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NORMA ABNT NBR


BRASILEIRA IEC
61000-4-2
Primeira edição
11.11.2013

Válida a partir de
11.12.2013
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Compatibilidade eletromagnética (EMC)


Parte 4-2: Ensaios e técnicas de medição —
Ensaio de imunidade de descarga eletrostática
Electromagnetic compatibility
Part 4-2: Testing and measurement techniques — Electrostatic discharge
immunity test

ICS 33.100.20 ISBN 978-85-07-04604-2

Número de referência
ABNT NBR IEC 61000-4-2:2013
61 páginas

© IEC 2008 - © ABNT 2013


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Sumário Página

Prefácio Nacional ..............................................................................................................................vii


Introdução ...........................................................................................................................................ix
1 Escopo ................................................................................................................................1
2 Referências normativas .....................................................................................................2
3 Termos e definições ...........................................................................................................2
4 Generalidades.....................................................................................................................4
5 Níveis do ensaio .................................................................................................................5
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6 Gerador de ensaio ..............................................................................................................5


6.1 Generalidades....................................................................................................................5
6.2 Características e desempenho do gerador de ESD ........................................................6
6.3 Verificação da montagem de ESD ....................................................................................9
7 Montagem de ensaio ........................................................................................................10
7.1 Equipamento de ensaio ...................................................................................................10
7.2 Montagem de ensaio para os ensaios executados em laboratório .............................10
7.2.1 Requisitos de ensaio .......................................................................................................10
7.2.2 Equipamento usado sobre a mesa .................................................................................12
7.2.3 Equipamento utilizado sobre o piso...............................................................................13
7.2.4 Equipamento não aterrado ..............................................................................................14
7.3 Montagem de ensaio para ensaios pós-instalação.......................................................17
8 Procedimento de ensaio ..................................................................................................18
8.1 Condições de referência do laboratório ........................................................................18
8.1.1 Parâmetros ambientais ....................................................................................................18
8.1.2 Condições climáticas .......................................................................................................19
8.1.3 Condições eletromagnéticas...........................................................................................19
8.2 Exercício do ESE ..............................................................................................................19
8.3 Execução do ensaio .........................................................................................................19
8.3.1 Descarga no ESE ..............................................................................................................19
8.3.2 Aplicação direta de descargas do ESE ..........................................................................20
8.3.3 Aplicação indireta de descarga ......................................................................................22
9 Avaliação dos resultados de ensaio...............................................................................22
10 Relatório de ensaio ..........................................................................................................23
Bibliografia .........................................................................................................................................61

Anexos
Anexo A (informativo) Notas explanatórias ......................................................................................24
A.1 Considerações gerais ......................................................................................................24
A.2 Influências das condições do ambiente nos níveis de carga ......................................24
A.3 Relação das condições do ambiente para corrente de descarga ..............................25
A.4 A.4 Seleção dos níveis de ensaio ...................................................................................26
A.5 Seleção de pontos de ensaio ..........................................................................................27
A.6 Razões técnicas para o uso do método de descarga por contato ..............................27

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A.7 Seleção dos elementos para o gerador do ESD............................................................27


A.8 Justificativa relacionada à especificação do gerador ..................................................28
Anexo B (informativo) Calibração do sistema de medição de corrente e medição da corrente de
descarga ............................................................................................................................29
B.1 Especificação do alvo de corrente – Impedância de entrada ......................................29
B.2 Especificação de alvo de corrente – Perda por inserção .............................................29
B.2.1 Cadeia de medição ...........................................................................................................29
B.2.2 Linha de adaptação do alvo ............................................................................................30
B.2.3 Determinação da perda por inserção de uma cadeia alvo-atenuador-cabo ...............31
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B.3 Determinação da impedância de transferência de baixa frequência de uma cadeia


alvo-atenuador-cabo ........................................................................................................32
B.4 Calibração do gerador de ESD........................................................................................33
B.4.1 Resultado de calibração ..................................................................................................33
B.4.2 Equipamentos de ensaio exigidos para a calibração do gerador de ESD ..................33
B.4.3 Procedimentos para calibração do gerador no modo contato ....................................33
Anexo C (informativo) Exemplo de um alvo de calibração atendendo aos requisitos
do Anexo B .......................................................................................................................36
Anexo D (informativo) Campos radiados a partir da descarga humana em metal
e geradores de ESD .........................................................................................................41
D.1 Visão global do processo que causa campos intencionais e não intencionais ........41
D.1.1 Generalidades...................................................................................................................41
D.1.2 ESD devido ao ser humano .............................................................................................41
D.1.3 Gerador de ESD ................................................................................................................42
D.2 Reação do ESE ao ensaio de ESD ..................................................................................43
D.3 Campos transitórios em evento de ESD de referência .................................................44
D.4 Tensão induzida em um pequeno laço (loop) ................................................................45
D.5 Medição de campos radiados devido a uma ESD usando sondas de campo
comerciais e geradores de ESD......................................................................................47
D.6 Procedimento simples para estimativa de campos radiados e tensões induzidas por
geradores de ESD ............................................................................................................49
D.7 Documento de referência ................................................................................................50
Anexo E (informativo) Considerações sobre incerteza de medição (MU) .....................................51
E.1 Generalidade.....................................................................................................................51
E.2 Categorias de incerteza ...................................................................................................51
E.3 Limitações.........................................................................................................................52
E.4 Cálculo da incerteza tipo B .............................................................................................52
E.5 Compilação de uma planilha de incerteza .....................................................................53
E.6 Fontes de incerteza de ESD ............................................................................................54
E.7 Incerteza dos resultados de calibração .........................................................................55
E.8 Aplicação do critério de cumprimento de incertezas no gerador de ESD..................58
Anexo F (informativo) Variação nos resultados de ensaio e estratégia de escalonamento ........59
F.1 As variações nos resultados de ensaios .......................................................................59
F.2 Estratégia de escalonamento..........................................................................................59

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Figuras
Figura 1 – Diagrama simplificado do gerador de ESD .....................................................................6
Figura 2 – Forma de onda de corrente de descarga por contato ideal 4 kV ..................................8
Figura 3 – Eletrodo de descarga do gerador de ESD .......................................................................9
Figura 4 – Exemplo de montagem de ensaio para equipamento utilizado sobre a mesa,
ensaios em laboratório ....................................................................................................12
Figura 5 – Exemplo de montagem de ensaio para equipamento utilizado sobre o piso,
ensaios em laboratório ....................................................................................................13
Figura 6 – Exemplo de uma montagem de ensaio para equipamento usado sobre
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a mesa não aterrado ........................................................................................................15


Figura 7 – Exemplo de uma montagem de ensaio para equipamento não aterrado
usado sobre o piso ..........................................................................................................16
Figura 8 – Exemplo de montagem de ensaio para equipamento sobre o piso,
ensaios de pós-instalação...............................................................................................18
Figura A.1 – Valores máximos de tensões eletrostáticas com as quais operadores podem ser
carregados enquanto em contato com o material mencionado na Seção A.2 ...........25
Figura B.1 – Exemplo de uma linha de adaptação fixada ao alvo de corrente ............................30
Figura B.2 – Exemplo de um lado frontal de um alvo de corrente................................................30
Figura B.3 – Exemplo de medição de perda por inserção na cadeia
alvo de corrente-atenuador-cabo....................................................................................31
Figura B.4 – Diagrama do circuito para determinar a impedância de transferência do sistema
em baixa frequência .........................................................................................................32
Figura B.5 – Montagem típica para calibração do desempenho do gerador de ESD .................34
Figura C.1 – Desenho mecânico de um alvo coaxial (desenho 1 de 5) ........................................36
Figura C.2 – Desenho mecânico de um alvo coaxial (desenho 2 de 5) ........................................37
Figura C.3 – Desenho mecânico de um alvo coaxial (desenho 3 de 5) ........................................38
Figura C.4 – Desenho mecânico de um alvo coaxial (desenho 4 de 5) ........................................39
Figura C.5 – Desenho mecânico de um alvo coaxial (desenho 5 de 5) ........................................40
Figura D.1 – Campo elétrico de um ser humano real, segurando metal, carregado em 5 kV,
medido a 0,1 m de distância e para um comprimento de arco de 0,7 mm..................44
Figura D.2 – O campo magnético de um ser humano real, segurando o metal, carregado
com 5 kV, medido a 0,1 m de distância e para um comprimento de arco
de aproximadamente 0,5 mm ..........................................................................................45
Figura D.3 – Semicírculo do laço no plano de terra .......................................................................46
Figura D.4 – Tensões induzidas em um semilaço (loop) ...............................................................46
Figura D.5 – Exemplo de montagem de ensaio para medir campos de ESD radiados...............47
Figura D.6 – Comparação entre as quedas de tensão medidas (linha cheia) e calculadas
numericamente (linha pontilhada) no laço para uma distância de 45 cm ..................48
Figura D.7 – Comparação entre o campo H calculado a partir dos dados medidos (linha cheia)
e H campo calculado por simulação numérica (linha pontilhada) ..............................49
Figura D.8 – Estrutura iluminada pelos campos radiados e circuito equivalente .......................50
Figura D.9 – Campos H radiados .....................................................................................................50

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Tabelas
Tabela 1 – Níveis de ensaios ..............................................................................................................5
Tabela 2 – Especificações gerais .......................................................................................................7
Tabela 3 – Parâmetros de forma de onda da corrente de descarga ...............................................7
Tabela 4 – Casos para aplicação de ESE em conectores ..............................................................20
Tabela A.1 – Orientações para a seleção dos níveis de ensaio ....................................................26
Tabela B.1 – Procedimento de calibração da descarga por contato ............................................34
Tabela E.1 – Exemplo de planilha de incerteza para a calibração do tempo de subida da ES ..56
Tabela E.2 – Exemplo de planilha de incerteza para a calibração da corrente de pico de ESD 57
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Tabela E.3 – Exemplo de planilha de incerteza para calibração de I30, I60 da ESD ...................58

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Prefácio Nacional

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional de Normalização. As Normas


Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos
de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE),
são elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos,
delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).

Os Documentos Técnicos ABNT são elaborados conforme as regras da Diretiva ABNT, Parte 2.
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A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) chama atenção para a possibilidade de que
alguns dos elementos deste documento podem ser objeto de direito de patente. A ABNT não deve ser
considerada responsável pela identificação de quaisquer direitos de patentes.

A ABNT NBR IEC 61000-4-2 foi elaborada no Comitê Brasileiro de Eletricidade (ABNT/CB-03),
pela Comissão de Estudo de Compatibilidade Eletromagnética (CE-03:077.01). O seu 1º Projeto
circulou em Consulta Nacional conforme Edital nº 09, de 20.09.2012 a 19.10.2012, com o número
de Projeto 03:077.01-007. O seu 2º Projeto circulou em Consulta Nacional conforme Edital nº 08,
de 28.08.2013 a 25.09.2013, com o número de 2º Projeto 03:077.01-007.

Esta Norma é uma adoção idêntica, em conteúdo técnico, estrutura e redação, à IEC 61000-4-2:2008
Edição 2.0, que foi elaborada pelo Technical Committee Electromagnetic compatibility (IEC/TC 77),
Subcommittee High frequency phenomena (SC 77B), conforme ISO/IEC Guide 21-1:2005.

O Escopo desta Norma Brasileira em inglês é o seguinte:

Scope
This part of ABNT NBR IEC 61000 relates to the immunity requirements and test methods for electrical
and electronic equipment subject to static electricity discharges, from operators directly, and from
personnel to adjacent objects. It additionally defines ranges of test levels which relate to different
environmental and installation conditions and establishes test procedures.

The object of this Standard is to establish a common and reproducible basis for evaluating the
performance of electrical and electronic equipment when subjected to electrostatic discharges.
In addition, it includes electrostatic discharges which may occur from personnel to objects near vital
equipment.

This Standard defines:

— typical waveform of the discharge current;

— range of test levels;

— test equipment;

— test setup;

— test procedure;

— calibration procedure;

— measurement uncertainty.

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This Standard gives specifications for test performed in “laboratories” and “post-installation tests”
performed on equipment in the final installation.

This Standard does not intend to specify the tests to be applied to particular apparatus or systems.
Its main aim is to give a general basic reference to all concerned product committees of the IEC.
The product committees (or users and manufacturers of equipment) remain responsible for the
appropriate choice of the tests and the severity level to be applied to their equipment.

In order not to impede the task of coordination and standardization, the product committees or users
and manufacturers are strongly recommended to consider (in their future work or revision of old
standards) the adoption of the relevant immunity tests specified in this standard.
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Introdução

A IEC 61000-4 é uma parte da série IEC 61000, publicada de acordo com a seguinte estrutura:

Parte 1: Generalidades
Considerações gerais (introdução, princípios fundamentais)
Definições, terminologia

Parte 2: Ambiente
Descrição do ambiente
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Classificação do ambiente
Níveis de compatibilidade

Parte 3: Limites
Limites de emissão
Limites de imunidade (nos pontos em que elas não estejam sob responsabilidade dos comitês
de produtos)

Parte 4: Técnicas de ensaio e medição


Técnicas de medição
Técnicas de ensaio

Parte 5: Orientações de mitigação e instalação


Orientações de instalação
Dispositivos e métodos de mitigação

Parte 6: Recomendações genéricas

Parte 9: Miscelâneas

Cada parte é adicionalmente subdividida em várias partes, publicadas como Normas Internacionais,
Especificações Técnicas ou Relatórios Técnicos, algumas das quais já publicadas como seções.
Outras serão publicadas com o número de parte seguido por um hífen e um segundo número
identificando a subdivisão (por exemplo, 61000-6-1).

Esta parte da ABNT NBR IEC 61000 é uma norma que fornece requisitos de imunidade e procedimentos
de ensaio relacionados à descarga eletrostática

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Compatibilidade eletromagnética (EMC)


Parte 4-2: Ensaios e técnicas de medição — Ensaio de imunidade de
descarga eletrostática

1 Escopo
Esta parte da ABNT NBR IEC 61000 se refere aos requisitos de imunidade e aos métodos de ensaio
para equipamento eletroeletrônico sujeito às descargas de eletricidade estática, diretamente a partir
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de operadores em objetos adjacentes. Adicionalmente, esta Norma define faixas de níveis de ensaio
relacionadas a diferentes ambientes e condições de instalação e estabelece procedimentos de ensaio.

O objetivo desta Norma é estabelecer uma base comum e reproduzível para avaliar o desempenho
do equipamento elétrico e eletrônico quando sujeito a descargas eletrostáticas. Além disso,
inclui as descargas eletrostáticas que podem ocorrer de pessoas para objetos próximos a equipamentos
vitais.

Esta Norma define:

— forma de onda típica de corrente de descarga;

— faixas de níveis de ensaio;

— equipamento de ensaio;

— montagem de ensaio;

— procedimento de ensaio;

— procedimento de calibração;

— incerteza de medição.

Esta Norma fornece especificações para ensaios executados em “laboratórios” e “ensaios


pós-instalação” executados no equipamento na instalação final.

Esta Norma não pretende especificar os ensaios a serem aplicados em equipamentos ou sistemas
específicos. Seu objetivo principal é dar uma referência básica geral para todos os comitês de produto
interessados da IEC. Os comitês de produto (ou os usuários e os fabricantes de equipamento)
permanecem responsáveis pela escolha apropriada dos ensaios e do nível de severidade a ser
aplicada em seu equipamento.

A fim de não impedir a tarefa da coordenação e padronização, os comitês do produto ou os usuários


e fabricantes são fortemente recomendados a considerar (em seu trabalho futuro ou revisão
de recomendações antigas) a adoção dos ensaios pertinentes de imunidade especificados
nesta Norma.

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2 Referências normativas
Os seguintes documentos normativos são indispensáveis para a aplicação deste documento.
Para referências datadas, se aplica somente a edição citada. Para referências não datadas, se aplica
a última edição dos documentos referenciados (incluindo qualquer emenda).

ABNT NBR IEC 60050-161: Vocabulário eletrotécnico internacional – Capítulo 161: Compatibilidade
eletromagnética

IEC 60068-1:1988, Environmental testing – Part 1: General and guidance


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3 Termos e definições
Para os efeitos da ABNT NBR IEC 61000, aplicam-se os seguintes termos e definições, aplicáveis
ao campo restrito de descarga eletrostática; nem todos eles estão incluídos
na ABNT NBR IEC 60050-161.

