Você está na página 1de 17

Psicanálise I

● 2° e 1° tópica = construções de abordagens;


● Freud = pai da psicanálise;
● Narcisismo: a noção do Eu depende do desejo e determinação do outro.
Para Freud, psicanálise é:
1. O nome de um procedimento para a investigação de processos mentais que são quase
inacessíveis por qualquer outro método;
2. Um método (baseado na investigação) para o tratamento de distúrbios neuróticos;
3. Uma coleção de informações psicológicas que gradualmente se acumula numa nova
disciplina científica.

Modernidade
● Surge na europa a partir do racionalismo.
● O foco é voltado para o sujeito a partir do nascimento do eu e do conceito de consciência.
● Forte racionalismo e uma cultura antropocêntrica.
● Homem como medida de todas as coisas.
● Economia e política: liberalismo (sujeito autônomo e soberano).
● Concepção atomística da sociedade: reunião de indivíduos.
● Copérnico e Galileu teorizam que, ao contrário do que a Igreja acreditava e pregava, a Terra
não era o centro do universo.
● Descartes: racionalismo e fundação ontológica do Eu (consciência e razão soberanas).
● Valorização do Eu cartesiano: o eu que cria, que é tecnológico, que produz.
● Mitos da modernidade: Frankenstein de Mary Scheller e Fausto de Goethe.

Modernismo
● Surge como crítica à modernidade.
● Coloca em questão a razão e o eu.
● Psicanálise é um produto da modernidade que critica a própria modernidade.
Críticos da modernidade: Nietzsche, Freud e Marx
● Nietzsche: genealogia = as verdades são produzidas pelas relações de forças existentes entre
os homens.
● Marx: as relações econômicas organizam a vida social e cultural (a infra-estrutura material
determina a superestrutura ideológica).
● Freud: há um deslocamento entre a sexualidade e a consciência, ficando a sexualidade e as
pulsões presas no inconsciente.
Do mesmo modo que Copérnico ao afirmar que a terra não está no centro do universo e Darwin ao
conceituar que o homem é produto de um processo evolutivo, a psicanálise produz uma ferida
narcísica no homem ao estabelecer que a consciência e o eu não é soberana.
● O desejo mostra o psiquismo do sujeito. O desejo que é inatingível que move o sujeito.
● A modernidade causa desamparo ao assumir o papel que corresponde a tudo por meio da
ciência, mas não conseguir responder todas as perguntas.

Biografia de Freud
● 06/05/1856: Freud nasce em Morávia (atual República Tcheca).
● Filho de um comerciante de lã e de uma dona de casa (o pai era bem mais velho e a mãe tinha
a mesma idade que o irmão mais velho do primeiro casamento - antecipando o complexo de
Édipo).
● 1859: a família se muda para Viena.
● 1873: ingressa na universidade e é afetado pelo anti semitismo.
● 1885: viaja para Paris e conhece Jean Martin Charcot.
● 1887: usa a hipnose no consultório.
● 1888: aplica pela primeira vez (caso Emmy) o método catártico de Breuer.
● 1892: atende a paciente Elisabeth von R e usa o método da associação livre.
● 1899: lançamento da Interpretação dos Sonhos, datado pelo editor por 1900.
● 1909: caso Hans.
● 1913: ruptura com Jung.
● 1923: diagnóstico de câncer na mandíbula.
● 1938: exílio em Londres por causa do anti semitismo.
Contexto histórico
● Viena.
● Desintegração do império Austro-húngaro (1870-1914).
● Hedonismo = as elites abandonam a política e se voltam para o mundo interior.
● Mundo social X mundo subjetivo interno.
Modernismo em Viena
● Crítica aos princípios que regiam a Modernidade.
○ Surgimento de movimentos no campo humano:
○ A fenomenologia e filosofia da linguagem de F. Brentano (desembocando na
gestaltpsychologie e no Círculo de Viena);
○ O movimento de Secessão de Gustav Klimt;
○ O expressionismo de Kokoschka;
○ A música de Mahler e Schomberg;
○ A psicanálise de Freud.
Os autores propunham uma nova concepção de homem, pois se preocupavam com o indivíduo
enquanto sobrevivente do desmoronamento social.

