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Psicanálise e a

Personalidade
Matéria: Psicologia da Personalidade
Marcela B Amoroso
Iniciando a conversa
• Freud foi um dos autores mais influentes na teoria da personalidade.

• A psicanalise foi a primeira teoria formal sobre a personalidade.

• Ela é tão influente que continua sendo reconhecida até os tempos atuais.

• Muitas teorias posteriores a esta utilizaram a psicanalise como base.


A vida de Freud
• Sigmund Freud (1856-1939) foi um neurologista austríaco que se tornou uma
das figuras mais influentes e controversas na história da psicologia e da
psicanálise.

• Ele é frequentemente chamado de "pai da psicanálise" devido ao


desenvolvimento de teorias e métodos inovadores que revolucionaram a
compreensão da mente humana e da psicopatologia.
A vida de Freud
• Sigmund Freud, nascido em 6 de maio de 1856, em Freiberg, na atual
República Tcheca, é amplamente conhecido como o pai da psicanálise.

• Antes de suas contribuições fundamentais à psicologia, sua vida e carreira


foram marcadas por uma série de eventos e interesses acadêmicos variados.
Infância e Educação
• Freud nasceu em uma família judaica e, desde cedo, demonstrou ser um
aluno excepcional.
• Mudou-se com sua família para Viena aos quatro anos de idade, onde passou
a maior parte de sua vida.
• Apesar das dificuldades financeiras da família, ele teve uma educação
exemplar, graduando-se com honras.
• Sua inteligência e dedicação aos estudos lhe permitiram ingressar na
Universidade de Viena aos 17 anos.
Experimentos com Cocaína
• Freud também se envolveu em extensas pesquisas sobre a cocaína, não
apenas como uma substância psicoativa, mas como um potencial analgésico.
• Ele estava particularmente interessado nas propriedades da cocaína para
aliviar a dor e como um estimulante.
• Em 1884, Freud publicou um artigo intitulado "Über Coca", no qual
detalhava os efeitos anestésicos da cocaína e promovia seu uso em vários
tratamentos médicos, incluindo a dependência de morfina e como anestésico
local.
Experimentos com Cocaína
• No entanto, suas experiências e promoção da cocaína levaram a resultados
desastrosos, incluindo casos de vício e morte, o que eventualmente manchou
sua reputação na comunidade médica da época.

• Embora Freud tenha sido um dos primeiros a promover o uso médico da


cocaína, ele mesmo se desiludiu com as consequências negativas do abuso da
substância.
Rumo à Psicanálise
• Essas experiências iniciais refletem a mente inquisitiva de Freud e sua
disposição para explorar territórios desconhecidos.
• Embora não diretamente relacionados à psicanálise, esses episódios de sua
vida contribuíram para o desenvolvimento de sua abordagem investigativa e
seu interesse pelo inconsciente.
• Após essas incursões iniciais em diferentes campos da ciência, Freud
começou a se concentrar na psicologia e na patologia da mente humana,
levando ao desenvolvimento da psicanálise.
Rumo à Psicanálise
• A transição de Freud para a psicanálise foi marcada por seu trabalho com o
médico francês Jean-Martin Charcot e por suas próprias investigações sobre
a histeria e a hipnose.

• A partir desses estudos, ele desenvolveu a teoria da mente inconsciente e os


métodos de análise dos sonhos, que se tornariam fundamentais para a prática
psicanalítica.
O inicio de sua teoria
• Nos primeiros anos de sua carreira, Freud se concentrou na hipnose como
método de tratamento para pacientes com histeria e outras doenças
neuropsicológicas.

• No entanto, ele gradualmente se distanciou da hipnose e desenvolveu a


técnica de associação livre, onde os pacientes falariam livremente sobre seus
pensamentos e sonhos.
O inicio de sua teoria
• A partir dessa técnica e de suas observações, Freud desenvolveu sua teoria da
psicanálise.

