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Tópicos de Arquitetura e Urbanismo

ESTATUTO DA CIDADE
Lei Federal 10257/2001
CARTA MAGNA – C.F. 1988
Art. 5º:
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e
à propriedade, nos termos seguintes:

XXII – é garantido o direito de propriedade;


(definindo assim o que é público e o que é privado)
FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE

Mas, O que é a Função social da propriedade?

A função social da propriedade é uma obrigação


inerente às propriedades de que seu uso atenda, além
dos direitos individuais do proprietário, o interesse
público.
FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE
Art. 5º:
XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
Segundo a Constituição Federal, as propriedades deverão atender
a sua função social. Isso significa que a utilização de determinado
bem não pode atender exclusivamente o interesse do proprietário,
mas também ao interesse público.
Nos casos em que a propriedade não atende a sua função social, o
direito individual do proprietário pode ser relativizado, sofrendo
limitações e intervenções do Estado, a fim de que sejam tomadas
medidas de ajuste para que a propriedade atenda os interesses da
coletividade.
FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE
Exemplos de quando a função social da propriedade
URBANA não for atendida?

 Não respeitar a Lei de Uso e Ocupação do Solo


(taxa de ocupação, afastamentos, alturas, área
permeável)
 Não respeitar o limite do passeio e divisas

 Impede a utilização de área de servidão do lote


FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE
Quando função social da propriedade urbana não for
atendida?
Por exemplo, quando um terreno não é utilizado, o
Estado poderá:

 exigir que o proprietário construa no local;


 aumentar o valor do IPTU (Imposto sobre Propriedade
Territorial Urbana) de forma progressiva;
 desapropriar o bem, indenizando o proprietário.
Exemplos de quando a função social da propriedade
RURAL não for atendida?

Por exemplo, quando um terreno (RURAL) não é utilizado, o


Estado poderá:

 exigir que o proprietário produza no local;


 desapropriar o bem, para fiz turísticos, por exemplo
(indenizando o proprietário, em dinheiro).
 Fazer a reforma agrária ou assentamentos
CARTA MAGNA – C.F. 1988
CAPÍTULO II - DA POLÍTICA URBANA
Art. 182: A política de desenvolvi mento urbano, executada pelo Poder Público
municipal , conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o
pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem -estar de
seus habitantes . (para que toda a cidade cresça organizadamente e de forma
digna)
§ 1º - O plano diretor , aprovado pela Câmara Municipal, obrigatóri o para cidades
com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de
desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º - A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
§ 3º - As desapro p riaçõ es de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa
indenização em dinheiro.
CARTA MAGNA – C.F. 1988
CAPÍTULO II - DA POLÍTICA URBANA
Art. 182:
§ 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica
para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal ,
do proprietário do solo urbano não edificado , subutilizado ou não
utilizado, que promova seu adequado aproveitamento , sob pena,
sucessivamente, de: I - parcelamento ou edificação compulsórios ; II -
imposto sobre a propriedade predial; III - desapropriação com
pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão
previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de
até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o
valor real da indenização e os juros legais.
ESTATUTO DA CIDADE

O Estatuto da Cidade aparece como lei inovadora para


consolidação de uma nova cidade, capaz de atender à
diversidade de interesses e corrigir algumas distorções ora
existentes nas cidades.
Contudo, sabe-se que não se trata de algo que possua
a mais sublime perfeição; muito embora funcione como
aliado da administração pública, deve ser objeto de
constante aprimoramento.
ESTATUTO DA CIDADE

Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal.


 Estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá
outras providências.
 Estabelece normas de ordem pública e interesse social
que regulam o uso da propriedade urbana, em prol do
bem coletivo, da segurança e do bem -estar dos cidadãos,
bem como do equilíbrio ambiental.
LEI 10.257/2001
Art. 2: A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e da
propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais :
I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o
direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à
infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos,
ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;
II – gestão democrática por meio da participação da população e
de associações representativas dos vários segmentos da
comunidade na formulação, execução e acompanhamento de
planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano;
LEI 10.257/2001
Art. 2:
III – cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os
demais setores da sociedade no processo de urbanização, em
atendimento ao interesse social;
IV – planejamento do desenvolvimento das cidades , da
distribuição espacial da população e das atividades econômicas
do Município e do território sob sua área de influência, de
modo a evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e
seus efeitos negativos sobre o meio ambiente;
V – oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e
serviços públicos adequados aos interesses e necessidades da
população e às características locais;
ENTÃO...
Em outras palavras, o Estatuto da Cidade
regulamentar a função social da PROPRIEDADE
URBANA, como também definir a função social da
CIDADE, com a finalidade de bem -estar e
desenvolvimento urbano para os habitantes.

Art 182 da C. F.
§ 2º - A propriedade urbana cumpre sua função social
quando atende às exigências fundamentais de ordenação da
cidade expressas no plano diretor.
LEI 10.257/2001 – PLANO DIRETOR
CAPÍTULO III - DO PLANO DIRETOR

Art. 39 : A propriedade urbana cumpre sua função social quando


atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade
expressas no plano diretor , assegurando o atendimento das
necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de vida, à justiça
social e ao desenvolvimento das atividades econômicas,
respeitadas as diretrizes previstas no art. 2º desta Lei.
LEI 10.257/2001 – PLANO DIRETOR
Art. 40 : O plano diretor, aprovado por lei municipal, é o instrumento
básico da política de desenvolvimento e expansão urbana.

