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PSICANÁLISE

O INÍCIO DA
PSICANÁLISE –
SIGMUND FREUD

Sigmund Freud (1856-1939) foi um


neurologista e psiquiatra austríaco. Era
filho de pais judeus que moravam na
cidade de Freiberg, na Morávia, no
território do Império Austríaco.
Mudou-se com a família em 1860 para
Viena. Ingressou na faculdade aos 17
anos (1873). Graduou-se em 1881.
Manteve-se pesquisador até 1884, quando
começou a clinicar, no Hospital Geral.
• Em 1885, pleiteou uma bolsa
de viagem e licença de seis
meses do Hospital Geral para
estudar em Paris, com Jean-
Martin Charcot, medico,
psiquiatra que pesquisava
sobre a Histeria no Hospital
psiquiátrico Saltpêtrière.
IMPORTÂNCIA DOS ESTUDOS DA HISTERIA

Método da
associação livre: Sexualidade na
Ineficácia da
pacientes ensinaram etiologia da neurose:
hipnose e da catarse.
a Freud como médicos ignoravam.
clinicar.
O ICS ANTES DE FREUD

• Opõe-se ao que é consciente. Inconsciente é o que não está na consciência,


mas pode vir a estar.
• Sinônimo de incapacidade de prestar contas de seus próprios atos (loucura).
• Fonte de paixões.
• Falta de conhecimento.
• Na filosofia: atividade mental diferente da consciência.
O ICS ANTES DE FREUD

• René Descartes: dualismo corpo e mente, consciência


– razão, inconsciente – desrazão.
• Séc. XVIII: psiquiatria dinâmica (Medicina) =>
autonomia da consciência limitada por forças vitais
incognoscíveis e destrutivas; automatismo mental.
• Séc. XIX: filosofia, Nietzche => lado sombrio da alma
humana, uma face tenebrosa da psique imersa nas
profundezas do ser.
• Freud não inventa o termo inconsciente;
• Conceitua de modo original: a psicologia excluía – atividades inconscientes –
Freud se apropria e funda a psicanálise;
• Proposta de um mais além psíquico.
• Deixa de ser “supra-consciência” ou “subconsciente”;
• Passa a ser uma instância que se revela pelas suas formações (sonhos, atos
falhos, chistes, sintomas, etc.).
DESCOBERTA DO
INCONSCIENTE
• “Estudos sobre histeria” (1895):
• Evocou a dissociação da consciência.
• “Dupla consciência”: cisão psíquica.
• Atos conscientes animados por motivos inconscientes.
• Carta 52 (Entre Freud e Fliess):
• Março de 1898: constituição do inconsciente entre os três
primeiros anos de vida.
• Ao mesmo tempo escrevia o texto dos sonhos.
SONHOS

• Interpretação dos Sonhos (1900)


• Via régia para o inconsciente;
• Para além de uma necessidade
fisiológica, os sonhos são realização de
desejo inconsciente, formados por restos
diurnos que passam pelo trabalho do
sonho, denominado elaboração onírica
(deslocamento, condensação,
figurabilidade e elaboração secundária).
PRIMEIRA E SEGUNDA
TÓPICAS
A CONSTITUIÇÃO DO APARELHO PSÍQUICO - MENTE
NOÇÃO TÓPICA EM FREUD

• Teoria que supõe a subdivisão do psiquismo em sistema de características ou


funções diferentes dispostas em certa ordem uns em relação aos outros:
lugares psíquicos.
• Tópica: designa uma teoria dos lugares desenvolvida por filósofos – lugar
dos conceitos, das idéias.
• Hipótese freudiana de tópica: origem no contexto de sua época (neurologia,
patologia) e em suas próprias investigações (histeria, sonhos).
• Estruturação do psiquismo
• 1ª tópica:
• Inconsciente, Pré-consciente, Consciente
(Projeto para uma psicologia científica –
1895, Carta 52 – 1896, A Interpretação dos
Sonhos – 1900).
• 2ª tópica:
• Ego, Id, Superego (O ego e o Id, 1923).
PRIMEIRA TÓPICA – ICS, PCS E CS

Inconsciente
• Os conteúdos deste sistema NUNCA chegam à consciência em
seu modo original.
• Instituído pelo recalque.
• Constituído por representações.
• Conteúdos são movimentados pela pulsão (diferente de
instinto).
• Separado dos outros sistemas pela censura.
PRIMEIRA TÓPICA
Pré-consciente
• Funciona como um tampão entre Ics e Cs.
• Conteúdos atingem a consciência obedecendo a certas condições.
• Dissociado da consciência pela censura.
• Inconsciente segundo, provisório e latente, suscetível de tornar-se
consciente.
• Possui três importantes funções:
• Proibidor: bloqueia o acesso à consciência.
• Regulador: sintetiza conteúdos.
• Permissivo: autoriza o retorno para o inconsciente.
PRIMEIRA TÓPICA

Consciente
• Envolve tudo o que está disponível na consciência e o que
potencialmente pode vir a tornar-se consciente.
• Envolve as funções de raciocínio, juízo, valores que nos
permite operar na realidade.
O INCONSCIENTE, 1915

Freud descreve neste texto quatro características do inconsciente:


• Atemporalidade (desconhece ordem cronológica entre
presente, passado e futuro);
• Realidade psíquica prevalece sobre a realidade externa;
• Regido pelo princípio de prazer; submetido ao processo
primário;
• Ausência de contradição (dúvida, negação, incerteza,
diferenças, não existem no inconsciente).
SEGUNDA TÓPICA – ID (ISSO)

• Pólo pulsional da personalidade; pulsões de vida e de morte.


• Inconsciente na primeira tópica = recalque. Em 1923: o Ego é,
em sua maior parte, inconsciente.
• O Inconsciente é mais que o Id.
• Limites entre as instâncias:
• menos estrito do que antes; fronteiras não são bem definidas; relação
direta com o somático.
• Em relação ao Ego se compara ao “caos”;
• Possui as quatro características principais do inconsciente;
• Falta de organização é relativa: ordem lógica própria do
inconsciente.
• Diferença entre as instâncias ocorre de modo progressivo a
partir do contato com a realidade externa.
SEGUNDA TÓPICA – EGO (EU)

• Mediador com autonomia relativa.


• Defensivo: aciona mecanismos de defesa.
• Econômico: ligação dos processos psíquicos.
• A partir de 1920: a noção de eu, que já estava presente na obra de
Freud desde o início, passa a configurar uma instância. Porém, no
centro da personalidade, continua o Ics e não o eu. Em Freud, e
consequentemente, na psicanálise, há uma nítida diferença entre eu-
pessoa, eu-instância psíquica.
SEGUNDA TÓPICA – SUPEREGO (SUPEREU)

• Papel assimilável ao de juiz ou censor.


• Funções: consciência moral, auto-observação, formação de ideais.
• Herdeiro do Complexo de Édipo: interiorização das exigências e
interdições parentais.
• Termo surge em 1923 na obra de Freud. Antes deste período,
postulava a censura.
• Funciona de modo realista, ou seja, obedecendo ao princípio de
realidade.

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