SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO

www.arquisp.org.br Ano 68 | Edição 3478 | 20 de dezembro de 2023 a 9 de janeiro de 2024 www.osaopaulo.org.br | R$ 3,00

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Eis a Boa Notícia: nasceu para

vós o Salvador, Cristo Senhor
Envolto em panos, deitado em uma
manjedoura e sob os olhares ter-
nos da Virgem Maria e de São José.
Foi assim que os pastores de Belém
encontraram o Salvador. “Cheios de
esperança, saíram a contar a todos
o que viram e o que ouviram a res-
peito do Menino”, lembra o Carde-
al Scherer nesta edição de Natal do
O SÃO PAULO.
Cristo nasce; e ressurge a esperan-
ça de um mundo sem guerras e com
mais empatia, como pôde ser visto
no Natal dos Pobres, no domingo, 17,
na Praça da Sé. Com alegres cantos,
anunciemos que Deus nos enviou seu
Filho amado.
Páginas 8 e 9 e Especial de Natal

Editorial Encontro com o Pastor Ordenações Vaticano

Vem, doce Jesus, Não comemoramos o Dom Odilo ordena 10 Bênçãos a pessoas em
vem nascer em nosso aniversário de Cristo, mas diáconos para o serviço do situações moralmente
pobre coração o seu nascimento altar, da Palavra e da caridade irregulares: o que muda de fato?
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Muito mais que o

‘aniversário’ de Jesus
CARDEAL
ODILO PEDRO
SCHERER
Arcebispo
metropolitano
de São Paulo
Mysterium!” – óh, grande Mistério! – memorações litúrgicas não pretende São Francisco fez com os moradores
exclamava São Leão Magno e procla- afirmar a cronologia dos fatos, como de Greccio (Itália), lembramos como
ma a Liturgia do Natal ainda hoje! Aos tal, mas os próprios fatos. Alguns, en- esse Santo quis criar um ambiente re-

A
aproximação do Natal
deixa no ar uma expecta-
tiva alegre. Haverá mui-
tos motivos humanos
para isso: as festas natalinas, a pers-
pectiva dos presentinhos, dos encon-
tros familiares, luzes, enfeites típicos,
presépios, música, espetáculos... Tudo
isso, porém, tem origem em algo que
supera e transcende todas essas mani-
festações, que não deram origem ao
Natal, mas são consequência dele.
O motivo da alegria e da festa no
Natal é anunciado e percebido pela fé
cristã: é o nascimento de Jesus Cristo,
nosso Salvador. Sendo e permanecen-
do o Filho de Deus, Ele se fez humano
(“se fez carne”) no seio da virgem Ma-
ria. Uma criança como tantas outras
que nascem todos os dias, mas, ao
mesmo tempo, uma criança única no
seu ser e no seu “mistério divino-hu-
mano”. Fato extraordinário, possível
apenas a Deus.
Aconteceu uma vez na história do
mundo: Deus enviou seu Filho Uni-
gênito a nós, para ser um de nós, assu-
mindo nossa “carne”, sem deixar de ser
quem ele é desde toda a eternidade. O
eterno entra no tempo, o Criador se
faz também criatura, o Santo se mis-
tura com os pecadores e, sem deixar
de ser Santo, lhes comunica a graça e
a misericórdia divinas. “Ó magnum
homens, impossível, mas não a Deus!
Temos a tendência de reduzir a
celebração do Natal aos seus “contor-
nos”, que são os aspectos sociais, cul-
turais e artísticos. Tudo isso é bonito
e apreciável, mas ainda não vai ao
significado profundo do Natal, po-
dendo até distrair-nos e desviar-nos
dele. Alguns dirão que se trata de
lenda ou criação mítica dos cristãos.
Mas é preciso lembrar que os Evan-
gelhos não falam de mitos nem são
criação literária tardia, tendo sido
escritos já pelos anos 60 do primei-
ro século do Cristianismo; portanto,
muito perto dos fatos, quando ainda
viviam muitas testemunhas ocula-
res. Outros dirão que se trata de uma
cristianização do mito do “sol eter-
no”, existente entre os pagãos da épo-
ca. Mas é preciso lembrar que todo o
contexto dos anúncios proféticos do
povo eleito, sobretudo de Isaías, já fa-
lava do nascimento do Messias como
de um fato extraordinário.
Os Evangelhos não tinham a ne-
cessidade de recorrer aos mitos pagãos
para expressarem a fé em Jesus Cris-
to, Filho de Deus, que se fez humano
como nós, sem deixar de ser Deus.
Outros ainda se complicam com a
data de 25 de dezembro, fixada pela
Igreja para a comemoração do nas-
cimento de Jesus, esquecendo que o
estabelecimento das datas para as co-
fim, pretendem a apresentação e con-
firmação documental do nascimento
de Jesus, esquecendo que isso seria
absolutamente anacrônico e que os
próprios testemunhos cristãos, afir-
mados de muitas maneiras desde as
primeiras origens cristãs e não contes-
tados, também valem como referên-
cias de credibilidade para a história.
O significado do Natal, no entanto,
vai além dos testemunhos históricos e
só é acolhido de modo adequado pela
fé cristã. Pela fé, aceitamos que Deus
pode fazer o que é impossível ao ho-
mem; que não está limitado à estrei-
teza de nossas condições e possibili-
dades humanas. Que seria pretensão
nossa limitar a ação do Criador aos
limites estreitos de nossa condição de
criaturas. Quando a Liturgia do Natal
convida, por meio de muitas e belas
expressões, à alegria, louvor, contem-
plação e adoração desse “grande mis-
tério”, ela também nos pede a abertura
do coração e a humildade, para nos
deixarmos envolver por tão sublime
realidade celebrada. Será por isso que,
justamente as crianças, são as que
mais conseguem se alegrar e se exta-
siar na contemplação do “magnum
Mysterium” do nascimento do Salva-
dor, como nos falam os Evangelhos e
como testemunha a Liturgia?
Neste ano, comemorando os 800
anos do primeiro presépio vivo, que
alista, vivo e envolvente, semelhante
ao de Belém na Judeia, no nascimento
de Jesus, descrito nos Evangelhos. Ele
era fascinado pela simplicidade, hu-
mildade e profundidade do mistério
do Natal. Para São Francisco, o nasci-
mento de Jesus não devia ser lembra-
do apenas como um fato do passado.
E vale para nós também. Por isso,
não faz sentido cantar os “parabéns”
a Jesus, pelos 2023 anos do seu nas-
cimento. A celebração do Natal nos
lembra da realidade perene e perma-
nente: Deus enviou ao mundo o seu
Filho Unigênito, nascido de Maria, no
tempo, na história, num lugar, numa
cultura. Deus entra na vida da huma-
nidade para estender a mão a todos e
se faz “Emanuel”, que significa, “Deus
no meio de nós”.
Não comemoramos o aniversá-
rio de Jesus, mas o seu nascimento,
como dom de Deus para o mundo.
“Tanto Deus amou o mundo que
lhe enviou seu Filho único, para que
todo o que nele crer, não pereça, mas
tenha a vida eterna”. O Natal é uma
permanente boa notícia para a hu-
manidade inteira e não apenas para
os cristãos e aqueles que têm fé. Co-
memoremos, festejemos, convide-
mos todos a se alegrarem conosco.
O que cremos é dom divino, é bom,
é bonito, é proveitoso também para
aqueles que ainda não creem.

SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO
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Dom Odilo preside missa com colaboradores do Tribunal

Eclesiástico e da Faculdade de Direito Canônico Fernando Geronazzo
REDAÇÃO
osaopaulo@uol.com.br

Na sexta-feira, 15, o Cardeal Odilo

Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo,
presidiu missa com os colaboradores do
Tribunal Eclesiástico Interdiocesano de
São Paulo e da Faculdade de Direito Ca-
nônico São Paulo Apóstolo.
A Eucaristia em ação de graças pe-
los trabalhos realizados ao longo de
2023 foi concelebrada por Dom Edi-
milson Amador Caetano, Bispo de
Guarulhos (SP) e Moderador do Tri-
bunal Eclesiástico de Apelação de São
Paulo, e outros sacerdotes. Oficiais,
peritos, professores e estudantes par-
ticiparam da missa.
Durante a celebração, Dom Odilo
agradeceu aos colaboradores das duas
instituições pelo serviço realizado à
Igreja, não só na Arquidiocese, como
fora dela. Referindo-se à Faculdade de
Direito Canônico, o Arcebispo destacou
que, além da formação acadêmica para
o mestrado e doutorado nessa área, a
instituição promove cursos de extensão
e eventos voltados para o público em ge-
ral, valorizando a contribuição da ciên-
cia canônica para a vida pastoral.
20 ANOS DA PARÓQUIA SANTA PAULINA
Na quinta-feira, 14, foram comemorados os 20 anos de fundação da Paróquia Santa Pau-
lina, em missa presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, e
concelebrada pelos Padres Israel Mendes Pereira, Pároco; Jonathan Aparecido Lopes
Gasques, Vigário Paroquial; e Jacques Kwangala Mboma, IMC.
Sobre o trabalho do Tribunal Ecle-
siástico, o Cardeal sublinhou seu im-
portante papel no âmbito da pastoral
judiciária, colaborando estreitamente
com os bispos no exercício do mistério
episcopal, recordando, ainda, o trabalho
realizado pelas câmaras eclesiásticas nas
regiões episcopais para o atendimento
das pessoas que buscam informações
para dar entrada no processo de verifica-
ção de nulidade matrimonial.
Por fim, também em nome do Dire-
tor da Faculdade, Padre Everton Fernan-
des Moraes, o Monsenhor Sergio Tani,
Pascom da Paróquia Santa Paulina
(por Pascom paroquial)
Vigário Judicial da Arquidiocese de São ção, e manifestou a gratidão a Dom Odi-
Paulo, agradeceu a todos os funcionários lo pelo apoio e confiança depositada nas
e colaboradores pelo trabalho e dedica- instituições.
Dom Paulo Renato é ordenado Bispo
Pascom da Paróquia São João Batista
O Cardeal Odilo
Pedro Scherer conce-
lebrou, no sábado, 16,
a missa de ordenação
episcopal de Dom Pau-
lo Renato Fernandes
Gonçalves de Campos,
nomeado Bispo de
Barra do Garças (MT).
A celebração acon-
teceu no Centro de
Evangelização da Paró-
quia Coração de Jesus,
em São José dos Cam-
pos (SP), e foi presidida por Dom Moacir quial da Paróquia São João Batista, em
Silva, Arcebispo de Ribeirão Preto (SP). Jacareí (SP).
Natural de São Paulo, Dom Paulo Re- Em 18 de outubro, o Papa Francisco
nato ingressou no seminário da Diocese o nomeou como terceiro Bispo Dioce-
de São José dos Campos, onde foi orde- sano de Barra do Garças, circunscrição
nado sacerdote e desempenhou diversos eclesiástica pertencente à Província Ecle-
encargos pastorais como Coordenador siástica de Cuiabá (MT), abrangendo 13
Diocesano de Pastoral. municípios, onde vivem mais de 150 mil
De 2016 a 2023, foi Assessor de Re- habitantes.
lações Institucionais e Governamentais Dom Paulo Renato tomará posse ca-
da Conferência Nacional dos Bispos do nônica na Diocese de Barra do Garças
Brasil (CNBB), em Brasília (DF). Desde em 28 de janeiro de 2024.
julho de 2023, era Administrador Paro- (por Redação)
4 | Ponto de Vista | 20 de dezembro de 2023 a 9 de janeiro de 2024 |
Feliz Natal
N
esta época do ano em que a
cidade toda vai se enfeitando
com temas natalinos, com ár-
vores reluzentes, com laços e
presentes brilhosos, pode ser que nos es-
queçamos de pensar como foi o primeiro
natal, dois mil anos atrás. Um jovem ca-
sal de Nazaré teve de fazer uma viagem
de última hora para Belém, por causa de
uma exigência burocrática do governo. A
moça, Maria Santíssima, era ainda ado-
lescente e completava já os nove meses de
sua primeira gestação. Talvez ela tivesse
se acertado com algumas parentes e vizi-
nhas de Nazaré para ajudá-la com as coi-
sas do parto e da casa, naqueles primeiros
dias – mas em Belém ela não conhecia
ninguém… A própria viagem não deve
ter sido fácil, montada durante alguns
dias no lombo sacolejante de um jumen-
to, mas o mais difícil foi perceber que,
apesar dos esforços de José para encon-
trar um abrigo adequado para a família,
todas as hospedarias por que passavam
lhes fechavam a porta… De todo modo,
estava claro que o momento do parto era
Encarnação do Verbo: sem acepção de pessoas
PADRE JOSÉ ULISSES LEVA
Os textos bíblicos nos mostram o
nascimento de Jesus Cristo e as pessoas
que estavam naquele momento impor-
tantíssimo para toda a humanidade.
“Naqueles dias, apareceu um edito de
César Augusto, ordenando o recensea-
mento de todo o mundo habitado. Esse
recenseamento foi o primeiro enquan-
to Quirino era governador da Síria. E
todos iam se alistar, cada um na própria
cidade. Também José subiu da cidade
de Nazaré, na Galileia, para a Judeia, na
cidade de Davi, chamada Belém, por
ser da casa e da família de Davi, para se
inscrever com Maria, sua mulher, que
estava grávida. Enquanto lá estavam,
completaram-se os dias para o parto,
e ela deu à luz o seu Filho primogêni-
to, envolveu-o em faixas e reclinou-o
numa manjedoura, porque não havia
um lugar para eles na sala” (Lc 2,8-20).
A narrativa continua dizendo dos pas-
tores e a alegria que sentiram quando
do anúncio do Anjo. Os olhos dos pas-
tores ficaram maravilhados diante do
Salvador dos homens e mulheres de
todos os tempos, de todas as etnias e de
todas as culturas (cf. Lc 2,8-20).
Os pastores não precisaram de pa-
lavras para acreditar nas maravilhas
que estavam vendo com os próprios
olhos. No momento do anúncio feito
pelos anjos, os pastores se encheram de
alegria. “Quando os anjos os deixaram,
em direção ao céu, os pastores disseram
As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.
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Editorial
próximo, e o jovem casal acabou se aco-
modando numa estrebaria, uma pequena
gruta onde se guardavam animais. Quem
já visitou um estábulo sabe que, em ge-
ral, não são lugares muito limpos nem
muito cheirosos, mas José certamente
logo pôs-se a arrumar o quanto podia,
tirando o lixo, limpando a manjedoura
onde os animais comiam, forrando-a de
palha nova… Quem olhasse a cena desde
fora certamente pensaria que este devia
ser o nascimento mais infeliz de todo Is-
rael, e talvez de todo o mundo: “Pobres
desses pais! Que miséria, que tristeza!”
E, no entanto, aqueles corações experi-
mentavam uma alegria imensa, pois en-
xergavam o que realmente estava acon-
tecendo ali. Enfim, Deus havia descido à
terra: o Salvador fora finalmente enviado.
Para ajudar-nos a entender esta verdade,
Deus envia uma multidão de anjos para
anunciar aos humildes pastores: Gloria
in excelsis Deo! Anuncio-vos uma grande
alegria: hoje nasceu para vós um Salvador,
que é Cristo, o Senhor (cf. Lc 2,8-14).
Por detrás do aparente “fracasso” de
Opinião
entre si: Vamos já a Belém e vejamos
o que aconteceu, o que o Senhor nos
deu a conhecer” (Lc 2,15). Depois,
maravilhados, foram noticiar os fatos
aos seus e a todos os moradores de
Belém. “E os pastores voltaram, glori-
ficando e louvando a Deus por tudo o
que tinham visto e ouvido, conforme
lhes fora dito” (Lc 2,20).
Na Liturgia da Epifania, isto é, Ma-
nifestação de Cristo Jesus ao mundo, o
evangelista Mateus registrou a presen-
ça dos magos. “Tendo Jesus nascido
em Belém da Judeia, no tempo do rei
Herodes, eis que vieram os magos do
Oriente” (Mt 2,1). Diante do Reden-
tor, eles se apresentaram. “Em seguida,
abriram seus cofres e ofereceram-lhe
Belém, estava escondida a tremenda fe-
licidade do encontro tão esperado entre
Deus e a humanidade. Esvaziando-se de
Sua glória, o Verbo eterno se faz um me-
nino; Aquele que sustenta em seu braço
poderoso os planetas e estrelas mais dis-
tantes é sustentado nos braços delicados
da jovem moça. Desde então, esta tem
sido a forma com que Jesus vem agindo
na história humana, a Sua “lei” de opera-
ção no mundo. Em Sua vida terrena, cres-
ceu e viveu pobre, numa região periférica
e pouco conhecida da Israel, ganhando
a vida como trabalhador braçal. Depois
dos três anos de pregação, deixou-se cap-
turar e pregar numa Cruz, salvando a
humanidade enquanto era humilhado e
desprezado por todos que o viam. Depois
de subir aos céus e deixar a Igreja como
continuação de seu Corpo Santíssimo,
permitiu que ela fosse perseguida e pas-
sasse por constantes crises ao longo de
sua história, parecendo muitas vezes que
estava prestes a ruir ao chão.
Pode ser que, neste Natal, também em
nossa vida haja vários sinais externos de
Arte: Sergio Ricciuto Conte
seus presentes: ouro, incenso e mirra”
(Mt 2,11). A Tradição da Igreja no-
meia os magos como Gaspar, Baltazar
e Melquior. Os textos sagrados nos
mostram que eles se ajoelharam e ado-
raram o Menino Deus. “Ao entrar na
casa, viram o Menino com Maria, sua
mãe, e, prostrando-se, o homenagea-
ram” (Mt 2,11). A grandeza dos magos
não estava na inteligência e sagacidade
de cada um deles nem sequer nos bens
materiais que possivelmente possuí-
am; mas a riqueza desses homens do
Oriente estava na capacidade e inte-
rioridade de entenderem, na presença
do recém-nascido, o Mistério Revela-
do e Manifestado.
Os textos sagrados nos indicam
fracasso. Talvez enfrentemos a pobreza:
falte-nos emprego, estejamos endivida-
dos ou até não possamos dar um belo
presente aos filhos. Talvez algum com-
promisso nos tenha levado para longe da
família, e tenhamos de passar o Natal en-
tre gente desconhecida ou na solidão de
uma gruta. Ainda assim, aquela mesma
alegria intensa que preencheu os cora-
ções de Maria e de José pode vir até nós,
se apenas soubermos transformar a dor
em amor, e se nos doarmos como Deus se
doou a nós. Nosso coração pode não ter
os luxos de uma hospedaria chique; pode
ser até que ele seja meio sujinho, como
a gruta de Belém: mas o Menino-Deus
aceita de bom grado vir até nós, desde
que apenas o acolhamos, e abramos a Ele
nossa porta. Digamos, então, ao Divino
Infante: vinde, doce Jesus, vinde nascer
em nosso pobre coração. Ele é bem po-
brezinho, mas Vós não o desprezais. Tra-
zei convosco vossa Santa Mãe, que nos
ensine a devoção a Vós, e também vosso
santo pai, que nos ajude a proteger-Vos
dos perigos. Vem, doce Menino-Deus!
que não houve uma discussão teológica
entre os magos e Maria Santíssima e São
José. Os magos não estavam munidos de
documentos nem fizeram questionamen-
tos aos familiares do Redentor. Quando
chegaram ao lugar do nascimento de Cris-
to Jesus, guiados pela estrela, o evangelista
Mateus nos afirma, categoricamente, que
eles sentiram uma alegria muito gran-
de: “Eles, revendo a estrela, alegraram-se
imensamente” (Mt 2,10). Quando os ma-
gos viram o Menino Deus na manjedoura,
de fato, eles acreditaram no Salvador.
O Espirito Santo nos revela os Misté-
rios. “Às gerações e aos homens do passa-
do, ele não foi dado a conhecer, como foi
agora revelado aos seus apóstolos e profe-
tas, no Espírito” (Ef 3,5). O Espírito Santo
de Deus abre os nossos olhos, para que a fé
nos seja possível. A Encarnação do Verbo e
a Epifania são celebrações da vida. Os pas-
tores e os magos reconheceram o Verbo de
Deus nos acontecimentos da Natividade de
Nosso Senhor Jesus Cristo e da sua mani-
festação ao mundo. Deus não faz acepção
de pessoas e se manifesta a todos os ho-
mens e mulheres. Reconheçamos Jesus
Cristo como Senhor e Redentor. Sejamos
portadores da sua mensagem de salvação
e a proclamemos a todas as pessoas, sem
distinção ou acepção. Em meio às diferen-
ças e às indiferenças, portemos o Evange-
lho do Salvador a toda a humanidade “[...]
e a luz brilha nas trevas [...]” (Jo 1,5). Jesus
Cristo, de fato, é a luz para todos os povos.
Padre José Ulisses Leva é professor
de História da Igreja na PUC-SP