• Freud propôs que a psique humana pode ser dividida em três partes: o Id
(instintos básicos e impulsos), o Ego (a parte consciente que lida com a
realidade) e o Superego (a voz moral).
O inicio de sua teoria
• Ele também enfatizou o papel do desenvolvimento sexual na formação da
personalidade e introduziu o conceito de complexo de Édipo.

• Freud escreveu "A Interpretação dos Sonhos" em 1899, onde argumentou


que os sonhos são uma forma de realização de desejo e que eles podem ser
analisados para revelar os desejos e conflitos inconscientes de um indivíduo.
Iniciando a conceituação
• Sigmund Freud desenvolveu uma teoria complexa sobre os impulsos
humanos e como eles moldam nosso comportamento e psique.

• Ele utilizou os termos "Trieb" (frequentemente traduzido para o inglês como


"drive" e para o português como "pulsão") e "Instinkt" (instinto) para
discutir essas forças motivadoras, mas é importante notar que esses termos
têm conotações e significados específicos no contexto da teoria freudiana.
Pulsões
• Para Freud, as pulsões são uma das principais forças motivadoras do
comportamento humano.

• Elas são representações mentais de estímulos internos que se originam no corpo e


operam em um nível inconsciente.

• As pulsões servem como uma ponte entre o mental e o somático, funcionando


como forças constantes que buscam descarga.
Pulsões
• Elas têm uma fonte (uma excitação corporal), um objetivo (alcançar
satisfação, que geralmente é alcançada através de uma ação específica) e um
objeto (aquilo através ou por meio do qual a pulsão pode alcançar sua
satisfação).

• O objeto da pulsão pode variar.


Pulsões
• Freud distinguiu duas categorias principais de pulsões: as pulsões de vida (ou
pulsões sexuais, "Eros") e as pulsões de morte.

• Enquanto Eros se refere às pulsões que buscam unidade, construção e


preservação (incluindo atividades sexuais, sociais e de autopreservação), as
pulsões de morte se referem a uma suposta força inata que busca o retorno a
um estado inorgânico (destruição, agressão).
Conceito Básico da Pulsão
• Freud descreveu a pulsão como um conceito situado na fronteira entre o
corpo e a mente, atuando como um estímulo interno que motiva a pessoa a
satisfazer suas necessidades básicas e desejos.
• Imagine as pulsões como "empurrões" biológicos internos que nos levam a
buscar satisfação.
• Esses "empurrões" não são apenas instintos simples (como os encontrados
em animais), mas são influenciados por nossos desejos, necessidades e pelo
contexto social e psicológico.
Pulsão de vida x Pulsão de Morte
• Pulsões de Vida (Eros): Incluem as forças que nos levam a buscar sobrevivência,
propagação e prazer. A sexualidade, não apenas no sentido estritamente biológico
de reprodução mas também em um sentido mais amplo de obtenção de prazer, é
central para as pulsões de vida.
• Pulsões de Morte (Thanatos): Uma noção mais controversa e complexa, as
pulsões de morte representam uma inclinação inata em direção à autodestruição,
agressão e retorno a um estado inorgânico de repouso. Segundo Freud, essa pulsão
trabalha de forma mais sutil, muitas vezes contrabalanceada pelas pulsões de vida,
mas pode manifestar-se em comportamentos destrutivos, tanto auto-infligidos
quanto direcionados a outros.
Energia das pulsões
• Tanto a pulsão de vida como a pulsão de morte têm fontes de energia
distintas.

• A Fonte de energia da pulsão de vida é a libido – que vem da palavra latina –


desejo – empregada na manutenção da vida.

