer como título para registro no cinco anos, renovável a partir de um ano após o decurso
cartório de registro de imóveis. do prazo inicial de vigência.
§ 2o O direito de preempção fica assegurado
Art. 14. Na ação judicial de usucapião especial de durante o prazo de vigência fixado na forma do § 1o,
imóvel urbano, o rito processual a ser observado é o independentemente do número de alienações referentes
sumário. ao mesmo imóvel.

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Art. 26. O direito de preempção será exercido Art. 29. O plano diretor poderá fixar áreas nas quais
sempre que o Poder Público necessitar de áreas para: poderá ser permitida alteração de uso do solo, mediante
I – regularização fundiária; contrapartida a ser prestada pelo beneficiário.
II – execução de programas e projetos habitacionais
de interesse social; Art. 30. Lei municipal específica estabelecerá as
III – constituição de reserva fundiária; condições a serem observadas para a outorga onerosa do
IV – ordenamento e direcionamento da expansão direito de construir e de alteração de uso, determinando:
urbana; I – a fórmula de cálculo para a cobrança;
V – implantação de equipamentos urbanos e II – os casos passíveis de isenção do pagamento da
comunitários; outorga;
VI – criação de espaços públicos de lazer e áreas III – a contrapartida do beneficiário.
verdes;
VII – criação de unidades de conservação ou Art. 31. Os recursos auferidos com a adoção da
proteção de outras áreas de interesse ambiental; outorga onerosa do direito de construir e de alteração de
VIII – proteção de áreas de interesse histórico, uso serão aplicados com as finalidades previstas nos
cultural ou paisagístico; incisos I a IX do art. 26 desta Lei.
IX – (VETADO)
Parágrafo único. A lei municipal prevista no § 1o do Seção X
art. 25 desta Lei deverá enquadrar cada área em que Das operações urbanas consorciadas
incidirá o direito de preempção em uma ou mais das Art. 32. Lei municipal específica, baseada no plano
finalidades enumeradas por este artigo. diretor, poderá delimitar área para aplicação de operações
consorciadas.
Art. 27. O proprietário deverá notificar sua intenção § 1o Considera-se operação urbana consorciada o
de alienar o imóvel, para que o Município, no prazo conjunto de intervenções e medidas coordenadas pelo
máximo de trinta dias, manifeste por escrito seu interesse Poder Público municipal, com a participação dos
em comprá-lo. proprietários, moradores, usuários permanentes e
§ 1o À notificação mencionada no caput será investidores privados, com o objetivo de alcançar em uma
anexada proposta de compra assinada por terceiro área transformações urbanísticas estruturais, melhorias
interessado na aquisição do imóvel, da qual constarão sociais e a valorização ambiental.
preço, condições de pagamento e prazo de validade. § 2o Poderão ser previstas nas operações urbanas
§ 2o O Município fará publicar, em órgão oficial e em consorciadas, entre outras medidas:
pelo menos um jornal local ou regional de grande I – a modificação de índices e características de
circulação, edital de aviso da notificação recebida nos parcelamento, uso e ocupação do solo e subsolo, bem
termos do caput e da intenção de aquisição do imóvel nas como alterações das normas edilícias, considerado o
condições da proposta apresentada. impacto ambiental delas decorrente;
§ 3o Transcorrido o prazo mencionado no caput sem II – a regularização de construções, reformas ou
manifestação, fica o proprietário autorizado a realizar a ampliações executadas em desacordo com a legislação
alienação para terceiros, nas condições da proposta vigente.
apresentada. III - a concessão de incentivos a operações urbanas
§ 4o Concretizada a venda a terceiro, o proprietário que utilizam tecnologias visando a redução de impactos
fica obrigado a apresentar ao Município, no prazo de trinta ambientais, e que comprovem a utilização, nas
dias, cópia do instrumento público de alienação do imóvel. construções e uso de edificações urbanas, de tecnologias
§ 5o A alienação processada em condições diversas que reduzam os impactos ambientais e economizem
da proposta apresentada é nula de pleno direito. recursos naturais, especificadas as modalidades
§ 6o Ocorrida a hipótese prevista no § 5o o Município de design e de obras a serem contempladas.
poderá adquirir o imóvel pelo valor da base de cálculo do
IPTU ou pelo valor indicado na proposta apresentada, se Art. 33. Da lei específica que aprovar a operação
este for inferior àquele. urbana consorciada constará o plano de operação urbana
consorciada, contendo, no mínimo:
Seção IX I – definição da área a ser atingida;
Da outorga onerosa do direito de construir II – programa básico de ocupação da área;
Art. 28. O plano diretor poderá fixar áreas nas quais III – programa de atendimento econômico e social
o direito de construir poderá ser exercido acima do para a população diretamente afetada pela operação;
coeficiente de aproveitamento básico adotado, mediante IV – finalidades da operação;
contrapartida a ser prestada pelo beneficiário. V – estudo prévio de impacto de vizinhança;
§ 1o Para os efeitos desta Lei, coeficiente de VI - contrapartida a ser exigida dos proprietários,
aproveitamento é a relação entre a área edificável e a usuários permanentes e investidores privados em função
área do terreno. da utilização dos benefícios previstos nos incisos I, II e III
§ 2o O plano diretor poderá fixar coeficiente de do § 2o do art. 32 desta Lei;
aproveitamento básico único para toda a zona urbana ou VII – forma de controle da operação,
diferenciado para áreas específicas dentro da zona obrigatoriamente compartilhado com representação da
urbana. sociedade civil.
§ 3o O plano diretor definirá os limites máximos a VIII - natureza dos incentivos a serem concedidos
serem atingidos pelos coeficientes de aproveitamento, aos proprietários, usuários permanentes e investidores
considerando a proporcionalidade entre a infra-estrutura privados, uma vez atendido o disposto no inciso III do §
existente e o aumento de densidade esperado em cada 2o do art. 32 desta Lei.
área. § 1o Os recursos obtidos pelo Poder Público
municipal na forma do inciso VI deste artigo serão

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aplicados exclusivamente na própria operação urbana Art. 37. O EIV será executado de forma a
consorciada. contemplar os efeitos positivos e negativos do
§ 2o A partir da aprovação da lei específica de que empreendimento ou atividade quanto à qualidade de vida
trata o caput, são nulas as licenças e autorizações a da população residente na área e suas proximidades,
cargo do Poder Público municipal expedidas em incluindo a análise, no mínimo, das seguintes questões:
desacordo com o plano de operação urbana consorciada. I – adensamento populacional;
II – equipamentos urbanos e comunitários;
Art. 34. A lei específica que aprovar a operação III – uso e ocupação do solo;
urbana consorciada poderá prever a emissão pelo IV – valorização imobiliária;
Município de quantidade determinada de certificados de V – geração de tráfego e demanda por transporte
potencial adicional de construção, que serão alienados público;
em leilão ou utilizados diretamente no pagamento das VI – ventilação e iluminação;
obras necessárias à própria operação. VII – paisagem urbana e patrimônio natural e
§ 1o Os certificados de potencial adicional de cultural.
construção serão livremente negociados, mas Parágrafo único. Dar-se-á publicidade aos
conversíveis em direito de construir unicamente na área documentos integrantes do EIV, que ficarão disponíveis
objeto da operação. para consulta, no órgão competente do Poder Público
§ 2o Apresentado pedido de licença para construir, o municipal, por qualquer interessado.
certificado de potencial adicional será utilizado no
pagamento da área de construção que supere os padrões Art. 38. A elaboração do EIV não substitui a
estabelecidos pela legislação de uso e ocupação do solo, elaboração e a aprovação de estudo prévio de impacto
até o limite fixado pela lei específica que aprovar a ambiental (EIA), requeridas nos termos da legislação
operação urbana consorciada. ambiental.

Art. 34-A. Nas regiões metropolitanas ou nas CAPÍTULO III


aglomerações urbanas instituídas por lei complementar DO PLANO DIRETOR
estadual, poderão ser realizadas operações urbanas Art. 39. A propriedade urbana cumpre sua função
consorciadas interfederativas, aprovadas por leis social quando atende às exigências fundamentais de
estaduais específicas. ordenação da cidade expressas no plano diretor,
Parágrafo único. As disposições dos arts. 32 a 34 assegurando o atendimento das necessidades dos
desta Lei aplicam-se às operações urbanas consorciadas cidadãos quanto à qualidade de vida, à justiça social e ao
interfederativas previstas no caput deste artigo, no que desenvolvimento das atividades econômicas, respeitadas
couber. as diretrizes previstas no art. 2o desta Lei.

Seção XI Art. 40. O plano diretor, aprovado por lei municipal, é


Da transferência do direito de construir o instrumento básico da política de desenvolvimento e
Art. 35. Lei municipal, baseada no plano diretor, expansão urbana.
poderá autorizar o proprietário de imóvel urbano, privado § 1o O plano diretor é parte integrante do processo
ou público, a exercer em outro local, ou alienar, mediante de planejamento municipal, devendo o plano plurianual,
escritura pública, o direito de construir previsto no plano as diretrizes orçamentárias e o orçamento anual
diretor ou em legislação urbanística dele decorrente, incorporar as diretrizes e as prioridades nele contidas.
quando o referido imóvel for considerado necessário para § 2o O plano diretor deverá englobar o território do
fins de: Município como um todo.
I – implantação de equipamentos urbanos e § 3o A lei que instituir o plano diretor deverá ser
comunitários; revista, pelo menos, a cada dez anos.
II – preservação, quando o imóvel for considerado § 4o No processo de elaboração do plano diretor e
de interesse histórico, ambiental, paisagístico, social ou na fiscalização de sua implementação, os Poderes
cultural; Legislativo e Executivo municipais garantirão:
III – servir a programas de regularização fundiária, I – a promoção de audiências públicas e debates
urbanização de áreas ocupadas por população de baixa com a participação da população e de associações
renda e habitação de interesse social. representativas dos vários segmentos da comunidade;
§ 1o A mesma faculdade poderá ser concedida ao II – a publicidade quanto aos documentos e
proprietário que doar ao Poder Público seu imóvel, ou informações produzidos;
parte dele, para os fins previstos nos incisos I a III do III – o acesso de qualquer interessado aos
caput. documentos e informações produzidos.
§ 2o A lei municipal referida no caput estabelecerá § 5o (VETADO)
as condições relativas à aplicação da transferência do
direito de construir. Art. 41. O plano diretor é obrigatório para cidades:
I – com mais de vinte mil habitantes;
Seção XII II – integrantes de regiões metropolitanas e
Do estudo de impacto de vizinhança aglomerações urbanas;
Art. 36. Lei municipal definirá os empreendimentos e III – onde o Poder Público municipal pretenda utilizar
atividades privados ou públicos em área urbana que os instrumentos previstos no § 4o do art. 182 da
dependerão de elaboração de estudo prévio de impacto Constituição Federal;
de vizinhança (EIV) para obter as licenças ou IV – integrantes de áreas de especial interesse
autorizações de construção, ampliação ou funcionamento turístico;
a cargo do Poder Público municipal.

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V – inseridas na área de influência de VI - identificação e diretrizes para a preservação e
empreendimentos ou atividades com significativo impacto ocupação das áreas verdes municipais, quando for o
ambiental de âmbito regional ou nacional. caso, com vistas à redução da impermeabilização das
VI - incluídas no cadastro nacional de Municípios cidades.
com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de § 1o A identificação e o mapeamento de áreas de
grande impacto, inundações bruscas ou processos risco levarão em conta as cartas
geológicos ou hidrológicos correlatos. geotécnicas.
§ 1o No caso da realização de empreendimentos ou § 2o O conteúdo do plano diretor deverá ser
atividades enquadrados no inciso V do caput, os recursos compatível com as disposições insertas nos planos de
técnicos e financeiros para a elaboração do plano diretor recursos hídricos, formulados consoante a Lei no 9.433,
estarão inseridos entre as medidas de compensação de 8 de janeiro de 1997.
adotadas. § 3o Os Municípios adequarão o plano diretor às
§ 2o No caso de cidades com mais de quinhentos disposições deste artigo, por ocasião de sua revisão,
mil habitantes, deverá ser elaborado um plano de observados os prazos legais.
transporte urbano integrado, compatível com o plano § 4o Os Municípios enquadrados no inciso VI do
diretor ou nele inserido. art. 41 desta Lei e que não tenham plano diretor aprovado
§ 3o As cidades de que trata o caput deste artigo terão o prazo de 5 (cinco) anos para o seu
devem elaborar plano de rotas acessíveis, compatível encaminhamento para aprovação pela Câmara
com o plano diretor no qual está inserido, que disponha Municipal.
sobre os passeios públicos a serem implantados ou
reformados pelo poder público, com vistas a garantir Art. 42-B. Os Municípios que pretendam ampliar o
acessibilidade da pessoa com deficiência ou com seu perímetro urbano após a data de publicação desta Lei
mobilidade reduzida a todas as rotas e vias existentes, deverão elaborar projeto específico que contenha, no
inclusive as que concentrem os focos geradores de maior mínimo:
circulação de pedestres, como os órgãos públicos e os I - demarcação do novo perímetro
locais de prestação de serviços públicos e privados de urbano;
saúde, educação, assistência social, esporte, cultura, II - delimitação dos trechos com restrições à
correios e telégrafos, bancos, entre outros, sempre que urbanização e dos trechos sujeitos a controle especial em
possível de maneira integrada com os sistemas de função de ameaça de desastres naturais;
transporte coletivo de passageiros. III - definição de diretrizes específicas e de áreas
que serão utilizadas para infraestrutura, sistema viário,
Art. 42. O plano diretor deverá conter no mínimo: equipamentos e instalações públicas, urbanas e
I – a delimitação das áreas urbanas onde poderá ser sociais;
aplicado o parcelamento, edificação ou utilização IV - definição de parâmetros de parcelamento, uso
compulsórios, considerando a existência de infra-estrutura e ocupação do solo, de modo a promover a diversidade
e de demanda para utilização, na forma do art. 5 o desta de usos e contribuir para a geração de emprego e
Lei; renda;
II – disposições requeridas pelos arts. 25, 28, 29, 32 V - a previsão de áreas para habitação de
e 35 desta Lei; interesse social por meio da demarcação de zonas
III – sistema de acompanhamento e controle. especiais de interesse social e de outros instrumentos de
política urbana, quando o uso habitacional for
Art. 42-A. Além do conteúdo previsto no art. 42, o permitido;
plano diretor dos Municípios incluídos no cadastro VI - definição de diretrizes e instrumentos
nacional de municípios com áreas suscetíveis à específicos para proteção ambiental e do patrimônio
ocorrência de deslizamentos de grande impacto, histórico e cultural; e
inundações bruscas ou processos geológicos ou VII - definição de mecanismos para garantir a justa
hidrológicos correlatos deverá conter: distribuição dos ônus e benefícios decorrentes do
I - parâmetros de parcelamento, uso e ocupação processo de urbanização do território de expansão urbana
do solo, de modo a promover a diversidade de usos e a e a recuperação para a coletividade da valorização
contribuir para a geração de emprego e imobiliária resultante da ação do poder público.
renda; § 1o O projeto específico de que trata
II - mapeamento contendo as áreas suscetíveis à o caput deste artigo deverá ser instituído por lei municipal
ocorrência de deslizamentos de grande impacto, e atender às diretrizes do plano diretor, quando
inundações bruscas ou processos geológicos ou houver.
hidrológicos correlatos; § 2o Quando o plano diretor contemplar as
III - planejamento de ações de intervenção exigências estabelecidas no caput, o Município ficará
preventiva e realocação de população de áreas de risco dispensado da elaboração do projeto específico de que
de desastre; trata o caput deste artigo.
IV - medidas de drenagem urbana necessárias à § 3o A aprovação de projetos de parcelamento do
prevenção e à mitigação de impactos de desastres; e solo no novo perímetro urbano ficará condicionada à
V - diretrizes para a regularização fundiária de existência do projeto específico e deverá obedecer às
assentamentos urbanos irregulares, se houver, suas disposições.
observadas a Lei no 11.977, de 7 de julho de 2009, e
demais normas federais e estaduais pertinentes, e CAPÍTULO IV
previsão de áreas para habitação de interesse social por DA GESTÃO DEMOCRÁTICA DA CIDADE
meio da demarcação de zonas especiais de interesse Art. 43. Para garantir a gestão democrática da
social e de outros instrumentos de política urbana, onde o cidade, deverão ser utilizados, entre outros, os seguintes
uso habitacional for permitido. instrumentos:

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I – órgãos colegiados de política urbana, nos níveis fixar prazos, por lei, para a expedição de diretrizes de
nacional, estadual e municipal; empreendimentos urbanísticos, aprovação de projetos de
II – debates, audiências e consultas públicas; parcelamento e de edificação, realização de vistorias e
III – conferências sobre assuntos de interesse expedição de termo de verificação e conclusão de obras.
urbano, nos níveis nacional, estadual e municipal; Parágrafo único. Não sendo cumprida a
IV – iniciativa popular de projeto de lei e de planos, determinação do caput, fica estabelecido o prazo de
programas e projetos de desenvolvimento urbano; sessenta dias para a realização de cada um dos referidos
V – (VETADO) atos administrativos, que valerá até que os Estados e
Municípios disponham em lei de forma diversa.
Art. 44. No âmbito municipal, a gestão orçamentária
participativa de que trata a alínea f do inciso III do art. Art. 50. Os Municípios que estejam enquadrados na
4o desta Lei incluirá a realização de debates, audiências e obrigação prevista nos incisos I e II do caput do art. 41
consultas públicas sobre as propostas do plano plurianual, desta Lei e que não tenham plano diretor aprovado na
da lei de diretrizes orçamentárias e do orçamento anual, data de entrada em vigor desta Lei deverão aprová-lo até
como condição obrigatória para sua aprovação pela 30 de junho de 2008.
Câmara Municipal.
Art. 51. Para os efeitos desta Lei, aplicam-se ao
Art. 45. Os organismos gestores das regiões Distrito Federal e ao Governador do Distrito Federal as
metropolitanas e aglomerações urbanas incluirão disposições relativas, respectivamente, a Município e a
obrigatória e significativa participação da população e de Prefeito.
associações representativas dos vários segmentos da
comunidade, de modo a garantir o controle direto de suas Art. 52. Sem prejuízo da punição de outros agentes
atividades e o pleno exercício da cidadania. públicos envolvidos e da aplicação de outras sanções
cabíveis, o Prefeito incorre em improbidade
CAPÍTULO V administrativa, nos termos da Lei no 8.429, de 2 de junho
DISPOSIÇÕES GERAIS de 1992, quando:
Art. 46. O poder público municipal poderá facultar I – (VETADO)
ao proprietário da área atingida pela obrigação de que II – deixar de proceder, no prazo de cinco anos, o
trata o caput do art. 5o desta Lei, ou objeto de adequado aproveitamento do imóvel incorporado ao
regularização fundiária urbana para fins de regularização patrimônio público, conforme o disposto no § 4o do art.
fundiária, o estabelecimento de consórcio imobiliário como 8o desta Lei;
forma de viabilização financeira do aproveitamento do III – utilizar áreas obtidas por meio do direito de
imóvel. (2017) preempção em desacordo com o disposto no art. 26 desta
§ 1o Considera-se consórcio imobiliário a forma de Lei;
viabilização de planos de urbanização, de regularização IV – aplicar os recursos auferidos com a outorga
fundiária ou de reforma, conservação ou construção de onerosa do direito de construir e de alteração de uso em
edificação por meio da qual o proprietário transfere desacordo com o previsto no art. 31 desta Lei;
ao poder público municipal seu imóvel e, após a V – aplicar os recursos auferidos com operações
realização das obras, recebe, como pagamento, unidades consorciadas em desacordo com o previsto no § 1 o do art.
imobiliárias devidamente urbanizadas ou edificadas, 33 desta Lei;
ficando as demais unidades incorporadas ao patrimônio VI – impedir ou deixar de garantir os requisitos
público. (2017) contidos nos incisos I a III do § 4o do art. 40 desta Lei;
§ 2o O valor das unidades imobiliárias a serem VII – deixar de tomar as providências necessárias
entregues ao proprietário será correspondente ao valor do para garantir a observância do disposto no § 3 o do art. 40
imóvel antes da execução das obras. (2017) e no art. 50 desta Lei;
§ 3o A instauração do consórcio imobiliário por VIII – adquirir imóvel objeto de direito de preempção,
proprietários que tenham dado causa à formação de nos termos dos arts. 25 a 27 desta Lei, pelo valor da
núcleos urbanos informais, ou por seus sucessores, não proposta apresentada, se este for, comprovadamente,
os eximirá das responsabilidades administrativa, civil ou superior ao de mercado.
criminal (2017)
Art. 53. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.180-35, de
Art. 47. Os tributos sobre imóveis urbanos, assim 24.8.2001)
como as tarifas relativas a serviços públicos urbanos,
serão diferenciados em função do interesse social. Art. 54. O art. 4o da Lei nº 7.347, de 1985, passa a
vigorar com a seguinte redação:
Art. 48. Nos casos de programas e projetos "Art. 4o Poderá ser ajuizada ação cautelar
habitacionais de interesse social, desenvolvidos por para os fins desta Lei, objetivando,
órgãos ou entidades da Administração Pública com inclusive, evitar o dano ao meio ambiente,
atuação específica nessa área, os contratos de ao consumidor, à ordem urbanística ou aos
concessão de direito real de uso de imóveis públicos: bens e direitos de valor artístico, estético,
I – terão, para todos os fins de direito, caráter de histórico, turístico e paisagístico
escritura pública, não se aplicando o disposto no inciso II (VETADO)."
do art. 134 do Código Civil;
II – constituirão título de aceitação obrigatória em Art. 55. O art. 167, inciso I, item 28, da Lei no 6.015,
garantia de contratos de financiamentos habitacionais. de 31 de dezembro de 1973, alterado pela Lei no 6.216,
de 30 de junho de 1975, passa a vigorar com a seguinte
Art. 49. Os Estados e Municípios terão o prazo de redação:
noventa dias, a partir da entrada em vigor desta Lei, para

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"Art. 167. 02_____________________________________
.......................................................
I - 03_____________________________________
...................................................................
28) das sentenças declaratórias de 04_____________________________________
usucapião, independente da regularidade
do parcelamento do solo ou da edificação;" 05_____________________________________

Art. 56. O art. 167, inciso I, da Lei no 6.015, de 1973,


06_____________________________________
passa a vigorar acrescido dos seguintes itens 37, 38 e 39: 07_____________________________________
"Art. 167.
....................................................... 08_____________________________________
I –
.................................................................. 09_____________________________________
37) dos termos administrativos ou das
sentenças declaratórias da concessão de 10_____________________________________
uso especial para fins de moradia,
independente da regularidade do 11_____________________________________
parcelamento do solo ou da edificação;
38) (VETADO)
12_____________________________________
39) da constituição do direito de superfície 13_____________________________________
de imóvel urbano;"
14_____________________________________
Art. 57. O art. 167, inciso II, da Lei no 6.015, de
1973, passa a vigorar acrescido dos seguintes itens 18, 15_____________________________________
19 e 20:
"Art. 167.
.......................................................
II –
................................................................. Lei Complementar nº 101/2000
18) da notificação para parcelamento, Lei de Responsabilidade Fiscal
edificação ou utilização compulsórios de
imóvel urbano;
19) da extinção da concessão de uso
especial para fins de moradia; Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a
20) da extinção do direito de superfície do responsabilidade na gestão fiscal e dá outras
imóvel urbano." providências.

Art. 57-A. A operadora ferroviária, inclusive O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que
metroferroviária, poderá constituir o direito real de laje de o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
que trata a Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de Lei Complementar:
2002 (Código Civil), e o de superfície de que trata esta
Lei, sobre ou sob a faixa de domínio de sua via férrea, CAPÍTULO I
observado o plano diretor e o respectivo contrato de DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
outorga com o poder concedente. (2021) Art. 1o Esta Lei Complementar estabelece normas
Parágrafo único. A constituição do direito real de de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na
laje ou de superfície a que se refere o caput deste artigo é gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do Título VI da
condicionada à existência prévia de licenciamento Constituição.
urbanístico municipal, que estabelecerá os ônus § 1o A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe
urbanísticos a serem observados e o direito de construir a ação planejada e transparente, em que se previnem
incorporado a cada unidade imobiliária. (2021) riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio
das contas públicas, mediante o cumprimento de metas
Art. 58. Esta Lei entra em vigor após decorridos de resultados entre receitas e despesas e a obediência a
noventa dias de sua publicação. limites e condições no que tange a renúncia de receita,
geração de despesas com pessoal, da seguridade social
e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de
crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão
de garantia e inscrição em Restos a Pagar.
§ 2o As disposições desta Lei Complementar
obrigam a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios.
§ 3o Nas referências:
I - à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios, estão compreendidos:
01_____________________________________ a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste
abrangidos os Tribunais de Contas, o Poder Judiciário e o
Ministério Público;

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b) as respectivas administrações diretas, fundos, d) (VETADO)
autarquias, fundações e empresas estatais dependentes; e) normas relativas ao controle de custos e à
II - a Estados entende-se considerado o Distrito avaliação dos resultados dos programas financiados com
Federal; recursos dos orçamentos;
III - a Tribunais de Contas estão incluídos: f) demais condições e exigências para
Tribunal de Contas da União, Tribunal de Contas do transferências de recursos a entidades públicas e
Estado e, quando houver, Tribunal de Contas dos privadas;
Municípios e Tribunal de Contas do Município. II - (VETADO)
III - (VETADO)
Art. 2o Para os efeitos desta Lei Complementar, § 1o Integrará o projeto de lei de diretrizes
entende-se como: orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão
I - ente da Federação: a União, cada Estado, o estabelecidas metas anuais, em valores correntes e
Distrito Federal e cada Município; constantes, relativas a receitas, despesas, resultados
II - empresa controlada: sociedade cuja maioria nominal e primário e montante da dívida pública, para o
do capital social com direito a voto pertença, direta ou exercício a que se referirem e para os dois seguintes.
indiretamente, a ente da Federação; § 2o O Anexo conterá, ainda:
III - empresa estatal dependente: empresa I - avaliação do cumprimento das metas relativas
controlada que receba do ente controlador recursos ao ano anterior;
financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou II - demonstrativo das metas anuais, instruído com
de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último memória e metodologia de cálculo que justifiquem os
caso, aqueles provenientes de aumento de participação resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas
acionária; nos três exercícios anteriores, e evidenciando a
IV - receita corrente líquida: somatório das consistência delas com as premissas e os objetivos da
receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, política econômica nacional;
industriais, agropecuárias, de serviços, transferências III - evolução do patrimônio líquido, também nos
correntes e outras receitas também correntes, deduzidos: últimos três exercícios, destacando a origem e a aplicação
a) na União, os valores transferidos aos Estados e dos recursos obtidos com a alienação de ativos;
Municípios por determinação constitucional ou legal, e as IV - avaliação da situação financeira e atuarial:
contribuições mencionadas na alínea a do inciso I e a) dos regimes geral de previdência social e
no inciso II do art. 195, e no art. 239 da Constituição; próprio dos servidores públicos e do Fundo de Amparo ao
b) nos Estados, as parcelas entregues aos Trabalhador;
Municípios por determinação constitucional; b) dos demais fundos públicos e programas
c) na União, nos Estados e nos Municípios, a estatais de natureza atuarial;
contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema V - demonstrativo da estimativa e compensação da
de previdência e assistência social e as receitas renúncia de receita e da margem de expansão das
provenientes da compensação financeira citada no § 9º despesas obrigatórias de caráter continuado.
do art. 201 da Constituição. § 3o A lei de diretrizes orçamentárias conterá
§ 1o Serão computados no cálculo da receita Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os
corrente líquida os valores pagos e recebidos em passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar
decorrência da Lei Complementar no 87, de 13 de as contas públicas, informando as providências a serem
setembro de 1996, e do fundo previsto pelo art. 60 do Ato tomadas, caso se concretizem.
das Disposições Constitucionais Transitórias. § 4o A mensagem que encaminhar o projeto da
§ 2o Não serão considerados na receita corrente União apresentará, em anexo específico, os objetivos das
líquida do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e de políticas monetária, creditícia e cambial, bem como os
Roraima os recursos recebidos da União para parâmetros e as projeções para seus principais
atendimento das despesas de que trata o inciso V do § agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação, para
1o do art. 19. o exercício subsequente.
§ 3o A receita corrente líquida será apurada
somando-se as receitas arrecadadas no mês em Seção III
referência e nos onze anteriores, excluídas as Da Lei Orçamentária Anual
duplicidades. Art. 5o O projeto de lei orçamentária anual,
elaborado de forma compatível com o plano plurianual,
CAPÍTULO II com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas
DO PLANEJAMENTO desta Lei Complementar:
Seção I I - conterá, em anexo, demonstrativo da
Do Plano Plurianual compatibilidade da programação dos orçamentos com os
Art. 3o (VETADO) objetivos e metas constantes do documento de que trata o
§ 1o do art. 4o;
Seção II II - será acompanhado do documento a que se
Da Lei de Diretrizes Orçamentárias refere o § 6o do art. 165 da Constituição, bem como das
Art. 4o A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o medidas de compensação a renúncias de receita e ao
disposto no § 2o do art. 165 da Constituição e: aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado;
I - disporá também sobre: III - conterá reserva de contingência, cuja forma de
a) equilíbrio entre receitas e despesas; utilização e montante, definido com base na receita
b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes
efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do inciso II orçamentárias, destinada ao:
deste artigo, no art. 9o e no inciso II do § 1o do art. 31; a) (VETADO)
c) (VETADO)

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b) atendimento de passivos contingentes e outros limitação de empenho e movimentação financeira,
riscos e eventos fiscais imprevistos. segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes
§ 1o Todas as despesas relativas à dívida pública, orçamentárias.
mobiliária ou contratual, e as receitas que as atenderão, § 1o No caso de restabelecimento da receita
constarão da lei orçamentária anual. prevista, ainda que parcial, a recomposição das dotações
§ 2o O refinanciamento da dívida pública constará cujos empenhos foram limitados dar-se-á de forma
separadamente na lei orçamentária e nas de crédito proporcional às reduções efetivadas.
adicional. § 2º Não serão objeto de limitação as despesas
§ 3o A atualização monetária do principal da dívida que constituam obrigações constitucionais e legais do
mobiliária refinanciada não poderá superar a variação do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do
índice de preços previsto na lei de diretrizes serviço da dívida, as relativas à inovação e ao
orçamentárias, ou em legislação específica. desenvolvimento científico e tecnológico custeadas por
§ 4o É vedado consignar na lei orçamentária fundo criado para tal finalidade e as ressalvadas pela lei
crédito com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada. de diretrizes orçamentárias. (2021)
§ 5o A lei orçamentária não consignará dotação § 3o No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário
para investimento com duração superior a um exercício e o Ministério Público não promoverem a limitação no
financeiro que não esteja previsto no plano plurianual ou prazo estabelecido no caput, é o Poder Executivo
em lei que autorize a sua inclusão, conforme disposto autorizado a limitar os valores financeiros segundo os
no § 1o do art. 167 da Constituição. critérios fixados pela lei de diretrizes
§ 6o Integrarão as despesas da União, e serão orçamentárias.
incluídas na lei orçamentária, as do Banco Central do § 4o Até o final dos meses de maio, setembro e
Brasil relativas a pessoal e encargos sociais, custeio fevereiro, o Poder Executivo demonstrará e avaliará o
administrativo, inclusive os destinados a benefícios e cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em
assistência aos servidores, e a investimentos. audiência pública na comissão referida no § 1o do art. 166
§ 7o (VETADO) da Constituição ou equivalente nas Casas Legislativas
estaduais e municipais.
Art. 6o (VETADO) § 5o No prazo de noventa dias após o
encerramento de cada semestre, o Banco Central do
Art. 7o O resultado do Banco Central do Brasil, Brasil apresentará, em reunião conjunta das comissões
apurado após a constituição ou reversão de reservas, temáticas pertinentes do Congresso Nacional, avaliação
constitui receita do Tesouro Nacional, e será transferido do cumprimento dos objetivos e metas das políticas
até o décimo dia útil subsequente à aprovação dos monetária, creditícia e cambial, evidenciando o impacto e
balanços semestrais. o custo fiscal de suas operações e os resultados
§ 1o O resultado negativo constituirá obrigação do demonstrados nos balanços.
Tesouro para com o Banco Central do Brasil e será
consignado em dotação específica no orçamento. Art. 10. A execução orçamentária e financeira
§ 2o O impacto e o custo fiscal das operações identificará os beneficiários de pagamento de sentenças
realizadas pelo Banco Central do Brasil serão judiciais, por meio de sistema de contabilidade e
demonstrados trimestralmente, nos termos em que administração financeira, para fins de observância da
dispuser a lei de diretrizes orçamentárias da União. ordem cronológica determinada no art. 100 da
§ 3o Os balanços trimestrais do Banco Central do Constituição.
Brasil conterão notas explicativas sobre os custos da
remuneração das disponibilidades do Tesouro Nacional e CAPÍTULO III
da manutenção das reservas cambiais e a rentabilidade DA RECEITA PÚBLICA
de sua carteira de títulos, destacando os de emissão da Seção I
União. Da Previsão e da Arrecadação
Art. 11. Constituem requisitos essenciais da
Seção IV responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e
Da Execução Orçamentária e do Cumprimento das efetiva arrecadação de todos os tributos da competência
Metas constitucional do ente da Federação.
Art. 8o Até trinta dias após a publicação dos Parágrafo único. É vedada a realização de
orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de transferências voluntárias para o ente que não observe o
diretrizes orçamentárias e observado o disposto na disposto no caput, no que se refere aos impostos.
alínea c do inciso I do art. 4o, o Poder Executivo
estabelecerá a programação financeira e o cronograma Art. 12. As previsões de receita observarão as
de execução mensal de desembolso. normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das
Parágrafo único. Os recursos legalmente alterações na legislação, da variação do índice de preços,
vinculados a finalidade específica serão utilizados do crescimento econômico ou de qualquer outro fator
exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de
ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os
ingresso. dois seguintes àquele a que se referirem, e da
metodologia de cálculo e premissas utilizadas.
Art. 9o Se verificado, ao final de um bimestre, que § 1o Reestimativa de receita por parte do Poder
a realização da receita poderá não comportar o Legislativo só será admitida se comprovado erro ou
cumprimento das metas de resultado primário ou nominal omissão de ordem técnica ou legal.
estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o § 2o O montante previsto para as receitas de
Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos operações de crédito não poderá ser superior ao das
montantes necessários, nos trinta dias subsequentes,

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despesas de capital constantes do projeto de lei I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro
orçamentária. no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois
§ 3o O Poder Executivo de cada ente colocará à subsequentes;
disposição dos demais Poderes e do Ministério Público, II - declaração do ordenador da despesa de que o
no mínimo trinta dias antes do prazo final para aumento tem adequação orçamentária e financeira com a
encaminhamento de suas propostas orçamentárias, os lei orçamentária anual e compatibilidade com o plano
estudos e as estimativas das receitas para o exercício plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias.
subsequente, inclusive da corrente líquida, e as § 1o Para os fins desta Lei Complementar,
respectivas memórias de cálculo. considera-se:
I - adequada com a lei orçamentária anual, a
Art. 13. No prazo previsto no art. 8o, as receitas despesa objeto de dotação específica e suficiente, ou que
previstas serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em esteja abrangida por crédito genérico, de forma que
metas bimestrais de arrecadação, com a especificação, somadas todas as despesas da mesma espécie,
em separado, quando cabível, das medidas de combate à realizadas e a realizar, previstas no programa de trabalho,
evasão e à sonegação, da quantidade e valores de ações não sejam ultrapassados os limites estabelecidos para o
ajuizadas para cobrança da dívida ativa, bem como da exercício;
evolução do montante dos créditos tributários passíveis II - compatível com o plano plurianual e a lei de
de cobrança administrativa. diretrizes orçamentárias, a despesa que se conforme com
as diretrizes, objetivos, prioridades e metas previstos
Seção II nesses instrumentos e não infrinja qualquer de suas
Da Renúncia de Receita disposições.
Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou § 2o A estimativa de que trata o inciso I
benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia do caput será acompanhada das premissas e metodologia
de receita deverá estar acompanhada de estimativa do de cálculo utilizadas.
impacto orçamentário-financeiro no exercício em que § 3o Ressalva-se do disposto neste artigo a
deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao despesa considerada irrelevante, nos termos em que
disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos dispuser a lei de diretrizes orçamentárias.
uma das seguintes condições: § 4o As normas do caput constituem condição
I - demonstração pelo proponente de que a prévia para:
renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei I - empenho e licitação de serviços, fornecimento
orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as de bens ou execução de obras;
metas de resultados fiscais previstas no anexo próprio da II - desapropriação de imóveis urbanos a que se
lei de diretrizes orçamentárias; refere o § 3o do art. 182 da Constituição.
II - estar acompanhada de medidas de
compensação, no período mencionado no caput, por meio Subseção I
do aumento de receita, proveniente da elevação de Da Despesa Obrigatória de Caráter Continuado
alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter
criação de tributo ou contribuição. continuado a despesa corrente derivada de lei, medida
§ 1o A renúncia compreende anistia, remissão, provisória ou ato administrativo normativo que fixem para
subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em o ente a obrigação legal de sua execução por um período
caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de superior a dois exercícios.
base de cálculo que implique redução discriminada de § 1o Os atos que criarem ou aumentarem despesa
tributos ou contribuições, e outros benefícios que de que trata o caput deverão ser instruídos com a
correspondam a tratamento diferenciado. estimativa prevista no inciso I do art. 16 e demonstrar a
§ 2o Se o ato de concessão ou ampliação do origem dos recursos para seu custeio.
incentivo ou benefício de que trata o caput deste artigo § 2o Para efeito do atendimento do § 1o, o ato será
decorrer da condição contida no inciso II, o benefício só acompanhado de comprovação de que a despesa criada
entrará em vigor quando implementadas as medidas ou aumentada não afetará as metas de resultados fiscais
referidas no mencionado inciso. previstas no anexo referido no § 1o do art. 4o, devendo
§ 3o O disposto neste artigo não se aplica: seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser
I - às alterações das alíquotas dos impostos compensados pelo aumento permanente de receita ou
previstos nos incisos I, II, IV e V do art. 153 da pela redução permanente de despesa.
Constituição, na forma do seu § 1º; § 3o Para efeito do § 2o, considera-se aumento
II - ao cancelamento de débito cujo montante seja permanente de receita o proveniente da elevação de
inferior ao dos respectivos custos de cobrança. alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou
criação de tributo ou contribuição.
CAPÍTULO IV § 4o A comprovação referida no § 2o, apresentada
DA DESPESA PÚBLICA pelo proponente, conterá as premissas e metodologia de
Seção I cálculo utilizadas, sem prejuízo do exame de
Da Geração da Despesa compatibilidade da despesa com as demais normas do
Art. 15. Serão consideradas não autorizadas, plano plurianual e da lei de diretrizes orçamentárias.
irregulares e lesivas ao patrimônio público a geração de § 5o A despesa de que trata este artigo não será
despesa ou assunção de obrigação que não atendam o executada antes da implementação das medidas referidas
disposto nos arts. 16 e 17. no § 2o, as quais integrarão o instrumento que a criar ou
aumentar.
Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento § 6o O disposto no § 1o não se aplica às despesas
de ação governamental que acarrete aumento da despesa destinadas ao serviço da dívida nem ao reajustamento de
será acompanhado de:

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remuneração de pessoal de que trata o inciso X do art. 37 c) de transferências destinadas a promover o
da Constituição. equilíbrio atuarial do regime de previdência, na forma
§ 7o Considera-se aumento de despesa a definida pelo órgão do Poder Executivo federal
prorrogação daquela criada por prazo determinado. responsável pela orientação, pela supervisão e pelo
acompanhamento dos regimes próprios de previdência
Seção II social dos servidores públicos. (2021)
Das Despesas com Pessoal § 2o Observado o disposto no inciso IV do § 1o, as
Subseção I despesas com pessoal decorrentes de sentenças judiciais
Definições e Limites serão incluídas no limite do respectivo Poder ou órgão
Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, referido no art. 20.
entende-se como despesa total com pessoal: o somatório § 3º Na verificação do atendimento dos limites
dos gastos do ente da Federação com os ativos, os definidos neste artigo, é vedada a dedução da parcela
inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, custeada com recursos aportados para a cobertura do
cargos, funções ou empregos, civis, militares e de déficit financeiro dos regimes de previdência. (2021)
membros de Poder, com quaisquer espécies
remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19
e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, não poderá exceder os seguintes percentuais:
reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, I - na esfera federal:
horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, a) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento)
bem como encargos sociais e contribuições recolhidas para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas da União;
pelo ente às entidades de previdência. b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;
§ 1o Os valores dos contratos de terceirização de c) 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos por
mão-de-obra que se referem à substituição de servidores cento) para o Executivo, destacando-se 3% (três por
e empregados públicos serão contabilizados como cento) para as despesas com pessoal decorrentes do que
"Outras Despesas de Pessoal". dispõem os incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e
§ 2º A despesa total com pessoal será apurada o art. 31 da Emenda Constitucional no 19, repartidos de
somando-se a realizada no mês em referência com as forma proporcional à média das despesas relativas a cada
dos 11 (onze) imediatamente anteriores, adotando-se o um destes dispositivos, em percentual da receita corrente
regime de competência, independentemente de líquida, verificadas nos três exercícios financeiros
empenho. (2021) imediatamente anteriores ao da publicação desta Lei
§ 3º Para a apuração da despesa total com Complementar;
pessoal, será observada a remuneração bruta do servidor, d) 0,6% (seis décimos por cento) para o Ministério
sem qualquer dedução ou retenção, ressalvada a redução Público da União;
para atendimento ao disposto no art. 37, inciso XI, da II - na esfera estadual:
Constituição Federal. (2021) a) 3% (três por cento) para o Legislativo, incluído o
Tribunal de Contas do Estado;
Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;
169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em c) 49% (quarenta e nove por cento) para o
cada período de apuração e em cada ente da Federação, Executivo;
não poderá exceder os percentuais da receita corrente d) 2% (dois por cento) para o Ministério Público
líquida, a seguir discriminados: dos Estados;
I - União: 50% (cinquenta por cento); III - na esfera municipal:
II - Estados: 60% (sessenta por cento); a) 6% (seis por cento) para o Legislativo, incluído o
III - Municípios: 60% (sessenta por cento). Tribunal de Contas do Município, quando houver;
§ 1o Na verificação do atendimento dos limites b) 54% (cinquenta e quatro por cento) para o
definidos neste artigo, não serão computadas as Executivo.
despesas: § 1o Nos Poderes Legislativo e Judiciário de cada
I - de indenização por demissão de servidores ou esfera, os limites serão repartidos entre seus órgãos de
empregados; forma proporcional à média das despesas com pessoal,
II - relativas a incentivos à demissão voluntária; em percentual da receita corrente líquida, verificadas nos
III - derivadas da aplicação do disposto no inciso II três exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da
do § 6o do art. 57 da Constituição; publicação desta Lei Complementar.
IV - decorrentes de decisão judicial e da § 2o Para efeito deste artigo entende-se como
competência de período anterior ao da apuração a que se órgão:
refere o § 2o do art. 18; I - o Ministério Público;
V - com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados II - no Poder Legislativo:
do Amapá e Roraima, custeadas com recursos a) Federal, as respectivas Casas e o Tribunal de
transferidos pela União na forma dos incisos XIII e XIV do Contas da União;
art. 21 da Constituição e do art. 31 da Emenda b) Estadual, a Assembleia Legislativa e os
Constitucional no 19; Tribunais de Contas;
VI - com inativos e pensionistas, ainda que pagas c) do Distrito Federal, a Câmara Legislativa e o
por intermédio de unidade gestora única ou fundo previsto Tribunal de Contas do Distrito Federal;
no art. 249 da Constituição Federal, quanto à parcela d) Municipal, a Câmara de Vereadores e o Tribunal
custeada por recursos provenientes: (2021) de Contas do Município, quando houver;
a) da arrecadação de contribuições dos segurados; III - no Poder Judiciário:
b) da compensação financeira de que trata a) Federal, os tribunais referidos no art. 92 da
o § 9o do art. 201 da Constituição; Constituição;

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b) Estadual, o Tribunal de Justiça e outros, quando cargo público aqueles referidos no § 1º do art. 169 da
houver. Constituição Federal ou aqueles que, de qualquer modo,
§ 3o Os limites para as despesas com pessoal do acarretem a criação ou o aumento de despesa
Poder Judiciário, a cargo da União por força do inciso XIII obrigatória. (2020)
do art. 21 da Constituição, serão estabelecidos mediante
aplicação da regra do § 1o. Art. 22. A verificação do cumprimento dos limites
§ 4o Nos Estados em que houver Tribunal de estabelecidos nos arts. 19 e 20 será realizada ao final de
Contas dos Municípios, os percentuais definidos nas cada quadrimestre.
alíneas a e c do inciso II do caput serão, respectivamente, Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal
acrescidos e reduzidos em 0,4% (quatro décimos por exceder a 95% (noventa e cinco por cento) do limite, são
cento). vedados ao Poder ou órgão referido no art. 20 que
§ 5o Para os fins previstos no art. 168 da houver incorrido no excesso:
Constituição, a entrega dos recursos financeiros I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou
correspondentes à despesa total com pessoal por Poder e adequação de remuneração a qualquer título, salvo os
órgão será a resultante da aplicação dos percentuais derivados de sentença judicial ou de determinação legal
definidos neste artigo, ou aqueles fixados na lei de ou contratual, ressalvada a revisão prevista no inciso X do
diretrizes orçamentárias. art. 37 da Constituição;
§ 6o (VETADO) II - criação de cargo, emprego ou função;
§ 7º Os Poderes e órgãos referidos neste artigo III - alteração de estrutura de carreira que implique
deverão apurar, de forma segregada para aplicação dos aumento de despesa;
limites de que trata este artigo, a integralidade das IV - provimento de cargo público, admissão ou
despesas com pessoal dos respectivos servidores inativos contratação de pessoal a qualquer título, ressalvada a
e pensionistas, mesmo que o custeio dessas despesas reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de
esteja a cargo de outro Poder ou órgão. (2021) servidores das áreas de educação, saúde e segurança;
V - contratação de hora extra, salvo no caso do
Subseção II disposto no inciso II do § 6o do art. 57 da Constituição e
Do Controle da Despesa Total com Pessoal as situações previstas na lei de diretrizes orçamentárias.
Art. 21. É nulo de pleno direito: (2020)
I - o ato que provoque aumento da despesa com Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder
pessoal e não atenda: ou órgão referido no art. 20, ultrapassar os limites
a) às exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei definidos no mesmo artigo, sem prejuízo das medidas
Complementar e o disposto no inciso XIII do caput do art. previstas no art. 22, o percentual excedente terá de ser
37 e no § 1º do art. 169 da Constituição Federal; e (2020) eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo
b) ao limite legal de comprometimento aplicado às menos um terço no primeiro, adotando-se, entre outras,
despesas com pessoal inativo; (2020) as providências previstas nos §§ 3º e 4o do art. 169 da
II - o ato de que resulte aumento da despesa com Constituição.
pessoal nos 180 (cento e oitenta) dias anteriores ao final § 1o No caso do inciso I do § 3º do art. 169 da
do mandato do titular de Poder ou órgão referido no art. Constituição, o objetivo poderá ser alcançado tanto pela
20; (2020) extinção de cargos e funções quanto pela redução dos
III - o ato de que resulte aumento da despesa com valores a eles atribuídos.
pessoal que preveja parcelas a serem implementadas em § 2o É facultada a redução temporária da jornada
períodos posteriores ao final do mandato do titular de de trabalho com adequação dos vencimentos à nova
Poder ou órgão referido no art. 20; (2020) carga horária.
IV - a aprovação, a edição ou a sanção, por Chefe § 3º Não alcançada a redução no prazo
do Poder Executivo, por Presidente e demais membros da estabelecido e enquanto perdurar o excesso, o Poder ou
Mesa ou órgão decisório equivalente do Poder Legislativo, órgão referido no art. 20 não poderá: (2021)
por Presidente de Tribunal do Poder Judiciário e pelo I - receber transferências voluntárias;
Chefe do Ministério Público, da União e dos Estados, de II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;
norma legal contendo plano de alteração, reajuste e III - contratar operações de crédito, ressalvadas as
reestruturação de carreiras do setor público, ou a edição destinadas ao pagamento da dívida mobiliária e as que
de ato, por esses agentes, para nomeação de aprovados visem à redução das despesas com pessoal. (2021)
em concurso público, quando: (2020) § 4o As restrições do § 3o aplicam-se
a) resultar em aumento da despesa com pessoal imediatamente se a despesa total com pessoal exceder o
nos 180 (cento e oitenta) dias anteriores ao final do limite no primeiro quadrimestre do último ano do mandato
mandato do titular do Poder Executivo; ou (2020) dos titulares de Poder ou órgão referidos no art. 20.
b) resultar em aumento da despesa com pessoal § 5º As restrições previstas no § 3º deste artigo
que preveja parcelas a serem implementadas em não se aplicam ao Município em caso de queda de receita
períodos posteriores ao final do mandato do titular do real superior a 10% (dez por cento), em comparação ao
Poder Executivo. (2020) correspondente quadrimestre do exercício financeiro
§ 1º As restrições de que tratam os incisos II, III e anterior, devido a: (2018)
IV: (2020) I – diminuição das transferências recebidas do
I - devem ser aplicadas inclusive durante o período Fundo de Participação dos Municípios decorrente de
de recondução ou reeleição para o cargo de titular do concessão de isenções tributárias pela União; e (2018)
Poder ou órgão autônomo; e (2020) II – diminuição das receitas recebidas
II - aplicam-se somente aos titulares ocupantes de de royalties e participações especiais. (2018)
cargo eletivo dos Poderes referidos no art. 20. (2020) § 6º O disposto no § 5º deste artigo só se aplica
§ 2º Para fins do disposto neste artigo, serão caso a despesa total com pessoal do quadrimestre
considerados atos de nomeação ou de provimento de

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vigente não ultrapasse o limite percentual previsto no art. diretrizes orçamentárias e estar prevista no orçamento ou
19 desta Lei Complementar, considerada, para este em seus créditos adicionais.
cálculo, a receita corrente líquida do quadrimestre § 1o O disposto no caput aplica-se a toda a
correspondente do ano anterior atualizada administração indireta, inclusive fundações públicas e
monetariamente. (2018) empresas estatais, exceto, no exercício de suas
atribuições precípuas, as instituições financeiras e o
Seção III Banco Central do Brasil.
Das Despesas com a Seguridade Social § 2o Compreende-se incluída a concessão de
Art. 24. Nenhum benefício ou serviço relativo à empréstimos, financiamentos e refinanciamentos,
seguridade social poderá ser criado, majorado ou inclusive as respectivas prorrogações e a composição de
estendido sem a indicação da fonte de custeio total, nos dívidas, a concessão de subvenções e a participação em
termos do § 5o do art. 195 da Constituição, atendidas constituição ou aumento de capital.
ainda as exigências do art. 17.
§ 1o É dispensada da compensação referida no art. Art. 27. Na concessão de crédito por ente da
17 o aumento de despesa decorrente de: Federação a pessoa física, ou jurídica que não esteja sob
I - concessão de benefício a quem satisfaça as seu controle direto ou indireto, os encargos financeiros,
condições de habilitação prevista na legislação pertinente; comissões e despesas congêneres não serão inferiores
II - expansão quantitativa do atendimento e dos aos definidos em lei ou ao custo de captação.
serviços prestados; Parágrafo único. Dependem de autorização em lei
III - reajustamento de valor do benefício ou serviço, específica as prorrogações e composições de dívidas
a fim de preservar o seu valor real. decorrentes de operações de crédito, bem como a
§ 2o O disposto neste artigo aplica-se a benefício concessão de empréstimos ou financiamentos em
ou serviço de saúde, previdência e assistência social, desacordo com o caput, sendo o subsídio correspondente
inclusive os destinados aos servidores públicos e consignado na lei orçamentária.
militares, ativos e inativos, e aos pensionistas.
Art. 28. Salvo mediante lei específica, não poderão
CAPÍTULO V ser utilizados recursos públicos, inclusive de operações
DAS TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS de crédito, para socorrer instituições do Sistema
Art. 25. Para efeito desta Lei Financeiro Nacional, ainda que mediante a concessão de
Complementar, entende-se por transferência voluntária a empréstimos de recuperação ou financiamentos para
entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente mudança de controle acionário.
da Federação, a título de cooperação, auxílio ou § 1o A prevenção de insolvência e outros riscos
assistência financeira, que não decorra de determinação ficará a cargo de fundos, e outros mecanismos,
constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único constituídos pelas instituições do Sistema Financeiro
de Saúde. Nacional, na forma da lei.
§ 1o São exigências para a realização de § 2o O disposto no caput não proíbe o Banco
transferência voluntária, além das estabelecidas na lei de Central do Brasil de conceder às instituições financeiras
diretrizes orçamentárias: operações de redesconto e de empréstimos de prazo
I - existência de dotação específica; inferior a trezentos e sessenta dias.
II - (VETADO)
III - observância do disposto no inciso X do art. 167 CAPÍTULO VII
da Constituição; DA DÍVIDA E DO ENDIVIDAMENTO
IV - comprovação, por parte do beneficiário, de: Seção I
a) que se acha em dia quanto ao pagamento de Definições Básicas
tributos, empréstimos e financiamentos devidos ao ente Art. 29. Para os efeitos desta Lei Complementar,
transferidor, bem como quanto à prestação de contas de são adotadas as seguintes definições:
recursos anteriormente dele recebidos; I - dívida pública consolidada ou fundada:
b) cumprimento dos limites constitucionais relativos montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações
à educação e à saúde; financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude
c) observância dos limites das dívidas consolidada de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização
e mobiliária, de operações de crédito, inclusive por de operações de crédito, para amortização em prazo
antecipação de receita, de inscrição em Restos a Pagar e superior a doze meses;
de despesa total com pessoal; II - dívida pública mobiliária: dívida pública
d) previsão orçamentária de contrapartida. representada por títulos emitidos pela União, inclusive os
§ 2o É vedada a utilização de recursos transferidos do Banco Central do Brasil, Estados e Municípios;
em finalidade diversa da pactuada. III - operação de crédito: compromisso financeiro
§ 3o Para fins da aplicação das sanções de assumido em razão de mútuo, abertura de crédito,
suspensão de transferências voluntárias constantes desta emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens,
Lei Complementar, excetuam-se aquelas relativas a recebimento antecipado de valores provenientes da venda
ações de educação, saúde e assistência social. a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e
outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de
CAPÍTULO VI derivativos financeiros;
DA DESTINAÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS PARA O IV - concessão de garantia: compromisso de
SETOR PRIVADO adimplência de obrigação financeira ou contratual
Art. 26. A destinação de recursos para, direta ou assumida por ente da Federação ou entidade a ele
indiretamente, cobrir necessidades de pessoas físicas ou vinculada;
déficits de pessoas jurídicas deverá ser autorizada por lei
específica, atender às condições estabelecidas na lei de

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V - refinanciamento da dívida mobiliária: emissão § 6o Sempre que alterados os fundamentos das
de títulos para pagamento do principal acrescido da propostas de que trata este artigo, em razão de
atualização monetária. instabilidade econômica ou alterações nas políticas
§ 1o Equipara-se a operação de crédito a monetária ou cambial, o Presidente da República poderá
assunção, o reconhecimento ou a confissão de dívidas encaminhar ao Senado Federal ou ao Congresso
pelo ente da Federação, sem prejuízo do cumprimento Nacional solicitação de revisão dos limites.
das exigências dos arts. 15 e 16. § 7o Os precatórios judiciais não pagos durante a
§ 2o Será incluída na dívida pública consolidada da execução do orçamento em que houverem sido incluídos
União a relativa à emissão de títulos de responsabilidade integram a dívida consolidada, para fins de aplicação dos
do Banco Central do Brasil. limites.
§ 3o Também integram a dívida pública
consolidada as operações de crédito de prazo inferior a Seção III
doze meses cujas receitas tenham constado do Da Recondução da Dívida aos Limites
orçamento. Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente da
§ 4o O refinanciamento do principal da dívida Federação ultrapassar o respectivo limite ao final de um
mobiliária não excederá, ao término de cada exercício quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até o término
financeiro, o montante do final do exercício anterior, dos três subsequentes, reduzindo o excedente em pelo
somado ao das operações de crédito autorizadas no menos 25% (vinte e cinco por cento) no primeiro.
orçamento para este efeito e efetivamente realizadas, § 1o Enquanto perdurar o excesso, o ente que nele
acrescido de atualização monetária. houver incorrido:
I - estará proibido de realizar operação de crédito
Seção II interna ou externa, inclusive por antecipação de receita,
Dos Limites da Dívida Pública e das Operações de ressalvadas as para pagamento de dívidas
Crédito mobiliárias; (2021)
Art. 30. No prazo de noventa dias após a II - obterá resultado primário necessário à
publicação desta Lei Complementar, o Presidente da recondução da dívida ao limite, promovendo, entre outras
República submeterá ao: medidas, limitação de empenho, na forma do art. 9 o.
I - Senado Federal: proposta de limites globais § 2o Vencido o prazo para retorno da dívida ao
para o montante da dívida consolidada da União, Estados limite, e enquanto perdurar o excesso, o ente ficará
e Municípios, cumprindo o que estabelece o inciso VI do também impedido de receber transferências voluntárias
art. 52 da Constituição, bem como de limites e condições da União ou do Estado.
relativos aos incisos VII, VIII e IX do mesmo artigo; § 3o As restrições do § 1o aplicam-se
II - Congresso Nacional: projeto de lei que imediatamente se o montante da dívida exceder o limite
estabeleça limites para o montante da dívida mobiliária no primeiro quadrimestre do último ano do mandato do
federal a que se refere o inciso XIV do art. 48 da Chefe do Poder Executivo.
Constituição, acompanhado da demonstração de sua § 4o O Ministério da Fazenda divulgará,
adequação aos limites fixados para a dívida consolidada mensalmente, a relação dos entes que tenham
da União, atendido o disposto no inciso I do § 1 o deste ultrapassado os limites das dívidas consolidada e
artigo. mobiliária.
§ 1o As propostas referidas nos incisos I e II § 5o As normas deste artigo serão observadas nos
do caput e suas alterações conterão: casos de descumprimento dos limites da dívida mobiliária
I - demonstração de que os limites e condições e das operações de crédito internas e externas.
guardam coerência com as normas estabelecidas nesta
Lei Complementar e com os objetivos da política fiscal; Seção IV
II - estimativas do impacto da aplicação dos limites Das Operações de Crédito
a cada uma das três esferas de governo; Subseção I
III - razões de eventual proposição de limites Da Contratação
diferenciados por esfera de governo; Art. 32. O Ministério da Fazenda verificará o
IV - metodologia de apuração dos resultados cumprimento dos limites e condições relativos à
primário e nominal. realização de operações de crédito de cada ente da
§ 2o As propostas mencionadas nos incisos I e II Federação, inclusive das empresas por eles controladas,
do caput também poderão ser apresentadas em termos direta ou indiretamente.
de dívida líquida, evidenciando a forma e a metodologia § 1o O ente interessado formalizará seu pleito
de sua apuração. fundamentando-o em parecer de seus órgãos técnicos e
§ 3o Os limites de que tratam os incisos I e II jurídicos, demonstrando a relação custo-benefício, o
do caput serão fixados em percentual da receita corrente interesse econômico e social da operação e o
líquida para cada esfera de governo e aplicados atendimento das seguintes condições:
igualmente a todos os entes da Federação que a I - existência de prévia e expressa autorização
integrem, constituindo, para cada um deles, limites para a contratação, no texto da lei orçamentária, em
máximos. créditos adicionais ou lei específica;
§ 4o Para fins de verificação do atendimento do II - inclusão no orçamento ou em créditos
limite, a apuração do montante da dívida consolidada será adicionais dos recursos provenientes da operação, exceto
efetuada ao final de cada quadrimestre. no caso de operações por antecipação de receita;
§ 5o No prazo previsto no art. 5o, o Presidente da III - observância dos limites e condições fixados
República enviará ao Senado Federal ou ao Congresso pelo Senado Federal;
Nacional, conforme o caso, proposta de manutenção ou IV - autorização específica do Senado Federal,
alteração dos limites e condições previstos nos incisos I e quando se tratar de operação de crédito externo;
II do caput.

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V - atendimento do disposto no inciso III do art. 2º, aplicam-se ao ente as restrições previstas no § 3º do
167 da Constituição; art. 23. (2021)
VI - observância das demais restrições § 4o Também se constituirá reserva, no montante
estabelecidas nesta Lei Complementar. equivalente ao excesso, se não atendido o disposto
§ 2o As operações relativas à dívida mobiliária no inciso III do art. 167 da Constituição, consideradas as
federal autorizadas, no texto da lei orçamentária ou de disposições do § 3o do art. 32.
créditos adicionais, serão objeto de processo simplificado
que atenda às suas especificidades. Subseção II
§ 3o Para fins do disposto no inciso V do § 1 o, Das Vedações
considerar-se-á, em cada exercício financeiro, o total dos Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá
recursos de operações de crédito nele ingressados e o títulos da dívida pública a partir de dois anos após a
das despesas de capital executadas, observado o publicação desta Lei Complementar.
seguinte:
I - não serão computadas nas despesas de capital Art. 35. É vedada a realização de operação de
as realizadas sob a forma de empréstimo ou crédito entre um ente da Federação, diretamente ou por
financiamento a contribuinte, com o intuito de promover intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresa
incentivo fiscal, tendo por base tributo de competência do estatal dependente, e outro, inclusive suas entidades da
ente da Federação, se resultar a diminuição, direta ou administração indireta, ainda que sob a forma de
indireta, do ônus deste; novação, refinanciamento ou postergação de dívida
II - se o empréstimo ou financiamento a que se contraída anteriormente.
refere o inciso I for concedido por instituição financeira § 1o Excetuam-se da vedação a que se refere
controlada pelo ente da Federação, o valor da operação o caput as operações entre instituição financeira estatal e
será deduzido das despesas de capital; outro ente da Federação, inclusive suas entidades da
III - (VETADO) administração indireta, que não se destinem a:
§ 4o Sem prejuízo das atribuições próprias do I - financiar, direta ou indiretamente, despesas
Senado Federal e do Banco Central do Brasil, o Ministério correntes;
da Fazenda efetuará o registro eletrônico centralizado e II - refinanciar dívidas não contraídas junto à
atualizado das dívidas públicas interna e externa, própria instituição concedente.
garantido o acesso público às informações, que incluirão: § 2o O disposto no caput não impede Estados e
I - encargos e condições de contratação; Municípios de comprar títulos da dívida da União como
II - saldos atualizados e limites relativos às dívidas aplicação de suas disponibilidades.
consolidada e mobiliária, operações de crédito e
concessão de garantias. Art. 36. É proibida a operação de crédito entre
§ 5o Os contratos de operação de crédito externo uma instituição financeira estatal e o ente da Federação
não conterão cláusula que importe na compensação que a controle, na qualidade de beneficiário do
automática de débitos e créditos. empréstimo.
§ 6o O prazo de validade da verificação dos limites Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe
e das condições de que trata este artigo e da análise instituição financeira controlada de adquirir, no mercado,
realizada para a concessão de garantia pela União será títulos da dívida pública para atender investimento de
de, no mínimo, 90 (noventa) dias e, no máximo, 270 seus clientes, ou títulos da dívida de emissão da União
(duzentos e setenta) dias, a critério do Ministério da para aplicação de recursos próprios.
Fazenda. (2017)
§ 7º Poderá haver alteração da finalidade de Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e
operação de crédito de Estados, do Distrito Federal e de estão vedados:
Municípios sem a necessidade de nova verificação pelo I - captação de recursos a título de antecipação de
Ministério da Economia, desde que haja prévia e expressa receita de tributo ou contribuição cujo fato gerador ainda
autorização para tanto, no texto da lei orçamentária, em não tenha ocorrido, sem prejuízo do disposto no § 7o do
créditos adicionais ou em lei específica, que se demonstre art. 150 da Constituição;
a relação custo-benefício e o interesse econômico e social II - recebimento antecipado de valores de empresa
da operação e que não configure infração a dispositivo em que o Poder Público detenha, direta ou indiretamente,
desta Lei Complementar. (2021) a maioria do capital social com direito a voto, salvo lucros
e dividendos, na forma da legislação;
Art. 33. A instituição financeira que contratar III - assunção direta de compromisso, confissão de
operação de crédito com ente da Federação, exceto dívida ou operação assemelhada, com fornecedor de
quando relativa à dívida mobiliária ou à externa, deverá bens, mercadorias ou serviços, mediante emissão, aceite
exigir comprovação de que a operação atende às ou aval de título de crédito, não se aplicando esta
condições e limites estabelecidos. vedação a empresas estatais dependentes;
§ 1o A operação realizada com infração do IV - assunção de obrigação, sem autorização
disposto nesta Lei Complementar será considerada nula, orçamentária, com fornecedores para pagamento
procedendo-se ao seu cancelamento, mediante a a posteriori de bens e serviços.
devolução do principal, vedados o pagamento de juros e
demais encargos financeiros. Subseção III
§ 2o Se a devolução não for efetuada no exercício Das Operações de Crédito por Antecipação de Receita
de ingresso dos recursos, será consignada reserva Orçamentária
específica na lei orçamentária para o exercício seguinte. Art. 38. A operação de crédito por antecipação de
§ 3º Enquanto não for efetuado o cancelamento ou receita destina-se a atender insuficiência de caixa durante
a amortização ou constituída a reserva de que trata o § o exercício financeiro e cumprirá as exigências
mencionadas no art. 32 e mais as seguintes:

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I - realizar-se-á somente a partir do décimo dia do § 1o A garantia estará condicionada ao
início do exercício; oferecimento de contragarantia, em valor igual ou superior
II - deverá ser liquidada, com juros e outros ao da garantia a ser concedida, e à adimplência da
encargos incidentes, até o dia dez de dezembro de cada entidade que a pleitear relativamente a suas obrigações
ano; junto ao garantidor e às entidades por este controladas,
III - não será autorizada se forem cobrados outros observado o seguinte:
encargos que não a taxa de juros da operação, I - não será exigida contragarantia de órgãos e
obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica entidades do próprio ente;
financeira, ou à que vier a esta substituir; II - a contragarantia exigida pela União a Estado ou
IV - estará proibida: Município, ou pelos Estados aos Municípios, poderá
a) enquanto existir operação anterior da mesma consistir na vinculação de receitas tributárias diretamente
natureza não integralmente resgatada; arrecadadas e provenientes de transferências
b) no último ano de mandato do Presidente, constitucionais, com outorga de poderes ao garantidor
Governador ou Prefeito Municipal. para retê-las e empregar o respectivo valor na liquidação
§ 1o As operações de que trata este artigo não da dívida vencida.
serão computadas para efeito do que dispõe o inciso III do § 2o No caso de operação de crédito junto a
art. 167 da Constituição, desde que liquidadas no prazo organismo financeiro internacional, ou a instituição federal
definido no inciso II do caput. de crédito e fomento para o repasse de recursos externos,
§ 2o As operações de crédito por antecipação de a União só prestará garantia a ente que atenda, além do
receita realizadas por Estados ou Municípios serão disposto no § 1o, as exigências legais para o recebimento
efetuadas mediante abertura de crédito junto à instituição de transferências voluntárias.
financeira vencedora em processo competitivo eletrônico § 3o (VETADO)
promovido pelo Banco Central do Brasil. § 4o (VETADO)
§ 3o O Banco Central do Brasil manterá sistema de § 5o É nula a garantia concedida acima dos limites
acompanhamento e controle do saldo do crédito aberto e, fixados pelo Senado Federal.
no caso de inobservância dos limites, aplicará as sanções § 6o É vedado às entidades da administração
cabíveis à instituição credora. indireta, inclusive suas empresas controladas e
subsidiárias, conceder garantia, ainda que com recursos
Subseção IV de fundos.
Das Operações com o Banco Central do Brasil § 7o O disposto no § 6o não se aplica à concessão
Art. 39. Nas suas relações com ente da de garantia por:
Federação, o Banco Central do Brasil está sujeito às I - empresa controlada a subsidiária ou controlada
vedações constantes do art. 35 e mais às seguintes: sua, nem à prestação de contragarantia nas mesmas
I - compra de título da dívida, na data de sua condições;
colocação no mercado, ressalvado o disposto no § II - instituição financeira a empresa nacional, nos
2o deste artigo; termos da lei.
II - permuta, ainda que temporária, por intermédio § 8o Excetua-se do disposto neste artigo a garantia
de instituição financeira ou não, de título da dívida de ente prestada:
da Federação por título da dívida pública federal, bem I - por instituições financeiras estatais, que se
como a operação de compra e venda, a termo, daquele submeterão às normas aplicáveis às instituições
título, cujo efeito final seja semelhante à permuta; financeiras privadas, de acordo com a legislação
III - concessão de garantia. pertinente;
§ 1o O disposto no inciso II, in fine, não se aplica II - pela União, na forma de lei federal, a empresas
ao estoque de Letras do Banco Central do Brasil, Série de natureza financeira por ela controladas, direta e
Especial, existente na carteira das instituições financeiras, indiretamente, quanto às operações de seguro de crédito
que pode ser refinanciado mediante novas operações de à exportação.
venda a termo. § 9o Quando honrarem dívida de outro ente, em
§ 2o O Banco Central do Brasil só poderá comprar razão de garantia prestada, a União e os Estados poderão
diretamente títulos emitidos pela União para refinanciar a condicionar as transferências constitucionais ao
dívida mobiliária federal que estiver vencendo na sua ressarcimento daquele pagamento.
carteira. § 10. O ente da Federação cuja dívida tiver sido
§ 3o A operação mencionada no § 2o deverá ser honrada pela União ou por Estado, em decorrência de
realizada à taxa média e condições alcançadas no dia, em garantia prestada em operação de crédito, terá suspenso
leilão público. o acesso a novos créditos ou financiamentos até a total
§ 4o É vedado ao Tesouro Nacional adquirir títulos liquidação da mencionada dívida.
da dívida pública federal existentes na carteira do Banco § 11. A alteração da metodologia utilizada para fins
Central do Brasil, ainda que com cláusula de reversão, de classificação da capacidade de pagamento de Estados
salvo para reduzir a dívida mobiliária. e Municípios deverá ser precedida de consulta pública,
assegurada a manifestação dos entes. (2021)
Seção V
Da Garantia e da Contragarantia Seção VI
Art. 40. Os entes poderão conceder garantia em Dos Restos a Pagar
operações de crédito internas ou externas, observados o Art. 41. (VETADO)
disposto neste artigo, as normas do art. 32 e, no caso da
União, também os limites e as condições estabelecidos Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão
pelo Senado Federal e as normas emitidas pelo Ministério referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu
da Economia acerca da classificação de capacidade de mandato, contrair obrigação de despesa que não possa
pagamento dos mutuários. (2021) ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha

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parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que desempenho, na forma da lei, disporá de autonomia
haja suficiente disponibilidade de caixa para este gerencial, orçamentária e financeira, sem prejuízo do
efeito. (2021) disposto no inciso II do § 5o do art. 165 da Constituição.
Parágrafo único. Na determinação da Parágrafo único. A empresa controlada incluirá em
disponibilidade de caixa serão considerados os encargos seus balanços trimestrais nota explicativa em que
e despesas compromissadas a pagar até o final do informará:
exercício. I - fornecimento de bens e serviços ao controlador,
com respectivos preços e condições, comparando-os com
CAPÍTULO VIII os praticados no mercado;
DA GESTÃO PATRIMONIAL II - recursos recebidos do controlador, a qualquer
Seção I título, especificando valor, fonte e destinação;
Das Disponibilidades de Caixa III - venda de bens, prestação de serviços ou
Art. 43. As disponibilidades de caixa dos entes da concessão de empréstimos e financiamentos com preços,
Federação serão depositadas conforme estabelece o § taxas, prazos ou condições diferentes dos vigentes no
3o do art. 164 da Constituição. mercado.
§ 1o As disponibilidades de caixa dos regimes de
previdência social, geral e próprio dos servidores públicos,
ainda que vinculadas a fundos específicos a que se
referem os arts. 249 e 250 da Constituição, ficarão
depositadas em conta separada das demais
disponibilidades de cada ente e aplicadas nas condições
de mercado, com observância dos limites e condições de
proteção e prudência financeira.
§ 2o É vedada a aplicação das disponibilidades de
que trata o § 1o em:
I - títulos da dívida pública estadual e municipal, 01_____________________________________
bem como em ações e outros papéis relativos às
empresas controladas pelo respectivo ente da Federação; 02_____________________________________
II - empréstimos, de qualquer natureza, aos
segurados e ao Poder Público, inclusive a suas empresas 03_____________________________________
controladas.
04_____________________________________
Seção II
Da Preservação do Patrimônio Público
05_____________________________________
Art. 44. É vedada a aplicação da receita de capital 06_____________________________________
derivada da alienação de bens e direitos que integram o
patrimônio público para o financiamento de despesa 07_____________________________________
corrente, salvo se destinada por lei aos regimes de
previdência social, geral e próprio dos servidores públicos. 08_____________________________________
Art. 45. Observado o disposto no § 5o do art. 5o, a 09_____________________________________
lei orçamentária e as de créditos adicionais só incluirão
novos projetos após adequadamente atendidos os em 10_____________________________________
andamento e contempladas as despesas de conservação
do patrimônio público, nos termos em que dispuser a lei
11_____________________________________
de diretrizes orçamentárias. 12_____________________________________
Parágrafo único. O Poder Executivo de cada ente
encaminhará ao Legislativo, até a data do envio do projeto 13_____________________________________
de lei de diretrizes orçamentárias, relatório com as
informações necessárias ao cumprimento do disposto 14_____________________________________
neste artigo, ao qual será dada ampla divulgação.
15_____________________________________
Art. 46. É nulo de pleno direito ato de
desapropriação de imóvel urbano expedido sem o
atendimento do disposto no § 3o do art. 182 da
Constituição, ou prévio depósito judicial do valor da
indenização.

Seção III
Das Empresas Controladas pelo Setor Público
Art. 47. A empresa controlada que firmar contrato
de gestão em que se estabeleçam objetivos e metas de

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Art. 48-A. Para os fins a que se refere o inciso II
do parágrafo único do art. 48, os entes da Federação
Lei Complementar nº 101/2000 disponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o
Lei de Responsabilidade Fiscal acesso a informações referentes a:
I – quanto à despesa: todos os atos praticados
pelas unidades gestoras no decorrer da execução da
despesa, no momento de sua realização, com a
CAPÍTULO IX disponibilização mínima dos dados referentes ao número
DA TRANSPARÊNCIA, CONTROLE E FISCALIZAÇÃO do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao
Seção I serviço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária
Da Transparência da Gestão Fiscal do pagamento e, quando for o caso, ao procedimento
Art. 48. São instrumentos de transparência da licitatório realizado;
gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, II – quanto à receita: o lançamento e o
inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os recebimento de toda a receita das unidades gestoras,
planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as inclusive referente a recursos extraordinários.
prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o
Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do
Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo o
desses documentos. exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão
§ 1o A transparência será assegurada também técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e
mediante: (2016) apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade.
I – incentivo à participação popular e realização de Parágrafo único. A prestação de contas da União
audiências públicas, durante os processos de elaboração conterá demonstrativos do Tesouro Nacional e das
e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e agências financeiras oficiais de fomento, incluído o Banco
orçamentos; Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social,
II - liberação ao pleno conhecimento e especificando os empréstimos e financiamentos
acompanhamento da sociedade, em tempo real, de concedidos com recursos oriundos dos orçamentos fiscal
informações pormenorizadas sobre a execução e da seguridade social e, no caso das agências
orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de financeiras, avaliação circunstanciada do impacto fiscal de
acesso público; e (2016) suas atividades no exercício.
III – adoção de sistema integrado de administração
financeira e controle, que atenda a padrão mínimo de Seção II
qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da União e Da Escrituração e Consolidação das Contas
ao disposto no art. 48-A. Art. 50. Além de obedecer às demais normas de
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os contabilidade pública, a escrituração das contas públicas
Municípios disponibilizarão suas informações e dados observará as seguintes:
contábeis, orçamentários e fiscais conforme I - a disponibilidade de caixa constará de registro
periodicidade, formato e sistema estabelecidos pelo órgão próprio, de modo que os recursos vinculados a órgão,
central de contabilidade da União, os quais deverão ser fundo ou despesa obrigatória fiquem identificados e
divulgados em meio eletrônico de amplo acesso escriturados de forma individualizada;
público. (2016) II - a despesa e a assunção de compromisso serão
§ 3o Os Estados, o Distrito Federal e os registradas segundo o regime de competência, apurando-
Municípios encaminharão ao Ministério da Fazenda, nos se, em caráter complementar, o resultado dos fluxos
termos e na periodicidade a serem definidos em instrução financeiros pelo regime de caixa;
específica deste órgão, as informações necessárias para III - as demonstrações contábeis compreenderão,
a constituição do registro eletrônico centralizado e isolada e conjuntamente, as transações e operações de
atualizado das dívidas públicas interna e externa, de que cada órgão, fundo ou entidade da administração direta,
trata o § 4o do art. 32. (2016) autárquica e fundacional, inclusive empresa estatal
§ 4o A inobservância do disposto nos §§ 2o e dependente;
3o ensejará as penalidades previstas no § 2o do art. IV - as receitas e despesas previdenciárias serão
51. (2016) apresentadas em demonstrativos financeiros e
§ 5o Nos casos de envio conforme disposto no § orçamentários específicos;
2o, para todos os efeitos, a União, os Estados, o Distrito V - as operações de crédito, as inscrições em
Federal e os Municípios cumprem o dever de ampla Restos a Pagar e as demais formas de financiamento ou
divulgação a que se refere o caput. (2016) assunção de compromissos junto a terceiros, deverão ser
§ 6o Todos os Poderes e órgãos referidos no art. escrituradas de modo a evidenciar o montante e a
20, incluídos autarquias, fundações públicas, empresas variação da dívida pública no período, detalhando, pelo
estatais dependentes e fundos, do ente da Federação menos, a natureza e o tipo de credor;
devem utilizar sistemas únicos de execução orçamentária VI - a demonstração das variações patrimoniais
e financeira, mantidos e gerenciados pelo Poder dará destaque à origem e ao destino dos recursos
Executivo, resguardada a autonomia. (2016) provenientes da alienação de ativos.
§ 1o No caso das demonstrações conjuntas,
excluir-se-ão as operações intragovernamentais.

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§ 2o A edição de normas gerais para consolidação § 1o O relatório referente ao último bimestre do
das contas públicas caberá ao órgão central de exercício será acompanhado também de demonstrativos:
contabilidade da União, enquanto não implantado o I - do atendimento do disposto no inciso III do art.
conselho de que trata o art. 67. 167 da Constituição, conforme o § 3o do art. 32;
§ 3o A Administração Pública manterá sistema de II - das projeções atuariais dos regimes de
custos que permita a avaliação e o acompanhamento da previdência social, geral e próprio dos servidores públicos;
gestão orçamentária, financeira e patrimonial. III - da variação patrimonial, evidenciando a
alienação de ativos e a aplicação dos recursos dela
Art. 51. O Poder Executivo da União promoverá, decorrentes.
até o dia trinta de junho, a consolidação, nacional e por § 2o Quando for o caso, serão apresentadas
esfera de governo, das contas dos entes da Federação justificativas:
relativas ao exercício anterior, e a sua divulgação, I - da limitação de empenho;
inclusive por meio eletrônico de acesso público. II - da frustração de receitas, especificando as
§ 1o Os Estados e os Municípios encaminharão medidas de combate à sonegação e à evasão fiscal,
suas contas ao Poder Executivo da União nos seguintes adotadas e a adotar, e as ações de fiscalização e
prazos: cobrança.
§ 1º Os Estados e os Municípios encaminharão
suas contas ao Poder Executivo da União até 30 de Seção IV
abril. (2021) Do Relatório de Gestão Fiscal
§ 2º O descumprimento dos prazos previstos neste Art. 54. Ao final de cada quadrimestre será emitido
artigo impedirá, até que a situação seja regularizada, que pelos titulares dos Poderes e órgãos referidos no art. 20
o Poder ou órgão referido no art. 20 receba transferências Relatório de Gestão Fiscal, assinado pelo:
voluntárias e contrate operações de crédito, exceto as I - Chefe do Poder Executivo;
destinadas ao pagamento da dívida mobiliária. (2021) II - Presidente e demais membros da Mesa
Diretora ou órgão decisório equivalente, conforme
Seção III regimentos internos dos órgãos do Poder Legislativo;
Do Relatório Resumido da Execução Orçamentária III - Presidente de Tribunal e demais membros de
Art. 52. O relatório a que se refere o § 3o do art. Conselho de Administração ou órgão decisório
165 da Constituição abrangerá todos os Poderes e o equivalente, conforme regimentos internos dos órgãos do
Ministério Público, será publicado até trinta dias após o Poder Judiciário;
encerramento de cada bimestre e composto de: IV - Chefe do Ministério Público, da União e dos
I - balanço orçamentário, que especificará, por Estados.
categoria econômica, as: Parágrafo único. O relatório também será assinado
a) receitas por fonte, informando as realizadas e a pelas autoridades responsáveis pela administração
realizar, bem como a previsão atualizada; financeira e pelo controle interno, bem como por outras
b) despesas por grupo de natureza, discriminando definidas por ato próprio de cada Poder ou órgão referido
a dotação para o exercício, a despesa liquidada e o saldo; no art. 20.
II - demonstrativos da execução das:
a) receitas, por categoria econômica e fonte, Art. 55. O relatório conterá:
especificando a previsão inicial, a previsão atualizada I - comparativo com os limites de que trata esta Lei
para o exercício, a receita realizada no bimestre, a Complementar, dos seguintes montantes:
realizada no exercício e a previsão a realizar; a) despesa total com pessoal, distinguindo a com
b) despesas, por categoria econômica e grupo de inativos e pensionistas;
natureza da despesa, discriminando dotação inicial, b) dívidas consolidada e mobiliária;
dotação para o exercício, despesas empenhada e c) concessão de garantias;
liquidada, no bimestre e no exercício; d) operações de crédito, inclusive por antecipação
c) despesas, por função e subfunção. de receita;
§ 1o Os valores referentes ao refinanciamento da e) despesas de que trata o inciso II do art. 4 o;
dívida mobiliária constarão destacadamente nas receitas II - indicação das medidas corretivas adotadas ou
de operações de crédito e nas despesas com amortização a adotar, se ultrapassado qualquer dos limites;
da dívida. III - demonstrativos, no último quadrimestre:
§ 2o O descumprimento do prazo previsto neste a) do montante das disponibilidades de caixa em
artigo sujeita o ente às sanções previstas no § 2o do art. trinta e um de dezembro;
51. b) da inscrição em Restos a Pagar, das despesas:
1) liquidadas;
Art. 53. Acompanharão o Relatório Resumido 2) empenhadas e não liquidadas, inscritas por
demonstrativos relativos a: atenderem a uma das condições do inciso II do art. 41;
I - apuração da receita corrente líquida, na forma 3) empenhadas e não liquidadas, inscritas até o
definida no inciso IV do art. 2o, sua evolução, assim como limite do saldo da disponibilidade de caixa;
a previsão de seu desempenho até o final do exercício; 4) não inscritas por falta de disponibilidade de
II - receitas e despesas previdenciárias a que se caixa e cujos empenhos foram cancelados;
refere o inciso IV do art. 50; c) do cumprimento do disposto no inciso II e na
III - resultados nominal e primário; alínea b do inciso IV do art. 38.
IV - despesas com juros, na forma do inciso II do § 1o O relatório dos titulares dos órgãos
art. 4o; mencionados nos incisos II, III e IV do art. 54 conterá
V - Restos a Pagar, detalhando, por Poder e órgão apenas as informações relativas à alínea a do inciso I, e
referido no art. 20, os valores inscritos, os pagamentos os documentos referidos nos incisos II e III.
realizados e o montante a pagar.

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§ 2o O relatório será publicado até trinta dias após III - medidas adotadas para o retorno da despesa
o encerramento do período a que corresponder, com total com pessoal ao respectivo limite, nos termos dos
amplo acesso ao público, inclusive por meio eletrônico. arts. 22 e 23;
§ 3o O descumprimento do prazo a que se refere o IV - providências tomadas, conforme o disposto no
§ 2 sujeita o ente à sanção prevista no § 2o do art. 51.
o art. 31, para recondução dos montantes das dívidas
§ 4o Os relatórios referidos nos arts. 52 e 54 consolidada e mobiliária aos respectivos limites;
deverão ser elaborados de forma padronizada, segundo V - destinação de recursos obtidos com a
modelos que poderão ser atualizados pelo conselho de alienação de ativos, tendo em vista as restrições
que trata o art. 67. constitucionais e as desta Lei Complementar;
VI - cumprimento do limite de gastos totais dos
Seção V legislativos municipais, quando houver.
Das Prestações de Contas § 1o Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes
Art. 56. As contas prestadas pelos Chefes do ou órgãos referidos no art. 20 quando constatarem:
Poder Executivo incluirão, além das suas próprias, as dos I - a possibilidade de ocorrência das situações
Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e previstas no inciso II do art. 4o e no art. 9o;
Judiciário e do Chefe do Ministério Público, referidos no II - que o montante da despesa total com pessoal
art. 20, as quais receberão parecer prévio, ultrapassou 90% (noventa por cento) do limite;
separadamente, do respectivo Tribunal de Contas. III - que os montantes das dívidas consolidada e
§ 1o As contas do Poder Judiciário serão mobiliária, das operações de crédito e da concessão de
apresentadas no âmbito: garantia se encontram acima de 90% (noventa por cento)
I - da União, pelos Presidentes do Supremo dos respectivos limites;
Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, consolidando IV - que os gastos com inativos e pensionistas se
as dos respectivos tribunais; encontram acima do limite definido em lei;
II - dos Estados, pelos Presidentes dos Tribunais V - fatos que comprometam os custos ou os
de Justiça, consolidando as dos demais tribunais. resultados dos programas ou indícios de irregularidades
§ 2o O parecer sobre as contas dos Tribunais de na gestão orçamentária.
Contas será proferido no prazo previsto no art. 57 pela § 2o Compete ainda aos Tribunais de Contas
comissão mista permanente referida no § 1o do art. 166 verificar os cálculos dos limites da despesa total com
da Constituição ou equivalente das Casas Legislativas pessoal de cada Poder e órgão referido no art. 20.
estaduais e municipais. § 3o O Tribunal de Contas da União acompanhará
§ 3o Será dada ampla divulgação dos resultados o cumprimento do disposto nos §§ 2o, 3o e 4o do art. 39.
da apreciação das contas, julgadas ou tomadas.
CAPÍTULO X
Art. 57. Os Tribunais de Contas emitirão parecer DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
prévio conclusivo sobre as contas no prazo de sessenta Art. 60. Lei estadual ou municipal poderá fixar
dias do recebimento, se outro não estiver estabelecido limites inferiores àqueles previstos nesta Lei
nas constituições estaduais ou nas leis orgânicas Complementar para as dívidas consolidada e mobiliária,
municipais. operações de crédito e concessão de garantias.
§ 1o No caso de Municípios que não sejam capitais
e que tenham menos de duzentos mil habitantes o prazo Art. 61. Os títulos da dívida pública, desde que
será de cento e oitenta dias. devidamente escriturados em sistema centralizado de
§ 2o Os Tribunais de Contas não entrarão em liquidação e custódia, poderão ser oferecidos em caução
recesso enquanto existirem contas de Poder, ou órgão para garantia de empréstimos, ou em outras transações
referido no art. 20, pendentes de parecer prévio. previstas em lei, pelo seu valor econômico, conforme
definido pelo Ministério da Fazenda.
Art. 58. A prestação de contas evidenciará o
desempenho da arrecadação em relação à previsão, Art. 62. Os Municípios só contribuirão para o
destacando as providências adotadas no âmbito da custeio de despesas de competência de outros entes da
fiscalização das receitas e combate à sonegação, as Federação se houver:
ações de recuperação de créditos nas instâncias I - autorização na lei de diretrizes orçamentárias e
administrativa e judicial, bem como as demais medidas na lei orçamentária anual;
para incremento das receitas tributárias e de II - convênio, acordo, ajuste ou congênere,
contribuições. conforme sua legislação.

Seção VI Art. 63. É facultado aos Municípios com população


Da Fiscalização da Gestão Fiscal inferior a cinquenta mil habitantes optar por:
Art. 59. O Poder Legislativo, diretamente ou com o I - aplicar o disposto no art. 22 e no § 4 o do art. 30
auxílio dos Tribunais de Contas, e o sistema de controle ao final do semestre;
interno de cada Poder e do Ministério Público fiscalizarão II - divulgar semestralmente:
o cumprimento desta Lei Complementar, consideradas as a) (VETADO)
normas de padronização metodológica editadas pelo b) o Relatório de Gestão Fiscal;
conselho de que trata o art. 67, com ênfase no que se c) os demonstrativos de que trata o art. 53;
refere a: (2021) III - elaborar o Anexo de Política Fiscal do plano
I - atingimento das metas estabelecidas na lei de plurianual, o Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de Riscos
diretrizes orçamentárias; Fiscais da lei de diretrizes orçamentárias e o anexo de
II - limites e condições para realização de que trata o inciso I do art. 5o a partir do quinto exercício
operações de crédito e inscrição em Restos a Pagar; seguinte ao da publicação desta Lei Complementar.

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§ 1o A divulgação dos relatórios e demonstrativos enquanto perdurar o referido estado de
deverá ser realizada em até trinta dias após o calamidade; (2020)
encerramento do semestre. b) aos atos de gestão orçamentária e financeira
§ 2o Se ultrapassados os limites relativos à necessários ao atendimento de despesas relacionadas ao
despesa total com pessoal ou à dívida consolidada, cumprimento do decreto legislativo; (2020)
enquanto perdurar esta situação, o Município ficará sujeito II - não afasta as disposições relativas a
aos mesmos prazos de verificação e de retorno ao limite transparência, controle e fiscalização. (2020)
definidos para os demais entes. § 3º No caso de aditamento de operações de
crédito garantidas pela União com amparo no disposto no
Art. 64. A União prestará assistência técnica e § 1º deste artigo, a garantia será mantida, não sendo
cooperação financeira aos Municípios para a necessária a alteração dos contratos de garantia e de
modernização das respectivas administrações tributária, contragarantia vigentes. (2020)
financeira, patrimonial e previdenciária, com vistas ao
cumprimento das normas desta Lei Complementar. Art. 66. Os prazos estabelecidos nos arts. 23, 31 e
§ 1o A assistência técnica consistirá no 70 serão duplicados no caso de crescimento real baixo ou
treinamento e desenvolvimento de recursos humanos e negativo do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, regional
na transferência de tecnologia, bem como no apoio à ou estadual por período igual ou superior a quatro
divulgação dos instrumentos de que trata o art. 48 em trimestres.
meio eletrônico de amplo acesso público. § 1o Entende-se por baixo crescimento a taxa de
§ 2o A cooperação financeira compreenderá a variação real acumulada do Produto Interno Bruto inferior
doação de bens e valores, o financiamento por intermédio a 1% (um por cento), no período correspondente aos
das instituições financeiras federais e o repasse de quatro últimos trimestres.
recursos oriundos de operações externas. § 2o A taxa de variação será aquela apurada pela
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ou
Art. 65. Na ocorrência de calamidade pública outro órgão que vier a substituí-la, adotada a mesma
reconhecida pelo Congresso Nacional, no caso da União, metodologia para apuração dos PIB nacional, estadual e
ou pelas Assembleias Legislativas, na hipótese dos regional.
Estados e Municípios, enquanto perdurar a situação: § 3o Na hipótese do caput, continuarão a ser
I - serão suspensas a contagem dos prazos e as adotadas as medidas previstas no art. 22.
disposições estabelecidas nos arts. 23 , 31 e 70; § 4o Na hipótese de se verificarem mudanças
II - serão dispensados o atingimento dos drásticas na condução das políticas monetária e cambial,
resultados fiscais e a limitação de empenho prevista no reconhecidas pelo Senado Federal, o prazo referido
art. 9o. no caput do art. 31 poderá ser ampliado em até quatro
§ 1º Na ocorrência de calamidade pública quadrimestres.
reconhecida pelo Congresso Nacional, nos termos de
decreto legislativo, em parte ou na integralidade do Art. 67. O acompanhamento e a avaliação, de
território nacional e enquanto perdurar a situação, além do forma permanente, da política e da operacionalidade da
previsto nos inciso I e II do caput: (2020) gestão fiscal serão realizados por conselho de gestão
I - serão dispensados os limites, condições e fiscal, constituído por representantes de todos os Poderes
demais restrições aplicáveis à União, aos Estados, ao e esferas de Governo, do Ministério Público e de
Distrito Federal e aos Municípios, bem como sua entidades técnicas representativas da sociedade, visando
verificação, para: (2020) a:
a) contratação e aditamento de operações de I - harmonização e coordenação entre os entes da
crédito; (2020) Federação;
b) concessão de garantias; (2020) II - disseminação de práticas que resultem em
c) contratação entre entes da Federação; maior eficiência na alocação e execução do gasto público,
e (2020) na arrecadação de receitas, no controle do endividamento
d) recebimento de transferências voluntárias; (2020) e na transparência da gestão fiscal;
II - serão dispensados os limites e afastadas as III - adoção de normas de consolidação das contas
vedações e sanções previstas e decorrentes dos arts. 35, públicas, padronização das prestações de contas e dos
37 e 42, bem como será dispensado o cumprimento do relatórios e demonstrativos de gestão fiscal de que trata
disposto no parágrafo único do art. 8º desta Lei esta Lei Complementar, normas e padrões mais simples
Complementar, desde que os recursos arrecadados para os pequenos Municípios, bem como outros,
sejam destinados ao combate à calamidade necessários ao controle social;
pública; (2020) IV - divulgação de análises, estudos e
III - serão afastadas as condições e as vedações diagnósticos.
previstas nos arts. 14, 16 e 17 desta Lei Complementar, § 1o O conselho a que se refere o caput instituirá
desde que o incentivo ou benefício e a criação ou o formas de premiação e reconhecimento público aos
aumento da despesa sejam destinados ao combate à titulares de Poder que alcançarem resultados meritórios
calamidade pública. (2020) em suas políticas de desenvolvimento social, conjugados
§ 2º O disposto no § 1º deste artigo, observados os com a prática de uma gestão fiscal pautada pelas normas
termos estabelecidos no decreto legislativo que desta Lei Complementar.
reconhecer o estado de calamidade pública: (2020) § 2o Lei disporá sobre a composição e a forma de
I - aplicar-se-á exclusivamente: (2020) funcionamento do conselho.
a) às unidades da Federação atingidas e
localizadas no território em que for reconhecido o estado Art. 68. Na forma do art. 250 da Constituição, é
de calamidade pública pelo Congresso Nacional e criado o Fundo do Regime Geral de Previdência Social,
vinculado ao Ministério da Previdência e Assistência

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Social, com a finalidade de prover recursos para o do Ministério Público o descumprimento das prescrições
pagamento dos benefícios do regime geral da previdência estabelecidas nesta Lei Complementar.
social.
§ 1o O Fundo será constituído de: Art. 73-B. Ficam estabelecidos os seguintes
I - bens móveis e imóveis, valores e rendas do prazos para o cumprimento das determinações dispostas
Instituto Nacional do Seguro Social não utilizados na nos incisos II e III do parágrafo único do art. 48 e do art.
operacionalização deste; 48-A:
II - bens e direitos que, a qualquer título, lhe sejam I – 1 (um) ano para a União, os Estados, o Distrito
adjudicados ou que lhe vierem a ser vinculados por força Federal e os Municípios com mais de 100.000 (cem mil)
de lei; habitantes;
III - receita das contribuições sociais para a II – 2 (dois) anos para os Municípios que tenham
seguridade social, previstas na alínea a do inciso I e entre 50.000 (cinquenta mil) e 100.000 (cem mil)
no inciso II do art. 195 da Constituição; habitantes;
IV - produto da liquidação de bens e ativos de III – 4 (quatro) anos para os Municípios que
pessoa física ou jurídica em débito com a Previdência tenham até 50.000 (cinquenta mil)
Social; habitantes.
V - resultado da aplicação financeira de seus Parágrafo único. Os prazos estabelecidos neste
ativos; artigo serão contados a partir da data de publicação da lei
VI - recursos provenientes do orçamento da União. complementar que introduziu os dispositivos referidos
§ 2o O Fundo será gerido pelo Instituto Nacional do no caput deste artigo.
Seguro Social, na forma da lei.
Art. 73-C. O não atendimento, até o encerramento
Art. 69. O ente da Federação que mantiver ou vier dos prazos previstos no art. 73-B, das determinações
a instituir regime próprio de previdência social para seus contidas nos incisos II e III do parágrafo único do art. 48 e
servidores conferir-lhe-á caráter contributivo e o no art. 48-A sujeita o ente à sanção prevista no inciso I do
organizará com base em normas de contabilidade e § 3o do art. 23.
atuária que preservem seu equilíbrio financeiro e atuarial.
Art. 74. Esta Lei Complementar entra em vigor na
Art. 70. O Poder ou órgão referido no art. 20 cuja data da sua publicação.
despesa total com pessoal no exercício anterior ao da
publicação desta Lei Complementar estiver acima dos Art. 75. Revoga-se a Lei Complementar no 96, de
limites estabelecidos nos arts. 19 e 20 deverá enquadrar- 31 de maio de 1999.
se no respectivo limite em até dois exercícios, eliminando
o excesso, gradualmente, à razão de, pelo menos, 50% Constituição Federal de 1988
a.a. (cinquenta por cento ao ano), mediante a adoção,
entre outras, das medidas previstas nos arts. 22 e 23. TÍTULO VI
Parágrafo único. A inobservância do disposto DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO
no caput, no prazo fixado, sujeita o ente às sanções
previstas no § 3o do art. 23. CAPÍTULO II
DAS FINANÇAS PÚBLICAS
SEÇÃO I
Art. 71. Ressalvada a hipótese do inciso X do art.
NORMAS GERAIS
37 da Constituição, até o término do terceiro exercício Art. 163. Lei complementar disporá sobre:
financeiro seguinte à entrada em vigor desta Lei I - finanças públicas;
Complementar, a despesa total com pessoal dos Poderes II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias,
e órgãos referidos no art. 20 não ultrapassará, em fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público;
percentual da receita corrente líquida, a despesa III - concessão de garantias pelas entidades públicas;
verificada no exercício imediatamente anterior, acrescida IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;
de até 10% (dez por cento), se esta for inferior ao limite V - fiscalização financeira da administração pública direta e
indireta;
definido na forma do art. 20.
VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
Art. 72. A despesa com serviços de terceiros dos VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de
Poderes e órgãos referidos no art. 20 não poderá crédito da União, resguardadas as características e condições
exceder, em percentual da receita corrente líquida, a do operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.
exercício anterior à entrada em vigor desta Lei VIII - sustentabilidade da dívida, especificando:
Complementar, até o término do terceiro exercício a) indicadores de sua apuração;
seguinte. b) níveis de compatibilidade dos resultados fiscais com a
trajetória da dívida;
c) trajetória de convergência do montante da dívida com os
Art. 73. As infrações dos dispositivos desta Lei limites definidos em legislação;
Complementar serão punidas segundo o Decreto-Lei d) medidas de ajuste, suspensões e vedações;
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); a Lei e) planejamento de alienação de ativos com vistas à redução do
no 1.079, de 10 de abril de 1950; o Decreto-Lei no 201, de montante da dívida.
27 de fevereiro de 1967; a Lei no 8.429, de 2 de junho de Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso VIII do
1992; e demais normas da legislação pertinente. caput deste artigo pode autorizar a aplicação das vedações
previstas no art. 167-A desta Constituição.
Art. 163-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Art. 73-A. Qualquer cidadão, partido político,
Municípios disponibilizarão suas informações e dados contábeis,
associação ou sindicato é parte legítima para denunciar orçamentários e fiscais, conforme periodicidade, formato e
ao respectivo Tribunal de Contas e ao órgão competente sistema estabelecidos pelo órgão central de contabilidade da
União, de forma a garantir a rastreabilidade, a comparabilidade e

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a publicidade dos dados coletados, os quais deverão ser II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da
divulgados em meio eletrônico de amplo acesso público. administração direta e indireta bem como condições para a
Art. 164. A competência da União para emitir moeda será instituição e funcionamento de fundos.
exercida exclusivamente pelo banco central. III - dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de
§ 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou procedimentos que serão adotados quando houver impedimentos
indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e limitação das
órgão ou entidade que não seja instituição financeira. programações de caráter obrigatório, para a realização do
§ 2º O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão disposto nos §§ 11 e 12 do art. 166 .
do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de § 10. A administração tem o dever de executar as programações
moeda ou a taxa de juros. orçamentárias, adotando os meios e as medidas necessários,
§ 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no com o propósito de garantir a efetiva entrega de bens e serviços
banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos à sociedade.
Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das § 11. O disposto no § 10 deste artigo, nos termos da lei de
empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, diretrizes orçamentárias:
ressalvados os casos previstos em lei. I - subordina-se ao cumprimento de dispositivos constitucionais e
Art. 164-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os legais que estabeleçam metas fiscais ou limites de despesas e
Municípios devem conduzir suas políticas fiscais de forma a não impede o cancelamento necessário à abertura de créditos
manter a dívida pública em níveis sustentáveis, na forma da lei adicionais;
complementar referida no inciso VIII do caput do art. 163 desta II - não se aplica nos casos de impedimentos de ordem técnica
Constituição. devidamente justificados;
Parágrafo único. A elaboração e a execução de planos e III - aplica-se exclusivamente às despesas primárias
orçamentos devem refletir a compatibilidade dos indicadores discricionárias.
fiscais com a sustentabilidade da dívida. § 12. Integrará a lei de diretrizes orçamentárias, para o exercício
SEÇÃO II a que se refere e, pelo menos, para os 2 (dois) exercícios
DOS ORÇAMENTOS subsequentes, anexo com previsão de agregados fiscais e a
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: proporção dos recursos para investimentos que serão alocados
I - o plano plurianual; na lei orçamentária anual para a continuidade daqueles em
II - as diretrizes orçamentárias; andamento.
III - os orçamentos anuais. § 13. O disposto no inciso III do § 9º e nos §§ 10, 11 e 12 deste
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma artigo aplica-se exclusivamente aos orçamentos fiscal e da
regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração seguridade social da União.
pública federal para as despesas de capital e outras delas § 14. A lei orçamentária anual poderá conter previsões de
decorrentes e para as relativas aos programas de duração despesas para exercícios seguintes, com a especificação dos
continuada. investimentos plurianuais e daquele s em andamento.
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e § 15. A União organizará e manterá registro centralizado de
prioridades da administração pública federal, estabelecerá as projetos de investimento contendo, por Estado ou Distrito
diretrizes de política fiscal e respectivas metas, em consonância Federal, pelo menos, análises de viabilidade, estimativas de
com trajetória sustentável da dívida pública, orientará a custos e informações sobre a execução física e financeira.
elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as § 16. As leis de que trata este artigo devem observar, no que
alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de couber, os resultados do monitoramento e da avaliação das
aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. políticas públicas previstos no § 16 do art. 37 desta
§ 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o Constituição.
encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às
orçamentária. diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos
§ 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso
previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância Nacional, na forma do regimento comum.
com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional. § 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e
§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá: Deputados:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste
fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, artigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo
inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; Presidente da República;
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas
direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição e
direito a voto; exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso
entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.
indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos § 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que
pelo Poder Público. sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma regimental,
§ 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e § 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos
despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso:
e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de
§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, diretrizes orçamentárias;
compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os
funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam
critério populacional. sobre:
§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à a) dotações para pessoal e seus encargos;
previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na b) serviço da dívida;
proibição a autorização para abertura de créditos suplementares c) transferências tributárias constitucionais para Estados,
e contratação de operações de crédito, ainda que por Municípios e Distrito Federal; ou
antecipação de receita, nos termos da lei. III - sejam relacionadas:
§ 9º Cabe à lei complementar: a) com a correção de erros ou omissões; ou
I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de § 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias
diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual; não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano
plurianual.

