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Síntese da Live.
I – ASPECTOS MATERIAIS
II – ASPECTO PROCEDIMENTAL
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Michely Freire Fonseca Cunha é autora do Manual de Reurb pela Juspodium e registradora de imóveis
em Virginópolis-MG.
✓ Até a publicação da lei 13.465/17 cada município definia seu procedimento;
✓ A lei 13465/17 trouxe procedimento padrão;
✓ A lei inclui a finalidade da arrecadação:
• Destinar o imóvel aos programas habitacionais,
• Destinar o imóvel à prestação de serviços públicos,
• Destinar o imóvel ao fomento da Reurb-S ou
• O imóvel será objeto de concessão de direito real de uso a entidades
civis que comprovadamente tenham fins filantrópicos, assistenciais,
educativos, esportivos ou outros, no interesse do Município ou do
Distrito Federal.
4. Fases do procedimento
As formas de comprovação do tempo de abandono não são elencadas pela lei, por
isso, o ato que regulamenta o procedimento no Município pode estabelecer rol
exemplificativo dos documentos, podendo ser utilizado, por exemplo, termos de vistoria
do agente administrativo da Prefeitura ou ata notarial (art. 384, CPC/2015).
A intenção de não mais conservar o patrimônio em seu poder é presumida pela
inadimplência fiscal (ausência de pagamento do IPTU) pelo prazo mínimo de 05 (cinco)
anos provado por meio da juntada ao procedimento do termo de inscrição da dívida
ativa, o qual tem efeito de prova pré-constituída, nos termos do art. 202 e 204 da Lei nº
5.172/66.
A lei federal estabeleceu que a notificação será por carta com aviso de recebimento
dirigida ao endereço que constar no cadastro municipal, considerando-se completa
quando comprovada a entrega nesse endereço (anexação do aviso de recebimento ao
procedimento). É dispensável que o notificado seja quem efetivamente assine o aviso
de recebimento.
Caso o endereço para notificação não seja conhecido ou os titulares de domínio não
sejam localizados, deve-se publicar edital com informação resumida da localização e a
descrição do imóvel a ser arrecadado, para que apresentem impugnação no prazo de
trinta dias, contado da data da notificação.
O prazo de impugnação é de 30 (trinta) dias, contados da data de recebimento da
notificação, ou seja, aquela data que consta no aviso de recebimento ou da publicação
do edital.
O transcurso do prazo sem manifestação do proprietário é considerado
concordância com a arrecadação, fato que deve ser certificado no procedimento pela
autoridade processante e autoriza a lavratura da declaração da arrecadação do bem,
data em que se inicia a contagem do prazo de três anos para a transferência do imóvel
ao Poder Público.
Da data da declaração de arrecadação até a efetiva transferência do imóvel ao Poder
Público pelo transcurso do prazo de três anos, o Município poderá exercer, diretamente
ou por meio de terceiros, atos de posse sobre o imóvel, por meio de investimentos
necessários para que o imóvel urbano arrecadado atinja prontamente os objetivos
sociais a que se destina.
Caso o proprietário reivindique a posse do imóvel declarado abandonado no
transcorrer do triênio fica assegurado ao Poder Público municipal o direito ao
ressarcimento prévio e em valor atualizado das despesas em que houver incorrido,
inclusive aquelas tributárias, em razão do exercício da posse provisória.
A reivindicação ou a impugnação ofertada pelo proprietário deve ilidir os requisitos
materiais da arrecadação, ou seja, o abandono e a intenção presumida de não mais
conservar o imóvel em seu poder por meio da indenização prévia e do pagamento dos
tributos.
Neste caso, o Município encerrará o procedimento de arrecadação, mas poderá
utilizar outros instrumentos para obter a função social do imóvel: 1) notificação para
parcelamento, edificação ou utilização devidamente averbada na matrícula do imóvel;
2) aplicação do IPTU progressivo no tempo; 3) desapropriação.
Após o transcurso do prazo de 3 (três) anos sem reivindicação do proprietário
transfere-se o imóvel para o Poder Público Municipal (art. 1.276, caput, CC/02) e essa
transferência deve ser aperfeiçoada no procedimento, no mínimo, por meio de
certificação simples realizada pela autoridade competente.
O procedimento de arrecadação de bem vago pode ser feito na via administrativa
ou na via judicial.
Para efetivar a transferência de propriedade, o Município deverá encaminhar ao
Cartório de Imóveis os documentos necessários ao registro a depender da situação a
seguir:
Nesta hipótese, o Oficial abrirá matrícula nos termos do art. 195-A, §7º da Lei nº
6.015/73 em favor do município.
Em ambos os casos, por não se tratar de REURB propriamente dita, o processo
de registro tem cobrança de emolumentos.