3.1
método da descarga pelo ar
método de ensaio no qual o eletrodo carregado do gerador de ensaio é movido em direção
ao ESE até tocá-lo

3.2
material antiestático
material que exibe propriedades que minimizam a geração de cargas quando separado ou esfregado
contra o mesmo material ou outros materiais similares

3.3
calibração
conjunto de operações que estabelece, por referência a normas, a relação que existe em condições
específicas, entre uma indicação e um resultado de uma medição

NOTA 1 Este termo é baseado na abordagem da “incerteza”.

NOTA 2 A relação entre as indicações e os resultados de medição pode ser expressa, em princípio,
por um diagrama de calibração.

[IEV 311-01-09]

3.4
ensaio de conformidade
ensaio em uma amostra representativa do equipamento, com o objetivo de determinar se o equipamento,
conforme projetado pelo fabricante, pode atender aos requisitos desta Norma

3.5
método de descarga por contato
método de ensaio no qual o eletrodo do gerador de ensaio é mantido em contato com o ESE ou plano
de acoplamento, e a descarga é realizada através da chave de descarga dentro do gerador

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3.6
plano de acoplamento
folha de metal ou placa, na qual as descargas são aplicadas para simular descarga eletrostática
em objetos adjacentes do ESE, HCP: plano de acoplamento horizontal; VCP: plano de acoplamento
vertical

3.7
degradação (de desempenho)
afastamento indesejado do desempenho funcional de um dispositivo, equipamento ou sistema
em relação ao desempenho previsto
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NOTA O termo “degradação” pode se aplicar à falha temporária ou permanente.

[IEV 161-01-19]

3.8
aplicação direta
aplicação da descarga diretamente no ESE

3.9
compatibilidade eletromagnética (EMC)
capacidade de um dispositivo, equipamento ou sistema de funcionar satisfatoriamente no seu ambiente
eletromagnético, sem introduzir perturbação eletromagnética intolerável em tudo que se encontre
nesse ambiente

[IEV 161-01-07]

3.10
descarga eletrostática (ESD)
transferência de carga elétrica entre corpos de diferentes potenciais eletrostáticos na proximidade
ou através de contato direto

[IEV 161-01-22]

3.11
capacitor de armazenamento de energia
capacitor do gerador de ESD que representa a capacidade de um corpo humano carregado no valor
da tensão do ensaio

NOTA Este elemento pode ser fornecido como um componente discreto, ou uma capacitância distribuída.

3.12
ESE
equipamento sob ensaio

3.13
plano de referência de terra (GRP)
superfície condutiva plana cujo potencial é utilizado como uma referência comum

[IEV 161-04-36]

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3.14
tempo de espera
intervalo de tempo dentro do qual a diminuição da tensão do ensaio devido à fuga, antes da descarga,
não é maior que 10 %

3.15
imunidade (a uma perturbação)
habilidade de um dispositivo, equipamento ou sistema de operar sem degradação na presença de uma
perturbação eletromagnética

[IEV 161-01-20]
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3.16
aplicação indireta
aplicação de descarga a um plano de acoplamento na proximidade do ESE para simular descarga
de pessoas em objetos que são adjacentes ao ESE

3.17
tempo de subida
intervalo de tempo entre os instantes em que o valor instantâneo de um pulso atinge pela primeira vez
o limite mais baixo e mais alto especificados

NOTA A menos que especificado ao contrário, os valores mais baixos e mais altos são fixados
em 10 % e 90 % da amplitude do pulso.

[IEV 161-02-05, modificado]

3.18
verificação
conjunto de operações que são usadas para verificar o sistema do equipamento de ensaio
(por exemplo, o gerador de ensaio e cabos de interconexão) e para demonstrar que o sistema de
ensaio está funcionando

NOTA 1 Os métodos usados para verificação podem ser diferentes daqueles usados para calibração.

NOTA 2 Para a finalidade desta Norma básica de EMC, esta definição é diferente da definição dada em
IEV 311-01-13.

4 Generalidades
Esta Norma relaciona-se a equipamentos, sistemas, subsistemas e periféricos que podem ser
envolvidos em descargas de eletricidade estática devido ao ambiente e condições da instalação,
como a baixa umidade relativa, o uso dos tapetes de baixa condutividade (fibra artificial), vestuários
de vinil etc., que podem existir em todos locais classificados em normas pertinentes para equipamento
eletroeletrônico (para informações mais detalhadas, ver Seção A.1).

NOTA Do ponto de vista técnico, o termo preciso para o fenômeno seria “descarga de eletricidade
estática”. Entretanto, o termo descarga eletrostática (ESD) é amplamente utilizado no mundo técnico
e na literatura técnica. Portanto, decidiu-se manter o termo descarga eletrostática no título desta Norma.

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5 Níveis do ensaio
A faixa preferencial dos níveis do ensaio para o ensaio de ESD é dada na Tabela 1.

A descarga por contato é o método de ensaio preferencial. As descargas pelo ar devem ser usadas
onde a descarga por contato não pode ser aplicada. As tensões para cada método de ensaio
são dadas na Tabela 1. As tensões mostradas são diferentes para cada método, devido às diferenças
dos métodos de ensaio. Isto não implica que a severidade do ensaio seja equivalente entre os métodos
do ensaio.

Os detalhes a respeito dos vários parâmetros que podem influenciar o nível de tensão que o corpo
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humano pode carregar são dados na Seção A.2. A Seção A.4 também contém exemplos da aplicação
dos níveis do ensaio relativos às classes do ambiente (instalação).

Para ensaio de descarga pelo ar, o ensaio deve ser aplicado em todos os níveis de ensaio da Tabela 1
até e inclusive o nível especificado. Para ensaio de descarga por contato, deve ser aplicado somente
no nível de ensaio especificado, a menos que disposto o contrário pelo comitê de produto.

Informação adicional é dada nas Seções A.3, A.4 e A.5.

Tabela 1 – Níveis de ensaios

Descarga por contato Descarga pelo ar

Tensão de ensaio Tensão de ensaio


Nível Nível
kV kV

1 2 1 2
2 4 2 4
3 6 3 8
4 8 4 15
xa Especial xa Especial
a
“x” pode ser qualquer nível, acima, abaixo ou entre os outros. O nível deve ser prescrito na especificação
dedicada ao equipamento. Se tensões mais elevadas do que aquelas mostradas forem especificadas, pode
ser necessário equipamento de ensaio especial.

6 Gerador de ensaio
6.1 Generalidades

O gerador de ensaio consiste, em suas partes principais, em:

— resistor de carregamento Rc;

— capacitor de armazenamento de energia C s;

— capacitância distribuída Cd;

— resistor de descarga Rd;

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— indicador de tensão;

— chave de descarga;

— chave de carga;

— pontas permutáveis de eletrodo de descarga (ver Figura 3);

— cabo de retorno de descarga;

— unidade da fonte de alimentação.


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Um diagrama simplificado do gerador de ESD é dado na Figura 1. Os detalhes construtivos não


são dados.

Rc Rd
Ponta de descarga

Chave de carga Chave de descarga

CC AT
alimentação Cs + Cd

Conexão de retorno
da descarga
NOTA 1 Cd é a capacitância distribuída que existe entre o gerador e sua vizinhança.

NOTA 2 Cd + Cs tem um valor típico de 150 pF.

NOTA 3 Rd tem um valor típico de 330 Ω.

Figura 1 – Diagrama simplificado do gerador de ESD

O gerador deve atender aos requisitos dados em 6.2 quando avaliado de acordo com os procedimentos
do Anexo B. Portanto, nem o diagrama da Figura 1 nem os valores dos elementos são especificados
em detalhes.

6.2 Características e desempenho do gerador de ESD

O gerador de ensaio deve atender às especificações dadas nas Tabelas 2 e 3. A Figura 2 mostra
uma forma de onda de corrente ideal e os pontos de medição referenciados nas Tabelas 2 e 3.
A conformidade com estas especificações deve ser demonstrada de acordo com os métodos descritos
no Anexo B.

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Tabela 2 – Especificações gerais

Parâmetros Valores

Tensão de saída, modo de descarga


No mínimo de 1 kV a 8 kV, nominal
por contato (ver NOTA 1)
Tensão de saída, modo de descarga No mínimo de 2 kV a 15 kV, nominal
pelo ar (ver NOTA 1) (ver NOTA 3)
Tolerância de tensão de saída ±5%
Polaridade de tensão de saída Positiva e negativa
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Tempo de manutenção ≥5s


Modo de operação de descarga Descargas únicas (ver NOTA 2)
NOTA 1 Tensão de circuito aberto medido no eletrodo de descarga do gerador de ESD.
NOTA 2 Convém que o gerador seja capaz de gerar uma taxa de repetição de no mínimo
20 descargas por segundo para fins exploratórios.
NOTA 3 Não é necessário o uso de um gerador com capacidade para descarga pelo ar de
15 kV, se a tensão máxima de ensaio utilizada for menor.

Tabela 3 – Parâmetros de forma de onda da corrente de descarga

Nível Tensão Primeiro pico Tempo de subida tr Corrente Corrente


indicada corrente de (± 25 %) (± 30 %) (± 30 %)
descarga em 30 ns em 60 ns
± 15 %

kV A ns A A

1 2 7,5 0,8 4 2

2 4 15 0,8 8 4
3 6 22,5 0,8 12 6

4 8 30 0,8 16 8

O ponto de referência para a medição do tempo para corrente em 30 ns e 60 ns é o instante quando


a corrente atinge pela primeira vez 10 % do 1º pico da corrente de descarga.
NOTA O tempo de subida, t r , é o intervalo de tempo entre 10 % e 90 % do valor do 1° pico de corrente .

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15 Ip
10 % I p
90 % I p
Corrente (A)

10

I 30

5
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I 60

10 % I p

10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
tr
Tempo (ns)
IEC 2206/08

Figura 2 – Forma de onda de corrente de descarga por contato ideal 4 kV

A equação para a forma de onda idealizada da Figura 2, I(t), é conforme a seguir:


n n
⎛t⎞ ⎛ t ⎞
⎜⎝ ⎟⎠ ⎜⎝ ⎟⎠
I τ1 ⎛ −t ⎞ I τ3 ⎛ −t ⎞
I (t ) = 1 × × exp ⎜ ⎟ + 2 × × exp ⎜ ⎟
k1 ⎛t⎞ ⎝ τ 2 ⎠ k2
n
⎛ t ⎞
n ⎝ τ4 ⎠
1+ ⎜ ⎟ 1+ ⎜ ⎟
⎝ τ1⎠ ⎝ τ3 ⎠

onde

⎛ τ1 ⎛ nτ 2 ⎞ 1 n ⎞
k1 = exp ⎜ − ⎜ ⎟ ⎟
⎝ τ 2 ⎝ τ1 ⎠ ⎠

⎛ τ ⎛ nτ ⎞ 1 n ⎞
k2 = exp ⎜ − 3 ⎜ 4 ⎟ ⎟
⎝ τ 4 ⎝ τ3 ⎠ ⎠
e

τ1 = 1,1 ns; τ2 = 2 ns; τ3 = 12 ns; τ4 = 37 ns;

I1 = 16,6 A (em 4 kV); I2 = 9,3 A (em 4 kV);

n = 1,8.

Recomenda-se que o gerador seja fornecido com meios para prevenir emissões radiadas e conduzidas
não intencionais, tanto pulsadas como contínuas, de modo a não perturbar o ESE ou equipamento
de ensaio auxiliar por efeitos parasíticos (ver Anexo D).

O eletrodo de descarga deve estar conforme o formato e as dimensões mostrados na Figura 3.


O eletrodo pode ser coberto com tinta isolante, desde que as especificações da forma de onda
de corrente de descarga sejam atendidas.

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Corpo do gerador

∅12 ± 1
Parte intercambeável (ponta)

∅8 ± 1

50 ± 1

IEC 2207/08
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3a) – Eletrodo de descarga para descargas pelo ar

∅12 ± 1 25° a 40°

Ponta aguda
IEC 2208/08

3b) – Eletrodo de descarga para descargas por contato

Figura 3 – Eletrodo de descarga do gerador de ESD

Para o método do ensaio de descarga pelo ar, o mesmo gerador é usado e a chave de descarga
tem que estar fechada. O gerador deve ser adequado com a ponta redonda mostrada na Figura 3a).
Como é usado o mesmo gerador de ESD, nenhuma especificação adicional existe para o método
de descarga pelo ar.

O cabo de retorno da descarga do gerador de ensaio deve ser de (2 ± 0,05) m de extensão,


e construído para permitir que o gerador atenda à especificação da forma de onda. O comprimento
do cabo de retorno de descarga é medido a partir do corpo do gerador de ESD até o final do ponto de
conexão. Ele deve ser suficientemente isolado para evitar o fluxo da corrente de descarga para pessoas
ou superfícies condutivas outras que não via suas terminações, durante o ensaio de ESD.

O cabo de retorno de descarga usado para ensaio deve ser o mesmo ou idêntico ao cabo usado
durante a calibração.

Em casos onde um comprimento de 2 m do cabo de retorno de descarga é insuficiente


(por exemplo, para ESE altos), um comprimento até 3 m pode ser usado. A especificação
da forma de onda deve ser atendida com os cabos usados durante o ensaio.

6.3 Verificação da montagem de ESD

A finalidade da verificação é assegurar que a montagem de ensaio de ESD está operando. A montagem
de ensaio de ESD inclui:

— o gerador de ESD;

— o cabo de retorno da descarga;

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— os resistores de dreno de 470 Ω;

— o plano de referência de terra; e

— todas conexões que formam o caminho da descarga.

Exemplos para montagem de ensaio de ESD são dados na Figura 4 para equipamentos operados
sobre a mesa e na Figura 5 para equipamentos operados sobre o piso.

Para verificar a montagem apropriada do ensaio de ESD, um método de verificação pode ser observar
que, nos ajustes de baixa tensão, uma pequena centelha é criada durante a descarga pelo ar no plano
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de acoplamento e uma grande centelha é criada em ajustes maiores. Para esta verificação é essencial
verificar antes a conexão da fita de terra e localização.

Raciocínio: Visto que as formas de onda do gerador de ESD não variam tipicamente de maneira sutil
(por exemplo, o tempo de subida e duração da forma de onda não derivam), a falha mais provável
do gerador de ESD seria aquela que nenhuma tensão foi entregue ao eletrodo de descarga ou que
nenhum controle de tensão estava presente. Qualquer dos cabos, resistores ou conexões ao longo
do caminho da descarga pode estar danificado, perdido ou faltando, resultando na não ocorrência
de descarga.

É recomendado que a montagem de ensaio de ESD seja verificada antes do ensaio.

7 Montagem de ensaio
7.1 Equipamento de ensaio

A montagem de ensaio consiste no gerador de ensaio, ESE e instrumentação auxiliar necessária para
executar aplicação direta e indireta de descargas no ESE da seguinte maneira:

a) descarga por contato em superfícies condutivas e nos planos do acoplamento;

b) descarga pelo ar em superfícies de isolamento.

Dois tipos diferentes de ensaios podem ser discriminados:

— ensaios de tipo (de conformidade) executados nos laboratórios;

— ensaios pós-instalação executados no equipamento em suas condições finais de instalação.

O ensaio preferencial é aquele ensaio de tipo realizado em laboratórios.

O ESE deve ser configurado de acordo com as instruções do fabricante por instalação (se várias).

7.2 Montagem de ensaio para os ensaios executados em laboratório

7.2.1 Requisitos de ensaio

Os seguintes requisitos se aplicam aos ensaios executados em laboratórios sob as condições


ambientais de referência esboçadas em 8.1.

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Um plano de referência de terra deve ser fornecido no piso do laboratório. Deve ser uma folha metálica
(cobre ou alumínio) de 0,25 mm de espessura no mínimo; outros materiais metálicos podem ser
usados, mas eles devem ter no mínimo 0,65 mm de espessura.

O plano de referência de terra deve se projetar além do ESE ou do plano de acoplamento horizontal
(quando aplicável) por pelo menos 0,5 m em todos os lados, e deve ser conectado ao sistema
de aterramento de proteção.