Santa Sé publica declaração sobre bênçãos
a pessoas em situações moralmente irregulares
REDAÇÃO
osaopaulo@uol.com.br
Na segunda-feira, 18, foi publicada pelo Dicastério
para a Doutrina da Fé, a declaração Fiducia supplicans
(Confiança suplicante), sobre o significado pastoral das
bênçãos na Igreja.
O texto, assinado pelo Prefeito desse Dicastério,
Cardeal Víctor Fernández, com a aprovação do Papa
Francisco, aprofunda o tema das bênçãos, distinguin-
do-as entre as rituais e as espontâneas, categoria na
qual podem ser contempladas pessoas que não vivem
conforme as normas da doutrina moral da Igreja, como
casais em situação irregular ou pessoas do mesmo sexo
que vivem uniões conjugais.
Em entrevista ao portal Aleteia, o Padre José Eduar-
do de Oliveira e Silva, Sacerdote da Diocese de Osasco
(SP) e Doutor em Teologia Moral, explicou que o docu-
mento é apresentado sob a tipologia de declaração, con-
siderado o mais simples dos documentos magisteriais.
“Diferentemente de uma instrução, que teria caráter
mais normativo, uma declaração é apenas uma mani-
festação do Magistério acerca de um tema controverso,
mas não com a força de uma definição”, afirmou o Padre.
NÃO É SACRAMENTO
A declaração apresenta uma compreensão teológica
“ampliada e enriquecida” das bênçãos por meio de uma
reflexão teológica “baseada na visão pastoral do Papa
Francisco”. Sem excluir que uma bênção nunca “pode
oferecer uma forma de legitimação moral a uma união
que se presuma um Matrimônio ou a uma práxis sexu-
al extramatrimonial”, o documento afirma que se deve
evitar o risco de reduzir o sentido das bênçãos apenas
a este ponto de vista, porque “levaria a pretender, para
uma simples bênção, as mesmas condições morais que
se requerem para a recepção dos sacramentos”.
Padre José Eduardo sublinhou que, de modo algum,
o documento altera a doutrina da Igreja em relação ao
Matrimônio. Pelo contrário, o texto trata de “evitar que
se reconheça como Matrimônio algo que não o é”, e
enfatiza que este sacramento é “uma união exclusiva,
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estável e indissolúvel entre um homem e uma mulher,
naturalmente aberta à geração de filho”.
“Esta convicção é fundada sobre a perene doutri-
na católica do Matrimônio. Somente neste contexto as
relações sexuais encontram o seu sentido natural, ade-
quado e plenamente humano. A doutrina da Igreja, sob
esse ponto, permanece firme”, acrescenta a declaração,
reforçando que “são inadmissíveis ritos e orações que
possam criar confusão entre aquilo que é constitutivo
do Matrimônio” (n.4).
CIRCUNSTÂNCIAS
O Teólogo frisou que o documento concretiza as
circunstâncias em que tais bênçãos possam eventual-
mente acontecer: nunca em uma celebração litúrgica,
nunca dentro ou no contexto da celebração de algum
sacramento, nunca com um formulário litúrgico, sem-
pre de forma privada, sob o juízo cautelar do sacerdo-
te, e sempre como uma oração espontânea pelos que
pedem a bênção, “acompanhada de uma súplica para
fazerem a vontade de Deus e como meio de lhes pregar
o querigma, a fim de que se convertam”.
A declaração afirma, ainda, que “esta bênção nunca
será dada no contexto de ritos de união civil e outros
que estejam relacionais com esses. Nem com as vestes
nupciais, os gestos ou as palavras próprios de um ma-
Vatican Media
trimônio. O mesmo vale quando a bênção é solicitada
por uma dupla do mesmo sexo” (n.39).
“Em outras palavras, a Declaração apenas diz que
nós, padres, em situações muito restritivas, podemos
rezar por pessoas que estejam nessa situação. E isso,
francamente, não me parece uma grande novidade. A
novidade se dá na explicitação do alcance não litúrgico
de uma simples bênção”, destacou o Sacerdote.
IMPULSO PARA A CONVERSÃO
Recordando o Catecismo da Igreja Católica, Padre
José Eduardo frisou que a Igreja sempre ensinou que
aqueles que estão em pecado mortal não estão em es-
tado de graça habitual, mas podem receber a chama-
da graça atual, ou seja, “um impulso sobrenatural que
dispõe o homem ao arrependimento, à conversão e à
recuperação da graça santificante”.
O número 27 da declaração cita um texto no qual o
Papa Francisco apresenta uma breve teologia da bên-
ção. “Ali, ele afirma, no fundo, que Deus não desiste
de nós, ainda quando estamos em pecado… Creio que
qualquer pessoa que esteja lutando para viver a conver-
são diária possa facilmente entender que outros preci-
sem de um impulso para chegar ao seu mesmo nível de
formação da consciência, ao seu mesmo comprometi-
mento com a vida moral cristã”, completou o Teólogo.
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Restaurados, sinos da matriz de Nossa Senhora

da Expectação voltam a soar na Freguesia do Ó
Luciney Martins/O SÃO PAULO
FERNANDO GERONAZZO
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Os sinos da igreja matriz da Paróquia

Nossa Senhora da Expectação, na Fregue-
sia do Ó, zona Norte de São Paulo, foram
reinaugurados na noite de terça-feira, 19.
Além dos dois históricos sinos ori-
ginários da antiga matriz e refundidos
em 1935, que passaram por manuten-
ção, limpeza e modernização do sistema
de automação, foi instalado um terceiro
novo sino. O trabalho foi realizado pela
Fábrica de Sinos de Piracicaba e patroci-
nado pelo Grupo Comolatti,
A bênção e reinauguração do campa-
nário foi feita pelo Cardeal Odilo Pedro
Scherer, Arcebispo Metropolitano de São
Paulo, durante missa das festividades da
Padroeira dessa que é uma das paróquias
mais antigas da cidade.
A Paróquia Nossa Senhora da Expec-
tação foi erigida em 15 de setembro de
1796, quando a Rainha de Portugal, Ma-
ria I, decretou a tripartição da Freguesia
da Sé, única circunscrição da Diocese de
São Paulo até então, criando as Freguesias
de Nossa Senhora da Penha de França e
de Nossa Senhora do Ó. Naquele período,
estava em vigor o regime do padroado e o
império tinha poder sobre a organização
eclesiástica em Portugal e em territórios
sob seus domínios, como era o Brasil.
A atual matriz paroquial foi inaugu-
rada em 1901, no lugar da antiga igreja,
datada de 1780, da qual são originários
os sinos restaurados.
TRADIÇÃO
Já virou uma tradição do Grupo Co-
molatti patrocinar o restauro de sinos de
igrejas em São Paulo. “Nós realizávamos
campanhas de arrecadação de alimentos
e agasalhos na Paróquia São Januário
[San Gennaro], que fica próxima da sede
da nossa empresa. Certa vez, perguntei
Cardeal Odilo Pedro Scherer e Padre Aldenor Lima, Pároco, agradecem aos diretores do Grupo Comolatti o restauro dos sinos da igreja, dia 19
ao Pároco da época se a Paróquia pre-
cisava de mais alguma ajuda. Então, ele
nos pediu patrocínio para os sinos da
torre nova que estava sendo construída.
A partir daí, nasceu a tradição de todo
ano patrocinarmos o restauro dos sinos
de uma igreja”, contou Sergio Comolatti,
presidente do conselho de administração
do grupo empresarial.
Em 16 anos, já foram restaurados os
campanários de 17 igrejas da Arquidio-
cese de São Paulo, tais como das paró-
quias como São Vito Mártir, Bom Jesus
do Brás, Nossa Senhora do Brasil, Nossa
Senhora da Paz, São Cristóvão, São José
do Belém e São João Batista do Brás,
além da Igreja Nossa Senhora da Boa
Morte e do Mosteiro de São Bento, no
centro. Em 2010, foi restaurado o car-
rilhão de 61 sinos da Catedral da Sé, o
maior da América Latina.
O legado do Grupo Comolatti come-
çou a ser construído em 1948, quando
Evaristo Comolatti, imigrante italiano,
chegou à cidade de São Paulo. O sonho
de abrir um grande negócio no segmen-
to automotivo o levaria a inaugurar no
bairro da Mooca, em 1957, uma reven-
dedora de autopeças e oficina, a Evaris-
to Comolatti & Cia. Ltda. Há 65 anos, o
grupo atua desde a distribuição de auto-
peças e a comercialização de veículos até
a alta gastronomia e o setor imobiliário.
Entre os projetos sociais, destacam-se o
investimento em ciência, cultura e edu-
cação, restauração de sinos de igrejas
brasileiras, revitalização de praças italia-
nas em São Paulo, investimento em es-
porte, eventos beneficentes, entre outros.
Sergio Comolatti recordou que a ini-
ciativa busca manter viva a tradição de,
“com o toque dos sinos, chamar as pes-
soas para a Igreja, pois o soar dos sinos
é uma forma de comunicação que atra-
vessa gerações e representa para a família
Comolatti um legado de fé”.
SINAL PARA A CIDADE
“Os sinos estão ligados à vida do povo
de Deus, o seu som marca os tempos da
oração, reúne o povo para realizar as ações
litúrgicas, avisa os fiéis sobre acontecimen-
tos mais sérios que podem significar afli-
ção ou alegria para esta porção da Igreja,
nesta parte da cidade ou para cada um
dos fiéis”, afirmou Dom Odilo, destacando
que, na metrópole, em meio ao barulho de
tantas vozes, “temos que fazer o possível
para que a presença da Igreja seja percebi-
da na cidade. Nós estamos aqui”.
O Pároco, Padre Aldenor Alves de
Lima, ressaltou a alegria da comunida-
de em ter os sinos restaurados. Ele ex-
plicou ao O SÃO PAULO que os sinos
funcionavam manualmente e de forma
precária. No período em que pararam de
soar para o restauro, muitos moradores
sentiram falta e perguntavam o que ha-
via acontecido.
Uma vez restaurados, os sinos anun-
ciarão as principais missas e eventos ex-
traordinários, além de tocar nas horas
marianas, às 12h e às 18h. Também indi-
carão as horas, conectados ao relógio da
igreja matriz.