Estudo sobre a histeria


● Pesquisa sobre histeria desenvolvida por Charcot, Janet e Bernheim.
● Charcot usa o método da hipnose.
● Conversão histérica = Sintomas:
○ Nevralgias: dores intensas, incessantes e agudas em nervos do corpo.
○ Anestesias: perda da capacidade de reconhecer um estímulo nervoso.
○ Contraturas.
○ Convulsões epileptóides e tiques.
○ Vômitos crônicos.
○ Anorexias.
○ Perturbações da visão e alucinações.
● Causa: não há anormalidade física.
● Histeria sai do DSM a partir do DSM III. O DSM IV e CID 10 desmembraram a antiga
classificação de Histeria categorizando-a conforme a localização e origem dos sintomas
como: Transtornos Somatoformes (transtornos histéricos de natureza física) e Transtornos
Dissociativos ou Conversivos (transtornos histéricos de natureza psicológica).
● Estado dissociativo: estado de desorientação, de perda da consciência. Ruptura do estado de
vigília em que o indivíduo é tomado pelo inconsciente.
● Histeria: sofrimento psíquico que vem para o corpo.
● Abandona a hipnose e questiona se é o trauma mesmo que leva à neurose.
A busca pela causa precipitante
● O paciente não gosta de discutir a experiência;
● O paciente não é capaz de recordar;
● O paciente não vê conexão causal entre o evento desencadeante e o fenômeno patológico
Por meio da hipnose era possível resgatar a lembrança e fazer a conexão.
● Conexão simbólica entre a causa precipitante e o fenômeno patológico. Ex: nevralgias -
sofrimento mental, vômitos - repulsa moral.
● Nas histerias traumáticas a causa precipitante não é um dano físico, mas o afeto do susto (o
trauma psíquico).
● Afetos traumáticos: susto, angústia, vergonha ou dor física.
● Para um trauma ser desgastado ele deve ser reagido e associado.
Ab-reação
● “Os histéricos sofrem principalmente de reminiscências".
● Deve haver uma reação energética para desgastar a recordação e não haver afeto.
● A linguagem serve como substituta para a ação: com sua ajuda um afeto pode ser ab-reagido
quase com a mesma eficácia.
Associação
● A experiência e associação negam o afeto causado pelo evento.
Dois tipos de afetos que podem gerar traumas:
1. Ocorre o trauma porque o evento não comportava a reação ou porque quis apenas esquecer.
2. Ocorre o trauma por causa do afeto/estado psíquico ao viver o evento e não necessariamente
ao evento.
A lembrança do trauma psíquico não se encontra na memória normal do paciente, mas em sua
memória ao ser hipnotizado = divisão de consciência.
Método catártico
● Ao trazer a luz o trauma que despertou a neurose por meio da fala.
● Sugestão: recuperar o afeto que o sujeito sentiu no momento traumático (foi abandonado).
● Hipnose: na hipnose ocorre a catarse, pois liberava a lembrança do trauma.
○ A hipnose era usada por Charcot.
Evolução teórica-técnica
1. Hipnose (o estado de concentração/pressão na testa).
2. Método catártico/ab-reação/memória e afeto.
3. Método da associação livre (novo recurso técnico) leva à análise dos sonhos
4. Método da interpretação
5. Transferência

Leitura: FREUD, S. Estudos sobre a histeria: Comunicação preliminar, p. 19-29


1. Para os autores, qual é a causa dos sintomas nas neuroses traumáticas e nas histerias? A causa
precipitante da neuroses traumática é o susto que o sujeito teve em algum evento que quando
somado a suscetibilidade do indivíduo resulta num trauma psíquico. Na histeria, a causa precipitante
não é resultado de um trauma isolado, mas da soma de vários traumas que juntos atuam como
desencadeadores da doença.
2. O que significa a afirmação de que há uma relação simbólica entre a causa precipitante e o
fenômeno patológico? Significa dizer que a causa precipitante, isto é, o evento que desencadeia a
histeria terá manifestações físicas simbólicas, ou seja, um sujeito que vive um sentimento de repulsa
moral pode ter como manifestação física vômito, sendo o ato de vomitar uma simbolização da
repulsa.
3. O que os autores querem dizer quando afirmam que “Os histéricos sofrem principalmente de
reminiscências”? Com a frase “Os histéricos sofrem principalmente de reminiscências” os autores
fazem referência às recordações de traumas sofridos na infância que não foram reagidos
adequadamente e por isso, serão os desencadeadores de histerias ou neuroses na vida adulta, pois
não foram desgastadas.
4. O que é a ab-reação? Ab-reação é a reação que o sujeito deve desempenhar para que o evento em
questão seja desgastado e não se transforme em trauma. Isso deve ser feito a partir de uma reação
energética, como gritar, chorar, etc, ou até mesmo por meio da linguagem.
5. O que é a “double conscience?” Double conscience é a divisão do estado de consciência do
indivíduo histérico. Muitas vezes, o indivíduo histérico passeia entre o estado de consciência normal
e um estado hipnóide, no qual ele não consegue acessar o evento traumático.
6. Como os autores definem o método psicoterápico que eles criaram? Os autores definem sua
estratégia psicoterápica como método catártico, que acreditam ser capaz de curar os casos de
histeria e neuroses por meio da ab-reação que será feita através da fala e será submetido a correção
associativa.

Caso Elisabeth von R (23/08)