Os regulamentos de segurança locais devem ser sempre atendidos.

O ESE deve ser arranjado e conectado de acordo com seus requisitos funcionais.
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Uma distância de no mínimo 0,8 m deve ser provida entre o ESE e as paredes do laboratório e
qualquer outra estrutura metálica.

O ESE e o gerador de ESD (incluindo qualquer fonte de alimentação externa) devem ser aterrados
de acordo com suas especificações de instalação. Nenhuma conexão adicional de aterramento é
permitida.

O posicionamento dos cabos da energia e sinal deve ser representativo da prática de instalação.

O cabo de retorno de descarga do gerador de ESD deve ser conectado ao plano de referência de
terra. Somente em casos onde o comprimento do cabo exceder o comprimento necessário para se
aplicar as descargas em pontos selecionados, o excesso de comprimento deve, onde possível, ser
colocado não indutivamente fora do plano de referência de terra. O cabo de retorno da descarga não
pode vir mais próximo que 0,2 m de outras partes condutivas na montagem de ensaio, exceto o plano
de referência de terra.

NOTA 1 É permitido conectar o cabo de retorno da descarga na parede metálica do laboratório de ensaio,
desde que a parede seja eletricamente conectada ao plano de referência de terra.

A conexão dos cabos de terra ao plano de referência de terra e todas as conexões devem ser de
baixa impedância, por exemplo, pelo uso de dispositivos de fixação mecânica para aplicações de alta
frequência.

Onde os planos de acoplamento são especificados, por exemplo, para permitirem aplicação indireta
da descarga, eles devem ser construídos de placas metálicas (cobre ou alumínio) de 0,25 mm no
mínimo de espessura (outros materiais metálicos podem ser usados, mas eles devem ter no mínimo
0,65 mm de espessura) e devem ser conectados ao plano terra de referência através de um cabo com
resistor de 470 kΩ, localizado em cada uma das extremidades. Estes resistores devem ser capazes de
suportar a tensão de descarga. Os resistores e cabos devem ser isolados para evitar curtos-circuitos
com o plano de referência de terra quando os cabos pousarem sobre o plano.

NOTA 2 Os resistores de dreno de 470 kW que estão contidos nos cabos de aterramento do HCP e VCP
(ver Figuras 4 a 8) são usados para evitar que a carga aplicada nos planos desapareçam instantaneamente
depois da descarga do gerador de ESD no plano. Isto aumenta o impacto do evento de ESD no ESE.
Recomenda-se que os resistores sejam capazes de suportar a tensão máxima de descarga aplicada
no plano do ESE durante o ensaio. Convém que eles sejam posicionados próximo a cada extremidade
do cabo de aterramento, a fim de criar uma resistência distribuída.

Especificações adicionais para os diferentes tipos de equipamento são dadas abaixo.

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7.2.2 Equipamento usado sobre a mesa


A montagem de ensaio deve consistir em uma mesa de madeira, com (0,8 ± 0,08) m de altura,
posicionada no plano de referência à terra.

Um plano de acoplamento horizontal (HCP), com (1,6 ± 0,02) m × (0,8 ± 0,02) m, deve ser colocado
sobre a mesa. O ESE e seus cabos devem ser isolados do plano de acoplamento por um suporte
de isolação de (0,5 ± 0,05) mm de espessura.
NOTA É recomendado que as propriedades de isolação sejam mantidas.

Se o ESE for demasiadamente grande para ser colocado a 0,1 m, no mínimo, de todos os lados
do HCP, um HCP adicional idêntico deve ser usado, colocado a (0,3 ± 0,02) m do primeiro HCP.
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A mesa tem que ser aumentada ou duas mesas podem ser utilizadas. Os HCP não podem ser
conectados juntos, exceto através dos cabos resistivos ao GRP.

Quaisquer pés de montagem associados com o ESE devem permanecer no lugar.

Um exemplo de montagem do ensaio para o equipamento usado sobre a mesa é dado na Figura 4.

Posição típica para


descarga direta no ESE
Fonte de alimentação

Suporte Posição típica da descarga


Posição típica para isolante indireta no VCP
descarga indireta no HCP
Plano de acoplamento
horizontal (HCP) 1,6 m × 0,8 m

Condutor de proteção

VCP
0,5 m × 0,5 m

0,1 m

Suporte
isolante
470 kΩ

0,1 m
470 kΩ

Fonte de
Plano de referência
alimentação
de terra (GRP)
470 kΩ

470 kΩ

Mesa não condutiva

IEC 2209/08

Figura 4 – Exemplo de montagem de ensaio para equipamento utilizado sobre a mesa,


ensaios em laboratório

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7.2.3 Equipamento utilizado sobre o piso

O ESE deve ser isolado do plano de terra de referência através de um suporte isolante de 0,05 m
a 0,15 m de espessura. Os cabos do ESE devem ser isolados do plano de referência de terra
ou através de um suporte isolante de (0,5 ± 0,05) mm. Esta isolação do cabo deve se estender
além da extremidade da isolação do ESE.

Um exemplo de montagem do ensaio para o equipamento utilizado sobre o piso é dado na Figura 5.

Condutor de proteção
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Posição típica para Descarga indireta pelo


descarga direta VCP (incluindo o condutor
do VCP)

0,1 m

Posição típica para


descarga indireta no VCP

VCP Cabo de
alimentação
0,5 m × 0,5 m
Cabos de sinais

470 kΩ
Fonte de
alimentação

Suporte
isolante

470 kΩ

Fonte de
Plano de referência alimentação
de terra (GRP)

IEC 2210/08

Figura 5 – Exemplo de montagem de ensaio para equipamento utilizado sobre o piso,


ensaios em laboratório

Quaisquer pés de montagem associados com o ESE devem permanecer no local.

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7.2.4 Equipamento não aterrado

7.2.4.1 Generalidades

A montagem de ensaio descrita nesta subseção é aplicável ao equipamento ou parte(s) do equipamento


cujas especificações de instalação ou projeto impedem a conexão a qualquer sistema de aterramento.
Isto inclui equipamento portátil, operado à bateria (interna ou externa), com ou sem carregador
(cabo de alimentação não aterrado) e equipamento de dupla isolação (equipamento classe II).

Raciocínio: O equipamento não aterrado, ou as partes não aterradas do equipamento, não podem
descarregar-se similarmente ao equipamento alimentado pela rede de classe I. Se a carga não for
removida antes do próximo pulso de ESD ser aplicado, é possível que o ESE ou partes do ESE
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seja(m) estressada(s) até duas vezes a tensão de ensaio planejada. Portanto, este tipo de equipamento
ou partes do equipamento podem ser carregados com uma carga elevada não realista, através do
acúmulo de várias descargas de ESD na capacitância de isolação de classe II, e então descarregar na
tensão de ruptura da isolação com uma energia muito maior.

A montagem geral de ensaio deve ser idêntica àquela descrita em 7.2.2 e 7.2.3, respectivamente.

Para simular um único evento de ESD (tanto pelo ar ou pela descarga por contato), a carga no ESE
deve ser removida antes de cada pulso aplicado de ESD.

A carga no ponto ou na parte metálica em que o pulso de ESD é para ser aplicado, por exemplo,
carcaça do conector, pinos de carga da bateria, antenas metálicas, deve ser removida antes de cada
pulso do ensaio de ESD ser aplicado.

Quando uma ou diversas partes metálicas acessíveis estão sujeitas ao ensaio de ESD, a carga deve
ser removida do ponto onde o pulso de ESD é aplicado, porque nenhuma garantia pode ser dada
sobre a resistência entre este e outros pontos acessíveis no produto.

Um cabo com resistores de dreno de 470 kΩ, similares àquele usado com o HCP e VCP, é o dispositivo
preferencial para remover as cargas; ver 7.2.

Como a capacitância entre o ESE e HCP (sobre a mesa) e entre ESE e GRP (sobre o piso)
é determinada pelo tamanho do ESE, o cabo com resistores de dreno pode permanecer instalado durante
o ensaio de ESD, quando permitido funcionalmente. No cabo de descarga com os resistores de dreno,
um resistor deve ser conectado tão perto quanto possível, preferivelmente menos de 20 mm do ponto
de ensaio do ESE. O segundo resistor deve ser conectado perto da extremidade do cabo anexado
ao HCP para o equipamento utilizado sobre a mesa (ver Figura 6), ou GRP para o equipamento usado
sobre o piso (ver Figura 7).
A presença do cabo com os resistores de escoamento pode influenciar os resultados do ensaio de algum
equipamento. Um ensaio com o cabo desconectado durante o pulso de ESD tem precedência sobre
o ensaio com o cabo instalado durante o ensaio, contanto que a carga tenha decaído suficientemente
entre as descargas sucessivas.
Portanto, como uma alternativa, as seguintes opções podem ser usadas:
— o tempo de intervalo entre descargas sucessivas deve ser estendido ao tempo necessário para
permitir o decaimento natural da carga do ESE;
— escovar o ESE com uma escova da fibra do carbono, aterrada com resistores de escoamento
(por exemplo, 2 × 470 kΩ) no cabo de aterramento.
NOTA Em caso de disputa a respeito do decaimento da carga, a carga no ESE pode ser monitorada
por um medidor de campo elétrico sem contato. Quando a carga decair abaixo de 10 % do valor inicial, o ESE
é considerado descarregado.

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Bateria externa opcional/carregador


Plano de acoplamento
horizontal (HCP) 1,6 m × 0,8 m
Fonte de
alimentação Cabo de alimentação não aterrado
Carga indireta pelo opcional
VCP

Posição típica para


descarga indireta no VCP Suporte isolante

Condutor de
0,1 m proteção
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VCP
0,5 m × 0,5 m

470 kΩ
470 kΩ
470 kΩ
Cabo com resistores de
escoamento para descarga
no ESE
Suporte isolante
0,1 m
Fonte de
Posição típica para
alimentação
descarga direta no EUT

470 kΩ
470 kΩ
Fonte de
Posição típica para alimentação
descarga indireta
no HCP

Plano de referência 470 kΩ


de terra (GRP)

Mesa não condutiva

IEC 2211/08

Figura 6 – Exemplo de uma montagem de ensaio para equipamento usado sobre


a mesa não aterrado

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Condutor de proteção

0,1 m
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Cabo de
VCP alimentação não
Posição tipica de
descarga direta no ESE 0,5 m × 0,5 m aterrado

470 kΩ
Fonte de
alimentação

470 kΩ

Suporte de
isolação

Plano de referência 470 kΩ


de terra (GRP)
Fonte de
470 kΩ alimentação

Cabo com resistores de


escoamento para descarga no
ESE IEC 2212/08

Figura 7 – Exemplo de uma montagem de ensaio para equipamento não aterrado


usado sobre o piso

7.2.4.2 Equipamento usado sobre a mesa

Equipamento usado sobre a mesa sem qualquer conexão metálica ao plano de referência de terra
deve ser instalado similarmente a 7.2.2 e Figura 4.

Quando uma parte acessível metálica, à qual o pulso de ESD deve ser aplicado, está disponível
no ESE, esta parte deve ser conectada ao HCP através do cabo com os resistores de escoamento;
ver Figura 6.

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7.2.4.3 Equipamento usado sobre o piso

Equipamento usado sobre o piso sem qualquer conexão metálica ao plano de referência de terra deve
ser instalado similarmente a 7.2.3 e Figura 5.

Um cabo com resistores de escoamento deve ser usado entre a parte acessível metálica, à qual
o pulso do ESD deve ser aplicado, e o plano de referência de terra (GRP); ver Figura 7.

7.3 Montagem de ensaio para ensaios pós-instalação

Estes ensaios pós-instalação que são realizados no local de instalação, podem ser aplicados quando
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acordado entre o fabricante e o consumidor. Tem sido considerado que outros equipamentos instalados
no mesmo local podem ser afetados de maneira inaceitável.

NOTA Adicionalmente, o próprio ESE pode sofrer envelhecimento significativo a partir do ensaio de ESD
no local de instalação. O tempo médio de falha (MTTF) de muitos circuitos eletrônicos modernos decresce
significativamente se estes circuitos tiverem que suportar uma vez a descarga de eletricidade estática.
O mau funcionamento não precisa ocorrer imediatamente durante o ensaio de ESD, mas o dispositivo
frequentemente falhará mais rápido do que se não tivesse suportado ensaios de ESD. Levando isto em
consideração, pode ser inteligente não realizar ensaio de ESD no local de instalação.

Se for decidido realizar os ensaios de ESD pós-instalação, o ESE deve ser ensaiado em suas condições
finais de instalação.

A fim de facilitar uma conexão para o cabo de retorno de descarga, um plano de referência de terra
deve ser colocado no piso da instalação, perto do ESE, a cerca de 0,1 m. Este plano deve ser de
cobre ou de alumínio, com não menos de 0,25 mm de espessura. Outros materiais metálicos podem
ser usados, contanto que a espessura mínima seja de 0,65 mm. Recomenda-se que o plano seja
de aproximadamente 0,3 m de largura e 2 m de comprimento, onde a instalação permitir.

Este plano de referência de terra deve ser conectado ao sistema de proteção de aterramento.
Onde isto não é possível, deve ser conectado ao terminal de aterramento do ESE, se disponível.

O cabo do retorno da descarga do gerador de ESD deve ser conectado ao plano de referência.
Onde o ESE for instalado em uma mesa de metal, a mesa deve ser conectada ao plano de referência
através de um cabo com um resistor de 470 kΩ posicionado em cada extremidade, para impedir um
acúmulo da carga.

As partes metálicas não aterradas devem ser ensaiadas seguindo 7.2.4. O cabo com os resistores
de escoamento deve ser conectado ao GRP próximo ao ESE.

Um exemplo de montagem de ensaios de pós-instalação é dado na Figura 8.

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Descarga indireta pelo


VCP (incluindo suporte
do VCP)
Condutor de proteção

Posição típica para


descarga direta no ESE

0,1 m

Posição para
descarga indireta
no VCP
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VCP
0,5 m × 0,5 m

Fonte de
470 kΩ
alimentação

Plano de referência 470 kΩ


de terra (GRP)
2m Fonte de alimentação
0,1 m
Suporte de insolação

0,3 m

IEC 2213/08

Figura 8 – Exemplo de montagem de ensaio para equipamento sobre o piso,


ensaios de pós-instalação

8 Procedimento de ensaio
8.1 Condições de referência do laboratório

8.1.1 Parâmetros ambientais

A fim de minimizar o impacto de parâmetros ambientais nos resultados de ensaio, os ensaios


e calibração devem ser realizados em condições de referência climáticas e eletromagnéticas,
como especificado em 8.1.2 e 8.1.3.

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8.1.2 Condições climáticas

O ESE deve ser operado dentro de suas condições climáticas pretendidas.

No caso de ensaio de descarga pelo ar, as condições climáticas devem estar dentro das seguintes
faixas:

— temperatura ambiente: 15 °C a 35 ºC;

— umidade relativa: 30 % a 60 %;
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— pressão atmosférica: 86 kPa (860 mbar) a 106 kPa (1 060 mbar).

NOTA Outros valores podem ser aplicados para equipamentos utilizados somente em ambientes
com condições particulares.

8.1.3 Condições eletromagnéticas

As condições eletromagnéticas do laboratório devem ser tais que garantam a operação correta
do ESE, a fim de não influenciar os resultados de ensaio.

8.2 Exercício do ESE

Os programas de ensaio e softwares devem ser escolhidos para exercitar todos os modos normais
de operação do ESE. O uso do software de exercício especial é incentivado, mas permitido somente
onde se pode mostrar que o ESE está sendo exercitado de maneira compreensível.

Para o ensaio de conformidade, o ESE deve ser operado continuamente em seu modo mais sensível
(ciclo de programa), que deve ser determinado por ensaio preliminar.

Se for exigido equipamento de monitoração, ele deve ser desacoplado do ESE, a fim de reduzir
a possibilidade de indicação falsa.