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§ 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao que atenda de forma igualitária e impessoal às emendas
Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que apresentadas, independentemente da autoria.
se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na § 20. As programações de que trata o § 12 deste artigo, quando
Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta. versarem sobre o início de investimentos com duração de mais
§ 6º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes de 1 (um) exercício financeiro ou cuja execução já tenha sido
orçamentárias e do orçamento anual serão enviados pelo iniciada, deverão ser objeto de emenda pela mesma bancada
Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da estadual, a cada exercício, até a conclusão da obra ou do
lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º. empreendimento.
§ 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que Art. 166-A. As emendas individuais impositivas apresentadas ao
não contrariar o disposto nesta seção, as demais normas projeto de lei orçamentária anual poderão alocar recursos a
relativas ao processo legislativo. Estados, ao Distrito Federal e a Municípios por meio de:
§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou I - transferência especial; ou
rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem II - transferência com finalidade definida.
despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o § 1º Os recursos transferidos na forma do caput deste artigo não
caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia integrarão a receita do Estado, do Distrito Federal e dos
e específica autorização legislativa. Municípios para fins de repartição e para o cálculo dos limites da
§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão despesa com pessoal ativo e inativo, nos termos do § 16 do art.
aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro e dois décimos por 166, e de endividamento do ente federado, vedada, em qualquer
cento) da receita corrente líquida prevista no projeto caso, a aplicação dos recursos a que se refere o caput deste
encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a metade deste artigo no pagamento de:
percentual será destinada a ações e serviços públicos de I - despesas com pessoal e encargos sociais relativas a ativos e
saúde. inativos, e com pensionistas; e
§ 10. A execução do montante destinado a ações e serviços II - encargos referentes ao serviço da dívida.
públicos de saúde previsto no § 9º, inclusive custeio, será § 2º Na transferência especial a que se refere o inciso I do caput
computada para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do art. deste artigo, os recursos:
198, vedada a destinação para pagamento de pessoal ou I - serão repassados diretamente ao ente federado beneficiado,
encargos sociais. independentemente de celebração de convênio ou de
§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das instrumento congênere;
programações a que se refere o § 9º deste artigo, em montante II - pertencerão ao ente federado no ato da efetiva transferência
correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da financeira; e
receita corrente líquida realizada no exercício anterior, conforme III - serão aplicadas em programações finalísticas das áreas de
os critérios para a execução equitativa da programação definidos competência do Poder Executivo do ente federado beneficiado,
na lei complementar prevista no § 9º do art. 165. observado o disposto no § 5º deste artigo.
§ 12. A garantia de execução de que trata o § 11 deste artigo § 3º O ente federado beneficiado da transferência especial a que
aplica-se também às programações incluídas por todas as se refere o inciso I do caput deste artigo poderá firmar contratos
emendas de iniciativa de bancada de parlamentares de Estado de cooperação técnica para fins de subsidiar o acompanhamento
ou do Distrito Federal, no montante de até 1% (um por cento) da da execução orçamentária na aplicação dos recursos.
receita corrente líquida realizada no exercício anterior. § 4º Na transferência com finalidade definida a que se refere o
§ 13. As programações orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12 inciso II do caput deste artigo, os recursos serão:
deste artigo não serão de execução obrigatória nos casos dos I - vinculados à programação estabelecida na emenda
impedimentos de ordem técnica. parlamentar; e
§ 14. Para fins de cumprimento do disposto nos §§ 11 e 12 deste II - aplicados nas áreas de competência constitucional da
artigo, os órgãos de execução deverão observar, nos termos da União.
lei de diretrizes orçamentárias, cronograma para análise e § 5º Pelo menos 70% (setenta por cento) das transferências
verificação de eventuais impedimentos das programações e especiais de que trata o inciso I do caput deste artigo deverão ser
demais procedimentos necessários à viabilização da execução aplicadas em despesas de capital, observada a restrição a que
dos respectivos montantes. se refere o inciso II do § 1º deste artigo.
I - (revogado); Art. 167. São vedados:
II - (revogado); I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei
III - (revogado); orçamentária anual;
IV - (revogado). II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações
§ 15. (Revogado) diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;
§ 16. Quando a transferência obrigatória da União para a III - a realização de operações de créditos que excedam o
execução da programação prevista nos §§ 11 e 12 deste artigo montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas
for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade
independerá da adimplência do ente federativo destinatário e não precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria
integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para fins absoluta;
de aplicação dos limites de despesa de pessoal de que trata o IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou
caput do art. 169. despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação
§ 17. Os restos a pagar provenientes das programações dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação
orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12 poderão ser de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para
considerados para fins de cumprimento da execução financeira manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de
até o limite de 0,6% (seis décimos por cento) da receita corrente atividades da administração tributária, como determinado,
líquida realizada no exercício anterior, para as programações das respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a
emendas individuais, e até o limite de 0,5% (cinco décimos por prestação de garantias às operações de crédito por antecipação
cento), para as programações das emendas de iniciativa de de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no §
bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito 4º deste artigo;
Federal. V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia
§ 18. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa autorização legislativa e sem indicação dos recursos
poderá resultar no não cumprimento da meta de resultado fiscal correspondentes;
estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, os montantes VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de
previstos nos §§ 11 e 12 deste artigo poderão ser reduzidos em recursos de uma categoria de programação para outra ou de um
até a mesma proporção da limitação incidente sobre o conjunto órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
das demais despesas discricionárias. VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
§ 19. Considera-se equitativa a execução das programações de VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de
caráter obrigatório que observe critérios objetivos e imparciais e recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir

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necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, ou de determinação legal anterior ao início da aplicação das
inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º; medidas de que trata este artigo;
IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia II - criação de cargo, emprego ou função que implique aumento
autorização legislativa. de despesa;
X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de
empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos despesa;
Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, IV - admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título,
para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e ressalvadas:
pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos a) as reposições de cargos de chefia e de direção que não
Municípios. acarretem aumento de despesa;
XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições b) as reposições decorrentes de vacâncias de cargos efetivos ou
sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de vitalícios;
despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral c) as contratações temporárias de que trata o inciso IX do caput
de previdência social de que trata o art. 201. do art. 37 desta Constituição; e
XII - na forma estabelecida na lei complementar de que trata o § d) as reposições de temporários para prestação de serviço militar
22 do art. 40, a utilização de recursos de regime próprio de e de alunos de órgãos de formação de militares;
previdência social, incluídos os valores integrantes dos fundos V - realização de concurso público, exceto para as reposições de
previstos no art. 249, para a realização de despesas distintas do vacâncias previstas no inciso IV deste caput;
pagamento dos benefícios previdenciários do respectivo fundo VI - criação ou majoração de auxílios, vantagens, bônus, abonos,
vinculado àquele regime e das despesas necessárias à sua verbas de representação ou benefícios de qualquer natureza,
organização e ao seu funcionamento; inclusive os de cunho indenizatório, em favor de membros de
XIII - a transferência voluntária de recursos, a concessão de Poder, do Ministério Público ou da Defensoria Pública e de
avais, as garantias e as subvenções pela União e a concessão servidores e empregados públicos e de militares, ou ainda de
de empréstimos e de financiamentos por instituições financeiras seus dependentes, exceto quando derivados de sentença judicial
federais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios na transitada em julgado ou de determinação legal anterior ao início
hipótese de descumprimento das regras gerais de organização e da aplicação das medidas de que trata este artigo;
de funcionamento de regime próprio de previdência social. VII - criação de despesa obrigatória;
XIV - a criação de fundo público, quando seus objetivos puderem VIII - adoção de medida que implique reajuste de despesa
ser alcançados mediante a vinculação de receitas orçamentárias obrigatória acima da variação da inflação, observada a
específicas ou mediante a execução direta por programação preservação do poder aquisitivo referida no inciso IV do caput do
orçamentária e financeira de órgão ou entidade da administração art. 7º desta Constituição;
pública. IX - criação ou expansão de programas e linhas de
§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financiamento, bem como remissão, renegociação ou
financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano refinanciamento de dívidas que impliquem ampliação das
plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime despesas com subsídios e subvenções;
de responsabilidade. X - concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no natureza tributária.
exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de § 1º Apurado que a despesa corrente supera 85% (oitenta e
autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele cinco por cento) da receita corrente, sem exceder o percentual
exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, mencionado no caput deste artigo, as medidas nele indicadas
serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro podem ser, no todo ou em parte, implementadas por atos do
subsequente. Chefe do Poder Executivo com vigência imediata, facultado aos
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida demais Poderes e órgãos autônomos implementá-las em seus
para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as respectivos âmbitos.
decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, § 2º O ato de que trata o § 1º deste artigo deve ser submetido,
observado o disposto no art. 62. em regime de urgência, à apreciação do Poder Legislativo.
§ 4º É permitida a vinculação das receitas a que se referem os § 3º O ato perde a eficácia, reconhecida a validade dos atos
arts. 155, 156, 157, 158 e as alíneas "a", "b", "d" e "e" do inciso I praticados na sua vigência, quando:
e o inciso II do caput do art. 159 desta Constituição para I - rejeitado pelo Poder Legislativo;
pagamento de débitos com a União e para prestar-lhe garantia II - transcorrido o prazo de 180 (cento e oitenta) dias sem que se
ou contragarantia. ultime a sua apreciação; ou
§ 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de III - apurado que não mais se verifica a hipótese prevista no § 1º
recursos de uma categoria de programação para outra poderão deste artigo, mesmo após a sua aprovação pelo Poder
ser admitidos, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e Legislativo.
inovação, com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos § 4º A apuração referida neste artigo deve ser realizada
restritos a essas funções, mediante ato do Poder Executivo, sem bimestralmente.
necessidade da prévia autorização legislativa prevista no inciso § 5º As disposições de que trata este artigo:
VI deste artigo. I - não constituem obrigação de pagamento futuro pelo ente da
§ 6º Para fins da apuração ao término do exercício financeiro do Federação ou direitos de outrem sobre o erário;
cumprimento do limite de que trata o inciso III do caput deste II - não revogam, dispensam ou suspendem o cumprimento de
artigo, as receitas das operações de crédito efetuadas no dispositivos constitucionais e legais que disponham sobre metas
contexto da gestão da dívida pública mobiliária federal somente fiscais ou limites máximos de despesas.
serão consideradas no exercício financeiro em que for realizada § 6º Ocorrendo a hipótese de que trata o caput deste artigo, até
a respectiva despesa. que todas as medidas nele previstas tenham sido adotadas por
Art. 167-A. Apurado que, no período de 12 (doze) meses, a todos os Poderes e órgãos nele mencionados, de acordo com
relação entre despesas correntes e receitas correntes supera declaração do respectivo Tribunal de Contas, é vedada:
95% (noventa e cinco por cento), no âmbito dos Estados, do I - a concessão, por qualquer outro ente da Federação, de
Distrito Federal e dos Municípios, é facultado aos Poderes garantias ao ente envolvido;
Executivo, Legislativo e Judiciário, ao Ministério Público, ao II - a tomada de operação de crédito por parte do ente envolvido
Tribunal de Contas e à Defensoria Pública do ente, enquanto com outro ente da Federação, diretamente ou por intermédio de
permanecer a situação, aplicar o mecanismo de ajuste fiscal de seus fundos, autarquias, fundações ou empresas estatais
vedação da: dependentes, ainda que sob a forma de novação,
I - concessão, a qualquer título, de vantagem, aumento, reajuste refinanciamento ou postergação de dívida contraída
ou adequação de remuneração de membros de Poder ou de anteriormente, ressalvados os financiamentos destinados a
órgão, de servidores e empregados públicos e de militares, projetos específicos celebrados na forma de operações típicas
exceto dos derivados de sentença judicial transitada em julgado das agências financeiras oficiais de fomento.

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Art. 167-B. Durante a vigência de estado de calamidade pública termos deste artigo, e, até que as tenham adotado na
de âmbito nacional, decretado pelo Congresso Nacional por integralidade, estarão submetidos às restrições do § 6º do art.
iniciativa privativa do Presidente da República, a União deve 167-A desta Constituição, enquanto perdurarem seus efeitos
adotar regime extraordinário fiscal, financeiro e de contratações para a União.
para atender às necessidades dele decorrentes, somente naquilo Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações
em que a urgência for incompatível com o regime regular, nos orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares e
termos definidos nos arts. 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e
desta Constituição. Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, ser-
Art. 167-C. Com o propósito exclusivo de enfrentamento da lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na
calamidade pública e de seus efeitos sociais e econômicos, no forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.
seu período de duração, o Poder Executivo federal pode adotar § 1º É vedada a transferência a fundos de recursos financeiros
processos simplificados de contratação de pessoal, em caráter oriundos de repasses duodecimais.
temporário e emergencial, e de obras, serviços e compras que § 2º O saldo financeiro decorrente dos recursos entregues na
assegurem, quando possível, competição e igualdade de forma do caput deste artigo deve ser restituído ao caixa único do
condições a todos os concorrentes, dispensada a observância do Tesouro do ente federativo, ou terá seu valor deduzido das
§ 1º do art. 169 na contratação de que trata o inciso IX do caput primeiras parcelas duodecimais do exercício seguinte.
do art. 37 desta Constituição, limitada a dispensa às situações de Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo e pensionistas
que trata o referido inciso, sem prejuízo do controle dos órgãos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não
competentes. pode exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
Art. 167-D. As proposições legislativas e os atos do Poder § 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de
Executivo com propósito exclusivo de enfrentar a calamidade e remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou
suas consequências sociais e econômicas, com vigência e alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou
efeitos restritos à sua duração, desde que não impliquem contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e
despesa obrigatória de caráter continuado, ficam dispensados da entidades da administração direta ou indireta, inclusive
observância das limitações legais quanto à criação, à expansão fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão
ou ao aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete ser feitas:
aumento de despesa e à concessão ou à ampliação de incentivo I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender
ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela
receita. decorrentes;
Parágrafo único. Durante a vigência da calamidade pública de II - se houver autorização específica na lei de diretrizes
âmbito nacional de que trata o art. 167-B, não se aplica o orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as
disposto no § 3º do art. 195 desta Constituição. sociedades de economia mista.
Art. 167-E. Fica dispensada, durante a integralidade do exercício § 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida
financeiro em que vigore a calamidade pública de âmbito neste artigo para a adaptação aos parâmetros ali previstos, serão
nacional, a observância do inciso III do caput do art. 167 desta imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais
Constituição. ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
Art. 167-F. Durante a vigência da calamidade pública de âmbito que não observarem os referidos limites.
nacional de que trata o art. 167-B desta Constituição: § 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base
I - são dispensados, durante a integralidade do exercício neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida
financeiro em que vigore a calamidade pública, os limites, as no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
condições e demais restrições aplicáveis à União para a adotarão as seguintes providências:
contratação de operações de crédito, bem como sua I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com
verificação; cargos em comissão e funções de confiança;
II - o superávit financeiro apurado em 31 de dezembro do ano II - exoneração dos servidores não estáveis.
imediatamente anterior ao reconhecimento pode ser destinado à § 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não
cobertura de despesas oriundas das medidas de combate à forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação
calamidade pública de âmbito nacional e ao pagamento da dívida da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável
pública. poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de
§ 1º Lei complementar pode definir outras suspensões, dispensas cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão
e afastamentos aplicáveis durante a vigência do estado de ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal.
calamidade pública de âmbito nacional. § 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior
§ 2º O disposto no inciso II do caput deste artigo não se aplica às fará jus a indenização correspondente a um mês de remuneração
fontes de recursos: por ano de serviço.
I - decorrentes de repartição de receitas a Estados, ao Distrito § 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos
Federal e a Municípios; anteriores será considerado extinto, vedada a criação de cargo,
II - decorrentes das vinculações estabelecidas pelos arts. 195, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo
198, 201, 212, 212-A e 239 desta Constituição; prazo de quatro anos.
III - destinadas ao registro de receitas oriundas da arrecadação § 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem
de doações ou de empréstimos compulsórios, de transferências obedecidas na efetivação do disposto no § 4º.
recebidas para o atendimento de finalidades determinadas ou
das receitas de capital produto de operações de financiamento
celebradas com finalidades contratualmente determinadas.
Art. 167-G. Na hipótese de que trata o art. 167-B, aplicam-se à
União, até o término da calamidade pública, as vedações
previstas no art. 167-A desta Constituição.
§ 1º Na hipótese de medidas de combate à calamidade pública
cuja vigência e efeitos não ultrapassem a sua duração, não se
aplicam as vedações referidas nos incisos II, IV, VII, IX e X do
caput do art. 167-A desta Constituição.
§ 2º Na hipótese de que trata o art. 167-B, não se aplica a alínea
"c" do inciso I do caput do art. 159 desta Constituição, devendo a _____________________________________
01
transferência a que se refere aquele dispositivo ser efetuada nos
mesmos montantes transferidos no exercício anterior à _____________________________________
02
decretação da calamidade.
§ 3º É facultada aos Estados, ao Distrito Federal e aos _____________________________________
03
Municípios a aplicação das vedações referidas no caput, nos

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_____________________________________
04 III - Quadro demonstrativo do programa anual de
trabalho do Governo, em termos de realização de obras e
_____________________________________
05 de prestação de serviços.

_____________________________________
06 Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas
as receitas, inclusive as de operações de crédito
_____________________________________
07
autorizadas em lei.
Parágrafo único. Não se consideram para os fins
_____________________________________
08
deste artigo as operações de credito por antecipação da
_____________________________________
09
receita, as emissões de papel-moeda e outras entradas
compensatórias, no ativo e passivo financeiros .
_____________________________________
10

Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as


_____________________________________
11 despesas próprias dos órgãos do Governo e da
administração centralizada, ou que, por intermédio deles
_____________________________________
12 se devam realizar, observado o disposto no artigo 2°.
_____________________________________
13
Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará
dotações globais destinadas a atender indiferentemente a
_____________________________________
14
despesas de pessoal, material, serviços de terceiros,
_____________________________________
15
transferências ou quaisquer outras, ressalvado o disposto
no artigo 20 e seu parágrafo único.

Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da


Lei nº 4.320/1964 Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer
deduções.
Lei de Finanças Públicas § 1º As cotas de receitas que uma entidade pública
deva transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, no
Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para orçamento da entidade obrigada a transferência e, como
elaboração e controle dos orçamentos e balanços da receita, no orçamento da que as deva receber.
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. § 2º Para cumprimento do disposto no parágrafo
anterior, o cálculo das cotas terá por base os dados
apurados no balanço do exercício anterior aquele em que
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e
se elaborar a proposta orçamentária do governo obrigado
eu sanciono a seguinte Lei;
a transferência.
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Art. 7° A Lei de Orçamento poderá conter
Art. 1º Esta lei estatui normas gerais de direito
autorização ao Executivo para:
financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e
I - Abrir créditos suplementares até determinada
balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do
importância obedecidas as disposições do artigo
Distrito Federal, de acordo com o disposto no art. 5º,
43;
inciso XV, letra b, da Constituição Federal.
II - Realizar em qualquer mês do exercício
financeiro, operações de crédito por antecipação da
TÍTULO I
receita, para atender a insuficiências de caixa.
Da Lei de Orçamento
§ 1º Em casos de déficit, a Lei de Orçamento
CAPÍTULO I
indicará as fontes de recursos que o Poder Executivo fica
Disposições Gerais
autorizado a utilizar para atender a sua cobertura.
Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação
§ 2° O produto estimado de operações de crédito e
da receita e despesa de forma a evidenciar a política
de alienação de bens imóveis somente se incluirá na
econômica financeira e o programa de trabalho do
receita quando umas e outras forem especificamente
Governo, obedecidos os princípios de unidade
autorizadas pelo Poder Legislativo em forma que
universalidade e anualidade.
juridicamente possibilite ao Poder Executivo realizá-las no
§ 1° Integrarão a Lei de Orçamento:
exercício.
I - Sumário geral da receita por fontes e da
§ 3º A autorização legislativa a que se refere o
despesa por funções do Governo;
parágrafo anterior, no tocante a operações de crédito,
II - Quadro demonstrativo da Receita e Despesa
poderá constar da própria Lei de Orçamento.
segundo as Categorias Econômicas, na forma do Anexo
nº 1;
Art. 8º A discriminação da receita geral e da
III - Quadro discriminativo da receita por fontes e
despesa de cada órgão do Governo ou unidade
respectiva legislação;
administrativa, a que se refere o artigo 2º, § 1º, incisos III
IV - Quadro das dotações por órgãos do Governo e
e IV obedecerá à forma do Anexo nº 2.
da Administração.
§ 1° Os itens da discriminação da receita e da
§ 2º Acompanharão a Lei de Orçamento:
despesa, mencionados nos artigos 11, § 4°, e 13, serão
I - Quadros demonstrativos da receita e planos de
identificados por números de códigos decimal, na forma
aplicação dos fundos especiais;
dos Anexos nºs 3 e 4.
II - Quadros demonstrativos da despesa, na forma
§ 2º Completarão os números do código decimal
dos Anexos nºs 6 a 9;
referido no parágrafo anterior os algarismos

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caracterizadores da classificação funcional da despesa, Inversões Financeiras
conforme estabelece o Anexo nº 5. Transferências de Capital
§ 3° O código geral estabelecido nesta lei não § 1º Classificam-se como Despesas de Custeio as
prejudicará a adoção de códigos locais. dotações para manutenção de serviços anteriormente
criados, inclusive as destinadas a atender a obras de
CAPÍTULO II conservação e adaptação de bens imóveis.
Da Receita § 2º Classificam-se como Transferências Correntes
Art. 9º Tributo é a receita derivada instituída pelas as dotações para despesas as quais não corresponda
entidades de direito público, compreendendo os impostos, contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive
as taxas e contribuições nos termos da constituição e das para contribuições e subvenções destinadas a atender à
leis vigentes em matéria financeira, destinando-se o seu manutenção de outras entidades de direito público ou
produto ao custeio de atividades gerais ou especificas privado.
exercidas por essas entidades § 3º Consideram-se subvenções, para os efeitos
desta lei, as transferências destinadas a cobrir despesas
Art. 10. (Vetado). de custeio das entidades beneficiadas, distinguindo-se
como:
Art. 11 - A receita classificar-se-á nas seguintes I - subvenções sociais, as que se destinem a
categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de instituições públicas ou privadas de caráter assistencial ou
Capital. cultural, sem finalidade lucrativa;
§ 1º - São Receitas Correntes as receitas tributária, II - subvenções econômicas, as que se destinem a
de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de empresas públicas ou privadas de caráter industrial,
serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos comercial, agrícola ou pastoril.
financeiros recebidos de outras pessoas de direito público § 4º Classificam-se como investimentos as
ou privado, quando destinadas a atender despesas dotações para o planejamento e a execução de obras,
classificáveis em Despesas Correntes. inclusive as destinadas à aquisição de imóveis
§ 2º - São Receitas de Capital as provenientes da considerados necessários à realização destas últimas,
realização de recursos financeiros oriundos de bem como para os programas especiais de trabalho,
constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de aquisição de instalações, equipamentos e material
bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas permanente e constituição ou aumento do capital de
de direito público ou privado, destinados a atender empresas que não sejam de caráter comercial ou
despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, financeiro.
o superávit do Orçamento Corrente. § 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as
§ 3º - O superávit do Orçamento Corrente dotações destinadas a:
resultante do balanceamento dos totais das receitas e I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já
despesas correntes, apurado na demonstração a que se em utilização;
refere o Anexo nº 1, não constituirá item de receita II - aquisição de títulos representativos do capital
orçamentária. de empresas ou entidades de qualquer espécie, já
§ 4º - A classificação da receita obedecerá ao constituídas, quando a operação não importe aumento do
seguinte esquema: capital;
RECEITAS CORRENTES III - constituição ou aumento do capital de
RECEITA TRIBUTÁRIA entidades ou empresas que visem a objetivos comerciais
Impostos. ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de
Taxas. seguros.
Contribuições de Melhoria. § 6º São Transferências de Capital as dotações
RECEITA DE CONTRIBUIÇÕES para investimentos ou inversões financeiras que outras
RECEITA PATRIMONIAL pessoas de direito público ou privado devam realizar,
RECEITA AGROPECUÁRIA independentemente de contraprestação direta em bens ou
RECEITA INDUSTRIAL serviços, constituindo essas transferências auxílios ou
RECEITA DE SERVIÇOS contribuições, segundo derivem diretamente da Lei de
TRANSFERÊNCIAS CORRENTES Orçamento ou de lei especialmente anterior, bem como as
OUTRAS RECEITAS CORRENTES dotações para amortização da dívida pública.
RECEITAS DE CAPITAL
OPERAÇÕES DE CRÉDITO Art. 13. Observadas as categorias econômicas do
ALIENAÇÃO DE BENS art. 12, a discriminação ou especificação da despesa por
AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS elementos, em cada unidade administrativa ou órgão de
TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL governo, obedecerá ao seguinte esquema:
OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL DESPESAS CORRENTES
Despesas de Custeio
CAPÍTULO III Pessoa Civil
Da Despesa Pessoal Militar
Art. 12. A despesa será classificada nas seguintes Material de Consumo
categorias econômicas: Serviços de Terceiros
DESPESAS CORRENTES Encargos Diversos
Despesas de Custeio Transferências Correntes
Transferências Correntes Subvenções Sociais
DESPESAS DE CAPITAL Subvenções Econômicas
Investimentos Inativos
Pensionistas

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Salário Família e Abono Familiar Art. 18. A cobertura dos déficits de manutenção
Juros da Dívida Pública das empresas públicas, de natureza autárquica ou não,
Contribuições de Previdência Social far-se-á mediante subvenções econômicas
Diversas Transferências Correntes. expressamente incluídas nas despesas correntes do
DESPESAS DE CAPITAL orçamento da União, do Estado, do Município ou do
Investimentos Distrito Federal.
Obras Públicas Parágrafo único. Consideram-se, igualmente,
Serviços em Regime de Programação Especial como subvenções econômicas:
Equipamentos e Instalações a) as dotações destinadas a cobrir a diferença
Material Permanente entre os preços de mercado e os preços de revenda, pelo
Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Governo, de gêneros alimentícios ou outros materiais;
Empresas ou Entidades Industriais ou Agrícolas b) as dotações destinadas ao pagamento de
Inversões Financeiras bonificações a produtores de determinados gêneros ou
Aquisição de Imóveis materiais.
Participação em Constituição ou Aumento de Capital de
Empresas ou Entidades Comerciais ou Financeiras Art. 19. A Lei de Orçamento não consignará ajuda
Aquisição de Títulos Representativos de Capital de financeira, a qualquer título, a empresa de fins lucrativos,
Empresa em Funcionamento salvo quando se tratar de subvenções cuja concessão
Constituição de Fundos Rotativos tenha sido expressamente autorizada em lei especial.
Concessão de Empréstimos SEÇÃO II
Diversas Inversões Financeiras Das Despesas de Capital
Transferências de Capital SUBSEÇÃO PRIMEIRA
Amortização da Dívida Pública Dos Investimentos
Auxílios para Obras Públicas Art. 20. Os investimentos serão discriminados na
Auxílios para Equipamentos e Instalações Lei de Orçamento segundo os projetos de obras e de
Auxílios para Inversões Financeiras outras aplicações.
Outras Contribuições. Parágrafo único. Os programas especiais de
trabalho que, por sua natureza, não possam cumprir-se
Art. 14. Constitui unidade orçamentária o subordinadamente às normas gerais de execução da
agrupamento de serviços subordinados ao mesmo órgão despesa poderão ser custeadas por dotações globais,
ou repartição a que serão consignadas dotações classificadas entre as Despesas de Capital.
próprias.
Parágrafo único. Em casos excepcionais, serão SUBSEÇÃO SEGUNDA
consignadas dotações a unidades administrativas Das Transferências de Capital
subordinadas ao mesmo órgão. Art. 21. A Lei de Orçamento não consignará auxílio
para investimentos que se devam incorporar ao
Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da patrimônio das empresas privadas de fins lucrativos.
despesa far-se-á no mínimo por elementos. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se
§ 1º Entende-se por elementos o desdobramento às transferências de capital à conta de fundos especiais
da despesa com pessoal, material, serviços, obras e ou dotações sob regime excepcional de aplicação.
outros meios de que se serve a administração pública
para consecução dos seus fins. TÍTULO II
§ 2º Para efeito de classificação da despesa, Da Proposta Orçamentária
considera-se material permanente o de duração superior CAPÍTULO I
a dois anos. Conteúdo e Forma da Proposta Orçamentária
Art. 22. A proposta orçamentária que o Poder
SEÇÃO I Executivo encaminhará ao Poder Legislativo nos prazos
Das Despesas Correntes estabelecidos nas Constituições e nas Leis Orgânicas dos
SUBSEÇÃO ÚNICA Municípios, compor-se-á:
Das Transferências Correntes I - Mensagem, que conterá: exposição
I) Das Subvenções Sociais circunstanciada da situação econômico-financeira,
Art. 16. Fundamentalmente e nos limites das documentada com demonstração da dívida fundada e
possibilidades financeiras a concessão de subvenções flutuante, saldos de créditos especiais, restos a pagar e
sociais visará a prestação de serviços essenciais de outros compromissos financeiros exigíveis; exposição e
assistência social, médica e educacional, sempre que a justificação da política econômico-financeira do Governo;
suplementação de recursos de origem privada aplicados a justificação da receita e despesa, particularmente no
esses objetivos, revelar-se mais econômica. tocante ao orçamento de capital;
Parágrafo único. O valor das subvenções, sempre II - Projeto de Lei de Orçamento;
que possível, será calculado com base em unidades de III - Tabelas explicativas, das quais, além das
serviços efetivamente prestados ou postos à disposição estimativas de receita e despesa, constarão, em colunas
dos interessados obedecidos os padrões mínimos de distintas e para fins de comparação:
eficiência previamente fixados. a) A receita arrecadada nos três últimos exercícios
anteriores àquele em que se elaborou a proposta;
Art. 17. Somente à instituição cujas condições de b) A receita prevista para o exercício em que se
funcionamento forem julgadas satisfatórias pelos órgãos elabora a proposta;
oficiais de fiscalização serão concedidas subvenções. c) A receita prevista para o exercício a que se
refere a proposta;
II) Das Subvenções Econômicas

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d) A despesa realizada no exercício imediatamente I - tabelas explicativas da despesa, sob a forma
anterior; estabelecida no artigo 22, inciso III, letras d, e e f;
e) A despesa fixada para o exercício em que se II - justificação pormenorizada de cada dotação
elabora a proposta; e solicitada, com a indicação dos atos de aprovação de
f) A despesa prevista para o exercício a que se projetos e orçamentos de obras públicas, para cujo início
refere a proposta. ou prosseguimento ela se destina.
IV - Especificação dos programas especiais de
trabalho custeados por dotações globais, em têrmos de Art. 29. Caberá aos órgãos de contabilidade ou de
metas visadas, decompostas em estimativa do custo das arrecadação organizar demonstrações mensais da receita
obras a realizar e dos serviços a prestar, acompanhadas arrecadada, segundo as rubricas, para servirem de base a
de justificação econômica, financeira, social e estimativa da receita, na proposta orçamentária.
administrativa. Parágrafo único. Quando houver órgão central de
Parágrafo único. Constará da proposta orçamento, essas demonstrações ser-lhe-ão remetidas
orçamentária, para cada unidade administrativa, descrição mensalmente.
sucinta de suas principais finalidades, com indicação da
respectiva legislação. Art. 30. A estimativa da receita terá por base as
demonstrações a que se refere o artigo anterior à
CAPÍTULO II arrecadação dos três últimos exercícios, pelo menos bem
Da Elaboração da Proposta Orçamentária como as circunstâncias de ordem conjuntural e outras,
SEÇÃO PRIMEIRA que possam afetar a produtividade de cada fonte de
Das Previsões Plurienais receita.
Art. 23. As receitas e despesas de capital serão
objeto de um Quadro de Recursos e de Aplicação de Art. 31. As propostas orçamentárias parciais serão
Capital, aprovado por decreto do Poder Executivo, revistas e coordenadas na proposta geral, considerando-
abrangendo, no mínimo um triênio. se a receita estimada e as novas circunstâncias.
Parágrafo único. O Quadro de Recursos e de
Aplicação de Capital será anualmente reajustado TÍTULO III
acrescentando-se-lhe as previsões de mais um ano, de Da elaboração da Lei de Orçamento
modo a assegurar a projeção contínua dos períodos. Art. 32. Se não receber a proposta orçamentária
no prazo fixado nas Constituições ou nas Leis Orgânicas
Art. 24. O Quadro de Recursos e de Aplicação de dos Municípios, o Poder Legislativo considerará como
Capital abrangerá: proposta a Lei de Orçamento vigente.
I - as despesas e, como couber, também as
receitas previstas em planos especiais aprovados em lei e Art. 33. Não se admitirão emendas ao projeto de
destinados a atender a regiões ou a setores da Lei de Orçamento que visem a:
administração ou da economia; a) alterar a dotação solicitada para despesa de
II - as despesas à conta de fundos especiais e, custeio, salvo quando provada, nesse ponto a inexatidão
como couber, as receitas que os constituam; da proposta;
III - em anexos, as despesas de capital das b) conceder dotação para o início de obra cujo
entidades referidas no Título X desta lei, com indicação projeto não esteja aprovado pelos órgãos competentes;
das respectivas receitas, para as quais forem previstas c) conceder dotação para instalação ou
transferências de capital. funcionamento de serviço que não esteja anteriormente
criado;
Art. 25. Os programas constantes do Quadro de d) conceder dotação superior aos quantitativos
Recursos e de Aplicação de Capital sempre que possível previamente fixados em resolução do Poder Legislativo
serão correlacionados a metas objetivas em termos de para concessão de auxílios e subvenções.
realização de obras e de prestação de serviços.
Parágrafo único. Consideram-se metas os TÍTULO IV
resultados que se pretendem obter com a realização de Do Exercício Financeiro
cada programa. Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano
civil.
Art. 26. A proposta orçamentária conterá o
programa anual atualizado dos investimentos, inversões Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:
financeiras e transferências previstos no Quadro de I - as receitas nele arrecadadas;
Recursos e de Aplicação de Capital. II - as despesas nele legalmente empenhadas.

SEÇÃO SEGUNDA Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as


Das Previsões Anuais despesas empenhadas mas não pagas até o dia 31 de
Art. 27. As propostas parciais de orçamento dezembro distinguindo-se as processadas das não
guardarão estrita conformidade com a política econômico- processadas.
financeira, o programa anual de trabalho do Governo e, Parágrafo único. Os empenhos que sorvem a
quando fixado, o limite global máximo para o orçamento conta de créditos com vigência plurienal, que não tenham
de cada unidade administrativa. sido liquidados, só serão computados como Restos a
Pagar no último ano de vigência do crédito.
Art. 28 As propostas parciais das unidades
administrativas, organizadas em formulário próprio, serão Art. 37. As despesas de exercícios encerrados,
acompanhadas de: para as quais o orçamento respectivo consignava crédito
próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se

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tenham processado na época própria, bem como os II - especiais, os destinados a despesas para as
Restos a Pagar com prescrição interrompida e os quais não haja dotação orçamentária específica;
compromissos reconhecidos após o encerramento do III - extraordinários, os destinados a despesas
exercício correspondente poderão ser pagos à conta de urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção
dotação específica consignada no orçamento, intestina ou calamidade pública.
discriminada por elementos, obedecida, sempre que
possível, a ordem cronológica. Art. 42. Os créditos suplementares e especiais
serão autorizados por lei e abertos por decreto executivo.
Art. 38. Reverte à dotação a importância de
despesa anulada no exercício; quando a anulação ocorrer Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e
após o encerramento deste considerar-se-á receita do especiais depende da existência de recursos disponíveis
ano em que se efetivar. para ocorrer a despesa e será precedida de exposição
justificativa.
Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de § 1º Consideram-se recursos para o fim deste
natureza tributária ou não tributária, serão escriturados artigo, desde que não comprometidos:
como receita do exercício em que forem arrecadados, nas I - o superávit financeiro apurado em balanço
respectivas rubricas orçamentárias. patrimonial do exercício anterior;
§ 1º - Os créditos de que trata este artigo, exigíveis II - os provenientes de excesso de
pelo transcurso do prazo para pagamento, serão inscritos, arrecadação;
na forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em III - os resultantes de anulação parcial ou total de
registro próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, e dotações orçamentárias ou de créditos adicionais,
a respectiva receita será escriturada a esse autorizados em Lei;
título. IV - o produto de operações de credito autorizadas,
§ 2º - Dívida Ativa Tributária é o crédito da em forma que juridicamente possibilite ao poder executivo
Fazenda Pública dessa natureza, proveniente de realiza-las.
obrigação legal relativa a tributos e respectivos adicionais § 2º Entende-se por superávit financeiro a
e multas, e Dívida Ativa não Tributária são os demais diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo
créditos da Fazenda Pública, tais como os provenientes financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos
de empréstimos compulsórios, contribuições adicionais transferidos e as operações de credito a eles
estabelecidas em lei, multa de qualquer origem ou vinculadas.
natureza, exceto as tributárias, foros, laudêmios, alugueis § 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para
ou taxas de ocupação, custas processuais, preços de os fins deste artigo, o saldo positivo das diferenças
serviços prestados por estabelecimentos públicos, acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a
indenizações, reposições, restituições, alcances dos realizada, considerando-se, ainda, a tendência do
responsáveis definitivamente julgados, bem assim os exercício.
créditos decorrentes de obrigações em moeda § 4° Para o fim de apurar os recursos utilizáveis,
estrangeira, de sub-rogação de hipoteca, fiança, aval ou provenientes de excesso de arrecadação, deduzir-se-a a
outra garantia, de contratos em geral ou de outras importância dos créditos extraordinários abertos no
obrigações legais. exercício.
§ 3º - O valor do crédito da Fazenda Nacional em
moeda estrangeira será convertido ao correspondente Art. 44. Os créditos extraordinários serão abertos
valor na moeda nacional à taxa cambial oficial, para por decreto do Poder Executivo, que deles dará imediato
compra, na data da notificação ou intimação do devedor, conhecimento ao Poder Legislativo.
pela autoridade administrativa, ou, à sua falta, na data da
inscrição da Dívida Ativa, incidindo, a partir da conversão, Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência
a atualização monetária e os juros de mora, de acordo adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos,
com preceitos legais pertinentes aos débitos salvo expressa disposição legal em contrário, quanto aos
tributários. especiais e extraordinários.
§ 4º - A receita da Dívida Ativa abrange os créditos
mencionados nos parágrafos anteriores, bem como os Art. 46. O ato que abrir crédito adicional indicará a
valores correspondentes à respectiva atualização importância, a espécie do mesmo e a classificação da
monetária, à multa e juros de mora e ao encargo de que despesa, até onde for possível.
tratam o art. 1º do Decreto-lei nº 1.025, de 21 de outubro
de 1969, e o art. 3º do Decreto-lei nº 1.645, de 11 de TÍTULO VI
dezembro de 1978. Da Execução do Orçamento
§ 5º - A Dívida Ativa da União será apurada e CAPÍTULO I
inscrita na Procuradoria da Fazenda Nacional. Da Programação da Despesa
Art. 47. Imediatamente após a promulgação da Lei
TÍTULO V de Orçamento e com base nos limites nela fixados, o
Dos Créditos Adicionais Poder Executivo aprovará um quadro de cotas trimestrais
Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de da despesa que cada unidade orçamentária fica
despesa não computadas ou insuficientemente dotadas autorizada a utilizar.
na Lei de Orçamento.
Art. 48 A fixação das cotas a que se refere o artigo
Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em: anterior atenderá aos seguintes objetivos:
I - suplementares, os destinados a reforço de a) assegurar às unidades orçamentárias, em
dotação orçamentária; tempo útil a soma de recursos necessários e suficientes a
melhor execução do seu programa anual de trabalho;

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b) manter, durante o exercício, na medida do § 2º Fica, também, vedado aos Municípios, no
possível o equilíbrio entre a receita arrecadada e a mesmo período, assumir, por qualquer forma,
despesa realizada, de modo a reduzir ao mínimo compromissos financeiros para execução depois do
eventuais insuficiências de tesouraria. término do mandato do Prefeito.
§ 3º As disposições dos parágrafos anteriores não
Art. 49. A programação da despesa orçamentária, se aplicam nos casos comprovados de calamidade
para efeito do disposto no artigo anterior, levará em conta pública.
os créditos adicionais e as operações extraorçamentárias. § 4º Reputam-se nulos e de nenhum efeito os
empenhos e atos praticados em desacordo com o
Art. 50. As cotas trimestrais poderão ser alteradas disposto nos parágrafos 1º e 2º deste artigo, sem prejuízo
durante o exercício, observados o limite da dotação e o da responsabilidade do Prefeito nos termos do Art. 1º,
comportamento da execução orçamentária. inciso V, do Decreto-lei n.º 201, de 27 de fevereiro de
1967.
CAPÍTULO II
Da Receita Art. 60. É vedada a realização de despesa sem
Art. 51. Nenhum tributo será exigido ou aumentado prévio empenho.
sem que a lei o estabeleça, nenhum será cobrado em § 1º Em casos especiais previstos na legislação
cada exercício sem prévia autorização orçamentária, específica será dispensada a emissão da nota de
ressalvados a tarifa aduaneira e o imposto lançado por empenho.
motivo de guerra. § 2º Será feito por estimativa o empenho da
despesa cujo montante não se possa determinar.
Art. 52. São objeto de lançamento os impostos § 3º É permitido o empenho global de despesas
diretos e quaisquer outras rendas com vencimento contratuais e outras, sujeitas a parcelamento.
determinado em lei, regulamento ou contrato.
Art. 61. Para cada empenho será extraído um
Art. 53. O lançamento da receita é ato da documento denominado "nota de empenho" que indicará
repartição competente, que verifica a procedência do o nome do credor, a representação e a importância da
crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o despesa bem como a dedução desta do saldo da dotação
débito desta. própria.

Art. 54. Não será admitida a compensação da Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado
obrigação de recolher rendas ou receitas com direito quando ordenado após sua regular liquidação.
creditório contra a Fazenda Pública.
Art. 63. A liquidação da despesa consiste na
Art. 55. Os agentes da arrecadação devem verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base
fornecer recibos das importâncias que arrecadarem. os títulos e documentos comprobatórios do respectivo
§ 1º Os recibos devem conter o nome da pessoa crédito.
que paga a soma arrecadada, proveniência e § 1° Essa verificação tem por fim apurar:
classificação, bem como a data a assinatura do agente I - a origem e o objeto do que se deve pagar;
arrecadador. II - a importância exata a pagar;
§ 2º Os recibos serão fornecidos em uma única III - a quem se deve pagar a importância, para
via. extinguir a obrigação.
§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos
Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se- feitos ou serviços prestados terá por base:
á em estrita observância ao princípio de unidade de I - o contrato, ajuste ou acordo respectivo;
tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação II - a nota de empenho;
de caixas especiais. III - os comprovantes da entrega de material ou da
prestação efetiva do serviço.
Art. 57. Ressalvado o disposto no parágrafo único
do artigo 3. desta lei serão classificadas como receita Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho
orçamentária, sob as rubricas próprias, todas as receitas exarado por autoridade competente, determinando que a
arrecadadas, inclusive as provenientes de operações de despesa seja paga.
crédito, ainda que não previstas no Orçamento. Parágrafo único. A ordem de pagamento só poderá
ser exarada em documentos processados pelos serviços
CAPÍTULO III de contabilidade
Da Despesa
Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado Art. 65. O pagamento da despesa será efetuado
de autoridade competente que cria para o Estado por tesouraria ou pagadoria regularmente instituídos por
obrigação de pagamento pendente ou não de implemento estabelecimentos bancários credenciados e, em casos
de condição. excepcionais, por meio de adiantamento.

Art. 59 - O empenho da despesa não poderá Art. 66. As dotações atribuídas às diversas
exceder o limite dos créditos concedidos. unidades orçamentárias poderão quando expressamente
§ 1º Ressalvado o disposto no Art. 67 da determinado na Lei de Orçamento ser movimentadas por
Constituição Federal, é vedado aos Municípios órgãos centrais de administração geral.
empenhar, no último mês do mandato do Prefeito, mais Parágrafo único. É permitida a redistribuição de
do que o duodécimo da despesa prevista no orçamento parcelas das dotações de pessoal, de uma para outra
vigente. unidade orçamentária, quando considerada indispensável

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à movimentação de pessoal dentro das tabelas ou Art. 76. O Poder Executivo exercerá os três tipos
quadros comuns às unidades interessadas, a que se de controle a que se refere o artigo 75, sem prejuízo das
realize em obediência à legislação específica. atribuições do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.

Art. 67. Os pagamentos devidos pela Fazenda Art. 77. A verificação da legalidade dos atos de
Pública, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão na execução orçamentária será prévia, concomitante e
ordem de apresentação dos precatórios e à conta dos subsequente.
créditos respectivos, sendo proibida a designação de
casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos Art. 78. Além da prestação ou tomada de contas
créditos adicionais abertos para esse fim. anual, quando instituída em lei, ou por fim de gestão,
poderá haver, a qualquer tempo, levantamento, prestação
Art. 68. O regime de adiantamento é aplicável aos ou tomada de contas de todos os responsáveis por bens
casos de despesas expressamente definidos em lei e ou valores públicos.
consiste na entrega de numerário a servidor, sempre
precedida de empenho na dotação própria para o fim de Art. 79. Ao órgão incumbido da elaboração da
realizar despesas, que não possam subordinar-se ao proposta orçamentária ou a outro indicado na legislação,
processo normal de aplicação. caberá o controle estabelecido no inciso III do artigo 75.
Parágrafo único. Esse controle far-se-á, quando for
Art. 69. Não se fará adiantamento a servidor em o caso, em termos de unidades de medida, previamente
alcance nem a responsável por dois estabelecidos para cada atividade.
adiantamento.
Art. 80. Compete aos serviços de contabilidade ou
Art. 70. A aquisição de material, o fornecimento e a órgãos equivalentes verificar a exata observância dos
adjudicação de obras e serviços serão regulados em lei, limites das cotas trimestrais atribuídas a cada unidade
respeitado o princípio da concorrência. orçamentária, dentro do sistema que fôr instituído para
esse fim.
TÍTULO VII
Dos Fundos Especiais CAPÍTULO III
Art. 71. Constitui fundo especial o produto de Do Controle Externo
receitas especificadas que por lei se vinculam à Art. 81. O controle da execução orçamentária, pelo
realização de determinados objetivos ou serviços, Poder Legislativo, terá por objetivo verificar a probidade
facultada a adoção de normas peculiares de aplicação. da administração, a guarda e legal emprego dos dinheiros
públicos e o cumprimento da Lei de Orçamento.
Art. 72. A aplicação das receitas orçamentárias
vinculadas a fundos especiais far-se-á através de dotação Art. 82. O Poder Executivo, anualmente, prestará
consignada na Lei de Orçamento ou em créditos contas ao Poder Legislativo, no prazo estabelecido nas
adicionais. Constituições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios.
§ 1º As contas do Poder Executivo serão
Art. 73. Salvo determinação em contrário da lei submetidas ao Poder Legislativo, com Parecer prévio do
que o instituiu, o saldo positivo do fundo especial apurado Tribunal de Contas ou órgão equivalente.
em balanço será transferido para o exercício seguinte, a § 2º Quando, no Munícipio não houver Tribunal de
crédito do mesmo fundo. Contas ou órgão equivalente, a Câmara de Vereadores
poderá designar peritos contadores para verificarem as
Art. 74. A lei que instituir fundo especial poderá contas do prefeito e sobre elas emitirem parecer.
determinar normas peculiares de controle, prestação e
tomada de contas, sem de qualquer modo, elidir a TÍTULO IX
competência específica do Tribunal de Contas ou órgão Da Contabilidade
equivalente. CAPÍTULO I
Disposições Gerais
TÍTULO VIII Art. 83. A contabilidade evidenciará perante a
Do Controle da Execução Orçamentária Fazenda Pública a situação de todos quantos, de
CAPÍTULO I qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem despesas,
Disposições Gerais administrem ou guardem bens a ela pertencentes ou
Art. 75. O controle da execução orçamentária confiados.
compreenderá:
I - a legalidade dos atos de que resultem a Art. 84. Ressalvada a competência do Tribunal de
arrecadação da receita ou a realização da despesa, o Contas ou órgão equivalente, a tomada de contas dos
nascimento ou a extinção de direitos e obrigações; agentes responsáveis por bens ou dinheiros públicos será
II - a fidelidade funcional dos agentes da realizada ou superintendida pelos serviços de
administração, responsáveis por bens e valores públicos; contabilidade.
III - o cumprimento do programa de trabalho
expresso em termos monetários e em termos de Art. 85. Os serviços de contabilidade serão
realização de obras e prestação de serviços. organizados de forma a permitirem o acompanhamento
da execução orçamentária, o conhecimento da
CAPÍTULO II composição patrimonial, a determinação dos custos dos
Do Controle Interno serviços industriais, o levantamento dos balanços gerais,
a análise e a interpretação dos resultados econômicos e
financeiros.

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Parágrafo único. A dívida fundada será escriturada
Art. 86. A escrituração sintética das operações com individuação e especificações que permitam verificar,
financeiras e patrimoniais efetuar-se-á pelo método das a qualquer momento, a posição dos empréstimos, bem
partidas dobradas. como os respectivos serviços de amortização e juros.

Art. 87. Haverá controle contábil dos direitos e Art. 99. Os serviços públicos industriais, ainda que
obrigações oriundos de ajustes ou contratos em que a não organizados como empresa pública ou autárquica,
administração pública for parte. manterão contabilidade especial para determinação dos
custos, ingressos e resultados, sem prejuízo da
Art. 88. Os débitos e créditos serão escriturados escrituração patrimonial e financeira comum.
com individuação do devedor ou do credor e
especificação da natureza, importância e data do Art. 100 As alterações da situação líquida
vencimento, quando fixada. patrimonial, que abrangem os resultados da execução
orçamentária, bem como as variações independentes
Art. 89. A contabilidade evidenciará os fatos dessa execução e as superveniências e insubsistência
ligados à administração orçamentária, financeira ativas e passivas, constituirão elementos da conta
patrimonial e industrial. patrimonial.

CAPÍTULO II CAPÍTULO IV
Da Contabilidade Orçamentária e Financeira Dos Balanços
Art. 90 A contabilidade deverá evidenciar, em seus Art. 101. Os resultados gerais do exercício serão
registros, o montante dos créditos orçamentários vigentes, demonstrados no Balanço Orçamentário, no Balanço
a despesa empenhada e a despesa realizada, à conta dos Financeiro, no Balanço Patrimonial, na Demonstração das
mesmos créditos, e as dotações disponíveis. Variações Patrimoniais, segundo os Anexos números 12,
13, 14 e 15 e os quadros demonstrativos constantes dos
Art. 91. O registro contábil da receita e da despesa Anexos números 1, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 16 e 17.
far-se-á de acordo com as especificações constantes da
Lei de Orçamento e dos créditos adicionais. Art. 102. O Balanço Orçamentário demonstrará as
receitas e despesas previstas em confronto com as
Art. 92. A dívida flutuante compreende: realizadas.
I - os restos a pagar, excluídos os serviços da
dívida; Art. 103. O Balanço Financeiro demonstrará a
II - os serviços da dívida a pagar; receita e a despesa orçamentárias bem como os
III - os depósitos; recebimentos e os pagamentos de natureza
IV - os débitos de tesouraria. extraorçamentária, conjugados com os saldos em espécie
Parágrafo único. O registro dos restos a pagar far- provenientes do exercício anterior, e os que se transferem
se-á por exercício e por credor distinguindo-se as para o exercício seguinte.
despesas processadas das não processadas. Parágrafo único. Os Restos a Pagar do exercício
serão computados na receita extraorçamentária para
Art. 93. Todas as operações de que resultem compensar sua inclusão na despesa orçamentária.
débitos e créditos de natureza financeira, não
compreendidas na execução orçamentária, serão também Art. 104. A Demonstração das Variações
objeto de registro, individuação e controle contábil. Patrimoniais evidenciará as alterações verificadas no
patrimônio, resultantes ou independentes da execução
CAPÍTULO III orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do
Da Contabilidade Patrimonial e Industrial exercício.
Art. 94. Haverá registros analíticos de todos os
bens de caráter permanente, com indicação dos Art. 105. O Balanço Patrimonial demonstrará:
elementos necessários para a perfeita caracterização de I - O Ativo Financeiro;
cada um deles e dos agentes responsáveis pela sua II - O Ativo Permanente;
guarda e administração. III - O Passivo Financeiro;
IV - O Passivo Permanente;
Art. 95 A contabilidade manterá registros sintéticos V - O Saldo Patrimonial;
dos bens móveis e imóveis. VI - As Contas de Compensação.
§ 1º O Ativo Financeiro compreenderá os créditos
Art. 96. O levantamento geral dos bens móveis e e valores realizáveis independentemente de autorização
imóveis terá por base o inventário analítico de cada orçamentária e os valores numerários.
unidade administrativa e os elementos da escrituração § 2º O Ativo Permanente compreenderá os bens,
sintética na contabilidade. créditos e valores, cuja mobilização ou alienação dependa
de autorização legislativa.
Art. 97. Para fins orçamentários e determinação § 3º O Passivo Financeiro compreenderá as
dos devedores, ter-se-á o registro contábil das receitas dívidas fundadas e outras pagamento independa de
patrimoniais, fiscalizando-se sua efetivação. autorização orçamentária.
§ 4º O Passivo Permanente compreenderá as
Art. 98. A dívida fundada compreende os dívidas fundadas e outras que dependam de autorização
compromissos de exigibilidade superior a doze meses, legislativa para amortização ou resgate.
contraídos para atender a desequilíbrio orçamentário ou a § 5º Nas contas de compensação serão
financeiro de obras e serviços públicos. registrados os bens, valores, obrigações e situações não

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compreendidas nos parágrafos anteriores e que, mediata contabilidade da União, dos Estados, dos Municípios e do
ou indiretamente, possam vir a afetar o patrimônio. Distrito Federal, para fins de incorporação dos resultados,
salvo disposição legal em contrário.
Art. 106. A avaliação dos elementos patrimoniais
obedecerá as normas seguintes: TÍTULO XI
I - os débitos e créditos, bem como os títulos de Disposições Finais
renda, pelo seu valor nominal, feita a conversão, quando Art. 111. O Conselho Técnico de Economia e
em moeda estrangeira, à taxa de câmbio vigente na data Finanças do Ministério da Fazenda, além de outras
do balanço; apurações, para fins estatísticos, de interesse nacional,
II - os bens móveis e imóveis, pelo valor de organizará e publicará o balanço consolidado das contas
aquisição ou pelo custo de produção ou de construção; da União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas
III - os bens de almoxarifado, pelo preço médio autarquias e outras entidades, bem como um quadro
ponderado das compras. estruturalmente idêntico, baseado em dados
§ 1° Os valores em espécie, assim como os orçamentários.
débitos e créditos, quando em moeda estrangeira, § 1º Os quadros referidos neste artigo terão a
deverão figurar ao lado das correspondentes importâncias estrutura do Anexo nº 1.
em moeda nacional. § 2 O quadro baseado nos orçamentos será
§ 2º As variações resultantes da conversão dos publicado até o último dia do primeiro semestre do próprio
débitos, créditos e valores em espécie serão levadas à exercício e o baseado nos balanços, até o último dia do
conta patrimonial. segundo semestre do exercício imediato àquele a que se
§ 3º Poderão ser feitas reavaliações dos bens referirem.
móveis e imóveis.
Art. 112. Para cumprimento do disposto no artigo
TÍTULO X precedente, a União, os Estados, os Municípios e o
Das Autarquias e Outras Entidades Distrito Federal remeterão ao mencionado órgão, até 30
Art. 107. As entidades autárquicas ou paraestatais, de abril, os orçamentos do exercício, e até 30 de junho, os
inclusive de previdência social ou investidas de delegação balanços do exercício anterior.
para arrecadação de contribuições parafiscais da União, Parágrafo único. O pagamento, pela União, de
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal terão auxílio ou contribuição a Estados, Municípios ou Distrito
seus orçamentos aprovados por decreto do Poder Federal, cuja concessão não decorra de imperativo
Executivo, salvo se disposição legal expressa determinar constitucional, dependerá de prova do atendimento ao
que o sejam pelo Poder Legislativo. que se determina neste artigo.
Parágrafo único. Compreendem-se nesta
disposição as empresas com autonomia financeira e Art. 113. Para fiel e uniforme aplicação das
administrativa cujo capital pertencer, integralmente, ao presentes normas, o Conselho Técnico de Economia e
Poder Público. Finanças do Ministério da Fazenda atenderá a consultas,
coligirá elementos, promoverá o intercâmbio de dados
Art. 108. Os orçamentos das entidades referidas informativos, expedirá recomendações técnicas, quando
no artigo anterior vincular-se-ão ao orçamento da União, solicitadas, e atualizará sempre que julgar conveniente,
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, pela os anexos que integram a presente lei.
inclusão: Parágrafo único. Para os fins previstos neste
I - como receita, salvo disposição legal em artigo, poderão ser promovidas, quando necessário,
contrário, de saldo positivo previsto entre os totais das conferências ou reuniões técnicas, com a participação de
receitas e despesas; representantes das entidades abrangidas por estas
II - como subvenção econômica, na receita do normas.
orçamento da beneficiária, salvo disposição legal em
contrário, do saldo negativo previsto entre os totais das Art. 114. Os efeitos desta lei são contados a partir
receitas e despesas. de 1º de janeiro de 1964 para o fim da elaboração dos
§ 1º Os investimentos ou inversões financeiras da orçamentos e a partir de 1º de janeiro de 1965, quanto às
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, demais atividades estatuídas.
realizados por intermédio das entidades aludidas no artigo
anterior, serão classificados como receita de capital Art. 115. Revogam-se as disposições em contrário.
destas e despesa de transferência de capital daqueles.
§ 2º As previsões para depreciação serão
computadas para efeito de apuração do saldo líquido das
mencionadas entidades.

Art. 109. Os orçamentos e balanços das entidades


compreendidas no artigo 107 serão publicados como
complemento dos orçamentos e balanços da União, dos
Estados, dos Municípios e do Distrito Federal a que
estejam vinculados.

Art. 110. Os orçamentos e balanços das entidades _____________________________________


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já referidas, obedecerão aos padrões e normas instituídas _____________________________________


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por esta lei, ajustados às respectivas peculiaridades.
Parágrafo único. Dentro do prazo que a legislação _____________________________________
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fixar, os balanços serão remetidos ao órgão central de

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II – respeito à personalidade, aos direitos e aos
Lei Distrital nº 5.969/2017 interesses jurídicos da pessoa privada de liberdade não
atingidos por sentença condenatória transitada em julgado
Código Penitenciário do Distrito ou prisão cautelar;
Federal III – não discriminação fundada em identidade
de gênero, orientação sexual, condições de saúde, origem
étnica, cor da pele, território de origem, estado civil,
O Presidente da Câmara Legislativa do Distrito
idioma, nacionalidade, religião, convicções políticas ou
Federal promulga, nos termos do § 6º do art. 74 da Lei
ideológicas, idade, grau de instrução, situação econômica
Orgânica do Distrito Federal, a seguinte Lei, oriunda de
ou condição social;
Projeto vetado pelo Governador do Distrito Federal e
IV – responsabilidade do Estado, da família e
mantido pela Câmara Legislativa do Distrito Federal:
da sociedade pela criação de condições favoráveis à
reinserção social e pela promoção do sentido de
TÍTULO I responsabilidade da pessoa privada de liberdade,
DOS PRINCÍPIOS GERAIS estimulando-a a participar no planejamento e na execução
CAPÍTULO I da pena ou da medida de segurança, por meio do ensino,
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES da formação profissional, da reaproximação familiar e do
Art. 1º Esta Lei institui o Código Penitenciário trabalho.
do Distrito Federal, nos termos da legislação concorrente
suplementar estabelecida pelo art. 24, I, da Constituição Art. 6º A execução das penas e das medidas
Federal, e tem por objetivo fixar os princípios e as normas de segurança aplicadas aos menores de 21 anos deve
que norteiam a execução das penas e das medidas de favorecer especialmente a sua reinserção social, por meio
segurança que são cumpridas em unidades prisionais ou do desenvolvimento de atividades e programas
estabelecimentos destinados ao internamento de semi- específicos nas áreas de ensino, orientação e formação
imputáveis e inimputáveis por doença mental, profissional e aquisição de competências pessoais e
administrados pelo Distrito Federal, bem como em regime sociais.
domiciliar.
Parágrafo único. As normas contidas nesta Lei Art. 7º A execução das penas e das medidas
devem ser aplicadas em conformidade com a Lei federal de segurança aplicadas às pessoas com idade superior a
nº 7.210, de 11 de julho de 1984, – Lei de Execução 60 anos deve respeitar as suas necessidades específicas
Penal – LEP e suas alterações e, de forma harmônica, e o seu estado de saúde, especialmente para garantir-
com os preceitos e os princípios constitucionais e tratados lhes auxílio necessário nas atividades da vida diária e
e convenções internacionais de que a República condições de alojamento adequadas.
Federativa do Brasil seja parte.
Art. 8º A execução das penas e das medidas
Art. 2º A execução das penas e das medidas de segurança aplicadas às mulheres deve reconhecer as
de segurança visam, com obediência aos direitos e às suas necessidades específicas, sobretudo, em matéria de
garantias individuais consagrados na Constituição Federal saúde, higiene, proteção da maternidade, educação
e em tratados internacionais, proporcionar a harmônica parental e inclusão no mercado de trabalho.
integração social da pessoa privada de liberdade,
preparando-a para conduzir a sua vida de modo Art. 9º A pessoa com deficiência cumpre pena
socialmente responsável. em espaço distinto, exclusivo e adaptado à sua condição
peculiar, garantindo-se: (Artigo declarado inconstitucional: ADI
nº 2017 00 2 020824-6 – TJDFT, Diário de Justiça, de 10/9/2018.)
Art. 3º A execução da medida de segurança é I – reserva de vagas de classificação de
orientada para o tratamento do interno e para a sua trabalho ou estudo formal e profissionalizante, em
reinserção no meio familiar e social. percentual não inferior a 5%;
II – acessibilidade aos locais comuns do
CAPÍTULO II presídio;
DOS PRINCÍPIOS III – cela com ventilação cruzada e atenção de
Art. 4º São assegurados às pessoas privadas cuidadores para tetraplégicos e paraplégicos.
de liberdade todos os direitos e as garantias individuais
descritos na Constituição Federal, nos tratados Art. 10. Os travestis e os transexuais cumprem
internacionais dos quais a República Federativa do Brasil pena em condições adequadas e em local distinto,
seja signatária, nas leis e nos regulamentos, exceto exclusivo e apropriado à sua situação peculiar. (Artigo
aqueles atingidos por sentença ou lei. declarado inconstitucional: ADI nº 2017 00 2 020824-6 – TJDFT, Diário
de Justiça, de 10/9/2018.)
Art. 5º A execução das penas privativas de § 1º Aos travestis e aos transexuais privados
liberdade e das medidas de segurança é orientada pelos de liberdade, em unidades prisionais masculinas, devem
seguintes termos: ser oferecidos espaços de vivência específicos,
I – respeito à dignidade da pessoa humana e considerada sua segurança e sua especial
aos demais princípios fundamentais consagrados na vulnerabilidade.
Constituição Federal, nas leis e nos regulamentos; § 2º Os espaços dedicados a essas pessoas
não devem assemelhar-se ou possuir características

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análogas àqueles destinados à aplicação de medida Parágrafo único. A entrada da pessoa privada
disciplinar ou de qualquer método coercitivo. de liberdade na unidade prisional é sempre precedida da
§ 3º A retirada ou a transferência da pessoa verificação da ordem judicial que a determina, da sua
presa do espaço de vivência específico é condicionada à identificação pessoal e do exame de corpo de delito.
sua expressa manifestação de vontade.
§ 4º Aos travestis ou aos transexuais privados
Seção II
de liberdade é facultado o uso de roupas femininas ou
Do Procedimento de Entrada
masculinas, conforme sua identidade de gênero, e a
Art. 14. O ingresso da pessoa privada de
manutenção de seus caracteres secundários de acordo
liberdade na unidade prisional deve ocorrer em lugar
com sua identidade de gênero.
adequado, com respeito à sua privacidade e à dignidade
§ 5º Os travestis ou os transexuais privados de
humana. (Artigo declarado inconstitucional: ADI nº 2017 00 2
liberdade têm o direito de serem chamados pelo seu 020824-6 – TJDFT, Diário de Justiça, de 10/9/2018.)
nome social, de acordo com sua identidade de gênero,
devendo constar no prontuário do estabelecimento penal Art. 15. É garantido à pessoa privada de
o seu nome social. liberdade que não tenha recebido visita de parentes ou
amigos durante o período de 2 meses realizar contato
Art. 11. A pessoa privada de liberdade de com pessoa de seu interesse por meio do serviço de
origem estrangeira ou pertencente a minorias étnicas ou assistência social da unidade prisional em que esteja
linguísticas deve, na medida do possível, ter atenuadas as recolhida. (Artigo declarado inconstitucional: ADI nº 2017 00 2
dificuldades de integração social ou de domínio da língua 020824-6 – TJDFT, Diário de Justiça, de 10/9/2018.)
oficial, mediante contato com entidades consulares ou
diplomáticas, organizações da comunidade ou Art. 16. Os bens e os documentos da pessoa
intervenção de intérpretes. privada de liberdade são examinados e os que não
puderem ficar na sua posse são inventariados, registrados
em documento próprio e devidamente guardados sob a
CAPÍTULO III
responsabilidade da Administração Penitenciária. (Artigo
DAS DEFINIÇÕES LEGAIS declarado inconstitucional: ADI nº 2017 00 2 020824-6 – TJDFT, Diário
Art. 12. Para efeitos desta Lei considera-se: de Justiça, de 10/9/2018.)
I – pessoa privada de liberdade: o preso § 1º A pessoa privada de liberdade pode
provisório, o sentenciado e o segurado que cumpre autorizar que terceiro retire os bens e os documentos.
medida de segurança; § 2º Os bens e os documentos guardados são
II – egresso: o liberado definitivo, pelo prazo de imediatamente devolvidos à pessoa privada de liberdade
1 ano a contar da saída da unidade, e o apenado em quando liberada.
regime de livramento condicional, durante o período de § 3º Em caso de extravio, a administração
prova. pública deve instaurar procedimento para apurar
responsabilidades.
TÍTULO II
DA PESSOA PRIVADA DE LIBERDADE E DO PRESO Art. 17. O ingresso da pessoa privada de
PROVISÓRIO liberdade é registrado, inclusive, por meio eletrônico,
CAPÍTULO I sendo gerado prontuário identificador único. (Artigo
declarado inconstitucional: ADI nº 2017 00 2 020824-6 – TJDFT, Diário
DA ENTRADA E DA CLASSIFICAÇÃO NA UNIDADE de Justiça, de 10/9/2018.)
PRISIONAL Parágrafo único. O advogado só pode ter
Seção I acesso ao prontuário da pessoa privada de liberdade
Da Entrada mediante instrumento de procuração.
Art. 13. A entrada da pessoa privada de
liberdade nas unidades prisionais e do segurado nas Art. 18. O regulamento geral das unidades
unidades psiquiátricas só ocorre nos seguintes casos: prisionais pode regulamentar outros tipos de
(Artigo declarado inconstitucional: ADI nº 2017 00 2 020824-6 –
TJDFT, Diário de Justiça, de 10/9/2018.)
procedimentos de ingresso, desde que compatíveis com
I – no centro de detenção provisória, na divisão as leis vigentes. (Artigo declarado inconstitucional: ADI nº 2017 00
2 020824-6 – TJDFT, Diário de Justiça, de 10/9/2018.)
de controle e custódia de presos da Polícia Civil do
Distrito Federal, no núcleo de custódia da Polícia Militar
do Distrito Federal e na Penitenciária Feminina do Distrito Seção III
Federal, com a apresentação do auto de prisão em Da Entrevista Inicial
flagrante ou ordem judicial e exame de corpo de delito; Art. 19. Nas primeiras 48 horas contadas do
II – nas penitenciárias que compõem o sistema ingresso da pessoa privada de liberdade, o serviço social
prisional, com a apresentação de recomendação de e o jurídico devem realizar entrevista pessoal, tendo em
prisão e exame de corpo de delito; vista: (Artigo declarado inconstitucional: ADI nº 2017 00 2 020824-6 –
III – nas unidades de regime semiaberto, com a TJDFT, Diário de Justiça, de 10/9/2018.)
apresentação de guia de recolhimento e cópia da I – a obtenção de informação atualizada sobre
sentença penal condenatória ou decisão judicial em sede a sua história de vida, o seu meio familiar e social, bem
de progressão ou regressão de regime e exame de corpo como a eventual execução anterior de penas;
de delito; II – o cadastramento de contatos de familiares
IV – nas unidades psiquiátricas, com o e a identificação de elementos da sua família ou da sua
incidente de insanidade mental ou a guia de internamento comunidade que possam fazer parte do seu processo de
e cópia da sentença ou outra ordem judicial e exame de reinserção social;
corpo de delito. III – o início da planificação do
acompanhamento prisional da pessoa privada de
liberdade.

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Parágrafo único. As informações recolhidas são defensor constituído, aos serviços e aos órgãos
anexadas ao prontuário eletrônico. responsáveis pela execução, aos órgãos de inspeção, à
Defensoria Pública, ao Ministério Público, ao juiz ou ao
Seção IV Tribunal, ficando as pessoas que a ele tiverem acesso
obrigadas a manter o sigilo profissional ou funcional,
Da Classificação
mesmo após o termo das suas funções, sob pena de
Art. 20. A pessoa privada de liberdade é responsabilidade administrativa, civil e penal.
classificada e recolhida em conformidade com a sua
situação processual ou outro critério específico contido na Art. 28. Após a extinção da execução da pena
decisão judicial, os seus antecedentes e o tipo de crime, ou da medida de segurança, o prontuário administrativo
em consonância com a legislação em vigor. individual é arquivado em lugar destinado a esse fim.
Art. 21. Os presos provisórios devem ser
CAPÍTULO II
recolhidos em unidades prisionais específicas.
DOS DIREITOS E DOS DEVERES
Art. 22. Os internos em fase de incidente de Seção I
insanidade mental com prisão cautelar decretada e os que Dos Direitos
tiverem medida de segurança de internamento aplicada
Art. 29. Constituem direitos da pessoa privada
devem ser recolhidos em locais de tratamento psiquiátrico
de liberdade ou em cumprimento de medida de
ou em estabelecimento similar indicados pela autoridade
segurança:
judiciária competente.
I – os civis, sociais, econômicos e culturais,
Parágrafo único. Os internos em fase de
incluindo os direitos políticos do preso provisório, desde
incidente de insanidade mental sem prisão cautelar
que não afetados por decisão judicial;
decretada podem ingressar nos estabelecimentos de
II – proteção da sua vida, saúde, integridade
tratamento psiquiátrico, desde que acompanhados do
pessoal e liberdade de consciência, não podendo ser
incidente instaurado pela autoridade judiciária
submetido a tortura, maus tratos ou condutas cruéis,
competente.
degradantes ou desumanas;
III – liberdade de religião e de culto, garantindo-
Art. 23. O juiz da execução ou da instrução
se visitas, fora do horário estabelecido pela
pode determinar que se cumpram as restrições de
administração, do representante de sua comunidade
liberdade em regime domiciliar, presentes os requisitos
religiosa, o qual pode, em caso de doença grave, ter
legais que o autorizem. (Artigo declarado inconstitucional: ADI
nº 2017 00 2 020824-6 – TJDFT, Diário de Justiça, de 10/9/2018.)
acesso à pessoa privada de liberdade a qualquer
momento, desde que autorizado pelo diretor da unidade
prisional; (Inciso declarado inconstitucional: ADI nº 2017 00 2
Seção V 020824-6 – TJDFT, Diário de Justiça, de 10/9/2018.)
Do Prontuário Administrativo Individual IV – tratamento pelo seu nome;
Art. 24. Para cada pessoa privada de liberdade V – manutenção do contato com o mundo
é organizado, dentro do ambiente prisional, um prontuário exterior, podendo receber visitas sociais e íntimas,
administrativo individual, aberto ou reaberto no momento correspondência escrita, leitura e acesso a outros meios
do ingresso. de informação, facultada a entrega e o recebimento de
Parágrafo único. O prontuário administrativo cartas e documentos por ocasião das visitas;
individual acompanha a pessoa privada de liberdade VI – proteção da vida privada e familiar;
durante a execução penal, mesmo em caso de VII – participação em atividades laborais, de
transferência de unidade prisional. educação, de ensino, de formação profissionalizante,
religiosas, socioculturais, cívicas, desportivas e em
Art. 25. O prontuário administrativo individual programas orientados para o tratamento de problemáticas
agrega toda a informação disponível referente à situação específicas;
jurídico-penal, familiar e socioeconômica da pessoa VIII – audiência especial com o diretor da
privada de liberdade, bem como o plano de unidade prisional ou órgão da execução a que esteja
acompanhamento nos casos em que é exigido, os vinculado;
relatórios de acompanhamento e as demais informações IX – recebimento de atestado de pena a
referentes à execução, inclusive elogios, concessão de cumprir, emitido anualmente, sob pena da
regalias e faltas disciplinares. responsabilidade da autoridade judiciária competente;
X – recebimento de, no mínimo, 4 refeições
Art. 26. No caso de transferência da pessoa diárias, de boa qualidade, adequadas a condição de
privada de liberdade para outra unidade prisional, o seu saúde, preceitos religiosos e necessidades nutricionais da
prontuário administrativo individual é encaminhado ao pessoa privada de liberdade;
diretor da nova unidade prisional, física ou XI – recebimento de vestuário próprio, em
eletronicamente. quantidade suficiente e atendendo ao clima ambiental;
Parágrafo único. O estabelecimento penal deve XII – entrevista com seu advogado, nos termos
encaminhar anualmente à Defensoria Pública do Distrito da Lei de Execução Penal;
Federal, ao Ministério Público do Distrito Federal e XIII – visitas de parentes e amigos,
Territórios e à Vara de Execução Penal do Distrito Federal devidamente cadastrados;
relação de presos que possuam filhos com até 12 anos de XIV – proteção contra qualquer forma de
idade. sensacionalismo;
XV – direito de trabalhar e, quando for o caso,
Art. 27. A consulta ao prontuário administrativo perceber remuneração, para constituir o pecúlio prisional;
individual é limitada à pessoa privada de liberdade, ao seu

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XVI – usufruto dos benefícios da Previdência Do Vestuário e das Roupas de Cama
Social; Art. 34. A pessoa privada de liberdade deve
XVII – petição às autoridades públicas em usar o uniforme fornecido pela Administração
defesa de seu direito, conforme as leis vigentes; Penitenciária.
XVIII – agenda diária que distribua
proporcionalmente o tempo para trabalho, descanso e Art. 35. O vestuário fornecido deve ser
recreação; apropriado às estações do ano e à atividade exercida pela
XIX – alojamento em celas ou espaços com pessoa privada de liberdade, vedadas características
condições que respeitem a sua dignidade e satisfaçam as degradantes ou humilhantes.
exigências de segurança e habitabilidade, principalmente
quanto a higiene, luz natural e artificial, ventilação e Art. 36. A pessoa privada de liberdade
aeração; classificada para trabalhar pode usar vestuário
XX – acesso a instalações sanitárias que diferenciado fornecido pela Administração Penitenciária.
garantam a sua privacidade;
XXI – direito de ter em seu poder, bem como Art. 37. A pessoa privada de liberdade deve
receber dos visitantes objetos e bens não proibidos pelas manter o seu vestuário em bom estado de conservação e
disposições legais e regulamentares da unidade prisional; de limpeza e deve lavá-lo e trocá-lo com a frequência
(Inciso declarado inconstitucional: ADI nº 2017 00 2 020824-6 –
TJDFT, Diário de Justiça, de 10/9/2018.)
necessária para garantir a higiene, cabendo à
XXII – acesso continuado a cuidados de saúde Administração Penitenciária fornecer os meios
física e mental; necessários para tanto.
XXIII – usufruto de banho de sol, a céu aberto,
por período não inferior a 3 horas diárias; Art. 38. Durante as saídas autorizadas, a
XXIV – benefício de programas de ensino e de pessoa privada de liberdade pode usar o seu vestuário
formação profissional, presenciais ou a distância, e de próprio.
atividades ocupacionais previamente elaboradas pelo
serviço social, quando preenchidos os requisitos para sua Art. 39. A Administração Penitenciária deve
concessão; fornecer à pessoa privada de liberdade colchão e roupa
XXV – remição da pena em regime fechado ou de cama adequados e esta deve mantê-los em bom
semiaberto, por trabalho, estudo ou leitura, nos termos da estado de conservação e limpeza.
Lei de Execução Penal, das resoluções do Conselho
Nacional de Justiça – CNJ e do Conselho Nacional de Subseção IV
Política Criminal e Penitenciária – CNPCP. Da Alimentação Proveniente do Exterior
Art. 40. A pessoa privada de liberdade pode
Subseção I receber pequenas ofertas de alimentos e produtos de
Da Liberdade higiene pessoal e limpeza, também por ocasião das
Art. 30. Assim que receba a comunicação ou o visitas, observadas as disposições legais e
alvará de soltura, o diretor da unidade prisional ou o seu regulamentares da unidade prisional. (Artigo declarado
inconstitucional: ADI nº 2017 00 2 020824-6 – TJDFT, Diário de
substituto legal deve providenciar a separação do liberado Justiça, de 10/9/2018.)
em local seguro, até o momento do cumprimento da
ordem judicial, e ainda:
Subseção V
I – realizar as consultas administrativas visando
apurar se existe algum impedimento legal para o Do Trabalho e da Formação Profissional
cumprimento da decisão judicial; Art. 41. O trabalho e a formação profissional da
II – soltar imediatamente a pessoa privada de pessoa privada de liberdade visam criar, manter e
liberdade, caso não haja qualquer impedimento legal. desenvolver a sua capacidade para exercer uma atividade
Parágrafo único. Caso a pessoa privada de com que possa auferir renda, inserir-se no mercado de
liberdade não possua recursos financeiros para o seu trabalho e satisfazer as suas necessidades básicas,
transporte, o Estado deve proporcionar meios adequados facilitando a sua reinserção social.
para que ela chegue à sua residência. Parágrafo único. Ficam assegurados aos
egressos os mesmos direitos da pessoa privada de
Subseção II liberdade, garantida a manutenção do trabalho enquanto
perdurar nessa condição.
Da Recreação
Art. 31. As atividades na unidade prisional Art. 42. A frequência a cursos de formação
devem ser organizadas de forma a garantir à pessoa profissional com aproveitamento confere o direito à
privada de liberdade tempo livre para o lazer. atribuição de diploma ou de certificado de frequência,
para fins de remição de pena, dos quais não pode constar
Art. 32. A pessoa privada de liberdade pode a condição de pessoa privada de liberdade ou menção a
organizar o seu próprio tempo livre, respeitando a qualquer órgão da Administração Penitenciária.
disciplina, a segurança e a ordem da Administração
Penitenciária. Art. 43. O trabalho, a organização e os
métodos de trabalho devem respeitar a dignidade da
Art. 33. São proibidos, dentro do ambiente pessoa privada de liberdade e as condições de
prisional, o fomento e a prática de jogos de azar. segurança, de higiene e de saúde no trabalho.
Parágrafo único. O desempenho de tarefas
Subseção III perigosas ou insalubres pela pessoa privada de liberdade
somente é permitido mediante utilização de equipamentos

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de proteção que estejam em conformidade com as referida no § 1º são definidos por decreto do Poder
normas técnicas vigentes. Executivo.

Art. 44. Nas licitações promovidas por órgãos e Art. 49. O trabalho da pessoa privada de
entidades da Administração Pública do Distrito Federal, liberdade em regime fechado é realizado no interior da
para contratação de prestação de serviço que preveja o unidade prisional, de preferência nas suas oficinas,
fornecimento de mão de obra, devem ser observados os podendo ainda ocorrer fora da unidade, nos termos da Lei
parâmetros estabelecidos pela Lei nº 4.079, de 4 de de Execução Penal.
janeiro de 2008.
Parágrafo único. Na escolha do trabalho e na Art. 50. A pessoa privada de liberdade deve ser
seleção da pessoa privada de liberdade para as ofertas informada, por escrito, da remuneração que lhe seja
de trabalho disponíveis, devem ser consideradas: atribuída, bem como da forma como é dividida e das
I – as aptidões profissionais; regras para a sua movimentação, devendo a
II – a capacidade física e intelectual; comunicação lhe ser lida quando ela não puder ou não
III – a duração da medida a cumprir; souber ler.
IV – as atividades por ela anteriormente
exercidas; Subseção VI
V – as atividades a que possa dedicar-se após
Do Ensino
ser posta em liberdade;
VI – a influência que o trabalho possa exercer Art. 51. A oferta do ensino fundamental e médio
na sua reinserção social. é obrigatória, integrando-se ao sistema escolar distrital,
em consonância com o regime de trabalho do
Art. 45. Se não for possível atribuir um trabalho estabelecimento penal e com as demais atividades
remunerado à pessoa privada de liberdade, esta deve ser socioeducativas e culturais.
orientada para a participação em atividades de formação § 1º O ensino profissionalizante pode ser
e aperfeiçoamento profissional ou de natureza ministrado em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento
ocupacional e recreativa. técnico, segundo as aptidões individuais e a demanda do
mercado.
Art. 46. A classificação e a desclassificação § 2º Tanto o ensino quanto o trabalho devem
para trabalho e estudo obedecem a critérios objetivos de estender-se às pessoas privadas de liberdade em regime
seleção, fixados em ato normativo próprio, devidamente disciplinar diferenciado, preservando a sua condição
publicado, dando ciência aos interessados. carcerária e de isolamento em relação aos demais
Parágrafo único. O estabelecimento penal deve internos.
disponibilizar, mensalmente, relação dos internos que § 3º As atividades educacionais dos ensinos
aguardam classificação, bem como a ordem e os critérios fundamental, médio e superior, de qualificação
objetivos previamente utilizados. profissional e de cursos livres podem ser objeto de
convênio com entidades públicas ou particulares, na
Art. 47. O trabalho da pessoa privada de modalidade presencial ou à distância.
liberdade, sempre que possível, é remunerado em valor
não inferior a 3/4 do salário mínimo e a jornada de Art. 52. O estabelecimento penal deve dispor
trabalho não é inferior a 6 horas e nem superior a 8 horas, de biblioteca para uso geral da pessoa privada de
com 1 descanso semanal. liberdade, provida de livros de literatura nacional e
Parágrafo único. A Fundação de Amparo ao estrangeira, técnicos, jurídicos, didáticos, religiosos e
Trabalhador Preso – FUNAP deve fomentar a oferta de recreativos.
trabalho dentro e fora das Unidades Prisionais. § 1º O estabelecimento penal pode, por meio
dos órgãos competentes, promover convênios com
Art. 48. A remuneração pelo trabalho é dividida órgãos ou entidades públicas ou particulares, visando a
da seguinte forma: doação de livros ou programas de bibliotecas volantes,
I – pequenas despesas pessoais; para ampliação de seu acervo.
II – cumprimento de prestação de alimentos a § 2º O estabelecimento penal deve evitar
que esteja obrigado; manter em seu acervo livros, revistas e periódicos que
III – cumprimento de obrigação de indenização façam apologia ao crime ou às drogas ou que despertem
à vítima e a seus sucessores a que esteja obrigado nos no indivíduo comportamentos de violência, racismo,
termos da lei; terrorismo, preconceitos sexuais ou qualquer outra atitude
IV – assistência à família; contrária às normas sociais estabelecidas.
V – ressarcimento ao Estado das despesas § 3º As bibliotecas das unidades prisionais
realizadas com a manutenção do condenado, em devem manter em seu acervo a Constituição Federal, a
proporção a ser fixada pelo juiz, sem prejuízo da Lei Orgânica do Distrito Federal, exemplares desta Lei, da
destinação prevista nos incisos de I a IV, além do Lei de Execução Penal e dos decretos de indulto relativos
pagamento da pena de multa. aos 5 anos anteriores.
§ 1º Ressalvadas outras aplicações legais, é
depositada a parte restante para constituição do pecúlio, Art. 53. O ensino deve levar em consideração a
em caderneta de poupança, que é entregue à pessoa formação profissional e o trabalho da pessoa privada de
privada de liberdade quando libertada por livramento liberdade, de modo a promover condições de
condicional, beneficiada com a progressão para o regime empregabilidade e de reinserção profissional.
aberto ou pela extinção da pena.
§ 2º Os procedimentos para constituição, Art. 54. Nos certificados de habilitação ou
movimentação, registro e gestão da conta bancária diplomas atribuídos em virtude da frequência ou

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participação da pessoa privada de liberdade em cursos segurança de usuários e profissionais do serviço de
escolares, não pode constar a condição de pessoa saúde.
privada de liberdade ou haver menção a qualquer órgão
da Administração Penitenciária. Art. 62. A pessoa privada de liberdade
internada em estabelecimento hospitalar pode receber
Subseção VII visitas, observadas as limitações impostas por razões
médicas, por normas do hospital ou por razões de ordem
Da Saúde
e segurança pública.
Art. 55. É assegurado à pessoa privada de
liberdade o acesso a cuidados de saúde e o direito à Art. 63. O óbito da pessoa privada de liberdade
realização dos tratamentos prescritos pelos profissionais deve ser imediatamente comunicado aos familiares, ao
de saúde. Juiz competente, ao Ministério Público, ao advogado
constituído ou à Defensoria Pública, aos serviços de
Art. 56. A pessoa privada de liberdade não identificação civil e, tratando-se de estrangeiro, ao
pode ter à sua disposição medicamentos ou substâncias respectivo representante diplomático ou consular e ao
curativas, senão por estrita recomendação médica. serviço de imigração.
Parágrafo único. A unidade prisional deve
Art. 57. Para cada unidade prisional é preservar o local do óbito e comunicar ao delegado de
designada equipe de saúde multidisciplinar mínima polícia, que deve solicitar imediata perícia e remoção do
vinculada à Secretaria de Saúde, composta por médico, corpo ao Instituto Médico Legal – IML, para a realização
enfermeiro, odontólogo, assistente social, psicólogo e de exame cadavérico.
auxiliar de enfermagem, além de consultório dentário, nos
termos da legislação vigente e da Resolução do CNPCP
Subseção VIII
nº 1, de 9 de março de 2009.
Das Visitas
Art. 58. O poder público deve garantir à pessoa Art. 64. A pessoa privada de liberdade tem
privada de liberdade medidas de proteção específicas, direito a receber visitas, aos finais de semana, com
tais como: duração mínima de 3 horas. (Artigo declarado inconstitucional:
I – vacinação prioritária contra hepatites, ADI nº 2017 00 2 020824-6 – TJDFT, Diário de Justiça, de 10/9/2018.)
caxumba, influenza, tétano e outras patologias de § 1º As pessoas que já tenham cumprido pena,
natureza infectocontagiosas; que respondam a ação penal ou inquérito policial ou que
II – acesso a cuidados de saúde específicos e estejam vinculadas a livramento condicional, regime
continuados para vítimas de maus tratos físicos, aberto ou cumprimento de penas restritivas de direitos
psicológicos ou sexuais, deficientes físicos e dependentes não podem sofrer restrições à visitação, ressalvadas as
químicos; derivadas de lei ou de sentença penal condenatória.
III – aconselhamento e informação sobre § 2º É permitida a visita de menores aos
questões básicas de saúde pública e higiene pessoal; parentes em linha reta ou colateral até o 3º grau, desde
IV – acompanhamento e tratamento de que acompanhados de representante legal ou pessoa
doenças crônicas e infectocontagiosas; civilmente capaz por ele expressamente autorizada.
V – assistência à saúde mental, nos termos da § 3º O representante legal, quando realize
Estratégia Distrital de Atenção Integral à Pessoa em visita íntima com pessoa privada de liberdade, deve
Medida de Segurança – EDAIS/DF. providenciar acompanhante para cuidar do menor.
§ 4º Faculta-se a realização de visitas a mais
Art. 59. A cada pessoa privada de liberdade de um interno, desde que demonstrada a existência de
corresponde um prontuário clínico individual que a parentesco.
acompanha durante a execução da pena ou da medida de § 5º Os idosos, as gestantes, as pessoas com
segurança, sendo a sua confidencialidade garantida nos deficiência e as acompanhadas de crianças, tanto presas
termos da lei. quanto visitantes, têm prioridade em todos os
procedimentos relativos às visitas.
Art. 60. O tratamento de enfermidade da § 6º O indeferimento das visitas por parte da
pessoa privada de liberdade é efetuado no seu autoridade administrativa é sempre motivado e deve
alojamento ou na enfermaria da unidade prisional, obedecer à forma escrita, entregando-se ao visitante
devendo ser encaminhada à rede pública de saúde em cópia da decisão denegatória.
casos de urgência ou sempre que haja recomendação do § 7º Da decisão que indeferir o pedido cabe
profissional de saúde. recurso do interessado, no prazo de 5 dias contados da
sua ciência, ao diretor do estabelecimento penal, que
Art. 61. A vigilância da pessoa privada de deve decidi-lo em igual prazo.
liberdade no hospital é de responsabilidade da
administração prisional, podendo solicitar auxílio das Art. 65. Devem ser autorizadas as visitas que
forças policiais. favoreçam a reinserção social da pessoa privada de
§ 1º Quando não haja possibilidade de liberdade e aquelas que promovam a manutenção dos
atendimento no interior da unidade prisional, o diretor seus laços familiares e afetivos.
deve providenciar o encaminhamento da pessoa privada
de liberdade à rede pública de saúde. Art. 66. Aos visitantes não é imposta restrição à
§ 2º A rede pública de saúde do Distrito cor de roupa, com exceção das cores usadas nos
Federal deve criar locais exclusivos para atendimento e uniformes dos servidores, terceirizados, prestadores de
internação de pessoas privadas de liberdade, visando a serviços e presos classificados para atividade interna nas
unidades prisionais. (Artigo declarado inconstitucional: ADI nº
2017 00 2 020824-6 – TJDFT, Diário de Justiça, de 10/9/2018.)

