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OS MENONITAS

Os Menonitas (ou Mennonitas) são uma grupo de denominações cristãs (Menonitismo


ou Mennonitismo) que descende diretamente do movimento anabatista que surgiu na
Europa no século XVI, na mesma época da Reforma. Tem o seu nome derivado do
teólogo frísio Menno Simons (1496-1561), que através dos seus escritos articulou e
formalizou os ensinos dos seus predescendentes anabatistas suíços. Segundo estimativas
de 2009, há mais de 1,6 milhões de menonitas espalhados pelo mundo todo.

História

Em 1523 Ulrich Zwingli, um ex-padre católico, começou a reformar a igreja na cidade


suíça de Zurique. Um grupo de seus discípulos, liderados por Conrad Grebel, Félix
Manz e Georg Blaurock logo rejeitou Zwingli que usava a Câmara Municipal para fazer
a reforma. O grupo começou a estudar a Bíblia, e não encontrou qualquer justificação
para a "igreja do estado", mas acreditavam que os cristãos eram uma comunidade de
crentes que livremente escolheram seguir a Cristo, e seu testemunho público de sua fé
seria através do batismo adulto. Isto significava declarar inválido o batismo das
crianças. Em 21 de janeiro de 1525, em Zollikon, um subúrbio de Zurique, o grupo
decidiu batizar um ao outro. Batismo de adultos como uma parte essencial da sua fé,
quase que imediatamente começou a chamar os "anabatistas" (rebatizadores), mas o
grupo preferiu o nome de irmãos suíços.
O movimento se espalhou rapidamente por toda a Europa, especialmente nos territórios
do Império Alemão. A situação piorou para os anabatistas, quando em 1526, ordenou-se
que cada subdivisão política do império deveria adotar a religião do governante. Se o
líder fosse um católico, assim deviam ser seus súditos. Se o governante era luterano,
seus súditos tinham que praticar a religião luterana, que conflitava diretamente com a
concepção dos irmãos, que acreditavam em uma comunidade de crentes que escolhem
livremente a sua fé sem a interferência da autoridade civil em matéria de fé. Em 1529,
embora os principais defensores da Reforma divulgassem no seu famoso protesto (daí o
nome "protestante") rejeitar qualquer coisa "contrária a Deus ou a Sua Santa Palavra",
concordaram com os católicos em perseguir os anabatistas.
Assim, foi promulgada a lei imperial de 23 de abril de 1529 ordenando "tirar a vida de
todo rebatizado ou rebatizador, homem ou mulher, maior ou menor, e executar de
acordo com a natureza do caso e da pessoa, por fogo, por espada ou por outros meios
sempre que um homem seja encontrado." A repressão piorou após a rebelião dos
anabatistas em Münster e extremistas, sob o pretexto de esmagar a revolta encenada por
eles e suas idéias subversivas, multiplicado execuções Irmãos, embora eles sempre
foram pacifistas e rejeitassem as ideias e práticas münsteristas.
O testemunho pessoal e a perseguição religiosa levaram os anabatistas e a nova doutrina
a diferentes países da Europa, surgindo inúmeras igrejas inicialmente na Suíça, Prússia
(atual Alemanha), Áustria e Países Baixos.
O principal ponto de discórdia entre os menonitas e seus perseguidores era o batismo
infantil. Os menonitas acreditam que a igreja deve ser formada a partir de membros
batizados voluntariamente. Isso não era tolerado pela maioria dos Estados, nem pela
igreja católica nem pela igreja protestante oficial da época.
Os menonitas tiveram durante a sua história diversos pontos de discórdia entre si o que
sempre acabou levando a divisões e novas denominações entre eles, como por exemplo
os Amish.
Durante o século XVI os menonitas e outros anabatistas foram duramente perseguidos,
torturados e martirizados. Por isso muitos deles emigraram para os Estados Unidos,
onde ainda hoje vive a maior parte dos menonitas. Eles estão entre os primeiros alemães
a imigrarem para os Estados Unidos.
Outros se isolaram em colônias e povoamentos fechados dentro de Estados onde eram
tolerados.
Em 1788, a convite de Catarina, a Grande, imperatriz da Rússia, agricultores menonitas
da Prússia (atualmente Alemanha e Polónia) emigraram para Chortitza (em 1789) e
Molotschna (em 1804) no sul da Rússia (atualmente Ucrânia). Com o passar do tempo,
por escassez de terra e outros motivos, surgiram muitas outras colonizações menonitas
que lutaram pelo seu bem-estar espiritual, cultural e material em diversas regiões da
Rússia Europeia e asiática.
Através de intensa migração e também de evangelismo os menonitas se espalharam por
todos os continentes do globo, sendo que a maior comunidade menonita se encontra
atualmente na África.
TEOLOGIA

A teologia menonita enfatiza a primazia dos ensinamentos de Jesus como escritos no


Novo Testamento. Eles acreditam no ideal de uma comunidade religiosa baseada nos
modelos do Novo Testamento no espiríto do Sermão da Montanha. As crenças básicas
derivadas das tradições anabatistas são:
Salvação pela fé em Jesus Cristo.
A autoridade das Escrituras e do Espírito Santo.
Batismo dos crentes entendido como: Batismo pelo espírito (mudança interna do
coração), batismo pela água (demonstração pública de testemunho) e batismo pelo
sangue (martírio e acetismo ou a prática de auto-negação como medida de disciplina
pessoal e especialmente espiritual).
Discipulado entendido como um sinal exterior de uma mudança interior.
Disciplina na igreja, como descrito no Novo Testamento, particularmente de Jesus (por
exemplo, Mateus 18:15-18). Algumas igrejas menonitas praticam o banimento.
A Ceia do Senhor entendida como um memorial ao invés de um sacramento ou ritual,
de preferência comungado por crentes batizados dentro da unidade e disciplina da
igreja.

