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465/2017
Institui, em todo o território nacional, normas gerais e procedimentos aplicáveis à regularização fundiária
urbana/Reurb – art. 9 e seguintes.
Decreto n° 9310/2018 que regulamentou a lei.
Os núcleos urbanos informais: são aqueles núcleos clandestinos, irregulares ou nos quais não foi
possível realizar a titulação de seus ocupantes, ainda que atendida a legislação vigente à época de
sua implantação ou regularização. (art. 11, II)
Titulação: é o processo de reconhecimento dos direitos dos ocupantes de, dentre outros, permanecer
com sua edificação no local ocupado. É preciso que estes títulos sejam registrados no cartório de
registro de imóveis. (art. 9, VI)
A Reurb promovida mediante legitimação fundiária somente poderá ser aplicada para os núcleos
urbanos informais comprovadamente existentes até 22 de dezembro de 2016. (art. 9, § 2º)
A maior parte das medidas previstas na REURB ocorre no nível administrativo, normalmente, no
órgão do Poder Municipal responsável pela regularização fundiária urbana. Por isso, é o Município o
principal agente da REURB.
A União e os Estados têm como função primordial a oferta de capacitação, de assistência técnica e
de recursos para que os Municípios cumpram adequadamente esta responsabilidade, além de, como
será visto à frente, estarem legitimados a solicitar a REURB.
2 Objetivo: é o procedimento por meio do qual se garante o direito à moradia digna daqueles que residem em
assentamentos informais localizados nas áreas urbanas.
Lei 13.465/2017 Art. 10. Constituem objetivos da Reurb, a serem observados pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios:
I - identificar os núcleos urbanos informais que devam ser regularizados, organizá-los e
assegurar a prestação de serviços públicos aos seus ocupantes, de modo a melhorar as
condições urbanísticas e ambientais em relação à situação de ocupação informal anterior;
II - criar unidades imobiliárias compatíveis com o ordenamento territorial urbano e constituir
sobre elas direitos reais em favor dos seus ocupantes;
III - ampliar o acesso à terra urbanizada pela população de baixa renda, de modo a priorizar a
permanência dos ocupantes nos próprios núcleos urbanos informais regularizados;
IV - promover a integração social e a geração de emprego e renda;
V - estimular a resolução extrajudicial de conflitos, em reforço à consensualidade e à
cooperação entre Estado e sociedade;
VI - garantir o direito social à moradia digna e às condições de vida adequadas;
VII - garantir a efetivação da função social da propriedade;
VIII - ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar
de seus habitantes;
IX - concretizar o princípio constitucional da eficiência na ocupação e no uso do solo;
X - prevenir e desestimular a formação de novos núcleos urbanos informais;
XI - conceder direitos reais, preferencialmente em nome da mulher;
XII - franquear participação dos interessados nas etapas do processo de regularização
fundiária.
* Podem requerer a REURB apenas as organizações da sociedade civil de interesse público ou outras
associações civis que tenham por finalidade atividades nas áreas de desenvolvimento urbano ou
regularização fundiária urbana.
Os legitimados poderão promover todos os atos necessários à regularização fundiária, inclusive requerer
os atos de registro, mas quem é competente para aprovar a REURB é o Município (art. 14, § 1).
O requerimento de instauração da Reurb por proprietários de terreno, loteadores e incorporadores que tenham
dado causa à formação de núcleos urbanos informais, ou os seus sucessores, não os eximirá de
responsabilidades (art. 14, § 3º).
a) Reurb de Interesse Social/Reurb-S: consiste na regularização fundiária aplicável aos núcleos urbanos
informais ocupados predominantemente por população de baixa renda, assim declarados em ato do Poder
Executivo Municipal;
O Decreto n° 9310/2018 estabelece como máximo de 5 (cinco) salários-mínimos como renda da família
a ser beneficiada pela REURB-S. No entanto, consideradas as peculiaridades locais e regionais de cada
ente federativo, ato do Poder Público municipal ou distrital pode diminuir este teto (art. 103, I).
A classificação de família de baixa renda define a existência ou não de direito à gratuidade das custas
e emolumentos notariais e registrais cobradas pelos cartórios, além de implicar a responsabilidade
pela elaboração e custeio do Projeto de Regularização Fundiária Urbana e da infraestrutura
essencial necessária (art. 5, § 8º, Decreto 9.310/18 e art. 13, § 1 da Lei 13.465.16);
Para a REURB-S, independentemente da dominialidade da área, os custos recaem sobre o Poder
Público.
5 Instrumentos
Lei 13.465/2017, Art. 15. Poderão ser empregados, no âmbito da Reurb, sem prejuízo de
outros que se apresentem adequados, os seguintes institutos jurídicos:
6.2 Diagnóstico do núcleo urbano informal e classificação da modalidade (art. 19, Lei 13.465/2017):
a) Delimitação da poligonal do núcleo a ser regularizado: uma planta com precisão que permita a
pesquisa cartorária com segurança.
b) Realização de pesquisas cartorárias: Caso algum dos imóveis atingidos ou confinantes não esteja
matriculado ou transcrito no Cartório de Registro de Imóveis da respectiva região, o Município ou Distrito
Federal deve realizar diligências perante os cartórios anteriormente competentes.
Serve para determinar a titularidade do domínio dos imóveis inseridos total ou parcialmente na poligonal
que delimita o núcleo a ser regularizado;
d) Classificação: o Município tem até 6 meses para fazer a classificação, em ato formal, se é REUB-S ou
REURB-E.
6.3 Notificação (art. 20, Lei 13.465/2017):
O Estudo Técnico Ambiental, sempre que o núcleo, ou parte dele, estiver em área de preservação
permanente (APP) ou em área de unidade de conservação de uso sustentável ou de proteção de
mananciais definidas pela União, Estados ou Municípios, conforme determina o Código Florestal.
O Estudo Técnico Ambiental deve justificar as melhorias ambientais em relação à situação de ocupação
informal anterior, inclusive por meio de compensações ambientais, se for o caso. E as partes do núcleo
que estejam fora das áreas protegidas podem ter seu Projeto de Regularização Fundiária aprovado e levado a
registro separadamente.
Feitos estes estudos, é necessário elaborar proposta de soluções para questões ambientais,
urbanísticas, de reassentamento dos ocupantes, quando for o caso.
Nas áreas de risco que não pode ser eliminado, corrigido ou administrado: ocorrerá a realocação;
É fundamental que se faça o cadastro social das famílias que ocupam o núcleo a ser regularizado,
quando são levantadas as informações dos ocupantes beneficiados pela REURB.
A REURB deve ser aprovada por ato formal do Poder Público municipal em que estiver situado o núcleo a
ser regularizado.
À decisão deve ser dada publicidade, principalmente no que se refere à aprovação do Projeto de
Regularização Fundiária, inclusive obras e serviços que devem ser executados e identificação de cada
ocupante e o respectivo direito real consagrado por ocasião da REURB.
A aprovação da REURB importa na emissão da Certidão de Regularização Fundiária (CRF), ato
administrativo de aprovação da regularização que deverá acompanhar o Projeto de Regularização
Fundiária aprovado.
De posse do Projeto de Regularização Fundiária aprovado e da Certidão de Regularização Fundiária
publicada, resta apresentá-los ao Cartório de Registro de Imóveis para a etapa de registro.