• Fonte de energia da pulsão de morte - segundo Freud é uma energia


específica que ele não nomeou como o fez com a pulsão de vida.
Funcionamento das Pulsões
• Origem: As pulsões surgem de uma tensão ou necessidade interna. Por
exemplo, a fome é uma tensão que cria a pulsão de buscar alimento.
• Objeto: O objeto de uma pulsão é aquilo através do qual ou pelo qual a
pulsão pode alcançar sua satisfação. Não é necessariamente um objeto físico;
pode ser uma ação ou estado também.
• Meta: A meta de uma pulsão é a satisfação, ou seja, a remoção da tensão ou
necessidade que ativou a pulsão.
Exemplo prático da pulsão
• Imagine que você está com fome (tensão).
• Essa fome é a manifestação física da pulsão que o impulsiona a buscar
comida (meta).
• O alimento que você decide comer (seja uma maçã, um sanduíche, etc.) é o
objeto da sua pulsão. Ao comer, você satisfaz essa pulsão, diminuindo a
tensão da fome.
Importância das Pulsões na Psicanálise
• Para Freud, as pulsões são centrais na explicação do comportamento
humano.
• Ele acreditava que muitos dos nossos comportamentos, especialmente
aqueles dos quais não estamos plenamente conscientes, são influenciados por
essas forças internas.
• A análise das pulsões e de como elas são expressas ou reprimidas é
fundamental na psicanálise, ajudando a entender uma variedade de
fenômenos psicológicos, desde sonhos até neuroses.
Instintos
• Para Freud, o termo "instinto" não era central como em outras áreas da biologia ou
da psicologia evolucionista, onde é frequentemente usado para descrever
comportamentos inatos e padrões de ação fixos em animais.
• No entanto, ele ocasionalmente usava o termo em seus escritos, muitas vezes de
forma intercambiável com "pulsão" (Trieb em alemão), especialmente em traduções
mais antigas.
• Isso pode gerar alguma confusão, pois a noção de pulsão em Freud é mais
complexa e menos determinada biologicamente do que o conceito tradicional de
instinto..
Instintos
• No entanto, à medida que sua teoria se desenvolveu, ele passou a diferenciar
claramente entre "instinto" (vinculado a animais) e "pulsão" (referente a
humanos).

• Freud argumentou que enquanto os animais são guiados por instintos fixos,
os humanos são movidos por pulsões, que são mais flexíveis e têm objetos
variáveis.
Instintos x Pulsões
• O conceito de pulsões é central para a teoria psicanalítica, pois ajuda a explicar a
natureza conflituosa da mente humana.
• Por exemplo, a ideia de que temos pulsões de vida e de morte em constante tensão
pode explicar por que as pessoas às vezes são autodestrutivas ou por que podem ter
sentimentos ambivalentes em relação a algo ou alguém.
• Enquanto a pulsão possui um componente psíquico significativo, implicando em
uma dinâmica interna complexa e a possibilidade de transformação psíquica, o
instinto é mais diretamente ligado a respostas biológicas e comportamentais
predeterminadas.
Personalidade para Freud
• Freud deu uma importância significativa ao papel da sexualidade no
desenvolvimento da personalidade e no funcionamento psíquico em geral.

• Conflitos relacionados à sexualidade em diferentes estágios do


desenvolvimento infantil, como o famoso complexo de Édipo durante o
estágio fálico, têm implicações significativas para a formação da
personalidade do indivíduo.
Personalidade para Freud
• O conceito de personalidade, segundo Freud, é uma parte fundamental da
teoria psicanalítica.

• Ele concebeu a personalidade como sendo composta por três sistemas


inicialmente.
• Consciente, inconsciente e pré-consciente.
Consciente
• Refere-se àquilo que estamos cientes no momento presente.

• É a parte da mente que contém todos os pensamentos, sentimentos e


percepções que você está atualmente considerando ou experimentando.

• É comparável à ponta do "iceberg" que está acima da água, pois é apenas


uma pequena fração da mente como um todo.
Pré-Consciente
• Refere-se à informação que não está atualmente na consciência, mas pode ser
trazida à consciência com relativa facilidade.
• É como a área logo abaixo da superfície da água em um iceberg. Contém
memórias que são facilmente recuperáveis, como o seu número de telefone
ou o nome de um amigo próximo.
• O conteúdo pré-consciente pode se mover para o estado consciente quando
nos focamos nele ou quando é relevante para a situação atual.
Inconsciente
• Esta é a parte mais vasta e menos acessível da mente, comparável à maior
parte do iceberg que está submersa.