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III – na hipótese de ser confirmada a suspeita
Art. 67. A pessoa privada de liberdade tem descrita no caput, encontrando-se objetos ilícitos com o
direito a receber visitas regulares do cônjuge ou de visitante, este é encaminhado ao delegado de polícia para
pessoa que com ela viva em situação análoga, sendo realizar os procedimentos legais.
dispensada a comprovação formal da união estável e Parágrafo único. A fundada suspeita deve ter
permitido o cadastramento de só 1 pessoa a cada 12 caráter objetivo, cabendo à administração prisional
meses para fins de visita. registrar ocorrência administrativa indicando o servidor
Parágrafo único. Outros familiares e amigos, responsável, os fatos e os motivos que levaram à adoção
salvo os que estejam expressamente proibidos por das cautelas.
decisão judicial, cadastrados até o limite de 10, também
estão autorizados a visitar a pessoa privada de liberdade. Subseção IX
Da Entrevista com o Defensor
Art. 68. O diretor da unidade prisional pode
autorizar a pessoa privada de liberdade a receber visitas Art. 72. A pessoa privada de liberdade tem
especiais de familiares e amigos, em ocasiões direito a receber seu defensor e com ele conferenciar,
excepcionais, por motivo de particular significado humano reservadamente, independentemente de dia e horário
ou religioso. (Artigo declarado inconstitucional: ADI nº 2017 00 2 preestabelecido.
020824-6 – TJDFT, Diário de Justiça, de 10/9/2018.)
Art. 73. As entrevistas são realizadas em local
Art. 69. Ficam as unidades prisionais proibidas adequado e que permita o exercício das prerrogativas
de realizar quaisquer formas de revista degradante, profissionais, sendo assegurada a confidencialidade das
vexatória ou desumana nos visitantes. conversas.
Parágrafo único. Consideram-se formas de
revista vexatória: (Parágrafo Declarado(a) Inconstitucional pelo(a) Subseção X
ADI 20824-6 de 26/09/2017) Da Assistência Religiosa
I - desnudamento parcial ou total; (Inciso
Declarado(a) Inconstitucional pelo(a) ADI 20824-6 de 26/09/2017) Art. 74. A assistência religiosa, com liberdade
II - prática de agachamentos ou saltos ; (Inciso de culto, é prestada aos presos e aos internados,
Declarado(a) Inconstitucional pelo(a) ADI 20824-6 de 26/09/2017) permitida a participação nos serviços organizados no
III - exames clínicos invasivos, tais como estabelecimento penal, bem como a posse de livros de
introdução de objetos nas cavidades corporais; (Inciso instrução religiosa.
Declarado(a) Inconstitucional pelo(a) ADI 20824-6 de 26/09/2017) § 1º No estabelecimento, deve haver local
IV - uso de cães ou animais farejadores. (Inciso apropriado para os cultos religiosos.
Declarado(a) Inconstitucional pelo(a) ADI 20824-6 de 26/09/2017)
§ 2º Nenhum preso ou internado pode ser
obrigado a participar de atividade religiosa.
Art. 70. Todo visitante que ingresse no
§ 3º O religioso tem acesso preferencial às
estabelecimento penal é submetido à revista mecânica, a
unidades prisionais, podendo ingressar com bíblia de
qual deve ser executada em local reservado, por meio da
capa flexível, material gráfico religioso, terços pequenos
utilização de equipamentos eletrônicos como detector de
em madeira ou plástico, óleo de unção e piscina inflável
metal, aparelho de raios X, escâner corporal, entre outras
de material plástico para realização de batismo, podendo
tecnologias capazes de garantir a segurança do
o líder religioso ter acesso à unidade diversa da qual
estabelecimento. (Artigo Declarado(a) Inconstitucional pelo(a) ADI
20824-6 de 26/09/2017)
exerça suas atividades religiosas, mediante autorização
do subsecretário do Sistema Penitenciário.
§ 1º A revista em crianças e adolescentes deve
§ 4º Ficam as unidades prisionais proibidas de
ser precedida de autorização de seu responsável e
realizar quaisquer formas de revista vexatória, desumana
somente é realizada na presença deste, vedados
ou degradante nos religiosos, observado o disposto no
quaisquer meios que possam prejudicar a sua saúde ou a
art. 70, caput.
sua integridade física ou psicológica.
§ 2º A recusa da revista do menor por parte do
responsável enseja a proibição de entrada da criança ou Seção II
adolescente na unidade prisional. Dos Deveres
§ 3º O impedimento à submissão do visitante Art. 75. São deveres da pessoa privada de
aos recursos tecnológicos nos estabelecimentos liberdade os previstos nos arts. 38 e 39 da Lei de
prisionais é assegurado pelas autoridades administrativas, Execução Penal, tais como:
desde que comprovado por documento assinado por I – comportamento disciplinado e cumprimento
médico. fiel da sentença;
II – obediência ao servidor e respeito a
Art. 71. Na hipótese de fundada suspeita de qualquer pessoa com quem deva relacionar-se;
que o visitante esteja portando objeto ou substância ilícita, III – urbanidade e respeito no trato com os
durante o procedimento de revista mecânica, devem ser demais condenados;
tomadas as seguintes providências: IV – conduta oposta aos movimentos
I – o visitante deve ser novamente submetido à individuais ou coletivos de fuga ou de subversão da
revista mecânica, preferencialmente utilizando-se ordem ou da disciplina;
equipamento diferente do usado na primeira vez; V – execução do trabalho, das tarefas e das
II – persistindo a suspeita, o visitante é ordens recebidas;
impedido de entrar na unidade prisional e é encaminhado VI – submissão à sanção disciplinar imposta;
ao IML ou a hospital, onde são realizados por profissional VII – indenização à vítima ou aos seus
competente os procedimentos adequados para averiguar sucessores;
a suspeita;

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VIII – indenização ao Estado, quando possível, I – realização ou participação em atividades,
das despesas realizadas com a sua manutenção, com caráter ocasional, no âmbito laboral, educativo e
mediante desconto proporcional da remuneração do formativo;
trabalho; II – realização ou participação em visitas de
IX – higiene pessoal e asseio da cela ou estudo, de formação ou culturais, adequadas ao
alojamento; desenvolvimento de competências pessoais ou sociais,
X – conservação dos objetos de uso pessoal. organizadas pela unidade prisional.
Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório,
no que couber, o disposto neste artigo. CAPÍTULO IV
DA BIBLIOTECA
CAPÍTULO III
Art. 84. Toda unidade prisional deve dispor de
DAS RECOMPENSAS pelo menos 1 biblioteca constituída por livros, revistas e
Art. 76. São recompensas aquelas previstas na jornais, em número suficiente para respeitar a liberdade
Lei de Execução Penal: de escolha da pessoa privada de liberdade, organizada de
I – elogio; modo a fomentar os hábitos de leitura.
II – concessão de regalias.
Art. 85. A seleção das publicações da biblioteca
Art. 77. As concessões de recompensas têm deve ter em vista a valorização dos conhecimentos da
como pressuposto o bom comportamento reconhecido em pessoa privada de liberdade, bem como a finalidade
favor da pessoa privada de liberdade, a sua colaboração recreativa.
com a disciplina e a sua dedicação ao trabalho.
Art. 86. A pessoa privada de liberdade pode ser
Art. 78. Constituem regalias concedidas aos autorizada a participar nas atividades da biblioteca, no
presos pela autoridade judiciária ou diretor do seu funcionamento e na difusão de livros, revistas e
estabelecimento penal: jornais para outros internos.
I – assistir a sessões de cinema, teatro, shows
e outras atividades socioculturais, em épocas especiais, Art. 87. As campanhas para aquisição de livros
fora do horário normal; e periódicos devem ser promovidas pelo órgão
II – assistir a sessões de jogos esportivos em competente, e as unidades prisionais facilitam, em
épocas especiais, fora do horário normal; conjunto com qualquer instituição pública ou privada, a
III – praticar esportes em áreas específicas; doação às respectivas bibliotecas.
IV – receber visitas extraordinárias,
devidamente autorizadas. CAPÍTULO V
Parágrafo único. Podem ser acrescidas,
DOS DIREITOS ESPECÍFICOS DA ENCARCERADA
mediante ato formal do diretor do estabelecimento penal,
outras regalias de forma progressiva, acompanhando as Art. 88. O Distrito Federal deve assegurar
diversas fases de cumprimento da pena. tratamento diferenciado à mulher encarcerada com o fim
de se adequar às suas necessidades específicas,
Art. 79. As regalias podem ser suspensas ou inclusive quanto ao direito à proteção da maternidade.
restringidas, isolada ou cumulativamente, mediante ato
motivado da diretoria do estabelecimento penal. Art. 89. São direitos e garantias específicos da
§ 1º Os critérios para controlar e garantir ao encarcerada, além daqueles previstos nesta Lei:
preso a concessão e o gozo da regalia de que trata o I – identificação da mulher quanto à situação de
caput são estabelecidos em bases objetivas pela gestação ou maternidade, quantidade e idade dos filhos e
administração do estabelecimento penal. das pessoas responsáveis pelos seus cuidados e demais
§ 2º A suspensão ou a restrição de regalias informações, por meio de preenchimento de formulário
deve ter estrita observância da reabilitação da conduta próprio que deve ser atualizado de forma constante pela
faltosa do preso, e elas são retomadas após a reabilitação equipe multiprofissional;
a critério do diretor do estabelecimento penal. II – assistência e tratamento médico e
psicológico adequados à encarcerada durante a gravidez
Art. 80. O diretor da unidade prisional, levando e o puerpério ou após a interrupção da gravidez;
em consideração a conduta e a disciplina da pessoa III – alojamento adequado às gestantes e
privada de liberdade, pode conceder regalias. parturientes, propiciando o acompanhamento médico,
principalmente no pré-natal e no pós-parto;
Art. 81. As recompensas são relacionadas ao IV – presença imediata de acompanhante da
índice de aproveitamento, ao grau de adaptação social e parturiente, durante todo o período de trabalho de parto, o
ao comportamento da pessoa privada de liberdade, e parto e o pós-parto, nos termos da Lei federal nº 8.080, de
devem constar no respectivo prontuário administrativo 19 de setembro de 1990;
individual. V – berçário durante o período de
amamentação, devendo a criança permanecer neste
Art. 82. O período de saída é considerado local, no mínimo, até os 6 meses de vida;
tempo de execução da pena ou da medida privativa da VI – proibição do uso de algemas em mulheres
liberdade. presas durante o trabalho de parto, no trajeto da
parturiente entre a unidade prisional e a unidade
Art. 83. Pode haver também autorização hospitalar e, após o parto, durante o período em que se
especial de saída para: encontrar hospitalizada;

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VII – fornecimento de material de higiene íntima I – local adequado para visitas, inclusive
externa e de contraceptivos mediante autorização médica. íntimas;
§ 1º A penitenciária feminina deve ter, II – local apropriado para trabalho prisional;
obrigatoriamente, creche para abrigar crianças III – enfermarias, consultórios médicos e
desamparadas maiores de 6 meses e menores de 7 anos odontológicos e farmácias;
cuja responsável esteja presa. IV – local apropriado para recreação e práticas
§ 2º Os espaços de convivência entre mães e esportivas;
filhos devem ter área coberta e áreas verdes que V – celas especiais para cumprimento do
permitam a realização de atividades lúdicas. isolamento cautelar ou definitivo;
§ 3º As encarceradas grávidas têm prioridade VI – parlatórios destinados ao contato entre
na tramitação dos seus processos. pessoas privadas de liberdade e seus defensores;
§ 4º Com exceção da ala psiquiátrica, a VII – salas destinadas à educação formal e
penitenciária feminina deve dispor exclusivamente de informal da pessoa privada de liberdade;
agentes do sexo feminino na segurança de seus locais de VIII – biblioteca;
custódia, ressalvado o pessoal técnico especializado. IX – berçários, creches e, ainda, local especial
para pessoa privada de liberdade que se encontre em
Art. 90. A Administração Pública deve celebrar, estado de particular vulnerabilidade ou que careça de
prioritariamente, convênios com órgãos públicos e especial proteção;
privados, além de estimular a participação da sociedade X – instalações e serviços que atendam aos
na implementação de políticas públicas que visem dar presos nas suas necessidades pessoais, além de locais
mais dignidade à mulher encarcerada e seus filhos. destinados à venda de produtos e objetos permitidos e
não fornecidos pela administração.
Art. 91. A penitenciária feminina deve
desenvolver ações de preparação da saída da criança do Art. 95. As unidades prisionais são
estabelecimento penal e de sensibilização dos órgãos exclusivamente masculinas ou femininas, devendo ser
responsáveis por seu acompanhamento social e familiar, reservadas alas específicas por distinção de identidade de
informando à mulher presa todos os procedimentos gênero ou orientação sexual.
realizados.
Art. 96. As unidades prisionais são geridas por
Art. 92. O sistema prisional deve promover e seu diretor e funcionam ininterruptamente, em regime de
programar a saída da criança, mediante o auxílio das expediente e plantão.
equipes interdisciplinares do estabelecimento penal, em § 1º O regulamento das unidades prisionais é
articulação com o Centro de Referência de Assistência elaborado pelo órgão gestor do sistema prisional, com
Social – CRAS, que promove o acompanhamento social e observância desta Lei e demais diplomas legais.
familiar posterior dessa criança, observando-se as § 2º As unidades prisionais observam a
seguintes diretrizes: proporção mínima de 1 agente penitenciário para cada 5
I – a criança e o responsável têm presos.
acompanhamento psicológico, no intuito de promover sua
inserção no ambiente familiar e na sociedade; CAPÍTULO II
II – no caso de presas estrangeiras, a saída da
DA ORDEM E DA SEGURANÇA
criança deve ser precedida de consulta aos respectivos
órgãos consulares; Art. 97. A ordem, a segurança e a disciplina na
III – os pais devem decidir, conjuntamente com unidade prisional são mantidas para a proteção de bens
a assistência social externa, o local onde a criança ficará jurídicos fundamentais, pessoais e patrimoniais, no
acolhida, conforme estipulado pelo Estatuto da Criança e interesse da vida em comum organizada e segura, para a
do Adolescente e pela Resolução nº 4, de 15 de julho de defesa da sociedade e para que a pessoa privada de
2009, do CNPCP. liberdade não se subtraia à execução da pena ou medida
de segurança.
TÍTULO III
Art. 98. O sentido de responsabilidade da
DAS UNIDADES PRISIONAIS pessoa privada de liberdade deve ser fomentado como
CAPÍTULO I fator determinante da ordem, da segurança e da disciplina
DA ORGANIZAÇÃO DAS UNIDADES PRISIONAIS na unidade prisional.
Art. 93. As unidades prisionais são
Art. 99. A ordem, a segurança e a disciplina
estabelecimentos administrados pelo Governo do Distrito
são mantidas com subordinação aos princípios da
Federal onde se executam as penas e as medidas de
necessidade, da adequação e da proporcionalidade.
segurança nos termos da legislação em vigor.
Parágrafo único. As unidades de tratamento
Art. 100. Para assegurar a ordem e a
psiquiátrico destinam-se aos inimputáveis e semi-
segurança na unidade prisional, em casos de motim ou
imputáveis e devem ser estruturadas de forma a oferecer
movimentos violentos ou praticados com grave ameaça,
assistência integral à pessoa portadora de transtornos
podem ser utilizadas medidas especiais de segurança,
mentais, incluindo serviços médicos, psicológicos,
inclusive com o uso progressivo da força, para
ocupacionais, de assistência social, de lazer e outros
restabelecer a ordem, mediante ato escrito da autoridade
definidos pela Lei federal nº 10.216, de 6 de abril de 2001.
competente, com respeito aos princípios desta Lei e
demais diplomas vigentes.
Art. 94. As unidades prisionais devem conter,
no mínimo:
CAPÍTULO III

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DAS INSTITUIÇÕES FILANTRÓPICAS Das Faltas Disciplinares de Natureza Leve
Art. 101. Os serviços prisionais e de reinserção Art. 110. Considera-se falta disciplinar de
social devem incentivar, em articulação com outras natureza leve o preso:
entidades, mediante convênios, a participação de I – manusear equipamento de trabalho sem
instituições particulares, de organizações não autorização ou sem conhecimento do encarregado;
governamentais e de organizações de voluntários, II – utilizar bens de propriedade do Estado de
objetivando a preparação da pessoa privada de liberdade forma diversa daquela para a qual os tenha recebido;
para conduzir a sua vida de modo socialmente III – estar indevidamente trajado;
responsável. IV – usar material de serviço para finalidade
diversa da prevista, se o fato não estiver configurado
Art. 102. Os serviços prisionais asseguram o como falta grave;
adequado enquadramento da ação das instituições V – provocar perturbações com ruídos e
particulares e das organizações não governamentais na vozerios ou vaias;
programação das atividades da pessoa privada de VI – portar objeto de valor além do permitido
liberdade. em regulamento;
VII – utilizar local impróprio para satisfação de
CAPÍTULO IV necessidades fisiológicas;
VIII – utilizar objeto pertencente a outro preso
DOS SERVIÇOS PRISIONAIS
sem o devido consentimento;
Art. 103. Os serviços prisionais garantem a IX – desrespeitar demais normas de
execução das penas e das medidas de segurança em funcionamento do estabelecimento penal quando isso não
meio prisional, de acordo com as respectivas finalidades, configurar falta de outra natureza.
e a manutenção da ordem, da segurança e da disciplina
na unidade prisional.
Seção II
Das Faltas Disciplinares de Natureza Média
TÍTULO IV
Art. 111. Considera-se falta disciplinar de
DA DISCIPLINA
natureza média o preso:
CAPÍTULO I I – atuar de maneira inconveniente, faltando
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES com os deveres de urbanidade frente às autoridades, aos
Art. 104. Os presos estão sujeitos à disciplina, funcionários, a outros sentenciados, aos visitantes e aos
que consiste na colaboração com a ordem, na obediência demais particulares no âmbito do estabelecimento penal;
às determinações dos servidores e no desempenho do II – fabricar, fornecer ou ter consigo objeto ou
trabalho. material cuja posse seja proibida em ato normativo
próprio;
Art. 105. A ordem e a disciplina são mantidas III – desviar ou ocultar objetos cuja guarda lhe
pelos servidores do estabelecimento penal por intermédio tenha sido confiada;
dos meios legais e regulamentares adequados. IV – simular doença para eximir-se de dever
legal ou regulamentar;
Art. 106. Não há falta nem sanção disciplinar V – dificultar a vigilância em qualquer
sem expressa e anterior previsão legal ou regulamentar. dependência do estabelecimento penal;
§ 1º As sanções não podem colocar em perigo VI – perturbar a jornada de trabalho, a
a integridade física e moral do condenado. realização de tarefas, o repouso noturno ou a recreação;
§ 2º É vedado o emprego de cela escura. VII – não observar as regras de higiene
§ 3º São vedadas as sanções coletivas. pessoal, da cela e das demais dependências do
estabelecimento penal;
Art. 107. O preso, tão logo adentre o VIII – portar ou ter, em qualquer lugar do
estabelecimento penal, é cientificado das normas estabelecimento penal, título de crédito;
disciplinares. IX – praticar ato previsto como crime culposo
ou contravenção, sem prejuízo da sanção penal;
Art. 108. Na execução das penas restritivas de X – comunicar-se com presos em cela
direitos, o poder disciplinar é exercido pela autoridade disciplinar ou regime disciplinar diferenciado ou entregar
administrativa a que o condenado esteja sujeito. qualquer objeto sem autorização;
XI – opor-se à ordem de contagem da
CAPÍTULO II população carcerária, não respondendo ao sinal
convencional da autoridade competente;
DAS FALTAS DISCIPLINARES XII – resistir, inclusive por atitude passiva, à
Art. 109. As faltas disciplinares, segundo sua execução de ordem ou ato administrativo;
natureza, classificam-se em: XIII – praticar atos de comércio de qualquer
I – leves; natureza;
II – médias; XIV – faltar com a verdade para obter qualquer
III – graves. vantagem;
Parágrafo único. As disposições desta Lei são XV – transitar ou permanecer em locais não
igualmente aplicadas quando a falta disciplinar ocorra fora autorizados;
do estabelecimento penal, durante a movimentação do XVI – descumprir datas e horários das rotinas
preso. estipuladas pela administração para quaisquer atividades
no estabelecimento penal;
Seção I

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XVII – praticar ou contribuir para a prática de
jogos proibidos, agravando-se a falta quando a prática CAPÍTULO IV
envolver a exploração de outro preso; DA APLICAÇÃO DAS SANÇÕES DISCIPLINARES
XVIII – explorar outro preso sob qualquer
Art. 115. Na aplicação das sanções
pretexto ou forma;
disciplinares, leva-se em conta a natureza, os motivos, as
XIX – ausentar-se dos lugares em que deva
circunstâncias e as consequências do fato, bem como a
permanecer;
pessoa do faltoso e seu tempo de prisão.
XX – recusar, sem motivo justo, o trabalho que
lhe for determinado;
Art. 116. As sanções disciplinares podem ser
XXI – entregar ou receber objetos sem a devida
aplicadas isolada ou cumulativamente, ressalvado o
autorização;
disposto no art. 128 desta Lei.
XXII – retardar o cumprimento de ordem, com
intuito de procrastinação;
Art. 117. Pune-se a tentativa com a sanção
XXIII – descurar da execução da tarefa;
correspondente à falta consumada.
XXIV – desobedecer às prescrições médicas,
recusando o tratamento necessário ou utilizando
Art. 118. O preso que, de qualquer modo,
medicamentos não prescritos ou autorizados pelo órgão
concorrer para a prática de falta disciplinar incide na
médico competente.
mesma sanção cominada ao faltoso, na medida de sua
culpabilidade.
Seção III
Das Faltas Disciplinares de Natureza Grave Art. 119. São circunstâncias que sempre
Art. 112. A falta grave é regulada pela Lei de atenuam a sanção:
Execução Penal. (Artigo Declarado(a) Inconstitucional pelo(a) ADI I – a personalidade abonadora do preso;
20824-6 de 26/09/2017) II – a ausência de faltas anteriores;
Parágrafo único. Nas faltas graves, a III – ser menor de 21 anos e maior de 60 anos;
autoridade representa ao Juiz da Execução para fins de IV – haver sido de somenos importância sua
regressão de regime e de revogação de benefícios. cooperação na falta;
V – confessar espontaneamente o cometimento
CAPÍTULO III de falta de autoria ignorada ou imputada a outrem;
VI – procurar, logo após a falta, evitar ou
DAS SANÇÕES DISCIPLINARES
minorar suas consequências.
Art. 113. Constituem sanções disciplinares:
I – advertência verbal; Art. 120. São circunstâncias que agravam a
II – repreensão; sanção:
III – suspensão ou restrição dos direitos I – a personalidade desabonadora do preso;
elencados no art. 41, parágrafo único, da Lei de Execução II – a reincidência;
Penal; III – promover ou organizar a cooperação no
IV – isolamento na própria cela ou em local cometimento da falta ou dirigir a atividade dos demais
adequado; presos;
V – inclusão no regime disciplinar diferenciado. IV – haver coagido ou introduzido outros presos
§ 1º A advertência verbal é punição de caráter na prática de falta;
educativo, aplicável às infrações de natureza leve. V – ter praticado a falta quando, em virtude da
§ 2º A repreensão é sanção disciplinar confiança depositada no preso pelas autoridades
revestida de maior rigor no aspecto educativo, aplicável administrativas, gozava da liberação de alguma norma
às infrações de natureza média e, nos casos de geral de segurança;
reincidência, às infrações de natureza leve. VI – agir em conluio com funcionário.
§ 3º As sanções previstas nos incisos de III a V
são aplicáveis às infrações de natureza grave. Art. 121. A execução da sanção disciplinar é
suspensa quando o órgão médico do sistema
Art. 114. As sanções previstas no art. 113, I a penitenciário a desaconselhar por motivo de saúde.
IV, são aplicadas por ato motivado e fundamentado do
diretor do estabelecimento penal, ouvido o Conselho Art. 122. Ao preso submetido a sanção
Disciplinar; a sanção do art. 113, V, é aplicada por prévia disciplinar é assegurado banho de sol com duração de no
e fundamentada decisão do juiz competente. (Artigo mínimo 3 horas diárias e visita médica nos dias e nos
declarado inconstitucional: ADI nº 2017 00 2 020824-6 – TJDFT, Diário
de Justiça, de 10/9/2018.) horários fixados pela direção do estabelecimento penal.
§ 1º A autorização para inclusão do preso em
regime disciplinar depende de requerimento Art. 123. O isolamento, a suspensão e a
circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento restrição de direitos não podem exceder a 30 dias,
ou outra autoridade administrativa. mesmo nos casos de concurso de infrações disciplinares,
§ 2º A decisão judicial sobre inclusão de preso ressalvada a hipótese do regime disciplinar diferenciado.
em regime disciplinar é precedida de manifestação do § 1º O isolamento é sempre comunicado ao
Ministério Público e da defesa, sendo prolatada no prazo Juiz da Execução.
máximo de 15 dias a contar do requerimento § 2º É direito do preso cumprir o isolamento
circunstanciado. mantendo a posse de todos os seus objetos pessoais.
§ 3º O tempo de inclusão preventiva no regime § 3º Durante a aplicação da sanção disciplinar
disciplinar diferenciado é computado no período de consistente no isolamento, o preso é submetido a exame
cumprimento da sanção disciplinar. médico que ateste suas condições de saúde.

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§ 4º O relatório médico resultante do exame de Art. 132. O processo disciplinar é de
que trata o § 3º é anexado ao prontuário do preso. responsabilidade do estabelecimento penal onde haja
sido praticada a falta disciplinar.
CAPÍTULO V Parágrafo único. As oitivas podem ser
realizadas no local onde se encontre o acusado.
DO CONSELHO DISCIPLINAR
Art. 124. O Conselho Disciplinar, órgão
Seção I
permanente, funciona como unidade de assessoramento
do diretor, competindo-lhe a instrução do processo Da Sindicância
administrativo disciplinar, nos termos do Capítulo VI. Art. 133. Será instaurado processo de
sindicância, com rito previsto em regulamento, quando
Art. 125. O Conselho Disciplinar é composto de não for possível a imediata individualização da conduta
no mínimo 3 servidores estáveis, designados pelo diretor faltosa do preso ou da autoria do fato.
da unidade prisional, por período de 2 anos, permitida 1 § 1º Na investigação preliminar, deve ser
recondução. observada a pertinência dos fatos e a materialidade da
Parágrafo único. Para cada membro do conduta faltosa, inquirindo-se presos, servidores e
Conselho Disciplinar, é designado 1 suplente. funcionários, bem como apresentando-se toda a
documentação pertinente.
Art. 126. Na composição do Conselho § 2º Findas as diligências, é apresentado
Disciplinar, inclusive os suplentes, é observada, sempre relatório ao diretor do estabelecimento penal com
que possível, pelo diretor da unidade prisional a indicação sugestão de arquivamento ou de conversão do feito em
de 1 bacharel em direito, 1 servidor preferencialmente processo administrativo disciplinar comum ou sumário.
com formação em assistência social, psicologia ou § 3º A instauração desse procedimento não
psiquiatria, e um terceiro membro com qualquer formação pode ser invocada para suspensão ou revogação de
superior. benefícios.
Parágrafo único. Os servidores que compõem o
Conselho Disciplinar têm, preferencialmente, dedicação Seção II
exclusiva, na vigência da sua designação.
Do Isolamento Preventivo
Art. 127. As decisões do Conselho Disciplinar Art. 134. O diretor do estabelecimento penal
são tomadas por maioria simples. pode determinar, em ato motivado, como medida cautelar
Parágrafo único. Em caso de empate, o voto de administrativa, o isolamento preventivo do preso por
qualidade é o proferido pelo Presidente do Conselho ou período não superior a 10 dias.
seu substituto. § 1º Na hipótese do caput ou de qualquer outra
medida cautelar restritiva de direito, o preso que esteja no
gozo de benefício, em especial trabalho ou estudo, é
CAPÍTULO VI
ouvido no primeiro dia útil subsequente pelo diretor do
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR estabelecimento penal, que empreenderá diligências, se
Art. 128. É vedada a aplicação de sanção sem necessário, para apurar eventual justificativa apresentada
a devida apuração em processo administrativo. pelo preso, decidindo fundamentadamente sobre a
Parágrafo único. Ao acusado é assegurado o manutenção da medida cautelar.
direito de defesa. § 2º O prazo do isolamento preventivo não
pode exceder:
Art. 129. O servidor que presenciar ou tomar I – a 5 dias, no caso da prática de falta leve;
conhecimento de falta de qualquer natureza praticada por II – a 7 dias, no caso da prática de falta média.
preso redigirá comunicado do evento com a descrição § 3º Na hipótese de manutenção da eficácia da
minuciosa das circunstâncias do fato, com indicação de medida cautelar, o processo administrativo disciplinar
autoria, materialidade e nome das testemunhas, e o deve ser instaurado dentro do prazo de duração do
encaminhará ao seu superior imediato para a adoção das isolamento preventivo.
medidas cautelares, caso necessário, e demais § 4º Até a deliberação a que se refere o § 3º, é,
providências cabíveis. sempre que possível, reservada a vaga de trabalho ou
Parágrafo único. Devem ser rejeitadas as estudo do sentenciado, assim como a respectiva posição
ocorrências fundadas em provas inadmissíveis ou ilícitas, na classificação.
assim entendidas as obtidas em violação a normas
constitucionais ou legais. Seção III
Do Processo Administrativo Disciplinar Sumário
Art. 130. Nos casos em que a falta disciplinar
do preso esteja relacionada com a má conduta de Art. 135. O processo disciplinar sumário, com
servidor público, deve ser providenciada apuração pela rito previsto em regulamento, é instaurado para apuração
Subsecretaria do Sistema Penitenciário – SESIPE do fato de falta de natureza leve ou média.
envolvendo o servidor, em procedimento próprio. Parágrafo único. O processo de que trata o
caput é concluído no prazo improrrogável de 30 dias e
Art. 131. Quando a falta disciplinar constituir desenvolve as seguintes fases, assegurado o direito de
também ilícito penal, será comunicada às autoridades defesa:
competentes. I – instauração;
II – instrução sumária;
III – julgamento.

Seção IV

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Do Processo Administrativo Disciplinar Comum sejam formuladas, sem que isso possa ser valorado em
Art. 136. O processo administrativo disciplinar seu desfavor.
comum é instaurado para apurar falta de natureza grave, § 3º Encerrada a instrução, a defesa é intimada
de acordo com as disposições desta Seção. para, no prazo de 5 dias, apresentar defesa final por
escrito.
§ 4º Somente devem ser consideradas, para
Subseção I
fins de formação do convencimento da autoridade
Da Instauração julgadora quanto à existência da autoria e da
Art. 137. A portaria de instauração do processo materialidade da infração disciplinar e de quaisquer
é elaborada pelo diretor do estabelecimento penal e deve circunstâncias que possam repercutir na determinação de
conter a descrição sucinta dos fatos, constando o tempo, sanção mais gravosa, as provas obtidas por meio lícito e
o modo, o lugar, a indicação da falta e as demais submetidas ao contraditório.
informações pertinentes, bem como a identificação dos § 5º A distribuição do ônus da prova obedece
seus autores com o nome completo e o respectivo aos princípios e às regras que norteiam o processo penal.
número de prontuário.
Art. 142. Se o acusado comparecer à audiência
Art. 138. O prazo para a conclusão do processo desacompanhado de advogado, é-lhe designado pela
disciplinar não excede 90 dias, contados da data da falta, autoridade defensor para promoção de sua defesa.
prorrogáveis, 1 vez, por igual período, em caso de estrita
e comprovada necessidade. Art. 143. A testemunha não pode eximir-se da
obrigação de depor, salvo no caso de proibição ou
Subseção II impedimento legal.
Da Instrução § 1º O servidor que, sem justa causa, se
recusar a depor fica sujeito às sanções cabíveis.
Art. 139. Cabe à autoridade que presida o § 2º As testemunhas arroladas são intimadas
processo elaborar o termo de instalação dos trabalhos e, preferencialmente por meio eletrônico, salvo quando a
quando houver designação de secretário, o termo de parte interessada se comprometa a providenciar o
compromisso deste em separado, providenciando: comparecimento delas.
I – designação de data, hora e local da
audiência;
II – intimação do acusado e de seu defensor, Subseção III
cientificando-os sobre o comparecimento a audiência na Do Relatório
data e na hora designadas, podendo a defesa, no prazo Art. 144. Apresentada a defesa final, o
de 10 dias a contar da intimação, apresentar por escrito Conselho Disciplinar elabora relatório sucinto, no prazo de
rol de testemunhas e provas que pretenda produzir. 5 dias, opinando fundamentadamente pela aplicação da
§ 1º Na impossibilidade de intimação do sanção disciplinar ou pelo arquivamento, e encaminha os
acusado, em decorrência de fuga, ocorre o sobrestamento autos para apreciação do diretor do estabelecimento
do procedimento até a recaptura, o qual é informado ao penal.
juiz competente para conhecimento dos fatos. Parágrafo único. Nos casos em que seja
§ 2º Caso o acusado não possua defensor comprovada a autoria de danos capazes de ensejar
constituído, é providenciada a imediata comunicação ao responsabilidade penal ou civil, deve a autoridade, em
Setor de Assistência Jurídica do estabelecimento penal seu relatório, manifestar-se conclusivamente, propondo o
para designação de Defensor Público ou, na encaminhamento às autoridades competentes.
impossibilidade, acionamento do Núcleo de Prática ou
Assistência Jurídica para assisti-lo. Subseção IV
§ 3º Não pode atuar como encarregado ou
Do Julgamento
secretário, em qualquer ato do processo, amigo íntimo ou
desafeto, parente consanguíneo ou afim, em linha reta ou Art. 145. O diretor do estabelecimento penal
colateral, até o terceiro grau, inclusive, cônjuge, profere decisão final no prazo de 5 dias, contados da data
companheiro ou qualquer integrante do núcleo familiar do do recebimento dos autos.
acusado ou do servidor que registrou a ocorrência § 1º O diretor do estabelecimento penal pode
disciplinar. ordenar, antes de proferir decisão final, diligências
imprescindíveis ao esclarecimento dos fatos.
Art. 140. As intimações ao defensor são § 2º No caso de aplicação de sanção
enviadas preferencialmente por meio eletrônico. disciplinar, devem ser considerados o comportamento e a
conduta do acusado durante o período de recolhimento, a
Art. 141. Na data previamente designada, é causa determinante da infração e a relevância do
realizada a oitiva das testemunhas constantes da resultado produzido.
ocorrência e as arroladas pela defesa, bem como o § 3º Após a decisão final, devem ser adotadas
interrogatório do preso, seguido da defesa final por as seguintes providências:
escrito. I – ciência pessoal ao acusado;
§ 1º A data da oitiva é designada com II – ciência à defesa, no prazo de 5 dias,
antecedência suficiente para permitir que as testemunhas preferencialmente por meio eletrônico;
arroladas pela defesa sejam devidamente intimadas. III – registro em ficha disciplinar;
§ 2º A autoridade responsável pelo IV – juntada de cópia do processo disciplinar ao
procedimento informa o acusado do direito de permanecer prontuário do preso;
em silêncio e de não responder às perguntas que lhe V – remessa do processo ao juízo competente.

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Seção V V – estruturar ações no que tange a retirada de
Da Prescrição documentação, apoio familiar e comunitário, articulação
com os equipamentos e rede socioassistencial.
Art. 146. A prescrição da pretensão punitiva ou
executória da punição disciplinar ocorre: (Artigo declarado
inconstitucional: ADI nº 2017 00 2 020824-6 – TJDFT, Diário de TÍTULO VI
Justiça, de 10/9/2018.)
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
I – no caso de infração de grau leve, em 6
meses; Art. 154. Aplica-se subsidiariamente a esta Lei,
II – no caso de infração de grau médio, em 1 em suas omissões, o Decreto-Lei federal nº 3.689, de 3
ano. de outubro de 1941 – Código de Processo Penal; o
§ 1º Os prazos prescricionais regidos no caput Decreto-Lei federal nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 –
são contados a partir da data do fato. Código Penal Brasileiro; a Lei federal nº 7.210, de 1984 –
§ 2º No caso de falta disciplinar consistente em Lei de Execução Penal; e a Lei federal nº 11.697, de 13
fuga, o prazo prescricional é contado a partir da data da de junho de 2008 – Lei de Organização Judiciária do
recaptura. Distrito Federal.

Art. 155. Todas as unidades prisionais têm


CAPÍTULO VII
seus regimentos próprios, que não podem violar esta Lei
DA CLASSIFICAÇÃO DO COMPORTAMENTO E DA e os demais normativos aplicados à espécie.
REABILITAÇÃO
Art. 147. O comportamento do preso recolhido Art. 156. Os dispositivos desta Lei, inclusive os
em estabelecimento penal é classificado como: prazos nela estabelecidos, retroagem a partir da sua
I – bom; entrada em vigor.
II – regular;
III – mau. Art. 157. O Poder Executivo regulamentará
esta Lei em 90 dias.
Art. 148. Considera-se bom comportamento
carcerário aquele decorrente da ausência de anotações Art. 158. Esta Lei entra em vigor na data da sua
de transgressões disciplinares no prontuário do preso. publicação.
Parágrafo único. Equipara-se ao bom
comportamento carcerário a conduta do preso cujo
prontuário registre a prática de falta, porém com
reabilitação posterior.

Art. 149. Comportamento regular é aquele cujo


prontuário registre a prática de falta média ou leve, sem
reabilitação de conduta do preso.

Art. 150. Mau comportamento é aquele cujo 01_____________________________________


prontuário registre a prática de falta grave, sem
reabilitação de conduta do preso. 02_____________________________________
Art. 151. O preso tem os seguintes prazos para 03_____________________________________
reabilitação de comportamento, a partir da data da prática
da falta disciplinar: 04_____________________________________
I – 1 mês, para falta de natureza leve;
II – 3 meses, para falta de natureza média; 05_____________________________________
III – 6 meses, para falta de natureza grave. 06_____________________________________
TÍTULO V 07_____________________________________
DO PATRONATO
08_____________________________________
Art. 152. O Patronato público ou particular, que
se destina à prestação de assistência aos albergados e 09_____________________________________
aos egressos, será regulamentado por decreto do Poder
Executivo. 10_____________________________________
Art. 153. Incumbe ao Patronato: 11_____________________________________
I – orientar os condenados a pena restritiva de
direitos; 12_____________________________________
II – fiscalizar o cumprimento das penas de
prestação de serviço à comunidade e de limitação de fim
13_____________________________________
de semana; 14_____________________________________
III – colaborar na fiscalização do cumprimento
das condições da suspensão e do livramento condicional; 15_____________________________________
IV – atuar em parceria com a FUNAP nos
assuntos relacionados à inserção social;

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IV – comprovação de idoneidade e conduta
ilibada na vida pública e na vida privada, de caráter
Lei Distrital nº 3.669/2005 eliminatório;
V – curso de formação profissional, de caráter
eliminatório.

Cria a Carreira de Atividades Penitenciárias e respectivos Seção II


cargos no Quadro de Pessoal do Distrito Federal e dá Do Desenvolvimento na Carreira
outras providências. Art. 5º O desenvolvimento do servidor na
Carreira de que trata esta Lei far-se-á mediante
O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, progressão funcional e promoção.
Faço saber que a Câmara Legislativa do Distrito Federal § 1º Para os fins desta Lei, progressão é a
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: passagem do servidor para o padrão de vencimento
imediatamente superior dentro de uma mesma classe e
CAPÍTULO I promoção, a passagem do servidor do último padrão de
DISPOSIÇÕES GERAIS uma classe para o primeiro da classe imediatamente
Art. 1º Fica criada a carreira Execução Penal superior.
do Distrito Federal no Quadro de Pessoal do Distrito § 2º Os requisitos de capacitação e outros
Federal, constituída de 3.000 cargos de Agente de exigidos para a progressão funcional e a promoção serão
Execução Penal, de provimento efetivo, estruturada na estabelecidos em regulamento específico.
forma constante do Anexo. (2019) § 3º É vedada a progressão de servidor em
estágio probatório.
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, considera-se: § 4º O interstício aplicado à Carreira de que
I – carreira – o conjunto de cargos de trata esta Lei, para fins de progressão funcional, é de
provimento efetivo agrupados segundo sua natureza e doze meses, observada a regulamentação pertinente.
complexidade e estruturados em classes e padrões,
escalonados em função do grau de responsabilidade e Art. 6º Após a conclusão do estágio probatório,
das atribuições a serem desempenhadas; o servidor considerado apto será posicionado no Padrão
II – cargo – o conjunto de atribuições e III da classe de ingresso na Carreira.
responsabilidades previstas na estrutura organizacional
que devem ser cometidas a um servidor; Seção III
III – classe – a divisão básica da carreira, que Das Atribuições do Cargo
determina a posição do servidor no escalonamento Art. 7º São atribuições do Agente de
vertical dentro da carreira contendo cargos escalonados Execução Penal, além de outras decorrentes do seu
em padrões, com os mesmos requisitos de capacitação e exercício: (2019)
mesma natureza, complexidade, atribuições e I – promover o atendimento, a custódia, a
responsabilidades; vigilância e a guarda da pessoa privada de liberdade e do
IV – padrão – a posição do servidor no internado; (2016)
escalonamento horizontal na mesma classe da carreira. II – zelar pela disciplina e pela segurança da
pessoa privada de liberdade e do internado ; (2016)
Art. 3º Os ocupantes dos cargos da carreira de III – realizar a conferência periódica da pessoa
Atividades Penitenciárias são lotados na Secretaria de privada de liberdade e do internado; (2016)
Estado de Segurança Pública e Paz Social do Distrito IV – realizar rondas periódicas no
Federal, com exercício nas unidades do Sistema estabelecimento penal; (2016)
Penitenciário do Distrito Federal. (2016) V – verificar as condições de segurança,
limpeza e higiene das celas e dos espaços de uso diário
CAPÍTULO II da pessoa privada de liberdade e do internado; (2016)
DA CARREIRA VI – realizar a distribuição da alimentação à
Seção I pessoa privada de liberdade e ao internado; (2016)
Do Ingresso VII – realizar a distribuição de vestuários e
Art. 4º O ingresso no cargo de Agente de materiais de higiene pessoal destinados à pessoa privada
Execução Penal da carreira Execução Penal do Distrito de liberdade e ao internado; (2016)
Federal dá-se no Padrão I da Terceira Classe da Tabela VIII – realizar as atividades de escoltas internas
de Escalonamento constante do Anexo desta Lei, e externas; (2016)
mediante apresentação de diploma de curso superior IX – conduzir veículos destinados ao sistema
fornecido por instituição de ensino devidamente penitenciário; (2016)
reconhecida pelo Ministério da Educação e aprovação em X – operar equipamentos destinados ao
concurso público. (2019) funcionamento e à segurança do estabelecimento penal;
(2016)
Parágrafo único. O concurso público de que
XI – operar os equipamentos letais e não letais
trata o caput será realizado em cinco etapas:
destinados à segurança e os aparelhos e os
I – prova objetiva, de conhecimentos gerais e
equipamentos de proteção individual, e zelar pelo seu
específicos, de caráter eliminatório e classificatório;
uso; (2016)
II – teste de aptidão física, de caráter
XII – zelar pela manutenção, pela conservação
eliminatório;
e pelo uso correto das instalações do estabelecimento
III – prova de aptidão psicológica, de caráter
penal; (2016)
eliminatório;
XIII – realizar a guarda e a vigilância tanto
interna quanto externa, incluindo as muralhas e áreas

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adjacentes que integram o estabelecimento penal ou um trabalho de 40 horas semanais e submetem-se ao regime
conjunto de estabelecimentos penais dispostos em uma de dedicação exclusiva, à formação funcional e aos
mesma área física; (2016) mecanismos de fiscalização e de controle interno. (2019)
XIV – realizar o atendimento, a orientação e a Parágrafo único. Os servidores de que trata o
vigilância de visitantes da pessoa presa e do internado, caput podem ser designados para o regime de trabalho
dos profissionais do sistema de justiça penal, dos grupos em revezamento, cuja jornada deve obedecer a critério
assistenciais e da sociedade civil; (2016) mensal e a escalas regulamentadas por portaria a ser
XV – fiscalizar a entrada e a saída de pessoas expedida pelo titular da Secretaria de Estado a cuja
e veículos no estabelecimento penal e nas áreas estrutura pertença o sistema penitenciário do Distrito
adjacentes de segurança tanto interna quanto externa; Federal.
(2016)
XVI – conduzir a pessoa privada de liberdade e CAPÍTULO IV
o internado para as atividades de assistência previstas na DA REMUNERAÇÃO
lei de execução penal (de saúde, jurídica, educacional, Art. 9º Os valores dos vencimentos dos cargos
social e religiosa), mantendo-os sob vigilância; (2016) são os estabelecidos na Tabela de Escalonamento
XVII – conduzir a pessoa privada de liberdade Vertical constante do Anexo desta Lei.
e o internado para as atividades de trabalho interno, Parágrafo único. Além do vencimento básico,
mantendo-os sob vigilância; (2016) os ocupantes do cargo de Agente de Execução Penal
XVIII – promover a fiscalização do trabalho fazem jus às seguintes parcelas: (2019)
externo, conforme condições definidas pela direção do I – Gratificação de Atividade Penitenciária –
estabelecimento penal; (2016) GAP no percentual de 30% (trinta pontos percentuais)
XIX – fiscalizar o cumprimento dos deveres da incidentes sobre o vencimento básico do padrão em que o
pessoa presa, previstos na lei de execução penal; (2016) servidor esteja posicionado, variável em função do
XX – exercer o respeito à integridade física e resultado de avaliação trimestral a ser aplicada conforme
moral da pessoa presa e do internado; (2016) regulamento;
XXI – contribuir para o cumprimento dos II – outras vantagens e adicionais previstos na
direitos da pessoa presa e do internado, previstos na lei Lei federal nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990,
de execução penal; (2016) recepcionada pela Lei distrital nº 197, de 4 de dezembro
XXII – promover diariamente os registros de 1991, e legislação distrital superveniente.
administrativos e de informações penais, inclusive
aqueles dispostos em sistemas eletrônicos, relacionados CAPÍTULO V
à pessoa presa, ao internado, ao estabelecimento penal, DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS
a veículos e a toda espécie de equipamento Art. 10. Os integrantes da carreira Execução
disponibilizado; (2016) Penal do Distrito Federal submetem-se ao regime jurídico
XXIII – atuar no monitoramento e na dos servidores públicos civis da administração direta,
fiscalização da pessoa presa, em saída temporária, prisão autárquica e fundacional e dos órgãos relativamente
domiciliar e monitoramento eletrônico; (2016) autônomos do Distrito Federal, de que trata a Lei
XXIV – fiscalizar o cumprimento de medidas Complementar nº 840, de 23 de dezembro de 2011. (2019)
cautelares diversas de prisão e penas restritivas de
direito; (2016) Art. 11. Somente poderá haver cessão de
XXV – observar medidas de segurança contra servidor ocupante de cargo da Carreira de que trata esta
acidentes de trabalho; (2016) Lei para exercício de cargo de provimento em comissão
XXVI – frequentar cursos de formação e de nível correspondente ou superior a DF-14, salvo
aperfeiçoamento e treinamentos inerentes às suas disposição especial do Governador do Distrito Federal.
atividades; (2016) Parágrafo único. Os integrantes da carreira
XXVII – efetuar atividades de inteligência Execução Penal do Distrito Federal, quando cedidos a
voltadas à segurança e à repressão da prática de ilícitos outros órgãos, não fazem jus à gratificação prevista no
no interior dos estabelecimentos penais; (2016) art. 9º, parágrafo único, I. (2019)
XXVIII – compor comissões permanentes e
especiais de disciplina, mediante designação ou Art. 12. Os cargos previstos no art. 1º desta Lei
nomeação para tal; (2016) serão providos à razão de 50% (cinquenta pontos
XXIX – atuar na recaptura de fugitivos das percentuais) do seu efetivo no ano de 2005 e 50%
unidades do Sistema Penitenciário do Distrito Federal; (cinquenta pontos percentuais) do seu efetivo no ano de
(2016)
2006.
XXX – efetuar recambiamento de presos
foragidos das unidades do Sistema Penitenciário do
Art. 13. Os Agentes Penitenciários da Polícia
Distrito Federal que se encontram em outros estados da
Civil do Distrito Federal terão exercício nas unidades que
federação;
compõem a estrutura orgânica da Polícia Civil em
XXXI – exercer outras atividades que lhe forem
atividades típicas de Polícia Judiciária. (Artigo declarado
cometidas compatíveis com o seu cargo. (2016) inconstitucional: ADI nº 3916 – STF, Diário de Justiça, de 14/5/2010.)
Parágrafo único. É prerrogativa dos ocupantes Parágrafo único. Os Agentes Penitenciários da
do cargo de Agente de Execução Penal o porte de arma Polícia Civil do Distrito Federal à disposição do Sistema
de fogo, observado o disposto no art. 8º. (2019) Penitenciário serão apresentados ao Diretor-Geral da
Polícia Civil do Distrito Federal, de forma proporcional, à
CAPÍTULO III razão de um para um, ao número de cargos de Técnico
DA JORNADA DE TRABALHO Penitenciário providos, com data limite até 31 de
Art. 8º Os integrantes da carreira Execução dezembro de 2007.
Penal do Distrito Federal sujeitam-se à jornada de

57
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ADI 3916 DF 09_____________________________________
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.
ARTIGOS 7º, INCISOS I E III, E 13, DA LEI DISTRITAL N. 3.669. 10_____________________________________
ORGANIZAÇÃO DA POLÍCIA DO DISTRITO FEDERAL.
AGENTES PENITENCIÁRIOS. ALEGAÇÃO DE USURPAÇÃO 11_____________________________________
DE COMPETÊNCIA DA UNIÃO. VIOLAÇÃO DO DISPOSTO
NOS ARTIGOS 21, INCISO XIV, E 32, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO 12_____________________________________
DO BRASIL. AÇÃO DIRETA JULGADA PARCIALMENTE
PROCEDENTE. 13_____________________________________
1. Exame da constitucionalidade do disposto nos artigos 7º,
incisos I e III, e 13, da Lei distrital n. 3.669, de 13 de setembro de
2005, que versa sobre a criação da Carreira de Atividades
14_____________________________________
Penitenciárias.
2. A Constituição do Brasil --- artigo 144, § 4º --- define
15_____________________________________
incumbirem às polícias civis “as funções de polícia judiciária e a
apuração de infrações penais, exceto as militares”. Não
menciona a atividade penitenciária, que diz com a guarda dos
estabelecimentos prisionais; não atribui essa atividade específica
à polícia civil. Precedente. Lei Complementar Federal nº 94/1998
3. A competência para legislar sobre direito penitenciário é
concorrente entre os entes da Federação, nos termos do
disposto no artigo 24, inciso I, da CB/88.
4. A Lei distrital n. 3.669 cria a Carreira de Atividades
Penitenciárias, nos Quadros da Administração do Distrito Autoriza o Poder Executivo a criar a Região Integrada de
Federal, no âmbito da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno - RIDE e
Cidadania do Distrito Federal. Não há inconstitucionalidade na instituir o Programa Especial de Desenvolvimento do
criação, por lei distrital, de carreira vinculada ao Governo do Entorno do Distrito Federal, e dá outras providências.
Distrito Federal.
5. O Poder Legislativo distrital foi exercido no âmbito da parcela
da competência concorrente para dispor sobre direito Constituição Federal de 1988
penitenciário. Art. 21. Compete à União:
6. Pedido julgado improcedente no que toca ao artigo 7º, incisos I IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de
e IIII, e procedente no que respeita ao artigo 13, caput e ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social;
parágrafo único, da Lei distrital n. 3.669/05, vencidos o
Ministro Relator e o Ministro Marco Aurélio quanto ao último Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua
preceito. ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a
seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais.
§ 1º Lei complementar disporá sobre:
I - as condições para integração de regiões em desenvolvimento;
Art. 14. As despesas decorrentes da aplicação II - a composição dos organismos regionais que executarão, na
desta Lei correrão à conta do Orçamento do Distrito forma da lei, os planos regionais, integrantes dos planos
Federal. nacionais de desenvolvimento econômico e social, aprovados
juntamente com estes.
§ 2º Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, na
Art. 15. Esta Lei entra em vigor na data de sua forma da lei:
publicação. I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e
preços de responsabilidade do Poder Público;
Art. 16. Revogam-se as disposições em II - juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias;
contrário. III - isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos
federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas;
IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios
e das massas de água represadas ou represáveis nas regiões de
baixa renda, sujeitas a secas periódicas.
§ 3º Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará a
recuperação de terras áridas e cooperará com os pequenos e
médios proprietários rurais para o estabelecimento, em suas
glebas, de fontes de água e de pequena irrigação.

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do


Presidente da República, não exigida esta para o especificado
_____________________________________
01
nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de
competência da União, especialmente sobre:
_____________________________________
02
IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e
da Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização
_____________________________________
03
judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal;

_____________________________________
04

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que


_____________________________________
05 o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei Complementar:
_____________________________________
06

Art. 1º É o Poder Executivo autorizado a criar, para


_____________________________________
07
efeitos de articulação da ação administrativa da União,
_____________________________________
08
dos Estados de Goiás e Minas Gerais e do Distrito
Federal, conforme previsto nos arts. 21, inciso
IX, 43 e 48, inciso IV, da Constituição Federal, a Região

58
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Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Art. 6º A União poderá firmar convênios com o
Entorno - RIDE. Distrito Federal, os Estados de Goiás e de Minas Gerais,
§ 1º A Região Administrativa de que trata este e os Municípios referidos no § 1º do art. 1º, com a
artigo é constituída pelo Distrito Federal, pelos Municípios finalidade de atender o disposto nesta Lei Complementar.
de Abadiânia, Água Fria de Goiás, Águas Lindas de
Goiás, Alexânia, Alto Paraíso de Goiás, Alvorada do Art. 7º Esta Lei Complementar entra em vigor na
Norte, Barro Alto, Cabeceiras, Cavalcante, Cidade data de sua publicação.
Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Corumbá de Goiás,
Cristalina, Flores de Goiás, Formosa, Goianésia, Luziânia, Art. 8º Revogam-se as disposições em contrário.
Mimoso de Goiás, Niquelândia, Novo Gama, Padre
Bernardo, Pirenópolis, Planaltina, Santo Antônio do
Descoberto, São João d’Aliança, Simolândia, Valparaíso
de Goiás, Vila Boa e Vila Propício, no Estado de Goiás, e
de Arinos, Buritis, Cabeceira Grande e Unaí, no Estado de
Minas Gerais. (2018)
§ 2º Os Municípios que vierem a ser constituídos a
partir de desmembramento de território de Município
citado no § 1º deste artigo passarão a compor,
automaticamente, a Região Integrada de 01_____________________________________
Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno.
02_____________________________________
Art. 2º É o Poder Executivo autorizado a criar um
Conselho Administrativo para coordenar as atividades a 03_____________________________________
serem desenvolvidas na Região Integrada de
Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno. 04_____________________________________
Parágrafo único. As atribuições e a composição do
Conselho de que trata este artigo serão definidas em 05_____________________________________
regulamento, dele participando representantes dos
Estados e Municípios abrangidos pela RIDE.
06_____________________________________
07_____________________________________
Art. 3º Consideram-se de interesse da RIDE os
serviços públicos comuns ao Distrito Federal e aos 08_____________________________________
Municípios que a integram, especialmente aqueles
relacionados às áreas de infra-estrutura e de geração de 09_____________________________________
empregos.
10_____________________________________
Art. 4º É o Poder Executivo autorizado a instituir o
Programa Especial de Desenvolvimento do Entorno do 11_____________________________________
Distrito Federal.
Parágrafo único. O Programa Especial de
12_____________________________________
Desenvolvimento do Entorno do Distrito Federal, ouvidos 13_____________________________________
os órgãos competentes, estabelecerá, mediante convênio,
normas e critérios para unificação de procedimentos 14_____________________________________
relativos aos serviços públicos, abrangidos tanto os
federais e aqueles de responsabilidade de entes federais, 15_____________________________________
como aqueles de responsabilidade dos entes federados
referidos no art. 1º, especialmente em relação a:
I - tarifas, fretes e seguros, ouvido o Ministério da
Fazenda;
II - linhas de crédito especiais para atividades Decreto Federal nº 7.469/2011
prioritárias;
III - isenções e incentivos fiscais, em caráter
temporário, de fomento a atividades produtivas em
programas de geração de empregos e fixação de mão-de- Regulamenta a Lei Complementar nº 94, de 19 de
obra. fevereiro de 1998, que autoriza o Poder Executivo a criar
a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito
Art. 5º Os programas e projetos prioritários para a Federal e Entorno - RIDE e instituir o Programa Especial
região, com especial ênfase para os relativos à infra- de Desenvolvimento do Entorno do Distrito Federal.
estrutura básica e geração de empregos, serão
financiados com recursos: A PRESIDENTA DA REPÚBLICA , no uso das
I - de natureza orçamentária, que lhe forem atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI,
destinados pela União, na forma da lei; alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto na
II - de natureza orçamentária que lhe forem Lei Complementar nº 94, de 19 de fevereiro de 1998, e na
destinados pelo Distrito Federal, pelos Estados de Goiás Lei Complementar nº 129, de 8 de janeiro de 2009,
e de Minas Gerais, e pelos Municípios abrangidos pela DECRETA:
Região Integrada de que trata esta Lei Complementar;
III - de operações de crédito externas e internas. Art. 1º A Região Integrada de Desenvolvimento do
Distrito Federal e Entorno - RIDE destina-se à

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articulação da ação administrativa da União, dos II - Secretário-Executivo da Casa Civil da
Estados de Goiás e de Minas Gerais e do Distrito Presidência da República; (2019)
Federal. III - Secretário-Executivo do Ministério da Justiça e
§ 1º A RIDE é constituída pelo Distrito Federal, Segurança Pública; (2019)
pelos Municípios de Abadiânia, Água Fria de Goiás, IV - Secretário-Executivo do Ministério da
Águas Lindas, Alexânia, Cabeceiras, Cidade Ocidental, Infraestrutura; (2019)
Cocalzinho de Goiás, Corumbá de Goiás, Cristalina, V - Secretário-Executivo do Ministério da
Formosa, Luziânia, Mimoso de Goiás, Novo Gama, Padre Educação; (2019)
Bernardo, Pirenópolis, Planaltina, Santo Antônio do VI - Secretário-Executivo do Ministério da
Descoberto, Valparaíso e Vila Boa, no Estado de Goiás, e Cidadania; (2019)
de Unaí e Buritis, no Estado de Minas Gerais. VII - Secretário-Executivo do Ministério da
§ 2º Integram-se automaticamente à RIDE os Saúde; (2019)
Municípios que vierem a ser constituídos em virtude de VIII - Secretário-Executivo da Secretaria de
desmembramento de Município mencionado no § 1º . Governo da Presidência da República; (2019)
IX - Diretor-Superintendente da Superintendência
Art. 2º O Conselho Administrativo da Região do Desenvolvimento do Centro-Oeste - SUDECO; (2019)
Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e X - três representantes do Distrito Federal, um do
Entorno - COARIDE, vinculado à Superintendência do Estado de Goiás e um do Estado de Minas Gerais,
Desenvolvimento do Centro-Oeste - SUDECO, tem a indicados pelos respectivos Governadores; (2019)
finalidade de coordenar as atividades a serem XI - dois representantes dos Municípios do Estado
desenvolvidas na RIDE. de Goiás que integram a RIDE, indicados, em comum
acordo, pelos Prefeitos dos Municípios que integram a
Art. 3º Compete ao COARIDE: RIDE; e (2019)
I - coordenar as ações dos entes federados que XII - dois representantes dos Municípios do Estado
compõem a RIDE, visando ao desenvolvimento e à de Minas Gerais que integram a RIDE, indicados, em
redução das desigualdades regionais; comum acordo, pelos Prefeitos dos Municípios que
II - aprovar e supervisionar planos, programas e integram a RIDE. (2019)
projetos para o desenvolvimento integrado da RIDE; § 1º Os membros de que tratam os incisos I a IX
III - programar a integração e a unificação dos do caput serão substituídos, em suas ausências e seus
serviços públicos que lhes são comuns; impedimentos, por seus substitutos. (2019)
IV - indicar providências para compatibilizar as § 2º Cada membro de que tratam os incisos X a
ações desenvolvidas na RIDE com as demais ações e XII do caput terá um suplente, que o substituirá em suas
instituições de desenvolvimento regional; ausências e seus impedimentos. (2019)
V - harmonizar os programas e projetos de § 3º Os membros de que tratam os incisos X a XII
interesse da RIDE com os planos regionais de do caput terão mandato de dois anos, permitida a
desenvolvimento; recondução. (2019)
VI - coordenar a execução de programas e § 4º Os membros do COARIDE de que tratam os
projetos de interesse da RIDE; e incisos X a XII do caput , e respectivos suplentes, serão
VII - aprovar seu regimento interno. designados pelo Secretário-Executivo do Ministério do
Parágrafo único. Consideram-se de interesse da Desenvolvimento Regional. (2019)
RIDE os serviços públicos comuns ao Distrito
Federal, aos Estados de Goiás e de Minas Gerais e Art. 4º-A O COARIDE se reunirá em caráter
aos Municípios que a integram, relacionados com as ordinário trimestralmente e em caráter
seguintes áreas: extraordinário: (2019)
I - infraestrutura; I - sempre que convocado por seu
II - geração de empregos e capacitação Presidente; (2019)
profissional; II - por solicitação de um terço dos membros;
III - saneamento básico, em especial o ou (2019)
abastecimento de água, a coleta e o tratamento de esgoto III - no prazo de até trinta dias após a reunião em
e o serviço de limpeza pública; que tenha havido concessão de vista de matéria
IV - uso, parcelamento e ocupação do solo; constante da pauta. (2019)
V - transportes e sistema viário; § 1º O quórum de reunião do COARIDE é de
VI - proteção ao meio ambiente e controle da maioria absoluta e o quórum de aprovação é de
poluição ambiental; maioria simples. (2019)
VII - aproveitamento de recursos hídricos e § 2º Além do voto ordinário, o Presidente do
minerais; COARIDE terá o voto de qualidade em caso de
VIII - saúde e assistência social; empate. (2019)
IX - educação e cultura; § 3º Os membros do COARIDE que se
X - produção agropecuária e abastecimento encontrarem no Distrito Federal e na RIDE se reunirão
alimentar; presencialmente e os membros que se encontrem em
XI - habitação popular; outros entes federativos participarão da reunião por meio
XII - serviços de telecomunicação; de videoconferência. (2019)
XIII - turismo; e
XIV - segurança pública. Art. 4º-B O COARIDE poderá instituir
subcolegiados para matérias específicas. (2019)
Art. 4º O COARIDE é composto por: (2019) Parágrafo único. Os subcolegiados do
I - Secretário-Executivo do Ministério do COARIDE: (2019)
Desenvolvimento Regional, que o presidirá; (2019)

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I - serão instituídos em atendimento ao disposto
em suas Resoluções; (2019)
II - não poderão ter mais de cinco membros; (2019)
III - terão caráter temporário e duração não
superior a um ano; e (2019)
IV - estão limitados a três operando
simultaneamente. (2019)

Art. 4º-C A Secretaria-Executiva do COARIDE 01_____________________________________


será exercida pela Diretoria de Planejamento e Avaliação
da SUDECO. (2019) 02_____________________________________
Art. 4º-D A participação no COARIDE será 03_____________________________________
considerada prestação de serviço público relevante,
não remunerada. (2019) 04_____________________________________

Art. 5º Revogado (2019)


05_____________________________________
Art. 6º Revogado (2019) 06_____________________________________
Art. 7º Revogado (2019)
07_____________________________________
Art. 8º O Programa Especial de
Desenvolvimento do Entorno do Distrito Federal, 08_____________________________________
ouvidos os órgãos competentes, estabelecerá, mediante
convênio, normas e critérios para a unificação de 09_____________________________________
procedimentos relativos aos serviços públicos de
responsabilidade Distrital, Estadual e Municipal de entes 10_____________________________________
que integram a RIDE, especialmente em relação a:
I - tarifas, fretes e seguro, ouvido o Ministério da
11_____________________________________
Fazenda; 12_____________________________________
II - linhas de crédito especiais para atividades
prioritárias; 13_____________________________________
III - isenções e incentivos fiscais, em caráter
temporário, de fomento a atividades produtivas em 14_____________________________________
programas de geração de empregos e de fixação de mão
de obra. 15_____________________________________

Art. 9º Os programas e projetos prioritários para a


RIDE, principalmente no que se refere e à infraestrutura
básica e geração de empregos, serão financiados com
recursos:
I - do orçamento da União;
II - dos orçamentos do Distrito Federal, dos
Estados de Goiás e de Minas Gerais e dos Municípios
abrangidos pela RIDE; e
III - de operações de crédito externas e internas.

Art. 10. A União estabelecerá convênios com o


Distrito Federal, com os Estados de Goiás e de Minas
Gerais e com os Municípios referidos no § 1º do art. 1º ,
com a finalidade de atender ao disposto neste Decreto.

Art. 11. Este Decreto entra em vigor no dia 16 de


maio de 2011.

Art. 12. Ficam revogados:


I - o Decreto nº 2.710, de 4 de agosto de 1998 ;
II - o Decreto nº 3.445, de 4 de maio de 2000 ; e
III - o Decreto nº 4.700, de 20 de maio de 2003.

61
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09_____________________________________
Lei nº 5.768/2016 10_____________________________________
11_____________________________________
Altera a Lei nº 4.949, de 15 de outubro de 2012, 12_____________________________________
que Estabelece normas gerais para realização de
concurso público pela administração direta, autárquica e 13_____________________________________
fundacional do Distrito Federal.
14_____________________________________
O PRESIDENTE DA CÂMARA LEGISLATIVA DO 15_____________________________________
DISTRITO FEDERAL promulga, nos termos do § 6º do
art. 74 da Lei Orgânica do Distrito Federal, a seguinte Lei,
oriunda de Projeto vetado pelo Governador do Distrito
Federal e mantido pela Câmara Legislativa do Distrito Lei Orgânica do Distrito Federal
Federal:

Art. 1º Dê-se a seguinte redação ao art. 10, VII, da (Texto atualizado com as alterações adotadas pelas Emendas à Lei
Lei nº 4.949, de 15 de outubro de 2012: Orgânica nº 1 a 126 e as decisões em ação direta de
inconstitucionalidade proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e
pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios até
VII – descrição dos conteúdos exigidos, 24/8/2021.)
entre os quais, obrigatoriamente, conhecimentos sobre:
PREÂMBULO
a) a realidade étnica, social, histórica, Sob a proteção de Deus, nós, Deputados Distritais,
geográfica, cultural, política e econômica do Distrito legítimos representantes do povo do Distrito Federal,
Federal e da Região Integrada de Desenvolvimento do investidos de Poder Constituinte, respeitando os preceitos
Distrito Federal e Entorno – RIDE, instituída pela Lei da Constituição da República Federativa do Brasil,
Complementar federal nº 94, de 16 de fevereiro de 1998; promulgamos a presente Lei Orgânica, que constitui a Lei
Fundamental do Distrito Federal, com o objetivo de
b) a Lei Orgânica do Distrito Federal e a lei organizar o exercício do poder, fortalecer as instituições
complementar que estabelece o Regime Jurídico dos democráticas e os direitos da pessoa humana.
Servidores do Distrito Federal, mediante indicação
expressa dos capítulos, títulos ou dispositivos legais; TÍTULO I
DOS FUNDAMENTOS DA ORGANIZAÇÃO DOS
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua PODERES E DO DISTRITO FEDERAL
publicação. Art. 1º O Distrito Federal, no pleno exercício de sua
autonomia política, administrativa e financeira,
Art. 3º Revogam-se disposições em contrário. observados os princípios constitucionais, reger-se-á por
esta Lei Orgânica.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo,
que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos da Constituição Federal e desta
Lei Orgânica.

Art. 2º O Distrito Federal integra a união


indissolúvel da República Federativa do Brasil e tem como
valores fundamentais:
_____________________________________
01 I – a preservação de sua autonomia como unidade
federativa;
_____________________________________
02 II – a plena cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;
_____________________________________
03 IV – os valores sociais do trabalho e da livre
iniciativa;
_____________________________________
04
V – o pluralismo político.
Parágrafo único. Ninguém será discriminado ou
_____________________________________
05
prejudicado em razão de nascimento, idade, etnia, raça,
_____________________________________
06
cor, sexo, características genéticas, estado civil, trabalho
rural ou urbano, religião, convicções políticas ou
_____________________________________
07 filosóficas, orientação sexual, deficiência física,
imunológica, sensorial ou mental, por ter cumprido pena,
_____________________________________
08 nem por qualquer particularidade ou condição, observada

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a Constituição Federal. (Parágrafo com a redação da Emenda à CAPÍTULO I
Lei Orgânica nº 65, de 2013) DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 6º Brasília, Capital da República Federativa do
Art. 3º São objetivos prioritários do Distrito
Brasil, é a sede do governo do Distrito Federal.
Federal:
I – garantir e promover os direitos humanos
Art. 7º São símbolos do Distrito Federal a
assegurados na Constituição Federal e na Declaração
bandeira, o hino e o brasão.
Universal dos Direitos Humanos;
Parágrafo único. A lei poderá estabelecer outros
II – assegurar ao cidadão o exercício dos direitos
símbolos e dispor sobre seu uso no território do Distrito
de iniciativa que lhe couberem, relativos ao controle da
Federal.
legalidade e legitimidade dos atos do Poder Público e da
eficácia dos serviços públicos;
Art. 8º O território do Distrito Federal compreende
III – preservar os interesses gerais e coletivos;
o espaço físico-geográfico que se encontra sob seu
IV – promover o bem de todos;
domínio e jurisdição.
V – proporcionar aos seus habitantes condições de
Art. 9º O Distrito Federal, na execução de seu
vida compatíveis com a dignidade humana, a justiça
programa de desenvolvimento econômico-social, buscará
social e o bem comum;
a integração com a região do entorno do Distrito Federal.
VI – dar prioridade ao atendimento das demandas
da sociedade nas áreas de educação, saúde, trabalho,
CAPÍTULO II
transporte, segurança pública, moradia, saneamento
DA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO DISTRITO
básico, lazer e assistência social;
FEDERAL
VII – garantir a prestação de assistência jurídica
Art. 10. O Distrito Federal organiza-se em Regiões
integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
Administrativas, com vistas à descentralização
recursos;
administrativa, à utilização racional de recursos para o
VIII – preservar sua identidade, adequando as
desenvolvimento socioeconômico e à melhoria da
exigências do desenvolvimento à preservação de sua
qualidade de vida.
memória, tradição e peculiaridades;
§ 1º A lei disporá sobre a participação popular no
IX – valorizar e desenvolver a cultura local, de
processo de escolha do Administrador Regional.
modo a contribuir para a cultura brasileira;
§ 2º A remuneração dos Administradores
X – assegurar, por parte do Poder Público, a
Regionais não poderá ser superior à fixada para os
proteção individualizada à vida e à integridade física e
Secretários de Estado do Distrito Federal. (Parágrafo com a
psicológica das vítimas e das testemunhas de infrações redação da Emenda à Lei Orgânica nº 44, de 2005)
penais e de seus respectivos familiares; (Inciso acrescido § 3º A proibição de que trata o art. 19, § 8º, aplica-
pela Emenda à Lei Orgânica nº 6, de 1996.)
se à nomeação de Administrador Regional. (Parágrafo
XI – zelar pelo conjunto urbanístico de Brasília, acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 60, de 2011.)
tombado sob a inscrição nº 532 do Livro do Tombo
Histórico, respeitadas as definições e critérios constantes Art. 11. As Administrações Regionais integram a
do Decreto nº 10.829, de 2 de outubro de 1987, e da estrutura administrativa do Distrito Federal.
Portaria nº 314, de 8 de outubro de 1992, do então
Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural – IBPC, hoje Art. 12. Cada Região Administrativa do Distrito
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Federal terá um Conselho de Representantes
IPHAN; (Inciso acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 12, de Comunitários, com funções consultivas e fiscalizadoras,
1996.) na forma da lei.
XII – promover, proteger e defender os direitos da
criança, do adolescente e do jovem; (Inciso acrescido pela Art. 13. A criação ou extinção de Regiões
Emenda à Lei Orgânica nº 73, de 2014.)
Administrativas ocorrerá mediante lei aprovada pela
XIII – valorizar a vida e adotar políticas públicas de
maioria absoluta dos Deputados Distritais.
saúde, de assistência e de educação preventivas do
Parágrafo único. Com a criação de nova Região
suicídio. (Inciso acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 103, de
2017.)
Administrativa, fica criado, automaticamente, Conselho
XIV – promover a inclusão digital, o direito de Tutelar para a respectiva região. (Parágrafo acrescido pela
Emenda à Lei Orgânica nº 83, de 2014)
acesso à Internet, o exercício da cidadania em meios
digitais e a prestação de serviços públicos por múltiplos
CAPÍTULO III
canais de acesso. (Inciso acrescido pela Emenda à Lei Orgânica
nº 115, de 2019.)
DA COMPETÊNCIA DO DISTRITO FEDERAL
Art. 14. Ao Distrito Federal são atribuídas as
Art. 4º É assegurado o exercício do direito de competências legislativas reservadas aos Estados e
petição ou representação, independentemente de Municípios, cabendo-lhe exercer, em seu território, todas
pagamento de taxas ou emolumentos, ou de garantia de as competências que não lhe sejam vedadas pela
instância. Constituição Federal.

Art. 5º A soberania popular será exercida pelo Seção I


sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor Da Competência Privativa
igual para todos e, nos termos da lei, mediante: Art. 15. Compete privativamente ao Distrito
I – plebiscito; Federal:
II – referendo; I – organizar seu Governo e administração;
III – iniciativa popular. II – criar, organizar ou extinguir Regiões
Administrativas, de acordo com a legislação vigente;
TÍTULO II III – instituir e arrecadar tributos, observada a
DA ORGANIZAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL competência cumulativa do Distrito Federal;

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É proibido o compartilhamento desse material, ainda que sem fins lucrativos. Registramos “CPF, e-mail e Internet Protocol (IP)” do comprador em nosso site e nos arquivos PDF.
IV – fixar, fiscalizar e cobrar tarifas e preços XXV – licenciar a construção de qualquer obra;
públicos de sua competência; XXVI – interditar edificações em ruína, em
V – dispor sobre a administração, utilização, condições de insalubridade e as que apresentem as
aquisição e alienação dos bens públicos; irregularidades previstas na legislação específica, bem
VI – organizar e prestar, diretamente ou sob como fazer demolir construções que ameacem a
regime de concessão ou permissão, os serviços de segurança individual ou coletiva;
interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem XXVII – dispor sobre publicidade externa, em
caráter essencial; especial sobre exibição de cartazes, anúncios e quaisquer
VII – manter, com a cooperação técnica e outros meios de publicidade ou propaganda, em
financeira da União, programas de educação, logradouros públicos, em locais de acesso público ou
prioritariamente de ensino fundamental e pré-escolar; destes visíveis.
VIII – celebrar e firmar ajustes, consórcios,
convênios, acordos e decisões administrativas com a Seção II
União, os Estados e os Municípios, para execução de Da Competência Comum
suas leis e serviços; Art. 16. É competência do Distrito Federal, em
IX – elaborar e executar o plano plurianual, as comum com a União:
diretrizes orçamentárias e o orçamento anual; I – zelar pela guarda da Constituição Federal,
X – elaborar e executar o Plano Diretor de desta Lei Orgânica, das leis e das instituições
Ordenamento Territorial, a Lei de Uso e Ocupação do democráticas;
Solo e os Planos de Desenvolvimento Local, para II – conservar o patrimônio público;
promover adequado ordenamento territorial, integrado aos III – proteger documentos e outros bens de valor
valores ambientais, mediante planejamento e controle do histórico e cultural, monumentos, paisagens naturais
uso, parcelamento e ocupação do solo urbano; (Inciso com notáveis e sítios arqueológicos, bem como impedir sua
a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 49, de 2007.) evasão, destruição e descaracterização;
XI – autorizar, conceder ou permitir, bem como IV – proteger o meio ambiente e combater a
regular, licenciar e fiscalizar os serviços de veículos de poluição em qualquer de suas formas;
aluguéis; V – preservar a fauna, a flora e o cerrado;
XII – dispor sobre criação, transformação e VI – proporcionar os meios de acesso à cultura, à
extinção de cargos, empregos e funções públicas; educação e à ciência;
XIII – dispor sobre organização do quadro de seus VII – prestar serviços de assistência à saúde da
servidores; instituição de planos de carreira, na população e de proteção e garantia a pessoas portadoras
administração direta, autarquias e fundações públicas do de deficiência com a cooperação técnica e financeira da
Distrito Federal; remuneração e regime jurídico único dos União;
servidores; VIII – combater as causas da pobreza, a
XIV – exercer o poder de polícia administrativa; subnutrição e os fatores de marginalização, promovendo
XV – licenciar estabelecimento industrial, a integração social dos segmentos desfavorecidos;
comercial, prestador de serviços e similar ou cassar o IX – fomentar a produção agropecuária e organizar
alvará de licença dos que se tornarem danosos ao meio o abastecimento alimentar;
ambiente, à saúde, ao bem-estar da população ou que X – promover programas de construção de
infringirem dispositivos legais; moradias e a melhoria das condições habitacionais e de
XVI – regulamentar e fiscalizar o comércio saneamento básico;
ambulante, inclusive o de papéis e de outros resíduos XI – registrar, acompanhar e fiscalizar as
recicláveis; concessões de direitos de pesquisa e exploração de
XVII – dispor sobre a limpeza de logradouros recursos hídricos e minerais em seu território;
públicos, remoção e destino do lixo domiciliar e de outros XII – estabelecer e implantar política de educação
resíduos; para a segurança do trânsito.
XVIII – dispor sobre serviços funerários e Parágrafo único. Lei complementar deve fixar
administração dos cemitérios; norma para a cooperação entre a União e o Distrito
XIX – dispor sobre apreensão, depósito e destino Federal, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e
de animais e mercadorias apreendidas em decorrência de o bem-estar no âmbito do território do Distrito Federal.
transgressão da legislação local; (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.)
XX – disciplinar e fiscalizar, no âmbito de sua
competência, competições esportivas, espetáculos, Seção III
diversões públicas e eventos de natureza semelhante, Da Competência Concorrente
realizados em locais de acesso público; Art. 17. Compete ao Distrito Federal,
XXI – dispor sobre a utilização de vias e concorrentemente com a União, legislar sobre:
logradouros públicos; I – direito tributário, financeiro, penitenciário,
XXII – disciplinar o trânsito local, sinalizando as econômico e urbanístico;
vias urbanas e estradas do Distrito Federal; II – orçamento;
XXIII – exercer inspeção e fiscalização sanitária, III – junta comercial;
de postura ambiental, tributária, de segurança pública e IV – custas de serviços forenses;
do trabalho, relativamente ao funcionamento de V – produção e consumo;
estabelecimento comercial, industrial, prestador de VI – cerrado, caça, pesca, fauna, conservação da
serviços e similar, no âmbito de sua competência, natureza, defesa do solo e dos recursos naturais,
respeitada a legislação federal; proteção do meio ambiente e controle da poluição;
XXIV – adquirir bens, inclusive por meio de VII – proteção do patrimônio histórico, cultural,
desapropriação, por necessidade, utilidade pública ou artístico, paisagístico e turístico;
interesse social, nos termos da legislação em vigor;

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VIII – responsabilidade por danos ao meio comissão declarado, em lei, de livre nomeação e
ambiente, ao consumidor e a bens e direitos de valor exoneração; (Inciso com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº
artístico, estético, histórico, espeleológico, turístico e 80, de 2014.)
paisagístico; III – o prazo de validade do concurso público será
IX – educação, cultura, ensino e desporto; de até 2 (dois) anos, prorrogável uma vez, por igual
X – previdência social, proteção e defesa da período;
saúde; IV – durante o prazo improrrogável previsto no
XI – defensoria pública e assistência jurídica nos edital de convocação, o aprovado em concurso público de
termos da legislação em vigor; (Inciso com a redação da provas ou de provas e títulos será convocado com
Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.) prioridade sobre novos concursados, para assumir cargo
XII – proteção e integração social das pessoas ou emprego na carreira;
com deficiência; (Inciso com a redação da Emenda à Lei Orgânica V – as funções de confiança, exercidas
nº 80, de 2014.) exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
XIII – proteção à infância e à juventude; efetivo, e pelo menos cinquenta por cento dos cargos em
XIV – manutenção da ordem e segurança internas; comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira
XV – procedimentos em matéria processual; nos casos e condições previstos em lei, destinam-se
XVI – organização, garantias, direitos e deveres da apenas às atribuições de direção, chefia e
Polícia Civil. assessoramento; (Inciso com a redação da Emenda à Lei
§ 1º O Distrito Federal, no exercício de sua Orgânica nº 50, de 2007. Expressão "pelo menos cinquenta por cento
competência suplementar, observará as normas gerais dos" declarada inconstitucional: ADI 6585 – STF, Diário de Justiça, de
)
estabelecidas pela União.
VI – (Inciso revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 80, de
§ 2º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, o 2014.);
Distrito Federal exercerá competência legislativa plena, VII – a lei reservará percentual de cargos e
para atender suas peculiaridades. empregos públicos para portadores de deficiência,
§ 3º A superveniência de lei federal sobre normas garantindo as adaptações necessárias a sua participação
gerais suspende a eficácia de lei local no que lhe for em concursos públicos, bem como definirá critérios de
contrário. sua admissão;
VIII – a lei estabelecerá os casos de contratação
CAPÍTULO IV de pessoal por tempo determinado para atender a
DAS VEDAÇÕES necessidade temporária de excepcional interesse público;
Art. 18. É vedado ao Distrito Federal: IX – a remuneração dos servidores públicos e o
I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subsídio de que trata o art. 33, § 5º, somente podem ser
subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou fixados ou alterados por lei específica, observada a
manter com eles ou seus representantes relações de iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão
dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de
colaboração de interesse público; índices; (Inciso com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80, de
II – recusar fé aos documentos públicos; 2014.)
III – subvencionar ou auxiliar, de qualquer modo, X – para fins do disposto no art. 37, XI, da
com recursos públicos, quer pela imprensa, rádio, Constituição da República Federativa do Brasil, fica
televisão, serviço de alto-falante ou qualquer outro meio estabelecido que a remuneração e o subsídio dos
de comunicação, propaganda político-partidária ou com ocupantes de cargos, funções e empregos públicos, dos
fins estranhos à administração pública; membros de qualquer dos Poderes e dos demais agentes
IV – doar bens imóveis de seu patrimônio ou políticos do Distrito Federal, bem como os proventos de
constituir sobre eles ônus real, bem como conceder aposentadorias e pensões, não poderão exceder o
isenções fiscais ou remissões de dívidas, sem expressa subsídio mensal, em espécie, dos Desembargadores do
autorização da Câmara Legislativa, sob pena de nulidade Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, na
do ato. forma da lei, não se aplicando o disposto neste inciso aos
subsídios dos Deputados Distritais; (Inciso com a redação da
CAPÍTULO V Emenda à Lei Orgânica nº 46, de 2006. Deve-se dar interpretação
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA conforme a Constituição ao artigo 19, X, da LODF, de modo que a
expressão "empregos públicos" se limite às entidades que recebam
Seção I recursos do Distrito Federal para pagamento de despesas de pessoal
Das Disposições Gerais ou de custeio em geral: ADI nº 6584 – STF, Diário de Justiça, de
Art. 19. A Administração Pública direta e indireta 2/6/2021)
de qualquer dos poderes do Distrito Federal obedece aos XI – os vencimentos dos cargos do Poder
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, Legislativo não poderão ser superiores aos pagos pelo
publicidade, razoabilidade, motivação, participação Poder Executivo;
popular, transparência, eficiência e interesse público, e XII – é vedada a vinculação ou equiparação de
também ao seguinte: (Caput com a redação da Emenda à Lei quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de
Orgânica nº 106, de 2017.) remuneração de pessoal do serviço público; (Inciso com a
I – os cargos, os empregos e as funções públicas redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.)
são acessíveis aos brasileiros que preencham os XIII – os acréscimos pecuniários percebidos por
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos servidor público não são computados nem acumulados
estrangeiros, na forma da legislação; (Inciso com a redação da para fins de concessão de acréscimos ulteriores; (Inciso
Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.) com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.)
II – a investidura em cargo ou emprego público XIV – o subsídio e os vencimentos dos ocupantes
depende de aprovação prévia em concurso público de de cargos e empregos públicos são irredutíveis,
provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e ressalvado o disposto: (Inciso com a redação da Emenda à Lei
Orgânica nº 80, de 2014.)
a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista
a) nos incisos X e XIII deste artigo e no art. 125, V;
em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em

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b) nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I, VI – Procurador-Geral do Distrito Federal;
da Constituição Federal; VII – Conselheiros do Tribunal de Contas do
XV – é vedada a acumulação remunerada de Distrito Federal;
cargos públicos, exceto quando houver compatibilidade VIII – Deputados Distritais;
de horários e observado, em qualquer caso, o disposto no IX – Defensor Público-Geral do Distrito Federal.
inciso X: (Caput com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80, de (Inciso acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.)
2014.) § 4º Para efeito do limite remuneratório de que
a) a de dois cargos de professor; trata o inciso XI, não serão computadas as parcelas de
b) a de um cargo de professor com outro técnico caráter indenizatório previstas em lei. (Parágrafo acrescido
ou científico; pela Emenda à Lei Orgânica nº 46, de 2006.)
c) a de dois cargos ou empregos privativos de § 5º Aplica-se o disposto no inciso X a todas as
profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; empresas públicas e às sociedades de economia mista
(Alínea com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 78, de 2014.) distritais, e suas subsidiárias. (Parágrafo com a redação da
XVI – a proibição de acumular estende-se a Emenda à Lei Orgânica nº 99, de 2017, que foi declarada
inconstitucional, para dar interpretação conforme à Constituição ao
empregos e funções e abrange autarquias, fundações, artigo 19, X, da LODF, de modo que a expressão "empregos públicos"
empresas públicas, sociedades de economia mista, suas se limite às entidades que recebam recursos do Distrito Federal para
subsidiárias e sociedades controladas, direta ou pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral: ADI nº
indiretamente, pelo Poder Público; (Inciso com a redação da 6584 – STF, Diário de Justiça, de 2/6/2021.) (Suspenso(a) liminarmente
pelo(a) ADI 6584 de 19/10/2020)
Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.)
XVII – a administração fazendária e seus agentes § 6º Do percentual definido no inciso V deste artigo
fiscais, aos quais compete exercer privativamente a excluem-se os cargos em comissão dos gabinetes
fiscalização de tributos do Distrito Federal, terão, em suas parlamentares e lideranças partidárias da Câmara
áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os Legislativa do Distrito Federal. (Parágrafo acrescido pela
Emenda à Lei Orgânica nº 50, de 2007.)
demais setores administrativos, na forma da lei;
§ 7º Para a privatização ou extinção de empresa
XVIII – somente por lei específica pode ser: (Inciso
com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.)
pública ou sociedade de economia mista a que se refere o
a) criada autarquia e autorizada a instituição de inciso XVIII deste artigo, a lei específica dependerá de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de aprovação por dois terços dos membros da Câmara
fundação, cabendo a lei complementar, neste último caso, Legislativa. (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 59,
de 2010.)
definir as áreas de sua atuação;
I – a privatização de empresa pública ou sociedade
b) transformada, fundida, cindida, incorporada,
de economia mista, de que trata o inciso VXIII deste
privatizada ou extinta entidade de que trata a alínea a;
artigo, condicionada à autorização legislativa nos termos
XIX – depende de autorização legislativa, em cada
deste parágrafo, depende de manifestação favorável da
caso, a criação de subsidiárias das entidades
população, sob a forma de referendo; (Inciso acrescido pela
mencionadas no inciso anterior, assim como a Emenda à Lei Orgânica nº 92, de 2015, que foi declarada
participação de qualquer delas em empresa privada; inconstitucional: ADI nº 2015 00 2 030649-3 – TJDFT, Diário de
XX – ressalvada a legislação federal aplicável, ao Justiça, de 28/6/2016.)
servidor público do Distrito Federal é proibido substituir, II – a lei que autorizar a privatização, mediante
sob qualquer pretexto, trabalhadores de empresas alienação de ações de empresa pública e sociedade de
privadas em greve; economia mista, estabelecerá a exigência de
XXI – todo agente público, qualquer que seja sua cumprimento pelo adquirente de metas de qualidade do
categoria ou a natureza do cargo, emprego, função, é serviço de atendimento aos objetivos sociais inspiradores
obrigado a declarar seus bens na posse, exoneração ou da constituição da entidade. (Inciso acrescido pela Emenda à
Lei Orgânica nº 92, de 2015, que foi declarada inconstitucional: ADI nº
aposentadoria; 2015 00 2 030649-3 – TJDFT, Diário de Justiça, de 28/6/2016.)
XXII – lei disporá sobre cargos que exijam exame § 8º É proibida a designação para função de
psicotécnico para ingresso e acompanhamento confiança ou a nomeação para emprego ou cargo em
psicológico para progressão funcional; comissão, incluídos os de natureza especial, de pessoa
XXIII – aos integrantes da carreira Fiscalização e condenada, em decisão transitada em julgado ou
Inspeção é garantida a independência funcional no proferida por órgão judicial colegiado, desde a
exercício de suas atribuições, exigido nível superior de condenação até o transcurso do prazo de 8 anos após o
escolaridade para ingresso na carreira. (Inciso acrescido pela cumprimento da pena, salvo se sobrevier decisão judicial
Emenda à Lei Orgânica nº 21, de 1997.)
pela absolvição do réu ou pela extinção da punibilidade,
§ 1º É direito do agente público, entre outros, o
por: (Parágrafo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 113, de
acesso à profissionalização e ao treinamento como 2019.)
estímulo à produtividade e à eficiência. I – ato tipificado como causa de inelegibilidade
§ 2º A lei estabelecerá a punição do servidor prevista na legislação eleitoral;
público que descumprir os preceitos estabelecidos neste II – prática de crimes previstos na Lei federal nº
artigo. 8.069, de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do
§ 3º São obrigados a fazer declaração pública Adolescente;
anual de seus bens, sem prejuízo do disposto no art. 97, III – prática de crimes previstos na Lei federal nº
os seguintes agentes públicos: (Parágrafo acrescido pela 10.741, de 1º de outubro de 2003 – Estatuto do Idoso;
Emenda à Lei Orgânica nº 4, de 1996.)
IV – prática de crimes previstos na Lei nº 11.340,
I – Governador;
de 7 de agosto de 2006 – Lei Maria da Penha.
II – Vice-Governador;
§ 9º Fica vedada a nomeação de cônjuge,
III – Secretários de Estado do Distrito Federal;
(Inciso com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 44, de 2005.) companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por
IV – diretores de empresas públicas, sociedades afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade
de economia mista, autarquias e fundações; (Inciso com a nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica
redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.) investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento,
V – Administradores Regionais; para o exercício de cargo em comissão ou de confiança

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ou, ainda, de função gratificada, na administração pública de 30 (trinta) dias, sob pena de responsabilidade de
direta e indireta em qualquer dos Poderes do Distrito autoridade competente ou servidor que negar ou retardar
Federal, compreendido na vedação o ajuste mediante a expedição;
designações recíprocas. (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei III – é garantida a gratuidade da expedição da
Orgânica nº 67, de 2013.) primeira via da cédula de identidade pessoal; (Inciso com a
§ 10. A vedação de que trata o § 9º não se aplica redação da Emenda à Lei Orgânica nº 19, de 1997.)
aos ocupantes de cargo efetivo da carreira em cuja IV – no processo administrativo, qualquer que seja
estrutura esteja o cargo em comissão ou a função o objeto ou procedimento, observar-se-ão, entre outros
gratificada ocupada. (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei requisitos de validade, o contraditório, a ampla defesa e o
Orgânica nº 67, de 2013.) despacho ou decisão motivados;
§ 11. A apuração do percentual de que trata o V – a publicidade dos atos, programas, obras,
inciso V é feita em relação ao somatório dos cargos em serviços e as campanhas dos órgãos e entidades da
comissão providos na administração direta, autárquica e administração pública, ainda que não custeada
fundacional de cada Poder. (Parágrafo acrescido pela Emenda à diretamente pelo erário, obedecerá ao seguinte:
Lei Orgânica nº 80, de 2014, e declarado inconstitucional: ADI nº 2014
00 2 023917-7 – TJDFT, Diário de Justiça, de 13/4/2015.)
a) ter caráter educativo, informativo ou de
§ 12. A lei deve dispor sobre os requisitos e as orientação social, dela não podendo constar símbolos,
restrições ao ocupante de cargo ou emprego da expressões, nomes ou imagens que caracterizem
administração direta e indireta que possibilite o acesso a promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos;
informações privilegiadas. (Parágrafo acrescido pela Emenda à b) ser suspensa 90 (noventa) dias antes das
Lei Orgânica nº 80, de 2014.) eleições, ressalvadas aquelas essenciais ao interesse
§ 13. A autonomia gerencial, orçamentária e público;
financeira dos órgãos e entidades da administração VI – a todos são assegurados a razoável duração
pública pode ser ampliada mediante contrato, a ser do processo administrativo e os meios que garantam a
firmado entre seus administradores e o Poder Público, celeridade de sua tramitação. (Inciso acrescido pela Emenda à
que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho Lei Orgânica nº 80, de 2014.)
para o órgão ou a entidade, cabendo à lei dispor sobre: § 1º Os Poderes do Distrito Federal, com base no
(Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.) plano anual de publicidade, ficam obrigados a publicar,
I – prazo de duração do contrato; nos seus órgãos oficiais, quadros demonstrativos de
II – controles e critérios de avaliação de despesas realizadas com publicidade e propaganda,
desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos conforme dispuser a lei.
dirigentes; § 2º Os Poderes do Distrito Federal mandarão
III – remuneração do pessoal. publicar, trimestralmente, no Diário Oficial do Distrito
§ 14. É vedada a percepção simultânea de Federal demonstrativo das despesas realizadas com
proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos propaganda e publicidade de todos os seus órgãos,
arts. 42 e 142 da Constituição Federal com a inclusive os da administração indireta, empresas públicas,
remuneração ou subsídio de cargo, emprego ou função sociedades de economia mista e fundações mantidas pelo
pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma Poder Público, com a discriminação do beneficiário, valor
desta Lei Orgânica, os cargos eletivos e os cargos em e finalidade, conforme dispuser a lei.
comissão declarados, em lei, de livre nomeação e § 3º Os Poderes do Distrito Federal mandarão
exoneração. (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº publicar, mensalmente, nos respectivos sítios oficiais na
80, de 2014.) internet, demonstrativo de todas as despesas realizadas
por todos os seus órgãos, de forma clara e compreensível
Art. 20. As pessoas jurídicas de direito público e as ao cidadão, inclusive os da administração indireta,
de direito privado, prestadoras de serviços públicos, empresas públicas, sociedades de economia mista e
responderão pelos danos que seus agentes, nesta fundações mantidas pelo Poder Público, com a
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de discriminação do beneficiário, do valor e da finalidade,
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou conforme dispuser a lei. (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei
culpa. Orgânica nº 68, de 2013.)
§ 4º A lei deve disciplinar as formas de
Art. 21. É vedado discriminar ou prejudicar participação do usuário na administração pública direta e
qualquer pessoa pelo fato de haver litigado ou estar indireta, regulando especialmente: (Parágrafo acrescido pela
litigando contra os órgãos públicos do Distrito Federal, Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.)
nas esferas administrativa ou judicial. I – as reclamações relativas à prestação dos
Parágrafo único. As pessoas físicas ou jurídicas serviços públicos em geral, assegurada a manutenção de
que se considerarem prejudicadas poderão requerer serviços de atendimento ao usuário e a avaliação
revisão dos atos que derem causa a eventuais prejuízos. periódica externa e interna da qualidade dos serviços;
II – o acesso dos usuários a registros
Art. 22. Os atos da administração pública de administrativos e informações sobre atos de governo,
qualquer dos Poderes do Distrito Federal, além de observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII, da
obedecer aos princípios constitucionais aplicados à Constituição Federal;
administração pública, devem observar também o III – a representação contra o exercício negligente
seguinte: ou abusivo de cargo, emprego ou função na
I – os atos administrativos são públicos, salvo administração pública.
quando a lei, no interesse da administração, impuser § 5º A divulgação feita por autoridade de ato,
sigilo; programa, obra ou serviço públicos de sua iniciativa,
II – a administração é obrigada a fornecer certidão incluídos os decorrentes de emendas à lei orçamentária
ou cópia autenticada de atos, contratos e convênios anual, não caracteriza promoção pessoal, quando atenda
administrativos a qualquer interessado, no prazo máximo os critérios previstos em norma interna de cada poder.
(Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 114, de 2019, que

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foi declarada inconstitucional ADI nº 6522 – STF, Diário de Justiça, de exercidos, privativamente, por integrantes da carreira de
27/5/2021.)
auditoria tributária.
§ 6º Também não caracteriza promoção pessoal a
§ 1º O julgamento de processos fiscais em
inclusão em material de divulgação parlamentar do nome
segunda instância será de competência de órgão
do autor que teve a iniciativa do ato, programa, obra ou
colegiado, integrado por servidores da carreira de
serviço públicos, incluídos os decorrentes de emendas à
auditoria tributária e representantes dos contribuintes.
lei orçamentária anual. (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei (Parágrafo renumerado pela Emenda à Lei Orgânica nº 35, de 2001.)
Orgânica nº 114, de 2019, a ser interpretado conforme a Constituição
da República, para que a divulgação de iniciativa de ato, programa,
§ 2º Excetuam-se da competência privativa
obra ou serviço público de que seja ele autor se realize com a referida no caput o lançamento, a fiscalização e a
finalidade exclusiva de informar ou educar e apenas pelos canais do arrecadação das taxas que tenham como fato gerador o
próprio mandatário ou partido político, não se admitindo a sua exercício do poder de polícia, bem como o julgamento de
confusão com a publicidade do órgão público ou entidade: ADI nº
6522 – STF, Diário de Justiça, de 27/5/2021.) processos administrativos decorrentes dessas funções, na
forma da lei. (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº
35, de 2001.)
Art. 23. A administração pública é obrigada a:
§ 3º A administração tributária, atividade essencial
I – atender a requisições judiciais nos prazos
ao funcionamento do Distrito Federal, exercida por
fixados pela autoridade judiciária;
servidores da carreira auditoria tributária, tem recursos
II – fornecer a qualquer cidadão, no prazo máximo
prioritários para a realização de suas atividades e atua de
de 10 (dez) dias úteis, independentemente de
forma integrada com as administrações tributárias da
pagamento de taxas ou emolumentos, certidão de atos,
União, Estados e Municípios, inclusive com o
contratos, decisões ou pareceres, para defesa de seus
compartilhamento de cadastros e de informações fiscais,
direitos e esclarecimento de situações de interesse
na forma da lei ou de convênio. (Parágrafo acrescido pela
pessoal ou coletivo. Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.)
Parágrafo único. A autoridade ou servidor que
negar ou retardar o disposto neste artigo incorrerá em Art. 32. Lei específica disciplinará a organização e
pena de responsabilidade, excetuados os casos de o funcionamento da administração tributária, bem como
comprovada impossibilidade. tratará da organização e estruturação da carreira
específica de auditoria tributária.
Art. 24. A direção superior das empresas públicas,
autarquias, fundações e sociedades de economia mista CAPÍTULO VI
terá representantes dos servidores, escolhidos do quadro DOS SERVIDORES PÚBLICOS
funcional, para exercer funções definidas, na forma da lei. Art. 33. O Distrito Federal instituirá regime jurídico
único e planos de carreira para os servidores da
Seção II administração pública direta, autarquias e fundações
Dos Serviços Públicos públicas, nos termos do art. 39 da Constituição Federal.
Art. 25. Os serviços públicos constituem dever do § 1º No exercício da competência estabelecida no
Distrito Federal e serão prestados, sem distinção de caput, serão ouvidas as entidades representativas dos
qualquer natureza, em conformidade com o estabelecido servidores públicos por ela abrangidos.
na Constituição Federal, nesta Lei Orgânica e nas leis e § 2º As entidades integrantes da administração
regulamentos que organizem sua prestação. pública indireta não mencionadas no caput instituirão
planos de carreira para os seus servidores, observado o
Art. 26. Observada a legislação federal, as obras, disposto no parágrafo anterior.
compras, alienações e serviços da administração serão § 3º A fixação dos padrões de vencimento e dos
contratados mediante processo de licitação pública, nos demais componentes do sistema remuneratório deve
termos da lei. observar: (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 80,
de 2014.)
Art. 27. Os atos de improbidade administrativa I – a natureza, o grau de responsabilidade, as
importarão suspensão dos direitos políticos, perda da peculiaridades e a complexidade dos cargos
função pública, indisponibilidade dos bens e componentes de cada carreira;
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas II – os requisitos para a investidura.
em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. § 4º O Distrito Federal deve manter escola de
governo para formação e aperfeiçoamento dos servidores
Art. 28. É vedada a contratação de obras e públicos, constituindo-se a participação nos cursos um
serviços públicos sem prévia aprovação do respectivo dos requisitos para promoção na carreira, facultada, para
projeto, sob pena de nulidade do ato de contratação. isso, a celebração de convênios ou contratos com os
demais entes federados ou suas entidades. (Parágrafo
Art. 29. (Artigo revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 80, acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.)
de 2014.) § 5º O membro de Poder, o detentor de mandato
eletivo, os Secretários de Estado, os Administradores
Art. 30. Lei disporá sobre participação popular na Regionais e os demais casos previstos na Constituição
fiscalização da prestação dos serviços públicos do Distrito Federal são remunerados exclusivamente por subsídio,
Federal. fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer
gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de
Seção III representação ou outra espécie remuneratória,
Da Administração Tributária obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 19, IX e
Art. 31. À administração tributária incumbem as X. (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.)
funções de lançamento, fiscalização e arrecadação dos § 6º A remuneração dos servidores públicos
tributos de competência do Distrito Federal e o julgamento organizados em carreira pode ser fixada nos termos do §
administrativo dos processos fiscais, os quais serão 5º. (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.)

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§ 7º Lei complementar pode estabelecer a relação interesse da administração. (Inciso acrescido pela Emenda à Lei
entre a maior e a menor remuneração dos servidores Orgânica nº 122, de 2021.)
públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. § 1º Para a atualização a que se refere o inciso IX
19, X. (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 80, de utilizar-se-ão os índices oficiais, e a importância apurada
2014.) será paga juntamente com a remuneração do mês
§ 8º Os Poderes Executivo e Legislativo devem subsequente.
publicar, até 31 de janeiro de cada ano, os valores do § 2º É computado como exercício efetivo, para
subsídio e da remuneração dos cargos e empregos efeito de progressão funcional ou concessão de licença-
públicos. (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 80, de prêmio e aposentadoria nas carreiras específicas do
2014.) serviço público, o tempo de serviço prestado por servidor
§ 9º A lei deve disciplinar a aplicação de recursos requisitado a qualquer dos Poderes do Distrito Federal.
orçamentários provenientes da economia com despesas § 3º Para efeitos do disposto no inciso X do caput,
correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para considera-se violência doméstica e familiar contra a
aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que
e produtividade, treinamento e desenvolvimento, lhe cause ameaça de morte, lesão, sofrimento físico,
modernização, reaparelhamento e racionalização do sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial,
serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou conforme o que dispõe o art. 5º da Lei federal nº 11.340,
prêmio de produtividade. (Parágrafo acrescido pela Emenda à de 7 de agosto de 2006. (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei
Lei Orgânica nº 80, de 2014.) Orgânica nº 122, de 2021.)

Art. 34. A lei assegurará aos servidores da Art. 36. É garantido ao servidor público o direito à
administração direta isonomia de vencimentos para livre associação sindical, observado o disposto no art. 8º
cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo da Constituição Federal.
Poder ou entre servidores dos Poderes Executivo e Parágrafo único. A lei disporá sobre licença
Legislativo, ressalvadas as vantagens de caráter sindical para os dirigentes de federações e sindicatos de
individual e as relativas a natureza ou local de trabalho. servidores públicos, durante o exercício do mandato,
resguardados os direitos e vantagens inerentes à carreira
Art. 35. São direitos dos servidores públicos, de cada um.
sujeitos ao regime jurídico único, além dos assegurados
no § 2º do art. 39 da Constituição Federal, os seguintes: Art. 37. Às entidades representativas dos
I – gratificação do titular quando em substituição servidores públicos do Distrito Federal cabe a defesa dos
ou designado para responder pelo expediente; direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria,
II – duração do trabalho normal não superior a oito inclusive em questões judiciais ou administrativas,
horas diárias e quarenta horas semanais, facultado ao observado o disposto no art. 8º da Constituição Federal.
Poder Público conceder a compensação de horários e a
redução da jornada, nos termos da lei; Art. 38. Às entidades de caráter sindical que
III – proteção especial à servidora gestante ou preencham os requisitos estabelecidos em lei, é
lactante, inclusive mediante a adequação ou mudança assegurado o desconto em folha de pagamento das
temporária de suas funções, quando for recomendável a contribuições dos associados, aprovadas em assembleia
sua saúde ou à do nascituro, sem prejuízo de seus geral.
vencimentos e demais vantagens;
IV – atendimento em creche e pré-escola a seus Art. 39. O direito de greve é exercido nos termos e
dependentes, nos termos da lei, bem como amamentação nos limites definidos em lei complementar. (Artigo com a
durante o horário do expediente, nos 12 primeiros meses redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.)
de vida da criança; (Inciso com a redação da Emenda à Lei
Orgânica nº 108, de 2018.) Art. 40. São estáveis após 3 (três) anos de efetivo
V – vedação do desvio de função, ressalvada, sem exercício os servidores nomeados para cargo de
prejuízo de seus vencimentos, salários e demais provimento efetivo em virtude de concurso público. (Artigo
vantagens do cargo, emprego ou função: com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.)
a) a mudança de função concedida a servidora § 1º O servidor público estável só perde o cargo:
gestante, sob recomendação médica; I – em virtude de sentença judicial transitada em
b) a transferência concedida a servidor que tiver julgado;
sua capacidade de trabalho reduzida em decorrência de II – mediante processo administrativo em que lhe
acidente ou doença de trabalho, para locais ou atividades sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa;
compatíveis com sua situação; III – mediante procedimento de avaliação periódica
VI – recebimento de vale-transporte, nos casos de desempenho, na forma de lei complementar,
previstos em lei; assegurado o contraditório e a ampla defesa.
VII – participação na elaboração e alteração dos § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do
planos de carreira; servidor estável, deve ele ser reintegrado, e o eventual
VIII – promoções por merecimento ou antiguidade, ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de
no serviço público, nos termos da lei; origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro
IX – quitação da folha de pagamento do servidor cargo ou posto em disponibilidade com remuneração
ativo e inativo da administração direta, indireta e proporcional ao tempo de serviço.
fundacional do Distrito Federal até o quinto dia útil do mês § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua
subsequente, sob pena de incidência de atualização desnecessidade, o servidor estável deve ficar em
monetária, obedecido o disposto em lei. disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo
X – remoção da servidora pública vítima de de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro
violência doméstica e familiar, pela administração direta e cargo.
indireta e pelas autarquias, independentemente do

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§ 4º Como condição para a aquisição da Art. 44. Ao servidor público da administração
estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de direta, autárquica e fundacional do Distrito Federal, fica
desempenho por comissão instituída para essa finalidade. assegurado:
I – percebimento de adicional de um por cento por
Art. 41. Ao servidor público efetivo, nos termos da ano de serviço público efetivo, nos termos da lei;
Constituição Federal, é assegurado regime próprio de II – contagem, para todos os efeitos legais, do
previdência social. (Caput com a redação da Emenda à Lei período em que o servidor estiver de licença concedida
Orgânica nº 80, de 2014.) por junta médica oficial;
§ 1º O regime próprio de previdência social, III – contagem recíproca, para efeito de
observados os critérios que preservem o equilíbrio aposentadoria, do tempo de contribuição na
financeiro e atuarial, é instituído por lei complementar. administração pública e na atividade privada, rural e
(Parágrafo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.)
urbana, na forma prevista no art. 201, § 9º, da
§ 2° A lei disporá sobre aposentadoria em cargos
Constituição Federal. (Inciso com a redação da Emenda à Lei
ou empregos temporários. (Parágrafo revigorado(a) pelo(a) ADI Orgânica nº 80, de 2014.)
23917-7 de 25/09/2014) Parágrafo único. Ficam assegurados os benefícios
§ 2º O tempo de contribuição prestado sob o constantes do art. 35, III, IV e V, e do art. 43 desta Lei
regime de aposentadoria especial é computado da Orgânica aos servidores das empresas públicas e das
mesma forma, quando o servidor ocupar outro cargo de sociedades de economia mista do Distrito Federal.
regime idêntico, ou pelo critério da proporcionalidade, (Parágrafo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 96, de 2016,
quando se tratar de regimes diversos, na forma da lei. que foi declarada inconstitucional: ADI nº 2016 00 2 027902-3 –
(Parágrafo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014, e TJDFT, Diário de Justiça, de 14/12/2016.)
declarado inconstitucional: ADI nº 2014 00 2 023917-7 – TJDFT, Diário
de Justiça, de 13/4/2015.) CAPÍTULO VII
§ 3º O tempo de serviço público federal, estadual, DOS SERVIDORES PÚBLICOS MILITARES
municipal ou do Distrito Federal será computado Art. 45. (Artigo revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 80,
integralmente para os efeitos de aposentadoria e de 2014.).
disponibilidade.
§ 4º Os proventos da aposentadoria serão revistos, CAPÍTULO VIII
na mesma proporção e na mesma data, sempre que se DOS BENS DO DISTRITO FEDERAL
modificar a remuneração dos servidores em atividade, Art. 46. São bens do Distrito Federal:
sendo também estendidos aos inativos quaisquer I – os que atualmente lhe pertencem, que vier a
benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos adquirir ou lhe forem atribuídos;
servidores em atividade, inclusive quando decorrentes de II – as águas superficiais ou subterrâneas,
reenquadramento, transformação ou reclassificação do fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste
cargo ou função em que se deu a aposentadoria, na caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
forma da lei. III – a rede viária do Distrito Federal, sua
§ 5º O benefício de pensão por morte infraestrutura e bens acessórios.
corresponderá à totalidade dos vencimentos ou proventos
do servidor falecido, qualquer que seja a causa mortis, até Art. 47. Os bens do Distrito Federal declarados
o limite estabelecido em lei, observado o disposto no inservíveis em processo regular poderão ser alienados,
parágrafo anterior. mediante licitação, cabendo doação somente nos casos
§ 6º É assegurada a contagem em dobro dos que a lei especificar.
períodos de licença-prêmio não gozados, para efeito de § 1º Os bens imóveis do Distrito Federal só podem
aposentadoria. ser objeto de alienação, aforamento, comodato ou cessão
§ 7º Aos servidores com carga horária variável, de uso, mediante autorização legislativa. (Parágrafo com a
são assegurados os proventos de acordo com a jornada redação da Emenda à Lei Orgânica nº 70, de 2013.)
predominante dos últimos três anos anteriores à § 2º Todos os bens do Distrito Federal deverão ser
aposentadoria. cadastrados com a identificação respectiva.
§ 8º O tempo de serviço prestado sob o regime de
aposentadoria especial será computado da mesma forma, Art. 48. O uso de bens do Distrito Federal por
quando o servidor ocupar outro cargo de regime idêntico, terceiros poderá ser feito mediante concessão
ou pelo critério da proporcionalidade, quando se tratar de administrativa de uso, permissão ou autorização,
regimes diversos, na forma da lei. conforme o caso e o interesse público, na forma da lei.

