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Freud e a “descoberta” do inconsciente

“Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses”


(frase inscrita no Oráculo de Delfos).
Freud e a “descoberta” do inconsciente
Na passagem do século XiX para o século XX, o
médico neurologista austríaco Sigmund Freud
(1856-1939) concebeu uma teoria da mente que
revolucionou a história do pensamento, em vários
sentidos, e criou a psicanálise.

Iniciou seus estudos pela utilização da técnica da


hipnose no tratamento de pacientes com histeria,
como forma de acesso aos seus conteúdos mentais.
O tratamento da histeria

A histeria começou a ser documentada no século IV a.C., com


Hipócrates. A origem da doença é atribuída ao útero, que também
lhe empresta seu nome (hystera, "útero" em grego).

Na Idade Média, os conceitos médicos foram esquecidos e a


histérica foi vista simplesmente como uma mulher dominada pelo
demônio. O exorcismo – ou, no caso das condenadas por bruxaria, a
sentença de morte – era a solução.
O tratamento da histeria

No século XIX, os casos eram cada vez mais frequentes e


apresentavam sintomas como paralisia e anestesia, confusão
mental, múltipla personalidade e apatia em relação ao mundo
exterior.

Jean Martin Charcot (1825-1893), um dos pais da neurologia,


descobriu, por meio da hipnose, que tais sintomas tinham origem
psíquica e eram fruto de repressões sexuais que as mulheres
sofriam. O mais célebre de seus alunos foi Sigmund Freud.
Freud e a “descoberta” do inconsciente
A maior parte de nossas vidas psíquicas é dominada pelo que Freud
chamou de inconsciente. A outra parte, o consciente, seria bastante
reduzida e, em grande medida, determinada pela primeira.
Sobre a psicanálise, diz Freud: "a primeira dessas premissas é que os
processos psíquicos são em si mesmos inconscientes e que os
processos conscientes são apenas atos isolados, frações da vida
psíquica total."
A estrutura do inconsciente
O id é a instância mais antiga do inconsciente e da psique de um
indivíduo. Está presente desde seu nascimento. Nele dominam as
pulsões, isto é, os impulsos corporais e os desejos inconscientes mais
primitivos e instintivos, basicamente relacionados com a libido.
Regido pelo princípio do prazer, o id empurra o indivíduo a buscar
aquilo que lhe traz satisfação e a negar o que lhe traz insatisfação,
desconhecendo as demandas da realidade e das normas sociais.
O sonho é um dos principais meios de sua manifestação.
A estrutura do inconsciente
O superego é outra instância do inconsciente, mas esta se forma no
processo de socialização da criança, principalmente a partir da
interação com os pais e dos “nãos” que ela recebe, explícita ou
implicitamente, durante toda a sua infância: “isso não pode”, “isso é feio”,
e assim por diante.

O superego reprime os impulsos do id. O superego tem o “papel” de


censurar e controlar nossos impulsos instintivos. Ele se expressa em
nossa consciência moral e relaciona-se com nosso eu ideal (ou ego
ideal).
O ego, o id e o superego

O ego, por sua vez, é a instância consciente e pré-consciente


(potencialmente consciente) do aparelho psíquico. Ele interage com
o mundo externo, ao mesmo tempo em que recebe as pressões das
duas esferas inconscientes (o id e o superego).
É regido pelo princípio da realidade, ligado às condições e
exigências do mundo concreto.
Os sintomas

"Um sintoma forma-se para substituir alguma coisa que não


conseguiu manifestar-se exteriormente. Certos processos psíquicos,
não podendo desenvolver-se normalmente, e chegar até a
consciência, dão origem a um sintoma neurótico”.
Os mecanismos de defesa

Quando não conseguimos enfrentar diretamente essas demandas


conflitantes, o ego costuma empregar diversos mecanismos de
defesa, pelos quais os conteúdos censurados pelo superego são
reprimidos (recalcados), mas acabam expressando-se de forma
indireta na vida da pessoa.
Os mecanismos de defesa

Ato falho: ação de dizer ou fazer algo por engano, sem intenção, mas
que seria, na verdade, a expressão de algum pensamento , juízo ou
desejo reprimido.
Projeção: ação pela qual um indivíduo projeta no outro algo que ele
não aceita ou reprime em si mesmo, de forma inconsciente, mas que
lhe pertence, como sentimentos, pensamentos ou desejos.

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