Dados da paciente
Mulher; 24 anos;
Histórico da paciente
● Pai morreu; mãe passou por diversas cirurgias na vista; irmã casada com problemas no
coração após o puerpério.
● Os sintomas se desenvolveram durante dois anos anteriores e variava bastante em
intensidade.
● Durante as férias, depois que o pai morreu, a mãe fez a cirurgia e as duas irmãs casaram, foi
que as dores e a fraqueza locomotora começaram.
● Durante uma caminhada se sentiu cansada demais e em seguida se resfriou.
Queixas e sintomas
● Há mais de 2 anos com dores nas pernas e dificuldades em andar.
● Andava com a parte superior do corpo inclinada para a frente.
● Grande dor ao andar.
● Se cansa rapidamente ao andar e ao ficar de pé.
● A superfície anterior da coxa direita era indicada como o foco das dores. A pele e os
músculos eram sensíveis à pressão e beliscões nesta região.
● Hiperalgia nas duas pernas. As coxas são as partes mais sensíveis.
● Músculos mais sensíveis à dor do que a pele.
Percepção de Freud
● Era inteligente e mentalmente normal, e suportava seus problemas com um ar alegre.
● Classifica a dor com uma fadiga dolorosa.
● Freud, inicialmente, acreditava não se tratar de um quadro histérico. Mas fica impressionado
com a descrição inteligente que a paciente faz dos sintomas e ainda, pela cara de prazer que
ela esboça ao pressionar ou beliscar a pele e os músculos de suas pernas (ela gritava mais e
parecia que estava tendo uma sensação de cócegas). Sua expressão facial se harmoniza
mais com o pensamento oculto por trás da dor.
Tratamento
● Continuação de massagens e faradização sistemática nos músculos sensíveis.
● Tratamento nas pernas com correntes elétricas de alta tensão.
● O tratamento analítico consistiu na escavação do material psíquico, quando Freud anotava os
pontos que permaneciam obscuros. E depois usava a hipnose para penetrar as camadas mais
profundas.
Evolução do caso
Ela parecia gostar dos choques dolorosos.
Da teoria do trauma para a teoria da fantasia
Freud presumia que todos os traumas derivavam de um abuso sexual, porém abandona essa linha de
pensamento e começa a considerar que talvez os abusos, que eram recorrentes, não tivessem
acontecendo.
● Teoria do trauma = teoria da sedução = teoria das neuroses
Motivos para abandonar a teoria do trauma
1. Ausência de sucesso nos tratamentos que vinha realizando com suas pacientes.
2. Muitos pais (quase a totalidade deles) deveriam ser perversos, cometendo abusos sexuais
contra seus filhos.
3. Não há indicação de realidade no inconsciente, o que traz dificuldade em se distinguir entre a
verdade e a ficção que foram categorizadas pelo afeto.
4. O inconsciente jamais supera as resistências que não se apresentam nem nos quadros mais
graves de psicose. Não possui mais a expectativa da consciência domar o inconsciente.
Formula então a teoria da fantasia .
Fantasia
● Representação de um desejo.
● Mais importante que o evento, é a narrativa.
● Roteiro imaginário em que o sujeito está presente e que representa, de modo mais ou menos
deformado pelos processos defensivos, a realização de um desejo e, em última análise, de um
desejo inconsciente.
“A realidade psíquica é a realidade decisiva.”
Modalidades de fantasias
● Fantasias conscientes.
● Fantasias inconscientes. Ex: Édipo.
● Fantasias originárias/primitivas: fantasias que se repetem e fazem parte do acervo
filogenético do sujeito.
○ Observação do coito dos pais
○ Criança seduzida por um adulto
○ Ameaça de ser castrado

● O desejo está ligado à falta. A fantasia coloca um objeto no lugar da falta.


● Psiquismo é composto por ideia (grupo representativo/representação) e o afeto
(representante afetivo) a ideia. Diante do conflito, o psiquismo leva a ideia para o
inconsciente.
● Recalque: quebra entre a ideia e o afeto que está relacionado aquela ideia. A neurose e a
histeria são produtos do recalque. Ex: caso Elizabeth vivia a alegria do namoro e a tristeza
pela doença do pai.
● A partir do encadeamento associativo é possível acessar as fantasias no inconsciente.

Sonhos
Freud começa a cogitar o sonho como um dos acessos ao inconsciente.
● Necessidade fisiológica = sonho como guardião do sono.
● Se produz quando o sujeito está completamente afastado do mundo exterior.
● É uma produção inconsciente.
● Vida anímica = pulsões enquanto dormimos = estímulos internos que marcam o psiquismo e
geram os sonhos.
● Sonhos são realizações alucinatórias de desejos, pois a descarga da pulsão não pode se
esvair e por isso, sonhamos.
Os sonhos são formados de
● Restos diurnos (imagens do dia anterior).
● Inconsciente infantil.
● Realização alucinatória de desejos.
Restos diurnos: vivências do dia anterior que compõem o sonho.
Conteúdo latente = é inconsciente
● Pensamentos e desejos não identificados pela consciência.
● São censurados.
● Impressões sensoriais (fome, sons).
● Pensamentos ou ideias relacionadas à vida normal.
● Impulsos em sua forma infantil original, banidos da consciência (reprimida)/desejos.
Conteúdo manifesto = é consciente, é imagem visual.
● O que é lembrado pela manhã.
● Experiência subjetiva que fica na nossa consciência ao acordar.
O sonho é composto do conteúdo manifesto, do conteúdo latente e da elaboração onírica que é a
operação mental inconsciente que transforma o conteúdo latente em manifesto.
● Faz parte da elaboração onírica: a censura, a condensação, o deslocamento a figurabilidade (o
sonho é uma escrita psíquica feita de imagens) e sobredeterminação (designa o fato de uma
formação do inconsciente, seja ela um sonho, um sintoma ou um ato falho, ter uma
multiplicidade de fatores determinantes).
Tipos de sonhos
● Inteligíveis: podem ser inseridos sem maior dificuldade no contexto da vida anímica do
sonhador. Sonhos infantis = todos realizaram desejos que se haviam ativado durante o dia,
mas permanecem irrealizados.
● Efeito desconcertante: são coerentes em si e tem sentido claro, mas tem efeito
desconcertante, pois não se vê como encaixar no sentido da vida anímica.
● Sonhos desconexos: destituídos de sentido ou inteligibilidade, que parecem confusos e sem
significado.
Mecanismos de elaboração dos sonhos
● Deslocamento: quando a intensidade psíquica, o acento, se transfere dos pensamentos e
representações a que propriamente corresponde para outros que não tem direito a essa
ênfase.
○ Tira de uma representação sua força e coloca em outra representação menos intensa.
○ É a transposição dos valores psíquicos.
○ Metonímia.
○ Ex: um sujeito está bravo com a irmã que ganhou uma bicicleta e ela se sentiu
preterida, mas no sonho o foco está em outro objeto.
● Condensação: compreensão em larga escala dos elementos do sonho = metáfora. Ex:
personagens coletivos, mistos. Uma mesma pessoa condensa características do pai, da mãe,
do irmão.
○ Várias representações latentes se condensam em uma única representação.