8.3 Execução do ensaio

8.3.1 Descarga no ESE

O ensaio deve ser executado pela aplicação direta e indireta das descargas ao ESE de acordo
com um plano de ensaio. Este deve incluir:

— condições de funcionamento representativas do ESE;

— se o ESE deve ser ensaiado como equipamento usado sobre a mesa ou sobre o piso;

— os pontos em que as descargas devem ser aplicadas;

— em cada ponto, se as descargas por contato ou pelo ar devem ser aplicadas;

— o nível do ensaio a ser aplicado;

— o número de descargas a serem aplicadas em cada ponto para o ensaio de conformidade;

— se os ensaios de pós-instalação devem também ser aplicados.

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Pode ser necessário realizar algum ensaio investigatório para estabelecer alguns aspectos do plano
de ensaio.

NOTA 1 Referir-se ao Anexo E para exemplos de cálculo de incerteza em caso de necessidade de fornecer
incerteza de medição.

NOTA 2 Em caso de variações dos resultados de ensaio, o Anexo F propõe uma estratégia de escalonamento
de ESD para determinar fontes de diferenças.

8.3.2 Aplicação direta de descargas do ESE

A menos que indicado de outra maneira em normas genéricas, normas de família de produto e normas
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de produto, as descargas eletrostáticas devem ser aplicadas somente naqueles pontos e superfícies
do ESE que são acessíveis às pessoas durante o uso normal. As seguintes exclusões aplicam-se
(isto é, as descargas não são aplicadas para aqueles itens):

a) aqueles pontos e superfícies que são somente acessíveis em manutenção. Neste caso,
os procedimentos especiais de mitigação de ESD devem ser dados na documentação de
acompanhamento;

b) aqueles pontos e superfícies que são somente acessíveis em serviço pelo usuário (final).
Os exemplos destes pontos raramente acessados são: os contatos da bateria ao mudar as
baterias, a fita cassete em uma máquina de secretária telefônica etc.;

c) aqueles pontos e superfícies do equipamento que não são mais acessíveis após a instalação fixa
ou após ter seguido as instruções para o uso, por exemplo, da parte inferior e/ou o lado da parede
do equipamento ou as áreas atrás dos conectores fixos;

d) os contatos dos conectores coaxiais e multipino que são fornecidos com uma carcaça de conector
metálico. Neste caso, as descargas por contato devem ser aplicadas somente na carcaça metálica
desse conector.

Contatos dentro de um conector não condutivo (por exemplo, plástico) e que são acessíveis
devem ser ensaiados somente pelo ensaio de descarga pelo ar. Este ensaio deve ser realizado
usando a ponta arredondada do gerador de ESD.

Geralmente, seis casos devem ser considerados:


Tabela 4 – Casos para aplicação de ESE em conectores

Carcaça do Material de
Caso Descarga pelo ar em: Descarga por contato em:
conector cobertura
1 Metálico Nenhum – Carcaça
2 Metálico Isolado Cobertura Carcaça quando acessível
3 Metálico Metálico – Carcaça e cobertura
4 Isolado Nenhum a –
5 Isolado Isolado Cobertura –
6 Isolado Metálico – Cobertura
NOTA Caso uma cobertura seja aplicada para fornecer blindagem (ESD) dos pinos do conector, recomenda-se que a
cobertura ou superfície próxima ao conector no qual a cobertura é aplicada seja etiquetada com uma advertência sobre
ESD.
a Se a norma de produto (família) exigir ensaio nos pinos individuais de um conector isolado, devem ser aplicadas
descargas pelo ar.

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e) aqueles contatos dos conectores ou outras partes acessíveis que são sensíveis a ESD
por causa de razões funcionais e são fornecidas com etiqueta de advertência de ESD, por exemplo,
entradas de RF de medição, recepção ou outras funções de comunicação.

Raciocínio: Muitas portas de conector são projetadas para suportar informação de alta frequência,
tanto analógica como digital, e não podem, consequentemente, ser fornecidas com dispositivos de
proteção de sobretensão suficientes. No caso dos sinais analógicos, filtros passa-faixa podem ser uma
solução. Os diodos de proteção de sobretensão têm demasiada capacitância de dispersão para serem
úteis nas frequências em que o ESE é projetado para operar.

Em todos os casos anteriores, convém que a documentação de acompanhamento forneça


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os procedimentos especiais de mitigação de ESD.

Não é recomendável que o nível do ensaio final exceda o valor da especificação do produto, a fim
de evitar danos ao equipamento.

O ensaio deve ser executado com descargas únicas. Em cada ponto pré-selecionado, pelo menos
10 descargas únicas (na polaridade mais sensível) devem ser aplicadas.

NOTA 1 O número mínimo de descargas aplicadas é dependente do ESSE; para produtos com circuitos
sincronizados, convém que o número de descargas seja maior.

Para o intervalo de tempo entre cargas únicas sucessivas, é recomendado um valor inicial de 1 s.
Intervalos maiores podem ser necessários para determinar se ocorreu falha no sistema.

NOTA 2 Os pontos nos quais é recomendado que a descarga seja aplicada podem ser escolhidos por meio
de uma prospecção conduzida com taxa de repetição de 20 descargas por segundo ou mais.

O gerador de ESD deve ser empunhado perpendicularmente, quando possível, à superfície na qual a
descarga é aplicada. Isto melhora a repetitividade dos resultados de ensaio. Se o gerador de ESD não
puder ser empunhado perpendicularmente à superfície, a condição de ensaio utilizada para realizar
as descargas deve ser registrada no relatório de ensaio.

O cabo de retorno de descarga do gerador deve ser mantido em uma distância de pelo menos 0,2 m
do ESE enquanto a descarga estiver sendo aplicada.

No caso das descargas por contato, a ponta do eletrodo de descarga deve tocar no ESE,
antes que a chave de descarga seja acionada.

No caso das superfícies pintadas cobrindo um substrato condutivo, o seguinte procedimento deve ser
adotado:

Se o revestimento não for declarado como sendo um revestimento isolante pelo fabricante do
equipamento, então a ponta pontiaguda do gerador deve penetrar no revestimento para fazer o
contato com o substrato condutivo. O revestimento declarado como isolante pelo fabricante deve ser
submetido somente à descarga pelo ar. O ensaio da descarga por contato não pode ser aplicado em
tais superfícies.

No caso das descargas pelo ar, o gerador de ESD deve se aproximar do ESE tão rápido quanto
possível, até que o contato entre o eletrodo e o ESE seja feito (sem causar danos mecânicos).
Depois de cada descarga, o gerador de ESD (eletrodo de descarga) deve ser removido do ESE.
O gerador é então preparado para uma nova descarga única. Este procedimento deve ser repetido
até que as descargas sejam completadas. No caso do ensaio de descarga pelo ar, a chave
de descarga, que é usada para a descarga por contato, deve ser fechada.

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8.3.3 Aplicação indireta de descarga

8.3.3.1 Descargas em objetos próximos do ESE

As descargas em objetos colocados ou instalados perto do ESE devem ser simuladas aplicando as
descargas do gerador de ESD a um plano do acoplamento, no modo de descarga por contato.

Além do procedimento de ensaio descrito em 8.3.2, os requisitos dados em 8.3.3.2 e 8.3.3.3 devem
ser atendidos.

8.3.3.2 Plano de acoplamento horizontal (HCP) sob o ESE


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A descarga no HCP deve ser feita horizontalmente na borda do HCP.

Pelo menos 10 descargas únicas (na polaridade mais sensível) devem ser aplicadas na borda dianteira
de cada HCP oposto ao ponto central de cada unidade (se aplicável) do ESE e 0,1 m da parte frontal
do ESE. O eixo longitudinal do eletrodo de descarga deve estar no plano do HCP e perpendicular
à sua borda frontal durante a descarga.

O eletrodo de descarga deve estar em contato com a borda do HCP antes da chave de descarga ser
acionada (ver Figura 4).

Normas do produto podem exigir que todos os lados do ESE sejam expostos a este ensaio.

8.3.3.3 Plano de acoplamento vertical (VCP)

Pelo menos 10 descargas simples (na polaridade mais sensível) devem ser aplicadas no centro de
uma borda vertical do plano do acoplamento (Figuras 4 e 5). O plano de acoplamento, de dimensões
0,5 m × 0,5 m, é colocado paralelo e posicionado a uma distância de 0,1 m, do ESE.

As descargas devem ser aplicadas ao plano de acoplamento, com posições diferentes suficientes, tais
que as quatro faces do ESE sejam completamente iluminadas. Considera-se que uma posição do VCP
ilumina 0,5 m × 0,5 m de área da superfície do ESE.

9 Avaliação dos resultados de ensaio


Os resultados de ensaio devem ser classificados nos termos da perda de função ou da degradação
de desempenho do equipamento sob ensaio, com relação a um nível de desempenho definido por seu
fabricante ou pelo solicitante do ensaio, ou concordado entre o fabricante e o comprador do produto.
A classificação recomendada é como a seguir:

a) desempenho normal dentro dos limites especificados pelo fabricante, solicitante ou comprador;

b) perda temporária de função ou degradação do desempenho que cessa depois que a


perturbação cessa, e da qual o equipamento sob ensaio recupera seu desempenho normal,
sem intervenção do operador;

c) perda temporária de função ou degradação do desempenho, cuja correção exige


a intervenção do operador;

d) perda de função ou degradação do desempenho que não é recuperada, devido a dano no


hardware ou software, ou à perda de dados.

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A especificação do fabricante pode definir efeitos no ESE que podem ser considerados insignificantes
e, consequentemente, aceitáveis.

Esta classificação pode ser usada como um guia para formular critérios de desempenho, pelos comitês
responsáveis por normas genéricas, de produto ou de família de produto, ou como uma estrutura para
acordo sobre critérios de desempenho entre o fabricante e o comprador, por exemplo, onde nenhuma
norma genérica, de produto ou de família de produto existir.

10 Relatório de ensaio
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O relatório de ensaio deve conter todas as informações necessárias para reproduzir o ensaio. Em
particular, o seguinte deve ser registrado:

— os itens especificados no plano de ensaio exigido pela Seção 8 desta Norma.

— identificação do ESE e de qualquer equipamento associado, por exemplo, marca, tipo de produto,
número de série;

— identificação do equipamento de ensaio, por exemplo, marca, tipo de produto e número de série;

— quaisquer condições ambientais especiais em que o ensaio foi executado, por exemplo, câmara
blindada;

— quaisquer condições específicas necessárias para permitir que o ensaio seja executado;

— nível de desempenho definido pelo fabricante, solicitante ou pelo comprador;

— critério de desempenho especificado na norma de família de produtos, de produto ou genérica;

— quaisquer efeitos no ESE observados durante ou após a aplicação da perturbação de ensaio


e a duração em que estes efeitos persistem;

— a justificativa para a decisão de passa-falha (baseada no critério de desempenho especificado


pela norma de família de produtos, de produto ou genérica, ou acordada entre o fabricante
e o comprador);

— quaisquer condições específicas de uso, por exemplo, comprimento ou tipo de cabo, blindagem ou
aterramento, ou condições de operação do ESE, que são exigidas para conseguir a conformidade;

— condições climáticas;

— desenho e/ou fotos da montagem de ensaio e configuração do ESE.

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Anexo A
(informativo)

Notas explanatórias

A.1 Considerações gerais


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O problema de proteger o equipamento contra a descarga de eletricidade estática ganhou considerável


importância para fabricantes e usuários.

O uso extensivo de componentes microeletrônicos tem enfatizado a necessidade de definir os aspectos


do problema e de buscar uma solução, a fim de melhorar a confiabilidade de produtos/sistemas.

O problema do acúmulo de eletricidade estática e de subsequentes descargas torna-se mais relevante


para ambientes não controlados e a ampla aplicação de equipamento e dos sistemas.

O equipamento pode também estar sujeito às energias eletromagnéticas sempre que as


descargas ocorrerem a partir de pessoas em objetos próximos. Adicionalmente, as descargas
podem ocorrer entre objetos de metal, como cadeiras e mesas, em proximidade com o
equipamento, considerando que os ensaios descritos nesta Norma podem adequadamente
simular os efeitos deste último fenômeno.

Os efeitos da descarga do operador podem causar um simples mau funcionamento


do equipamento ou danos dos componentes eletrônicos. Os efeitos dominantes podem ser
atribuídos aos parâmetros da corrente da descarga (tempo de subida, duração etc.).

O conhecimento do problema e a necessidade de ter uma ferramenta para ajudar na prevenção


dos efeitos indesejáveis devido à descarga de eletricidade estática no equipamento iniciaram
o desenvolvimento do procedimento de ensaio normalizado descrito nesta Norma.

A.2 Influências das condições do ambiente nos níveis de carga


A geração de cargas eletrostáticas é favorecida especialmente pela combinação de tecidos sintéticos
e de atmosfera seca. Há muitas variações possíveis no processo de carregamento. Uma situação
comum é uma em que um operador anda sobre um tapete e em cada passo perde ou ganha elétrons
de seu corpo para o tecido. A fricção entre a roupa do operador e sua cadeira pode igualmente
produzir uma troca de cargas. O corpo do operador pode ser carregado diretamente ou por induções
eletrostáticas; em caso mais recente, um tapete que conduz não dará qualquer proteção, a menos que
o operador seja adequadamente ligado a terra.

A representação gráfica da Figura A.1 mostra os valores de tensão para cada tecido diferente que
pode ser carregado, dependendo da umidade relativa da atmosfera.

O equipamento pode ser diretamente sujeito às descargas de valores de tensão até vários quilovolts,
dependendo do tipo de tecido sintético e da umidade relativa do ambiente.

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Por exemplo salas de escritórios


sem controle de umidade (tempo de
16 inverno)

15

14

13

12

11
Tensão (kV)
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10

9
Sintético
8

5

4

3
Antiestatico

1
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
15 35
Humidade relativa (%) IEC 2214/08

Figura A.1 – Valores máximos de tensões eletrostáticas com as quais operadores


podem ser carregados enquanto em contato com o material mencionado na Seção A.2

A.3 Relação das condições do ambiente para corrente de descarga


Como uma grandeza mensurável, os níveis de tensão estática encontrados em ambientes de usuário
foram aplicados para definir os requisitos de imunidade. Entretanto, mostrou-se que a transferência
de energia é mais propriamente uma função da corrente de descarga, como também da tensão
eletrostática existente antes da descarga. Além disso, encontrou-se que a corrente de descarga
é tipicamente menor do que proporcional à tensão de pré-descarga nas faixas de níveis maiores.

As possíveis razões de relação de não proporcionalidade entre a tensão de pré-descarga e a corrente


de descarga são:

— Recomenda-se que a descarga de cargas de alta tensão tipicamente ocorra através de um longo
trajeto do arco que aumente o tempo de subida, consequentemente mantendo os componentes
espectrais mais elevados da corrente de descarga menor do que proporcional à tensão
de pré-descarga.

— Os níveis de tensão elevados de carga irão provavelmente se desenvolver através de uma


pequena capacitância, supondo que a quantidade de carga deve ser constante para um evento
típico de geração da carga. Inversamente, as altas tensões da carga através de uma grande

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capacitância precisariam gerar um número de sucessivos eventos, que é menos provável


de ocorrer. Isto significa que a energia da carga tende a se tornar constante entre as tensões mais
altas da carga encontradas no ambiente do usuário.

Conforme a conclusão acima, os requisitos de imunidade para um dado ambiente de usuário precisam
ser definidos nos termos de amplitudes da corrente de descarga.

Reconhecendo este conceito, o projeto do testador é facilitado. O compromisso na escolha da tensão


de carga do testador e da impedância da descarga pode ser aplicado para conseguir amplitudes
desejadas da corrente de descarga.
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A.4 Seleção dos níveis de ensaio


É recomendado que os níveis de ensaio sejam selecionados de acordo com a instalação e condições
ambientais mais realistas. As orientações são dadas na Tabela A.1.

Tabela A.1 – Orientações para a seleção dos níveis de ensaio

Umidade relativa Material Material


Tensão máxima
Classe tão baixo quanto antiestático sintético
kV
%

1 35 x 2
2 10 x 4
3 50 x 8
4 10 x 15

A instalação e as classes ambientais recomendadas são relacionadas aos níveis de ensaio esboçados
na Seção 5 desta Norma.

Para alguns materiais, por exemplo, madeira, concreto e cerâmica, o nível provável não é maior
do que o nível 2.

É importante, ao considerar a seleção de um nível apropriado do ensaio para um ambiente particular,


compreender os parâmetros críticos do efeito do ESD.