§ 1º O plano diretor é parte integrante do processo de planejamento


municipal, devendo o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e o
orçamento anual incorporar as diretrizes e as prioridades nele contidas.
§ 2º O plano diretor deverá englobar o território do Município como um
todo.
§ 3º A lei que instituir o plano diretor deverá ser revista, pelo menos, a
cada dez anos.
LEI 10.257/2001 – PLANO DIRETOR
Art. 40 :

§ 4º No processo de elaboração do plano diretor e na fiscalização de sua


implementação, os Poderes Legislativo e Executivo municipais garantirão:

I – a promoção de audiências públicas e debates com a participação da


população e de associações representativas dos vários segmentos da
comunidade;
II – a publicidade quanto aos documentos e informações produzidos;
III – o acesso de qualquer interessado aos documentos e informações
produzidos.
LEI 10.257/2001 – PLANO DIRETOR

Quais cidades precisam elaborar o


Plano Diretor?
(Artigo 41)
LEI 10.257/2001 – PLANO DIRETOR
Art. 41 : O plano diretor é obrigatório para cidades :
I – com mais de vinte mil habitantes;
II – integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas ;
III – onde o Poder Público municipal pretenda utilizar os instrumentos
previstos no § 4º do art. 182 da Constituição Federal;
Art. 182:
§ 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: I -
parcelamento ou edificação compulsórios; II - imposto sobre a propriedade predial; III -
desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
Art. 41 : O plano diretor é obrigatório para cidades:

IV – integrantes de áreas de especial interesse turístico;


V – inseridas na área de influência de empreendimentos ou
atividades com significativo impacto ambiental de âmbito regional
ou nacional.
VI - incluídas no cadastro nacional de Municípios com áreas
suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto,
inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos
correlatos.
A r t . 4 1 : V – e m p ree n d i m e nto s o u a t i v i d a d e s c o m s i g n i f i cat i vo i m p a c to a m b i e nta l
§ 1 º N o ca s o d a re a l i za çã o d e e m p re e n d i m e nto s o u a t i v i d a d e s e n q u a d ra d o s n o i n c i s o V d o
ca p u t , o s r e c u rs o s t é c n i c o s e f i n a n c e i ro s p a ra a e l a b o ra çã o d o p l a n o d i reto r e s ta rã o
i n s e r i d o s e nt re a s m e d i d a s d e c o m p e n s a çã o a d o ta d a s .
§ 2 º N o ca s o d e c i d a d e s co m m a i s d e q u i n h e nto s m i l h a b i tante s , d ev e rá s e r e l a b o ra d o u m
p l a n o d e t ra n s p o r te u r b a n o i n t e g ra d o , co m p a t í v e l co m o p l a n o d i reto r o u n e l e i n s e r i d o .
§ 3 º A s c i d a d e s d e q u e t ra ta o c a p u t d e s te a r t i go d ev e m e l a b o ra r p l a n o d e r o ta s
a c e s s í ve i s , co m p a t í v e l co m o p l a n o d i reto r n o q u a l e s tá i n s e r i d o, q u e d i s p o n h a s o b re o s
p a s s e i o s p ú b l i c o s a s e r e m i m p l a ntad o s o u r e fo r m a d o s p e l o p o d e r p ú b l i co, co m v i s ta s a
ga ra nt i r a c e s s i b i l i d a d e d a p e s s o a co m d ef i c i ê n c i a o u co m m o b i l i d a d e re d u z i d a a to d a s a s
ro ta s e v i a s ex i s te nte s , i n c l u s i v e a s q u e co n c e nt re m o s fo co s g e ra d o re s d e m a i o r
c i rc u l a çã o d e p e d e s t re s , co m o o s ó rgã o s p ú b l i co s e o s l o ca i s d e p re s ta çã o d e s e r v i ço s
p ú b l i co s e p r i va d o s d e s a ú d e , e d u ca çã o, a s s i s tê n c i a s o c i a l , e s p o r te , c u l t u ra , co r re i o s e
t e l é g ra fo s , b a n co s , e nt re o u t ro s , s e m p re q u e p o s s í ve l d e m a n e i ra i n t e g ra d a c o m o s
s i s t e m a s d e t ra n s p o r te c o l e t i vo d e p a s s a ge i ro s .
LEI 10.257/2001 – PLANO DIRETOR
Art. 42 : O plano diretor deverá conter no mínimo :
I – a delimitação das áreas urbanas onde poderá ser
aplicado o parcelamento, edificação ou utilização
compulsórios, considerando a existência de infra -
estrutura e de demanda para utilização, na forma do art.
5º desta Lei;
§ 5º Em empreendimentos de grande porte, em caráter excepcional, a lei
municipal específica a que se refere o caput poderá prever a conclusão
em etapas, assegurando -se que o projeto aprovado compreenda o
empreendimento como um todo.
A r t . 4 2 : O p l a n o d i r e to r d e ve rá c o n t e r n o m í n i m o :
I I – d i s p o s i ç õ e s r e q u e r i d as p e l o s a r t s . 2 5 , 2 8 , 2 9 , 3 2 e 3 5 d e s ta L e i ;
- Á r e a s c o m d i r e i to d e p r e e m p ç ã o ( é a p r e f e r ê n c ia q u e te m o Po d e r P ú b l ic o m u n i c ip a l
p a r a a q u i s i çã o d e i m ó ve l u r b a n o o b j eto d e a l i e n a ç ã o o n e r o s a e n t r e p a r t i c ul a r e s ) .
- Á r e a s c o m o u to r g a o n e ro s a d o d i r e ito d e c o n s t r uir ( o d i r e i to d e c o n s t r ui r p o d e r á s e r
ex e r c id o a c i m a d o c o e f i ci e n te d e a p r o ve i t am e n to . .. )
- Á r e a s p e r m i t id a s a a l ter aç ã o d e u s o d o s o l o
- Á r e a s d e o p e r a ç õ e s u r b a n a s c o n s o rc i a d a s ( c o n j un to d e i n te r v e nç õ e s e m e d i d a s
c o o r d e n a d a s p e l o Po d e r P ú b l i c o m u n i c i p al , c o m a p a r t i c i p aç ã o d o s p r o p r iet á r io s ,
m o r a d o r e s , u s u á r i o s p e r m a n e n te s e i nv e s t i d o r e s p r i va d o s .. .)
- Á r e a s p e r m i t id a s a t r a n s fe r ê n c ia d o d i r e i to d e c o n s t r uir ( p r o p r i et á r i o q u e d o a r a o
Po d e r P ú b l i co p a r te d o i m ó v el p a r a f i n s s o c i a i s )
I I I – s i s t e m a d e a c o m p a n h am e nto e c o n t ro l e .
( c o m p r o c e s s o d e g e s t ã o d e m o c r á t ic a e p a r t i c i p a t iv a )
ENTÃO...