Leitura: FREUD, S. A Interpretação dos Sonhos (II) e Sobre os Sonhos, p. 193-229


1. Descreva o sonho de Freud, que o autor apresenta no item II, e reconstrua as associações que ele
faz sobre o material onírico.
Sonho de Freud: “Um grupo de pessoas à mesa ou ‘table d’hôte’ … comia-se espinafre … A Sra. E. L.
estava sentada ao meu lado; voltava toda a sua atenção para mim e pôs a mão em meu joelho de
maneira íntima. Retirei-lhe a mão, impassível. Então ela disse: ‘Mas o senhor sempre teve olhos tão
bonitos.’ … Vi então a imagem indistinta de dois olhos, como se fosse um desenho ou o contorno de
um par de óculos…”
Associações:
● Table d’hôte: evento da última noite quando pega táxi com um amigo, quando associa o carro
com taxímetro a mesa. Diz que na mesa sempre tem a sensação que está recebendo muito
pouco.
● Table d’hôte: quando estava na mesa com a mulher e outras pessoas, e ela parecia estar
dando abertura demais a outras pessoas. Sensação que levou a pior na mesa novamente.
Senhorita E. L. dava toda sua atenção a Freud.
● “O senhor sempre teve olhos tão bonitos”: associa a frase à expressão usada quando uma
pessoa faz tudo pela outra e pensa inicialmente, que significa que ele sempre teve tudo pago
ou que as pessoas sempre fizeram as coisas por ele, mas foi ao contrário. Freud sempre
pagou por qualquer vantagem, o que pode ser associado ao fato que o amigo que pagou o
táxi.
● Os olhos citados no sonho remetem ao amigo que era oculista.
● Espinafre: A resposta foi que o espinafre me fez lembrar um episódio ocorrido não faz muito
tempo à nossa mesa de família, quando uma das crianças - e precisamente aquela que
realmente merece ser admirada por seus belos olhos - recusou-se a comer espinafre. Eu
próprio me comportava exatamente da mesma maneira quando menino; por muito tempo,
detestei espinafre, até que meu gosto acabou se modificando e promoveu essa verdura à
categoria de um de meus pratos preferidos. Minha própria meninice e a de meu filho foram
assim reunidas pela menção desse prato.
2. Qual a relação entre o conteúdo manifesto do sonho e o latente? O conteúdo manifesto do sonho
é toda lembrança que temos do sonhar ao acordar, enquanto o conteúdo latente é composto pelos
pensamentos e desejos que podemos vincular ao sonho após a análise. Assim, a relação entre eles é
que o conteúdo manifesto do sonho é a lembrança após a censura do conteúdo latente do sonho.
3. Quais são os 3 tipos de sonhos que o autor descreve no item III? Freud descreve os sonhos que
fazem sentido e são inteligíveis, geralmente esses sonhos são curtos e não recebem nossa atenção.
Há os sonhos que apesar de coerentes possuem um efeito desconcertante, pois não conseguimos
entender o sentido inserido na nossa vida. E o último tipo de sonho, são aqueles que são destituídos
de sentido, que parecem desconexos, confusos e sem significado.
4. O que o autor quer dizer ao final do item III: “(...) uma transformação que merece ser descrita
como o trabalho do sonho: um pensamento expresso no subjuntivo (modo do desejo) é substituído
por uma representação no presente do indicativo”? A frase expressa a ideia que Freud formula,
principalmente a respeito dos sonhos infantis, de que os sonhos podem ser representantes do desejo
durante a vigília e que por meio do sonhar, esse desejo se torna uma ação no presente, uma vez que o
sujeito vivenciou o desejo no sonho.
5. Mostre os processos de condensação e deslocamento no sonho de Freud. (item IV e V) A
condensação é a combinação de diversos elementos através de uma característica comum, isso
pode ser notada no sonho de Freud quando ele diz que ao fazer a análise do sonho esbarrou no
seguinte pensamento: “As vezes eu gostaria de conseguir alguma coisa sem pagar”. Essa frase foi
condensada no sonho de outra forma: “Eu gostaria de gozar de alguma coisa sem despesas
(Kosten)”. A palavra Kosten que significa custos pode ser associada a Tabled’hôte, que por sua vez
significa cardápio e pode ser representado pelo espinafre servido no sonho, que leva a associação
O deslocamento é a transferência de valores psíquicos dos pensamentos e representações que
correspondem a outros que, ao nosso ver, não fazem sentido. o óculos e o espinafre
6. O que é a disposição pictórica? (item VI) Disposição pictórica é a representação visual que
observamos no conteúdo manifesto do sonho de forma exagerada, mas quando analisamos serve
para enfatizar o conteúdo simbólico do sonho.
Vias de acesso ao inconsciente
● Chistes;
● Atos falhos;
● Associação livre;
● Sonhos.
Chistes
● Formas de expressão de desejos inconscientes por meio de piadas, que não são expressas
diretamente por causa de questões morais ou de autoconservação.
● Chiste X lapso de linguagem: “Se alguém conversa comigo e diz algo que não queria dizer, se
rio disso e quem falou ri junto, fez-se um chiste. No entanto, se alguém conversa comigo e diz
algo que não queria dizer e um de nós ou os dois ficamos envergonhados, como se tivesse
sido pego em flagrante, houve um lapso.”
Atos falhos = parapraxias
● São atos em que o resultado explicitamente visado não é atingido, mas se vê substituído por
outro.
● São formações de compromisso entre a intenção consciente do sujeito e o recalcado.
● O inconsciente se apresenta sem o sujeito se dar conta.
● Algo que não deveria ser revelado, foi revelado e por isso, causa constrangimento.
● Exemplos: esquecimento, lapso de linguagem, erro de leitura, equívoco de ação (os franceses
consideram ato falho apenas os equívocos da ação - acte manqué), perda de objeto.
● São formações do inconsciente:
○ Exprimem impulsos e intenções que devem ficar ocultos à consciência.
○ Emanam dos desejos reprimidos.
○ Revelam os mais íntimos segredos.
○ Testemunham a existência da repressão e da substituição mesmo na saúde perfeita.
Associação livre
“Esse material associativo que o doente rejeita como insignificante (...) representa para o psicanalista o minério
de onde com simples artifício de interpretação há de extrair o material precioso” (p.46)
Sonhos
Para Freud, a interpretação dos sonhos é a principal via de acesso ao inconsciente.