O parâmetro mais crítico é, talvez, a taxa de mudança da corrente de descarga, que pode ser obtida
com uma variedade de combinações de tensão de carregamento, de corrente de descarga máxima
e de tempo de subida.

Por exemplo, o requisitado estresse de ESD para o ambiente de material sintético de 15 kV é mais
que adequadamente coberto pelo ensaio de descarga da Classe 4 de 8 kV/30 A definida nesta Norma.

Entretanto, em um ambiente muito seco, com materiais sintéticos, ocorrem altas tensões maiores que
15 kV.

No caso do equipamento de ensaio com superfícies isolantes, o método da descarga pelo ar com
tensões até 15 kV pode ser usado.

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A.5 Seleção de pontos de ensaio


Os pontos de ensaio a serem considerados podem, por exemplo, incluir as seguintes posições como
aplicáveis:

— pontos nas seções metálicas de um armário que são isolados eletricamente da terra;

— qualquer ponto na área de controle ou do teclado e qualquer outro ponto de uma comunicação
homem-máquina, como interruptores, botões, teclas, indicadores, diodo emissor de luz, slots,
grelhas, capas de conectores e outras áreas acessíveis ao operador.
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A.6 Razões técnicas para o uso do método de descarga por contato


Em geral a reprodutibilidade do método de descarga pelo ar é influenciada pela, por exemplo, velocidade
da aproximação da ponta, umidade e construção do gerador de ESD, conduzindo a variações
no tempo de subida do pulso e no valor da corrente de descarga.

Em ensaios de descarga de ESD pelo ar, o evento de ESD é simulado descarregando um capacitor
carregado através de uma ponta no ESE; a ponta da descarga forma um vão de centelhamento com
a superfície do ESE.

A centelha é um fenômeno físico muito complexo. Tem sido mostrado que com um movimento do vão
da centelha o tempo de subida resultante (ou inclinação de subida) da corrente de descarga pode
variar de menos de 1 ns a mais de 20 ns, à medida que a velocidade de aproximação é variada.

Manter constante a velocidade de aproximação não resulta em tempo de subida constante.


Para algumas combinações da tensão/velocidade, o tempo de subida ainda flutua por um fator
de até 30.
NOTA Em altas tensões, a descarga pelo ar pode ocorrer em múltiplas sucessivas descargas.

O único dispositivo de disparo comumente conhecido que pode produzir repetíveis correntes de
descarga de subida rápida é o relé. O relé deve ter suficiente capacidade da tensão e um único contato
(para evitar descargas duplas na parte de subida). Para altas tensões, os relés do vácuo provam ser
úteis. A experiência mostra que pelo uso de um relé como o dispositivo de disparo, não somente
a forma de pulso da descarga medida é muito mais repetível em sua parte de subida, mas também
os resultados de ensaio com ESE reais são mais reprodutíveis.

Consequentemente, o relé do gerador de ESD é um dispositivo que produz um pulso de corrente


especificado (amplitude e tempo de subida).

Esta corrente é relacionada à tensão real da ESD, como descrito na Seção A.3.

A.7 Seleção dos elementos para o gerador do ESD


Uma capacitância de armazenamento deve ser utilizada, sendo representativa da capacitância
do corpo do ser humano. Um valor típico de 150 pF foi apropriadamente determinado com esta
finalidade.

Uma resistência de 330 Ω foi escolhida para representar a resistência de fonte de um corpo humano
segurando um objeto metálico, como uma chave ou uma ferramenta. Mostrou-se que esta situação
da descarga no metal é suficientemente severa para representar todas as descargas humanas
no campo.

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A.8 Justificativa relacionada à especificação do gerador


Diversas razões têm sido postuladas como sendo a causa de diferenças na reprodutibilidade quando
se aplicam os ensaios de ESD em ESE reais. A montagem de ensaio, questões de calibração etc. têm
sido consideradas, e propostas têm sido incluídas nesta publicação.

Variações da especificação do gerador de ESD têm sido também consideradas, mas nenhuma
mudança é proposta nesta publicação. A seguir está um sumário da justificativa desta decisão.

As duas razões técnicas em potencial, com relação à especificação do gerador que tem sido levantada
como sendo a causa com relação a reprodutibilidade, são:
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• a forma de onda da corrente de descarga do gerador depois do primeiro pico, isto é, entre 2 ns
e 60 ns;

• o campo elétrico radiado pelo gerador quando a descarga eletrostática é aplicada no ESE.

A primeira razão foi tratada pela equipe de manutenção da norma, e uma tolerância de ± 35 %
da forma idealizada mostrada na Figura 2 foi especificada entre 2 ns e 60 ns. Durante o desenvolvimento
desta Norma, esta variação potencial para a especificação da corrente de descarga foi adicionalmente
modificada para controlar o tempo de descida do primeiro pico para (2,5 ± 1) ns em 60 % do pico inicial.

Ensaios de comparação interlaboratoriais (round robin) foram conduzidos em diferentes ESE


em três diferentes laboratórios com dois tipos de geradores, um tipo de gerador em conformidade
com a 1a edição da IEC 61000-4-2, o outro tipo com a especificação adicional como indicado acima.
Cinco geradores diferentes de cada tipo foram fornecidos por cinco fabricantes diferentes.

Os resultados dos ensaios de comparação interlaboratoriais (round robin) do gerador de ESD


modificado foram em resumo:

— houve uma variação do nível de ensaio no qual os ESE considerados foram afetados entre
diferentes geradores de ESD;

— a modificação da forma de onda de descarga parece limpar a forma de onda de corrente de


descarga tanto no domínio do tempo como da frequência;

— entretanto, a nova forma de onda não leva a qualquer melhoria significativa na reprodutibilidade
dos resultados de ensaio nos ESE reais.

A segunda razão foi considerada, entretanto, os recursos exigidos para realizar uma série adicional
de ensaios de comparação interlaboratoriais (round robin) seriam significativos, sem garantia que
este parâmetro fosse a causa de problemas de reprodutibilidade. Um estudo técnico substancial
é necessário para quantificar os impactos de campos radiados sobre ESE reais e para entender como
controlar os parâmetros associados que impactam a reprodutibilidade dos resultados de ensaio.

Foi considerado que as mudanças incluídas nesta publicação melhorariam a reprodutibilidade dos
ensaios. Investigações adicionais poderão ser propostas em edições futuras desta Norma para se
estimar o impacto da radiação de campo elétrico sobre a reprodutibilidade.

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Anexo B
(informativo)

Calibração do sistema de medição de corrente e medição


da corrente de descarga

B.1 Especificação do alvo de corrente – Impedância de entrada


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O alvo de corrente coaxial usado para medir a corrente de descarga dos geradores ESD deve ter uma
impedância de entrada, medida entre o eletrodo interno e o terra, não superior a 2,1 Ω em CC

NOTA 1 Supõe-se medir com o alvo a corrente de ESD em um plano de terra perfeito. Para minimizar o erro
causado pela diferença entre um plano perfeitamente condutor e a impedância de entrada do alvo, um limite
de 2,1 Ω foi definido para a impedância de entrada. Mas se a impedância de entrada do alvo for muito baixa, o
sinal de saída será muito pequeno, podendo causar erros devido ao acoplamento do cabo e do osciloscópio.
Além disso, quando um valor de resistência muito mais baixo é usado, indutância parasita se torna mais
grave.

NOTA 2 A impedância de entrada e a impedância de transferência (Zsys, Seção B.3) podem ser medidas
com alta exatidão em c.c. ou em baixa frequência.

B.2 Especificação de alvo de corrente – Perda por inserção

B.2.1 Cadeia de medição

Em vez de especificar a perda de inserção do alvo coaxial atual, é especificada a perda de inserção
da cadeia de medição que consiste no alvo, atenuador e cabo. Isso simplifica a caracterização
do sistema de medição, pois só esta cadeia e o osciloscópio precisam ser caracterizados, em vez de
cada elemento individualmente.

A variação da perda de inserção da cadeia alvo-atenuador-cabo não pode exceder:

± 0,5 dB, até 1 GHz

± 1,2 dB, 1 à 4 GHz.

Com relação ao valor nominal S21 da perda por inserção.

S21 = 20log [2Zsys/(Rin + 50 Ω)] dB, onde Rin é a impedância de entrada c.c. da cadeia alvo-atenuador-
cabo, quando carregado com 50 Ω.

NOTA 1 Diferentes intervalos de tempo de calibração podem ser usados para a impedância
de transferência cc e as medidas de perda de inserção de mais envolvidos. Se uma repetição
na medição de impedância de transferência c.c. mostrar um resultado que difere da medição original
por menos de 1 %, o usuário pode assumir que a perda de inserção da cadeia alvo-atenuador-cabo
não mudou, desde que o mesmo cabo e o atenuador sejam utilizados e nenhuma outra indicação
(conectores, por exemplo, soltos ou danificados) indique o contrário.

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ABNT NBR IEC 61000-4-2:2013

NOTA 2 A cadeia alvo-atenuador-cabo deve ser sempre considerada como uma entidade. Assim que
um elemento for trocado, ou mesmo quando ele for desmontado e remontado, toda a cadeia precisa de
recalibração, a fim de garantir a conformidade com a especificação.

B.2.2 Linha de adaptação do alvo

A linha de adaptação do alvo mostrada na Figura B.1 liga um cabo coaxial de 50 Ω à entrada do alvo
de corrente de ESD. Geometricamente, suavemente se expande a partir do diâmetro do cabo coaxial
com o diâmetro do alvo. Se o alvo for feito de forma que a impedância calculada a partir da relação
entre o diâmetro “d” e “D “ (ver Figura B.2) não seja igual a 50 Ω, a linha de adaptação do alvo deve
ser tal que o diâmetro externo do seu condutor interno, seja igual ao diâmetro do eletrodo interno do
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alvo de corrente. A impedância é calculada utilizando a constante dielétrica do material que preenche
a linha cônica de adaptação (normalmente ar). A linha de adaptação do alvo deve manter a
impedância de (50 ± 1) Ω dentro de uma largura de banda de 4 GHz. A perda de retorno de duas linhas
de adaptação dos alvos colocadas face a face deve ser superior a 30 dB até 1 GHz e melhor
que 20 dB até 4 GHz, com um total de perda de inserção inferior a 0,3 dB até 4 GHz.

Linha do adaptador alvo de corrente de ESD


conico de 50 Ω

IEC 2215/08

NOTA Outros formatos, que não o cônico, são aceitáveis.


Figura B.1 – Exemplo de uma linha de adaptação fixada ao alvo de corrente

Eletrodo interno

Fenda resistiva

Terra

∅d Diâmetro externo do eletrodo interno ∅d

∅D Diâmetro interno da estrutura de terra ∅D


IEC 2216/08

Figura B.2 – Exemplo de um lado frontal de um alvo de corrente

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B.2.3 Determinação da perda por inserção de uma cadeia alvo-atenuador-cabo

A perda por inserção de uma cadeia é determinada com um analisador de rede vetorial. Outros
sistemas para medir a magnitude da perda por inserção podem também ser usados, contanto
que possa ser encontrada exatidão suficiente.

O procedimento de medição para perda por inserção é a seguinte:

• Calibrar o analisador de rede nos pontos de calibração mostrados na Figura B.3 (entre o atenuador
e o alvo e entre o atenuador e a linha de adaptação do alvo).
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NOTA 1 Se nenhum analisador de rede for usado, o procedimento precisa ser modificado de acordo.

NOTA 2 Em vez de c.c., recomenda-se usar a frequência mais baixa disponível no analisador de rede.
As características c.c.são medidas separadamente.

NOTA 3 Recomenda-se que a estabilidade do contato central de duas linhas de adaptação ou de uma
linha de adaptação e alvo seja verificada através de repetidas medições, desconectando e reconectando os
dispositivos, utilizando diferentes ângulos da linha de centro.

• Conectar uma linha de adaptação do alvo à cadeia alvo-atenuador (³ 20 dB)-cabo e inseri-la como
mostrado na Figura B.3.

• Medir a perda por inserção.

A variação da perda por inserção deve atender aos requisitos dados na Seção B.2.

Equipamento de medição

Saída Entrada

Adaptador conico em linha


Alvo de corrente de ESD
de 50 Ω

Atenuador B Atenuador A

Calibrar o equipamentode medição nestes pontos IEC 2217/08

Figura B.3 – Exemplo de medição de perda por inserção na cadeia


alvo de corrente-atenuador-cabo

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B.3 Determinação da impedância de transferência de baixa frequência de uma


cadeia alvo-atenuador-cabo
A impedância de transferência de baixa frequência de uma cadeia alvo-atenuador-cabo é definida
como a relação entre a corrente injetada na entrada do alvo e a tensão sobre uma carga de precisão
de 50 Ω na saída do cabo (ou seja, que é colocado na extremidade do cabo, em vez do osciloscópio).

Em uma medição de ESD, um osciloscópio mostra uma tensão Vosc, se uma corrente Isys for injetada
no alvo. Para calcular a corrente desconhecida a partir da tensão mostrada, a tensão é dividida por
uma impedância de transferência Zsys de um sistema em baixa frequência.
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Alvo Atenuador

I sys Cabo

DVM

Fonte circuito Circuito


de interno de um interno de 50 Ω V V50
corrente alvo de um
corrente atenuador

IEC 2218/08

Figura B.4 – Diagrama do circuito para determinar a impedância de transferência do sistema


em baixa frequência
NOTA 1 O circuito interno do alvo mostrado é apenas um exemplo. Outros circuitos internos são possíveis.

A impedância de transferência do sistema em baixa frequência da cadeia alvo-atenuador-cabo pode


ser determinada:

• Injetando-se uma corrente Isys de aproximadamente 1 A no lado da frente de um alvo de corrente.


O lado de frente é o lado no qual as descargas são feitas.

• Zsys é a grandeza-chave da calibração do gerador. A carga de 50 Ω deve ter uma tolerância de


no máximo ± 1 %.

• Medindo-se a tensão V50 sobre uma carga de precisão de 50 Ω.

• Calculando-se a impedância de transferência por:


V
Zsys = 50
Isys

NOTA 2 Para verificar se tensões térmicas não influenciam os resultados, a medição pode ser realizada com
correntes negativas e positivas. Recomenda-se que ambos os resultados estejam dentro de menos que 5 %
um do outro.

Outros métodos para determinar as características de transferência da cadeia inteira alvo-atenuador-


cabo podem ser usados.

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B.4 Calibração do gerador de ESD

B.4.1 Resultado de calibração

Resultado de calibração comparável de uma avaliação de ESD é extremamente importante.


Este é particularmente o caso quando os ensaios devem ser realizados utilizando geradores de ESD
de fabricantes diferentes, ou quando se espera que o ensaio se estenda por um longo período de
tempo. É essencial que a repetitividade seja um fator determinante na avaliação. O gerador de ESD
deve ser calibrado em determinados intervalos de tempo definidos em relação a um sistema de
garantia da qualidade reconhecida.
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NOTA O processo neste Anexo é dado para fins de calibração. Um procedimento diferente para
a verificação do gerador antes do ensaio é mencionado em 6.3.

A calibração do gerador de ESD deve ser realizada dentro da faixa das condições climáticas, conforme
especificado em 8.1.2.

B.4.2 Equipamentos de ensaio exigidos para a calibração do gerador de ESD

Os seguintes equipamentos são exigidos para calibrar geradores ESD:

• osciloscópio com largura de banda suficiente (≥ 2 GHz de largura de banda analógica);

• cadeia alvo-atenuador-cabo de corrente coaxial;

• medidor de alta tensão capaz de medir tensões de pelo menos 15 kV. Pode ser necessário o uso
de um voltímetro eletrostático para evitar o carregamento da tensão de saída;

• plano de calibração vertical com o alvo de corrente coaxial montado de tal forma que haja pelo
menos 0,6 m do alvo para qualquer extremidade do plano;

• atenuadores com capacidade de potência suficiente, conforme necessário.

NOTA Um exemplo de um alvo de corrente adequado é dado no Anexo C.

