16 OPINIÃO
2022 TERÇA-FEIRA
Alice Grecchi
Advogada especialista
em Direito Tributário
grecchi@
grecchiadvogados.com.br
ICMS, PIS
e Cofins
O Superior Tribunal Justi-
ça (STJ), está julgando sob a
sistemática de recurso re-
petitivo o Tema 1008, que
trata da não incidência do
Imposto sobre a Circulação
de Mercadoria e Serviços
(ICMS) e das contribuições
destinadas ao Programa de
Integração Social (PIS) e da
Contribuição para o Finan-
ciamento Social (Cofins) da
base de cálculo do Imposto
de Renda da Pessoa Jurídi-
ca (IRPJ) e da Contribuição
Social sobre o Lucro Líqui-
do (CSLL) das empresas que
apuram seus tributos sob a
sistemática do Lucro Pre-
sumido.
Conforme o voto da Mi-
nistra Relatora Regina He-
lena Costa, devem ser ex-
cluídos o ICMS, PIS e Cofins
do conceito de receita bruta
para apuração da base do
IRPJ e da CSLL das empre-
sas no lucro presumido, nos
mesmos termos da posição
adotada pelo Supremo
Tribunal Federal (STF),
quando o julgamento do
Tema 69, sob a sistemáti-
ca da Repercussão Geral,
em que decidiu que o ICMS
não representa receita bru-
ta ou faturamento dos con-
tribuintes, pois trata-se de
tributo que apenas circula
pelo caixa da empresa.
Assim, cabe o pedido de
restituição dos valores in-
devidamente recolhidos a
título de Imposto de Ren-
da da Pessoa Jurídica (IR-
PJ) e da Contribuição So-
cial sobre o Lucro Líquido
(CSLL), observada a pres-
crição quinquenal dispos-
ta no artigo 168, inciso I,
do Código Tributário Na-
cional.
Importante destacar que
a relatora propôs a modu-
lação dos efeitos da deci-
são restringindo o direito à
restituição às empresas que
propuserem a ação judicial
até a data da publicação do
acórdão, nos termos do § 3º
do artigo 927 do Código de
Processo Civil.
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VS / DC / 22.11.
Marcos Schmidt
Pastor Luterano
marcos.ielb@gmail.com
Clima da Copa
Com muito dinheiro começou a Copa
do futebol no Qatar. E a COP 27 no Egito
terminou sem grandes resultados, tudo
por causa do dinheiro. Mas, isto já esta-
va previsto, tanto que na abertura, o se-
cretário geral da ONU havia dado o ulti-
mato: “Estamos cada vez mais próximos
de uma catástrofe climática”.
No meio disto, já estamos no clima do
Natal. E se tudo tem história, vale lembrar
que foi no Egito que José, com Maria e o
bebê Jesus, buscou refúgio contra um rei
cruel e ganancioso. Avisado num sonho
após a morte do perverso rei, retornou a
sua terra para que nós pudéssemos fes-
tejar o Natal.
Mas Natal só existe com o clima adver-
so do Advento. Tempo oportuno com os
avisos de um Deus que ainda vem e que
um dia voltará. Aqueles que acreditam
Aline Bueno
Professora
alinebueno@edu.nh.rs.gov
A escolha profissional
Quando se é criança, a pergunta recor-
rente “o que você vai ser quando cres-
cer?” parece fazer parte do questionário
básico. A resposta quase sempre é múlti-
pla. Vou ser artista, dançarina, veteriná-
ria, advogada, professora e por aí afora. É
tão mágica a infância, ela nos proporcio-
na querer tudo ao mesmo tempo. O reló-
gio passa devagar e nele encontramos to-
do o tempo do mundo. Conforme os anos
chegam, a aceleração é inevitável. Quan-
do beiramos o Ensino Médio, a sentença
deve ser dada, a pressão aumenta e temos
que tomar uma decisão. Injustiça! Ter que
escolher em tenra idade o que vai se fazer
para sempre. Para sempre é muito tem-
po! Mas a vida empurra para isso, Enen,
vestibulares e concursos, todas essas con-
venções nos mostram que a decisão, logo
ali, deve ser tomada.
Eu, fotógrafo Envie sua fotografia (preferencialmente
horizontal) para vidareal@gruposinos.com.br
“Deus é
incrível”,
escreve a
leitora na
legenda
da foto
mostrando
belas flores.
Jenni
Wedig
Schneider,
Novo
Hamburgo
têm a tarefa de cumprir a ordem divina
de “fugir para o Egito”. Afinal, José ain-
da precisa cuidar de Maria e do bebê Je-
sus. Ou seja, se o Advento é o tempo para
pregar e viver o Natal da história bíblica,
essa boa nova precisa de água, comida,
florestas – um planeta habitável para que
os povos vivam e sobrevivam, ouçam e
creiam. E sejam salvas.
Mas, daí surge a Copa do Qatar no meio
do deserto com seus estádios de futebol
refrigerados graças ao petróleo. É o con-
traditório do ultimado no Egito sobre a
catástrofe climática, tudo por conta des-
te combustível fóssil. Isto lembra João Ba-
tista no deserto: “Arrependam-se porque
o reino de Deus está próximo”. Claro, ele
se referia ao aquecimento no coração, o
pecado, mas, que no final, é a causa de
todos os nossos problemas.