Pulsões
O aparelho psíquico é estimulado por estímulos externo (luz, temperatura, etc) e internos:
● Estímulos externos: é possível fugir deles a partir de movimentos musculares, por exemplo.
Ex: fugir ao avistar um tigre, fechar os olhos ao ver uma luz muito forte, tapar os ouvidos ao
som estridente.
● Estímulos internos: são energias produzidas pelo próprio corpo pressionando o psiquismo e
não proporcionam escapatória.
A diferença entre os dois é que um possibilita fugir e outro não.
Instinto OU pulsão
● Instituto: habilidade inata de reagir ao conjunto de estímulos de modo estereotipado ou
constante. É ligado aos comportamentos hereditários, fixos. Ex: bebê procurar o seio da mãe.
○ Reflexos.
Pulsão

● Pulsões de autoconservação/Pulsões do ego: pulsões para preservar o indivíduo. Ex: se estou


com fome, o que posso fazer para conseguir comida?
○ Ligadas à sobrevivência.
○ Voltada a uma ação na realidade, portanto regida pela realidade.
Pulsões são diferentes de respostas reflexivas, pois respostas reflexivas não são mediadas a partir
de pressupostos individuais.
● Pulsões sexuais: ligadas à atividade reprodutiva/conservação da espécie.
○ Se não encontrar a satisfação da pulsão na realidade, procura se satisfazer com as
fantasias. Ex: encontrar um namorado com traços do pai.
O bebê encontra o peito da mãe porque está com fome (=pulsão de autoconservação), depois fica ali
no peito da mãe mesmo sem fome, ou chupa chupeta ou o dedo (=pulsão sexual).
● O humano erotiza o comer (transforma a relação de sobrevivência que deveria ter com a
comida em uma relação de amor).
● Prazer = ligação/vínculo.
Representantes psíquicos da pulsão
Representante ideativo e representante afetivo
Afeto (affekt): expressão qualitativa da quantidade de energia pulsional. O afeto, em nível
inconsciente, tem de ser ligado a uma ideia.
Representação/ideia (vorstellung): “é um dos representantes psíquicos da pulsão. Uma inscrição do
objeto nos sistemas mnêmicos.”
A pulsão tem 4 fatores
● Fonte - somática: excitações corporais, ditadas pela necessidade de sobrevivência. Ex: fome.
● Força/pressão - aspecto quantitativo da energia pulsional.
○ Fator motor, a quantidade de força ou a medida da exigência de trabalho que a pulsão
exige.
● Finalidade - sempre a mesma: descarga da excitação para que o psiquismo volte ao
equilíbrio. Ex: saciação.
○ Pulsões de autoconservação: ação específica.
○ Pulsões sexuais: objetivo é sustentado e orientado pela fantasia.
● Objeto - variável mutável: capaz de satisfazer. Ex: peito/mamadeira/chupeta
○ O objeto pode ser uma pessoa ou uma parte do corpo, real ou fantasmático.
Destino da pulsão sexual: repressão
Repressão X recalque
● Repressão: tudo aquilo que tira da consciência um conteúdo desagrádavel ou inoportuno.
Nesse sentido, o recalque seria uma modalidade especial de repressão.
○ Se difere do recalque por ser consciente e pelo fato do conteúdo se tornar
pré-consciente e não inconsciente.
● Recalque: operação que o sujeito tenta repelir ou manter no inconsciente representações
ligadas a uma pulsão.
○ Origem e função: se forma em casos em que a satisfação de uma pulsão ameaçaria
provocar desprazer relativamente a outras exigências.
○ Permanece vivo no inconsciente e tenta voltar a se ligar no afeto.
○ Quando o conteúdo é recalcado ele vira um polo de atração pois está o tempo todo
tentando voltar para o consciente.

RI: representação ideativa


RA: representação aflitiva
Recalque deveria estar do lado inconsciente

Destinos da pulsão sexual


Destinos dos representantes ideativos:
1. Reversão em seu oposto (do objeto/conteúdo da atividade para a passividade)
2. Retorno em direção ao próprio eu (sadismo/masoquismo): ao invés de descarregar no outro,
descarrega em si mesmo ou deixa que o outro descarregue em si.
3. Recalcamento - vai para o inconsciente (mecanismo de defesa própria da neurose).
4. Sublimação.
Destinos do afeto:
1. Transformação do afeto em angústia (neurose obsessiva/fobia)
2. Supressão do afeto (histeria)
3. Conversão (investimento de uma inervação) - histeria de conversão