B.4.3 Procedimentos para calibração do gerador no modo contato

O alvo de corrente deve ser montado no centro do plano vertical de calibração, satisfazendo os
requisitos de B.4.2. A conexão do cabo de retorno de corrente do gerador de ESD (fita de aterramento)
deve ser feita na parte inferior central do plano, a 0,5 m abaixo do alvo. A fita de aterramento deve ser
puxada para trás no meio do cabo, formando um triângulo isósceles. Não é permitido deixar o laço
(loop) de aterramento pousado no piso durante a calibração.

Seguir os passos abaixo para verificar se a forma de onda de um gerador de ESD está dentro das
especificações. Registrar a forma de onda e medir os seguintes parâmetros:

Ip valor de pico da corrente de descarga [A];

I30 valor da corrente 30 ns depois da corrente de pico ter alcançado 0,1 I p [A];

I60 valor da corrente 60 ns depois do pico de corrente ter alcançado 0,1 I p [A];

tr tempo de subida da corrente [ns].

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Tabela B.1 – Procedimento de calibração da descarga por contato

Passo Explicação
Descarregar o gerador de ESD em cada
nível de ensaio, como definido na Tabela 1, A especificação deve ser atendida para
cinco vezes para ambas as polaridades, e todas as cinco descargas.
armazenar cada resultado.
O parâmetro deve ser verificado em cada
Medir Ip, I30, I60, tr em cada forma de onda.
nível
Corrente em 30 ns O parâmetro deve ser verificado em cada
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Verificar se I30 é 2 A ± 30 % nívela


Corrente em 60 ns O parâmetro deve ser verificado em cada
Verificar se I60 é 1 A ± 30 % nívela
Pico de corrente O parâmetro deve ser verificado em cada
Verificar se Ip é 3,75 A ± 15 % nívela
Tempo de subida O parâmetro deve ser verificado em cada
Verificar se tr é 0,8 ns ± 25 % nível
a O valor de corrente dado nesta tabela corresponde à tensão de 1 kV. Este valor medido varia
proporcionalmente com a tensão do gerador.

≥0,6 m

≥0,6 m

≥0,6 m
Calibração
Gerador de Invólucro
Vertical
ESD blindado
perpendicular para o
oscilloscópio
Alvo de e
corrente cabos de
conexão

≥0,6 m

0,5 m Filtro de
Cinta de aterramento alimentação
puxada para trás em
seu ponto médio

Ponto de
terra
Cordão de
alimentação IEC 2219/08

NOTA 1 É recomendado que o gerador seja instalado sobre um tripé ou suporte equivalente não me-
tálico de baixa perda.
NOTA 2 É recomendado que o gerador seja alimentado da mesma forma como será usado durante o
ensaio.
NOTA 3 Uma montagem revertida comparada à Figura B.5 pode também ser usada.
Figura B.5 – Montagem típica para calibração do desempenho do gerador de ESD

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ABNT NBR IEC 61000-4-2:2013

A blindagem do osciloscópio não é necessária, se puder ser provado por medição que os caminhos
de acoplamento indireto dentro do sistema de medição não influenciam os resultados de calibração.

O sistema de calibração pode ser declarado suficientemente imune (isto é, a não necessidade de
gaiola de Faraday), se não ocorrer disparo do osciloscópio quando:

• o nível do disparo do osciloscópio é ajustado para £ 10 % do menor nível, e

• o gerador de ESD é descarregado com o maior nível de ensaio no anel externo do alvo (em vez
do anel interno).
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ABNT NBR IEC 61000-4-2:2013

Anexo C
(informativo)

Exemplo de um alvo de calibração atendendo aos requisitos do Anexo B

As Figuras C.1 a C.5 fornecem detalhes de construção de um alvo que atende aos requisitos do Anexo
B. Este alvo é projetado para apresentar uma perda de inserção plana, se for utilizado 1 m de cabo
RG 400. Sugere-se conectar um atenuador de 20 dB ou maior diretamente à porta de saída do alvo,
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para evitar múltiplas reflexões.

NOTA As Figuras C.1 a C.5 são exemplos, portanto, não são especificadas tolerâncias.

Parte central de bronze – Aproximadamente 1:1

Vista superior Vista inferior

45° 45°

∅16,5 12,5

∅26,5 ∅50

∅60 ∅60

∅70 ∅70

Cortes da vista lateral

∅70

∅60
∅26,5
∅16,5
17,25

45°
14,75
11,25
5

∅4

M3 tópico
12,5

∅50
IEC 2220/08

Figura C.1 – Desenho mecânico de um alvo coaxial (desenho 1 de 5)

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ABNT NBR IEC 61000-4-2:2013

Dimensões em milímetros

Placa de circuito impresso


Os resistores são
exibidos apenas por 90°
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Furos de
interligação

∅3,3
Abertura

∅10
Alargamento da região do resitor
∅12

∅70
IEC 2221/08

Legenda

Tamanho do resistor 0805


Valor 51 Ω
Colocação tocando, exatamente simétrico (usar um modelo)
Material 0,5 mm FR–4, banhado a ouro.
Furos dois anéis de furos de interligação de cada lado das resistências mais um anel perto
da extremidade externa da placa de circuito impresso. São necessários cerca
de 25 resistores

Figura C.2 – Desenho mecânico de um alvo coaxial (desenho 2 de 5)

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ABNT NBR IEC 61000-4-2:2013

PTFE-parte I – Aproximadamente 2:1 PTFE-parte II – Aproximadamente 2:1

∅16,5 Vista superior

∅10,5
∅5

12,25
11,25
6,25
5,25
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∅4
∅7
45° ∅16,5
Parte com simetria
90° de rotação
Corte da vista lateral
∅16,5

1,5
∅7

Centro de bronze condutor -


Aproximadamente 2:1

∅10 SMA- conector – Aproximadamente 2:1


M3 Tópico

∅4
∅1,3
Condutor central
10,5
9,5
4,5
3,5

9,5
∅5
5
∅1,3
Parte tem simetria
1,7

45°
de rotação

17,5
Parte superior do condutor central
Aço inoxidável - Aproximadamente 2:1 12,5

∅7
∅3,3

R1
17,5

12,5
7,5
5

M3 Tópico
Parte tem simetria
de rotação
Um conector similar tipo N pode ser utilizado em substituição

IEC 2222/08

Figura C.3 – Desenho mecânico de um alvo coaxial (desenho 3 de 5)

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ABNT NBR IEC 61000-4-2:2013

Tampa: aço inox - Aproximadamente 1:1

Vista superior

45°
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∅16,5

∅26,5

∅60

∅70

Corte da vista lateral

Furos rebaixados
de 3,2 mm
Furos rebaixados de Furos rebaixados
4 mm de 4 mm
2,5
1

∅16,5
∅20,5 R1

∅26,5

∅60
1

2
∅70

IEC 2223/08

Figura C.4 – Desenho mecânico de um alvo coaxial (desenho 4 de 5)

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PTFE-parte I

Parte superior do condutor


central

Tampa
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Resistor - SMT Resistor - SMT

Condutor central

PTFE-parte I

Parte central de bronze

Conector SMA

IEC 2224/08

Figura C.5 – Desenho mecânico de um alvo coaxial (desenho 5 de 5)

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Anexo D
(informativo)

Campos radiados a partir da descarga humana em metal


e geradores de ESD

D.1 Visão global do processo que causa campos intencionais e não intencionais
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D.1.1 Generalidades

A descarga eletrostática de um ser humano (através de uma pequena peça de metal de mão) é a base
para a forma de onda de corrente especificada nesta norma e suas predecessoras. Esta descarga a
partir de um ser humano, bem como a descarga a partir de um gerador de ESD, é responsável pela
geração associada de fortes campos eletromagnéticos.

As subseções seguintes primeiro reveem o processo de uma descarga devido ao ser humano, e então
reveem o processo conforme ocorre com um gerador de ESD.

D.1.2 ESD devido ao ser humano

Para um evento ESD a partir de um ser humano em um ESE, a seguinte sequência de eventos ocorre.

a) À medida que a peça de metal de mão se aproxima de uma superfície metálica de um ESE e
antes da descarga de corrente, existe um campo eletrostático. Não há qualquer (ou muito pouca)
corrente fluindo e nenhum campo magnético está presente.

b) Uma vez que a descarga seja iniciada entre a parte de metal de mão e o ESE, há o colapso do
campo eletrostático no espaço entre os dois. Começando a partir de seu valor inicial, ele cai ao
longo deste espaço a uma tensão de cerca de 25 V a 40 V de 50 ps a 5 ns. O tempo de colapso
é dependente dos parâmetros do arco, tensão etc. O colapso inicial do campo elétrico é o primeiro
passo em uma série de eventos que causam fortes campos eletromagnéticos transitórios.

c) A corrente começa a fluir na parte de metal segurada pelo ser humano e sobre o ESE. A frente
mais importante da corrente se expande com a velocidade da luz e em cerca de 0,8 ns, ela atinge
o braço da pessoa. Como a corrente continua a se expandir ainda mais sobre o ESE e o braço,
ela experimentará reflexões e perdas devido à radiação e resistência, levando a um complexo
padrão de densidade de corrente tanto no ESE como na pessoa.

d) Como o processo de descarga continua, os componentes de maior frequência da corrente serão


atenuados rapidamente, principalmente devido à radiação. A corrente, em seguida, se torna
mais suave (ou seja, com menor conteúdo de alta frequência), à medida que o tempo aumenta
e, finalmente, o corpo atinge um novo equilíbrio eletrostático com o ESE. A carga restante do
corpo, no entanto, pode não ser zero, visto que o arco pode se extinguir antes do corpo ter se
descarregado completamente. Se a mão e o objeto metálico continuarem a se aproximar do ESE,
uma segunda descarga pode ocorrer em uma tensão menor, levando a uma sequência de ESD,
cada uma em uma tensão menor, e cada uma tendo um menor tempo de subida (parcialmente
atribuído à menor tensão).

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e) Durante cada sequência de descarga, um observador situado em algum ponto seja da mão, do
corpo, ou do ESE observará uma densidade de carga antes da descarga, uma rápida mudança
de corrente durante a fase da descarga e, após a descarga, uma pequena carga remanescente.

f) Da teoria de antenas é sabido que variação de densidades de carga e variação de correntes


causarão campos radiados. Nas proximidades imediatas, os campos são dominados pela
corrente e a carga diretamente, e em distâncias maiores as derivadas temporais da corrente e
carga determinarão os campos. A região de transição entre os campos muito próximos (campo
próximo) e campos vistos a uma distância maior (campo distante) é mais complexa. As medições
e simulações mostraram que os campos transitórios de ESD, pelo menos para os primeiros
nanossegundos mais perturbadores, atingirão condições de campo distante, a uma distância de
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10 cm do arco.

g) Do exposto acima fica claro que a derivada no tempo da carga e da corrente são extremamente
importantes com relação a perturbação (erro não destrutivo) de sistemas eletrônicos.

h) É importante notar que, em uma descarga devido ao ser humano, as derivadas de corrente
e carga são determinadas pelo tempo de colapso da tensão no arco. Assim, o tempo de subida
da corrente na descarga determina as componentes de alta frequência.

Do exposto acima, fica claro que os campos transitórios de uma ESD metal-homem são uma parte
importante do processo de ESD. Um gerador de ESD ideal os reproduziria de alguma forma quantificada.
As intensidades de campo da ESD homem-metal etc. são bem conhecidas.

D.1.3 Gerador de ESD

O próximo passo é analisar e comparar o processo que ocorre nos geradores de ESD atuais.
Como a maioria dos ensaios de ESD é feita no modo de contato, por razões de reprodutibilidade,
o que se segue é limitado ao modo de contato dos geradores ESD.

a) A ponta de descarga do gerador de ESD é colocada em contato a uma parte aterrada (na maioria
dos casos) do ESE.

b) Antes da descarga, um capacitor é carregado dentro do gerador de ESD. Em muitos projetos


a maior parte do campo eletrostático resultante do processo de carregamento está confinada
dentro do gerador de ESD. Como resultado, o campo eletrostático na vizinhança antes da descarga
é muito menor do que o campo eletrostático que seria medido no mesmo ponto a partir de um ser
humano carregado com a mesma tensão.

c) A descarga é iniciada com o fechamento de um relé interno do gerador ESD. O projeto destes
relés especiais, permite uma boa reprodutibilidade da corrente de descarga; no entanto, como o
relé é interno e não está junto ao ponto em que o gerador de ESD toca o ESE, o início do fluxo
de corrente de descarga é significativamente diferente de uma descarga humana.

d) Os tempos de colapso de tensão no relé são muito rápidos, certamente menos do que 100 ps,
que leva a uma forma de onda de corrente viajando a partir do relé em todas direções e em todas
as partes de metal nas proximidades. A atual onda de corrente irá se propagar à velocidade
da luz (em dielétricos em velocidade reduzida). O tempo de subida desta onda de corrente é igual
ao tempo de colapso de tensão.

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e) O tempo de colapso de tensão é inferior a 100 ps, mas esta Norma requer um tempo de subida
de corrente (0,8 ± 0,2) ns medida no ponto de contato para o alvo. Para alcançar este objetivo,
medidas são tomadas internas aos geradores de ESD que aumentam o tempo de subida a partir
de valor muito baixo dentro do relé para valores normalizados na ponta de descarga.

f) Os campos transitórios são causados por todas as derivadas temporais da corrente e derivadas
temporais da densidades de cargas. Uma diferença importante entre a descarga de um gerador
e aquela a partir de um ser humano com o metal deve ser notado. Para uma descarga humana
o tempo de subida de corrente no arco é o processo mais rápido e ele determina o espectro dos
campos transitórios. No entanto, com um gerador de ESD em modo de contato, o espectro de alta
frequência é determinado pelo colapso de tensão do relé, e não pelo tempo de subida de corrente
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na ponta de descarga.

g) Uma vez que todas as correntes que variam no gerador causam campos transitórios, há uma
contribuição das correntes de crescimento de 100 ps no relé para os campos transitórios de um
gerador de ESD, bem como a contribuição das correntes de crescimento de (0,8 ± 0,2) ns no ponto
de descarga. Os campos transitórios causados pelos eventos mais rápidos no gerador são, em
geral, campos transitórios indesejáveis, visto que eles aumentam o conteúdo de alta frequência
desses campos radiados além daqueles desenvolvidos a partir de uma descarga homem-metal
equivalente que tem o mesmo tempo de subida de corrente e valor de pico no ponto de descarga.

Do exposto acima pode ser visto que a intensidade da contribuição das correntes que sobem
rapidamente para os campos transitórios é fortemente dependente do projeto do gerador de ESD.
Esta contribuição do campo pode ser suprimida, ou pode dominar os campos transitórios em qualquer
gerador dado. Infelizmente, estas contribuições não são regulamentadas nesta Norma, resultando
na possibilidade de que eventos perturbadores durante o ensaio de ESD podem ser altamente
dependentes do gerador específico a ser utilizado.

D.2 Reação do ESE ao ensaio de ESD


Durante um ensaio de ESD a resposta de um ESE a um conjunto amplo de perturbações elétricas
é avaliada. O conjunto inclui: Tensão de ruptura dielétrica, ruptura secundária em uma abertura
longe do ponto de injeção, corrente na queda de RI, campo magnético na queda de Ldi/dt, campos
magnéticos por tensão induzida e campos elétricos por tensões induzidas (campos podem ser tanto
campos distantes como campos próximos). A este respeito um ensaio de ESD difere do ensaio de
EMI, por combinar vários ensaios em um.

Alguns exemplos de falhas de ESE devido a perturbações diferentes do ensaio de ESD são:

— descarga em um PINO do conector, causando danos a um CI;

Neste exemplo, a energia dissipada no CI, a corrente máxima ou a carga transferida através
do CI provavelmente irá determinar o limiar de dano;

— descarga através de uma abertura em um invólucro de plástico que permite que uma faísca
chegue a um CI;

Neste caso o ensaio de ESD determina a intensidade da ruptura de dielétrico na abertura através
da abertura plástica.

— descarga contra um chassi, fazendo com que o sistema contido no chassi torne-se perturbado.

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Neste exemplo, é mais provável que os campos transitórios do evento ESD acoplado às trilhas,
fios ou diretamente nos CI do sistema causem tensões ou correntes que vão perturbar a função
lógica do sistema.