Em outras palavras, os princípios norteadores do


Plano Diretor são: função social da propriedade,
desenvolvimento sustentável, funções sociais da
cidade, igualdade e justiça social e a participação
popular.
LEI 10.257/2001 – PLANO DIRETOR

Qual o principal instrumento do


Estatuto da Cidades?
Plano Diretor
Existem outros?
Sim...
OUTROS INSTRUMENTOS
DO ESTATUTO DA CIDADE
CARACTERIZAÇÃO SEGUNDO A SUA NATUREZA:

Instrumentos para:
 Induzir o Desenvolvimento
 Financiamento da Políticas Públicas
 Democratização da Gestão
 Regularização Fundiária
OUTROS INSTRUMENTOS
DO ESTATUTO DA CIDADE
CARACTERIZAÇÃO SEGUNDO A SUA NATUREZA:

A) Instrumentos para a indução do desenvolvimento:


parcelamento, edificação ou utilização compulsórios dos
imóveis, Imposto predial ou territorial urbano progressivo no
tempo, desapropriação com pagamentos em títulos da dívida
pública, consórcio imobiliário, transferência do direito de
construir, direito de preempção, outorga onerosa do direito de
construir, operações urbanas consorciadas e direito de
superfície.
OUTROS INSTRUMENTOS
DO ESTATUTO DA CIDADE
CARACTERIZAÇÃO SEGUNDO A SUA NATUREZA:

B) Instrumentos de financiamento da política urbana:


imposto predial ou territorial urbano progressivo no tempo,
desapropriação com pagamentos em títulos da dívida pública,
direito de preempção, outorga onerosa do direito de construir, e
operações urbanas consorciadas.
OUTROS INSTRUMENTOS
DO ESTATUTO DA CIDADE
CARACTERIZAÇÃO SEGUNDO A SUA NATUREZA:

C) Instrumentos de democratização da gestão urbana:


órgãos colegiados de política urbana, debates, audiências e
consultas públicas, conferências sobre assuntos de interesse
urbano, estudo de impacto de vizinhança, gestão orçamentária
participativa e gestão participativa metropolitana.
OUTROS INSTRUMENTOS
DO ESTATUTO DA CIDADE
CARACTERIZAÇÃO SEGUNDO A SUA NATUREZA:

D) Instrumentos de regularização fundiária:


usucapião especial de imóvel urbano, concessão de direito real
de uso, direito de preempção, outorga onerosa do direito de
construir, operações urbanas consorciadas e estudo de impacto
de vizinhança.
CARTA MAGNA – C.F. 1988
CAPÍTULO II - DA POLÍTICA URBANA
Art. 183: Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e
cinqüenta metros quadrados , por cinco anos, ininterruptamente e
sem oposição, utilizando -a para sua moradia ou de sua família,
adquirirlhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro
imóvel urbano ou rural.
§ 1º - O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao
homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado
civil.
§ 2º - Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de
uma vez.
§ 3º - Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
OBRIGADA

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