Questões sobre Pulsões


1. O que Freud define como Pulsão (trieb)? Quais são seus quatro componentes?
A pulsão é o processo em que estímulos do organismo alcançam a mente e descarregam sua força
em um objeto, sendo formada por um representante ideativo e afetivo. É composto por fonte, força,
finalidade e objeto. Energia que está na fronteira entre o somático e o psíquico.
“Freud caracteriza uma pulsão como sendo algo que possui uma fonte em alguma excitação corporal
junto a um estado de tensão. O objetivo da pulsão seria, grosso modo, suprimir a tensão ou dar vazão
a ela. Para tanto é necessário que se atinja algum objeto ou meta capaz de diminuir tal tensão ou
satisfazer alguma necessidade inicial.”
2. O que é o recalque? Descreva os destinos dos dois representantes pulsionais no recalque.
Recalque se caracteriza como a quebra entre a ideia e o afeto vinculado à ideia. O destino do
representante ideativo no recalque é o inconsciente e pode se transformar em seu oposto e retornar
para o próprio eu. Enquanto o representante afetivo é transformado em angústia ou suprimido,
originando neuroses e histeria.
3. Como Freud explica os sintomas histéricos, responda utilizando a teoria do recalque?
Freud acredita que os sintomas histéricos são derivados do recalque, isto é, há um processo de
separação entre a ideia e o afeto. No caso Elizabeth, por exemplo, a paciente vivia a alegria de um
novo amor enquanto seu pai estava enfermo. Diante do conflito, a paciente leva a ideia para o
inconsciente resultando na histeria.
“O afeto, dissociado do conteúdo ideativo (recalcado) pode surgir como sintoma.”
“Os sintomas histéricos são a saída alternativa que o representante afetivo encontra depois do processo de
recalque. Quando há uma experiência que carrega um afeto insuportável, a ideia é esquecida (vai para o INC), mas
o afeto é descarregado por outras vias, gerando sintomas físicos que podem ser simbólicos ou gerados a partir
de alguma predisposição física.”
O afeto encontra uma saída por meio de um sintoma conversivos (sintomas aversivos) ou afeto que é suprimido
provocando um estado dissociativo.
Conversão: o afeto investe uma inervação motora ou somática.
Dissociação: o afeto é suprimido levando à dissociação (não tem uma congruência entre a ideia e o afeto, uma
pessoa contando sobre uma tragédia rindo)”
4. Quais são os outros destinos da pulsão, além do recalque?
Os outros destinos da pulsão são a sublimação, retorno em direção ao próprio eu e reversão ao seu
oposto.
5. Quais são os dois princípios do funcionamento mental? Os dois princípios que regem o
funcionamento mental são o princípio de prazer e o princípio da realidade (ligado ao pensar).

Formulações sobre os dois princípios do funcionamento mental (1991)


Princípio do desprazer-prazer
● Extremidade esquerda: injeção de uma quantidade X de energia.
● Extremidade direita: liberação da energia recebida por uma resposta imediata do corpo.
● Entre as extremidades instala-se uma tensão que aparece com a excitação e desaparece com
a descarga motora.
● O estado de repouso psíquico foi originalmente perturbado pelas necessidades internas.
● Reconstrução de forma alucinatória do objeto de satisfação da pulsão através de traços
mnêmicos. Ex: bebê busca no dedo a satisfação que tem no peito da mãe.
Do princípio do prazer ao princípio da realidade
● A alucinação se transforma em uma busca na realidade.
● O princípio nunca é eliminado, está sempre no aparelho psíquico.
● O processo de pensar torna-se tolerável para o aparelho mental lidar com a tensão aumentada
pelos estímulos, enquanto o processo de descarga era adiado.
○ Pensar é um processo de discernimento.