O mecanismo de acoplamento da corrente dentro do gerador de ESD para os campos é dominado


pela derivada temporal da corrente, mesmo em distâncias relativamente moderadas, por exemplo,
20 cm. Além disso, o acoplamento entre o campo e um fio, trilha ou CI em um ESE é uma função
da taxa de variação do campo elétrico e do campo magnético. Em resumo: As derivadas temporais
envolvidas tanto na criação de campo como no processo de indução contribuem para a corrente
injetada, o que leva a formas diferentes de pulso para a corrente na ponta de descarga e diferentes
tensões induzidas em traços devido aos campos. As tensões induzidas em trilhas tipicamente têm
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uma largura muito mais estreita do que a corrente inicial de ESD, conforme definido na Norma, e eles
podem apresentar oscilações.

Devido à dependência dos campos transitórios no projeto do gerador de ESD específico (em especial
aquelas componentes de campo com energia em frequências superiores a 300 MHz), é necessário
esperar que as correntes induzidas em uma trilha, fio ou dentro de um CI sejam fortemente afetadas
pelo projeto específico do gerador de ESD. Isto poderia levar à grande variação dos resultados dos
ensaios (na maioria dos casos perturbação do sistema, não destruição), se o mesmo ESE for ensaiado
com diferentes geradores de ESD e o fabricante do gerador de ESD não tomou precauções para
minimizar a parte indesejada dos campos eletromagnéticos que são causadas pela queda rápida
da tensão no relé. Notar que essas diferenças nos resultados dos ensaios só ocorrerão se o ESE for
sensível a campos de alta frequência, principalmente > 1 GHz.

D.3 Campos transitórios em evento de ESD de referência


Campos transitórios produzidos por ESD de seres humanos em metais, têm sido medidos com tempos
de subida de cerca de 850 ps em tensões de carga de 5 kV. Um gerador de ESD ideal deve reproduzir
esses campos para o modo de ensaio por contato em 5 kV. Para obter os dados, sensores de campo
de banda larga (± 1 dB entre 1,5 MHz e 1,5 GHz) foram colocados no plano vertical de referência
a uma distância de 0,1 m do ponto de descarga, ou seja, posição do alvo.

12

10

8
Campo E em (kV/m)

–2
0 1 2 3
Tempo (ns)
IEC 2225/08

Figura D.1 – Campo elétrico de um ser humano real, segurando metal, carregado em 5 kV,
medido a 0,1 m de distância e para um comprimento de arco de 0,7 mm

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O campo eletrostático domina o campo elétrico. O campo diminui a partir do valor eletrostático a 20 %
do seu valor inicial em um tempo de descida, que é semelhante ao tempo de subida atual.

Um exemplo de um campo magnético é mostrado na Figura D.2, baseado em uma corrente de descarga
que tem um tempo de subida de 500 ps.

ESD homem/metal, 5 kV, tempo de subida de corrente aproximadamente de 500 ps


30

25
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20
Campo-H (A/m)

15

10

–5
0 10 20 30 40 50 60
Tempo (ns)
IEC 2226/08

Figura D.2 – O campo magnético de um ser humano real, segurando o metal, carregado
com 5 kV, medido a 0,1 m de distância e para um comprimento de arco
de aproximadamente 0,5 mm
A forma de onda do campo magnético segue a forma de onda de corrente.

Um possível problema na forma de onda do campo a partir dos geradores de ESD é a oscilação.
Os valores de campo a partir dos geradores ESD podem ser muito menores ou muito maiores do
que as formas de onda de campo humano/metal, dependendo em grande grau do ângulo com a qual
o gerador de ESD e da pulseira de aterramento são orientados para o sensor de campo.

D.4 Tensão induzida em um pequeno laço (loop)


Os campos transitórios da ESD irão induzir tensões em trilhas do circuito impresso. Se um
pequeno laço (loop) for colocado no plano de terra, uma medição do conteúdo de alta frequência
dos campos transitórios podem ser derivados de uma maneira que não sejam requeridos
sensores de campo de banda larga calibrados e que reflita o processo de indução em uma
trilha mais diretamente do que a medição do campo. Uma montagem de ensaio é mostrada na
Figura D.3.

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Direção do
gerador de ESD

Semi-círculo do laço

Conexão coaxial à
carga de 50 Ω
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IEC 2227/08

Figura D.3 – Semicírculo do laço no plano de terra

Na Figura D.3 o raio do círculo é de 14 mm. O diâmetro do fio é de 0,7 mm. O loop é colocado
a uma distância de 0,1 m a partir do gerador de ESD.

Tensões típicas induzidas da ESD do ser humano em metal em 5 kV, que tenham tempo de subida
de aproximadamente 850 ps, são mostradas na Figura D.4.
15

10
Tensão induzida (V)

–5
–2 –1 0 1 2 3 4 5
Tempo (ns)
IEC 2228/08

Figura D.4 – Tensões induzidas em um semilaço (loop)


Na Figura D.4, o raio do laço (loop) de 14 mm é colocado a uma distância de 0,1 m para a EDS metal-
humano (5 kV, tempo de subida de cerca de 850 ps, comprimento de arco em torno de 800 µm).
O semicírculo é carregado com 50 Ω.

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D.5 Medição de campos radiados devido a uma ESD usando sondas de campo
comerciais e geradores de ESD
Um exemplo de montagem de ensaio para medir campos de ESD radiados é mostrado na Figura D.5.

osciloscópio digital
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Gerador ESD

50 Ω
Sonda do tipo laço

cabo coaxial de 50 Ω

Ou sonda do tipo mono

IEC 2229/08

Figura D.5 – Exemplo de montagem de ensaio para medir campos de ESD radiados

Para medir os campos E e H, recomenda-se que os seguinte instrumentos sejam utilizados:

• osciloscópio digital de memória com faixa de passagem de pelo menos 2 GHz;

• conjunto de sensores comerciais de campo H (pequeno laço com blindagem para rejeição de E)
e de campo E (monopolo pequeno);

• cabo coaxial de 50 Ω;

• gerador de ESD.

Montagem de medição (ver Figura D.5):

• Recomenda-se que as medições sejam realizadas em uma sala blindada (não é necessário se o
ambiente não produzir interferência significativa).

• Recomenda-se que o gerador de ESD seja fixado em 5 kV.

• Recomenda-se que a corrente de descarga da ESD seja medida de acordo com a montagem
relatada na norma por comparação com a forma de onda matemática de referência da ESD.

• Recomenda-se que o osciloscópio digital esteja dentro de um recinto blindado.

• Recomenda-se que as sondas de campo sejam conectadas ao osciloscópio, por um cabo coaxial
de 50 Ω, e posicionadas na borda da caixa blindada, como indicado na Figura D.5.

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• Recomenda-se que o cabo coaxial seja posicionado de forma a evitar a captação de campos
radiados (por exemplo, cabo coaxial muito perto da caixa e do cabo blindado ligado à caixa).

• A queda de tensão sobre a impedância de 50 Ω do osciloscópio será medida. Recomenda-se que


a ESD seja realizada no modo por contato em uma grande superfície do recinto blindado.

• Recomenda-se que o gerador de ESD seja mudado para medir os campos radiados em mais de
uma distância às sondas.

Cálculo de E e H a partir da tensão induzida medida na carga da sonda:

• Medir com um osciloscópio digital a queda de tensão v(t) em uma carga de 50 Ω devido aos
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campos radiados produzidos pelo gerador de ESD.

• Calcular V(ω) como a transformada de Fourier (FT) de v(t).

• Calcular ou medir a função de transferência T (ω) para a sonda de campo utilizada.

• Calcular os campos E(t) e H(t) como transformada inversa de fourier (IFT), de V(ω)/T(ω).

Alguns resultados são apresentados nas Figuras D.6 e D.7. Os dados de simulação numérica são
utilizados para validar o procedimento de cálculo do campo H a partir dos dados medidos da queda
de tensão no laço, e vice-versa.

1,0

0,5
Tensão induzida V - laço (V)

–0,5

–1,0

–1,5

–2,0
0 10 20 30 40 50
Tempo (ns)
IEC 2230/08

Figura D.6 – Comparação entre as quedas de tensão medidas (linha cheia) e calculadas
numericamente (linha pontilhada) no laço para uma distância de 45 cm

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1
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-1
0 10 20 30 40 50

Tempo (ns)

Figura D.7 – Comparação entre o campo H calculado a partir dos dados medidos (linha cheia)
e H campo calculado por simulação numérica (linha pontilhada)

D.6 Procedimento simples para estimativa de campos radiados e tensões


induzidas por geradores de ESD
O procedimento a seguir pode ser usado para estimar campos radiados por geradores de ESD,
utilizando corrente de ESD medida:

• A corrente de ESD medida ou padronizados é utilizada ao nível da ponta.

• O circuito vítima é considerado eletricamente curto e, em primeira aproximação, os parâmetros


da linha por unidade podem ser negligenciados.

• Uma vez que os campos interferentes são conhecidos no domínio do tempo, a tensão induzida
pode ser calculada pelo circuito equivalente da Figura D.8.

• A contribuição do campo E pode ser desprezada para os circuitos que têm pelo menos uma baixa
impedância de carga (por exemplo, dispositivos digitais de alta velocidade).

• O campo H é calculado pela simples equação: H = I/(2πr), onde r é a distância entre a ponta
de corrente e o circuito vítima. Outras contribuições, como corrente no relé de ESD, corrente de
deslocamento, fita de aterramento etc., são negligenciadas.

• Comparação entre as estimativas (pior caso) e os resultados reais obtidos a partir de um


ensaio de configuração é fornecida para quantificar as diferenças (por exemplo, ver Figura D.9
para o campo H).

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l Vs (t)

– +
l
Eit(t)
i
E (t) h l s (t)
i
Hin (t) Zs
H n(t) t

IEC 2232/08
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Figura D.8 – Estrutura iluminada pelos campos radiados e circuito equivalente


∂ i ∂ i
VS (t ) = μA H n (t ) IS (t ) = C × l × h E (t )
∂t ∂t t

A = l × h Área do laço C = capacitância de linha/m

-2
0 10 20 30 40 50

Legenda
Campos H radiados à distância r = 45 cm
Linha cheia medida
Linha pontilhada usando a fórmula I/(2πr)
I é a corrente de ESD medida

Figura D.9 – Campos H radiados

D.7 Documento de referência


S. Caniggia, F. Maradei, Previsão Numérica e Medição de Campos Eletromagnéticos ESD por Sensores
de Campo de Espaço Livre, IEEE Trans. Agosto, vol.49, EMC 2007.

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Anexo E
(informativo)

Considerações sobre incerteza de medição (MU)

E.1 Generalidade
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A repetitividade do ensaio de EMC depende de muitos fatores ou influências que afetam o resultado
do ensaio. Estas influências desenvolvem erros, a fim de gerar a grandeza de perturbação que pode
ser categorizada em efeitos aleatórios ou sistemáticos. A conformidade da grandeza de perturbação
aplicada com a grandeza de perturbação definida nesta Norma é geralmente confirmada por uma série
de medições (por exemplo, medição do tempo de subida com um osciloscópio utilizando atenuadores).
O resultado de cada medição é apenas uma aproximação para o valor do mensurando, e a grandeza
medida pode diferir do valor verdadeiro por alguma quantidade devido ao MU. Um elemento crítico na
determinação do MU é a incerteza associada à calibração dos instrumentos de ensaio.

A fim de alcançar uma alta confiabilidade dos resultados de calibração, é necessário identificar as
fontes de incerteza envolvidas na instrumentação de medição e fazer uma declaração da incerteza
da medição.

E.2 Categorias de incerteza


Os erros de medição em geral têm duas componentes: uma componente aleatória (doravante referida
como tipo A) e uma componente sistemática (doravante referida como tipo B). Incerteza aleatória
está associada com efeitos imprevisíveis. Incerteza sistemática é geralmente associada com
a instrumentação utilizada para a medição. Componentes sistemáticas às vezes podem ser corrigidas
ou reduzidas, mas as componentes aleatórias, por definição, não podem. Dentro de um dado sistema
de medição pode haver muitos efeitos que podem influenciar um destes componentes.

Pode acontecer que uma incerteza aleatória de um método de ensaio pode tornar-se uma incerteza
sistemática na outra, onde os resultados da primeira são aplicados. Para evitar esta possível confusão,
em vez de incerteza aleatória e sistemática os tipos de contribuição de incerteza são agrupados em
duas categorias.

— Tipo A: aquelas que são avaliadas por métodos estatísticos, estimando os seus desvios-padrão
para uma série de ensaios. Esta geralmente segue uma distribuição do tipo normal ou gaussiana.
Distribuição Incerteza combinada Comentários

Normal ou n Normalmente provenientes de registros


1
∑ (u j − u)
2
gaussiana Uc ( y ) = de verificações
(n − 1) j = 1

— Tipo B: aquelas que são avaliadas por outros meios. Elas normalmente são associadas
a efeitos como descasamento, perdas do cabo e as características não lineares
em instrumentação. Em uma análise a magnitude e a distribuição das incertezas do tipo
B podem ser estimadas com base nos dados de calibração, especificações do fabricante
do instrumento ou simplesmente, pelo conhecimento e experiência.

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A classificação em tipo A e tipo B não significa que há qualquer diferença na natureza das
componentes, é uma separação com base na avaliação da sua natureza. Ambos os tipos podem
ter distribuições de probabilidade e as componentes de incerteza resultando de qualquer tipo
que pode ser quantificada pelo desvio-padrão.

E.3 Limitações
As seguintes limitações e condições se aplicam às considerações neste texto.

• A estimativa da incerteza é limitada à incerteza devido à instrumentação de medição (incerteza


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do tipo B). Isto não implica, entretanto, que um laboratório deva ignorar a influência da incerteza
do tipo A, mas que estas devem ser avaliadas separadamente por laboratórios de ensaios
individuais para obter um quadro mais completo das suas MU.

• Todas as contribuições são assumidas como não correlacionadas.

• Um nível de confiança de 95 % é considerado aceitável.

NOTA Um exemplo de uma planilha de incerteza do tipo B é dado nas Tabelas E.1, E.2 e E.3.

E.4 Cálculo da incerteza tipo B


A incerteza-padrão é calculada a partir do valor determinado pela aplicação do divisor atribuído à sua
distribuição de probabilidade.

Os divisores de distribuições de probabilidades individuais considerados neste documento são:

Distribuição Divisor Comentários

k = 2 para 95 %
Fator de
Normal Normalmente proveniente de certificados
abrangência, k
de calibração
Normalmente proveniente de dados do
Retangular 3
fabricante para o instrumento
Incerteza de descasamento
Em forma de U 2 Contribuição de incerteza mais provável
de estar no limite

Em todos os casos onde a distribuição da incerteza é desconhecida, a distribuição retangular é tomada


como modelo-padrão.

Cálculo da incerteza-padrão combinada para qualquer ensaio envolve a combinação das incertezas-
padrão individuais. Isso é válido, desde que todas as grandezas estejam nas mesmas unidades, sejam
não correlacionadas e combinadas por adição em uma escala logarítmica (geralmente em dB). No
entanto, recomenda-se que as unidades de calibrações de ESD, bem como as medições, sejam dadas
em %, calculando-as como
(unid_em_dB)
10 × 100
20

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O resultado deste cálculo é uma incerteza-padrão combinada, uc(y), onde


m
uc ( y ) = ∑ i = 1ui2 (y )

com u i(y) definida como a incerteza-padrão individual.

A distribuição t-student fornece fatores de abrangência (ou seja, multiplicadores) para a incerteza,
supondo que a variável de saída, y, siga uma distribuição normal.

Pela multiplicação de uc(y) por um fator de abrangência (k), uma incerteza expandida, Uc, fornecendo
um nível de confiança maior que possa ser encontrado. O fator de abrangência é obtido através dos
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graus de liberdade, calculado a partir da relação entre as incertezas do tipo A e tipo B.

E.5 Compilação de uma planilha de incerteza


Uma planilha de incerteza é uma lista das prováveis fontes de erro em uma medição com uma
estimativa da sua distribuição de probabilidade.