Cardeal Odilo Pedro Scherer ordena 10
diáconos e pede orações pelas vocações
DANIEL GOMES
osaopaulo@uol.com.br
“Enviai sobre eles, Senhor, nós vos pe-
dimos, o Espírito Santo que os fortaleça
com os sete dons de vossa graça, a fim de
que exerçam com fidelidade o seu mi-
nistério. Resplandeçam neles as virtudes
evangélicas: o amor sincero, a solicitude
para com os enfermos e os pobres, a auto-
ridade discreta, a simplicidade de coração
e uma vida segundo o Espírito. Brilhem
em suas condutas os vossos mandamen-
tos, para que o exemplo de suas vidas
despertem a imitação de vosso povo e,
guiando-se por uma consciência reta,
permaneçam firmes e estáveis no Cristo.
Assim, imitando na terra vosso Filho, que
não veio para ser servido, mas para servir,
possam reinar com Ele no céu”.
Este trecho da prece de ordenação,
feita pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer,
Arcebispo de São Paulo, na tarde do sá-
bado, 16, após impor as mãos e ordenar
dez diáconos para a Igreja, sintetiza o
ministério por eles recebido.
Perante a assembleia de fiéis que lotou
a Catedral da Sé, o Arcebispo Metropo-
litano conferiu o primeiro grau do sa-
cramento da Ordem a Douglas da Silva
Gonzaga e José Cícero Teotônio da Silva,
do Seminário Arquidiocesano Imaculada
Conceição; a Francisco Osmar Cáceres
Peña, do Seminário Missionário Arqui-
diocesano Internacional Redemptoris
Mater São Paulo Apóstolo; aos frades da
Ordem de Santo Agostinho (OSA) Cí-
cero Antônio Gomes Vieira, Henrique
Halison Silva Batista, Pedro Higo Silva
Nascimento e João Marcos Pontes Borba
Filho; e aos senhores Nelson Marques,
Ronaldo Contin Della Nina e Wagner
Gomes Coelho, estes como diáconos per-
manentes, após terem se preparado na
Escola Diaconal Arquidiocesana São José.
AS 3 DIMENSÕES DO DIACONATO
Dom Odilo, na homilia, ressaltou
que a ordenação diaconal é a confirma-
ção que a Igreja dá, invocando o dom do
Espírito Santo, aos que foram chamados
por Deus e que bem se prepararam para
exercer este ministério, como servidores
em três dimensões: “Os diáconos são or-
denados para os serviços do altar, da Pa-
lavra de Deus e da caridade”, enfatizou.
Ao recordar a instituição do diacona-
to pelos apóstolos, o Arcebispo lembrou
os requisitos de quem irá receber este
ministério: que sejam homens íntegros,
cheios de sabedoria do Evangelho e da fé,
e que estejam disponíveis para cuidar dos
mais necessitados. Nesse sentido, com-
pete aos diáconos – lembrou Dom Odilo
– ajudar na liturgia, também preparan-
do o povo para bem celebrá-la; servir na
pregação e no ensino da Palavra de Deus;
e realizar o serviço da caridade, especial-
mente em favor dos pobres e doentes.
UNIDOS A CRISTO E À IGREJA
O rito de ordenação começou após
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www.arquisp.org.br
Na ordenação, no sábado, 16, o Arcebispo Metropolitano ressalta que o diaconato envolve os serviços do altar, da Palavra de Deus e da caridade
a proclamação do Evangelho, com a
apresentação dos candidatos ao diaco-
nato, chamados por seus formadores,
os quais confirmaram diante do Arce-
bispo que eles são dignos para exercer
o ministério.
Após a homilia, o rito teve sequên-
cia com o propósito dos eleitos, quando
cada um dos candidatos manifestou pu-
blicamente as exigências deste ministé-
rio: ser consagrado ao serviço da Igreja;
desempenhar, com humildade e amor, o
ministério diaconal como colaborador da
ordem sacerdotal; guardar o mistério da
fé e proclamá-la por palavras e atos; guar-
dar para sempre o celibato (o que não se
aplica aos diáconos permanentes); perse-
verar e progredir no espírito de oração; e
imitar sempre o exemplo de Cristo.
Depois, cada um ajoelhou-se diante
do Arcebispo e prometeu-lhe respeito e
obediência, bem como a seus sucessores.
O rito prosseguiu com a Ladainha de To-
dos os Santos, entoada com os candida-
tos prostrados em frente ao presbitério.
Passou-se, então, ao momento cen-
tral da ordenação: a imposição das mãos
do Arcebispo sobre a cabeça de cada um
dos eleitos, seguida da prece de ordena-
ção, na qual se pede a Deus a efusão do
Espírito Santo e de seus dons aos que se-
rão ordenados.
Em seguida, estando de frente à as-
sembleia de fiéis, cada um dos novos
diáconos foi revestido com a estola e a
dalmática. De volta ao presbitério, eles
receberam do Arcebispo o livro dos
Evangelhos: “Transforma em fé viva o
que leres, ensina aquilo que creres e pro-
cura realizar o que ensinares”, disse-lhes
Dom Odilo.
A conclusão do rito foi com o abra-
ço da paz aos neodiáconos, primeiro de
Dom Odilo e depois dos bispos auxiliares
e dos padres concelebrantes, entre eles o
| 20 de dezembro de 2023 a 9 de janeiro de 2024 | Reportagem | 7
Luciney Martins/O SÃO PAULO
Frei Maurício Manosso Rocha, Provin- CONHEÇA MAIS SOBRE
cial da Ordem de Santo Agostinho. OS 10 DIÁCONOS:
https://curtlink.com/JbhWT
GRATIDÃO E ORAÇÕES
PELAS VOCAÇÕES
Já ordenados, os dez novos diáconos DIÁCONOS SEMINARISTAS
ajudaram no serviço da altar da missa e Douglas da Silva Gonzaga, 25
deram a comunhão aos fiéis. ‘Por causa do Evangelho’
Ao final, o Diácono seminarista José (2Tm 2,3)
Cícero Teotônio da Silva, o Diácono José Cícero Teotônio
agostiniano Frei Cícero Antonio Gomes da Silva, 41
Vieira e o Diácono permanente Wagner ‘O Senhor fez em mim
Gomes Coelho agradeceram, em nome maravilhas’ (Lc 1,49)
dos demais, ao Arcebispo por ordená-los Francisco Osmar
e sempre zelar pelas vocações; aos pró- Cáceres Peña, 32
prios familiares pelo permanente apoio; ‘Pois, quando eu mesinto fraco,
aos formadores; às paróquias pelas quais é então que sou forte’
já passaram, e a todo o povo de Deus. (2Cor 12,10)
“Confiamos naquela que soube ser
discípula, nossa Mãe Imaculada Con-
DIÁCONOS PERMANENTES
ceição, e na força do profetismo de João
Nelson Marques, 68
Batista, que anuncia ‘Ele está no meio de
‘É preciso que Ele cresça e eu
nós’. Rezem por nós”, expressou o Diáco-
diminua’ (Jo 3,30)
no seminarista José Cícero.
Ronaldo Contin Della Nina, 49
“Que a santíssima Virgem Maria este-
ja sempre ao nosso lado, nos proteja e nos ‘Se alguém quer servir a mim,
ensine a fazer a vontade de seu amado fi- que me siga. E onde eu estiver,
lho”, desejou o Diácono permanente Wag- aí também estará o meu servo’
ner Gomes. (Jo 12,26)
Antes da bênção final, Dom Odilo Wagner Gomes Coelho, 54
pediu aos fiéis que continuem a rezar ‘Ainda que eu falasse a língua
pelas vocações, especialmente perante dos anjos, se não tiver amor,
um ambiente cultural que não tem sido nada sou’ (1Cor 13,1)
favorável ao despertar vocacional: “É im-
portante que rezemos, que peçamos, que DIÁCONOS AGOSTINIANOS
valorizemos as vocações, que apoiemos ‘A caridade jamais acabará’
os seminários. Também os sacerdotes (1Cor 13,8)
e religiosos precisam de apoio e oração Frei Cícero Antônio Gomes
de toda a comunidade. Deus os chama Vieira, 29
para servir o povo em Seu nome e para Frei Henrique Halison Silva
testemunhar e anunciar o Evangelho”. Batista, 32
Oportunamente, haverá a divulgação Frei João Marcos Pontes
das regiões episcopais nas quais os diá- Borba Filho, 26
conos seminaristas e os diáconos perma- Frei Pedro Higo Silva
nentes exercerão seu ministério. Nascimento, 25
8 | Reportagem | 20 de dezembro de 2023 a 9 de janeiro de 2024 |
Natal dos Pobres: todos são bem-vindos
à mesa para a ceia natalina
NA PRAÇA DA SÉ,
1,5 MIL PESSOAS
EM SITUAÇÃO DE
VULNERABILIDADE
PARTICIPARAM
DA CELEBRAÇÃO
PROMOVIDA
PELA ALIANÇA DE
MISERICÓRDIA
ROSEANE WELTER
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
Jaqueline e Francis dos Santos são
pais do Lucas, 2 anos de idade, e do
Kauã, de 2 meses. O casal está desempre-
gado e mora em um cômodo em Piritu-
ba, na zona Noroeste da capital paulista.
“Andamos pelas ruas da cidade em busca
de ajuda. Era meio-dia, e passando aqui
na Praça da Sé, soubemos da ação e de-
cidimos esperar. Eu não pensava que,
nas condições em que estamos, teríamos
como comemorar o Natal, mas, feliz-
mente, graças a esta ceia, o nosso Natal
www.osaopaulo.org.br
Diariamente, no site do jornal O SÃO
PAULO, você pode acessar notícias
sobre a Igreja e a sociedade em São
Paulo, no Brasil e no mundo. A seguir,
algumas notícias e artigos publica-
dos recentemente.
Natal de ‘luto’ e ‘dor’: Papa
pede atenção mundial aos
habitantes da Terra Santa
https://curtlink.com/27aML
Francisco no Angelus:
mostrar a luz verdadeira, que
é Jesus, com o testemunho de
vida
https://curtlink.com/iT0ZH
Pontífice exorta que o uso
da inteligência artificial sirva
à fraternidade e à paz
https://curtlink.com/07ugv
Marco Temporal: em
nota, CNBB pede que seja
assegurada a garantia
dos territórios aos povos
indígenas
https://curtlink.com/hEJTr
Casa de Saúde Nossa Senhora
dos Raros é inaugurada por
sacerdote em Taubaté (SP)
https://curtlink.com/iSiLm
Imagens sacras: a
representação daquilo que
nos aproxima de Deus
https://curtlink.com/Lulfk
www.osaopaulo.org.br
www.arquisp.org.br
Dom Odilo saúda os participantes do Natal dos Pobres 2023, realizado na Praça da Sé na noite do domingo, 17, após a missa na Catedral
não passará em branco”, contou Francis.
A família esteve entre os partici-
pantes do Natal dos Pobres, iniciativa
promovida pela comunidade Aliança
de Misericórdia, na Praça da Sé, com a
participação de 300 voluntários, entre
leigos, consagrados e sacerdotes, bene-
ficiando 1,5 mil pessoas em situação de
rua com a ceia natalina, ofertada no do-
mingo, 17, após a a missa, presidida pelo
Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo
de São Paulo, na Catedral da Sé.
Jaqueline, com o pequeno no colo e
com lágrimas nos olhos disse: “Como é
bom sentar à mesa com a família para a
refeição. Está difícil nossa situação, mas,
durante a oração do Cardeal, pedi para
Deus que Ele nos dê um trabalho, para
garantir nossa dignidade”, afirmou.
UM DIA DE ATIVIDADES
No cardápio do Natal dos Pobres teve
arroz, feijão, salada de macarrão, frango
assado e farofa. E ainda refrigerante e sor-
vete como sobremesa. No final, cada um
ainda recebeu um panetone, um bolo no
pote e um kit de higiene pessoal.
O Natal dos Pobres aconteceu no en-
cerramento da 23ª edição da ação mis-
sionária Thalita Kum, promovida pela
Aliança de Misericórdia nas ruas e pra-
ças do centro da capital paulista, anun-
ciando a alegria do nascimento de Jesus
por meio de músicas, danças, teatro e
pregações.
Ao longo do dia, foi realizada tam-
bém na Praça da Sé a ação “Bom Sama-
ritano”, na qual voluntários atenderam as
pessoas em situação de vulnerabilidade
social, ofertando-lhes roupa, corte de ca-
belo, manicure, assistência médica, entre
outros serviços.
ALEGRIA E ESPERANÇA
Na homilia da missa, Dom Odilo
elogiou a iniciativa de anunciar com pa-
lavras e obras concretas a Boa Nova do
Natal aos pobres, àqueles que estão nas
ruas, sem esperança e abandonados.
“Que Deus abençoe todos vocês
que realizaram esta missão pelas ruas
da cidade. No Domingo da Alegria,
que bom encontrar irmãos que aju-
dam, que estendem a mão, que pro-
movem os sinais que refletimos da li-
turgia de hoje: a alegria e a esperança,
a quem está nas ruas, nas drogas e em
em outras situações de sofrimento”,
manifestou o Cardeal.
Após a missa, Dom Odilo foi até
a praça para saudar os participantes e
abençoá-los.
CELEBRAR COM DIGNIDADE
Mary Ferreira Machado, 55, consa-
grada celibatária da Aliança de Mise-
ricórdia e uma das coordenadoras do
evento, explicou ao O SÃO PAULO que
foram preparadas 1,5 mil refeições e dis-
ponibilizados lugares para 1,5 mil pesso-
as sentarem-se à mesa.
“Nosso desejo é não só levar o ali-
mento, mas ser presença com eles. O
Natal dos Pobres nos ensina isto: fazer a
diferença na vida daqueles que mais pre-
cisam”, disse a consagrada. “Pensamos
em tudo com muito carinho, cuidado.
Mas, acima de tudo, contemplamos a
ação de Deus nos detalhes, é Ele quem
conduz e prepara o melhor para estes ir-
mãos. Nosso sentimento é de muita gra-
tidão”, complementou.
Mary enfatizou que o Natal dos Po-
bres acontece graças à generosidade e
doação dos itens da ceia, pela parceria
com instituições públicas e empresas que
colaboram na montagem da estrutura,
e pela união de carismas, pois além da
Aliança de Misericórdia colaboram na
ação membros da Toca de Assis e a Fra-
ternidade O Caminho.
“A alegria de servir é o que nos move
Luciney Martins/O SÃO PAULO
todos os anos nesta ação natalina e em to-
dos os dias, nas tantas ações concretas que
realizamos para os irmãos à margem”, fi-
nalizou, mencionando que foram assados
400kg de frango para serem servidos.
SERVIR COM AMOR
Padre João Henrique Porcu, um dos
fundadores da Aliança de Misericórdia,
enfatizou que a ação do Natal dos Pobres
não consiste apenas em oferecer um pra-
to de comida, e sim proporcionar uma
experiência mais profunda do Natal com
a celebração eucarística e a ceia.
“Nossa missão é saciar a fome da
Palavra, proclamando o anúncio da
chegada de Jesus que vem e a fome de
pão. Queremos proporcionar o mínimo
de dignidade para poderem se sentar à
mesa, serem servidos por missionários,
religiosos e leigos, uma experiência de
servir os mais pobres com respeito e
amor”, afirmou.
“Somos abraçados por Deus todos os
dias. Nossa missão é chegar a todos com
amor e alegria no serviço que humaniza”,
finalizou.
Rafaela Giorgi Manente, 14, é volun-
tária na ação há quatro anos: “O que me
motiva a estar aqui é a alegria de servir.
Meus pais são atuantes sociais e poder
ajudar neste dia é acolher o próprio Cris-
to presente entre nós”.
Entre os contemplados com a ini-
ciativa esteve Clecia Gildenaide, 22. Ela
chegou a São Paulo há quatro anos vinda
de Mossoró (RN). Após ficar desempre-
gada, perdeu a moradia e hoje está em
situação de rua. “Vim na esperança de
melhores condições de vida e olha onde
estou: na rua. Esse prato de comida é mi-
nha única refeição hoje. Eu acredito que
dias melhores virão. Estou procurando
emprego. Que ceia saborosa! O Natal
resgata a alegria e a esperança de um
amanhã melhor”, afirmou.

Especial de Natal
Grande alegria. Que boa notícia!
CARDEAL ODILO PEDRO SCHERER
ARCEBISPO METROPOLITANO DE SÃO PAULO
No nascimento de Jesus, o anjo
anunciou aos pastores nos campos
de Belém: “Não tenhais medo. Eis
que vos anuncio uma grande alegria,
que será alegria também para todo o
povo. Hoje, na cidade de Davi, nasceu
para vós um Salvador, que é Cristo
Senhor” (Lc 2,9-10).
A notícia do anjo encheu os pasto-
res de alegria e animação. Eles foram
logo ver o que Deus havia feito para
eles e encontraram o menino Jesus, en-
volto em panos e deitado numa manje-
doura, contemplado por sua mãe e por
José. Viram e ficaram maravilhados.
Cheios de esperança, saíram a contar
a todos o que viram e o que ouviram a
respeito do menino.
Nestes nossos tempos conturbados
de guerras e tensões entre povos, gru-
pos e pessoas, estamos necessitados de
boas notícias, que tragam alegria, con-
forto e esperança, para continuarmos
nosso caminho, firmes no esforço por
melhorar este mundo. O Natal é uma
boa notícia para todos nós! Saber que
Deus olha para nossa pobreza e confu-
são e tem compaixão de nós, que nos
envia seu Filho para trazer luz e paz aos
homens “de boa vontade” e ensinar os
caminhos da justiça e da paz, enche-
-nos de alegria e esperança.
Como é bom lembrar que não esta-
mos sós e abandonados neste mundo
imenso! Quem criou e sustenta o mun-
VIVAMOS O NATAL COM JESUS!
Apresentamos abaixo a agenda das missas da Vigí-
lia de Natal, no domingo, 24, e da Solenidade do Natal
de Nosso Senhor Jesus Cristo, na segunda-feira, 25, que
serão presididas pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Ar-
cebispo Metropolitano, e pelos bispos auxiliares da Ar-
quidiocese de São Paulo.
Em todas as paróquias da Arquidiocese também
acontecerão missas por ocasião do Natal. Informe-se na
secretaria de sua paróquia e participe.
CARDEAL ODILO PEDRO SCHERER
24/12
19h Missa da Vigília de Natal na Paróquia
Natividade do Senhor (Rua Augusto Rodrigues,
291, Jardim Fontális)
24h Missa da Noite do Natal na Catedral da Sé
25/12
11h Missa de Natal na Catedral da Sé
17h Missa de Natal no Arsenal da Esperança (Rua
Dr. Almeida Lima, 900, Mooca)
19h  Missa de Natal na Paróquia Menino Jesus
(Avenida Mazzei, 491, Tucuruvi)
DOM ÂNGELO ADEMIR MEZZARI, RCJ
24/12
17h Missa da Vigília de Natal na Comunidade Nossa
Senhora da Moradia (Rua Menino de Engenho,
Dezembro de 2023
Luciney Martins/O SÃO PAULO
do também olha para nós, cuida com sua
providência do curso da vida e da histó-
ria! Como é bom saber que este mundo
tem solução e esperança e não está en-
tregue à sua própria sorte, destinado ao
eterno caos e à ruína irreparável! Deus
veio ao nosso encontro e se fez “Deus-
-conosco – Emanuel” para caminhar co-
nosco e dar-nos rumo e futuro.
Neste Natal, renovemos nossa fé em
Deus e agradeçamos sua benevolência
paterna. E reafirmemos nosso desejo
de ser “pessoas de boa vontade”, pron-
tas a acolher os desígnios de Deus a
nosso respeito e a respeito do mundo.
Neste Natal, o mundo deveria “resse-
tar”, começar de novo a partir do que
Deus “viu que era bom”. Trazemos esse
desejo no profundo do coração, como
uma saudade de algo que se perdeu,
mas que ainda pode ser encontrado e
reconstruído. O Natal é para nós a pro-
messa da renovação de todas as coisas.
Podemos começar neste Natal.
Desejo a todo o povo de Deus que
peregrina em São Paulo um feliz e
abençoado Natal de Jesus. Que seja
festa para todos, na fé, alegria e fra-
ternidade! Que seja festa em família,
pois o Filho de Deus entrou numa
família humana e abençoou todas as
famílias. Que seja festa das crianças,
que têm o coração puro e aberto ao
mistério grande que celebramos. Que
os aflitos, doentes, pobres e pessoas
sem casa e sem liberdade não fiquem
esquecidos. Que seja um feliz e santo
Natal para todos!
826, Jardim São Savério) Nossa Senhora das Flores (Rua das Rosas, 105,
19h30 Missa da Vigília de Natal na Área São Parque das Flores)
Domingos de Gusmão (Rua Carapiranga, 278, 25/12
Jardim Caraguatá) 10h Missa de Natal na Paróquia Sagrada Face (Rua
25/12 Mariazinha Vicenzzoto, 41, Jardim Aricanduva)
9h Missa de Natal na Área São Domingos de
Gusmão DOM JORGE PIEROZAN
24/12
DOM CARLOS LEMA GARCIA 20h  Missa da Vigília de Natal na Paróquia Nossa
24/12 Senhora de Fátima (Rua Gomes Leal, 329, Vila
18h30 Missa da Vigília de Natal na Paróquia Nossa Dionísia)
Senhora do Brasil (Praça Nossa Senhora do 25/12
Brasil, 01, Jardim América) 10h30 Missa de Natal na Basílica Menor de Sant’Ana
(Rua Voluntários da Pátria, 2.060, Santana)
DOM CARLOS SILVA, OFMCAP.
24/12 DOM JOSÉ BENEDITO CARDOSO
19h Missa da Vigília de Natal na Paróquia Nossa 24/12
Senhora da Expectação (Largo da Matriz de 9h Missa de Natal no Centro de Detenção
Nossa Senhora do Ó, s/n°, Freguesia do Ó) Provisória de Pinheiros
25/12 18h  Missa da Vigília de Natal na Paróquia Cristo
10h Missa de Natal na Paróquia Nossa Senhora Jovem (Largo da Lapa, 106, Lapa de Baixo)
Mãe de Deus (Rua Manoel de Arzão, 85, Vila
Albertina) DOM ROGÉRIO AUGUSTO DAS NEVES
24/12
DOM CÍCERO ALVES DE FRANÇA 19h  Missa da Vigília de Natal na Paróquia Nossa
24/12 Senhora da Consolação (Rua da Consolação,
20h Missa da Vigília de Natal na Área Pastoral 585, Consolação)
2 | Especial de Natal | 20 de dezembro de 2023 |
MENSAGENS DE NATAL DOS BISPOS AUXILIARES DA ARQUIDIOCESE
O Natal como um tempo de graça
DOM JORGE PIEROZAN
Com a vivência litúrgica do Advento, a
Igreja nos convidou a um tempo de refle-
xão profunda sobre a chegada do Filho de
Deus. Ele veio para reatar a aliança entre
o Criador e a criatura. Nos tempos idos,
muitos profetas falaram do Messias e trou-
xeram mensagens de paz, justiça e liberda-
de. Chegada a plenitude dos tempos, Jesus
tomou um corpo como o nosso, gerado
no seio puríssimo da Bem-Aventurada
Virgem Maria.
No Advento, a figura emblemática
de João Batista ajudou-nos a preparar o
caminho do Senhor. Este Encontro não
pode ser improvisado! Que ninguém dei-
xe de reconhecer Jesus por estar com o co-
ração pesado demais, marcado por desas-
sossegos e inquietações da vida. Que não
Belém é aqui
DOM JOSÉ BENEDITO CARDOSO
Um antigo hino cantado no tempo
de Natal ensinava que “Belém é aqui,
aqui é Natal. Belém é aqui, onde estou,
na casa vizinha mora o Salvador”. Belém
é a “casa do pão” em que se encontra o
túmulo da matriarca Raquel e também
em que se deu a história de Rute e Booz,
modelos de convivência harmoniosa
entre pessoas de etnias diferentes. Nela,
o profeta Samuel ungiu Davi, que gover-
nou Israel por 40 anos. Depois, seus des-
cendentes reinaram por mais de quatro
séculos.
Em Belém, completaram-se os dias e
Maria deu à luz seu filho primogênito.
Na sala dos hóspedes não havia lugar
para eles; então, a mãe enfaixou a crian-
ça e a colocou num coxo (manjedoura),
lugar onde animais mansos, os que co-
nhecem seus donos, vinham se alimen-
tar. Ali, em meio ao capim, Maria recos-
tou o recém-nascido. Mais tarde, Jesus
Mais uma vez é Natal
DOM CARLOS SILVA, OFMCAP.
A festa da alegria, a festa da paz, a fes-
ta da luz, a festa da família. É também a
festa do Encontro. A natureza divina vem
definitivamente habitar entre nós. Vem
ao nosso encontro. A Palavra se fez carne.
Deus armou a sua tenda entre nós.
Ele, o Cristo, o Menino Deus, entra
na nossa história. Vem pisar os nossos
passos, caminhar os nossos caminhos, se
revestir de simplicidade, de humanidade
para nos ensinar o quanto Deus é bom, o
quanto Deus é amor.
Em 1223, há 800 anos, pela primeira
vez, São Francisco de Assis, para falar do
www.arquisp.org.br
www.osaopaulo.org.br
haja o risco de deixar Jesus passar ao largo.
É o perigo dos tempos de muitas festas.
Os apelos do consumismo não deixam lu-
gar para pensarmos nas coisas de Deus.
Dobremos os joelhos diante da Encarnação
do Verbo de Deus. Que a voz de João Ba-
tista alcance o deserto de nossos corações.
Nem sempre os joelhos se dobram!
Tementes a Deus, em atitude de adoração,
olhemos a vida com os olhos da fé. Ouça-
mos a voz do Alto. O mundo está repleto
de palavras vãs, palavreados com adornos,
religiões fáceis. Ouçamos o som do silên-
cio daquela noite santa de Belém. E tenha-
mos a coragem de dar a vida pelo Reino
de Deus! Mais do que nos dirigirmos à
gruta de Belém, deixemo-nos encontrar
pelo Menino!
Aos leitores, um feliz, santo e abenço-
ado Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo!
multiplica os pães, pede que a multidão
se sente na relva (capim) e seja saciada.
A referida sala dos hóspedes tinha certa
proximidade do lugar onde ficavam os
animais. Naquela ocasião, não foi possí-
vel ocupar tal sala, porém, mais adiante,
por ocasião da última Ceia, uma sala
no andar superior tornou-se disponível
para que nela Jesus instituísse sua eterna
“memória”.
Neste Natal e em todos os dias da
vida, redescubramos as lições de Belém:
casa do pão para que todos estejam bem
nutridos; lugar onde os pequenos podem
reclinar o seu corpo; espaço de integra-
ção com toda criação (na manjedoura
animais mansos faziam sua refeição);
fonte de inspiração para construir a civi-
lização do amor, vivida e ensinada pelo
Deus Menino que nessa cidade nasceu.
Belém tem muitas outras lições que po-
demos descobrir e atualizar, pois “Belém
é aqui, se existe calor na luta dos homens,
combatendo a dor”. Feliz Natal.
mistério da Encarnação, montou o pri-
meiro presépio vivo. Num dos seus escri-
tos, assim diz: “Naquele dia, o Senhor nos
enviou a sua misericórdia. Um Menino
Santíssimo e dileto nos foi dado e nasceu
no caminho para a nossa salvação”.
Que neste Natal, o nosso coração seja
uma manjedoura que acolhe e abraça a to-
dos aqueles que se apresentarem no nosso
caminho. Mas de forma preferencial, os
mais pobres, os mais humildes, aqueles
que nada têm, como fez nosso Mestre e
Senhor.
Um Feliz e Santo Natal e que em 2024,
o Ano Novo seja repleto de Fraternidade
e de Paz.
A esperança que brota do
nascimento do Filho de Deus
DOM ROGÉRIO AUGUSTO DAS NEVES
Ninguém vive sem esperança. E, num
tempo em que a própria existência da ver-
dade parece ser posta em questão, as pes-
soas tendem a não acreditar que alguma
coisa além da matéria possa coordenar as
suas vidas. Mas, o mundo precisa de res-
postas mais profundas e consistentes do
que as certezas dadas pela nossa razão ou
pelas nossas meras sensações.
O ser humano não encontra sentido e
explicação para sua vida se não chegar a
experimentar que o seu Criador se impor-
ta com ele e se tenha oferecido para que
sua vida fosse além da pura experiência
material. A visita do Filho de Deus desafia
A essência do Natal
DOM CÍCERO ALVES DE FRANÇA
O Natal é cheio de mistério e alegria,
afinal, celebramos o nascimento de Jesus,
nosso Salvador. Devemos ter o cuidado de
não nos limitarmos a contemplar apenas
o aspecto gracioso do recém-nascido nem
apenas o aspecto poético do presépio, pois
este recém-nascido é também o homem
da cruz e o Senhor Ressuscitado.
A essência do Natal é que Deus, Eter-
no e Onipotente, Criador e Senhor do céu
e da terra, entrou na nossa história; tor-
nou-se humano como nós, a fim de nos
salvar e experimentar aquilo que cotidia-
namente experimentamos e fazer-se nos-
so modelo. Se Ele, Deus feito carne, esco-
‘Em Jesus, Deus foi criança...’
DOM ÂNGELO ADEMIR MEZZARI, RCJ
“Em Jesus, Deus foi criança e, nes-
sa condição, quis revelar a grandeza
do seu amor” (Papa Francisco). Com
alegria e esperança, contemplamos no
presépio o grande milagre do amor di-
vino, e o Menino ali reclinado é nosso
próprio Deus. Ele se faz tão próximo de
nós para nos mostrar como tornar-nos
próximos uns dos outros, pois em Jesus
Cristo somos todos irmãos, filhos e fi-
lhas do mesmo Pai.
Neste espírito que nos une na fé e no
amor, venho desejar a todos um Feliz e
Santo Natal. Em nossos ouvidos e coração,
ressoa o anúncio de uma grande alegria:
“Hoje nasceu para vós o Salvador, que é o
Cristo Senhor” (cf. Lc 2,11). Sim, é nosso
Redentor, o Emanuel, Deus conosco, pois
seu nome é Jesus, Deus que salva. E o cân-
tico dos anjos se espalha por toda a terra
proclamando: “Glória a Deus no mais
alto dos céus, e na terra, paz aos que são
nosso raciocínio. A Encarnação do Verbo
é o maior milagre que alguém poderia ter
sonhado. A proporção do absurdo revela
a grandeza do que esperamos. Ninguém
podia imaginar que na pequenez e sim-
plicidade de uma criança poderia estar
o destino da humanidade. Entretanto, é
nisso que nós cristãos acreditamos. Se cre-
mos nisso, só podemos celebrar essa festa
com gratidão e com desejo de correspon-
dência. Por isso, afirmamos que Deus está
no meio de nós e se entrega para que seja-
mos verdadeiramente seus filhos.
Feliz Natal e muitas bênçãos para to-
dos os lares em que alguém possa desejar
o nascimento de Cristo no interior de suas
vidas, de suas famílias, de suas histórias!
lheu uma vida pobre, humilde e simples,
de intenso diálogo de oração com o Pai e
de vivência fraterna com os outros, pode-
mos estar seguros de que este é o melhor
modo de viver e de nos realizarmos como
homens e mulheres. Portanto, não nos de-
tenhamos apenas na poesia do presépio
e em suas engrenagens, mas adoremos
a coragem de Deus que se encarnou por
meio de uma mulher. Peçamos ao Menino
Jesus que nos dê coragem de escolher um
estilo de vida que se pareça tanto quanto
possível com o Seu, confiantes de que, se
o fizermos, faremos a escolha mais acerta-
da, capaz de construir um mundo de paz,
amor e fraternidade no Filho de Deus que
quis armar sua tenda entre nós.
do seu agrado” (Lc 2,14). Sim, Jesus Cris-
to é a nossa paz, nossa esperança. O seu
nascimento enche a terra e o coração hu-
mano de uma esperança eterna, é o Filho
de Deus entre nós, o Verbo encarnado, é
nossa salvação. Que o Natal renove nosso
desejo de construir a paz que permaneça,
um mundo mais justo e fraterno, no cui-
dado com o outro, na misericórdia e no
perdão, para que não haja indiferença e
exclusão, mas, sim, unidade, comunhão,
fraternidade. Vamos com ardor viver e
promover a paz: nos corações, na família,
na comunidade, no mundo. Shalom, Jesus
Cristo é nossa paz.
Com reverência, admiração e estupor,
contemplemos com Maria e José o mis-
tério do amor revelado para nós e nossa
salvação: “Todos os que ouviram os pas-
tores ficavam admirados com aquilo que
contavam. Maria, porém, guardava todas
estas coisas, meditando-as em seu cora-
ção” (Lc 2,18).
Feliz Natal e abençoado ano de 2024.