Art. 42. É assegurada a participação de servidores Art. 49. A aquisição por compra ou permuta, bem
públicos na gerência de fundos e entidades para os quais como a alienação dos bens imóveis do Distrito Federal,
contribui, na forma da lei. dependerá de prévia avaliação e autorização da Câmara
Legislativa, subordinada à comprovação da existência de
Art. 43. Será concedida licença para atendimento interesse público e à observância da legislação pertinente
de filho, genitor e cônjuge doente, a homem ou mulher, à licitação.
mediante comprovação por atestado médico da rede
oficial de saúde do Distrito Federal. Art. 50. O Governador encaminhará, anualmente, à
Parágrafo único. É assegurado ao servidor público Câmara Legislativa relatório do qual conste a identificação
que tenha cônjuge ou dependente com deficiência horário dos bens do Distrito Federal objeto de concessão ou
especial de serviço, independentemente da compensação permissão de uso no exercício, assim como sua
de horário, obedecido o disposto em lei. (Parágrafo acrescido destinação e beneficiário.
pela Emenda à Lei Orgânica nº 96, de 2016, que foi declarada Parágrafo único. O descumprimento do disposto
inconstitucional: ADI nº 2016 00 2 027902-3 – TJDFT, Diário de neste artigo importa crime de responsabilidade.
Justiça, de 14/12/2016.)

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Art. 51. Os bens do Distrito Federal destinar-se-ão Art. 57. O Poder Legislativo é representado por
prioritariamente ao uso público, respeitadas as normas de seu Presidente e, judicialmente, nos casos em que a
proteção ao meio ambiente, ao patrimônio histórico, Câmara Legislativa compareça a juízo em nome próprio,
cultural, arquitetônico e paisagístico, e garantido o por sua Procuradoria-Geral. (Caput com a redação da Emenda à
interesse social. Lei Orgânica nº 80, de 2014.)
§ 1º Os bens públicos tornar-se-ão indisponíveis § 1º São funções institucionais da Procuradoria-
ou disponíveis por meio de afetação ou desafetação, Geral da Câmara Legislativa, em seu âmbito: (Parágrafo
acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 9, de 1996.)
respectivamente, nos termos da lei.
I – representar a Câmara Legislativa judicialmente
§ 2º A desafetação, por lei específica, só será
nos casos em que a Casa compareça a juízo em nome
admitida em caso de comprovado interesse público, após
próprio; (Inciso com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80, de
ampla audiência à população interessada. 2014.)
§ 3º O Distrito Federal utilizará seus bens II – promover a defesa da Câmara, requerendo a
dominiais como instrumento para a realização de políticas qualquer órgão, entidade ou tribunal as medidas de
de ocupação ordenada do território. interesse da justiça, da administração e do erário;
III – promover a uniformização da jurisprudência
Art. 52. Cabe ao Poder Executivo a administração administrativa e a compilação da legislação da Câmara
dos bens do Distrito Federal, ressalvado à Câmara Legislativa e do Distrito Federal;
Legislativa administrar aqueles utilizados em seus IV – prestar consultoria e assessoria jurídica à
serviços e sob sua guarda. Mesa Diretora e aos demais órgãos da estrutura
administrativa;
TÍTULO III V – (Inciso revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 14, de
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES 1997.)
CAPÍTULO I § 2º O ingresso na carreira de Procurador da
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Câmara Legislativa far-se-á mediante concurso público de
Art. 53. São Poderes do Distrito Federal, provas e títulos. (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica
independentes e harmônicos entre si, o Executivo e o nº 9, de 1996.)
Legislativo. § 3º A Câmara Legislativa do Distrito Federal
§ 1º É vedada a delegação de atribuições entre os regulamentará a organização e o funcionamento da sua
Poderes. Procuradoria-Geral e da respectiva carreira de Procurador
§ 2º O cidadão, investido na função de um dos da Câmara Legislativa. (Parágrafo com a redação da Emenda à
Poderes, não poderá exercer a de outro, salvo as Lei Orgânica nº 14, de 1997.)
exceções previstas nesta Lei Orgânica. § 4º A Câmara Legislativa disporá, ainda, sobre o
funcionamento da sua Procuradoria-Geral até que sejam
CAPÍTULO II providos, por concurso público, os respectivos cargos
DO PODER LEGISLATIVO daquele órgão. (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica
nº 14, de 1997.)
Seção I
Da Câmara Legislativa
Seção II
Art. 54. O Poder Legislativo é exercido pela
Das Atribuições da Câmara Legislativa
Câmara Legislativa, composta de Deputados Distritais,
Art. 58. Cabe à Câmara Legislativa, com a sanção
representantes do povo, eleitos e investidos na forma da
do Governador, não exigida esta para o especificado no
legislação federal.
art. 60 desta Lei Orgânica, dispor sobre todas as matérias
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração
de competência do Distrito Federal, especialmente sobre:
de quatro anos, iniciando-se com a posse dos eleitos.
I – matéria tributária, observado o disposto nos
arts. 145, 147, 150, 152, 155, 156 e 162 da Constituição
Art. 55. A Câmara Legislativa do Distrito Federal
Federal;
tem sede em Brasília, Capital da República Federativa do
II – plano plurianual, diretrizes orçamentárias,
Brasil.
orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e
Parágrafo único. Poderá a Câmara Legislativa
empréstimos externos a qualquer título a serem
reunir-se temporariamente, em qualquer local do Distrito
contraídos pelo Distrito Federal;
Federal, por deliberação da maioria absoluta de seus
III – criação, transformação e extinção de cargos,
membros, sempre que houver motivo relevante e de
empregos e funções públicas, fixação dos vencimentos ou
conveniência pública ou em virtude de acontecimento que
aumento de sua remuneração;
impossibilite seu funcionamento na sede.
IV – planos e programas locais de
desenvolvimento econômico e social;
Art. 56. Salvo disposição em contrário da
V – educação, saúde, previdência, habitação,
Constituição Federal e desta Lei Orgânica, as
cultura, ensino, desporto e segurança pública;
deliberações da Câmara Legislativa e de suas comissões
VI – autorização para alienação dos bens imóveis
serão tomadas por maioria de votos, presente a maioria
do Distrito Federal ou cessão de direitos reais a eles
absoluta de seus membros, em votação ostensiva. (Artigo
com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 47, de 2006.)
relativos, bem como recebimento, pelo Distrito Federal, de
Parágrafo único. Quando o sigilo for imprescindível doações com encargo, não se considerando como tais a
ao interesse público, devidamente justificado, a votação simples destinação específica do bem;
poderá ser realizada por escrutínio secreto, desde que VII – criação, estruturação e atribuições de
requerida por partido político com representação na Secretarias do Governo do Distrito Federal e demais
Câmara Legislativa e aprovada, em votação ostensiva, órgãos e entidades da administração direta e indireta;
pela maioria absoluta dos Deputados Distritais. VIII – uso do solo rural, observado o disposto nos
arts. 184 a 191 da Constituição Federal;

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IX – planejamento e controle do uso, XI – dar posse ao Governador e ao Vice-
parcelamento, ocupação do solo e mudança de Governador e conhecer da renúncia de qualquer deles;
destinação de áreas urbanas, observado o disposto nos declarar vacância e promover as respectivas substituições
arts. 182 e 183 da Constituição Federal; ou sucessões, nos termos desta Lei Orgânica;
X – criação, incorporação, fusão e XII – autorizar o Governador e o Vice-Governador
desmembramento de Regiões Administrativas; a se ausentarem do Distrito Federal por mais de 15
XI – concessão ou permissão para a exploração de (quinze) dias;
serviços públicos, incluído o de transporte coletivo; XIII – proceder à tomada de contas do
XII – o servidor público, seu regime jurídico, Governador, quando não apresentadas nos prazos
provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria; estabelecidos;
XIII – criação, transformação, fusão e extinção de XIV – convocar Secretários de Estado do Distrito
entidades públicas do Distrito Federal, bem como normas Federal, dirigentes e servidores da administração direta e
gerais sobre privatização das entidades de direito privado indireta do Distrito Federal a prestar pessoalmente
integrantes da administração indireta; informações sobre assuntos previamente determinados,
XIV – prestação de garantia, pelo Distrito Federal, importando crime de responsabilidade a ausência sem
em operação de crédito contratada por suas autarquias, justificativa adequada ou o não atendimento no prazo de
fundações, empresas públicas e sociedades de economia trinta dias, bem como a prestação de informações falsas,
mista; nos termos da legislação pertinente; (Inciso com a redação da
XV – aquisição, administração, alienação, Emenda à Lei Orgânica nº 44, de 2005.)
arrendamento e cessão de bens imóveis do Distrito XV – julgar anualmente as contas prestadas pelo
Federal; Governador e apreciar os relatórios sobre a execução dos
XVI – transferência temporária da sede do planos do governo;
Governo; XVI – fiscalizar e controlar os atos do Poder
XVII – proteção e integração de pessoas Executivo, incluídos os da administração indireta;
portadoras de deficiência; XVII – escolher quatro entre os sete membros do
XVIII – proteção à infância, juventude e idosos; Tribunal de Contas do Distrito Federal; (Inciso com a redação
da Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.)
XIX – organização do sistema local de emprego,
XVIII – aprovar previamente, em votação
em consonância com o sistema nacional.
ostensiva, após arguição em sessão pública, a escolha
dos titulares do cargo de Conselheiros do Tribunal de
Art. 59. Compete à Câmara Legislativa autorizar,
Contas do Distrito Federal indicados pelo Governador;
nos limites estabelecidos pelo Senado Federal, a (Inciso com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 47, de 2006.)
celebração de operações de crédito, a realização de XIX – suspender, no todo ou em parte, a execução
operações externas de natureza financeira, bem como a de lei ou ato normativo declarado ilegal ou inconstitucional
concessão de qualquer garantia pelo Distrito Federal ou tanto pelo Supremo Tribunal Federal quanto pelo Tribunal
por suas autarquias. de Justiça do Distrito Federal nas suas respectivas áreas
de competência, em sentenças transitadas em julgado;
Art. 60. Compete, privativamente, à Câmara XX – aprovar previamente a indicação ou
Legislativa do Distrito Federal: destituição do Procurador-Geral do Distrito Federal;
I – eleger os membros da Mesa Diretora e XXI – convocar o Procurador-Geral do Distrito
constituir suas comissões; Federal e o Defensor Público-Geral do Distrito Federal a
II – dispor sobre seu regimento interno, polícia e prestar informações sobre assuntos previamente
serviços administrativos; determinados, no prazo de trinta dias, sujeitando-se estes
III – estabelecer e mudar temporariamente sua às penas da lei por ausência injustificada; (Inciso com a
sede, o local de suas reuniões, bem como o de suas redação da Emenda à Lei Orgânica nº 61, de 2012.)
comissões permanentes; XXII – declarar a perda do mandato do Governador
IV – zelar pela preservação de sua competência e do Vice-Governador;
legislativa; XXIII – autorizar, por dois terços dos seus
V – criar, transformar ou extinguir cargos de seus membros, a instauração de processo contra o
serviços, provê-los, e iniciar o processo legislativo para Governador, o Vice-Governador e os Secretários de
fixar ou modificar as respectivas remunerações ou Estado do Distrito Federal; (Inciso com a redação da Emenda à
subsídios; (Inciso com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80, Lei Orgânica nº 44, de 2005. Inciso declarado inconstitucional: ADI nº
de 2014.) 4362 – STF, Diário de Justiça, de 6/2/2018.)
VI – sustar os atos normativos do Poder Executivo XXIV – processar e julgar o Governador nos
que exorbitem do poder regulamentar, configurando crime crimes de responsabilidade, bem como adotar as
de responsabilidade sua reedição; providências pertinentes, nos termos da legislação
VII – fixar o subsídio do Governador, do Vice- federal, quanto ao Vice-Governador e aos Secretários de
Governador, dos Secretários de Estado do Distrito Estado do Distrito Federal, nos crimes da mesma
Federal e dos Administradores Regionais, observados os natureza ou conexos com aqueles; (Inciso com a redação da
princípios da Constituição Federal; (Inciso com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 44, de 2005.)
Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.) XXV – processar e julgar o Procurador-Geral nos
VIII – fixar o subsídio dos Deputados Distritais, crimes de responsabilidade;
observados os princípios da Constituição Federal; (Inciso XXVI – (Inciso revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 80,
com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.) de 2014.);
IX – solicitar intervenção federal para garantir o XXVII – aprovar previamente, em votação
livre exercício de suas atribuições, nos termos dos arts. ostensiva, após arguição pública, a escolha dos membros
34, IV, e 36, I, da Constituição Federal; do Conselho de Governo indicados pelo Governador;
X – promover, periodicamente, a consolidação dos (Inciso com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 47, de 2006.)
textos legislativos com a finalidade de tornar sua consulta XXVIII – aprovar previamente a alienação de terras
acessível aos cidadãos; públicas com área superior a vinte e cinco hectares e, no

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caso de concessão de uso, com área superior a cinquenta § 1º Os Deputados Distritais, desde a expedição
hectares; do diploma, serão submetidos a julgamento perante o
XXIX – apreciar e julgar, anualmente, as contas do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.
Tribunal de Contas do Distrito Federal; § 2º Desde a expedição do diploma, os membros
XXX – receber renúncia de Deputado Distrital e da Câmara Legislativa não poderão ser presos, salvo em
declarar a vacância do cargo; flagrante de crime inafiançável.
XXXI – declarar a perda de mandato de Deputado § 3º No caso de flagrante de crime inafiançável os
Distrital, como prevê o art. 63, § 2º; autos serão remetidos dentro de 24 (vinte e quatro) horas
XXXII – solicitar ao Governador informação sobre à Câmara Legislativa, para que, pelo voto da maioria de
atos de sua competência; seus membros, resolva sobre a prisão.
XXXIII – encaminhar, por intermédio da Mesa § 4º Recebida a denúncia contra o Deputado
Diretora, requerimento de informação aos Secretários de Distrital por crime ocorrido após a diplomação, o Tribunal
Estado do Distrito Federal, implicando crime de de Justiça do Distrito Federal e Territórios dará ciência à
responsabilidade, nos termos da legislação pertinente, a Câmara Legislativa, que, por iniciativa de partido político
recusa ou o não atendimento no prazo de trinta dias, bem nela representado e pelo voto da maioria de seus
como o fornecimento de informação falsa; (Inciso com a membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento
redação da Emenda à Lei Orgânica nº 44, de 2005.) da ação.
XXXIV – apreciar vetos, observando, no que § 5º O pedido de sustação será apreciado pela
couber, o disposto nos arts. 66 e 67 da Constituição Câmara Legislativa no prazo improrrogável de 45
Federal; (quarenta e cinco) dias do seu recebimento pela Mesa
XXXV – aprovar previamente a indicação de Diretora.
presidente de instituições financeiras oficiais do Distrito § 6º A sustação do processo suspende a
Federal; prescrição, enquanto durar o mandato.
XXXVI – (Inciso revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº § 7º Os Deputados Distritais não serão obrigados a
80, de 2014.);
testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas
XXXVII – emendar a Lei Orgânica, promulgar leis,
em razão do exercício do mandato, nem sobre as
nos casos de silêncio do Governador, expedir decretos
pessoas que lhes confiaram ou deles receberam
legislativos e resoluções;
informações.
XXXVIII – regulamentar as formas de participação
§ 8º A incorporação de Deputados Distritais às
popular previstas nesta Lei Orgânica;
Forças Armadas, embora militares e ainda que em tempo
XXXIX – indicar membros do Conselho de
de guerra, dependerá de prévia licença da Câmara
Governo, nos termos do art. 108, V;
Legislativa.
XL – (Inciso revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 28, de
1999.);
§ 9º As imunidades dos Deputados Distritais
XLI – conceder título de cidadão benemérito ou subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser
honorário, nos termos do regimento interno; suspensas mediante o voto de dois terços dos membros
XLII – autorizar referendo e convocar plebiscito. da Câmara Legislativa, nos casos de atos praticados fora
(Inciso acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 25, de 1998.) do recinto da Casa que sejam incompatíveis com a
§ 1º Em sua função fiscalizadora, a Câmara execução da medida.
Legislativa observará, no que couber, o disposto nos arts. § 10. Poderá o Deputado Distrital, mediante
70 a 75 da Constituição Federal. licença da Câmara Legislativa, desempenhar missões de
§ 2º No caso do inciso XI, a Mesa Diretora da caráter diplomático e cultural.
Câmara Legislativa enviará denúncia, em cinco dias, à
Comissão Especial composta em conformidade com o art. Art. 62. Os Deputados Distritais não poderão:
68, garantida a proporcionalidade partidária, a qual emitirá I – desde a expedição do diploma:
parecer, no prazo de quinze dias, submetendo-o a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica
imediatamente ao Plenário. de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade
§ 3º A remuneração dos Deputados Distritais de economia mista ou empresa concessionária de serviço
obedecerá ao limite estabelecido pela Constituição público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas
Federal. uniformes;
§ 4º Sem prejuízo do disposto no inciso XIV do b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego
caput, os Secretários de Estado e dirigentes da remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis ad
administração pública direta e indireta do Distrito Federal nutum nas entidades constantes da alínea anterior;
comparecerão perante a Câmara Legislativa ou suas II – desde a posse:
comissões para expor assuntos de interesse de sua área a) ser proprietários, controladores ou diretores de
de atribuição: (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº empresa que goze de favor decorrente de contrato com
62, de 2013.) pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função
I – por iniciativa própria, até o término de cada remunerada;
sessão legislativa, mediante entendimento com a Mesa b) ocupar cargo ou função de que sejam
Diretora ou a presidência de comissão; demissíveis ad nutum, nas entidades referidas no inciso I,
II – finda a gestão à frente da pasta. a;
c) patrocinar causa em que seja interessada
Seção III qualquer das entidades a que se refere o inciso I, a;
Dos Deputados Distritais d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato
Art. 61. Os Deputados Distritais são invioláveis, público eletivo.
civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões,
palavras e votos. (Artigo com a redação da Emenda à Lei Art. 63. Perderá o mandato o Deputado Distrital:
Orgânica nº 48, de 2007) I – que infringir qualquer das proibições
estabelecidas no artigo anterior;

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II – cujo procedimento for declarado incompatível orçamentárias, nem encerrada sem a aprovação do
com o decoro parlamentar; projeto de lei do orçamento.
III – que deixar de comparecer, em cada sessão
legislativa, à terça parte das sessões ordinárias, salvo Art. 66. A Câmara Legislativa, em cada legislatura,
licença ou missão autorizada pela Câmara Legislativa; reunir-se-á em sessões preparatórias no dia 1º de
IV – que perder ou tiver suspensos os direitos janeiro, observado o seguinte:
políticos; I – na primeira sessão legislativa, para a posse dos
V – quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos Deputados Distritais, eleição e posse dos membros da
casos previstos na Constituição Federal; Mesa Diretora;
VI – que sofrer condenação criminal em sentença II – na terceira sessão legislativa, para posse dos
transitada em julgado; membros da Mesa Diretora eleitos no último dia útil da
VII – que se utilizar do mandato para a prática de primeira quinzena de dezembro da sessão legislativa
atos de corrupção ou improbidade administrativa. anterior, permitida uma única recondução subsequente,
§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar, na mesma legislatura ou na seguinte. (Inciso com a redação
além dos casos definidos no regimento interno, o abuso da Emenda à Lei Orgânica nº 116, de 2019.)
das prerrogativas asseguradas ao Deputado Distrital ou a Parágrafo único. Na composição da Mesa Diretora
percepção de vantagens indevidas. é assegurada, tanto quanto possível, a proporcionalidade
§ 2º Nos casos dos incisos I, II, VI e VII, a perda do da representação partidária ou de blocos parlamentares
mandato é decidida por maioria absoluta dos membros da com participação na Câmara Legislativa.
Câmara Legislativa, em votação ostensiva, mediante
provocação da Mesa Diretora ou de partido político Art. 67. A convocação extraordinária da Câmara
representado na Casa, assegurada ampla defesa. Legislativa far-se-á:
(Parágrafo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.) I – pelo Presidente, nos casos de:
§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a a) decretação de estado de sítio ou estado de
perda será declarada pela Mesa Diretora, de ofício ou defesa que atinja o território do Distrito Federal;
mediante provocação de qualquer dos membros da b) intervenção no Distrito Federal;
Câmara Legislativa ou de partido político nela c) recebimento dos autos de prisão de Deputado
representado, assegurada ampla defesa. Distrital, na hipótese de flagrante de crime inafiançável;
§ 4º A renúncia de Deputado Distrital submetido a d) posse do Governador e do Vice-Governador;
processo que vise ou possa levar à perda do mandato, II – pela Mesa Diretora ou a requerimento de um
nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até terço dos Deputados que compõem a Câmara Legislativa,
as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º. para apreciação de ato do Governador do Distrito Federal
(Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 31, de 1999.) que importe crime de responsabilidade;
III – pelo Governador do Distrito Federal, pelo
Art. 64. Não perderá o mandato o Deputado Presidente da Câmara Legislativa ou a requerimento da
Distrital: maioria dos seus membros, em caso de urgência ou
I – investido na função de Ministro de Estado, interesse público relevante;
Secretário-Executivo de Ministério ou equivalente, IV – pela comissão representativa prevista no art.
Secretário de Estado do Distrito Federal, Administrador 68, § 5º, nas hipóteses estabelecidas nesta Lei Orgânica.
Regional, chefe de missão diplomática temporária ou Parágrafo único. Na sessão legislativa
dirigente máximo de autarquia, fundação pública, agência, extraordinária, a Câmara Legislativa somente deliberará
empresa pública ou sociedade de economia mista sobre a matéria para a qual tiver sido convocada.
pertencentes à administração pública federal e distrital;
(Inciso com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 44, de 2005.)
Subseção II
II – licenciado pela Câmara Legislativa por motivo
Das Comissões
de doença ou para tratar, sem remuneração, de interesse
Art. 68. A Câmara Legislativa terá comissões
particular desde que, neste caso, o afastamento não
permanentes e temporárias, constituídas na forma e com
ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa.
as atribuições previstas no seu regimento interno ou no
§ 1º O suplente será convocado nos casos de
ato legislativo de que resultar sua criação.
vaga, de investidura nas funções previstas neste artigo ou
§ 1º Na composição de cada comissão, é
de licença superior a cento e vinte dias.
assegurada, tanto quanto possível, a representação
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-
proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares
se-á eleição para preenchê-la, se faltarem mais de quinze
com participação na Câmara Legislativa.
meses para o término do mandato.
§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua
§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado Distrital
competência, cabe:
poderá optar pela remuneração de seu mandato.
I – apreciar e emitir parecer sobre proposições, na
forma do regimento interno da Câmara Legislativa;
Seção IV
II – realizar audiências públicas com entidades
Do Funcionamento da Câmara Legislativa
representativas da sociedade civil;
Subseção I
III – convocar Secretários de Estado do Distrito
Das Reuniões
Federal, dirigentes e servidores da administração pública
Art. 65. A Câmara Legislativa reunir-se-á,
direta e indireta do Distrito Federal e o Procurador-Geral a
anualmente, em sua sede, de 1º de fevereiro a 30 de
prestar informações sobre assuntos inerentes a suas
junho e de 1º de agosto a 15 de dezembro.
atribuições; (Inciso com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 44,
§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão de 2005.)
transferidas para o primeiro dia útil subsequente, quando IV – receber petições, reclamações,
recaírem em sábados, domingos ou feriados. representações ou queixas contra atos ou omissões das
§ 2º A sessão legislativa não será interrompida autoridades ou entidades públicas;
sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes

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V – solicitar depoimento de qualquer autoridade ou § 1º A proposta será discutida e votada em dois
cidadão; turnos, com interstício mínimo de dez dias, e considerada
VI – apreciar programas de obras, planos regionais aprovada se obtiver, em ambos, o voto favorável de dois
e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir terços dos membros da Câmara Legislativa.
parecer; § 2º A emenda à Lei Orgânica será promulgada
VII – fiscalizar os atos que envolvam gastos de pela Mesa Diretora da Câmara Legislativa, com o
órgãos e entidades da administração pública. respectivo número de ordem.
§ 3º Às comissões parlamentares de inquérito § 3º Não será objeto de deliberação a proposta de
aplica-se o seguinte: (Parágrafo com a redação da Emenda à Lei emenda que ferir princípios da Constituição Federal.
Orgânica nº 97, de 2016.) § 4º A matéria constante de proposta de emenda
I – são criadas mediante requerimento: rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto
a) de um terço dos membros da Câmara de nova proposta na mesma sessão legislativa.
Legislativa; § 5º A Lei Orgânica não poderá ser emendada na
b) de iniciativa popular, com o mínimo de vigência de intervenção federal, estado de defesa ou
subscritores previsto no art. 76; estado de sítio.
II – destinam-se à apuração de fato determinado e
por prazo certo; Subseção II
III – têm poderes de investigação próprios das Das Leis
autoridades judiciais, além de outros previstos em lei e no Art. 71. A iniciativa das leis complementares e
regimento interno da Câmara Legislativa; ordinárias, observada a forma e os casos previstos na Lei
IV – o requerimento, atendidas as formalidades Orgânica, cabe: (Caput com a redação da Emenda à Lei Orgânica
regimentais, independe de aprovação; nº 86, de 2015.)
V – a instalação de comissão parlamentar de I – a qualquer membro ou comissão da Câmara
inquérito de iniciativa popular tem precedência sobre as Legislativa; (Inciso acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 86, de
demais e não pode ser inviabilizada em razão de 2015.)
formalidades regimentais; II – ao Governador; (Inciso acrescido pela Emenda à Lei
Orgânica nº 86, de 2015.)
VI – suas conclusões, se for o caso, devem ser
III – aos cidadãos; (Inciso acrescido pela Emenda à Lei
encaminhadas ao Tribunal de Contas, ao Ministério Orgânica nº 86, de 2015.)
Público ou à Procuradoria-Geral do Distrito Federal, para IV – ao Tribunal de Contas, nas matérias do art.
que promovam, conforme o caso, a responsabilidade civil, 84, IV, e do art. 86; (Inciso acrescido pela Emenda à Lei Orgânica
criminal, administrativa ou tributária do infrator. nº 86, de 2015.)
§ 4º A omissão de informação às comissões V – à Defensoria Pública, nas matérias do art. 114,
parlamentares de inquérito, inclusive as que envolvam § 4º. (Inciso acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 86, de 2015.)
sigilo, ou a prestação de informações falsas constituem § 1º Compete privativamente ao Governador do
crime de responsabilidade, na forma da legislação Distrito Federal a iniciativa das leis que disponham sobre:
pertinente. I – criação de cargos, funções ou empregos
§ 5º Durante o recesso, haverá uma comissão públicos na administração direta, autárquica e
representativa da Câmara Legislativa, com atribuições fundacional, ou aumento de sua remuneração;
definidas no regimento interno, cuja composição II – servidores públicos do Distrito Federal, seu
reproduzirá, tanto quanto possível, a proporcionalidade da regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e
representação partidária, eleita na última sessão ordinária aposentadoria;
de cada sessão legislativa. III – organização da Procuradoria-Geral do Distrito
Federal;
Seção V IV – criação, estruturação, reestruturação,
Do Processo Legislativo desmembramento, extinção, incorporação, fusão e
Art. 69. O processo legislativo compreende a atribuições das Secretarias de Estado do Distrito Federal,
elaboração de: órgãos e entidades da administração pública; (Inciso com a
I – emendas à Lei Orgânica; redação da Emenda à Lei Orgânica nº 44, de 2005.)
II – leis complementares; V – plano plurianual, orçamento anual e diretrizes
III – leis ordinárias; orçamentárias;
IV – decretos legislativos; VI – plano diretor de ordenamento territorial, lei de
V – resoluções. uso e ocupação do solo, plano de preservação do
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre conjunto urbanístico de Brasília e planos de
elaboração, redação, alteração e consolidação das leis do desenvolvimento local; (Inciso acrescido pela Emenda à Lei
Distrito Federal. Orgânica nº 80, de 2014.)
VII – afetação, desafetação, alienação,
Subseção I aforamento, comodato e cessão de bens imóveis do
Das Emendas à Lei Orgânica Distrito Federal. (Inciso acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº
80, de 2014.)
Art. 70. A Lei Orgânica poderá ser emendada
§ 2º Não será objeto de deliberação proposta que
mediante proposta:
vise a conceder gratuidade ou subsídio em serviço público
I – de um terço, no mínimo, dos membros da
prestado de forma indireta, sem a correspondente
Câmara Legislativa;
indicação da fonte de custeio.
II – do Governador do Distrito Federal;
§ 3º As emendas parlamentares a proposição de
III – de cidadãos, mediante iniciativa popular
iniciativa do Poder Executivo, inclusive aos projetos de lei
assinada, no mínimo, por um por cento dos eleitores do
de que trata o § 1º, VI, deste artigo, devem guardar
Distrito Federal distribuídos em, pelo menos, três zonas
pertinência temática com a matéria a deliberar. (Parágrafo
eleitorais, com não menos de três décimos por cento do acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.)
eleitorado de cada uma delas.

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Art. 72. Não será admitido aumento da despesa I – a lei de organização do Tribunal de Contas do
prevista: Distrito Federal;
I – nos projetos de iniciativa exclusiva do II – o regime jurídico dos servidores públicos civis;
Governador do Distrito Federal, ressalvado o disposto no (Inciso com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.)
art. 166, §§ 3º e 4º, da Constituição Federal; III – a lei de organização da Procuradoria-Geral do
II – nos projetos sobre organização dos serviços Distrito Federal;
administrativos da Câmara Legislativa, do Tribunal de IV – o código tributário do Distrito Federal; (Inciso
com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.)
Contas e da Defensoria Pública. (Inciso com a redação da
Emenda à Lei Orgânica nº 86, de 2015.) V – a lei que dispõe sobre as atribuições do Vice-
Governador do Distrito Federal;
Art. 73. O Governador do Distrito Federal pode VI – a lei que dispõe sobre a organização do
solicitar urgência para apreciação de projetos de sua sistema de educação do Distrito Federal;
iniciativa. VII – a lei de organização da previdência dos
§ 1º Se, na hipótese prevista no caput, a Câmara servidores públicos do Distrito Federal;
Legislativa não se manifestar sobre a proposição em até VIII – a lei que dispõe sobre o plano diretor de
quarenta e cinco dias, esta deverá ser incluída na Ordem ordenamento territorial do Distrito Federal;
do Dia, sobrestando-se a deliberação quanto aos demais IX – a lei que dispõe sobre a Lei de Uso e
assuntos, para que se ultime a votação. Ocupação do Solo; (Inciso acrescido pela Emenda à Lei Orgânica
nº 49, de 2007.)
§ 2º Os prazos de que trata o parágrafo anterior
X – a lei que dispõe sobre o plano de preservação
não correm nos períodos de recesso da Câmara
do conjunto urbanístico de Brasília; (Inciso acrescido pela
Legislativa, nem se aplicam a projetos de código e de Emenda à Lei Orgânica nº 49, de 2007.)
emendas a esta Lei Orgânica. XI – a lei que dispõe sobre o plano de
desenvolvimento local. (Inciso acrescido pela Emenda à Lei
Art. 74. Aprovado o projeto de lei, na forma Orgânica nº 49, de 2007.)
regimental, será ele enviado ao Governador que, XII – a lei de organização e funcionamento da
aquiescendo, o sancionará e promulgará. Defensoria Pública do Distrito Federal. (Inciso acrescido pela
§ 1º Se o Governador do Distrito Federal Emenda à Lei Orgânica nº 61, de 2012.)
considerar o projeto de lei, no todo ou em parte,
inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo- Subseção III
á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, Da Iniciativa Popular
contados da data do recebimento, e comunicará, dentro Art. 76. A iniciativa popular pode ser exercida pela
de quarenta e oito horas, os motivos do veto ao apresentação à Câmara Legislativa de emenda à Lei
Presidente da Câmara Legislativa. Orgânica, na forma do art. 70, III, ou de projeto de lei
§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto devidamente articulado, justificado e subscrito por, no
integral de artigo, parágrafo, inciso ou alínea. mínimo, um por cento do eleitorado do Distrito Federal,
§ 3º Decorrido o prazo de 15 (quinze) dias, o distribuído por três zonas eleitorais, assegurada a defesa
silêncio do Governador importará sanção. do projeto por representantes dos respectivos autores
§ 4º Se o veto não for mantido, será o projeto perante as comissões nas quais tramitar.
enviado ao Governador para promulgação.
§ 5º Esgotado, sem deliberação, o prazo Seção VI
estabelecido no art. 66, § 4º, da Constituição Federal, o Da Fiscalização Contábil e Financeira
veto será incluído na Ordem do Dia da sessão imediata, Subseção I
sobrestadas as demais proposições até a sua votação Das Disposições Gerais
final, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria Art. 77. A fiscalização contábil, financeira,
absoluta dos Deputados, em votação ostensiva. (Parágrafo orçamentária, operacional e patrimonial do Distrito
com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 47, de 2006.) Federal e das entidades da administração direta, indireta
§ 6º Se a lei não for promulgada em quarenta e e das fundações instituídas ou mantidas pelo Poder
oito horas pelo Governador nos casos dos §§ 3º e 4º, o Público, quanto à legalidade, legitimidade,
Presidente da Câmara Legislativa a promulgará e, se este economicidade, aplicação de subvenções e renúncia de
não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente receitas, será exercida pela Câmara Legislativa, mediante
fazê-lo. controle externo, e pelo sistema de controle interno de
§ 7º A matéria constante de projeto de lei rejeitado cada Poder.
somente poderá constituir objeto de novo projeto, na Parágrafo único. Deve prestar contas qualquer
mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria pessoa física ou jurídica pública ou privada que utilize,
absoluta dos membros da Câmara Legislativa. arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens
§ 8º Caso o projeto de lei seja vetado durante o e valores públicos ou pelos quais o Distrito Federal
recesso da Câmara Legislativa, o Governador comunicará responda, ou que, em nome deste, assuma obrigações de
o veto à comissão a que se refere o art. 68, § 5º, e, natureza pecuniária. (Parágrafo com a redação da Emenda à Lei
dependendo da urgência e da relevância da matéria, Orgânica nº 80, de 2014.)
poderá convocar a Câmara Legislativa para sobre ele se
manifestar, nos termos do art. 67, IV. Art. 78. O controle externo, a cargo da Câmara
Legislativa, será exercido com auxílio do Tribunal de
Art. 75. As leis complementares serão aprovadas Contas do Distrito Federal, ao qual compete:
por maioria absoluta dos Deputados da Câmara I – apreciar as contas anuais do Governador, fazer
Legislativa e receberão numeração distinta das leis sobre elas relatório analítico e emitir parecer prévio no
ordinárias. prazo de sessenta dias, contados do seu recebimento da
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, Câmara Legislativa;
constituirão leis complementares, entre outras: II – julgar as contas:

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a) dos administradores e demais responsáveis por outras cominações, multa proporcional ao dano causado
dinheiros, bens e valores da administração direta e ao erário;
indireta ou que estejam sob sua responsabilidade, X – assinalar prazo para que o órgão ou entidade
incluídos os das fundações e sociedades instituídas ou adote as providências necessárias ao exato cumprimento
mantidas pelo Poder Público do Distrito Federal, bem da lei, verificada a ilegalidade;
como daqueles que derem causa a perda, extravio ou XI – sustar, se não atendido, a execução do ato
outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário; impugnado, comunicando a decisão à Câmara Legislativa;
b) dos dirigentes ou liquidantes de empresas XII – representar ao Poder competente sobre
incorporadas, extintas, liquidadas ou sob intervenção ou irregularidades ou abusos apurados;
que, de qualquer modo, venham a integrar, provisória ou XIII – comunicar à Câmara Legislativa qualquer
definitivamente, o patrimônio do Distrito Federal ou de irregularidade verificada na gestão ou nas contas
outra entidade da administração indireta; públicas, enviando-lhe cópias dos respectivos
c) daqueles que assumam obrigações de natureza documentos;
pecuniária em nome do Distrito Federal ou de entidade da XIV – apreciar e apurar denúncias sobre
administração indireta; irregularidades e ilegalidades dos atos sujeitos a seu
d) dos dirigentes de entidades dotadas de controle.
personalidade jurídica de direito privado que recebam § 1º No caso de contrato, o ato de sustação será
contribuições, subvenções, auxílios e afins, até o limite do adotado diretamente pela Câmara Legislativa, que
patrimônio transferido; solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas
III – apreciar, para fins de registro, a legalidade dos cabíveis.
atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na § 2º Se a Câmara Legislativa ou o Poder
administração direta e indireta, incluídas as fundações Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as
instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal
nomeações para cargo de provimento em comissão, bem decidirá da questão.
como a das concessões de aposentadorias, reformas e § 3º O Tribunal encaminhará à Câmara Legislativa,
pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não trimestral e anualmente, relatório circunstanciado e
alterem o fundamento legal do ato concessório; demonstrativo das atividades internas e de controle
IV – avaliar a execução das metas previstas no externo realizadas.
plano plurianual, nas diretrizes orçamentárias e no § 4º Nos casos de irregularidade ou ilegalidade
orçamento anual; constatados, sem imputação de débito, em que o Tribunal
V – realizar, por iniciativa própria, da Câmara de Contas do Distrito Federal decidir não aplicar o
Legislativa ou de alguma de suas comissões técnicas ou disposto no inciso IX deste artigo, deverão os respectivos
de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, votos ser publicados juntamente com a ata da sessão em
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas que se der o julgamento.
unidades administrativas dos Poderes Executivo e § 5º As decisões do Tribunal de Contas do Distrito
Legislativo do Distrito Federal: Federal de que resultem imputação de débitos ou multa
a) da estimativa, lançamento, arrecadação, terão eficácia de título executivo.
recolhimento, parcelamento e renúncia de receitas;
b) dos incentivos, transações, remissões e anistias Art. 79. A Câmara Legislativa ou a comissão
fiscais, isenções, subsídios, benefícios e afins, de competente, diante de indícios de despesas não
natureza financeira, tributária, creditícia e outras autorizadas, ainda que sob forma de investimentos não
concedidas pelo Distrito Federal; programados ou de incentivos, isenções, anistias,
c) das despesas de investimento e custeio, remissões, subsídios ou benefícios de natureza
inclusive à conta de fundo especial, de natureza contábil financeira, tributária ou creditícia não aprovados, poderá
ou financeira; solicitar à autoridade governamental responsável que, no
d) das concessões, cessões, doações, permissões prazo de 5 (cinco) dias, preste os esclarecimentos
e contratos de qualquer natureza, a título oneroso ou necessários.
gratuito, e das subvenções sociais ou econômicas, dos § 1º Não prestados os esclarecimentos ou
auxílios, contribuições e doações; considerados estes insuficientes, a Câmara Legislativa ou
e) de outros atos e procedimentos de que resultem a comissão competente solicitará ao Tribunal de Contas
variações patrimoniais; pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de
VI – fiscalizar as aplicações do Poder Público em trinta dias.
empresas de cujo capital social o Distrito Federal participe § 2º Entendendo o Tribunal de Contas irregular a
de forma direta ou indireta, nos termos do respectivo ato despesa, a comissão competente, se julgar que o gasto
constitutivo; possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia
VII – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos pública, proporá à Câmara Legislativa sua sustação, se
repassados ao Distrito Federal ou pelo mesmo, mediante ainda não realizado, ou seu reembolso devidamente
convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos atualizado monetariamente, consoante regras vigentes, se
congêneres; já efetuado.
VIII – prestar as informações solicitadas pela § 3º O Tribunal de Contas do Distrito Federal agirá
Câmara Legislativa ou por qualquer de suas comissões de ofício ou mediante iniciativa da Câmara Legislativa, do
técnicas ou de inquérito sobre a fiscalização contábil, Ministério Público ou das autoridades financeiras e
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e orçamentárias do Distrito Federal ou dos demais órgãos
sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas; auxiliares, sempre que houver indício de irregularidade
IX – aplicar aos responsáveis, em caso de em qualquer despesa, inclusive naquela decorrente de
ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as contrato.
sanções previstas em lei, a qual estabelecerá, entre

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É proibido o compartilhamento desse material, ainda que sem fins lucrativos. Registramos “CPF, e-mail e Internet Protocol (IP)” do comprador em nosso site e nos arquivos PDF.
Art. 80. Os Poderes Legislativo e Executivo Brasília, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o
manterão, de forma integrada, sistema de controle interno território do Distrito Federal, exercendo, no que couber, as
com a finalidade de: atribuições previstas no art. 96 da Constituição Federal.
I – avaliar o cumprimento das metas previstas no § 1º Os Conselheiros do Tribunal serão nomeados
plano plurianual, a execução dos programas de governo e entre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:
dos orçamentos do Distrito Federal; I – mais de trinta e cinco e menos de sessenta e
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados cinco anos de idade;
quanto à eficácia e eficiência da gestão orçamentária, II – idoneidade moral e reputação ilibada;
financeira, contábil e patrimonial nos órgãos e entidades III – notáveis conhecimentos jurídicos, contábeis,
da administração do Distrito Federal, e quanto à da econômicos e financeiros ou de administração pública;
aplicação de recursos públicos por entidades de direito IV – mais de dez anos de exercício de função ou
privado; de efetiva atividade profissional que exija os
III – exercer o controle sobre o deferimento de conhecimentos mencionados no inciso anterior.
vantagens e a forma de calcular qualquer parcela § 2º Os Conselheiros do Tribunal de Contas do
integrante da remuneração, vencimento ou salário de Distrito Federal serão escolhidos:
seus membros ou servidores; I – três pelo Governador do Distrito Federal, com a
IV – exercer o controle das operações de crédito, aprovação da Câmara Legislativa, sendo um de livre
avais e garantias, bem como o dos direitos e haveres do escolha, e dois alternadamente dentre auditores e
Distrito Federal; membros do Ministério Público junto ao Tribunal,
V – avaliar a relação de custo e benefício das indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os
renúncias de receitas e dos incentivos, remissões, critérios de antiguidade e merecimento; (Inciso com a redação
parcelamentos de dívidas, anistias, isenções, subsídios, da Emenda à Lei Orgânica nº 36, de 2002.)
benefícios e afins de natureza financeira, tributária, II – quatro pela Câmara Legislativa. (Inciso com a
redação da Emenda à Lei Orgânica nº 36, de 2002.)
creditícia e outros;
§ 3º (Parágrafo revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 36,
VI – apoiar o controle externo, no exercício de sua de 2002.).
missão institucional. § 4º Os Conselheiros do Tribunal de Contas têm as
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos e
tomarem conhecimento de qualquer irregularidade, subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça do
ilegalidade ou ofensa aos princípios do art. 37 da Distrito Federal e Territórios, aplicando-se-lhes, quanto a
Constituição Federal, dela darão ciência ao Tribunal de aposentadoria e pensão, as normas do art. 41. (Parágrafo
Contas do Distrito Federal, sob pena de responsabilidade com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.)
solidária. § 5º Os Conselheiros, nas suas faltas e
§ 2º As contas públicas do Distrito Federal ficarão, impedimentos, serão substituídos por Auditores, na forma
durante 60 (sessenta) dias, anualmente, em local próprio da lei.
da Câmara Legislativa à disposição de qualquer § 6º O Auditor, quando em substituição a
contribuinte para exame e apreciação e serão Conselheiro, terá as mesmas garantias, prerrogativas e
disponibilizadas de maneira permanente, atualizadas impedimentos do titular e, no exercício das demais
mensalmente, nos sítios oficiais na internet do Poder atribuições da judicatura, as de Juiz de Direito da Justiça
Legislativo, do Poder Executivo e do Tribunal de Contas do Distrito Federal e Territórios.
do Distrito Federal, recomendando-se a criação de sítios § 7º Os Conselheiros do Tribunal de Contas do
específicos na internet para a publicação permanente das Distrito Federal farão declaração pública de bens, no ato
contas públicas, de forma clara e compreensível ao da posse e no término do exercício do cargo.
cidadão. (Parágrafo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 68, § 8º Os Conselheiros do Tribunal de Contas do
de 2013.) Distrito Federal, nos casos de crime comum e nos de
§ 3º Qualquer cidadão, partido político, associação responsabilidade, serão processados e julgados,
ou entidade sindical é parte legítima para, na forma da lei, originariamente, pelo Superior Tribunal de Justiça.
denunciar irregularidades ao Tribunal de Contas ou à § 9º É proibida a nomeação para o cargo de
Câmara Legislativa. Conselheiro do Tribunal de Contas do Distrito Federal de
§ 4º A prestação de contas anual do Governador e pessoa que tenha praticado ato tipificado como causa de
as tomadas ou prestações de contas anuais dos inelegibilidade prevista na legislação eleitoral. (Parágrafo
administradores dos órgãos e entidades do Distrito acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 60, de 2011.)
Federal deverão ser acompanhadas de relatório
circunstanciado do órgão de controle interno sobre o Art. 83. Os Conselheiros do Tribunal de Contas do
resultado das atividades indicadas neste artigo. Distrito Federal, ainda que em disponibilidade, não
poderão exercer outra função pública, nem qualquer
Art. 81. O Tribunal de Contas do Distrito Federal profissão remunerada, salvo uma de magistério, nem
prestará contas anualmente de sua execução receber, a qualquer título ou pretexto, participação nos
orçamentária, financeira e patrimonial à Câmara processos, bem como dedicar-se à atividade político-
Legislativa, até sessenta dias da data da abertura da partidária, sob pena de perda do cargo.
sessão do ano seguinte àquele a que se referir o exercício
financeiro, quanto aos aspectos de legalidade, Art. 84. É da competência exclusiva do Tribunal de
legitimidade e economicidade, observados os demais Contas do Distrito Federal:
preceitos legais. I – elaborar, aprovar e alterar seu regimento
interno;
Subseção II II – organizar seus serviços auxiliares e prover os
Do Tribunal de Contas respectivos cargos, ocupados aqueles em comissão
Art. 82. O Tribunal de Contas do Distrito Federal, preferencialmente por servidores de carreira do próprio
integrado por sete Conselheiros, tem sede na cidade de

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Tribunal, nos casos e condições que deverão ser e a posse ocorrerá no dia 1º de janeiro do ano
previstos em sua lei de organização; subsequente.
III – conceder licença, férias e outros afastamentos § 1º A eleição do Governador do Distrito Federal
a Conselheiros e Auditores; importará a do Vice-Governador com ele registrado.
IV – propor à Câmara Legislativa a criação, § 2º A eleição do Governador do Distrito Federal é
transformação e extinção de cargos e a fixação dos feita por sufrágio universal e por voto direto e secreto.
respectivos vencimentos; § 3º O mandato do Governador do Distrito Federal
V – elaborar sua proposta orçamentária, será de quatro anos, permitida a reeleição para um único
observados os princípios estabelecidos na lei de diretrizes período subsequente. (Parágrafo com a redação da Emenda à Lei
orçamentárias. Orgânica nº 37, de 2002.)

Art. 84-A. O Tribunal de Contas do Distrito Federal Art. 89. São condições de elegibilidade para
é representado por seu Presidente e, judicialmente, por Governador e Vice-Governador do Distrito Federal:
sua Procuradoria-Geral. (Artigo acrescido pela Emenda à Lei I – nacionalidade brasileira;
Orgânica nº 95, de 2016.) II – pleno exercício dos direitos políticos;
§ 1º São funções institucionais da Procuradoria- III – domicílio eleitoral na circunscrição do Distrito
Geral do Tribunal de Contas do Distrito Federal, em seu Federal pelo prazo fixado em lei;
âmbito: (Parágrafo acrescido(a) pelo(a) Emenda à Lei Orgânica 95 IV – filiação partidária;
de 03/03/2016) (Declarado(a) Inconstitucional pelo(a) ADI 4362 de V – idade mínima de 30 (trinta) anos;
24/08/2001) VI – alistamento eleitoral.
I - representar o Tribunal de Contas do Distrito
Federal judicialmente; (Inciso acrescido(a) pelo(a) Emenda à Lei Art. 90. Será considerado eleito Governador do
Orgânica 95 de 03/03/2016) (Declarado(a) Inconstitucional pelo(a) ADI
4362 de 24/08/2001) Distrito Federal o candidato que, registrado por partido
II – promover a defesa do Tribunal de Contas do político, obtiver a maioria absoluta de votos, não
Distrito Federal, requerendo a qualquer órgão, entidade computados os em branco e os nulos.
ou tribunal as medidas de interesse da Justiça, da § 1º Se nenhum candidato alcançar maioria
Administração e do Erário; absoluta no primeiro turno, faz-se nova eleição, na qual
III – promover a uniformização da jurisprudência concorrem os dois candidatos mais votados, sendo
administrativa e a compilação da legislação de interesse considerado eleito o que obtiver a maioria dos votos
do Tribunal de Contas do Distrito Federal. válidos. (Parágrafo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80,
de 2014.)
§ 2º O ingresso no cargo de Procurador do
§ 2º Se, antes de realizado o segundo turno,
Tribunal de Contas do Distrito Federal é feito mediante
ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de
concurso público de provas e títulos.
candidato, convocar-se-á, entre os remanescentes, o de
§ 3º Lei de iniciativa do Tribunal de Contas do
maior votação.
Distrito Federal deve dispor sobre a criação dos cargos e
§ 3º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores,
a estrutura da sua Procuradoria-Geral.
remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato
§ 4º O Tribunal de Contas do Distrito Federal deve
com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.
dispor sobre a organização e o funcionamento da sua
Procuradoria-Geral.
Art. 91. O Governador e o Vice-Governador do
Distrito Federal tomarão posse em sessão da Câmara
Art. 85. Funcionará junto ao Tribunal de Contas o
Legislativa, quando prestarão o compromisso de manter,
Ministério Público, regido pelos princípios institucionais de
defender e cumprir a Constituição Federal e a Lei
unidade, indivisibilidade e independência funcional, com
Orgânica, observar as leis e promover o bem geral do
as atribuições de guarda da lei e fiscal de sua execução.
povo do Distrito Federal.
Parágrafo único. A proibição de que trata o art. 82,
Parágrafo único. Se, decorridos 10 (dez) dias da
§ 9º, aplica-se à nomeação do Procurador-Geral do
data fixada para a posse, o Governador ou o Vice-
Ministério Público de Contas do Distrito Federal. (Parágrafo
acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 60, de 2011.)
Governador do Distrito Federal, salvo motivo de força
Art. 86. Lei complementar do Distrito Federal maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado
disporá sobre a organização e o funcionamento do vago.
Tribunal de Contas, podendo dividi-lo em câmaras e criar
delegações ou órgãos destinados a auxiliá-lo no exercício Art. 92. Cabe ao Vice-Governador substituir o
de suas funções e na descentralização dos seus Governador em sua ausência ou impedimento e suceder-
trabalhos. lhe no caso de vaga.
Parágrafo único. O Vice-Governador do Distrito
CAPÍTULO III Federal, além de outras atribuições que lhe forem
DO PODER EXECUTIVO conferidas por lei complementar, auxiliará o Governador,
Seção I sempre que por ele convocado para missões especiais.
Do Governador e do Vice-Governador
Art. 87. O Poder Executivo é exercido pelo Art. 93. Em caso de impedimento do Governador e
Governador do Distrito Federal, auxiliado pelos do Vice-Governador, ou de vacância dos respectivos
Secretários de Estado do Distrito Federal. (Artigo com a cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da
redação da Emenda à Lei Orgânica nº 44, de 2005.) chefia do Poder Executivo o Presidente da Câmara
Legislativa e o Presidente do Tribunal de Justiça do
Art. 88. A eleição do Governador e do Vice- Distrito Federal e Territórios. (Artigo com a redação da Emenda
Governador do Distrito Federal realizar-se-á 90 (noventa) à Lei Orgânica nº 57, de 2010.)
dias antes do término do mandato de seus antecessores,
Art. 94. Vagando os cargos de Governador e Vice-
Governador do Distrito Federal, far-se-á eleição 90

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(noventa) dias depois de aberta a última vaga. (Artigo com bem como o Diretor da Polícia Civil; (Inciso revigorado(a)
a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 57, de 2010.) pelo(a) ADI 2017 00 2 0221743 de 07/11/2017)
§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos VIII (Inciso declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 2017 00
do mandato, a eleição para ambos os cargos será feita 2 0221743 de 07/11/2017)
trinta dias depois da última vaga, pela Câmara Legislativa, IX – vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
na forma da lei. X – dispor sobre a organização e o funcionamento
§ 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão da administração do Distrito Federal, na forma desta Lei
completar o período de seus antecessores. Orgânica;
XI – remeter mensagem à Câmara Legislativa por
Art. 95. O Governador e o Vice-Governador ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a
deverão residir no Distrito Federal. situação do Distrito Federal e indicando as providências
que julgar necessárias; (Inciso com a redação da Emenda à Lei
Art. 96. O Governador e o Vice-Governador não Orgânica nº 58, de 2010.)
poderão, sem licença da Câmara Legislativa, ausentar-se XII – nomear os Conselheiros do Tribunal de
do Distrito Federal por período superior a quinze dias, sob Contas do Distrito Federal, após a aprovação pela
pena de perda do cargo. Câmara Legislativa, observado o disposto no art. 82, §§
§ 1º A licença a que se refere o caput deste artigo 1º e 2º e seus incisos;
deverá ser justificada. (Parágrafo renumerado pela Emenda à Lei XIII – nomear e destituir o Procurador-Geral do
Orgânica nº 37, de 2002.) Distrito Federal, na forma da lei;
§ 2º O Governador e o Vice-Governador do Distrito XIV – nomear os membros do Conselho de
Federal poderão afastar-se durante trinta dias, a título de Governo, a que se refere o art. 108;
férias, em cada ano de seu mandato. (Parágrafo com a XV – nomear e destituir presidente de instituições
redação da Emenda à Lei Orgânica nº 41, de 2004.)
financeiras controladas pelo Distrito Federal, após a
aprovação pela Câmara Legislativa, na forma do art. 60,
Art. 97. O Governador e o Vice-Governador
XXXV;
deverão, no ato da posse e no término do mandato, fazer
XVI – enviar à Câmara Legislativa projetos de lei
declaração pública de bens.
relativos a plano plurianual, diretrizes orçamentárias,
orçamento anual, dívida pública e operações de crédito;
Art. 98. Aplicam-se ao Governador e ao Vice-
XVII – prestar anualmente à Câmara Legislativa,
Governador, no que couber, as proibições e
no prazo de 60 (sessenta) dias após a abertura da
impedimentos estabelecidos para os Deputados Distritais,
sessão legislativa, as contas referentes ao exercício
fixados no art. 62.
anterior;
XVIII – prover e extinguir os cargos públicos do
Art. 99. Perderá o mandato o Governador que
Distrito Federal, na forma da lei;
assumir outro cargo ou função na administração pública
XIX – nomear e destituir diretores de sociedades
direta ou indireta, federal, estadual, municipal ou do
de economia mista, empresas públicas e fundações
Distrito Federal, ressalvada a posse em virtude de
mantidas pelo Poder Público;
concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e
XX – subscrever ou adquirir ações, realizar ou
V, da Constituição Federal.
aumentar capital, desde que haja recursos disponíveis, de
sociedade de economia mista ou de empresa pública,
Seção II
bem como dispor, a qualquer título, no todo ou em parte,
Das Atribuições do Governador
de ações ou capital que tenham subscrito, adquirido,
Art. 100. Compete privativamente ao Governador
realizado ou aumentado, mediante autorização da
do Distrito Federal:
Câmara Legislativa;
I – representar o Distrito Federal perante o
XXI – delegar, por decreto, a qualquer autoridade
Governo da União e das Unidades da Federação, bem
do Executivo atribuições administrativas que não sejam
como em suas relações jurídicas, políticas, sociais e
de sua exclusiva competência;
administrativas;
XXII – solicitar intervenção federal na forma
II – nomear, observado o disposto no caput do art.
estabelecida pela Constituição da República;
244 e em seu parágrafo único, os membros do Conselho
XXIII – celebrar ou autorizar convênios, ajustes ou
de Educação do Distrito Federal;
acordos com entidades públicas ou particulares, na forma
III – nomear e exonerar Secretários de Estado do
da legislação em vigor;
Distrito Federal; (Inciso com a redação da Emenda à Lei Orgânica
nº 44, de 2005.)
XXIV – realizar operações de crédito autorizadas
IV – exercer, com auxílio dos Secretários de pela Câmara Legislativa;
Estado do Distrito Federal, a direção superior da XXV – decretar situação de emergência e estado
administração do Distrito Federal; (Inciso com a redação da de calamidade pública no Distrito Federal;
Emenda à Lei Orgânica nº 44, de 2005.) XXVI – praticar os demais atos de administração,
V – exercer o comando superior da Polícia Militar e nos limites da competência do Poder Executivo;
do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, e XXVII – nomear, dispensar, exonerar, demitir e
promover seus oficiais; destituir servidores da administração pública direta,
VI – iniciar o processo legislativo, na forma e nos autárquica e fundacional. (Inciso com a redação da Emenda à Lei
casos previstos nesta Lei Orgânica; Orgânica nº 64, de 2013.)
VII – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, XXVIII – nomear e destituir o Defensor Público-
bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel Geral do Distrito Federal, na forma da lei; (Inciso acrescido
pela Emenda à Lei Orgânica nº 61, de 2012.)
execução;
XXIX – nomear, na forma da lei, o Diretor-Geral do
VIII - nomear, na forma da lei, os Comandantes-
Departamento de Trânsito do Distrito Federal, dentre os
Gerais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar,
servidores efetivos, indicado em lista tríplice elaborada

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pela categoria do órgão. (Inciso acrescido pela Emenda à Lei
Orgânica nº 102, de 2017, que foi declarada inconstitucional: ADIs nºs Art. 102. Qualquer cidadão, partido político,
2017 00 2 016191-6 e 2017 00 2 022174-3 – TJDFT, Diário de Justiça,
de 7/5/2018.)
associação ou entidade sindical poderá denunciar à
Parágrafo único. A nomeação do Diretor-Geral da Câmara Legislativa o Governador, o Vice-Governador e
Polícia Civil do Distrito Federal dá-se por indicação em os Secretários de Estado do Distrito Federal por crime de
lista tríplice elaborada pelos Delegados de Polícia e responsabilidade. (Artigo com a redação da Emenda à Lei
Orgânica nº 44, de 2005.)
Policiais Civis do Distrito Federal. (Parágrafo acrescido pela
Emenda à Lei Orgânica nº 102, de 2017.) (declarado(a)
inconstitucional pelo(a) ADI 2017 00 2 0221743 de 07/11/2017) Art. 103. Admitida acusação contra o Governador,
por dois terços da Câmara Legislativa, será ele
Seção III submetido a julgamento perante o Superior Tribunal de
Da Responsabilidade do Governador Justiça, nas infrações penais comuns, ou perante a
Art. 101. São crimes de responsabilidade os atos própria Câmara Legislativa, nos crimes de
do Governador do Distrito Federal que atentem contra a responsabilidade. (Expressão “Admitida a acusação pelo voto de
Constituição Federal, contra esta Lei Orgânica e, dois terços da Câmara Legislativa” declarada inconstitucional: ADI nº
4362 – STF, Diário de Justiça, de 6/2/2018.)
especialmente, contra:
§ 1º O Governador ficará suspenso de suas
I – a existência da União e do Distrito Federal;
funções:
II – o livre exercício do Poder Executivo e do Poder
I – nas infrações penais comuns, se recebida a
Legislativo ou de outras autoridades constituídas;
denúncia ou queixa-crime pelo Superior Tribunal de
III – o exercício dos direitos políticos, individuais e
Justiça; (Ver ADI nº 4362 – STF, Diário de Justiça, de 6/2/2018.)
sociais; (Inciso declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 4362 de 17/12/2009)
IV – a segurança interna do País e do Distrito II – nos crimes de responsabilidade, após a
Federal; instauração do processo pela Câmara Legislativa.
V – a probidade na administração; § 2º Se, decorrido o prazo de 180 (cento e oitenta)
VI – a lei orçamentária; dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o
VII – o cumprimento das leis e das decisões afastamento do Governador, sem prejuízo do regular
judiciais. prosseguimento do processo.
Parágrafo único. Os crimes de que trata este artigo § 3º (Parágrafo revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 57,
serão definidos em lei especial, que estabelecerá as de 2010.).
normas de processo e julgamento. § 4º (Parágrafo revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 57,
de 2010.).
Art. 101-A. São crimes de responsabilidade os atos
dos Secretários de Estado do Distrito Federal, dos Art. 104. A condenação do Governador ou do Vice-
dirigentes e servidores da administração pública direta e Governador do Distrito Federal implica a destituição do
indireta, do Procurador-Geral, dos comandantes da cargo, sem prejuízo das demais sanções legais cabíveis.
Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar e do
Diretor-Geral da Polícia Civil que atentarem contra a Seção IV
Constituição Federal, esta Lei Orgânica e, especialmente, Dos Secretários de Estado do Distrito Federal
(Título da Seção com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 44, de
contra: (Artigo e respectivos incisos e parágrafos com a redação da 2005.)
Emenda à Lei Orgânica nº 44, de 2005.)
Art. 105. Os Secretários de Estado serão
I – a existência da União e do Distrito Federal;
escolhidos entre brasileiros maiores de vinte e um anos,
II – o livre exercício dos Poderes Executivo e
no exercício dos direitos políticos, aplicando-se-lhes o
Legislativo e das outras autoridades constituídas;
disposto no art. 19, § 8º. (Caput com a redação da Emenda à Lei
III – o exercício dos direitos políticos, individuais e Orgânica nº 60, de 2011.)
sociais; Parágrafo único. Compete aos Secretários de
IV – a segurança interna do País e do Distrito Estado do Distrito Federal, além de outras atribuições
Federal; estabelecidas nesta Lei Orgânica e nas demais leis:
V – a probidade na administração; (Parágrafo único com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 44, de
VI – a lei orçamentária; 2005.)
VII – o cumprimento das leis e decisões judiciais. I – exercer a orientação, coordenação e supervisão
§ 1º A recusa em atender a convocação da dos órgãos e entidades da administração do Distrito
Câmara Legislativa ou de qualquer das suas comissões Federal, na área de sua competência;
constitui igualmente crime de responsabilidade. II – referendar os decretos e os atos assinados
§ 2º A Mesa Diretora, as comissões permanentes e pelo Governador, referentes à área de sua competência;
os Deputados Distritais poderão apresentar ao Plenário III – expedir instruções para a execução das leis,
denúncia solicitando a instauração de processo por crime decretos e regulamentos;
de responsabilidade contra qualquer das autoridades IV – apresentar ao Governador relatório anual de
elencadas no caput. sua gestão;
§ 3º Admitida a acusação constante da denúncia, V – praticar os atos pertinentes às atribuições que
por maioria absoluta dos Deputados Distritais, será a lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Governador do
autoridade julgada perante a própria Câmara Legislativa. Distrito Federal;
§ 4º Após admitida a denúncia pela Câmara VI – comparecer à Câmara Legislativa ou a suas
Legislativa a autoridade será afastada imediatamente de comissões, nos casos e para os fins indicados nesta Lei
seu cargo. Orgânica;
§ 5º Aos ex-Governadores e aos ex-ocupantes dos VII – delegar a seus subordinados, por ato
cargos referidos no caput, aplica-se o disposto no § 1º expresso, atribuições previstas na legislação.
quando a convocação referir-se a atos praticados no
período de mandato ou gestão dos respectivos cargos.

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Art. 106. Os Secretários de Estado do Distrito
Federal poderão comparecer à Câmara Legislativa do
Distrito Federal ou a qualquer de suas comissões, por sua
iniciativa ou por convocação, para expor assunto
relevante de sua secretaria. (Artigo com a redação da Emenda à
Lei Orgânica nº 44, de 2005.)

Art. 107. Os Secretários de Estado do Distrito


Federal serão, nos crimes comuns e nos de
responsabilidade, processados e julgados pelo Tribunal
_____________________________________
01

de Justiça do Distrito Federal e Territórios, ressalvada a _____________________________________


02
competência dos órgãos judiciários federais. (Artigo e
respectivos parágrafos com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº _____________________________________
03
44, de 2005.)
§ 1º São crimes de responsabilidade dos
_____________________________________
04
Secretários de Estado do Distrito Federal os referidos nos
arts. 60, XII, e 101, bem como os demais previstos em lei, _____________________________________
05
incluída a recusa ou o não comparecimento à Câmara
Legislativa ou a qualquer de suas comissões quando _____________________________________
06

convocados, além da não prestação de informações no


prazo de trinta dias ou o fornecimento de informações _____________________________________
07

falsas.
§ 2º O acolhimento da denúncia pela prática de _____________________________________
08

crime de responsabilidade acarreta o afastamento do


Secretário de Estado do Distrito Federal do exercício de _____________________________________
09

suas funções.
_____________________________________
10

Seção V _____________________________________
11
Do Conselho de Governo
Art. 108. O Conselho de Governo é o órgão _____________________________________
12

superior de consulta do Governador do Distrito Federal,


que o preside e do qual participam: _____________________________________
13

I – o Vice-Governador do Distrito Federal;


II – o Presidente da Câmara Legislativa; _____________________________________
14

III – os líderes da maioria e da minoria na Câmara


Legislativa; _____________________________________
15

IV – o Procurador-Geral do Distrito Federal;


V – quatro cidadãos brasileiros natos, residentes
no Distrito Federal há pelo menos dez anos, maiores de
trinta anos de idade, todos com mandato de dois anos,
vedada a recondução, sendo dois nomeados pelo
Governador e dois indicados pela Câmara Legislativa.

Art. 109. Compete ao Conselho de Governo


pronunciar-se sobre questões relevantes suscitadas pelo
Governo do Distrito Federal, incluída a estabilidade das
instituições e os problemas emergentes de grave
complexidade e magnitude.
Parágrafo único. A lei regulará a organização e o
funcionamento do Conselho de Governo e as atribuições
de seus membros, que as exercerão independentemente
de qualquer remuneração.

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Da Defensoria Pública do Distrito Federal
Lei Orgânica do Distrito Federal (Seção com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 61, de 2012.)
Art. 114. A Defensoria Pública é instituição
permanente e essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe fundamentalmente, como expressão e
CAPÍTULO IV instrumento do regime democrático, a orientação jurídica,
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA a promoção dos direitos humanos e a defesa judicial e
Seção I extrajudicial, em todos os graus, dos direitos individuais e
Da Procuradoria-Geral do Distrito Federal coletivos de forma integral e gratuita aos necessitados, na
Art. 110. A Procuradoria-Geral é o órgão central do forma do art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal. (Caput
sistema jurídico do Distrito Federal, de natureza com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 86, de 2015.)
permanente, na forma do art. 132 da Constituição § 1º À Defensoria Pública do Distrito Federal é
Federal. (Artigo com a redação original restaurada em virtude da assegurada, nos termos do art. 134, § 2º, da Constituição
declaração de inconstitucionalidade da Emenda à Lei Orgânica nº 9, Federal, e do art. 2º da Emenda Constitucional nº 69, de
de 1996, que havia alterado o dispositivo: ADI nº 1557 – STF, Diário de
Justiça, de 18/6/2004.)
29 de março de 2012, autonomia funcional e
Parágrafo único. A proibição de que trata o art. 19, administrativa, cabendo-lhe elaborar, nos termos da lei de
§ 8º, aplica-se à nomeação do Procurador-Geral do diretrizes orçamentárias, sua proposta orçamentária e
Distrito Federal. (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica encaminhá-la ao Poder Executivo para consolidação da
nº 60, de 2011.) proposta de lei de orçamento anual e submissão ao Poder
Legislativo. (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 61,
Art. 111. São funções institucionais da de 2012.)
Procuradoria-Geral do Distrito Federal: (Caput com a redação § 2º O Defensor Público-Geral do Distrito Federal
da Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.) só pode ser destituído, nos termos da lei, por iniciativa do
I – representar o Distrito Federal judicial e Governador e prévia deliberação da Câmara Legislativa
extrajudicialmente; do Distrito Federal. (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei
II – representar a Fazenda Pública perante os Orgânica nº 61, de 2012.)
Tribunais de Contas da União, do Distrito Federal e § 3º São princípios institucionais da Defensoria
Juntas de Recursos Fiscais; Pública a unidade, a indivisibilidade e a independência
III – promover a defesa da administração pública, funcional, aplicando-se também, no que couber, o
requerendo a qualquer órgão, entidade ou tribunal as disposto nos arts. 93 e 96, II, da Constituição Federal.
(Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 86, de 2015.)
medidas de interesse da justiça, da administração e do
§ 4º Compete privativamente à Defensoria Pública
erário;
a iniciativa das leis sobre: (Parágrafo acrescido pela Emenda à
IV – representar sobre questões de ordem jurídica Lei Orgânica nº 86, de 2015.)
sempre que o interesse público ou a aplicação do direito o I – sua organização e funcionamento;
reclamarem; II – criação, transformação ou extinção dos seus
V – promover a uniformização da jurisprudência cargos públicos e fixação dos respectivos vencimentos ou
administrativa e a compilação da legislação do Distrito subsídios;
Federal; III – o estatuto dos defensores públicos do Distrito
VI – prestar orientação jurídico-normativa para a Federal.
administração pública direta, indireta e fundacional;
VII – efetuar a cobrança judicial da dívida do Art. 115. É assegurada ao policial militar, ao
Distrito Federal. policial civil e ao bombeiro militar do Distrito Federal
§ 1º A cobrança judicial da dívida do Distrito assistência jurídica especializada prestada pelo Distrito
Federal a que se refere o inciso VII deste artigo inclui Federal, quando, no exercício da função, se envolva em
aquela relativa à Câmara Legislativa do Distrito Federal. fatos de natureza penal ou administrativa. (Artigo com a
(Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 14, redação da Emenda à Lei Orgânica nº 105, de 2017.)
de 1997.) § 1º Lei complementar de iniciativa do Poder
§ 2º (Parágrafo revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 95, Executivo disporá sobre a assistência jurídica prestada ao
de 2016.) policial militar, ao policial civil e ao bombeiro militar do
Distrito Federal.
Art. 112. Os servidores de apoio às atividades § 2º Não é prestada a assistência jurídica de que
jurídicas serão organizados em carreira, com quadro trata este artigo nas hipóteses de improbidade
próprio e funções específicas. administrativa apurada em processo administrativo
disciplinar.
Art. 113. Aplicam-se aos Procuradores das
autarquias e fundações do Distrito Federal e aos Art. 116. Haverá na assistência judiciária centro de
Procuradores da Câmara Legislativa do Distrito Federal atendimento para a assistência jurídica, apoio e
os mesmos direitos, deveres, garantias, vencimentos, orientação à mulher vítima de violência, bem como a seus
proibições e impedimentos da atividade correcional e de familiares.
disposições atinentes à carreira de Procurador do Distrito
Federal. (Artigo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 9, de CAPÍTULO V
1996.)
DA SEGURANÇA PÚBLICA
Art. 117. (Artigo revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº
Seção II 80, de 2014.).

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§ 7º O ingresso na carreira de policial civil do
Art. 117-A. A Segurança Pública, dever do Estado, Distrito Federal é feito na forma da lei. (Parágrafo com a
direito e responsabilidade de todos, é exercida com base redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.)
nos seguintes princípios: (Artigo acrescido pela Emenda à Lei § 8º As atividades desenvolvidas nos Institutos de
Orgânica nº 94, de 2016.) Criminalística, de Medicina Legal e de Identificação são
I – respeito aos direitos humanos e promoção dos consideradas de natureza técnico-científica.
direitos e das garantias fundamentais individuais e § 9º Aos integrantes das categorias de perito
coletivas, especialmente dos segmentos sociais de maior criminal, médico-legista e datiloscopista policial é
vulnerabilidade; garantida a independência funcional na elaboração de
II – preservação da ordem pública, assim laudos periciais. (Parágrafo com a redação original, restaurada em
entendidas as ordens urbanística, fundiária, econômica, virtude da declaração de inconstitucionalidade da Emenda à Lei
Orgânica nº 34, de 2001, que havia alterado o dispositivo: ADI nº 2004
tributária, das relações de consumo, ambiental e da saúde 00 2 008821-3 – TJDFT, Diário da Justiça, de 21/5/2007 e de 19/7/2010.
pública; Parágrafo declarado inconstitucional: ADI nº 5579 – STF, Diário da
III – gestão integrada de seus órgãos e deles com Justiça, de 30/6/2021.)
as esferas educacional, da saúde pública e da assistência § 10. Compete ao Diretor-Geral da Polícia Civil do
social, com a finalidade de prestar serviço concentrado na Distrito Federal, por delegação, autorizar a realização de
prevenção; concursos públicos para o provimento de cargos das
IV – ênfase no policiamento comunitário; carreiras da Polícia Civil, o que ocorre sempre que as
V – preservação da incolumidade das pessoas e vagas excedam a 5% dos respectivos cargos ou, com
do patrimônio público e privado. menor número, de acordo com a necessidade, bem como
§ 1º São objetivos da política de segurança decidir sobre o provimento dos cargos e expedir normas
pública: complementares necessárias aos referidos fins. (Parágrafo
I – a prevenção das infrações penais, por meio de acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 90, de 2015, que foi
declarada inconstitucional: ADI 2015 00 2 024735-5 – TJDFT, Diário de
procedimentos investigatórios e de policiamento Justiça, de 8/7/2016.)
ostensivo; § 11. A delegação de que trata o § 10 exige prévia
II – a apuração das infrações penais, por meio de manifestação da Secretaria de Estado de Planejamento e
procedimentos investigatórios de polícia judiciária; Orçamento do Distrito Federal, antes da realização do
III – o exercício da atividade de defesa civil, concurso, que confirme a existência de disponibilidade
prevenção e combate a incêndios, alagamentos, orçamentária para cobrir as despesas com o provimento
enchentes e outros desastres; dos cargos. (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº
IV – a guarda dos prédios públicos do Distrito 90, de 2015, que foi declarada inconstitucional: ADI 2015 00 2 024735-
Federal. 5 – TJDFT, Diário de Justiça, de 8/7/2016.)
§ 2º A política de segurança pública do Distrito § 12. É assegurado, pelo menos 1 vez ao ano ou
Federal se norteará pela lei do Plano Decenal de quando da nomeação por concurso público, o concurso
Segurança Pública, cujo texto tratará do planejamento de remoção interno, na hipótese em que o número de
estratégico do setor, estabelecendo diretrizes, metas e interessados seja superior ao número de vagas, com
ajustes a serem permanentemente feitos pelo Poder critérios objetivos, pretéritos e determinados na Polícia
Público para o seu atingimento. Civil do Distrito Federal para todos os cargos e carreiras.
(Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 98, de 2016.)
§ 13. O concurso de remoção de que trata o § 12
Art. 118. (Artigo revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº
80, de 2014.). abrange todas as unidades e seções da Polícia Civil do
Distrito Federal, excetuando-se apenas as funções
Seção I comissionadas. (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica
nº 98, de 2016.)
Da Polícia Civil
§ 14. É obrigatória a comprovação dos pré-
Art. 119. À Polícia Civil, órgão permanente
requisitos objetivos e determinados exigidos de cada
dirigido por delegado de polícia de carreira, incumbe,
função para lotação pelo concurso de remoção. (Parágrafo
ressalvada a competência da União, as funções de polícia acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 98, de 2016.)
judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as § 15. Aos integrantes das categorias de agente de
militares. polícia, agente policial de custódia e escrivão de polícia é
§ 1º São princípios institucionais da Polícia Civil garantida a independência funcional na elaboração e no
unidade, indivisibilidade, legalidade, moralidade, conteúdo dos atos legais delegados ou próprios sob sua
impessoalidade, hierarquia funcional, disciplina e unidade responsabilidade. (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei
de doutrina e de procedimentos. (Parágrafo com a redação da Orgânica nº 98, de 2016.)
Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.) § 16. A Polícia Civil do Distrito Federal pode dispor
§ 2º (Parágrafo revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 80, de unidade especializada na custódia de presos
de 2014.).
provisórios e bens apreendidos, devendo seu dirigente ser
§ 3º (Parágrafo revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 80,
de 2014.). escolhido entre os integrantes da categoria funcional de
§ 4º Aos integrantes da categoria de delegado de Agente Policial de Custódia. (Parágrafo acrescido pela Emenda
à Lei Orgânica nº 111, de 2019.)
polícia é garantida independência funcional no exercício
das atribuições de Polícia Judiciária. (Parágrafo declarado Art. 119-A. Lei disporá sobre normas específicas e
inconstitucional: ADI nº 5579 – STF, Diário da Justiça, de 30/6/2021.)
suplementará as normas federais sobre a organização da
§ 5º Os Institutos de Criminalística, de Medicina
Polícia Civil do Distrito Federal e sobre direitos, garantias
Legal e de Identificação compõem a estrutura
e deveres de seus integrantes, nos termos do art. 24, XVI,
administrativa da Polícia Civil, devendo seus dirigentes
e § 1º, da Constituição Federal e do art. 17, XVI, desta Lei
ser escolhidos entre os integrantes do quadro funcional do
Orgânica, sendo-lhes devido, sem prejuízo do subsídio e
respectivo instituto.
de outras verbas de natureza indenizatória, auxílio-
§ 6º A função de policial civil é considerada de
moradia, auxílio-uniforme e auxílio-alimentação, na forma
natureza técnica.
do regulamento. (Artigo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº

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90, de 2015, que foi declarada inconstitucional: ADI 2015 00 2 024735- própria e autonomia administrativa, financeira e técnica,
5 – TJDFT, Diário de Justiça, de 8/7/2016.)
está vinculado à secretaria responsável pelo transporte do
Parágrafo único. Aplica-se aos integrantes das
Distrito Federal.
carreiras de Delegado de Polícia do Distrito Federal e de
§ 3º Compete ao Departamento de Trânsito do
Polícia Civil do Distrito Federal, no que couber, a lei que
Distrito Federal e ao Departamento de Estradas de
trata de direitos e garantias dos servidores públicos civis
Rodagem do Distrito Federal, no âmbito de suas
do Distrito Federal. (declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI
24735-5 de 23/09/2015)
respectivas esferas de atuação, o exercício do poder de
polícia administrativa e a fixação dos preços públicos a
Seção II serem cobrados pelos serviços administrativos prestados
Da Polícia Militar aos usuários, cabendo a lei ordinária a fixação das
Art. 120. (Artigo revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº
demais competências das entidades executivas de
80, de 2014.). trânsito e rodoviária do Distrito Federal.

Seção III Seção VI


Do Corpo de Bombeiros Militar Da Segurança Metroviária
Art. 121. (Artigo revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº (Seção acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 89, de 2015, que foi
80, de 2014.). declarada inconstitucional: ADI nº 2015 00 2 024292-8 – TJDFT, Diário
de Justiça, de 20/6/2016 e de 20/10/2016.)

Seção IV Art. 124-B. À segurança do transporte metroviário,


Da Política Penitenciária exercida por Agente de Segurança Metroviária do corpo
Art. 122. A legislação penitenciária do Distrito próprio da Companhia do Metropolitano do Distrito
Federal assegurará o respeito às regras da Organização Federal, incumbe a adoção de medidas de natureza
das Nações Unidas para o tratamento de reclusos, a técnica, administrativa e educativa que visem a
defesa técnica nas infrações disciplinares e definirá a incolumidade dos usuários, agentes públicos e
composição e competência do Conselho de Política patrimônios a ela vinculados, bem como a prevenção de
Penitenciária do Distrito Federal. acidentes, ressalvada a competência dos órgãos de
segurança pública do Distrito Federal. (Artigo acrescido pela
Emenda à Lei Orgânica nº 89, de 2015, que foi declarada
Art. 123. O estabelecimento prisional destinado a inconstitucional: ADI nº 2015 00 2 024292-8 – TJDFT, Diário de
mulheres terá, em local anexo e independente, creche em Justiça, de 20/6/2016 e de 20/10/2016.)
tempo integral para seus filhos de 0 a 6 anos, atendidos § 1º A segurança metroviária deve colaborar com o
por pessoas especializadas, assegurado aos filhos das policiamento ostensivo para manutenção da ordem
presidiárias o direito à amamentação até completarem, no pública e prevenção ou repressão de crimes nas áreas do
mínimo, 12 meses de idade. (Caput com a redação da Emenda serviço do transporte metroviário.
à Lei Orgânica nº 100, de 2017.) § 2º Compete à segurança metroviária o exercício
Parágrafo único. À mulher presidiária será do poder de polícia administrativa na modalidade
garantida assistência pré-natal prioritariamente e a fiscalização e consentimento no âmbito das áreas do
obrigatoriedade de assistência integral a sua saúde. serviço metroviário.

Art. 124. Os estabelecimentos prisionais e TÍTULO IV


correcionais proporcionarão aos internos condições de DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO DO DISTRITO
exercer atividades produtivas remuneradas que lhes FEDERAL
garantam o sustento e o de suas famílias e assistência à CAPÍTULO I
saúde, de caráter preventivo e curativo, em serviço DO SISTEMA TRIBUTÁRIO DO DISTRITO FEDERAL
próprio do estabelecimento e com pessoal técnico nele Seção I
lotado em caráter permanente. (Artigo com a redação da Dos Princípios Gerais
Emenda à Lei Orgânica nº 32, de 1999.)
Art. 125. Compete ao Distrito Federal instituir os
Parágrafo único. A lei definirá as características do seguintes tributos:
serviço e as modalidades de sua integração com a rede I – impostos de sua competência previstos na
pública de saúde do Distrito Federal. Constituição Federal;
II – taxas em razão do exercício do poder de
Seção V polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços
Do Departamento de Trânsito e do Departamento de públicos de sua atribuição, específicos e divisíveis,
Estradas de Rodagem prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
(Seção com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 119, de 2020)
III – contribuição de melhoria, decorrente de obras
Art. 124-A. O Departamento de Trânsito do Distrito
públicas;
Federal e o Departamento de Estradas de Rodagem são,
IV – contribuição para o custeio do serviço de
respectivamente, entidade executiva de trânsito do Distrito
iluminação pública; (Inciso acrescido pela Emenda à Lei Orgânica
Federal e entidade executiva rodoviária do Distrito nº 80, de 2014.)
Federal. (Artigo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 119, de V – contribuição previdenciária, cobrada dos
2020)
servidores públicos, dos aposentados e dos pensionistas
§ 1º O Departamento de Trânsito do Distrito
para o custeio, em benefício deles, do regime próprio de
Federal, entidade autárquica integrante do Sistema
previdência social. (Inciso acrescido pela Emenda à Lei Orgânica
Nacional de Trânsito, com personalidade jurídica própria e nº 80, de 2014.)
autonomia administrativa, financeira e técnica, está § 1º A função social dos impostos incorpora o
vinculado à secretaria responsável pela segurança pública princípio de justiça fiscal e o critério de progressividade a
do Distrito Federal. serem observados na legislação.
§ 2º O Departamento de Estradas de Rodagem do § 2º Sempre que possível, os impostos terão
Distrito Federal, entidade autárquica integrante do caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade
Sistema Nacional de Trânsito, com personalidade jurídica

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econômica do contribuinte, facultado à administração a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do
tributária, especialmente para conferir efetividade a esses início da vigência da lei que os houver instituído ou
objetivos, identificar o patrimônio, rendimentos e aumentado;
atividades econômicas do contribuinte, respeitados os b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido
direitos individuais e nos termos da lei. publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
§ 3º As taxas não poderão ter base de cálculo c) antes de decorridos noventa dias da data em
própria de impostos. que tiver sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou,
§ 4º Nenhuma taxa, à exceção das decorrentes do observado o disposto na alínea b; (Alínea acrescida pela
exercício do poder de polícia, poderá ser aplicada em Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.)
despesas estranhas aos serviços para os quais foi criada. IV – utilizar tributo com efeito de confisco;
§ 5º O Distrito Federal poderá, mediante convênio V – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas
com a União, Estados e Municípios, delegar ou deles ou de bens por meio de tributos, ressalvada a cobrança
receber encargos de administração tributária. de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo
§ 6º É facultada a cobrança da contribuição de que Distrito Federal;
trata o inciso IV na fatura de consumo de energia elétrica. VI – instituir impostos sobre:
(Parágrafo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.) a) patrimônio, renda ou serviços da União, Estados
§ 7º A contribuição de que trata o inciso V não e Municípios;
pode ter alíquota inferior à da contribuição dos servidores b) templos de qualquer culto;
públicos efetivos da União. (Parágrafo acrescido pela Emenda à c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos
Lei Orgânica nº 80, de 2014.) políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação
Art. 126. O sistema tributário do Distrito Federal e assistência social sem fins lucrativos, atendidos os
obedecerá ao disposto no art. 146 da Constituição requisitos da lei;
Federal, em resolução do Senado Federal, nesta Lei d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a
Orgânica e em leis ordinárias, no tocante a: sua impressão;
I – conflitos de competência em matéria tributária e) fonogramas e videofonogramas musicais
entre pessoas de direito público; produzidos no Brasil contendo obras musicais ou
II – limitações constitucionais ao poder de tributar; literomusicais de autores brasileiros ou obras em geral
III – definição de tributos e de suas espécies, bem interpretadas por artistas brasileiros, bem como os
como em relação aos impostos constitucionais suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham,
discriminados, dos respectivos fatos geradores, bases de salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas
cálculo e contribuintes; de leitura a laser; (Alínea acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº
IV – obrigação, lançamento, crédito, prescrição e 80, de 2014.)
decadência tributários; VII – estabelecer diferença tributária entre bens e
V – adequado tratamento tributário ao ato serviços de qualquer natureza, em razão de sua
cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. procedência ou destino.
§ 1º A vedação do inciso VI, a, é extensiva a
Art. 126-A. Ao sistema tributário do Distrito Federal autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder
aplica-se o seguinte: (Artigo acrescido pela Emenda à Lei Público, no que se refere a patrimônio, renda e serviços
Orgânica nº 80, de 2014.) vinculados a suas finalidades essenciais ou delas
I – as normas gerais aplicáveis aos diferentes decorrentes.
impostos e demais tributos são objeto do código tributário; § 2º As vedações do inciso VI, a, e as do parágrafo
II – cada imposto ou contribuição, observadas as anterior não se aplicam a patrimônio, renda e serviços
exceções desta Lei Orgânica, deve ser objeto de lei relacionados com a exploração de atividades econômicas
ordinária específica e de conteúdo exclusivo. regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos
Parágrafo único. As disposições de vigência privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento
temporária em matéria tributária podem ser instituídas em de preços ou tarifas pelo usuário, nem exoneram o
leis diversas das mencionadas no inciso II. promitente comprador da obrigação de pagar imposto
relativamente ao bem imóvel.
Art. 127. Ao Distrito Federal competem, § 3º As vedações do inciso VI, alíneas b e c,
cumulativamente, os impostos reservados aos Estados e compreendem somente patrimônio, renda e serviços
Municípios nos termos dos arts. 155 e 156 da relacionados com as finalidades essenciais das entidades
Constituição Federal. nelas mencionadas.
§ 4º Os projetos de lei que instituam ou majorem
Seção II tributos só podem ser apreciados pela Câmara
Das Limitações do Poder de Tributar Legislativa, no mesmo exercício financeiro, se a ela
Art. 128. Sem prejuízo de outras garantias encaminhados antes de noventa dias de seu
asseguradas ao contribuinte, é vedado ao Distrito encerramento, ressalvados os casos: (Parágrafo com a
Federal: redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014, que foi declarada
I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o inconstitucional no ponto que deu nova redação ao § 4º do art. 128 da
Lei Orgânica do Distrito Federal, bem como do texto original, por
estabeleça; meio incidental: ADI nº ADI nº 2016 00 2 023947-9 – TJDFT, Diário de
II – instituir tratamento desigual entre contribuintes Justiça de 22/1/2018.)
que se encontrem em situação equivalente, proibida I – autorizados na lei de diretrizes orçamentárias;
qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou II – de alteração tributária efetuada na legislação
função por eles exercida, independentemente da federal;
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; III – de proposta ou convênio advindo do Conselho
III – cobrar tributos: Nacional de Política Fazendária – Confaz;

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IV – de tributo sujeito à noventena prevista no a) transmissão causa mortis e doação de
inciso III, c. quaisquer bens ou direitos;
§ 5º A vedação prevista no inciso III, b, não se b) operações relativas à circulação de mercadorias
aplica à contribuição previdenciária de que trata o art. e sobre prestações de serviços de transporte
125, V. (Parágrafo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80, interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda
de 2014.) que as operações e as prestações se iniciem no exterior;
§ 6º A vedação prevista no inciso III, c, não se (Alínea com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.)
aplica à fixação da base de cálculo: (Parágrafo acrescido pela c) propriedade de veículos automotores;
Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.) d) propriedade predial e territorial urbana;
I – do imposto sobre propriedade de veículos e) transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato
automotores; oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física,
II – do imposto sobre propriedade predial e e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia,
territorial urbana. bem como cessão de direitos a sua aquisição;
§ 7º A lei pode atribuir a sujeito passivo de f) (Alínea revogada pela Emenda à Lei Orgânica nº 80, de
obrigação tributária a condição de responsável pelo 2014.);
pagamento de imposto ou contribuição cujo fato gerador g) serviços de qualquer natureza, não
deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e compreendidos na alínea b, definidos em lei
preferencial restituição da quantia paga, caso não se complementar federal;
realize o fato gerador presumido. (Parágrafo acrescido pela II – (Inciso revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 80, de
Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.) 2014.).

Art. 129. A lei poderá isentar, reduzir ou agravar Art. 133. O imposto sobre a transmissão causa
tributos, para favorecer atividades de interesse público ou mortis e doação de quaisquer bens ou direitos:
para conter atividades incompatíveis com este, I – incidirá sobre:
obedecidos os limites de prazo e valor. a) bens imóveis situados no Distrito Federal e
Parágrafo único. Para efeito de redução ou respectivos direitos;
isenção da carga tributária, a lei definirá os produtos que b) bens móveis, títulos e créditos quando o
integrarão a cesta básica, para atendimento da população inventário ou arrolamento se processar no Distrito Federal
de baixa renda, observadas as restrições da legislação ou o doador nele tiver domicílio;
federal. II – terá a competência para sua instituição
regulada por lei complementar federal:
Art. 130. São isentas de impostos de competência a) se o doador tiver domicílio ou residência no
do Distrito Federal as operações de transferência de exterior;
imóveis desapropriados para fins de reforma agrária. b) se o de cujus possuía bens, era residente ou
domiciliado, ou teve o seu inventário processado no
Art. 131. As isenções, anistias, remissões, exterior;
benefícios e incentivos fiscais que envolvam matéria III – obedecerá a alíquotas máximas fixadas por
tributária e previdenciária, inclusive as que sejam objeto resolução do Senado Federal.
de convênios celebrados entre o Distrito Federal e a
União, Estados e Municípios, observarão o seguinte: Art. 134. O imposto sobre operações relativas à
I – só poderão ser concedidos ou revogados por circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços
meio de lei específica, aprovada por dois terços dos de transporte interestadual e intermunicipal e de
membros da Câmara Legislativa, obedecidos os limites de comunicação atenderá ao seguinte:
prazo e valor; I – será não cumulativo, compensando-se o que for
II – não serão concedidos no último exercício de devido em cada operação relativa à circulação de
cada legislatura, salvo os benefícios fiscais relativos ao mercadorias ou prestação de serviços com o montante
imposto sobre operações relativas à circulação de cobrado nas anteriores pelo Distrito Federal ou outro
mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte Estado;
interestadual e intermunicipal e de comunicação, II – a isenção ou não incidência, salvo
deliberados na forma do inciso VII do § 5º do art. 135, e determinação em contrário da legislação:
no caso de calamidade pública, nos termos da lei; (Inciso a) não implicará crédito para compensação com o
com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 38, de 2002.) montante devido nas operações ou prestações seguintes;
III – não serão concedidos às empresas que b) acarretará a anulação do crédito às operações
utilizem em seu processo produtivo mão-de-obra baseada anteriores;
no trabalho de crianças e de adolescentes, em desacordo III – poderá ser seletivo, em função da
com o disposto no art. 7º, XXXIII, da Constituição Federal. essencialidade das mercadorias e dos serviços;
(Inciso acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 30, de 1999.)
IV – terá as alíquotas aplicáveis a operações e
Parágrafo único. Os convênios celebrados pelo
prestações interestaduais e de exportação fixadas por
Distrito Federal na forma prescrita no art. 155, § 2º, XII, g,
resolução do Senado Federal.
da Constituição Federal, deverão observar o que dispõe o
texto constitucional e a legislação complementar
Art. 135. O Distrito Federal fixará as alíquotas do
pertinente. (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 1,
de 1994.)
imposto de que trata o artigo anterior para as operações
internas, observado o seguinte:
Seção III I – limite mínimo não inferior ao estabelecido pelo
Dos Impostos do Distrito Federal Senado Federal para as operações interestaduais, salvo:
Art. 132. Compete ao Distrito Federal instituir: a) deliberação em contrário, estabelecida na forma
I – impostos sobre: da lei complementar federal, conforme previsto no art.
155, § 2º, VI, da Constituição Federal;

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b) resolução do Senado Federal, na forma do art. VI – prever casos de manutenção de crédito,
155, § 2º, V, a, da Constituição Federal; relativamente a remessa para outro Estado e exportação
II – limite máximo, na hipótese de resolução do para o exterior de serviços e de mercadorias;
Senado Federal, para solução de conflito específico que VII – regular a forma como, mediante deliberação
envolva interesse do Distrito Federal e dos Estados; dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e
III – em relação a operações e prestações que benefícios fiscais serão concedidos e revogados;
destinem bens e serviços a consumidor final localizado VIII – definir os combustíveis e lubrificantes sobre
em outro Estado, adotar-se-á: os quais o imposto incide uma única vez, qualquer que
a) a alíquota interestadual, quando o destinatário seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplica o
for contribuinte do imposto; disposto no § 3º, II; (Inciso acrescido pela Emenda à Lei Orgânica
b) a alíquota interna, quando o destinatário não for nº 80, de 2014.)
contribuinte do imposto. IX – fixar a base de cálculo, de modo que o
§ 1º Caberá ao Distrito Federal o imposto montante do imposto a integre, também na importação do
correspondente à diferença entre a alíquota interna e a exterior de bem, mercadoria ou serviço. (Inciso acrescido
pela Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.)
interestadual, nas operações e prestações interestaduais
§ 6º As deliberações tomadas nos termos do § 5º,
que lhe destinem mercadorias e serviços, quando o
VII, no tocante a convênios de natureza autorizativa,
destinatário, situado no seu território, for contribuinte do
serão estabelecidas sob condições determinadas de
imposto.
limites de prazo e valor e somente produzirão efeito no
§ 2º O imposto incide também: (Parágrafo com a
redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.) Distrito Federal após sua homologação pela Câmara
I – sobre a entrada de bem ou mercadoria Legislativa.
importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda § 7º À exceção do imposto de que trata o art. 134,
que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer nenhum outro imposto de competência do Distrito Federal
que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço pode incidir sobre operações relativas a energia elétrica,
prestado no exterior, cabendo o imposto ao Distrito serviços de telecomunicações, derivados de petróleo,
Federal, se nele estiver situado o domicílio ou o combustíveis e minerais do País. (Parágrafo com a redação da
Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.)
estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou
serviço;
Art. 135-A. Ao imposto sobre propriedade de
II – sobre o valor total da operação, quando
veículos automotores aplica-se o seguinte: (Artigo acrescido
mercadorias forem fornecidas com serviços não sujeitos pela Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.)
ao imposto sobre serviços de qualquer natureza. I – não pode ter alíquotas inferiores às mínimas
§ 3º O imposto não incide: (Caput com a redação da fixadas pelo Senado Federal;
Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.)
II – pode ter alíquotas diferenciadas em função do
I – sobre operações que destinem mercadorias
tipo e da utilização.
para o exterior, nem sobre serviços prestados a
destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o
Art. 136. Ao imposto sobre propriedade predial e
aproveitamento do montante do imposto cobrado nas
territorial urbana aplica-se o seguinte: (Artigo com a redação
operações e prestações anteriores; (Inciso com a redação da da Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.)
Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.)
I – pode ser progressivo:
II – sobre operações que destinem a outro Estado
a) no tempo, na forma do art. 323;
petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e
b) em razão do valor do imóvel;
gasosos dele derivados, e energia elétrica; (Inciso com a
redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.) II – pode ter alíquotas diferentes de acordo com a
III – sobre o ouro, quando definido em lei federal, localização e o uso do imóvel;
nas hipóteses previstas no art. 153, § 5º, da Constituição III – deve, nos termos de lei específica, assegurar
Federal; o cumprimento da função social da propriedade,
IV – nas prestações de serviço de comunicação considerados, entre outros aspectos:
nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e a) valor real do imóvel, corrigido a cada ano fiscal;
imagens de recepção livre e gratuita. (Inciso acrescido pela b) existência ou não de área construída;
Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.) c) utilização própria ou locatícia.
§ 4º O imposto não compreenderá, em sua base
de cálculo, o montante do imposto sobre produtos Art. 137. O imposto sobre transmissão inter vivos
industrializados, quando a operação, realizada entre de bens imóveis e de direitos a eles relativos não incide
contribuintes e relativa a produto destinado a sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao
industrialização ou a comercialização, configure fato patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital,
gerador dos dois impostos. nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente
§ 5º Observar-se-á a lei complementar federal de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa
para: jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade
I – definir seus contribuintes; preponderante do adquirente for a compra e venda
II – dispor sobre substituição tributária; desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou
III – disciplinar o regime de compensação do arrendamento mercantil.
imposto;
IV – fixar, para efeito de sua cobrança e definição Art. 138. (Artigo revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº
do estabelecimento responsável, o local das operações 80, de 2014.).
relativas à circulação de mercadorias e das prestações de
serviços; Art. 139. As alíquotas mínimas e máximas do
V – excluir da incidência do imposto, nas imposto sobre serviços de qualquer natureza são as
exportações para o exterior, serviços e outros produtos fixadas em lei complementar federal. (Artigo com a redação da
Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.)
além dos mencionados no § 3º, I;

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e sociedades de economia mista e demais entidades em
Art. 140. O Distrito Federal divulgará, até o último que o Distrito Federal, direta ou indiretamente, detenha a
dia do mês subsequente ao da arrecadação, os maioria do capital social com direito a voto, serão
montantes de cada um dos tributos arrecadados e dos depositados e movimentados no Banco de Brasília S.A.,
demais recursos recebidos, inclusive os transferidos pela ressalvados os casos previstos em lei.
União. § 3º A execução financeira dos órgãos e entidades
mantidos com recursos do orçamento do Distrito Federal
Art. 141. O Distrito Federal orientará os far-se-á por sistema integrado de caixa, conforme
contribuintes com vistas ao cumprimento da legislação disposto em lei.
tributária, que conterá, entre outros princípios, o da justiça § 4º Os pagamentos das remunerações, de
fiscal, bem como determinará mediante lei medidas para qualquer natureza, devidas pelo Distrito Federal aos
esclarecer os consumidores acerca de impostos que servidores da administração direta, aos servidores das
incidam sobre mercadorias e serviços, fazendo ainda autarquias e das fundações instituídas ou mantidas pelo
publicar, anualmente, a legislação tributária consolidada. Poder Público, aos empregados das empresas públicas e
das sociedades de economia mista, bem como aos
Seção IV empregados das demais entidades em que o Distrito
Da Repartição das Receitas Tributárias Federal, direta ou indiretamente, detenha a maioria do
Art. 142. Constituem receitas do Distrito Federal: capital social com direito a voto, serão efetuados pelo
I – o produto da arrecadação do imposto da União Banco de Brasília – BRB, para concretizar-lhe e
sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente preservar-lhe a função social. (Parágrafo acrescido pela
na fonte sobre rendimentos pagos, a qualquer título, pelo Emenda à Lei Orgânica nº 51, de 2008.)
Distrito Federal, suas autarquias e pelas fundações que § 5º As disposições do parágrafo anterior se
instituir e mantiver; aplicam inclusive aos pagamentos dos servidores cujas
II – 20% (vinte por cento) do produto da remunerações sejam custeadas por recursos oriundos de
arrecadação do imposto que a União instituir no exercício repasses feitos pela União. (Parágrafo acrescido pela Emenda à
Lei Orgânica nº 51, de 2008.)
da competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I, da
Constituição Federal;
Art. 145. Os recursos financeiros correspondentes
III – 50% do produto da arrecadação do imposto da
às dotações orçamentárias da Câmara Legislativa do
União sobre a propriedade territorial rural, relativamente
Distrito Federal, do Tribunal de Contas do Distrito Federal
aos imóveis situados no Distrito Federal, cabendo a
e da Defensoria Pública do Distrito Federal são
totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153,
repassados em duodécimos, até o dia 20 de cada mês,
§ 4º, III, da Constituição Federal; (Inciso com a redação da
Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.) em cotas estabelecidas na programação financeira,
IV – a parcela que lhe couber na forma do art. 159 exceto em caso de investimento, em que se obedecerá ao
da Constituição Federal; (Inciso com a redação da Emenda à Lei cronograma estabelecido. (Artigo com a redação da Emenda à
Orgânica nº 80, de 2014.) Lei Orgânica nº 61, de 2012.)
V – o produto da arrecadação do imposto que a
União instituir no exercício da competência que lhe é Art. 146. Lei complementar, observados os
atribuída pelo art. 153, V e seu § 5º, da Constituição princípios estabelecidos na Constituição da República e
Federal. as disposições de lei complementar federal e resoluções
do Senado Federal, disporá sobre:
I – finanças públicas;
CAPÍTULO II II – emissão e resgate de títulos da dívida pública;
DAS FINANÇAS PÚBLICAS III – concessão de garantia pelas entidades
Art. 143. A receita pública será constituída por: públicas do Distrito Federal;
I – tributos; IV – fiscalização financeira da administração
II – contribuições financeiras e preços públicos; pública direta e indireta. (Inciso com a redação da Emenda à Lei
Orgânica nº 80, de 2014.)
III – multas;
§ 1º Fica vedada ao Distrito Federal, salvo
IV – rendas provenientes de concessão,
disposição em contrário de norma federal, a contratação
permissão, cessão, arrendamento, locação e autorização
de empréstimos sob garantias futuras, sem previsão do
de uso;
impacto a recair nas subsequentes administrações
V – produto de alienação de bens móveis, imóveis,
financeiras do Distrito Federal.
ações e direitos, na forma da lei;
§ 2º A aquisição de títulos públicos pelo Banco de
VI – doações e legados com ou sem encargos;
Brasília S.A. será disciplinada em lei específica.
VII – outras definidas em lei.
§ 3º O lançamento de títulos da dívida pública e a
contratação de operações de crédito interno ou externo
Art. 144. A arrecadação de todas e quaisquer
dependerão de prévia autorização da Câmara Legislativa,
receitas de competência do Distrito Federal far-se-á na
observadas as disposições pertinentes da legislação
forma disciplinada pelo Poder Executivo, devendo seu
federal.
produto ser obrigatoriamente recolhido ao Banco de
§ 4º O Poder Executivo encaminhará à Câmara
Brasília S.A., à conta do Tesouro do Distrito Federal.
Legislativa, até o último dia de cada mês, a posição
§ 1º O Banco de Brasília S.A. é o agente financeiro
contábil da dívida fundada interna e externa e da dívida
do Tesouro do Distrito Federal e o organismo fundamental
flutuante do Poder Público no mês anterior.
de fomento da região.
§ 2º A disponibilidade de caixa e os recursos
CAPÍTULO III
colocados à disposição dos órgãos da administração
DO ORÇAMENTO
direta, bem como das autarquias e fundações instituídas
Art. 147. O orçamento público, expressão física,
ou mantidas pelo Poder Público e das empresas públicas
social, econômica e financeira do planejamento

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governamental, será documento formal de decisões sobre § 7º Integrarão o projeto de lei orçamentária, além
a alocação de recursos e instrumento de consecução, daqueles definidos em lei complementar, demonstrativos
eficiência e eficácia da ação governamental. específicos com detalhamento das ações
governamentais, dos quais constarão:
Art. 148. Na elaboração de seu orçamento, o I – objetivos, metas e prioridades, por Região
Distrito Federal destinará anualmente às Administrações Administrativa;
Regionais recursos orçamentários em nível compatível, II – identificação do efeito sobre as receitas e
com critério a ser definido em lei, prioritariamente para o despesas decorrente de isenções, anistias, remissões,
atendimento de despesas de custeio e de investimento, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e
indispensáveis a sua gestão. creditícia; (Inciso com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80,
Parágrafo único. Para os fins preconizados no de 2014.)
caput, as Regiões Administrativas constituem-se III – demonstrativo da situação do endividamento,
individualmente em órgãos. no qual se evidenciará, para cada empréstimo, o saldo
devedor e respectivas projeções de amortização e
Art. 149. Leis de iniciativa do Poder Executivo encargos financeiros correspondentes a cada semestre
estabelecerão: do ano da proposta orçamentária.
I – o plano plurianual; § 8º A lei orçamentária incluirá, obrigatoriamente,
II – as diretrizes orçamentárias; previsão de recursos provenientes de transferências,
III – os orçamentos anuais. inclusive aqueles oriundos de convênios, acordos, ajustes
§ 1º O plano plurianual será elaborado com vistas ou instrumentos similares com outras esferas de governo
ao desenvolvimento econômico e social do Distrito e os destinados a fundos.
Federal, podendo ser revisto ou modificado quando § 9º As despesas com publicidade do Poder
necessário, mediante lei específica. Legislativo e dos órgãos ou entidades da administração
§ 2º A lei que aprovar o plano plurianual, direta e indireta do Poder Executivo serão objeto de
compatível com o plano diretor de ordenamento territorial, dotação orçamentária específica, destinando-se, no
estabelecerá, por região administrativa, as diretrizes, mínimo, dez por cento de seu total para contratação de
objetivos e metas, quantificados física e financeiramente, veículos alternativos de comunicação comunitária
da administração pública do Distrito Federal, no horizonte impressa, falada, televisada e on-line sediados no Distrito
de quatro anos, para despesas de capital e outras delas Federal. (Parágrafo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 74,
de 2014.)
decorrentes, bem como as relativas a programas de
§ 10. O orçamento anual deverá ser detalhado por
duração continuada, a contar do exercício financeiro
Região Administrativa e terá entre suas funções a
subsequente.
redução das desigualdades inter-regionais.
§ 3º A lei de diretrizes orçamentárias, compatível
§ 11. A lei orçamentária não conterá dispositivo
com o plano plurianual, compreenderá as metas e
estranho à previsão da receita e à fixação da despesa,
prioridades da administração pública do Distrito Federal,
excluindo-se da proibição:
incluídas as despesas de capital para o exercício
I – a autorização para a abertura de créditos
financeiro subsequente; orientará a elaboração da lei
suplementares;
orçamentária anual; disporá sobre as alterações da
II – a contratação de operações de crédito, ainda
legislação tributária; estabelecerá a política tarifária das
que por antecipação de receita, nos termos da lei;
entidades da administração indireta e a política de
III – a forma da aplicação do superávit ou o modo
aplicação das agências financeiras oficiais de fomento;
de cobrir o déficit.
bem como definirá a política de pessoal a curto prazo da
§ 12. Cabe a lei complementar estabelecer normas
administração direta e indireta do Governo.
de gestão financeira e patrimonial da administração direta
§ 4º A lei orçamentária, compatível com o plano
e indireta, bem como condições para instituição e
plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias,
funcionamento de fundos, observados os princípios
compreenderá:
estabelecidos nesta Lei Orgânica e na legislação federal.
I – o orçamento fiscal referente aos Poderes do
Distrito Federal, seus fundos, órgãos e entidades da
Art. 150. Os projetos de lei relativos ao plano
administração direta e indireta, inclusive fundações
plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento
instituídas ou mantidas pelo Poder Público;
anual e aos créditos adicionais serão encaminhados à
II – o orçamento de investimento das empresas em
Câmara Legislativa, que os apreciará na forma de seu
que o Distrito Federal, direta ou indiretamente, detenha a
regimento interno.
maioria do capital social com direito a voto;
§ 1º O projeto de lei do plano plurianual será
III – o orçamento de seguridade social, abrangidas
encaminhado pelo Governador à Câmara Legislativa até
todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da
15 de setembro do primeiro ano de mandato e devolvido
administração direta e indireta, bem como os fundos e
para sanção até o encerramento da primeira sessão
fundações instituídos ou mantidos pelo Poder Público.
legislativa. (Parágrafo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº
§ 5º O orçamento da seguridade social 87 de 2015.)
compreenderá receitas e despesas relativas a saúde, § 2º O projeto de lei de diretrizes orçamentárias
previdência, assistência social e receita de concursos de será encaminhado até sete meses e meio antes do
prognósticos, incluídas as oriundas de transferências, e encerramento do exercício financeiro e devolvido pelo
será elaborado com base nos programas de trabalho dos Legislativo para sanção até o encerramento do primeiro
órgãos incumbidos de tais serviços, integrantes da período da sessão legislativa.
administração direta e indireta. § 3º O projeto de lei orçamentária para o exercício
§ 6º Os projetos de lei referentes a matérias de seguinte será encaminhado até três meses e meio antes
receita e despesa públicas serão organizados e do encerramento do exercício financeiro em curso e
compatibilizados, em todos os seus aspectos setoriais, devolvido pelo Legislativo para sanção até o
pelo órgão central de planejamento do Distrito Federal. encerramento do segundo período da sessão legislativa.