1º tópica freudiana
Três pontos de vista para explicar o aparelho psíquico.
1° tópica: há espaços no aparelho psíquico que constituem o consciente, o inconsciente e o pré
consciente. Cada um possui um tipo de processo e de energia de investimento.
● Consciente: parte próxima da realidade externa. Possui uma percepção que recebe
informações do mundo exterior quando do mundo interior. É um estado transitório. Há ideias
latentes que podem ser recuperadas quando saem da consciência.
○ A vigília é uma atividade da consciência.
● Ponto de vista tópico:
● Ponto de vista econômico: energia móvel, que pode ser direcionado a estímulos. Ex: memória,
atenção, percepção.
● 2° tópica: desenvolve o conceito de ego (eu) - mecanismo de defesa- , id e superego
(supereu).
● Pré-consciente: está entre o consciente e o inconsciente
○ Está separado do inconsciente pela censura
○ Se diferencia do inconsciente, pois a energia está ligada e funciona com o processo
secundário. Está ligado a linguagem verbal enquanto no inconsciente é mais
coisa/imagens.
○ Está disponível para ser usado.
● Inconsciente
○ Onde fica o que foi recalcado.
○ Há uma força que impõe as ideias ao inconsciente , por meio da psicanálise é possível
alcançar as ideias inconscientes e isso é a prova da sua existência.
○ Recalque é um protótipo do inconsciente.
○ Temos dois tipos de inconsciente: um latente que é capaz de tornar-se consciente e o
recalcado que não é capaz de tornar-se consciente.
Teoria econômica: circulação, quando aumenta muito a energia eu preciso descarregá-la pois muita
energia causa desprazer ao aparelho psíquico.
● Energia livre e energia ligada (se é ligada ou não a uma representação)
● Processo primário e processo secundário (princípio do prazer ou princípio da realidade)
Teoria dinâmica: organização e dinâmica entre pulsões, instintos, etc
● Teoria das pulsões (sexuais e de autoconservação)
● Compulsão à repetição
● O sadismo, o masoquismo e a agressão
● Teoria da angústia
O método final da psicanálise não é nem o método catártico, nem a associação livre. Formula a
terceira proposição: aquilo que originou o evento, não é mais acessado. O que vai ser observado é o
padrão que é reproduzido na dinâmica da sessão e isto é o presente.
Ainda na primeira tópica, Freud formula os dois princípios que regem o funcionamento psíquico:
● Princípio de prazer: evita tensões desprazerosas, buscando o prazer, através de descargas
das tensões pelos caminhos mais curtos.
● Princípio de realidade: surge a partir da modificação do princípio do prazer, se colocando
como regulador do funcionamento psíquico, já que estamos a serviço do ego. A busca pela
satisfação se baseia também nos elementos externos e possibilita adiar a satisfação do
desejo.
Modos de funcionamento do psiquismo:
Processo primário: a partir da manifestação do desejo, nasce no imaginário o objeto que permitirá a
satisfação. Diante da fome, eu alucino o seio. Ligado ao princípio de prazer.
Processo secundário: representações mais estáveis; satisfação é adiada, permitindo experiências
mentais que põe à prova os diferentes caminhos de satisfação. Ligado ao princípio da realidade.
Sistema inconsciente e consciente/pré-consciente:
Sistema inconsciente:
● Missão: escoar a tensão o mais rápido possível para tentar atingir a descarga total, o prazer
absoluto.
● Pluralidade de representantes pulsionais (representantes inconscientes).
● Representação coisa.
Sistema pré-consciente/consciente:
● Missão: escoar a tensão visando redistribuir a energia e escoá-la lentamente.
● Investe uma representação específica - intensa atividade intelectual.
● Representação palavra.
Interpretação
Designa qualquer intervenção psicanalítica que vise a fazer um sujeito compreender a significação
inconsciente de seus atos ou de seu discurso, quer estes se manifestem através de um dito, um
lapso, um sonho, um ato falho, de uma resistência, da transferência etc.
Transferência
Em psicanálise é o processo pelo qual os desejos inconscientes se atualizam sobre determinados
objetos no quadro de um certo tipo de relação estabelecida entre eles e, eminentemente, no quadro
da relação analítica.

Fases do Desenvolvimento Psicossexual


Algo aconteceu na infância que fez a libido regredir
Segunda fase: anal.
Três ensaios sobre as teorias da sexualidade: a sexualidade infantil
Sexualidade ≠ genitalidade
Série complementar: fatores hereditários + eventos da vida do sujeito que envolvem experiências
infantis + experiências da vida adulta
Esquecemos por algum motivo da nossa infância = pré-história (amnésia infantil)
Sexualidade ≠ psicossexualidade
Sexualidade: ligada ao corpo, aos órgãos sexuais e a biologia. Tem por finalidade a reprodução e a
perpetuação da espécie por meio do coito genital entre indivíduos de gêneros diferentes.
● Surge a partir da maturação dos órgãos sexuais (puberdade)
Psicossexualidade: ligada à formação do sujeito.
● O bebê tem órgãos genitais e está o tempo todo explorando-os.
● Para Freud, o psiquismo e a sexualidade estão indissociados.
● Sua finalidade não é a procriação, mas o prazer.
● Surge no início da vida extra-uterina.
● A existência de uma sexualidade infantil, que atua desde o princípio da vida, que vem ampliar
o campo daquilo que os psicanalistas chamam de sexualidade.
○ A sexualidade infantil nos mostra que todo o corpo é erógeno. Ex: sugar o dedo.
○ Há o prazer de satisfazer a fome e depois sa
Perversão: conhece a regra, mas acha que não se aplica a ele = Complexo de Édipo.
Origem da psicossexualidade
Teoria do apoio: a sexualidade se apoia nas funções biológicas. Sexualidade ligada ao prazer que é
fornecido além da realização da função (prazer sentido com a sucção para além de saciar a fome).
● Primeira fonte de prazer do bebe: oral.
● O psiquismo precisa do encontro com o objeto para se satisfazer.
Apoio, zona erógena, auto-erotismo: estão ligadas e definem a sexualidade infantil.

Momentos da evolução libidinal:


1. Fase oral (primeiro ano de vida): primitiva. Forma de me relacionar em busca da incorporação
do outro. Fazer do outro parte de mim.
○ O prazer sexual está ligado a excitação da cavidade bucal e a sucção (comer/ser
comido).
○ Incorporação, introjeção
○ Incorporação da mãe.
○ Chapeuzinho vermelho e o lobo mau
○ O contato que o bebê tem com o mundo é pela boca, por isso coloca tudo na boca.
○ Etapas orais: sucção e sádico-canibal (surgimento dos dentes - capacidade destrutiva)
2. Fase anal (entre 2 e 4 anos): o erotismo se define em relação à defecação e de acordo com
um simbolismo ligado ao controle ambiental.
○ Expulsão, retenção
○ O bebê aprende a andar e a controlar melhor a função motora = autonomia
○ Desfralde
O problema não é regredir a um prazer infantil, mas ficar fixado nele. Se fixar num prazer infantil faz
com que o sujeito fique preso no passado.
3. Fase fálica
○ A criança constrói teorias sobre as diferenças entre os sexos e divide o mundo em
duas categorias: quem tem o falo e quem não tem o falo.
○ Ter ou não ter o falo, ter ou não ter poder
○ No início, a criança acha que as mulheres têm poder. Depois quando descobre que
não, entende que perderam o penis = complexo de castração.
○ Ter o falo = ligado à completude.
A angústia de castração tira os meninos do Complexo de Édipo
Formula a partir da escuta adulta.
Procura a origem dos sintomas patológicos na infância, pois a infância é uma fase vivida por todos
nós.
Libido fixada em alguma fase.
O mamar foi a mais importante atividade da criança.