Natal: viver
como filhos
de Deus
DOM CARLOS LEMA GARCIA
O Natal significa o nascimento de
Jesus. Mas Jesus nasce “para mim”, para
me conhecer, para falar comigo, para me
ensinar muitas coisas, para conseguir o
perdão dos meus pecados e para que eu
possa recuperar a paz sempre que a mi-
nha consciência me acusar de algo erra-
do. Também para me transmitir um ide-
al de vida: santificação no cumprimento
de todos os meus deveres: no estudo, na
família, com os amigos, no trabalho, na
igreja etc. Jesus vem para se unir a mim
na Eucaristia: espera-me na Missa e na
Comunhão, para me ensinar a vida nova
dos filhos de Deus, e para que eu aprenda
a amar com amor verdadeiro, puro, santo.
A chegada de Jesus no Natal realiza
o grande sonho da humanidade: conhe-
cer Deus. Saber quem é Deus, como Ele
é, conhecer os planos de Deus, saber o
que Deus pensa, o que Deus quer. Ainda
mais: saber o que Deus espera de cada
um de nós. Conhecer o caminho que
nos leva a Ele. Como devo me compor-
tar para atingir a minha maior realização.
Saber qual a missão que me foi confiada
nesta vida, que eu devo realizar nesta ter-
ra, neste período da História da humani-
dade em que fui chamado a viver.
Jesus também vem oferecer-nos a
felicidade. O que Ele oferece? Fartura
de dinheiro, comida e bebida? Bem-es-
tar, situação cômoda, sossego? Elimina-
ção da dor, da doença, do sofrimento
e da morte? Não é disso que se trata: o
Natal vem responder às perguntas mais
importantes que a gente faz: o que eu
preciso fazer para ser realmente feliz?
Jesus vem ensinar-nos a viver a vida de
Filho de Deus. Essa é a grande novida-
de do Natal: o Filho de Deus se fez ho-
mem, para que os filhos dos homens se
tornassem filhos de Deus. Viver uma
dimensão totalmente nova, uma postura
completamente diversa: uma verdadeira
revolução no posicionamento, porque
nos propõe apenas duas alternativas,
dois modos de viver neste mundo: ou
se vive a vida de filho de Deus ou a vida
animal; ou vida espiritual ou vida mate-
rial; ou vida cristã ou a vida mundana.
Portanto, vamos nos abrir a Jesus, nosso
Salvador. Não podemos pactuar com a
hipocrisia, com a mentira, com a falsi-
dade, com um comportamento apenas
exterior, que não corresponde ao modo
de vida de um filho de Deus. Vamos sair
ao encontro de Jesus Menino e abrir os
nossos corações para a vida de verdadei-
ros filhos de Deus: assim, saborearemos
uma felicidade sem limites, uma felicida-
de profunda, duradoura.
São Francisco e o
admirável sinal do Presépio
MARCOS AURÉLIO FERNANDES
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
Em sua carta apostólica, Admi-
rabile Signum, o Papa Francisco quis
trazer às mentes dos cristãos o signi-
ficado e o valor do Presépio. Trata-se
do sinal admirável, muito amado do
povo cristão, que anuncia com sim-
plicidade o mistério da encarnação
do Filho de Deus. O Presépio é algo
como um Evangelho vivo, “que tras-
vaza das páginas das Sagradas Es-
crituras”. Contemplando-o, somos
“atraídos pela humildade Daquele que
se fez homem a fim de Se encontrar
com todo homem, e a descobrir que
nos ama tanto, que Se uniu a nós para
podermos, também nós, unir-nos a
Ele”. De fato, desde os primórdios do
movimento cristão, sabemos que de
nada adianta Cristo ter nascido no
tempo em Belém se não nascer nos
corações humanos que o acolhem na
fé e no amor.
Em 25 de dezembro de 1223, há
800 anos, São Francisco inventou em
Greccio a representação do Presépio.
Não foi por meio de figuras, mas de
uma dramaturgia. Ele queria ver com
os olhos do corpo os apertos do Me-
nino e de sua mãe pobrezinha. Queria
contemplar como o recém-nascido foi
reclinado na palha de uma manjedou-
ra, entre o boi e o burro. O Sacerdote
celebrou a Eucaristia sobre a manje-
Afresco na Capela do Presépio, em Greccio, faz alusão à representação da cena da natividade de Jesus pensada por São Francisco de Assis
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Análise
doura, mostrando a relação entre o
pobrezinho Menino do Estábulo e o
pão eucarístico. O Filho de Deus, que,
no excesso de seu amor, se esvazia,
para se doar até a última gota de seu
sangue, de Menino pobre se faz pão
para a vida do mundo. Ele se oferece
inteiramente. Pede apenas que o re-
cebamos. Ele manifesta a ternura de
Deus, na fragilidade da vida humana.
“Ó, humildade sublime! Ó, sublime
humildade!”, exclamara São Francisco
na Carta a Toda a Ordem. Santa Cla-
ra também será tomada de espanto e
maravilhamento. Na quarta carta a
Inês de Praga, dirá: “Ó, humildade ad-
mirável, ó, pobreza estupenda! O Rei
dos anjos, Senhor do Céu e da Terra,
deitado num presépio!”.
À admiração dos santos e santas
responde a dos e das artistas. Giotto
pôs em pintura o que São Francisco
representou em dramaturgia. Andrea
della Robbia o fez em terracota vitrifi-
cada. E a alma popular, nestes últimos
800 anos, não deixou de recriar de mil
e mil modos o Presépio.
Em 1969, a franciscana Adélia Pra-
do e o escritor Lázaro Barreto criaram
o poema Lapinha de Jesus. O poema
se inspira num presépio feito em cerâ-
mica pelo Frei Tiago Kamps, em Divi-
nópolis (MG). É um presépio que se
constrói com imagens típicas da reali-
dade do povo pobre de Minas. O texto
foi reeditado recentemente pela Edi-
Especial de Natal | 3
tora Vozes. Capta, com simplicidade e
humildade, e, ao mesmo tempo, com
a inteligência e a sapiência do pensa-
mento poético, o mistério acenado e
encenado. Lendo esse poema e vendo
as fotos, somos devolvidos à dimen-
são do mistério, recobrando olhos de
infância. É que só para os meninos é
que “esta história será supreendente-
mente natural”. Num cenário de po-
breza e simplicidade, os vários per-
sonagens vão anunciando o mistério
que pressentem e sentem. Homens,
mulheres, crianças, galinhas, cachor-
ros, vacas, bois, burros e galos... Todos
são tocados pela luz, pela paz, pela
alegria. Nessa noite, aviões de caça vi-
ram vaga-lumes. A revelação de Deus
é um poema, que ressoa no silêncio da
noite santa. Os simples e os humildes
são os sabedores e os saboreadores
da revelação do mistério. Um frêmi-
to atravessa céu e terra. A mensagem
dessa alegre notícia, que lança a pala-
vra “amor” a todo o mundo, faz nascer
um outro mundo em nós: ela brotou
do Evangelho como de nosso próprio
coração”.
Marcos Aurélio Fernandes é professor da
Universidade de Brasília (Departamento de
Filosofia). Possui graduação em Filosofia e Teologia,
doutorado pela Pontifícia Universidade Antonianum
(Roma). Dedica-se à pesquisa na área de
fenomenologia, de filosofia medieval, de filosofia da
religião e filosofia da educação. É autor de “A clareira
do ser” (Editora Daimon) e de vários capítulos de
livros e artigos na área da Filosofia.
Reprodução
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Em diferentes canções, a alegria

e o louvor pelo nascimento de Cristo
DANIEL GOMES
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É Natal! Época de muitas luzes e de-
corações pela cidade, expressão da alegre
esperança pelo nascimento do Menino
Jesus, um sentimento também presente
nas canções natalinas.
Em dezembro de 2017, após pres-
tigiar uma apresentação de canções de
Natal no Vaticano, o Papa Francisco
ressaltou que “a arte é um formidável
meio para abrir as portas da mente e
do coração ao verdadeiro significado
do Natal. A criatividade e a genialidade
dos artistas com as suas obras, também
com a música e o canto, conseguem
chegar aos registros mais íntimos da
consciência”.
Para o maestro Renato Bevilacqua,
ao entrar em contato com as tradicionais
canções natalinas, cada pessoa “conse-
gue ‘parar no tempo’, ouvi-las e cantar
junto, e, com isso, vai entrando no clima
de Natal e deixando despertar a essência
deste tempo: o nascimento de Jesus”.
Apresentamos a seguir detalhes sobre
famosas canções de Natal em diferentes
países, com a reprodução de parte das
letras e comentários complementares do
maestro e diretor do Bevilacqua Coral e
Orquestra (@bevilacquacoral).
Vatican Media
ADESTE FIDELES
Adeste fideles [Cristãos, vinde todos – versão
Laeti triumphantes mais conhecida em português]
Venite, venite in Bethlehem
Natum videte Cristãos, vinde todos, com alegres cantos
Regem angelorum Oh! Vinde, oh! Vinde até Belém
Vede nascido, vosso Rei eterno
Venite adoremus,
Venite adoremus Oh! Vinde, adoremos!
Venite adoremus Oh! Vinde, adoremos!
Dominum Oh! Vinde, adoremos!
O Salvador!
Este é um verdadeiro clássico entre as canções de Natal, sendo inclusive
entoado na missa da Vigília de Natal na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
A música foi composta nas primeiras décadas do século XVIII, pelo músi-
co católico francês John Francis Wade. A letra original lembra que não se
deve ficar indiferente ao grande fato, o nascimento do Salvador – “humil-
des pastores deixam os seus rebanhos” –; que nasceu pobre – “O Deus in-
visível de eternal grandeza, sob véus da humildade, podemos ver” –; e que
deve ser adorado e seguido por todos, como fizeram os reis magos – “Tal
claridade, também seguiremos”.