A IGREJA EVANGÉLICA IRMÃOS MENONITAS

Em meados do século XIX, o pastor evangélico Eduardo Wuest veio da Alemanha


trabalhar entre seus conterrâneos que moravam no sul da Rússia, próximo à colônia
menonita de Molotschna. Simultaneamente, este pastor passou a dirigir estudos bíblicos
nas igrejas menonitas.
Tanto o evangelho pregado pelo pastor Eduardo Wuest como a literatura religiosa ao
pietismo de Wuettemberg, na Alemanha, movimento de avivamento com ênfase na
regeneração e santificação, encontraram boa aceitação junto a muitos que, insatisfeitos
com o estado das igrejas, almejavam uma vida renovada. O resultado foi um
reavivamento espiritual na região, que resultou na Igreja Irmãos Menonitas, fundada em
6 de janeiro de 1860.
Chamavam-se de irmãos porque os crentes ao Novo Testamento assim eram chamados
(Fil. 4:1; l Pe 2:17).
Através da imigração, a Igreja Irmãos Menonitas expandiu-se para as Américas do
Norte e do Sul. Em cumprimento à grande comissão do Senhor Jesus: "ide por todo o
mundo e pregai o evangelho a toda criatura" (Marcos 16: 15), muitos missionários da
América do Norte foram a outros países, especialmente da África e da Ásia, proclamar o
evangelho da salvação. Assim, quando em 1930 um grupo de menonitas de origem
alemã veio da Rússia ao Brasil, o trabalho de pregação do evangelho foi iniciado com
auxílio dos irmãos da América do Norte. Há uma colônia menonita significativa
também no Paraguai.

OS DUNKERS OU IGREJA DOS IRMÃOS

Os Dunkers ou Igreja dos Irmãos, são vários grupos de cristãos de doutrina Pietista-Anabatista
originários da Alemanha no século XVIII.
Em agosto de 1708 em Schwarzenau, sob a liderança de Alexander Mack, um grupo de oito
pessoas do movimento pietista alemão, foi batizado por trina imersão no Rio Eder. Esse grupo
de pietistas sofreu profunda influência anabatista, o que o levou a essa decisão pelo rebatismo.
Também conhecidos como Neu Taufers (novos batistas) e Tunkers em Alemão e German
Baptist Brethren (irmãos batistas alemães) e Dunkers em Inglês, essas pessoas se organizaram
sem muita hierarquia, proclamando diferentemente de outros anabatistas, que só tinham como
credo o Novo Testamento, alguns chegando a dizer que só a Jesus Cristo.
Perseguidos no Velho Continente, em 1720 haviam imigrado para a Pensilvânia, então sob os
Quakers e religiosamente tolerante.
Não se consideravam protestantes, evangélicos ou católicos, os Tunkers mantiveram certas
crenças e práticas peculiares: O ágape, o batismo por trina imersão, o ósculo santo . Eram no
princípio universalistas, crendo na salvação de todos, pacifistas radicais, não escravagistas e
apolíticos.
Os Dunkers, entre o fim do século XIX e o começo do XX se dividiram em várias
denominações, algumas mais conservadoras como os Horse and Buggy Brethren, que à moda
dos Amish não usam carro, eletricidade, telefone etc. e se vestem de forma peculiar, outras mais
liberais como a Church of the Brethren (com o maior número de membros). A Grace Brethren
(também noBrasil, com o nome de "Igreja dos Irmãos") e a Brethren Church se tornaram
evangélicas. Os German Baptist Brethren são conservadores e usam a veste peculiar da tradição
Tunker.
No fim do século XIX os ramos liberais estiveram entre os primeiros cristãos a permitir que
mulheres pregassem e no princípio do século XX ordenou-as ao ministério. Nos anos de 1980
começou uma discussão, ainda em curso, pela plena aceitação de gays e lésbicas e também a sua
ordenação, entre os ramos liberais.
No Brasil, o movimento chegou através de imigrantes Teuto-Americanos, na década de 1960. A
partir de 1982, Onaldo Alves Pereira e Stephen Newcomer fundaram a Igreja da Irmandade
entre os brasileiros, desejando desenvolver uma igreja que fosse inclusiva a gays e lésbicas.
Isso, no entanto, não teve apoio total da Church of the Brethren nos USA.
Em 2001, com apoio oficial da Church of the Brethren, teve início, com um novo grupo de
pastores, uma nova tentativa missionária da igreja no Brasil (desta vez, sem Onaldo Alves
Pereira), articulando uma proposta teológica de respeito aos homossexuais, sem, no entanto,
fazer disso o objetivo da igreja. A igreja mantêm o nome Igreja da Irmandade, com trabalhos
nas cidades de Campinas, Rio Verde, Indaiatuba, Limeira, Jundiaí e Campo Limpo Paulista.

Referências
http://pt.wikipedia.org/wiki/Menonitas
http://www.menonitas.org.br/quem_somos.php
http://www.ieimx.com.br/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dunkers

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