Complexo de Édipo
● Há período de latência após a fase fálica.
● Dos 5 aos 12 anos há um processo de alfabetização.
● As formas de satisfação pré genitais, parciais.
● O desenvolvimento da sexualidade é suscetível a progressos e regressos = fixações
● Sexualidade infantil caracterizada por zonas pré-genitais, autoerótica e ligada a alguma zona
erógena específica.
Duas ondas da sexualidade humana:
1. Dos 0 aos 5 anos: pré genital.
Há então o período de latência.
2. Puberdade
● A partir do atravessamento do Édipo há o recalque.
● O valor do complexo de Édipo atualmente é o questionamento do pacto social.
Fantasia comum na mente das crianças que se desenrola através do parricídio e do complexo de
castração.
● O Complexo de Édipo vem da problemática em torno da proibição do destrono do pai e da
disposição da mãe.
● Rivalidade com um e um apaixonamento com outro.

● Superego = herdeiro do complexo de Édipo.


● No atravessamento do édipo e produto do interdito, portanto é produto das introjeções das
leis sociais (lei com letra maiúsculo pois é lei do parricídio)
● Quando passa pelo complexo de édipo a criança absorve e abre mão de querer desposar ou/e
cresce de acordo com que os pais idealizam.
● Contrapartida social para renúncia Edípica: a dimensão do trabalho.
○ A possibilidade que o sujeito recebe um lugar ligado ao trabalho faz com que ele se
insira no ambiente social. Para viver em sociedade, preciso renunciar aos meus
desejos sexuais e de matar
○ O trabalho disciplina o sujeito.
● Lei do pai = lei interdito
● O complexo de édipo é revivido várias vezes durante a vida do indivíduo.
● É um processo de renúncia pela angústia de castração, mas principalmente, porque eu ganho
algo em troca: a posição social que é oferecida pelo trabalho.
● Aos 5/6 anos há a renúncia ao desejo de desposar a mãe e destronar o pai por causa do
complexo de castração.
Complexo de Édipo
● Conjunto de fantasias, de defesas, de posições, de restrições e de identificações simbólicas.
● Opera em 3 dimensões:
○ Universal: torna-se um humano habitante de uma coletividade humana. Sair da
condição animal e entrar na condição social que é humana. Culturalização.
○ Particular: sócio histórico. Há uma dimensão particular que é identificada pela
contribuição sócio histórica.
○ Simbólica: a vivência individual do sujeito no complexo de édipo que determina as
fantasias, defesas, sintomas e peculiaridades.
Função do Édipo
O complexo de édipo articula o plano social e individual.
● A isenção do social está inserido a partir de 3 eixos:
I. Eixo dos secos
II. Eixo das gerações
III. Eixo das alianças: buscar parceiros fora do nosso vínculo familiar
A combinação entre os três, produzirá o lugar que a criança poderá ocupar naquela sociedade
específica.
Conceito de identificação
Trata-se da dobradiça que articula os planos social e individual = vai possibilitar que a criança ocupe
o seu lugar na sociedade de acordo com as possibilidades oferecidas pelo sistema social específico.
● Def: é o processo psicológico pelo qual um sujeito assimila um aspecto do outro e se
transforma, total ou parcialmente segundo este outro. A personalidade constitui-se por uma
série de identificações.
2° tópica
● Nascemos com o id (caldeirão de pulsões, morada do conteúdo pulsional)
● Ego
● Uma parte do ego se diferencia e surge o superego
“O Édipo é a experiência vivida por uma criança de cerca de 4 anos que absolvida por um desejo sexual
incontrolável, tem de aprender a limitar seu impulso e ajustá-lo aos limites de seu corpo imaturo, aos limites de
sua consciência nascente, aos limites de seu medo e aos limites de uma lei que lhe ordena que pare de tomar
seus pais por objeto sexual.”
● Por que são leis universais? Porque todos nós temos desejos incestuosos e parricidas.

A dissecção da personalidade psíquica


Síntese da 2º tópica.
Reformula a 1º tópica: pré-consciente, consciente e inconsciente.
Eu é um objeto da pulsão.
Superego
● É um herdeiro do Complexo de Édipo.
● Superego alimentado pelas pulsões de morte.
● Superego: goza de determinado grau de autonomia, age segundo suas próprias intenções e é
independente do ego para obtenção de sua energia.
● Moral e culpa: sentimentos que resultam da tensão ego x superego.
● Mania: o ego triunfa, como se o “superego tivesse perdido toda sua força ou estivesse fundido
no ego” (p. 67).
“O papel que mais tarde é assumido pelo superego é desempenhado, no início, por um poder externo,
pela autoridade dos pais” (p.67).
● Introjeção: ansiedade real (temor dos pais)⇨ ansiedade moral (superego): “[...] quando a
coerção externa é internalizada e o superego assume o lugar da instância parental e observa,
dirige e ameaça o ego [...]” (p.68);
● Severidade do superego: objetos reais≠ imagos introjetadas: a agressividade da criança não
manifesta pode aumentar a severidade do superego;
● Severidade do superego: é produto da introjeção da agressividade dirigida aos objetos +
agressividade não manifesta
Supereu se forma a partir do ideal parental, da introdução das proibições e normas sociais e pela
força da agressividade.

Você também pode gostar