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§ 4º Cabe à comissão competente da Câmara a) às ações e aos serviços públicos de saúde, à
Legislativa examinar e emitir parecer sobre os projetos manutenção e ao desenvolvimento do ensino e às demais
referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas vinculações compulsórias previstas na Constituição
anualmente pelo Governador do Distrito Federal. Federal;
§ 5º As emendas ao projeto de lei do orçamento b) a fundo constituído para custeio de ações e
anual ou aos projetos que o modifiquem serão admitidas programas voltados para apoio à cultura, apoio ao
desde que: esporte, combate a drogas ilícitas, meio ambiente,
I – sejam compatíveis com o plano plurianual e sanidade animal, assistência social, direitos da criança e
com a lei de diretrizes orçamentárias; do adolescente e assistência à saúde da Câmara
II – indiquem os recursos necessários, admitidos Legislativa, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar.
apenas os provenientes de anulação de despesa, (declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 23917-7 de 25/09/2014)
excluídas as que incidam sobre: § 15. As emendas individuais dos Deputados
a) dotações para pessoal e seus encargos; Distritais ao projeto de lei orçamentária anual são
b) serviço da dívida; aprovadas até o limite de 2% da receita corrente líquida
III – sejam relacionadas: nele estimada. (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica
nº 85, de 2014.)
a) com a correção de erros ou omissões;
§ 16. Ressalvado impedimento de ordem técnica
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
ou jurídica, é obrigatória a execução orçamentária e
§ 6º As emendas ao projeto de lei de diretrizes
financeira dos programas de trabalho incluídos por
orçamentárias não poderão ser aprovadas quando
emendas individuais dos Deputados Distritais ao projeto
incompatíveis com o plano plurianual.
de lei orçamentária anual ou aos projetos que modifiquem
§ 7º As emendas serão apresentadas à comissão
a lei orçamentária anual: (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei
competente da Câmara Legislativa, que sobre elas emitirá Orgânica nº 85, de 2014.)
parecer, e serão apreciadas na forma do regimento I – quando destinadas a investimentos,
interno. manutenção e desenvolvimento do ensino ou a ações e
§ 8º O Governador poderá enviar mensagem ao serviços públicos de saúde, infraestrutura urbana e
Legislativo para propor modificações nos projetos a que assistência social e destinadas à criança e ao
se refere este artigo, enquanto não iniciada, na comissão adolescente; (Inciso com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº
competente da Câmara Legislativa, a votação da parte 118, de 2020.)
cuja alteração é proposta. II – nos demais casos definidos na lei de diretrizes
§ 9º Aplicam-se aos projetos mencionados neste orçamentárias.
artigo, no que não contrariar o disposto neste Capítulo, as § 17. Além da obrigatoriedade de execução
demais normas relativas ao processo legislativo. prevista no § 16, os remanejamentos das emendas
§ 10. Os recursos que, em decorrência de veto, individuais somente podem ocorrer por manifestação
emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, expressa do autor que seja detentor do mandato, ou, em
ficarem sem despesas correspondentes, poderão ser não sendo, por deliberação do Plenário da Câmara
utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais Legislativa do Distrito Federal. (Parágrafo com a redação da
ou suplementares, com prévia e específica autorização Emenda à Lei Orgânica nº 91, de 2015.)
legislativa. § 18. A execução das programações de caráter
§ 11. As receitas próprias de órgãos, fundos, obrigatório decorrentes das emendas individuais deve ser
autarquias e fundações instituídas ou mantidas pelo equitativa durante o exercício, atendendo de forma
Poder Público, bem como as das empresas públicas e igualitária e impessoal às emendas apresentadas,
sociedades de economia mista, serão programadas para independentemente de sua autoria. (Parágrafo acrescido pela
atender preferencialmente gastos com pessoal e Emenda à Lei Orgânica nº 109, de 2018.)
encargos sociais; amortizações, juros e demais encargos
da dívida; contrapartida de financiamentos ou outros Art. 151. São vedados:
encargos de sua manutenção e investimentos prioritários; I – o início de programas ou projetos não incluídos
respeitadas as peculiaridades de cada um. na lei orçamentária anual;
§ 12. Não tendo o Legislativo recebido a proposta II – a realização de despesas ou a assunção de
de orçamento anual até a data prevista no § 3º, será obrigações diretas que excedam aos créditos
considerado como projeto a lei orçamentária vigente, com orçamentários ou adicionais;
seus valores iniciais, monetariamente atualizados pela III – a realização de operações de crédito que
aplicação do índice inflacionário oficial. excedam ao montante das despesas de capital,
§ 13. Na oportunidade da apreciação e votação da ressalvadas as autorizadas mediante créditos
lei orçamentária anual, o Poder Executivo colocará à suplementares ou especiais com finalidade precisa,
disposição do Poder Legislativo todas as informações aprovados pela Câmara Legislativa, por maioria absoluta;
sobre o endividamento do Distrito Federal, sem prejuízo IV – a vinculação de receita de impostos a órgão,
do disposto no art. 146, § 4º. fundo ou despesa, ressalvados os casos previstos na
§ 14. São anualmente desvinculados e Constituição Federal; (Inciso com a redação da Emenda à Lei
Orgânica nº 80, de 2014.)
automaticamente transferidos para o Tesouro do Distrito
V – a abertura de crédito suplementar ou especial
Federal os recursos de superávit financeiro de órgão,
sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos
fundo ou despesa, ressalvadas as receitas: (Parágrafo
acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014, e declarado
recursos correspondentes;
inconstitucional: ADI nº 2014 00 2 023917-7 – TJDFT, Diário de VI – a transposição, remanejamento ou
Justiça, de 13/4/2015.) transferência de recursos de uma categoria de
I – originárias de convênios e operações de programação para outra ou de um órgão para outro, sem
crédito; prévia autorização legislativa;
II – próprias da unidade orçamentária; VII – a concessão ou utilização de créditos
III – previdenciárias; ilimitados;
IV – destinadas:

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VIII – a utilização, sem autorização legislativa
específica, de recursos do orçamento fiscal e da Art. 154. A lei de diretrizes orçamentárias
seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit estabelecerá procedimentos de ligação entre o
de empresas, fundações e fundos, inclusive os planejamento de médio e longo prazos e cada orçamento
mencionados no art. 149, § 4º, desta Lei Orgânica, em anual, de modo a ensejar continuidade de ações e
conformidade com o art. 165, § 5º, da Constituição programas que, iniciados em um governo, tenham
Federal; prosseguimento no subsequente.
IX – a instituição de fundos de qualquer natureza,
sem prévia autorização legislativa; Art. 155. Ao Poder Legislativo é assegurado amplo
X – a concessão de subvenções ou auxílios do e irrestrito acesso, de forma direta e rápida, a qualquer
Poder Público a entidades de previdência privada; informação, detalhada ou agregada, sobre a
XI – a transferência voluntária de recursos e a administração pública do Distrito Federal.
concessão de empréstimos, inclusive por antecipação de
receita, pelo Distrito Federal e suas instituições Art. 156. Os ocupantes de cargos públicos do
financeiras, para pagamento de despesas com pessoal Governo do Distrito Federal serão pessoalmente
ativo, inativo e pensionista. (Inciso acrescido pela Emenda à Lei responsáveis por suas ações e omissões, no que tange à
Orgânica nº 80, de 2014.) administração pública.
§ 1º Nenhum investimento cuja execução
ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado Art. 157. A despesa com pessoal ativo e inativo
sem prévia inclusão no plano plurianual ou sem lei que fica sujeita às disposições e limites estabelecidos na lei
autorize sua inclusão, sob pena de crime de complementar a que se refere o art. 169 da Constituição
responsabilidade. Federal. (Artigo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80, de
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão 2014.)
vigência no exercício financeiro em que forem § 1º A concessão de qualquer vantagem ou
autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos
nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em e funções ou a alteração de estrutura de carreiras, bem
que, reabertos nos limites de seus saldos, serão como a admissão ou a contratação de pessoal, a qualquer
incorporados ao orçamento do exercício financeiro título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou
subsequente. indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente Poder Público, só podem ser feitas:
será admitida para atender a despesas imprevisíveis e I – se houver autorização específica na lei de
urgentes, como as decorrentes de calamidade pública, e diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas
será objeto de apreciação pela Câmara Legislativa no públicas e as sociedades de economia mista;
prazo de trinta dias. II – se houver prévia dotação orçamentária
§ 4º A autorização legislativa de que trata o inciso suficiente para atender às projeções de despesa de
IX dar-se-á por proposta do Poder Executivo, que conterá, pessoal e aos acréscimos dela decorrentes.
entre outros requisitos estabelecidos em lei, os seguintes: § 2º A adequação das despesas com pessoal à lei
I – finalidade básica do fundo; complementar referida neste artigo é feita na forma e nas
II – fontes de financiamento; condições do art. 169 da Constituição Federal e na
III – instituição obrigatória de conselho de legislação aplicável sobre a matéria.
administração, composto necessariamente de
representantes do segmento respectivo da sociedade e TÍTULO V
de áreas técnicas pertinentes ao seu objetivo; DA ORDEM ECONÔMICA DO DISTRITO FEDERAL
IV – unidade ou órgão responsável por sua gestão. CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 152. Qualquer proposição que implique Seção I
alteração, direta ou indireta, em dotações de pessoal e Dos Princípios Gerais
encargos sociais deverá ser acompanhada de Art. 158. A ordem econômica do Distrito Federal,
demonstrativos da última posição orçamentária e fundada no primado da valorização do trabalho e das
financeira, bem como de suas projeções para o exercício atividades produtivas, em cumprimento ao que estabelece
em curso. a Constituição Federal, tem por fim assegurar a todos
Parágrafo único. As proposições de créditos existência digna, promover o desenvolvimento econômico
adicionais que envolvam anulação de dotações de com justiça social e a melhoria da qualidade de vida,
pessoal e encargos sociais somente poderão ser observados os seguintes princípios:
apresentadas à Câmara Legislativa no último trimestre do I – autonomia econômico-financeira;
exercício financeiro relativo à lei orçamentária. II – propriedade privada;
III – função social da propriedade;
Art. 153. O Poder Executivo publicará, até o IV – livre concorrência;
trigésimo dia após o encerramento de cada bimestre, V – defesa do consumidor;
relatório resumido da execução orçamentária, do qual VI – defesa do meio ambiente, inclusive mediante
constarão: tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental
I – as receitas, despesas e a evolução da dívida dos produtos e serviços e de seus processos de
pública da administração direta e indireta em seus valores elaboração e prestação; (Inciso com a redação da Emenda à Lei
mensais; Orgânica nº 80, de 2014.)
II – os valores realizados desde o início do VII – redução das desigualdades econômico-
exercício até o último bimestre objeto da análise sociais;
financeira; VIII – busca do pleno emprego;
III – relatório de desempenho físico-financeiro.

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É proibido o compartilhamento desse material, ainda que sem fins lucrativos. Registramos “CPF, e-mail e Internet Protocol (IP)” do comprador em nosso site e nos arquivos PDF.
IX – integração com a região do entorno do Distrito II – as ações de integração com a região do
Federal; entorno do Distrito Federal;
X – fomento à inovação, dando-se prioridade à III – (Inciso revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 58,
pesquisa em desenvolvimento científico e tecnológico 2010.);
superior e, principalmente, ao ensino técnico IV – o plano plurianual;
profissionalizante. (Inciso acrescido pela Emenda à Lei Orgânica V – (Inciso revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 58,
nº 72, de 2014.) 2010.);
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre VI – as diretrizes orçamentárias;
exercício de qualquer atividade econômica, VII – o orçamento anual.
independentemente de autorização de órgãos públicos,
salvo nos casos previstos em lei. Art. 163. O plano diretor de ordenamento territorial
é o instrumento básico da política de expansão e
Seção II desenvolvimento urbanos, de longo prazo e natureza
Da Disciplina da Atividade Econômica permanente. (Artigo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº
49, de 2007.)
Art. 159. O Poder Público só participará
diretamente na exploração da atividade econômica nos
Art. 164. As ações de integração com a região do
casos previstos na Constituição Federal e, na forma da
entorno do Distrito Federal são constituídas pelo conjunto
lei, como agente indutor do desenvolvimento
de políticas para o desenvolvimento das áreas do entorno,
socioeconômico do Distrito Federal, em investimentos de
com vistas a integração e harmonia com o Distrito
caráter estratégico ou para atender relevante interesse
Federal, em regime de co-responsabilidade com as
coletivo.
Unidades da Federação às quais pertencem, preservada
§ 1º A empresa pública, a sociedade de economia
a autonomia administrativa e financeira das unidades
mista e suas subsidiárias que explorem atividade
envolvidas.
econômica de produção ou comercialização de bens ou
de prestação de serviços sujeitam-se ao estatuto jurídico
Art. 165. As diretrizes, os objetivos e as políticas
de que trata o art. 173, § 1º, da Constituição Federal.
(Parágrafo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.) públicas que orientam a ação governamental para a
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de promoção do desenvolvimento socioeconômico do Distrito
economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais Federal devem observar o seguinte: (Artigo com a redação da
Emenda à Lei Orgânica nº 58, de 2010.)
que não sejam extensivos às do setor privado.
I – as demandas da sociedade civil e os planos e
§ 3º Na aquisição de bens e serviços, os órgãos e
políticas econômicas e sociais de instituições não
as entidades da administração pública, sem prejuízo dos
governamentais que condicionem o planejamento
princípios de publicidade, legitimidade e economicidade,
governamental;
devem dar tratamento preferencial, nos termos da lei, às
II – as diretrizes estabelecidas no plano diretor de
atividades econômicas exercidas em seu território e, em
ordenamento territorial e nos planos de desenvolvimento
especial, a empresas brasileiras. (Parágrafo com a redação da
Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.) locais, bem como ações de integração com a região do
entorno do Distrito Federal;
Art. 160. O regime de gestão das empresas III – os planos e as políticas do Governo Federal;
públicas, sociedades de economia mista e fundações IV – os planos regionais que afetem o Distrito
instituídas pelo Poder Público do Distrito Federal implica: Federal;
I – composição de pelo menos um terço da V – a singular condição de Brasília como Capital
diretoria executiva por representantes de seus servidores, Federal;
escolhidos pelo Governador entre os indicados em lista VI – a compatibilização do ordenamento de
tríplice para cada cargo, mediante eleição pelos ocupação e uso do solo com a concepção urbanística do
servidores, atendidas as exigências legais para o Plano Piloto e das cidades-satélites e com a contenção da
preenchimento dos referidos cargos; especulação, da concentração fundiária e imobiliária e da
II – assinatura de contratos de gestão que expansão desordenada da área urbana;
estabeleçam metas de desempenho e responsabilidade, VII – a condição de Brasília como Patrimônio
bem como assegurem a autonomia necessária ao alcance Cultural da Humanidade;
dos resultados estabelecidos. VIII – a concepção do Distrito Federal que
Parágrafo único. Excetuam-se do percentual pressupõe limitada extensão territorial como espaço
indicado no inciso I as instituições financeiras controladas modelar;
pelo Governo do Distrito Federal, facultada a participação IX – a superação da disparidade sociocultural e
de um servidor no Conselho de Administração. (Parágrafo econômica existente entre as Regiões Administrativas;
com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 27, de 1999.) X – a concepção do Distrito Federal como polo
científico, tecnológico e cultural;
Seção III XI – a defesa do meio ambiente e dos recursos
Da Regulação da Atividade Econômica naturais, em harmonia com a implantação e a expansão
Art. 161. O Poder Público, como agente normativo das atividades econômicas, urbanas e rurais;
e regulador da atividade econômica, exercerá as funções XII – a necessidade de elevar progressivamente os
de planejamento, incentivo e fiscalização, na forma da lei. padrões de qualidade de vida de sua população;
XIII – a condição do trabalhador como fator
Art. 162. A lei estabelecerá diretrizes e bases do preponderante da produção de riquezas;
processo de planejamento governamental do Distrito XIV – a participação da sociedade civil, por meio
Federal, o qual incorporará e compatibilizará: de mecanismos democráticos, no processo de
I – o plano diretor de ordenamento territorial e os planejamento;
planos de desenvolvimento local; (Inciso com a redação da
Emenda à Lei Orgânica nº 49, de 2007.)

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XV – a articulação e a integração dos diferentes c) incentivo a novas empresas que invistam em
níveis de governo e das respectivas entidades seu território com alta tecnologia e alta produtividade.
administrativas;
XVI – a adoção de políticas que viabilizem geração Art. 173. O agente econômico inscrito na dívida
de empregos e aumento de renda. ativa junto ao fisco do Distrito Federal, ou em débito com
o sistema de seguridade social, conforme estabelecido
Art. 166. O plano plurianual a ser aprovado em lei em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem
para o período de 4 (quatro) anos, incluído o primeiro ano dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou
da administração subsequente, é o instrumento básico creditícios.
que detalha diretrizes, objetivos e metas quantificadas Parágrafo único. Durante a vigência de estado de
física e financeiramente para as despesas de capital e calamidade pública reconhecido pela Câmara Legislativa
outras delas decorrentes, bem como para as relativas a do Distrito Federal, fica suspensa a vedação para
programas de duração continuada. (Artigo com a redação da recebimento de benefícios, exceto os que tratem de
Emenda à Lei Orgânica nº 58, de 2010.) matéria fiscal ou creditícia, descrita no caput. (Parágrafo
acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 120, de 2021.)
Art. 167. (Artigo revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº
58, de 2010.) Art. 174. A lei e as políticas governamentais
apoiarão e estimularão atividades econômicas exercidas
Art. 168. A lei de diretrizes orçamentárias é sob a forma de cooperativa e associação.
instrumento básico que compreende as metas e
prioridades da administração pública do Distrito Federal Art. 175. O Poder Público do Distrito Federal dará
para o exercício subsequente e deverá: tratamento favorecido a empresas sediadas em seu
I – dispor sobre as alterações da legislação território e dispensará às microempresas e empresas de
tributária; pequeno porte, definidas em lei, tratamento jurídico
II – estabelecer a política de aplicação das diferenciado, com vistas a incentivá-las por meio da
agências financeiras oficiais de fomento; simplificação, redução ou eliminação de suas obrigações
III – servir de base para a elaboração da lei administrativas, tributárias ou creditícias, na forma da lei.
orçamentária anual;
IV – ser proposta pelo Executivo e aprovada pelo CAPÍTULO II
Legislativo. DA INDÚSTRIA E DO TURISMO
Seção I
Art. 169. O orçamento anual é instrumento básico Da Política Industrial
de detalhamento financeiro das receitas e das despesas Art. 176. A política industrial, respeitados os
para o exercício subsequente ao de sua aprovação, na preceitos do plano de desenvolvimento econômico e
forma da lei. social, será planejada e executada pelo Poder Público
conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tendo por
Art. 170. O processo de planejamento do objetivo, entre outros:
desenvolvimento do Distrito Federal atenderá aos I – preservar o meio ambiente e os níveis de
princípios da participação, da coordenação, da integração qualidade de vida da população do Distrito Federal,
e da continuidade das ações governamentais. mediante definição de critérios e padrões para
Parágrafo único. As definições consequentes do implantação e operação de indústrias e mediante estímulo
processo de planejamento governamental são principalmente a instalação de indústrias com menor
determinativas para o setor público e indicativas para o impacto ambiental;
setor privado. II – promover e estimular empreendimentos
industriais que se proponham a utilizar, racional e
Art. 171. A lei disporá sobre a implementação e prioritariamente, recursos e matérias-primas disponíveis
permanente atualização de sistema de informações capaz no Distrito Federal ou áreas adjacentes;
de apoiar as atividades de planejamento, execução e III – propiciar a implantação de indústrias,
avaliação das ações governamentais. particularmente as de tecnologia de ponta, compatíveis
com o meio ambiente e com os recursos disponíveis no
Art. 172. Poderão ser concedidos a empresas Distrito Federal e áreas adjacentes;
situadas no Distrito Federal incentivos e benefícios, na IV – promover a integração econômica do Distrito
forma da lei: Federal com a região do entorno, mediante apoio e
I – especiais e temporários, para desenvolver incentivo a projetos industriais que estimulem maior
atividades consideradas estratégicas e imprescindíveis ao concentração de atividades existentes e
desenvolvimento econômico e social do Distrito Federal; complementaridade na economia regional;
II – prioritários para as empresas que em seus V – estimular a implantação de indústrias que
estatutos estabeleçam a participação dos empregados em permitam adequada absorção de mão de obra no Distrito
sua gestão e resultados; Federal e geração de novos empregos.
III – para prestar assistência tecnológica e Parágrafo único. O Poder Público adotará
gerencial e estimular o desenvolvimento e transferência mecanismos de participação da sociedade civil na
de tecnologia a atividades econômicas públicas e definição, execução e acompanhamento da política
privadas, propiciando: industrial.
a) acesso às conquistas da ciência e tecnologia
por quantos exerçam atividades ligadas à produção e ao Seção II
consumo de bens; Da Implantação de Polos Industriais no Distrito
b) estímulo à integração das atividades de Federal
produção, serviços, pesquisa e ensino; Art. 177. O Poder Público estimulará:

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I – a criação de polos industriais de alta tecnologia, CAPÍTULO III
privilegiados os projetos que promovam a DO COMÉRCIO E DOS SERVIÇOS
desconcentração espacial da atividade industrial e da Art. 184. O Poder Público regulará as atividades
renda, respeitadas as vocações culturais e as vantagens comerciais e de serviços no Distrito Federal, na forma da
comparativas de cada região; lei.
II – a criação de polos agroindustriais, respeitadas
as diretrizes do planejamento agrícola. Art. 185. O Poder Executivo organizará o sistema
Parágrafo único. Todo projeto industrial com de abastecimento do Distrito Federal, de forma
potencial poluidor, a critério do órgão ambiental do Distrito coordenada com a União.
Federal, será objeto de licenciamento ambiental.
Art. 186. Cabe ao Poder Público do Distrito
Seção III Federal, na forma da lei, a prestação dos serviços
Dos Incentivos e Estímulos à Industrialização no públicos, diretamente ou sob regime de concessão ou
Distrito Federal permissão, e sempre por meio de licitação, observado o
Art. 178. A lei poderá, sem prejuízo do disposto no seguinte:
art. 131, conceder incentivos fiscais, creditícios e I – a delegação de prestação de serviços a pessoa
financeiros, para implantação de empresas industriais física ou jurídica de direito privado far-se-á mediante
consideradas prioritárias pela política de industrialização comprovação técnica e econômica de sua necessidade, e
no Distrito Federal. de lei autorizativa;
II – os serviços concedidos ou permitidos ficam
Art. 179. O Distrito Federal propiciará a criação de sujeitos a fiscalização do poder público, sendo suspensos
cooperativa e associação que objetivem: quando não atendam, satisfatoriamente, às finalidades ou
I – integração e coordenação entre produção e às condições do contrato;
comercialização; III – é vedado ao Poder Público subsidiar os
II – redução dos custos de produção e serviços prestados por pessoas físicas e jurídicas de
comercialização; direito privado;
III – integração social. IV – depende de autorização legislativa a
prestação de serviços da atividade permanente da
Art. 180. O Poder Público direcionará esforços administração pública por terceiros;
para fortalecer especialmente os segmentos do setor V – a obrigatoriedade do cumprimento dos
industrial de micro, pequeno e médio porte, por meio de encargos e normas trabalhistas, bem como das de higiene
ação concentrada nas áreas de capacitação empresarial, e segurança de trabalho, deve figurar em cláusulas de
gerencial e tecnológica e na de organização da produção. contratos a serem executados pelas prestadoras de
serviços públicos.
Art. 181. O Poder Público estimulará a formação
do perfil industrial das empresas localizadas em cada Art. 187. A política de comércio e serviços terá por
região. objetivo promover o desenvolvimento e a integração do
Distrito Federal com a região do entorno e estimular
Seção IV empreendimentos comerciais e de serviços que permitam
Do Turismo a geração de novos empregos.
Art. 182. O Poder Público promoverá e incentivará
o turismo como fator de desenvolvimento socioeconômico CAPÍTULO IV
e de afirmação dos valores culturais e históricos nacionais DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO
e locais. Art. 188. A atividade agrícola no Distrito Federal
será exercida, planejada e estimulada, com os seguintes
Art. 183. Cabe ao Distrito Federal, observada a objetivos:
legislação federal, definir a política de turismo, suas I – cumprimento da função social da propriedade;
diretrizes e ações, devendo: II – compatibilização das ações de política agrícola
I – adotar, por meio de lei, planejamento integrado com as de reforma agrária definidas pela União;
e permanente de desenvolvimento do turismo em seu III – aumento da produção de alimentos e da
território; produtividade, para melhor atender ao mercado interno do
II – desenvolver efetiva infraestrutura turística; Distrito Federal;
III – promover, no Brasil e no exterior, o turismo do IV – geração de emprego;
Distrito Federal; V – organização do abastecimento alimentar, com
IV – incrementar a atração e geração de eventos prioridade para o acesso da população de baixa renda
turísticos; aos produtos básicos;
V – regulamentar o uso, ocupação e fruição de VI – apoio ao micro, pequeno e médio produtores
bens naturais e culturais de interesse turístico; rurais e suas formas cooperativas e associativas de
VI – proteger o patrimônio ecológico, histórico e produção, armazenamento, comercialização e aquisição
cultural; de insumos;
VII – promover Brasília como Patrimônio Cultural VII – orientação do desenvolvimento rural;
da Humanidade; VIII – complementaridade das ações de
VIII – conscientizar a população da necessidade planejamento e execução dos serviços públicos de
de preservação dos recursos naturais e do turismo como responsabilidade da União e do Distrito Federal;
atividade econômica e fator de desenvolvimento social; IX – definição das bacias hidrográficas como
IX – incentivar a formação de pessoal unidades básicas de planejamento do uso, conservação e
especializado para o setor. recuperação dos recursos naturais;

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X – integração do planejamento agrícola com os Art. 193. O Distrito Federal, em colaboração com
demais setores da economia. as instituições de ensino e pesquisa e com a União, os
Estados e a sociedade, reafirmando sua vocação de polo
Art. 189. O Poder Público criará estímulos a científico, tecnológico e cultural, promoverá o
agricultura, abastecimento alimentar e defesa dos desenvolvimento técnico, científico e a capacitação
consumidores, por meio de fomento e política de crédito tecnológica, em especial por meio de:
favorecida a micro, pequenos e médios produtores. I – prioridade às pesquisas científicas e
Parágrafo único. Dar-se-á preferência a aquisição tecnológicas voltadas para o desenvolvimento do sistema
de produtos locais, na formação de estoques reguladores. produtivo do Distrito Federal, em consonância com a
defesa do meio ambiente e dos direitos fundamentais do
Art. 190. O Governo do Distrito Federal manterá cidadão;
estoques reguladores e estratégicos de alimentos, na II – formação e aperfeiçoamento de recursos
forma da lei. humanos para o sistema de ciência e tecnologia do
Distrito Federal;
Art. 191. São atribuições do Poder Público, entre III – produção, absorção e difusão do
outras: conhecimento científico e tecnológico;
I – criar estímulos a micro, pequeno e médio IV – orientação para o uso do sistema de
produtores rurais e suas organizações cooperativas para propriedade industrial e processos de transferência
melhorar as condições de armazenagem, processamento, tecnológica.
embalagem, com redução de perdas ao nível comunitário
e de estabelecimento rural; Art. 194. O plano de ciência e tecnologia do Distrito
II – apoiar a organização dos pequenos varejistas Federal estabelecerá prioridades e objetivos para o
e feirantes, de modo a compatibilizar sua atuação com as desenvolvimento científico e tecnológico do Distrito
comunidades, organizações de produtores rurais e Federal.
atacadistas; § 1º As ações e programas empreendidos em
III – estimular a criação de pequenas conformidade com o plano deverão ser compatíveis com
agroindústrias alimentares, especialmente de forma as metas globais de desenvolvimento econômico e social
cooperativa, aproveitando os excedentes de produção e do Distrito Federal.
outros recursos disponíveis, com vistas ao suprimento das § 2º A dotação orçamentária para instituições de
necessidades da população do Distrito Federal; pesquisa do Distrito Federal será determinada de acordo
IV – estimular a integração do programa de com as diretrizes e prioridades estabelecidas no plano de
merenda escolar com a produção local, com prioridade ciência e tecnologia e constará da lei orçamentária anual.
para micro, pequenos e médios produtores rurais e suas § 3º O Distrito Federal garantirá o acesso às
cooperativas; informações geradas, coletadas e armazenadas em todos
V – desenvolver programas alimentares os órgãos públicos ou em entidades e empresas em que
específicos dirigidos aos grupos sociais mais vulneráveis tenha participação majoritária, na forma da lei.
como idosos, gestantes, portadores de deficiência, § 4º A implantação e expansão de sistemas
desempregados e menores carentes; tecnológicos de impacto social, econômico ou ambiental
VI – instituir mecanismos que estimulem o trabalho devem ter prévia anuência do Conselho de Ciência e
de plantio individual, coletivo ou cooperativo de produtos Tecnologia, na forma da lei.
básicos, especialmente hortigranjeiros;
VII – manter serviços de inspeção e fiscalização, Art. 195. O Poder Público instituirá e manterá
articulados com o setor privado, com prioridade para os Fundação de Apoio à Pesquisa – FAPDF, atribuindo-lhe
produtos alimentares; dotação mínima de dois por cento da receita corrente
VIII – promover a defesa e a proteção do líquida do Distrito Federal, que lhe será transferida
consumidor e fiscalizar os produtos em sua fase de mensalmente, em duodécimos, como renda de sua
comercialização, auxiliando os consumidores organizados privativa administração, para aplicação no
e orientando a população quanto a preços, qualidade dos desenvolvimento científico e tecnológico. (Artigo com a
alimentos e ações específicas de educação alimentar; redação da Emenda à Lei Orgânica nº 69, de 2013.)
IX – fiscalizar o uso de agrotóxicos e incentivar o
emprego de produtos alternativos de controle de pragas e Art. 196. O Poder Público apoiará e estimulará
doenças; instituições e empresas que propiciem investimentos em
X – promover a formação e aperfeiçoamento dos pesquisa e tecnologia, bem como estimulará a integração
recursos humanos em agricultura e abastecimento; das atividades de produção, serviços, pesquisa e ensino,
XI – manter serviço de pesquisa e difusão de na forma da lei.
tecnologias agropecuárias, voltadas para as Parágrafo único. A lei definirá benefícios a
peculiaridades do Distrito Federal. empresas que propiciem pesquisas tecnológicas e
desenvolvimento experimental no âmbito da medicina
Art. 192. Os recursos da política agrícola regional, preventiva e terapêutica e produzam equipamentos
inclusive os do crédito rural, serviços, subsídios, apoio e especializados destinados ao portador de deficiência.
assistência do Poder Público, serão destinados
prioritariamente a micro, pequenos e médios produtores Art. 197. O Distrito Federal criará, junto a cada
rurais e suas organizações associativas ou cooperativas, polo industrial ou em setores da economia, núcleos de
bem como para o abastecimento de produtos alimentares apoio tecnológico e gerencial, que estimularão:
indispensáveis ao consumo do Distrito Federal. I – a modernização das empresas;
II – a melhoria da qualidade dos produtos;
CAPÍTULO V III – o aumento da produtividade;
DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA IV – o aumento do poder competitivo;

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V – a capacitação, difusão e transferência de intermédio de pessoas físicas ou jurídicas de direito
tecnologia. privado, nos termos da lei.

Art. 198. O Distrito Federal celebrará convênios Art. 205. As ações e serviços públicos de saúde
com as universidades públicas sediadas no Distrito integram uma rede única e hierarquizada, constituindo o
Federal para realização de estudos, pesquisas, projetos e Sistema Único de Saúde – SUS, no âmbito do Distrito
desenvolvimento de sistemas e protótipos. Federal, organizado nos termos da lei federal, obedecidas
as seguintes diretrizes:
Art. 199. O Poder Público orientará gratuitamente o I – atendimento integral ao indivíduo, com
encaminhamento de registro de patente de ideias e prioridade para atividades preventivas, sem prejuízo dos
invenções. serviços assistenciais;
II – descentralização administrativo-financeira dos
TÍTULO VI serviços de saúde para as regiões administrativas; (Inciso
DA ORDEM SOCIAL E DO MEIO AMBIENTE com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 110, de 2019.)
CAPÍTULO I III – participação da comunidade;
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS IV – direito do indivíduo à informação sobre sua
Art. 200. A ordem social tem como base o primado saúde e a da coletividade, as formas de tratamento, os
do trabalho e como objetivo o bem-estar e a justiça riscos a que está exposto e os métodos de controle
sociais. existentes;
V – gratuidade da assistência à saúde no âmbito
Art. 201. O Distrito Federal, em ação integrada do SUS;
com a União, assegurará os direitos relativos a educação, VI – integração dos serviços que executem ações
saúde, segurança pública, alimentação, cultura, preventivas e curativas adequadas às realidades
assistência social, meio ambiente equilibrado, lazer e epidemiológicas.
desporto. § 1º Os gestores do Sistema Único de Saúde
poderão admitir agentes comunitários de saúde e agentes
Art. 202. Compete ao Poder Público, em caso de de combate às endemias por meio de processo seletivo
iminente perigo ou calamidade pública, prover o público, de acordo com a natureza e a complexidade de
atendimento das necessidades coletivas urgentes e suas atribuições e requisitos específicos para sua
transitórias, podendo, para este fim, requisitar propriedade atuação. (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 53, de
2008.)
particular, observado o disposto na Constituição Federal.
§ 2º Lei disporá sobre o regime jurídico e a
regulamentação das atividades de agente comunitário de
Art. 203. A seguridade social compreende o
saúde e agente de combate às endemias. (Parágrafo
conjunto de ações de iniciativa do Poder Público e da acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 53, de 2008.)
sociedade, destinadas a assegurar os direitos referentes a § 3º Além das hipóteses previstas no art. 41, § 1º,
saúde, previdência e assistência social. e no art. 169, § 4º, da Constituição Federal, o servidor que
§ 1º O dever do Poder Público não exclui o das exerça funções equivalentes às de agente comunitário de
pessoas, da família, das empresas e da sociedade. saúde ou de agente de combate às endemias poderá
§ 2º O Distrito Federal promoverá, nos termos da perder o cargo em caso de descumprimento dos
lei, o planejamento e o desenvolvimento de ações requisitos específicos fixados em lei para o seu exercício.
baseadas nos objetivos previstos nos arts. 194 e 195 da (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 53, de 2008.)
Constituição Federal. § 4º Salvo disposição de lei complementar federal
§ 3º Nenhum benefício ou serviço da seguridade em contrário, o Distrito Federal deve aplicar, anualmente,
social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a em ações e serviços públicos de saúde, no mínimo:
correspondente fonte de custeio total. (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 80, de 2014.)
I – 12% do produto da arrecadação dos impostos a
CAPÍTULO II que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os
DA SAÚDE arts. 157 e 159, I, a, e II, da Constituição Federal,
Art. 204. A saúde é direito de todos e dever do deduzidas as parcelas que, nos Estados, seriam
Estado, assegurado mediante políticas sociais, destinadas a Municípios;
econômicas e ambientais que visem: II – 15% do produto da arrecadação dos impostos
I – ao bem-estar físico, mental e social do indivíduo a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os
e da coletividade, à redução do risco de doenças e outros arts. 158 e 159, I, b, e § 3º, da Constituição Federal.
agravos;
II – ao acesso universal e igualitário às ações e Art. 206. A assistência à saúde é livre à iniciativa
serviços de saúde, para sua promoção, prevenção, privada.
recuperação e reabilitação. § 1º As instituições privadas poderão participar, de
§ 1º A saúde expressa a organização social e forma complementar, do Sistema Único de Saúde,
econômica e tem como condicionantes e determinantes, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito
entre outros, o trabalho, a renda, a alimentação, o público ou convênio, concedida preferência às entidades
saneamento, o meio ambiente, a habitação, o transporte, filantrópicas e às sem fins lucrativos.
o lazer, a liberdade, a educação, o acesso e a utilização § 2º É vedada a participação direta ou indireta de
agroecológica da terra. empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde
§ 2º As ações e serviços de saúde são de do Distrito Federal, salvo nos casos previstos em lei
relevância pública, e cabe ao Poder Público sua federal.
normatização, regulamentação, fiscalização e controle, § 3º É vedada a destinação de recursos públicos
devendo sua execução ser feita, preferencialmente, por do Distrito Federal para auxílio, subvenções, juros e
meio de serviços públicos e, complementarmente, por prazos privilegiados a instituições privadas com fins

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lucrativos. (Parágrafo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº XVI – garantir o atendimento médico-geriátrico ao
2, de 1995.) idoso na rede de serviços públicos;
§ 4º É vedada, nos serviços públicos de saúde, a XVII – orientar o planejamento familiar, de livre
contratação de prestadores de serviço de empresas de decisão do casal, garantido o acesso universal aos
caráter privado, salvo nos casos previstos em lei. recursos educacionais e científicos e vedada qualquer
§ 5º É vedada a designação ou nomeação de forma de ação coercitiva por parte de instituições públicas
proprietários, administradores e dirigentes de entidades ou privadas;
ou serviços privados de saúde para exercer cargo de XVIII – garantir o atendimento integral à saúde da
chefia ou função de confiança no Sistema Único de Saúde criança e do adolescente, por intermédio de equipe
do Distrito Federal. multidisciplinar;
XIX – executar a vigilância sanitária mediante
Art. 207. Compete ao Sistema Único de Saúde do ações que eliminem, diminuam ou previnam riscos à
Distrito Federal, além de outras atribuições estabelecidas saúde e intervir nos problemas sanitários decorrentes da
em lei: degradação do meio ambiente, da produção e circulação
I – identificar, intervir, controlar e avaliar os fatores de bens e da prestação de serviços de interesse da
determinantes e condicionantes da saúde individual e saúde;
coletiva; XX – executar a vigilância epidemiológica,
II – formular política de saúde destinada a mediante ações que proporcionem o conhecimento,
promover, nos campos econômico e social, a observância detecção ou prevenção dos fatores determinantes e
do disposto no art. 204; condicionantes de saúde coletiva ou individual, adotando
III – participar na formulação da política de ações medidas de prevenção e controle das doenças ou
de saneamento básico e de seu controle, integrando-as agravos;
às ações e serviços de saúde; XXI – executar a vigilância alimentar e nutricional,
IV – prevenir os fatores determinantes das mediante ações destinadas ao conhecimento, detecção,
deficiências mental, sensorial e física, observados os controle e avaliação da situação alimentar e nutricional da
aspectos de profilaxia; população, e reconhecer intervenções para prevenir ou
V – oferecer assistência odontológica preventiva e eliminar riscos e sequelas originadas do consumo
de recuperação; inadequado de alimentos;
VI – participar na formulação e execução da XXII – promover a educação alimentar e
política de fiscalização e inspeção de alimentos, bem nutricional;
como do controle do seu teor nutricional; XXIII – prestar assistência à saúde comunitária
VII – formular política de recursos humanos na mediante acompanhamento do doente em sua realidade
área de saúde, garantidas as condições adequadas de familiar, comunitária e social;
trabalho a seus profissionais; XXIV – prestar assistência farmacêutica e garantir
VIII – promover e fomentar o desenvolvimento de o acesso da população aos medicamentos necessários à
novas tecnologias, a produção de medicamentos, recuperação de sua saúde;
matérias-primas, insumos e imunobiológicos por XXV – executar o controle sanitário-fármaco-
laboratórios oficiais; epidemiológico sobre estabelecimentos de dispensação e
IX – promover e fomentar práticas alternativas de manipulação de medicamentos, drogas e insumos
diagnósticos e terapêutica, de comprovada base farmacêuticos destinados ao uso e consumo humano.
científica, entre outras, a homeopatia, acupuntura e
fitoterapia; Art. 208. É dever do Poder Público garantir ao
X – participar da formulação da política e do portador de deficiência os serviços de reabilitação nos
controle das ações de preservação do meio ambiente, hospitais, centros de saúde e centros de atendimento.
nele compreendido o trabalho;
XI – participar no controle e fiscalização da Art. 209. Ao Poder Público, na forma da lei e no
produção, no transporte, guarda e utilização de limite das disponibilidades orçamentárias, compete:
substâncias e produtos psicoativos, tóxicos, mutagênicos, I – criar banco de órgãos e tecidos;
carcinogênicos, inclusive radioativos; II – incentivar a instalação e o funcionamento de
XII – fiscalizar e controlar os expurgos, lixos, unidades terapêuticas e educacionais para recuperação
dejetos e esgotos hospitalares, industriais e de origem de usuários de substâncias que gerem dependência física
nociva, em conformidade com o art. 293, bem como ou psíquica;
participar na elaboração das normas pertinentes; III – prover o atendimento médico e odontológico
XIII – desenvolver o sistema público de coleta, aos estudantes da rede pública, prioritariamente aos do
processamento e transfusão de sangue e seus derivados, ensino fundamental.
vedado todo tipo de comercialização;
XIV – garantir a assistência integral ao portador de Art. 210. Compete ao Poder Público incentivar e
qualquer doença infecto-contagiosa, inclusive ao portador auxiliar entidades filantrópicas de estudos, pesquisas e
do vírus da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – combate ao câncer e às doenças infecto-contagiosas, na
SIDA, assegurada a internação dos doentes nos serviços forma da lei.
mantidos direta ou indiretamente pelo Sistema Único de
Saúde e vedada qualquer forma de discriminação por Art. 211. É dever do Poder Público promover e
parte de instituições públicas ou privadas; restaurar a saúde psíquica do indivíduo, baseado no
XV – prestar assistência integral à saúde da rigoroso respeito aos direitos humanos e à cidadania,
mulher, em todas as fases biológicas, bem como nos mediante serviços de saúde preventivos, curativos e
casos de aborto previsto em lei e de violência sexual, extra-hospitalares.
assegurado o atendimento nos serviços do Sistema Único § 1º Fica vedado o uso de celas fortes e outros
de Saúde – SUS, mediante programas específicos; procedimentos violentos e desumanos ao doente mental.

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§ 2º A internação psiquiátrica compulsória, § 2º O Conselho de Saúde, de caráter permanente
realizada pela equipe de saúde mental das emergências e deliberativo, órgão colegiado com representação do
psiquiátricas como último recurso, deverá ser comunicada governo, prestadores de serviços, profissionais de saúde
aos familiares e à Defensoria Pública. e usuários, atuará na formulação de estratégias e no
§ 3º Serão substituídos, gradativamente, os leitos controle de execução da política de saúde, inclusive nos
psiquiátricos manicomiais por recursos alternativos como aspectos econômicos e financeiros, e terá suas decisões
a unidade psiquiátrica em hospital geral, hospitais-dia, homologadas pelo Secretário de Saúde do Distrito
hospitais-noite, centros de convivência, lares abrigados, Federal.
cooperativas e atendimentos ambulatoriais. § 3º Os Conselhos Regionais de Saúde, de caráter
§ 4º As emergências psiquiátricas deverão permanente e deliberativo, órgãos colegiados, com
obrigatoriamente compor as emergências dos hospitais representação do governo, prestadores de serviços,
gerais. profissionais de saúde e usuários, atuarão na formulação,
execução, controle e fiscalização da política de saúde, em
Art. 212. Compete ao Poder Público investir em cada Região Administrativa, inclusive nos aspectos
pesquisa e produção de medicamentos e destinar-lhes econômicos e financeiros, e terão suas decisões
recursos especiais, definidos anualmente no orçamento. homologadas pelo Diretor Regional de Saúde.
§ 4º A representação dos usuários na Conferência
Art. 213. Cabe ao Distrito Federal, em e nos Conselhos de Saúde será paritária com o conjunto
coordenação com a União, desenvolver ações com vistas dos demais segmentos.
a promoção, proteção, recuperação e reabilitação da § 5º A composição, organização e normas de
saúde dos trabalhadores submetidos a riscos e agravos funcionamento dos órgãos a que se refere o caput serão
advindos das condições e processos de trabalho, definidas em seus respectivos regimentos internos.
incluídas, entre outras atividades:
I – a informação ao trabalhador, entidade sindical e Art. 216. O Sistema Único de Saúde do Distrito
empresa sobre: Federal será financiado com recursos do orçamento do
a) riscos de acidentes do trabalho e de doenças Distrito Federal e da União, além de outras fontes, na
profissionais; forma da lei.
b) resultados de fiscalização e avaliação § 1º As empresas privadas prestadoras de serviços
ambiental; de assistência médica, administradoras de planos de
c) exames médicos de admissão, periódicos e de saúde e congêneres ressarcirão o Distrito Federal das
demissão; despesas de atendimento dos segurados respectivos em
II – a assistência a vítimas de acidentes do unidades de saúde pertencentes ao poder público do
trabalho e portadores de doenças profissionais e do Distrito Federal. (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica
trabalho; nº 18, de 1997.)
III – a promoção regular de estudos e pesquisas § 2º O pagamento de que trata o parágrafo
sobre saúde do trabalhador; anterior é de responsabilidade das empresas a que
IV – a proibição de exigência de atestado de estejam associadas as pessoas atendidas em unidades
esterilização, de teste de gravidez e de anti-HIV como de saúde do Distrito Federal. (Parágrafo acrescido pela Emenda
à Lei Orgânica nº 18, de 1997.)
condição para admissão ou permanência no emprego;
V – a intervenção com finalidade de interromper as
CAPÍTULO III
atividades em locais de trabalho comprovadamente
DA PROMOÇÃO E DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
insalubres, de risco ou que tenham provocado graves
Art. 217. A assistência social é dever do Estado e
danos à saúde do trabalhador.
será prestada a quem dela necessitar,
independentemente de contribuição a seguridade social,
Art. 214. A política de recursos humanos para o
assegurados os direitos sociais estabelecidos no art. 6º
SUS será, nos termos da lei federal, organizada e
da Constituição Federal.
formalizada articuladamente com as instituições
Parágrafo único. É dever do Poder Público
governamentais de ensino e de saúde, com aprovação
proteger a família, maternidade, infância, adolescência,
pela Câmara Legislativa.
velhice, assim como integrar socialmente os segmentos
Parágrafo único. O plano de carreira da área de
desfavorecidos.
saúde da administração pública direta, indireta e
fundacional deverá garantir a admissão por concurso
Art. 218. Compete ao Poder Público, na forma da
público.
lei e por intermédio da Secretaria competente, coordenar,
elaborar e executar política de assistência social
Art. 215. O Sistema Único de Saúde do Distrito
descentralizada e articulada com órgãos públicos e
Federal contará, sem prejuízo das funções do Poder
entidades sociais sem fins lucrativos, com vistas a
Legislativo, com três instâncias colegiadas e definidas na
assegurar especialmente:
forma da lei:
I – apoio técnico e financeiro para programas de
I – a Conferência de Saúde;
caráter socioeducativos desenvolvidos por entidades
II – o Conselho de Saúde;
beneficentes e de iniciativa de organizações comunitárias;
III – os Conselhos Regionais de Saúde.
II – serviços assistenciais de proteção e defesa
§ 1º A Conferência de Saúde, órgão colegiado,
aos segmentos da população de baixa renda como:
com representação de entidades governamentais e não
a) alojamento e apoio técnico e social para
governamentais e da sociedade civil, reunir-se-á a cada
mendigos, gestantes, egressos de prisões ou de
dois anos para avaliar e propor as diretrizes da política de
manicômios, portadores de deficiência, migrantes e
saúde do Distrito Federal, por convocação do Governador
pessoas vítimas de violência doméstica e prostituídas;
ou, extraordinariamente, por este ou pelo Conselho de
Saúde, pela maioria absoluta dos seus membros.

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b) gratuidade de sepultamento e dos meios e
procedimentos a ele necessários;
c) apoio a entidades representativas da
comunidade na criação de creches e pré-escolas
comunitárias, conforme o disposto no art. 221;
d) atendimento a criança e adolescente;
e) atendimento a idoso e a pessoa portadora de
deficiência, na comunidade.

Art. 219. O Poder Público estabelecerá convênios,


contratos e outras formas de cooperação com entidades
beneficentes ou privadas sem fins lucrativos, para a
execução de planos de assistência a criança,
adolescente, idoso, dependentes de substâncias
químicas, portadores de deficiência e de patologia grave
assim definida em lei.
Parágrafo único. (Parágrafo revogado pela Emenda à Lei
Orgânica nº 86, de 2015.)

Art. 220. As ações governamentais na área da


assistência social serão financiadas com recursos do
orçamento da seguridade social do Distrito Federal, da
União e de outras fontes, na forma da lei.
Parágrafo único. A aplicação e a distribuição dos
recursos para a assistência social serão realizadas com
base nas demandas sociais e previstas no plano
plurianual, nas diretrizes orçamentárias e no orçamento
anual.

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§ 4º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo
Lei Orgânica do Distrito Federal Poder Público ou a sua oferta irregular importam
responsabilidade da autoridade competente, nos termos
da Constituição Federal.
CAPÍTULO IV § 5º O acesso ao ensino obrigatório gratuito
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO constitui direito público subjetivo.
Seção I
Da Educação Art. 221-A. Respeitado o estabelecido em lei
Art. 221. A educação, direito de todos, dever do nacional, o Distrito Federal pode fixar conteúdo
Estado e da família, nos termos da Constituição Federal, complementar, com o objetivo de modernizar o sistema
fundada nos ideais democráticos de liberdade, igualdade, público de ensino, incluindo conteúdos e disciplinas
respeito aos direitos humanos e valorização da vida, deve regionalizadas. (Artigo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº
79, de 2014.)
ser promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade, tem por fim a formação integral da pessoa
Art. 221-B. Os recursos públicos devem ser
humana, a sua preparação para o exercício consciente da
destinados às instituições públicas de ensino e podem ser
cidadania e a sua qualificação para o trabalho e é
dirigidos às instituições comunitárias, confessionais ou
ministrada com base nos seguintes princípios: (Artigo com a
redação da Emenda à Lei Orgânica nº 79, de 2014.)
filantrópicas de ensino, desde que estas: (Artigo acrescido
pela Emenda à Lei Orgânica nº 79, de 2014.)
I – erradicação do analfabetismo;
I – comprovem finalidade não lucrativa e apliquem
II – pluralismo de ideias e de concepções
seus excedentes financeiros em educação;
filosóficas, políticas, estéticas, religiosas e pedagógicas,
II – assegurem a destinação do seu patrimônio a
que conduza o educando à formação de uma postura
outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou
ética e social próprias;
ao Poder Público, no caso de encerramento de suas
III – valorização dos profissionais da educação,
atividades.
com garantia, na forma da lei, de plano de carreira e com
Parágrafo único. Os recursos de que trata este
ingresso exclusivamente por concurso público de provas e
artigo podem ser destinados a bolsas de estudo para a
provas e títulos, realizado periodicamente;
educação básica, na forma da lei, para os que
IV – universalização do atendimento escolar;
demonstrarem insuficiência de recursos, quando houver
V – garantia do padrão de qualidade;
falta de vagas e de cursos regulares da rede pública na
VI – garantia do princípio do mérito, objetivamente
localidade de residência do educando, ficando obrigado o
apurado;
Poder Público a investir prioritariamente na expansão de
VII – avaliação por órgão próprio do sistema
sua rede na localidade.
educacional;
VIII – coexistência de instituições públicas e
Art. 222. O Poder Público deve assegurar, na
privadas;
forma da lei, a gestão democrática do sistema público de
IX – incentivo à participação da comunidade no
ensino, com participação e cooperação de todos os
processo educacional, na forma da lei;
segmentos envolvidos no processo educacional e na
X – amparo aos adolescentes em conflito com a
definição, na implementação e na avaliação de sua
lei, inclusive com sua formação em curso
política. (Artigo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 79, de
profissionalizante; 2014.)
XI – promoção humanística, artística e científica; Parágrafo único. A gestão democrática é
XII – igualdade de condições para acesso e assegurada por meio de seleção com provas e eleição
permanência na escola; direta, podendo o Distrito Federal implantar o sistema de
XIII – gratuidade do ensino em instituições da rede concurso público para gestor escolar.
pública;
XIV – pacificação social e prevenção contra a Art. 223. O Distrito Federal deve garantir, na forma
violência fundamentada em gênero, em especial aquela da lei, atendimento em: (Artigo com a redação da Emenda à Lei
cometida contra a mulher. (Inciso acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 79, de 2014.)
Orgânica nº 101, de 2017.) I – creches para crianças de 0 a 3 anos;
§ 1º A educação básica pública é obrigatória e II – pré-escolas para crianças de 4 a 5 anos.
gratuita dos 4 aos 17 anos de idade, assegurada inclusive Parágrafo único. O Poder Público deve garantir
a sua oferta para todos os que a ela não tiveram acesso atendimento em creche a crianças com deficiência,
na idade própria. oferecendo recursos e serviços especializados de
§ 2º (Parágrafo revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 80, educação e reabilitação.
de 2014.).
§ 3º O Poder Público pode celebrar convênios com
Art. 224. O Poder Público deve assegurar
prefeituras e Estados que compõem a Rede Integrada de
atendimento ao educando, em todas as etapas da
Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno – RIDE, de
educação básica, por meio de programas suplementares
modo a apoiar medidas de aperfeiçoamento dos
de material didático-escolar, transporte, alimentação e
profissionais da educação, suporte técnico-pedagógico-
assistência à saúde. (Artigo com a redação da Emenda à Lei
administrativo, transferência de tecnologias e materiais Orgânica nº 79, de 2014.)
para instituições públicas de ensino.

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Art. 225. O Poder Público deve prover atendimento adolescentes em conflito com a lei fazem jus a
a jovens e a adultos, principalmente trabalhadores, por gratificação especial, nos termos da lei. (Parágrafo com a
meio de programas específicos, de modo a compatibilizar redação da Emenda à Lei Orgânica nº 84, de 2014.)
educação e trabalho. (Artigo com a redação da Emenda à Lei § 2º Os serviços educacionais referidos no caput
Orgânica nº 79, de 2014.) são preferencialmente ministrados na rede regular de
Parágrafo único. Cabe ao Poder Público implantar ensino, resguardadas as necessidades de
programa permanente de alfabetização de adultos acompanhamento e de adaptação e garantidos os
articulado com os demais programas dirigidos a este materiais e os equipamentos adequados. (Parágrafo com a
segmento, observada a obrigatoriedade de ação das redação da Emenda à Lei Orgânica nº 79, de 2014.)
unidades escolares em sua área de influência, em § 3º O Poder Público deve destinar percentual
cooperação com os movimentos sociais organizados. mínimo do orçamento da educação para assegurar ensino
especial gratuito a portadores de deficiência de todas as
Art. 226. O Poder Público deverá assegurar, na faixas etárias, na forma da lei. (Parágrafo com a redação da
Emenda à Lei Orgânica nº 79, de 2014.)
rede pública de ensino, atividades e manifestações
culturais integradas, garantido o acesso a museus,
Art. 233. A educação é direito de todos e deve
arquivos, monumentos históricos, artísticos, religiosos e
compreender as áreas cognitiva, afetivo-social e físico-
naturais como recursos educacionais.
motora.
§ 1º A educação física e a educação artística são
Art. 227. O Poder Público deve manter
disciplinas curriculares obrigatórias, ministradas de forma
atendimento suplementar ao educando em todas as
teórica e prática em todos os níveis de ensino da rede
etapas da educação básica, mediante assistência médica,
escolar. (Parágrafo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 7,
odontológica e psicológica. (Artigo com a redação da Emenda à de 1996.)
Lei Orgânica nº 79, de 2014.)
§ 2º É dever do Poder Público garantir as
Parágrafo único. O Poder Público deve submeter,
condições necessárias à prática de educação física
quando necessário, os alunos da rede pública de ensino a
curricular, ministrada por professor licenciado em
teste nutricional e de acuidade visual e auditiva, a fim de
educação física e ajustada a necessidades de cada faixa
detectar possíveis desvios prejudiciais a seu pleno
etária e condições da população escolar.
desenvolvimento.
§ 3º Será estimulada a criação de turmas especiais
a fim de preparar alunos que demonstrem aptidão e
Art. 228. É dever do Poder Público garantir o
talento para o esporte de competição.
serviço de orientação educacional em ambiente privativo,
§ 4º O Poder Público, por intermédio de seus
exercido por profissionais habilitados, em todas as etapas
órgãos competentes, somente pode conceder autorização
e modalidades de educação básica. (Artigo com a redação da
Emenda à Lei Orgânica nº 84, de 2014.) de funcionamento, a partir do ensino fundamental, a
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se escolas que apresentem instalações para prática de
às escolas profissionalizantes, aos centros de línguas, às educação física e desporto. (Parágrafo com a redação da
Emenda à Lei Orgânica nº 79, de 2014.)
escolas-parques e à educação de jovens e adultos.
§ 5º É livre, nos termos da lei, o acesso da
comunidade a instalações esportivas das instituições de
Art. 229. Cabe ao Poder Público assegurar
ensino da rede pública do Distrito Federal, com a
contínua formação e especialização de todos os
orientação de professores de educação física, em
profissionais da educação básica, na forma da lei. (Artigo
com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 79, de 2014.) horários e dias que não prejudiquem a prática pedagógica
regular de cada instituição de ensino. (Parágrafo com a
redação da Emenda à Lei Orgânica nº 79, de 2014.)
Art. 230. O Poder Público deve promover a
descentralização de recursos necessários à manutenção
Art. 234. O ensino religioso, de matrícula
e ao funcionamento das instituições da rede pública de
facultativa, constitui disciplina em horário regular de todas
ensino, inclusive das Diretorias Regionais de Ensino, na
as etapas da educação básica. (Artigo com a redação da
forma da lei. (Artigo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº Emenda à Lei Orgânica nº 79, de 2014.)
79, de 2014.)
Parágrafo único. O Poder Público deve promover a
Art. 235. A rede oficial de ensino deve incluir em
descentralização de recursos necessários para o
seu currículo, em todos os níveis, conteúdo programático
aparelhamento, a modernização e a contínua atualização
de educação ambiental, educação financeira, educação
das bibliotecas públicas das instituições de ensino.
sexual, educação para o trânsito, saúde oral,
comunicação social, artes, prevenção de doenças,
Art. 231. Os profissionais da carreira de magistério
cidadania, pluralidade cultural, pluralidade racial, além de
público que alfabetizem crianças e adultos têm tratamento
outros adequados à realidade específica do Distrito
especial quanto a sua remuneração, a ser definido em lei.
(Artigo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 84, de 2014.) Federal. (Artigo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 79, de
2014.)
§ 1º A língua espanhola é disciplina obrigatória no
Art. 232. O Poder Público garante atendimento
ensino médio da rede pública e deve constar como opção
educacional especializado, em todos os níveis, aos
de língua estrangeira em todas as demais etapas da
superdotados e às pessoas com deficiência, na medida
educação básica, com o fim de dar efetividade ao art. 4º,
do grau de deficiência de cada indivíduo, inclusive com
parágrafo único, da Constituição Federal. (Parágrafo com a
preparação para o trabalho. (Caput com a redação da Emenda à redação da Emenda à Lei Orgânica nº 126, de 25/11/2021.)
Lei Orgânica nº 84, de 2014.)
§ 2º Para efeito do disposto no caput, o Poder
§ 1º Profissionais da carreira de magistério público,
Público deve incluir a literatura brasiliense no currículo
técnicos e auxiliares que estejam em exercício em
das instituições públicas, com vistas a incentivar e difundir
unidades de ensino da rede pública e que atendam
as formas de produção artístico-literária locais.
diretamente a pessoas com deficiência e a crianças e

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§ 3º O currículo escolar e o universitário devem § 2º A dotação mínima de que trata o caput,
incluir, no conjunto das disciplinas, conteúdo sobre as destinada a garantir recursos para projetos, pesquisas e
lutas das mulheres, dos negros, dos índios e de outros na inovação, é de ,08% da receita corrente líquida do Distrito
história da humanidade e da sociedade brasileira. Federal a partir de 2026.
§ 3º Os recursos não utilizados anualmente na
Art. 236. Cabe ao Poder Público manter um forma dos §§ 1º e 2º constituem superávit financeiro para
sistema de bibliotecas escolares na rede pública e utilização em exercícios subsequentes, sem qualquer
incentivar a criação de bibliotecas na rede privada, na dedução da parcela devida do exercício vigente.
forma da lei.
Art. 241. O Poder Público deve aplicar anualmente,
Art. 237. O Poder Público deve garantir que o no mínimo, 25% da receita resultante de impostos,
ensino médio público seja integrado com a educação incluída a proveniente de transferências, na manutenção
profissional, com vistas à formação de profissionais e no desenvolvimento do ensino. (Artigo alterado(a) pelo(a)
qualificados, na forma da lei. (Artigo com a redação da Emenda Emenda à Lei Orgânica 79 de 31/07/2014) (Artigo revigorado(a) pelo(a)
à Lei Orgânica nº 79, de 2014.) ADI 30003-4 de 06/11/2015)
§ 1º O Poder Público deve oferecer educação Art. 241. (Artigo declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI
profissional para alunos egressos do ensino médio público 30003-4 de 06/11/2015)
que não tiverem acesso à educação superior. § 1º São vedados o desvio temporário, a retenção
§ 2º O Poder Público deve incentivar o estágio ou qualquer restrição ao emprego dos recursos referidos
para estudante em regime de cooperação com entidades no caput. (Parágrafo alterado(a) pelo(a) Emenda à Lei Orgânica 79
de 31/07/2014)
públicas e privadas, sem vínculo empregatício e como § 2º O Poder Público deve publicar, em até 30 dias
situação transitória, com vistas à integração do educando após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido
no mercado de trabalho, na forma da lei. da execução do orçamento da educação e de seus
programas suplementares de material didático-escolar,
Art. 238. O Poder Público implantará escolas rurais
transporte, alimentação e assistência à saúde. (Parágrafo
com a garantia de que os alunos nelas matriculados alterado(a) pelo(a) Emenda à Lei Orgânica 79 de 31/07/2014)
tenham direito a tratamento adequado a sua realidade, § 3º A distribuição dos recursos públicos deve
com adoção de critérios que levem em conta as estações assegurar prioridade ao atendimento das necessidades
do ano, seus ciclos agrícolas, a pecuária, as atividades do ensino obrigatório, no que se refere a universalização,
extrativas e a aquisição de conhecimento específico de garantia de padrão de qualidade e equidade, nos termos
vida rural, mediante aulas práticas, na forma da lei. dos planos nacional e distrital de educação. (Parágrafo
acrescido(a) pelo(a) Emenda à Lei Orgânica 80 de 31/07/2014)
Art. 239. Compete ao Poder Público promover,
anualmente, o recenseamento dos educandos da Art. 242. O Poder Público poderá dotar de
educação básica, fazer-lhes a chamada escolar e zelar infraestrutura e recursos necessários escolas
por sua frequência à escola junto aos pais ou aos comunitárias, organizadas e geridas pela própria
responsáveis. (Artigo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº comunidade, sem fins lucrativos e integradas ao sistema
79, de 2014.) de ensino, desde que ofereçam ensino gratuito.
Art. 240. O Poder Público deve criar seu próprio Art. 243. O Poder Público somente deve aplicar
sistema de educação superior, articulado com os demais recursos em instituições de ensino públicas ou em
níveis, na forma da lei. (Artigo com a redação da Emenda à Lei estabelecimentos de ensino que atendam ao disposto no
Orgânica nº 79, de 2014.)
art. 213 da Constituição Federal. (Artigo com a redação da
§ 1º Na instalação de unidades de educação Emenda à Lei Orgânica nº 79, de 2014.)
superior do Distrito Federal, consideram-se,
prioritariamente, regiões densamente povoadas não Art. 244. O Conselho de Educação do Distrito
atendidas por ensino público superior, observada a Federal, órgão consultivo-normativo de deliberação
vocação regional. coletiva e de assessoramento superior à Secretaria de
§ 2º As instituições de ensino superior gozam de Estado de Educação, incumbido de estabelecer normas e
autonomia didático-científica, administrativa e de gestão diretrizes para o Sistema de Ensino do Distrito Federal,
financeira e patrimonial. com atribuições e composição definidas em lei, tem seus
membros nomeados pelo Governador do Distrito Federal,
Art. 240-A. O Poder Executivo criará e manterá o escolhidos entre pessoas de notório saber e experiência
Fundo da Universidade do Distrito Federal – FunDF, em educação, que representem os diversos níveis de
atribuindo-lhe dotação mínima percentual da receita ensino e os profissionais da educação pública e privada
corrente líquida do Distrito Federal. (Artigo acrescido pela no Distrito Federal. (Artigo com a redação da Emenda à Lei
Emenda à Lei Orgânica nº 123, de 2021.) Orgânica nº 79, de 2014.)
§ 1º A dotação mínima de que trata o caput,
destinada a garantir recursos para obras necessárias a Art. 245. A lei deve estabelecer o plano de
sua estruturação, projetos, pesquisas e inovação, é de: educação do Distrito Federal, de duração decenal, na
I – 0,08% da receita corrente líquida do Distrito forma do art. 214 da Constituição Federal. (Artigo com a
Federal, em 2022; redação da Emenda à Lei Orgânica nº 82, de 2014.)
II – 0,15% da receita corrente líquida do Distrito § 1º A proposta do plano de educação do Distrito
Federal, em 2023; Federal é elaborada pelo Poder Executivo e submetida à
III – 0,2% da receita corrente líquida do Distrito apreciação da Câmara Legislativa até 30 de abril do
Federal, em 2024; último ano de sua vigência, e é devolvida para sanção até
IV – 0,3% da receita corrente líquida do Distrito 15 de agosto do mesmo ano.
Federal, em 2025. § 2º O plano de educação decenal do Distrito
Federal pode ser revisto para se adequar ao Plano

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É proibido o compartilhamento desse material, ainda que sem fins lucrativos. Registramos “CPF, e-mail e Internet Protocol (IP)” do comprador em nosso site e nos arquivos PDF.
Nacional de Educação – PNE em até 1 ano, contado da III – criação de programas de estímulo ao cinema e
publicação do PNE. vídeo no Distrito Federal;
IV – realização de concursos, encontros e mostras
Seção II nacionais e internacionais e disseminação de espaços
Da Cultura que permitam a experimentação e divulgação de
Art. 246. O Poder Público garantirá a todos o pleno linguagens expressivas tradicionais e novas;
exercício dos direitos culturais e o acesso às fontes da V – constituição, preservação e revitalização de
cultura; apoiará e incentivará a valorização e difusão das bibliotecas, museus e arquivos de âmbito nacional e
manifestações culturais, bem como a proteção do regional, que possam viabilizar permanente intercâmbio
patrimônio artístico, cultural e histórico do Distrito Federal. com instituições congêneres e com a sociedade;
§ 1º Os direitos citados no caput constituem: VI – prioridade aos programas e projetos que, por
I – a liberdade de expressão cultural e o respeito a meio de cursos práticos e teóricos, objetivem o
sua pluralidade; desenvolvimento do processo de criação e
II – o modo de criar, fazer e viver; aperfeiçoamento do indivíduo e da sociedade;
III – as criações científicas, artísticas e VII – cessão das instalações das escolas da rede
tecnológicas; pública do Distrito Federal para manifestações culturais,
IV – a difusão e circulação dos bens culturais. sem prejuízo das atividades pedagógicas;
§ 2º O Poder Público propiciará a difusão dos bens VIII – constituição de programas que visem a
culturais, respeitada a diversidade étnica, religiosa, propiciar conhecimento sobre o valor cultural, histórico,
ideológica, criativa e expressiva de seus autores e artístico e ambiental do Distrito Federal;
intérpretes. IX – regionalização da produção cultural e artística,
§ 3º O Conselho de Cultura do Distrito Federal, garantida a preservação das particularidades e
com estrutura, composição, competência e funcionamento identidades da arte e da cultura no Distrito Federal, na
definidos em lei, é órgão normativo e articulador da ação forma da lei;
cultural no Distrito Federal, vinculados a ele os conselhos X – formulação e implantação de política e
de cultura de cada Região Administrativa. programas de desenvolvimento de recursos humanos
§ 4º O Poder Executivo estabelecerá formas de para a área da cultura;
incentivo à participação da sociedade civil XI – criação e manutenção, nas Regiões
complementarmente aos investimentos destinados à Administrativas, de espaços culturais de múltiplo uso,
cultura. (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 52, de devidamente equipados e acessíveis à população.
2008.)
§ 5º O Poder Público manterá o Fundo de Apoio à Art. 249. O Poder Público apoiará e incentivará a
Cultura, com dotação mínima de três décimos por cento participação de empresas privadas no estímulo à cultura,
da receita corrente líquida. (Parágrafo acrescido pela Emenda à na forma da lei.
Lei Orgânica nº 52, de 2008.)

Art. 250. É vedada a extinção de qualquer espaço


Art. 247. O Poder Público adotará medidas de
cultural público sem a criação de novo espaço
preservação das manifestações e dos bens de valor
equivalente, ouvida a comunidade local por intermédio do
histórico, artístico e cultural, bem como das paisagens
respectivo Conselho Regional de Cultura.
notáveis, naturais e construídas, e dos sítios
arqueológicos, buscada a articulação orgânica com as
Art. 251. A lei disporá sobre fixação de datas
vocações da região do entorno.
comemorativas de alta significação para os diferentes
§ 1º O disposto no caput abrange bens de
segmentos étnicos.
natureza material e imaterial, tomados individualmente ou
em conjunto, relacionados com a identidade, ação e
Art. 252. O Poder Público manterá sistemas
memória dos diferentes grupos integrantes da
integrados de arquivos, bibliotecas e museus, que
comunidade.
responderão pela política geral dos respectivos setores no
§ 2º Esta Lei Orgânica resguardará Brasília como
âmbito da administração pública, na forma da lei.
Patrimônio Cultural da Humanidade, nos termos dos
Parágrafo único. O Poder Público firmará
critérios vigentes quando do tombamento de seu conjunto
convênios com os Poderes Legislativo e Judiciário com
urbanístico, conforme definição da UNESCO, em 1987.
(Parágrafo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 11, de 1996.)
vistas à inclusão de suas unidades nos sistemas
§ 3º Cabe à administração pública a gestão da integrados referidos no caput.
documentação governamental e as providências para
preservação e franquia da sua consulta, na forma da lei. Art. 253. As áreas públicas, especialmente os
§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural parques, praças, jardins e terminais rodoviários podem
serão punidos, na forma da lei. ser utilizados para manifestações artístico-culturais, desde
que sem fins lucrativos e compatíveis com a preservação
Art. 248. O Poder Público terá como prioritária a ambiental, paisagística, arquitetônica e histórica.
implantação de política articulada com a educação e a
comunicação, que garanta o desenvolvimento cultural do Seção III
Distrito Federal, mediante: Do Desporto
I – estímulo, por meio de incentivos fiscais, a Art. 254. É dever do Distrito Federal fomentar
empreendimentos privados que se voltem para a práticas desportivas, formais e não formais, como
produção cultural e artística, preservação e restauração incentivo a educação, promoção social, integração
do patrimônio cultural do Distrito Federal, na forma da lei; sociocultural e preservação da saúde física e mental do
II – elaboração de programas de estímulo a artes cidadão.
literárias, música, artes plásticas e cênicas, bem como Parágrafo único. As unidades e centros esportivos
editoração e fotografia; pertencentes ao Poder Público do Distrito Federal estarão

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voltados para a população, com atendimento especial a pelos meios disponíveis, observado o disposto na
criança, adolescente, idoso e portadores de deficiência. Constituição Federal.

Art. 255. As ações do Poder Público darão Art. 259. A atuação dos meios de comunicação
prioridade: estatais e daqueles direta ou indiretamente vinculados ao
I – ao desporto educacional e, em casos Poder Público caracterizar-se-á pela independência
específicos, ao desporto de alto rendimento, respeitado o editorial dos poderes constituídos, assegurada a
tratamento diferenciado para o desporto profissional e o possibilidade de expressão e confronto de correntes de
não profissional; opinião.
II – ao lazer popular como forma de promoção
social; Art. 260. É responsabilidade do Poder Público a
III – à promoção e ao estímulo à prática da promoção da cultura regional e o estímulo à produção
educação física; independente que objetive sua divulgação.
IV – à manutenção e adequação dos locais já Parágrafo único. A regionalização da produção
existentes, bem como previsão de novos espaços para cultural, artística e jornalística dar-se-á conforme o
esporte e lazer, garantida a adaptação necessária para estabelecido em lei.
portadores de deficiência, crianças, idosos e gestantes;
V – à proteção e incentivo a manifestações Art. 261. O Poder Público manterá o Conselho de
desportivas de criação nacional; Comunicação Social do Distrito Federal, integrado por
VI – à criação, incentivo e apoio a centros de representantes de entidades da sociedade civil e órgãos
pesquisa científica para desenvolvimento de tecnologia, governamentais vinculados ao Poder Executivo, conforme
formação e aperfeiçoamento de recursos humanos para o previsto em legislação complementar.
desporto e a educação física. Parágrafo único. O Conselho de Comunicação
Parágrafo único. No exercício de sua competência, Social do Distrito Federal dará assessoramento ao Poder
o Poder Público respeitará a autonomia das entidades Executivo na formulação e acompanhamento da política
desportivas dirigentes e associações, quanto a sua regional de comunicação social.
organização e funcionamento.
Art. 262. As emissoras de televisão pertencentes
Art. 255-A. O Poder Público manterá o Fundo de ao Poder Público terão intérpretes ou legendas para
Apoio ao Esporte, para captar e destinar recursos para deficientes auditivos sempre que transmitirem noticiários e
projetos esportivos, com a sua constituição definida por lei comunicações oficiais.
complementar. (Artigo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº Parágrafo único. O Poder Público implantará
125, de 25/11/2021.) sistemas de aprendizagem e comunicação destinados a
Parágrafo único. O Conselho do Esporte do Distrito portadores de deficiência visual e auditiva, de maneira a
Federal, com estrutura, composição, competência e atender a suas necessidades educacionais e sociais, em
funcionamento definidos em lei, é órgão normativo e conformidade com o art. 232.
articulador da ação desportiva no Distrito Federal,
vinculados a ele os conselhos de esporte de cada região CAPÍTULO VI
administrativa. DA DEFESA DO CONSUMIDOR
Art. 263. Cabe ao Poder Público, com a
Art. 256. A lei disporá sobre o sistema de desporto participação da comunidade e na forma da lei, promover a
do Distrito Federal. defesa do consumidor, mediante:
Parágrafo único. As entidades desportivas que I – adoção de política governamental própria;
vierem a integrar o sistema de desporto do Distrito II – pesquisa, informação e divulgação de dados
Federal ficam sujeitas a orientação normativa do Estado, de consumo, junto a fabricantes, fornecedores e
obedecido o disposto no art. 217, I, da Constituição consumidores;
Federal. III – atendimento, orientação, conciliação e
encaminhamento do consumidor por meio de órgãos
Art. 257. Ao atleta selecionado para representar o competentes, incluída a assistência jurídica, técnica e
Distrito Federal ou o País em competições oficiais, serão administrativa;
garantidos, na forma da lei: IV – conscientização do consumidor, habilitando-o
I – quando servidor público, seus vencimentos, para o exercício de suas funções no processo econômico;
direitos e vantagens, no período de duração das V – proteção contra publicidade enganosa;
competições; VI – incentivo ao controle de qualidade de bens e
II – quando estudante, todos os direitos inerentes a serviços;
sua situação escolar. VII – fiscalização de preços, pesos e medidas;
VIII – estímulo a ações de educação sanitária;
CAPÍTULO V IX – esclarecimento ao consumidor acerca do
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL preço máximo de venda de bens e serviços, quando
Art. 258. A comunicação é bem social a serviço da tabelados ou sujeitos a controle;
pessoa humana, da realização integral de suas X – proteção de direitos dos usuários de serviços
potencialidades políticas e intelectuais, garantido o direito públicos.
fundamental do cidadão a participar dos assuntos da
comunicação como maiores interessados por seus Art. 264. O Poder Público adotará medidas
processos, formas e conteúdos. necessárias à defesa, promoção e divulgação dos direitos
Parágrafo único. Todo cidadão tem direito à do consumidor, em ação coordenada com órgãos e
liberdade de opinião e de expressão, incluída a liberdade entidades que tenham estas atribuições, na forma da lei.
de procurar, receber e transmitir informações e ideias

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Art. 265. O Poder Público, na forma da lei, adotará § 3º O Distrito Federal estimula, mediante
medidas para: incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, o
I – esclarecer o consumidor acerca dos impostos acolhimento ou a guarda de criança ou adolescente órfão
que incidam sobre bens e serviços; ou abandonado. (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica
II – assegurar que estabelecimentos comerciais nº 81, de 2014.)
apresentem seus produtos e serviços com preços e dados
indispensáveis à decisão consciente do consumidor; Art. 268. As ações de proteção a infância e
III – garantir os direitos assegurados nos contratos adolescência serão organizadas, na forma da lei, com
que regulam as relações de consumo, vedado qualquer base nas seguintes diretrizes:
tipo de constrangimento ou ameaça ao consumidor; I – descentralização do atendimento;
IV – garantir o acesso do consumidor a II – valorização dos vínculos familiares e
informações sobre ele existentes em bancos de dados, comunitários;
cadastros, fichas, registros de dados pessoais e de III – atendimento prioritário em situações de risco,
consumo, vedada a utilização de quaisquer informações definidas em lei;
que possam impedir ou dificultar novo acesso ao crédito, IV – participação da sociedade na formulação de
quando consumada a prescrição relativa à cobrança de políticas e programas, bem como no acompanhamento de
débitos. sua execução, por meio de organizações representativas.

Art. 266. O sistema de defesa do consumidor, Art. 269. O Poder Público apoiará a criação de
integrado por órgãos públicos das áreas de saúde, associações civis de defesa dos direitos da criança e
alimentação, abastecimento, assistência judiciária, adolescente, que busquem a garantia de seus direitos, de
crédito, habitação, segurança, educação e por entidades acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente.
privadas de defesa do consumidor, terá atribuições e
composição definidas em lei. Art. 269-A. O Poder Público manterá o Fundo dos
Parágrafo único. O Poder Público adotará medidas Direitos da Criança e do Adolescente, com dotação
de descentralização dos órgãos que tenham atribuições mínima de três décimos por cento da receita tributária
de defesa do consumidor. líquida. (Artigo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 76, de
2014.)
Parágrafo único. É vedado o contingenciamento
CAPÍTULO VII
ou o remanejamento dos recursos destinados ao Fundo
DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Dos Direitos da Criança e do Adolescente do Distrito
Art. 267. É dever da família, da sociedade e do
Federal.
Poder Público assegurar à criança e ao adolescente, nos
termos da Constituição Federal, com absoluta prioridade,
CAPÍTULO VIII
o direito à vida, saúde, alimentação, educação, lazer,
DO IDOSO
profissionalização, cultura, dignidade, respeito, liberdade,
Art. 270. É dever da família, da sociedade e do
convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a
Poder Público garantir o amparo a pessoas idosas e sua
salvo de toda forma de negligência, discriminação,
participação na comunidade; defender sua dignidade,
exploração, violência, constrangimento, vexame,
bem-estar e o direito à vida, bem como colocá-las a salvo
crueldade e opressão.
de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
§ 1º O Poder Público, por meio de ação
violência, crueldade e opressão.
descentralizada e articulada com entidades
Parágrafo único. Entende-se por idoso a pessoa
governamentais e não governamentais, viabilizará:
com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
I – o atendimento à criança e ao adolescente, em (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 42, de 2005.)
caráter suplementar, mediante programas que incluam
sua proteção, garantindo-lhes a permanência em seu Art. 271. O Poder Público incentivará as entidades
próprio meio; não governamentais, sem fins lucrativos, atuantes na
II – o cumprimento da legislação referente ao política de amparo e bem-estar do idoso, devidamente
direito a creche, estabelecendo formas de fiscalização da registradas nos órgãos competentes, subvencionando-as
qualidade do atendimento a crianças, bem como sanções com auxílio financeiro e apoio técnico, na forma da lei.
para os casos de inadimplemento;
III – condições para que a criança ou adolescente, Art. 272. O Poder Público assegurará a integração
arrimo de família, possa conciliar tais obrigações com a do idoso na comunidade, defendendo sua dignidade e seu
satisfação de suas necessidades lúdicas, de saúde e bem-estar, na forma da lei, especialmente quanto:
educação; I – ao acesso a todos os equipamentos, serviços e
IV – o direito de cidadania de criança e programas culturais, educacionais, esportivos,
adolescente órfãos, sem amparo legal de pessoas por recreativos, bem como à reserva de áreas em conjuntos
elas responsáveis, com ou sem vínculo de parentesco; habitacionais destinados a convivência e lazer;
V – o atendimento a criança em horário integral II – à gratuidade do transporte coletivo urbano para
nas instituições educacionais; os maiores de 65 anos, vedada a criação de qualquer tipo
VI – o cumprimento da legislação referente ao de dificuldade ou embaraço ao beneficiário, e à
atendimento socioeducativo, garantindo-se o respeito aos progressiva extensão desse direito às pessoas com idade
direitos humanos e à doutrina da proteção integral. (Inciso entre 60 e 64 anos, na forma da lei; (Inciso com a redação da
acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 77, de 2014.)
Emenda à Lei Orgânica nº 107, de 2017.)
§ 2º A proteção à vida é feita mediante a III – à criação de núcleos de convivência para
efetivação de política social pública, que resguarde o idosos;
respeito à vida desde a concepção, bem como ampare o IV – ao atendimento e orientação jurídica no que
nascimento e desenvolvimento da criança em condições se refere a seus direitos;
dignas de sobrevivência.

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V – à criação de centros destinados ao trabalho e
experimentação laboral e programas de educação Art. 277. As empresas e órgãos públicos situados
continuada, reciclagem e enriquecimento cultural; no Distrito Federal que, comprovadamente, discriminarem
VI – à preferência no atendimento em órgãos e a mulher nos procedimentos de seleção, contratação,
repartições públicas. promoção, aperfeiçoamento profissional e remuneração,
bem como por seu estado civil, sofrerão sanções
CAPÍTULO IX administrativas, na forma da lei.
DOS PORTADORES DE DEFICIÊNCIA Parágrafo único. Aplicam-se as sanções referidas
Art. 273. É dever da família, da sociedade e do neste artigo a empresas e órgãos públicos que exijam
Poder Público assegurar a pessoas portadoras de documento médico para controle de gravidez ou
deficiência a plena inserção na vida econômica e social e fertilidade.
o total desenvolvimento de suas potencialidades.
CAPÍTULO XI
Art. 274. O Poder Público garantirá o direito de DO MEIO AMBIENTE
acesso adequado a logradouros e edifícios de uso público Art. 278. Todos têm direito ao meio ambiente
pelas pessoas portadoras de deficiência, na forma da lei, ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo
que disporá quanto a normas de construção, observada a e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
legislação federal. Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
§ 1º As empresas de transporte coletivo garantirão preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
a pessoas portadoras de deficiência facilidade para a Parágrafo único. Entende-se por meio ambiente o
utilização de seus veículos. conjunto de condições, leis, influências e interações de
§ 2º O Poder Público reservará, em ordem física, química e biológica, que permite, abriga e
estacionamentos públicos, vagas para veículos adaptados rege a vida em todas as suas formas.
para portadores de deficiência.
Art. 279. O Poder Público, assegurada a
Art. 275. O Poder Público disporá sobre linhas de participação da coletividade, zelará pela conservação,
crédito das entidades ou instituições financeiras, proteção e recuperação do meio ambiente, coordenando
vinculadas ao Distrito Federal, destinadas a pessoas e tornando efetivas as ações e recursos humanos,
carentes e portadoras de deficiência para aquisição de financeiros, materiais, técnicos e científicos dos órgãos da
equipamentos de uso pessoal que permitam correção, administração direta e indireta, e deverá:
diminuição e superação de suas limitações. I – planejar e desenvolver ações para a
conservação, preservação, proteção, recuperação e
CAPÍTULO X fiscalização do meio ambiente;
DA MULHER, DO NEGRO E DAS MINORIAS II – promover o diagnóstico e zoneamento
(Título deste Capítulo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 16, ambiental do território, definindo suas limitações e
de 1997.) condicionantes ecológicas e ambientais para ocupação e
Art. 276. É dever do Poder Público estabelecer uso dos espaços territoriais;
políticas de prevenção e combate à violência e à III – elaborar e implementar o plano de proteção ao
discriminação, particularmente contra a mulher, o negro e meio ambiente, definindo áreas prioritárias de ação
as minorias, por meio dos seguintes mecanismos: (Caput governamental;
com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 16, de 1997.)
IV – estabelecer normas relativas ao uso e manejo
I – criação de delegacias especiais de atendimento
de recursos ambientais;
à mulher vítima de violência e ao negro vítima de
V – estabelecer normas e padrões de qualidade
discriminação; (Inciso com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº
16, de 1997.)
ambiental para aferição e monitoramento dos níveis de
II – criação e manutenção de abrigos para poluição do solo, subsolo, do ar, das águas e da acústica,
mulheres vítimas de violência doméstica; entre outras;
III – criação e execução de programas que visem à VI – exercer o controle e o combate da poluição
coibição da violência e da discriminação sexual, racial, ambiental;
social ou econômica; (Inciso com a redação da Emenda à Lei VII – estabelecer diretrizes específicas para
Orgânica nº 16, de 1997.) proteção de recursos minerais, no território do Distrito
IV – vedação da adoção de livro didático que Federal;
dissemine qualquer forma de discriminação ou VIII – estabelecer padrões de qualidade ambiental
preconceito; a serem obedecidos em planos e projetos de ação, no
V – criação e execução de programas que visem a meio ambiente natural e construído;
assistir gestantes carentes, observado o disposto no art. IX – implantar sistema de informações ambientais,
123, parágrafo único; comunicando sistematicamente à população dados
VI – incentivo e apoio às comemorações das datas relativos a qualidade ambiental, tais como níveis de
importantes para a cultura negra. (Inciso acrescido pela poluição, causas de degradação ambiental, situações de
Emenda à Lei Orgânica nº 16, de 1997.) risco de acidentes e presença de substâncias efetiva ou
VII – criação do Observatório de Violência Contra a potencialmente danosas à saúde;
Mulher e Feminicídio, para proceder à concertação entre X – promover programas que assegurem
interlocutores institucionais de relevância no tema, progressivamente benefícios de saneamento à população
elaborar relatório de políticas públicas, formular adequado urbana e rural;
instrumento para acompanhar sua execução e instruir, XI – implantar e operar sistema de monitoramento
com dados pertinentes, o debate de planos distritais a ambiental;
serem adotados pela Câmara Legislativa do Distrito XII – licenciar e fiscalizar o desmatamento ou
Federal. (Inciso acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 121, de qualquer outra alteração da cobertura vegetal nativa,
2021.)

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primitiva ou regenerada, bem como a exploração de Art. 284. Os recursos hídricos do Distrito Federal
recursos minerais; constituem patrimônio público.
XIII – promover medidas judiciais e administrativas § 1º É dever do Governo do Distrito Federal, do
necessárias para coibir danos ao meio ambiente, cidadão e da sociedade zelar pelo regime jurídico das
responsabilizados os servidores públicos pela mora ou águas, devendo o Poder Público disciplinar:
falta de iniciativa; I – o uso racional dos recursos hídricos para toda a
XIV – colaborar e participar de planos e ações de coletividade;
interesse ambiental em âmbito nacional, regional e local; II – a proteção das águas contra ações ou eventos
XV – condicionar a concessão de benefícios fiscais que comprometam a utilização atual e futura, bem como a
e creditícios a pessoas físicas e jurídicas condenadas por integridade e renovação física, química e biológica do
atos cujas obrigações ambientais ainda estejam ciclo hidrológico;
pendentes ao compromisso de quitação dessas III – seu controle, de modo a evitar ou minimizar os
obrigações; impactos danosos causados por eventos meteorológicos;
XVI – estimular e promover o reflorestamento com IV – a utilização das águas para abastecimento
espécies nativas em áreas degradadas, com o objetivo de público, piscicultura, pesca e turismo;
proteger especialmente encostas e recursos hídricos, bem V – a exploração racional dos depósitos naturais
como manter índices mínimos de cobertura vegetal de água, águas subterrâneas e afluentes.
original necessários à proteção da fauna nativa; § 2º Compete ao Distrito Federal, para assegurar o
XVII – avaliar e incentivar o desenvolvimento, disposto neste artigo:
produção e instalação de equipamentos, bem como a I – instituir normas de gerência e monitoramento
criação, absorção e difusão de tecnologias compatíveis dos recursos hídricos no seu território;
com a melhoria da qualidade ambiental; II – adotar a bacia hidrográfica como base unitária
XVIII – conceder licenças, autorizações e fixar de gerenciamento, considerado o ciclo hidrológico em
limitações administrativas relativas ao meio ambiente; todas as suas fases;
XIX – garantir a participação comunitária no III – cadastrar, registrar, acompanhar e fiscalizar as
planejamento, execução e vigilância de atividades que concessões de atividades de pesquisa ou exploração de
visem à proteção, recuperação ou melhoria da qualidade recursos hídricos concedidas ou efetuadas pela União.
ambiental; § 3º A exploração de recursos hídricos no Distrito
XX – avaliar níveis de saúde ambiental, Federal não poderá comprometer a preservação do
promovendo pesquisas, investigações, estudos e outras patrimônio natural e cultural do seu território.
medidas necessárias;
XXI – identificar, criar e administrar unidades de Art. 285. Incumbe ao Poder Público estabelecer
conservação e demais áreas de interesse ambiental, normas, padrões e parâmetros para prevenir, combater e
estabelecendo normas a serem observadas nestas áreas, controlar a poluição e a erosão do solo em quaisquer de
incluídos os respectivos planos de manejo; suas formas, bem como fixar as medidas necessárias a
XXII – promover a educação ambiental, seu manejo ecológico, respeitada sua vocação quanto à
objetivando a conscientização pública para a preservação, capacidade de uso.
conservação e recuperação do meio ambiente;
XXIII – controlar e fiscalizar obras, atividades, Art. 286. O Distrito Federal, de comum acordo com
processos produtivos e empreendimentos que, direta ou a União, zelará pelos recursos minerais de seu território,
indiretamente, possam causar degradação ao meio fiscalizando a exploração de jazidas e estimulando
ambiente, bem como adotar medidas preventivas ou estudos e pesquisas de solos, geológicas e de tecnologia
corretivas e aplicar sanções administrativas pertinentes. mineral.