SILENT NIGHT

Silent night, holy night [Noite Feliz - Versão mais conhecida

All is calm and all is bright em português]
Round yon Virgin, Mother and Child Noite feliz, Noite feliz
Holy infant, so tender and mild Ó Senhor, Deus de amor
Sleep in heavenly peace Pobrezinho nasceu em Belém
Sleep in heavenly peace Eis na lapa Jesus, nosso bem
Dorme em paz, ó Jesus
Dorme em paz, ó Jesus
TU SCENDI DALLE STELLE Esta canção foi escrita pelo Padre Joseph Mohr, em 1816, e teve a com-
posição feita por Franz Xaver Gruber, em 1818, na Áustria, com título
Tu scendi dalle stelle, o Re del cielo [Tradução livre em português]
original de “Stille Nacht”. Ela já foi traduzida – em sua letra e/ou melodia
E vieni in una grotta al freddo e al gelo Tu desces das estrelas, Ó Rei do Céu
– para mais de 300 idiomas. Em 2011, “Silent Night” foi declarada patri-
O Bambino mio divino E vieste em uma gruta ao frio e ao gelo
mônio cultural imaterial da humanidade pela Organização das Nações
Io ti vedo qui a tremar Ó Menino, meu divino
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). “Acredito que
O Dio beato! Eu vos vejo aqui tremendo
junto com o Jingle Bells, esta é a canção de Natal mais conhecida em todo
Ah, quanto ti costò l’avermi amato! Ó, Deus bendito
o mundo, e isso se deve à sua melodia de ternura. Eu, ao ouvi-la, imagi-
Ah, quanto vos custou ter me amado
no Maria ninando o Menino Jesus nos braços. A cadência da música é a
cadência do ninar. É esta ternura, melodia leve, de acalento, que marca o
Composta no século XVIII por Santo Afonso Maria de Ligório, esta é a
coração das pessoas e as emociona”, avalia Renato Bevilacqua.
canção de Natal mais popular na Itália, e fala Daquele que desceu dos céus
(das estrelas) para nascer no frio e em paupérrimas condições. Também
é executada na missa da Vigília de Natal na Basílica de São Pedro. A letra
chama a atenção pela erudição, mensagens evangelizadoras e versos mais
longos do que a maioria das canções natalinas. “Este caráter mais erudito
DECK THE HALLS
da letra de Tu scendi dalle stelle vem da própria erudição da formação de
Santo Afonso, para quem a música tinha sempre um caráter bastante claro Deck the halls with boughs of holly [Pinheirinhos que alegria – Versão
de evangelização, de doutrina”, comenta Renato Bevilacqua. Fa-la-la-la-la, la-la-la-la mais conhecida em português]
‘Til the season to be jolly Pinheirinhos que alegria
Fa-la-la-la-la, la-la-la-la Tralálálálá-lálálálá
Don we now our gay apparel Sinos tocam noite e dia
Fa-la-la, la-la-la, la-la-la. Trálálálálá-lálálálá
WHITE CHRISTMAS Troll the ancient Yuletide carol É Natal que vem chegando
Fa-la-la-la-la, la-la-la-la. Trálálálálálá-lálálá
I’m dreaming of a white Christmas [Tradução livre em português] Vamos pois cantarolando
Just like the ones I used to know Estou sonhando com um Natal branco Trálálálálá-lálálálá
Where the tree tops glisten Assim como aqueles que vivi
And children listen Onde o topo da árvore cintila A melodia desta canção é originária do País de Gales, no século XVI, já a le-
To hear sleigh bells in the snow E as crianças param tra, em inglês, foi escrita em 1862 e ganhou outras versões, em diferentes idio-
Para ouvir o sino do trenó na neve mas. Essencialmente, fala da alegria vivenciada pelas pessoas na época do Natal.
“O Natal americano, inglês e de outros países que vivem este momento com
Esta canção de Natal é uma das mais cantadas nos Estados Unidos e em o clima frio conta com duas linhas muito definidas: uma é muito alegre, como se
outros países de língua inglesa. Foi escrita em 1942 por Irving Belin e inter- vê em Jingle Bells e Deck the Halls; mas, também existe um lado bem sentimental,
pretada pela primeira vez por Bing Crosby. A letra remete às lembranças de que podemos perceber em White Christmas, é um Natal até saudosista, em que
um adulto sobre o Natal de sua época de infância e fala da esperança de que se lembra daquilo que foi vivenciado na infância, das pessoas que já se foram etc”,
no presente também seja possível viver um feliz Natal. analisa Renato Bevilacqua.
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LES ANGES DANS NOS CAMPAGNES O HOLY NIGHT

Les anges dans nos campagnes [Vinde, cristãos – versão O holy night, the stars are brightly shining [Tradução livre em português]
ont entonné l’hymne des cieux; mais conhecida em português] It is the night of our dear Savior’s birth Ó noite santa, as estrelas estão
et l’echo de nos montagnes Long lay the world in sin and error resplandecendo intensamente
redit ce chant mélodieux. Vinde, cristãos, vinde à porfia pining Esta é a noite do nascimento do nosso
Hinos cantemos de louvor Till He appeared, and the soul felt its querido Salvador
Gloria in excelsis Deo! Hinos de paz e de alegria worth Há muito tempo o mundo está em
Gloria in excelsis Deo! Hinos de anjos do Senhor pecado e erro, ansiando
Glória a Deus nas alturas! Até que Ele apareceu e a alma sentiu seu valor
Glória a Deus nas alturas!
Esta canção de Natal é originalmente de origem francesa – Cantique de
Esta é a mais tradicional canção de Natal francesa, mas que ganhou ver- Noël – baseada em um poema de Placide Cappeau, escrito em 1843, para
sões em outras línguas, como o português. A letra original descreve a festa celebrar o restauro do órgão da igreja da cidade de Roquemaure. Em 1847, o
dos anjos, que se reúnem para expressar a alegria do nascimento do Liber- compositor Adolphe Adam musicou este poema. A música se tornou mun-
tador de Israel, e o som de tamanha felicidade ecoa pelas montanhas. Foi dialmente conhecida a partir da versão em inglês, de John Sullivan Dwight, em
composta no século XVI e se tornou muito conhecida a partir do século XIX 1855. Ela retrata a redenção da humanidade a partir do nascimento de Cristo
ao ser adaptada e traduzida para o inglês, “Angels We Have Heard On High”. e já foi interpretada por cantores famosos como Mariah Carey e Celine Dion.

EL BURRITO DE BELÉN O DU FRÖHLICHE [Tradução livre em português]

Ó santa noite, ó abençoado
Con mi burrito sabanero, [Tradução livre em português] O du fröhliche, o du selige, Graça, trazendo o tempo de Natal!
voy camino de Belén Com meu burrinho da savana gnadenbringende Weihnachtszeit! O mundo estava perdido
Con mi burrito sabanero, Vou a caminho de Belém Welt ging verloren, Cristo nasceu
voy camino de Belén Se me veem, se me veem Christ ist geboren: Alegrai-vos, alegrai-vos, ó cristãos!
Si me ven, si me ven Vou a caminho de Belém Freue, freue dich, o Christenheit!
Voy camino de Belén Se me veem, se me veem
Vou a caminho de Belém A mais tradicional música natalina da Alemanha retrata o quão feliz é a hu-
Si me ven, si me ven
manidade, especialmente os cristãos, pelo nascimento de Cristo, que será a Salva-
Voy camino de Belén
ção para o mundo que estava perdido, o resgate para todos. Esta canção de versos
A música “El burrito de Belén”, também conhecida por “El burrito sabanero”, simples foi inicialmente escrita por Johannes Daniel Falk (1768-1826) no começo
foi escrita pelo venezuelano Hugo Blanco, no Natal de 1972, e interpretada pela do século XIX e completada por seus assistente, Heinrich Holzschuher. De acordo
primeira vez pelo também venezuelano Simón Diaz. É um ritmo de sucesso nos com Renato Bevilacqua, a melodia também é encontrada para uma letra maria-
países latino-americanos de origem hispânica. Ela descreve a caminhada de um na em latim; e há uma curiosidade segundo o maestro: “Embora não exista uma
burrinho até Belém para adorar o Menino Jesus. “Esta é uma canção que até nos re- prova, atribui-se a Wolfgang Mozart [1756-1791] a composição desta canção”.
mete à tradição dos vilancicos, que são canções populares que as pessoas cantavam
na época do Natal nas igrejas e nas ruas. Aqui no Brasil, este costume permanece
ainda hoje mais fortemente no interior de Minas Gerais e em Goiás, com grupos JINGLE BELLS
de pessoas que cantam de porta em porta no Natal”, comenta Renato Bevilacqua.
Jingle bells, jingle bells [Bate o sino – Versão mais conhecida
Jingle all the way em português]
Oh, what fun it is to ride Bate o sino, pequenino,
NOITE AZUL
In a one horse open sleigh Sino de Belém
Noite Azul Já nasceu o Deus menino
Sem igual, Deus nos deu um Feliz Natal Para o nosso bem
Nosso lar esta cheio de luz
Paz na Terra nasceu Jesus Paz na Terra pede o sino
Alegre a cantar
Tocam os sinos de Natal Abençoe Deus Menino
Lá na catedral Este nosso lar
Nosso lar que é meu amor, vou pedir ao Senhor Esta música, de origem norte-americana, foi composta por James L. Pier-
pont (1822-1893), e lançada em 1857 com o nome de “One Horse Open Slei-
A autoria desta canção é atribuída pela Sociedade Brasileira de Autores, Com- gh”. Foi pensada originalmente para o Dia de Ação de Graças – uma tradição
positores e Escritores de Música ao carioca Orestes Barbosa (1893-1966), jornalista, na cultura norte-americana – mas ganhou fama mundial como a canção que
compositor e poeta. A melodia terna e a letra simples, com alusão a cenas comuns de descreve um dia típico de Natal no Hemisfério Norte, com frio, neve e o trenó
uma noite de Natal, ganhou versões em diferentes ritmos no Brasil. puxado por cavalos. “Acredito que essa música se tornou tão famosa porque a
melodia é simples e alegre demais, assim, chega a todo mundo e contagia. Aqui
no Brasil, a versão foi muito feliz, com ‘Bate o sino, pequenino, sino de Belém...’.
BOAS FESTAS Portanto, além de ter uma melodia fácil, ela chegou até nós em uma lingua-
gem simples e acabou associada à ideia do Natal”, comenta Renato Bevilacqua.
Anoiteceu
O sino gemeu
E a gente ficou MARY, DID YOU KNOW?
Feliz a rezar
[...] Mary, did you know that your baby boy [Tradução livre em português]
Já faz tempo que eu pedi Would one day walk on water? Maria, você sabia que seu filho
Mas o meu Papai Noel não vem Mary, did you know that your baby boy Andaria sobre as águas?
Com certeza já morreu Would save our sons and daughters? Maria, você sabia que seu filho
Ou então felicidade Salvaria nossos filhos e filhas?
É brinquedo que não tem Did you know that your baby boy
Oh, anoiteceu Has come to make you new? Você sabia que seu filho
Esta canção foi composta em 1932 pelo baiano Assis Valente (1911-1958), quando This child that you’ve delivered Veio para fazer-lhe nova?
ele vivia em uma pensão na cidade de Niterói (RJ). Em uma entrevista à revista Ca- Will soon deliver you Essa criança que você deu à luz
rioca, em 1936, o autor explicou a inspiração para a música: “Morava em Icaraí [um Em breve vai libertar você
bairro de Niterói] e estava só, longe da família e sem notícias dos meus. Uma tristeza Escrita em 1984, esta canção ganhou projeção mundial na voz do cantor
forte me invadia pouco a pouco. No meu quarto, havia um quadro representando norte-americano Buddy Greene. “A letra é muito interessante, pois é como se
uma menina dormindo com um sapatinho ao seu lado – quadro típico de Natal, que nós tivéssemos questionando Maria se ela já sabia o que ia acontecer com o seu
logo me impressionou. Pensei, então, na alegria de ser feliz, de não estar só no mundo bebê. É uma música que tem feito muito sucesso, porque coloca para as pessoas
como então me encontrava, e pedi a Papai Noel uma quantidade de coisas bonitas”. uma perspectiva bem humana de Maria como mãe”, diz Renato Bevilacqua.
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De pais para filhos: a preparação do Natal e

a transmissão da fé no centro da celebração
Fotos: Arquivo pessoal

MONTAR O PRESÉPIO
E A ÁRVORE DE NATAL
SÃO TRADIÇÕES
MANTIDAS EM MUITAS
FAMÍLIAS BRASILEIRAS
E QUE PROPORCIONAM
MOMENTOS DE
ENCONTRO ENTRE
GERAÇÕES E RENOVAM
O VERDADEIRO
SENTIDO DESTA ÉPOCA

ROSEANE WELTER
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Walkyria Marta Oliveira, 46, do lar,

é casada com Wilson Julio, e mãe do
Gabriel, 12, e do Rafael, 6. Ela herdou
dos pais o costume de celebrar o Natal
em família e faz questão de manter viva
essa tradição.
Ao O SÃO PAULO, Walkyria recor-
dou a infância: “Lembro-me do meu pai
reunindo os cinco filhos para montar o
presépio. Era tudo muito simples, hu-
milde, bonito e repleto de significado”.
Walkyria contou que o pai era cria-
tivo ao montar a cena da natividade de
Cristo: “Ele usava plantas, fazia a gruta
reaproveitando o que tinha em casa.
Em família e na comunidade paroquial,
vivíamos a preparação para a vinda de
Jesus”, disse ela que é natural de Piumhi
(MG) atualmente mora com o esposo e
os filhos em Guarulhos (SP).
“Todos os anos, na noite de Natal,
vamos à missa e quando chegamos a
nossa casa, rezamos o Terço, o papai faz
uma reflexão profunda e celebramos o
Menino Jesus; afinal, Ele é o centro da
celebração do Natal”, mencionou, afir-
mando que a família agora aumentou
com a chegada dos netos e bisnetos e
que todos se reúnem na casa dos pais
para a noite e o dia de Natal.
“Este ano vai ser um pouco diferen-
te, pois, em agosto, a mamãe foi para
o encontro definitivo com Deus, mas
estamos certos de que ela estará cele-
brando o Natal conosco como todos os
anos”, afirmou.
Walkyria ressaltou que aprendeu
com os pais José Menino Sobrinho, 88,
e Maria Aparecida de Oliveira Menino,
o verdadeiro sentido do Natal. “Natal é
Jesus. É perdão! É fé! É humildade! É
renovação! É vida nova! Natal é famí-
lia!”, afirmou, recordando a simplici-
dade da vivência do Natal na infância.
“Nem sempre tínhamos a mesa com
fartura, era o simples. Papai sempre
deixava um envelope com uma peque-
na quantia em dinheiro como nosso
presente de Natal. Nunca nos faltou
nada, tínhamos o essencial: o amor
e a família reunida em volta da mesa”,
salientou.
Em sua casa, Walkyria monta todos
os anos a árvore de Natal e o presépio
Nas famílias da Graça Firmino, da Aloma Soares, da Walkyria Marta e da Alana Bueno, as tradições de Natal são transmitidas entre gerações
com os filhos. “Mesmo na correria do
dia a dia, busco manter essa tradição
que aprendi em casa e quero transmiti-
-la aos meus filhos. Quero que meus fi-
lhos tenham essa experiência do Natal
a partir da espiritualidade e da família
reunida”, falou.
SIMPLICIDADE E FÉ
Graça Firmino, 44, é pedagoga,
esposa do Dalvi Bernardino e mãe da
Mariana, 5. Natural de Mineirolândia
(CE), ela contou que na infância viveu
a simplicidade da fé e da espera do Me-
nino Deus. “Nasci no sertão central do
Ceará. Somos oito irmãos e, quando
meu pai chegava da roça, fazíamos a
novena de Natal. Ele contava para nós
a história do Natal. Na comunidade, fa-
zíamos o presépio vivo, e, assim, apren-
díamos a arte, a fé e a religiosidade no
seio familiar e comunitário”, disse.
“Busco transmitir essa devoção e
fé à minha filha. Montamos todos os
anos o presépio em família. Desde os
dois anos de idade, a Mariana já sabe
rezar a Ave-Maria, a proteção ao Anjo
da Guarda, entre outras orações. Ela
estuda em um colégio católico e já re-
presentou alguns personagens do pre-
sépio. Quero que minha filha sinta essa
experiência e vivência do verdadeiro
sentido do Natal, que é Jesus a partir do
lar”, afirmou.
“O presente de Natal é a vida, a saú-
de, a família. Natal é Jesus que nasce no
coração de cada um de nós. Natal, é ser
presença na vida do irmão”, elucidou
Graça.
EM FAMÍLIA
Alana Bueno Galvão Cândido, 29,
é casada com Luis Felipe, 32, e mãe da
Laura, 3, e do Davi, 1 ano. Ela contou
que com os pais sempre montavam
juntos o presépio, a árvore de Natal e
colocavam alguns enfeites pela casa.
“O Natal é uma época significativa
para mim, pois sempre foi um momento
em família e de espera do Menino Jesus
que vem para ressignificar nossa vida e
fortalecer a unidade e a fé. Como apren-
di em casa, quero repassar aos meus fi-
lhos essa espiritualidade”, ressaltou.
Alana mencionou que após seu
casamento e a chegada dos filhos, a
vivência da fé e a participação na co-
munidade se intensificou. “Todos os
domingos, vamos à missa em família e
participamosdealgumaspastorais”,disse.
Em sua casa, Alana montou a árvo-
re de Natal e o presépio com o esposo
e os filhos. “Eu e meu esposo fomos
montando e explicando a nossos filhos
o significado de cada peça. Eles acom-
panharam com alegria e brilho nos
olhos. É a semente da fé sendo semeada
no coração deles. A Laura já sabe que o
Natal é o nascimento de Jesus que vem
para fortalecer a nossa fé”, frisou.
“Natal é família! Natal é Jesus que
nasce e renasce em nossos corações!
Natal é esperança e união!”, disse Ala-
na, ressaltando que no dia 24 parti-
cipará com a família da missa e, em
seguida, se reunirão para a ceia; e no
dia de Natal, participarão da missa e
celebrarão a fé, a alegria e a unidade
em família.
SENTIDO DO NATAL
Aloma Soares Sampaio, 39, é mãe
de Murilo, 20, Lorena, 11, e Laura, 10.
À reportagem, ela contou que apren-
deu com os pais que o verdadeiro sen-
tido do Natal ultrapassa a lógica do
comércio; e que nesta época do ano a
prioridade é a vivência e preparação
para a vinda do Menino Jesus.
“Participar das missas, buscar o sa-
cramento da Confissão no Advento e
realizar a novena na casa das famílias
vizinhas era e continua sendo primor-
dial na minha família. Quero manter
essa chama viva. Como é bom preparar
o coração em sintonia com as pessoas
que amamos. O Natal renova e ganha
um sentido profundo de fé, espirituali-
dade e união”, afirmou.
“Na rotina do dia a dia, tantas coi-
sas acontecem. Meu desejo é de paz e
amor na minha família e paz no mun-
do. Chega de guerras, queremos com
a chegada de Jesus Menino a paz no
mundo”, finalizou Aloma.