O cálculo de uma planilha de incerteza requer os seguintes passos:

a) especificar a característica da grandeza de perturbação (isto é, o que está sendo gerado pela
instrumentação);

b) identificar as contribuições para a incerteza e seus valores;

c) definir a distribuição de probabilidade de cada contribuição;

d) calcular a incerteza-padrão u(xi) para cada contribuição;

e) calcular a incerteza combinada uc(y) , o fator de abrangência, k, e a incerteza expandida,


Uc= uc(y) × k;

f) aplicar a incerteza expandida;

g) publicação da incerteza expandida na documentação da qualidade, conforme necessário


(não é necessário para o laboratório de ensaio publicar estes dados em relatórios de ensaio,
a menos se solicitado a fazê-lo).

Exemplos de planilhas de incerteza com fontes identificadas e valores associados são dados
na Seção E.6. Deve ser notado que estas são destinadas a orientação, e convém que um laboratório
de calibração ou de ensaio identifique as fontes e valores reais para a sua montagem de ensaio
particular (ou seja, a planilha final pode identificar uma lista mínima de fontes que convém que
sejam levadas em conta. Um laboratório de ensaio, então, precisará identificar fontes adicionais.
Isto irá proporcionar uma melhor comparação de incerteza entre laboratórios de ensaio).

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E.6 Fontes de incerteza de ESD


Incertezas de calibração para ESD, bem como para ensaios de ESD, não podem ser tratados da
mesma maneira que as emissões e outras medições, visto que os ensaios de ESD não têm
um resultado numérico, mas fornecem como resultado de ensaio um simples passa ou falha.
Durante os ensaios de ESD, a grandeza de perturbação caracterizada por vários parâmetros é aplicada
ao ESE. Um ou mais sinais observados do ESE são monitorados ou observados e comparados contra
os critérios acordados, a partir do qual o resultado do ensaio (passa-falha) é derivado.

NOTA 1 Para calibração, a palavra ESE é igual ao gerador de ESD sob calibração.
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NOTA 2 A frase instrumentação de medição refere-se aqui à instrumentação utilizada para calibração.

Uma MU clássica pode, em princípio, ser aplicada para a medição dos sinais do ESE. Visto que o
processo de medição para o monitoramento é específico para o ESE, uma norma básica não pode
tratar e não é recomendável que trate de MU para o sistema de monitoramento (do observador),
entretanto, isto pode ser realizado.

Incertezas também podem ser especificadas para os parâmetros da grandeza de perturbação.


Como tal, elas descrevem o grau de concordância da instrumentação especificada com as
especificações desta Norma básica.

Estas incertezas derivadas para instrumentação de medição particular não descrevem o grau de
concordância entre o fenômeno eletromagnético simulado, conforme definido na Norma básica e
o fenômeno eletromagnético real no mundo fora do laboratório. Portanto, questões com relação a
definições da grandeza de perturbação (por exemplo, posicionamento da pistola de ESD com relação
ao plano do alvo) não são relevantes para as incertezas da instrumentação de medição.

Visto que a influência dos parâmetros da grandeza de perturbação sobre o ESE é desconhecida
a priori e na maioria dos casos o ESE mostra o comportamento do sistema não linear, um número
único de incerteza não pode ser definido para a grandeza de perturbação como incerteza global.
Cada um dos parâmetros da grandeza de perturbação deve ser acompanhado de uma incerteza
específica, que pode levar mais do que uma planilha de incerteza para o ensaio.

NOTA 3 Este anexo foca as incertezas para a calibração como um exemplo.

A lista a seguir mostra fontes de incerteza utilizadas para avaliar a instrumentação de medição e
influências da montagem de ensaio:

• Leitura do valor de pico;

• Leitura de nível de 10 %;

• Leitura de nível de 90 %;

• Leitura de tempo de 30 ns e 60 ns;

• Impedância de transferência de baixa frequência Z sys;

• Tensão estática;

• cadeia de descasamento - osciloscópio;

• cadeia alvo-atenuador-cabo;

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• contribuição da medida horizontal do osciloscópio;

• contribuição da medida vertical do osciloscópio;

• repetitividade sistema de medição (tipo A);

• orientação para o gerador de ESD (tipo A);

• localização do gerador ESD (tipo A);

• variação na montagem de ensaio (tipo A);


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• calibração do alvo, osciloscópio, atenuador.

Deve-se reconhecer que as contribuições que se aplicam para calibração e para ensaio podem não
ser as mesmas. Isso leva (ligeiramente) a diferentes planilhas de incerteza para cada processo.

Aspectos como a orientação da pistola de ESD são considerados incertezas do tipo A, e tais incertezas
não são geralmente tratadas nesta Norma básica. Uma exceção a essa regra foi feita para explicar a
repetitividade do sistema de medição para medições, bem como nas calibrações.

E.7 Incerteza dos resultados de calibração


Recomenda-se produzir planilhas de incerteza independentes para cada item de calibração, isto é, Ip,
I30, I60, tr. Para um ensaio de ESD, a grandeza de perturbação é a corrente de descarga do gerador
de ESD que é aplicada ao ESE. Os itens de calibração da grandeza de perturbação são Ip, I30, I60
e tr. Conforme descrito na Seção E.6, recomenda-se que uma planilha de incerteza independente seja
calculada para cada um destes parâmetros.

As Tabelas E.1, E.2 e E.3 dão exemplos de planilhas de incerteza calculadas para estes parâmetros.
As Tabelas incluem as fontes para a planilha da incerteza que são consideradas mais significativas
para estes exemplos, os detalhes (valores numéricos, tipo de distribuição etc.) de cada fonte e os
resultados dos cálculos exigidos para determinar cada planilha de incerteza.

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Tabela E.1 – Exemplo de planilha de incerteza para a calibração do tempo de subida da ES

Valor u i (y) u i (y) 2


Fonte de incerteza Distribuição Comentários
ps ps ps 2

Incerteza do valor de pico


Leitura de valor de Normal 6,3 % (Tabela E.2) vezes o
50 25 625
pico k=2 tempo de subida medido de
800 ps

Leitura no tempo de Retangular Taxa de amostragem do os-


25 14 196
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90 % pico de corrente Divisor = 3 ciloscópio de 20 GS/s

Leitura no tempo de Retangular Taxa de amostragem do os-


25 14 196
10 % pico de corrente Divisor = 3 ciloscópio de 20 GS/s

Contribuição total do Normal Do laboratório de calibração


osciloscópio medida 36 18 324
k=2 do osciloscópio
horizontal (NOTA 1)

Cadeia alvo- Normal Do laboratório de calibração


30 15 225
atenuador-cabo k=2 do osciloscópio (NOTA 2)

Normal Obtidos a partir de uma ava-


Repetitividade 45 45 2 025
Divisor = 1 liação do Tipo A (NOTA 3)

Soma 3 591

Incerteza padrão Raiz


combinada uc do 60 ps
tempo de subida
Incerteza expandida Normal 120 ps
U do tempo de Nível de confiança 95 %
subida k=2 (15 %)

NOTA 1 A contribuição total da medição horizontal do osciloscópio contém as contribuições de incerteza da


resolução horizontal do osciloscópio, a resolução de interpolação, resolução de base de tempo, medida de
frequência, correção do tempo de subida etc.
NOTA 2 O certificado de calibração da cadeia geralmente contém apenas a resposta de frequência de ate-
nuação. Aqui foi assumido que também a contribuição para a incerteza de medição do tempo de subida foi
fornecida pelo laboratório de calibração, portanto k = 2.
NOTA 3 A repetitividade é normalmente tomada a partir de pelo menos cinco medições consecutivas.
_
Esta é uma avaliação do tipo A e a fórmula para o desvio-padrão s( q ) para um conjunto de n medições
repetidas é dada por

n
1
s (q ) = ∑ ( q j − q)
2
n (n − 1) j = 1

_
com q j : resultado da j th medida e q média aritmética dos resultados.

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Tabela E.2 – Exemplo de planilha de incerteza para a calibração da corrente de pico de ESD
Valor u i (y) u i (y) 2
Fontes de incerteza Distribuição Comentários
% % %2
Contribuição total da medição Normal
vertical do osciloscópio 3,2 1,6 2,56 Do laboratório de calibração
(NOTA 1) k=2

Normal
Alvo-atenuador-cabo Cadeia 3,6 1,8 3,24 Do laboratório de calibração
k=2
Em formato U
Descasamento: cadeia para Da calibração ou especifica-
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2 1,4 2
osciloscópio Divisor = 2 ções (NOTA 2)

Impedância de transferência de Normal


6 x 10 –6 3 x 10 –6 9 × 10 −12 Calibração interna (NOTA 3)
baixa frequência k=2
Obtidos a partir de uma ava-
Repetitividade Divisor = 1 1,5 1,5 2,25
liação Tipo A (NOTA 4)
Soma 10,05
Incerteza-padrão combinada uc
Raiz 3,17
do corrente de pico
Incerteza expandida U de
k=2 6,3 % Nível de confiança 95 %
corrente de pico
NOTA 1 A contribuição total da medição vertical do osciloscópio contém as contribuições de resolução
vertical do osciloscópio, a linearidade de LF, linearidade de HF, deslocamento de resolução etc.
A calibração tem que cobrir toda a faixa de frequência, ou seja, f ≤ 2 GHz. No entanto, a planicidade
não tem que ser melhor do que um filtro de primeira ordem com fc = 2 GHz (cut off), ou seja,
2 –1/2.
A(f) ~ ⎢1 + (f/fc) ⎢
NOTA 2 A contribuição de descasamento é devido ao fator de reflexão de saída ΓC da cadeia alvo-
atenuador-cabo e do fator de reflexão de entrada ΓO do osciloscópio. Recomenda-se que os valores sejam
obtidos a partir dos certificados de calibração ou de suas especificações. Devido às contribuições de segunda
ordem dos erros em Γ, uma especificação confiável é suficiente. Notar, no entanto, que uma especificação
tem que cobrir toda a faixa de frequência, e isso muitas vezes não é o caso com os osciloscópios, então
uma medição adicional pode ser necessária.
A contribuição do descasamento é:

ΓC×x ΓO, com distribuição em forma de U, levando o divisor 2 .


Esta fórmula de incerteza de descasamento assume que a resposta de amplitude do osciloscópio foi
calibrada de acordo com conceitos de calibração de radiofrequência, ou seja, o erro de tensão está
relacionado à tensão incidente de uma fonte de 50 Ω e não à tensão real na entrada. Isto deve ser verificado
no certificado, senão uma fórmula diferente tem de ser aplicada.
NOTA 3 Supõe-se que o laboratório tenha uma instrução de calibração em separado, com uma avaliação
da incerteza que gera a incerteza expandida U desta calibração.
NOTA 4 A repetitividade é normalmente tomada através de pelo menos _ cinco medições consecutivas.
Esta é uma avaliação tipo A e a fórmula para o desvio-padrão s(q) para um conjunto de n medições
repetidas é dada por
n
1
s (q ) = ∑
n (n − 1) j = 1
(q j − q )2

_
com q j : resultado da j th medição e q média aritmética dos resultados.

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Tabela E.3 – Exemplo de planilha de incerteza para calibração de I30, I60 da ESD

Valor ui(y) ui(y)2


Fontes de incerteza Distribuição Comentários
% % %2

Normal Incerteza no pico de


Tabela de incerteza E.2 6,3 3,15 9,92
k=2 corrente (Tabela E.2)

A sensibilidade da
leitura de corrente
a 30 ns ou 60 ns,
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para uma medida no


intervalo de tempo entre
a 10 % do valor de pico
Leitura no tempo de Retangular
0,17 0,098 0,0096 de corrente e 30 ns
30 ns ou 60 ns k= 3 ou 60 ns.
20 GS/s taxa de
amostragem do
osciloscópio (duas
leituras, cada um com
50ps de incerteza)
Soma 9,93
uc Raiz 3,15 %

Incerteza expandida U Normal


6,3 % Nível de confiança 95 %
em I30 e I60 k=2

Comissões de produtos ou organismos de acreditação podem impor outras interpretações

E.8 Aplicação do critério de cumprimento de incertezas no gerador de ESD


Geralmente, a fim de ter certeza de que o gerador está dentro de suas especificações, os resultados
de calibração devem estar dentro dos limites especificados desta norma (tolerâncias não são reduzidas
por MU).

Os MU a seguir são recomendados para os laboratórios que realizam calibrações:

Tempo de subida tr MU ≤ 15 %

Corrente de pico Ip MU ≤ 7 %

Corrente em 30 ns MU ≤ 7 %

Corrente em 60 ns MU ≤ 7 %

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Anexo F
(informativo)

Variação nos resultados de ensaio e estratégia de escalonamento

F.1 As variações nos resultados de ensaios


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Como resultado da natureza complexa da ESD e as tolerâncias necessárias no equipamento de


ensaio, algumas variações nos resultados dos ensaios de ESD podem ser esperados. Muitas vezes,
essas variações são as diferenças nos níveis de ensaio em que ocorrem erros ou os tipos de erros que
o ESE experimenta durante o ensaio. Dependendo do nível de ensaio em que ocorrem, tais variações
de resultado de ensaio podem afetar a decisão do ESE passar ou falhar no ensaio.

No caso das diferenças nos resultados dos ensaios, normalmente os seguintes passos
devem ser tomados para determinar a origem das diferenças.

Verificar a configuração do ensaio, de examinar todos os detalhes, incluindo a posição de cada cabo
e as condições da ESE (por exemplo, coberturas, portas).

• Verificar o procedimento do ensaio, incluindo o modo de operação do ESE, posição e localização


de equipamentos auxiliar, a posição do operador, estado do software, a aplicação de descargas
no ESE.

• Verificar se o gerador de ensaio; está operando corretamente? Quando foi a última calibração?
Está operando dentro das especificações? Diferenças do resultado do ensaio são devido
à utilização de diferentes geradores?

Se as diferenças nos resultados dos ensaios forem causadas pelo uso de diferentes geradores de
ESD, então os resultados com qualquer gerador que atenda aos requisitos de 6.2 podem ser usados
para determinar a conformidade com esta Norma.

F.2 Estratégia de escalonamento


Se as diferenças nos resultados do ensaio ocorrerem quando todas as condições do ensaio, incluindo
o gerador de ESD, forem as mesmas, então a estratégia de escalonamento a seguir pode ser aplicada
para determinar o cumprimento da norma. Esta estratégia será aplicada individualmente a cada ponto
de ensaio que experimentou resultados variáveis.

a) No primeiro ensaio se aplica o número prescrito de descargas em um ponto de ensaio de acordo


com 8.3 (por exemplo, 50 descargas), com o nível de ensaio pretendido. Se não ocorrer efeito
inaceitável neste primeiro conjunto de descargas, o ESE passa no ensaio naquele ponto ensaiado.
Se ocorrer um efeito inaceitável neste conjunto de descargas, um ensaio adicional de acordo
com o item b) a seguir, é realizado. Se ocorrer mais de um efeito inaceitável neste conjunto
de descargas, o ESE falha no ensaio naquele ponto ensaiado.

b) No segundo ensaio se aplica um novo conjunto, com número dobrado de descargas naquele
ponto do ensaio com o nível de ensaio pretendido. Se não ocorrer efeito inaceitável neste conjunto
de descargas, o ESE passa no ensaio no ponto ensaiado e no nível de ensaio. Se houver um

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efeito inaceitável neste conjunto de descargas, um ensaio adicional, de acordo com o item c)
a seguir, pode ser realizado; caso contrário, o ESE falha no ensaio naquele ponto ensaiado.
Se houver mais de um efeito inaceitável neste conjunto de descargas, o ESE falha no ensaio
naquele ponto ensaiado.

c) No terceiro ensaio se aplica um novo conjunto, com o mesmo número de descargas como no
item b) nesse ponto ensaiado com o nível de ensaio pretendido. Se não ocorrer efeito inaceitável
neste conjunto de descargas, o ESE passa no ensaio naquele ponto ensaiado. Se um ou mais
efeitos inaceitáveis ocorrerem neste conjunto de descargas, o ESE falha no ensaio naquele ponto
ensaiado.
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Bibliografia

IEC 60050-311, International electrotechnical vocabulary – Eletrical and electronic measurements


and measuring instruments – Part 311: General terms relating to measurement

IEC 61000-6-1, Electromagnetic compatibility (EMC) – Part 6-1: Generic standards – Immunity for
residential, commercial and light-industrial environments

IEC Guide 107, Electromagnetic compatibility – Guide to the drafting of electromagnetic compatibility
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publications

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