• O inconsciente contém desejos, sentimentos, pensamentos e memórias que


foram reprimidos ou esquecidos. Muitos destes são considerados inaceitáveis
ou perturbadores, como sentimentos de agressão, traumas ou desejos sexuais
reprimidos.
Inconsciente
• Embora esses pensamentos e sentimentos estejam escondidos da
consciência, eles podem influenciar o comportamento de uma pessoa e suas
reações emocionais de maneira poderosa e muitas vezes imperceptível.

• Freud acreditava que os conteúdos inconscientes eram a chave para entender


o comportamento humano e, em particular, os conflitos e problemas
psicológicos de um indivíduo.
Consciente

Pré-consciente

Inconsciente
A evolução da teoria
• Freud em seus estudos clínicos reformula este primeiro conceito e reestrutura
a personalidade.

• Passamos agora a compreender a personalidade por Id, Ego e Superego.


Id
• O Id é a parte mais primitiva da personalidade e está presente desde o
nascimento.
• É a fonte de nossas pulsões e desejos básicos e opera pelo princípio do
prazer, buscando a satisfação imediata.
• O Id não tem consideração pela realidade ou pelas consequências; ele apenas
quer satisfação.
• Está completamente no inconsciente.
Ego
• O Ego começa a se desenvolver no primeiro ano de vida e age como um
mediador entre o Id e o mundo externo.
• Opera pelo princípio da realidade, tentando satisfazer os desejos do Id de
uma maneira realista e socialmente aceitável.
• O Ego é parcialmente consciente e parcialmente inconsciente.
• Ele usa mecanismos de defesa para proteger o indivíduo de ansiedades e
conflitos, como repressão, negação, projeção e racionalização.
Superego
• O Superego começa a se formar por volta dos 3 a 5 anos de idade, durante o
estágio fálico do desenvolvimento psicossexual, e é influenciado pela
moralidade e valores dos pais e da sociedade.
• Funciona como a consciência moral da personalidade.
• Pode ser visto como a contraparte "moral" do Id, impondo regras, limites e
punições.
• Assim como o Ego, o Superego opera em todos os níveis de consciência:
consciente, pré-consciente e inconsciente.
Superego
• Para Freud, a formação do superego é correlativa ao declínio do complexo
de Édipo.
• A criança, renunciando à satisfação de seus desejos edipianos, admitidos
como proibidos, transforma sua carga afetiva sobre os pais em uma
identificação com eles, interiorizando a proibição.
• O pai torna-se o guia moral e qualquer ordem toma por modelo esta
proibição.
Superego
• De acordo com esta perspectiva, o superego resulta, em grande parte, de uma
introjeção dos superegos dos próprios pais.
• Assim como o id é regido pelo princípio do prazer e o ego pelo da realidade,
o superego representa mais o ideal do que o real.
• Desempenha as seguintes funções: - inibir os impulsos do id; persuadir o ego;
lutar pela perfeição.
A ansiedade na personalidade
• Freud acreditava que a ansiedade desempenha um papel significativo na
construção da personalidade e no desenvolvimento humano.
• Dividiu os tipos de ansiedade em: realista, moral e neurótica.
Ansiedade Realista
• Este tipo de ansiedade é uma resposta a um perigo real e tangível no mundo
externo.

• Por exemplo, sentir-se ansioso porque você está sozinho em uma rua escura
à noite é um exemplo de ansiedade realista.

• Ela está relacionada ao ego e sua relação com o mundo externo.


Ansiedade Moral
• A ansiedade moral surge do conflito entre o ego e o superego.
• O superego representa a consciência moral e os valores internalizados de
uma pessoa.
• Quando alguém age de maneira que vai contra esses valores, pode surgir a
ansiedade moral.
• Por exemplo, se alguém conta uma mentira e depois sente-se culpado ou
ansioso por ter feito isso, está experimentando ansiedade moral.
Ansiedade Neurótica
• A neurose é um termo que engloba uma variedade de distúrbios mentais
caracterizados por sintomas psicológicos que resultam de conflitos
intrapsíquicos.