O que os evangelhos dizem
sobre a natividade do Senhor?
FERNANDO GERONAZZO
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
A celebração do Natal do Se-
nhor é marcada por muitos símbo-
los que evocam a memória do fato
ocorrido há mais de dois mil anos,
que dividiu a história entre antes e
depois de Cristo.
Este período do ano também
aguça a curiosidade de muitas pes-
soas sobre o que realmente ocorreu
em Belém da Judeia naquela noite
luminosa. As principais fontes são
a Sagrada Escritura e a Tradição
apostólica.
Dos evangelistas, apenas dois,
Mateus e Lucas, dedicam-se aos
relatos do nascimento de Jesus,
enquanto Marcos começa com o
anúncio da vinda de Jesus por João
Batista, e o evangelista João come-
ça com o seu famoso Prólogo, que
ressalta o sentido teológico do mis-
tério da encarnação.
Sobre os chamados evangelhos
da infância de Jesus, pode-se dizer
que suas divergências, na verdade,
são complementares para a com-
preensão da natividade do Senhor.
Enquanto São Lucas descreve
aquilo que aconteceu propriamen-
te na noite de Natal, com a vinda
dos pastores avisados pelo anjo e
a corte celeste que entoava “Gló-
ria a Deus nas alturas”, São Mateus
narra um momento posterior, que,
portanto, é usado na Solenidade da
Epifania do Senhor, com a visita
dos magos.
Ao explicar esses textos, o
Padre João Bechara Ventura, Sa-
cerdote da Arquidiocese de São
Paulo, Mestre em Exegese Bíblica
pelo Pontifício Instituto Bíblico de
Roma e concluinte do doutorado
em Teologia Bíblica na Pontifícia
Universidade Gregoriana, ressalta
que ambos os evangelistas deixam
muito claro, por exemplo, que Je-
sus foi concebido por obra do Espí-
rito Santo, ou seja, “é o Filho eterno
de Deus Pai e da Virgem Maria,
segundo a carne”.
“Os dois evangelistas subli-
nham a importância da Mãe,
tanto que narram que, quando
os pastores e os magos chegam à
manjedoura, viram o Menino com
Maria, a sua mãe”, completa o Sa-
cerdote, observando, contudo, que
São Lucas dá mais ênfase ao papel
de Nossa Senhora no plano da
salvação, ao relatar a Anunciação,
a visita a Isabel e o Magnificat, a
apresentação no templo com Ana
e Simeão e o encontro de Jesus no
Templo.
QUERIGMA
Padre Boris Agustín Nef Ulloa,
Doutor em Teologia Bíblica pela
Pontifícia Universidade Gregoria-
na de Roma e Diretor da Faculdade
de Teologia da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (PUC-SP), expli-
cou que os relatos bíblicos da infância
não faziam parte do querigma (anún-
cio) cristão das primeiras comunida-
des, o qual começava com a apresenta-
ção e pregação do Batista (Mc 1,2) e se
concentrava no mistério do Messias Je-
sus que, por meio de sua Paixão, Morte
(na cruz) e Ressurreição ao terceiro dia,
segundo as Escrituras, concede o per-
dão dos pecados (cf. 1Cor 15,3-4; At
1,22; 2,22-39; 10,37-43).
“As investigações bíblicas do últi-
mo século enfatizaram que a formação
do querigma, sua transmissão oral e o
surgimento dos primeiros escritos cris-
tãos, é resultado de um longo processo
de composição. Em geral, a inserção
dos relatos da infância em Mateus e
Lucas é considerada como a última fase
desse complexo processo de formação
de seus respectivos evangelhos”, acres-
centa Padre Boris.
PROFECIAS
Ambos os evangelistas também sa-
lientam o cumprimento das profecias
do Antigo Testamento sobre a vinda
do Messias, expressas, especialmente,
na genealogia de Jesus, o cumprimento
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Reprodução
dessa espera do descendente de Davi
que é o Salvador.
Tanto Mateus quanto Lucas inse-
rem em seus textos a genealogia de
Cristo: Mateus, logo no início do evan-
gelho (cf. Mt 1,1-17), e Lucas depois do
Batismo do Senhor (cf. Lc 3,23-28). No
primeiro, a lista segue a ordem ascen-
dente, desde Abraão até José, esposo de
Maria, em três séries iguais, contendo
cada uma delas 14 nomes; Lucas, por
sua vez, segue a ordem descendente,
começando por Cristo e seus pais até
chegar ao “protoparente”, Adão, elevan-
do-se por fim até Deus.
Outra profecia marcante evoca-
da nos evangelhos da infância é a
de Isaias, sobretudo em São Mateus,
quando escreve: “Tudo isto aconteceu
para se cumprir o que o Senhor tinha
dito pelo profeta: Eis que a virgem
conceberá e dará à luz um filho...” (Mt
2,22); “Eles responderam: Em Belém
da Judeia, pois assim foi escrito pelo
profeta...” (Mt 5); “Assim se cumpriu o
que o Senhor anunciou pelo profeta...”
(Mt 2,15); “Assim se cumpriu o que foi
anunciado pelos profetas...” (Mt 2, 23).
MAGOS
A visita dos magos do Oriente a
Jesus em Belém também provoca es-
Especial de Natal | 7
peculações de muitas pessoas. “Se-
gundo a Tradição, existe a com-
pressão de que eram reis ou, ao
menos, serviam na corte. Embora
o texto não diga que eram três, a
Tradição sublinha esse número,
que é a mesma quantidade dos
presentes entregues ao Menino:
incenso, que simboliza o reconhe-
cimento da divindade; ouro, sinal
da realeza; e a mirra, um prenún-
cio da sua Paixão”, explica o Padre
João Bechara.
O Biblista observa, ainda, que
a visita dos reis evidencia os pri-
meiros pagãos que vão ao encontro
de Cristo, reconhecendo-O como
Deus e adorando-O, sinalizando a
abertura da salvação a todos os po-
vos, raças, línguas e nações.
“O fato de serem magos, isto é,
sábios do Oriente, também pode
ser interpretado na ótica da rela-
ção entre fé e razão, uma vez que
receberam uma inspiração divina
a partir daquela ciência que culti-
vavam e, de alguma forma, o seu
conhecimento os levou a Cristo”,
completa.
INTERPRETAÇÃO
A obra literária mais recente
sobre a infância de Jesus é o ter-
ceiro volume da trilogia “Jesus de
Nazaré”, do Papa Bento XVI. Nela,
o então Pontífice e teólogo defende
a historicidade daquilo que é nar-
rado nos evangelhos segundo Ma-
teus e Lucas sobre o Natal.
“É minha convicção de que
uma interpretação correta [desses
textos] requer dois passos. Por um
lado, é preciso interrogar-se sobre
o que pretendiam dizer com os
seus textos os respectivos autores,
na sua época histórica: é a compo-
nente histórica da exegese [...]. No
caso de um texto como o da Bíblia,
cujo autor último e mais profun-
do – segundo a nossa fé – é o pró-
prio Deus, a questão da relação do
passado com o presente faz parte,
inevitavelmente, da própria inter-
pretação. Com isso, a seriedade
da pesquisa histórica não diminui,
mas aumenta”, escreveu.
Além dos próprios evangelhos
da infância de Jesus e de livros mais
teológicos como “Jesus de Nazaré”,
existem obras de espiritualidade
recomendadas para a meditação
do mistério do Natal, como: “En-
carnação, Nascimento e Infância
de Jesus Cristo”, de Santo Afon-
so Maria de Ligório; e “A Vida de
Cristo”, do Venerável Fulton Sheen.
Para os que gostam do au-
diovisual, há o episódio especial
de Natal da série “The Chosen”
(“Os Escolhidos”), sucesso mun-
dial com 110 milhões de espec-
tadores. Para saber mais, acesse:
https://OsEscolhidos.tv/natal.
 8 | Especial de Natal | 20 de dezembro de 2023 | www.arquisp.org.br
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São Paulo tem presépios a céu aberto,

música e arte às vésperas do Natal
REDAÇÃO
osaopaulo@uol.com.br
Entre as luzes e os enfeites especiais
dos espaços públicos nesta época do ano
e em meio aos muitos sons da cidade, o
verdadeiro sentido do Natal resiste: o nas-
cimento do Menino Jesus, e a partir dele
se multiplicam os bons ideais desta épo-
ca do ano: paz, união e convivência em
família. A seguir, veja algumas das pro-
gramações de Natal na capital paulista.
FESTIVAL DE NATAL DE SÃO PAULO
“A magia está por toda a cidade” é o
tema da 6ª edição do Festival de Natal de
São Paulo, promovido pela Prefeitura.
Um concerto natalino na Catedral
da Sé com a Orquestra Sinfônica de He-
liópolis, seguida da inauguração da Vila
de Natal na Praça da Sé, abriu o Festival
de Natal, no dia 14. Além desta, há ou-
tras três Vilas de Natal: na Praça Dilva
Gomes Martins, próximo ao Metrô Ita-
quera, na zona Leste; no estacionamento
do Banco de Alimentos, na Vila Maria,
na zona Norte; e no Parque da Água Es-
praiada, na Vila Paulista, na zona Sul.
Cada vila estará montada até o dia
25 e conta com decoração temática, que
inclui presépio, árvore de Natal, casa do
Papai Noel, pista de patinação, praça de
alimentação com food trucks, e palco
para apresentações musicais. A entrada
é gratuita.
Na região central, quem atravessar o
icônico Viaduto do Chá vai se deparar
com duas grandes instalações tecnológi-
cas. Uma delas é a árvore de Natal em
frente ao prédio da Prefeitura, com dife-
rentes projeções em LED.
Ainda no centro histórico de São
Paulo, o público poderá acompanhar
uma grande execução artística que
acontecerá duas vezes por dia: um espe-
táculo de balé vertical com acrobacias
aéreas na fachada do Edifício Matara-
zzo, finalizando em uma formação de
presépio vivo. Em seguida, os artistas
performam a procissão dos três Reis
Magos pelas ruas a partir do Viaduto do
Chá, no Reisado Elétrico, com diversos
bonecos iluminados com tecnologia
de LED. No perímetro formado pelas
Ruas Boa Vista, Líbero Badaró e Ben-
jamin Constant, haverá um corredor
com linhas aéreas iluminadas. O Largo
do Café terá Papai Noel e árvores gigan-
tes, além de neve artificial. Na Praça do
Patriarca, presépios, trenós e símbolos
natalinos serão apresentados.
A programação pode ser vista em:
https://festivaldenatal.prefeitura.sp.gov.br.
Parte das atividades é feita em parce-
ria com a Associação Comercial de São
Paulo, por meio da iniciativa "Natal Ilu-
minado 2023".
NO IBIRAPUERA E
NA AVENIDA PAULISTA
Dois pontos famosos da cidade
também estão iluminados e ornamen-
tados de modo especial neste Natal. A
Avenida Paulista, por meio da iniciati-
va “Natal Iluminado na Paulista 2023”,
que prossegue até 27 de dezembro; e o
“Natal no Parque Ibirapuera”, com di-
ferentes atrações, incluindo a árvore de
Natal com 57 metros de altura, a maior
da cidade, que ficará montada até 7 de
janeiro. Também haverá um espetáculo
de animação projetada na fonte do Lago
do parque, acompanhadas de mensa-
gens transmitidas com uma trilha so-
nora original, inspirada nas tradicionais
canções natalinas.
34ª EXPOSIÇÃO FRANCISCANA
PERMANENTE DE PRESÉPIOS
Aberta no dia 3, no Convento e San-
tuário São Francisco, no centro de São
Paulo, a 34a Exposição Franciscana Per-
manente de Presépios desta vez é ainda
mais especial, por ocasião dos 800 anos
da criação do presépio por São Francisco
de Assis.
O tema desta edição é “Belém é aqui”
e estão sendo expostos 32 presépios, pro-
venientes de países como Bolívia, Peru,
China, Itá­lia, Israel e de diversas regiões
do Brasil. “O que temos no presépio é
o encantamento de São Francisco pela
humanidade de Deus, a partir da figura
do Menino Jesus”, afirmou Frei Mário
Tagliari, Pároco e Reitor do Convento e
Santuário São Francisco, em entrevista
ao O SÃO PAULO, cuja íntegra pode
ser lida em https://curtlink.com/cLwhl.
A exposição prossegue até novembro
de 2024, aos sábados, das 9h às 15h; e do-
mingos, das 9h às 12h. Para outros ho-
rários, somente mediante agendamento:
(11) 99546-2500 e (11) 3291-2400. O
Convento e Santuário São Francisco está
localizado no Largo São Francisco, 133,
Centro.
AS TRADIÇÕES DOS PRESÉPIOS
NO MUSEU DE ARTE SACRA
Confeccionados em diferentes ma-
teriais, formas e tamanhos, 93 conjuntos
de presépios estão expostos pelo Museu
de Arte Sacra de São Paulo.
Iniciadas no dia 2, as exposições
“As Tradições nos Presépios do Mu-
seu de Arte Sacra de São Paulo”, na
sede da instituição, e “A Tradição
Paulista de Presépios”, na Sala MAS/
Metrô – Estação Tiradentes, podem
ser vistas até 7 de janeiro de 2024.
“A tradição da montagem de presé-
pios varia conforme cada país, e de re-
gião para região brasileira, com várias
maneiras de representar e ambientalizar
o nascimento de Cristo, tanto pela for-
ma, desenho ou disposição dos persona-
gens quanto pela escolha dos materiais
para constituir a estrutura dessas perso-
nagens”, detalhou o museólogo Ramon
Vieira, coordenador das exposições, em
reportagem que pode ser lida no link a
seguir: https://curtlink.com/KC6v8.
Para mais detalhes sobre as expo-
sições e horários de visitação, acesse:
https://museuartesacra.org.br.
FALASARTES E A
MÁQUINA DOS SONHOS
O Arsenal da Esperança, entidade
católica que acolhe diariamente 1,2
mil homens em situação de rua, pro-
move de 19 a 22 de dezembro o espe-
táculo teatral ‘Falasartes e a Máquina
dos Sonhos’.
Falasartes éum palhaço meio místi-
co, e a máquina dos sonhos, uma kombi
azul que tem como combustível a luz das
estrelas. Juntos, eles conversam com as
pessoas sobre seus sonhos mais profun-
dos e a viabilidade para realizá-los.
A peça teatral conta com a encena-
ção dos atendidos pela instituição, além
de profissionais renomados do teatro,
música e circo.
As apresentações serão de 19 a 21
de dezembro, no pátio do Arsenal da
Esperança (Rua Dr. Almeida Lima, 900
– Mooca), às 20h. No dia 22, o espetácu-
lo será apresentado no Teatro Itália (Av.
Ipiranga, 344 – República). O ingresso
para o espetáculo são 2kg de alimentos
não perecíveis.
(Apuração: Fernando Arthur)

Desejamos aos leitores, colaboradores e anunciantes um feliz Natal e um excelente 2024!

‘Em Jesus, Deus foi

criança e, nesta condição,
quis revelar a grandeza
do seu amor, que se
manifesta num sorriso
Presépio em exposição no Museu de Arte Sacra de São Paulo

e nas suas mãos

estendidas para
quem quer
que seja’
Papa Francisco
carta apostólica
Admirabile Signum