Acontece também que, em muitos casos,
não há escolha. Há necessidade. O primei-
ro emprego que surgir pode determinar o
resto da carreira. Quando os caminhos nos
levam às realizações, tá tudo certo. Feliz
daquele que escolheu sua profissão e, de
prima, foi feliz. Fazer o que te dá prazer
profissionalmente é como achar o pote de
ouro. O problema é que nem sempre é as-
sim. Somos humanos e, quando se abra-
ça o ofício errado, o tempo sabe cobrar.
Alguns indícios devemos observar como,
por exemplo, domingo à noite dá aquela
tristeza do tipo “vai começar tudo de no-
vo” ou trabalho 10 minutos e parece que
já se passaram três horas. Sinal de alerta!
Sabe qual a boa notícia? Estamos vivos!
Por mais difícil que seja a mudança, ela
é possível. Nossas escolhas nos definem,
mas, enquanto estivermos vivos!
Alice Bemvenuti
Pesquisadora, museóloga, diretora do
Museu / alicebem@gmail.com
Perspectiva histórica do
Museu do Trem - 1
Ao nos perguntarmos sobre
como abordar temas históri-
cos, é preciso prever espaço
internos para as inquietações
e as reflexões. Considerando
as tantas perguntas que
coleciono sobre as diferen-
tes dimensões que o Museu
do Trem abarca e as cama-
das que ele reúne, de modo
quase imperceptível, pen-
so nas particularidades das
disputas de sentido e de po-
der que estão vinculados ao
acervo. Quando versamos
sobre os aspectos históricos
deste museu, podemos iden-
tificar movimentos que im-
pulsionam o ato de criação.
Estando como principais
atores o Museu Histórico
Visconde de São Leopoldo,
a Prefeitura Municipal e a
SR6-RFFSA.
Durante a minha pesqui-
sa na USP, pude afirmar
que ainda na década de
1960, na sala da bibliote-
ca do prédio da Rede em
Porto Alegre, foi criado um
museu ferroviário anterior
ao de São Leopoldo. Cria-
Gabriela Streb
Advogada
gabriela_streb@hotmail.com
Saber responder
Em 2001 finalizava a CPI
do futebol com a crise ad-
ministrativa na CBF quando
o Brasil perdeu para a Fran-
ça por três a zero. Ronaldo, o
Fenômeno, foi intimado para
depor e a pergunta inicial de
um dos deputados foi:
- “Quem você acha que
falhou em não marcar Zi-
dane?”
Ronaldo responde com ou-
tra pergunta:
- “A marcação do Zidane
tem alguma relevância nes-
ta CPI? Minha certeza é que
não seria eu”.
Mesmo os menos apre-
ciadores de futebol sabe-
riam que entre os onze atle-
tas, Ronaldo não teria esta
função.
O jogador conseguiu se im-
por naquela CPI inquisitória.
Essa semana assisti um
programa de TV por apli-
cativo. É bastante badalado,
engraçadinho e também es-
tá no rádio. Entrevistava um
grupo de meninas que não
vou lembrar o nome.
Não que eu ache a música
das gurias grande coisa. Nem
do em 23 de novembro de
1965, o Museu Histórico da
Viação Férrea do Rio Gran-
de do Sul não durou mais
que três anos. São parcos
os registros que localizei e
pouco oferecem para ave-
riguar seu desfecho. Sabe-
mos que o Brasil teve ações
isoladas em diferentes esta-
dos, ainda antes dos primei-
ros museus: Recife, Bauru,
São Leopoldo, entre outros.
É curioso investigar as ini-
ciativas isoladas, assim como
os avanços dos museus fer-
roviários. A trama de esfor-
ços para que um museu exis-
ta é sempre maior do que se
pode listar em uma síntese
histórica, portanto mais do
que afirmar uma data, co-
mo pesquisadora, me cabe
estar atenta para os motivos
de cada impulso em cada dé-
cada e o que firma a criação
do museu para assim com-
preender, de fato, quem fo-
ram os personagens ativos,
incluindo iniciativas inter-
rompidas e os envolvidos
ainda que anônimos.
conheço o trabalho delas. O
que me chamou a atenção
foi o desrespeito dos entre-
vistadores na sua condução.
O vídeo clip de trabalho
das meninas têm um gran-
de apelo sexual, biquínis mi-
núsculos em corpos belos.
Pouco ou nada disso me
importa, afinal cada um de-
ve saber de si. O que me in-
comoda é o tipo de pergun-
ta encabeçada pelo líder dos
entrevistadores:
- “Você cozinha? Gosta de
mandioca? Faz linguiça tam-
bém?”
Que lástima esses mar-
manjos, a muito passados
dos cinquenta anos, se por-
tarem assim, imaginando
que devem ter esposas e fi-
lhas. Que triste perceber que
essas gurias fazem parte do
sistema que impede ou di-
ficulta uma resposta mais
audaz para não serem fri-
tas perdendo oportunidades.
Pena que Ronaldo não seja
pai de uma delas para ques-
tionar qual a relevância da
linguiça ou mandioca no tra-
balho das meninas.