Art. 280. As terras públicas, consideradas de Art. 287. O Poder Público manterá permanente
interesse para a proteção ambiental, não poderão ser fiscalização e controle da emissão de gases e partículas
transferidas a particulares, a qualquer título. poluidoras produzidas pelas fontes estacionárias e não
estacionárias, obrigatório nessas atividades o uso de
Art. 281. O Poder Público poderá estabelecer equipamentos antipoluentes.
restrições administrativas de uso de áreas privadas para
fins de proteção a ecossistemas. Art. 288. O Poder Público estimulará a eficiência
energética e a conservação de energia, incluída a
Art. 282. Cabe ao Poder Público estabelecer utilização de fontes alternativas não poluidoras.
diretrizes específicas para proteção de mananciais
hídricos, por meio de planos de gerenciamento, uso e Art. 289. Cabe ao Poder Público, na forma da lei,
ocupação de áreas de drenagem de bacias e sub-bacias exigir a realização de estudo prévio de impacto ambiental
hidrográficas, que deverão dar prioridade à solução de para construção, instalação, reforma, recuperação,
maior alcance ambiental, social e sanitário, além de ampliação e operação de empreendimentos ou atividades
respeitar a participação dos usuários. potencialmente causadoras de significativa degradação
Parágrafo único. Cabe ao órgão ambiental do ao meio ambiente, ao qual se dará publicidade, ficando à
Distrito Federal a gestão do sistema de gerenciamento de disposição do público por no mínimo trinta dias antes da
recursos hídricos. audiência pública obrigatória.
§ 1º Os projetos de parcelamento do solo no
Art. 283. O órgão ambiental do Distrito Federal Distrito Federal terão sua aprovação condicionada a
deverá divulgar, a cada semestre, relatório de qualidade apresentação de estudo de impacto ambiental e
da água distribuída à população. respectivo relatório, para fins de licenciamento.
§ 2º Quando da aprovação pelo Poder Público de
projeto de parcelamento do solo, o respectivo

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licenciamento constará do ato administrativo de Art. 293. O processamento, o controle e a
aprovação, com as limitações administrativas, caso destinação de resíduos rurais e urbanos obedecerão a
existam. normas previstas na legislação local de proteção
§ 3º O estudo prévio de impacto ambiental será ambiental, sem prejuízo dos demais dispositivos legais
realizado por equipe multidisciplinar, cujos membros incidentes.
deverão ser cadastrados no órgão ambiental do Distrito § 1º O Poder Público implementará política setorial
Federal. com vistas à coleta seletiva, transporte, tratamento e
§ 4º A execução das atividades referidas no caput disposição final de resíduos urbanos, com ênfase nos
dependerá de prévio licenciamento pelo órgão ambiental, processos que envolvam sua reciclagem.
sem prejuízo de outras licenças exigidas por lei. § 2º É vedado, no território do Distrito Federal,
§ 5º Poderá ser exigido estudo de impacto lançar esgotos hospitalares, industriais, residenciais e de
ambiental e respectivo relatório em empreendimento ou outras fontes, diretamente em cursos ou corpos d’água,
atividades já instaladas, a qualquer tempo, na hipótese de sem prévio tratamento.
realização de auditoria ambiental. § 3º Cabe ao Poder Público regulamentar a
§ 6º Na aprovação de projetos de parcelamento do permissão para uso dos recursos naturais como via de
solo para fins urbanos com área igual ou inferior a esgotamento dos dejetos citados no § 2º, após
sessenta hectares, ou com área igual ou inferior a cem conveniente tratamento, controle e avaliação dos teores
hectares no caso de projetos urbanísticos de habitação de poluentes.
interesse social com pequeno potencial de impacto
ambiental, e de parcelamento do solo com finalidade rural Art. 294. É vedada a implantação de aterros
com área igual ou inferior a duzentos hectares cuja fração sanitários próximos a rios, lagos, lagoas e demais fontes
mínima corresponda à definida nos planos diretores, o de recursos hídricos, respeitado o afastamento mínimo
órgão ambiental pode substituir a exigência de definido, em cada caso específico, pelo órgão ambiental
apresentação de estudo de impacto ambiental e do do Distrito Federal.
respectivo relatório prevista no § 1º pela avaliação de
impacto ambiental definida em lei específica ou pelo Art. 295. As unidades de conservação, os parques,
licenciamento ambiental simplificado, referentes, entre as praças, o conjunto urbanístico de Brasília, objeto de
outros fatores, às restrições ambientais, à capacidade de tombamento e Patrimônio Cultural da Humanidade, bem
abastecimento de água, às alternativas de esgotamento como os demais bens imóveis de valor cultural, são
sanitário e de destinação final de águas pluviais, mantida espaços territoriais especialmente protegidos e sua
a obrigatoriedade da realização de audiência pública. utilização far-se-á na forma da lei.
(Parágrafo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 71, de 2013.) § 1º Cabe ao Poder Público estabelecer e
§ 7º Para fins de licenciamento ambiental de implantar controle da poluição visual no Distrito Federal,
projetos de parcelamento do solo em imóveis rurais de de modo a assegurar a preservação da estética dos
propriedade da administração pública direta ou indireta, ambientes.
com objetivo de regularizar a situação fundiária de § 2º Na criação pelo Poder Público de unidades de
ocupações consolidadas em consonância com as conservação, serão alocados recursos financeiros,
definições do Plano Diretor de Ordenamento Territorial – estabelecidos prazos para regularização fundiária,
PDOT, o órgão ambiental substituirá a exigência de demarcação, zoneamento e implantação da estrutura de
apresentação do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório fiscalização.
de Impacto Ambiental, prevista no § 1º, pelo Relatório de § 3º Nas unidades de conservação do Distrito
Controle Ambiental – RCA e pelo Plano de Controle Federal, criadas com a finalidade de preservar a
Ambiental – PCA. (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei integridade de exemplares dos ecossistemas que
Orgânica nº 75, de 2014.)
possuam características naturais peculiares ou abriguem
exemplares raros da biota regional, é vedada qualquer
Art. 290. O Poder Público estabelecerá, na forma
atividade ou empreendimento público ou privado que
da lei complementar, tributação das atividades que
degrade ou altere as características naturais.
utilizem recursos ambientais e impliquem significativa
degradação ambiental.
Art. 296. Cabe ao Poder Público proteger e
preservar a flora e a fauna, as espécies ameaçadas de
Art. 291. Os projetos com significativo potencial
extinção, as vulneráveis e raras, vedadas as práticas
poluidor, após a realização do estudo de impacto
cruéis contra animais, a pesca predatória, a caça, sob
ambiental e da audiência pública, serão submetidos a
qualquer pretexto, em todo o Distrito Federal.
apreciação do Conselho de Meio Ambiente do Distrito
Federal.
Art. 297. Os proprietários ou concessionários rurais
ficam obrigados, na forma da lei, a conservar o ambiente
Art. 292. As pessoas físicas e jurídicas, públicas ou
de suas propriedades ou lotes rurais, ou a recuperá-lo,
privadas, que exerçam atividades consideradas efetiva ou
preferencialmente com espécies nativas.
potencialmente poluidoras, temporárias ou permanentes,
são responsáveis, direta ou indiretamente, pela coleta,
Art. 298. As coberturas vegetais nativas existentes
acondicionamento, tratamento, esgotamento e destinação
no Distrito Federal não poderão ter suas áreas reduzidas,
final dos resíduos produzidos.
salvo nos casos previstos em lei.
Parágrafo único. O Poder Público promoverá o
controle e avaliação de irregularidades que agridam ao
Art. 299. O Distrito Federal adotará políticas de
meio ambiente e, na forma da lei, exigirá adoção das
estímulo ao reflorestamento ecológico em áreas
medidas corretivas necessárias e aplicará as penalidades
degradadas, a fim de proteger encostas e recursos
cabíveis aos responsáveis.
hídricos e de manter os índices mínimos de cobertura
vegetal.

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É proibido o compartilhamento desse material, ainda que sem fins lucrativos. Registramos “CPF, e-mail e Internet Protocol (IP)” do comprador em nosso site e nos arquivos PDF.
§ 1º Será estimulado o reflorestamento econômico contempladas também as práticas populares e empíricas,
integrado, com essências diversificadas, em áreas utilizadas secularmente.
ecologicamente adequadas. Parágrafo único. Com a finalidade de assegurar a
§ 2º O Poder Público promoverá e estimulará prática e o efetivo controle das ações que objetivem a
ampla e permanente arborização de logradouros públicos. proteção do meio ambiente, o Distrito Federal deverá
manter:
Art. 300. A prática do carvoejamento visando à I – subprocuradoria especializada em tutela
produção de carvão vegetal para fins industriais é ambiental, defesa de interesses difusos e do patrimônio
proibida no território do Distrito Federal. histórico, cultural, paisagístico, arquitetônico e urbanístico,
integrante da Procuradoria-Geral do Distrito Federal;
Art. 301. São áreas de preservação permanente: II – delegacias policiais especializadas e unidades
I – lagos e lagoas; de policiamento ambiental integrantes da Polícia Militar do
II – nascentes, remanescentes de matas ciliares ou Distrito Federal, incumbidas da prevenção, da repressão e
de galerias, mananciais de bacias hidrográficas e faixas da apuração dos ilícitos ambientais, sem prejuízo das
marginais de proteção de águas superficiais, conforme ações dos demais órgãos de fiscalização especializados.
definidas pelo órgão ambiental do Distrito Federal; (Inciso com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 104, de 2017.)
III – áreas que abriguem exemplares da fauna e
flora ameaçados de extinção, vulneráveis, raros ou menos Art. 308. O Poder Público regulamentará,
conhecidos, bem como aquelas que sirvam como local de controlará e fiscalizará a produção, estocagem, manejo,
pouso, alimentação ou reprodução; transporte, comercialização, consumo, uso, disposição
IV – áreas de interesse arqueológico, histórico, final, pesquisa e experimentação de substâncias nocivas
científico, paisagístico e cultural; à saúde, à qualidade de vida e ao meio ambiente.
V – aquelas assim declaradas em lei. Parágrafo único. São vedadas no território do
Distrito Federal, observada a legislação federal:
Art. 302. São espaços territoriais especialmente I – a instalação de indústrias químicas de
protegidos, cuja utilização dependerá de prévia agrotóxicos, seus componentes e afins;
autorização dos órgãos competentes, de modo a II – a fabricação, comercialização e utilização de
preservar seus atributos essenciais: substâncias que emanem o composto cloro-flúor-carbono
I – as coberturas florestais nativas; – CFC;
II – as unidades de conservação já existentes; III – a fabricação, comercialização e utilização de
III – aqueles assim declarados em lei. equipamentos e instalações nucleares, à exceção dos
destinados a pesquisa científica e a uso terapêutico, que
Art. 303. O Poder Público criará sistema dependerão de licenciamento ambiental;
permanente de proteção, na forma da lei, que desenvolva IV – a instalação de depósitos de resíduos tóxicos
ações permanentes de proteção, recuperação e ou radioativos de outros Estados e países.
fiscalização do meio ambiente, primordialmente para
preservar a diversidade e integridade do patrimônio Art. 309. Ao Poder Público incumbe, na forma da
genético contido em seu território, incluídas a manutenção lei, implantar unidades técnicas preventivas, curativas e
e ampliação de bancos de germoplasma e a fiscalização emergenciais, para atendimento a pessoas e instalações
das entidades dedicadas a pesquisa e a manipulação de afetadas por emanações tóxicas ou quaisquer outras
material genético. causas nocivas à população e ao meio ambiente.
Parágrafo único. É garantida a participação do
Sistema Único de Saúde nas ações de preservação do Art. 310. O Poder Público disporá de laboratórios
meio ambiente, nos termos do art. 207, X. para análises físico-químico-biológicas, bem como
incentivará e facilitará a participação da sociedade civil na
Art. 304. Compete ao Poder Público promover a apresentação de amostras de substâncias suspeitas de
conscientização da sociedade para a preservação do potencial poluidor, cuja análise terá resultados públicos.
meio ambiente, conservação de energia e sadia qualidade
de vida. Art. 311. As normas de preservação ambiental
Parágrafo único. O bioma cerrado, sua flora e quanto à poluição sonora, fixando níveis máximos de
fauna, bem como as relações ecológicas existentes e emissão de sons e ruídos, de acordo com o local e a
formas de conservação, preservação, manejo, ocupação duração da fonte, serão estabelecidas na forma da lei,
e exploração, deverão receber atenção especial do Poder observada a legislação federal pertinente.
Público.
TÍTULO VII
Art. 305. O Distrito Federal deverá manter mapa DA POLÍTICA URBANA E RURAL
atualizado que indique as unidades de conservação e CAPÍTULO I
demais áreas de proteção ambiental de seu território. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 312. A política de desenvolvimento urbano e
Art. 306. Cabe ao Poder Público garantir à rural do Distrito Federal, observados os princípios da
população o acesso sistemático a informações referentes Constituição Federal e as peculiaridades locais e
a níveis de poluição e causas da degradação ambiental regionais, tem por objetivo assegurar que a propriedade
de qualquer natureza e origem. cumpra sua função social e possibilitar a melhoria da
qualidade de vida da população, mediante:
Art. 307. Compete ao Poder Público instituir órgãos I – adequada distribuição espacial das atividades
próprios para estudar, planejar e controlar a utilização socioeconômicas e dos equipamentos urbanos e
racional do meio ambiente, bem como daquelas comunitários, de forma compatível com a preservação
tecnologias menos agressivas ao meio ambiente, ambiental e cultural;

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II – integração das atividades urbanas e rurais no VII – o planejamento para a correta expansão das
território do Distrito Federal, bem como deste com a áreas urbanas, quer pela formação de novos núcleos,
região geoeconômica e, em especial, com a região do quer pelo adensamento dos já existentes;
entorno; VIII – a adoção de padrões de equipamentos
III – estabelecimento de créditos e incentivos urbanos, comunitários e de estruturas viárias compatíveis
fiscais a atividades econômicas; com as condições socioeconômicas do Distrito Federal;
IV – participação da sociedade civil no processo de IX – a adequação do direito de construir aos
planejamento e controle do uso, ocupação e interesses sociais e públicos, bem como às normas
parcelamento do solo urbano e rural; urbanísticas e ambientais previstas em lei;
V – valorização, defesa, recuperação e proteção X – o combate a todas as formas de poluição;
do meio ambiente natural e construído; XI – o controle do uso e da ocupação do solo
VI – proteção dos bens de valor histórico, artístico urbano, de modo a evitar:
e cultural, dos monumentos, das paisagens naturais a) a proximidade de usos incompatíveis ou
notáveis e, em especial, do conjunto urbanístico de inconvenientes;
Brasília; b) o parcelamento do solo e a edificação vertical e
VII – uso racional dos recursos hídricos para horizontal excessivos com relação aos equipamentos
qualquer finalidade. urbanos e comunitários existentes;
Parágrafo único. As entidades filantrópicas que c) a não edificação, subutilização ou não utilização
desenvolvem atividades de atendimento a menor carente, do solo urbano edificável.
idoso ou portador de deficiência declaradas de utilidade
pública terão atendimento prioritário na obtenção de Art. 315. A propriedade urbana cumpre sua função
terrenos para sua instalação em áreas reservadas a social quando atende a exigências fundamentais de
entidades assistenciais. ordenação do território, expressas no plano diretor de
ordenamento territorial, planos diretores locais, legislação
Art. 313. É dever do Governo do Distrito Federal, urbanística e ambiental, especialmente quanto:
nos termos de sua competência e em caso de utilidade I – ao acesso à moradia;
pública e interesse social, efetuar desapropriações de II – à contraprestação ao Poder Público pela
bens destinados a uso comum ou especial, em áreas valorização imobiliária decorrente de sua ação;
urbanas e rurais, assegurado o direito de indenização por III – à proteção ao patrimônio histórico, artístico,
benfeitorias e cessões dos titulares de arrendamento ou paisagístico, cultural e ao meio ambiente.
concessão de uso, quando for necessário à execução dos
sistemas de abastecimento de água, energia elétrica, Seção I
esgotos sanitários, controle de poluição, proteção a Dos Planos Diretores de Ordenamento Territorial e
recursos hídricos e criação ou expansão de loteamentos Locais
urbanos. do Distrito Federal
Parágrafo único. (Parágrafo revogado pela Emenda à Lei Art. 316. O Distrito Federal terá, como instrumento
Orgânica nº 80, de 2014.). básico das políticas de ordenamento territorial e de
expansão e desenvolvimento urbanos, o plano diretor de
CAPÍTULO II ordenamento territorial do Distrito Federal e, como
DA POLÍTICA URBANA instrumentos complementares, a lei de uso e ocupação do
Art. 314. A política de desenvolvimento urbano do solo e os planos de desenvolvimento local. (Artigo com a
Distrito Federal, em conformidade com as diretrizes gerais redação da Emenda à Lei Orgânica nº 49, de 2007.)
fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno § 1º No sítio urbano tombado e inscrito como
desenvolvimento das funções sociais da cidade, garantido Patrimônio Cultural da Humanidade, o plano de
o bem-estar de seus habitantes, e compreende o conjunto desenvolvimento local será representado pelo plano de
de medidas que promovam a melhoria da qualidade de preservação do conjunto urbanístico de Brasília.
vida, ocupação ordenada do território, uso dos bens e § 2º O plano diretor de ordenamento territorial do
distribuição adequada de serviços e equipamentos Distrito Federal, a lei de uso e ocupação do solo, o plano
públicos por parte da população. de preservação do conjunto urbanístico de Brasília e os
Parágrafo único. São princípios norteadores da planos de desenvolvimento local serão aprovados por lei
política de desenvolvimento urbano: complementar.
I – o uso socialmente justo e ecologicamente
equilibrado de seu território; Art. 317. O plano diretor de ordenamento territorial
II – o acesso de todos a condições adequadas de do Distrito Federal abrangerá todo o espaço físico do
moradia, saneamento básico, transporte, saúde, território e estabelecerá o macrozoneamento com critérios
segurança pública, educação, cultura e lazer; e diretrizes gerais para uso e ocupação do solo, definirá
III – a justa distribuição dos benefícios e ônus estratégias de intervenção sobre o território, apontando os
decorrentes do processo de urbanização; programas e projetos prioritários, bem como a utilização
IV – a manutenção, a segurança e a preservação dos instrumentos de ordenamento territorial e de
do patrimônio paisagístico, histórico, urbanístico, desenvolvimento urbano. (Artigo com a redação da Emenda à
arquitetônico, artístico e cultural, considerada a condição Lei Orgânica nº 49, de 2007.)
de Brasília como Capital Federal e Patrimônio Cultural da § 1º O plano diretor de ordenamento territorial do
Humanidade; Distrito Federal tem como princípio assegurar a função
V – a prevalência do interesse coletivo sobre o social da propriedade, mediante o atendimento das
individual e do interesse público sobre o privado; necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de vida, à
VI – o incentivo ao cooperativismo e ao preservação do meio ambiente, à justiça social e ao
associativismo, com apoio a suas iniciativas, na forma da desenvolvimento das atividades econômicas.
lei;

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§ 2º O plano diretor de ordenamento territorial do § 1º Os planos de desenvolvimento local serão
Distrito Federal deverá conter, no mínimo: elaborados por unidades de planejamento territorial, a
I – densidades demográficas para a macrozona partir do agrupamento das Regiões Administrativas
urbana; definidas no plano diretor de ordenamento territorial, em
II – delimitação das zonas especiais de interesse função da forma e da natureza das relações sociais e
social; suas interações espaciais, além de fatores
III – delimitação das áreas urbanas onde poderão socioeconômicos, urbanísticos e ambientais.
ser aplicados parcelamento, edificação ou utilização § 2º Os planos de desenvolvimento local serão
compulsórios; elaborados e encaminhados à Câmara Legislativa do
IV – delimitação das Unidades de Planejamento Distrito Federal pelo Poder Executivo, no prazo máximo
Territorial; de 3 anos, a partir da data de vigência do plano diretor de
V – limites máximos a serem atingidos pelos ordenamento territorial.
coeficientes de aproveitamento da macrozona urbana; § 3º Os planos de desenvolvimento local terão
VI – definição de áreas nas quais poderão ser como conteúdo mínimo:
aplicados os seguintes instrumentos: I – projetos especiais de intervenção urbana;
a) direito de preempção; II – indicação de prioridades e metas das ações a
b) outorga onerosa do direito de construir; serem executadas;
c) outorga onerosa da alteração de uso; III – previsões orçamentárias relativas aos serviços
d) operações urbanas consorciadas; e às obras a serem realizados.
e) transferência do direito de construir; § 4º Os planos de desenvolvimento local serão
VII – caracterização da zona que envolve o elaborados pelo Poder Executivo, para o período de 5
conjunto urbano tombado em limite compatível com a anos, passíveis de revisão a cada ano, por iniciativa do
visibilidade e a ambiência do bem protegido; Poder Executivo ou por iniciativa popular, mediante lei
VIII – sistema de gerenciamento, controle, complementar específica, desde que comprovado o
acompanhamento e avaliação do plano. interesse público.
§ 3º O plano diretor de ordenamento territorial § 5º O prazo de vigência do plano de
deverá considerar as restrições estabelecidas para as desenvolvimento local poderá ser prorrogado, mediante
unidades de conservação instituídas no território do lei complementar específica de iniciativa do Poder
Distrito Federal. Executivo, por até cinco anos, dentro da vigência do plano
§ 4º O plano diretor de ordenamento territorial do diretor de ordenamento territorial.
Distrito Federal obedecerá às demais diretrizes e
recomendações da lei federal para a política urbana Art. 320. Só serão admitidas modificações no
nacional. plano diretor de ordenamento territorial, em prazo
§ 5º O plano diretor de ordenamento territorial do diferente do estabelecido no art. 317, § 5º, para
Distrito Federal terá vigência de 10 anos, passível de adequação ao zoneamento ecológico-econômico, por
revisão a cada 5 anos, observado o disposto no art. 320 motivos excepcionais e por interesse público comprovado.
desta Lei Orgânica. (Artigo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 49, de 2007.)

Art. 318. Os planos de desenvolvimento local e a Art. 321. É atribuição do Poder Executivo conduzir,
lei de uso e ocupação do solo, complementares ao plano no âmbito do processo de planejamento do Distrito
diretor de ordenamento territorial do Distrito Federal, são Federal, as bases de discussão e elaboração do plano
parte integrante do processo contínuo de planejamento diretor de ordenamento territorial do Distrito Federal, da lei
urbano. (Artigo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 49, de de uso e ocupação do solo e dos planos de
2007.) desenvolvimento local, bem como sua implementação.
§ 1º A lei de uso e ocupação do solo estabelecerá (Artigo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 49, de 2007.)
normas urbanísticas destinadas a regular as categorias de Parágrafo único. É garantida a participação
usos, por tipo e porte, e definirá as zonas e setores popular nas fases de elaboração, aprovação,
segundo as indicações de usos predominantes, usos implementação, avaliação e revisão do plano diretor de
conformes e não conformes. ordenamento territorial do Distrito Federal, da lei de uso e
§ 2º A lei de uso e ocupação do solo estabelecerá, ocupação do solo e dos planos de desenvolvimento local.
ainda, o conjunto de índices para o controle urbanístico a
que estarão sujeitas as edificações, para as categorias de Art. 322. Do plano plurianual, da lei de diretrizes
atividades permitidas em cada zona. orçamentárias e do orçamento anual deverão constar as
§ 3º A lei de uso e ocupação do solo deverá ser propostas integrantes do plano diretor de ordenamento
encaminhada à Câmara Legislativa do Distrito Federal territorial e dos planos de desenvolvimento local. (Artigo
com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 49, de 2007.)
pelo Poder Executivo, no prazo máximo de 2 anos, a
partir da vigência do plano diretor de ordenamento
Art. 323. O Poder Público do Distrito Federal, em
territorial.
relação a áreas não edificadas, subutilizadas ou não
utilizadas, aplicará o disposto no art. 182, § 4º da
Art. 319. Os planos de desenvolvimento local
Constituição Federal, a fim de impedir distorções e
tratarão das questões específicas das Regiões
especulação da terra como reserva de valor.
Administrativas e das ações que promovam o
desenvolvimento sustentável de cada localidade,
Seção II
integrando áreas rurais e urbanas, assim como detalharão
Do Sistema de Informação Territorial e Urbana do
a aplicação dos instrumentos de política urbana previstos
Distrito Federal
no plano diretor de ordenamento territorial. (Artigo com a
redação da Emenda à Lei Orgânica nº 49, de 2007.) Art. 324. O sistema de informação territorial e
urbana do Distrito Federal englobará informações sobre:

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I – aspectos regionais e microrregionais, físico- IV – ao atendimento prioritário às comunidades
naturais, socioeconômicos e institucionais; localizadas em áreas de maior concentração da
II – uso e ocupação do solo; população de baixa renda, garantido o financiamento para
III – habitação, indústria, comércio, agricultura, habitação;
equipamentos urbanos e comunitários, sistema viário e V – ao estímulo e incentivo à formação de
demais setores da economia; cooperativas de habitação popular;
IV – qualidade ambiental e saúde pública. VI – à construção de residências e à execução de
Parágrafo único. Fica assegurado ao cidadão o programas de assentamento em áreas com oferta de
acesso a informações constantes do sistema de emprego, bem como ao estímulo da oferta a programas já
informações territoriais e urbanas do Distrito Federal, implantados;
obrigatória a divulgação pelo Poder Executivo daquelas VII – ao aumento da oferta de áreas destinadas à
de relevante interesse para a coletividade. construção habitacional.
Parágrafo único. As cooperativas habitacionais de
Seção III trabalhadores terão prioridade na aquisição de áreas
Dos Instrumentos das Políticas de Ordenamento públicas urbanas destinadas a habitação, na forma da lei.
Territorial e de Desenvolvimento Urbano
Art. 325. Na execução da política de ordenamento Art. 329. Lei disporá sobre contratos de
territorial, expansão e desenvolvimento urbanos, será transferência de posse e domínio para os imóveis urbanos
utilizado o instrumento básico definido no art. 163 desta em programas habitacionais promovidos pelo Poder
Lei Orgânica. (Artigo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº Público, observadas as seguintes condições:
49, de 2007.) I – o título de transferência de posse e de domínio,
Parágrafo único. Serão utilizados, ainda, quando conforme o caso, será conferido a homem ou mulher,
couber, os instrumentos definidos na legislação do Distrito independentemente do estado civil;
Federal e na regulamentação dos arts. 182 e 183 da II – será vedada a transferência de posse àquele
Constituição Federal. que, já beneficiado, a tenha transferido para outrem, sem
autorização do Poder Público, ou que seja proprietário de
Seção IV imóvel urbano;
Do Sistema de Planejamento Territorial e Urbano do III – (Inciso declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI 58419
Distrito Federal de 10/08/2004)
Art. 326. O sistema de planejamento territorial e
urbano do Distrito Federal, estruturado em órgãos Art. 330. O plano plurianual, a lei de diretrizes
superior, central, executivo, setoriais e locais, tem por orçamentárias e o orçamento anual garantirão o
finalidade a promoção do desenvolvimento do território, atendimento às necessidades sociais por ocasião da
mediante: distribuição dos recursos para aplicação em projetos de
I – articulação e compatibilização de políticas habitação urbana e rural pelos agentes financeiros oficiais
setoriais com vistas à ordenação do território, de fomento.
planejamento urbano, melhoria da qualidade de vida da
população e equilíbrio ecológico do Distrito Federal; Art. 331. É vedada a implantação de
II – promoção das medidas necessárias a assentamento populacional sem que sejam observados
cooperação e articulação da ação pública e privada no os pressupostos obrigatórios de infraestrutura e
território do Distrito Federal e região do entorno; saneamento básico, bem como o disposto no art. 289.
III – distribuição espacial adequada da população e
atividades produtivas; CAPÍTULO IV
IV – elaboração, acompanhamento permanente e DO SANEAMENTO
fiscalização da execução do plano diretor de ordenamento Art. 332. O Distrito Federal instituirá, mediante lei,
territorial, dos planos de desenvolvimento local e do plano plano de saneamento, constando ações articuladas com a
de preservação do conjunto urbanístico de Brasília. (Inciso União, Estados e Municípios, com o objetivo de melhorar
com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 49, de 2007.) as condições de vida da população urbana e rural, em
consonância com o plano diretor de ordenamento
CAPÍTULO III territorial.
DA HABITAÇÃO
Art. 327. A política habitacional do Distrito Federal Art. 333. O plano de saneamento obedecerá às
será dirigida ao meio urbano e rural, em integração com a seguintes diretrizes básicas:
União, com vistas à solução da carência habitacional, I – garantia de níveis crescentes de salubridade
para todos os segmentos sociais, com prioridade para a ambiental por meio de abastecimento de água potável,
população de média e baixa renda. coleta e disposição sanitária de resíduos líquidos, sólidos
e gasosos; promoção da disciplina sanitária do uso e
Art. 328. A ação do Governo do Distrito Federal na ocupação do solo, drenagem urbana e controle de vetores
política habitacional será orientada em consonância com de doenças transmissíveis;
os planos diretores de ordenamento territorial e locais, II – implantação de sistema de gerenciamento de
especialmente quanto: recursos hídricos com a participação da sociedade civil;
I – à oferta de lotes com infraestrutura básica; III – proteção de bacias e microbacias utilizadas
II – ao incentivo para o desenvolvimento de para abastecimento de água à população;
tecnologias de construção de baixo custo, adequadas às IV – implantação de sistemas para garantir a
condições urbana e rural; saúde pública quando de acidentes climatológicos e
III – à implementação de sistema de planejamento epidemiológicos;
para acompanhamento e avaliação de programas
habitacionais;

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V – incentivo às organizações públicas e privadas Art. 337. Compete ao Poder Público planejar,
dedicadas ao desenvolvimento científico, tecnológico e construir, operar e conservar em condições adequadas de
gerencial na área do saneamento; uso e segurança o sistema viário público do Distrito
VI – articulação entre instituições, na área de Federal.
saneamento, em integração com as demais ações de
saúde pública, meio ambiente, recursos hídricos e Art. 338. O sistema de transporte do Distrito
desenvolvimento urbano e rural; Federal compreende:
VII – implementação de programa sobre materiais I – transporte público de passageiros e de cargas;
recicláveis e biodegradáveis, para viabilizar a coleta II – vias de circulação de bens e pessoas e sua
seletiva de lixo urbano. sinalização;
III – estrutura operacional;
Art. 334. O plano plurianual, a lei de diretrizes IV – transporte coletivo complementar.
orçamentárias e o orçamento anual garantirão o Parágrafo único. O sistema de transporte do
atendimento às necessidades sociais na distribuição dos Distrito Federal deverá ser planejado, estruturado e
recursos para aplicação em projetos de saneamento pelos operado em conformidade com os planos diretores de
agentes financeiros oficiais de fomento. ordenamento territorial e locais.

CAPÍTULO V Art. 339. É assegurada a gratuidade nos


DO TRANSPORTE transportes públicos coletivos a pessoas portadoras de
Art. 335. O sistema de transporte do Distrito deficiência, desde que apresentem carteira fornecida por
Federal subordina-se aos princípios de preservação da órgãos credenciados, na forma da lei.
vida, segurança, conforto das pessoas, defesa do meio
ambiente e do patrimônio arquitetônico e paisagístico. Art. 340. O Poder Público e as empresas
§ 1º O transporte público coletivo, que tem caráter operadoras dos serviços de transporte público coletivo do
essencial, nos termos da Constituição Federal, é direito Distrito Federal reconhecerão as convenções e acordos
da pessoa e necessidade vital do trabalhador e de sua coletivos de trabalho, garantindo aos trabalhadores do
família. setor, além dos direitos previstos no art. 7º da
§ 2º O Poder Público estimulará o uso de veículos Constituição Federal, outros que visem à melhoria da sua
não poluentes e que viabilizem a economia energética, condição social.
mediante campanhas educativas e construção de
ciclovias em todo o seu território. Art. 341. O Poder Público não admitirá ameaça de
§ 3º A lei estabelecerá restrições quanto à interrupção ou deficiência grave na prestação do serviço
distribuição, comercialização e ao consumo de bebidas, por parte das empresas operadoras de transporte
com qualquer teor alcoólico, em estabelecimentos coletivo.
comerciais localizados em terminais rodoviários e às Parágrafo único. O Poder Público, para assegurar
margens de rodovias sob jurisdição do Distrito Federal. a continuidade do serviço ou para sanar deficiência grave
em sua prestação, poderá intervir na operação do serviço,
Art. 336. Compete ao Distrito Federal planejar, assumindo-o total ou parcialmente, mediante controle dos
organizar e prestar, diretamente ou sob regime de meios humanos e materiais, como pessoal, veículos,
concessão ou permissão, sempre mediante licitação, os oficinas, garagens e outros.
serviços de transporte coletivo, observada a legislação
federal, cabendo à lei dispor sobre: Art. 342. A prestação dos serviços de transporte
I – o regime das empresas e prestadores público coletivo atenderá aos seguintes princípios:
autônomos concessionários e permissionários de serviços I – compatibilidade da tarifa com o poder aquisitivo
de transporte coletivo, observada a legislação federal; da população;
II – os direitos dos usuários; II – conservação de veículos e instalações em bom
III – a política tarifária, com a garantia de que o estado;
custo do serviço de transportes públicos coletivos deverá III – segurança;
ser assumido por todos que usufruem do benefício, IV – continuidade, periodicidade, disponibilidade,
mesmo que de forma indireta, como o comércio, a regularidade e quantidade de veículos necessários ao
indústria e o Poder Público; transporte eficaz;
IV – a obrigação de manter serviço adequado. V – urbanidade e prestabilidade.
§ 1º É dever do Poder Público instalar sinais
sonoros em vias de acesso a estabelecimentos públicos CAPÍTULO VI
ou privados que atendam a portadores de deficiência DA POLÍTICA AGRÍCOLA
visual. Art. 343. A política agrícola do Distrito Federal será
§ 2° A lei disporá sobre isenção ou redução de planejada e executada com a previsão da elaboração de
pagamento de tarifa do serviço de transportes públicos plano plurianual de desenvolvimento agrícola, plano de
coletivos para estudantes do ensino superior, médio e safra e plano operativo anual, na forma da lei.
fundamental da área rural e urbana do Distrito Federal, Parágrafo único. É assegurada, por intermédio do
inclusive a alunos de cursos técnicos e profissionalizantes Conselho de Política Agrícola, a participação efetiva do
com carga horária igual ou superior a duzentas horas- setor de produção, com o envolvimento de produtores e
aula, reconhecidos pela Fundação Educacional do Distrito trabalhadores rurais, setores de comercialização,
Federal ou pelo Ministério da Educação e Cultura, e a armazenamento e transporte, na forma da lei.
aluno de faculdades teológicas ou instituições
equivalentes. (Parágrafo alterado(a) pelo(a) Emenda à Lei Orgânica Art. 344. Compete ao Governo do Distrito Federal
5 de 31/05/1996) implementar a política de desenvolvimento rural,
asseguradas as seguintes medidas:

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I – promoção do zoneamento ecológico- assentamento de produtores e trabalhadores rurais e para
econômico, com vistas à diversificação agrícola, imóveis que cumpram a função social da propriedade.
respeitada a aptidão natural de cada região para a § 4º Lei específica estabelecerá normas de
produção agrícola, bem como para a preservação do meio conservação, preservação e recuperação dos solos de
ambiente; uso agropecuário, bem como de fontes e outros
II – programas de estímulo creditício e fiscal, com mananciais de água, da flora e da fauna nas áreas rurais.
abertura de linhas de crédito especial em instituições
financeiras oficiais, para micro, pequeno e médio Art. 345. O Poder Público dispensará a micro,
produtor, com vistas a incentivar a produção de alimentos pequenos e médios produtores rurais, definidos em lei,
básicos para a população; tratamento jurídico diferenciado que os incentive, por meio
III – programas de habitação, educação, saúde e da simplificação de suas obrigações administrativas,
saneamento básico, de modo a garantir a permanência do tributárias e creditícias, da eliminação ou redução destas,
homem no campo e melhorar o bem-estar social das por meio de lei.
comunidades rurais;
IV – pesquisa e tecnologia adequadas às CAPÍTULO VII
necessidades de produção e às condições DA POLÍTICA FUNDIÁRIA E DO USO DO SOLO
socioeconômicas de produtores e trabalhadores rurais; RURAL
V – incentivo ao cooperativismo e ao Art. 346. A política fundiária e do uso do solo rural
associativismo; do Distrito Federal será compatibilizada com as ações da
VI – criação de escolas-fazenda, agrotécnicas, política agrícola, observados os princípios constitucionais
núcleos de treinamento, demonstração e experimentação pertinentes, e terá por finalidade:
de tecnologias; I – assegurar o cumprimento da função social da
VII – programas de eletrificação, telefonia, propriedade;
irrigação, drenagem, correção e conservação do solo; II – promover a ocupação ordenada do território
VIII – disciplinamento da produção, em harmonia com as disposições do plano diretor de
comercialização, manipulação, transporte, ordenamento territorial;
armazenamento e uso de agrotóxicos, biocidas e III – permitir o aproveitamento racional e adequado
assemelhados; dos recursos naturais;
IX – estímulo à produção de alimentos para o IV – incrementar a produção de alimentos;
mercado interno; V – fixar o homem ao campo, valorizando o
X – sistema de seguro agrícola; trabalho como instrumento de promoção social;
XI – agroindustrialização no meio rural e em VI – preservar áreas que contenham recursos
pequenas comunidades, em escala adequada às hídricos para irrigação;
condições do Distrito Federal e estreita articulação com as VII – promover o aproveitamento da propriedade
áreas de produção; em todas as suas potencialidades, em consonância com a
XII – orientação, assistência técnica e extensão vocação e capacidade de uso do solo e a proteção ao
rural para o aumento da produção e da produtividade, meio ambiente.
pela difusão de:
a) tecnologia agrícola e de regeneração e Art. 347. É vedada a destinação de terras rurais
conservação do solo; públicas no Distrito Federal, quando se tratar de interesse
b) noções de administração e organização rural; social para assentamentos agrários de trabalhadores
c) medidas econômicas, sociais e políticas para a rurais, previstos em lei: (Artigo com a redação da Emenda à Lei
agricultura; Orgânica nº 17, de 1997.)
d) informações sobre o uso racional dos recursos I – a membros e servidores dos Poderes
naturais; Executivo, Judiciário e Legislativo, incluídos os dos
e) medidas de proteção ao meio ambiente; Tribunais de Contas, bem como a dirigentes de órgãos e
XIII – abastecimento e armazenamento; entidades da administração direta e indireta;
XIV – criação de mecanismos de apoio à II – a cônjuge ou companheiro, parente
comercialização da produção; consanguíneo ascendente ou descendente até primeiro
XV – efetivação de um sistema de defesa sanitária grau, ou afim, das autoridades indicadas no inciso I;
animal e vegetal; III – a um mesmo beneficiário mais de uma parcela
XVI – programas de fornecimento de insumos ou lote rural;
básicos e serviços de mecanização agrícola; IV – a proprietário de imóvel rural e a beneficiário
XVII – construção e conservação de estradas de concessão de uso ou arrendamento, seja pessoa
vicinais, com vistas ao escoamento da produção agrícola. física, seja pessoa jurídica, ainda que por cônjuge,
§ 1º Os serviços constantes deste artigo, companheiro ou preposto.
realizados pelos órgãos competentes do Distrito Federal, Parágrafo único. (Parágrafo revogado pela Emenda à Lei
Orgânica nº 80, de 2014.).
darão prioridade a micro, pequenos e médios produtores
rurais.
Art. 348. Somente poderão ser beneficiários da
§ 2º As instituições financeiras oficiais de fomento
assistência dos órgãos especializados do Distrito Federal
à produção rural do Distrito Federal informarão o
e de seus estabelecimentos oficiais de crédito os titulares
Conselho de Política Agrícola e as entidades
ou concessionários de imóveis rurais cuja forma ou
representativas dos produtores e trabalhadores rurais
projeto de exploração atenda ao princípio da função social
sobre o volume de recursos existentes para crédito
da propriedade.
agrícola.
§ 1º O Governo do Distrito Federal procederá
§ 3º As ações de apoio econômico e social dos
bienalmente ao levantamento e cadastramento das terras
organismos do Distrito Federal estarão voltadas
públicas rurais de seu território, com vistas a identificar
preferencialmente para beneficiar projetos de

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aquelas que não cumpram sua função social, bem como Art. 360. Cabe ao Conselho de Defesa do
os concessionários inadimplentes. Patrimônio Cultural do Distrito Federal estabelecer a
§ 2º Será livre o acesso às informações do política que assegure a preservação do patrimônio
cadastro de terras públicas rurais, mediante solicitação do cultural.
interessado.
Art. 361. Os cargos de direção dos departamentos
Art. 349. É dever do Governo do Distrito Federal de fiscalização atinentes à carreira de fiscalização e
intervir, diretamente e nos limites de sua competência, no inspeção do Distrito Federal serão exercidos
regime de utilização da terra, seja para estabelecer a preferencialmente por servidores integrantes da carreira.
racionalização econômica da malha fundiária, seja para
prevenir ou corrigir o uso antissocial da propriedade. Art. 362. Serão obrigatoriamente apreciados em
audiência pública:
TÍTULO VIII I – projetos de licenciamento de obras e serviços
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS que envolvam impacto ambiental;
Art. 350. É assegurada aos servidores públicos do II – atos que envolvam modificação do patrimônio
Distrito Federal a contagem integral de tempo de serviço arquitetônico, histórico, artístico, paisagístico ou cultural
efetivamente prestado à União, Estados e Municípios para do Distrito Federal;
efeito de aposentadoria e disponibilidade. III – obras que comprometam mais de cinco por
cento do orçamento do Distrito Federal.
Art. 351. Fica mantida a Consultoria Jurídica do § 1º A audiência prevista neste artigo deverá ser
Gabinete do Governador com suas atuais atribuições e divulgada em pelo menos dois órgãos de imprensa de
competências. circulação regional, com a antecedência mínima de trinta
dias.
Art. 352. O Poder Público desenvolverá esforços, § 2º O órgão concedente dará conhecimento das
com a participação dos setores organizados da sociedade audiências públicas ao Ministério Público competente.
e com a aplicação de pelo menos cinquenta por cento dos
recursos a que se refere o art. 241, para eliminar o Art. 363. O Poder Público disciplinará em lei as
analfabetismo e universalizar o ensino fundamental. relações da empresa pública com o Distrito Federal e a
sociedade.
Art. 353. Cabe à Câmara Legislativa a análise e a
autorização preliminar para implantação de nova Art. 364. Cabe à Polícia Civil, quando solicitada,
tecnologia no sistema operacional de transporte coletivo dar segurança pessoal aos candidatos a Governador e
do Distrito Federal, ressalvados os projetos em Vice-Governador, a partir da homologação de sua
andamento e os a eles relacionados. candidatura.

Art. 354. O dia 20 de novembro será considerado, Art. 365. A participação em órgão de deliberação
no calendário oficial do Distrito Federal, como o Dia da coletiva no âmbito da administração direta e indireta do
Consciência Negra. Distrito Federal deve ser exercida pelo Governador do
Distrito Federal, por Secretários de Estado do Distrito
Art. 355. O Poder Público, observado o disposto na Federal, por servidores públicos, por empregados
Constituição Federal e na legislação pertinente, públicos ou por membros da sociedade civil. (Caput com a
estimulará, apoiará e divulgará o cooperativismo e outras redação da Emenda à Lei Orgânica nº 124, de 25/11/2021.)
formas associativas. § 1º Na hipótese de participação em até 2 órgãos
de deliberação coletiva, o participante faz jus à
Art. 356. Os integrantes dos conselhos criados por gratificação paga em cada órgão. (Parágrafo com a redação da
Emenda à Lei Orgânica nº 124, de 25/11/2021.)
esta lei, indicados pelo Poder Público, terão seus nomes
§ 2º A proibição de que trata o art. 19, § 8º, aplica-
referendados pela Câmara Legislativa, ressalvados os
se à designação para integrar conselho, comissão,
membros natos.
comitê, órgão de deliberação coletiva ou assemelhado.
(Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 60, de 2011.)
Art. 357. O orçamento anual fixará o montante de § 3º Para a ocupação dos cargos de que trata o
recursos destinados a atender, no exercício, a caput, devem ser observados, no que couber, os
financiamento de programas relativos a promoção do requisitos, os impedimentos e as vedações contidos na
emprego e inserção no mercado de trabalho. legislação federal aplicável ao exercício de cargos nos
conselhos de administração e conselhos fiscais dos entes
Art. 358. O Poder Executivo gestionará junto ao da administração pública, devendo os requisitos ser
Governo Federal com vistas à regularização do art. 16, § comprovados previamente por meio documental, inclusive
3º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da nos casos de recondução, sob pena de nulidade do ato de
Constituição Federal, com o objetivo de constituir o acervo investidura. (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº
patrimonial do Distrito Federal, mediante transferência de 124, de 25/11/2021.)
bens da União.
Art. 366. O empregado público de empresa pública
Art. 359. Às entidades filantrópicas e assistenciais ou sociedade de economia mista integrante da
sem fins lucrativos, consideradas de utilidade pública, administração indireta do Distrito Federal tem o direito de
poderá ser outorgada a concessão de direito real de uso optar pela mudança do regime de trabalho celetista para o
sobre imóvel do Distrito Federal, mediante prévia estatutário. (Artigo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 93, de
autorização do Poder Legislativo. 2015, que foi declarada inconstitucional: ADI nº 2016 00 2 000980-6 –
TJDFT, Diário de Justiça, de 26/4/2017 e de 25/8/2017.)

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Parágrafo único. O direito de opção previsto no
caput:
I – aplica-se somente:
a) ao empregado contratado até 4 de outubro de
1988, inclusive, e, após essa data, ao empregado
contratado mediante prévia aprovação em concurso
público;
b) ao caso de empresa pública ou sociedade de
economia mista:
1) em liquidação; ou
2) em extinção; ou
3) dependente financeiramente do Distrito Federal;
II – possui caráter:
a) irrevogável;
b) irretratável;
III – não altera a natureza jurídica da empresa
pública ou sociedade de economia mista.

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§ 2º Pelo menos cinquenta por cento dos cargos
Lei Complementar nº 840/2011 em comissão devem ser providos por servidor público de
carreira, nos casos e condições previstos em lei.
Regime Jurídico dos Servidores do § 3º É proibida a designação para função de
Distrito Federal confiança ou a nomeação para cargo em comissão,
incluídos os de natureza especial, de pessoa que tenha
praticado ato tipificado como causa de inelegibilidade
Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos prevista na legislação eleitoral, observado o mesmo prazo
civis do Distrito Federal, das autarquias e das fundações de incompatibilidade dessa legislação.
públicas distritais.
Art. 6º As funções de confiança, privativas de
O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, servidor efetivo, destinam-se exclusivamente às
Faço saber que a Câmara Legislativa do Distrito atribuições de direção, chefia e assessoramento.
Federal decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Complementar: Art. 7º São requisitos básicos para investidura em
cargo público:
TÍTULO I I – a nacionalidade brasileira;
CAPÍTULO ÚNICO II – o gozo dos direitos políticos;
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES III – a quitação com as obrigações militares e
Art. 1º Esta Lei Complementar institui o regime eleitorais;
jurídico dos servidores públicos civis da administração IV – o nível de escolaridade exigido para o
direta, autárquica e fundacional e dos órgãos exercício do cargo;
relativamente autônomos do Distrito Federal. V – a idade mínima de 18 (dezoito) anos;
VI – a aptidão física e mental.
Art. 2º Para os efeitos desta Lei Complementar, § 1º A lei pode estabelecer requisitos específicos
servidor público é a pessoa legalmente investida em para a investidura em cargos públicos.
cargo público. § 2º O provimento de cargo público por estrangeiro
deve observar o disposto em lei federal.
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e § 3º Os requisitos para investidura em cargo
responsabilidades previstas na estrutura organizacional e público devem ser comprovados por ocasião da posse.
cometidas a um servidor público.
Parágrafo único. Os cargos públicos são criados Art. 8º São formas de provimento de cargo público:
por lei, com denominação própria e subsídio ou I – nomeação;
vencimentos pagos pelos cofres públicos, para II – reversão;
provimento em caráter efetivo ou em comissão. III – aproveitamento;
IV – reintegração;
TÍTULO II V – recondução.
DOS CARGOS PÚBLICOS E DAS FUNÇÕES DE
CONFIANÇA Art. 9º É vedado editar atos de nomeação, posse
CAPÍTULO I ou exercício com efeito retroativo.
DO PROVIMENTO
Seção I Art. 10. O ato de provimento de cargo público
Das Disposições Gerais compete ao:
Art. 4º A investidura em cargo de provimento I – Governador, no Poder Executivo;
efetivo depende de prévia aprovação em concurso II – Presidente da Câmara Legislativa;
público. III – Presidente do Tribunal de Contas.
Art. 5º Os cargos em comissão, destinados Seção II
exclusivamente às atribuições de direção, chefia e Do Concurso Público
assessoramento, são de livre nomeação e exoneração Art. 11. As normas gerais sobre concurso público
pela autoridade competente. são as fixadas em lei específica.
§ 1º Para os fins desta Lei Complementar, § 1º (VETADO).
considera-se cargo em comissão: § 2º O concurso público é de provas ou de provas
I – de direção: aquele cujo desempenho envolva e títulos, conforme dispuser a lei do respectivo plano de
atribuições da administração superior; carreira.
II – de chefia: aquele cujo desempenho envolva
relação direta e imediata de subordinação; Art. 12. O edital de concurso público tem de
III – de assessoramento: aquele cujas atribuições reservar 20% (vinte por cento) das vagas para serem
sejam para auxiliar: preenchidas por pessoa com deficiência, desprezada a
a) os detentores de mandato eletivo; parte decimal.
b) os ocupantes de cargos vitalícios;
c) os ocupantes de cargos de direção ou de chefia. Decisão Normativa nº 1/2018. (Estabelece critérios a serem
seguidos no momento do preenchimento de vagas em concursos

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públicos, destinadas às pessoas com deficiência, no âmbito do b) a compatibilidade e a complexidade das
Distrito Federal) atribuições do cargo efetivo com o cargo em comissão ou
§ 1º A vaga não preenchida na forma do caput a função de confiança;
reverte-se para provimento dos demais candidatos. II – realizada antes do início do vínculo familiar
§ 2º A deficiência e a compatibilidade para as entre o agente público e o nomeado ou designado;
atribuições do cargo são verificadas antes da posse, III – de pessoa já em exercício no mesmo órgão,
garantido recurso em caso de decisão denegatória, com autarquia ou fundação antes do início do vínculo familiar
suspensão da contagem do prazo para a posse. com o agente público, para cargo, função ou emprego de
§ 3º Não estão abrangidas pelos benefícios deste nível hierárquico igual ou mais baixo que o anteriormente
artigo a pessoa com deficiência apta para trabalhar ocupado.
normalmente e a inapta para qualquer trabalho. § 3º Em qualquer caso, é vedada a manutenção
de familiar ocupante de cargo em comissão ou função de
Art. 13. O concurso público tem validade de até 2 confiança sob subordinação hierárquica mediata ou
(dois) anos, a qual pode ser prorrogada uma única vez, imediata.
por igual período, na forma do edital.
§ 1º No período de validade do concurso público, o Seção IV
candidato aprovado deve ser nomeado com prioridade Da Posse e do Exercício
sobre novos concursados para assumir cargo na carreira. Art. 17. A posse ocorre com a assinatura do
§ 2º O candidato aprovado em concurso público, respectivo termo, do qual devem constar as atribuições,
no prazo de 5 (cinco) dias contados da publicação do ato os direitos e os deveres inerentes ao cargo ocupado.
de nomeação, pode solicitar seu reposicionamento para o § 1º A posse deve ocorrer no prazo de 30 (trinta)
final da lista de classificação. dias, contados da publicação do ato de nomeação.
Decreto nº 34.023/2012 (Regulamenta os Procedimentos Médico-
Seção III Periciais e de Saúde Ocupacional da Secretaria de Estado de
Da Nomeação Administração Pública, no âmbito da Administração Direta,
Art. 14. A nomeação faz-se em cargo: Autárquica e Fundacional do Distrito Federal, e dá outras
I – de provimento efetivo; providências)
II – em comissão. § 2º O prazo de que trata o § 1º pode ser
§ 1º A nomeação para cargo efetivo deve observar prorrogado para ter início após o término das licenças ou
a ordem de classificação e o prazo de validade do dos afastamentos seguintes:
concurso público. I – licença médica ou odontológica;
§ 2º O candidato aprovado no número de vagas II – licença-maternidade;
previstas no edital do concurso tem direito à nomeação no III – licença-paternidade;
cargo para o qual concorreu. IV – licença para o serviço militar.
§ 3º A posse pode ocorrer mediante procuração
Art. 15. O servidor ocupante de cargo em com poderes específicos.
comissão pode ser nomeado para ter exercício, § 4º Só há posse nos casos de provimento por
interinamente, em outro cargo em comissão, hipótese em nomeação.
que deve: § 5º Deve ser tornado sem efeito o ato de
I – acumular as atribuições de ambos os cargos; nomeação se a posse não ocorrer no prazo previsto neste
II – optar pela remuneração de um deles durante o artigo.
período da interinidade.
Art. 18. Por ocasião da posse, é exigido do
Art. 16. É vedada a nomeação, para cargo em nomeado apresentar:
comissão ou a designação para função de confiança, do I – os comprovantes de satisfação dos requisitos
cônjuge, de companheiro ou de parente, por previstos no art. 7º e nas normas específicas para a
consanguinidade até o terceiro grau ou por afinidade: investidura no cargo;
I – do Governador e do Vice-Governador, na II – declaração:
administração pública direta, autárquica ou fundacional do a) de bens e valores que constituem seu
Poder Executivo; patrimônio;
II – de Deputado Distrital, na Câmara Legislativa; b) sobre acumulação ou não de cargo ou emprego
III – de Conselheiro, Auditor ou Procurador do público, bem como de proventos da aposentadoria de
Ministério Público, no Tribunal de Contas; regime próprio de previdência social;
IV – (VETADO). c) sobre a existência ou não de impedimento para
§ 1º As vedações deste artigo aplicam-se: o exercício de cargo público.
I – aos casos de reciprocidade de nomeação ou § 1º É nulo o ato de posse realizado sem a
designação; apresentação dos documentos a que se refere este artigo.
II – às relações homoafetivas. § 2º A aptidão física e mental é verificada em
§ 2º Não se inclui nas vedações deste artigo a inspeção médica oficial.
nomeação ou a designação: § 3º A declaração prevista no inciso II, a, deve ser
I – de servidor ocupante de cargo de provimento feita em formulário fornecido pelo setor de pessoal da
efetivo, incluídos os aposentados, desde que seja repartição, e dele deve constar campo para informar bens,
observada: valores, dívidas e ônus reais exigidos na declaração anual
a) a compatibilidade do grau de escolaridade do do imposto de renda da pessoa física, com as seguintes
cargo efetivo com o cargo em comissão ou a função de especificações:
confiança; I – a descrição do bem, com sua localização,
especificações gerais, data e valor da aquisição, nome do
vendedor e valor das benfeitorias, se houver;

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II – as dívidas e o ônus real sobre os bens, com
suas especificações gerais, valor e prazo para quitação, Art. 26. O servidor em estágio probatório pode:
bem como o nome do credor; I – exercer qualquer cargo em comissão ou função
III – a fonte de renda dos últimos doze meses, de confiança no órgão, autarquia ou fundação de lotação;
com a especificação do valor auferido no período. II – ser cedido a outro órgão ou entidade para
ocupar cargo de natureza especial ou de equivalente nível
Art. 19. Exercício é o efetivo desempenho das hierárquico.
atribuições do cargo público.
§ 1º O servidor não pode entrar em exercício: Art. 27. Fica suspensa a contagem do tempo de
I – se ocupar cargo inacumulável, sem comprovar estágio probatório quando ocorrer:
a exoneração ou a vacância de que trata o art. 54; I – o afastamento de que tratam os arts. 26, II, e
II – se ocupar cargo acumulável, sem comprovar a 162;
compatibilidade de horários; II – licença remunerada por motivo de doença em
III – se receber proventos de aposentadoria pessoa da família do servidor.
inacumuláveis com a remuneração ou subsídio do cargo
efetivo, sem comprovar a opção por uma das formas de Art. 28. Durante o estágio probatório, são
pagamento. avaliadas a aptidão, a capacidade e a eficiência do
§ 2º É de 5 (cinco) dias úteis o prazo para o servidor para o desempenho do cargo, com a observância
servidor entrar em exercício, contado da posse. dos fatores:
§ 3º Compete ao titular da unidade administrativa I – assiduidade;
onde for lotado o servidor dar-lhe exercício. II – pontualidade;
§ 4º Com o exercício, inicia-se a contagem do III – disciplina;
tempo efetivo de serviço. IV – capacidade de iniciativa;
§ 5º O servidor que não entrar em exercício no V – produtividade;
prazo do § 2º deve ser exonerado. VI – responsabilidade.
§ 1º O Poder Executivo e os órgãos do Poder
Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor tem de Legislativo devem regulamentar, em seus respectivos
apresentar ao órgão competente os documentos âmbitos de atuação, os procedimentos de avaliação do
necessários aos assentamentos individuais. estágio probatório, observado, no mínimo, o seguinte:
Parágrafo único. O início, a suspensão, a I – até o trigésimo mês do estágio probatório, a
interrupção e o reinício do exercício são registrados nos avaliação é feita semestralmente, com pontuação por
assentamentos individuais do servidor. notas numéricas de zero a dez;
II – as avaliações de que trata o inciso I são feitas
Art. 21. O exercício de função de confiança inicia- pela chefia imediata do servidor, em ficha previamente
se com a publicação do ato de designação, salvo quando preparada e da qual conste, pelo menos, o seguinte:
o servidor estiver em licença ou afastado por qualquer a) as principais atribuições, tarefas e rotinas a
motivo legal, hipótese em que o exercício se inicia no serem desempenhadas pelo servidor, no semestre de
primeiro dia útil após o término do impedimento, que não avaliação;
pode exceder a trinta dias da publicação. b) os elementos e os fatores previstos neste artigo;
c) o ciente do servidor avaliado.
Seção V § 2º Em todas as avaliações, é assegurado ao
Do Estágio Probatório avaliado:
Art. 22. Ao entrar em exercício, o servidor I – o amplo acesso aos critérios de avaliação;
nomeado para cargo de provimento efetivo fica sujeito ao II – o conhecimento dos motivos das notas que lhe
estágio probatório pelo prazo de três anos. foram atribuídas;
III – o contraditório e a ampla defesa, nos termos
Art. 23. Na hipótese de acumulação lícita de desta Lei Complementar.
cargos, o estágio probatório é cumprido em relação a § 3º As avaliações devem ser monitoradas pela
cada cargo em cujo exercício esteja o servidor, vedado o comissão de que trata o art. 29.
aproveitamento de prazo ou pontuação.
Art. 29. A avaliação especial, prevista na
Art. 24. O servidor pode desistir do estágio Constituição Federal como condição para aquisição da
probatório e ser reconduzido ao cargo de provimento estabilidade, deve ser feita por comissão, quatro meses
efetivo anteriormente ocupado no qual já possuía antes de terminar o estágio probatório.
estabilidade, observado o disposto no art. 37. § 1º A comissão de que trata este artigo é
Parágrafo único. Não pode desistir do estágio composta por três servidores estáveis do mesmo cargo ou
probatório o servidor que responde a processo disciplinar. de cargo de escolaridade superior da mesma carreira do
avaliado.
Art. 25. É vedado à administração pública § 2º Não sendo possível a aplicação do disposto
conceder licença não remunerada ou autorizar no § 1º, a composição da comissão deve ser definida,
afastamento sem remuneração ao servidor em estágio conforme o caso:
probatório. I – pelo Presidente da Câmara Legislativa;
§ 1º Excetua-se do disposto neste artigo o II – pelo Presidente do Tribunal de Contas;
afastamento para o serviço militar ou para o exercício de III – pelo Secretário de Estado a que o avaliado
mandato eletivo. esteja subordinado, incluídos os servidores de autarquia,
§ 2º A vedação de que trata este artigo aplica-se fundação e demais órgãos vinculados.
ao gozo da licença-servidor. (Parágrafo com a redação da Lei § 3º Para proceder à avaliação especial, a
Complementar nº 952, de 16/7/2019.) comissão deve observar os seguintes procedimentos:

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I – adotar, como subsídios para sua decisão, as Seção VIII
avaliações feitas na forma do art. 28, incluídos eventuais Da Reintegração
pedidos de reconsideração, recursos e decisões sobre Art. 36. A reintegração é a reinvestidura do
eles proferidas; servidor no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo
II – ouvir, separadamente, o avaliador e, em resultante de sua transformação, quando invalidada a sua
seguida, o avaliado; demissão por decisão administrativa ou judicial, com o
III – realizar, a pedido ou de ofício, as diligências restabelecimento dos direitos que deixou de auferir no
que eventualmente emergirem das oitivas de que trata o período em que esteve demitido.
inciso II; § 1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o
IV – aprovar ou reprovar o servidor no estágio servidor fica em disponibilidade, observado o disposto nos
probatório, por decisão fundamentada. arts. 38, 39 e 40.
§ 4º Contra a reprovação no estágio probatório § 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu
cabe pedido de reconsideração ou recurso, a serem eventual ocupante deve ser reconduzido ao cargo de
processados na forma desta Lei Complementar. origem, sem direito a indenização, ou aproveitado em
outro cargo ou, ainda, posto em disponibilidade.
Art. 30. As autoridades de que trata o art. 29, § 2º, § 3º É de cinco dias úteis o prazo para o servidor
são competentes para: retornar ao exercício do cargo, contados da data em que
I – julgar, em única e última instância, qualquer tomou ciência do ato de reintegração.
recurso interposto na forma do art. 29;
II – homologar o resultado da avaliação especial Seção IX
feita pela comissão e, como consequência, efetivar o Da Recondução
servidor no cargo, quando ele for aprovado no estágio Art. 37. A recondução é o retorno do servidor
probatório. estável ao cargo anteriormente ocupado, observado o
disposto no art. 202, § 3º, e decorre de:
Art. 31. O servidor reprovado no estágio probatório I – reprovação em estágio probatório;
deve ser, conforme o caso, exonerado ou reconduzido ao II – desistência de estágio probatório;
cargo de origem. III – reintegração do anterior ocupante.
IV – invalidação da posse em cargo público
Seção VI decorrente de decisão judicial. (Lei Complementar nº 999, de 11
Da Estabilidade de janeiro de 2022)
Art. 32. O servidor ocupante de cargo de § 1º Encontrando-se provido o cargo de origem, o
provimento efetivo regularmente aprovado no estágio servidor tem de ser aproveitado em outro cargo,
probatório adquire estabilidade no serviço público ao observado o disposto no art. 39.
completar três anos de efetivo exercício. § 2º O servidor tem de retornar ao exercício do
cargo até o dia seguinte ao da ciência do ato de
Art. 33. O servidor estável só perde o cargo nas recondução.
hipóteses previstas na Constituição Federal.
Seção X
Seção VII Da Disponibilidade e do Aproveitamento
Da Reversão Art. 38. O servidor só pode ser posto em
Art. 34. Reversão é o retorno à atividade de disponibilidade nos casos previstos na Constituição
servidor aposentado: Federal.
I – por invalidez, quando, por junta médica oficial, Parágrafo único. A remuneração do servidor posto
ficar comprovada a sua reabilitação; em disponibilidade, proporcional ao tempo de serviço, não
II – quando constatada, administrativa ou pode ser inferior a um terço do que percebia no mês
judicialmente, a insubsistência dos fundamentos de anterior ao da disponibilidade.
concessão da aposentadoria;
III – voluntariamente, desde que, cumulativamente: Art. 39. O retorno à atividade de servidor em
a) haja manifesto interesse da administração, disponibilidade é feito mediante aproveitamento:
expresso em edital que fixe os critérios de reversão I – no mesmo cargo;
voluntária aos interessados que estejam em igual II – em cargo resultante da transformação do cargo
situação; anteriormente ocupado;
b) tenham decorrido menos de cinco anos da III – em outro cargo, observada a compatibilidade
data de aposentadoria; de atribuições e vencimentos ou subsídio do cargo
c) haja cargo vago. anteriormente ocupado.
§ 1º É de quinze dias úteis o prazo para o
servidor retornar ao exercício do cargo, contados da data Art. 40. É obrigatório o imediato aproveitamento
em que tomou ciência da reversão. de servidor em disponibilidade, assim que houver vaga
§ 2º Não pode reverter o aposentado que tenha em órgão, autarquia ou fundação.
completado setenta anos. § 1º É de trinta dias o prazo para o servidor
retornar ao exercício, contados da data em que tomou
Art. 35. A reversão deve ser feita no mesmo cargo ciência do aproveitamento.
ou no cargo resultante de sua transformação. § 2º Deve ser tornado sem efeito o aproveitamento
Parágrafo único. Nas hipóteses do art. 34, I e II, e ser cassada a disponibilidade, se o servidor não retornar
encontrando-se provido o cargo, o servidor deve exercer ao exercício no prazo do § 1º, salvo se por doença
suas atribuições como excedente, até a ocorrência de comprovada por junta médica oficial.
vaga.

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CAPÍTULO II § 1º Presume-se como cargo de natureza técnica
DOS REMANEJAMENTOS ou científica, para os fins do inciso II, qualquer cargo
Seção I público para o qual se exija educação superior ou
Da Remoção educação profissional, ministrada na forma e nas
Art. 41. Remoção é o deslocamento da lotação do condições previstas na Lei de Diretrizes e Bases da
servidor, no mesmo órgão, autarquia ou fundação e na Educação Nacional.
mesma carreira, de uma localidade para outra. § 2º A proibição de acumular estende-se:
§ 1º A remoção é feita a pedido de servidor que I – a empregos e funções e abrange autarquias,
preencha as condições fixadas no edital do concurso fundações, empresas públicas, sociedades de economia
aberto para essa finalidade. mista, suas subsidiárias e sociedades controladas direta
§ 2º O sindicato respectivo tem de ser ouvido em ou indiretamente pelo poder público;
todas as etapas do concurso de remoção. II – aos proventos de aposentadoria pagos por
§ 3º A remoção de ofício destina-se regime próprio de previdência social do Distrito Federal,
exclusivamente a atender a necessidade de serviços que da União, de Estado ou Município, ressalvados os
não comporte o concurso de remoção. proventos decorrentes de cargo acumulável na forma
deste artigo.
Art. 42. É lícita a permuta entre servidores do § 3º O servidor que acumular licitamente cargo
mesmo cargo, mediante autorização prévia das público fica obrigado a comprovar anualmente a
respectivas chefias. compatibilidade de horários.

Seção II Art. 47. Ressalvados os casos de interinidade e


Da Redistribuição substituição, o servidor não pode:
Art. 43. Redistribuição é o deslocamento do cargo, I – exercer mais de um cargo em comissão ou
ocupado ou vago, para outro órgão, autarquia ou função de confiança;
fundação do mesmo Poder. II – acumular cargo em comissão com função de
§ 1º A redistribuição dá-se: confiança.
I – para cargo de uma mesma carreira, no caso de
reorganização ou ajustamento de quadro de pessoal às Art. 48. Verificada, a qualquer tempo, a
necessidades do serviço; acumulação ilegal de cargos, empregos, funções públicas
II – no caso de extinção ou criação de órgão, ou proventos de aposentadoria, o servidor deve ser
autarquia ou fundação. notificado para apresentar opção no prazo improrrogável
§ 2º Nas hipóteses do § 1º, II, devem ser de dez dias, contados da data da ciência da notificação.
observados o interesse da administração pública, a § 1º Em decorrência da opção, o servidor deve ser
vinculação entre os graus de complexidade e exonerado do cargo, emprego ou função por que não
responsabilidade do cargo, a correlação das atribuições, a mais tenha interesse.
equivalência entre os vencimentos ou subsídio e a prévia § 2º Com a opção pela renúncia aos proventos de
apreciação do órgão central de pessoal. aposentadoria, o seu pagamento cessa imediatamente.
§ 3º Se o servidor não fizer a opção no prazo deste
CAPÍTULO III artigo, o setor de pessoal da repartição deve solicitar à
DA SUBSTITUIÇÃO autoridade competente a instauração de processo
Art. 44. O ocupante de cargo ou função de direção disciplinar para apuração e regularização imediata.
ou chefia tem substituto indicado no regimento interno ou, § 4º Instaurado o processo disciplinar, se o
no caso de omissão, previamente designado pela servidor, até o último dia de prazo para defesa escrita,
autoridade competente. fizer a opção de que trata este artigo, o processo deve ser
§ 1º O substituto deve assumir automaticamente o arquivado, sem julgamento do mérito.
exercício do cargo ou função de direção ou chefia: § 5º O disposto no § 4º não se aplica se houver
I – em licenças, afastamentos, férias e demais declaração falsa feita pelo servidor sobre acumulação de
ausências ou impedimentos legais ou regulamentares do cargos.
titular; § 6º Caracterizada no processo disciplinar a
II – em caso de vacância do cargo. acumulação ilegal, a administração pública deve observar
§ 2º O substituto faz jus aos vencimentos ou o seguinte:
subsídio pelo exercício do cargo de direção ou chefia, I – reconhecida a boa-fé, exonerar o servidor do
pagos na proporção dos dias de efetiva substituição. cargo vinculado ao órgão, autarquia ou fundação onde o
processo foi instaurado;
Art. 45. O disposto no art. 44 aplica-se aos titulares II – provada a má-fé, aplicar a sanção de
de unidades administrativas organizadas em nível de demissão, destituição ou cassação de aposentadoria ou
assessoria. disponibilidade em relação aos cargos ou empregos em
regime de acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos
CAPÍTULO IV ou entidades de vinculação devem ser comunicados.
DA ACUMULAÇÃO
Art. 46. É proibida a acumulação remunerada de Art. 49. É vedada a participação de servidor, salvo
cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade na condição de Secretário de Estado, ainda que suplente,
de horários, para: em mais de um conselho, comissão, comitê, órgão de
I – dois cargos de professor; deliberação coletiva ou assemelhado, na administração
II – um cargo de professor com outro técnico ou direta, autárquica ou fundacional do Distrito Federal.
científico; § 1º É vedada a remuneração pela participação
III – dois cargos ou empregos privativos de em mais de um conselho.
profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.

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§ 2º É permitida, observado o disposto no § 1º, a III – a estrutura da carreira com a fixação dos
participação remunerada de servidor em conselho de vencimentos ou do subsídio;
administração ou conselho fiscal de empresa pública ou IV – os critérios de capacitação;
sociedade de economia mista em que o Distrito Federal V – o regime e a jornada de trabalho.
detenha, direta ou indiretamente, participação no capital Parágrafo Único. As alterações de requisitos para
social. provimento de cargo público de carreira aplicam-se,
exclusivamente, àqueles servidores cujo ingresso se der
CAPÍTULO V após elas terem sido publicadas. (Parágrafo Revigorado(a)
DA VACÂNCIA pelo(a) ADI 20180020075790 de 21/09/2018)
Art. 50. A vacância do cargo público decorre de: § 1º As alterações de requisitos para provimento
I – exoneração; de cargo público de carreira aplicam-se, exclusivamente,
II – demissão; àqueles servidores cujo ingresso se der após elas terem
III – destituição de cargo em comissão; sido publicadas. (Parágrafo renumerado(a) pelo(a) Lei
IV – aposentadoria; Complementar 945 de 03/07/2018) (declarado(a) inconstitucional
pelo(a) ADI 20180020075790 de 21/09/2018)
V – falecimento;
VI – perda do cargo, nos demais casos previstos § 2º Sem prejuízo do disposto no art. 100, a
docência no ensino superior público do Distrito Federal é
na Constituição Federal.
função inerente a todos os cargos de nível superior de
Art. 51. A exoneração de cargo de provimento todas as carreiras existentes e das que vierem a ser
efetivo dá-se a pedido do servidor ou de ofício. criadas, na forma da lei e atendidos os requisitos
estabelecidos quando do chamamento público. (Parágrafo
Parágrafo único. A exoneração de ofício dá-se, acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar 945 de
exclusivamente, quando o servidor: 03/07/2018) (declarado(a) inconstitucional pelo(a) ADI
I – for reprovado no estágio probatório; 20180020075790 de 21/09/2018)
II – tendo tomado posse, não entrar em exercício
no prazo estabelecido. Seção II
Da Promoção
Art. 52. A exoneração de cargo em comissão dá- Art. 56. Salvo disposição legal em contrário, a
se: promoção é a movimentação de servidor do último padrão
I – a critério da autoridade competente; de uma classe para o primeiro padrão da classe
II – a pedido do servidor. imediatamente superior.
Decreto nº 37.770/2016 (Regulamenta a promoção funcional dos
Art. 53. A servidora gestante que ocupe cargo em servidores da Administração Direta, Autárquica e Fundacional do
comissão sem vínculo com o serviço público não pode, Distrito Federal de que trata o artigo 56, da Lei Complementar nº
sem justa causa, ser exonerada de ofício, desde a 840/2011)
confirmação da gravidez até cinco meses após o parto,
§ 1º A promoção dá-se por merecimento ou por
salvo mediante indenização paga na forma do
antiguidade, na forma do plano de carreira de cada
regulamento. categoria funcional.
Parágrafo único. Deve ser tornado sem efeito o ato
§ 2º A promoção não interrompe o tempo de
de exoneração, quando constatado que a servidora
exercício no cargo.
estava gestante e não foi indenizada.
CAPÍTULO II
Art. 54. Ao tomar posse em outro cargo
DO REGIME E DA JORNADA DE TRABALHO
inacumulável de qualquer órgão, autarquia ou fundação
Art. 57. Salvo disposição legal em contrário, o
do Distrito Federal, o servidor estável pode pedir a
servidor efetivo fica sujeito ao regime de trabalho de trinta
vacância do cargo efetivo por ele ocupado, observando-se horas semanais.
o seguinte:
§ 1º No interesse da administração pública e
I – durante o prazo de que trata o art. 32, o
mediante anuência do servidor, o regime de trabalho pode
servidor pode retornar ao cargo anteriormente ocupado,
ser ampliado para quarenta horas semanais, observada
nos casos previstos no art. 37;
a proporcionalidade salarial.
II – o cargo para o qual se pediu vacância pode ser
§ 2º É vedado aplicar ao regime de trabalho
provido pela administração pública.
interpretação por analogia, extensão ou semelhança de
Parágrafo único. O prazo de que trata o inciso I
atribuições.
não se aplica à hipótese do art. 37, IV. (Lei Complementar nº
999, de 11 de janeiro de 2022)
§ 3º A jornada de trabalho em sistema de escala
de revezamento deve ser definida em lei ou regulamento,
TÍTULO III observando o registro em folha de ponto do horário de
DAS CARREIRAS E DO REGIME E DA JORNADA DE entrada e de saída.
TRABALHO
CAPÍTULO I Art. 58. O servidor ocupante de cargo em
DAS CARREIRAS comissão ou no exercício de função de confiança tem
Seção I regime de trabalho de quarenta horas semanais, com
Das Disposições Gerais integral dedicação ao serviço.
Art. 55. Os cargos de provimento efetivo são
organizados em carreira, criada por lei, que deve fixar: Art. 59. No serviço noturno, a hora é considerada
I – a denominação, o quantitativo e as atribuições como tendo cinquenta e dois minutos e trinta segundos.
dos cargos; Parágrafo único. Considera-se noturno o serviço
II – os requisitos para investidura no cargo e prestado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco
desenvolvimento na carreira; horas do dia seguinte.

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subsequente ao da ocorrência. (Caput com a redação da Lei
Art. 60. Para atender a situações excepcionais e Complementar nº 953, de 20/9/2019.)
temporárias do serviço, a jornada de trabalho pode ser § 1º O atraso, a ausência justificada ou a saída
ampliada, a título de serviço extra ordinário, em até duas antecipada são computados por minutos, a serem
horas. convertidos em hora, dentro de cada mês.
Parágrafo único. Nos casos de risco de § 2º Apurado o tempo na forma do § 1º, são
comprometimento da ordem e da saúde públicas, o desprezados os resíduos inferiores a sessenta minutos.
Governador pode autorizar, excepcionalmente, a § 3º Toda compensação de horário deve ser
extrapolação dos limites previstos neste artigo, para os registrada pela chefia imediata junto ao setor de pessoal
servidores que atuem diretamente nas áreas envolvidas. da repartição.

Art. 64. As faltas injustificadas ao serviço


Art. 61. Pode ser concedido horário especial ao
configuram:
servidor: (Artigo alterado(a) pelo(a) Lei Complementar 928 de
26/07/2017) I – abandono do cargo, se ocorrerem por mais de
I - com deficiência ou com doença trinta dias consecutivos;
falciforme; (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei Complementar 928 de II – inassiduidade habitual, se ocorrerem por mais
26/07/2017) de sessenta dias, interpoladamente, no período de
II - que tenha cônjuge ou dependente com doze meses.
deficiência ou com doença falciforme; (Inciso alterado(a)
pelo(a) Lei Complementar 928 de 26/07/2017) Art. 65. Salvo na hipótese de licença ou
III - matriculado em curso da educação básica e da afastamento prevista no art. 17, § 2º, considera-se falta
educação superior, quando comprovada a injustificada, especialmente, a que decorra de:
incompatibilidade entre o horário escolar e o da unidade I – não retorno ao exercício, no prazo fixado nesta
administrativa, sem prejuízo do exercício do cargo; (Inciso Lei Complementar, em caso de reversão, reintegração,
alterado(a) pelo(a) Lei Complementar 928 de 26/07/2017)
recondução ou aproveitamento;
IV - na hipótese do art. 100, § 2º. (Inciso alterado(a)
pelo(a) Lei Complementar 928 de 26/07/2017)
II – não apresentação imediata para exercício no
§ 1º Nas hipóteses dos incisos I e II, o horário órgão, autarquia ou fundação, em caso de remoção ou
especial consiste na redução de até 50% da jornada de redistribuição;
trabalho e sua necessidade deve ser atestada por junta III – interstício entre:
médica oficial. (Parágrafo alterado(a) pelo(a) Lei Complementar 954 a) o afastamento do órgão, autarquia ou fundação
de 19/11/2019) de origem e o exercício no órgão ou entidade para o qual
§ 2º Nos casos dos incisos III e IV, é exigida do o servidor foi cedido ou colocado à disposição;
servidor a compensação de horário na unidade b) o término da cessão ou da disposição de que
administrativa, de modo a cumprir integralmente o regime trata a alínea a e o reinício do exercício no órgão,
semanal de trabalho. (Parágrafo alterado(a) pelo(a) Lei autarquia ou fundação de origem.
Complementar 928 de 26/07/2017)
§ 3º O servidor estudante deve comprovar, TÍTULO IV
mensalmente, a sua frequência escolar. (Parágrafo DOS DIREITOS
alterado(a) pelo(a) Lei Complementar 928 de 26/07/2017) CAPÍTULO I
§ 4º A comprovação da dependência de que trata o DO SISTEMA REMUNERATÓRIO
inciso II deve ser realizada perante o setor responsável Seção I
pela gestão de pessoas do órgão de lotação do Dos Conceitos Gerais
servidor. (Parágrafo acrescido(a) pelo(a) Lei Complementar 954 de
19/11/2019)
Art. 66. A retribuição pecuniária pelo exercício de
§ 5º (VETADO). (Parágrafo acrescido(a) pelo(a) Lei
Complementar 954 de 19/11/2019) cargo público é fixada em lei, sob a forma de subsídio ou
remuneração mensal.
§ 1º O valor diário da remuneração ou subsídio
Art. 62. Sem prejuízo da remuneração ou subsídio,
obtém-se dividindo-se o valor da retribuição pecuniária
o servidor pode ausentar-se do serviço, mediante
mensal por trinta.
comunicação prévia à chefia imediata:
§ 2º O valor horário da remuneração ou subsídio
I – por um dia para:
obtém-se dividindo-se a retribuição pecuniária mensal
a) doar sangue;
pelo quíntuplo da carga horária semanal.
b) realizar, uma vez por ano, exames médicos
§ 3º Na retribuição pecuniária mensal de que
preventivos ou periódicos voltados ao controle de câncer
tratam os §§ 1º e 2º, não se incluem:
de próstata, de mama ou do colo de útero;
I – as vantagens de natureza periódica ou
II – por até dois dias, para se alistar como eleitor
eventual, as de caráter indenizatório, o adicional noturno e
ou requerer transferência do domicílio eleitoral;
o adicional por serviço extraordinário;
III – por oito dias consecutivos, incluído o dia da
II – os acréscimos de que trata o art. 67, I a VII.
ocorrência, em razão de:
a) casamento;
Art. 67. O subsídio é constituído de parcela única,
b) falecimento do cônjuge, companheiro, parceiro
e a ele pode ser acrescido, exclusivamente:
homoafetivo, pai, mãe, padrasto, madrasta, filho, irmão,
I – o décimo terceiro salário;
enteado ou menor sob guarda ou tutela.
II – o adicional de férias;
III – o auxílio-natalidade;
Art. 63. Em caso de falta ao serviço, atraso,
IV – o abono de permanência;
ausência ou saída antecipada, desde que devidamente
V – o adicional por serviço extraordinário;
justificados, é facultado à chefia imediata, atendendo a
VI – o adicional noturno;
requerimento do interessado, autorizar a compensação de
VII – as vantagens de caráter indenizatório;
horário a ser realizada até o final do quarto mês

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VIII – a remuneração ou subsídio: 12_____________________________________
a) pelo exercício de cargo em comissão ou de
função de confiança, de que trata o art. 77; 13_____________________________________
b) decorrente de substituições.
14_____________________________________
Art. 68. A remuneração é constituída de parcelas e
compreende: 15_____________________________________
I – os vencimentos, que se compõem:
a) do vencimento básico;
b) das vantagens permanentes relativas ao cargo;
II – as vantagens relativas às peculiaridades de Resolução nº 217-A / 1948
trabalho;
III – as vantagens pessoais;
Declaração Universal dos Direitos
IV – as vantagens de natureza periódica ou Humanos
eventual;
V – as vantagens de caráter indenizatório.
Declaração Universal dos Direitos Humanos
Art. 69. Os vencimentos ou o subsídio são
irredutíveis. Proclamada pela Resolução nº 217-A da Assembleia
Geral das Nações Unidas, de 10 de dezembro de 1948.
Art. 70. A remuneração ou o subsídio dos
ocupantes de cargos e funções públicos da administração Preâmbulo
direta, autárquica e fundacional, incluídos os cargos Considerando que o reconhecimento da dignidade
preenchidos por mandato eletivo, e os proventos, as inerente a todos os membros da família humana e de
pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais liberdade, da justiça e da paz no mundo,
ou de qualquer outra natureza, não podem exceder o
subsídio mensal, em espécie, dos Desembargadores do Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. direitos humanos resultam em atos bárbaros que ultrajam
§ 1º O valor do teto de remuneração ou subsídio a consciência da humanidade e que o advento de um
deve ser publicado no Diário Oficial do Distrito Federal mundo em que os homens gozem de liberdade de
pelo Poder Executivo sempre que se alterar o subsídio palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo
dos Desembargadores do Tribunal de Justiça do Distrito do temor e da necessidade foi proclamado como a mais
Federal e Territórios. alta aspiração do homem comum,
§ 2º Excluem-se do valor do teto de remuneração o
décimo terceiro salário, o adiantamento de férias, o Considerando essencial que os direitos humanos sejam
adicional de férias, o auxílio-natalidade, o auxílio pré- protegidos pelo Estado de Direito, para que o homem não
escolar e as vantagens de caráter indenizatório. seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a
tirania e a opressão,

Considerando essencial promover o desenvolvimento de


relações amistosas entre as nações,

Considerando que os povos das Nações Unidas


reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos humanos
fundamentais, na dignidade e no valor da pessoa
humana e na igualdade de direitos dos homens e das
_____________________________________
01 mulheres, e que decidiram promover o progresso social e
melhores condições de vida em uma liberdade mais
_____________________________________
02 ampla,

_____________________________________
03
Considerando que os Estados-Membros se
comprometeram a promover, em cooperação com as
_____________________________________
04
Nações Unidas, o respeito universal aos direitos humanos
e liberdades fundamentais e a observância desses
_____________________________________
05
direitos e liberdades,
_____________________________________
06
Considerando que uma compreensão comum desses
_____________________________________
07 direitos e liberdades é da mais alta importância para o
pleno cumprimento desse compromisso,
_____________________________________
08

A Assembleia Geral proclama:


_____________________________________
09

A presente Declaração Universal dos Direitos


_____________________________________
10
Humanos como o ideal comum a ser atingido por
todos os povos e todas as nações, com o objetivo de
_____________________________________
11
que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo
sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do

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ensino e da educação, por promover o respeito a esses CF/88. Art. 5º: XLVII - não haverá penas:
direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do
progressivas de caráter nacional e internacional, por art. 84, XIX;
assegurar o seu reconhecimento e a sua observância b) de caráter perpétuo;
universal e efetiva, tanto entre os povos dos próprios c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios e) cruéis;
sob sua jurisdição. LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem
escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente,
Art. 1º Todas as pessoas nascem livres e iguais salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente
em dignidade e direitos. São dotadas de razão e militar, definidos em lei;
consciência e devem agir em relação umas às outras com LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre
espírito de fraternidade. serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família
do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o
Art. 2º Toda pessoa tem capacidade para gozar de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da
os direitos e as liberdades estabelecidas nesta família e de advogado;
Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela
raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de autoridade judiciária;
outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a
nascimento, ou qualquer outra condição. lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
Não será tampouco feita qualquer distinção fundada na LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável
condição política, jurídica ou internacional do país ou pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação
alimentícia e a do depositário infiel;
território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário,
território independente, sob tutela, sem governo próprio, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;
quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.
Art. 10 Toda pessoa tem direito, em plena
Art. 3º Toda pessoa tem direito à vida, à igualdade, a uma audiência justa e pública por parte de
liberdade e à segurança pessoal. um tribunal independente e imparcial, para decidir
CF/88. Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República sobre seus direitos e deveres ou do fundamento de
Federativa do Brasil:
qualquer acusação criminal contra ele.
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, CF/88. Art. 5º: XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela
CF/88. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de autoridade competente;
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, Art. 11 - §1. Toda pessoa acusada de um ato
à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos delituoso tem o direito de ser presumida inocente até
termos seguintes: que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos
com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido
termos desta Constituição;
asseguradas todas as garantias necessárias à sua
defesa.
Art. 4º Ninguém será mantido em escravidão ou §2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer
servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão ação ou omissão que, no momento, não constituíam delito
proibidos em todas as suas formas. perante o direito nacional ou internacional. Tampouco
será imposta pena mais forte do que aquela que, no
Art. 5º Ninguém será submetido à tortura, nem momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.
a tratamento ou castigo cruel, desumano ou
CF/88. Art. 5º: XXXIX - não há crime sem lei anterior que o
degradante. defina, nem pena sem prévia cominação legal;
CF/88. Art. 5º: III - ninguém será submetido a tortura nem a XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
tratamento desumano ou degradante; LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em
julgado de sentença penal condenatória;
Art. 6º Toda pessoa tem o direito de ser, em
todos os lugares, reconhecida como pessoa perante a lei. Art. 12 Ninguém será sujeito a interferências na
sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua
Art. 7º Todos são iguais perante a lei e têm correspondência, nem a ataques à sua honra e
direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. reputação. Toda pessoa tem direito à proteção da lei
Todos têm direito a igual proteção contra qualquer contratais interferências ou ataques.
discriminação que viole a presente Declaração e contra CF/88. Art. 5º: X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a
qualquer incitamento a tal discriminação. honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
Art. 8º Toda pessoa tem direito a receber dos violação;
tribunais nacionais competentes remédio efetivo para XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de
os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante
reconhecidos pela constituição ou pela lei. o dia, por determinação judicial;
São exemplos de remédios, previsto na Constituição Federal de XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações
1988, para atos que violem direitos fundamentais: habeas telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no
corpus, habeas data, mandado de segurança e ação popular. último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a
lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução
Art. 9º Ninguém será arbitrariamente preso, processual penal;
detido ou exilado.

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VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
Art. 13 - §1. Toda pessoa tem direito à assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na
liberdade de locomoção e residência dentro das forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença
fronteiras de cada Estado.
religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as
§2. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e
país, inclusive o próprio, e a este regressar. recusar- se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
CF/88. Art. 5º: XV - é livre a locomoção no território nacional em
tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele Art. 19 Toda pessoa tem direito à liberdade de
entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de,
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém
sofrer ou e achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e
sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de transmitir informações e ideias por quaisquer meios e
poder; independentemente de fronteiras.
CF/88. Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a
Art. 14 - §1. Toda pessoa, vítima de expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou
veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto
perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo
nesta Constituição.
em outros países. § 1º - Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir
§2. Este direito não pode ser invocado em caso embaraço à plena liberdade de informação jornalística em
de perseguição legitimamente motivada por crimes de qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no
direito comum ou por atos contrários aos propósitos e art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.
princípios das Nações Unidas. § 2º - É vedada toda e qualquer censura de natureza política,
CF/88. Art. 4º: X - Concessão de asilo político. ideológica e artística.

Art. 15 - §1. Toda pessoa tem direito a uma Art. 20 - §1. Toda pessoa tem direito à liberdade
nacionalidade. de reunião e associação pacíficas.
§2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua §2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de
nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade. uma associação.
CF/88. Art. 5º: XVII - é plena a liberdade de associação para fins
Art. 16 - Os homens e mulheres de maior idade, lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de
sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião,
cooperativas independem de autorização sendo vedada a
têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. interferência estatal em seu funcionamento;
Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente
duração e sua dissolução. dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial,
§1. O casamento não será válido senão como o exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
livre e pleno consentimento dos nubentes. XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a
§2. A família é o núcleo natural e fundamental permanecer associado;
da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do
Estado. Art. 21 - §1. Toda pessoa tem o direito de
CF/88. Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial tomar parte no governo de seu país, diretamente ou por
proteção do Estado. intermédio de representantes livremente escolhidos.
§2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao
Art. 17 - §1. Toda pessoa tem direito à serviço público do seu país.
propriedade, só ou em sociedade com outros. §3. A vontade do povo será a base da autoridade
§2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua do governo; esta vontade será expressa em eleições
propriedade. periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto
CF/88. Art. 5º: XXII - é garantido o direito de propriedade; secreto ou processo equivalente que assegure a
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; liberdade de voto.
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação CF/88. Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio
por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos,
mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os e, nos termos da lei, mediante:
casos previstos nesta Constituição; I - plebiscito;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade II - referendo;
competente poderá usar de propriedade particular, assegurada III - iniciativa popular.
ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde Art. 22 - Toda pessoa, como membro da
que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para
sociedade, tem direito à segurança social e à realização,
pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva,
dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu pelo esforço nacional, pela cooperação internacional de
desenvolvimento; acordo com a organização e recursos de cada Estado,
dos direitos econômicos, sociais e culturais
Art. 18 Toda pessoa tem direito à liberdade de indispensáveis à sua dignidade e ao livre
pensamento, consciência e religião; este direito inclui a desenvolvimento da sua personalidade.
liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de
manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela Art. 23 - §1. Toda pessoa tem direito ao
prática, pelo culto e pela observância, isolada ou trabalho, à livre escolha de emprego, a condições
coletivamente, em público ou em particular. justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o
CF/88. Art. 5º: IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo
desemprego.
vedado o anonimato; §2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, direito a igual remuneração por igual trabalho.
além da indenização por dano material, moral ou à imagem;

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§3. Toda pessoa que trabalha tem direito a uma nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as
remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da
assim como à sua família, uma existência compatível com paz.
a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se §3. Os pais têm prioridade de direito na escolha
necessário, outros meios de proteção social. do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos.
§4. Toda pessoa tem direito a organizar CF/88. Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado
sindicatos e a neles ingressar para a proteção de seus e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da
interesses. sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu
CF/88. Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
além de outros que visem à melhoria de sua condição social: trabalho.
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz
de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua Art. 27 - §1. Toda pessoa tem o direito de
família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, participar livremente da vida cultural da comunidade, de
vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes fruir as artes e de participar do processo científico e de
periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada seus benefícios.
sua vinculação para qualquer fim;
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias
§2. Toda pessoa tem direito à proteção dos
e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de interesses morais e materiais decorrentes de qualquer
horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção produção científica, literária ou artística da qual seja
coletiva de trabalho. autor.
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos CF/88. Art. 5º: XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo
ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; de utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
domingos;
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um
Art. 28 Toda pessoa tem direito a uma ordem
terço a mais do que o salário normal;
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções social e internacional em que os direitos e liberdades
e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estabelecidos na presente Declaração possam ser
estado civil; plenamente realizados.
CF/88. Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical,
observado o seguinte: Art. 29 - §1. Toda pessoa tem deveres para com
a comunidade, em que o livre e pleno desenvolvimento
Art. 24 - Toda pessoa tem direito a repouso e de sua personalidade é possível.
lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho §2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda
e a férias periódicas remuneradas. pessoa estará sujeita apenas às limitações determinadas
por lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido
Art. 25 - §1. Toda pessoa tem direito a um reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de
padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família outrem e de satisfazer às justas exigências da moral, da
saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, ordem pública e do bem-estar de uma sociedade
habitação, cuidados médicos e os serviços sociais democrática.
indispensáveis, e direito à segurança em caso de §3. Esses direitos e liberdades não podem, em
desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos
casos de perda dos meios de subsistência em propósitos e princípios das Nações Unidas.
circunstâncias fora de seu controle.
§2. A maternidade e a infância têm direito a Art. 30 Nenhuma disposição da presente
cuidados e assistência especiais. Todas as crianças, Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento
nascidas dentro ou fora de matrimônio, gozarão da a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer
mesma proteção social. qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à
CF/88. Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a estabelecidos.
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.
Parágrafo único. Todo brasileiro em situação de
vulnerabilidade social terá direito a uma renda básica familiar,
garantida pelo poder público em programa permanente de
transferência de renda, cujas normas e requisitos de acesso
serão determinados em lei, observada a legislação fiscal e
orçamentária.(2021)

Art. 26 - §1. Toda pessoa tem direito à 01_____________________________________


instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos
graus elementares e fundamentais. A instrução elementar 02_____________________________________
será obrigatória. A instrução técnico-profissional será
acessível a todos, bem como a instrução superior, está 03_____________________________________
baseada no mérito.
§2. A instrução será orientada no sentido do 04_____________________________________
pleno desenvolvimento da personalidade humana e do
fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas
05_____________________________________
liberdades fundamentais. A instrução promoverá a 06_____________________________________
compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as

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_____________________________________
07 Convieram no seguinte:

_____________________________________
08 PARTE I - DEVERES DOS ESTADOS E DIREITOS
PROTEGIDOS
_____________________________________
09 Capítulo I - ENUMERAÇÃO DOS DEVERES
Art. 1º Obrigação de respeitar os direitos
_____________________________________
10
1. Os Estados-partes nesta Convenção
comprometem-se a respeitar os direitos e liberdades
_____________________________________
11
nela reconhecidos e a garantir seu livre e pleno exercício
_____________________________________
12
a toda pessoa que esteja sujeita à sua jurisdição, sem
discriminação alguma, por motivo de raça, cor, sexo,
_____________________________________
13 idioma, religião, opiniões políticas ou de qualquer outra
natureza, origem nacional ou social, posição econômica,
_____________________________________
14 nascimento ou qualquer outra condição social.
2. Para efeitos desta Convenção, pessoa é todo
_____________________________________
15 ser humano.

Art. 2º Dever de adotar disposições de direito


interno
Convenção Americana de Direitos Se o exercício dos direitos e liberdades
mencionados no artigo 1 ainda não estiver garantido por
Humanos / 1969 disposições legislativas ou de outra natureza, os Estados-
Pacto de San José da Costa Rica partes comprometem-se a adotar, de acordo com as suas
normas constitucionais e com as disposições desta
Convenção, as medidas legislativas ou de outra natureza
PREÂMBULO que forem necessárias para tornar efetivos tais direitos e
Os Estados Americanos signatários da presente liberdades.
Convenção,
Capítulo II - DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS
Reafirmando seu propósito de consolidar neste Art. 3º Direito ao reconhecimento da
Continente, dentro do quadro das instituições personalidade jurídica
democráticas, um regime de liberdade pessoal e de Toda pessoa tem direito ao reconhecimento de
justiça social, fundado no respeito dos direitos sua personalidade jurídica.
humanos essenciais;
Art. 4º - Direito à vida
Reconhecendo que os direitos essenciais da pessoa 1.Toda pessoa tem o direito de que se respeite
humana não derivam do fato de ser ela nacional de sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em
determinado Estado, mas sim do fato de ter como geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode
fundamento os atributos da pessoa humana, razão por ser privado da vida arbitrariamente.
que justificam uma proteção internacional, de natureza 2.Nos países que não houverem abolido a pena
convencional, coadjuvante ou complementar da que de morte, está só poderá ser imposta pelos delitos mais
oferece o direito interno dos Estados americanos; graves, em cumprimento de sentença final de tribunal
competente e em conformidade com a lei que estabeleça
Considerando que esses princípios foram consagrados na tal pena, promulgada antes de haver o delito sido
Carta da Organização dos Estados Americanos, na cometido. Tampouco se estenderá sua aplicação a delitos
Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem aos quais não se aplique atualmente.
e na Declaração Universal dos Direitos do Homem, e que 3. Não se pode restabelecer a pena de morte nos
foram reafirmados e desenvolvidos em outros Estados que a hajam abolido.
instrumentos internacionais, tanto de âmbito mundial 4. Em nenhum caso pode a pena de morte ser
como regional; aplicada a delitos políticos, nem a delitos comuns conexos
com delitos políticos.
Reiterando que, de acordo com a Declaração Universal 5. Não se deve impor a pena de morte a pessoa
dos Direitos Humanos, só pode ser realizado o ideal do que, no momento da perpetração do delito, for menor de
ser humano livre, isento do temor e da miséria, se 18 (dezoito) anos, ou maior de 70 (setenta), nem aplicá-la
forem criadas condições que permitam a cada pessoa a mulher em estado de gravidez.
gozar dos seus direitos econômicos, sociais e 6. Toda pessoa condenada à morte tem direito a
culturais, bem como dos seus direitos civis e políticos; solicitar anistia, indulto ou comutação da pena, os
e quais podem ser concedidos em todos os casos. Não se
pode executar a pena de morte enquanto o pedido estiver
Considerando que a Terceira Conferência Interamericana pendente de decisão ante a autoridade competente.
Extraordinária (Buenos Aires, 1967) aprovou a
incorporação à própria Carta da Organização de normas Art. 5º Direito à integridade pessoal
mais amplas sobre os direitos econômicos, sociais e 1. Toda pessoa tem direito a que se respeite sua
educacionais e resolveu que uma Convenção integridade física, psíquica e moral.
Interamericana sobre Direitos Humanos determinasse a 2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem
estrutura, competência e processo dos órgãos a penas ou tratos cruéis, desumanos ou degradantes.
encarregados dessa matéria; Toda pessoa privada de liberdade deve ser tratada com o
respeito devido à dignidade inerente ao ser humano.

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3. A pena não pode passar da pessoa do 6. Toda pessoa privada da liberdade tem direito a
delinquente. recorrer a um juiz ou tribunal competente, a fim de que
4. Os processados devem ficar separados dos este decida, sem demora, sobre a legalidade de sua
condenados, salvo em circunstâncias excepcionais, e prisão ou detenção e ordene sua soltura, se a prisão ou a
devem ser submetidos a tratamento adequado à sua detenção forem ilegais. Nos Estados- partes cujas leis
condição de pessoas não condenadas. preveem que toda pessoa que se vir ameaçada de ser
5. Os menores, quando puderem ser privada de sua liberdade tem direito a recorrer a um juiz
processados, devem ser separados dos adultos e ou tribunal competente, a fim de que este decida sobre a
conduzidos a tribunal especializado, com a maior rapidez legalidade de tal ameaça, tal recurso não pode ser
possível, para seu tratamento. restringido nem abolido. O recurso pode ser interposto
6. As penas privativas de liberdade devem ter por pela própria pessoa ou por outra pessoa.
finalidade essencial a reforma e a readaptação social dos 7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este
condenados. princípio não limita os mandados de autoridade judiciária
competente expedidos em virtude de inadimplemento de
Art. 6º Proibição da escravidão e da servidão obrigação alimentar.
1. Ninguém poderá ser submetido a escravidão STF: Súmula Vinculante 25 - É ilícita a prisão civil de
ou servidão e tanto estas como o tráfico de escravos e depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.
o tráfico de mulheres são proibidos em todas as suas
formas. Art. 8º Garantias judiciais
2. Ninguém deve ser constrangido a executar 1. Toda pessoa terá o direito de ser ouvida,
trabalho forçado ou obrigatório. Nos países em que se com as devidas garantias e dentro de um prazo razoável,
prescreve, para certos delitos, pena privativa de liberdade por um juiz ou Tribunal competente, independente e
acompanhada de trabalhos forçados, esta disposição não imparcial, estabelecido anteriormente por lei, na apuração
pode ser interpretada no sentido de proibir o cumprimento de qualquer acusação penal formulada contra ela, ou na
da dita pena, imposta por um juiz ou tribunal competente. determinação de seus direitos e obrigações de caráter
O trabalho forçado não deve afetar a dignidade, nem a civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer outra natureza.
capacidade física e intelectual do recluso. 2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito
3. Não constituem trabalhos forçados ou a que se presuma sua inocência, enquanto não for
obrigatórios para os efeitos deste artigo: legalmente comprovada sua culpa. Durante o processo,
a) os trabalhos ou serviços normalmente exigidos toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às seguintes
de pessoa reclusa em cumprimento de sentença ou garantias mínimas:
resolução formal expedida pela autoridade judiciária a) direito do acusado de ser assistido
competente. Tais trabalhos ou serviços devem ser gratuitamente por um tradutor ou intérprete, caso não
executados sob a vigilância e controle das autoridades compreenda ou não fale a língua do juízo ou tribunal;
públicas, e os indivíduos que os executarem não devem b) comunicação prévia e pormenorizada ao
ser postos à disposição de particulares, companhias ou acusado da acusação formulada;
pessoas jurídicas de caráter privado; c) concessão ao acusado do tempo e dos meios
b) serviço militar e, nos países em que se admite necessários à preparação de sua defesa;
a isenção por motivo de consciência, qualquer serviço d) direito do acusado de defender-se
nacional que a lei estabelecer em lugar daquele; pessoalmente ou de ser assistido por um defensor de sua
c) o serviço exigido em casos de perigo ou de escolha e de comunicar-se, livremente e em particular,
calamidade que ameacem a existência ou o bem-estar da com seu defensor;
comunidade; e) direito irrenunciável de ser assistido por um
d) o trabalho ou serviço que faça parte das defensor proporcionado pelo Estado, remunerado ou não,
obrigações cívicas normais. segundo a legislação interna, se o acusado não se
defender ele próprio, nem nomear defensor dentro do
Art. 7º Direito à liberdade pessoal prazo estabelecido pela lei;
1. Toda pessoa tem direito à liberdade e à f) direito da defesa de inquirir as testemunhas
segurança pessoais. presentes no Tribunal e de obter o comparecimento, como
2. Ninguém pode ser privado de sua liberdade testemunhas ou peritos, de outras pessoas que possam
física, salvo pelas causas e nas condições previamente lançar luz sobre os fatos;
fixadas pelas Constituições políticas dos Estados- g) direito de não ser obrigada a depor contra si
partes ou pelas leis de acordo com elas promulgadas. mesma, nem a confessar-se culpada; e
3. Ninguém pode ser submetido a detenção ou h) direito de recorrer da sentença a juiz ou
encarceramento arbitrários. tribunal superior.
4. Toda pessoa detida ou retida deve ser 3. A confissão do acusado só é válida se feita
informada das razões da detenção e notificada, sem sem coação de nenhuma natureza.
demora, da acusação ou das acusações formuladas 4. O acusado absolvido por sentença transitada
contra ela. em julgado não poderá ser submetido a novo processo
5. Toda pessoa presa, detida ou retida deve ser pelos mesmos fatos.
conduzida, sem demora, à presença de um juiz ou outra 5. O processo penal deve ser público, salvo no
autoridade autorizada por lei a exercer funções judiciais e que for necessário para preservar os interesses da justiça.
tem o direito de ser julgada em prazo razoável ou de ser
posta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o Art. 9º Princípio da legalidade e da
processo. Sua liberdade pode ser condicionada a retroatividade
garantias que assegurem o seu comparecimento em Ninguém poderá ser condenado por atos ou
juízo. omissões que, no momento em que foram cometidos, não
constituam delito, de acordo com o direito aplicável.