Solidariedade: um apelo global,
praticado concretamente pela Igreja
EM 20 DE DEZEMBRO,
CELEBRA-SE O DIA
INTERNACIONAL
DA SOLIDARIEDADE
HUMANA, QUE BUSCA
RECORDAR OS
GOVERNOS SOBRE SEU
PAPEL NA REDUÇÃO DA
POBREZA E ESTIMULA
A REALIZAÇÃO DE
PRÁTICAS SOLIDÁRIAS
POR TODA A SOCIEDADE
JENNIFFER SILVA
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
A solidariedade está no seio da vida
cristã e é descrita no Compêndio da
Doutrina Social da Igreja como uma
verdadeira virtude moral (cf. CDSI 193).
“O termo ‘solidariedade’, amplamente
empregado pelo Magistério, exprime
em síntese a exigência de reconhecer, no
conjunto dos liames que unem os ho-
mens e os grupos sociais entre si, o es-
paço oferecido à liberdade humana para
prover o crescimento comum, de que
todos partilhem” (CDSI 194).
Na encíclica Fratelli tutti, o Papa
Francisco afirma que a solidariedade se
concretiza no serviço aos irmãos em di-
ferentes formas: “Nesta tarefa, cada um é
capaz de pôr de lado as suas exigências,
expectativas, desejos de onipotência, à
vista concreta dos mais frágeis (…) O
serviço fixa sempre o rosto do irmão,
toca a sua carne, sente a sua proximida-
de e, em alguns casos, até ‘padece’ com
ela e procura a promoção do irmão. Por
isso, o serviço nunca é ideológico, dado
que não servimos ideias, mas pessoas".
(FT 89).
A palavra solidariedade tem seu sig-
nificado traduzido na identificação para
com o sofrimento do outro. Sua origem,
retirada do termo francês solidarité,
remete a um sentimento ainda mais
profundo: o da responsabilidade recí-
proca em relação a tal angústia. É esse
compromisso que inspira a realização
do Dia Internacional da Solidariedade
Humana, celebrado em 20 de dezembro.
Criado pela Organização das Nações
Unidas (ONU) durante sua Assembleia
Geral em 2005, a data chama a atenção
para a necessidade de ações em busca
da erradicação da pobreza, incluindo o
cumprimento de acordos internacionais
e a realização de debates para possíveis
soluções a serem adotadas por órgãos
governamentais e pela sociedade como
um todo.
A Igreja Católica no Brasill tem mui-
tas ações concretas de solidariedade.
Nesta edição, o jornal O SÃO PAULO
destaca três delas: a Sociedade São Vi-
cente de Paulo, a Caritas Arquidiocesena
de São Paulo e o Sefras – Ação Social
Franciscana.
www.osaopaulo.org.br
www.arquisp.org.br | 20 de dezembro de 2023 a 9 de janeiro de 2024 | Reportagem | 9
CASP
OLHAR PARA OS MAIS
VULNERÁVEIS COM O AMOR DE DEUS
Formada por seis núcleos regionais, a Caritas Arquidioce-
sana de São Paulo tem como princípio promover o desenvol-
vimento integral da pessoa humana, em consonância com os
valores evangélicos e a Doutrina Social da Igreja.
Uma das grandes contribuições para a diminuição das
vulnerabilidades sociais se dá, atualmente, pelo Serviço de
Acolhida e Orientação para Refugiados (SAOR). Presente
em todas as regiões episcopais, o projeto atende essa parcela
da população, direcionando-a para a retirada de documen-
tos, prestando assistência social e psicológica, além do ofere-
cimento de cursos profissionalizantes e de idiomas. Em 2023,
mais de 4 mil pessoas foram contempladas com a iniciativa.
O Diretor da Caritas Arquidiocesana de São Paulo, Diáco-
no Márcio José Ribeiro, realçou que estar a serviço daqueles
que sofrem corresponde ao projeto de vida de Jesus:
“O Papa Francisco disse que ‘a missão é o oxigênio da
vida cristã’, e nos exortou a não deixarmos de nos alimentar
com a Palavra de Deus, a Eucaristia e a oração. Nossa missão
é evangélica, olhando para os mais vulneráveis com o amor
de Deus e agindo para contribuir para a melhora de suas vi-
das. Enquanto houver um irmão em situação de fragilidade
social, precisamos acolhê-lo e atuarmos para atender às suas
necessidades”, salientou o Diácono Márcio.
DIGNIDADE PARA 74 MIL FAMÍLIAS
Fundada em 1833, a Sociedade de São
Vicente de Paulo (SSVP) é um movimen-
to da Igreja Católica presente em todo o
mundo, com a proposta de aliviar o sofri-
mento e a miséria humana, além de pro-
mover a dignidade e integridade da pessoa
em todas as suas dimensões.
Com trabalhos voltados às pessoas em si-
tuação de rua, lares de idosos, educandários
e creches, os vicentinos realizam cotidiana-
mente o atendimento às famílias por meio
da distribuição de alimentos e itens básicos
como gás e produtos de higiene. Também há
apoio para custear despesas e encaminha-
mento para o mercado de trabalho.
Segundo Matheus Maciel, Confrade
Vicentino da Conferência São João Batista,
na Paróquia Santa Luzia, Jardim Primavera, na zona Norte
de São Paulo, mais do que oferecer apoio imediato, a SSVP
busca atuar na erradicação dos problemas sociais.
Somente em 2023, cerca de 74 mil famílias de todo o Bra-
sil foram contempladas pela ação por meio de 153 mil vo-
luntários; destes, mais de 40 somente no Jardim Primavera.
“A caridade está presente na história da Igreja desde as
primeiras comunidades. Colocar-nos a serviço de ações so-
lidárias é realizar o mandato de Jesus Cristo. A maior inspi-
Sefras
RECONHECER O SENHOR NO POBRE
Conduzidos pelos valores franciscanos de acolher, cui-
dar e defender, o Sefras – Ação Social Franciscana atua em
projetos voltados à pessoa idosa, migrantes e refugiados,
crianças e adolescentes, população de rua e pessoas acome-
tidas pela hanseníase, totalizando em 2023, mais de 100 mil
atendimentos.
Para o Frei José Francisco dos Santos, OFM, Diretor-pre-
sidente do Sefras, a presença da Igreja no acolhimento das
pessoas em vulnerabilidade social é sinônimo de potência
para construção de políticas públicas eficientes, inspirando-
-se na própria doutrina cristã: “É fundamental estarmos ao
lado das pessoas que são vítimas dos grandes processos de
violência e desumanização, pois abraçamos a fé de um Deus
que se fez humanidade”.
“Deus não se apegou à sua grandiosidade, à sua pleni-
tude, mas veio até nós para experimentar a nossa dor e o
nosso sofrimento, não simplesmente por sofrer, mas para
nos resgatar e nos elevar junto Dele. Ir ao encontro desses
nossos irmãos é fazer a experiência de construir a espiritua-
lidade do diálogo, do encontro com os que estão em situação
desfavorável no caminho da vida. Esse é o sentido da nossa
existência e da fé que abraçamos”, manifestou o Frade.
Em preparação à celebração do nascimento de Jesus, o
Sefras realizou na terça-feira, 19, uma Ceia de Natal para a
população em situaçpão de rua, na sede do projeto Chá do
Padre, na região central, com apresentações artísticas. Na
ocasião, se fez memória dos 800 anos da criação do presépio
por São Francisco de Assis.
Arquivo pessoal
ração para continuar o trabalho são as pessoas, que mesmo
diante da pobreza e das dificuldades continuam disponíveis
para serem acolhidas”, refletiu Maciel.
Em vista do Natal, além da arrecadação dos alimentos
básicos, os voluntários realizam a campanha de distribuição
de uma Cesta de Natal composta de sobremesas, guloseimas
e outros insumos aos quais geralmente as famílias não têm
acesso, e também arrecadam presentes para as crianças e
adolescentes.
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Dom Odilo: ‘Santa Adélia se destacou por sua piedade, fé e caridade’
FERNANDO ARTHUR
COLABORAÇÕA ESPECIAL PARA A REGIÃO
Na noite do sábado, 16, dezenas de
fiéis se reuniram na Paróquia Santa Adé-
lia, no Jardim Santa Adélia, para festejar
sua padroeira. O Cardeal Odilo Pedro
Scherer presidiu a Eucaristia, que foi
concelebrada pelos Padres Jonatas Ma-
riotto, Pároco, e Nicoló Stauble, Vigário
Paroquial.
Na homilia, o Arcebispo Metropoli-
tano recordou a história Santa Adélia ou
Adelaide, como também e conhecida:
“Destacou-se por sua piedade, fé e ca-
ridade, e com o cuidado que teve com
o povo. Uma rainha que cuidou do seu
povo como uma verdadeira pastora, e é
o que se esperaria de um governante: que
cuidasse bem do seu povo, dos pobres,
dos doentes, dos idosos”.
Dom Odilo também lembrou que há
outros governantes, reis e rainhas que
se tornaram santos. “São reconhecidos
como santos e santas da Igreja, foram
BELÉM
Nilton Gomes
leigos e exerceram bem sua parte, sua
missão com fé, com temor de Deus e ca-
ridade”. Ele salientou que o caminho de
santidade é para todos.
Sobre as leituras referentes ao 3º Do-
mingo do Advento, o Prelado exortou os
fiéis a se prepararem para a vinda do Se-
nhor. “Em cada pessoa, Ele vem ao nos-
so encontro; e nós devemos estar prontos
para acolhê-lo. E vem ao nosso encontro
quando ouvimos sua Palavra, quando
celebramos a Eucaristia”. O Arcebispo
ressaltou que o Advento é um tempo de
esperança alegre.
Dom Odilo recordou a Carta de São
Paulo aos Tessalonicenses e incentivou a
todos a estarem vigilantes na oração e a
viverem a alegre expectativa para a vinda
do Senhor. “Pés no chão, olhar para o en-
contro de Deus, e ocupados em fazer o
bem, cumprindo nossos deveres, é assim
que o cristão deve viver”, exortou.
Ao final da celebração, os fiéis saíram
em procissão com a imagem de Santa
Adélia pelas ruas do bairro.
Giane Falavigna Patrick Moro
No dia 13, Dom Cícero Alves
de França, Bispo Auxiliar
da Arquidiocese na Região
Belém, presidiu missa na
Paróquia São Pio X e Santa
Luzia, no Sapopemba, por
ocasião da festa da Padroei-
ra. A missa foi concelebrada
pelo Padre Reginaldo Dona-
toni, Pároco.
(por Patrick Moro)
Fernando Arthur

Na sexta-feira, 15, Dom Cícero Alves de França, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região
Belém, presidiu missa no Centro Pastoral São José. Participaram dezenas de idosos aten-
didos pelo Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto. Concelebraram o Cônego José
Miguel de Oliveira, Vigário-Adjunto da Região Belém, e os Padres Jonatas Mariotto, Ecô-
nomo da Região Belém, e Miguel Lisboa. (por Centro Pastoral São José)
Pascom paroquial

No sábado, 16, dezenas de crianças e jovens da Paróquia Nossa Senhora das Graças,
na Vila Califórnia, se reuniram para uma manhã de espiritualidade e encontro, condu-
zida por Dom Cícero Alves de França. A atividade fez parte da Semana Missionária que
aconteceu na Paróquia entre os dias 11 e 17, com a participação de membros da Co-
munidade Servas de Maria do Coração de Jesus. Ao final, algumas crianças puderam
fazer perguntas a Dom Cícero. (por Fernando Arthur)
Pascom paroquial

Na manhã do domingo, 17, Dom Cícero Alves de França presidiu missa na Paróquia São
José do Maranhão, no Tatuapé, durante a qual conferiu o sacramento da Confirmação a
nove jovens e adultos. Concelebrou o Padre Arlindo Teles, Pároco. (por Fernando Arthur)

A Pastoral da Saúde regional encerrou o ano de trabalho de 2023, com uma missa ce-
lebrada na tarde do sábado, 16, na Paróquia São José, na Vila Zelina, presidida pelo Padre
Benedito Aparecido Maria de Borba, Assessor Eclesiástico Regional da Pastoral da Saúde,
e concelebrada pelo Padre Fausto Marinho, Pároco. (por Laura Camilo dos Santos Cruz)

Desde o início do mês, diferentes paróquias da Arquidiocese, por meio de seus grupos
de jovens e de catequese e outros grupos de pastoral, têm realizado cantatas de Natal,
composições vocais que contam com acompanhamento instrumental e muitas vezes
coro, tendo inspiração religiosa e letras que descrevem passagens bíblicas referentes ao
nascimento de Jesus. No sábado, 23, às 20h, acontecerá uma cantata na Paróquia Cristo
Rei, no Tatuapé, apresentada pelo Grupo de Jovens Actus. (por Fernando Arthur)
Na noite do domingo, 17, Dom Cícero Alves de França presidiu missa na Paróquia Santa
Teresa de Calcutá, no Jardim Arantes, e apresentou o novo Vigário Paroquial, o Padre
Miguel Cambiona, CSSP (à esquerda do Bispo). Concelebraram os sacerdotes da Congre-
gação do Espírito Santo, entre eles o Padre Elson Lopes, CSSP, Pároco. (por Fernando Arthur)
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BRASILÂNDIA
Escola Bíblico-Catequética São José de Anchieta
encerra com retiro as atividades do ano Priscila Rocha
ELVIRLEY DE OLIVEIRA
COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO

No sábado, 16, no Santuário Sião Ja-

raguá, 550 catequistas da Iniciação à Vida
Cristã (IVC) das Regiões Belém, Brasi-
lândia e Lapa participaram do retiro que
encerrou o ciclo de 2023 da Escola Bí-
blico-Catequética São José de Anchieta.
Conduzido pelo missionário reden-
torista Frei André Brisola Júnior, CSsR,
o tema do retiro foi “Catequista no ca-
minho de Emaús: vocação, decisão e Instituída em março deste ano pelo truir um itinerário de Catequese com cisco, em 2021, tornar esse serviço um
missão” e foi acompanhado pelos Padres Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo inspiração catecumenal, a fim de que sua dos ministérios instituídos pela Igreja.
Rafael Araújo Nolli e Silvio Costa Olivei- Metropolitano, a Escola Bíblico-Cate- presença e serviço sejam um sinal eficaz Além dos núcleos nestas três regiões,
ra, Assistentes Eclesiásticos da IVC na quética São José de Anchieta proporciona de adesão ao projeto de Jesus Cristo. A também houve turmas nas regiões Ipi-
Região Brasilândia, e também pelo Padre a compreensão da identidade, da voca- escola também corresponde às orienta- ranga, Santana e Sé.
Eduardo Binna, Assistente Eclesiástico ção e da missão do catequista no exercí- ções dadas pela Santa Sé para a forma- (Com informações complementares
da IVC na Região Belém. cio de seu ministério, para saber cons- ção dos catequistas, após o Papa Fran- da redação do O SÃO PAULO)
Priscila Rocha Lucas Sant’Ana

Na manhã do domingo, 17, o Padre Miguel Lisboa Aguiar Marcondes, recém-ordena-
do e designado para atuar na Região Belém, presidiu missa na Paróquia Nossa Senhora
Aparecida, na Vila Zatt. Concelebrou o Cônego José Renato Ferreira, Pároco, com a assis-
tência do Diácono Benedito Camargo. O neossacerdote recebeu uma homenagem dos
paroquianos por meio das crianças da Catequese, que cantaram a música-tema do seu
lema sacerdotal: “Não sou eu, mas Cristo em mim” (Gl 2,20). (por Priscila Rocha)
No dia 7, aconteceu o último encontro do ano do Apostolado da Oração na Região Bra-
silândia, com a participação de mais de 300 zeladores na Paróquia Santa Cruz de Itabe-
raba. A atividade incluiu missa e adoração ao Santíssimo, presididas pelo Padre Walter
Merlugo Júnior, Assistente Eclesiástico regional para a Rede Mundial de Oração do Papa
(Apostolado da Oração), e uma confraternização. (por Luccas Sant’Ana)
Pascom paroquial

Marcos Rubens Ferreira

Na Paróquia Santa Cruz de Itaberaba, no domingo, 17, Dom Carlos Silva, OFMCap.,
Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, administrou o sacramento da
Crisma a 58 jovens e adultos. (por Marcos Rubens Ferreira)
Na manhã do domingo, 17, na Paróquia São Luís de Montfort, em missa presidida por
Dom Carlos Silva, OFMCap., Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, cinco
jovens e adultos receberam o sacramento da Crisma. Houve, também, a bênção das ves-
tes e a investidura dos ministros extraordinários da Sagrada Comunhão (MESCs). Conce-
lebrou o Padre Sérgio Antônio Bernardi, CRL, Pároco. (por Patrícia Beatriz Lopes)

O que significa o ‘relógio atrasado’ no Ofício de Nossa Senhora?
PADRE CIDO PEREIRA
osaopaulo@uol.com.br
Hoje respondo a esta interessante dú-
vida da Edileuza, do bairro do Grajaú:
“Padre, gostaria de entender a seguinte
frase no Oficio de Nossa Senhora: ‘Deus
vos salve, relógio que, andando atrasado,
serviu de sinal ao Verbo Encarnado’. O que
significa?”.
Você Pergunta
Edileuza, esta é a primeira estrofe do
verso do último hino do Ofício de Nossa
Senhora, rezado com muita devoção pelo
nosso povo católico, de um modo muito
especial no Nordeste.
Esta estrofe nos lembra de uma outra
tão bonita que é cantada na Vigília Pascal,
no sábado de aleluia. Num longo hino que
o celebrante canta diante do Círio Pascal,
aquela vela grande que simboliza Cristo,
a luz do Mundo, a Igreja proclama que a
culpa de Adão acabou sendo para a huma-
nidade uma feliz culpa, porque nos mere-
ceu a salvação que Jesus veio nos trazer.
O simbolismo do “relógio atrasado”
que serviu de sinal ao Verbo Encarnado
caminha na mesma direção. Nossa falta de
sintonia com o tempo de Deus, o nosso pe-
cado, o nosso distanciamento de Deus, nos
atraiu a misericórdia de Deus, nosso Pai.
Estas expressões simbólicas de algumas
orações católicas são, portanto, uma forma
poética de reconhecermos a grandeza do
mistério da encarnação, em que Jesus veio
ao nosso encontro por Maria, para nos
devolver a dignidade de Filhos de Deus.
É isso aí, Edileuza. Se você tem o bo-
nito costume de rezar o Ofício de Nossa
Senhora, continue firme nesta devoção,
porque nossa mãe do céu merece.
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IPIRANGA
No sábado, 16, os participantes da Escola Bíblico-Catequética São José de Anchieta na Região Ipiranga par-
ticiparam de um retiro pregado pelo Padre Jefferson Mendes de Oliveira, Pároco da Paróquia Santo Afonso
Maria de Ligório. O encontro encerrou as atividades da Escola em 2023. (por Karen Eufrosino)
Arquivo pessoal
No sábado, 16, a Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, Setor Imigrantes, realizou
o casamento comunitário de oito casais, assistido pelo Padre William Day Tombini, Páro-
co. A ação foi fruto da semana missionária realizada pelos missionários paroquiais.
(por Caroline Porto)
Pascom paroquial
No domingo, 17, na Paróquia Nossa Senhora das Mercês, por imposição das mãos de
Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, foi
ordenado diácono o religioso mercedário Frei Eder Michel, O. de M. Concelebraram o Frei
John Londerry O. de M., Provincial dos Mercedários, além de diversos padres e religiosos.
(por Eduardo Costa)
No sábado, 16, na Paróquia Santa Rita de Cássia, Setor Vila Mariana, foi realizado o úl-
timo encontro da formação bíblica com o tema “O nascimento de Jesus no Evange-
lho segundo Lucas” (Lc 2,1-7), ministrado pelo professor Matthias Grenzer. A formação
ocorreu durante três dias, com início na Paróquia Nossa Senhora de Sião, e o segundo
encontro na Paróquia Nossa Senhora da Saúde. O objetivo é atender à solicitação do 1º
sínodo arquidiocesano, com formações bíblicas para os leigos e trabalhar a evangeliza-
ção de forma sinodal entre as paróquias. (por Aurea Prates)
No domingo, 17, os coroinhas, cerimoniários e acólitos da Paróquia Santa Cristina e Área
Pastoral São Domingos de Gusmão participaram da celebração do 3° Domingo do Ad-
vento, presidida por Dom Odilo Pedro Scherer, na Catedral da Sé. (por Pascom paroquial)
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Laize Teixeira Pascom paroquial
Os fiéis da Paróquia Santo Agnelo comemoraram seu padroeiro
com um tríduo preparatório, realizado entre os dias 11 e 13. Na
quinta-feira, 14, memória litúrgica do Santo, a missa solene foi pre-
sidida pelo Padre Renato Braga, Pároco. (por Pascom paroquial)
Pascom paroquial
Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, presidiu missa na Comunidade Nossa Senhora de
Guadalupe, no dia 12, festa da padroeira. Na ocasião, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na
Região Ipiranga conferiu o sacramento da Crisma a um jovem preparado na comunida-
de. Concelebraram os Freis José Maria Mohomed Júnior, responsável pela Comunidade;
e Eliseo Lopez Bardon, OSA, Pároco da Paróquia Santa Rita de Cássia, da Região Sé; e os
Padres Maércio Ângelo Pissinatti Filho, Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora de
Sião, e Mateus Kerches Nicolucci, da Diocese de Piracicaba (SP).
(por Pascom Nossa Senhora de Guadalupe)
Pascom paroquial
Em missa presidida por Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, no domingo, 17, na Paróquia
Santa Cândida, houve a apresentação do Padre Marcos Roberto Pereira (à esquerda do
Bispo), como novo Vigário Paroquial. Concelebrou o Padre Anderson Marçal, Pároco. Es-
tavam presentes os Padres da Comunidade Canção Nova: Gilberto Duarte, Márcio Pra-
do e João Gualberto, Reitor do Santuário Pai das Misericórdias, que foi Vigário Paroquial
desta Paróquia até o ano passado. (por Tatianna Ludus)
Cerca de 90 agentes de pastoral e movimentos da Paróquia Santa Ângela e São Se-
rapião estiveram reunidos no sábado, 16, em assembleia paroquial, iniciada com a
missa, presidida pelo Padre Christopher Velasco, Pároco, seguida de um momento de
adoração ao Santíssimo Sacramento. A assembleia prosseguiu com a retrospectiva das
atividades do ano, cujo objetivo foi focar as prioridades paroquiais para 2024, nas di-
mensões espiritual-comunitária, apostólica e social-caritativa, conforme apontado no
1º sínodo arquidiocesano. (por Pascom paroquial)
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LAPA
Clero se reúne para celebração penitencial e confraternização
BENIGNO NAVEIRA
COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO
No dia 12, na Paróquia Nossa
Senhora da Assunção, Setor Piri-
tuba, Dom José Benedito Cardoso
presidiu a celebração penitencial
do clero atuante na Região Lapa.
Além do Padre José Almir Paim,
OSB, Pároco, participaram outros
35 sacerdotes.
O Padre Geraldo Tadeu Furta-
do, RCJ, Superior Provincial dos
Benigno Naveira
Rogacionistas, refletiu sobre a mis-
são de ser sacerdote em uma Igreja
em saída.
Após o momento de Confissão
entre os presbíteros, o Bispo Auxi-
liar da Arquidiocese na Região Lapa
anunciou as transferências de padres
e cumprimentou os sacerdotes das
paróquias de outras regiões que fo-
ram remanejados e farão parte dos
futuros decanatos na Região Lapa.
Oportunamente haverá a publicação
sobre tais mudanças.
Pascom paroquial Pascom paroquial