• Esses conflitos geralmente derivam de experiências traumáticas ou de tensões


entre os desejos do id e as restrições do ego e do superego.
Ansiedade Neurótica
• Esta forma de ansiedade é o resultado do conflito entre o id (que busca gratificação
imediata) e o ego (que busca atender às demandas do id de uma maneira realista e
aceitável).
• Um exemplo clássico é o conflito sexual reprimido, como os desejos do complexo
de Édipo durante o estágio fálico do desenvolvimento, quando a criança tem
sentimentos ambíguos de atração pelo pai do sexo oposto e rivalidade com o
mesmo pai do sexo.
• Quando o ego não consegue gerenciar ou reprimir esses desejos do id, a ansiedade
neurótica pode se manifestar.
Transtorno de personalidade
• O transtorno de personalidade obsessivo-compulsivo ou perturbação
de personalidade obsessivo-compulsiva (anancástica) é um transtorno de
personalidade caracterizado por um constante sentimento de
dúvida, perfeccionismo, escrupulosidade, verificações, e preocupação com
pormenores, obstinação, prudência e rigidez excessivas com raízes na
infância e que persiste na idade adulta.
• O transtorno pode ser acompanhado de pensamentos ou de impulsos
repetitivos e intrusivos.
Mecanismos de Defesa
• Os mecanismos de defesa são usados pelo ego para gerenciar a ansiedade
decorrente dos conflitos intrapsíquicos.
• No entanto, o uso excessivo ou distorcido desses mecanismos pode
contribuir para o desenvolvimento de sintomas neuróticos.
Mecanismos de Defesa
• Repressão • Deslocamento
• Negação • Sublimação
• Formação reativa • Compensação
• Projeção • Fantasia
• Regressão • Introjeção
• Racionalização • Identificação
Mecanismos de Defesa
• Repressão: É o processo de esconder pensamentos, sentimentos ou
memórias inaceitáveis ou perturbadores no inconsciente. É o principal
mecanismo de defesa e muitos outros mecanismos podem ser vistos como
derivados dele.

• Negação: Envolve a recusa em aceitar a realidade ou os fatos. A pessoa age


como se um evento traumático, pensamento ou sentimento não existisse.
Mecanismos de Defesa
• Formação Reativa: Uma pessoa se comporta de maneira oposta à sua
verdadeira vontade ou desejo. Por exemplo, alguém que sinta hostilidade em
relação a uma pessoa pode agir de forma extremamente amigável.

• Projeção: Atribuir a outras pessoas os próprios pensamentos, sentimentos


ou impulsos inaceitáveis. Por exemplo, uma pessoa que é particularmente
desonesta pode acusar constantemente os outros de serem desonestos.
Mecanismos de Defesa
• Regressão: Em resposta ao estresse ou à ansiedade, a pessoa volta a um
estágio de desenvolvimento anterior, onde se sentia mais segura ou
confortável. Por exemplo, uma criança pode voltar a chupar o dedo após o
nascimento de um irmão mais novo.

• Racionalização: Justificar comportamentos, pensamentos ou sentimentos


inaceitáveis ou inapropriados com lógicas ou explicações plausíveis, mas
falsas.
Mecanismos de Defesa
• Deslocamento: Redirecionar pensamentos ou sentimentos que são
ameaçadores ou inaceitáveis para um objeto ou pessoa mais seguro ou
aceitável. Por exemplo, alguém que está furioso com o chefe pode descontar
sua raiva no cônjuge ou em um animal de estimação.

• Sublimação: Canalizar impulsos inaceitáveis em comportamentos


socialmente aceitáveis. Por exemplo, uma pessoa com impulsos agressivos
pode se tornar um atleta ou um cirurgião.
Mecanismos de Defesa
• Compensação: Fazer esforços para fazer algo bem em áreas da vida em que
se sentem inadequados ou insuficientes em outras. Por exemplo, alguém que
não é bom em esportes pode se esforçar para ser excelente academicamente.