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Tampouco poder-se-á impor pena mais grave do que a 4. A lei pode submeter os espetáculos públicos a
aplicável no momento da ocorrência do delito. Se, depois censura prévia, com o objetivo exclusivo de regular o
de perpetrado o delito, a lei estipular a imposição de pena acesso a eles, para proteção moral da infância e da
mais leve, o delinquente deverá dela beneficiar-se. adolescência, sem prejuízo do disposto no inciso 2.
5. A lei deve proibir toda propaganda a favor
Art. 10 Direito à indenização da guerra, bem como toda apologia ao ódio nacional,
Toda pessoa tem direito de ser indenizada racial ou religioso que constitua incitamento à
conforme a lei, no caso de haver sido condenada em discriminação, à hostilidade, ao crime ou à violência.
sentença transitada em julgado, por erro judiciário.
Art. 14 Direito de retificação ou resposta
Art. 11 Proteção da honra e da dignidade 1. Toda pessoa, atingida por informações
1. Toda pessoa tem direito ao respeito da sua inexatas ou ofensivas emitidas em seu prejuízo por meios
honra e ao reconhecimento de sua dignidade. de difusão legalmente regulamentados e que se dirijam ao
2. Ninguém pode ser objeto de ingerências público em geral, tem direito a fazer, pelo mesmo órgão
arbitrárias ou abusivas em sua vida privada, em sua de difusão, sua retificação ou resposta, nas condições
família, em seu domicílio ou em sua correspondência, que estabeleça a lei.
nem de ofensas ilegais à sua honra ou reputação. 2. Em nenhum caso a retificação ou a resposta
3. Toda pessoa tem direito à proteção da lei eximirão das outras responsabilidades legais em que se
contra tais ingerências ou tais ofensas. houver incorrido.
3. Para a efetiva proteção da honra e da
Art. 12 Liberdade de consciência e de religião reputação, toda publicação ou empresa jornalística,
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de cinematográfica, de rádio ou televisão, deve ter uma
consciência e de religião. Esse direito implica a liberdade pessoa responsável, que não seja protegida por
de conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar imunidades, nem goze de foro especial.
de religião ou de crenças, bem como a liberdade de
professar e divulgar sua religião ou suas crenças, Art. 15 Direito de reunião
individual ou coletivamente, tanto em público como em É reconhecido o direito de reunião pacífica e sem
privado. armas. O exercício desse direito só pode estar sujeito às
2. Ninguém pode ser submetido a medidas restrições previstas em lei e que se façam necessárias,
restritivas que possam limitar sua liberdade de conservar em uma sociedade democrática, ao interesse da
sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou segurança nacional, da segurança ou ordem públicas, ou
de crenças. para proteger a saúde ou a moral pública ou os direitos e
3. A liberdade de manifestar a própria religião e as liberdades das demais pessoas.
as próprias crenças está sujeita apenas às limitações
previstas em lei e que se façam necessárias para proteger Art. 16 Liberdade de associação
a segurança, a ordem, a saúde ou a moral pública ou os 1. Todas as pessoas têm o direito de associar-se
direitos e as liberdades das demais pessoas. livremente com fins ideológicos, religiosos, políticos,
4. Os pais e, quando for o caso, os tutores, têm econômicos, trabalhistas, sociais, culturais, desportivos ou
direito a que seus filhos e pupilos recebam a educação de qualquer outra natureza.
religiosa e moral que esteja de acordo com suas próprias 2. O exercício desse direito só pode estar sujeito
convicções. às restrições previstas em lei e que se façam necessárias,
em uma sociedade democrática, ao interesse da
Art. 13 Liberdade de pensamento e de segurança nacional, da segurança e da ordem públicas,
expressão ou para proteger a saúde ou a moral pública ou os direitos
1. Toda pessoa tem o direito à liberdade de e as liberdades das demais pessoas.
pensamento e de expressão. Esse direito inclui a 3. O presente artigo não impede a imposição de
liberdade de procurar, receber e difundir informações e restrições legais, e mesmo a privação do exercício do
ideias de qualquer natureza, sem considerações de direito de associação, aos membros das forças armadas e
fronteiras, verbalmente ou por escrito, ou em forma da polícia.
impressa ou artística, ou por qualquer meio de sua
escolha. Art. 17 Proteção da família
2. O exercício do direito previsto no inciso 1. A família é o núcleo natural e fundamental da
precedente não pode estar sujeito à censura prévia, sociedade e deve ser protegida pela sociedade e pelo
mas a responsabilidades ulteriores, que devem ser Estado.
expressamente previstas em lei e que se façam 2. É reconhecido o direito do homem e da mulher
necessárias para assegurar: de contraírem casamento e de constituírem uma família,
a) o respeito dos direitos e da reputação das se tiverem a idade e as condições para isso exigidas
demais pessoas; pelas leis internas, na medida em que não afetem estas o
b) a proteção da segurança nacional, da ordem princípio da não-discriminação estabelecido nesta
pública, ou da saúde ou da moral públicas. Convenção.
3. Não se pode restringir o direito de expressão 3. O casamento não pode ser celebrado sem o
por vias e meios indiretos, tais como o abuso de controles consentimento livre e pleno dos contraentes.
oficiais ou particulares de papel de imprensa, de 4. Os Estados-partes devem adotar as medidas
frequências radioelétricas ou de equipamentos e apropriadas para assegurar a igualdade de direitos e a
aparelhos usados na difusão de informação, nem por adequada equivalência de responsabilidades dos
quaisquer outros meios destinados a obstar a cônjuges quanto ao casamento, durante o mesmo e por
comunicação e a circulação de ideias e opiniões. ocasião de sua dissolução. Em caso de dissolução, serão
adotadas as disposições que assegurem a proteção

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necessária aos filhos, com base unicamente no interesse onde seu direito à vida ou à liberdade pessoal esteja em
e conveniência dos mesmos. risco de violação em virtude de sua raça, nacionalidade,
5. A lei deve reconhecer iguais direitos tanto aos religião, condição social ou de suas opiniões políticas.
filhos nascidos fora do casamento, como aos nascidos 9. É proibida a expulsão coletiva de
dentro do casamento. estrangeiros.

Art. 18 Direito ao nome Art. 23 Direitos políticos


Toda pessoa tem direito a um prenome e aos 1. Todos os cidadãos devem gozar dos seguintes
nomes de seus pais ou ao de um destes. A lei deve direitos e oportunidades:
regular a forma de assegurar a todos esses direitos, a) de participar da condução dos assuntos
mediante nomes fictícios, se for necessário. públicos, diretamente ou por meio de representantes
livremente eleitos;
Art. 19 Direitos da criança b) de votar e ser eleito em eleições periódicas,
Toda criança terá direito às medidas de proteção autênticas, realizadas por sufrágio universal e igualitário e
que a sua condição de menor requer, por parte da sua por voto secreto, que garantam a livre expressão da
família, da sociedade e do Estado. vontade dos eleitores; e
c) de ter acesso, em condições gerais de
Art. 20 Direito à nacionalidade igualdade, às funções públicas de seu país.
1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade. 2. A lei pode regular o exercício dos direitos e
2. Toda pessoa tem direito à nacionalidade do oportunidades, a que se refere o inciso anterior,
Estado em cujo território houver nascido, se não tiver exclusivamente por motivo de idade, nacionalidade,
direito a outra. residência, idioma, instrução, capacidade civil ou mental,
3. A ninguém se deve privar arbitrariamente de ou condenação, por juiz competente, em processo penal.
sua nacionalidade, nem do direito de mudá-la.
Art. 24 - Igualdade perante a lei
Art. 21 Direito à propriedade privada Todas as pessoas são iguais perante a lei. Por
1.Toda pessoa tem direito ao uso e gozo de seus conseguinte, têm direito, sem discriminação alguma, à
bens. A lei pode subordinar esse uso e gozo ao interesse igual proteção da lei.
social.
2.Nenhuma pessoa pode ser privada de seus Art. 25 - Proteção judicial
bens, salvo mediante o pagamento de indenização 1. Toda pessoa tem direito a um recurso simples
justa, por motivo de utilidade pública ou de interesse e rápido ou a qualquer outro recurso efetivo, perante os
social e nos casos e na forma estabelecidos pela lei. juízes ou tribunais competentes, que a proteja contra atos
3.Tanto a usura, como qualquer outra forma de que violem seus direitos fundamentais reconhecidos pela
exploração do homem pelo homem, deve ser reprimida Constituição, pela lei ou pela presente Convenção,
pela lei. mesmo quando tal violação seja cometida por pessoas
que estejam atuando no exercício de suas funções
Art. 22 Direito de circulação e de residência oficiais.
1. Toda pessoa que se encontre legalmente no 2. Os Estados-partes comprometem-se:
território de um Estado tem o direito de nele livremente a) a assegurar que a autoridade competente
circular e de nele residir, em conformidade com as prevista pelo sistema legal do Estado decida sobre os
disposições legais. direitos de toda pessoa que interpuser tal recurso;
2. Toda pessoa terá o direito de sair livremente b) a desenvolver as possibilidades de recurso
de qualquer país, inclusive de seu próprio país. judicial; e
3. O exercício dos direitos supracitados não pode c) a assegurar o cumprimento, pelas autoridades
ser restringido, senão em virtude de lei, na medida competentes, de toda decisão em que se tenha
indispensável, em uma sociedade democrática, para considerado procedente o recurso.
prevenir infrações penais ou para proteger a segurança
nacional, a segurança ou a ordem pública, a moral ou a Capítulo III - DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E
saúde pública, ou os direitos e liberdades das demais CULTURAIS
pessoas. Art. 26 Desenvolvimento progressivo
4. O exercício dos direitos reconhecidos no inciso Os Estados-partes comprometem-se a adotar as
1 pode também ser restringido pela lei, em zonas providências, tanto no âmbito interno, como mediante
determinadas, por motivo de interesse público. cooperação internacional, especialmente econômica e
5. Ninguém pode ser expulso do território do técnica, a fim de conseguir progressivamente a plena
Estado do qual for nacional e nem ser privado do direito efetividade dos direitos que decorrem das normas
de nele entrar. econômicas, sociais e sobre educação, ciência e cultura,
6. O estrangeiro que se encontre legalmente no constantes da Carta da Organização dos Estados
território de um Estado-parte na presente Convenção só Americanos, reformada pelo Protocolo de Buenos Aires,
poderá dele ser expulso em decorrência de decisão na medida dos recursos disponíveis, por via legislativa ou
adotada em conformidade com a lei. por outros meios apropriados.
7. Toda pessoa tem o direito de buscar e receber
asilo em território estrangeiro, em caso de perseguição Capítulo IV - SUSPENSÃO DE GARANTIAS,
por delitos políticos ou comuns conexos com delitos INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO
políticos, de acordo com a legislação de cada Estado e Art. 27 Suspensão de garantias
com as Convenções internacionais. 1. Em caso de guerra, de perigo público, ou de
8. Em nenhum caso o estrangeiro pode ser outra emergência que ameace a independência ou
expulso ou entregue a outro país, seja ou não de origem, segurança do Estado-parte, este poderá adotar as

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disposições que, na medida e pelo tempo estritamente Art. 30 Alcance das restrições
limitados às exigências da situação, suspendam as As restrições permitidas, de acordo com esta
obrigações contraídas em virtude desta Convenção, Convenção, ao gozo e exercício dos direitos e liberdades
desde que tais disposições não sejam incompatíveis com nela reconhecidos, não podem ser aplicadas senão de
as demais obrigações que lhe impõe o Direito acordo com leis que forem promulgadas por motivo de
Internacional e não encerrem discriminação alguma interesse geral e com o propósito para o qual houverem
fundada em motivos de raça, cor, sexo, idioma, religião ou sido estabelecidas.
origem social.
2. A disposição precedente não autoriza a Art. 31 Reconhecimento de outros direitos
suspensão dos direitos determinados nos seguintes Poderão ser incluídos, no regime de proteção
artigos: 3 (direito ao reconhecimento da personalidade desta Convenção, outros direitos e liberdades que forem
jurídica), 4 (direito à vida), 5 (direito à integridade reconhecidos de acordo com os processos estabelecidos
pessoal), 6 (proibição da escravidão e da servidão), 9 nos artigos 69 e 70.
(princípio da legalidade e da retroatividade), 12
(liberdade de consciência e religião), 17 (proteção da Capítulo V - DEVERES DAS PESSOAS
família), 18 (direito ao nome), 19 (direitos da criança), Art. 32 Correlação entre deveres e direitos
20 (direito à nacionalidade) e 23 (direitos políticos), 1.Toda pessoa tem deveres para com a família, a
nem das garantias indispensáveis para a proteção de tais comunidade e a humanidade.
direitos. 2.Os direitos de cada pessoa são limitados pelos
3. Todo Estado-parte no presente Pacto que fizer direitos dos demais, pela segurança de todos e pelas
uso do direito de suspensão deverá comunicar justas exigências do bem comum, em uma sociedade
imediatamente aos outros Estados-partes na presente democrática.
Convenção, por intermédio do Secretário Geral da
Organização dos Estados Americanos, as disposições PARTE II - MEIOS DE PROTEÇÃO
cuja aplicação haja suspendido, os motivos determinantes Capítulo VI - ÓRGÃOS COMPETENTES
da suspensão e a data em que haja dado por terminada Art. 33 São competentes para conhecer de
tal suspensão. assuntos relacionados com o cumprimento dos
compromissos assumidos pelos Estados-partes nesta
Art. 28 Cláusula federal Convenção:
1. Quando se tratar de um Estado-parte a) a Comissão Interamericana de Direitos
constituído como Estado federal, o governo nacional do Humanos, doravante denominada a Comissão; e
aludido Estado-parte cumprirá todas as disposições da b) a Corte Interamericana de Direitos Humanos,
presente Convenção, relacionadas com as matérias sobre doravante denominada a Corte.
as quais exerce competência legislativa e judicial.
2. No tocante às disposições relativas às Capítulo VII - COMISSÃO INTERAMERICANA DE
matérias que correspondem à competência das entidades DIREITOS HUMANOS
componentes da federação, o governo nacional deve Seção 1 - Organização
tomar imediatamente as medidas pertinentes, em Art.34 A Comissão Interamericana de Direitos
conformidade com sua Constituição e com suas leis, a fim Humanos compor-se-á de 7 (sete) membros, que
de que as autoridades competentes das referidas deverão ser pessoas de alta autoridade moral e de
entidades possam adotar as disposições cabíveis para o reconhecido saber em matéria de direitos humanos.
cumprimento desta Convenção.
3. Quando dois ou mais Estados-partes Art. 35 A Comissão representa todos os
decidirem constituir entre eles uma federação ou outro Membros da Organização dos Estados Americanos.
tipo de associação, diligenciarão no sentido de que o
pacto comunitário respectivo contenha as disposições Art. 36 - 1. Os membros da Comissão serão
necessárias para que continuem sendo efetivas no novo eleitos a título pessoal, pela Assembleia Geral da
Estado, assim organizado, as normas da presente Organização, a partir de uma lista de candidatos
Convenção. propostos pelos governos dos Estados-membros.
2. Cada um dos referidos governos pode propor
Art. 29 Normas de interpretação até três candidatos, nacionais do Estado que os propuser
Nenhuma disposição da presente Convenção ou de qualquer outro Estado-membro da Organização dos
pode ser interpretada no sentido de: Estados Americanos. Quando for proposta uma lista de
a) permitir a qualquer dos Estados-partes, grupo três candidatos, pelo menos um deles deverá ser nacional
ou indivíduo, suprimir o gozo e o exercício dos direitos e de Estado diferente do proponente.
liberdades reconhecidos na Convenção ou limitá-los em
maior medida do que a nela prevista; Art. 37 - 1. Os membros da Comissão serão
b) limitar o gozo e exercício de qualquer direito eleitos por quatro anos e só poderão ser reeleitos uma
ou liberdade que possam ser reconhecidos em virtude de vez, porém o mandato de três dos membros designados
leis de qualquer dos Estados-partes ou em virtude de na primeira eleição expirará ao cabo de dois anos. Logo
Convenções em que seja parte um dos referidos Estados; depois da referida eleição, serão determinados por
c) excluir outros direitos e garantias que são sorteio, na Assembleia Geral, os nomes desses três
inerentes ao ser humano ou que decorrem da forma membros.
democrática representativa de governo; 2. Não pode fazer parte da Comissão mais de
d) excluir ou limitar o efeito que possam produzir um nacional de um mesmo país.
a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do
Homem e outros atos internacionais da mesma natureza. Art. 38 As vagas que ocorrerem na Comissão,
que não se devam à expiração normal do mandato, serão

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preenchidas pelo Conselho Permanente da Organização, denúncias ou queixas de violação desta Convenção por
de acordo com o que dispuser o Estatuto da Comissão. um Estado-parte.

Art. 39 A Comissão elaborará seu estatuto e Art. 45 - 1. Todo Estado-parte pode, no momento
submetê-lo-á à aprovação da Assembleia Geral e do depósito do seu instrumento de ratificação desta
expedirá seu próprio Regulamento. Convenção, ou de adesão a ela, ou em qualquer
momento posterior, declarar que reconhece a
Art. 40 Os serviços da Secretaria da Comissão competência da Comissão para receber e examinar as
devem ser desempenhados pela unidade funcional comunicações em que um Estado-parte alegue haver
especializada que faz parte da Secretaria Geral da outro Estado-parte incorrido em violações dos direitos
Organização e deve dispor dos recursos necessários para humanos estabelecidos nesta Convenção.
cumprir as tarefas que lhe forem confiadas pela 2. As comunicações feitas em virtude deste
Comissão. artigo só podem ser admitidas e examinadas se forem
apresentadas por um Estado-parte que haja feito uma
Seção 2 - Funções declaração pela qual reconheça a referida competência
Art. 41 A Comissão tem a função principal de da Comissão. A Comissão não admitirá nenhuma
promover a observância e a defesa dos direitos humanos comunicação contra um Estado-parte que não haja feito
e, no exercício de seu mandato, tem as seguintes funções tal declaração.
e atribuições: 3. As declarações sobre reconhecimento de
a) estimular a consciência dos direitos humanos competência podem ser feitas para que esta vigore por
nos povos da América; tempo indefinido, por período determinado ou para casos
b) formular recomendações aos governos dos específicos.
Estados-membros, quando considerar conveniente, no 4. As declarações serão depositadas na
sentido de que adotem medidas progressivas em prol dos Secretaria Geral da Organização dos Estados
direitos humanos no âmbito de suas leis internas e seus Americanos, a qual encaminhará cópia das mesmas aos
preceitos constitucionais, bem como disposições Estados-membros da referida Organização.
apropriadas para promover o devido respeito a esses
direitos; Art. 46 Para que uma petição ou comunicação
c) preparar estudos ou relatórios que considerar apresentada de acordo com os artigos 44 ou 45 seja
convenientes para o desempenho de suas funções; admitida pela Comissão, será necessário:
d) solicitar aos governos dos Estados-membros a) que hajam sido interpostos e esgotados os
que lhe proporcionem informações sobre as medidas que recursos da jurisdição interna, de acordo com os
adotarem em matéria de direitos humanos; princípios de Direito Internacional geralmente
e) atender às consultas que, por meio da reconhecidos;
Secretaria Geral da Organização dos Estados b) que seja apresentada dentro do prazo de seis
Americanos, lhe formularem os Estados-membros sobre meses, a partir da data em que o presumido prejudicado
questões relacionadas com os direitos humanos e, dentro em seus direitos tenha sido notificado da decisão
de suas possibilidades, prestar-lhes o assessoramento definitiva;
que lhes solicitarem; c) que a matéria da petição ou comunicação não
f) atuar com respeito às petições e outras esteja pendente de outro processo de solução
comunicações, no exercício de sua autoridade, de internacional; e
conformidade com o disposto nos artigos 44 a 51 desta d) que, no caso do artigo 44, a petição contenha
Convenção; e o nome, a nacionalidade, a profissão, o domicílio e a
g) apresentar um relatório anual à Assembleia assinatura da pessoa ou pessoas ou do representante
Geral da Organização dos Estados Americanos. legal da entidade que submeter a petição.
2. As disposições das alíneas "a" e "b" do inciso
Art. 42 Os Estados-partes devem submeter à 1 deste artigo não se aplicarão quando:
Comissão cópia dos relatórios e estudos que, em seus a) não existir, na legislação interna do Estado de
respectivos campos, submetem anualmente às que se tratar, o devido processo legal para a proteção do
Comissões Executivas do Conselho Interamericano direito ou direitos que se alegue tenham sido violados;
Econômico e Social e do Conselho Interamericano de b) não se houver permitido ao presumido
Educação, Ciência e Cultura, a fim de que aquela zele prejudicado em seus direitos o acesso aos recursos da
para que se promovam os direitos decorrentes das jurisdição interna, ou houver sido ele impedido de esgotá-
normas econômicas, sociais e sobre educação, ciência e los; e
cultura, constantes da Carta da Organização dos Estados c) houver demora injustificada na decisão sobre
Americanos, reformada pelo Protocolo de Buenos Aires. os mencionados recursos.

Art. 43 Os Estados-partes obrigam-se a Art. 47 A Comissão declarará inadmissível toda


proporcionar à Comissão as informações que esta lhes petição ou comunicação apresentada de acordo com os
solicitar sobre a maneira pela qual seu direito interno artigos 44 ou 45 quando:
assegura a aplicação efetiva de quaisquer disposições a) não preencher algum dos requisitos
desta Convenção. estabelecidos no artigo 46;
b) não expuser fatos que caracterizem violação
Seção 3 - Competência dos direitos garantidos por esta Convenção;
Art. 44 Qualquer pessoa ou grupo de pessoas, c) pela exposição do próprio peticionário ou do
ou entidade não-governamental legalmente reconhecida Estado, for manifestamente infundada a petição ou
em um ou mais Estados-membros da Organização, pode comunicação ou for evidente sua total improcedência; ou
apresentar à Comissão petições que contenham

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d) for substancialmente reprodução de petição ou pelos interessados em virtude do inciso 1, "e", do artigo
comunicação anterior, já examinada pela Comissão ou 48.
por outro organismo internacional. 2. O relatório será encaminhado aos Estados
interessados, aos quais não será facultado publicá-lo.
Seção 4 - Processo 3. Ao encaminhar o relatório, a Comissão pode
Art. 48 - 1. A Comissão, ao receber uma petição formular as proposições e recomendações que julgar
ou comunicação na qual se alegue a violação de adequadas.
qualquer dos direitos consagrados nesta Convenção,
procederá da seguinte maneira: Art. 51 - 1. Se no prazo de três meses, a partir da
a) se reconhecer a admissibilidade da petição ou remessa aos Estados interessados do relatório da
comunicação, solicitará informações ao Governo do Comissão, o assunto não houver sido solucionado ou
Estado ao qual pertença a autoridade apontada como submetido à decisão da Corte pela Comissão ou pelo
responsável pela violação alegada e transcreverá as Estado interessado, aceitando sua competência, a
partes pertinentes da petição ou comunicação. As Comissão poderá emitir, pelo voto da maioria absoluta
referidas informações devem ser enviadas dentro de um dos seus membros, sua opinião e conclusões sobre a
prazo razoável, fixado pela Comissão ao considerar as questão submetida à sua consideração.
circunstâncias de cada caso; 2. A Comissão fará as recomendações
b) recebidas as informações, ou transcorrido o pertinentes e fixará um prazo dentro do qual o Estado
prazo fixado sem que sejam elas recebidas, verificará se deve tomar as medidas que lhe competir para remediar a
existem ou subsistem os motivos da petição ou situação examinada.
comunicação. No caso de não existirem ou não 3. Transcorrido o prazo fixado, a Comissão
subsistirem, mandará arquivar o expediente; decidirá, pelo voto da maioria absoluta dos seus
c) poderá também declarar a inadmissibilidade membros, se o Estado tomou ou não as medidas
ou a improcedência da petição ou comunicação, com adequadas e se pública ou não seu relatório.
base em informação ou prova supervenientes;
d) se o expediente não houver sido arquivado, e Capítulo VIII - CORTE INTERAMERICANA DE
com o fim de comprovar os fatos, a Comissão procederá, DIREITOS HUMANOS
com conhecimento das partes, a um exame do assunto Seção 1 - Organização
exposto na petição ou comunicação. Se for necessário e Art. 52 - 1. A Corte compor-se-á de 7 (sete)
conveniente, a Comissão procederá a uma investigação juízes, nacionais dos Estados-membros da Organização,
para cuja eficaz realização solicitará, e os Estados eleitos a título pessoal dentre juristas da mais alta
interessados lhe proporcionarão, todas as facilidades autoridade moral, de reconhecida competência em
necessárias; matéria de direitos humanos, que reúnam as condições
e) poderá pedir aos Estados interessados requeridas para o exercício das mais elevadas funções
qualquer informação pertinente e receberá, se isso for judiciais, de acordo com a lei do Estado do qual sejam
solicitado, as exposições verbais ou escritas que nacionais, ou do Estado que os propuser como
apresentarem os interessados; e candidatos.
f) pôr-se-á à disposição das partes interessadas, 2. Não deve haver 2 (dois) juízes da mesma
a fim de chegar a uma solução amistosa do assunto, nacionalidade.
fundada no respeito aos direitos reconhecidos nesta
Convenção. Art. 53 - 1. Os juízes da Corte serão eleitos, em
2. Entretanto, em casos graves e urgentes, pode votação secreta e pelo voto da maioria absoluta dos
ser realizada uma investigação, mediante prévio Estados-partes na Convenção, na Assembleia Geral da
consentimento do Estado em cujo território se alegue Organização, a partir de uma lista de candidatos
houver sido cometida a violação, tão somente com a propostos pelos mesmos Estados.
apresentação de uma petição ou comunicação que reúna 2. Cada um dos Estados-partes pode propor até
todos os requisitos formais de admissibilidade. três candidatos, nacionais do Estado que os propuser ou
de qualquer outro Estado-membro da Organização dos
Art. 49 Se se houver chegado a uma solução Estados Americanos. Quando se propuser uma lista de
amistosa de acordo com as disposições do inciso 1, "f", três candidatos, pelo menos um deles deverá ser nacional
do artigo 48, a Comissão redigirá um relatório que será do Estado diferente do proponente.
encaminhado ao peticionário e aos Estados-partes nesta
Convenção e posteriormente transmitido, para sua Art. 54 - 1. Os juízes da Corte serão eleitos por
publicação, ao Secretário Geral da Organização dos um período de 6 (seis) anos e só poderão ser reeleitos
Estados Americanos. O referido relatório conterá uma uma vez. O mandato de três dos juízes designados na
breve exposição dos fatos e da solução alcançada. Se primeira eleição expirará ao cabo de três anos.
qualquer das partes no caso o solicitar, ser-lhe-á Imediatamente depois da referida eleição, determinar-se-
proporcionada a mais ampla informação possível. ão por sorteio, na Assembleia Geral, os nomes desses
três juízes.
Art. 50 - 1. Se não se chegar a uma solução, e 2. O juiz eleito para substituir outro, cujo mandato
dentro do prazo que for fixado pelo Estatuto da Comissão, não haja expirado, completará o período deste.
esta redigirá um relatório no qual exporá os fatos e suas 3. Os juízes permanecerão em suas funções até
conclusões. Se o relatório não representar, no todo ou em o término dos seus mandatos. Entretanto, continuarão
parte, o acordo unânime dos membros da Comissão, funcionando nos casos de que já houverem tomado
qualquer deles poderá agregar ao referido relatório seu conhecimento e que se encontrem em fase de sentença
voto em separado. Também se agregarão ao relatório as e, para tais efeitos, não serão substituídos pelos novos
exposições verbais ou escritas que houverem sido feitas juízes eleitos.

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Art. 55 - 1. O juiz, que for nacional de algum dos encaminhará cópias da mesma a outros Estados-
Estados-partes em caso submetido à Corte, conservará o membros da Organização e ao Secretário da Corte.
seu direito de conhecer do mesmo. 3. A Corte tem competência para conhecer de
2. Se um dos juízes chamados a conhecer do qualquer caso, relativo à interpretação e aplicação das
caso for de nacionalidade de um dos Estados-partes, disposições desta Convenção, que lhe seja submetido,
outro Estado-parte no caso poderá designar uma pessoa desde que os Estados-partes no caso tenham
de sua escolha para integrar a Corte, na qualidade de juiz reconhecido ou reconheçam a referida competência, seja
ad hoc. por declaração especial, como preveem os incisos
3. Se, dentre os juízes chamados a conhecer do anteriores, seja por convenção especial.
caso, nenhum for da nacionalidade dos Estados-partes,
cada um destes poderá designar um juiz ad hoc. Art. 63 - 1. Quando decidir que houve violação de
4. O juiz ad hoc deve reunir os requisitos um direito ou liberdade protegidos nesta Convenção, a
indicados no artigo 52. Corte determinará que se assegure ao prejudicado o gozo
5. Se vários Estados-partes na Convenção do seu direito ou liberdade violados. Determinará também,
tiverem o mesmo interesse no caso, serão considerados se isso for procedente, que sejam reparadas as
como uma só parte, para os fins das disposições consequências da medida ou situação que haja
anteriores. Em caso de dúvida, a Corte decidirá. configurado a violação desses direitos, bem como o
pagamento de indenização justa à parte lesada.
Art. 56 O quórum para as deliberações da Corte 2. Em casos de extrema gravidade e urgência, e
é constituído por cinco juízes. quando se fizer necessário evitar danos irreparáveis às
pessoas, a Corte, nos assuntos de que estiver
Art. 57 A Comissão comparecerá em todos os conhecendo, poderá tomar as medidas provisórias que
casos perante a Corte. considerar pertinentes. Se se tratar de assuntos que ainda
não estiverem submetidos ao seu conhecimento, poderá
Art.58 - 1. A Corte terá sua sede no lugar que for atuar a pedido da Comissão.
determinado, na Assembleia Geral da Organização, pelos
Estados-partes na Convenção, mas poderá realizar Art. 64 - 1. Os Estados-membros da Organização
reuniões no território de qualquer Estado-membro da poderão consultar a Corte sobre a interpretação desta
Organização dos Estados Americanos em que considerar Convenção ou de outros tratados concernentes à
conveniente, pela maioria dos seus membros e mediante proteção dos direitos humanos nos Estados americanos.
prévia aquiescência do Estado respectivo. Os Estados- Também poderão consultá-la, no que lhes compete, os
partes na Convenção podem, na Assembleia Geral, por órgãos enumerados no capítulo X da Carta da
dois terços dos seus votos, mudar a sede da Corte. Organização dos Estados Americanos, reformada pelo
2. A Corte designará seu Secretário. Protocolo de Buenos Aires.
3. O Secretário residirá na sede da Corte e 2. A Corte, a pedido de um Estado-membro da
deverá assistir às reuniões que ela realizar fora da Organização, poderá emitir pareceres sobre a
mesma. compatibilidade entre qualquer de suas leis internas e os
mencionados instrumentos internacionais.
Art. 59 A Secretaria da Corte será por esta
estabelecida e funcionará sob a direção do Secretário Art. 65 A Corte submeterá à consideração da
Geral da Organização em tudo o que não for incompatível Assembleia Geral da Organização, em cada período
com a independência da Corte. Seus funcionários serão ordinário de sessões, um relatório sobre as suas
nomeados pelo Secretário Geral da Organização, em atividades no ano anterior. De maneira especial, e com as
consulta com o Secretário da Corte. recomendações pertinentes, indicará os casos em que um
Estado não tenha dado cumprimento a suas sentenças.
Art. 60 A Corte elaborará seu Estatuto e
submetê-lo-á à aprovação da Assembleia Geral e Seção 3 - Processo
expedirá seu Regimento. Art. 66 - 1. A sentença da Corte deve ser
fundamentada.
Seção 2 - Competência e funções 2. Se a sentença não expressar no todo ou em
Art. 61 - 1. Somente os Estados-partes e a parte a opinião unânime dos juízes, qualquer deles terá
Comissão têm direito de submeter um caso à decisão da direito a que se agregue à sentença o seu voto dissidente
Corte. ou individual.
2. Para que a Corte possa conhecer de qualquer
caso, é necessário que sejam esgotados os processos Art. 67 A sentença da Corte será definitiva e
previstos nos artigos 48 a 50. inapelável. Em caso de divergência sobre o sentido ou
alcance da sentença, a Corte interpretá-la-á, a pedido de
Art. 62 - 1. Todo Estado-parte pode, no momento qualquer das partes, desde que o pedido seja
do depósito do seu instrumento de ratificação desta apresentado dentro de noventa dias a partir da data da
Convenção ou de adesão a ela, ou em qualquer momento notificação da sentença.
posterior, declarar que reconhece como obrigatória, de
pleno direito e sem convenção especial, a competência da Art. 68 - 1. Os Estados-partes na Convenção
Corte em todos os casos relativos à interpretação ou comprometem-se a cumprir a decisão da Corte em todo
aplicação desta Convenção. caso em que forem partes.
2. A declaração pode ser feita 2. A parte da sentença que determinar
incondicionalmente, ou sob condição de reciprocidade, indenização compensatória poderá ser executada no país
por prazo determinado ou para casos específicos. Deverá respectivo pelo processo interno vigente para a execução
ser apresentada ao Secretário Geral da Organização, que de sentenças contra o Estado.

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Art. 69 - A sentença da Corte deve ser notificada Art. 75 Esta Convenção só pode ser objeto de
às partes no caso e transmitida aos Estados-partes na reservas em conformidade com as disposições da
Convenção. Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados,
assinada em 23 de maio de 1969.
Capítulo IX - DISPOSIÇÕES COMUNS
Art. 70 - 1. Os juízes da Corte e os membros da Art. 76 - 1. Qualquer Estado-parte, diretamente, e
Comissão gozam, desde o momento da eleição e a Comissão e a Corte, por intermédio do Secretário Geral,
enquanto durar o seu mandato, das imunidades podem submeter à Assembleia Geral, para o que julgarem
reconhecidas aos agentes diplomáticos pelo Direito conveniente, proposta de emendas a esta Convenção.
Internacional. Durante o exercício dos seus cargos 2. Tais emendas entrarão em vigor para os
gozam, além disso, dos privilégios diplomáticos Estados que as ratificarem, na data em que houver sido
necessários para o desempenho de suas funções. depositado o respectivo instrumento de ratificação, por
2. Não se poderá exigir responsabilidade em dois terços dos Estados-partes nesta Convenção. Quanto
tempo algum dos juízes da Corte, nem dos membros da aos outros Estados-partes, entrarão em vigor na data em
Comissão, por votos e opiniões emitidos no exercício que eles depositarem os seus respectivos instrumentos
de suas funções. de ratificação.

Art. 71 Os cargos de juiz da Corte ou de membro Art. 77 - 1. De acordo com a faculdade


da Comissão são incompatíveis com outras atividades estabelecida no artigo 31, qualquer Estado- parte e a
que possam afetar sua independência ou imparcialidade, Comissão podem submeter à consideração dos Estados-
conforme o que for determinado nos respectivos partes reunidos por ocasião da Assembleia Geral projetos
Estatutos. de Protocolos adicionais a esta Convenção, com a
finalidade de incluir progressivamente, no regime de
Art. 72 Os juízes da Corte e os membros da proteção da mesma, outros direitos e liberdades.
Comissão perceberão honorários e despesas de viagem 2. Cada Protocolo deve estabelecer as
na forma e nas condições que determinarem os seus modalidades de sua entrada em vigor e será aplicado
Estatutos, levando em conta a importância e somente entre os Estados-partes no mesmo.
independência de suas funções. Tais honorários e
despesas de viagem serão fixados no orçamento- Art. 78 - 1. Os Estados-partes poderão denunciar
programa da Organização dos Estados Americanos, no esta Convenção depois de expirado o prazo de cinco
qual devem ser incluídas, além disso, as despesas da anos, a partir da data em vigor da mesma e mediante
Corte e da sua Secretaria. Para tais efeitos, a Corte aviso prévio de um ano, notificando o Secretário Geral da
elaborará o seu próprio projeto de orçamento e submetê- Organização, o qual deve informar as outras partes.
lo-á à aprovação da Assembleia Geral, por intermédio da 2. Tal denúncia não terá o efeito de desligar o
Secretaria Geral. Esta última não poderá nele introduzir Estado-parte interessado das obrigações contidas nesta
modificações. Convenção, no que diz respeito a qualquer ato que,
podendo constituir violação dessas obrigações, houver
Art. 73 Somente por solicitação da Comissão ou sido cometido por ele anteriormente à data na qual a
da Corte, conforme o caso, cabe à Assembleia Geral da denúncia produzir efeito.
Organização resolver sobre as sanções aplicáveis aos
membros da Comissão ou aos juízes da Corte que Capítulo XI - DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
incorrerem nos casos previstos nos respectivos Estatutos. Seção 1 - Comissão Interamericana de Direitos
Para expedir uma resolução, será necessária maioria de Humanos
dois terços dos votos dos Estados-membros da Art. 79 Ao entrar em vigor esta Convenção, o
Organização, no caso dos membros da Comissão; e, Secretário Geral pedirá por escrito a cada Estado-membro
além disso, de dois terços dos votos dos Estados-partes da Organização que apresente, dentro de um prazo de
na Convenção, se se tratar dos juízes da Corte. noventa dias, seus candidatos a membro da Comissão
Interamericana de Direitos Humanos. O Secretário Geral
PARTE III - DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS preparará uma lista por ordem alfabética dos candidatos
Capítulo X - ASSINATURA, RATIFICAÇÃO, RESERVA, apresentados e a encaminhará aos Estados-membros da
EMENDA, PROTOCOLO E DENÚNCIA Organização, pelo menos trinta dias antes da Assembleia
Art. 74 - 1. Esta Convenção está aberta à Geral seguinte.
assinatura e à ratificação de todos os Estados-membros
da Organização dos Estados Americanos. Art. 80 A eleição dos membros da Comissão far-
2. A ratificação desta Convenção ou a adesão a se-á dentre os candidatos que figurem na lista a que se
ela efetuar-se-á mediante depósito de um instrumento de refere o artigo 79, por votação secreta da Assembleia
ratificação ou adesão na Secretaria Geral da Organização Geral, e serão declarados eleitos os candidatos que
dos Estados Americanos. Esta Convenção entrará em obtiverem maior número de votos e a maioria absoluta
vigor logo que onze Estados houverem depositado os dos votos dos representantes dos Estados-membros. Se,
seus respectivos instrumentos de ratificação ou de para eleger todos os membros da Comissão, for
adesão. Com referência a qualquer outro Estado que a necessário realizar várias votações, serão eliminados
ratificar ou que a ela aderir ulteriormente, a Convenção sucessivamente, na forma que for determinada pela
entrará em vigor na data do depósito do seu instrumento Assembleia Geral, os candidatos que receberem maior
de ratificação ou adesão. número de votos.
3. O Secretário Geral comunicará todos os
Estados-membros da Organização sobre a entrada em Seção 2 - Corte Interamericana de Direitos Humanos
vigor da Convenção.

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Art. 81 Ao entrar em vigor esta Convenção, o
Secretário Geral pedirá a cada Estado-parte que
apresente, dentro de um prazo de noventa dias, seus
candidatos a juiz da Corte Interamericana de Direitos
Humanos. O Secretário Geral preparará uma lista por
ordem alfabética dos candidatos apresentados e a
encaminhará aos Estados-partes pelo menos trinta dias
antes da Assembleia Geral seguinte.

Art. 82 A eleição dos juízes da Corte far-se-á


dentre os candidatos que figurem na lista a que se refere
o artigo 81, por votação secreta dos Estados-partes, na
Assembleia Geral, e serão declarados eleitos os
candidatos que obtiverem o maior número de votos e a
maioria absoluta dos votos dos representantes dos
Estados-partes. Se, para eleger todos os juízes da Corte,
for necessário realizar várias votações, serão eliminados
sucessivamente, na forma que for determinada pelos
Estados-partes, os candidatos que receberem menor
número de votos.

Adotada e aberta à assinatura na Conferência


Especializada Interamericana sobre Direitos Humanos,
em San José de Costa Rica, em 22.11.1969 - ratificada
pelo Brasil em 25.09.1992

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Art. 2º - §1. Os Estados-partes no presente Pacto
comprometem-se a garantir a todos os indivíduos que se
Pacto Internacional dos Direitos encontrem em seu território e que estejam sujeitos à sua
Civis e Políticos (1966) jurisdição os direitos reconhecidos no presente Pacto,
sem discriminação alguma por motivo de raça, cor,
sexo, língua, religião, opinião política ou de qualquer outra
Preâmbulo natureza, origem nacional ou social, situação.
Os Estados-partes no Presente Pacto, §2. Na ausência de medidas legislativas ou de
outra natureza destinadas a tornar efetivos os direitos
Considerando que, em conformidade com os princípios reconhecidos no presente Pacto, os Estados-partes
proclamados na Carta das Nações Unidas, o comprometem-se a tomar as providências necessárias,
reconhecimento da dignidade inerente a todos os com sitas a adotá-las, levando em consideração seus
membros da família humana e dos seus direitos respectivos procedimentos constitucionais e as
iguais e inalienáveis constitui o fundamento da disposições do presente Pacto.
liberdade, da justiça e da paz no mundo, §3. Os Estados-partes comprometem-se a:
1.garantir que toda pessoa, cujos direitos e
Reconhecendo que esses direitos decorrem da dignidade liberdades reconhecidos no presente Pacto hajam
inerente à pessoa humana, sido violados, possa dispor de um recurso efetivo,
mesmo que a violência tenha sido perpetrada por pessoas
Reconhecendo que, em conformidade com a Declaração que agiam no exercício de funções oficiais;
Universal dos Direitos Humanos, o ideal do ser humano 2.garantir que toda pessoa que interpuser tal
livre, no gozo das liberdades civis e políticas e liberto recurso terá seu direito determinado pela competente
do temor e da miséria, não pode ser realizado, a autoridade judicial, administrativa ou legislativa ou por
menos que se criem as condições que permitam a qualquer outra autoridade competente prevista no
cada um gozar de seus direitos civis e políticas, assim ordenamento jurídico do Estado em questão e a
como de seus direitos econômicos, sociais e desenvolver as possibilidades de recurso judicial;
culturais, 3.garantir o cumprimento, pelas autoridades
competentes, de qualquer decisão que julgar procedente
Considerando que a Carta das Nações Unidas impõe aos tal recurso.
Estados a obrigação de promover o respeito universal e
efetivo dos direitos e das liberdades da pessoa humana, Art. 3º Os Estados-partes no presente Pacto
comprometem-se a assegurar a homens e mulheres
Compreendendo que o indivíduo, por ter deveres para igualdade no gozo de todos os direitos civis e políticos
com seus semelhantes e para com a coletividade a que enunciados no presente Pacto.
pertence, tem a obrigação de lutar pela promoção e
observância dos direitos reconhecidos no presente Pacto, Art. 4º - §1. Quando situações excepcionais
ameacem a existência da nação e sejam proclamadas
Acordam o seguinte: oficialmente, os Estados-partes no presente Pacto
podem adotar, na estrita medida em que a situação o
PARTE I exigir, medidas que suspendam as obrigações
Art. 1º - §1. Todos os povos têm direito à decorrentes do presente Pacto, desde que tais medidas
autodeterminação. Em virtude desse direito, determinam não sejam incompatíveis com as demais obrigações que
livremente seu estatuto político e asseguram livremente lhes sejam impostas pelo Direito Internacional e não
seu desenvolvimento econômico, social e cultural. acarretem discriminação alguma apenas por motivo de
raça, cor, sexo, língua, religião ou origem social.
A autodeterminação dos povos é um dos princípios adotado (Derrogação temporária das obrigações do Pacto)
pelo Brasil em suas relações internacionais (art. 4º, III, da CF).
§2. A disposição precedente não autoriza
§2. Para a consecução de seus objetivos, todos qualquer derrogação dos artigos 6º. 7º, 8º (parágrafos 1º e
os povos podem dispor livremente de suas riquezas e 2º), 11, 15, 16 e 18.
de seus recursos naturais, sem prejuízo das obrigações §3. Os Estados-partes no presente Pacto que
decorrentes da cooperação econômica internacional, fizerem uso do direito de derrogação devem comunicar
baseada no princípio do proveito mútuo e do Direito imediatamente aos outros Estados-partes no presente
Internacional. Em caso algum poderá um povo ser privado Pacto, por intermédio do Secretário Geral da organização
de seus próprios meios de subsistência. das Nações Unidas, as disposições que tenham
§3. Os Estados-partes no presente Pacto, derrogado, bem como os motivos de tal derrogação. Os
inclusive aqueles que tenham a responsabilidade de Estados-partes deverão fazer uma nova comunicação
administrar territórios não autônomos e territórios sob igualmente por intermédio do Secretário Geral das
tutela, deverão promover o exercício do direito à Nações Unidas, na data em que terminar tal suspensão.
autodeterminação e respeitar esse direito, em
conformidade com as disposições da Carta das Nações Art. 5º - §1 – Nenhuma disposição do presente
Unidas. Pacto poderá ser interpretada no sentido de reconhecer
a um Estado, grupo ou indivíduo qualquer direito de
PARTE II deixar-se a quaisquer atividades ou de praticar quaisquer

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atos que tenham por objetivo destruir os direitos ou c)para os efeitos do presente parágrafo, não
liberdades reconhecidos no presente Pacto por ou impor- serão considerados "trabalhos forçados ou
lhes limitações mais amplas do que aquelas nele obrigatórios":
previstas. 1. qualquer trabalho ou serviço, não previsto na
§2. Não se admitirá qualquer restrição ou alínea "b", normalmente exigido de um indivíduo que
suspensão dos direitos humanos fundamentais tenha sido encarcerado em cumprimento de decisão
reconhecidos ou vigentes em qualquer Estado-parte no judicial ou que, tendo sido objeto de tal decisão, ache-se
presente Pacto em virtude de leis, convenções, em liberdade condicional;
regulamentos ou costumes, sob pretexto de que o 2. qualquer serviço de caráter militar e, nos
presente Pacto não os reconheça ou nos reconheça em países em que se admite a isenção por motivo de
menos grau. consciência, qualquer serviço nacional que a lei venha a
exigir daqueles que se oponham ao serviço militar por
PARTE III motivo de consciência;
Art. 6º - § 1. O direito à vida é inerente à 3. qualquer serviço exigido em casos de
pessoal humana. Este direito deverá ser protegido pelas emergência ou de calamidade que ameacem o bem-estar
Leis. Ninguém poderá ser arbitrariamente privado de da comunidade:
sua vida. 4. qualquer trabalho ou serviço que faça parte
§2.Nos países em que a pena de morte não das obrigações cívicas normais.
tenha sido abolida, esta poderá ser imposta apenas nos
casos de crimes mais graves, em conformidade coma Art. 9º - §1. Toda pessoa tem direito à liberdade
legislação vigente na época em que o crime foi cometido e à segurança pessoais. Ninguém poderá ser preso ou
e que não esteja em conflito com as disposições do encarcerado arbitrariamente. Ninguém poderá ser
presente Pacto, nem com a Convenção sobre a privado de sua liberdade, salvo pelos motivos previstos
Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio. Poder- em lei e em conformidade com os procedimentos nela
se-á aplicar essa pena em decorrência de uma sentença estabelecidos.
transitada em julgado e proferida por tribunal competente. §2. Qualquer pessoa, ao ser presa, deverá ser
§3. Quando a privação da vida constituir crime de informada das razões da prisão e notificada, sem
genocídio, entende-se que nenhuma disposição do demora, das acusações formuladas contra ela.
presente artigo autorizará qualquer Estado-parte no §3. Qualquer pessoa presa ou encarcerada em
presente Pacto s eximir-se, de modo algum, do virtude de infração penal deverá ser conduzida, sem
cumprimento de qualquer das obrigações que tenham demora, à presença do juiz ou de outra autoridade
assumido, em virtude das disposições da Convenção habilitada por lei a exercer funções judiciais e terá o
sobre a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio. direito de ser julgada em prazo razoável ou de ser posta
§4. Qualquer condenado à morte terá o direito em liberdade. A prisão preventiva de pessoas que
de pedir indulto ou comutação da pena. A anistia, o aguardam julgamento não deverá constituir a regra geral,
indulto ou a comutação da pena poderão ser concedidos mas a soltura poderá estar condicionada a garantias que
em todos os casos. assegurem o comparecimento da pessoa em questão à
§5. Uma pena de morte não poderá ser audiência e a todos os atos do processo, se necessário
imposta em casos de crimes por pessoas menores de for, para a execução da sentença.
18 (dezoito) anos, nem aplicada a mulheres em caso de §4. Qualquer pessoa que seja privada de sua
gravidez, liberdade, por prisão ou encarceramento, terá o direito de
§6. Não se poderá invocar disposição alguma de recorrer a um tribunal para que este decida sobre a
presente artigo para retardar ou impedir a abolição da legalidade de seu encarceramento e ordene a soltura,
pena de morte por um Estado-parte no presente Pacto. caso a prisão tenha sido ilegal.
A pena de morte continua sendo possível nos países que já a §5. Qualquer pessoa vítima de prisão ou
adotaram. O pacto consente somente com a manutenção dessa encarceramento ilegal terá direito à reparação.
espécie de pena para aqueles que à época da assinatura do
Pacto já haviam estabelecido legislação interna nesse sentido. Art. 10 - §1. Toda pessoa privada de sua
Após a assinatura do Pacto, porém, os Estados-partes não liberdade deverá ser tratada com humanidade e respeito à
poderão mais instituir a pena de morte em suas legislações. dignidade inerente à pessoa humana.
a) As pessoas processadas deverão ser
Art. 7º Ninguém poderá ser submetido a separadas, salvo em circunstâncias excepcionais, das
tortura, nem a penas ou tratamentos cruéis, pessoas condenadas e receber tratamento distinto,
desumanos ou degradantes. Será proibido, sobretudo, condizente com sua condição de pessoas não
submeter uma pessoa, sem seu livre consentimento, a condenadas.
experiências médicas ou científicas. b) As pessoas jovens processadas deverão ser
separadas das adultas e julgadas o mais rápido possível.
Art. 8º - §1. Ninguém poderá ser submetido à §2. O regime penitenciário consistirá em um
escravidão; a escravidão e o tráfico de escravos, em tratamento cujo objetivo principal seja a reforma e
todas as suas formas, ficam proibidos. reabilitação moral dos prisioneiros. Os delinquentes
§2. Ninguém poderá ser submetido à servidão. juvenis deverão ser separados dos adultos e receber
a) ninguém poderá ser obrigado a executar tratamento condizente com sua idade e condição jurídica.
trabalhos forçados ou obrigatórios;
b) a alínea "a" do presente parágrafo não poderá Art. 11 Ninguém poderá ser preso apenas por
ser interpretada no sentido de proibir, nos países em que não poder cumprir com uma obrigação contratual.
certos crimes sejam punidos com prisão e trabalhos Ademais, consagra o Pacto o direito de que ninguém poderá ser
forçados, o cumprimento de uma pena de trabalhos preso apenas por não poder cumprir com uma obrigação
forçados, imposta por um tribunal competente; contratual (art. 11). No Brasil, esse dispositivo fundou, em

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conjunto com o art. 7.7 da Convenção Americana de Direitos 3. a ser julgada sem dilações indevidas;
Humanos, novo entendimento do STF, vedando a prisão civil do 4. a estar presente no julgamento e a defender-
depositário infiel (Súmula Vinculante nº 25, do STF: “É ilícita a se pessoalmente ou por intermédio de defensor de sua
prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade
escolha; a ser informada, caso não tenha defensor, do
de depósito.”)
André de Carvalho Ramos. Curso de Direitos Humanos. direito que lhe assiste de tê-lo, e sempre que o interesse
da justiça assim exija, a Ter um defensor designado ex
ofício gratuitamente, se não tiver meios para remunerá-lo;
Art. 12 - §1. Toda pessoa que se encontre
5. a interrogar ou fazer interrogar as testemunhas
legalmente no território de um Estado terá o direito de
de acusação e a obter comparecimento e o interrogatório
nele livremente circular e escolher sua residência.
das testemunhas de defesa nas mesmas condições de
(Direito de ir e vir)
§2. Toda pessoa terá o direito de sair livremente que dispõem as de acusação;
de qualquer país, inclusive de seu próprio país. 6. a ser assistida gratuitamente por um
§3. Os direitos supracitados não poderão intérprete, caso não compreenda ou não fale a língua
constituir objeto de restrições, a menos que estejam empregada durante o julgamento;
previstas em lei e no intuito de proteger a segurança 7. a não ser obrigada a depor contra si mesma,
nacional e a ordem, saúde ou moral públicas, bem como nem a confessar-se culpada.
os direitos e liberdades das demais pessoas, e que sejam §4. O processo aplicável aos jovens que não
compatíveis com os outros direitos reconhecidos no sejam maiores nos termos da legislação penal levará em
presente Pacto. conta a idade dos mesmos e a importância de promover
§4. Ninguém poderá ser privado sua reintegração social.
arbitrariamente do direito de entrar em seu próprio §5. Toda pessoa declarada culpada por um delito
país. terá o direito de recorrer da sentença condenatória e da
pena a uma instância superior, em conformidade com a
Art. 13 Um estrangeiro que se encontre lei.
legalmente no território de um Estado-parte no presente §6. Se uma sentença condenatória passada em
Pacto só poderá dele ser expulso em decorrência de julgado for posteriormente anulada ou quando um indulto
decisão adotada em conformidade com a lei e, a for concedido, pela ocorrência ou descoberta de fatos
menos que razões imperativas de segurança nacional a novos que provem cabalmente a existência de erro
isso se oponham, terá a possibilidade de expor as razões judicial, a pessoa que sofreu a pena decorrente dessa
que militem contra a sua expulsão e de ter seu caso condenação deverá ser indenizada, de acordo com a lei,
reexaminado pelas autoridades competentes, ou por uma a menos que fique provado que se lhe pode imputar, total
ou várias pessoas especialmente designadas pelas ou parcialmente, e não-revelação do fato desconhecido
referidas autoridades, e de fazer- se representar com este em tempo útil.
objetivo. §7. Ninguém poderá ser processado ou punido
por um delito pelo qual já foi absolvido ou condenado por
Art. 14 - §1. Todas as pessoas são iguais sentença passada em julgado, em conformidade com a lei
perante os Tribunais e as Cortes de Justiça. Toda e com os procedimentos penais de cada país.
pessoa terá o direito de ser ouvida publicamente e
com as devidas garantias por um Tribunal Art. 15 - §1. Ninguém poderá ser condenado por atos
competente, independente e imparcial, estabelecido ou omissões que não constituam delito de acordo
por lei, na apuração de qualquer acusação de caráter com o direito nacional ou internacional, no momento
penal formulada contra ela ou na determinação de seus em que foram cometidos. Tampouco poder-se-á impor
direitos e obrigações de caráter civil. A imprensa e o pena mais grave do que a aplicável no momento da
público poderão ser excluídos de parte ou da totalidade ocorrência do delito. Se, depois de perpetrado o delito, a
de um julgamento, quer por motivo de moral pública, lei estipular a imposição de pena mais leve, o delinquente
ordem pública ou de segurança nacional em uma deverá dela beneficiar-se. (Princípio da legalidade /
Irretroatividade da lei penal mais gravosa / Retroatividade da
sociedade democrática, quer quando o interesse da vida lei penal mais benéfica ao réu)
privada das partes o exija, quer na medida em que isto §2. Nenhuma disposição do presente Pacto
seja estritamente necessário na opinião da justiça, em impedirá o julgamento ou a condenação de qualquer
circunstâncias específicas, nas quais a publicidade venha indivíduo por atos ou omissões que, no momento em que
a prejudicar os interesses da justiça; entretanto, qualquer foram cometidos, eram considerados delituosos de acordo
sentença proferida em matéria penal ou civil deverá com os princípios gerais de direito reconhecidos pela
tornar-se pública, a menos que o interesse de menores comunidade das nações.
exija procedimento oposto, ou o processo diga respeito a
controvérsias matrimoniais ou à tutela de menores. Art. 16 Toda pessoa terá o direito, em qualquer
(Garantias processuais)
lugar, ao reconhecimento de sua personalidade
§2. Toda pessoa acusada de um delito terá
jurídica.
direito a que se presuma sua inocência enquanto não
for legalmente comprovada sua culpa.
Art. 17 - §1. Ninguém poderá ser objeto de
§3. Toda pessoa acusada de um delito terá
ingerências arbitrárias ou ilegais em sua vida privada,
direito, em plena igualdade, às seguintes garantias
em sua família, em seu domicílio ou em sua
mínimas:
correspondência, nem de ofensas ilegais à sua honra e
1. a ser informada, sem demora, em uma língua
reputação.
que compreenda e de forma minuciosa, da natureza e dos
§2. Toda pessoa terá direito à proteção da lei
motivos da acusação contra ela formulada;
contra essas ingerências ou ofensas.
2. a dispor do tempo e dos meios necessários à
preparação de sua defesa e a comunicar-se com defensor
de sua escolha;

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Art. 18 - §1. Toda pessoa terá direito à liberdade §3. Nenhuma das disposições do presente artigo
de pensamento, de consciência e de religião. Esses permitirá que os Estados-partes na Convenção de 1948
direitos implicará a liberdade de ter ou adotar uma religião da Organização Internacional do trabalho, relativa à
ou crença de sua escolha e a liberdade de professar sua liberdade sindical e à proteção do direito sindical, venham
religião ou crença, individual ou coletivamente, tanto a adotar medidas legislativas que restrinjam – ou a aplicar
pública como privadamente, por meio do culto, da a lei de maneira a restringir – as garantias previstas na
celebração de ritos, de práticas e do ensino. referida Convenção.
§2. Ninguém poderá ser submetido a medidas
coercitivas que possam restringir sua liberdade de ter ou Art. 23 - §1. A família é o núcleo natural e
de adotar uma religião ou crença de sua escolha. fundamental da sociedade e terá o direito de ser protegida
§3. A liberdade de manifestar a própria religião pela sociedade e pelo Estado.
ou crença estará sujeita a penas às limitações previstas §2. Será reconhecido o direito do homem e da
em lei e que se façam necessárias para proteger a mulher de, em idade núbil, contrair casamento e
segurança, a ordem, a saúde ou a moral pública ou os constituir família.
direitos e as liberdades das demais pessoas. §3. Casamento algum será celebrado sem o
§4. Os Estados-partes no presente Pacto consentimento livre e pleno dos futuros esposos.
comprometem-se a respeitar a liberdade dos pais - e, §4. Os Estados-partes no presente Pacto
quando for o caso, dos tutores legais – de assegurar aos deverão adotar as medidas apropriadas para assegurar a
filhos a educação religiosa e moral que esteja de acordo igualdade de direitos e responsabilidades dos
com suas próprias convicções. esposos quanto ao casamento, durante o mesmo e por
ocasião de sua dissolução. Em caso de dissolução,
Art. 19 - §1. Ninguém poderá ser molestado por deverão adotar-se as disposições que assegurem a
suas opiniões. proteção necessárias para os filhos.
§2. Toda pessoa terá o direito à liberdade de
expressão; esses direitos incluirá a liberdade de procurar, Art. 24 - §1. Toda criança terá direito, sem
receber e difundir informações e ideias de qualquer discriminação alguma por motivo de cor, sexo, língua,
natureza, independentemente de considerações de religião, origem nacional ou social, situação econômica ou
fronteiras, verbalmente ou por escrito, de forma impressa nascimento, às medidas de proteção que a sua condição
ou artística, ou por qualquer meio de sua escolha. de menor requer por parte de sua família, da sociedade e
§3. O exercício de direito previsto no § 2 do do Estado.
presente artigo implicará deveres e responsabilidades §2. Toda criança deverá ser registrada
especiais. Consequentemente, poderá estar sujeito a imediatamente após seu nascimento e deverá receber um
certas restrições, que devem, entretanto, ser nome.
expressamente previstas em lei e que se façam §3. Toda criança terá o direito de adquirir uma
necessárias para: nacionalidade.
1. assegurar o respeito dos direitos e da
reputação das demais pessoas; Art. 25 Todo cidadão terá o direito e a
2. proteger a segurança nacional, a ordem, a possibilidade, sem qualquer das formas de
saúde ou a moral pública. discriminação mencionadas no artigo 2º e sem restrições
infundadas: (Direitos Políticos)
Art. 20 - §1. Será proibida por lei qualquer 1. de participar da condução dos assuntos
propaganda em favor da guerra. públicos, diretamente ou por meio de representantes
§2. Será proibida por lei qualquer apologia ao livremente escolhidos;
ódio nacional, racial ou religioso, que constitua 2. de votar e ser eleito em eleições periódicas,
incitamento à discriminação, à hostilidade ou à violência. autênticas, realizadas por sufrágio universal e igualitário
e por voto secreto, que garantam a manifestação da
Art. 21 O direito de reunião pacífica será vontade dos eleitores;
reconhecido. O exercício desse direito estará sujeito 3. de ter acesso, em condições gerais de
apenas às restrições previstas em lei e que se façam igualdade, às funções públicas de seu país.
necessárias, em uma sociedade democrática, ao
interesse da segurança nacional, da segurança ou ordem Art. 26 Todas as pessoas são iguais perante a
públicas, ou para proteger a saúde ou a moral pública ou lei e têm direito, sem discriminação alguma, a igual
os direitos e as liberdades das demais pessoas. proteção da lei. A este respeito, a lei deverá proibir
qualquer forma de discriminação e garantir a todas as
Art. 22 - §1. Toda pessoa terá o direito de pessoas proteção igual e eficaz contra qualquer
associar-se livremente a outras, inclusive o direito de discriminação por motivo de raça, cor, sexo, língua,
constituir sindicatos e de a eles filiar-se, para proteção de religião, opinião política ou de outra natureza, origem
seus interesses. nacional ou social, situação econômica, nascimento ou
§2. O exercício desse direito estará sujeito qualquer outra situação. (Direito à igualdade)
apenas às restrições previstas em lei e que se façam
necessárias, em uma sociedade democrática, ao Art. 27 Nos Estados em que haja minorias
interesse da segurança nacional, da segurança e da étnicas, religiosas ou linguísticas, as pessoas
ordem públicas, ou para proteger a saúde ou a moral pertencentes a essas minorias não poderão ser privadas
pública ou os direitos e as liberdades das demais do direito de ter, conjuntamente com outros membros de
pessoas. O presente artigo não impedirá que se submeta seu grupo, sua própria vida cultural, de professar e
a restrições legais o exercício desses direitos por praticar sua própria religião e usar sua própria língua.
membros das forças armadas e da polícia. (Respeito às minorias)

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PARTE IV §2. Ao expirar o mandato dos membros, as
Art. 28 - §1. Constituir-se-á um Comitê de eleições se realizarão de acordo com o disposto nos
Direitos Humanos (doravante denominado "Comitê" no artigos precedentes desta parte do presente Pacto.
presente Pacto). O Comitê será composto de 18 (dezoito)
membros e desempenhará as funções descritas adiante. Art. 33 - §1. Se, na opinião unânime dos demais
§2. O Comitê será integrado por nacionais dos membros, um membro do Comitê deixar de desempenhar
Estados-partes no presente Pacto, os quais deverão ser suas funções por motivos distintos de uma ausência
pessoas de elevada reputação moral e reconhecida temporária, o Presidente comunicará tal fato ao Secretário
competência em matéria de direitos humanos, levando-se Geral da Organização das Nações Unidas, que declarará
em consideração a utilidade da participação de algumas vago o lugar que ocupava o referido membro.
pessoas com experiência jurídica. §2. Em caso de morte ou renúncia de um
§3. Os membros do Comitê serão eleitos e membro do Comitê, o Presidente comunicará
exercerão suas funções a título pessoal. imediatamente tal fato ao Secretário Geral da
Organização das Nações Unidas, que declarará vago o
Art. 29 - §1. Os membros do Comitê serão eleitos lugar desde a data da morte ou daquela em que a
em votação secreta dentre uma lista de pessoas que renúncia passe a produzir efeitos.
preencham os requisitos previstos no artigo 28 e
indicadas, com esse objetivo, pelos Estados-partes no Art. 34 - §1. Quando um cargo for declarado
presente Pacto. vago nos termos do artigo 33 e o mandato do membro a
§2. Cada Estado-parte no presente Pacto poderá ser substituído não expirar no prazo de seis meses a
indicar duas pessoas. Essas pessoas deverão ser contar da data em que tenha sido declarada a vaga, o
nacionais do Estado que as indicou. Secretário Geral das Nações Unidas comunicará tal fato
§3. A mesma pessoa poderá ser indicada mais aos Estados-partes no presente Pacto, que poderão, no
de uma vez. prazo de dois meses, indicar candidatos, em
conformidade com o artigo 29, para preencher a vaga.
Art. 30 §1. A primeira eleição realizar-se-á no §2. O Secretário Geral da Organização das
máximo 6 (seis) meses após a data da entrada em vigor Nações Unidas organizará uma lista por ordem alfabética
do presente Pacto. dos candidatos assim designados e a comunicará aos
§2. Ao menos 4 (quatro) meses antes da data de Estados- partes no presente Pacto. A eleição destinada a
cada eleição do Comitê, e desde que não seja uma preencher tal vaga será realizada nos termos das
eleição para preencher uma vaga declarada nos termos disposições pertinentes desta parte do presente Pacto.
do artigo 34, o Secretário Geral da Organização das §3. Qualquer membro do Comitê eleito para
Nações Unidas convidará, por escrito, os Estados-partes preencher a vaga em conformidade com o artigo 33 fará
no presente Pacto a indicar, no prazo de 3 (três) meses, parte do Comitê durante o restante do mandato do
os candidatos a membro do Comitê. membro que deixar vago o lugar do Comitê, nos termos
§3. O Secretário Geral da Organização das do referido artigo.
Nações Unidas organizará uma lista por ordem alfabética
de todos os candidatos assim designados, mencionando Art. 35 Os membros do Comitê receberão, com a
os Estados-partes que os tiverem indicado, e a aprovação da Assembleia Geral das Nações Unidas,
comunicará aos Estados-partes no presente Pacto, no honorários provenientes de recur4sos da Organização
máximo um mês antes da data de cada eleição. das Nações Unidas, nas condições fixadas, considerando-
§4. Os membros do Comitê serão eleitos em se a importância das funções do Comitê, pela Assembleia
reuniões dos Estados-partes convocadas pelo Secretário Geral.
Geral da Organização das Nações Unidas na sede da
Organização. Art. 36 O Secretário Geral da Organização das
Nessas reuniões, em que o quórum será estabelecido por Nações Unidas colocará à disposição do Comitê o
dois terços dos Estados- partes no presente Pacto, serão pessoal e os serviços necessários ao desempenho eficaz
eleitos membros do Comitê os candidatos que obtiverem das funções que lhe são atribuídas em virtude do
o maior número de votos e a maioria absoluta dos votos presente Pacto.
dos representantes dos Estados-partes presentes e
votantes. Art. 37 - § 1. O Secretário Geral da Organização
das Nações Unidas convocará os Membros do Comitê
Art. 31 - §1. O Comitê não poderá ter mais de para a primeira reunião, a realizar-se na sede da
um nacional de um mesmo Estado. Organização.
§2. Nas eleições do Comitê, levar-se-ão em §2. Após a primeira reunião, o Comitê deverá
consideração uma distribuição geográfica equitativa e reunir-se em todas as ocasiões previstas em suas regras
uma representação das diversas formas da civilização, de procedimento.
bem como dos principais sistemas jurídicos. §3. As reuniões do Comitê serão realizadas
normalmente na sede da Organização das Nações Unidas
Art. 32 - §1. Os membros do Comitê serão eleitos ou no Escritório das Nações Unidas em Genebra.
para um mandato de 4 (quatro) anos. Poderão, caso suas
candidaturas sejam apresentadas novamente, ser Art. 38 Todo membro do Comitê deverá, antes de
reeleitos. Entretanto, o mandato de nove dos membros iniciar suas funções, assumir, em sessão pública, o
eleitos na primeira eleição expirará ao final de dois anos; compromisso solene de que desempenhará suas
imediatamente após a primeira eleição, o presidente da funções imparcial e conscientemente.
reunião a que se refere o parágrafo 4º do artigo 30
indicará, por sorteio, os nomes desses nove membros.

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Art. 39 - §1. O Comitê elegerá sua Mesa para um fazer referência, até onde seja possível e pertinente, aos
período de 2 (dois) anos. Os membros da Mesa poderão procedimentos nacionais e aos recursos jurídicos
ser reeleitos. adotados, em trâmite ou disponíveis sobre a questão;
§2. O próprio Comitê estabelecerá suas regras 2. Se dentro do prazo de 6 (seis) meses, a
de procedimento; estas, contudo, deverão conter, entre contar da data do recebimento da comunicação original
outras, as seguintes disposições: pelo Estado destinatário, a questão não estiver dirimida
1. o quórum será de 12 (doze) membros; satisfatoriamente para ambos os Estados-partes
2. as decisões do Comitê serão tomadas por interessados, tanto um como o outro terão o direito de
maioria dos votos dos membros presentes. submetê-la ao Comitê, mediante notificação endereçada
ao Comitê ou ao outro Estado interessado;
Art. 40 - §1. Os Estados-partes no presente 3. O Comitê tratará de todas as questões que se
Pacto comprometem-se a submeter relatórios sobre as lhe submetam em virtude do presente artigo, somente
medidas por eles adotadas para tornar efetivos os direitos após ter-se assegurado de que todos os recursos internos
reconhecidos no presente Pacto e sobre o progresso disponíveis tenham sido utilizados e esgotados, em
alcançado no gozo desses direitos: conformidade com os princípios do Direito Internacional
1. dentro do prazo de um ano, a contar do início geralmente reconhecidos. Não se aplicará essa regra
da vigência do presente Pacto nos Estados-partes quando a aplicação dos mencionados recursos prolongar-
interessados; se injustificadamente;
2. a partir de então, sempre que o Comitê vier a 4. O Comitê realizará reuniões confidenciais
solicitar. quando estiver examinando as comunicações previstas no
§2. Todos os relatórios serão submetidos ao presente artigo;
Secretário Geral da Organização das Nações Unidas, que 5. Sem prejuízo das disposições da alínea "c", o
os encaminhará, para exame, ao Comitê. Os relatórios Comitê colocará seus bons ofícios à disposição dos
deverão sublinhar, caso existam, os fatores e as Estados-partes interessados, no intuito de alcançar uma
dificuldades que prejudiquem a implementação do solução amistosa para a questão, baseada no respeito
presente Pacto. aos direitos humanos e liberdades fundamentais
§3. O Secretário Geral da Organização das reconhecidos no presente Pacto;
Nações Unidas poderá, após consulta ao Comitê, 6. Em todas as questões que se lhe submetam
encaminhar às agências especializadas cópias das partes em virtude do presente artigo, o Comitê poderá solicitar
dos relatórios que digam respeito à sua esfera de aos Estados-partes interessados, a que se faz referência
competência. na alínea "b", que lhe forneçam quaisquer informações
§4. O Comitê estudará os relatórios pertinentes;
apresentados pelos Estados-partes no presente Pacto e 7. os Estados-partes interessados, a que se faz
transmitirá aos Estados-partes seu próprio relatório, bem referência na alínea "b", terão o direito de fazer-se
como os comentários geris que julgar oportunos. O representar, quando as questões forem examinadas no
Comitê poderá igualmente transmitir ao Conselho Comitê, e de apresentar suas observações verbalmente
Econômico e Social os referidos comentários, bem como e/ou por escrito;
cópias dos relatórios que houver recebido dos Estados- 8. O Comitê, dentro dos doze meses seguintes à
partes no presente Pacto. data do recebimento da notificação mencionada na alínea
§5. Os Estados-partes no presente Pacto "b", apresentará relatório em que:
poderão submeter ao Comitê as observações que 9. se houver sido alcançada uma solução nos
desejarem formular relativamente aos comentários feitos termos da alínea "e", p Comitê restringir-se-á, em seu
nos termos do parágrafo 4º do presente artigo. relatório, a uma breve exposição dos fatos e da solução
alcançada;
Art. 41 - §1. Com base no presente artigo, todo 10. se não houver sido alcançada solução
Estado-parte no presente Pacto poderá declarar, a alguma nos termos da alínea "e", o Comitê restringir-se-á,
qualquer momento, que reconhece a competência do em seu relatório, a uma breve exposição dos fatos; serão
Comitê para receber e examinar as comunicações em que anexados ao relatório o texto das observações escritas e
um Estado-parte alegue que outro Estado-parte não vem das atas das observações orais apresentadas pelos
cumprindo as obrigações que lhe impõe o presente Pacto. Estados-partes interessados. Para cada questão, o
As referidas comunicações só serão recebidas e relatório será encaminhado aos Estados-partes
examinadas nos termos do presente artigo no caso de interessados.
serem apresentadas por um Estado-parte que houver feito §2. As disposições do presente artigo entrarão
uma declaração em que reconheça, com relação a si em vigor a partir do momento em eu dez Estados-partes
próprio, a competência do Comitê. O Comitê não receberá no presente Pacto houverem feito as declarações
comunicação alguma relativa a um Estado-parte que não mencionadas no parágrafo 1º deste artigo. As referidas
houver feito uma declaração dessa natureza. As declarações serão depositadas pelos Estados- partes
comunicações recebidas em virtude do presente artigo junto ao Secretário Geral da Organização da Nações
estarão sujeitas ao procedimento que segue: Unidas, que enviará cópia das mesmas aos demais
1. Se um Estado-parte no presente Pacto Estados-partes. Toda declaração poderá ser retirada, a
considerar que outro Estado-parte não vem cumprindo as qualquer momento, mediante notificação endereçada ao
disposições do presente Pacto poderá, mediante Secretário Geral. Far-se-á essa retirada sem prejuízo do
comunicação escrita, levar a questão ao conhecimento exame de quaisquer questões que constituam objeto de
desse Estado- parte. Dentro do prazo de 3 (três) meses, uma comunicação já transmitida nos termos deste artigo;
a contar da data do recebimento da comunicação, o em virtude do presente artigo, não se receberá qualquer
Estado destinatário fornecerá ao Estado que enviou a nova comunicação de um Estado-parte, quando o
comunicação explicações e quaisquer outras declarações Secretário Geral houver recebido a notificação sobre a
por escrito que esclareçam a questão, as quais deverão

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retirada da declaração, a menos que o Estado-parte 4. se o relatório da Comissão for apresentado
interessado haja feito uma nova declaração. nos termos da alínea "c", os Estados-partes interessados
comunicarão, no prazo de três meses a contar da data do
Art. 42 - §1: recebimento do relatório, ao Presidente do Comitê, se
a) Se uma questão submetida ao Comitê, nos aceitam ou não os termos do relatório da Comissão.
termos do artigo 41, não estiver dirimida satisfatoriamente §8. As disposições do presente artigo não
para os Estados-partes interessados, o Comitê poderá, prejudicarão as atribuições do Comitê previstas no artigo
com o consentimento prévio dos Estados-partes 41.
interessados, constituir uma Comissão de Conciliação ad §9. Todas as despesas dos membros da
hoc (doravante denominada "a Comissão"). A Comissão Comissão serão repartidas equitativamente entre os
colocará seus bons ofícios à disposição dos Estados- Estados-partes interessados, com base em estimativas a
partes interessados, no intuito de se alcançar uma serem estabelecidas pelo Secretário Geral da
solução amistosa para a questão baseada no respeito aos Organização das Nações Unidas.
presente Pacto. §10. O Secretário Geral da Organização das
b) A Comissão será composta por cinco Nações Unidas poderá, caso seja necessário, pagar as
membros designados com o consentimento dos Estados- despesas dos membros da Comissão antes que sejam
partes interessados. Se os Estados-partes interessados reembolsadas pelos Estados-partes interessados, em
não chegarem a um acordo a respeito da totalidade ou de conformidade com o parágrafo 9 do presente artigo.
parte da composição da Comissão dentro do prazo de
três meses, os membros da Comissão em relação aos Art. 43 Os membros do Comitê e os membros da
quais não se chegou a um acordo serão eleitos pelo Comissão de reconciliação ad hoc que forem designados
Comitê, entre os seus próprios membros, em votação nos termos do artigo 42, terão direito às facilidades,
secreta e por maioria de dois terços dos membros do privilégios e imunidades que se concedem aos peritos em
Comitê. desempenho de missões para a Organização das Nações
§2. Os membros da Comissão exercerão suas Unidas, em conformidade com as seções pertinentes da
funções a título pessoal. Não poderão ser nacionais dos Convenção sobre Privilégios e imunidades das Nações
Estados interessados, nem do Estado que não seja Parte Unidas.
no presente Pacto, nem de um Estado-parte que não
tenha feito a declaração prevista pelo artigo 41. Art. 44 As disposições relativas à implementação
§3. A própria Comissão elegerá seu Presidente e do presente Pacto aplicar-se-ão sem prejuízo dos
estabelecerá suas regras de procedimento. procedimentos instituídos em matéria de direitos humanos
§4. As reuniões da Comissão serão realizadas pelos – ou em virtude dos mesmos – instrumentos
normalmente na sede da Organização das Nações Unidas constitutivos e pelas Convenções da Organização das
ou no Escritório das Nações Unidas em Genebra. Nações Unidas e das agências especializadas, e não
Entretanto, poderão realizar-se em qualquer outro lugar impedirão que os Estados- partes venham a recorrer a
apropriado que a Comissão determinar, após a consulta outros procedimentos para a solução das controvérsias,
ao Secretário Geral da Organização das Nações Unidas e em conformidade com os acordos internacionais gerais ou
aos Estados-partes interessados. especiais vigentes entre eles.
§5. O Secretariado referido no artigo 36 também
prestará serviços às comissões designadas em virtude do Art. 45 O Comitê submeterá à Assembleia Geral,
presente artigo. por intermédio do Conselho Econômico e Social, um
§6. As informações obtidas pelo Comitê serão relatório sobre suas atividades.
colocadas à disposição da Comissão, a qual poderá
solicitar aos Estados-partes interessados que lhe PARTE V
forneçam qualquer outra informação pertinente. Art. 46 Nenhuma disposição do presente Pacto
§7. Após haver estudado a questão sob todos os poderá ser interpretada em detrimento das disposições
seus aspectos, mas, em qualquer caso, no prazo de não da Carta das Nações Unidas ou das constituições das
mais que doze meses após dela ter tomado agências especializadas, as quais definem as
conhecimento, a Comissão apresentará um relatório ao responsabilidades respectivas dos diversos órgãos da
Presidente do Comitê, que o encaminhará aos Estados- Organização das Nações Unidas e das agências
partes interessados: especializadas relativamente às matérias tratadas no
1. se a Comissão não puder terminar o exame da presente Pacto.
questão, restringir-se-á, em seu relatório, a uma breve
exposição sobre o estágio em que se encontra o exame Art. 47 Nenhuma disposição do presente Pacto
da questão; poderá ser interpretada em detrimento do direito
2. se houver sido alcançada uma solução inerente a todos os povos de desfrutar e utilizar plena
amistosa para a questão, baseada no respeito dos direitos e livremente suas riquezas e seus recursos naturais.
humanos reconhecidos no presente Pacto, a Comissão
restringir-se-á, em seu relatório, a uma breve exposição PARTE VI
dos fatos e da solução alcançada; Art. 48 - §1. O presente Pacto está aberto à
3. se não houver sido alcançada solução nos assinatura de todos os Estados membros da Organização
termos da alínea "b", a Comissão incluirá no relatório suas das Nações Unidas ou membros de qualquer de suas
conclusões sobre os fatos relativos à questão debatida agências especializadas, de todos Estado-parte no
entre os Estados-partes interessados, assim como sua Estatuto da Corte Internacional de Justiça, bem como de
opinião sobre a possibilidade de solução amistosa para a qualquer outro Estado convidado pela Assembleia Geral
questão; o relatório incluirá as observações escritas e as das Nações Unidas a tornar-se Parte no presente Pacto.
atas das observações orais feitas pelos Estados-partes
interessados;

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§2. O presente Pacto está sujeito à ratificação. autênticos, será depositado nos arquivos da Organização
Os instrumentos de ratificação serão depositados junto ao das Nações Unidas.
Secretário Geral da Organização das Nações Unidas. §2. O Secretário Geral da Organização das
§3. O presente Pacto está aberto à adesão de Nações Unidas encaminhará cópias autenticadas do
qualquer dos Estados mencionados no parágrafo 1º do presente Pacto a todos os Estados mencionados no artigo
presente artigo. 48.
§4. Far-se-á a adesão mediante depósito do
instrumento de adesão junto ao Secretário Geral das
Nações Unidas. Adotado pela Resolução n. 2.200 A (XXI) da Assembleia
§5. O Secretário Geral da Organização das Geral das Nações Unidas, em 16 de dezembro de 1966 e
Nações Unidas informará todos os Estados que hajam ratificado pelo Brasil em 24 de janeiro de 1992.
assinado o presente Pacto, ou a ele aderido, do depósito
de cada instrumento de ratificação ou adesão. Biblioteca Virtual de Direitos Humanos da Universidade de
São Paulo
Art. 49 - §1. O presente Pacto entrará em vigor Comissão de Direitos Humanos
três meses após a data do depósito, junto ao Secretário
Geral da Organização das Nações Unidas do trigésimo
quinto instrumento de ratificação ou adesão.
§2. Para os Estados que vierem a ratificar o
presente Pacto ou a ele aderir após o depósito do
trigésimo quinto instrumento de ratificação ou adesão, o
presente Pacto entrará em vigor três meses após a data
do depósito, pelo Estado em questão, de seu instrumento
de ratificação ou adesão. 01_____________________________________
Art. 50 Aplicar-se-ão as disposições do presente 02_____________________________________
Pacto, sem qualquer limitação ou exceção, a todas as
unidades constitutivas dos Estados federativos. 03_____________________________________
Art. 51 - §1. Qualquer Estado-parte no presente 04_____________________________________
Pacto poderá propor emendas e depositá-las junto ao
Secretário Geral da Organização das Nações Unidas. O 05_____________________________________
Secretário Geral comunicará todas as propostas de
06_____________________________________
emendas aos Estados-partes no presente Pacto, pedindo-
lhes que o notifiquem se desejam que se convoque uma 07_____________________________________
conferência dos Estados-partes destinada a examinar as
propostas e submetê-las a votação. Se pelo menos um 08_____________________________________
terço dos Estados-partes se manifestar a favor da referida
convocação, o Secretário Geral convocará a conferência 09_____________________________________
sob os auspícios da Organização das Nações Unidas.
Qualquer emenda adotada pela maioria dos Estados- 10_____________________________________
partes presentes e votantes na conferência será
submetida à aprovação da Assembleia Geral das Nações 11_____________________________________
Unidas.
12_____________________________________
§2. Tais emendas entrarão em vigor quando
aprovadas pela Assembleia Geral das Nações Unidas e 13_____________________________________
aceitas, em conformidade com seus respectivos
procedimentos constitucionais, por uma maioria de dois 14_____________________________________
terços dos Estados-partes no pressente Pacto.
§3. Ao entrarem em vigor, tais emendas serão 15_____________________________________
obrigatórias para os Estados-partes que as aceitaram, ao
passo que os demais Estados-partes permanecem
obrigados pelas disposições do presente Pacto e pelas
emendas anteriores por eles aceitas.
Pacto Internacional dos Direitos
Art. 52 Independentemente das notificações Econômicos, Sociais e Culturais
previstas no parágrafo 5º do artigo 48, Secretário Geral da (1966)
Organização das Nações Unidas comunicará a todos os
Estados mencionados no parágrafo 1º do referido artigo:
1. As assinaturas, ratificações e adesões Adotada pela Resolução n.2.200-A (XXI) da Assembleia
recebidas em conformidade com o artigo 48; Geral das Nações Unidas, em 16 de dezembro de 1966 e
2. A data da entrada em vigor do Pacto, nos ratificada pelo Brasil em 24 de janeiro de 1992.
termos do artigo 49, e a data de entrada em vigor de
quaisquer emendas, nos termos do artigo 51. Preâmbulo
Os Estados Membros no presente Pacto,
Art. 53 - §1. O presente Pacto, cujos textos em
chinês, espanhol, francês, inglês e russo são igualmente Considerando que, em conformidade com os princípios
proclamados na Carta das Nações Unidas, o

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reconhecimento da dignidade inerente a todos os medida garantirão os direitos econômicos reconhecidos
membros da família humana e dos seus direitos no presente Pacto àqueles que não sejam seus nacionais.
iguais e inalienáveis constitui o fundamento da
liberdade, da justiça e da paz no mundo, Art. 3º Os Estados Membros no presente Pacto
comprometem-se a assegurar a homens e mulheres
Reconhecendo que esses direitos decorrem da dignidade igualdade no gozo dos direitos econômicos, sociais e
inerente à pessoa humana, culturais enumerados no presente Pacto.

Reconhecendo que, em conformidade com a Declaração Art. 4º Os Estados Membros no presente Pacto
Universal dos Direitos Humanos, o ideal do ser humano reconhecem que, no exercício dos direitos assegurados
livre, liberto do temor e da miséria, não pode ser em conformidade com o presente Pacto pelo Estado, este
realizado a menos que se criem as condições que poderá submeter tais direitos unicamente às limitações
permitam a cada um gozar de seus direitos econômicos, estabelecidas em lei, somente na medida compatível com
sociais e culturais, assim como de seus direitos civis e a natureza desses direitos e exclusivamente com o
políticos, objetivo de favorecer o bem-estar geral em uma
sociedade democrática.
Considerando que a Carta das Nações Unidas impõe aos
Estados a obrigação de promover o respeito universal e Art. 5º - §1. Nenhuma das disposições do
efetivo dos direitos e das liberdades da pessoa humana, presente Pacto poderá ser interpretada no sentido de
reconhecer a um Estado, grupo ou indivíduo qualquer
Compreendendo que o indivíduo, por ter deveres para direito de dedicar-se a quaisquer atividades ou de praticar
com seus semelhantes e para com a coletividade a que quaisquer atos que tenham por objetivo destruir os
pertence, tem a obrigação de lutar pela promoção e direitos ou liberdades reconhecidas no presente Pacto ou
observância dos direitos reconhecidos no presente Pacto, impor-lhes limitações mais amplas do que aquelas nele
previstas.
Acordam o seguinte: §2. Não se admitirá qualquer restrição ou
suspensão dos direitos humanos fundamentais
PARTE I reconhecidos ou vigentes em qualquer país em virtude de
Art. 1º - § 1. Todos os povos têm o direito à leis, convenções, regulamentos ou costumes, sob o
autodeterminação. Em virtude desse direito, determinam pretexto de que o presente Pacto não os reconheça ou os
livremente seu estatuto político e asseguram livremente reconheça em menor grau.
seu desenvolvimento econômico, social e cultural.
§2. Para a consecução de seus objetivos, todos PARTE III
os povos podem dispor livremente de suas riquezas e Art. 6º - §1. Os Estados Membros no presente
de seus recursos naturais, sem prejuízo das obrigações Pacto reconhecem o direito de toda pessoa de ter a
decorrentes da cooperação econômica internacional, possibilidade de ganhar a vida mediante um trabalho
baseada no princípio do proveito mútuo e do Direito livremente escolhido ou aceito e tomarão medidas
Internacional. Em caso algum poderá um povo ser privado apropriadas para salvaguardar esse direito.
de seus próprios meios de subsistência. §2. As medidas que cada Estados Membros no
§3. Os Estados Membros no presente Pacto, presente Pacto tomará, a fim de assegurar o pleno
inclusive aqueles que tenham a responsabilidade de exercício desse direito, deverão incluir a orientação e a
administrar territórios não autônomos e territórios sob formação técnica e profissional, a elaboração de
tutela, deverão promover o exercício do direito à programas, normas técnicas apropriadas para assegurar
autodeterminação e respeitar esse direito, em um desenvolvimento econômico, social e cultural
conformidade com as disposições da Carta das Nações constante e o pleno emprego produtivo em condições que
Unidas. salvaguardem aos indivíduos o gozo das liberdades
políticas e econômicas fundamentais.
PARTE II
Art. 2º - §1. Cada Estado Membro no presente Art. 7º Os Estados Membros no presente Pacto
Pacto compromete-se a adotar medidas, tanto por esforço reconhecem o direito de toda pessoa de gozar de
próprio como pela assistência e cooperação condições de trabalho justas e favoráveis, que
internacionais, principalmente nos planos econômico e assegurem especialmente:
técnico, até o máximo de seus recursos disponíveis, que 1.Uma remuneração que proporcione. no
visem a assegurar, progressivamente, por todos os meios mínimo, a todos os trabalhadores:
apropriados, o pleno exercício dos direitos reconhecidos 2.Um salário equitativo e uma remuneração igual
no presente Pacto, incluindo, em particular, a adoção de por um trabalho de igual valor, sem qualquer distinção;
medidas legislativas. em particular, as mulheres deverão ter a garantia de
§2. Os Estados Membros no presente Pacto condições de trabalho não inferiores às dos homens e
comprometem-se a garantir que os direitos nele perceber a mesma remuneração que eles, por trabalho
enunciados se exercerão sem discriminação alguma por igual;
motivo de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião 3.Uma existência decente para eles e suas
política ou de qualquer outra natureza, origem famílias, em conformidade com as disposições do
nacional ou social, situação econômica, nascimento presente Pacto;
ou qualquer outra situação. 4.Condições de trabalho seguras e higiênicas;
§3. Os países em desenvolvimento, levando 5.Igual oportunidade para todos de serem
devidamente em consideração os direitos humanos e a promovidos, em seu trabalho, à categoria superior que
situação econômica nacional, poderão determinar em que lhes corresponda, sem outras considerações que as de
tempo, de trabalho e de capacidade;

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6.O descanso, o lazer, a limitação razoável das sob os quais fique proibido e punido por lei o emprego
horas de trabalho e férias periódicas remuneradas, assim assalariado da mão-de-obra infantil.
como a remuneração dos feriados.
Art. 11 - §1. Os Estados-partes no presente
Art. 8º - §1. Os Estados Membros no presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoa a um nível de
Pacto comprometem-se a garantir: vida adequado para si próprio e para sua família,
1. O direito de toda pessoa de fundar com outras inclusive à alimentação, vestimenta e moradia
sindicatos e de filiar-se ao sindicato de sua escolha, adequadas, assim como uma melhoria contínua de suas
sujeitando-se unicamente aos estatutos da organização condições de vida. Os Estados-partes tomarão medida
interessada, com o objetivo de promover e de proteger apropriadas para assegurar a consecução desse direito,
seus interesses econômicos e sociais. O exercício desse reconhecendo, nesse sentido, a importância essencial da
direito só poderá ser objeto das restrições previstas em lei cooperação internacional fundada no livre consentimento.
e que sejam necessárias, em uma sociedade §2. Os Estados-partes no presente Pacto,
democrática, ao interesse da segurança nacional ou da reconhecendo o direito fundamental de toda pessoa de
ordem pública, ou para proteger os direitos e as estar protegida contra a fome, adotarão, individualmente
liberdades alheias; e mediante cooperação internacional, as medidas,
2. O direito dos sindicatos de formar federações inclusive programas concretos, que se façam necessários
ou confederações nacionais e o direito destas de formar para:
organizações sindicais internacionais ou de filiar-se às 1. Melhorar os métodos de produção,
mesmas; conservação e distribuição de gêneros alimentícios pela
3. O direito dos sindicatos de exercer livremente plena utilização dos conhecimentos técnicos e científicos,
suas atividades, sem quaisquer limitações além daquelas pela difusão de princípios de educação nutricional e pelo
previstas em lei e que sejam necessárias, em uma aperfeiçoamento ou reforma dos regimes agrários, de
sociedade democrática, ao interesse da segurança maneira que se assegurem a exploração e a utilização
nacional ou da ordem pública, ou para proteger os direitos
e as liberdades das demais pessoas; mais eficazes dos recursos naturais.
4. O direito de greve, exercido em conformidade 2. Assegurar uma repartição equitativa dos
com as leis de cada país. recursos alimentícios mundiais em relação às
§2. O presente artigo não impedirá que se necessidades, levando-se em conta os problemas tanto
submeta a restrições legais o exercício desses direitos dos países importadores quanto dos exportadores de
pelos membros das forças armadas, da polícia ou da gêneros alimentícios.
administração pública.
§3. Nenhuma das disposições do presente artigo Art. 12 - §1. Os Estados-partes no presente
permitirá que os Estados Membros na Convenção de Pacto reconhecem o direito de toda pessoa de desfrutar o
1948 da Organização Internacional do Trabalho, relativa à mais elevado nível de saúde física e mental.
liberdade sindical e à proteção do direito sindical, venham §2. As medidas que os Estados-partes no
a adotar medidas legislativas que restrinjam – ou a aplicar presente Pacto deverão adotar, com o fim de assegurar o
a lei de maneira a restringir – as garantias previstas na pleno exercício desse direito, incluirão as medidas que se
referida Convenção. façam necessárias para assegurar:
1. A diminuição da mortinatalidade e da
Art. 9º Os Estados Membros no presente Pacto mortalidade infantil, bem como o desenvolvimento são
reconhecem o direito de toda pessoa à previdência das crianças.
social, inclusive ao seguro social. 2. A melhoria de todos os aspectos de higiene do
trabalho e do meio ambiente.
Art. 10 Os Estados Membros no presente Pacto 3. A prevenção e o tratamento das doenças
reconhecem que: epidêmicas, endêmicas, profissionais e outras, bem como
1. Deve-se conceder à família, que é o núcleo a luta contra essas doenças.
natural e fundamental da sociedade, a mais ampla 4. A criação de condições que assegurem a
proteção e assistência possíveis, especialmente para a todos assistência médica e serviços médicos em caso de
sua constituição e enquanto ela for responsável pela enfermidade.
criação e educação dos filhos. O matrimônio deve ser
contraído com o livre consentimento dos futuros cônjuges. Art. 13 - §1. Os Estados-partes no presente
2. Deve-se conceder proteção especial às mães Pacto reconhecem o direito de toda pessoa à educação.
por um período de tempo razoável antes e depois do Concordam em que a educação deverá visar ao pleno
parto. Durante esse período, deve-se conceder às mães desenvolvimento da personalidade humana e do sentido
que trabalham licença remunerada ou licença de sua dignidade e a fortalecer o respeito pelos direitos
acompanhada de benefícios previdenciários adequados. humanos e liberdades fundamentais. Concordam ainda
3. Deve-se adotar medidas especiais de proteção que a educação deverá capacitar todas as pessoas a
e assistência em prol de todas as crianças e participar efetivamente de uma sociedade livre, favorecer
adolescentes, sem distinção alguma por motivo de a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as
filiação ou qualquer outra condição. Deve-se proteger as nações e entre todos os grupos raciais, étnicos ou
crianças e adolescentes contra a exploração econômica e religiosos e promover as atividades das Nações Unidas
social. O emprego de crianças e adolescentes, em em prol da manutenção da paz.
trabalho que lhes seja nocivo à moral e à saúde, ou que §2. Os Estados-partes no presente Pacto
lhes faça correr perigo de vida, ou ainda que lhes venha reconhecem que, com o objetivo de assegurar o pleno
prejudicar o desenvolvimento normal, será punido por lei. exercício desse direito:
Os Estados devem também estabelecer limites de idade, 1. A educação primária deverá ser obrigatória e
acessível gratuitamente a todos.

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2. A educação secundária em suas diferentes
formas, inclusive a educação secundária técnica e PARTE IV
profissional, deverá ser generalizada e tornar-se acessível Art. 16 - §1. Os Estados-partes no presente
a todos, por todos os meios apropriados e, Pacto comprometem-se a apresentar, de acordo com as
principalmente, pela implementação progressiva do disposições da presente parte do Pacto, relatórios sobre
ensino gratuito. as medidas que tenham adotado e sobre o progresso
3. A educação de nível superior deverá realizado, com o objetivo de assegurar a observância dos
igualmente tornar-se acessível a todos, com base na direitos reconhecidos no Pacto.
capacidade de cada um, por todos os meios apropriados a) Todos os relatórios deverão ser encaminhados
e, principalmente, pela implementação progressiva do ao Secretário Geral da Organização das Nações Unidas,
ensino gratuito. o qual enviará cópias dos mesmos ao Conselho
4. Dever-se-á fomentar e intensificar, na medida Econômico e Social, para exame de acordo com as
do possível, a educação de base para aquelas pessoas disposições do presente Pacto.
não receberam educação primária ou não concluíram o b) O Secretário Geral da Organização das
ciclo completo de educação primária. Nações Unidas encaminhará também às agências
5. Será preciso prosseguir ativamente o especializadas cópias dos relatórios – ou de todas as
desenvolvimento de uma rede escolar em todos os níveis partes pertinentes dos mesmos – enviados pelos Estados-
de ensino, implementar-se um sistema adequado de partes no presente Pacto que sejam igualmente membros
bolsas de estudo e melhorar continuamente as condições das referidas agências especializadas, na medida em que
materiais do corpo docente. os relatórios, ou parte deles, guardem relação com
6. Os Estados-partes no presente Pacto questões que sejam da competência de tais agências, nos
comprometem-se a respeitar a liberdade dos pais e, termos de seus respectivo instrumentos constitutivos.
quando for o caso, dos tutores legais, de escolher para
seus filhos escolas distintas daquelas criadas pelas Art. 17 §1. Os Estados-partes no presente Pacto
autoridades públicas, sempre que atendam aos padrões apresentarão seus relatórios por etapas, segundo um
mínimos de ensino prescritos ou aprovados pelo Estado, programa a ser estabelecido pelo Conselho Econômico e
e de fazer com que seus filhos venham a receber Social, no prazo de um ano a contar da data da entrada
educação religiosa ou moral que esteja de acordo com em vigor do presente Pacto, após consulta aos Estados-
suas próprias convicções. partes e às agências especializadas interessadas.
7. Nenhuma das disposições do presente artigo §2. Os relatórios poderão indicar os fatores e as
poderá ser interpretada no sentido de restringir a dificuldades que prejudiquem o pleno cumprimento das
liberdade de indivíduos e de entidades de criar e dirigir obrigações previstas no presente Pacto.
instituições de ensino, desde que respeitados os §3. Caso as informações pertinentes já tenham
princípios enunciados no parágrafo 1º do presente artigo sido encaminhadas à Organização das Nações Unidas ou
e que essas instituições observem os padrões mínimos a uma agência especializada por um Estados Membros,
prescritos pelo Estado. não será necessário reproduzir as referidas informações,
sendo suficiente uma referência precisa às mesmas.
Art. 14 Todo Estados-partes no presente Pacto
que, no momento em que se tornar Parte, ainda não Art. 18 Em virtude das responsabilidades que
tenha garantido em seu próprio território ou território sob a lhes são conferidas pela Carta das Nações Unidas no
sua jurisdição a obrigatoriedade ou a gratuidade da domínio dos direitos humanos e das liberdades
educação primária, se compromete a elaborar e a fundamentais, o Conselho Econômico e Social poderá
adotar, dentro de um prazo de dois anos, um plano de concluir acordos com as agências especializadas sobre a
ação detalhado destinado à implementação progressiva, apresentação, por estas, de relatórios relativos aos
dentro de um número razoável de anos estabelecido no progressos realizados quanto ao cumprimento das
próprio plano, do princípio da educação primária disposições do presente Pacto que correspondam ao seu
obrigatória e gratuita para todos. campo de atividades. Os relatórios poderão incluir dados
sobre as decisões e recomendações, referentes ao
Art. 15 - §1. Os Estados-partes no presente cumprimento das disposições do presente Pacto,
Pacto reconhecem a cada indivíduo o direito de: adotadas pelos órgãos competentes das agências
1. Participar da vida cultural; especializadas.
2. Desfrutar o progresso científico e suas
aplicações; Art. 19 O Conselho Econômico e Social poderá
3. Beneficiar-se da proteção dos interesses encaminhar à Comissão de Direitos Humanos, para fins
morais e materiais decorrentes de toda a produção de estudo e de recomendação de ordem geral, ou para
científica, literária ou artística de que seja autor. informação, caso julgue apropriado, os relatórios
§2. As medidas que os Estados-partes no concernentes aos direitos humanos que apresentarem os
presente Pacto deverão adotar com a finalidade de Estados, nos termos dos artigos 16 e 17, e aqueles
assegurar o pleno exercício desse direito incluirão concernentes aos direitos humanos que apresentarem as
aquelas necessárias à conservação, ao desenvolvimento agências especializadas, nos termos do artigo 18.
e à difusão da ciência e da cultura.
§3. Os Estados-partes no presente Pacto Art. 20 Os Estados-partes no presente Pacto e
comprometem-se a respeitar a liberdade indispensável à as agências especializadas interessadas poderão
pesquisa científica e à atividade criadora. encaminhar ao Conselho Econômico e Social comentários
§4. Os Estados-partes no presente Pacto sobre qualquer recomendação de ordem geral, feita em
reconhecem os benefícios que derivam do fomento e do virtude do artigo 19, ou sobre qualquer referência a uma
desenvolvimento da cooperação e das relações recomendação de ordem geral que venha a constar de
internacionais no domínio da ciência e da cultura.

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relatório da Comissão de Direitos Humanos ou de assinado o presente Pacto, ou a ele aderido, do depósito
qualquer documento mencionado no referido relatório. de cada instrumento de ratificação ou adesão.