As festividades da
padroeira da Paró-
quia Santa Luiza,
na Vila Jaguari, Se-
tor Pirituba, foram
iniciadas com um
tríduo entre os dias
10 e 12. No dia 13,
a missa solene na
memória litúrgica
da Santa foi presi-
dida por Dom José
Benedito Cardoso,
Bispo Auxiliar da
Arquidiocese na Re-
gião Lapa, e conce-
lebrada pelo Padre
Eduardo Augusto
de Andrade, Pároco,
que concederam a
bênção dos olhos
aos fiéis presen-
tes à celebração.
(por Pascom paroquial)

Na noite do sábado, 16, na Paróquia São José, no Jardim Monte Alegre, Setor Pirituba,
aconteceu um casamento comunitário, com a participação de dois casais, que foram as-
sistidos pelo Padre Messias de Moraes Ferreira, Pároco. (por Pascom paroquial)
No sábado, 16, na Paróquia Santo Alberto Magno, Setor Butantã, a Pastoral Social
realizou a distribuição de 400 cestas de Natal e de presentes para as famílias carentes
da comunidade. (por Benigno Naveira)
No dia 13, a Pastoral da Saúde regional organizou, no refeitório dos funcionários do
Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP), uma missa presidida por
Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, e concele-
brada pelo Padre Lucas Antônio Silva Martinez, Assistente Eclesiástico Regional da Pas-
toral da Saúde. Participaram agentes dessa Pastoral, além de funcionários, médicos e
pacientes do hospital. (por Benigno Naveira)

SANTANA Atos da Cúria

Pascom paroquial

NOMEAÇÃO E pal Sé, o Reverendíssimo Padre Camilo

PROVISÃO DE PÁROCO:
Em 05/12/2023, foi nomeado e provi-
sionado como Pároco da Paróquia São
João Bosco, no bairro Alto da Lapa, na
Região Episcopal Lapa, o Reverendíssi-
mo Padre Anderson Avelino da Silva,
SDB, pelo período de 06 (seis) anos.
Em 12/12/2023, foi nomeado e provi-
sionado como Pároco da Paróquia São
José Operário, no bairro de Santana, na
Região Episcopal Sant’Ana, o Reveren-
díssimo Padre Osvaldo Bisewski, pelo
período de 06 (seis) anos.
NOMEAÇÃO E PROVISÃO
DE VIGÁRIO PAROQUIAL:
Em 12/12/2023, foi nomeado e provisiona-
do como Vigário Paroquial da Paróquia
Santa Cândida, no bairro da Vila Santa
Eulália, na Região Episcopal Ipiranga, o
Reverendíssimo Padre Marcos Roberto
Pereira, CN, pelo período de 01 (um) ano.
No sábado, 16, na Capela Nossa Senhora das Graças, pertencente à Paróquia Nossa
Senhora Aparecida, na Vila Albertina, Setor Tremembé, aconteceu a missa em louvor a Em 13/12/2023, foi nomeado e provisio-
Nossa Senhora das Graças, presidida por Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arqui- nado como Vigário Paroquial da Paró-
diocese na Região Santana, e concelebrada pelo Padre Francisco Ferreira da Silva, com a quia Nossa Senhora Auxiliadora, no
assistência do Diácono Geraldo Aparecido Braga. (por Pascom paroquial) bairro do Bom Retiro, na Região Episco-
Profiro da Silva, SDB, pelo período de
01 (um) ano.
Em 14/12/2023, foi nomeado e provisio-
nado como Vigário Paroquial da Paró-
quia Sant’Ana, no bairro de Santana, na
Região Episcopal Sant’Ana, o Reveren-
díssimo Padre Rômulo Freire Barroso,
ordenado presbítero em 09/12/2023.
PRORROGAÇÃO DA
NOMEAÇÃO E PROVISÃO
DE VIGÁRIO PAROQUIAL:
Em 05/12/2023, foi prorrogada a nome-
ação e provisão como Vigário Paroquial
da Paróquia São João Bosco, no bairro
Alto da Lapa, na Região Episcopal Lapa,
do Reverendíssimo Padre Paulo Mano-
el de Souza Profilo, SDB, pelo período
de 03 (três) anos.
POSSE CANÔNICA:
Em 10/12/2023, foi dada a posse canônica
como Pároco da Paróquia Nossa Senho-
ra das Graças, no bairro da Vila dos An-
drades, na Região Episcopal Sant’Ana, ao
Reverendíssimo Padre Eduardo Higashi.
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SÉ
Escola Bíblico-Catequética finaliza as formações de 2023 na Região
Arquivo pessoal
SECRETARIADO DE
COMUNICAÇÃO REGIONAL

No sábado, 16, catequistas de diversas paróquias da

Região Sé se reuniram, no Colégio Santo Agostinho,
Setor Paraíso, para um encontro de formação e confra-
ternização, e renderam graças a Deus pelas atividades
realizadas em 2023.
O encontro também marcou a última formação da
Escola Bíblico-Catequética São José de Anchieta, que
terá a conclusão da primeira turma em 2024.
A formação foi assessorada pelo Padre Sancley Lopes
Gondim, Assistente Eclesiástico Regional da Pastoral da
Animação Bíblico-Catequética, e teve como tema “Cate-
quese em relação à perda de referências”, um alerta para
a necessidade de se formar discípulos e não adeptos.
Norma Pesce Pascom paroquial

No domingo, 17, na Paróquia Santo Antônio, no Pari, Setor Bom Retiro, aconteceu a missa de envio dos novos
dirigentes da 1ª e 2ª etapas do Encontro de Casais com Cristo (ECC), que estarão à frente das atividades do ECC
nas suas respectivas paróquias, por dois anos. A missa foi presidida pelo Frei Wilson Batista Simão, OFM, Pároco
e Assistente Eclesiástico Regional do ECC. (por Cassiano e Norma Pesce)

Pascom paroquial

Entre os dias 11 e 22, a Paróquia Nossa Senhora Rainha dos

No dia 10, um grupo de 30 crismandos recebeu o sacramento da Crisma na Paróquia Nossa Senhora do
Monte Serrate, Setor Pinheiros. A missa foi presidida por Dom Rogério Augusto das Neves, Bispo Auxiliar
da Arquidiocese na Região Sé, e concelebrada pelo Padre Vandro Pisaneschi, Pároco. (por Pascom paroquial)
Apóstolos, Setor Aclimação, realiza uma missão em preparação
para o Natal, mediante visitas a oito casas de repouso presentes no
território paroquial e proximidades. A atividade conta com a parti-
cipação de paroquianos, muitos deles ministros extraordinários da
Sagrada Comunhão, e do Padre José Elias Fadul, SAC, Pároco, que
tem presidido missas em cada casa visitada e promovido partilhas
com os acolhidos. (por Patrícia Coppio)

Pascom paroquial

Vicariato Episcopal para

a Educação e a Universidade Colégio São João Gualberto

Um grupo de 23 jovens e adultos das Paróquias Santo Antônio, na Barra Funda, San-
to Antônio, no Pari, e Sagrado Coração de Jesus em Sufrágio das Almas recebeu o
sacramento da Crisma, no domingo, 17. A missa aconteceu na Paróquia Santo Antônio,
na Barra Funda, e foi presidida por Dom Rogério Augusto das Neves, Bispo Auxiliar da
Arquidiocese na Região Sé, e concelebrada pelos Padres José Donizeti Coelho, Pároco, e
Air José de Mendonça, MSC, e pelo Frei Wilson Batista Simão, OFM. (por Pascom paroquial)

No dia 25 de novembro, na Paróquia São Domingos, Setor Perdizes, mais de 130

No dia 2, em missa na Paróquia Nossa Senhora da Assunção, em Pirituba, na Região
Lapa, Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar da Arquidiocese e Vigário Episcopal
para a Educação e a Universidade, conferiu o sacramento da Crisma a 16 adoles-
centes e a primeira Eucaristia a 12 crianças, todos estudantes do Colégio São João
Gualberto. (Com informações do Colégio São João Gualberto)
membros do movimento das Equipes de Nossa Senhora (ENS) participaram da Mis-
sa de Passagem, presidida pelo Frei André Luís Tavares, OP, ocasião em que são atri-
buídas, aos casais eleitos, as responsabilidades para o próximo ano. O movimento é
formado por equipes de base, compostas de cinco a seis casais e um sacerdote, cha-
mado de Conselheiro Espiritual. Todo ano, há a eleição do casal responsável pela Equi-
pe, que organiza as reuniões, ajuda os casais na caminhada de santificação e man-
tém a unidade da equipe com o movimento. (por Pascom paroquial)
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México Liturgia e Vida

Santuário mariano mantém
NATAL DE NOSSO
SENHOR JESUS CRISTO

recorde de visitas de peregrinos Contemplemos

JOSÉ FERREIRA FILHO
osaopaulo@uol.com.br
Em 2022, pela primeira vez em
poucos dias, a Basílica de Nossa Se-
nhora de Guadalupe recebeu a visita
de 11 milhões de pessoas. Na semana
passada, entre os dias 9 e 12, no con-
texto das comemorações do 492º ani-
versário das aparições da Virgem Ma-
ria, a marca foi novamente alcançada.
O início da devoção mariana re-
monta ao século XVI, quando o Mé-
xico estava sob o domínio espanhol.
Em 1531, na colina de Tepeyac, pró-
xima à Cidade do México, um evento
extraordinário aconteceu, transfor-
mando para sempre a vida dos povos
indígenas e a fé dos fiéis católicos:
Nossa Senhora de Guadalupe, a Vir-
gem Maria, apareceu quatro vezes ao
humilde camponês Juan Diego, dei-
xando um legado que ecoaria ao lon-
go dos séculos.
A informação sobre o fluxo recen-
te de peregrinos foi divulgada pelo
governo da Cidade do México duran-
te uma coletiva de imprensa e as au-
toridades confirmaram que nenhum
incidente foi relatado no entorno do
Santuário de Guadalupe. Mais de 22,3
mil servidores públicos prestaram as-
sistência médica e apoio, forneceram
informações, bebidas quentes, cober-
tores, água e alimentos aos peregri-
nos, trabalho que continuou até o dia
13, festa litúrgica da padroeira.
O Santuário de Nossa Senhora de
Guadalupe recebe em torno de 20 mi-
lhões de peregrinos por ano e é o tem-
plo mariano mais visitado do mundo.
Fontes: Zenit e Site Católico
o Menino com
admiração
PADRE JOÃO BECHARA VENTURA
É inevitável que nos acostumemos a certas
coisas preciosas da vida. De algumas delas, re-
cordamo-nos somente quando vêm a faltar: a
respiração, a saúde, a memória. Acostumamo-
-nos à presença das pessoas e somente quando
elas se vão – mesmo que estivessem um pouco
distantes – damo-nos conta do tamanho do es-
paço que preenchiam.
É uma espécie de lei desta vida limitada,
que faz com que, para conseguirmos seguir
adiante e enfrentar o dia a dia, fechemos os

Reino Unido olhos para o que há de sublime. Os pais acos-

tumam-se com o “milagre” de serem pais. Nós,
sacerdotes, nos habituamos com o “assombro”

Durante a pandemia, o fechamento de templos de sermos padres. Todos, em maior ou menor

medida, não nos maravilhamos suficientemen-

aumentou o sofrimento físico e mental da população
Conforme revelado em um novo e importante estudo, o fe-
chamento das igrejas católicas no Reino Unido, a fim de evitar
a propagação da COVID-19, deixou um número significativo
de pessoas com efeitos adversos na sua saúde física ou mental.
De acordo com uma pesquisa realizada pela União Ca-
tólica, uma associação voluntária de leigos católicos na In-
glaterra, País de Gales e Escócia para expressar e defender os
princípios morais e espirituais católicos e promover um pon-
to de vista cristão nos assuntos públicos, 62% dos entrevista-
dos relataram que o fechamento das igrejas teve um impacto
na sua saúde.
Essa pesquisa é o primeiro grande estudo sobre as atitu-
des católicas em relação ao fechamento de igrejas durante a
pandemia e o impacto que isso teve no bem-estar das pesso-
as. A pesquisa também revelou que 90% dos entrevistados
acreditavam que os locais de culto deveriam ser classificados
como serviços essenciais, semelhantes a lojas de alimentos e
instalações de saúde em qualquer potencial pandemia futura,
garantindo que não seriam sujeitos a ordens de fechamento.
Também identificou uma resiliência na frequência à
missa, já que menos de 10% dos entrevistados relataram fre-
quentar a igreja com menos assiduidade desde o início da
pandemia. Resultados adicionais da pesquisa mostram que
apenas 25% dos entrevistados pensaram que era necessário
fechar igrejas e outros locais de culto; 93% não achavam que
os políticos consideraram suficientemente a fé das pessoas ao
tomar decisões durante a pandemia; 89% disseram que era
inútil ter diferentes restrições legais às igrejas em diferentes
regiões do Reino Unido.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, desde 3 de ja-
neiro de 2020, o Reino Unido teve cerca de 25 milhões de ca-
sos confirmados de COVID-19, que resultaram em 232.112
mortes. (JFF)
Fonte: La Croix International
te com o privilégio alucinante de sermos cris-
tãos, criados por Deus e lavados no Batismo.
Talvez isso ocorra porque o Senhor é tão
bom e nós tão pequenos, que os seus bene-
fícios de algum modo nos “oprimem” e, por
isso, desviamos o olhar de tantas maravilhas.
Paradoxalmente, o que mais nos preenche e dá
sentido é deixado de lado, pois a sua considera-
ção ininterrupta tornaria desconfortável a vida
prosaica, com seus deveres urgentes e práticos.
Por essa razão, temos a necessidade de de-
dicarmos diariamente algum tempo à oração e
de fazermos, periodicamente, um retiro espiri-
tual. Esses momentos de maior contemplação
permitem-nos olhar com admiração – e rea-
lismo – para a bondade de Deus e a beleza do
mundo que nos cerca. É com este espírito de
contemplação que devemos celebrar o Natal!
Pediremos a Deus, portanto, que jamais
nos acostumemos com este fato único: “Nas-
ceu para nós um Menino” (Is 9,5)! Suplicare-

Filipinas mos que a maior notícia da história do mun-

do – “Deus Se fez homem” – não seja pouco
relevante aos nossos ouvidos. Não podemos

Igreja realiza encontro sobre redes sociais
A Igreja nas Filipinas organizou
um encontro de dois dias dedicado às
redes sociais, com o objetivo de enco-
rajar os fiéis a usá-las como ferramen-
tas de evangelização em um mundo
cada vez mais digital. A 12ª Cúpula
Católica de Mídia Social aconteceu
na Universidade do Sagrado Cora-
ção-Ateneu de Cebu, em Mandaue,
Província de Cebu.
Os organizadores propuseram o
tema “Criar, colaborar, estar em co-
munhão”: “Quando dois ou mais esti-
verem reunidos em meu nome, esta-
rei no meio deles” (Mt 18,30).
Durante a missa de abertura do
evento, Dom José Palma, Arcebispo
de Cebu, afirmou que os comunica-
dores católicos devem se esforçar para
seguir Cristo e refletir sua Palavra.
“Nossas palavras devem imitar a Pa-
lavra Divina”, enfatizou.
O Arcebispo também insistiu na
importância de comunicar a verdade.
A comunicação eficaz requer não ape-
nas a palavra justa, mas também uma
escuta ativa. “Somente quem conhece
o silêncio pode experimentar a fecun-
didade de suas ações como comunica-
dores”, frisou Dom José Palma.
O evento contou com a participa-
ção de comunicadores e profissionais
de mídia social de diferentes dioceses,
congregações e organizações locais.
Dom Midyphil Billones, Bispo Auxi-
liar de Cebu, alertou particularmen-
te contra o sentimento de frustração
ou desânimo pela falta de “curtidas”,
“compartilhamentos”, “visualizações”
ou “retuítes” nas diferentes redes.
Ele pediu que as pessoas não fi-
quem obcecadas com o chamado
sistema de “seguidores” nas redes
sociais. Segundo ele, os números não
contam, “desde que você os incentive
a encontrar força na fé”.
“Na comunidade católica on-line,
isso é suficiente, uma vez que você
cumpre seu dever. Mesmo que seus
‘seguidores’ sejam muito menos nu-
merosos, mas que sejam conduzi-
dos a Cristo, é muito melhor do que
um milhão de ‘seguidores’ que estão
longe do Senhor”, sublinhou Dom
Billones, acrescentando que os meios
digitais podem ser “distorcidos e ma-
nipulados”, contudo, podem se tornar
boas oportunidades de evangelização
e transformação.
“Reconhecemos os limites e as
vulnerabilidades, mas não podemos
negar as potencialidades e possibili-
dades”, afirmou, convidando as pes-
soas a aprenderem “a arte de cons-
truir pontes”. “Há almas que estão à
espera de uma mão amiga. Há almas
sedentas que precisam ser esclareci-
das e corações que aspiram conexões
enriquecedoras e verdadeiras. Nós
podemos contribuir com alguma coi-
sa”, concluiu o Prelado. (JFF)
Fonte: Gaudium Press
nos acostumar! Admiremos, fascinados, estu-
pefatos: “Nasceu para vós um Salvador, que é
Cristo” (Lc 2,11)… “Para nós”, “para nós”!
A vida mudou, desde nossos primeiros
Natais… Pessoas se foram e vieram, nós mes-
mos não somos iguais. Por isso, pediremos à
Virgem que esta celebração não seja insossa ao
nosso paladar ou “rotineira” e que tenhamos
o mesmo amor e alegria de Nossa Senhora há
dois mil anos, pois o Natal se atualiza sempre,
na eternidade, na Santa Missa e no tempo.
Afinal, o Menino não envelhece, o Evangelho
mantém o mesmo frescor e a “Palavra de Deus
permanece para sempre” (Is 40,8)!
Peçamos ao Senhor um olhar contemplati-
vo! Perscrutaremos o Presépio admirados, des-
concertados e agradecidos! Veremos ali o Meni-
no, Sua Mãe e São José… E também os pastores
e uma multidão incontável de todos os tempos,
os santos, os nossos antepassados… Estaremos
ali, entre as palhas e os animais, com todos eles.
Os anjos ao redor envolver-nos-ão de luz: “Gló-
ria a Deus nas alturas e paz na terra aos homens
de boa vontade” (Lc 14). Então, nós nos ajoe-
lharemos e, sem medo e sem monotonia, ado-
raremos o Menino. Não nos acostumemos! O
Senhor nos convida de novo: vinde, adoremos!
16 | Publicidade | 20 de dezembro de 2023 a 9 de janeiro de 2024 | www.osaopaulo.org.br
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