• Fantasia: Retirar-se para um mundo imaginário para escapar de situações ou


sentimentos insatisfatórios ou perturbadores.
Mecanismos de Defesa
• Introjeção: Incorporar as qualidades ou valores de outra pessoa em seu
próprio ego. Isso pode servir para fortalecer o ego ou para superar
sentimentos de perda ou vazio.

• Identificação: Identificar-se com uma outra pessoa ou grupo, adotando seus


valores ou comportamentos. Isso pode ser feito para aumentar a autoestima
ou pertencer, ou para lidar com sentimentos de ameaça ou ansiedade.
Desenvolvimento Psicossexual
• Um dos aspectos mais controversos e revolucionários da teoria de Freud foi a ideia
da sexualidade infantil.

• Ele não estava se referindo à sexualidade da maneira como é comumente entendida


na idade adulta, mas sim a uma série de pulsões e desejos que emergem em estágios
específicos do desenvolvimento infantil.

• Estes são os estágios oral, anal, fálico, de latência e genital.


Desenvolvimento Psicossexual
• Em cada estágio, a criança enfrenta conflitos específicos, e a maneira como
esses conflitos são resolvidos, ou não resolvidos, pode levar a certas fixações
que influenciam a personalidade.

• A ansiedade gerada por esses conflitos, e a subsequente necessidade do ego


de gerenciar essa ansiedade através de mecanismos de defesa, desempenha
um papel crucial na formação da personalidade.
Fase Oral – 0 a 18 meses
• Zona Erógena: Boca.
• Atividades: Sucção, morder e engolir são atividades centrais, já que o prazer é
obtido através da boca.
• Conflitos: A principal preocupação é o desmame, que pode ser experimentado
como uma perda.
• Consequências de Fixação: Se as necessidades orais não forem atendidas de
maneira adequada, o indivíduo pode se tornar excessivamente fixado em atividades
orais, levando a hábitos como fumar, beber, comer demais ou ser excessivamente
verboso.
Fase Anal – 18 meses a 3 anos
• Zona Erógena: Ânus.
• Atividades: Controlar fezes, através do treinamento do toalete.
• Conflitos: A luta pela autonomia e a conformidade com os requisitos dos
pais em relação ao treinamento do toalete são centrais.
• Consequências de Fixação: Problemas nesta fase podem resultar em
rigidez, obsessão pela ordem ou mesquinhez ou, no extremo oposto,
desorganização e irresponsabilidade.
Fase Fálica – 3 a 6 anos
• Zona Erógena: Genitais.
• Atividades: Descoberta das diferenças sexuais e atração pelo progenitor do sexo
oposto (Complexo de Édipo para meninos e Complexo de Electra para meninas).
• Conflitos: Medo de castração (para meninos) e inveja do pênis (para meninas).
• Consequências de Fixação: Problemas nesta fase podem resultar em narcisismo,
impulsividade, falta de autoestima ou ansiedade em relação ao desempenho sexual.
Período de Latência – 6 anos até a puberdade

• Zona Erógena: Nenhuma zona erógena específica está em foco.


• Atividades: Energia libidinal é sublimada; o foco está em atividades sociais,
aprendizado e desenvolvimento de habilidades.
• Conflitos: Conflitos anteriores estão temporariamente latentes.
• Consequências de Fixação: Este período é mais uma pausa no
desenvolvimento psicossexual do que uma fase com possíveis fixações.
• Ocorre a formação do superego.
Fase genital
• Zona Erógena: Genitais.
• Atividades: Desenvolvimento de interesses românticos e estabelecimento de
relacionamentos íntimos.
• Conflitos: Se as fases anteriores não foram adequadamente resolvidas, os
conflitos podem se manifestar em relacionamentos.
• Consequências de Fixação: Problemas nesta fase se relacionam com a
capacidade de formar relacionamentos íntimos saudáveis e satisfatórios.

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