Art. 21 O Conselho Econômico e Social poderá Art. 27 - §1. O presente Pacto entrará em vigor
apresentar ocasionalmente à Assembleia Geral relatórios três meses após a data do depósito, junto ao Secretário
que contenham recomendações de caráter geral, bem Geral da Organização das Nações Unidas, do trigésimo
como resumo das informações recebidas dos Estados- quinto instrumento de ratificação ou adesão.
partes no presente Pacto e das agências especializadas, §2. Para os Estados que vierem a ratificar o
sobre as medidas adotadas e o progresso realizado com presente Pacto ou a ele aderir após o depósito do
a finalidade de assegurar a observância geral dos direitos trigésimo quinto instrumento de ratificação ou adesão, o
reconhecidos no presente Pacto. presente Pacto entrará em vigor três meses após a data
do depósito, pelo Estado em questão, de seu instrumento
Art. 22 O Conselho Econômico e Social poderá de ratificação ou adesão.
levar ao conhecimento de outros órgãos da Organização
das Nações Unidas, de seus órgãos subsidiários e das Art. 28 Aplicar-se-ão as disposições do presente
agências especializadas interessadas, às quais incumba a Pacto, sem qualquer limitação ou exceção, a todas as
prestação de assistência técnica, quaisquer questões unidades constitutivas dos Estados federativos.
suscitadas nos relatórios mencionados nesta parte do
presente Pacto, que possam ajudar essas entidades a Art. 29 - §1. Qualquer Estado Membro no
pronunciar-se, cada uma dentro de sua esfera de presente Pacto poderá propor emendas e depositá-las
competência, sobre a conveniência de medidas junto ao Secretário Geral da Organização das Nações
internacionais que possam contribuir para a Unidas. O Secretário Geral comunicará todas as
implementação efetiva e progressiva do presente Pacto. propostas de emendas aos Estados-partes no presente
Pacto, pedindo-lhes que o notifiquem se desejarem que
Art. 23 Os Estados-partes no presente Pacto se convoque uma conferência dos Estados-partes,
concordam em que as medidas de ordem internacional, destinada a examinar as propostas e submetê-las a
destinadas a tornar efetivos os direitos reconhecidos no votação. Se pelo menos um terço dos Estados-partes se
referido Pacto, incluem, sobretudo, a conclusão de manifestar a favor da referida convocação, o Secretário
convenções, a adoção de recomendações, a prestação de Geral convocará a conferência sob os auspícios da
assistência técnica e a organização, em conjunto com os Organização das Nações Unidas. Qualquer emenda
governos interessados, e no intuito de efetuar consultas e adotada pela maioria dos Estados-partes presentes e
realizar estudos, de reuniões regionais e de reuniões votantes na conferência será submetida à aprovação da
técnicas. Assembleia Geral das Nações Unidas.
§2. Tais emendas entrarão em vigor quando
Art. 24 Nenhuma das disposições do presente aprovadas pela Assembleia Geral das Nações Unidas e
Pacto poderá ser interpretada em detrimento das aceitas, em conformidade com seus respectivos
disposições da Carta das Nações Unidas ou das procedimentos constitucionais, por uma maioria de dois
constituições das agências especializadas, as quais terços dos Estados-partes no presente Pacto.
definem as responsabilidades respectivas dos diversos §3. Ao entrarem em vigor, tais emendas serão
órgãos da Organização das Nações Unidas e agências obrigatórias para os Estados-partes que as aceitaram, ao
especializadas, relativamente às matérias tratadas no passo que os demais Estados-partes permanecem
presente Pacto. obrigados pelas disposições do presente Pacto e pelas
emendas anteriores por eles aceitas.
Art. 25 Nenhuma das disposições do presente
Pacto poderá ser interpretada em detrimento do direito Art. 30 Independentemente das notificações
inerente a todos os povos de desfrutar e utilizar plena e previstas no parágrafo 5º do artigo 26, o Secretário Geral
livremente suas riquezas e seus recursos naturais. da Organização das Nações Unidas comunicará a todos
os Estados mencionados no §1 do referido artigo:
PARTE V 1. As assinaturas, ratificações e adesões
Art. 26 - §1. O presente Pacto está aberto à recebidas em conformidade com o artigo 26;
assinatura de todos os Estados-membros da Organização 2. A data da entrada em vigor do Pacto, nos
das Nações Unidas ou membros de qualquer de suas termos do artigo 27, e a data de entrada em vigor de
agências especializadas, de todo Estado Membro no quaisquer emendas, nos termos do artigo 29.
Estatuto da Corte Internacional de Justiça, bem como de
qualquer outro Estado convidado pela Assembleia Geral Art. 31 - §1. O presente Pacto, cujos textos em
das Nações Unidas a tornar-se Parte no presente Pacto. chinês, espanhol, francês, inglês e russo são igualmente
§2. O presente Pacto está sujeito à ratificação. autênticos, será depositado nos arquivos da Organização
Os instrumentos de ratificação serão depositados junto ao das Nações Unidas.
Secretário Geral da Organização das Nações Unidas. §2. O Secretário Geral da Organização das
§3. O presente Pacto está aberto à adesão de Nações Unidas encaminhará cópias autenticadas do
qualquer dos Estados mencionados no parágrafo 1º do presente Pacto a todos os Estados mencionados no artigo
presente artigo. 26.
§4. Far-se-á a adesão mediante depósito do
instrumento de adesão junto ao Secretário Geral das
Nações Unidas.
§5. O Secretário Geral da Organização das
Nações Unidas informará a todos os Estados que hajam

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2. Nenhuma circunstância excepcional, como
Convenção Contra a Tortura e ameaça ou estado de guerra, instabilidade política interna
ou qualquer outra emergência pública, poderá ser
Outros Tratamentos ou Penas invocada como justificativa para a tortura.
Cruéis, Desumanas ou Degradantes 3. Uma ordem de um funcionário superior ou de
uma autoridade pública não poderá ser invocada como
justificativa para a tortura.
Adotada pela Resolução 39/46, da Assembleia Geral das
Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1984. Art. 3º - 1. Nenhum Estado Parte expulsará,
devolverá ou extraditará uma pessoa para outro Estado
Os Estados Partes nesta Convenção, considerando que, quando houver fundados motivos para se acreditar que,
de acordo com os princípios proclamados na Carta das nele, ela poderá ser torturada.
Nações Unidas, o reconhecimento dos direitos iguais e 2. Com vistas a se determinar a existência de
inalienáveis de todos os membros da família humana tais motivos, as autoridades competentes levarão em
constitui o fundamento da liberdade, da justiça e da paz conta todas as considerações pertinentes, inclusive,
no mundo, quando for o caso, a existência, no Estado em questão,
de um quadro de graves, maciças e sistemáticas
Reconhecendo que estes direitos derivam da dignidade violações dos direitos humanos.
inerente à pessoa humana,
Art. 4º - 1. Cada Estado Parte assegurará que
Considerando a obrigação dos Estados, nos termos da todos os atos de tortura sejam considerados crimes nos
Carta, especialmente do artigo 55, de promover o respeito termos da sua lei penal. O mesmo aplicar-se-á à tentativa
universal e a observância dos direitos humanos e das de infligir tortura e a todo ato praticado por qualquer
liberdades fundamentais, Tendo em conta o artigo 5 da pessoa que constitua cumplicidade ou participação em
Declaração Universal dos Direitos Humanos e o artigo 7 tortura.
do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, que 2. Cada Estado Parte penalizará
estabelecem que ninguém será submetido à tortura ou a adequadamente tais crimes, levando em consideração
tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes, sua gravidade.
Levando também em consideração a Declaração sobre a
Proteção de Todas as Pessoas contra a Tortura e outros Art. 5º - 1. Cada Estado Parte tomará as medidas
Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou que sejam necessárias de modo a estabelecer sua
Degradantes, adotada pela Assembleia Geral em 9 de jurisdição sobre os crimes previstos no artigo 4, nos
dezembro de 1975, Desejando tornar mais eficaz a luta seguintes casos:
contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, a) quando os crimes tenham sido cometidos em
desumanos ou degradantes em todo o mundo, acordaram qualquer território sob a sua jurisdição ou a bordo de um
no seguinte: navio ou de uma aeronave registrada no Estado em
apreço;
PARTE I b) quando o suposto criminoso for nacional do
Art. 1º - 1. Para os fins desta Convenção, o termo Estado em apreço;
"tortura" designa qualquer ato pelo qual uma violenta c) quando a vítima for cidadã do Estado em
dor ou sofrimento, físico ou mental, é infligido apreço, se este o considerar apropriado.
intencionalmente a uma pessoa, com o fim de se obter 2. Cada Estado Parte também deverá tomar
dela ou de uma terceira pessoa informações ou confissão; todas as medidas necessárias para estabelecer sua
de puni-la por um ato que ela ou uma terceira pessoa jurisdição sobre tais crimes nos casos em que o suposto
tenha cometido ou seja suspeita de ter cometido; de criminoso encontrar-se em qualquer território sob sua
intimidar ou coagir ela ou uma terceira pessoa; ou por jurisdição e o Estado não o extradite de acordo com o
qualquer razão baseada em discriminação de qualquer artigo 8 para qualquer dos Estados mencionados no
espécie, quando tal dor ou sofrimento é imposto por um parágrafo 1 deste artigo.
funcionário público ou por outra pessoa atuando no 3. Esta Convenção não exclui qualquer jurisdição
exercício de funções públicas, ou ainda por instigação criminal exercida de acordo com o direito interno.
dele ou com o seu consentimento ou aquiescência. Não
se considerará como tortura as dores ou sofrimentos Art. 6º - 1. Tendo considerado, após um exame
que sejam consequência, inerentes ou decorrentes de da informação disponível, que as circunstâncias o
sanções legítimas. justificam, qualquer Estado Parte em cujo território se
2. Este artigo não prejudicará qualquer encontrar uma pessoa que supostamente haja cometido
instrumento internacional ou lei nacional que contenha ou algum crime referido no artigo 4, ordenará sua detenção
possa conter disposições de maior alcance. ou tomará outras medidas
legais visando garantir a presença dessa pessoa no seu
Art. 2º - 1. Cada Estado Parte tomará medidas território. A detenção ou as outras medidas legais serão
legislativas, administrativas, judiciais ou de outra natureza as previstas na lei desse Estado, mas vigorarão apenas
com o intuito de impedir atos de tortura no território sob a pelo tempo necessário à instauração de um processo
sua jurisdição. criminal ou de extradição.

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2. O referido Estado procederá imediatamente a 2. Os Estados Partes cumprirão as obrigações
uma investigação preliminar dos fatos. emergentes do parágrafo 1 deste artigo de acordo com
3. A qualquer pessoa detida segundo com o quaisquer tratados de assistência jurídica recíproca que
parágrafo 1 será garantido o direito de comunicar-se possam existir entre eles.
imediatamente com o representante mais próximo do
Estado de que é cidadão ou, se for apátrida, com o Art. 10 - 1. Cada Estado Parte assegurará que a
representante do Estado onde normalmente reside. educação e a informação relativas à proibição da
4. Quando um Estado, de acordo com este tortura sejam integralmente incorporadas no treinamento
artigo, houver detido uma pessoa, notificará do pessoal civil ou militar responsável pela aplicação da
imediatamente os Estados mencionados no artigo 5, lei, do pessoal médico, dos funcionários públicos e de
parágrafo 1, sobre a referida detenção, citando as outras pessoas que possam participar da detenção,
circunstâncias que a justificam. O Estado que proceder à interrogatório ou tratamento de qualquer pessoa
investigação preliminar referida no parágrafo 2 deste submetida a qualquer forma de detenção ou prisão.
artigo, informará seus resultados com brevidade àqueles 2. Cada Estado Parte incluirá a proibição da
Estados e fará saber se pretende exercer a sua jurisdição. tortura nas regras ou instruções que regem os deveres e
atribuições desse pessoal.
Art. 7º - 1. O Estado Parte no território sob cuja
jurisdição for encontrado o suposto autor de qualquer dos Art. 11 Cada Estado Parte manterá sob exame
crimes mencionados no artigo 4, se não o extraditar, sistemático as regras, instruções, métodos e práticas de
deverá, nas hipóteses aludidas no artigo 5, submeter o interrogatório, bem como disposições sobre detenção e
caso às suas autoridades competentes, com o objetivo de tratamento das pessoas submetidas a qualquer forma de
processar o acusado. detenção ou prisão, em qualquer território sob a sua
2. As autoridades competentes decidirão em jurisdição, com o escopo de evitar qualquer caso de
conformidade com as mesmas normas aplicáveis a tortura.
qualquer crime ordinário de natureza grave, segundo a
legislação do referido Estado. Nos casos referidos no Art. 12 Cada Estado Parte assegurará que as
artigo 5, parágrafo 2, os tipos de prova requeridos para suas autoridades competentes procederão a uma
acusar e condenar supostos investigação rápida e imparcial sempre que houver
criminosos não deverão, de modo algum, ser menos motivos suficientes para se crer que um ato de tortura
rigorosos do que aqueles que se aplicam nos casos tenha sido cometido em qualquer território a sob sua
referidos no artigo 5, parágrafo 1. jurisdição.
3. Será garantido um tratamento justo em
todas as fases do processo a qualquer pessoa Art. 13 Cada Estado Parte assegurará que
processada por algum dos crimes previstos no artigo 4. qualquer pessoa que alegue ter sido submetida a tortura
em qualquer território sob a sua jurisdição tenha o direito
Art. 8º - 1. Os crimes referidos no artigo 4 de apresentar queixa e de ter o seu caso rápida e
serão postos no rol dos crimes sujeitos a extradição em imparcialmente examinado pelas autoridades
qualquer tratado de extradição existente entre os Estados competentes do dito Estado. Serão adotadas providências
Partes. Os Estados Partes comprometem-se a incluir tais no sentido de assegurar a proteção do queixoso e das
crimes no rol daqueles sujeitos a extradição em todos os testemunhas contra qualquer maus-tratos ou intimidações
tratados de extradição que vierem a concluir entre si. resultantes de queixa ou depoimento prestados.
2. Se um Estado Parte que condiciona a
extradição à existência de tratado receber um pedido de Art. 14 - 1. Cada Estado Parte assegurará, em
extradição de outro Estado Parte com o qual não seu ordenamento jurídico, à vítima de um ato de tortura,
mantenha tratado de extradição, poderá considerar esta direito a reparação e a uma indenização justa e
Convenção como base legal para a extradição com adequada, incluindo os meios necessários à sua mais
relação a tais crimes. A extradição estará sujeita a outras completa reabilitação possível. No caso de morte da
condições estabelecidas na lei do Estado que receber o vítima em consequência de tortura, seus dependentes
pedido. farão jus a uma indenização.
3. Os Estados Partes que não condicionam a 2. Este artigo em nada afetará quaisquer direitos
extradição à existência de um tratado reconhecerão tais que a vítima ou outra pessoa possam ter em decorrência
crimes como sujeitos à extradição entre si, observadas as das leis nacionais.
condições estabelecidas na lei do Estado que receber o
pedido. Art. 15 Cada Estado Parte assegurará que
4. Tais crime serão tratados, para fins de nenhuma declaração comprovadamente obtida sob
extradição entre os Estados Partes, como se tivessem tortura possa ser admitida como prova em qualquer
sido cometidos não só no lugar em que ocorreram, mas processo, exceto contra uma pessoa acusada de tortura
também nos territórios dos Estados obrigados a como prova de que tal declaração foi dada.
estabelecer a sua jurisdição, nos termos do parágrafo 1
do artigo 5. Art. 16 - 1. Cada Estado Parte comprometer-se-á
a impedir, em qualquer parte do território sob a sua
Art. 9º Os Estados Partes dispensarão uns aos jurisdição, outros atos que constituam tratamento ou
outros a maior assistência possível em relação aos penas cruéis, desumanos ou degradantes, que não
processos criminais instaurados relativamente a equivalem a tortura, tal como definida no artigo 1º, quando
quaisquer dos crimes referidos no artigo 4, incluindo o tais atos forem cometidos por um funcionário público ou
fornecimento de todos os elementos de prova à sua por outra pessoa no exercício de atribuições públicas, ou
disposição, necessários aos processos. ainda por sua instigação ou com o seu consentimento ou
aquiescência. Aplicar-se-ão, em particular, as obrigações

153
contidas nos artigos 10, 11, 12 e 13, substituindo-se as 7. Os Estados Partes serão responsáveis pelas
referências à tortura por referências a outras formas de despesas dos membros da Comissão enquanto no
tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes. desempenho das suas funções.
2. As disposições desta Convenção não
prejudicarão qualquer outro instrumento internacional ou Art. 18 - 1. O Comitê elegerá sua mesa para um
lei nacional que proíba os tratamentos ou penas cruéis, período de dois anos, podendo seus membros serem
desumanos ou degradantes ou que digam respeito à reeleitos.
extradição ou expulsão. 2. O Comitê estabelecerá seu regulamento
interno, o qual, todavia, deverá dispor, entre outras
PARTE II coisas, que:
Art. 17 - 1. Será formado um Comitê contra a a) o quórum será de seis membros;
Tortura (doravante denominado Comitê), com as b) as decisões do Comitê serão tomadas por
atribuições a seguir discriminadas. O Comitê será maioria de votos dos membros presentes.
constituído por 10 (dez) peritos de alta reputação moral e 3. O Secretário-Geral das Nações Unidas
reconhecida competência no campo dos direitos colocará à disposição do Comitê o pessoal e o
humanos, os quais exercerão suas funções a título equipamento necessários ao eficaz desempenho das
pessoal. Os peritos serão eleitos pelos Estados Partes funções que lhe são atribuídas por esta Convenção.
levando-se em conta uma distribuição geográfica 4. O Secretário-Geral das Nações Unidas
equitativa e a vantagem da participação de algumas convocará a primeira reunião do Comitê. Após a primeira
pessoas com experiência jurídica. reunião, o Comitê reunir-se-á de acordo com o previsto no
2. Os membros do Comitê serão eleitos em seu regulamento interno.
votação secreta de uma lista de pessoas designadas 5. Os Estados Partes serão responsáveis pelas
pelos Estados Partes. despesas decorrentes das reuniões dos Estados Partes e
Cada Estado Parte poderá indicar uma pessoa do Comitê, inclusive pelo reembolso às Nações Unidas de
dentre os seus cidadãos. Os Estados Partes deverão ter quaisquer gastos por ela realizados, tais como com
em conta as vantagens de indicarem pessoas que pessoal e equipamentos, nos termos do parágrafo 3 deste
também sejam membros do Comitê de Direitos Humanos artigo.
criado pelo Pacto Internacional dos Direitos Civis e
Políticos, e que estejam Art. 19 - 1. Os Estados Partes submeterão ao
dispostas a servir no Comitê contra a Tortura. Comitê, por intermédio do Secretário-Geral das Nações
3. As eleições dos membros do Comitê ocorrerão Unidas, relatórios sobre as medidas que tomaram no
em reuniões bienais dos Estados Partes, convocadas pelo sentido de dar cumprimento às obrigações assumidas em
Secretário-Geral das Nações Unidas. Nestas reuniões, virtude da presente Convenção, no prazo de um ano,
nas quais o quórum será de dois terços dos Estados contados do início da vigência da presente Convenção no
Partes, serão eleitas para o Comitê aquelas pessoas que Estado Parte em questão. A partir de então, os Estados
obtiverem o maior número de votos e a maioria absoluta Partes deverão apresentar relatórios suplementares a
dos votos dos representantes dos Estados Partes cada quatro anos sobre todas as novas medidas que
presentes e votantes. tiverem adotado, assim como outros relatórios que o
4. A primeira eleição terá lugar no máximo seis Comitê solicitar.
meses depois da data da entrada em vigor da presente 2. O Secretário-Geral das Nações Unidas
Convenção. Pelo menos quatro meses antes da data de transmitirá os relatórios a todos os Estados Partes.
cada eleição, o Secretário-Geral das Nações Unidas 3. Cada relatório será examinado pelo Comitê,
enviará uma carta aos Estados Partes convidando-os a que fará os comentários gerais que julgar adequados e os
apresentar seus candidatos dentro de três meses. O remeterá ao Estado Parte interessado. Este poderá
Secretário-Geral preparará uma lista, em ordem responder ao Comitê, fazendo todas as observações que
alfabética, contendo os nomes de todos os candidatos desejar.
assim indicados, citando os Estados Partes que os 4. O Comitê poderá, a seu critério, decidir incluir
designaram, e a enviará aos Estados Partes. quaisquer comentários que tenha feito, consoante o
5. Os membros do Comitê serão eleitos para um parágrafo 3 deste artigo, juntamente com as observações
mandato de quatro anos, podendo ser reeleitos caso suas a tais comentários recebidas do Estado Parte interessado,
candidaturas sejam reapresentadas. Contudo, o mandato em seu relatório anual, elaborado em conformidade com o
de cinco dos membros eleitos no primeiro pleito terminará artigo 24. Se assim for solicitado pelo Estado Parte
ao final de dois anos; imediatamente após a primeira interessado, o Comitê poderá também juntar uma cópia
eleição, o presidente da reunião referida no parágrafo 3 do relatório apresentado em consonância com o parágrafo
deste artigo procederá ao sorteio dos nomes desses cinco 1 do presente artigo.
membros.
6. Se um membro do Comitê morrer, demitir-se Art. 20 - 1. Se o Comitê receber informações
ou, por qualquer outra razão, estiver impossibilitado de fidedignas indicando, de forma fundamentada, que
continuar cumprindo com suas obrigações no Comitê, o aparentemente a tortura é praticada de forma
Estado Parte que o designou indicará, entre seus sistemática no território de um Estado Parte,
nacionais, outro perito para cumprir o restante do convidará esse Estado Parte a cooperar na análise
mandato, devendo a referida indicação ser submetida à das informações e a comentá-las, fazendo as
aprovação da maioria dos Estados Partes. observações que julgar pertinentes.
Considerar-se-á dada a aprovação a menos que 2. Levando em consideração quaisquer
metade ou mais dos Estados Partes respondam observações que possam ter sido apresentadas pelo
negativamente em até seis semanas após terem sido Estado Parte em questão, bem como qualquer outra
informadas pelo Secretário-Geral das Nações Unidas da informação relevante ao seu dispor, o Comitê poderá, se
nomeação proposta.

154
lhe parecer justificável, designar um ou mais de seus improvável que sua aplicação traga melhoras reais à
membros para proceder a uma situação da pessoa vítima de violação, nos termos da
investigação confidencial e informar urgentemente o presente Convenção;
Comitê. d) O Comitê reunir-se-á a portas fechadas
3. No caso de se levar a cabo uma investigação, quando estiver examinando as comunicações recebidas
de acordo com o parágrafo 2 deste artigo, o Comitê nos termos do presente artigo;
procurará obter a colaboração do Estado Parte em e) Sem prejuízo do disposto na alínea c, o
questão. Com a concordância do referido Estado Parte, a Comitê colocará seus bons ofícios à disposição de ambos
investigação poderá incluir uma visita ao seu território. os Estados Partes para tentar obter uma solução
4. Depois de analisar as conclusões a que amigável para a questão, com base no respeito às
chegaram um ou mais de seus membros, nos termos do obrigações estabelecidas na presente Convenção. Para
parágrafo 2 deste artigo, o Comitê as transmitirá ao este fim, o Comitê poderá
Estado Parte em questão, juntamente com quaisquer criar, se entender conveniente, uma comissão de
comentários ou sugestões que considerar apropriados em conciliação ad hoc;
vista da situação. f) Para qualquer assunto que lhe for remetido nos
5. Todos os trabalhos do Comitê, referidos nos termos deste artigo, o Comitê poderá solicitar aos Estados
parágrafos 1 a 4 deste artigo, serão confidenciais, e, em Partes em questão, referidos na alínea b, que forneçam
todas as fases dos referidos trabalhos, será solicitada a quaisquer informações relevantes;
cooperação do Estado Parte. Após a conclusão dos g) Os Estados Partes em questão, referidos na
trabalhos investigatórios, efetuados de acordo com o alínea obterão o direito de se fazer representar quando o
parágrafo 2 deste artigo, o Comitê poderá, depois de assunto estiver sendo examinado pelo Comitê e de
consultas com o Estado Parte interessado, tomar a apresentar argumentos, verbalmente e/ou por escrito;
decisão de incluir um relato sumário dos resultados da h) O Comitê, no prazo de doze meses contados
investigação em seu relatório anual, elaborado de acordo da data do recebimento da notificação citada na alínea b,
com o artigo 24. deverá apresentará um relatório no qual:
(I) se se alcançou uma solução, nos termos da
Art. 21 - 1. Um Estado Parte nesta convenção alínea e, o Comitê limitar-se-á, em seu relatório, a uma
poderá, a qualquer tempo, com base neste artigo, breve exposição dos fatos e da solução encontrada;
declarar que reconhece a competência do Comitê para (II) se uma solução não houver sido encontrada,
receber e analisar comunicações através das quais um nos termos da alínea e, o Comitê limitar-se-á, em seu
Estado Parte alegue que outro Estado Parte não vem relatório, a uma breve exposição dos fatos; serão
cumprindo as obrigações que lhe são impostas pela anexados ao relatório os argumentos escritos e o registro
presente Convenção. Tais comunicações só poderão ser das observações orais apresentados pelos Estados
aceitas e examinadas, nos termos do presente artigo, se Partes em questão. Para cada assunto, o relatório deverá
encaminhadas por um Estado Parte que tenha feito uma ser comunicado aos Estados Partes em questão.
declaração reconhecendo, com relação a si próprio, a 2. As disposições deste artigo entrarão em vigor
competência do Comitê. O Comitê não receberá nenhuma quando cinco Estados Partes na presente Convenção
comunicação relativa a um Estado Parte que não haja houverem efetuado as declarações previstas no seu
feito tal declaração. As comunicações recebidas em parágrafo 1. Tais declarações serão depositadas pelos
decorrência deste artigo serão tratadas de acordo com as Estados Partes junto ao Secretário-Geral das Nações
seguintes normas: Unidas, que enviará cópia das mesmas aos demais
a) Se um Estado Parte considerar que outro Estados Partes. Uma declaração poderá ser retirada, a
Estado Parte não vem cumprindo as disposições da qualquer momento, mediante notificação enviada ao
presente Convenção poderá, através de comunicação Secretário-Geral. Essa retirada não prejudicará a análise
escrita, levar o assunto ao conhecimento deste Estado de quaisquer casos objeto de comunicações já
Parte. No prazo de três meses contados da data do apresentadas nos termos deste artigo; contudo, nenhuma
recebimento da comunicação, o Estado destinatário outra comunicação de qualquer Estado Parte será aceita
remeterá ao Estado que enviou a comunicação uma com base neste artigo após a notificação de retirada da
explicação ou qualquer outra declaração, por escrito, declaração ter sido recebida pelo Secretário-Geral, a
esclarecendo a questão, a qual deverá incluir, dentro do menos que o Estado Parte em questão tenha feito uma
possível e se pertinente, referência a procedimentos nova declaração.
internos e a recursos jurídicos adotados, em trâmite ou
disponíveis sobre o assunto; Art. 22 - 1. Um Estado Parte na presente
b) Caso o assunto não tenha sido resolvido a Convenção poderá declarar a qualquer tempo, em virtude
contento de ambos os Estados Partes em questão dentro do presente artigo, que reconhece a competência do
de um prazo de seis meses, contados da data do Comitê para aceitar e examinar comunicações enviadas
recebimento da comunicação original pelo Estado por pessoas sob sua jurisdição, ou em nome delas, que
destinatário, tanto um como outro terão o direito de aleguem ser vítimas de uma
submetê-lo ao Comitê, por meio notificação encaminhada violação, por um Estado Parte, das disposições desta
ao Comitê e ao outro Estado; Convenção. Nenhuma comunicação será aceita pelo
c) O Comitê somente se ocupará de quaisquer Comitê se se referir a um Estado Parte que não tenha
assuntos que lhe tenham sido submetidos, nos termos efetuado tal declaração.
deste artigo, depois de ter-se certificado de que todos os 2. O Comitê considerará inaceitável qualquer
recursos jurídicos internos foram utilizados e esgotados, comunicação recebida em conformidade com este artigo
em conformidade com os princípios do Direito que seja anônima, que considere constituir um abuso do
Internacional geralmente reconhecidos. Não se aplicará direito de apresentar tais comunicações ou que seja
esta regra quando a tramitação dos mencionados incompatível com as disposições da presente Convenção.
recursos prolongar-se injustificadamente ou quando for

155
3. Sem prejuízo do disposto no parágrafo 2, o
Comitê levará à consideração do Estado Parte desta Art. 26 A presente Convenção está aberta à
Convenção que tenha efetuado uma declaração nos adesão de todos os Estados. Far-se-á a adesão mediante
termos do parágrafo 1 e que, alegadamente, haja violado depósito do instrumento de adesão junto ao Secretário-
alguma disposição desta Convenção, quaisquer Geral das Nações Unidas.
comunicações que lhe tenham sido remetidas nos termos
deste artigo. No prazo de seis meses, o Estado Parte que Art. 27 - 1. A presente Convenção entrará em
as recebeu enviará ao Comitê explicações ou declarações vigor no trigésimo dia após a data do depósito do
escritas esclarecendo o assunto e, em sendo o caso, o vigésimo instrumento de ratificação ou adesão junto ao
recurso jurídico adotado pelo Estado Parte em questão. Secretário-Geral das Nações Unidas.
4. O Comitê examinará as comunicações 2. Para cada Estado que ratificar a presente
recebidas de acordo com este artigo à luz de toda a Convenção ou a ela aderir após o depósito do vigésimo
informação colocada à sua disposição pela pessoa instrumento de ratificação ou adesão, a Convenção
interessada, ou em nome dela, e pelo Estado Parte em entrará em vigor no trigésimo dia após a data do depósito
questão. do seu próprio instrumento de ratificação ou adesão.
5. O Comitê não examinará nenhuma
comunicação de uma pessoa, nos termos do presente Art. 28 - 1. Cada Estado Parte poderá declarar,
artigo, sem ter-se assegurado de que: quando da assinatura ou da ratificação da presente
a) O mesmo assunto não foi e nem está sendo Convenção ou da adesão a ela, que não reconhece a
examinado por outra instância internacional de competência do Comitê quanto ao disposto no artigo 20.
investigação ou solução; 2. Qualquer Estado Parte na presente
b) A pessoa em questão esgotou todos os Convenção que houver formulado uma reserva, nos
recursos jurídicos internos disponíveis; não se aplicará termos do parágrafo 1 deste artigo, poderá, a qualquer
esta regra quando a tramitação dos referidos recursos se momento, retirar essa reserva, mediante notificação ao
prolongar de forma injustificada ou quando os mesmos Secretário-Geral das Nações Unidas.
não melhorarem efetivamente a situação da pessoa que
seja vítima de violação da presente Convenção. Art. 29 - 1. Todo Estado Parte na presente
6. O Comitê reunir-se-á a portas fechadas Convenção poderá propor uma emenda e entregá-la ao
quando estiver examinando as comunicações previstas Secretário-Geral das Nações Unidas. O Secretário-Geral
neste artigo. comunicará a proposta de emenda aos Estados Partes,
7. O Comitê enviará seu parecer ao Estado Parte pedindo-lhes que indiquem se desejam a convocação de
em questão e à pessoa interessada. uma conferência dos Estados Partes para examinar a
8. As disposições deste artigo entrarão em vigor proposta e submetê-la a votação. Se no prazo de quatro
quando cinco Estados Partes na presente Convenção meses, contados da data da referida comunicação, pelo
houverem feito as declarações a que alude o parágrafo 1 menos um terço dos Estados Partes se declarar favorável
deste artigo. Tais declarações serão depositadas pelos à tal conferência, o Secretário-Geral a convocará sob os
Estados Partes junto ao Secretário-Geral das Nações auspícios das Nações Unidas. Toda emenda adotada pela
Unidas, que remeterá cópia das mesmas aos demais maioria dos Estados Partes presentes e votantes na
Estados Partes. Uma declaração poderá ser retirada a conferência será submetida pelo Secretário-Geral à
qualquer momento, mediante notificação ao Secretário- aceitação de todos os Estados Partes.
Geral. Essa retirada não prejudicará o exame de 2. Uma emenda adotada nos termos do
quaisquer casos objeto de comunicações já parágrafo 1 deste artigo entrará em vigor quando dois
apresentadas, nos termos deste artigo; contudo, nenhuma terços dos Estados Partes na presente Convenção
outra comunicação de uma pessoa, ou em nome dela, houverem notificado o Secretário-Geral das Nações
será aceita nos termos deste artigo depois da notificação Unidas de que a aceitaram de acordo com os
de retirada da declaração ter sido recebida pelo procedimentos previstos por suas respectivas
Secretário-Geral, a menos que o Estado Parte tenha constituições.
efetuado uma nova declaração. 3. Quando essas emendas entrarem em vigor,
tornar-se-ão obrigatórias para todos os Estados Partes
Art. 23 Os membros do Comitê e das comissões que as aceitaram, continuando os demais Estados Partes
de conciliação ad hoc nomeados nos termos da alínea e obrigados pelas disposições desta Convenção e pelas
do parágrafo 1 do artigo 21, terão direito às prerrogativas, emendas anteriores que eles tenham aceitado.
privilégios e imunidades concedidas aos peritos em
missões da Organização das Nações Unidas, de acordo Art. 30 - 1. Quaisquer controvérsias entre dois ou
com os artigos pertinentes da Convenção sobre mais Estados Partes com relação à interpretação ou à
Privilégios e Imunidades das Nações Unidas. aplicação desta Convenção que não puderem ser
resolvidas por meio de negociação serão, a pedido de um
Art. 24 O Comitê apresentará um relatório anual deles, submetidas a arbitragem. Se no prazo de seis
das suas atividades, nos termos da presente Convenção, meses, contados da data do pedido de arbitragem, as
tanto aos Estados Partes como à Assembleia Geral das Partes não conseguirem chegar a um acordo no que diz
Nações Unidas. respeito à organização da arbitragem, qualquer das
Partes poderá levar a controvérsia à Corte Internacional
PARTE III de Justiça, mediante requerimento elaborado em
Art. 25 1. A presente Convenção estará aberta à conformidade com o estatuto da Corte.
assinatura de todos os Estados. 2. Cada Estado poderá, quando da assinatura ou
2. Esta Convenção estará sujeita a ratificação. da ratificação da presente Convenção, ou da adesão a
Os instrumentos de ratificação deverão ser depositados ela, declarar que não se considera obrigado pelo
junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas. parágrafo 1 deste artigo. Os demais Estados Partes não

156
estarão obrigados pelo referido parágrafo com relação a _____________________________________
09

qualquer Estado Parte que houver formulado tal reserva.


3. Todo Estado Parte que tenha formulado uma _____________________________________
10

reserva, nos termos do parágrafo 2 deste artigo, poderá


retirá-la a qualquer tempo mediante notificação ao _____________________________________
11

Secretário-Geral das Nações Unidas.


_____________________________________
12

Art. 30 1. Um Estado Parte poderá denunciar a


presente Convenção mediante notificação por escrito
_____________________________________
13

dirigida ao Secretário-Geral das Nações Unidas. A _____________________________________


14
denúncia produzirá efeitos um ano após a data em que o
Secretário-Geral tiver recebido a notificação. _____________________________________
15

2. A referida denúncia não desobrigará o Estado


Parte das obrigações que lhe são impostas por esta
Convenção no que concerne a qualquer ação ou omissão
ocorrida antes da data em que a denúncia se tornar
efetiva; a denúncia não prejudicará, de qualquer modo, o Resolução nº 70/175 / 2015
prosseguimento da análise de quaisquer assuntos que o Regras Mínimas das Nações Unidas
Comitê já houver começado a examinar antes da data em para o Tratamento de Presos
que a denúncia produziu efeitos.
3. A partir da data em que a denúncia de um
Estado Parte tornar-se efetiva, o Comitê não dará início Regras Mínimas das Nações Unidas para o
ao exame de nenhum novo assunto referente a tal Tratamento de Presos, adotadas na Resolução nº 70/175
Estado. da Assembleia Geral das nações Unidas, de 17 de
dezembro de 2015 (Regras de Mandela).
Art. 32 Secretário-Geral das Nações Unidas
informará a todos os Estados Membros das Nações Observação preliminar 1
Unidas e a todos os Estados que assinaram esta As regras que a seguir se enunciam não pretendem
Convenção ou a ela aderiram: descrever em pormenor um modelo de sistema prisional.
a) as assinaturas, ratificações e adesões Procuram unicamente, com base no consenso geral do
recebidas de acordo com os artigos 25 e 26; pensamento atual e nos elementos essenciais dos
b) a data da entrada em vigor desta Convenção, sistemas contemporâneos mais adequados, estabelecer
nos termos do artigo 27, e a data da entrada em vigor de o que geralmente se aceita como sendo bons
quaisquer emendas, nos termos do artigo 29; princípios e práticas no tratamento dos reclusos e na
c) as denúncias efetuadas em conformidade com gestão dos estabelecimentos prisionais.
o artigo 31.
Observação preliminar 2
Art. 33 - 1. Esta Convenção, cujos textos em 1. Tendo em conta a grande variedade de
árabe, chinês, inglês, espanhol, francês e russo são condicionalismos legais, sociais, económicos e
igualmente autênticos, será depositada nos arquivos das geográficos em todo o mundo, é evidente que nem
Nações Unidas. todas as regras podem ser aplicadas em todos os
2. O Secretário-Geral das Nações Unidas locais e em todos os momentos. Devem, contudo,
encaminhará cópias autenticadas da presente Convenção servir para estimular esforços constantes com vista a
a todos os Estados. ultrapassar dificuldades práticas na sua aplicação, na
certeza de que representam, no seu conjunto, as
condições mínimas aceites como adequadas pela
Organização das Nações Unidas.
2. Por outro lado, as regras abrangem uma área
relativamente à qual o pensamento evolui
constantemente. Não visam impedir experiências e
práticas, desde que as mesmas sejam compatíveis com
os princípios e tentem incrementar a realização dos
objetivos das regras no seu conjunto. Dentro deste
_____________________________________
01
espírito, a administração prisional central poderá
sempre justificar uma autorização de afastamento das
_____________________________________
02 regras.

_____________________________________
03 Observação preliminar 3
1. A primeira parte das regras trata de matérias
_____________________________________
04
relativas à administração geral dos estabelecimentos
prisionais e é aplicável a todas as categorias de reclusos,
_____________________________________
05
dos foros criminal ou civil, em regime de prisão preventiva
_____________________________________
06
ou já condenados, incluindo os que estejam detidos por
aplicação de “medidas de segurança” ou que sejam objeto
_____________________________________
07
de medidas de reeducação ordenadas por um juiz.
2. A segunda parte contém as regras que são
_____________________________________
08 especificamente aplicáveis às categorias de reclusos de
cada secção. Contudo, as regras da secção A, aplicáveis

157
aos reclusos condenados, serão também aplicadas às libertação, para que possam levar uma vida
categorias de reclusos a que se referem as secções B, C autossuficiente e de respeito para com as leis.
e D, desde que não sejam contraditórias com as regras 2. Para esse fim, as administrações prisionais e
específicas destas secções e na condição de demais autoridades competentes devem proporcionar
representarem uma melhoria de condições para estes educação, formação profissional e trabalho, bem como
reclusos. outras formas de assistência apropriadas e disponíveis,
incluindo aquelas de natureza reparadora, moral,
Observação preliminar 4 espiritual, social, desportiva e de saúde. Estes
1. As presentes regras não têm como objetivo programas, atividades e serviços devem ser facultados de
regular a administração de instituições criadas em acordo com as necessidades individuais de tratamento
particular para jovens, como reformatórios ou centros dos reclusos.
educativos, mas, em geral, a primeira parte destas regras
mínimas aplica-se igualmente a tais instituições. Regra 5
2. A categoria de jovens reclusos deve, em qualquer 1. O regime prisional deve procurar minimizar as
caso, incluir os menores que dependem da jurisdição dos diferenças entre a vida durante a detenção e aquela em
Tribunais de Menores. Como regra geral, os jovens liberdade que tendem a reduzir a responsabilidade dos
delinquentes não devem ser condenados a penas de reclusos ou o respeito à sua dignidade como seres
prisão. humanos.
2. As administrações prisionais devem fazer
I. REGRAS DE APLICAÇÃO GERAL todos os ajustes possíveis para garantir que os
Princípios básicos reclusos portadores de deficiências físicas, mentais
Regra 1 ou qualquer outra incapacidade tenham acesso
Todos os reclusos devem ser tratados com o completo e efetivo à vida prisional em base de
respeito inerente ao valor e dignidade do ser humano. igualdade.
Nenhum recluso deverá ser submetido a tortura ou outras
penas ou a tratamentos cruéis, desumanos ou Registos
degradantes e deverá ser protegido de tais atos, não Regra 6
sendo estes justificáveis em qualquer circunstância. A Em todos os locais em que haja pessoas detidas,
segurança dos reclusos, do pessoal do sistema prisional, deve existir um sistema uniformizado de registo dos
dos prestadores de serviço e dos visitantes deve ser reclusos. Este sistema pode ser um banco de dados ou
sempre assegurada. um livro de registo, com páginas numeradas e assinadas.
Devem existir procedimentos que garantam um sistema
Regra 2 seguro de auditoria e que impeçam o acesso não
1. Estas Regras devem ser aplicadas com autorizado ou a modificação de qualquer informação
imparcialidade. Não deve haver nenhuma contida no sistema.
discriminação em razão da raça, cor, sexo, língua,
religião, opinião política ou outra, origem nacional ou Regra 7
social, património, nascimento ou outra condição. É Nenhuma pessoa deve ser admitida num
necessário respeitar as crenças religiosas e os preceitos estabelecimento prisional sem uma ordem de
morais do grupo a que pertença o recluso. detenção válida. As seguintes informações devem ser
2. Para que o princípio da não discriminação seja adicionadas ao sistema de registo do recluso, logo após a
posto em prática, as administrações prisionais devem ter sua admissão:
em conta as necessidades individuais dos reclusos, (a) Informações precisas que permitam determinar a
particularmente daqueles em situação de maior sua identidade, respeitando a auto atribuição de género;
vulnerabilidade. As medidas tomadas para proteger e (b) Os motivos da detenção e a autoridade
promover os direitos dos reclusos portadores de competente que a ordenou, além da data, horário e local
necessidades especiais não serão consideradas de prisão;
discriminatórias. (c) A data e o horário da sua entrada e saída, bem
como de qualquer transferência;
Regra 3 (d) Quaisquer ferimentos visíveis e reclamações
A detenção e quaisquer outras medidas que acerca de maus-tratos sofridos;
excluam uma pessoa do contacto com o mundo (e) Um inventário dos seus bens pessoais;
exterior são penosas pelo facto de, ao ser privada da (f) Os nomes dos seus familiares e, quando
sua liberdade, lhe ser retirado o direito à aplicável, dos seus filhos, incluindo a idade, o local de
autodeterminação. Assim, o sistema prisional não deve residência e sua custódia ou tutela;
agravar o sofrimento inerente a esta situação, exceto em (g) Contato de emergência e informações acerca do
casos pontuais em que a separação seja justificável ou parente mais próximo.
nos casos em que seja necessário manter a disciplina.
Regra 8
Regra 4 As seguintes informações devem ser adicionadas ao
1. Os objetivos de uma pena de prisão ou de sistema de registo do recluso durante a sua detenção,
qualquer outra medida restritiva da liberdade são, quando aplicáveis:
prioritariamente, proteger a sociedade contra a (a) Informação relativa ao processo judicial, incluindo
criminalidade e reduzir a reincidência. Estes objetivos datas de audiências e representação legal;
só podem ser alcançados se o período de detenção for (b) Avaliações iniciais e relatórios de classificação;
utilizado para assegurar, sempre que possível, a (c) Informação relativa ao comportamento e à
reintegração destas pessoas na sociedade após a sua disciplina;

158
(d) Pedidos e reclamações, inclusive alegações de e, especialmente, a cubicagem de ar disponível, o espaço
tortura, sanções ou outros tratamentos cruéis, desumanos mínimo, a iluminação, o aquecimento e a ventilação.
ou degradantes, a menos que sejam de natureza
confidencial; Regra 14
(e) Informação sobre a imposição de sanções Em todos os locais destinados aos reclusos, para
disciplinares; viverem ou trabalharem:
(f) Informação sobre as circunstâncias e causas de (a) As janelas devem ser suficientemente amplas de
quaisquer ferimentos ou de morte e, em caso de modo a que os reclusos possam ler ou trabalhar com luz
falecimento, o destino do corpo. natural e devem ser construídas de forma a permitir a
entrada de ar fresco, haja ou não ventilação artificial;
Regra 9 (b) A luz artificial deve ser suficiente para permitir
Todos os registos mencionados nas Regras 7 e 8 aos reclusos ler ou trabalhar sem prejudicar a vista.
serão mantidos confidenciais e só serão acessíveis aos
que, por razões profissionais, solicitem o seu acesso. Regra 15
Todos os reclusos devem ter acesso aos seus registos, As instalações sanitárias devem ser adequadas,
nos termos previstos em legislação interna, e direito a de maneira a que os reclusos possam efetuar as suas
receber uma cópia oficial destes registos no momento da necessidades quando precisarem, de modo limpo e
sua libertação. decente.

Regra 10 Regra 16
O sistema de registo dos reclusos deve também ser As instalações de banho e duche devem ser
utilizado para gerar dados fiáveis sobre tendências e suficientes para que todos os reclusos possam, quando
características da população prisional, incluindo desejem ou lhes seja exigido, tomar banho ou duche a
taxas de ocupação, a fim de criar uma base para a uma temperatura adequada ao clima, tão
tomada de decisões fundamentadas em provas. frequentemente quanto necessário à higiene geral, de
acordo com a estação do ano e a região geográfica, mas
Separação de categorias pelo menos uma vez por semana num clima temperado.
Regra 11
As diferentes categorias de reclusos devem ser Regra 17
mantidas em estabelecimentos prisionais separados ou Todas as zonas de um estabelecimento prisional
em diferentes zonas de um mesmo estabelecimento utilizadas regularmente pelos reclusos devem ser sempre
prisional, tendo em consideração o respetivo sexo e mantidas e conservadas escrupulosamente limpas.
idade, antecedentes criminais, razões da detenção e
medidas necessárias a aplicar. Assim: Higiene pessoal
(a) Homens e mulheres devem ficar detidos em Regra 18
estabelecimentos separados; nos estabelecimentos que 1. Deve ser exigido a todos os reclusos que se
recebam homens e mulheres, todos os locais destinados mantenham limpos e, para este fim, ser-lhes-ão
às mulheres devem ser completamente separados; fornecidos água e os artigos de higiene necessários à
(b) Presos preventivos devem ser mantidos saúde e limpeza.
separados dos condenados; 2. A fim de permitir aos reclusos manter um aspeto
(c) Pessoas detidas por dívidas ou outros reclusos correto e preservar o respeito por si próprios, ser-lhes-ão
do foro civil devem ser mantidos separados dos reclusos garantidos os meios indispensáveis para cuidar do cabelo
do foro criminal; e da barba; os homens devem poder barbear-se
(d) Os jovens reclusos devem ser mantidos regularmente.
separados dos adultos.
Vestuário e roupas de cama
Alojamento Regra 19
Regra 12 1. Deve ser garantido vestuário adaptado às
1. As celas ou locais destinados ao descanso condições climatéricas e de saúde a todos os reclusos
noturno não devem ser ocupados por mais de um que não estejam autorizados a usar o seu próprio
recluso. Se, por razões especiais, tais como excesso vestuário. Este vestuário não deve de forma alguma
temporário de população prisional, for necessário que a ser degradante ou humilhante.
administração prisional central adote exceções a esta 2. Todo o vestuário deve estar limpo e ser mantido
regra deve evitar-se que dois reclusos sejam alojados em bom estado. As roupas interiores devem ser mudadas
numa mesma cela ou local. e lavadas tão frequentemente quanto seja necessário
2. Quando se recorra à utilização de dormitórios, para a manutenção da higiene.
estes devem ser ocupados por reclusos 3. Em circunstâncias excecionais, sempre que um
cuidadosamente escolhidos e reconhecidos como recluso obtenha licença para sair do estabelecimento,
sendo capazes de serem alojados nestas condições. deve ser autorizado a vestir as suas próprias roupas
Durante a noite, deverão estar sujeitos a uma vigilância ou roupas que não chamem a atenção.
regular, adaptada ao tipo de estabelecimento prisional em
causa. Regra 20
Sempre que os reclusos sejam autorizados a utilizar
Regra 13 o seu próprio vestuário, devem ser tomadas disposições
Todos os locais destinados aos reclusos, no momento de admissão no estabelecimento para
especialmente os dormitórios, devem satisfazer todas assegurar que este seja limpo e adequado.
as exigências de higiene e saúde, tomando-se
devidamente em consideração as condições climatéricas Regra 21

159
A todos os reclusos, de acordo com padrões locais
ou nacionais, deve ser fornecido um leito próprio e roupa Regra 27
de cama suficiente e própria, que estará limpa quando 1. Todos os estabelecimentos prisionais devem
lhes for entregue, mantida em bom estado de assegurar o pronto acesso a tratamentos médicos em
conservação e mudada com a frequência suficiente para casos urgentes. Os reclusos que necessitem de cuidados
garantir a sua limpeza. especializados ou de cirurgia devem ser transferidos para
estabelecimentos especializados ou para hospitais civis.
Alimentação Se os estabelecimentos prisionais possuírem instalações
Regra 22 hospitalares próprias, estas devem dispor de pessoal e
1. A administração deve fornecer a cada recluso, a equipamento apropriados que permitam prestar aos
horas determinadas, alimentação de valor nutritivo reclusos doentes os cuidados e o tratamento adequados.
adequado à saúde e à robustez física, de qualidade e 2. As decisões clínicas só podem ser tomadas por
bem preparada e servida. profissionais de saúde responsáveis e não podem ser
2. Todos os reclusos devem ter a possibilidade de se modificadas ou ignoradas pela equipa prisional não
prover com água potável sempre que necessário. médica.

Exercício e desporto Regra 28


Regra 23 Nos estabelecimentos prisionais para mulheres
1. Todos os reclusos que não efetuam trabalho no devem existir instalações especiais para o tratamento das
exterior devem ter pelo menos uma hora diária de reclusas grávidas, das que tenham acabado de dar à luz e
exercício adequado ao ar livre quando o clima o das convalescentes. Desde que seja possível, devem ser
permita. tomadas medidas para que o parto tenha lugar num
2. Os jovens reclusos e outros de idade e condição hospital civil. Se a criança nascer num estabelecimento
física compatíveis devem receber, durante o período prisional, tal facto não deve constar do respetivo registo
reservado ao exercício, educação física e recreativa. Para de nascimento.
este fim, serão colocados à disposição dos reclusos o
espaço, instalações e equipamento adequados. Regra 29
1. A decisão que permite à criança ficar com o seu
Serviços Médicos pai ou com a sua mãe no estabelecimento prisional deve
Regra 24 ser baseada no melhor interesse da criança. Nos
1. A prestação de serviços médicos aos reclusos estabelecimentos prisionais que acolhem os filhos de
é da responsabilidade do Estado. Os reclusos devem reclusos, devem ser tomadas providências para garantir:
poder usufruir dos mesmos padrões de serviços de saúde (a) Um infantário interno ou externo, dotado de
disponíveis à comunidade e ter acesso gratuito aos pessoal qualificado, onde as crianças possam
serviços de saúde necessários, sem discriminação em permanecer quando não estejam ao cuidado dos pais;
razão da sua situação jurídica. (b) Serviços de saúde pediátricos, incluindo triagem
2. Os serviços médicos devem ser organizados em médica no ingresso e monitoração constante de seu
estreita ligação com a administração geral de saúde desenvolvimento por especialistas.
pública de forma a garantir a continuidade do tratamento e 2. As crianças que se encontrem nos
da assistência, incluindo os casos de VIH, tuberculose e estabelecimentos prisionais com os pais nunca devem
de outras doenças infeciosas e da toxicodependência. ser tratadas como prisioneiras.

Regra 25 Regra 30
1. Todos os estabelecimentos prisionais devem ter Um médico, ou qualquer outro profissional de saúde
um serviço de saúde incumbido de avaliar, promover, qualificado, seja este subordinado ou não ao médico,
proteger e melhorar a saúde física e mental dos reclusos, deve observar, conversar e examinar todos os reclusos, o
prestando particular atenção aos reclusos com mais depressa possível após a sua admissão no
necessidades especiais ou problemas de saúde que estabelecimento prisional e, em seguida, sempre que
dificultam sua reabilitação. necessário. Deve dar-se especial atenção a:
2. Os serviços de saúde devem ser compostos por (a) Identificar as necessidades de cuidados médicos
uma equipa interdisciplinar, com pessoal qualificado e e adotar as medidas de tratamento necessárias;
suficiente, capaz de exercer a sua atividade com total (b) Identificar quaisquer maus-tratos a que o recluso
independência clínica, devendo ter conhecimentos recém-admitido tenha sido submetido antes de sua
especializados de psicologia e psiquiatria. Todos os entrada no estabelecimento prisional;
reclusos devem poder beneficiar dos serviços de um (c) Identificar qualquer sinal de estresse psicológico
dentista qualificado. ou de qualquer outro tipo causado pela detenção,
incluindo, mas não só, o risco de suicídio ou de lesões
Regra 26 auto infligidas e sintomas de abstinência resultantes do
1. Os serviços de saúde devem elaborar registos uso de drogas, medicamentos ou álcool; devem ser
médicos individuais, confidenciais, atualizados e precisos tomadas todas as medidas ou tratamentos
para cada um dos reclusos, que a eles devem ter acesso, individualizados apropriados;
sempre que solicitado. O recluso pode também ter acesso (d) Nos casos em que se suspeita que o recluso é
ao seu registo médico através de uma terceira pessoa por portador de uma doença infectocontagiosa, deve
si designada. providenciar-se o isolamento clínico e o tratamento
2. O registo médico deve ser encaminhado para o adequado durante todo o período de infeção;
serviço de saúde do estabelecimento prisional para o qual (e) Determinar a aptidão do recluso para trabalhar,
o recluso é transferido, encontrando-se sujeito à praticar exercícios e participar das demais atividades,
confidencialidade médica. conforme for o caso.

160
(d) A qualidade e asseio do vestuário e da roupa de
Regra 31 cama dos reclusos;
O médico ou, quando aplicável, outros profissionais (e) A observância das regras respeitantes à
de saúde qualificados devem visitar diariamente todos os educação física e desportiva, nos casos em que não haja
reclusos que se encontrem doentes, que se queixem de pessoal especializado encarregado destas atividades.
problemas físicos ou mentais ou de ferimentos e todos 2. O diretor deve tomar em consideração os
aqueles para os quais a sua atenção é especialmente relatórios e os conselhos do médico referidos no
necessária. Todos os exames médicos devem ser parágrafo 1 desta Regra e na Regra 33 e tomar
conduzidos em total confidencialidade. imediatamente as medidas sugeridas para que estas
recomendações sejam seguidas; em caso de desacordo
Regra 32 ou se a matéria não for da sua competência, transmitirá
1. A relação entre o médico ou outros profissionais imediatamente à autoridade superior a sua opinião e o
de saúde e o recluso deve ser regida pelos mesmos relatório médico.
padrões éticos e profissionais aplicados aos pacientes da
comunidade, em particular: Restrições, disciplina e sanções
(a) O dever de proteger a saúde física e mental do Regra 36
recluso e a prevenção e tratamento de doenças, A ordem e a disciplina devem ser mantidas com
baseados apenas em fundamentos clínicos; firmeza, mas sem impor mais restrições do que as
(b) A adesão à autonomia do recluso no que necessárias para a manutenção da segurança e da boa
concerne à sua própria saúde e ao consentimento organização da vida comunitária.
informado na relação médico-paciente;
(c) A confidencialidade da informação médica, a Regra 37
menos que manter tal confidencialidade resulte numa Os seguintes pontos devem ser determinados por
ameaça real e iminente para o paciente ou para os outros; lei ou por regulamentação emanada pela autoridade
(d) A absoluta proibição de participar, ativa ou administrativa competente:
passivamente, em atos que possam consistir em tortura (a) Conduta que constitua infração disciplinar;
ou sanções ou tratamentos cruéis, desumanos ou (b) O tipo e a duração das sanções disciplinares
degradantes, incluindo experiências médicas ou que podem ser aplicadas;
científicas que possam ser prejudiciais à saúde do (c) Autoridade competente para pronunciar essas
recluso, tais como a remoção de células, tecidos ou sanções;
órgãos. (d) Qualquer forma de separação involuntária da
2. Sem prejuízo do parágrafo 1 (d) desta Regra, população prisional geral, como o confinamento
deve ser permitido ao recluso, com base no seu livre e solitário, o isolamento, a segregação, as unidades de
informado consentimento e de acordo com as leis cuidado especial ou alojamentos restritos, seja por razão
aplicáveis, participar em ensaios clínicos e outras de sanção disciplinar ou para a manutenção da ordem e
pesquisas de saúde acessíveis à comunidade, se o segurança, incluindo políticas de promulgação e os
resultado de tais pesquisas e experiências forem capazes procedimentos que regulamentem o uso e a revisão da
de produzir um benefício direto e significativo à sua imposição e da saída de qualquer forma de separação
saúde; e doar células, tecidos ou órgãos a parentes. involuntária.

Regra 33 Regra 38
O médico deve comunicar ao diretor sempre que 1. As administrações prisionais são encorajadas a
julgue que a saúde física ou mental do recluso foi ou será fazer uso, sempre que possível, da prevenção de
desfavoravelmente afetada pelo prolongamento ou pela conflitos, da mediação ou de qualquer outro meio
aplicação de qualquer modalidade do regime de alternativo de resolução de litígios para prevenir infrações
detenção. disciplinares e resolver conflitos.
2. Para os reclusos que estejam, ou estiveram
Regra 34 separados, a administração prisional deve tomar as
Se, durante o exame de admissão ou na prestação medidas necessárias para aliviar os efeitos prejudiciais do
posterior de cuidados médicos, o médico ou profissional confinamento neles provocados, bem como na
de saúde detectar qualquer sinal de tortura, punição comunidade que os recebe quando são libertados.
ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes,
deve registar e comunicar tais casos à autoridade Regra 39
médica, administrativa ou judicial competente. Devem 1. Nenhum preso pode ser punido, exceto com
ser seguidos os procedimentos de salvaguarda base nas disposições legais ou regulamentares
apropriados para garantir que o recluso ou as pessoas a referidas na Regra 37 e nos princípios de equidade e de
ele associados não sejam expostos a perigos previsíveis. processo legal; e nunca 2x (duas vezes) pela mesma
infração.
Regra 35 2. As administrações prisionais devem assegurar a
1. O médico ou o profissional de saúde pública proporcionalidade entre a sanção disciplinar aplicável e
competente deve proceder a inspeções regulares e a infração cometida e devem manter registos apropriados
aconselhar o diretor sobre: de todas as sanções disciplinares aplicadas.
(a) A quantidade, qualidade, preparação e 3. Antes de aplicar uma sanção disciplinar, as
distribuição de alimentos; administrações prisionais devem ter em conta se, e como,
(b) A higiene e asseio do estabelecimento prisional e uma eventual doença mental ou incapacidade de
dos reclusos; desenvolvimento do recluso contribuiu para a sua conduta
(c) As instalações sanitárias, aquecimento, e para a prática da infração ou ato que fundamentou a
iluminação e ventilação do estabelecimento; sanção disciplinar. As administrações prisionais não

161
devem punir qualquer conduta do recluso se esta for um período limitado de tempo e enquanto for estritamente
considerada como resultado direto da sua doença necessário para a manutenção da segurança e da ordem.
mental ou incapacidade intelectual.
Regra 44
Regra 40 Para os efeitos tidos por convenientes, o
1. Nenhum recluso pode ser colocado a trabalhar confinamento solitário refere-se ao confinamento do
no estabelecimento prisional em cumprimento de recluso por 22 horas ou mais, por dia, sem contato
qualquer medida disciplinar. humano significativo. O confinamento solitário
2. Esta regra, contudo, não impede o funcionamento prolongado refere-se ao confinamento solitário por mais
adequado de sistemas baseados na autoadministração, de 15 dias consecutivos.
sob os quais atividades ou responsabilidades sociais,
educacionais ou desportivas são confiadas, sob Regra 45
supervisão, aos reclusos, organizados em grupos, para 1. O confinamento solitário deve ser somente
fins de tratamento. utilizado em casos excecionais, como último recurso e
durante o menor tempo possível, e deve ser sujeito a uma
Regra 41 revisão independente, sendo aplicado unicamente de
1. Qualquer alegação de infração disciplinar acordo com a autorização da autoridade competente. Não
praticada por um recluso deve ser prontamente deve ser imposto em consequência da sentença do
transmitida à autoridade competente, que deve investigá- recluso.
la sem atrasos injustificados. 2. A imposição do confinamento solitário deve ser
2. O recluso deve ser informado, sem demora e proibida no caso de o recluso ser portador de uma
numa língua que compreenda, da natureza das deficiência mental ou física e sempre que essas
acusações apresentadas contra si, devendo-lhe ser condições possam ser agravadas por esta medida. A
garantido tempo e os meios adequados para preparar a proibição do uso do confinamento solitário e de medidas
sua defesa. similares nos casos que envolvem mulheres e crianças,
3. O recluso deve ter direito a defender-se como referido nos padrões e normas da Organização das
pessoalmente ou através de advogado, quando os Nações Unidas sobre prevenção do crime e justiça penal,
interesses da justiça assim o requeiram, em particular nos continuam a ser aplicáveis.
casos que envolvam infrações disciplinares graves. Se o
recluso não entender ou não falar a língua utilizada na Regra 46
audiência disciplinar, devem ser assistidos gratuitamente 1. Os profissionais de saúde não devem ter
por um intérprete competente. qualquer papel na imposição de sanções disciplinares
4. O recluso deve ter a oportunidade de interpor ou de outras medidas restritivas. Devem, no entanto,
recurso das sanções disciplinares impostas contra a sua prestar especial atenção à saúde dos reclusos mantidos
pessoa. sob qualquer forma de separação involuntária, visitando-
5. No caso da infração disciplinar ser julgada como os diariamente e providenciando o pronto atendimento e a
crime, o recluso deve ter direito a todas as garantias assistência médica quando solicitado pelo recluso ou
inerentes ao processo legal, aplicáveis aos processos pelos guardas prisionais.
criminais, incluindo total acesso a um advogado. 2. Os profissionais de saúde devem transmitir ao
diretor, sem demora, qualquer efeito colateral
Regra 42 causado pelas sanções disciplinares ou outras
As condições gerais de vida expressas nestas medidas restritivas à saúde física ou mental do recluso
Regras, incluindo as relacionadas com a iluminação, a submetido a tais sanções ou medidas e devem
ventilação, a temperatura, as instalações sanitárias, a aconselhar o diretor se considerarem necessário
nutrição, a água potável, a acessibilidade a ambientes ao interrompê-las por razões físicas ou psicológicas.
ar livre e ao exercício físico, a higiene pessoal, os 3. Os profissionais de saúde devem ter
cuidados médicos e o espaço pessoal adequado, devem autoridade para rever e recomendar alterações na
ser aplicadas a todos os reclusos, sem exceção. separação involuntária de um preso, a fim de assegurar
que tal separação não agrave as condições médicas
Regra 43 ou a deficiência física ou mental do recluso.
1. Em nenhuma circunstância devem as
restrições ou sanções disciplinares implicar tortura, Regra 47
punições ou outra forma de tratamentos cruéis, 1. O uso de correntes, de imobilizadores de ferro
desumanos ou degradantes. As seguintes práticas, em ou de outros instrumentos de coação considerados
particular, devem ser proibidas: inerentemente degradantes ou penosos deve ser
(a) Confinamento solitário indefinido; proibido.
(b) Confinamento solitário prolongado; 2. Outros instrumentos de coação só devem ser
(c) Detenção em cela escura ou constantemente utilizados quando previstos em lei e nas seguintes
iluminada; circunstâncias:
(d) Castigos corporais ou redução da (a) Como medida de precaução contra uma evasão
alimentação ou água potável do recluso; durante uma transferência, desde que sejam retirados
(e) Castigos coletivos. logo que o recluso compareça perante uma autoridade
2. Os instrumentos de imobilização jamais devem judicial ou administrativa;
ser utilizados como sanção por infrações (b) Por ordem do diretor, depois de se terem
disciplinares. esgotado todos os outros meios de dominar o recluso, a
3. As sanções disciplinares ou medidas restritivas fim de o impedir de causar prejuízo a si próprio ou a
não devem incluir a proibição de contato com a outros ou de causar danos materiais; nestes casos o
família. O contato familiar só pode ser restringido durante diretor deve consultar o médico com urgência e

162
apresentar um relatório à autoridade administrativa pelos cuidados de saúde do recluso, ou, no mínimo, por
superior. pessoal adequadamente treinado por um profissional de
saúde em relação aos padrões de higiene, saúde e
Regra 48 segurança.
1. Quando a utilização de instrumentos de
coação for autorizada, de acordo com o parágrafo 2 da Regra 53
regra 47, os seguintes princípios serão aplicados: Os reclusos devem ter acesso aos documentos
(a) Os instrumentos de coação só devem ser relacionados com os seus processos judiciais e ser
utilizados quando outras formas menos severas de autorizados a mantê-los consigo, sem que a
controle não forem efetivas face aos riscos representados administração prisional tenha acesso a estes.
por uma ação não controlada;
(b) O método de restrição será o menos invasivo Informações e direito de reclamação dos reclusos
possível, o necessário e razoável para controlar a ação do Regra 54
recluso, em função do nível e da natureza do risco Todo o recluso, no momento da admissão, deve
apresentado; receber informação escrita sobre:
(c) Os instrumentos de coação só devem ser (a) A legislação e os regulamentos do
utilizados durante o período estritamente necessário e estabelecimento prisional e do sistema prisional;
devem ser retirados logo que deixe de existir o risco que (b) Os seus direitos, inclusive os meios autorizados
motivou a restrição. para obter informações, acesso a assistência jurídica,
2. Os instrumentos de coação não devem ser incluindo o apoio judiciário, e sobre procedimentos para
utilizados em mulheres em trabalho de parto, nem durante formular pedidos e reclamações;
nem imediatamente após o parto. (c) As suas obrigações, incluindo as sanções
disciplinares aplicáveis; e
Regra 49 (d) Todos os assuntos que podem ser necessários
A administração prisional deve procurar obter e para se adaptar à vida no estabelecimento.
promover formação no uso de técnicas de controlo que
evitem a necessidade de utilizar instrumentos de coação Regra 55
ou que reduzam o seu caráter intrusivo. 1. As informações mencionadas na regra 54 devem
estar disponíveis nas línguas mais utilizadas, de acordo
Revistas aos reclusos e inspeção de celas com as necessidades da população prisional. Se um
Regra 50 recluso não compreender qualquer uma destas línguas,
As leis e regulamentos sobre as revistas aos deve ser providenciada a assistência de um intérprete.
reclusos e inspeções de celas devem estar em 2. Se o recluso for analfabeto, as informações
conformidade com as obrigações do Direito devem ser-lhe comunicadas oralmente. Os reclusos com
Internacional e devem ter em conta os padrões e as deficiências sensoriais devem receber as informações de
normas internacionais, uma vez considerada a forma apropriada às suas necessidades.
necessidade de garantir a segurança dos 3. A administração prisional deve expor, com
estabelecimentos prisionais. As revistas aos reclusos e destaque, a informação nas áreas de trânsito comum do
as inspeções devem ser conduzidas de forma a estabelecimento prisional.
respeitar a dignidade humana inerente e a privacidade
do recluso sujeito à inspeção, assim como os princípios Regra 56
da proporcionalidade, legalidade e necessidade. 1. Todo o recluso deve ter a oportunidade de, em
qualquer dia, formular pedidos ou reclamações ao
Regra 51 diretor do estabelecimento prisional ou ao membro do
As revistas aos reclusos e as inspeções não serão pessoal prisional autorizado a representá-lo.
utilizadas para assediar, intimidar ou invadir 2. Deve ser viabilizada a possibilidade de os
desnecessariamente a privacidade do recluso. Para fins reclusos formularem pedidos ou reclamações, durante as
de responsabilização, a administração prisional deve inspeções do estabelecimento prisional, ao inspetor
manter registos apropriados das revistas feitas aos prisional. O recluso deve ter a oportunidade de conversar
reclusos e inspeções, em particular as que envolvem o com o inspetor ou com qualquer outro oficial de inspeção,
ato de despir e de inspecionar partes íntimas do corpo e de forma livre e com total confidencialidade, sem a
inspeções nas celas, bem como as razões das inspeções, presença do diretor ou de outros membros da equipa.
a identidade daqueles que as conduziram e quaisquer 3. Todo o recluso deve ter o direito de fazer um
outros resultados decorrentes dessas inspeções. pedido ou reclamação sobre seu tratamento, sem censura
quanto ao conteúdo, à administração prisional central, à
Regra 52 autoridade judicial ou a outras autoridades competentes,
1. Revistas íntimas invasivas, incluindo o ato de incluindo os que têm poderes de revisão e de reparação.
despir e de inspecionar partes íntimas do corpo, devem 4. Os direitos previstos nos parágrafos 1 a 3 desta
ser feitas apenas quando forem absolutamente Regra serão estendidos ao seu advogado. Nos casos em
necessárias. As administrações prisionais devem ser que nem o recluso, nem o seu advogado tenham a
encorajadas a desenvolver e a utilizar outras alternativas possibilidade de exercer tais direitos, um membro da
apropriadas em vez de revistas íntimas invasivas. As família do recluso ou qualquer outra pessoa que tenha
revistas íntimas invasivas devem ser conduzidas de forma conhecimento do caso deve poder exercê-los.
privada e por pessoal treinado do mesmo sexo que o
recluso inspecionado. Regra 57
2. As revistas das partes íntimas devem ser 1. Todo o pedido ou reclamação deve ser
conduzidas apenas por profissionais de saúde prontamente apreciado e respondido sem demora. Se o
qualificados, que não sejam os principais responsáveis pedido ou a reclamação for rejeitado, ou no caso de

163
atraso indevido, o reclamante deve ter o direito de com os representantes diplomáticos e consulares do
apresentá-lo à autoridade judicial ou a outra autoridade. Estado a que pertencem.
2. Devem ser criados mecanismos de salvaguarda 2. A reclusos de nacionalidade de Estados sem
para assegurar que os reclusos possam formular pedidos representação diplomática ou consular no país, e a
e reclamações de forma segura e, se solicitado pelo refugiados ou apátridas, devem ser concedidas
reclamante, de forma confidencial. O recluso, ou qualquer facilidades semelhantes para comunicarem com
outra pessoa mencionada no parágrafo 4 da Regra 56, representantes diplomáticos do Estado encarregado de
não deve ser exposto a qualquer risco de retaliação, zelar pelos seus interesses ou com qualquer autoridade
intimidação ou outras consequências negativas como nacional ou internacional que tenha a seu cargo a
resultado de um pedido ou reclamação. proteção dessas pessoas.
3. Alegações de tortura ou outras penas ou
tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes Regra 63
devem ser imediatamente apreciadas e devem originar Os reclusos devem ser mantidos regularmente
uma investigação rápida e imparcial, conduzida por uma informados das notícias mais importantes através da
autoridade nacional independente, de acordo com os leitura de jornais, publicações periódicas ou institucionais
parágrafos 1 e 2 da Regra 71. especiais, através de transmissões de rádio, conferências
ou quaisquer outros meios semelhantes, autorizados ou
Contatos com o mundo exterior controlados pela administração prisional.
Regra 58
1. Os reclusos devem ser autorizados, sob a Biblioteca
necessária supervisão, a comunicar periodicamente com Regra 64
as suas famílias e com amigos: Cada estabelecimento prisional deve ter uma
(a) Por correspondência e utilizando, se possível, biblioteca para o uso de todas as categorias de reclusos,
meios de telecomunicação, digitais, eletrônicos e outros; e devidamente provida com livros recreativos e de instrução
(b) Através de visitas. 2. Onde forem permitidas as e os reclusos devem ser incentivados a utilizá-la
visitais conjugais, este direito deve ser garantido sem plenamente.
discriminação e as mulheres reclusas devem exercer este
direito nas mesmas condições que os homens. Devem ser Religião
instaurados procedimentos e disponibilizados locais, de Regra 65
forma a garantir o justo e igualitário acesso, respeitando- 1. Se o estabelecimento prisional reunir um número
se a segurança e a dignidade. suficiente de reclusos da mesma religião, deve ser
nomeado ou autorizado um representante qualificado
Regra 59 dessa religião. Se o número de reclusos o justificar e as
Os reclusos devem ser colocados, sempre que circunstâncias o permitirem, deve ser encontrada uma
possível, em estabelecimentos prisionais próximos das solução permanente.
suas casas ou do local da sua reabilitação social. 2. O representante qualificado, nomeado ou
autorizado nos termos do parágrafo 1 desta Regra, deve
Regra 60 ser autorizado a organizar periodicamente serviços
1. A entrada de visitantes nos estabelecimentos religiosos e a fazer, sempre que for aconselhável, visitas
prisionais depende do consentimento do visitante de pastorais privadas, num horário apropriado, aos reclusos
submeter-se à revista. O visitante pode retirar o seu da sua religião.
consentimento a qualquer momento; nestes casos, a 3. O direito de entrar em contacto com um
administração prisional poderá recusar o seu acesso. representante qualificado da sua religião nunca deve
2. Os procedimentos de entrada e revista de ser negado a qualquer recluso. Por outro lado, se um
visitantes não devem ser degradantes e devem ser recluso se opõe à visita de um representante de uma
regidos por princípios tão protetivos como os delineados religião, a sua vontade deve ser plenamente respeitada.
nas Regras 50 a 52. As revistas feitas a partes íntimas
do corpo devem ser evitadas e não devem ser Regra 66
aplicadas a crianças. Tanto quanto possível, cada recluso deve ser
autorizado a satisfazer as exigências da sua vida
Regra 61 religiosa, assistindo aos serviços ministrados no
1. Os reclusos devem ter a oportunidade, tempo e estabelecimento prisional e tendo na sua posse livros de
meios adequados para receberem visitas e de comunicar rito e prática de ensino religioso da sua confissão.
com um advogado escolhido por si ou com um defensor
público, sem demora, interceptação ou censura, em total Depósito de objetos pertencentes aos reclusos
confidencialidade, sobre qualquer assunto jurídico, em Regra 67
conformidade com a legislação nacional aplicada. Estas 1. Quando o regulamento não autorizar aos
consultas podem ocorrer à vista dos agentes prisionais, reclusos a posse de dinheiro, objetos de valor, peças
mas não podem ser ouvidas por estes. de vestuário e outros objetos que lhes pertençam,
2. Nos casos em que os reclusos não falam a língua estes devem, no momento de admissão no
local, a administração prisional deve facilitar o acesso aos estabelecimento, ser guardados em lugar seguro. Deve
serviços de um intérprete competente e independente. ser elaborado um inventário destes objetos, assinado pelo
3. Os reclusos devem ter acesso a um apoio recluso. Devem ser tomadas medidas para conservar
judiciário efetivo. estes objetos em bom estado.
2. Estes objetos e o dinheiro devem ser restituídos
Regra 62 ao recluso no momento da sua libertação, com exceção
1. A reclusos de nacionalidade estrangeira devem do dinheiro que tenha sido autorizado a gastar, dos
ser concedidas facilidades razoáveis para comunicarem objetos que tenham sido enviados pelo recluso para o

164
exterior ou das peças de vestuário que tenham sido
destruídas por razões de higiene. O recluso deve assinar Regra 72
o recibo dos objetos e do dinheiro que lhe tenham sido A administração prisional deve tratar o corpo de um
restituídos. recluso falecido com respeito e dignidade. O corpo do
3. Os valores e objetos enviados do exterior recluso falecido deve ser devolvido ao seu parente mais
encontram-se submetidos a estas mesmas regras. próximo o mais rapidamente possível e, o mais tardar,
4. Se o recluso for portador de medicamentos ou quando concluída a investigação. A administração
estupefacientes no momento da admissão, o médico ou prisional deve providenciar um funeral culturalmente
outro profissional de saúde qualificado decidirá sobre a adequado, se não houver outra parte disposta ou
sua utilização. capaz de fazê-lo, e deve manter um registo completo
do facto.
Notificações
Regra 68 Transferência de reclusos
Todo o recluso deve ter o direito de ter Regra 73
oportunidade e os meios de informar imediatamente a 1. Quando os reclusos são transferidos, de ou para
sua família ou qualquer outra pessoa designada por si outro estabelecimento, devem ser vistos o menos possível
sobre a sua detenção, transferência para outro pelo público e devem ser tomadas medidas apropriadas
estabelecimento prisional ou sobre qualquer doença ou para os proteger de insultos, curiosidade e de qualquer
ferimento graves. A divulgação de informações pessoais tipo de publicidade.
dos reclusos deve ser regida por legislação nacional. 2. Deve ser proibido o transporte de reclusos em
veículos com deficiente ventilação ou iluminação ou
Regra 69 que, de qualquer outro modo, os possa sujeitar a
No caso de morte de um recluso, o diretor do sacrifícios físicos desnecessários.
estabelecimento prisional deve informar imediatamente 3. O transporte de reclusos deve ser efetuado a
o parente mais próximo ou a pessoa previamente expensas da administração prisional em condições de
designada pelo recluso. As pessoas designadas pelo igualdade para todos.
recluso para receberem informações sobre a sua saúde
devem ser notificadas pelo diretor em caso de doença Pessoal do estabelecimento prisional
grave, ferimento ou transferência para uma instituição Regra 74
médica. O pedido explícito de um recluso, de que seu 1. A administração prisional deve selecionar
cônjuge ou parente mais próximo não seja informado cuidadosamente o pessoal de todas as categorias,
em caso de doença ou ferimento, deve ser respeitado. dado que é da sua integridade, humanidade, aptidões
pessoais e capacidades profissionais que depende a
Regra 70 boa gestão dos estabelecimentos prisionais.
Um recluso deve ser informado imediatamente 2. A administração prisional deve esforçar-se
da morte ou doença grave de qualquer parente permanentemente por suscitar e manter no espírito do
próximo, cônjuge ou companheiro. No caso de doença pessoal e da opinião pública a convicção de que esta
crítica de um parente próximo, cônjuge ou companheiro, o missão representa um serviço social de grande
recluso deve ser autorizado, quando as circunstâncias o importância; para o efeito, devem ser utilizados todos os
permitirem, a estar junto dele, quer sob escolta quer só, meios adequados para esclarecer o público.
ou a participar no seu funeral. 3. Para a realização daqueles fins, os membros do
pessoal devem desempenhar funções a tempo inteiro na
Investigações qualidade de profissionais do sistema prisional, devem ter
Regra 71 o estatuto de funcionários do Estado e ser-lhes garantida,
1. Não obstante uma investigação interna, o diretor por conseguinte, segurança no emprego dependente
do estabelecimento prisional deve comunicar, apenas de boa conduta, eficácia no trabalho e aptidão
imediatamente, a morte, o desaparecimento ou o física. A remuneração deve ser suficiente para permitir
ferimento grave à autoridade judicial ou a outra recrutar e manter ao serviço homens e mulheres
autoridade competente independente da administração competentes; as regalias e as condições de emprego
prisional e deve determinar uma investigação imediata, devem ser determinadas tendo em conta a natureza
imparcial e efetiva às circunstâncias e às causas destes penosa do trabalho.
casos. A administração prisional deve cooperar
integralmente com a referida autoridade e assegurar que Regra 75
todas as provas são preservadas. 1. Os funcionários devem possuir um nível de
2. A obrigação referida no parágrafo 1 desta Regra educação adequado e deve ser-lhes proporcionadas
deve ser igualmente aplicada quando houver indícios condições e meios para poderem exercer as suas funções
razoáveis para se supor que um ato de tortura ou outras de forma profissional.
penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes 2. Devem frequentar, antes de entrar em funções,
tenham sido praticados no estabelecimento prisional, um curso de formação geral e específico, que deve
mesmo que não tenha sido recebida uma reclamação refletir as melhores e mais modernas práticas, baseadas
formal. em dados empíricos, das ciências penais. Apenas os
3. Quando houver indícios razoáveis para se supor candidatos que ficarem aprovados nas provas teóricas e
que os atos referidos no parágrafo 2 desta Regra tenham práticas devem ser admitidos no serviço prisional.
sido praticados, devem ser tomadas medidas imediatas 3. Após a entrada em funções e ao longo da sua
para garantir que todas as pessoas potencialmente carreira, o pessoal deve conservar e melhorar os seus
implicadas não tenham qualquer envolvimento na conhecimentos e competências profissionais, seguindo
investigação ou contato com as testemunhas, vítimas e cursos de aperfeiçoamento organizados periodicamente.
seus familiares.

165
Regra 76 1. Nos estabelecimentos prisionais destinados a
1. A formação a que se refere o parágrafo 2 da homens e mulheres, a secção das mulheres deve ser
Regra 75 deve incluir, no mínimo, o seguinte: colocada sob a direção de um funcionário do sexo
(a) Legislação, regulamentos e políticas nacionais feminino responsável que terá à sua guarda todas as
relevantes, bem como os instrumentos internacionais e chaves dessa secção.
regionais aplicáveis que devem nortear o trabalho e as 2. Nenhum funcionário do sexo masculino pode
interações dos funcionários com os reclusos; entrar na parte do estabelecimento destinada às
(b) Direitos e deveres dos funcionários no mulheres sem ser acompanhado por um funcionário
exercício das suas funções, incluindo o respeito à do sexo feminino.
dignidade humana de todos os reclusos e a proibição de 3. A vigilância das reclusas deve ser assegurada
certas condutas, em particular a prática de tortura ou exclusivamente por funcionários do sexo feminino.
outras penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou
degradantes; Regra 82
(c) Segurança, incluindo o conceito de segurança 1. Os funcionários dos estabelecimentos prisionais
dinâmica, o uso da força e instrumentos de coação e a não devem, nas suas relações com os reclusos, usar de
gestão de pessoas violentas, tendo em consideração força, exceto em legítima defesa ou em casos de
técnicas preventivas e alternativas, como a negociação e tentativa de fuga ou de resistência física ativa ou
a mediação; passiva a uma ordem baseada na lei ou nos
(d) Técnicas de primeiros socorros, as regulamentos. Os funcionários que tenham de recorrer à
necessidades psicossociais dos reclusos e força não devem usar senão a estritamente necessária e
correspondentes dinâmicas do ambiente prisional, bem devem comunicar imediatamente o incidente ao diretor do
como o apoio e assistência social, incluindo o diagnóstico estabelecimento prisional.
prévio de doenças mentais. 2. Os membros do pessoal prisional devem receber
2. Os funcionários que estiverem incumbidos de formação técnica especial que lhes permita dominar os
trabalhar com certas categorias de reclusos, ou que reclusos violentos.
estejam designados para outras funções específicas, 3. Salvo circunstâncias especiais, os agentes que
devem receber formação adequada às suas assegurem serviços que os ponham em contacto
características. direto com os reclusos não devem estar armados.
Aliás, não deverá ser confiada uma arma a um membro
Regra 77 do pessoal sem que este seja treinado para o seu uso.
Todos os membros do pessoal devem, em todas as
circunstâncias, comportar-se e desempenhar as suas Inspeções internas e externas
funções de maneira a que o seu exemplo tenha boa Regra 83
influência sobre os reclusos e mereça o respeito destes. 1. Deve haver um sistema duplo de inspeções
regulares nos estabelecimentos e serviços prisionais:
Regra 78 (a) Inspeções internas ou administrativas
1. Na medida do possível, deve incluir-se no conduzidas pela administração prisional central;
pessoal um número suficiente de especialistas, tais (b) Inspeções externas conduzidas por um órgão
como psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais, independente da administração prisional, que pode
professores e instrutores técnicos. incluir órgãos internacionais ou regionais competentes.
2. Os assistentes sociais, professores e instrutores 2. Em ambos os casos, o objetivo das inspeções
técnicos devem exercer as suas funções de forma deve ser o de assegurar que os estabelecimentos
permanente, mas poderá também recorrer-se a auxiliares prisionais sejam administrados de acordo com as leis,
a tempo parcial ou a voluntários. regulamentos, políticas e procedimentos vigentes, para
prossecução dos objetivos dos serviços prisionais e
Regra 79 correcionais e para a proteção dos direitos dos reclusos.
1. O diretor do estabelecimento prisional deve ser
adequadamente qualificado para a sua função, quer Regra 84
pelo seu carácter, quer pelas suas competências 1. Os inspetores devem ter a autoridade para:
administrativas, formação e experiência. (a) Aceder a todas as informações sobre o número
2. O diretor do estabelecimento prisional deve de reclusos e dos locais de detenção, bem como a toda a
exercer a sua função oficial a tempo inteiro e não deve informação relevante ao tratamento dos reclusos,
ser nomeado a tempo parcial. Deve residir no incluindo os seus registos e as condições de detenção;
estabelecimento prisional ou nas imediações deste. (b) Escolher livremente qual o estabelecimento
3. Quando dois ou mais estabelecimentos prisionais prisional que querem inspecionar, inclusive fazendo
estejam sob a autoridade de um único diretor, este deve visitas por iniciativa própria sem aviso prévio e quais os
visitar ambos com regularidade. Em cada um dos reclusos que pretendem entrevistar;
estabelecimentos deve haver um funcionário responsável. (c) Conduzir entrevistas com os reclusos e com os
funcionários prisionais, em total privacidade e
Regra 80 confidencialidade, durante as suas visitas;
1. O diretor, o seu adjunto e a maioria dos outros (d) Fazer recomendações à administração prisional
membros do pessoal do estabelecimento prisional devem e a outras autoridades competentes.
falar a língua da maior parte dos reclusos ou uma língua 2. As equipes de inspeção externa devem ser
entendida pela maioria deles. compostas por inspetores qualificados e experientes,
2. Deve recorrer-se aos serviços de um intérprete indicados por uma autoridade competente, e devem
sempre que seja necessário. contar com profissionais de saúde. Deve-se procurar ter
uma representação equilibrada de género.
Regra 81

166
Regra 85 3. É desejável que nos estabelecimentos prisionais
1. Depois de uma inspeção, deve ser submetido fechados a individualização do tratamento não seja
à autoridade competente um relatório escrito. Esforços prejudicada por um número demasiado elevado de
devem ser empreendidos para tornar público os relatórios reclusos. Alguns países entende-se que a população
das inspeções externas, excluindo-se qualquer dado destes estabelecimentos não deve ultrapassar os
pessoal dos reclusos, a menos que estes tenham dado quinhentos. Nos estabelecimentos abertos, a população
explicitamente o seu acordo. deve ser tão reduzida quanto possível.
2. A administração prisional ou qualquer outra 4. Por outro lado, não é recomendável manter
autoridade competente, conforme apropriado, deve estabelecimentos demasiado pequenos que possam
indicar, num prazo razoável, se as recomendações impedir que instalações adequadas sejam facultadas.
provindas das inspeções externas serão implementadas.
Regra 90
II. REGRAS APLICÁVEIS A CATEGORIAS ESPECIAIS O dever da sociedade não cessa com a
A. Reclusos condenados libertação de um recluso. Seria por isso necessário
Princípios gerais dispor de organismos governamentais ou privados
Regra 86 capazes de trazer ao recluso colocado em liberdade um
Os princípios gerais a seguir enunciados têm por auxílio pós-penitenciário eficaz, tendente a diminuir os
finalidade a definição do espírito dentro do qual os preconceitos a seu respeito e a permitir-lhe a sua
sistemas prisionais devem ser administrados e os reinserção na sociedade.
objetivos a que devem tender, de acordo com a
declaração feita na observação preliminar 1 destas Tratamento
Regras. Regra 91
O tratamento das pessoas condenadas a uma pena
Regra 87 ou medida privativa de liberdade deve ter por objetivo, na
Antes do termo da execução de uma pena ou de medida em que o permitir a duração da condenação, criar
uma medida é desejável que sejam adotadas as medidas nelas a vontade e as aptidões que as tornem capazes,
necessárias para assegurar ao recluso um regresso após a sua libertação, de viver no respeito pela lei e de
progressivo à vida na sociedade. Este objetivo poderá prover às suas necessidades. Este tratamento deve
ser alcançado, consoante os casos, através de um incentivar o respeito por si próprias e desenvolver o seu
regime preparatório da libertação, organizado no sentido da responsabilidade.
próprio estabelecimento ou em outro estabelecimento
adequado, ou mediante uma libertação condicional sujeita Regra 92
a controlo, que não deve caber à polícia, mas que deve 1. Para este fim, há que recorrer a todos os meios
comportar uma assistência social eficaz. apropriados, nomeadamente à assistência religiosa nos
países em que seja possível, à instrução, à orientação e à
Regra 88 formação profissionais, à assistência social direcionada,
1. O tratamento não deve acentuar a exclusão ao aconselhamento profissional, ao desenvolvimento
dos reclusos da sociedade, mas sim fazê-los físico e à educação moral, de acordo com as
compreender que continuam a fazer parte dela. Para este necessidades de cada recluso. Há que ter em conta o
fim, há que recorrer, sempre que possível, à cooperação passado social e criminal do condenado, as suas
de organismos da comunidade destinados a auxiliar o capacidades e aptidões físicas e mentais, a sua
pessoal do estabelecimento prisional na reabilitação personalidade, a duração da condenação e as
social dos reclusos. perspectivas da sua reabilitação.
2. Assistentes sociais, colaborando com cada 2. Para cada recluso condenado a uma pena ou a
estabelecimento, devem ter por missão a manutenção e uma medida de certa duração, o diretor do
a melhoria das relações do recluso com a sua família estabelecimento prisional deve receber, no mais breve
e com os organismos sociais que podem ser-lhe úteis. trecho após a admissão do recluso, relatórios completos
Devem adotar-se medidas tendo em vista a salvaguarda, sobre os diferentes aspetos referidos no parágrafo 1 desta
de acordo com a lei e a pena imposta, dos direitos civis, Regra. Estes relatórios devem sempre compreender um
dos direitos em matéria de segurança social e de outros relatório de um médico, se possível especializado em
benefícios sociais dos reclusos. psiquiatria, sobre a condição física e mental do recluso.
3. Os relatórios e outros elementos pertinentes
Regra 89 devem ser colocados num arquivo individual. Este arquivo
1. A realização destes princípios exige a deve ser atualizado e classificado de modo a poder ser
individualização do tratamento e, para este fim, um consultado pelo pessoal responsável sempre que
sistema flexível de classificação dos reclusos por necessário.
grupos; é por isso desejável que esses grupos sejam
colocados em estabelecimentos prisionais separados, Classificação e individualização
adequados ao tratamento de cada um deles. Regra 93
2. Estes estabelecimentos não devem possuir o 1. As finalidades da classificação devem ser:
mesmo grau de segurança para cada grupo. É desejável (a) De separar os reclusos que, pelo seu passado
prever graus de segurança consoante as necessidades criminal ou pela sua personalidade, possam vir a exercer
dos diferentes grupos. Os estabelecimentos abertos, pelo uma influência negativa sobre os outros reclusos;
próprio facto de não preverem medidas de segurança (b) De repartir os reclusos por grupos tendo em vista
física contra as evasões, mas remeterem neste domínio à facilitar o seu tratamento para a sua reinserção social.
autodisciplina dos reclusos, proporcionam aos reclusos 2. Há que dispor, na medida do possível, de
cuidadosamente escolhidos as condições mais favoráveis estabelecimentos separados ou de secções distintas
à sua reabilitação.

167
dentro de um estabelecimento para o tratamento das 1. As indústrias e as explorações agrícolas devem,
diferentes categorias de reclusos. de preferência, ser dirigidas pela administração prisional e
não por empresários privados.
Regra 94 2. Quando os reclusos forem empregues para
Assim que possível após a admissão e depois de trabalho não controlado pela administração prisional,
um estudo da personalidade de cada recluso condenado devem ser sempre colocados sob vigilância do
a uma pena ou a uma medida de uma certa duração deve pessoal prisional. Salvo nos casos em que o trabalho
ser preparado um programa de tratamento que lhe seja seja efetuado para outros departamentos do Estado, as
destinado, à luz dos dados de que se dispõe sobre as pessoas às quais esse trabalho seja prestado devem
suas necessidades individuais, as suas capacidades e o pagar à administração a remuneração normal exigível
seu estado de espírito. para esse trabalho, tendo todavia em conta a
produtividade dos reclusos.
Privilégios
Regra 95 Regra 101
Há que instituir em cada estabelecimento um 1. Os cuidados prescritos destinados a proteger a
sistema de privilégios adaptado às diferentes categorias segurança e a saúde dos trabalhadores em liberdade
de reclusos e aos diferentes métodos de tratamento, com devem igualmente existir nos estabelecimentos prisionais.
o objetivo de encorajar o bom comportamento, de 2. Devem ser adotadas disposições para indemnizar
desenvolver o sentido da responsabilidade e de estimular os reclusos por acidentes de trabalho e doenças
o interesse e a cooperação dos reclusos no seu próprio profissionais, nas mesmas condições que a lei concede
tratamento. aos trabalhadores em liberdade.

Trabalho Regra 102


Regra 96 1. As horas diárias e semanais máximas de
1. Todos os reclusos condenados devem ter a trabalho dos reclusos devem ser fixadas por lei ou
oportunidade de trabalhar e/ou participar ativamente por regulamento administrativo, tendo em consideração
na sua reabilitação, em conformidade com as suas regras ou costumes locais respeitantes ao trabalho dos
aptidões física e mental, de acordo com a determinação trabalhadores em liberdade.
do médico ou de outro profissional de saúde qualificado. 2. As horas devem ser fixadas de modo a deixar um
2. Deve ser dado trabalho suficiente de natureza dia de descanso semanal e tempo suficiente para a
útil aos reclusos, de modo a conservá-los ativos durante educação e para outras atividades necessárias como
um dia normal de trabalho. parte do tratamento e reinserção dos reclusos.

Regra 97 Regra 103


1. O trabalho na prisão não deve ser de natureza 1. O trabalho dos reclusos deve ser remunerado de
penosa. modo equitativo.
2. Os reclusos não devem ser mantidos em regime 2. O regulamento deve permitir aos reclusos a
de escravidão ou de servidão. utilização de pelo menos uma parte da sua remuneração
3. Nenhum recluso será chamado a trabalhar para para adquirir objetos autorizados, destinados ao seu uso
beneficiar, a título pessoal ou privado, qualquer membro pessoal, e para enviar outra parte à sua família.
da equipa prisional. 3. O regulamento deve prever igualmente que uma
parte da remuneração seja reservada pela administração
Regra 98 prisional de modo a constituir uma poupança que será
1. Tanto quanto possível, o trabalho proporcionado entregue ao recluso no momento da sua libertação.
deve ser de natureza que mantenha ou aumente as
capacidades dos reclusos para ganharem Educação e lazer
honestamente a vida depois de libertados. Regra 104
2. Deve ser proporcionada formação profissional, em 1. Devem ser tomadas medidas no sentido de
profissões úteis, aos reclusos que dela tirem proveito e melhorar a educação de todos os reclusos que daí tirem
especialmente a jovens reclusos. proveito, incluindo instrução religiosa nos países em que
3. Dentro dos limites compatíveis com uma seleção tal for possível. A educação de analfabetos e jovens
profissional apropriada e com as exigências da reclusos será obrigatória, prestando-lhe a administração
administração e disciplina prisional, os reclusos devem prisional especial atenção.
poder escolher o tipo de trabalho que querem fazer. 2. Tanto quanto for possível, a educação dos
reclusos deve estar integrada no sistema educacional do
Regra 99 país, para que depois da sua libertação possam continuar,
1. A organização e os métodos do trabalho nos sem dificuldades, os seus estudos.
estabelecimentos prisionais devem aproximar-se tanto
quanto possível dos que regem um trabalho semelhante Regra 105
fora do estabelecimento, de modo a preparar os reclusos Devem ser proporcionadas atividades recreativas e
para as condições de uma vida profissional normal. culturais em todos os estabelecimentos prisionais em
2. No entanto, o interesse dos reclusos e a sua benefício da saúde mental e física dos reclusos.
formação profissional não devem ser subordinados ao
desejo de realizar um benefício financeiro por meio do Relações sociais e assistência pós-prisional
trabalho prisional. Regra 106
Deve ser prestada atenção especial à manutenção e
Regra 100 melhoramento das relações entre o recluso e a sua
família que se mostrem de maior vantagem para ambos.

168
a proteção da liberdade individual ou que estabelecem os
Regra 107 trâmites a ser observados em relação a pessoas detidas
Desde o início do cumprimento da pena de um preventivamente.
recluso, deve ter-se em consideração o seu futuro depois
de libertado, devendo este ser estimulado e ajudado a Regra 112
manter ou estabelecer relações com pessoas ou 1. As pessoas detidas preventivamente devem ser
organizações externas, aptas a promover os melhores mantidas separadas dos reclusos condenados.
interesses da sua família e da sua própria reabilitação 2. Os jovens detidos preventivamente devem ser
social. mantidos separados dos adultos e ser, em princípio,
detidos em estabelecimentos prisionais separados.
Regra 108
1. Os serviços ou organizações governamentais ou Regra 113
outras, que prestam assistência a reclusos colocados em As pessoas detidas preventivamente devem
liberdade para se reestabelecerem na sociedade, devem dormir sozinhas em quartos separados, sob reserva de
assegurar, na medida do possível e do necessário, que diferente costume local relativo ao clima.
sejam facultados aos reclusos libertados documentos de
identificação apropriados, que lhes sejam garantidas Regra 114
casas adequadas e trabalho, vestuário apropriado ao Dentro dos limites compatíveis com a boa ordem do
clima e à estação do ano e recursos suficientes para estabelecimento prisional, as pessoas detidas
chegarem ao seu destino e para subsistirem no período preventivamente podem, se o desejarem, mandar vir
imediatamente seguinte à sua libertação. alimentação do exterior a expensas próprias, quer através
2. Os representantes oficiais dessas organizações da administração, quer através da sua família ou amigos.
devem ter o acesso necessário ao estabelecimento Caso contrário a administração deve fornecer-lhes a
prisional e aos reclusos, sendo consultados sobre o futuro alimentação.
do recluso desde o início do cumprimento da pena.
3. É recomendável que as atividades destas Regra 115
organizações estejam centralizadas ou sejam A pessoa detida preventivamente deve ser
coordenadas, tanto quanto possível, a fim de garantir a autorizada a usar a sua própria roupa se estiver limpa e
melhor utilização dos seus esforços. for adequada. Se usar roupa do estabelecimento prisional,
esta será diferente da fornecida aos condenados.
B. Reclusos com transtornos mentais e/ou com
problemas de saúde Regra 116
Regra 109 Será sempre dada à pessoa detida
1. As pessoas consideradas inimputáveis, ou a preventivamente a oportunidade de trabalhar, mas
quem, posteriormente, foi diagnosticado uma deficiência esta não será obrigada a fazê-lo. Se optar por trabalhar,
mental e/ou um problema de saúde grave, em relação será remunerada.
aos quais a detenção poderia agravar a sua condição,
não devem ser detidas em prisões. Devem ser tomadas Regra 117
medidas para as transferir para um estabelecimento A pessoa detida preventivamente deve ser
para doentes mentais o mais depressa possível. autorizada a obter, a expensas próprias ou a expensas de
2. Se necessário, os demais reclusos que sofrem de terceiros, livros, jornais, material para escrever e outros
outras doenças ou anomalias mentais devem ser meios de ocupação compatíveis com os interesses da
examinados e tratados em instituições especializadas, administração da justiça e com a segurança e boa ordem
sob vigilância médica. do estabelecimento prisional.
3. O serviço médico ou psiquiátrico dos
estabelecimentos prisionais deve proporcionar tratamento Regra 118
psiquiátrico a todos os reclusos que o necessitem. A pessoa detida preventivamente deve ser
autorizada a ser visitada e a ser tratada pelo seu médico
Regra 110 pessoal ou dentista se existir motivo razoável para o seu
É desejável que sejam adotadas medidas, de acordo pedido e puder pagar quaisquer despesas em que
com os organismos competentes, para que o tratamento incorrer.
psiquiátrico seja mantido, se necessário, depois da
colocação em liberdade e que uma assistência social pós- Regra 119
prisional de natureza psiquiátrica seja assegurada. 1. Todo o recluso tem o direito a ser imediatamente
informado das razões de sua detenção e sobre quaisquer
C. Reclusos detidos ou a aguardar julgamento acusações apresentadas contra si. 2. Se uma pessoa
Regra 111 detida preventivamente não tiver um advogado da sua
1. Os detidos ou presos em virtude de lhes ser escolha, ser-lhe-á designado um defensor oficioso pela
imputada a prática de uma infração penal, quer estejam autoridade judicial, ou outra autoridade, em todos os
detidos sob custódia da polícia, quer num casos em que os interesses da justiça o exigirem e sem
estabelecimento prisional, mas que ainda não foram custos para a pessoa detida preventivamente, caso esta
julgados e condenados, são doravante designados nestas não possua recursos suficientes para pagar. A
Regras por “detidos preventivamente”. possibilidade de se recusar o acesso a um advogado
2. As pessoas detidas preventivamente presumem- deve ser sujeita a uma revisão independente, sem
se inocentes e como tal devem ser tratadas. demora.
3. Estes detidos devem beneficiar de um regime
especial cujos elementos essenciais se discriminam Regra 120
nestas Regras, sem prejuízo das disposições legais sobre

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1. Os direitos e as modalidades que regem o acesso _____________________________________
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de uma pessoa detida preventivamente ao seu advogado


ou defensor oficioso, com vista à sua defesa, devem ser _____________________________________
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regulados pelos mesmos princípios estabelecidos na


Regra 61. _____________________________________
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2. A pessoa detida preventivamente deve ter à sua


disposição, se assim o desejar, material de escrita a fim _____________________________________
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de preparar os documentos relacionados com a sua


defesa e entregar instruções confidenciais ao seu
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advogado ou defensor oficioso. _____________________________________


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D. Presos civis _____________________________________


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Regra 121
Nos países cuja legislação prevê a prisão por
dívidas ou outras formas de prisão proferidas por decisão
judicial na sequência de processos que não tenham
natureza penal, os reclusos não devem ser submetidos a
maiores restrições nem ser tratados com maior
severidade do que for necessário para manter a
segurança e a ordem. O seu tratamento não deve ser
menos favorável do que o dos detidos preventivamente,
sob reserva, porém, da eventual obrigação de trabalhar.

E. Pessoas presas ou detidas sem acusação


Regra 122
Sem prejuízo das disposições contidas no artigo 9.º
do Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos,
deve ser concedida às pessoas presas ou detidas sem
acusação a proteção conferida nos termos da secção C,
Partes I e II desta Regra. As disposições relevantes da
secção A da Parte II, desta Regra, serão igualmente
aplicáveis sempre que a sua aplicação possa beneficiar
esta categoria especial de reclusos, desde que não seja
tomada nenhuma medida que implique a reeducação ou a
reabilitação de pessoas não condenadas por uma
infração penal.

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